evolução da construção civil
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UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
PATRCIA RINA TSIO
A EVOLUO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL,
NOS LTIMOS 100 ANOS, NA CONSTRUO E
RESTAURAO DE EDIFICAES HISTRICAS: O
CASO DA ESTAO DA LUZ
SO PAULO
2007
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PATRCIA RINA TSIO
A EVOLUO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL, NOS LTIMOS 100 ANOS, NA CONSTRUO E
RESTAURAO DE EDIFICAES HISTRICAS: O CASO DA ESTAO DA LUZ
Trabalho de Concluso de Curso
apresentado como exigncia parcial
para obteno do ttulo de Graduao
do Curso de Engenharia Civil da
Universidade Anhembi Morumbi.
Orientador: Prof. Eng. Antonio Calafiori Neto
SO PAULO
2007
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PATRCIA RINA TSIO
A EVOLUO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL, NOS LTIMOS 100 ANOS, NA CONSTRUO E
RESTAURAO DE EDIFICAES HISTRICAS: O CASO DA ESTAO DA LUZ
Trabalho apresentado em: 08 de Novembro de 2007.
______________________________________________ Prof. Eng. Antonio Calafiori Neto
______________________________________________ Prof. Wilson Shoji Iyomasa
Trabalho de Concluso de Curso apresentado como exigncia parcial para a obteno do ttulo de Graduao do Curso de Engenharia civil da Universidade Anhembi Morumbi
Comentrios:_________________________________________________________
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Dedico esse trabalho aos meus pais, minha av
e ao meu marido pelo apoio e carinho.
Sem vocs eu no chegaria at aqui
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AGRADECIMENTOS
Agradeo a Sr Maria Cristina Monzello da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos CPTM pela ateno e o tempo dispensados.
Aos professores da Universidade Anhembi Morumbi, em especial ao meu orientador
Professor Calafiori pelo auxlio e dedicao na concluso desta etapa.
Ao meu marido Carlos pela pacincia, compreenso e por estar ao meu lado me
apoiando em todos os momentos.
Aos amigos queridos Ricardo Kerr e Fernando Mihalik pelo apoio e incentivo no
incio da jornada.
Aos arquitetos Luiz Paulo Andrade e Felipe Scroback pela compreenso e ajuda.
Pessoas como vocs fazem toda a diferena
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RESUMO
Este trabalho aborda o processo evolutivo da Engenharia Civil no Brasil, das primeiras obras, dos materiais de construo e tcnicas empregadas no incio do sculo a sua evoluo aos tempos modernos. A Estao da Luz foi a obra escolhida para o desfecho do tema, pois uma obra que foi crescendo e se aprimorando junto com a Engenharia do Pas. Palavras Chave: Restauro; Histria da Engenharia; Estrada de Ferro;
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ABSTRACT This work approaches the evolutionary process of Civil engineering in Brazil, the first buildings, the materials and techniques used on the beginning of the century to its evolution to current times. The Estao da Luz is the building chosen to show the theme, because its a building that was growing and developing together with the engineering of the country. Key words: restauro, Engineery history, railroads
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LISTA DE FIGURAS Figura 5.1 Estao da Luz construda em 1898. O relgio foi transferido para a
torre atual (ABPF, 2007) ______________________________________________ 12
Figura 5.2 Os dois sistemas funiculares em funcionamento. Acima o segundo
sistema (ABPF, 2007) ________________________________________________ 13
Figura 5.3 Perfil Esquemtico do Sistema Funicular da Serra Nova. Construdo
entre 1895 e 1901 (ABPF, 2007)________________________________________ 14
Figura 5.4 Nveis de interveno do sistema (Restrepo, Beatriz, 1985). ________ 17
Figura 6.1 A primitiva estao de So Paulo, na poca de sua abertura. Foto
cedida por A. C. Belviso (Estaes Ferrovirias, 2007). ______________________ 18
Figura 6.2 Gravura A Estao da Luz em 1880. (Artigo de Henrique Ferraz A
Histria de So Paulo por suas Imagens N 23 - 2004) _____________________ 19
Figura 6.3 A segunda estao, cerca de 1880. Foto cedida por A. C. Belviso
(Estaes Ferrovirias, 2007).__________________________________________ 19
Figura 6.4 Fachada Lado Brs (Acervo Andrade Gutierrez) _________________ 20
Figura 6.5 A ento novssima estao, em 1902. Foto cedida por Hermes Y.
Hinuy _____________________________________________________________ 21
Figura 6.6 A Estao da Luz em 1903. _________________________________ 21
Figura 6.7 A Estao da Luz Elevao Lado Santos _____________________ 22
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Figura 6.8 A Estao da Luz Elevao Rua Mau _______________________ 23
Figura 6.9 Estao da Luz - 1919 - Construtores G. & A. Masini (Brazil Post Card
2007)____________________________________________________________ 23
Figura 6.10 Estao da Luz - Photo - 1914 - Ed. Rotschild & Co. (Brazil Post
Card 2007 ________________________________________________________ 24
Figura 6.11 Saguo de entrada da Estao da Luz, em 1910. (Livro Cem Anos
Luz) ______________________________________________________________ 24
Figura 6.12 O incndio da Estao da Luz (Veja So Paulo - Fotos Acervo
RFFSA) ___________________________________________________________ 25
Figura 6.13 Parte da Lei n 14.096 de Incentivo a Recuperao do Centro
(Prefeitura de So Paulo) _____________________________________________ 27
Figura 6.14 A estao sendo reformada, no final de 2002. Foto Luis Rafael de
Souza (Estaes Ferrovirias, 2007). ____________________________________ 27
Figura 6.15 O inicio das obras de restaurao da Estao da Luz ____________ 28
Figura 6.16 Pontos de infiltrao nas estruturas (Andrade Gutierrez 2004) ____ 28
Figura 6.17 Detalhe da Tcnica empregada para recuperao dos arcos da
Fachada___________________________________________________________ 29
Figura 6.18 Detalhe da situao das esquadrias antes do restauro ___________ 30
Figura 6.19 Detalhe da Tcnica empregada para recuperao das esquadrias __ 30
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Figura 6.20 A Estao da Luz Antes e Durante a Reforma (Revista Museu 2006) 31
Figura 6.21 As novas instalaes da Estao da Luz com liberao de
passagens subterrneas Interligao Metr / CPTM _______________________ 31
Figura 6.22 As novas instalaes da Estao da Luz com liberao de
passagens subterrneas Interligao Metr / CPTM _______________________ 32
Figura 6.23 Seo Esquemtica do Sistema de Impermeabilizao ___________ 33
Figura 6.24 Lmpadas de tecnologia moderna tm tonalidade de luz prxima
das incandescentes __________________________________________________ 34
Figura 6.25 Croqui simplificado do projeto luminotcnico ___________________ 35
Figura 6.26 A Reinaugurao da Fachada da Estao da Luz aps sua
restaurao em 24/01/2004 - Aniversrio de 450 anos de So Paulo ___________ 36
Figura 6.27 O Museu da Lngua Portuguesa _____________________________ 37
Figura 6.28 O Museu da Lngua Portuguesa _____________________________ 37
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABCP Associao Brasileira de Concreto Portland
ABNT Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABPF Associao Brasileira de Preservao Ferroviria
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento
COC Centro Oswaldo Cruz
CPTM Companhia Paulista de Trens Metropolitanos
DPH Departamento do Patrimnio Histrico
IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas
NB Norma Brasileira
RFFSA Rede Ferroviria Federal S.A.
