evangelismo por meio da oraÇÃo.pdf

47
E E v v a a n n g g e e l l i i s s m m o o p p o o r r m m e e i i o o d d a a O O r r a a ç ç ã ã o o Resumo do livro: “Como Orar Eficientemente pelos Perdidos” de Lee E. Thomas. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos” (2 Coríntios 4.4)

Upload: fstrad

Post on 24-Oct-2015

420 views

Category:

Documents


9 download

DESCRIPTION

Resumo do livro: "COMO ORAR EFICIENTEMENTE PELOS PERDIDOS", de Lee E. Thomas

TRANSCRIPT

Page 1: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

EEvvaannggeelliissmmoo

ppoorr mmeeiioo ddaa

OOrraaççããoo

Resumo do livro: “Como Orar Eficientemente pelos Perdidos” de Lee E. Thomas.

“O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos”

(2 Coríntios 4.4)

Page 2: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

2

Sumário

Introdução ................................................................................................. 03

Por que orar pelos perdidos .................................................................. 05

Como orar pelos perdidos ...................................................................... 06

Pedidos específicos na oração ................................................................ 10

A batalha espiritual ................................................................................. 14

Apêndice 1: Plantando sementes de salvação ....................................... 21

Apêndice 2: Como utilizar folhetos evangelísticos ............................... 34

Apêndice 3: Evangelismo de oração e atos proféticos ........................... 38

Referências bibliográficas ...................................................................... 44

Minha lista de oração .............................................................................. 45

Page 3: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

3

Introdução A despeito das diferentes estratégias de evangelismo que possamos usar,

devemos admitir uma coisa: só Deus pode converter uma alma! Nossos

excelentes métodos podem trazer as pessoas para a igreja ou até mesmo fazer

com que repitam a “oração do pecador”, porém eles não podem produzir a

regeneração. Somente Deus pode fazer isso. Podemos plantar e regar; no

entanto, Deus é quem dá o crescimento.

Muitos fazem a “oração do pecador” sem, contudo, experimentar qualquer

mudança em suas vidas. Por outro lado, aqueles que vêm a Cristo em resposta à

oração, são sobrenaturalmente despertados, experimentam o novo nascimento e

continuam na fé. Eles se tornam parte do Corpo de Cristo porque uma obra

sobrenatural aconteceu em seus corações (Joel Comiskey).

Vejamos o que a Bíblia fala sobre como a salvação acontece na vida de

uma pessoa:

Mateus 15.13

Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou,

será arrancada.

Mateus 16.16, 17

E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus,

respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não

revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

Mateus 19.25, 26 Os seus discípulos, ouvindo isto, admiraram-se muito, dizendo: Quem poderá pois

salvar-se? E Jesus, olhando para eles, disse-lhes: Aos homens é isso impossível,

mas a Deus tudo é possível.

João 1.12, 13

Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de

Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da

vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.

João 3.3, 5, 6

Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não

nascer de novo, não pode ver o reino de Deus... Jesus respondeu: Na verdade, na

verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar

no reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do

Espírito é espírito.

João 6.44

Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o

ressuscitarei no último dia.

Page 4: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

4

João 16.8

E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.

2 Coríntios 4.3, 4 Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, para os que se perdem está

encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos,

para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a

imagem de Deus.

Com base nos textos acima, podemos afirmar que os perdidos não poderão

ser salvos a menos que alguém ore por eles. Esta é uma declaração chocante que

parece inacreditável até que vejamos a descrição bíblica dos perdidos: filhos do

diabo (Jo 8.44); sob a autoridade de Satanás (At 28.18); casa de um homem forte

(Mc 3.27); prisioneiros de guerra (Is 14.17), cegados para o Evangelho

(2 Co 4.3,4).

Todas estas são razões assustadoras para orarmos pelos perdidos se

quisermos que eles tenham alguma esperança de salvação. Mas vamos nos

concentrar apenas na cegueira espiritual neste momento. O texto de 2 Coríntios

ensina claramente que Satanás cegou as mentes dos incrédulos com a finalidade

específica de impedir que eles compreendam o Evangelho.

Lewis S. Chafer afirma: “A cegueira da mente, ou o véu colocado sobre a

mente, mencionado em 2 Coríntios 4, causa uma incapacidade espiritual para o

descrente entender o caminho da salvação, e é imposta sobre o homem não

regenerado pelo arqui-inimigo de Deus em suas tentativas de impedir o propósito

de Deus na redenção. É uma condição da mente contra a qual o homem não

tem nenhum poder” (Chafer, p.57).

A menos que o Espírito Santo remova as vendas demoníacas e abra a

mente e o coração do homem, ele não pode ser salvo porque as coisas de Deus

“lhe parecem loucura” (1 Co 2.14, Jo 16.8). Charles G. Finney dizia: “No caso de

um amigo impenitente, a condição exata pela qual ele deve ser salvo do inferno

pode ser o fervor e a importunação da oração que você faz por aquele indivíduo”

(Finney, p. 54).

Portanto, antes de conversar diretamente com as pessoas acerca de Deus,

precisamos conversar com Deus sobre aqueles que estão à nossa volta. Isto é

evangelizar por meio da oração (Beverly Jaime). Se quisermos ver nossos

amigos, familiares, vizinhos e colegas de trabalho serem ganhos para Cristo,

teremos de pagar o preço por eles em oração.

Page 5: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

5

Por que orar pelos perdidos As razões mais fortes para fazermos alguma coisa são sempre aquelas

baseadas na Bíblia e, quando o assunto é orar pelos perdidos, há muitas delas.

Oração é prioridade para Deus

“Admoesto-te, pois, antes de tudo, que se façam deprecações, orações,

intercessões, e ações de graças, por todos os homens; pelos reis, e por todos os

que estão em eminência, para que tenhamos uma vida quieta e sossegada, em

toda a piedade e honestidade; porque isto é bom e agradável diante de Deus

nosso Salvador, que quer que todos os homens se salvem, e venham ao

conhecimento da verdade” (1 Tm 2.1-4). A palavra grega para “antes de tudo”

é definida no dicionário Strong como o primeiro ou principal quanto a tempo,

lugar, ordem ou importância. A oração está no topo da lista das coisas que Deus

quer que façamos e Ele também quer que todos se salvem.

A oração tem poder

“A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos” (Tg 5.16).

Alguém disse: “Quando o homem ora, Deus trabalha...”. Quando a bomba atômica

foi lançada sobre o Japão, cerca de 92.000 pessoas morreram. Mas quando o rei

Ezequias orou a Deus em favor do seu povo que havia sido cercado pela Assíria,

Deus enviou um anjo que matou 185.000 soldados inimigos em uma única noite

(2 Rs 19.35). O poder da oração de Ezequias foi duas vezes mais explosivo que a

bomba atômica! Se a oração é suficientemente forte para destruir exércitos, quão

mais poderosa será para salvar vidas!

O exemplo de Jesus

“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a

Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). Jesus é o nosso

Salvador e Senhor, o Rei dos reis entronizado nos céus e, mesmo assim, continua

a orar pela humanidade até agora! Paulo é outro bom exemplo para seguirmos:

“Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua

salvação” (Rm 10.1).

Porque é nossa responsabilidade

“Vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual e

sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus

Cristo” (1 Pe 2.5). A função dos sacerdotes é representar a terra perante os céus.

Nossa principal tarefa é ficar entre os perdidos e Deus, pleiteando a causa deles

perante o Senhor.

Page 6: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

6

Como orar pelos perdidos Dois fatores ou condições estão envolvidos em cada oração respondida —

justiça e fé. A justiça de Cristo creditada em nosso favor, que vem através do seu

sangue é o que nos dá intrepidez para nos aproximarmos do seu trono de graça.

Mas a justiça transmitida em nossa experiência pessoal também é fundamental,

pois o Salmo 66.18 nos diz: “Se eu atender à iniquidade no meu coração, o

Senhor não me ouvirá”. Ou, como Jesus ensinou: “Se vós estiverdes em mim, e

as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será

feito” (Jo 15.7). Em outras palavras, cristãos obedientes têm suas orações

respondidas.

O outro fator necessário em todas as orações respondidas é a fé. Esta é

uma lei inquebrável no reino espiritual: “Seja-vos feito segundo a vossa fé”

(Mt 9.29). Portanto, quando oramos pelos perdidos, precisamos de justiça

(a creditada por Jesus e a pessoal) e de fé. Mas há também outros oito fatores

que são especialmente importantes para esta tarefa:

1. QUEBRANTAMENTO. “Os que semeiam em lágrimas segarão com

alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem

dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos” (Sl 126.5, 6). Esta é a lei

da colheita espiritual. Assim como Jesus chorou por Jerusalém, assim devemos

chorar por aqueles amados que ainda estão perdidos se realmente quisermos vê-

los salvos. Alguém disse que “orações líquidas” (isto é, com lágrimas) talvez

sejam as mais poderosas de todas!

2. DOR DE PARTO. “Mas Sião esteve de parto e já deu à luz seus filhos”

(Is 66.8). O dicionário Strong define dor de parto como “contorcer-se de dor;

passar por grave sofrimento de dor”. Muitos de nós nunca experimentamos isso

em nossa vida de oração e esta é uma das razões por que não vemos muitos

resultados em ganhar os perdidos para Cristo. Jesus descreve a experiência de

salvação como um “novo nascimento”. Assim como uma mãe experimenta as

dores de parto ao dar à luz no reino físico, assim deve acontecer no reino

espiritual.

John Hyde literalmente passou sua vida orando para que pessoas fossem

salvas. Em 1908, ele pediu que Deus lhe desse uma vida por dia. Naquele ano ele

ganhou mais de 400 pessoas para Cristo. No ano seguinte, ele pediu duas vidas

por dia (que não apenas fizessem a “oração do pecador”, mas que fossem

batizadas e permanecessem em Jesus), e ganhou mais de 800 almas para Cristo.

Então, em 1910, ele orou pedindo quatro vidas por dia e Deus lhe concedeu seu

pedido. Devido ao estresse e à tensão com que orava, seu coração “saiu de sua

posição natural no lado esquerdo e foi para o lado direito”, relatou seu médico

(Carre, p. 44).

Page 7: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

7

3. PERSISTÊNCIA. Uma das descrições mais fortes sobre o estado dos

perdidos está em Marcos 3.27 em que Jesus descreve a vida de um pecador como

“a casa do homem forte”. Ele afirma que ninguém pode ajudar uma pessoa assim

sem primeiro amarrar este homem forte. Alguns demônios controladores são tão

fortes que oração e jejum são necessários para se obter a vitória (Mc 9.29). A

oração persistente é necessária por causa da relutância de Satanás em desistir

delas. Ele é capaz de controlar até culturas e países inteiros. Por isso muitas vezes

é difícil para os missionários alcançarem certos grupos.

“Sete anos se passaram até que William Carey batizasse seu primeiro

convertido na Índia; sete anos se passaram até que Judson fizesse o primeiro

discípulo em Burma; Morrison labutou por sete anos até que o primeiro chinês

fosse trazido a Cristo; Moffat declara que esperou também sete anos para ver o

primeiro mover evidente do Espírito Santo nos bechuanas na África; Henry

Richards trabalhou com afinco por sete anos no Congo até que a primeira alma

fosse ganha em Benza Mantaka” (Gordon, pp. 139, 140).

Uma das táticas favoritas de Satanás é fazer com que a situação pareça tão

impossível que nos sintamos desanimados e desistamos de orar. A razão por que

ele faz isso é porque não tem nenhuma defesa contra a oração. Toda oração é

uma batalha e, quando você ora, Satanás está sendo derrotado mesmo que você

não veja nenhuma mudança aparente nas circunstâncias. Se pudéssemos ver

o que está acontecendo no reino espiritual quando oramos, teríamos um grande

ânimo (veja 2 Reis 6.17!). Portanto, continue orando por aqueles que você deseja

ver salvos, vendo resultados ou não, porque suas orações estão sendo

respondidas!

