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CEFAC CENTRO DE ESPECIALIZAÇÃO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA AUDIOLOGIA CLÍNICA AVALIAÇÃO AUDITIVA NO PRIMEIRO ANO DE VIDA MAGALI DILL VOLKWEIS PORTO ALEGRE. 1999. Monografia de conclusão do curso de especialização em Audiologia Clínica. Orientadora : Mirian Goldenberg

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Evaluación audiológica en el primer año de vida

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  • CEFAC

    CENTRO DE ESPECIALIZAO EM FONOAUDIOLOGIA

    CLNICA

    AUDIOLOGIA CLNICA

    AVALIAO AUDITIVA NO PRIMEIRO ANO

    DE VIDA

    MAGALI DILL VOLKWEIS

    PORTO ALEGRE.

    1999.

    Monografia de concluso do cursode especializao em AudiologiaClnica.Orientadora : Mirian Goldenberg

  • 2Resumo

    A audio um dos sentidos mais importantes que capacitam o

    indivduo a interagir com o mundo que o cerca.

    Sabe-se que os dois primeiros anos de vida constituem-se no

    perodo crtico para a aquisio e desenvolvimento da capacidade

    auditiva. Portanto, todos os profissionais que possuem contato com a

    criana devem estar atentos para a possibilidade de alteraes nesta

    rea.

    No trabalho, foram revisadas as principais tcnicas de avaliao

    da audio em bebs de zero a um ano de vida, alm de uma reviso

    sobre o desenvolvimento normal da mesma neste perodo.

    Tambm foi salientado a extrema importncia da deteco

    precoce da deficincia auditiva, com o objetivo de evitar alteraes do

    desenvolvimento global da criana.

  • 3Sumrio

    Introduo 04

    Justificativa 08

    Discusso terica 10

    Importncia da audio para o desenvolvimento da linguagem 11

    Desenvolvimento auditivo normal no primeiro ano de vida 13

    Avaliao da audio em neonatos e crianas at um ano de

    idade

    15

    Triagem auditiva neonatal 21

    Avaliao auditiva no primeiro ano de vida 26

    Teste de Boel 28

    Audiometria de Observao Comportamental 29

    Despistagem Auditiva 30

    Audiometria do Condicionamento do Reflexo de Orientao

    COR, Tcnica de Suzuki e Ogiba

    32

    Audiometria com Reforo Visual 34

    Observao das Respostas a Estmulos Verbais Reao

    voz e reconhecimento de comandos verbais

    35

    Consideraes finais 36

    Referncias bibliogrficas 38

    Anexo 1

    Anexo 2

    Anexo 3

  • 4Introduo

    Este trabalho tem como objetivo principal, verificar os tipos de

    avaliao da audio existentes no primeiro ano de vida da criana,

    pois durante os primeiros meses de vida, quando o crebro do beb

    dobra de peso, que formam-se dentro dele as conexes necessrias

    para o aprendizado, e durante toda a vida, haver poucos desafios

    intelectuais to difceis de superar como nesta primeira fase.

    Ser realizada uma reviso bibliogrfica, onde sero estudadas

    algumas das diversas tcnicas de avaliao da audio de crianas

    pequenas, desde o nascimento at o primeiro ano de vida.

    fundamental que a perda da audio seja detectada o mais

    precocemente possvel, pois a alterao da audio, tanto a nvel

    perifrico como central, resulta em graves consequncias para o

    desenvolvimento global da criana.

    Com a identificao precoce dos distrbios da audio, torna-se

    possvel a interveno especializada imediata, prevenindo futuras

    alteraes.

    O ato de ouvir envolve uma srie de mecanismos , e a perda da

    audio pode se estabelecer em qualquer lugar no caminho que o som

    percorre, desde a orelha externa at o Sistema Nervoso Central. A

    criana apresenta dificuldade em captar os sons ou de transformar os

    estmulos sonoros em impulsos compreensveis pelo crebro. A

    consequncia disto, que a criana no consegue distinguir os

    diferentes sons, acarretando em prejuzo certo para o desenvolvimento

    da linguagem compreensiva e expressiva.

    Para que se possa ajudar a criana deficiente auditiva,

    necessrio que o fonoaudilogo conhea diferentes tcnicas para

    avaliar a criana, desde o beb recm-nascido, pois atualmente pode-

    se realizar avaliaes no prprio berrio.

  • 5Alm do conhecimento de diversas tcnicas de avaliao

    auditiva, necessrio principalmente, que o fonoaudilogo goste de

    trabalhar com crianas pequenas, pois um trabalho que exige amor,

    pacincia, dedicao e uma boa vontade, para poder realmente

    interagir com elas, proporcionando-lhes um futuro mais digno e justo, e

    para que as mesmas possam se integrar na sociedade de ouvintes em

    que vivem.

  • 6 Justificativa

    Este trabalho visa a um estudo do desenvolvimento auditivo do

    beb em seu primeiro ano de vida. Objetiva-se tambm salientar a

    importncia do conhecimento das diversas tcnicas de avaliao da

    audio. Com isto, torna-se factvel o diagnstico precoce de quaisquer

    alteraes, possibilitando uma interveno a tempo de atenuar, ou

    mesmo impedir, danos maiores ao desenvolvimento global da criana.

    Cabe tambm lembrar ao fonoaudilogo de sua importncia

    como elemento de alerta aos profissionais da rea da sade que

    possuem contato com bebs, sobre o desenvolvimento normal da

    audio perifrica e central. Com isto, pequenos desvios deste podem

    ser detectados, permitindo uma atuao especializada precoce, e, se

    necessrio, o encaminhamento teraputico.

    Lichtig, Couto e Monteiro (1997), afirmam que o fonoaudilogo

    tem o dever de informar a enfermeiros, pediatras, neonatologistas e

    obstetras sobre os fatores de risco da deficincia auditiva, medidas

    preventivas quanto ao rudo existente em berrios e recomendaes

    para reduzir nveis de rudo, objetivando melhorar a qualidade de vida

    dos bebs de alto-risco, no que se refere a conservao da audio,

    como tambm minimizar os efeitos negativos psicolgicos e fisiolgicos

    da exposio prolongada desses bebs em UTIs neonatais.

    Por ltimo, mas com igual importncia, deseja-se lembrar e

    esclarecer a populao em geral da necessidade de observao dos

    bebs, para o reconhecimento de alteraes auditivas, salientando a

    sua importncia para o desenvolvimento da linguagem, com vistas ao

    crescimento global do indivduo.

    Muitos pais comeam a suspeitar que seus filhos possam ter

    alguma deficincia, quando estes deveriam comear a falar, e isto no

    acontece. Freqentemente, essas crianas j possuam um

    comportamento diferente das demais, mas os pais relutam em aceitar

  • 7que h um problema no desenvolvimento de seu filho, e em funo

    disto, justificam esse comportamento e acabam protelando a procura do

    mdico, e em conseqncia, torna-se tardia a avaliao auditiva e o

    diagnstico da surdez.

    Se profissionais, pais e pessoas envolvidas com a criana,

    souberem reconhecer achados indicativos de surdez e da importncia

    da interveno precoce, pode-se evitar a ocorrncia de prejuzos srios

    em relao ao seu desenvolvimento, e melhorar a qualidade de vida da

    criana surda.