SPR So Paulo Railway
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
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SUMRIO
1. INTRODUO ___________________________________________________ 1
2. OBJETIVOS _____________________________________________________ 2
2.1 Objetivo Geral _______________________________________________ 2
2.2 Objetivo Especfico ___________________________________________ 3
3. MTODO DE TRABALHO E ORGANIZAO __________________________ 4
3.1 Fontes de Pesquisa___________________________________________ 4
3.2 Organizao / Apresentao do Tema ___________________________ 4
4. JUSTIFICATIVA__________________________________________________ 5
5. A EVOLUO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL ____________________ 6
5.1 Pesquisas Especficas ________________________________________ 8
5.1.1 Materiais empregados no inicio do Sculo XX _________________ 8
5.1.2 Estrutura em Concreto ____________________________________ 8
5.1.2.1 A Primeira Norma Tcnica Brasileira - Normalizao do Concreto
no Brasil ________________________________________________________ 9
5.1.3 Estrutura em Ao ________________________________________ 10
5.1.4 Estrada de Ferro So Paulo Railway ________________________ 11
5.1.5 Patrimnio Histrico Pblico Cultural _______________________ 14
5.1.6 Conservao e Restauro __________________________________ 15
6. A ESTAO DA LUZ ____________________________________________ 18
6.1 Da Inaugurao a Primeira Reforma ____________________________ 18
6.2 A Estao da Luz como a Conhecemos _________________________ 20
6.3 O Incndio _________________________________________________ 25
6.4 A Reconstruo e a Degradao _______________________________ 25
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6.5 A Restaurao ______________________________________________ 27
6.5.1 Recuperao de Fachadas ________________________________ 28
6.5.2 Recuperando e Inovando _________________________________ 31
6.5.3 Luminotcnica __________________________________________ 33
6.6 O Museu da Lngua Portuguesa _______________________________ 36
7. CONCLUSES _________________________________________________ 39
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS _____________________________________ 40
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1. INTRODUO A evoluo de um Povo, Nao ou Civilizao ao longo da Histria mostrada pelas
riquezas culturais com as quais so feitas suas construes. A Arquitetura e a
Engenharia Civil, desde os tempos mais remotos ditam o grau de tecnologia e
avano cultural da Sociedade.
A Engenharia Civil no Brasil comeou de forma singela, as primeiras obras de porte
social foram feitas por Oficiais Engenheiros e Mestres Pedreiros, conhecedores da
poca, vinham com experincia passada por geraes, no possuam faculdade,
apenas o conhecimento adquirido e mesmo assim estas obras sobreviveram ao
tempo para contar e deixar sua marca na histria.
A Estao da Luz nasceu assim, de forma discreta para atender uma necessidade
local, mas com o crescimento da cidade e da cultura do caf as mudanas se
fizeram necessrias e a Estao foi evoluindo a passos largos para uma poca onde
tudo acontecia de uma forma peculiar. A primeira Estao nasceu em 16 de
fevereiro de 1867 e desde ento no parou, foi demolida, construda, pegou fogo, foi
recuperada, restaurada e adaptada a uma cidade que no para nunca.
Hoje mais de 100 anos de sua primeira construo a cidade segue crescendo,
evoluindo, suas construes ainda mais audaciosas no desafiam apenas em
beleza, luxo, tecnologia mas tambm desafiam a gravidade com seus arranha-cus
cada vez mais altos.
Agora as atenes no esto apenas voltadas ao novo, mas tambm no resgate do
passado, usando novas tecnologias para resgatar o que foi construdo noutra poca,
em outro tempo e cultura para mostrar que o que se tem hoje apenas fruto dos que
comearam l trs Oficiais Engenheiros.
O intuito deste contar um pouco desta histria, como a Engenharia Civil caminhou
nos ltimos 100 anos e a Estao da Luz exemplifica com muita riqueza toda essa
jornada.
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2. OBJETIVOS
O objetivo deste trabalho apresentar as mudanas sofridas na Engenharia Civil
principalmente na Construo no decorrer do sculo XX. Essas mudanas se
apresentam no somente no tipo de construo, mas tambm nas tcnicas
construtivas, no tipo de material e na mo-de-obra empregadas.
Mesmo sem as tcnicas e a tecnologia dos dias de hoje foi possvel construir obras
grandiosas que sobreviveram ao tempo para dar os detalhes minuciosos de suas
construes ricas em detalhes e grandiosas fachadas.
O homem foi capaz de grandes obras e continua crescendo e evoluindo suas
tcnicas, por onde se olha pode-se ver obras monumentais e grandiosas, obras
imponentes e que demonstram resistir ao tempo, desafiando a gravidade, para
deixar para as futuras geraes uma rica herana.
Demorou muito, mas em tempo percebeu-se que o passado estava praticamente
perdido em runas e lixo e hoje trabalha-se para recuperar a riqueza das grandes e
memorveis construes do incio do sculo.
Com isso a engenharia viu-se em mais um desafio, como recuperar estas obras sem
que estas perdessem sua verdadeira essncia, e assim evoluir a engenharia no que
se refere s tcnicas de restauro.
2.1 Objetivo Geral Com as novas tecnologias, as tcnicas do presente e as lies aprendidas no
passado tem-se a base necessria para trabalhar em favor da Histria guardada nas
paredes de cada prdio, cada casa, e restaurar as edificaes que contam boa parte
da evoluo das cidades.
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Assim, estudando o passado e aprimorando tcnicas, os engenheiros esto se
tornando capazes de resgatar a memria grandiosa do glamour da era do caf.
Recuperando obras que fazem parte da histria.
A Estao da Luz por ser um marco histrico apresentado como estudo de caso.
2.2 Objetivo Especfico
O presente trabalho tem como objetivo, abordar a importncia do restauro do
patrimnio histrico do pas e a conservao dos mesmos por meio de tcnicas e
trabalho em equipe.
As obras de restauro podem envolver apenas as questes de modificao de uso,
ou pintura de fachadas, mas tambm podem ser mais delicadas como reforo
estrutural, impermeabilizao e madeiramento de telhados, reforma de pisos, neste
caso a recuperao envolve estudos mais minuciosos.
Para tanto deve-se levar em conta alguns pontos importantes, como:
Levantar questes quanto a finalidade do bem a ser restaurado (dando uma nova funcionalidade sem destruir sua origem).
Estudar para conhecer, atravs de um estudo minucioso que se conhece a histria do bem a ser restaurado para resgatar suas origens.
Deve-se levar em conta os cuidados estticos do antigo com o novo, no conflito das necessidades modernas ocasionado pelo "high tech".
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3. MTODO DE TRABALHO E ORGANIZAO
A forma de apresentao do trabalho proposto se apresenta a seguir em tpicos:
3.1 Fontes de Pesquisa
Para elaborao deste foram utilizados meios digitais (internet) de fontes
conhecedoras do tema abordado, livros de histria, visitas a rgos pblicos e
privados e entrevistas com engenheiros, arquitetos e funcionrios pblicos.
3.2 Organizao / Apresentao do Tema
O tema se apresenta da seguinte forma:
3.2.1 Histrico sobre a evoluo da Engenharia Civil no Brasil com o intuito de
apresentar como a engenharia caminhou no perodo de cem anos (como foi seu
quadro evolutivo).
3.2.2 Mtodos e Tcnicas de Restauro como funciona, e quais as etapas para a
realizao.