O caso mais incrível desse tipo de persistência na oração foi visto na vida

de George Muller. Ele disse: “O segredo é nunca desistir até que a resposta

venha. Tenho orado por 63 anos pela conversão de um homem. Ele ainda não é

salvo, mas será. Como poderia ser diferente? Estou orando...”. O dia chegou em

que o amigo de Muller recebeu Jesus. Não chegou até que o caixão de Muller

fosse baixado à terra. Ali, diante da sepultura aberta, aquele amigo entregou seu

coração a Deus. A oração perseverante havia ganhado mais uma batalha. O

sucesso de Muller pode ser resumido em três palavras poderosas: “Ele não

desistiu!” (Eastman, pp. 99, 100).

4. ATAQUE. Deus nos deu uma autoridade incrível e é imperativo que a

exercitemos, especialmente na evangelização mundial (Mt 16.19, 28.18–20). Somos

vencedores (Ap 12.11) ou “mais que vencedores” (Rm 8.37) e Deus espera que

ataquemos o homem forte, que está totalmente armado e o derrotemos a fim de

“repartir o seus despojos” (Lc 11.21, 22). Como já vimos, Satanás mantém as almas

cativas e ele não desistirá delas sem luta! Mas temos de estar sempre conscientes de

que “as armas da nossa milícia não são carnais; mas sim, poderosas em Deus” (2 Co

10.4). Quando estamos prontos para a batalha com a armadura de Deus, lutamos

através da oração (Ef 6.10–18).

Page 8: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

8

Satanás se recusa a reconhecer sua derrota final; ele se recusa render

qualquer parte de seu domínio enquanto pode; ele contesta brava e amargamente

cada ação contrária ao seu domínio, cedendo apenas o que lhe é tomado à força

(Newell, p. 27). Portanto, é hora de nos tornarmos agressivos na luta pelas almas,

pois “se faz violência ao reino dos céus, e pela força se apoderam dele”

(Mt 11.12).

5. SÚPLICA. Um dos meios mais poderosos de orar eficientemente é

apresentar a Deus razões por que nossas orações devem ser respondidas. Ele

mesmo ordena que façamos isto em Isaías 41.21: “Apresentai a vossa demanda

diz o Senhor; trazei as vossas firmes razões”. São muitos os exemplos bíblicos:

Abraão por Sodoma (Gênesis 18), Moisés por Israel (Êxodo 32), Ezequias por

Judá (2 Reis 19), e a lista continua. A. T. Pierson afirma: “Devemos apresentar

nosso caso a Deus, não realmente para convencê-lo, mas para convencer a

nós mesmos. Ao provar a Ele que, por Sua palavra, juramento e caráter, Ele

se comprometeu a interferir, demonstramos para nossa própria fé que Ele

nos deu o direito de pedir e de reivindicar, e que Ele irá responder à nossa

súplica porque não pode negar-se a si mesmo” (Pierson, p. 150).

Spurgeon sentiu fortemente o poder da súplica. Ele disse: “É hábito da fé,

quando ela está orando, usar súplicas. Meros recitadores de orações, que não

oram nada, se esquecem de argumentar com Deus; mas aqueles que prevalecem,

apresentam suas razões e seus fortes argumentos e debatem a questão com o

Senhor. (...) Oh, irmãos, vamos aprender assim a suplicar os preceitos, as

promessas, e tudo o mais que precisamos, mas vamos sempre ter algo a suplicar.

Não pense que você orou até que você tenha suplicado, pois a súplica é o

verdadeiro cerne da oração” (Spurgeon, pp. 49, 50).

Há centenas de versículos bíblicos que podemos usar ao suplicarmos pela

salvação das almas como, por exemplo, 1 Timóteo 2.4 que declara que o Senhor

“quer que todos os homens se salvem, e venham ao conhecimento da verdade”.

Minha súplica favorita envolve o que Deus fez no passado ao salvar outros:

Nínive (uma cidade tão perversa que Deus já a havia destinado à destruição), o

endemoninhado gadareno (que andava nu, vivia nos sepulcros, era tão feroz que

nenhum homem podia aproximar-se dele, um rejeitado pela sociedade, cheio de

uma legião de demônios, pior do que qualquer pessoa que já conhecemos), Saulo

de Tarso (o assolador da igreja) e as cidades inteiras de Lida e Sarona (At 9.35).

6. MOTIVAÇÃO. Nossa motivação principal para orarmos pelos perdidos

deve ser a glória de Deus. “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e

assim sereis meus discípulos” (Jo 15.8). Mas muitas vezes nossas motivações

estão envenenadas com orgulho e egoísmo. Pais podem estar orando por suas

“ovelhas negras” motivados pelo orgulho do nome da família, sem sequer

entenderem que sua motivação é impura.

Page 9: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

9

Na Bíblia este ponto é muito claro: “Pedis, e não recebeis, porque pedis

mal, para o gastardes em vossos deleites” (Tg 4.3). Se você está orando há muito

tempo por uma determinada pessoa (especialmente se for um membro da família

ou um amigo chegado) sem ver resultados, você deve examinar sua motivação

para ver se ela é pura (isto é, principalmente para a glória de Deus).

7. ESPÍRITO SACRIFICIAL. Vemos isso demonstrado pelo apóstolo

Paulo, que estava disposto a ser “anátema de Cristo” para a salvação de seu povo

(Rm 9.3); por Moisés, que jejuou e orou outros quarenta dias e quarenta noites

por causa dos pecados de seu povo (Dt 9.18, 19, ver também Ex 32.32); por

Ester, que declarou: “E se perecer, pereci” (Et 4.16). Embora Deus não permita

que tomemos o lugar de outra pessoa no inferno, certamente nossas orações

seriam mais eficazes se tivéssemos o mesmo amor demonstrado por estes e

outros servos de Deus.

8. UNIDADE. Todas as outras coisas mencionadas têm igual valor, mas a

unidade é o fator mais poderoso na oração pelos perdidos. Ela produz

resultados imediatos! Assim como uma lente de aumento pode gerar fogo

porque capta os raios difusos da luz do sol e os concentra em um ponto

específico, assim também cristãos em unidade podem orar por uma determinada

pessoa, por para correr o homem forte e liberar o poder do Espírito na vida dela.

Duas mil pessoas oraram por Jabez Carey (filho de William Carey) e ele

se converteu na mesma hora; várias dezenas de pessoas oraram por Chrissy

Cymbala e ela começou a se arrepender de seus pecados em 32 horas; dezoito

pessoas oraram por Mike Doles e ele foi salvo dentro de duas semanas; dois

oraram por Ricky Gresham e ele foi completamente transformado em menos de

dois meses.

Se você tiver alguém que possa ajudá-lo em oração por sua pessoa

amada, você verá resultados dramáticos! Pois dois podem fazer correr dez mil no

reino espiritual (Dt 32.30) e dois que “concordarem” em oração sempre

receberão seus pedidos, de acordo com o próprio Senhor (Mt 18.19).

Vou explicar por que a oração em unidade pelos perdidos é tão poderosa.

Primeiro (e mais importante) está o valor incrível que Deus coloca na unidade

entre seu povo. Este é o desejo do Senhor evidenciado em sua oração por nós

(João 17) em que, cinco vezes, Ele ora para que “sejamos um”. Também a

prioridade de Deus para nós é que “se façam... orações... por todos os homens

(...) para que se salvem” (1 Tm 2.1–4). Ora, como a unidade é bastante rara e

intercessores também (Deus não conseguiu achar nem ao menos um em Israel –

Is 59.16!), quando colocamos essas duas coisas juntas – unidade e intercessão –

temos algo duplamente raro. E Deus acha isso tão precioso que Ele abençoa

ricamente esse fato, além da nossa mais arrojada imaginação!

Page 10: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

10

A segunda razão é realmente simples – há apenas um homem forte

controlando a vida de uma pessoa. Quando vários do povo de Deus se levantam

contra um homem forte, ele é facilmente derrotado porque “maior é o que está

em vós do que o que está no mundo” (1 Jo 4.4). Então, despojá-lo de seus bens

fica relativamente fácil. Muitas vezes a pessoa virá até você buscando ajuda. Este

foi o caso de Jimbo Barrentine. Em janeiro de certo ano, fiz uma aliança com sua

esposa Rachele de orar por ele. Dois meses depois ele estava com uma convicção

tal que veio ao meu escritório me procurar. Mas eu estava em Arkansas

ministrando este material numa conferência sobre oração, então ele foi até a casa

de outro pregador da nossa igreja para saber o que precisava fazer para ser salvo.

Ele não conseguiu esperar que eu voltasse; ele tinha de ser salvo imediatamente!

A terceira razão é que o orgulho é quebrado. Satanás habita no orgulho

assim como Deus habita no meio dos louvores. E até que alguém seja humilde o

suficiente para pedir ajuda de oração, o diabo geralmente é capaz de manter o

controle da situação. Além disso, o próprio Deus “resiste aos soberbos, mas dá

graça aos humildes” (Tg 4.6). Em várias ocasiões em que tentei testemunhar a

um marido perdido, a esposa começava a me falar sobre as “boas qualidades”

dele. O orgulho não permitia que ela aceitasse a miserável condição dele diante

de Deus. Consequentemente, nunca ganhei nenhum desses homens para Cristo.

Pedidos específicos na oração A maioria de nós encontra dificuldades em orar para que alguém seja

salvo porque tudo que sabemos dizer é: “Deus, por favor, salve fulano”. Sentimo-

nos como tolos ao orarmos esse pedido vez após vez, então, em geral desistimos.

Entretanto, esse tipo de oração envolve quatro áreas: o indivíduo, a pessoa que

ganha almas para Cristo, a Palavra de Deus e o avivamento. Quando aprendemos

a orar por coisas específicas nessas áreas, nossa intercessão se torna desafiadora

e eficiente.

Pelo indivíduo 1. PEDIMOS QUE O SENHOR O SANTIFIQUE. Isso pode parecer estranho,

mas é assim que Deus começa sua obra de redenção na vida de cada pessoa (ver

1 Pe 1.2, 2 Ts 2.13, 14). É como se Ele traçasse um círculo invisível em volta da

pessoa para depois começar a influenciar o que está ali dentro. Quando o próprio

Deus entra nesse círculo, coisas incríveis começam a acontecer, como você verá

ao ler os testemunhos mais adiante neste livro. Esta maravilhosa verdade é um

grande encorajamento àqueles que estão orando por outras pessoas porque

podemos descansar na certeza de que o Espírito Santo, que é o Senhor da

colheita, sempre alcança a pessoa depois que a santifica!

Page 11: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

11

2. DEPOIS PEDIMOS QUE DEUS ABENÇOE AQUELA PESSOA. Quando Jesus

enviou seus discípulos para a seara, Ele lhes deu instruções específicas para

primeiro dizerem: “Paz seja nesta casa” (Lc 10.1–5). Como é sempre a bondade

de Deus que conduz o homem ao arrependimento (Rm 2.4), é imperativo que

imploremos a Deus que abençoe liberalmente aqueles por quem estamos orando.

(Ver como Jesus corrigiu a atitude errada dos discípulos em Lucas 9.52–56!)

3. PEDIMOS TAMBÉM QUE O SENHOR O CONVENÇA. Apenas o Espírito

Santo pode tornar uma pessoa convicta; portanto, fazemos certo quando oramos

João 16.8–11. Convicção significa basicamente convencer alguém de uma falta.

A principal falta ou problema dos perdidos é não crerem em Jesus e este é o

pecado do qual o Espírito Santo os convence.

4. ORAMOS PARA QUE O SENHOR ILUMINE A MENTE DA PESSOA PARA

A VERDADE. Mesmo depois que alguém se torna convicto de sua necessidade de

salvação, sua mente (que está cega) pode permanecer fechada para a luz do

Evangelho e continuar em trevas espirituais (2 Co 4.6). Assim que o coração e a

mente são abertos para a verdade, Deus usa cristãos para explicar o Evangelho

àquela pessoa. Embora o eunuco etíope fosse um seguidor da verdade, tivesse

vindo a Jerusalém expressamente para adorar e até mesmo possuísse uma cópia

das Escrituras, ele admitiu que não conseguiria entender se alguém não lhe

ensinasse (Atos 8.26–39).