  • 8Discusso Terica

    Trabalhar com crianas, principalmente com bebs, no tarefa

    fcil, pois necessrio que o profissional goste de crianas e conhea o

    seu desenvolvimento normal, para poder identificar qualquer distrbio,

    por menor que este seja.

    Baseando-se nisto, o trabalho apresenta uma pesquisa sobre o

    desenvolvimento auditivo normal no primeiro ano de vida e a

    importncia da audio para o desenvolvimento da linguagem.

    Sabe-se que uma perda da audio acarreta srios problemas

    para uma pessoa, principalmente se esta ocorre no incio da vida.

    Para evitar seqelas e comprometimentos irreversveis e

    irrecuperveis, necessrio que a perda auditiva seja detectada o mais

    cedo possvel.

    Levando-se em conta este fato, h um levantamento sobre

    triagem auditiva neonatal em berrios, bem como sobre tcnicas de

    avaliao auditiva de bebs de zero a um ano.

  • 9 Importncia da Audio para o Desenvolvimento da Linguagem

    A audio um dos sentidos fundamentais para compreender o

    mundo que o cerca, e segundo Simonek e Lemes (1996), ela que

    permite a localizao e serve de alerta aos perigos.

    Para Russo e Santos (1994), a audio informa sobre as

    atividades que ocorrem distncia, funcionando como mecanismo de

    alerta e defesa contra o perigo, e pela sua integridade, pode-se

    localizar a fonte sonora.

    Lichtig (1997), afirma que a perda da audio durante a infncia,

    pode dificultar ou atrasar a aquisio da linguagem, alterando o

    desenvolvimento normal da criana, pois esta no consegue se fazer

    entender e nem compreender o que acontece ao seu redor. A autora

    tambm diz que at mesmo uma leve perda nos dois primeiros anos de

    vida, por ser este o perodo crtico para o desenvolvimento da

    linguagem, poder acarretar problemas futuros de aprendizagem.

    fundamental a integridade do Sistema Auditivo para a

    aquisio e desenvolvimento da linguagem; Azevedo, Villanova e Vieira

    (1995), dizem que este fator um pr-requisito para tal, pois a criana

    deve ser capaz de prestar ateno, detectar, discriminar, localizar sons,

    memorizar e integrar experincias auditivas para poder reconhecer e

    compreender a fala.

    Russo e Santos (1994) concordam com os autores acima, que a

    audio desempenha um papel fundamental e decisivo para a criana

    desenvolver a linguagem falada, devendo a mesma possuir a

    integridade do sistema auditivo, tanto perifrico como central.

    As autoras tambm afirmam que a relao entre audio e

    linguagem prpria do ser humano, por ser uma funo fechada

    no

  • 10

    tempo e posssuir relao aos perodos maturacionais que ocorrem

    muito cedo na vida do beb; se o mesmo no receber estimulao de

    linguagem durante os dois ou trs primeiros anos de vida, nunca ter

    seu potencial de linguagem completamente desenvolvido,

    independendo do motivo de sua privao.

    Gordo e colaboradores (1994), concordam que a integridade

    anatomofisiolgica do sistema auditivo constitui um pr-requisito para a

    aquisio e desenvolvimento da linguagem, pois na primeira infncia

    ocorrem os maiores progressos no campo lingustico e intelectual da

    pessoa.

    Portmann e Portmann (1993) concluem que a audio

    importante para o desenvolvimento da linguagem e da inteligncia, e

    sem a mesma, a criana ter consequncias graves que podero

    repercutir para o resto da vida.

    Segundo Oliveira e Oliveira (1994) a audio o elemento

    fundamental , pois atravs dela que o ser humano adquire linguagem

    e se comunica com seus semelhantes.

    Pode-se verificar o quanto a audio possui um papel importante

    e at mesmo decisivo para o bom desenvolvimento do indivduo, e a

    falta dela traz consequncias srias, citadas por Boothroud (1982),

    como problemas perceptuais, de fala, comunicao, cognitivo, social,

    emocional, educacional, intelectual, vocacional e familiares.

  • 11

    Desenvolvimento Auditivo Normal no Primeiro Ano de Vida

    A audio do ser humano no igual desde o nascimento at a

    idade adulta; ela se modifica com o tempo, devido aos processos

    maturacionais do sistema auditivo, passando por vrias etapas de

    desenvolvimento.

    Russo e Santos (1994) dizem que, ao nascer, o ser humano

    possui audio do tipo reflexa, e aps inicia-se o processo de

    aprendizagem, passando a serem desenvolvidas respostas aos sons,

    as quais dependem de experincias auditivas anteriores.

    Para Northern e Downs (1989), existem discriminaes inatas no

    recm nascido, que auxiliam a preferncia pela voz da me e requerem

    competncias auditivas para discriminar ritmo, entoao, freqncias,

    acentos (aspectos supra-segmentais da fala)e componentes fonticos

    (aspectos lingsticos). Estas discriminaes estariam presentes desde

    o nascimento, pois a cclea possui funo adulta desde a vigsima

    semana de gestao, e desta forma os bebs j escutam pelo menos

    quatro meses antes de nascer, o que justifica o beb ser tranqilizado

    pelos batimentos cardacos da me nos seus primeiros dias de vida.

    Casper (1980) comprovou que os recm nascidos

    preferem as vozes de suas mes s de outras mulheres, e que os

    neonatos tm competncia para discriminar a fala de

    uma pessoa, evidenciando a existncia de processos pr-

    adaptativos para dimenses acsticas da fala.

    Simonek e Lemes (1996) afirmam que o recm-nascido j

    capaz de prestar ateno aos sons leves e prolongados e se assusta

    com sons intensos.

  • 12

    Segundo Russo e Santos (1994), os primeiros anos de vida de

    um beb so repletos de aprendizagem, pois neste perodo ele adquire

    todos os tipos de habilidades e informaes que provm da viso,

    audio, tato, olfato e gustao.

    A criana armazena informaes, pois a audio vem mais tarde,

    quando os sons passam a ter significado para ela, e se estabelece o

    processo de aprendizagem para ouvir. Os fatores ambiental e

    emocional podem influenciar neste processo , apesar do fator primordial

    ser a maturao do Sistema Nervoso Central, da mielinizao das fibras

    nervosas aos centros corticais correspondentes. Por este motivo, as

    respostas do recm-nascido so reflexas, e quando ocorrer a

    maturao do SNC, estas sero inibidas, passando a serem

    comandadas pelo crtex.

    As autoras afirmam que os sons de maior significado para os

    bebs, como a voz da me, so mais facilmente aprendidos. Com duas

    semanas de vida adquire atitude a voz humana, e com quatro semanas

    acalmada pelos sons, modificando seu comportamento ao ouvi-los.

    Aos quatro meses de vida, o beb volta a cabea em direo aos sons,

    at mesmo aos de fraca intensidade. At os quatro meses, o beb

    apresenta conscientizao do som, discriminao entre presena e

    ausncia de som, e capacidade de procurar a fonte sonora.

    Northern e Downs (1989) elaboraram um quadro de maturao

    das respostas auditivas em bebs de 0 a 24 meses:

    Recm-nascidos - apresentam respostas reflexas (RCP, Moro,

    Startle) e despertar do sono.