3.2.3 Estudo de Caso Estao da Luz da construo (focando as etapas
construtivas, as dificuldades, os materiais utilizados) a restaurao (mtodos e
tecnologias empregados no restauro).
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4. JUSTIFICATIVA
A partir de 1990 e integrado ao paradigma do desenvolvimento sustentvel, as
grandes cidades passaram a buscar o renascimento dos centros urbanos, com a
revitalizao de suas reas centrais e reutilizao dos patrimnios (fsico, social e
econmico) instalados e da sua melhor utilizao possvel, viabilizando o sistema
econmico atravs das melhores respostas socioculturais (VITRUVIUS, 2007).
A revitalizao de reas e imveis degradados busca um melhor aproveitamento de
espaos existentes em vrios aspectos inclusive econmico, social e cultural.
Com esta revitalizao que se objetiva reverter o processo de degradao e
abandono do centro da cidade atravs de intervenes (restauro e modernizao de
edifcios histricos, praas e caladas, qualidade ambiental, pluralidade econmica,
incluso social, segurana e iluminao).
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5. A EVOLUO DA ENGENHARIA CIVIL NO BRASIL
Para que se possa entender a evoluo da Engenharia Civil no Brasil nos ltimos
cem anos se faz necessrio um breve histrico de seu surgimento, para que assim
se faa entender seu quadro evolutivo.
A Engenharia Civil no Brasil iniciou suas atividades de forma no regulamentada no
perodo colonial com a construo de fortificaes e igrejas (MORAES, 2005).
Durante esse perodo atuavam duas categorias de profissionais na rea de
engenharia: os oficiais Engenheiros e os Mestres Pedreiros. Os primeiros eram
oficiais do Exrcito Portugus, com o objetivo principal de executar obras de
engenharia (alguns nem tinham um curso regular na rea, mas eram os nicos que
tinham algum conhecimento sistemtico a respeito), e os Mestres, tambm
chamados mestres de risco, eram os que projetavam e construam as edificaes
em geral, e seus conhecimentos eram passados de gerao a gerao (sem
nenhum conhecimento cientfico) (TELLES, 1984).
Em 1792, criada pelo vice Rei D. Luiz de Castro, a Real Academia de Artilharia,
Fortificao e Desenho, precursora da engenharia no (UFRJ, 2007).
Em 4 de Dezembro de 1810 o futuro Rei D. Joo VI assinou uma lei criando a
Academia Real Militar do Rio de Janeiro, a primeira escola de engenharia brasileira
(que posteriormente teria seu nome mudado para Escola Politcnica). Nessa poca
quem executava tais servios era chamado de engenheiro militar (mesmo no
exercendo a carreira militar) (UFRJ, 2007).
Na Escola Politcnica do Rio de Janeiro, no ano de 1858 criado o curso de
engenharia civil, ministrado aos no militares, isto , aos civis. O curso era voltado
as tcnicas de construo de estradas, pontes, canais e edifcios (UFRJ, 2007).
Em So Paulo a primeira Escola de Engenharia A Escola Politcnica de So Paulo
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nasce em 1893, e assim por diante as escolas de engenharia vo se espalhando
por todo o pas (Pernambuco 1895, Porto Alegre 1896, Bahia 1897) (TELLES,
1984).
O Pas passou por muitas mudanas no final do sculo XIX e incio do sculo XX,
nesse perodo devido a cultura do caf e posteriormente o desenvolvimento
industrial, as riquezas geradas serviram de alavanca para o crescimento.
A cultura do caf trouxe as cidades grandes mudanas, como as estradas de ferro,
os prdios, e as casas.
Essas mudanas se viam nas grandes obras riqussimas e imponentes erguidas nos
centros das cidades, sendo hoje de relevante valor histrico. Este patrimnio que
conta a memria dos tempos ureos do caf, e tantas outras histrias da cidade de
So Paulo e do Brasil estavam esquecidas, at mesmo perdidas diante das grandes
obras que a evoluo e o futuro trouxeram.
Com o perodo de evoluo que o Brasil passou nos ltimos 50 anos, o pas se
esqueceu do passado memorvel e se voltou exclusivamente ao futuro e a um
presente que passa to rpido que mal pode se acompanhar.
O rico passado deu espao a uma invaso de excludos sociais, desabrigados,
meliantes e desocupados, transformando essa riqueza em favelas verticais, os
centros histricos em lugares de alto ndice de insegurana e risco.
Os centros das grandes metrpoles se tornaram escuros, sujos, com caladas e
edificaes obstrudas e deterioradas.
Em 1991, as iniciativas privadas por meio de parcerias com as Prefeituras, Bancos
(como o BID) e as associaes (como a Viva o Centro em So Paulo) deram incio
ao Programa de Revitalizao, com o intuito de recuperar a Histria e as riquezas
do Pas.
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5.1 Pesquisas Especficas
Para se compreender de forma clara os assuntos a serem expostos nos itens
subseqentes, aqui so focados os termos tcnicos e as pesquisas especficas
quanto ao caso a ser estudado.
5.1.1 Materiais empregados no incio do Sculo XX
No incio do sculo XX as obras ricas e suntuosas eram privilgios das igrejas,
enquanto que as construes residenciais e prdios pblicos eram de construo
simples, em sua maioria em pedra e cal nas proximidades do litoral e em taipa
(tcnica construtiva a base de argila e cascalho utilizada com o objetivo de erguer
uma parede dicionrio) no restante do pas, o que diferenciava as classes sociais
era apenas o tamanho das residncias.
Com a influncia da Misso Artstica Francesa e a introduo do estilo Neo-
Clssico, que passou a ser exigido como padro de status no pas nascem as
edificaes em estrutura metlica e tijolos (TELLES, 1984).
Como o estilo Neo-Clssico exigia uma mo-de-obra especializada para a execuo
das fachadas e interiores minuciosamente ornamentados, os estrangeiros trataram
de suprir essa necessidade e esse mercado foi monopolizado por italianos e
portugueses (TELLES, 1984).
5.1.2 Estrutura em Concreto Existem relatos sobre o emprego do cimento em obras civis desde sculos a.C., mas
o cimento da forma que conhecido hoje utilizado como concreto se deu incio em
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1824, com a inveno do Cimento Portland (material feito a partir da queima em
altas temperaturas de rocha calcria e argila moda), resultando no clnquer na
Inglaterra.
Em 1836, comeam na Alemanha os primeiros estudos e ensaios para determinao
da resistncia a trao e compresso do cimento modernizao (ABCP, 2007).
As primeiras experincias do Concreto Armado (com a introduo de ferragens
numa massa de concreto) se fez 1850 pelo francs Joseph Louis Lambot
(CIMENTO, 2007).
No Brasil, a primeira tentativa de aplicar os conhecimentos relativos fabricao do
cimento Portland ocorreu aparentemente em 1888, quando o comendador Antnio
Proost Rodovalho empenhou-se em instalar uma fbrica na fazenda Santo Antnio,
de sua propriedade, situada em Sorocaba-SP. Posteriormente, vrias iniciativas
espordicas de fabricao de cimento foram desenvolvidas. Assim, chegou a
funcionar durante trs meses, em 1892, uma pequena instalao produtora na ilha
de Tiriri, na Paraba. A usina de Rodovalho operou de 1897 a 1904, voltando a
operar em 1907 e extinguindo-se definitivamente em 1918. Em Cachoeiro do
Itapemirim, o governo do Esprito Santo fundou, em 1912, uma fbrica que funcionou
at 1924, sendo ento paralisada, voltando a funcionar em 1936, aps
modernizao (ABCP, 2007).