Uma história ainda mais fascinante é a de Cornélio (Atos 10). Ele era

“piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao

povo, e de contínuo orava a Deus”. Ele era muito melhor do que a maioria dos

cristãos que conhecemos e, mesmo assim, ainda estava perdido – ele não

conhecia o caminho para a salvação. Ele foi instruído por um anjo a mandar

buscar Pedro que lhe diria o que fazer. Cornélio e aqueles que estavam com ele

estavam tão abertos para o Evangelho que, assim que ouviram a Palavra, o

Espírito Santo caiu sobre eles e foram salvos enquanto Pedro ainda estava

pregando! Peça a Deus para abrir as mentes e os corações dos perdidos – Ele

abrirá. A partir daí, eles podem ser gloriosamente salvos.

5. AGORA ESTAMOS PRONTOS PARA PEDIR A DEUS QUE SALVE A

PESSOA. Entretanto, devemos pedir que Deus faça o que for necessário para

facilitar a salvação, pois Ele irá orquestrar os fatos naquela vida a fim de trazê-la

ao arrependimento. Ao comentar sobre Lucas 19.10: “Porque o Filho do homem

veio buscar e salvar o que se havia perdido”, Chafer disse: “Isso deve significar

mais que uma mera tentativa de localizar homens não salvos, pois eles estão

presentes em todos os lugares. O termo sugere uma preparação divina dos não

salvos que os trará a um ajuste às condições necessárias para a salvação”

(Chafer, pp. 3, 4).

Page 12: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

12

Pelos ceifeiros Oramos para que Deus envie alguém para compartilhar o Evangelho.

Na verdade, isto é exatamente o que Ele nos manda fazer (Mt 9.37, 38). Além de

orar para que o Senhor envie mais ceifeiros para a sua seara, precisamos orar

também para que o Senhor encha seus obreiros com seu Espírito, equipando-os

com poder (habilidade e força), intrepidez (At 4.31), sabedoria (Pv 11.30), zelo

(Cl 4.12, 13), compaixão (Jd 22, 23) e revelação divina (Jr 33.3). E as vidas

serão salvas!

Pela Palavra de Deus Após termos orado para que os indivíduos sejam salvos e para que

ceifeiros testemunhem a eles, agora oramos pela Palavra de Deus que vai ser

compartilhada. Ninguém é salvo sem ouvir a Palavra (Rm 10.14). Satanás odeia

a Palavra, por isso sempre a ataca. Como a Palavra de Deus é necessária para

convencer (At 2.37), para libertar (Jo 8.32) e para salvar os perdidos (1 Pe 1.23),

Satanás se opõe vigorosamente a ela com distrações (Lc 8.11–15), fortalezas

(2 Co 10.4, 5) e substituições (2 Co 11.3, 4).

A Palavra de Deus é para Satanás o que a criptonita era para o “Super-

homem” — ela torna-o fraco e indefeso. Ela também dizima o reino do inimigo

libertando os cativos, pois “conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”

(Jo 8.32). Mas, observe, não é a verdade que libertará, mas a verdade que as

pessoas conhecerem. Portanto, Satanás faz tudo que pode para impedir que as

pessoas conheçam a verdade. Ao explicar a parábola do semeador a seus

discípulos, Jesus disse que Satanás vem imediatamente e rouba a palavra antes

que a pessoa possa entendê-la (Mc 4.15). Por isso é imperativo que oremos pela

Palavra de Deus que está sendo compartilhada com os perdidos:

Que ela não seja impedida, mas tenha “livre curso” (2 Ts 3.1);

Que ela seja glorificada, isto é, altamente estimada e honrada entre

aqueles que a ouvem (2 Ts 3.1, Sl 138.2);

Que ela seja multiplicada (At 12.24), pois uma das leis da colheita é: “o

que semeia em abundância, em abundância ceifará” (2 Co 9.6);

Que ela prevaleça (At 19.20). Assim como uma pequena semente pode

quebrar uma laje de concreto à medida que a força da vida nela contida

começa a emergir, assim também acontece com a semente da Palavra de

Deus no coração humano;

Que ela seja eficaz (At 14.1, Is 55.10, 11).

Page 13: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

13

Devemos entender que apenas quando o Espírito Santo ativa a Palavra no

coração do ouvinte é que este pode ser salvo. É por isso que devemos orar para

que a Palavra de Deus seja eficaz na vida daqueles que a ouvem. (Ver o exemplo

de Judas e dos fariseus. Tiveram contato direto com a Palavra, mas esta não lhes

penetrou os corações!).

Por avivamento Também devemos orar por avivamento. A passagem clássica das

Escrituras sobre este assunto começa assim: “E se o meu povo, que se chama

pelo meu nome, se humilhar, e orar...” (2 Cr 7.14). O tipo de oração observado

aqui é a intercessão – orar por outras pessoas. Foi apenas depois que Jó orou

(a mesma palavra hebraica aqui mencionada) por seus amigos que Deus mudou

drasticamente sua situação (Jó 42.10). Durante os tempos de avivamento, toda

oração é quase que exclusivamente por outros.

Veja como Finney descreve a prevalência da oração durante tempos de

avivamento:

“Eu já disse, mais de uma vez, que o espírito da oração que prevalecia nesses

avivamentos era uma característica muito marcante. Era comum que os novos

convertidos fossem grandemente exercitados na oração; e, em alguns casos,

eram tanto que se sentiam constrangidos a orar noites inteiras, até que sua força

física quase se exaurisse pela conversão das vidas ao seu redor. Havia uma

grande pressão do Espírito sobre as mentes dos cristãos e parecia que eles

suportavam o peso das almas imortais... Era muito comum encontrar cristãos

que, sempre que se encontravam em algum lugar, em vez de ficarem

conversando, permaneciam de joelhos em oração...

As reuniões de oração não eram apenas grandemente multiplicadas e sempre

cheias de gente, mas também havia um poderoso espírito de oração em secreto.

Os cristãos oravam muito e muitos deles gastavam horas em oração particular.

Também era comum ver dois ou mais tomarem a promessa: ‘Se dois de vós

concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será feito

por meu Pai, que está nos céus’ (Mt 18.19), e a tornarem pessoal, usando o nome

de alguém em particular como sujeito da oração; e era maravilhoso ver até que

ponto eles prevaleciam. Respostas a orações eram tão manifestamente

multiplicadas por todos os lados que ninguém conseguia escapar da convicção

de que Deus estava diariamente e a cada momento respondendo às orações”

(Finney, pp. 141, 142).

Uma leitura rápida sobre os avivamentos logo revela que centenas,

milhares, e até milhões de almas se converteram a Cristo durante esses tempos.

Jonathan Edwards até mesmo considerou o avivamento como o maior meio que

Deus usa para estender seu reino (Edwards, p. 26). Portanto, se você quer ver

almas sendo salvas, ore por avivamento!

Page 14: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

14

A batalha espiritual

Em Efésios 2.2 lemos: “Em que noutro tempo andastes segundo o curso

deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que agora

opera nos filhos da desobediência”. A palavra grega para “agora opera” é

energeo – “está energizando”. Isto significa que os perdidos são literalmente

“energizados pelo diabo”.

João nos ensina em sua primeira carta: “Sabemos que somos de Deus e

que todo o mundo está no maligno” (5.19). Isto significa que todo o mundo está

literalmente prostrado debaixo da influência do inimigo. A respeito do mundo,

Stott comenta: “Ele está ‘no maligno’, em suas garras e debaixo de seu domínio.

Além disso, ele fica prostrado ali. Ele não é representado como quem está

lutando ativamente para se libertar, mas como quem está deitado, quieto, talvez

até mesmo inconscientemente adormecido, nos braços de Satanás. O diabo não

toca o cristão, mas o mundo está desesperançado em suas garras” (Stott, p. 193).

Então, em Marcos 3.27, está o que considero o versículo mais importante

na Bíblia com relação a ganhar os perdidos para Cristo. Neste verso, Jesus diz:

“Ninguém pode roubar os bens do valente, entrando-lhe em sua casa, se primeiro

não maniatar o valente; e então roubará a sua casa”. Se este versículo quer dizer

alguma coisa, ele diz que nenhuma pessoa jamais poderá ser salva a menos que

alguém a liberte das influências demoníacas que a controlam. Esta é a

primeiríssima coisa que deve ser feita. E este processo de libertação é realizado

por meio da oração!

A fim de ganharmos a batalha pelas vidas, há algumas coisas básicas que

precisamos saber. A primeira delas é saber usar as armas que nos foram dadas

por Deus. Mas, antes que eu lhe apresente suas armas e fale sobre como utilizá-

las, deixe-me lembrar-lhe que seu real combate é em oração – lutamos através da

oração. Ouvi o Irmão Mickey Bonner dizer muitas vezes que toda oração é

batalha! Portanto, quando não estamos orando, Satanás está ganhando por

causa do nosso descuido; mas, quando estamos orando, ele está perdendo,

porque não tem absolutamente nenhuma defesa contra a oração. Será que é

por isso que Deus quer que oremos “sem cessar” (1 Ts 5.17) e que os apóstolos

perseveraram “na oração e no ministério da palavra” (Atos 6.4)?

Nossas armas

1. O SANGUE DE CRISTO. “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e

pela palavra do seu testemunho” (Ap 12.11). O autor de Hebreus nos diz por que

clamar pelo sangue de Cristo na oração é algo tão poderoso: “Para que pela morte

aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo” (2.14). O dicionário

Strong define “aniquilar” como “fazer que algo fique totalmente inútil; tornar

sem uso”.

Page 15: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

15

“Quando Satanás matou o Filho de Deus inocente, ele destruiu a si

mesmo... Todas as reivindicações legais que ele havia assegurado sobre a terra e

o homem através da queda de Adão agora estão completamente canceladas; a

partir da Cruz, ele não tem absolutamente nenhum direito sobre ninguém nem

sobre nada. Isto significa que todo poder que ele exerce agora, ele o faz somente

através do engano e dos blefes” (Billheimer, p. 31).

Quando clamamos pelo sangue de Cristo, estamos relembrando Satanás e

todos os seus demônios que eles já estão derrotados. Isto é especialmente

significativo na batalha pelas almas, uma vez que o derramamento do sangue de

Jesus no Calvário pagou a conta do pecado por toda a humanidade (1 Jo 2.2) e

agora Satanás só mantém almas cativas por causa da nossa omissão e negligência

– porque não insistimos para que ele as liberte!

2. O NOME DE JESUS. Como estamos agindo em obediência direta ao

mandamento do Senhor Jesus em interceder pelos perdidos e exigir que eles

sejam libertos, os demônios que os controlam têm que obedecer porque estão

sujeitos ao Nome de Jesus. O Nome de Jesus é poderoso por pelo menos três

razões bíblicas:

Ele é Senhor sobre todos por meio da criação: “Porque nele foram

criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis,

sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades.

Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl 1.16);

Ele é Senhor pela crucificação: “Para que pela morte aniquilasse o que

tinha o império da morte, isto é, o diabo; e livrasse todos os que, com

medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão”

(Hb 2.14, 15);

Ele é Senhor através da coroação: “O qual está à destra de Deus, tendo

subido ao céu, havendo-se-lhe sujeitado os anjos, e as autoridades, e as

potências” (1 Pe 3.22).

3. A PALAVRA DE DEUS. Como vimos, clamar de acordo com as

Escrituras é realmente eficaz. A Palavra de Deus é também chamada de

“a espada do Espírito” (Ef 6.17). Uma vez que Satanás foi totalmente destituído

de seu poder e autoridade no Calvário (Cl 2.15, Hb 2.14), tudo o que ele tem

como arma para trabalhar é a mentira. Entretanto, ele sabe usá-la muito bem para

enganar “todo o mundo” (Ap 12.9). Mas a Palavra de Deus é “a verdade” e a

verdade sempre derrota a mentira. Portanto, se usarmos continuamente a Palavra

de Deus na oração de batalha, vamos vencer todas as vezes e as vidas

serão libertas.