    Trs a quatro meses - virada rudimentar de cabea.

    Quatro a sete meses - localizao do som para os lados.

    Sete a nove meses - localizao para os lados e indiretamente

    para baixo.

    Nove a treze meses - localizao para os lados e diretamente

    para baixo.

  • 13

    Treze a dezesseis meses - localizao para os lados, para baixo

    e indiretamente para cima.

    Dezeseis a vinte e um meses - localizao diretamente para os

    lados, para baixo e para cima.

    Vinte e um a vinte e quatro meses - localizao dos sons em

    qualquer ngulo.

    Azevedo (1995), elaborou uma nova tabela de maturao das

    respostas da criana:

    Zero a trs meses - RCP, sobressalto e ateno. Orientao ao

    som.

    Trs a seis meses - ateno, procura da fonte e localizao

    lateral (direita / esquerda).

    Seis a nove meses - Localizao lateral ( direita / esquerda),

    indireta para baixo e indireta para cima.

    Nove a treze meses - localizao lateral (direita / esquerda),

    direta para baixo e indireta para cima.

    Treze a dezoito meses - localizao lateral (direita / esquerda),

    direta para baixo e para cima.

    Durante muitas dcadas, imaginou-se que os bebs s reagiam

    de forma reflexa a sons intensos. Segundo Simonek e Lemes (1996),

    este conceito mudou, e os bebs, mesmo os prematuros e de risco, so

    capazes de se orientar em direo ao som. Esta orientao depender

    do estado da criana, da postura, do tipo de som e de sua utilizao.

    Simonek e Esmeraldo (1996) elaboraram um trabalho de

    respostas auditivas no primeiro ano de vida, aps a observao de 539

    bebs, no perodo de 1990 a 1995.

    Recm-nascido - inatividade alerta - o beb presta ateno e

    volta os olhos para o lado em que o som produzido (resposta de

    orientao com facilitao dos movimentos da cabea)

    Recm-nascido - sono leve - acordar do sono; contrao de

    plpebras e movimentos corporais generalizados ( RCP, reao de

    susto e sobressalto ).

  • 14

    Trs a quatro meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea

    em direo ao som e os olhos seguem na mesma direo ( resposta de

    localizao ).

    Cinco a oito meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea

    para o lado e para baixo.

    Seis meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea para o

    lado e para cima.

    Seis a oito meses - inatividade alerta - o beb volta-se no sentido

    da fonte sonora.

    Oito a dez meses - inatividade alerta - o beb volta a cabea

    diagonalmente para o som.

    Apesar de haver discordncia entre uma tabela e outra,

    principalmente entre a primeira citada com as demais, pode-se verificar

    que os primeiros anos de vida de uma criana so cruciais para o seu

    desenvolvimento. Portanto, qualquer alterao da audio, at mesmo

    em grau leve, pode acarretar conseqncias srias para o seu

    desenvolvimento, o que novamente confirma serem os dois primeiros

    anos o perodo crtico da audio.

  • 15

    Avaliao da Audio em Neonatos e Crianas

    at Um Ano de Idade

    Avaliar a audio de uma criana pequena no tarefa fcil.

    Exige do fonoaudilogo um conhecimento do desenvolvimento normal

    da criana e de mais diversas tcnicas de acordo com a faixa etria

    correspondente.

    Para Russo e Santos (1994), o propsito desta avaliao est

    voltado para trs aspectos principais: detectar perdas auditivas leves,

    moderadas, severas ou profundas; estabelecer diagnstico diferencial

    com quadros que possuem retardo de linguagem; avaliar

    quantitativamente e qualitativamente a deficincia auditiva, o mais

    precocemente possvel, para auxiliar no diagnstico mdico e

    encaminhar para habilitao ou reabilitao auditiva.

    Portmann e Portmann (1993) dizem que a explorao auditiva

    em crianas muito mais delicada do que em adultos, e que os testes

    utilizados devem levar em conta a sua idade e a sua possibilidade de

    participao. fundamental um equipamento adequado e um

    examinador treinado em contato com crianas pequenas e que conhea

    os possveis problemas de desenvolvimento psicointelectual, lingstico

    e auditivo.

    Russo e Santos (1994), citando Hodgson (1978), mostram que a

    avaliao audiolgica a observao das respostas comportamentais

    da criana em determinada situao.

    As autoras colocam que a avaliao da criana e de sua audio,

    devem estar de acordo com o tipo de resposta que esta possa dar e

    com o perodo de desenvolvimento que se encontra, sendo, portanto,

    fundamental conhecer o desenvolvimento da funo auditiva normal.

    Muitas vezes, pode-se detectar um distrbio na criana devido a

    alterao destas funes.

  • 16

    Segundo Rabinovich (1997), a avaliao da audio na criana

    uma rea altamente especializada e um desafio Audiologia Clnica,

    pois devido as crianas serem diferentes umas das outras, pode

    adquirir aspectos pluridimensionais. Por isto , as tcnicas utilizadas

    para avaliar a audio de uma criana devem ser simples, prticas,

    fceis de se aplicar, flexveis e adequadas s necessidades individuais

    de cada criana.

    A autora recomenda criar um ambiente agradvel com a criana,

    para que responda adequadamente, de acordo com sua idade

    cronolgica e mental, e dos estados neurolgicos,fisiolgicos e

    psicolgicos. A sala deve ser tratada acusticamente e o examinador

    deve conhecer o equipamento a ser utilizado.

    Katz (1989) alerta para o cuidado em avaliar as crianas

    pequenas, evitando-se um diagnstico errneo, pois, como afirmam

    Northern e Downs (1989), no h bebs com respostas mais pobres,

    apenas profissionais inadequadamente preparados, devendo dar o

    estmulo certo, na situao estruturada, para obter a resposta correta.

    O autor tambm coloca da importncia dos procedimentos

    utilizados na avaliao de uma criana, pois devem ser determinados

    pelo tipo de respostas que esta pode dar. A avaliao deve ser

    orientada para que se obtenha o maior nmero de informaes o mais

    rpido possvel. Suas respostas dependero de sua idade mental, idade

    cronolgica, estado neurolgico, nvel de audio, motivao para

    cooperar, experincias anteriores e circunstncias de teste.

    Rabinovich (1997) diz que o examinador deve, antes de iniciar a

    avaliao audiolgica da criana, ter conhecimento e experincia em

    avaliar crianas com desenvolvimento normal da funo auditiva.

    Oliveira e Oliveira (1994), orientam que a avaliao deve ser

    realizada quando suspeita-se de perda da audio congnita ou

    adquirida antes do desenvolvimento da fala, para que a criana seja

    encaminhada o mais cedo possvel para treinamento especializado.

    Com isto, evitam-se repercusses em sua personalidade, comunicao

  • 17

    e socializao, sendo que atualmente j possvel fazer um diagnstico

    preciso em qualquer idade.

    Os autores tambm afirmam da importncia da deteco

    precoce da deficincia auditiva para encaminhamento a fim de

    protetizao, visando o bom desenvolvimento lingustico da criana,

    pois de acordo com Rabinovich (1997), a deteco e identificao da

    surdez, permite um trabalho imediato, oferecendo condies para o

    desenvolvimento de fala, linguagem, psquico, social e educacional da

    criana.