As primeiras obras em concreto armado que se tem relato oficial no Brasil so de
1905 e 1907 com a Ponte sobre o Rio Maracan (CIMENTO, 2007).
5.1.2.1 A Primeira Norma Tcnica Brasileira - Normalizao do Concreto no Brasil Normalizao: Atividade que estabelece, em relao a problemas existentes ou
potenciais, prescries destinadas utilizao comum e repetitiva com vistas
obteno do grau timo de ordem em um dado contexto (ABNT, 2007).
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Em 28 de setembro de 1940 nasce a Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ABNT, que seria a responsvel pela normatizao / padronizao do emprego dos
materiais utilizados na construo civil em nosso pas (ABNT, 2007).
Definir qual foi a primeira norma da ABNT pode parecer uma tarefa simples, mas
essa definio tem uma relao estreita com o processo de criao da entidade
uma idia que surgiu na cabea de alguns idealistas, que perceberam a
necessidade de padronizar os critrios tcnicos utilizados pelos setores produtivos
nacionais. Essa proposta adquiriu consistncia nas trs Reunies de Laboratrios de
Ensaio realizadas entre 1937 e 1940, que tinham como objetivo a criao das
primeiras normas de ensaio para a tecnologia do concreto, um problema que vinha
afetando a construo civil do Pas.
A ABNT foi fundada na terceira dessas reunies e j nasceu com um acervo de
normas prontas ou em fase de elaborao, elas foram desenvolvidas junto com o
processo de criao da entidade e graas ao esforo coletivo dos seus fundadores.
O que se sabe que, nessa data 28 de setembro de 1940 , as normas NB-1
Clculo e Execuo de Obras de Concreto Armado e MB-1 Cimento Portland
Determinao da Resistncia Compresso j existiam, embora ainda no tivessem
sido aprovadas e, muito menos, adotadas pelo setor de construo civil. A NB-1,
norma de procedimento e clculo, e a MB-1, um mtodo de ensaio, eram, portanto,
duas normas complementares. Os poucos registros histricos existentes indicam
que a NB-1 foi elaborada por uma comisso de estudos do concreto armado e sua
aprovao se deu na mesma 3 Reunio de Laboratrios de Ensaio em que a ABNT
foi fundada (trecho retirado na integra do documentrio Normas ABNT, 2006 p. 34).
5.1.3 Estrutura em Ao
O ao na construo civil utilizado desde o sculo XVI na Inglaterra, no Brasil tem-
se relatos de sua utilizao no sculo XVIII importado da Inglaterra, Esccia e
Blgica (DIAS, 1999).
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A primeira Fbrica de Estrutura Metlica a Companhia Brasileira de Construo
Fichet Schwartz Hautmont se instalou no Brasil no ano de 1923 em Santo Andr
SP (DIAS, 1999).
A primeira usina siderrgica de grande porte no Brasil a Companhia Siderrgica
Nacional deu-se em 22 de Junho de 1946 em Volta Redonda RJ (DIAS, 1999).
As primeiras obras onde a estrutura metlica foi aplicada no Brasil foram as estradas
de ferro sculo XIX (DIAS, 1999).
5.1.4 Estrada de Ferro So Paulo Railway
Em 1859, o Baro de Mau, junto com um grupo de pessoas, convenceu o governo
imperial da importnca da construo de uma estrada de ferro ligando So Paulo ao
porto de Santos. O trecho de descida (800m) da Serra do Mar era considerado
impraticvel; por isso, Mau foi atrs de um dos maiores especialistas no assunto: o
engenheiro ferrovirio britnico James Brunlees.
Este que veio ao Brasil e considerou o projeto vivel, o projeto foi executado por
Daniel Makinson Fox, engenheiro que havia adquirido experincia na construo de
estradas de ferro atravs das montanhas do norte do Pas de Gales.
Ele props que a rota para a escalada da serra deveria ser dividida em 4 declives,
tendo cada uma, uma inclinao de 8%. Nesses trechos, os vages seriam puxados
por cabos de ao. No final de cada declive, seria construda uma extenso de linha
de 75m de comprimento, chamada de "patamar", com uma inclinao de 1,3%. Em
cada um desses patamares, deveriam ser montadas uma casa de fora e uma
mquina a vapor, para promover a trao dos cabos. Assim, aprovada a proposta
pelo britnico nasce a So Paulo Railway Company - S.P.R.
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A estrada foi construda sem o auxlio de explosivos, pois o terreno era muito
instvel. A escavao das rochas foi feita somente com cunhas e ponteiras
metlicas. Alguns cortes chegaram a 20m de profundidade. Para proteger o leito dos
trilhos das chuvas torrenciais foram construdos paredes de alvenaria de 3m a 20m
de altura, o que consumiu 230.000m de alvenaria.
Inaugurada em 16 de fevereiro de 1867 (mesmo com todas as dificuldades a
construo foi concluda 8 meses antes do esperado 8 anos), a primeira linha da
So Paulo Railway foi criada pela necessidade do transporte de caf do interior at o
porto de Santos. (ABPF, 2007).
Em 1874, a primeira estao do Alto da Serra foi inaugurada. No ano de 1898, uma
segunda estao foi construda em madeira, ferro e telhas francesas, vindos da
Inglaterra. Esta estao tinha como caracterstica principal o relgio fabricado pela
Johnny Walker Benson, de Londres, que se tornou uma referncia direcional na
neblina (Figura 5.1).
Figura 5.1 Estao da Luz construda em 1898. O relgio foi transferido para a torre atual (ABPF, 2007)
A partir de 1896, paralela primeira linha (Serra Velha), iniciou-se a construo da
segunda linha (Serra Nova), sendo inaugurada em 28 de dezembro de 1901 (ABPF,
2007).
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Esta linha era formada por 5 planos e 5 patamares, criando um novo sistema
funicular (sistema funicular consiste na utilizao de cabos de ao reforado, para
auxiliar o trfego de composies ferrovirias trens, bondinhos, etc. - dicionrio) em
linhas frreas muito ngremes. Os novos planos inclinados atravessavam 11 tneis
em plena rocha enfrentando um desnvel de 796 m, que se iniciavam em
Piaaguera. A primeira estao foi desativada e reutilizada, posteriormente, como
cooperativa dos planos inclinados.
Na So Paulo Railway o grande diferencial foi a utilizao das mquinas fixas e dos
sistemas funiculares para a superao do trecho de serra, num desnvel de 800m
em aproximadamente 10km de extenso (Figura 5.2).
Figura 5.2 Os dois sistemas funiculares em funcionamento. Acima o segundo sistema (ABPF, 2007)
O sistema funicular consiste num conjunto de patamares, sendo cada um composto
basicamente por uma mquina fixa, que move uniformemente um cabo de ao que
desliza sobre polias e movimenta dois trens, presos ao cabo de ao, um que sube e
outro que desce at os prximos patamares (Figura 5.3).
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Figura 5.3 Perfil Esquemtico do Sistema Funicular da Serra Nova. Construdo entre 1895 e 1901 (ABPF, 2007)
5.1.5 Patrimnio Histrico Pblico Cultural
O Patrimnio Cultural compreende trs categorias de elementos significativos da
memria social de um povo ou de uma nao (COC, 2007).
