Ética e educação ambiental

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  • 8/15/2019 Ética e Educação Ambiental

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    Ética E Educação Ambiental:Considerações Filosóficas

    UNIVE!I"A"E FE"EA# "E !AN$A %AIACEN$& "E CI'NCIA! UAI!(&)A%A "E (*!+)A"UA,Ã& "E E!(ECIA#I-A,Ã& E%E"UCA,Ã& A%.IEN$A#

    /$ICA E E"UCA,Ã& A%.IEN$A#:C&N!I"EA,0E! FI#&!*FICA!

    %&N&)AFIA "E E!(ECIA#I-A,Ã&

    Cl1udia .attestin

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    !anta %aria2 !2 .rasil3445

    /$ICA E E"UCA,Ã& A%.IEN$A#:

    C&N!I"EA,0E! FI#&!*FICA!

    6or

    Cl1udia .attestin

    Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em EducaçãoAmbiental -Especialização, da Universidade ederal de !anta Maria"U!M- #!$, como re%uisito parcial para obtenção do grau deEs6ecialista em Educa78o Ambiental&

    &rientadora: "ra Elisete %edianeira $oma9etti

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    !anta %aria2 !2 .rasil3445

    Uniersidade Federal de !anta %ariaCentro de Ci;ncias urais

    Curso de Es6eciali9a78o em Educa78o Ambiental

    A comissão E'aminadora, abai'o assinada,aprova a Monografia de Especialização

    /$ICA E E"UCA,Ã& A%.IEN$A#: C&N!I"EA,0E!FI#&!*FICA!

    Elaborada porCl1udia .attestin

    (omo re%uisito parcial para a obtenção do grau deEs6ecialista em Educa78o Ambiental

    C&%I!!Ã& E

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    !anta Maria, 12 de *ezembro de 3445

    A)A"ECI%EN$&!

    6 professora *r& Elisete M& +omazzeti pelas palavras de sabedoria, pela suadeterminação em pes%uisar temas tão importantes e pelas leituras de meu pro0eto&Ao professor *r& orge rlando .oguera (uellar e o !ecret7rio Miguel, peladedicação e acol/ida&Aos amigos, alguns vão e outros ficam, mas (laudete da (ruz e eferson(aval/eiro foram e'emplos efetivos de %ue 8 poss9vel son/ar e lutar por um mundomel/or&6 abr9cio *upont, pelo carin/o e compan/eirismo durante a etapa final damonografia&

    E : am9lia ;attestin %ue tanto me a0udou e apoiou, mesmo %ue distante&

    E!U%&

    Monografia de EspecializaçãoPrograma de Pós-Graduação em Especialização em Educação AmbientalUniversidade ederal de !anta Maria

    /$ICA E E"UCA,Ã& A%.IEN$A#:C&N!I"EA,0E! FI#&!*FICA!

    AU+#A< (laudia ;attestin#=E.+A*#A< *ra& Elisete Medianeira +omazetti*ata e >ocal da *efesa< !anta Maria, 12 de *ezembro de 3445&

    ?ivemos em uma 8poca em %ue tudo acontece de modo acelerado& A deterioraçãocausada ao meio ambiente 8 decorrente de in@meras intervençes causadas pelos

    seres /umanos no processo associado ao capitalismo e ao consumo desenfreado,gerando automaticamente poluição e degradação sem precedentes& .o entanto, poder9amos fazer as seguintes %uestes< %ue 8 poss9vel fazer na esfera racional para mudar a realidade da crise ambiental %ue vivemosB C poss9vel mudar atrav8sda educaçãoB *a 8ticaB Duais seriam os princ9pios de uma 8tica ambientalB *iantedessa iminente cat7strofe ambiental, o %ue 8 poss9vel fazer para reduzir ouminimizar seus efeitosB Essas %uestes são algumas %ue possibilitaremosresponder e analisar no decorrer do pro0eto& ob0etivo de repensar a relação/omem-natureza, em profunda integração com o processo /istórico, 8 necess7rio

     para não se perder o sentido da e'istncia, o sentido de ser um ser /umano&Estruturar uma nova concepção de mundo, atrav8s de mudanças do agir e do

     pensar e'ige um entendimento dos problemas globais, e um agir nos problemaslocais& A crise ambiental decorrente desta relação 8 uma crise %ue faz com %ue

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     bus%uemos razes profundas para refletir e produzir novos modos e estilos de vida%ue possam educar para um mundo futuro de seres vivos& As %uestes %ue abordoneste pro0eto necessitam de uma abordagem filosófica refle'iva, al8m do uso de

     bons referenciais teóricos, %ue darão suporte : base teórica necess7ria para a pes%uisa, a partir dos %uais, abordarei os pressupostos %ue farão parte do corpo

    teórico necess7rio para a discussão em torno da pes%uisa&

    (alaras+C=ae: Educação, Meio Ambiente, 8tica, filosofia&

    A.!$AC$

    Monografia de EspecializaçãoPrograma de Pós-Graduação em Especialização em Educação AmbientalUniversidade ederal de !anta Maria

    E$>IC! AN" ENVI&N%EN$A# E"UCA$I&N:(>I#&!&(>ICA# C&N!I"EA$I&N!

    AU+F#< (laudia ;attestinAdvisor< Elisete Medianeira +omazetti*ate and place of *efense< !anta Maria, 12 de *ecember de 3445&

    e live in an era H/ere everIt/ing /appens so fast& +/e damage caused to t/eenvironment is a result of manI interventions caused bI /umans in t/e processassociated Hit/ unbridled capitalism and consumption, pollution and degradationautomaticallI generating unprecedented& FoHever, He could maJe t/e folloHing%uestions< /at can He do in t/e sp/ere rational to c/ange t/e realitI of t/eenvironmental crisis H/ic/ He liveB Kou can c/ange t/roug/ educationB f et/icsB/at Hould be t/e beginning of an environmental et/icB aced Hit/ t/is impendingenvironmental disaster, H/at can be done to reduce or minimize t/eir effectsB +/eseare some issues t/at enables respond and analIze during t/e pro0ect& +/e goal ofret/inJing t/e relations/ip betHeen men and nature in deep integration Hit/ t/e/istorical process, it is necessarI not to lose t/e meaning of e'istence, t/e sense of

     being a /uman being& !tructuring a neH concept of t/e Horld, t/roug/ c/anges ofaction and t/oug/t re%uires an understanding of global problems, and act in a local problems& +/e environmental crisis resulting from t/is relations/ip is a crisis H/ic/leads t/em to seeJ reasons for deep reflection and produce neH forms and lifestIlest/at can educate for a future Horld of living beings& +/e issues raised in t/is pro0ectt/at need a p/ilosop/ical approac/ refle'ive, in addition to t/e use of goodt/eoretical benc/marJs, H/ic/ Hill support t/e t/eoretical basis for t/e researc/, fromH/ic/, discussing t/e assumptions t/at Hill be part of t/e bodI re%uired fort/eoretical discussion surrounding t/e searc/&

    ?e@ords: Education, Environment, et/ics, p/ilosop/I

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    !U%BI&A6resenta78o 5 Introdu78o D4 Ca6tulo D Conce67Ges FilosHficas Acerca da Nature9a D 1&1 L *o Per9odo Pr8-!ocr7tico ao Per9odo Moderno &&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& 1

    Ca6tulo 3 A Crise Ambiental no !Jculo

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    IN$&"U,Ã&A pes%uisa apresentada tem como uma das finalidades refletir acerca dosdiferentes per9odos /istóricos vividos pelo /omem, na sua relação com a natureza&(onsideramos importante, refletirmos acerca da e'istncia /umana, bem como, detodos os seres vivos %ue compem o ecossistema& Ponderar a importncia em

    anunciar o por%u da pes%uisa ter o foco filosófico em um tema tão emergente nocurso de especialização em educação ambiental&Pelo fato de eu (laudia ;attestin, ser fil/a de agricultores, tive influnciadireta no aprendizado de como cuidar da natureza, visando uma preservação

     permanente dos animais, das plantas e de todo sistema natural respons7vel pelavida no campo&Paulo reire foi um pensador %ue fez com %ue eu refletisse sobre o meutempo& Duando reire escreve sobre a sombra da mangueira %ue tin/a no %uintal desua casa em #ecife, pude pensar nas sombras de min/as 7rvores, %ue eramcen7rios para pensamentos ao entardecer, de ref@gio e de brincadeiras& Fo0e sintofalta da sombra de Smin/as 7rvoresT, da leveza da vida no campo&

    Paulo reire descreve, na passagem abai'o, sua profunda admiração pelanatureza,As 7rvores sempre me atra9ram& As frondes arredondadas, a variedade doseu verde, a sombra aconc/egante, o c/eiro das flores, os frutos, aondulação dos gal/os, mais intensa ou menos intensa em função de suaresistncia ao vento& As boas vindas %ue suas sombras sempre dão a %uema elas c/ega inclusive a passarin/os multicores e cantadores& s bic/os,

     pacatos, ou não, %ue nelas repousam& "#E=#E, 344, p&1$E'istem certas sensibilidades %ue somente são desenvolvidas %uandosentidas, e poder observar os p7ssaros e sentir o perfume do campo, 8 poder