    Butross, Gearhart e Peck (1995) relatam que a descoberta e o

    tratamento precoce da perda auditiva pode prevenir uma vida toda de

    dificuldade.

    Para Azevedo(1995), a avaliao instrumental da criana no

    primeiro ano de vida, juntamente com a avaliao eletrofisiolgica ,

    podem fornecer informaes importantes sobre o sistema auditivo da

    criana. Com isto, obtm-se um diagnstico precoce dos distrbios da

    audio, tanto a nvel perifrico, da acuidade auditiva como do

    processamento auditivo central.

    A autora fala da importncia do diagnstico audiolgico ser

    realizado durante o primeiro ano de vida, pois possibilita a interveno

    mdica e/ou fonoaudiolgica no perodo crtico de maturao e

    plasticidade funcional do SNC, o que permite um prognstico mais

    favorvel em relao ao desenvolvimento da criana.

    As crianas consideradas de risco para distrbio da audio,

    devem ser submetidas a uma avaliao no incio da vida e a um

    acompanhamento audiolgico, para verificar o desenvolvimento de sua

    audio e identificar qualquer tipo de alterao da audio ainda no

    perodo ideal.

    A avaliao audiolgica em consultas peridicas durante o

    primeiro ano de vida, possibilita verificar as respostas das crianas

    frente aos estmulos acsticos com o aumento da idade, observando-se

  • 18

    o processo de maturao do SNC e caracterizar o desenvolvimento

    auditivo de cada criana.

    Simonek e Lemes (1996) citam diversas metodologias para se

    avaliar a audio de crianas pequenas, como a Audiometria de Tronco

    Cerebral (ABR), Emisses Otoacsticas e Avaliao Auditiva

    Comportamental, sendo que Lichtig (1997) cita tambm a

    Imitanciometria, alm de Buttrosss, Gearhart e Peck (1995), que

    acrescentam a Audiometria de Reforo Visual.

    Os mtodos e tcnicas no so excludentes entre si, e sim,

    complementares. Nos casos de respostas comportamentais claras e

    consistentes, no h necessidade de avaliao fisiolgica, mas em

    respostas duvidosas, sua realizao obrigatria para concluso do

    diagnstico, segundo as autoras.

    Russo e Santos (1994), recomendam a realizao de programas

    de deteco precoce da deficincia auditiva em berrios, sendo que

    estes visam a preveno, a identificao, o diagnstico e a habilitao

    da criana deficiente auditiva, o mais precocemente possvel. Esta

    avaliao deve ser simples, exigir pouco tempo, pequeno custo, pouco

    equipamento e deve detectar o maior nmero de bebs, sendo menos

    subjetiva possvel e com respostas claras.

    As autoras tambm falam da importncia dos pais do beb

    retornarem ao hospital para que a criana possa ser avaliada com um

    ms, trs meses, seis meses, nove meses e um ano de idade. Esses

    retornos so necessrios, para evitar que o beb seja diagnosticado

    como surdo, quando este apresenta audio normal (falso-positivo) ou

    que seja diagnosticada como ouvinte, quando este realmente surdo

    (falso negativo).

    Northern e Downs (1989), falam da importncia destes retornos,

    devido ao fato da audio da criana modificar-se durante o primeiro

    ano de vida.

    Lichtig e colaboradores (1997), chamam a ateno do

    fonoaudilogo para os bebs de alto risco, que apresentam

  • 19

    intercorrncias pr, peri ou ps-natais, pois devido aos avanos

    tecnolgicos, a sobrevida destes bebs tem aumentado, devendo-se

    criar condies para o desenvolvimento das futuras aquisies destes.

    importante selecionar os bebs que apresentem um ou mais fatores

    de risco, submetendo-os triagem auditiva o mais cedo possvel e

    encaminh-los avaliao audiolgica completa.

    Segundo a American Speech and Hearing Association (Joint

    Commite on Infant Hearing, 1994), a prevalncia de deficincia auditiva

    (DA), em neonatos que no possuem intercorrncias de 1 para 1000,

    enquanto que em neonatos e lactentes com um ou mais fatores de

    risco de 1,5 a 6,0 para 1000 nascimentos.

    Para Oliveira e colaboradores (1994), a triagem o mtodo mais

    eficaz de deteco precoce da DA, pois simples, rpido e barato,

    podendo ser aplicado a um nmero relativamente grande de crianas.

    O objetivo no o de diagnosticar a DA, mas determinar se existe a

    possibilidade de perda da audio. O berrio o local ideal para a

    realizao da triagem pois os bebs permanecem l em mdia 36 a 48

    horas.

    Portmann e Portmann (1993), falam da importncia dos mtodos

    de avaliao de bebs serem objetivos, simples e fceis de serem

    aplicados, pois o recm-nascido um ser subcortical, comandado

    essencialmente por reflexos inatos, e que encontram-se num estado de

    no diferenciao em relao ao seu meio.

    Castro (1980) diz que a faixa etria de diagnstico de problemas

    auditivos ocorre tardiamente, entre o vigsimo quarto e trigsimo ms

    de vida. Por este motivo, Lichtig, Couto e Monteiro (1997), enfatizam a

    importncia da deteco da DA ser efetuada durante o perodo que o

    beb se encontra no berrio.

    Na reunio realizada pelo Joint Committe on Infant Hearing, em

    1994, enfatizou-se a realizao da triagem ser universal, ou seja, em

    todos os recm-nascidos, pois apenas 50% das deficincias auditivas

    so detectadas mediante o uso do registro de alto risco.

  • 20

    Azevedo(1997), enfatiza que toda a criana que apresente em

    sua histria pregressa algum fator de risco para distrbios da audio,

    perifrica ou central, deve ser avaliada periodicamente, em relao as

    habilidades de processamento dos estmulos acsticos.

    Os critrios de alto risco elaborados pelo Comit em 1990, para

    neonatos at 28 dias so:

    1. Histria familiar de perda auditiva congnita ou tardia

    neurossensorial.

    2. Infeco congnita: toxoplasmose, sfilis, rubola, citomegalovrus e

    herpes.

    3. Anomalias craniofaciais, incluindo pavilho auricular e canal auditivo.

    4. Peso ao nascer inferior que 1500 gramas.

    5. Hiperbilirrubinemia em nvel exsangneo transfuso.

    6. Medicaes ototxicas.

    7. Apgar de 0 - 3 nos primeiros cinco minutos.

    8. Meningite bacteriana.

    9. Ventilao mecnica por perodo igual ou maior a dez dias.

    10. Sinais ou outros achados associados a sndromes que incluam

    perda auditiva neurossensorial.

    No Brasil, inclui-se tambm o critrio PIG - Pequeno para Idade

    Gestacional.

    Azevedo (1994) inclui tambm a exposio de neonatos a rudos

    intensos na incubadora alm de sete dias, e drogas ou lcool utilizados

    pela me durante o perodo gestacional.

    Kountakis e cols (1997) encontraram como fatores de risco para

    deficincia auditiva, outras trs variveis, quais sejam tempo de

    permanncia em UTI, Sndrome da Angstia Respiratria e fibroplasia

    retrolental.