9 A primeira categoria engloba os elementos da natureza; do meio ambiente. 9 A segunda representa o produto intelectual, a acumulao do conhecimento,
do saber, pelo homem no decorrer da histria.
9 A terceira abarca os bens culturais enquanto produtos concretos do homem, resultantes da sua capacidade de sobrevivncia ao meio ambiente.
No sculo XIX, aps a Segunda Guerra Mundial e Revoluo Industrial se deu incio
ao processo de preservao do patrimnio histrico, inicialmente para restaurar os
Monumentos destrudos na guerra.
Os Monumentos so parte do patrimnio cultural, eles servem como um elo entre
presente e passado dando um sentido de continuidade. A sua preservao
pressupe um projeto de construo do presente mas sem se esquecer das glrias
do passado.
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15
O patrimnio cultural, as cidades e os monumentos histricos passaram a ocupar
lugar de destaque na vida cotidiana e na economia da sociedade moderna. O
Estado participa ativamente deste movimento de valorizao porque a ele cabe, na
maioria das vezes, a deciso sobre o que ser preservado pelas aes de
tombamento conduzidas em nvel federal, estadual ou municipal (MORAES, 2005).
Hoje existem diretrizes para a conservao, manuteno e restaurao do
Patrimnio Histrico mundial, essas diretrizes esto expressas nas Cartas
Patrimoniais.
Existem tambm rgos voltados preservao, como Departamento do Patrimnio
Histrico DPH, criado em 1975, tem suas origens no Departamento de Cultura,
idealizado e dirigido por Mrio de Andrade em 1935. Tendo originalmente a
atribuio de preservar e divulgar os documentos relativos memria da cidade de
So Paulo, o DPH teve gradativamente sua competncia ampliada. Passou a ser a
instituio responsvel pela formulao e implementao de polticas de
preservao e valorizao dos conjuntos documentais, dos acervos tridimensionais e
do patrimnio edificado e ambiental de significado histrico e cultural.
Desempenhando papel relevante na cidade, contribuindo no processo de construo
da cidadania e na promoo da melhoria da qualidade de vida, o DPH tem sua
atuao estruturada a partir das atividades desenvolvidas por suas trs Divises
Tcnicas, quais sejam, Arquivo Histrico Municipal, Iconografia e Museus,
Preservao e por uma Diviso de Administrao. Atualmente a Diretoria do DPH, a
Diviso de Preservao e a Diviso de Administrao esto sediadas no Edifcio
Ramos de Azevedo (DPH, 2007).
5.1.6 Conservao e Restauro
A primeira condio para a preservao de um patrimnio tombado a conscincia
de seu valor histrico, artstico, cientfico e/ou afetivo, pela coletividade envolvida
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(COC, 2007). Outra condio fundamental seu uso efetivo. Nada contribui tanto
para a degradao de um prdio como a sua no utilizao (COC, 2007).
Toda matria tem uma vida til determinada por suas caractersticas intrnsecas e
pela forma como mantida. Assim, a manuteno sistemtica, preventiva ou
corretiva a melhor maneira de se preservar um patrimnio, tombado ou no (COC,
2007).
A restaurao faz-se necessria quando a degradao dos materiais chegou aos
limites de comprometimento da integridade de um determinado bem cultural (COC,
2007).
Restaurao de obras de arte so intervenes a posteriori, feitas pelos prprios
autores das obras ou por terceiros, no sentido de conservar, recuperar ou mant-las
em bom estado (COC, 2007).
Resumidamente, o trabalho de restaurao de monumentos arquitetnicos
tombados pode ser discriminado nas seguintes etapas (COC, 2007):
9 Pesquisa Histrica do Edifcio; 9 Levantamentos Arquitetnicos e Fotogrficos; 9 Mapeamento de danos; 9 Diagnstico do quadro de deteriorao; 9 Formulao dos critrios e tcnicas de interveno a serem usados j
considerando a adaptao para os novos usos;
9 Execuo dos projetos a serem aprovados pelos rgos oficiais fiscalizadores;
9 Elaborao das especificaes de servios e materiais bem como dos cronogramas fsico-financeiros que nortearo a execuo das obras de
restaurao;
9 Acompanhamento tcnico das intervenes.
comum usar o termo Restaurao de forma genrica, englobando uma srie de
procedimentos no cuidado dos bens culturais. Porm h definies que especificam
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17
mais detalhadamente as diferentes formas de atuao (Figura 5.4).
Figura 5.4 Nveis de interveno do sistema (Restrepo, Beatriz, 1985).
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6. A ESTAO DA LUZ
Num perodo onde a cidade contava com pouco mais de 30.000 habitantes, passou
a contar com sua primeira linha de bondes Largo do Carmo/ Estao da Luz
puxados por trao animal. (Histrico Demogrfico do Municpio de So Paulo -
CENSO 1872).
Foi neste perodo e com a chegada da ferrovia que nasceu a Estao da Luz.
Situada na Praa da Luz n 1 Centro de So Paulo o Prdio da primeira Estao
da Luz foi inaugurado em 16 de Fevereiro de 1867 juntamente com a Ferrovia
Santos-Jundia operada pela The So Paulo Railway Company Ltd. (Figura 6.1).
Figura 6.1 A primitiva estao de So Paulo, na poca de sua abertura. Foto cedida por A. C.
Belviso (Estaes Ferrovirias, 2007).
6.1 Da Inaugurao a Primeira Reforma
A Estao da Luz foi inaugurada num prdio pequeno e ampliada posteriormente
para atender o nmero cada vez maior de passageiros e mercadorias.
A primeira viagem de apresentao do andamento das obras entre as paradas do
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Brs e da Luz em 1865, trouxe uma surpresa desagradvel. Uma composio
descarrilhou causando a morte do maquinista, ferimentos em alguns passageiros
como o Baro de Itapetininga , a demisso do engenheiro fiscal e o cancelamento
de um banquete comemorativo preparado no Jardim da Luz.
Somente na Estao da Luz foram gastos 150 milhes de libras esterlinas, sem
incluir o rebaixamento do leito frreo que retirou 252.230 m de terra. Realizado para
eliminar a passagem de nvel que prejudicava o desempenho da largada do trem e
para criar sobre ele uma ponte no mesmo nvel das ruas facilitando o trfego dos
carros. (Sampa Centro, 2007).
Figura 6.2 Gravura A Estao da Luz em 1880. (Artigo de Henrique Ferraz A Histria de So Paulo por suas Imagens N 23 - 2004)
Alguns anos depois (1880), o prdio foi ampliado - ou derrubado e outro maior foi
feito - para atender demanda cada vez maior de passageiros e mercadorias ali
embarcadas e desembarcadas (Figuras 6.2 e 6.3)
Figura 6.3 A segunda estao, cerca de 1880. Foto cedida por A. C. Belviso (Estaes Ferrovirias, 2007).
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6.2 A Estao da Luz como a Conhecida Hoje
Finalmente, por volta de 1890, a SPR (So Paulo Railway) decidiu aumentar a
estao e fazer algo compatvel com o rapidssimo crescimento da cidade na poca.
(Figura 6.4).
Figura 6.4 Fachada Lado Brs (Acervo Andrade Gutierrez)
Presumivelmente escolhida em um catlogo ingls pelas autoridades locais. Seu
projeto atribudo ao engenheiro ingls Henry Driver, sendo similar Flinders Street
Station, uma estao existente em Melbourne, Austrlia. (So Paulo 450 anos).