Page 16: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

16

4. LOUVOR E ADORAÇÃO. Esta é outra arma poderosa que podemos usar,

pois, quando começamos a louvar e adorar a Deus, Ele entra na situação (Salmo

22.3, 2 Crônicas 20). Veja o que Francis McGraw compartilha sobre o papel do

louvor na busca de John Hyde pelas vidas:

“Eu me lembro do John contando-me que, naquela época, se em algum dia pelo

menos quatro vidas não fossem trazidas ao rebanho, à noite haveria tal peso no

coração dele que seria até dolorido, e ele não conseguiria comer nem dormir.

Então (quando isso acontecia) ele pedia ao Senhor que lhe mostrasse qual

obstáculo em sua vida estava impedindo a bênção. Invariavelmente, ele

verificava que o motivo era a vontade de louvar. Este mandamento, que se repete

na Palavra de Deus centenas de vezes, certamente é muito importante. Então, ele

confessava seu pecado e aceitava o perdão através do sangue de Cristo. Daí, ele

pedia pelo espírito de louvor como pedia por qualquer outro dom de Deus. Então

trocava suas cinzas pela coroa de Cristo; a tristeza pelo óleo de alegria de Cristo;

o espírito pesado pelas vestes de louvor (o Cântico do Cordeiro – louvar a Deus

antecipadamente por aquilo que Ele vai fazer) e, à medida que ele louvava a

Deus, as vidas vinham a ele, e os números que faltavam eram acrescentados”

(Carre, p. 39).

5. JEJUM. Esta é outra arma poderosa em nosso arsenal, mas pouco

usada. Certa ocasião, quando os discípulos não conseguiram expulsar um

demônio de um garoto, Jesus lhes disse: “Esta casta não pode sair com coisa

alguma, a não ser com oração e jejum” (Mc 9.29).

6. AMOR. Quando você ama alguém o suficiente, você faz o que for

preciso para manter aquela pessoa fora do inferno. A propósito, o amor “tudo

sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha” (1 Co 13.7, 8).

Portanto, o que acontece quando oramos usando as armas que Deus nos

deu? Em 2 Coríntios 10.4, 5 lemos o seguinte: “Porque as armas da nossa milícia

não são carnais, mas sim poderosas em Deus para destruição das fortalezas;

destruindo os conselhos, e toda a altivez que se levanta contra o conhecimento de

Deus, e levando cativo todo o entendimento à obediência de Cristo”.

As fortalezas de Satanás As armas que empunhamos na oração são projetadas para destruir

fortalezas, expulsar argumentos e capturar pensamentos. Fortalezas são

disposições mentais contrárias à Palavra e à vontade de Deus. Portanto, podemos

ver rapidamente que o campo de batalha é a mente humana porque estamos

lidando com disposições mentais, argumentos e pensamentos. É importantíssimo

que entendamos isto porque quem controla a mente, controla a pessoa. Se

Satanás puder continuar controlando a mente de uma pessoa não salva, ele será

capaz de impedir que esta pessoa seja salva.

Page 17: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

17

“O homem é um agente livre no que diz respeito a Deus; total e inteiramente livre.

E ele é o agente mais escravizado sobre a face da terra no que diz respeito ao pecado,

ao egoísmo e ao preconceito. O propósito da nossa oração não é forçar ou coagir

a vontade humana; isto nunca. É libertar a vontade das pessoas das influências

pervertidas que agora a torcem. É tirar a poeira dos olhos para que possam ver

claramente. E, uma vez que estejam livres, capaz de ver bem para equilibrar as coisas

sem preconceito, a probabilidade é que usem sua vontade para escolher apenas o

certo. (...) Nossa oração é para “resgatá-las do maligno” e, como Jesus é vitorioso

sobre o capturador, o resgate acontecerá. Sem dúvida alguma podemos assegurar a

conversão dos que foram colocados em nossos corações através de tais orações.

A oração no Nome de Jesus tira o inimigo do campo de batalha da vontade do

homem e o deixa livre para escolher corretamente” (Gordon, pp. 192–194).

Podemos citar alguns exemplos de fortalezas demoníacas que impedem as

pessoas de se renderem ao Evangelho. Na vida do jovem rico, por exemplo, era a

avareza (Marcos 10). Na vida da mulher samaritana, era a luxúria. No caso dela,

a fortaleza foi despedaçada e ela foi gloriosamente salva (João 4). Satanás

frequentemente usa a amargura para bloquear a verdade do amor de Deus e

impedir que este seja recebido. Esta fortaleza deve ser destruída através da

oração antes que a pessoa seja capaz de receber as boas novas do amor de Deus.

O homossexualismo é uma fortaleza tão poderosa que é necessário muita oração,

jejum, fé e persistência para quebrá-la. E nós geralmente ficamos desanimados e

desistimos antes que a vitória seja alcançada.

Embora o escopo deste livro não permita um estudo aprofundado sobre

fortalezas, quero falar brevemente àqueles que podem estar orando por alguém

com um problema sério de vício, como drogas ou álcool. Esses vícios apenas

mascaram a questão real. O verdadeiro problema geralmente é um ego

machucado, no qual a autoestima ou a autoimagem foi destruída de alguma

forma através da rejeição, abuso, ou de uma grande decepção na vida. O vício em

si apenas cobre e compõe o problema. Portanto, peça ao Senhor para mostrar-lhe

a raiz do problema da pessoa para que você obtenha a vitória.

Suponho que haja centenas de fortalezas que Satanás usa para manter as

pessoas na incredulidade mas a verdade fundamental que precisamos entender é

que há sempre uma “fortaleza-chave” na vida de cada indivíduo não salvo, que

impede aquela pessoa de receber o Evangelho. A batalha nunca se trava por

causa de uma “multidão de pecados” (embora possa haver muitos), mas

geralmente é por causa de apenas um! Aquela fortaleza específica é a arma da

qual o “homem forte” depende, mas, quando esta fortaleza é destruída, ele é

derrotado e a pessoa está pronta para receber a salvação (Lc 11.21, 22).

Legalmente, todas as almas pertencem a Cristo porque Ele pagou pelos

pecados de todos no Calvário (1 Jo 2.2). Mas Satanás, ilegalmente e usando de

força, continua a mantê-las cativas, recusando-se firmemente a soltá-las.

Precisamos exercer nossa autoridade em Cristo a fim de libertar as vidas

de suas mãos.

Page 18: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

18

O General Jonathan Wainwright, juntamente com outros prisioneiros de

guerra aliados, foi aprisionado na Ilha de Formosa. Embora a guerra tivesse

terminado e o comandante japonês soubesse disso, ele não contou isso aos

prisioneiros, nem os soltou. Mas logo um avião aliado aterrissou na ilha com as

notícias da vitória. Então o General Wainwright anunciou ao comandante

japonês: “O meu comandante-em-chefe derrotou o seu comandante-em-chefe.

Agora eu estou no comando”. E é isso que fazemos, anunciando ao homem forte

(o demônio-chefe na vida de uma pessoa): “Meu comandante-em-chefe derrotou

o seu comandante-em-chefe. Eu exijo a imediata libertação deste cativo que está

sendo mantido preso ilegalmente”. E se nós insistirmos, a libertação e o resgate

acontecerão!

Além de exercer a nossa autoridade, precisamos também resistir ao diabo

continuamente (Ef 6.10–18). Quando realmente levamos a sério a salvação

das almas, Satanás usa circunstâncias difíceis em nossa vida ou na vida

daqueles por quem estamos orando, num esforço de nos fazer retroceder e

desistir. É por isso que um marido ou adolescente por quem a esposa ou mãe

estão orando sempre terá a tendência de piorar em vez de melhorar – Satanás

quer que elas desistam de orar, uma vez que ele está perdendo o controle

daquelas vidas.

Resistir ao diabo significa que não permitimos que as reações ou

circunstâncias negativas impeçam nosso fervente esforço de oração. Ao

contrário, continuamos orando pela salvação daqueles a quem amamos e que

ainda estão em trevas.

Estratégias de oração

1. TODA A IGREJA SE DEDICANDO À ORAÇÃO. A igreja primitiva fazia

isso com resultados impressionantes (ver Atos 1.14, 2.41, 4.4, 4.31, 5.14, 6.7,

9.35, etc.). Se as igrejas de hoje seguissem o exemplo de oração da igreja

primitiva, experimentariam os mesmos resultados no evangelismo.

2. GRUPOS DE ORAÇÃO. O arranjo ideal na maioria das igrejas seria as

turmas de Escola Dominical ou as reuniões de grupos pequenos nos lares, uma

vez que já se encontram regularmente. As pessoas poderiam orar consistente e

persistentemente pelos nomes em suas listas de oração até que os vissem

vir a Cristo.

3. GRUPOS DE TRÊS. Evelyn Christenson recomenda este como sendo

um dos mais simples e mais eficientes métodos de oração pré-evangelismo.

Envolve três cristãos dispostos a se disciplinar em orar toda semana por nove

pessoas. Ela descreve os resultados extremamente frutíferos desse tipo de oração

em duas cruzadas de Billy Graham realizadas na Inglaterra:

Page 19: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

19

“Grupos de três produziram os melhores resultados que Billy Graham já tinha

obtido nas cruzadas da ‘Missão Inglaterra 1984’, em que 90.000 cristãos se

reuniram em grupos de três para oração antes das cruzadas. Cada um dos três

escolheu três nomes de não convertidos, e depois se reuniram uma vez por

semana durante o ano que precedeu as cruzadas a fim de orarem pelos nove

nomes. A revista ‘Decision’, de Janeiro de 1989, encorajando grupos de três para

a ‘Missão Inglaterra II’ naquele mesmo ano, relatou que muitos dos grupos de

oração viram todos os nove por quem estiveram orando aceitarem Jesus antes

que Billy Graham chegasse lá! Com mais de 7.000 igrejas, cada uma com

muitos, muitos grupos de três orando por aquela campanha, os resultados foram

de fazer a terra tremer! Que maneira poderosa de batalhar contra Satanás pelas

vidas em toda uma nação” (Christenson, p. 110).

4. DUPLAS DE ORAÇÃO. É mais fácil duas pessoas se reunirem do que um

grupo maior. Parceiros como marido e mulher são excelentes porque em geral

estão juntos todos os dias, além de que o peso que sentem por seus parentes,

amigos e vizinhos é semelhante. Mas qualquer dupla de oração funcionará muito

bem. Jesus garante que suas orações serão atendidas (Mt 18.19).

5. LISTAS DE ORAÇÃO. Para aquele que vai orar sozinho. Eu, juntamente

com milhares de outros irmãos, temos usado listas de oração há anos e visto

muitas vidas virem a Jesus através desse método. Deixo vocês com uma história

que me abençoou muito, esperando que os abençoe também.

“Alguns anos atrás em Springfield, Illinois, um homem sincero reuniu um grupo

de pessoas de oração e fez-lhes a seguinte sugestão: ‘Quando chegarem em casa

esta noite, escrevam os nomes de todas as pessoas em Springfield que vocês

gostariam de ver salvas, e depois orem por elas, nome por nome, três vezes ao dia,

para que sejam salvas. Depois, façam seus maiores esforços para persuadir essas

pessoas a se voltarem para Deus buscando por salvação’.

Naquela época morava em Springfield uma mulher inválida que, do ponto de vista

físico, era totalmente incapaz. Ela havia estado acamada por 17 anos e orava a

Deus havia muito tempo, de modo geral, para que multidões fossem salvas.

Quando sua família contou-lhe sobre a sugestão feita no grupo de oração, ela

disse: ‘Aí está algo que eu posso fazer’. Ela conseguia usar a mão direita. Havia

uma mesinha ajustável ao lado de sua cama. Então pediu papel e caneta e escreveu

os nomes de 57 conhecidos. Orou em favor de cada um deles, três vezes ao dia.

Depois escreveu cartas falando de seu interesse por suas vidas. Também escreveu

a amigos cristãos (em quem ela sabia que aqueles conhecidos confiavam) e pediu

a eles que falassem àquelas pessoas sobre a batalha da alma e que fizessem o

melhor possível para persuadi-las a se arrependerem de seus pecados e crerem no

Evangelho. Sua fé em Deus era inquestionável. Em sua dependência de Deus,

humilde e sincera, ela intercedia pelos não salvos. No tempo determinado, cada

uma daquelas 57 pessoas colocou sua fé em Jesus Cristo como Salvador”

(McClure, pp. 124, 125).