    Verificou-se que podem ser muitos os fatores causadores de

    perda auditiva em crianas, mas independente da causa, as seqelas

    decorrentes da perda so as mesmas, por isto a importncia da

    avaliao ser realizada ainda no primeiro ano de vida.

  • 21

    Triagem Auditiva Neonatal

    A triagem auditiva neonatal uma avalio rpida que possui o

    objetivo de detectar alteraes da audio, o mais cedo possvel, a fim

    de prevenir maiores problemas de desenvolvimento na vida das

    crianas deficientes auditivas.

    Downs (1978) enfatiza a importncia da implantao da triagem

    auditiva universal, pois a identificao precoce da perda auditiva pode

    modificar a qualidade de vida da criana deficiente auditiva.

    Mehl e Thomson (1998) tambm consideram importante a

    triagem auditiva universal devido a incidncia alarmante de perda

    auditiva congnita bilateral.

    Lichtig, Couto e Monteiro (1997) e Azevedo (1995), enfatizam da

    importncia desta avaliao ser realizada no perodo prximo da alta

    hospitalar, quando o neonato encontra-se em condies de ser

    manipulado, sem uso de sondas e em bom estado geral de sade.

    Esta avaliao pode ser triada atravs de mtodos

    eletrofisiolgicos (Potencial Evocado Auditivo do Tronco Cerebral -

    PEATC e Emisso Otoacstica Evocada - EOAE) ou pelo Mtodo de

    Observao de Respostas Comportamentais.

    Ser dada nfase aos procedimentos comportamentais por

    serem de baixo custo, de fcil aplicao e flexveis em uma

    programao.

    Russo e Santos (1994) dizem que a avaliao auditiva do recm-

    nascido, atravs de mtodos comportamentais, mais qualitativa de

    que quantitativa, pois limitada elicitao de respostas reflexas a

    estmulos acsticos conhecidos, normalmente intensos.

    Para as autoras, as respostas mais freq:uentemente encontradas

    so: reflexo ccleo-palpebral, reflexo de Moro, a reao de sobressalto

    (Startle) e o despertar do sono.

  • 22

    importante observar o estado de sono ou viglia em que a

    criana se encontra durante a avaliao. O estado de sono ideal

    aquele situado entre o leve e o profundo, no qual se coloca o dedo

    sobre a plpebra da criana e sente-se o movimento do globo ocular

    sem que ela desperte.

    As autoras enfatizam da importncia do beb estar bem

    alimentado, limpo e vestido com pouca roupa, ou com roupa que lhe

    permita grandes movimentos, a fim de que se possa avaliar

    adequadamente as suas respostas.

    Segundo Lichtig, Couto e Monteiro (1997), o Mtodo de

    Respostas Comportamentais pode ser realizado utilizando-se

    equipamentos eletrnicos (screening automtico), tais como o Crib-O-

    Gram e Auditory Response Cradle.

    O mtodo Crib-O-Gram consiste na colocao de uma lanterna

    especial, cujo foco direcionado a uma clula fotoeltrica no bero. Os

    movimentos do beb acendem esta lanterna, e a luz, ao atingir a clula

    fotoeltrica transforma-se em corrente eltrica e registrada. O

    estmulo sonoro de um segundo um rudo de banda estreita centrado

    na frequncia de 3000 Hz, apresentado a 92 dB NPS, atravs de um

    alto-falante acima do bero, uma distncia de 1m. e 8cm. O

    registrador controla as atividades do beb antes e depois dos estmulos

    sonoros e registra em um grfico.

    Atualmente, os modelos modernos so controlados por

    microprocessador, e realizam o teste num perodo de 2 ou 3 horas, e

    todos os movimentos do beb so automaticamente processados.

    Kawakami e Okamoto (1986), em um trabalho realizado

    concluram que h alta probabilidade de dficit neurolgico nas crianas

    que fracassaram no Crib-O-Gram; portanto, deveriam receber

    acompanhamento neurolgico e audiolgico.

    O Auditory Response Cradle um equipamento que monitora as

    vrias respostas comportamentais na presena do som. O recm-

    nascido colocado em posio supina num colchonete de espuma

  • 23

    contendo transdutores. O rudo passa-alto de 2600 a 4300 Hz a 85 dB

    NPS, apresentado em cada orelha atravs de um fone auricular, num

    intervalo de 5 segundos. A instrumentao ajustada no bero permite

    que as respostas auditivas, como os movimentos do beb, sejam

    registradas poligraficamente.

    O mtodo de Observao de Respostas Comportamentais,

    segundo Lichtig, Couto e Monteiro (1997), consiste na avaliao

    baseada na observao de respostas motoras do recm-nascido,

    mediante um estmulo sonoro.

    Northern e Downs (1989), afirmam que o estmulo sonoro mais

    eficaz aquele situado em torno de 3000 Hz a 90 dB NPS, ao nvel do

    pavilho auricular, sendo que o ambiente de testagem no pode

    exceder a 60 dB NPS de nvel de rudo. O estmulo deve ser de 2

    segundos, em no mximo oito vezes, com intervalos peridicos.

    Segundo Russo e Santos (1994), a avaliao pode ser realizada

    com o uso de audimetros peditricos, que geram tons puros e

    modulados (warble tone), que, por serem pequenos, portteis, fceis de

    manipular e por possurem um custo menor, facilitam a aplicao em

    berrios.

    Alguns destes audimetros possuem estmulo acstico e visual.

    O estmulo sonoro consta de tons modulados em 500, 1000, 2000 e

    4000 Hz, em intensidades de 20, 40, 60 e 80 dB NA, uma distncia de

    50 cm do pavilho auricular, aumentando em 10 dB se a distncia for

    reduzida para 10 cm. O estmulo visual composto por trs pequenas

    lmpadas vermelhas que acendem e apagam em intervalos de tempo.

    Estes estmulos, visuais e sonoros, podem ser apresentados

    simultaneamente ou alternadamente, pois so controlados por

    interruptores que se encontram na parede posterior do audimetro.

    Para Lichtig, Couto e Monteiro (1997) importante a presena de

    pelo menos dois fonoaudilogos na realizao da testagem, e que eles

    concordem com as respostas observadas.

  • 24

    Aps a apresentao dos estmulos e observao das respostas,

    estabelece-se o critrio passou-falhou. considerado passou o

    neonato que apresentar um ou mais tipos de respostas pr-

    estabelecidas em pelo menos uma orelha (Northern e Downs, 1989).

    O recm-nascido que no apresentar nenhum tipo de resposta,

    deve ser encaminhado para avaliao eletrofisiolgica da audio, a fim

    de estabelecer o diagnstico. importante o acompanhamento deste

    beb, para confirmao da perda auditiva.

    Para Russo e Santos (1994), todo o programa de triagem

    auditiva s est completo se os encaminhamentos necessrios ao beb

    identificado como deficiente auditivo forem feitos. O primeiro passo

    aps a deteco seria o diagnstico clnico, que deveria ser feito por

    uma equipe composta pelo pediatra, otorrinolaringologista,

    fonoaudilogo e psiclogo. O prximo passo seria de orientar os pais

    quanto aos caminhos a buscar, as opes a fazer e as dificuldades que

    podero encontrar. No momento em que o diagnstico da surdez foi

    estabelecido, o profissional deve oferecer aos pais a possibilidade de

    falar e de ser ouvido.