Os materiais da construo foram todos importados. "A Estao da Luz veio pelo
Oceano Atlntico desmontada. Pea por pea viajou de navio: pregos, tijolos,
madeira (pinho-de-riga irlands), telhas cermicas de Marselha, Frana, e a
estrutura de ao de Glasgow, Esccia. Material suficiente para cobrir uma rea de
7.520 metros quadrados, ao custo de 150 mil libras esterlinas." A estrutura metlica
tinha 150 metros de comprimento. O edifcio tinha 150 metros de comprimento de
fachada com uma torre de 50 metros de altura. (So Paulo 450 anos).
A nova estao foi finalmente inaugurada em maro de 1901, quando a antiga j
havia sido demolida (a demolio havia se iniciado em maio de 1900) (Figuras 6.5 e
6.6).
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Figura 6.5 A ento novssima estao, em 1902. Foto cedida por Hermes Y. Hinuy (Estaes Ferrovirias, 2007).
Figura 6.6 A Estao da Luz em 1903. (Artigo de Henrique Ferraz A Histria de So Paulo por suas Imagens N 23 - 2004)
A Estao da Luz ocupa uma rea de 7.500m quadrados do Jardim da Luz, onde se
encontram as estruturas trazidas da Inglaterra que copiam o Big Ben e a abadia de
Westminter (Figuras 6.7 e 6.8).
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Figura 6.7 A Estao da Luz Elevao Lado Santos (Projeto fornecido pela CPTM, 1988)
Ateno para a riqueza de detalhes no projeto
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Figura 6.8 A Estao da Luz Elevao Rua Mau
(Projeto fornecido pela CPTM, 1988)
No houve inaugurao, j que o trfego foi sendo deslocado aos poucos, mas no
demorou muito para a que o novo marco da cidade fosse considerado como sala de
visita de So Paulo. Todas as personalidades ilustres que tinham a capital como
destino eram obrigadas a desembarcar l. Empresrios, intelectuais, polticos,
diplomatas e reis foram recepcionados em seu saguo e por l passavam ao se
despedir.
Em 1900, o cenrio brasileiro estava bem diferente. A urbanizao tinha tomado
conta da cidade e j se contava com ruas caladas, iluminao a gs e linhas de
bondes. A Estao da Luz se tornara um carto-postal Paulista (Figuras 6.9 e 6.10).
Figura 6.9 Estao da Luz - 1919 - Construtores G. & A. Masini (Brazil Post Card 2007)
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Figura 6.10 Estao da Luz - Photo - 1914 - Ed. Rotschild & Co. (Brazil Post Card 2007
Nesta poca, So Paulo vivia os prsperos anos da cafeicultura. A Estao da Luz
era um ponto de encontro da elite paulistana, que desfilava e regozijava seus
costumes de influncia europia (Figura 6.11).
Figura 6.11 Saguo de entrada da Estao da Luz, em 1910. (100 Anos Luz)
A Estao tornou-se a porta de entrada da cidade tambm para os imigrantes,
promovendo a pequena vila de tropeiros a uma importante metrpole. Esta
importncia, concedida So Paulo Railway Station, como era oficialmente
conhecida, durou at o fim da Segunda Guerra Mundial.
A partir da os transportes rodovirios e areos, considerados mais rpidos e
eficientes, se tornaram os meios mais utilizados nas grandes metrpoles. Em So
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Paulo, as ferrovias iniciaram seu processo de declnio e a Estao da Luz comeou
a perder sua importncia econmica e requinte social.
6.3 O Incndio
Na madrugada de 6 de novembro de 1946, dois dias antes da So Paulo Railway
entregar a ferrovia nas mos do governo federal (fim da concesso de noventa
anos), ocorreu um gigantesco incndio que s deixou sobreviver a ala leste e as
plataformas da Estao (teorias conspiratrias sustentaram na poca, sem
comprovao, que a SPR seria responsvel pelo fogo) (Figura 6.12).
Figura 6.12 O incndio da Estao da Luz (Veja So Paulo - Fotos Acervo RFFSA)
6.4 A Reconstruo e a Degradao
Os custos para a reconstruo foram arcados pelo governo e se estendeu de 1947 a
1951. A Estao recebeu, ento, o terceiro andar nas partes que foram atingidas
pelo fogo e mais pilastras de sustentao. A partir da, os trens passam a percorrer
somente os bairros do subrbio.
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A partir deste perodo, o transporte ferrovirio entrou em um processo de
degradao no Brasil, assim como o bairro da Luz, levando a Estao a igualmente
degradar-se. Na dcada de 1990 passou por uma srie de reformas, uma das quais
encabeada pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha e seu filho Pedro Mendes da
Rocha.
A estao representa o marco zero da linha ferroviria paulista. Diariamente,
passam pelo local 40 trens e cerca de 235 mil usurios. A Luz possui cerca de 13 mil
metros quadrados de rea, na estao h acessos para trs linhas da CPTM. A Luz
oferece tambm acesso a importantes atraes culturais da vida paulistana, como a
Pinacoteca do Estado, o Museu de Arte Sacra, a Sala So Paulo e O Museu da
Lngua Portuguesa.
A estao uma espcie de templo magnitude do poder do caf na histria da
cidade. Erguida junto ao Jardim da Luz, por dcadas a sua torre dominou a
paisagem paulistana. O seu relgio era o principal referencial para acerto dos
relgios da cidade.
No perodo de auge da estao ela compunha um conjunto arquitetnico que no s
era um referencial urbano como efetivamente fazia parte da vida cotidiana do
municpio. A Estao, vizinha ao Jardim da Luz, compunha com o edifcio da
Pinacoteca do Estado um marco na definio da regio da Luz (So Paulo 450
anos).
Alm disso, at meados dos anos 70, um terceiro elemento configurava aquele
espao de forma bastante marcante: na perspectiva da Avenida Tiradentes
localizava-se, em frente Pinacoteca, um monumento figura de Ramos de
Azevedo. Com as obras do metr de So Paulo, conduzidas na dcada de 70, o
Monumento a Ramos de Azevedo teve de ser removido do local, o que alterou
radicalmente a configurao espacial da paisagem, assim como a sua percepo
cotidiana dos transeuntes do local. Por outro lado, a Estao da Luz ganhou uma
certa monumentalidade.
Em 1982, o complexo arquitetnico da Estao da Luz foi tombado pelo Conselho
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de Defesa do Patrimnio Histrico, Artstico, Arqueolgico e Turstico (Condephaat)
e em 2005 comeam os trabalhos da Prefeitura de So Paulo com um programa de
recuperao para o centro de So Paulo (Figura 6.13).
LEI N 14.096, DE 8 DE DEZEMBRO DE 2005 (Projeto de Lei n 592/05, do Executivo)
Dispe sobre a criao do Programa de Incentivos Seletivos para a regio adjacente Estao da Luz, na rea central do Municpio de So Paulo, nos termos que especifica. JOS SERRA, Prefeito do Municpio de So Paulo, no uso das atribuies que lhe so conferidas por lei, faz saber que a Cmara Municipal, em sesso de 30 de novembro de 2005, decretou e eu promulgo a seguinte lei: Art. 1 Fica institudo o Programa de Incentivos Seletivos para a regio adjacente Estao da Luz, com o objetivo de promover e fomentar o desenvolvimento adequado dessa rea central do Municpio de So Paulo, nos termos das disposies constantes desta lei. 1 Para os fins do Programa ora institudo, a regio adjacente Estao da Luz - regio-alvo - a rea compreendida pelo permetro iniciado na interseco da Avenida Rio Branco com a Avenida Duque de Caxias, seguindo pela Avenida Duque de Caxias, Rua Mau, Avenida Csper Lbero, Avenida Ipiranga e Avenida Rio Branco at o ponto inicial. 2 O Programa de Incentivos Seletivos ter a durao de 10 (dez) anos, contados da data da publicao desta lei, respeitada a validade dos Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento, expedidos em razo do Programa ora criado, bem como o prazo de concesso dos incentivos fiscais tratados nos incisos II, III, IV e V do 1 do art. 2 desta lei.