Page 20: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

20

Viajando de joelhos...

Na noite passada viajei

Para uma terra além-mar.

Não fui de navio ou de avião,

Viajei de joelhos...

Vi muitas pessoas lá

Como escravas do pecado;

E Jesus me disse que eu deveria ir,

Pois havia almas a serem ganhas.

Mas eu disse: “Jesus, não posso ir a terras além-mar”.

Ele respondeu depressa: “Sim, pode, viajando de joelhos”.

Ele disse: “Você ora, Eu supro as necessidades;

Você chama, Eu ouço.

Você é quem deve se ocupar com as vidas perdidas,

Distantes ou perto”.

E assim eu fiz – ajoelhei-me em oração.

Deixei de lado algumas horas de descanso,

E com o Salvador ao meu lado,

Viajei de joelhos...

À medida que orava, via vidas sendo salvas,

E pessoas doentes sendo curadas.

Vi a força dos obreiros de Deus sendo renovada

Enquanto trabalhavam no campo.

Eu disse: “Sim, Senhor, aceito a tarefa;

Teu coração quero agradar.

Vou ouvir Teu mandado e irei

Viajando de joelhos”.

(Lundstrom, pp. 207, 208.)

Page 21: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

21

Apêndice 1: Plantando sementes de salvação

PRINCÍPIOS NATURAIS DE COLHEITA

“Escutai vós, pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a

palavra do reino, e não a entendendo, vem o maligno, e arrebata

o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao

pé do caminho. O que foi semeado em pedregais é o que ouve a

palavra, e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si

mesmo, antes é de pouca duração; e, chegada a angústia e a

perseguição, por causa da palavra, logo se ofende; e o que foi

semeado entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados

deste mundo, e a sedução das riquezas sufocam a palavra, e fica

infrutífera; mas, o que foi semeado em boa terra é o que ouve e

compreende a palavra; e dá fruto, e um produz cem, outro

sessenta, e outro trinta” (Mateus 13.18–23).

O processo natural de semeadura e colheita envolve preparar a terra, plantar,

irrigar e, por fim, colher. A Palavra de Deus nos revela princípios naturais de

colheita que são paralelos de verdades espirituais. Vamos meditar em alguns deles:

1. Toda planta é capaz de se reproduzir.

No mundo natural, quando Deus criou a terra, Ele fez cada planta capaz de

reproduzir a si mesma (Gênesis 1.11). Assim também, todo cristão tem o potencial

de ser espiritualmente reprodutivo. Não é preciso compreender a teologia por trás

do crescimento e desenvolvimento da semente da Palavra de Deus nos corações

humanos. Basta nos tornarmos participantes do ciclo de colheita espiritual.

“E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem lançasse

semente à terra. E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a

semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como. Porque a terra

por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a espiga, por último o

grão cheio na espiga. E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo

a foice, porque está chegada a ceifa” (Marcos 4.26–29).

2. Para obter uma colheita é preciso semear.

No mundo natural, devemos plantar a semente para colher o grão. No mundo

espiritual também é preciso semear para colher. Deus nos provê recursos naturais e

espirituais para semear:

Page 22: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

22

“Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos dê pão para

comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da vossa

justiça” (2 Coríntios 9.10).

Deus multiplica nossos talentos e habilidades naturais com o propósito de nos

tornar reprodutivos. Ele multiplica nossos recursos financeiros a fim de podermos

investir em sua obra. Não para que acumulemos grandes fortunas. O propósito é

reinvestir as bênçãos em seu Reino.

3. A colheita não acontece na mesma época da semeadura.

No princípio, Deus estabeleceu as estações:

“Enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e

inverno, e dia e noite, não cessarão” (Gênesis 8.22).

Muitos recebem uma visão de colheita espiritual, mas ficam desencorajados por

não compreender este princípio. Há tempo de semear, mas então devemos esperar

que a semente da Palavra germine nos corações. Há um tempo de cultivar

pacientemente, mas não iremos colher na mesma estação do plantio.

O Salmo 1 fala desse processo em nossas vidas:

“Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido

tempo, dá o seu fruto...” (Salmo 1.3).

No processo de semeadura não vamos colher nada de imediato, pois já sabemos

que para tudo há um tempo. A semente de abacate, por exemplo, leva por volta de

10 dias para nascer, mas só é possível colher o abacate depois de uns 7 a 10 anos!

Isso faz do princípio de tempo uma chave importante para a colheita. Devemos

esperar pacientemente durante o tempo de crescimento e desenvolvimento. Mas

também devemos reconhecer quando é tempo de colheita e agir (Marcos 4.29).

“Há... tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou”

(Eclesiastes 3.2).

4. Devemos semear a despeito das circunstâncias.

Aqueles que se preocupam com as circunstâncias nunca se tornarão parte da

visão da colheita. As circunstâncias os derrotarão assim como um fazendeiro que

negligencia seus campos por causa do frio, vento ou nuvens:

“Quem somente observa o vento nunca semeará, e o que olha para as

nuvens nunca segará” (Eclesiastes 11.4).

Page 23: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

23

“Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa

semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo

consigo os seus molhos” (Salmo 126.5, 6).

“Bem-aventurados vós, os que semeais junto a todas as águas e dais

liberdade ao pé do boi e do jumento” (Isaías 32.20).

Devemos semear junto a todas as águas, isto é, todas as circunstâncias da vida.

Mesmo quando rios de circunstâncias difíceis inundam as margens de nossas vidas,

devemos continuar semeando. Deus nos prometeu uma colheita abundante!

5. A colheita será na mesma proporção do que for plantado.

“E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que

semeia em abundância, em abundância ceifará” (2 Coríntios 9.6).

“Pela manhã semeia a tua semente, e à tarde não retires a tua mão,

porque tu não sabes qual prosperará, se esta, se aquela, ou se ambas

serão igualmente boas” (Eclesiastes 11.6).

Este princípio se aplica a todas as áreas da nossa vida espiritual. Se semearmos

pouco de nosso tempo, talentos e finanças para a obra de Deus, então nossa colheita

será pequena. Se semearmos generosamente, vamos colher abundantemente. Em

João 15, Jesus descreve diferentes níveis de produtividade na colheita espiritual.

Podemos produzir:

Fruto 15.2

Mais fruto 15.2

Muito fruto 15.5

Fruto permanente 15.16

A vontade de Deus é que demos muito fruto e que seja permanente.

6. Podemos semear onde não colheremos e colher onde não semeamos. Certo homem plantou uma macadâmia no quintal de sua casa. O jardineiro

instalou um sistema de irrigação e, com o tempo, ela se tornou uma árvore grande e

saudável que produzia muitas nozes deliciosas.

O homem acabou vendendo a casa para um amigo, e este começou a colher

todas aquelas nozes saborosas! Ele havia plantado, o jardineiro havia regado e, por

fim, o amigo desfrutava a colheita.

Em geral, o mesmo processo ocorre na colheita espiritual. Às vezes, a mesma

pessoa faz tudo — planta, rega, e colhe. Mas normalmente, tal como aconteceu com

aquela árvore, muitas pessoas estão envolvidas na conversão de uma pessoa.

Page 24: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

24

Encontramos Jesus ensinando isso a seus discípulos no EVANGELHO DE JOÃO:

“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis

que eu vos digo: Levantai os vossos olhos, e vede as terras, que já

estão brancas para a ceifa. E o que ceifa recebe galardão, e ajunta fruto

para a vida eterna; para que, assim o que semeia como o que ceifa,

ambos se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o ditado, que um é o

que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde vós não

trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho”

(João 4.35–38).

Paulo também falou sobre esta verdade em 1 Coríntios 3.6–9:

“Eu plantei, Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. Por isso, nem

o que planta é alguma coisa, nem o que rega, mas Deus, que dá o

crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um

receberá o seu galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos

cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus”.

7. A fim de colher devemos ser fiéis.

“E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos,

se não desfalecermos” (Gálatas 6.9).

“Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor. Eis que o

lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber

as primeiras e as últimas chuvas” (Tiago 5.7).

Se formos fiéis, Deus promete que ceifaremos. Não devemos nos cansar ou

esmorecer na terra que Ele nos deu para lavrar.

8. Cada semente produz de acordo com a sua espécie.

“Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem

semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7).

Você certamente já ouviu a frase acima. No primeiro capítulo de Gênesis

encontramos várias vezes a expressão “conforme a sua espécie” (1.12, 21, 24,

25). E é assim que acontece: a semente de um limão fará nascer um limoeiro; a

semente de uma baleia irá gerar uma baleia; a semente de um pecador irá gerar

outro pecador (Salmo 51.5). São dois elementos principais: semente e espécie.

Portanto, mudar a espécie da semente irá mudar a espécie da colheita!

Page 25: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

25

Deus estabeleceu uma lei natural pela qual toda reprodução na terra vem pelo

plantar de uma semente. A vida está na semente. Na semente de um limão se

esconde um limoeiro. Mas, a fim de germinar, ela precisa entrar em contato com

a terra onde a chuva caiu. Quando a semente entra em contato com a terra

molhada, o limoeiro nasce.

Jesus afirmou a Nicodemos (um homem extremamente religioso): “Aquele

que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3.3). (É como se

Ele estivesse dizendo: “Nicodemos, você tem uma religião... mas não tem

salvação!”) Em seguida, Jesus explica que “nascer de novo” é “nascer da água e

do Espírito” (v. 5), pois, “o que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do

Espírito é espírito” (v. 6). Logo, para que a salvação aconteça na vida de uma

pessoa são necessários dois elementos: a água e o Espírito.

Sabemos que, na Bíblia, a água é um símbolo da Palavra de Deus (Efésios

5.26). E, levando em conta o que Jesus ensinou na parábola do semeador quando

disse “a semente é a palavra de Deus” (Lucas 8.11), podemos concluir que para

que o processo de salvação tenha início na vida de alguém, uma “semente de

salvação” precisa ser plantada no coração dessa pessoa a fim de que o Espírito

Santo possa regá-la e fazer brotar a vida de Deus. Isso resultará no novo

nascimento – aquele que vem do alto – pois não procede “do sangue, nem da

vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus” (João 1.13).

Em suma; se ansiamos por ver muitas vidas se rendendo ao Senhor – uma

colheita de salvação –, devemos plantar sementes de salvação e orar com

perseverança para que o Espírito de Deus as cultive!

Page 26: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

26

SEMENTES DE SALVAÇÃO (Mark Cahill)

Vamos supor que você coloque terra e fertilizante em um vaso, adiciona água

e o coloca ao sol. Então ora para que a flor cresça. Será que vai crescer? Não, não

vai. Por quê? Você não plantou a semente. Depois de plantar a semente, então a

flor pode crescer. Embora Deus possa fazer milagres e fazer uma flor crescer sem

a necessidade de uma semente, Ele estabeleceu um tempo de semeadura e um

tempo de colheita.

Em 1 Coríntios 3.6, 7, Paulo nos faz lembrar a importância das sementes.

Alguém precisa semear antes que Deus dê o crescimento. Deus ouve nossas

orações quando pedimos a salvação de um amigo, mas acredito que muitas vezes

Ele espera que plantemos a semente na vida da pessoa. Se apenas falássemos

com ela acerca de Cristo e depois orássemos por ela, Deus teria uma semente

para fazer crescer.

1. Faça-os parar para pensar na eternidade.

Dwight Moody, o grande pregador, dizia que se pudesse fazer uma pessoa

pensar sobre a eternidade por cinco minutos, poderia guiá-la a Cristo. Um dos

maiores truques do inimigo é este: ele faz as pessoas focarem em seus estudos,

carreira, família, aposentadoria, contas bancárias etc. impedindo-os de pensar na

eternidade.