    Northern e Downs (1989) comentam do perodo de tempo de

    dois anos entre a suspeita da deficincia auditiva e o momento do

    diagnstico final. Por este motivo, Lichtig, Couto e Monteiro (1997)

    enfatizam a importncia do neonato ser encaminhado para o processo

    de habilitao, assim que for diagnosticada a perda auditiva.

    O objetivo da avaliao auditiva em berrios, de acordo com as

    autoras, o de verificar se o beb possui alterao auditiva do tipo

    neurossensorial, ou se apresenta desordem do processamento auditivo

    central, levando-se em conta o perodo crtico da audio, para

    estimulao da linguagem.

    As autoras orientam que cabe ao fonoaudilogo a

    responsabilidade de conscientizar a famlia sobre a necessidade de

    acompanhar o desenvolvimento da audio dos bebs que apresentem

    um ou mais fatores de risco para a DA durante o perodo neonatal. O

  • 25

    ideal que este acompanhamento seja realizado durante os dois

    primeiros anos de vida da criana.

    O fonoaudilogo deve conhecer e saber aplicar vrios mtodos

    de triagem auditiva em bebs, para poder optar pelo que melhor se

    adapta a situao de sua populao de teste, levando em conta a

    rapidez e a eficcia dos mesmos.

  • 26

    Avaliao Auditiva no Primeiro Ano de Vida

    Antes de comear a avaliao propriamente dita, o fonoaudilogo

    dever realizar uma anamnese, uma entrevista inicial com os pais, com

    o objetivo de coletar dados importantes sobre o desenvolvimento da

    criana bem como sobre qual o melhor mtodo para avali-la.

    Todo o trabalho realizado com criana envolve uma fase de

    coleta de dados junto aos pais, para caracterizar a queixa e as

    dificuldades que estes pais sentem em relao ao seu filho, declaram

    Russo e Santos (1994).

    As autoras consideram esta uma etapa importante do

    diagnstico, devendo conter perguntas objetivas sobre a causa, e

    fatores que predispem, agravam ou caracterizam o problema auditivo

    e o estado atual do paciente.

    A anamnese deve obter informaes relativas a identificao do

    paciente, caracterizao dos problemas da criana queixa, a histria e

    o estado atual do problema auditivo, historia mdica, desde a gestao

    at o momento ( doenas infecciosas, medicamentos e antecedentes

    familiares), aspectos socioculturais, desenvolvimento motor, social,

    mental emocional e de linguagem, e histria audiolgica. (Anexo 1)

    Northern e Downs (1989), dizem que deve-se perguntar aos pais

    quanto principal preocupao que os levou ao fonoaudilogo, pois

    pode ser que essa seja toda a informao que necessria antes da

    testagem audiolgica, e nenhum detalhe deve ser esquecido. Indagar

    aos pais quanto ao desenvolvimento oral e auditivo da criana, sendo

    importante estabelecer um relacionamento descontrado com a me ou

    pais, pois a criana observa o que acontece, e se sente mais vontade.

    Russo e Santos (1994) tambm salientam que a etapa da

    entrevista pode ser uma etapa de aproximao entre o examinador e a

    criana, e quando esta participa desta entrevista, mais fcil a sua

  • 27

    colaborao durante a avaliao, pois a barreira do desconhecido, do

    medo e da novidade foram derrubados, principalmente com crianas

    maiores.

    As autoras salientam que durante esta fase, o examinador pode

    levantar informaes que o ajudaro a selecionar o material e

    procedimento que melhor se adapta criana em questo, e que estes

    dados podero facilitar o processo de avaliao audiolgica.

    Para realizar avaliao auditiva em crianas, Simonek e Lemes

    (1996), sugerem nas testagens de recm-nascidos at 6 meses, a

    Audiometria de Observao do Comportamento (utilizando os recursos

    de despistagem, a bandinha, etc);a timpanometria e a pesquisa do

    reflexo acstico; em suspeita de perda auditiva, sugerem a solicitao

    da pesquisa das emisses otoacsticas transientes e/ou Produtos de

    Distoro, e, se derem alteradas, a Audiometria de tronco Cerebral,

    para complementao diagnstica.

    Em crianas de seis meses a um ano, sugerem a realizao da

    Audiometria de Reforo Visual (VRA) ou Audiometria de localizao em

    Campo livre, utilizando tons puros modulados (warble), comeando da

    menor intensidade para maior. Realizar o teste de reao chamada

    do prprio nome, pelo examinador e depois pela me da criana,

    comeando por voz baixa, depois mdia-alta e alta. Verificar se a

    criana entende ou obedece ordens verbais e se necessita de pistas

    visuais. As solicitaes verbais so propostas por Azevedo

    (1991,1993), sendo a voz apresentada sem amplificao. Sugerem

    tambm a avaliao das condies da orelha mdia, atravs da

    timpanometria e da pesquisa do reflexo acstico.

    Diversas so as tcnicas para avaliar a audio de crianas de

    zero a um ano de idade. Ser dado um parecer sobre o teste de Boel,

    respostas comportamentais ao estmulo auditivo, audiometria atravs

    do condicionamento do reflexo de orientao COR (Suzuki e Ogiba,

    1961), Audiometria do reforo visual (VRA), citadas por Russo e Santos

    (1994) , Despistagem Auditiva, proposta por Simonek e Lemes (1996),

  • 28

    sendo que Azevedo (1993), utiliza tambm a Observao das

    Respostas a Estmulos Verbais .

    Northern e Downs (1989), salientam a importncia da sala de

    testagem ser acusticamente tratada, o beb estar fisiologicamente

    satisfeito e o som do teste ser de espectro conhecido.

    Teste de Boel

    O Teste de Boel, que significa o olhar guiado pelo som, foi

    elaborado por Karin Stenslan Junker (1978), em Estocolmo. Este teste

    serve para avaliar a audio de bebs de sete a dez meses de idade, e

    para avaliar o desenvolvimento perceptual, motor, visual e o contato da

    criana com o examinador.

    Para realizao do teste, Junker (1978), citado por Russo e

    Santos (1994) estabeleceu como padro, o uso de: um basto vermelho

    de madeira; quatro pequenas fontes sonoras (dois sinos e dois guizos

    de prata, presos em anis cujos espectros sonoros so conhecidos);

    um mbile de prata.

    O sino de prata ao ser percutido produz um estmulo de 45-55 dB

    NPS , enquanto que o guizo produz de 35-45 dB NPS, ambos a 20 cm

    de distncia.

    O teste s dever ser comeado aps ser estabelecido um firme

    contato de olho. O examinador movimenta o basto de madeira

    vermelho para frente e para trs, depois no sentido horizontal e no

    vertical. Enquanto o beb estiver atento ao estmulo visual, o

    examinador apresenta os estmulos sonoros, a 20-30 cm atrs da

    orelha do beb. O beb deve virar a cabea em direo ao som para

    ser considerado positivo. Cuidar para que no se perca o contato visual.

  • 29

    As respostas positivas para cada som isolado devem ser

    anotadas. Para ser considerado positivo, o beb deve virar a cabea

    para 4 dos 5 sons apresentados.