Figura 6.13 Parte da Lei n 14.096 de Incentivo a Recuperao do Centro (Prefeitura de So Paulo)
6.5 A Restaurao
Em 2002, inicaram-se as obras para restaurao da Estao da Luz, um marco para
a Cidade no auge da era do caf. A obra foi batizada como sendo um presente para
a Cidade em seu aniversrio de 450 anos (Figuras 6.14 e 6.15).
Figura 6.14 A estao sendo reformada, no final de 2002. Foto Luis Rafael de Souza (Estaes Ferrovirias, 2007).
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Figura 6.15 O inicio das obras de restaurao da Estao da Luz (Revista Engenharia 2003)
6.5.1 Recuperao de Fachadas
A recuperao das fachadas foi a primeira etapa do projeto de Restaurao, com o
objetivo de criar um centro de referncia da lngua portuguesa, um espao
totalmente dedicado preservao e celebrao da nossa lngua. A iniciativa,
orada em R$ 30 milhes, fruto da parceria entre Ministrio da Cultura, IBM Brasil,
Correios, TV Globo, Petrobras, Secretaria de Estado da Educao de So Paulo,
Vivo, Votorantim, Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social
(BNDES). A realizao da Secretaria de Estado da Cultura de So Paulo e da
Fundao Roberto Marinho com o apoio da Lei Federal de Incentivo Cultura. Em
alguns pontos, a Estao da Luz apresentava problemas graves, como infiltraes
(Figura 6.16).
Figura 6.16 Pontos de infiltrao nas estruturas (Andrade Gutierrez 2004)
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29
Muitas vezes, o trabalho dos restauradores precisava ser feito no prprio local,
quando se tratavam de peas maiores ou fixas (Figura 6.17).
Figura 6.17 Detalhe da Tcnica empregada para recuperao dos arcos da Fachada (Andrade Gutierrez 2004)
Porm, grande parte dessa operao foi mesmo realizada dentro de um laboratrio
instalado no prprio edifcio. Rosceas, folhas de acanto, balastres e pinculos
entre tantos outros elementos artsticos tiveram que ser refeitos para devolverem o
efeito original.
Antes de se refazer qualquer pea, foi preciso passar por uma cuidadosa
investigao. O Instituto de Pesquisas Tecnolgicas (IPT), mediu a quantidade e
avaliou a composio dos materiais que compem as argamassas e os elementos
arquitetnicos das fachadas. S assim foi possvel repetir as mesmas frmulas
usadas na poca da construo (no final do sculo XIX) e depois, na reconstruo
do edifcio (entre 1947 e 1951). Essa preocupao garante que o aspecto final do
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30
edifcio se mantenha uniforme.
Para a definio da cor da pintura foi preciso fazer muita pesquisa. Ao todo, foram
feitas prospeces estratigrficas tcnica que revela as camadas de tinta originais
em 40 pontos diferentes das argamassas e em mais 60 outros locais, entre portas
e estruturas metlicas. Alm das anlises do IPT e dos estudos realizados pela
equipe de restauro, que apontavam para o uso de tinta em tons de amarelo, foi
encomendada uma segunda avaliao, realizada pelo professor Mrio Mendona de
Oliveira, da Universidade Federal da Bahia. Especialista no assunto, o professor
confirmou que o trabalho seguia no rumo correto (Figuras 6.18 e 6.19).
Figura 6.18 Detalhe da situao das esquadrias antes do restauro (Andrade Gutierrez 2004)
Figura 6.19 Detalhe da Tcnica empregada para recuperao das esquadrias (Revista Museu - 2006)
A obra, que comeou em maio de 2003, contribuiu na recuperao de esquadrias,
cobertura, os muitos elementos artsticos e at mesmo a caixa do grande relgio,
que tambm volta a funcionar. Foram oito meses de muito trabalho, que gerou 100
empregos diretos, entre engenheiros, arquitetos, restauradores, pedreiros,
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marceneiros etc., e mais 150 indiretos. Ao longo desse perodo, foram restaurados
4.230 m de alvenaria, alm de 123 esquadrias e cerca de 400 elementos artsticos
diferentes (Figura 6.20).
Figura 6.20 A Estao da Luz Antes e Durante a Reforma (Revista Museu 2006)
6.5.2 Recuperando e Inovando
A recuperao da Estao da Luz no se enquadra apenas como arquitetnica mas
tambm funcional, com o intuito de facilitar o deslocamento dos usurios de trens e
metr a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, CPTM, decidiu executar uma
galeria de interligao entre a Estao da Luz (trens) e a Estao Luz do Metr.
Figura 6.21 As novas instalaes da Estao da Luz com liberao de passagens
subterrneas Interligao Metr / CPTM
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Esta interligao acontece por meio de um tnel (trecho LK-3) e a construo de um
saguo subterrneo sob a Estao da Luz (trecho LK-5) (Figuras 6.21 e 6.22).
Figura 6.22 As novas instalaes da Estao da Luz com liberao de passagens subterrneas Interligao Metr / CPTM
O tnel LK-3 ficou por conta do consrcio constitudo pelas empresas Augusto
Velloso, Telar e Tejofran, com projeto da Figueiredo Ferraz/ Protran.
Um dos pontos principais desta obra a sua impermeabilizao, por meio da
utilizao de uma geomembrana de PVC com espessura de 3 milmetros, protegida
por dois geotxteis no tecidos, um em cada face, envolvendo totalmente o tnel.
Esta soluo indita no Brasil, apesar de bastante utilizada em outros pases,
principalmente na Europa (Revista Engenharia 2003).
6.5.2.1 Detalhes Construtivos
A galeria de interligao (para unir metro e trens) foi escavada no sistema cut and
cover, at uma profundidade de aproximadamente 20 metros, suportada por
estacas cravadas no solo e uma parede intermediria de blocos ou de concreto
armado dependendo do trecho entre as estacas. A estrutura do tnel
constituda por uma parede de concreto armado com cerca de 60 centmetros de
espessura, uma laje de teto e um piso tambm de concreto armado.
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Nas paredes a geomembrana de PVC protegida por dois geotxteis no tecidos,
um em cada face, e instalada entre a parede diafragma e a parede estrutural do
tnel de 0,6m de espessura. No piso, a geomembrana est sendo instalada sobre
uma base de concreto regularizado e posteriormente protegida por uma camada de
argamassa de cerca de 0,05m, para em seguida receber o concreto armado
estrutural que vai compor o piso. No teto a geomembrana est sendo instalada sobre
a laje do tnel, previamente regularizada, e, na seqncia, recebe uma camada de
proteo mecnica de argamassa tambm de 0,05m antes da vala ser reaterrada
(Figura 6.23).