Quando conversamos com as pessoas, como podemos ajudá-las a começar a

pensar em assuntos eternos?

a. Exemplo da lápide: Pelo menos três informações básicas podem ser

encontradas em qualquer lápide: o nome da pessoa, a data de nascimento, e a data

do óbito. Podemos dizer então: “Tenho certeza que você estará ‘morto’ por

muito mais tempo do que estará vivo... Não deveríamos estar buscando a

resposta do que há do outro lado em vez de ficar correndo atrás de coisas

terrenas que são temporais, já que estaremos ‘ali’ muito mais tempo do que

estaremos sobre a terra?... Eternidade significa muito tempo... Assegure-se de

ter a resposta certa!”.

b. Dentro de 150 anos...: “Dentro de 150 anos, que valor terá você ter

ganhado um milhão de dólares, dirigido um Mercedes Benz, terminado uma

faculdade...?” É muito importante ajudar as pessoas perceberem que as coisas

eternas – e não as temporais – são o que realmente importa. Jó 16.22 diz:

“Porque decorridos poucos anos, eu seguirei o caminho por onde não tornarei”.

Page 27: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

27

c. Em cada dez pessoas, dez morrem... “Percebe que a probabilidade de você

morrer é de 100%?... E que passará mais tempo ‘morto’ do que vivo?”

d. “Você tem certeza que se levantará da cama amanhã cedo? Não deveria por a cabeça no travesseiro a menos que soubesse onde passará a eternidade...”

Certa vez disse isso a alguns jovens com quem conversei. Três meses depois,

encontrei um deles que me reconheceu e disse: “...penso nesta pergunta toda vez

que me levanto da cama!”. O primeiro pensamento dele pela manhã era onde estaria

se não tivesse despertado. Deus estava trabalhando no coração dele.

Alguns dias depois, enquanto orava e me pergunta como aquele jovem podia

lembrar-se do que lhe dissera três meses atrás, Deus falou ao meu coração numa

voz muito suave: “Quando você planta uma semente, eu faço algo com ela!”

Nosso Deus é tão fiel que toma as pequenas sementes que plantamos e as faz

crescer (1 Co 3.7). Continue plantando essas sementes!

e. “Com toda a sinceridade... me importa muito onde você vai passar a eternidade...” Se você puder olhar nos olhos de uma pessoa e dizer isso com

sinceridade, terá um impacto muito forte. Muitas pessoas se interessam pelos

outros num sentido temporal, mas muitos poucos se interessam num sentido

eterno. Quando você demonstra a uma pessoa que está interessado em seu bem-

estar espiritual, ela o ouvirá falar de verdades espirituais com prazer.

2. Uma boa conversa.

Ao compartilhar sua fé em Cristo, é preciso tocar em três assuntos: o pecado, o

arrependimento e a cruz. Se não explicamos o pecado, as pessoas não

compreendem a necessidade que têm de um Salvador. Falar de Jesus sem discutir

o tema do pecado pode fazer as pessoas olharem para Ele como outra figura

religiosa, como Maomé ou Buda. Elas não saberão por que Jesus é a única

resposta ou por que precisam dEle.1

Romanos 3.19, 20 nos ensina claramente: “Ora, nós sabemos que tudo o que a lei

diz, aos que estão debaixo da lei o diz, para que toda a boca esteja fechada e todo o

mundo seja condenável diante de Deus. Por isso nenhuma carne será justificada

diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado”.

Como podemos ver, a Lei é muito importante: ela não apenas fechará a boca de

muitos (impedindo que tentem justificar a si mesmos), mas mostrará a eles que são

culpados diante de Deus. Contudo, a Lei também tem outro propósito — o de nos

conduzir a Cristo.

1 Em seu livro: “EVANGELISMO, UMA COISA QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER NO CÉU” (Shedd

Publicações), Mark Cahill explica em detalhes como fazer isso. Ele ensina sobre o papel da Lei de

Deus (especificamente os Dez Mandamentos) no processo de conversão da alma.

Page 28: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

28

Gálatas 3.24 explica isso: “Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que

fôssemos justificados pela fé”. Este é o principal propósito da Lei: levar-nos

diretamente para o Salvador. As pessoas procuram se justificar por meio de suas

obras, mas a Lei nos guia a Cristo, para que sejamos justificados pela fé, e não

pelas obras.

A Lei ajuda os pecadores a enxergar seu pecado diante de um Deus justo e

santo, e isso criará neles um desejo por algo que possa tirar seus pecados. Eles

desejarão Jesus e seu sangue purificador. Então, quando fizermos a transição para

o arrependimento e a cruz, isso terá sentido para eles.

Precisamos ter certeza de compartilhar Jesus com as pessoas depois que elas

reconhecerem sua necessidade dEle. Somente depois disso é que o sangue

derramado faz sentido para elas.

3. A palavra escrita e outros meios.

Folhetos e outros tipos de literatura são uma forma efetiva para que as pessoas

possam conhecer as Escrituras, e com frequência são usados por Deus para

promover no coração delas um desejo de continuar lendo sua Palavra. É uma

forma maravilhosa de plantar a semente do Evangelho! Entregar folhetos também

é uma forma muito simples de começar a testemunhar. Pessoas tímidas podem

começar a distribuir folhetos e depois avançar para a apresentação verbal do

Evangelho, à medida que irem ganhando confiança.

Isaías 55.11 diz: “Assim será a minha palavra, que sair da minha boca; ela não

voltará para mim vazia, antes fará o que me apraz, e prosperará naquilo para que

a enviei”. Todo o ministério de distribuição de Novos Testamentos dos GIDEÕES

INTERNACIONAIS é fundamentado neste texto – e os testemunhos de conversões

pelo mundo todo são incontáveis! (Visite www.gideoes.org.br.)

Quer você acredite ou não, 89% dos cristãos nunca entregaram um folheto

sequer! Temos todas as informações necessárias para que as pessoas tomem uma

decisão por Jesus, então precisamos compartilhar isso com elas verbalmente, ou

através de algo com que possamos presenteá-las! Tudo aquilo que gostaríamos de

compartilhar, mas que muitas vezes não nos é possível por diversos motivos

(interrupções, falta de tempo, falta de preparo, etc.), pode ser compartilhado nas

páginas de um livreto, por exemplo. Toda literatura fala às pessoas de maneira

individual, quando elas estão prontas para receber a mensagem, pois ninguém

lerá nada contra sua vontade. E, lembre-se: cada semente plantada se torna

um motivo de oração especial!

Page 29: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

29

FOLHETOS

www.destinofinal.com.br www.chamada.com.br

A Ponte Para a Vida Eterna http://www.editorabatistaregular.com.br/produtos.asp?codigo=300 (Além de oferecer uma apresentação simples e concisa do Evangelho, este folheto contém ilustrações claras, sendo muito útil para pessoas com pouca ou nenhuma leitura.)

LIVRETOS

Versão online gratuita: www.destinofinal.com.br

Versão impressa: www.chamada.com.br

Versão online gratuita: www.ajesus.com.br Versão impressa: www.chamada.com.br

Page 30: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

30

http://markcahillministries.com/xlate/One_Second_Portuguese.pdf

http://markcahillministries.com/xlate/TheMostImportantQuestion_PT_BRZ.pdf

Delcio Meireles, Você Precisa Nascer de Novo, Impacto Publicações.

Um Segundo

Depois Que

Você... Morre

Mark Cahill

Page 31: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

31

LIVROS

Billy Graham, Como Nascer de Novo, Editora Betânia.

John Piper, Finalmente Vivos, Editora Fiel.

Norman Geisler e Frank Turek, Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu, Editora Vida.

Page 32: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

32

LEITURA E ESTUDO DA BÍBLIA

Estudo bíblico gratuito disponibilizado pela Editora Elim: www.editoraelim.com.br (Incentive as pessoas a lerem a Bíblia, indicando o EVANGELHO DE JOÃO como o melhor ponto de partida para isso...)

EVANGELISMO ATRAVÉS DA INTERNET

Seja um missionário on-line. Inscreva-se em: http://www.gmoinscricoes.com.br/

FILMES

O CAMINHO PARA A ETERNIDADE.

DEIXADOS PARA TRÁS I, II E III.

Page 33: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

33

TREINAMENTO EM EVANGELISMO

Mark Cahill, Evangelismo, Uma Coisa Que Você Não Pode Fazer No Céu, Shedd Publicações.

OFERTANDO

Torne-se um plantador do ministério Gideões Internacionais: www.gideoes.org.br

Page 34: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

34

Apêndice 2: Como utilizar folhetos evangelísticos (BÍBLIA DE ESTUDO EVANGELISMO EM AÇÃO) Certa vez, um aluno da Universidade de Jacksonville, na Flórida (EUA), ao

receber um folheto, foi logo o amassando. Em seguida, atirou o panfleto na

primeira lixeira que viu no dormitório. Mais tarde, seu companheiro de

dormitório tirou o folheto da lixeira, leu-o e recebeu a salvação. Hoje, ele é

pastor de uma igreja na Flórida.

“Certa vez encontrei um irmão cujo trabalho era recolher o lixo do rio Avon. Era

um serviço chato e maçante, e ele vivia se perguntando qual era o sentido da

vida. Um dia ele recolheu do rio um pedaço de papel comum, todo ensopado. Ele

achou aquele pedaço de papel interessante e o guardou cuidadosamente em sua

bolsa para ler mais tarde. Naquela mesma noite, com todo o cuidado ele secou o

papel na frente de um aquecedor e o desdobrou. Ao abri-lo, descobriu que se

tratava de um folheto evangelístico. Ao ler a mensagem do folheto, ele aceitou

Jesus e foi salvo naquela noite” (Richard Gunther).

“Nada é mais eficiente do que um folheto para semearmos a semente das boas-

novas” (Billy Graham).

Por que utilizar folhetos Se Paulo empregava todas as estratégias possíveis, sem dúvida ele utilizaria os

folhetos evangelísticos como forma de alcançar aqueles que estão fora da fé. Um

livro cristão conta a história verdadeira de um mergulhador que achou um pedaço

de papel preso na concha de uma ostra. O mergulhador pegou o papel, viu que se

tratava de um folheto evangelístico e pensou: “Não posso mais resistir... a

misericórdia de Deus é tão grande, que ele fez com que a sua Palavra me seguisse

até aqui no fundo do oceano”. Deus utilizou um folheto para salvar aquele

homem.

Por que deveríamos usar folhetos? Simplesmente porque Deus os usa. Ele usou

um folheto para salvar o grande missionário Hudson Taylor, bem como um

número infindável de pessoas. Só esse fato, isoladamente, já deveria servir de

incentivo ao cristão no exercício de utilizar folhetos regularmente para alcançar

os perdidos, se não houvesse ainda outras boas razões para utilizá-los. Veja só:

Os folhetos podem nos propiciar uma abertura para compartilhar nossa fé.

Podemos sentir a reação das pessoas quando lhes entregamos um folheto, além

de verificar se elas estão ou não abertas para ouvir as coisas do Espírito;

Eles podem testemunhar por nós. Se somos tímidos demais para falar aos outros

das coisas de Deus, pelo menos podemos entregar folhetos às pessoas ou deixá-

los em locais estratégicos onde elas poderão apanhá-los;

Page 35: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

35

Eles falam às pessoas de maneira individual, quando elas estão prontas para

ouvir a mensagem; ninguém lê um folheto contra sua vontade;

Eles podem entrar nas casas das pessoas quando nós próprios não podemos;

Os folhetos não “batem boca” com ninguém, eles simplesmente apresentam os

argumentos às pessoas.

O Dr. Oswald J. Smith declarou certa vez: “A única forma de cumprirmos a

Grande Comissão será pela via escrita”. Por sua vez, Charles Spurgeon disse:

“Quando não pudermos nos servir da pregação nem da conversa pessoal,

precisaremos ter à mão um folheto evangelístico... mas tenha um folheto que seja

impactante e de qualidade, senão é melhor não entregar nada. Um folheto

marcante pode ser a semente da vida eterna, por isso não saia sem seus folhetos”.

Se você quer a receptividade das pessoas à literatura que deseja entregar-lhes,

tente cumprimentá-las antes de oferecer a elas um folheto. Se obtiver delas uma

resposta a um bom-dia ou a um caloroso “Como vai, senhor?”, você terá feito um

excelente progresso, pois estará quebrando o gelo, e elas provavelmente aceitarão

sua oferta. Depois da saudação inicial, não pergunte se a pessoa aceita o folheto.