    11 permitir %ue a sensibilidade faça com %ue ten/amos uma compatibilidade de poder%uerer e fazer o bem pela natureza&(om interesse em investigar %uestes emergentes e necess7rias, iniciei ocurso de licenciatura em ilosofia no ano de 3441, na Universidade (omunit7ria#egional de (/apecó - Unoc/apecó& *urante o curso pude perceber %ue a ilosofianão era somente sabedoria, pois produzia um turbil/ão de incertezas e d@vidas, %uemuitas vezes não direcionava para um consenso de entendimento, mas levaram-mea verdades nunca refletidas antes& Para (/au9 "3443$, a ilosofia não 8 um con0untode id8ias e de sistemas %ue possamos apreender automaticamente, não 8 um

     passeio tur9stico pelas paisagens intelectuais, mas uma decisão ou deliberação& C odese0o do verdadeiro %ue move a ilosofia e suscita ilosofias& .o curso de ilosofia, percebi %ue não estava em sintonia com as problem7ticas locais e globais %ue aconteciam na%uele per9odo, sabendo, por8m,%ue muitas vezes a ilosofia poderia usar de tais temas para debate em sala deaula, inclusive nas pes%uisas e pro0etos& Um de meus %uestionamentos era< por %uenão abordar temas de nosso tempo nas aulas de ilosofiaB

     .as aulas de 8tica durante o curso de filosofia, t9n/amos um espaço paradiscutirmos sobre nossas in%uietaçes, e um dos temas com %ue trabal/ei durante ocurso foi referente : 8tica ambiental& azendo v7rias leituras de livros e te'tos, pudedescobrir possibilidades de poder trabal/ar na ilosofia assuntos como a 8tica

    ambiental, a relação /istórica e cultural, a sustentabilidade, racionalidade eresponsabilidade /umana& *este modo, as leituras relacionadas a tais temas foram

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    cada vez mais fre%Ventes, surgindo assim um novo ol/ar sobre a relação do /omemcom a natureza no processo /istórico e ambiental& pro0eto de conclusão do cursoem ilosofia, foi em Antropologia ilosófica, no %ual pes%uisei as diferentesconcepçes acerca do /omem no decorrer dos tempos& Percebendo assim %ue a/istória o tempo e a cultura, andavam 0untas com o ser /umano em todo seu

     processo de evoluçãoR mesmo resultando em alguns aspectos negativos no %uetange a crise ambiental do nosso tempo& A ilosofia, no entanto, tem possibilidadesde discorrer essa relação do /omem com a natureza, desde o per9odo antigo at8 onosso per9odo contemporneo&

     .o ano de 344O, após o t8rmino do curso de ilosofia, comecei a dar aulasde !ociologia e ilosofia em escolas da #ede P@blica Estadual de !anta (atarina,

    13no munic9pio de (/apecó& Um dos assuntos com %ue trabal/ei foi referente : 8ticaambiental, visando os problemas locais e regionais& A partir do trabal/odesenvolvido em sala de aula, percebi %ue seria necess7rio orientar e informar o

     por%u da degradação ambiental, relacionando então, a relação /istórica do /omemcom a natureza&Paulo reire escreveu no livro a !ombra desta Mangueira "344$, sobre anecessidade de aproveitar as situaçes em %ue os educandos e'perimentem a forçae o valor da unidade da diversidade& Estimulando assim, a solidariedade, ocompan/eirismo, tudo em favor da criação de um clima em sala de aula em %ueensinar, aprender e estudar, são atos s8rios, mas tamb8m provocadores de alegria&+rabal/ar com alunos do Ensino M8dio fez com %ue eu repensasse muitas%uestes acerca da educação e das metodologias utilizadas no ensino formal&Por8m, 8 necess7ria uma educação 8tica, pressupondo a transmissão de valoresreferidos :s pr7ticas sociais& .ão vivemos mais em tempos de afirmar valoresabstratos, desenraizados, 8 necess7rio envolver o vigor social& ?ale a pena praticara democracia, a solidariedade, a responsabilidade social e o respeito m@tuo, mas

     para isso 8 necess7rio assumir compromissos e desafios, principalmente no ensinoformal, procurando romper com a formação de identidades individualistas, investindona formação de identidades respons7veis&C necess7rio %ue nos meios educacionais se incorpore a diversidade das

     pr7ticas sociais como subs9dio ao processo de aprendizagem, propondo desafios eestimulando a curiosidade e a investigação em sala de aula& *esta forma, 8 poss9velformular /ipóteses e possibilidades para construção de mentalidades cr9ticas, a fimde buscar respostas e construir mecanismos de pes%uisa e de con/ecimento&

    A partir da e'perincia como docente, senti a necessidade de continuar um processo de orientação e de formação, não somente no Ensino ormal, mas nacomunidade com o Ensino =nformal& *esta forma, surgiu a id8ia de fundar uma .G,onde poderiam ser desenvolvidos pro0etos ambientais a fim de trabal/ar com a

     população local& (om um grupo de colegas universit7rios, fundamos a .G =nstituto Apuleia,1 no munic9pio de (/apecó, !(& propósito da .G era trabal/ar com ascomunidades %ue sofriam com as p8ssimas condiçes de saneamento& A intenção

    1A organização .ão Governamental =nstituto Apuleia foi fundada no ano de 344& Apuleia 8 o nomecientifico da Gr7pia origin7ria do !ul do ;rasil&

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    1Nera poder orientar e mudar as formas de condutas de pensamento e de açes, a fimde obter mudanças locais e regionais& s problemas ambientais nos @ltimos anos seagravaram de forma estrondosa nos bairros %ue ficam em torno das regiesfrigor9ficas do munic9pio de (/apecó& A poluição de riac/os e a degradação das

     paisagens naturais tm sido o maior impacto %ue aflige a população, no entanto, eranecess7rio fazer algo pela comunidade, e a .G tin/a como ob0etivo amenizar os problemas oriundos da%uela região&C fundamental e urgente analisarmos a relação do /omem com a naturezano seu processo /istórico, bem como sua relação 8tica com o meio em %ue vivemos&A ilosofia al8m de possibilitar argumentos necess7rios, proporciona uma

     possibilidade de refle'ão e de conscientização acerca da problem7tica e'istencial eambiental& A %uestão considerada essencial nesse momento 8 de %ue forma aconduta /umana dever7 ser direcionadaB !eria por uma 8ticaB !im pela 8tica, masuma 8tica %ue repense os princ9pios e os problemas de nosso tempo, uma 8tica %ueten/a responsabilidade&

    Estamos vivendo a era da t8cnica, da informação e do con/ecimento, %uetem alcançado com as d8cadas %ue se passaram, um enorme poder detransformação sobre a natureza& .o entanto, percebemos e recebemosconfirmaçes a todo o momento de %ue o Planeta +erra est7 prestes a atingir o seulimite& relatório do a%uecimento global nos mostrou alguns dados preocupantes

     para as pró'imas d8cadas&Atualmente, o direcionamento de assuntos ambientais, tem sido um assunto%ue preocupa a população de diferentes culturas e pa9ses& A m9dia tem seencarregado de divulgar cotidianamente grandes cat7strofes ambientais naturais ou

     provocadas pela atividade do /omem, muitas vezes de forma gen8rica e noticiosa& modelo /egemWnico atual do desenvolvimento econWmico, tem contribu9do emgrande e'tensão para o agravamento desta situação catastrófica ambiental %ue temocorrido em n9vel mundial e introduzido novas preocupaçes no pensar /umano&C necess7rio priorizar nos debates acadmicos e nas confernciasrealizadas para a discussão de assuntos ambientais, a consensual necessidade derefle'ão acerca das responsabilidades cab9veis ao ser /umano, a fim de propormudanças de atitudes e pensamentos na busca de novos valores e de uma 8tica

     para reger as relaçes sociais& Mas com %ue con/ecimento e rigor 8tico os

    1Oformadores de opinião tm abordado todos esses temas no meio educacionalB Uma

    avaliação com consistncia filosófico-8tica seria de grande importncia para %ue ostrabal/os e pes%uisas recon/ecidos como Educação Ambiental gan/emconsistncia&(onsidero de e'trema importncia a abordagem 8tica no campo teóricoambiental, por8m indago o seguinte problema< A formação para uma EducaçãoAmbiental do nosso tempo est7 fundamentada em princ9pios 8ticosB ob0etivo principal desta pes%uisa, tem como foco de an7lise a %uestão8tica na problem7tica ambiental, na tentativa de compreender a relação do /omemcom a natureza&ustificamos por8m, %ue a 8tica de responsabilidade ser7 um fator decisivo

     para a nossa mudança de pensamento e atitude perante as necessidades

    emergentes&s ob0etivos espec9ficos desenvolvidos no decorrer da pes%uisa enfatizamR a