Figura 6.23 Seo Esquemtica do Sistema de Impermeabilizao
6.5.3 Luminotcnica
O projeto luminotcnico preocupou-se, segundo Franco, em iluminar o todo e, ao
mesmo tempo, enfatizar os principais detalhes da fachada que resultam na
diversificada volumetria - os focos dos projetores so dirigidos s linhas de janelas e
mansardas, torre e ao relgio.
Os projetores que iluminam a fachada foram instalados na marquise que cobre o
acesso quela ala. Tanto a parte mais alta como a mais prxima do trreo deveriam
ter a mesma intensidade de iluminao, sem ocorrncia de recortes e reas de
sombras, explica Franco.
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Para evitar esse tipo de efeito, que poderia ser provocado por equipamentos
tradicionais, os autores especificaram um refletor de facho assimtrico. Ele distribui
uniformemente a luz pela fachada e foi equipado com lmpadas de vapor metlico
de bulbo cermico, que consomem menos energia e tm boa qualidade na
reproduo de cores.
Para destacar as linhas de janelas, a inteno era instalar os equipamentos de
iluminao junto aos peitoris e valorizar seus requadros. Prevaleceu, porm, a
proposta - que parece atender melhor s necessidades do projeto do centro de
estudos - de colocar os equipamentos na parte interna do vo. Um anteparo em
gesso, que simula a provvel soluo final, foi o recurso empregado por Franco e
Fortes, enquanto as obras da Estao da Luz da Nossa Lngua permanecem em
andamento (Figura 6.24).
Figura 6.24 Lmpadas de tecnologia moderna tm tonalidade de luz prxima das incandescentes
Nas janelas, a iluminao feita por lmpadas fluorescentes compactas, que
resultam numa iluminao difusa, adequada ao efeito planejado.
Embaixo da marquise, fontes de luz foram fixadas no teto e direcionadas para o
primeiro segmento da fachada; o piso iluminado por rebatimento. No saguo
interno, foram mantidas as luminrias, que receberam lmpadas de vapor metlico.
A torre tambm recebeu iluminao especfica. Cada uma de suas quatro faces
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recebe luz a partir de projetores individuais de longo alcance com regulagens
diferenciadas e providos com lmpadas de vapor metlico de bulbo cermico. O
objetivo obter a maior homogeneidade possvel em todos os lados (Figura 6.25).
Figura 6.25 Croqui simplificado do projeto luminotcnico (Revista Projeto Design, 2004)
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Com o equipamento luminotcnico posicionado junto ao maquinrio e os projetores
direcionando a luz para as quatro faces, o relgio ganhou brilho e visibilidade.
Como regra geral, o projeto de luminotecnia buscou tonalidade de luz que se
aproximasse da fornecida pelas lmpadas incandescentes, utilizando, porm,
equipamentos de tecnologia moderna (Texto retirado na integra da Revista Projeto
Design 2004).
Figura 6.26 A Reinaugurao da Fachada da Estao da Luz aps sua restaurao em 24/01/2004 - Aniversrio de 450 anos de So Paulo
6.6 O Museu da Lngua Portuguesa
O local escolhido para a instalao do primeiro Museu da Lngua Portuguesa no
podia ser mais apropriado: a cidade de So Paulo.
A escolha do local tambm no podia ser mais apropriado o edifcio da Estao da
Luz, da tambm o nome Estao Luz da Nossa Lngua (Figuras 6.27 e 6.28).
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Figura 6.27 O Museu da Lngua Portuguesa
Figura 6.28 O Museu da Lngua Portuguesa
O museu que foi inaugurado em 20 de Maro de 2006 e o segundo do gnero no
mundo (o primeiro o Museu da Lngua Africana frica do Sul).
O museu constitudo por um espaoso Hall de entrada, por um grande auditrio
(com capacidade para cerca de meio milhar de pessoas), uma ampla Praa da
Lngua, e por mltiplas salas de exposies (umas permanentes, outras
temporrias), entre muitos outros espaos.
O Museu da Lngua Portuguesa pretende ser mais um importante instrumento de
contribuio para a promoo da Lngua Portuguesa, quer no Brasil, quer pelo
mundo fora.
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Os vrios espaos deste moderno museu foram concebidos para manifestarem um
ambiente multimdia, onde encontram-se imagens, msica, vdeo, a voz humana,
etc.
O Museu composto por diversos espaos, dentre eles:
9 rvore da Lngua, uma mega escultura (com cerca de 16 metros de altura) criada pelo designer Rafic Farah. em que se tenta visualizar de uma forma
mais simplificada a evoluo e toda a exuberncia e prodigalidade da Lngua
Portuguesa.
9 Auditrio. Onde so passados, numa tela de nove metros de largura, filmes sobre a origem, a histria, a diversidade, a importncia da linguagem e das
lnguas para o Homem.
9 Praa da Lngua. Este espao, uma espcie de anfiteatro, afigura-se uma das principais reas do Museu, at pela sua profusa dimenso. Aqui so
difundidos textos das obras clssicos da prosa e da poesia em Lngua
Portuguesa, quer em sons, quer em imagens, fixas ou em vdeo. um
planetrio de palavras no qual efeitos visuais so projectados no tecto e
num piso que se alumia.
9 Linha do Tempo da Histria da Lngua Portuguesa, desde h seis mil anos (raz do Indoeuropeu), passando pelo Latim clssico e vulgar, as lnguas
romnicas antigas, at actualidade. Num grande painel, so mostradas as
trs Lnguas principais que formam o portugus falado no Brasil - o portugus
de Portugal, a Lngua dos ndios e dos africanos. tambm apresentado
atravs de 120 relevantes obras da Literatura brasileira a evoluo do
portugus falado no Brasil.
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7. CONCLUSES
A Engenharia Civil no Brasil comeou de forma singela mas cresceu, tem suas
bases na riqueza vinda da Europa, mas tambm no que aprendeu em sua jornada
de evoluo.
A estao da Luz parte da histria da Engenharia Civil no Pas, com sua
construo inicial simples sem nenhum atrativo que cresceu com o tempo, evoluiu
com o conhecimento vindo de fora e seus engenheiros que desafiavam a realidade
para conclu-la.
A Estao passou por diversas fases e realidades at se tornar na Edificao
conhecida hoje, e que por falta de ateno se perdeu no esquecimento.
Com o Programa de Recuperao do Centro de So Paulo criado pela Prefeitura
comearam os trabalhos para recuperao da memria Paulista e as tcnicas da
construo civil se voltaram para outro trabalho, o de restauro.
Assim a Estao da Luz demonstra mais um passo da evoluo da Engenharia
brasileira, a de recuperar, a de reaprender com o que foi criado por pessoas que j
no esto mais presentes para auxiliar em sua reconstruo.
Novas lies, novos aprendizados e mais uma vez a Engenharia se supera,
tornando-se ainda mais incrvel e desafiadora.
Este trabalho memorvel feito na Estao da Luz uma prova viva e incrivelmente
linda de que possvel o passado viver em harmonia com as tecnologias do
presente e principalmente que se houver interesse possvel resgatar toda a histria
de um pas que tem tanto h contar.
-
40
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 100 anos Luz. Disponvel em: . Acesso em: 10/07/07
A Histria de So Paulo por suas Imagens. Disponvel em:
-
41
Engenharia Civil. Disponvel em: . Acesso em: 9/abr/07
Engenharia Civil. Disponvel em:
. Acesso em: 5/abr/07
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