    Audiometria de Observao Comportamental

    A avaliao da audio da criana nos primeiros meses de vida,

    baseada na observao das respostas comportamentais que esta

    apresenta frente a estmulos sonoros. Russo e Santos (1994) citam

    como principais respostas reflexas o reflexo ccleo-palpebral (RCP),

    reflexo de susto (Startle) e de acordar. Alm dessas respostas reflexas,

    Azevedo (1991), classifica em ateno ao som, procura da fonte

    sonora, localizao lateral, localizao de sons para baixo e localizao

    de sons para cima, sendo que a localizao para baixo e para cima,

    ainda pode ser classificada em indireta e direta.

    Azevedo (1993) utiliza guizo (60 a 70 dB NPS), sino (80 dB

    NPS), black-black (90 dB NPS) e agog (campnula grande 100 dB

    NPS), como estmulos sonoros para elicitar respostas comportamentais

    em bebs. Esses estmulos so apresentados em ordem crescente de

    intensidade, no plano lateral, 20 cm do pavilho auricular do beb

    durante 2 segundos, com um intervalo de 30 segundos entre as

    estimulaes. A estimulao tambm realizada 20 cm abaixo e 20 cm

    acima do pavilho auricular, direita e esquerda no plano lateral.

    (Anexo 2)

    Russo e Santos (1994) afirmam que um beb pode mostrar que

    ouviu, modificando o seu comportamento quando o som foi

    apresentado. Salientam que a avaliao audiolgica em bebs de at

    seis meses muito mais qualitativa do que quantitativa.

    As autoras enfatizam que a pesquisa das respostas

    comportamentais em bebs de zero a um ano de idade, pode fornecer

  • 30

    informaes sobre a normalidade da audio da criana, como tambm

    sobre o estgio de maturao da funo auditiva. Por exemplo, uma

    criana de 12 meses de idade que apenas movimenta a cabea

    lateralmente para localizar a fonte sonora, est se comportando como

    um beb de trs a seis meses de idade, mostrando ento uma

    defasagem no processo de desenvolvimento da sua funo auditiva.

    Azevedo (1991) encontrou as seguintes respostas mais

    freqentes em cada faixa etria: de 0 a 3 meses, Reflexo Ccleo-

    Palpebral, reao de sobressalto e ateno ao som; de 3 a 6 meses,

    localizao lateral ao nvel da orelha e respostas a tons puros de 80

    dBNA; de 6 a 9 meses, localizao lateral, indireta para baixo e

    respostas a tons puros de 60 dBNA; de 9 a 12 meses, localizao

    lateral, direta para baixo, indireta para cima e respostas a tons puros de

    20 dBNA. Sendo que o reflexo Ccleo-Palpebral esteve presente em

    todas as crianas independendo da idade.

    Azevedo, Vilanova e vieira (1995) tambm relatam a pesquisa

    do fenmeno da habituao, onde h uma diminuio ou extino do

    movimento frente a estmulos repetidos. Observa-se este fenmeno

    para a reao de sobressalto, sendo que a habituao significa que h

    integridade do SNC. Segundo os autores, em crianas nascidas a

    termo, ocorre no segundo estmulo, em crianas nascidas pr-termo,

    ocorre no terceiro estmulo, enquanto que em crianas com alterao

    central este fenmeno ocorre no quarto estmulo ou h uma ausncia

    deste.

    Despistagem Auditiva

    Esta tcnica descrita por Simonek e Lemes (1996), em que um

    auxiliar ou o prprio examinador atrai a ateno visual da criana com

    um objeto e com a outra mo faz um estmulo auditivo. Tambm

    conhecida como Tcnica da Distrao, de acordo com Hodgson (1985).

  • 31

    As autoras colocam que a Despistagem Auditiva, apesar de

    utilizar os mesmos princpios da Tcnica de Distrao, diferem entre si

    quanto a metodologia de mensurao acstica dos estmulos utilizados,

    objetos escolhidos, classificao e critrio das respostas, tempo e

    distncia de apresentao dos estmulos, metodologia de aplicao do

    estmulo, postura da criana e da me.

    As autoras tambm afirmam que a Despistagem s tem valor

    diagnstico, quando adicionada Audiometria de Observao do

    Comportamento ou outros exames complementares.

    Os procedimentos empregados so divididos para neonatos (RN

    28 dias) e para bebs (4 a 12 meses). A partir do primeiro at o final

    do terceiro ms deve-se evitar realizar a Despistagem, pois mais

    difcil de se obter uma resposta auditiva (Siegler, 1991).

    Os neonatos devem ser colocados em posio facilitadora, onde

    o beb elevado aproximadamente 20 graus em supino, com a cabea

    na linha mdia, apoiada pela mo do examinador, ficando livre para

    girar.

    O teste deve ser realizado no estado de Inatividade Alerta, o

    qual seria o estado de viglia, em que os olhos do beb esto

    totalmente abertos. Os estmulos so apresentados aleatoriamente

    esquerda ou direita do beb, a uma distncia de 7 cm num ngulo de

    90 graus. Os estmulos devem ser apresentados em ordem crescente

    de intensidade, sendo que os estmulos de intensidades fracas e

    mdias (20 dB NA a 70 dB NA) devem ser apresentados de forma

    contnua e longa durao, durante 6 a 20 segundos. Os de forte

    intensidade devem ser apresentados de forma sbita com curta

    durao. Os estmulos devem ser repetidos por mais duas vezes

    quando houver ausncia de resposta.

    Simonek e Lemes (1996) orientam a no apresentar o estmulo

    quando a criana estiver agitada, chorando, bocejando ou realizando

    qualquer movimento.

  • 32

    Anota-se somente uma resposta, independendo do lado ou

    nmero de apresentao, sendo que as autoras colocam que somente

    anotam-se as respostas ntidas e claras.

    O beb de quatro a doze meses deve ser colocado no colo da

    me, afastado de seu peito. O examinador deve estar ao lado da

    criana, com uma das mos atrai sua ateno para a frente e com a

    outra emite o estmulo sonoro. Os estmulos devem ser apresentados

    em ordem crescente de intensidade, a uma distncia de 7,5 cm a 15 cm

    da criana. Os estmulos devem ser apresentados ao nvel horizontal e

    na vertical acima ou abaixo da orelha, de acordo com a idade da

    criana.

    Anotam-se as respostas, independendo do lado ou nmero de

    apresentaes, devendo serem claras e ntidas. Para finalizar, as

    autoras chamam a ateno para se ter em mente que o critrio

    qualitativo e que se obter uma estimativa da resposta do melhor

    ouvido.

    O protocolo das respostas auditivas utilizado pelas autoras

    encontra-se no anexo 3.

    Audiometria do Condicionamento do Reflexo de

    Orientao - COR, Tcnica de Suzuki e Ogiba

    Esta tcnica descrita por Russo e Santos (1994), sendo que foi

    elaborada em 1961, pelos pesquisadores japoneses, Suzuki e Ogiba.

    De acordo com as autoras, esta tcnica baseia-se no princpio de

    que quando um estmulo visual apresentado criana, esta tende a

    procurar de onde este estmulo surgiu, sendo que este um reflexo

    no-condicionado, e se este reflexo for associado a um estmulo sonoro

    (pode ser o tom puro ou outros estmulos), a criana ir procurar a fonte

    sonora, independendo da estimulao visual.