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    importncia em frizar aspectos /istóricos filosóficos %ue contribu9ram para o in9cio deuma crise ambiental& Analisar a forma %ue a 8tica tem sido trabal/ada nas %uestesambientais, abordando a possibilidade de um princ9pio 8tico, denominadoresponsabilidade& Possibilitar uma educação %ue possa articular um educar para omeio ambiente, a fim de possibilitar construir camin/os e pontes para a problem7tica

    ambiental& desenvolvimento metodológico da pes%uisa ocorreu por meio de uma pes%uisa bibliogr7fica, pois entendo %ue 8 por meio de uma metodologia %ue damosvigor : organização e : compreensão de um trabal/o acadmico& Entendo %ue a

     pes%uisa bibliogr7fica 8 uma etapa fundamental em todo trabal/o cient9fico %ueinfluencia diretamente todas as etapas de uma pes%uisa, pois 8 a partir da9 %ue 8dado todo o embasamento teórico em %ue o trabal/o 8 feito& procedimento metodológico adotado neste estudo foi desenvolvido emetapas de leituras, escritas e refle'es em torno de v7rios per9odos %uedesencadeiam a problem7tica ambiental a fim de obter um con/ecimento pr8vio doest7gio em %ue se encontra o assunto& Atrav8s de uma investigação bibliogr7fica, foi

    feita uma abordagem cient9fica do tema, a fim de caracterizar as origens e camin/os poss9veis para %ue a fundamentação teórica possa estabelecer possibilidades e

    1alternativas vigentes& A pes%uisa nos a0udou a efetivar o car7ter de con/ecimento nomeio acadmico, a fim de investigar temas fundamentais para tal necessidade decompreensão& SA pes%uisa bibliogr7fica 8 o meio de formação por e'celncia& (omotrabal/o cient9fico original, constitui a pes%uisa propriamente dita na 7rea dascincias /umanasT "(E#?, 125N, p&$&A pes%uisa bibliogr7fica 8 a atividade de localização de diversasinformaçes, a fim de coletar dados a respeito de um determinado tema& SAetimologia da palavra Grega da palavra ;ibliografia significa, b9blio X livros, grafia Xdescrição, escritaT "(A#?A>F, 122O, p&144$& Pes%uisar no campo bibliogr7fico 8

     procurar nos livros e documentos escritos informaçes necess7rias para avançar emuma pes%uisa& Atrav8s desta investigação bibliogr7fica, foi feita uma abordagemcient9fica do tema a fim de caracterizar os problemas da reação do ser /umano como ambiente, enfatizando a necessidade de uma 8tica ambiental&Estamos vivendo no in9cio do s8culo QQ=, e necessitamos de umaarticulação de princ9pios teóricos filosóficos 8ticos de forma conte'tualizada com o

     pensamento contemporneo& (onsidero importante salientar %ue o con/ecimentofilosófico 8 necess7rio para desenvolver uma pes%uisa %ue envolve dimenses

    8ticas, pois a refle'ão filosófica e'ige crit8rios e rigor, e isso se desenvolver7 nodecorrer deste estudo& A compreensão filosófica do mundo apresenta-se como umaforma necess7ria, pois os pressupostos cr9ticos e refle'ivos determinam a pr7tica edefinem o nosso rumo orientando para a ação& SA refle'ão filosófica 0ulgacriticamente os valores vigentes, propondo outros& *este modo ela nasce da /istória,sob a sua influncia, tamb8m acondicionadaT& ">U(YE!=, 122Z, p&2$*urante a pes%uisa, foram lidas muitas obras importantes, entre tantas, umadelas foi< & (rinc6io es6onsabilidade escrita por Fans onas, e o livro & !aberAmbiental, escrito por Enri%ue >eff, bem como, utilizei in@meros livros, revistas ete'tos sobre filosofia e educação ambiental& *esta forma, a pes%uisa foidesenvolvida com in@meras formas de con/ecimento e aprendizado&

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    CA($U#& D C&NCE(,0E! FI#&!*FICA! ACECA"A NA$UE-A

     .este cap9tulo ser7 feita uma abordagem referente ao percurso /istórico darelação do /omem com a natureza& Portanto, ser7 necess7rio embasar umreferencial teórico conceitual, %ue sirva como mediador para entendermos o por%u

    da degradação ambiental vivida em nosso per9odo contemporneo& A %uestãoambiental ocupa um importante espaço na sociedade em %ue vivemos, pois fazemos parte do meio ambiente, pelo fato de /abitarmos o planeta terra&!e analisarmos os diferentes per9odos /istóricos vividos pelo ser /umano,encontraremos diferentes concepçes acerca da natureza e do ser /umano, pois asmaneiras de pensar e repensar as formas de vida e de mundo foram modificadascom o passar dos tempos& *entro desta e'pectativa, farei uma breve abordagem/istórica a fim de resgatar momentos importantes %ue influenciaram nos rumos ecamin/os seguidos pelo ser /umano como modelo certo a ser vivido emdeterminado per9odo /istórico&DD "o (erodo (rJ+!ocr1tico ao (erodo %oderno

    primeiro per9odo /istórico considerado essencial fundamentar, 8 o per9odo pr8-socr7tico& s filósofos pr8-socr7ticos foram filósofos %ue antecederam !ócrates,"OZ4[N22 a&($, isto %uer dizer, %ue antecederam a filosofia antiga&s filósofos desse tempo, não concebiam uma separação entre /omem enatureza, e abordavam id8ias acerca das propriedades da natureza& +odosconcordavam %ue as transformaçes e movimentos %ue constituem a natureza" physis$ e a própria e'istncia, poderiam ser deduzidas das propriedades de uma@nica substncia %ue forma todo o cosmos& A denominação Sfilósofos da naturezaT

    1Zfoi dada aos primeiros pensadores gregos pelo fato de terem um interesse pelos

     processos naturais, tanto na astrologia como no espaço especulativo do problemacosmológico, buscando o princ9pio de todas as coisas& s filósofos observavam astransformaçes %ue ocorriam no meio ambiente, %uestionavam o por%u e comotudo era poss9vel na sua transformação&A palavra Grega Phisis, como e'plica Abrão, pode ser traduzida pornatureza, mas seu significado 8 mais amplo& #efere-se tamb8m 7 realidade,não a%uela pronta e acabada %ue se desenvolve& .esse sentido a palavrasignifica gnese, origem, manifestação& !aber o %ue 8 a phisis, assimlevanta a %uestão da origem de todas as coisas %ue constituem a realidade,%ue se manifesta no movimento e procura saber se /7 um principio @nico

    "arké$ %ue dirige todas as coisas do mundo& C sobre esses temas %ue vãose ocupar os filósofos da natureza& "FE#*+, 3444, p& Z$ escritor #occo A& *i Mare, escreveu um livro intitulado como

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    sim de uma fase de princ9pios baseados na observação por constataçes&*i Mare "3443$ enfatiza %ue para Ana'imandro o princ9pio universal de todasas coisas era uma Ssubstncia indefinidaT, c/amado o apeíron, %ue significaria oilimitado, indeterminado, como por e'emplo, o planeta +erra& apeíron 8 algoabstrato, %ue não se fi'a diretamente em nen/um elemento palp7vel da natureza&

    Fer7clito problematizou a %uestão do devir, da mudançaR seu pensamentovin/a ao encontro da teoria de %ue o fogo 8 o tempo f9sico, 8 a in%uietude odesaparecer de outros, mas tamb8m de si mesmo& SFer7clito atribuiu : mutabilidadea essncia da e'istncia& Ele concebia a realidade do mundo como algo dinmico,em permanente transformação&T"*= MA#E, 3443, p&3Z$

    15Ana'9menes foi um filósofo, na %ual teve como caracter9stica b7sica,e'plicar a origem do universo a partir de uma substncia @nica fundamental,c/amada ar&+odas as mudanças de pensamento neste per9odo, foram 0ustamente

    surgidas pelo fato dos filósofos terem contato com outras formas de con/ecimento eculturas, pois foram eles, os primeiros a considerar suas aplicaçes pr7ticas& Essasgeneralizaçes foram utilizadas tanto para responder :s %uestes mitológicas,%uanto :s aplicaçes pr7ticas da geometria, da f9sica e da astronomia, pois foram os

     pensadores gregos os primeiros a alcançar uma compreensão intuitiva da naturezadas generalizaçes&Atualmente, os elementos destacados pelos pr8-socr7ticos, podem parecerarbitr7rios, mas foram constatadas antes de (risto, antes de !ócrates e antes demuita definição cient9fica e racional& As indagaçes acima feitas sobre taiselementos e descobertas, tratam-se de uma discussão sobre as propriedades eelementos naturais %ue formam a natureza& Duem nunca fez perguntas do gnero<como surgiu o mundo, o ser /umano, e a naturezaB *e onde vem a c/uvaB Paraonde vai o solB s primeiros filósofos tamb8m fizeram %uestionamentos parecidos e

     procuraram dar respostas satisfatórias&s %uatro elementos elencados pelos pr8-socr7ticos, encontram-se

     presentes em nosso meio /abit7vel, por8m, os %uestionamentos são outros& Ar%uestionado por Ana'9menes como forma de vida, est7 polu9do e com força em seumovimento& A 7gua constatada como forma de vida por +ales, 8 a mesma 7gua %ueest7 causando enc/entes e inundaçes, al8m de estar polu9da& fogo, o tempof9sico, problematizado por Fer7clito pode ser considerado o tempo %ue o sol seapro'ima da terra, causando o a%uecimento global& A terra "ape9ron$ defendida por