Se você perguntar: “O senhor aceita isto?”, a pessoa perguntará: “O que é isso?”.

Faça outra pergunta: “Você já viu o que diz aqui?”. Neste caso, a pergunta tem

efeito duplo: atiça a curiosidade e faz com que a pessoa pergunte: “O que diz

aí?”. É nesta hora que você lhe entrega o folheto. Este tipo de abordagem

provoca nas pessoas o sentimento de que estão ficando de fora de alguma coisa.

E estão mesmo!

Talvez você jamais se imagine entregando folhetos na rua. Não se preocupe, você

não é o único! Todos nós temos receio de fazer isso. A resposta a este medo está

na intimidade de suas orações. Peça a Deus que lhe dê “misericórdia”. A

misericórdia engolirá seus temores. Medite sobre o destino final das pessoas que

morrem sem Jesus. Sinta as dores de quem foi para o inferno. Enfrente em si

mesmo o que lhe causa temor.

Você gosta de passear na montanha-russa? Alguns cristãos gostariam de saltar de

bungee-jump ou pular de paraquedas. Não é estranho que algumas pessoas

estejam prontas a arriscar a vida pelo amor ao medo e a não arriscar nada quando

veem um semelhante caminhar para o abismo do inferno? Pergunte a si mesmo

quantas pedras ensanguentadas você já viu com o sangue dos cristãos que foram

compartilhar o evangelho? Quanta cinza de fogueira você já viu proveniente das

estacas onde corpos de cristãos foram queimados por falar de Jesus? Nosso medo

vem, em parte, da rejeição. Temos medo de parecer tolos. Esta é uma forma

sutil de orgulho. Outra parte de nosso medo vem diretamente do inimigo. Ele

sabe que o medo nos paralisa. Precisamos resistir ao diabo e às suas mentiras. Se

Deus é por nós, quem será contra nós?

Page 36: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

36

Jamais subestime o poder de um folheto evangelístico. Veja a experiência de

George Whitefield que, depois de ter lido um folheto intitulado A VIDA DE DEUS

NA ALMA DO HOMEM, declarou: “Deus me mostrou que, se eu não nascer de

novo, serei eternamente condenado”. Em seguida, ele orou: “Deus, se eu não sou

um cristão, ou se não sou um cristão verdadeiro, pelo amor do teu Filho Jesus

Cristo mostra-me o que é o cristianismo verdadeiro, para que eu não seja

condenado ao inferno no último dia!” Depois disso, o diário de Whitefield nos

conta: “Daquele momento em diante eu tive a convicção de que era uma nova

criatura”.

Se você nunca entregou folhetos, por que não começar logo a fazê-lo? Deixe

alguns no caminho do supermercado ou nas caixas de correspondência. Fazendo

assim, a cada noite você terá um motivo especial de oração – peça que Deus

use o folheto que você deixou naquele local específico. Você também sentirá

uma satisfação profunda ao tomar parte, ainda que considere pequena, na obra da

Grande Comissão. Você ajudou a levar a vida eterna para este mundo que perece.

Não desperdice sua vida. Faça algo pelo Reino de Deus enquanto for possível.

Lembre-se sempre: viva cada dia como se fosse o último da sua vida — um dia

você vai acertar!

Comentário de Charles Spurgeon sobre folhetos evangelísticos “Lembro-me vividamente de uma vez em que distribuímos folhetos numa cidade

da Inglaterra onde esse tipo de folheto nunca havia sido distribuído. Lembro-me

bem de andar de casa em casa, falando em linguagem simples sobre as coisas do

Reino de Deus. Enfim, eu não teria feito nada daquilo se não tivesse me

animado ao perceber que era capaz de fazer alguma coisa... [Os folhetos] são

adaptados para pessoas que têm poucas habilidades e, apesar disso, desejam

servir a Jesus de alguma maneira.

Gente que não domina a arte da eloquência, mas tem a fidelidade nas mãos.

Gente que não pode se levantar e pregar, mas pode distribuir esses pregadores

silenciosos por toda parte... gente que pode comprar um pacote com mil folhetos

e, depois, espalhá-los por uma vasta área.

Considero a distribuição de folhetos evangelísticos apenas o primeiro passo de

nossas ações, o qual não se compara a tantas outras coisas que podem ser feitas

por Cristo; mas não fosse pelo primeiro passo, jamais passaríamos ao

segundo. Uma vez conquistada essa primeira etapa, ficamos animados a

enfrentar a próxima, e assim prosseguimos até a última... Há um serviço

genuíno prestado a Cristo por intermédio da distribuição do evangelho na forma

impressa, serviço este que só aparecerá de verdade no céu, e o dia do juízo

demonstrará isso. Até lá ninguém poderá dizer quantas pessoas terão sido alçadas

ao céu por meio desses folhetos.

Page 37: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

37

Poderia dizer, se é certo citar assim as Escrituras que ‘as folhas da árvore são

para a saúde das nações’ (Ap 22.2) — e os folhetos evangelísticos fazem

exatamente isso. Essas ‘folhas’ alcançam lugares onde a árvore toda não

poderia ser levada, assim as folhas passam a ter um poder medicinal e curativo;

elas são portadoras da genuína palavra da verdade, declarando a todos que o

Salvador foi crucificado e que o pecador pode ser salvo simplesmente ao

depositar sua confiança nEle. O método simples de distribuir folhetos tem sido

muito abençoado, e milhares de almas têm adentrado o Reino dos céus por meio

dele. Se ainda não fizemos nada por Jesus, que cada um de nós possa começar a

fazer alguma coisa neste exato momento. Que tal começar pela distribuição de

folhetos?”

Onde você pode deixar folhetos evangelísticos:

Nas caixas de correspondência;

Nos carrinhos de supermercado;

Nos bolsos das roupas em lojas;

Em cartas endereçadas a entes queridos;

Entregar junto com uma gorjeta polpuda;

Nos assentos dos restaurantes;

Com os atendentes de restaurantes do tipo fast-food, com caixas,

aeromoças, motoristas de táxi, com frentistas nos postos de gasolina;

Nos banheiros;

Em locais de descanso;

Nos caixas eletrônicos e nos balcões de agências bancárias;

Dentro de envelopes com contas a pagar;

Nos elevadores;

Nos vestiários dos hotéis, para os empregados da limpeza;

Em máquinas de sorvete;

Nas estantes de jornais;

Na sala de espera de consultórios médicos e de hospitais;

Nos bancos de aeroportos, de estações de metrô e de pontos de ônibus;

Nas bolsas à frente dos assentos de aviões;

Dentro de revistas que outras pessoas vão ler;

Dentro de táxis.

Page 38: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

38

Apêndice 3: Evangelismo de oração e atos proféticos (ED SILVOSO) Conforme vimos, evangelizar através da oração é conversar com Deus

sobre aqueles que estão à nossa volta, antes de conversar diretamente com estas

pessoas sobre Deus. Em Lucas 10, lemos:

“E, em qualquer casa onde entrardes, dizei primeiro: ‘Paz seja nesta casa’. E, em

qualquer cidade em que entrardes, e vos receberem, comei do que vos for

oferecido. E curai os enfermos que nela houver, e dizei-lhes: ‘É chegado a vós o

reino de Deus’” (vv. 5, 8, 9).

Esta é a única ocasião nos evangelhos em que Jesus ensina um método de

evangelismo. Ele nos ensina a fazer quatro coisas pelos perdidos:

1. Abençoá-los com paz;

2. Ter comunhão com eles;

3. Cuidar de suas necessidades;

4. Proclamar-lhes as boas novas.

O primeiro passo abre a porta para o segundo, e assim por diante. Este

processo recomendado por Jesus requer que nos tornemos pastores das pessoas

que estão em nosso círculo de influência. Elas ainda não sabem que somos seus

pastores, mas devemos saber que elas são nossas ovelhas. Precisamos começar

preocupando-nos com elas.

1. Por que comunicar paz aos perdidos.

TEMOS ESTADO EM GUERRA COM ELES. Se Jesus era conhecido como

amigo dos pecadores, não podemos ser seus inimigos. Nossa bandeira ao abordar

os perdidos tem sido “arrependa-se ou queime no inferno”. No entanto, pregar a

verdade sem amor é como dar um beijo em alguém com mau hálito. Não importa

quão bom seja o beijo, tudo que ficará na memória da pessoa será o nosso mau

hálito! É isto que acontece quando, em ira ou desgosto, dizemos aos perdidos

como suas vidas são más e depravadas, e como certamente estão indo para o

inferno. Embora isso seja verdade, nossa abordagem negativa bloqueia e distorce

a mensagem central da Bíblia: que Deus enviou seu Filho, não para condenar o

mundo, mas para salvá-lo (ver João 3.17).

Page 39: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

39

QUANDO ABENÇOAMOS OS PERDIDOS, PARAMOS DE AMALDIÇOÁ-LOS.

Não percebemos a frequência com que amaldiçoamos as pessoas, do contrário

não faríamos mais isso. Quando dizemos: “Estes adolescentes bebem e até se

drogam antes de dirigir; logo, logo, vão acabar se matando”, estamos

amaldiçoando. Quando pronunciamos bênçãos sobre nossos vizinhos, nossa

cidade é edificada. Mas quando os amaldiçoamos, destruímos a cidade a partir da

quadra onde moramos: “Pela bênção dos homens de bem a cidade se exalta, mas

pela boca dos perversos é derrubada” (Pv 11.11).

COMUNICAMOS PAZ A FIM DE NEUTRALIZAR OS DEMÔNIOS DESIGNADOS

PARA CEGAR AS PESSOAS PARA A LUZ DO EVANGELHO. Através dos seus

demônios, o diabo está ativamente cegando as pessoas, porque a luz não pode ser

obstruída passivamente. São eles que tentam roubar a semente que é lançada nos

corações (ver Lucas 8.5, 12). Paulo coloca a tarefa de abrir os olhos dos perdidos

em nossas mãos, num contexto de evangelismo e guerra espiritual: “...a quem

agora te envio, para lhes abrires os olhos, e das trevas os converteres à luz, e do

poder de Satanás a Deus...” (At 26.17, 18).

Para lidar de forma efetiva com nossos inimigos espirituais, não podemos

conferir-lhes ainda mais poder, abordando os perdidos em ira. A Bíblia nos

ensina claramente que a nossa ira não resolvida dá lugar ao diabo em nosso

círculo de influência (Ef 4.26, 27). Maldições só vão fortalecer o domínio

demoníaco sobre aqueles que estamos tentando salvar. Para reverter esta

situação, precisamos renunciar nossa ira e começar a comunicar paz aos

perdidos. Bênçãos são mais poderosas que maldições porque estas podem ser

quebradas. Na “queda de braço celestial”, a mão da bênção sempre vence a mão

da maldição. Uma atmosfera de bênçãos enfraquece o domínio dos demônios,

que logo esmorecem e “saem da mesa”.

PAZ TANGÍVEL QUE MUDA O CLIMA ESPIRITUAL. Quando proferimos

bênçãos sobre aqueles que estão em nosso círculo de influência, mais cedo ou

mais tarde, pessoas que costumavam nos evitar começarão a nos procurar,

abrindo a porta para a comunhão (segundo passo). Isso acontece porque

realmente sentem as bênçãos que proclamamos sobre elas – elas se sentem

abençoadas! Jesus descreveu este tipo de paz como algo quase tangível em Lucas

10. É neste ponto do seu ministério que vemos uma clara mudança no clima

espiritual (vv. 17, 18). O momento-chave foi quando os setenta, diferentemente

dos doze, concordaram em se misturar de forma amistosa e conciliatória com as

mesmas pessoas que o diabo estava usando contra Jesus – os “lobos”, como Jesus

os chamara (v. 3). A mudança aconteceu precisamente quando os discípulos

comunicaram paz àqueles que estavam prontos para feri-los. Esta ação

levaria à reconciliação e à comunhão (vv. 5, 7).