  • 33

    A criana procurar a fonte sonora, esperando encontrar o

    estmulo visual antes apresentado.

    Para a realizao da COR (Suzuki e Ogiba,1961) necessita-se

    de: duas caixas acsticas; duas bonecas de vinil iluminadas ou

    qualquer estmulo visual iluminado; um dispositivo que controle tanto a

    sada do som quanto a luz do boneco; um audimetro convencional

    com sada para caixa acstica.

    A criana deve estar no colo da me, a uma distncia

    aproximada de 50 cm do equipamento, sendo que o estmulo sonoro,

    de freqncia mdia ou grave (500 ou 1000 Hz) a 30 ou 40 dB NS,

    deve ser apresentado durante cinco segundos, seguido de intervalo de

    um segundo, quando apresenta-se o estmulo visual.

    Tanto o estmulo sonoro como o visual devem ser apresentados

    dos dois lados alternadamente, objetivando a criana procurar a fonte

    sonora antes que aparea o estmulo visual, a iluminao do boneco.

    Comea-se ento a pesquisa do limiar mnimo de audio da

    criana, sendo importante apresentar a combinao luz-tom para

    reforar o comportamento da criana.

    Considera-se resposta verdadeira quando ocorre um movimento

    de cabea da criana em direo fonte sonora, num perodo de

    latncia de 0,5 a 1,5 segundo.

    Russo e Santos (1994) observam respostas mais rpidas e

    condicionamento mais efetivo quando utilizam estmulos de fala e rudo

    de banda estreita ao invs do tom puro.

  • 34

    Audiometria com Reforo Visual VRA

    Esta tcnica foi elaborado por Lidn e Kankkunen em 1961, onde

    um estmulo visual apresentado logo aps um estmulo sonoro.

    Segundo Widen (1993) e Azevedo (1993) esta tcnica indicada

    para crianas nascidas a termo, a partir de cinco ou seis meses de

    idade, para crianas nascidas pr-termo , Moore, Thompson e Folsom

    (1992) indicam a partir de oito meses de idade corrigida e seis meses

    de idade mental, enquanto que Azevedo (1993), indica para crianas

    com nove meses de idade cronolgica.

    Azevedo, Vieira e Vilanova (1995) realizam a pesquisa dos nveis

    mnimos de resposta para tons puros modulados em freqncia

    (warble) de 500 Hz, 1000 Hz, 2000 Hz e 4000 Hz atravs de

    condicionamento estmulo-resposta-reforo visual 80 dB NA, 60 dB

    NA, 40 dB NA e 20 dB NA. O estmulo apresentado em intensidade

    decrescente a 20 cm do pavilho auricular direita e esquerda, nas

    freqncias de 1000 Hz, 2000 Hz, 4000 Hz e 500 Hz, nesta ordem.

    Quando a criana volta a cabea em direo ao som, refora-se com o

    estmulo visual.

    Azevedo (1993) realiza esta avaliao com o uso de audimetro

    peditrico, enquanto que Russo e Santos (1994) citam caixa acstica

    ou fones.

    Russo e Santos (1994) observam respostas mais eficientes

    quando o estmulo sonoro utilizado do tipo modulado (warble tone),

    rudo de banda estreita (narrow band noise) ou fala.

    As autoras iniciam a testagem a partir de uma avaliao

    comportamental, identificando a faixa de audio da criana atravs de

    estmulos no calibrados (instrumentos musicais, rudos ambientais,

    etc), e aps este levantamento inicia-se o processo de condicionamento

    com reforo visual.

  • 35

    Observao das Respostas a Estmulos Verbais Reao `a voz e

    reconhecimento de comandos verbais.

    Azevedo, Vieira e Vilanova (1995) descrevem este teste

    utilizando de estmulo verbal a fala natural dos familiares, sem

    amplificao sonora, a 50 cm de distncia, no plano lateral ao nvel do

    pavilho auricular da criana, cuidando para no fornecer pista visuais.

    A reao a voz antes dos seis meses de idade a voz materna

    ou de algum familiar prximo da criana, sendo que aps, a criana

    pode reagir a voz do audiologista.

    Rabinovich (1997) diz que alm da obteno da reao voz,

    tambm deve-se observar se a criana capaz de compreender ordens

    simples.

    Para a pesquisa do reconhecimento de comandos verbais, pode-

    se utilizar a classificao de respostas proposta por Azevedo (1991):

    Nvel I D tchau! Atira beijo! Bate Palma! (Este reconhecimento

    esperado em crianas de nove a doze meses). Nvel II Cad a

    mame? Cad a chupeta? Cad o sapato? (Este reconhecimento

    esperado em crianas de doze a quinze meses).

    Estas so apenas algumas tcnicas utilizadas para avaliar a

    audio de bebs de zero a um ano. Cabe ao fonoaudilogo a escolha

    da tcnica ou tcnicas que melhor se adaptam a criana que est

    testando. Alm disso, necessrio muita pacincia, criatividade e

    flexibilidade para poder realizar modificaes e alteraes nestas

    tcnicas no momento da testagem, adequando-as criana sob teste,

    se houver a necessidade.

  • 36

    Consideraes Finais

    Uma perda auditiva durante a infncia pode dificultar ou atrasar a

    aquisio da linguagem, resultando no atraso do desenvolvimento das

    habilidades comunicativas normais, sendo que a surdez no detectada

    precocemente ter um enorme impacto no desenvolvimento normal da

    criana.

    Os primeiros dois anos de vida so os mais importantes para a

    aquisio da fala e linguagem, por este motivo, fundamental

    identificar, detectar e intervir o mais cedo possvel, para minimizar ou

    prevenir efeitos adversos.

    A perda auditiva nos primeiros anos de vida, mesmo em grau

    leve e que no impea a aquisio da linguagem, pode comprometer o

    desenvolvimento das habilidades lingsticas, acarretando problemas

    mais tarde, no desempenho escolar da criana.

    importante avaliar a criana, principalmente a que possui

    critrio de risco para deficincia auditiva, ainda no primeiro ano de vida,

    inclusive no prprio berrio, atravs de triagem auditiva.

    A avaliao audiolgica realizada em consultas peridicas

    durante o primeiro ano de vida, permite verificar como esto evoluindo

    as habilidades de respostas a estmulos acsticos com o aumento da

    idade; com isto pode-se verificar como encontra-se a audio perifrica,

    bem como a maturao do sistema nervoso central.

    Concluindo, deve-se enfatizar que existem vrias tcnicas para

    avaliar a audio de bebs de zero a um ano, mas que cabe ao

    fonoaudilogo utilizar a que melhor se adapta ao seu paciente, pois

    independendo da tcnica, o objetivo deve ser sempre o de identificar o

    mais cedo possvel a perda auditiva, visando prevenir srias alteraes

    no desenvolvimento global da criana.

  • 37

    Espera-se que este breve apanhado sobre as principais tcnicas

    de avaliao auditiva em bebs, possa contribuir de alguma forma aos

    fonoaudilogos envolvidos neste processo to importante.

  • 38

    Referncias Bibliogrficas

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