    Ana'imandro como princ9pio universal, encontra-se em colapso, em crise decorrentede todas as açes vividas&utro per9odo %ue marca a /istória da /umanidade 8 o per9odo (l7ssico,%ue corresponde de OZ4 a N33 a&(, tendo como principais pensadores, !ócrates,Platão e Aristóteles& Esses filósofos constru9ram uma base da estrutura de nossocon/ecimento e pensamento& Antes de !ócrates, %uestionava-se a origem danatureza, depois de !ócrates, %uestionava-se acerca de %uem era o /omem e deseus pretensos costumes assumidos pela tradição& Um dos problemas %ue

    12atormentaram os filósofos gregos em geral e Platão em particular, foi o problema do

    flu'o da natureza& Por8m, at8 /o0e temos pensamentos indagadores acerca daorigem das coisas& Para Aristóteles, o universo não tin/a um começo e um fim,

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    simplesmente era eterno& As mudanças para ele eram c9clicasR a 7gua, por e'emplo, podia evaporar-se de um rio e voltava em forma de c/uva novamente para a terra&!egundo #eale, "3441$ para Platão, tudo o %ue podemos tocar e sentir nanatureza tende a fluir, tudo 8 formado a partir de uma forma eterna e imut7vel&Platão dividia a realidade em duas partes, a primeira parte pertencia ao mundo dos

    sentidos, a %ual se c/egaria a um con/ecimento apro'imado ou imperfeito& A outra parte pertencia ao mundo das id8ias, na %ual podemos ter um con/ecimento seguro pelo uso da razão&Aristóteles representou um avanço importante para a /istória da cincia&Al8m de ter fundado v7rias disciplinas cient9ficas, Aristóteles observou a natureza a

     partir de um ponto de vista sistem7tico, desenvolvendo teorias /abilidosas sobremuitas 7reas da cincia e da filosofia& Para Grun "122$, a id8ia aristot8lica denatureza 8 como algo alegre e vivo, onde as esp8cies procuram realizar seus finsnaturais, sendo substitu9da pela id8ia de uma natureza sem vida& Um desses tiposde causas e de e'plicaçes era de %ue todas as coisas tendiam naturalmente paraum fim e era esta concepção teleológica da realidade da 8poca, %ue e'plicava a

    natureza de todos os seres&utro per9odo %ue marcou no processo /istórico a cerca das concepçes do/omem com a natureza, foi o per9odo medieval& At8 por volta do !8culo Q?, a visãode mundo era marcada por poucos conflitos& *urante a idade m8dia as comunidadeseram pe%uenas e com vida /armoniosa com a natureza, sendo %ue o tempo

     pertencia a *eus, nesse per9odo a visão de mundo dominante era o +eocentrismo"*eus como o centro de tudo$& Esse per9odo foi marcado por fortes mudanças erevoluçes, trata-se da f9sica e da astronomia, a da grande revelação de (op8rnico,Galileu e .eHton& Para .icolau (op8rnico, a +erra passou a ser um planeta,dei'ando assim de ser o centro do universo& Galileu fez uma abordagem emp9rica, ea e'perincia tornou-se uma fonte de con/ecimento para e'plicar os fenWmenos danatureza& rancis ;acon atrav8s do seu m8todo emp9rico, compreendeu na cincia odom9nio de controlar a natureza, e'traindo dela tudo %ue ela pudesse oferecer, desta

    34forma o con/ecimento 8 apenas um meio vigoroso e seguro de con%uistar o podersobre a natureza&A revolução cient9fica do s8culo Q?== marcou o dom9nio da cincia pelat8cnica, a partir do momento em %ue ela busca seu próprio m8todo, desvinculado darefle'ão filosófica& re%Ventemente os /istoriadores da ilosofia, designam comofilosofia moderna a%uele saber %ue se desenvolve na Europa durante o s8culo Q?==,

    tendo como referncias principais o surgimento do cartesianismo& Para outros, ailosofia moderna representa o começo da busca pelo saber, pela t8cnica&(onsidero importante ressaltar %ue esse per9odo 8 caracterizado pelodesenvolvimento do m8todo cient9fico, at8 então, o con/ecimento era dogm7tico&A idade moderna foi um per9odo %ue causou grandes mudanças at8 /o0esentidas& oi #en8 *escartes %uem enfatizou a oposição entre< Fomem-.aturezaR!u0eito-b0eto, Esp9rito-Mat8ria& Fomem, sen/or de todas as coisas, sen/or deseu destino estava no centro do antropocentrismo& Para o /omem possuidor danatureza, todos os con/ecimentos deveriam ser @teis : vida, e a natureza passou aser vista como recurso, como meio para se atingir um fim& A decorrncia do

     pensamento cartesiano 8 e'tremamente utilitarista, pois a natureza foi e'posta de

    forma a ser utilizada por todos os meios e fins, e o ser /umano era visto como nãofazendo parte da natureza& (onsidero essencial abordar com clareza %uem foi e o

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    %ue fez #en8 *escartes durante o per9odo moderno&#en8 *escartes foi o fundador da ilosofia dos novos tempos e o primeirogrande construtor de um sistema filosófico3 %ue foi seguido por Espinosa& termo(artesiano vem de #en8 *escartes e significa não só o m8todo pelo %ual buscavaos con/ecimentos, como tamb8m os seus seguidores&

    A natureza desempen/ou um papel importante na ilosofia moderna&*escartes e'pressou a concepção de mundo f9sico a partir das leis dos movimentosdos corpos, convencionando de mecanicismo& S*escartes estabelece %ue a essnciado mundo f9sico 8 geom8trica e ao mesmo tempo em %ue o ob0eto da f9sica 8

     propriedade geom8trica da mat8ria %ue constitui o mundoT "(incia \ Ambienten& 35, p& N$

    3 !istema filosófico 8 uma ilosofia de base cu0o ob0etivo 8 encontrar respostas para as%uestesfilosóficas mais importantes& Uma coisa %ue ocupou a atenção de *escartes foi : relaçãoentre corpo

    e alma&

    31As soluçes propostas pelos pensadores da Escol7stica não resolviam o

     problema 9ntimo do indiv9duo, e *escartes rompe esse %uadro e prope o seum8todo& *escartes considerava importante descartar primeiro todo o con/ecimentoconstitu9do antes dele, para só então, começar a trabal/ar em seu pro0eto filosófico&

     .a verdade, os sentidos, por si mesmos, são algo d8bil e enganadorR nemmesmo os instrumentos destinados a ampli7-los e aguç7-los são de grandevalia& E toda a interpretação da natureza se cumpre com instncias ee'perimentos oportunos e ade%uados, onde os sentidos 0ulgam somente oe'perimento e o e'perimento 0ulga a natureza e a própria coisa& ";A(.,3444, p& OO$ pensamento de *escartes teve grandes conse%Vncias para a /istória do

     pensamento ocidental, foi atrav8s de seu pensamento %ue foi criada uma convicçãode um m8todo cartesiano, %ue somente poderia ser compreendido com as viasracionais do pensamento /umano& A visão fragmentada e mecnica das estruturasvivas perpassou a modernidade e continua impregnada de forma oculta, na pr7'is/umana atual&A divisão entre esp9rito e mat8ria levou : concepção do universo como umsistema mecnico %ue consiste em ob0etos separados, ]&&&^& Essa concepção

    cartesiana da natureza foi, al8m disso, estendida aos organismos vivos,considerados m7%uinas constitu9das de peças separadas& ?eremos %ue talconcepção mecanicista de mundo ainda est7 na base da maioria dasnossas cincias e continua a e'ercer uma enorme influncia em muitosaspectos de nossa vida& >evou : bem con/ecida fragmentação em nossasdisciplinas acadmicas e entidades governamentais e serviu como fundológico para o tratamento do meio ambiente natural como se ele fosseformado de peças separadas a serem e'ploradas por diferentes grupos deinteresses "(AP#A, 344N, p& NZ$&A concepção antropocntrica de *escartes coloca o /omem numa posição

     privilegiada, pois o saber e o con/ecimento t8cnico são fundamentais para a razão

    instrumental, possibilitando uma /egemonia sobre a natureza, e um instrumento para dominar o mundo& +oda a concepção de mundo e de /omem para *escartes