Page 40: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

40

Para entender melhor isso, devemos lembrar que Satanás não pode nos

ferir com apenas um golpe, ele precisa de dois. O primeiro golpe do inimigo é

fazer alguém nos ferir tanto que permitimos que o sol se ponha sobre a ira que

surgiu em nosso interior. Quando fazemos isso, damos lugar ao diabo. Em

seguida, ele entra em nosso acampamento, com total capacidade para nos ferir,

porque lhe demos oportunidade para isso. Nossa recusa em perdoar constitui

uma espécie de maldição, conforme ilustrado na parábola dos dois

devedores em Mateus 18.22, 23. O diabo sabe como desferir este golpe duplo

a fim de obter direito legal sobre nós.

Se a ira não resolvida dá direito legal ao diabo, então abençoar aqueles

que ele usa para nos deixar irados deve anular esta legalidade. Ao comunicar paz

sobre cada cidade os setenta anularam a legalidade do diabo numa vasta região.

Sem autoridade para sustentá-lo, o diabo não tinha para onde ir, senão para baixo

(v. 18). O golpe de Jesus foi uma estratégia envolvente, projetada para cobrir

uma área com muitas cidades e povoados.

Em Romanos 16.20 lemos que “o Deus de paz esmagará em breve Satanás

debaixo dos vossos pés”. Às vezes damos mais valor para a guerra do que para a

paz. O texto diz que o Deus da paz esmagará Satanás e Ele faz isso debaixo dos

nossos pés — daí a necessidade de andarmos em paz (ver também Ef 6.15).

Jesus já derrotou o diabo no Calvário. Nossa parte agora é marchar em paz

sobre o território onde Satanás jaz derrotado pelo sangue derramado

na Cruz!

2. Comunhão de duas vias.

Depois que você quebrou o gelo com seus vizinhos, não vá correndo

compartilhar o Evangelho com eles. O próximo passo é a comunhão, não a

proclamação. Esta só se fará no último passo. A comunhão lhe dá a oportunidade

de mostrar aceitação incondicional, recebendo seus vizinhos assim como são, e

não como você gostaria que eles fossem.

Com muita frequência, agimos de forma muito diferente de Cristo em

nossa interação com os perdidos, especialmente com aqueles que são pecadores

“diplomados e assumidos”. Nós mal os suportamos, e deixamos dolorosamente

claro que não vemos a hora que mudem e se tornem mais parecidos conosco.

Esta é a uma atitude destrutiva, indigna de Cristo e de seu reino. O modelo de

Jesus propõe uma comunhão de duas vias, com uma ênfase em receber e não em

dar de forma unilateral: “Comei do que vos for oferecido” (Lc 10.7).

Page 41: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

41

Um dos piores erros que cometemos é tratar os descrentes como pessoas

sujas, como se não tivessem qualquer valor a menos que se tornem cristãos.

Além de errada, esta atitude é muito degradante e só aumenta a distância entre

eles e nós. Pior que isso, aumenta o abismo entre eles e Jesus, a quem

representamos. Jesus sempre tratou os pecadores com respeito (ex. Zaqueu, a

mulher adúltera, etc.). Portanto, nunca devemos tratar os perdidos como pessoas

sem valor. Independentemente do nível de pecado em que se encontrem, os

perdidos sempre têm valor como seres humanos porque também foram criados à

imagem de Deus. Quando permitimos que os descrentes façam alguma coisa por

nós, afirmamos seu valor e dignidade como projeto e criação de Deus.

3. Cuidar de suas necessidades. Abençoar os perdidos abre a porta para a comunhão, e a comunhão acaba

nos levando ao próximo passo: uma oportunidade para suprir alguma de suas

necessidades. Isto só vai acontecer depois que eles confiarem em nós o bastante

para nos contar quais são suas necessidades. Nossos vizinhos, antes distantes,

vão começar a dividir seus problemas mais profundos, porque sentem que temos

uma resposta. E vão pedir a nossa ajuda porque agora têm uma prova tangível de

que realmente nos importamos com eles. Embora sua necessidade mais

importante seja a salvação, eles ainda não sabem disso. Através de suas

necessidades naturais, Deus cria uma avenida para mostrar-lhes que Jesus veio

para salvá-los e não condená-los. Além disso, Ele parece ter uma inclinação

especial para com as necessidades dos descrentes (ver Mt 9.36, 12.15, 14.14,

19.2, 21.14).

A oração é o vestígio mais tangível da eternidade que existe no

coração humano. Ainda que não obtenha uma resposta de oração imediata,

quando você ora pelas necessidades das pessoas, está tocando estas pessoas

no nível mais profundo, o nível do coração. É o ponto mais próximo deles que

você pode chegar. Mais cedo ou mais tarde, este toque haverá de atingi-los. Seja

paciente. Até um pescador perito não pode forçar o peixe a fisgar a isca. Pescar

exige paciência.

4. Caminho seguro agora. Depois que concluímos estes três passos, é mais fácil levar nossos

vizinhos ao Senhor. Você já os abençoou com o que mais falta aos descrentes,

que é a paz; supriu-os com a comunhão mais protetora e restauradora que já

experimentaram; e ofereceu oração por suas principais necessidades, para as

quais não conseguiram achar solução sozinhos. Agora é natural que eles

perguntem: “Diga-me, quem é este Deus que me ama?” Eles se sentem seguros

para se aproximar de você, porque houve uma melhora gradual no clima

espiritual de seu relacionamento durante os passos anteriores do processo.

Page 42: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

42

O abençoar abre a porta para a comunhão desinteressada; a comunhão

estabelece um nível de confiança, permitindo que eles abram conosco suas

necessidades mais urgentes. A oração trata dessas necessidades; ao intercedermos

por eles, o Reino de Deus se aproxima deles de forma tangível: “É chegado a vós

o reino de Deus” (Lc 10.9). Observe que não os levamos até o Reino — levamos

o Reino até eles!

Atos proféticos Atos proféticos são encontrados em toda a Bíblia e são importantes e

poderosos agentes de transformação. Deus disse a Jeremias que fosse à casa do

oleiro onde veria um vaso ser quebrado e refeito nas mãos do oleiro, como

ilustração concreta de como Deus transforma o natural por meio do sobrenatural

(ver Jr 18.1–10). Em outra ocasião, uma pedra foi amarrada a um livro de

profecias e lançada no rio Eufrates para ilustrar o iminente juízo de Deus contra a

Babilônia (ver Jr 51.60–64).

Um ato profético é a modelagem no microcosmo de uma verdade ainda

não manifesta no macrocosmo correspondente. É uma parábola viva na qual os

personagens abraçam e representam uma verdade que está sendo negada ou

rejeitada no contexto mais amplo.

Somos instruídos a não desprezar pequenos começos (Zc 4.10). Uma

mudança de paradigma, embora pequena quando introduzida por um ato

profético, nunca é irrelevante. Não há como calcular a extensão da transformação

que uma mudança imperceptível de paradigma pode causar à nossa volta.

Por que atos proféticos são tão poderosos? João 8.44 diz:

“Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi

homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade

nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso,

e pai da mentira”.

Quando lemos que o diabo é mentiroso, presumimos que ele mente para

nós, mas não para seus subordinados. Se o diabo contasse a verdade aos seus

demônios, ele teria de revelar alguns fatos desagradáveis sobre o final dos

tempos – sua completa derrota. Se ele permitisse que seus seguidores

conhecessem a verdade sobre o destino que lhes espera, é seguro presumir que

suas tropas não lutariam por ele com tanta intensidade.

O primeiro propósito de uma mentira é sempre exercer alguma forma de

controle sobre a pessoa que está sendo enganada. A verdade é sempre mais

poderosa que a mentira; mas aqueles que acreditam numa mentira ficam, dentro

do escopo dessa mentira, sob o controle do mentiroso.

Page 43: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

43

Por outro lado, quando até mesmo um grupo pequeno de pessoas

afetadas por tais mentiras realiza um ato profético que exemplifica e declara

o oposto do que é proclamado por uma mentira específica, então um círculo

de verdade é desenhado ao redor do diabo, expondo seu estratagema para

que todos o vejam, pois ele não suporta a verdade. A fim de ter êxito, um

mentiroso deve ocultar o fato de que é um mentiroso; do contrário, ninguém crerá

em suas mentiras. O diabo evita a verdade para que seu disfarce não seja

descoberto.

Um ato profético faz exatamente isso: altera e expõe, através da

inserção da verdade, o disfarce diabólico cuidadosamente orquestrado de

mentiras entretecidas. Nossa hora oportuna chega quando a mentira é

exposta e sua aura de imutabilidade é removida. Embora as circunstâncias

na esfera natural ainda possam parecer as mesmas, um ato profético chama

à existência coisas que ainda não existem, como se já existissem. Num ato de

guerra espiritual dirigido contra o diabo, confessamos com os nossos lábios o

que escolhemos crer em nossos corações. É o que está implícito em Apocalipse

12.11: “E eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu

testemunho; e não amaram as suas vidas até à morte”.

A verdade espiritual nunca pode permanecer dormente; precisa ser

declarada. E quando isto acontece, a verdade desafia e, no fim, muda aquilo

que se lhe opõe. Como resultado, o que se pensava ser impossível (por causa

da mentira de Satanás) torna-se possível agora (através da verdade de Jesus) – e não somente naquele tempo e espaço específicos, mas também depois. Como

ondulações numa lagoa, a verdade falada se projeta para fora em círculos

cada vez maiores, postos em movimento pelo ato profético inicial. Quando

abrimos um buraco nas trevas, a princípio a luz passa apenas com certa

dificuldade por ele. Mas ela continua se espalhando, até que o manto de

escuridão uma vez impenetrável acaba desaparecendo.

Foi isso que aconteceu em San Nicolas (Argentina) em 1997 em que, um

ato profético simples, porém de coragem, não apenas destruiu o poder do engano

de Satanás sobre a cidade (que dizia que a cidade era dele e que nada mudaria seu

“status quo espiritual”), mas continua a espalhar esperança por todo o mundo.

Muitos dos 360 representantes de quatro continentes que participaram daquela

campanha evangelística voltaram para suas cidades de origem e realizaram atos

proféticos semelhantes com resultados semelhantes. Hoje, inúmeras cidades

experimentaram uma mudança no clima espiritual para melhor como resultado

indireto do que foi feito ali — uma impres-sionante colheita cuja origem foi a

despretensiosa semente plantada pela primeira vez em minha cidade natal!

Page 44: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

44

Referências bibliográficas

Este estudo é um resumo do e-livro de Lee E. Thomas, COMO ORAR

EFICIENTEMENTE PELOS PERDIDOS. Impresso nos Estados Unidos, 2002/2006.

(Distribuído em vários idiomas no site: www.pelministries.org. Para adquirir

cópias impressas visite: www.simbrasil.org.br/loja/product.php?id_product=75.)

Mark Cahill. EVANGELISMO, UMA COISA QUE VOCÊ NÃO PODE FAZER NO

CÉU. Shedd Publicações, 2003.

Instituto Bíblico Tempo da Colheita. ESTRATÉGIAS DA COLHEITA

ESPIRITUAL, 2000.

Valnice Milhomens. A PALAVRA TRANSFORMA O CAOS: www.insejec.com.br.

Ray Comfort. BÍBLIA DE ESTUDO EVANGELISMO EM AÇÃO.

Editora Vida, 2005.

Ed Silvoso. EVANGELISMO DE ORAÇÃO. Editora Atos, 2003.

As citações bíblicas são da versão ACF, da Sociedade Bíblica Trinitariana

do Brasil, 1994/1995/2007.

Page 45: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

45

Minha lista de oração

“O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho...” (2 Co 4.4). “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer...” (Jo 6.44). “E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo... Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus...” (Mt 16.16, 17). “Quando ele [o Espírito Santo] vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo” (Jo 16.8). “Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa” (Atos 16.31).

FAMILIARES AMIGOS OUTROS

Page 46: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

46

FAMILIARES AMIGOS OUTROS

Page 47: EVANGELISMO POR MEIO DA ORAÇÃO.pdf

47

FAMILIARES AMIGOS OUTROS