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     baseia-se na divisão da natureza em< SmenteT "res cogitans$, e Smat8riaT "resextensa$& !egundo (apra "125$ *escartes foi influenciado pelos avanços nat8cnica, deduzindo %ue o universo nada mais era %ue uma m7%uinaR esse %uadrotornou-se um paradigma dominante na cincia at8 nossos dias&*escarte desenvolveu sua concepção de mundo, na %ual as plantas e os

    animais eram considerados como peças de uma m7%uina& corpo /umano tamb8m

    33era considerado uma m7%uina, mas diferenciado por ter uma alma intelig9vel&!egundo (apra "125$, *escarte tin/a como ob0etivo principal, usar seu m8todo

     para formar uma definição racional completa de todos os fenWmenos naturais, emum @nico sistema regido por princ9pios mecnicos e matem7ticos& racioc9nio e ateoria oferecidos como pensamento cient9fico ocidental permaneceram por trss8culos como /erança cartesiana, e de certa forma ainda temos muitos res%u9ciosda teoria cartesiana&A visão de *escartes despertou a crença na certeza do con/ecimento

    cient9fico por meio da Matem7tica& (apra afirma %ue,A crença na certeza do con/ecimento cient9fico est7 na própria base dailosofia cartesiana e na visão de mundo dela derivada, e foi a9, nessa

     premissa fundamental, %ue *escartes errou& A 9sica do s8culo QQ mostra-nos convincentemente %ue não e'iste verdade absoluta em cincia, %uetodos os conceitos e teorias são limitados& A crença cartesiana na verdadeinfal9vel da cincia ainda 8, /o0e, muito difundida e reflete-se no cientificismo%ue se tornou t9pico de nossa cultura ocidental& m8todo de pensamentoanal9tico de *escartes e sua concepção mecanicista da naturezainfluenciaram todos os ramos da cincia moderna e podem ainda /o0e sermuito @teis& Mas só serão verdadeiramente @teis se suas limitaçes foremrecon/ecidas& "(AP#A, 125, p& N$

     .o s8culo Q=Q, tivemos o triunfo do mundo pragm7tico, ou se0a, a naturezafoi vista cada vez mais como um ob0eto a ser possu9do& dom9nio da t8cnica vemaumentando fortemente desde o in9cio da =dade Moderna& ?ivemos no s8culo QQ=,com d@vidas e angustias, pois a busca pelo con/ecimento %ue tanto buscamos,tamb8m fez com %ue a tecnologia da informação revolucionasse os processosindustriais de forma acelerada e assustadora& fato de convivermos com a

     possibilidade de vivermos uma rotina constante de crises e dese%uil9brios ecológicosambientais, e'iste& Precisamos pensar sobre as possibilidades de viver com cenascatastróficas, buscando possibilidades de mudanças para o presente e futuro& A

    educação poder7 contribuir positivamente no processo de intercessão acerca darealidade global, pois a sociedade re%uer indiv9duos com capacidade de interviracerca dos problemas apresentados em determinado momento&

    CA($U#& 3 A CI!E A%.IEN$A# N& !/CU#&

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    desastrosas, como por e'emplo, a desigualdade social, a deterioração do meioambiente natural, bem como o aumento da pobreza e da alienação, desta formaRest7 evidente %ue o modelo econWmico vigente 8 insustent7vel& As sensibilidadesvoltadas para as %uestes da natureza, nasceram na medida em %ue seevidenciavam os efeitos da deterioração do meio ambiente e da vida nas cidades,

    oriundos da #evolução =ndustrial&3D Camin=os de #utas e de !on=osA d8cada de Z4 do s8culo QQ foi marcada por uma s8rie de movimentossociais, sendo %ue a tem7tica ambiental começou a ser um tema preocupante evigente& .esse per9odo iniciaram-se as conferncias e lutas pelo Planeta +erra,entre muitas cito as %ue considero mais relevante para a debate&A conferncia de Estocolmo realizada em 0un/o de 12Z3, discutiu sobre odesenvolvimento e meio ambiente, essa conferncia foi o primeiro grande encontrointernacional %ue discutiu a problem7tica ambiental em todos os n9veis&

    3O

    Em 12ZO, na Folanda, foi realizado o primeiro (ongresso =nternacional deEcologia, sendo o primeiro alerta dado por organismos internacionais sobre aredução da camada de ozWnio&Em 12Z, em ;elgrado, a Unesco realizou o Encontro =nternacional emEducação Ambiental, originando princ9pios e recomendaçes para a realização de

     programas em Educação Ambiental&Em 12ZZ ocorre a primeira (onferncia =ntergovernamental sobre EducaçãoAmbiental, organizada pela Unesco em colaboração com o Programa das naçesUnidas para o meio ambiente& .o mesmo ano em +blisi, foi compreendido o meioambiente não somente como meio f9sico biótico, mas tamb8m, como meio social ecultural, relacionando os problemas ambientais com os modelos de desenvolvimentoadotados pelo ser /umano&

     .o ano de 125O em ?ersal/es, 8 feita a = (onferncia sobre o MeioAmbiente, com o ob0etivo de estabelecer formas de colocar em pr7tica o conceito dedesenvolvimento sustent7vel&Em 1223 "#io-23$ finalmente no ;rasil, ocorreu a (onferncia da .U sobreo Meio ambiente e desenvolvimento, com a participação de 1Z4 pa9ses& *urante aconferncia foram realizados v7rios eventos paralelos, como por e'emplo< órumglobal com a participação de 14&444 .Gs, Agenda 31, com um programa de ação

     para viabilizar a adoção do desenvolvimento sustent7vel e ambientalmente racionalem todos os pa9sesR tratado de Educação Ambiental para !ociedades !ustent7veis

    e #esponsabilidade Global& E a aprovação da *eclaração do #io "(A#+A *A+E##A$< mudança de atitudes, valores e estilos de vida&*esde a d8cada de 1254, evidncias cient9ficas sobre a possibilidade demudanças no clima em n9vel mundial vm despertando um interesse crescente no

     p@blico e na comunidade cient9fica em geral& !egundo Marengo "344$, em 1255, arganização Meteorológica Mundial e o Programa das .açes Unidas para o MeioAmbiente, estabeleceram o Intergovernaental Panel on !liate !hange "=P(($,%ue ficou encarregado de apoiar com trabal/os cient9ficos as avaliaçes do clima eos cen7rios de mudanças clim7ticas para o futuro&s principais pontos do relatório do =P(( apontam para muitos problemascom os %uais teremos %ue conviver no presente e no futuro, como por e'emplo<

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    3n9vel dos oceanos tende a aumentar de 15 a 2 cent9metros at8 3144, o %uesignifica %ue 344 mil/es de pessoas terão %ue abandonar suas casas& As c/uvasdevem aumentar cerca de 34_, sendo %ue o gelo do Pólo .orte poderia sercompletamente derretido no verão, por volta de 3144& .os ciclones tropicais, a

    velocidade do vento e as c/uvas serão mais intensas& a%uecimento da +erra nãoser7 /omogneo e ser7 mais sentido nos continentes do %ue no oceano& Ao menosN44 mil pessoas morrerão a cada ano devido a doenças relacionadas com asalteraçes clim7ticas& As emisses passadas e futuras de (3 continuarãocontribuindo para o a%uecimento global e a elevação do n9vel dos mares durantemais de um milnio&As concluses divulgadas pelo =P(( estavam sendo bastante esperadas,

     pois serviriam como referncia para toda a comunidade cient9fica mundial, e tamb8mcomo um importante alerta sobre o agravamento do problema do a%uecimento do

     planeta& Fouve debates, como por e'emplo, sobre a terminologia para designar ograu de responsabilidade da ação /umana no a%uecimento global, e o resultado foi<

    a causa /umana 8 respons7vel por 24_ dos acontecimentos e %ue 14_ são processos naturais&!eria amenizador pensarmos sobre a farsa do relatório, mas os problemasestão presentes, os furaces, tornados, secas e enc/entes estão ocorrendo em todoo Planeta +erra, isso 8 sinal de %ue algo não est7 bem& A esp8cie /umana encontra-se em risco, isso refere-se a uma cat7strofe nuclear %ue compromete o ecossistemaglobal e a futura evolução da vida na +erra& (abe ressaltar %ue a super população ea tecnologia industrial tm contribu9do de v7rias maneiras para uma gravedeterioração do meio ambiente natural, do %ual dependemos totalmente&Duando ol/amos para o mundo : nossa volta, percebemos %ue nãoestamos lançados em meio ao caos e : arbitrariedade, mas %ue fazemos

     parte de uma ordem maior, de uma grandiosa sinfonia da vida& (ada umadas mol8culas do nosso corpo 07 fez parte de outros corpos vivos ou não efar7 parte de outros corpos no futuro&.esse sentido nosso corpo nãomorrer7, mas continuar7 perpetuamente vivo, pois a vida continua&(omefeito, nós fazemos parte do universo, pertencemos ao universo e neleestamos em casaR e a percepção desse pertencer, desse fazer parte, podedar um profundo sentido : vida&"(AP#A,3443, p& 53$&As !ociedades em %ue estamos inseridos e na %ual vivemos, sãorespons7veis por criar culturas de consumo e de produção, instituindo uma id8ia de

    3natureza %ue nada mais 8 do %ue uma criação /umana, pois cria pilaresestabelecendo relaçes materiais, espiritual e cultural& Assim, toda cultura só fazsentido para %uem nela vive& A %uestão ambiental 8 refle'o da relação da sociedadecom a natureza e dos /omens entre siR e conse%Ventemente a degradaçãoambiental 8 fruto de um con0unto de padres culturais constru9dos& s problemasambientais são graves e e'igem respostas imediatas e precisam ser encaradoscomo responsabilidade de todos os indiv9duos&ica evidente assim, a causa da degradação ambiental, pois vivemos aindacom princ9pios antropocntricos, ou se0a, o /omem sendo o centro de todas ascoisas, onde o vi7vel seria a vida como centro de todas as coisas&

    modelo e'plicativo advindo do cartesianismo simplesmente nos impedeabordar a crise ecológica em sua forma necessariamente multifacetada&

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    Assim, nossa linguagem 8 diruptiva e e'plicativa, en%uanto %ue o %ue precisamos 8 de uma linguagem integrativa e compreensiva& .ossodiscurso 8 reducionista, ao passo %ue necessitamos de uma abordagemcomple'a& Dual%uer pedagogia ou curr9culo %ue não levar isso em conta emmuito pouco contribuir7 para educar cidadãos capazes de interferir na

    realidade pol9tica da crise ambiental& %ue tem acontecido com fre%Vncia8 %ue não temos se%uer condiçes discursivas de apreender e interpretaras crises ambientais em sua comple'idade e em sua dimensão /istórica,8tica e pol9tica& "G#`., 122, p& 3$Em virtude do agravamento da crise ambiental nas @ltimas d8cadas,entende-se %ue a ação pol9tica atual não tem se adaptado as mudanças %ue tmocorrido em realidade global& ica evidente %ue se não modificarmos o atual modelode desenvolvimento econWmico e não produzirmos uma apro'imação entre oscrit8rios ecológicos e processos econWmicos, a esp8cie /umana corre s8rios riscosde sobrevivncia em m8dio prazo&C preciso %ue ten/amos respostas urgentes em uma proporção semel/ante

    :s mudanças ocasionadas, pois a crise c/amada ambiental não 8 nada mais do %ueuma leitura da crise de nossa sociedade& C preciso romper essa visão cartesiana, edar lugar a uma visão sistmica& planeta +erra não pode ser visto como umam7%uina e nem de forma reducionista com dimensão naturalista&F7 muito tempo a %uestão ambiental dei'ou de ser um movimento somente

     pela defesa de animais ameaçados de e'tinção, e das florestas contra odesmatamento&

    3Zs filósofos, educadores, /istoriadores e cientistas, muito escreveram sobrea condição /umana nesta 8poca em %ue vivemos, por8m, seria necess7rio propormudanças de condutas e de pensamentos rumo ao futuro, para os problemas denosso tempo e com concepçes vi7veis e necess7rias para a atual con0unturaambiental&(omo vivemos no per9odo contemporneo, considero essencial abordarid8ias de pensadores de nosso tempo, a fim de analisar as consideraçes 8ticasemergentes& *esta forma, priorizo o filósofo Fans onas no capitulo %ue segue&

    CA($U#& K >AN! L&NA! E & (INC(I& E!(&N!A.I#I"A"E!ão muitos os pensadores %ue apresentam propostas para os problemas denosso tempo& ?ivemos um momento de mudanças, de rupturas e de inovaçes&

    Fans onas "344$ 8 um pensador contemporneo %ue muito contribuiu com seusescritos& Fans onas 8 considerado um mentor intelectual para as pes%uisas 8ticasambientais de nossa geração& Pelo fato de suas obras serem de grande valoracadmico, estão publicadas em muitas l9nguas, entre tantas, o ingls e o espan/ol,

     bem como portugus&!eu @ltimo livro escrito foi & (rinc6io es6onsabilidade, no %ual onasabordou sobre a necessidade de um agir respons7vel para os problemas da t8cnica,implicando na crise ambiental %ue se agravou neste s8culo& .o entanto, faz-senecess7rio um aprofundamento teórico sobre sua tra0etória&

     .o entanto, ser7 feita uma abordagem sobre os principais conceitosabordados por Fans onas no %ue se refere : id8ia de responsabilidade& A intenção

    não 8 fundamentar a obra & (rinc6io es6onsabilidade, por8m considerar os pontos %ue são fundamentais para a compreensão da pes%uisa, a fim de situar o

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    dever %ue a /umanidade tem para com o meio ambiente&

    KD + Ouem foi >ans LonasPFans onas nasceu na Aleman/a em 14 de maio de 124N& Morreu no estadode .ova =or%ue, em 122N& *e origem udia, teve o per9odo inicial de sua formação

     baseada na leitura atenta dos profetas /ebreus, estudou ilosofia e +eologia& !uaintensa vida intelectual apresenta trs grandes momentos na sua formaçãofilosófica&

    32 .o primeiro momento, onas "344$ aponta um momento marcante de suaformação filosófica, tendo in9cio em 1231, %uando fre%Ventava as aulas do mestreMartin FeideggerR %ue foi seu mentor intelectual& Em 123O, onas con/ece #udolf;ultmann, do %ual recebe orientação e elabora uma tese sobre a gnose nocristianismo& Em 12NO, onas, abandona a Aleman/a devido a ascensão do nazismoao poder e alista-se no e'8rcito britnico contra o nazismo, durante cinco anos na

    guerra contra Fitler& .este per9odo, onas reflete sobre a vida em pro'imidade coma morte& segundo momento, de grande desta%ue intelectual na vida de Fansonas, começa no ano de 12, com a publicação de sua obra& The Phenoenon o"

     #i"e$ To%ard a Philosophical &iologyR .esta obra, o autor manifesta sua preocupação por uma ilosofia da ;iologia, dando um realce ao valor da vida, colocando-a acimado idealismo irreal e da ambição materialista, salientando o grande erro de situar o/omem acima de outras esferas de vida& A id8ia principal de Fans onas nesta obra,destaca a continuidade da mente como organismo, como natureza, tornando assima 8tica como parte da natureza, fundamentada na amplitude de como o ser pode tersentido& terceiro grande momento intelectual de Fans onas inicia no ano de 12Z2,com a publicação de sua obra mais importante, & (rinc6io es6onsabilidade:ensaio de uma Jtica 6ara a ciili9a78o tecnolHQicaR no %ual busca a base de umanova 8tica da responsabilidade&?ale a pena resgatar os momentos marcantes de sua vida& !eu primeiromomento de Spensamento com o mundoT foi %uando sua mãe morre em Ausc/Hitz&Um depoimento importante, dei'ado por Fans onas, foi escrito nesse per9odo<(inco anos como soldado no e'8rcito britnico na guerra contra Fitler "&&&$Afastado dos livros e de toda parafern7lia da pes%uisa "&&&$ Mas algo maissubstantivo e essencial estava envolvido& estado apocal9ptico das coisas,

    a %ueda ameaçadora do mundo "&&&$ a pro'imidade da morte "&&&$ tudo isto foiterreno suficiente para se dar uma nova refle'ão sobre as fundaçes donosso ser e para ter os princ9pios pelos %uais guiamos nosso pensamentosobre elas& Assim, de volta :s min/as próprias origens, fui arremessado devolta : missão b7sica de filósofo e de seu empreendimento nato, %ue 8

     pensar& "!=DUE=#A, 344Z, p& 3$

    N4oi a pro'imidade com a realidade da morte %ue fez crescer em onas a

     preocupação com a vida, com o ser /umano, antes do espanto com a vida,espantou-se com o mist8rio da morteN&

    ponto de partida de refle'ão 8tica do filósofo alemão Fans onas, iniciacom o c/o%ue causado pelas bombas nucleares no final da == Guerra Mundial,

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    desencadeando desta forma, a id8ia de abuso do dom9nio do /omem sobre anatureza& A e'plosão da bomba de Firos/ima inaugurou o %ue Fans onas c/amouSo Principio #esponsabilidadeT de uma refle'ão nova e angustiada& As duas GuerrasMundiais contribu9ram para %ue os son/os não acontecessem, as pessoas

     passaram a não acreditar mais na essncia das coisas& .ão acreditavam no futuro

    incerto, causando uma grande desilusão e, de certa forma, o /omem não se preocupou em preservar o meio ambiente e seus recursos naturais& A revoluçãoindustrial atingiu no final do s8c& QQ um ponto cr9tico, atingindo agora a e'pansão

     para a biosfera e'igindo novas responsabilidades& .uma 8tica de prevenção e de preservação, o %ue 8 e o %ue não 8 permitido tem prioridade sobre o dever& .aescol/a entre /omem e natureza, o /omem vem primeiro, mas com dever para coma natureza&Fans onas enuncia as conse%Vncias 8ticas dessa nova situação da/umanidade nos seguintes termos<Fo0e, a 8tica tem a ver com atos %ue tm um alcance causal incompar7velem direção ao futuro, e %ue são acompan/ados de um saber de previsão

    %ue, independentemente do seu car7ter incompleto, vai muito al8m, eletamb8m, do %ue se con/ecia antigamente& C preciso acrescentar : simplesordem de grandeza das açes a longo termo, fre%Ventemente a suairreversibilidade& +udo isso coloca a responsabilidade no centro da 8tica,inclusive os /orizontes de espaço e tempo %ue correspondem aos dasaçes& ".A!, 122, p&1Z$Fans onas parte de uma concepção 8tica, na %ual prescreve princ9pios

     para a idade da t8cnica& .esta 8tica, denominada de S Ética de ResponsabilidadeT,o mundo animal, vegetal e mineral, a biosfera ou a estratosfera, passam a fazer

     parte da esfera da responsabilidade& futuro da /umanidade no seu /abitat

    N !e a vida 8 natural, ela 8 tamb8m entendida como normalR então, o %ue tm de buscar-l/e sentido 8a morte, mas essa e'plicação e'igida pela morte deve ser entendida pela vida& Por isso,as %uesteslevantadas pela morte estão dirigidas para o passado e para o futuro como um problemametaf9sico&

    N1 planet7rio determina uma 8tica baseada numa relação de responsabilidadeO& .óscomo seres racionais, somos interpelados a recon/ecer nossa criaturalidade,descartando nossa id8ia mecanicista do universo ou do ser /umano ou da natureza&!omos admoestados a abandonar nossa 8tica antropocntrica, da %ual vm todosos nossos valores, em detrimento ao meio natural, de onde certamente surge onosso 0ulgamento de tudo o %ue 8 e não 8 /umano&Fans onas 8 um pensador %ue viveu os problemas do nosso tempo, e osgrandes fatos /istóricos do s8culo QQ& onas viveu a crise europ8ia nas d8cadas de34 e N4, entre a primeira e a segunda Guerra Mundial, presenciou o advento donazismo e o /olocausto, o triunfo da sociedade tecnológica especialmente doPro0eto Man/attan, o Pro0eto Apollo e todo impacto global %ue resultou na criseecológica& Esses acontecimentos colocaram o pensamento em direção a um novo

    %uestionamento acerca do perigo %ue representa o poder do /omem sobre anatureza&

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    K3 & (rinc6io es6onsabilidade e !uas "istin7Ges

    A palavra responsabilidade v7rias interpretaçes, mas entende-se %ueresponsabilidade vem ao encontro da palavra 8tica& *esde o per9odo grego, tem-se a seguinte interpretação<

    Almas efmeras, ides começar uma nova carreira e renascer para acondição mortal& .ão 8 um gnio %ue vos escol/er7, vós mesmosescol/ereis o vosso gnio& Due o primeiro designado pela sorte se0a o

     primeiro a escol/er a vida a %ue ficar7 ligado pela necessidade& A virtudenão tem sen/or< cada um de vós, consoante a venera ou a desden/a, ter7mais ou menos& A responsabilidade 8 da%uele %ue escol/e& *eus não 8respons7vel& "! PE.!A*#E!, 1222, p& NO5-NO2$

    Platão não /esitou ao afirmar o %uanto a divindade "*eus$ não teria %ual%uerresponsabilidade com a vida /umana& Para o per9odo Grego, isso causou uma

    O Esse 8 um fator decisivo para a nossa mudança de pensamento e de atitude e'istencial&

    antropocentrismo 8 uma concepção %ue considera %ue a /umanidade deve permanecer nocentro do entendimento dos /umanos, isto 8, o universo deve ser avaliado de acordocom a suarelação com o /omem& C normal se pensar na id8ia de o /omem no centro dasatençes&

    N3ruptura de pensamento, onde o /omem poderia definir as suas açes, podendoassim responsabilizar-se pelas mesmas&A proposta de Fans onas para um Princ9pio #esponsabilidade 8fundamentada nas relaçes dos seres /umanos entre si e com a natureza& onasdei'a claro na citação a seguir as suas in%uietaçes sobre tal momento, sobre acondição em %ue o ser /umano poder7 fazer uso mais uma vez do utilitarismo&A natureza como uma responsabilidade /umana 8 seguramente um novu sobre o %ual uma nova teoria 8tica deve ser pensada& Due tipo de deveresela erigir7B Faver7 algo mais do %ue o interesse utilit7rioB C simplesmentea prudncia %ue recomenda %ue não se mate a galin/a dos ovos de ouro,ou %ue não se serre o gal/o sobre o %ual se est7 sentadoB Mas este %uea%ui se senta e %ue talvez caia no precip9cio %uem 8B E %ual 8 no meuinteresse no seu sentar ou cairB ".A!, 344, p&N2$onas "344$ aponta a necessidade de termos responsabilidade com asgeraçes futuras como um princ9pio baseado na reciprocidade, em %ue não

     prevaleçam os direitos e deveres de uma 8tica antropocntrica, mas %ue se efetiveuma 8tica baseada em valores de solidariedade& dever para com as geraçesfuturas 8 um dever para com a /umanidade em sua e'istncia, independente se osseres são nossos descendentes ou não& destino da esp8cie /umana depende deum emaran/ado de atitudes em todas as esferas, por8m preservar a natureza e a

    /umanidade 8 uma possibilidade de ampliar a nossa responsabilidade& .ecessitamos nos articular na Se'igncia de uma 8tica de responsabilidade solid7ria

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    em face da crise ecológica da civilização t8cnico-cient9ficaT "APE>, 122O, p&1Z3$& Princ9pio #esponsabilidade tem como possibilidade a perpetuação da/umanidade para o futuro, %ue poder7 estar comprometida decorrente da t8cnicamoderna& conceito de responsabilidade implica o dever-ser de algo e o dever-fazer de algu8m& s seres /umanos de nosso tempo encontram-se diante da

    iminncia dos poderes %ue ultrapassam as determinaçes morais& *esta forma, 8necess7rio e poss9vel refletir acerca do vazio 8tico %ue para onas "344$ 8 umvazio do relativismo dos valores& !e pensarmos acerca do e'cesso do poder datecnologia, perceberemos %ue a tecnologia converteu-se em ameaça, sendo %ue asua presunção era de progresso& futuro 8 o presente %ue se descortina em possibilidades& presentegermina o futuro, move-se para o %ue vem para o %ue ainda não 8& %uevem não est7 fora do presenteR 8 antes, o presente mais dinmico, maisativo, mais atual, pois atualiza o %ue vem, isto 8, o futuro& Por isso se diz

    NN

    %ue vivemos mais no futuro %ue no presente& /omem 8 futuro& ?iveultrapassando o presente& ";U=, 125Z, p&33$ Princ9pio #esponsabilidade com o futuro deve ser entendido como umaforma de compromisso com os fins e não sobre o %ue 8 e não 8 permitido& s finsontológicos sustentaram uma ação voltada para o e'istir concreto do mundotecnológico& s seres /umanos são movidos pelas ameaças e alertas, e nesse

     poder, surge a obrigação e o despertar para o compromisso com o futuro&!er respons7vel significa aceitar ser tomado como ref8m pelo %ue e'iste demais vulner7vel e mais ameaçado& Dueiramos ou não, somos os ar%uitetosda sociedade futura, visto %ue ela não nos pertence desde o mais origin7rio

     progresso tecnológico, mesmo se nós %uis8ssemos& =sto %ue nos pertenceem contrapartida, 8 a conscincia de %ue somos ref8ns desde 07 do futuro%ue fazemos e'istir& "G#E=!(F, 1221, p&13$A vida no meio natural, entre todo o ecossistema, tem sua própria finalidade,na verdade, isso se desenvolve sem intervenção /umana& As finalidades presentesna natureza colocam valores %ue, por si só, não suscitam 0u9zos morais& .esteconte'to, percebe-se %ue em cada ser, e'iste uma razão própria de e'istir& onasindica uma preocupação a favor da vida, %uando diz %ue /7 uma @nica escol/a, a

     biodiversidade %ue se encontra em toda a natureza& SMais do %ue uma e'tensão doespectro gen8rico, o interesse se manifesta na intensidade dos fins próprios dosseres vivos, nos %uais a finalidade da natureza se torna sugestivaT".A!, 344,

     p& 31$&Podemos observar %ue Fans onas tem a intenção de mostrar %ue os seresvivos devem viver para cumprir com um ob0etivo, mesmo %ue se0a com ele mesmo&!e o ser /umano tem v7rias finalidades, da mesma forma todos os outros serestamb8m terão finalidades, e por mais %ue descon/eçamos devemos respeit7-las& E

     para trabal/armos a educação ambiental, 8 necess7rio refletir sobre a e'istncia,sobre a origem, sobre as relaçes sociais, pol9ticas, comunit7rias, a fim de observaras diferentes realidades e finalidades e'istentes&Antes da pr7tica 8 necess7rio a teoria, para podermos refletir acerca da açãoa ser feita, pois assim, a refle'ão ser7 consciente, e a responsabilidade ser7 decun/o essencial para uma 8tica do nosso tempo, uma 8tica da #esponsabilidade&

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    CA($U#& M A E"UCA,Ã& A%.IEN$A#:U% CA%IN>& (AA & N&!!& $E%(&A educação ambiental 8 um camin/o para o nosso tempo, para o tempo denecessidades, de emergncias e de buscas& E para entendermos a direção a sertomada, 8 preciso entender o saber ambiental, %uestionando os paradigmas

    estabelecidos e desvelando fontes %ue irrigam o novo con/ecimento de diversossaberes& saber ambiental agrega estes saberes e l/es d7 uma nova dimensão, osaber popular, 07 não 8 apenas como uma curiosidade antropológica, mas comouma cultura viva, feita de tradição e moldada na realidade do mundo moderno& Acomple'idade das relaçes entre /omem e natureza leva : obrigatória an7lisetransdisciplinar& Para refletir acerca do saber, 8 necess7rio con/ecer e entender o

     processo em %ue se encontra a problem7tica enunciada em determinada situação&MD Como Educar 6ara o %eio AmbienteEducar para o meio ambiente não 8 uma tarefa f7cil, por8m, o taman/o dacomple'idade 07 nos mostra o %uanto 8 urgente e necess7rio um agir para o

     presente e para o futuro& Precisamos de articulaçes entre educandos e

    educadores, universidade e escola, entre as e'perincias de ensino formal e nãoformal, entre a prefeitura e a comunidade, enfim, precisamos educar visando o meioambiente como prioridade, isso representa um educar para a vida&Para o educador >eff "3441$ esta mudança est7 dentro de um movimento degeração de novas utopias, sendo o próprio saber ambiental a fonte %ue aimpulsiona& Ao final, o autor tamb8m desenvolve outras refle'es %ue completam eilustram seus argumentos sobre o saber ambiental, tais como a relação entredemografia e meio ambiente, tecnologia, sa@de e %ualidade de vida&

    N(om base nas id8ias de >eff "3441$, a educação ambiental 8 definida comoum processo no %ual incorporamos crit8rios sócio-ambientais, ecológicos, 8ticos eest8ticos nos ob0etivos did7ticos da educação, com o ob0etivo de construir novasformas de pensar incluindo a compreensão da comple'idade das emergncias e dasinter-relaçes entre os diversos subsistemas %ue compem a realidade& A

     preservação e a recuperação do meio ambiente 8 algo %ue atinge a todos& Assim,temas como o a%uecimento gradual do planeta, a poluição das 7guas, do ar, a

     possibilidade de acidentes nucleares, causam ampla preocupação, independente danacionalidade do indiv9duo&A Educação Ambiental representa um instrumento essencial para superar osatuais impasses da nossa sociedade, mas acredito %ue a superação se0a iniciada

     pela razão, pelas açes, pelo pensar e pelo agir& A relação entre meio ambiente eeducação, assumem um papel cada vez mais desafiador& As pol9ticas ambientais eos programas educacionais relacionados : conscientização sobre a crise ambiental,demandam novos enfo%ues integradores de uma realidade onde o con/ecimentocient9fico e tecnológico não se0a visto somente como sinWnimo de SprogressoT&C necess7rio fazer uma refle'ão sobre a crise ambiental e do própriocon/ecimento cient9fico, considerando as divergncias em torno do atual debatesobre o conceito de 8tica& .este conte'to percebemos a razão da importncia damodernidadenasatuais

    discussesacerca

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    dosrumosdacivilizaçãocontempornea& E uma das razes 8 buscar apontar a importncia do entendimento

    aprofundado da modernidade no conte'to das %uestes ambientais %ue semanifestam na relação clara e direta entre crise ambiental e crise cultural& u se0a,os dados e os fatos do mundo ao nosso redor, comprovaram %ue a modernidadenão teve condiçes de cumprir com as suas promessas iniciais de abundncia,felicidade, paz e 0ustiça social& recon/ecimento de %ue 8 necess7ria uma profunda mudança de

     percepção e de pensamento para garantir a nossa sobrevivncia, ainda não atingiua maioria dos l9deres das nossas corporaçes, nem os administradores e os

     professores das nossas grandes universidades&(abe : ilosofia, e outras 7reas do con/ecimento, mostrar %ue seria ilusóriocrer %ue apenas medidas de pol9tica econWmica ou mesmo transformaçes dos

     padres energ8ticos, seriam suficientes para superar a crise ecológica, uma vez %ue

    Na carreira triunfal do pensamento t8cnico-cient9fico e das transformaçes por ele

     provocadas assentam sobre valores ligados : atual relação /omem-natureza& Princ9pio #esponsabilidade abordado por Fans onas, 8 uma possibilidade demudança, uma possibilidade @nica da capacidade /umana, pois temos a liberdadede agir e e'ercitar a esfera da liberdade&A @nica possibilidade de mudança visando uma forma de vida coerente ecentrada com os princ9pios ambientais, ser7 por meio da autonomia da razão, a@nica capaz de incorporar princ9pios 8ticos em cada um de nós, at8 alcançarmosuma conscincia 8tica coletiva& *esta forma, a Ctica Ambiental poder7 tornar-senatural e espontnea, sem a necessidade da aplicação de normas legais, por%ue setransformar7 na convicção e manifestação con0unta de todos os /abitantes do

     planeta +erra&] ^ o fato em si de mais esta tr7gica transgressão de 8tica nos adverte decomo urge %ue assumamos o dever de lutar pelos princ9pios 8ticos maisfundamentais como do respeito 7 vida dos seres /umanos,7 vida dosoutros animais,7 vida dos p7ssaros , 7 vida dos rios e das florestas&.ãocreio na amorosidade entre mul/eres e /omens , entre os seres /umanosse não nos tornamos capazes de amar o mundo&A ecologia gan/a uma

    importncia fundamental neste fim de s8culo&Ela tem de estar presente em%ual%uer pratica educativa de car7ter radical,critico ou libertador&"#E=#E,3444& pN1$

    As razes a favor da conservação ambiental não são em prol do progressomaterial ou por ren@ncia ao con/ecimento cient9fico, mas são frutos de umaconvicção pessoal de %ue a natureza 8 muito mais um lugar para propiciar efortalecer a realização interior do /omem do %ue um lugar de culturas agr9colas e decol/eitas& C preciso pensar, refletir e discutir sobre atitudes e decises %ue sãotomadas a todo o momento sem a população ao menos saber, são empresasmultinacionais %ue c/egam ao nosso Pa9s e só ouvimos falar em progresso& +al

     progresso %ue leva o /omem a alienação por trabal/ar em condiçes muitas vezesdesumana para gan/ar o e%uivalente a uma sobrevivncia, al8m de causar impactos

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    ambientais irrevers9veis ao meio ambiente&As transformaçes de con/ecimento pelo saber ambiental vão al8m deconte@dos ecológicos, o saber ambiental %uestiona todos os n9veis do sabereducacional, desta forma orientar e educar 8 a forma mais coerente de se fazer algo

     ben8fico& A formação educacional e ambiental 8 acima de tudo um compromisso,

    uma missão a fim de poder fazer algo por muitos e de certa forma por todos, temos

    NZ%ue amar o %ue fizemos, e cuidar do %ue 8 nosso, isso 8 a maior prova de sabedoriae dignidade perante um mundo %ue est7 em crise&En%uanto os problemas ambientais em determinadas regies não seapresentarem como agravantes, 8 necess7rio da mesma forma continuar um

     processo de refle'ão acerca dos problemas da relação do /omem com a natureza,deste modo a impressão %ue temos 8 %ue estamos vivendo uma grande batal/acom a natureza, mas de fato as duas estão unificadas e ligadas uma a outra&A %uestão ambiental 8 uma problem7tica social %ue transcende a

    incumbncia das universidades& As transformaçes de con/ecimento pelo saberambiental vão al8m de conte@dos ecológicos, o saber ambiental %uestiona todos osn9veis do saber educacional, desta forma orientar e educar 8 a forma mais coerentede se fazer algo ben8fico e coerente&Educar para o meio ambiente 8 acima de tudo um compromisso, umamissão a fim de poder fazer algo por muitos e de certa forma por todosR temos %ueamar o %ue fizemos, e cuidar do %ue 8 nossoR isso 8 a maior prova de sabedoria edignidade perante um mundo %ue est7 em c/amas&En%uanto os problemas ambientais em determinadas regies não seapresentarem como agravantes, 8 necess7rio da mesma forma continuar um

     processo de refle'ão acerca dos problemas do /omem com a natureza, deste modoa impressão %ue temos 8 %ue estamos vivendo uma grande batal/a com a natureza,mas de fato as duas estão unificadas e ligadas& +emos a impressão de %ue o !erFumano pode ser a esperança como tamb8m pode ser a ameaça, diante das

     possibilidades de construção e destruição o /omem 8 a esperança e 8 a ameaça&Essa ruptura %uestiona o paradigma do con/ecimento, defendendo assim anecessidade de construir uma racionalidade social, orientada por novos valores esaberes& Por conseguinte 8 necess7rio %ue a transformação 8tica e planet7ria ocorraurgentemente&

     .unca tivemos tanto desenvolvimento cient9fico e tecnológico, bem como,nunca tivemos a nosso dispor tantos produtos e bens de consumo como temos /o0e,

    mas nada disso consegue assegurar a %ualidade de vida dese0ada e presente nosson/os e anseios de todos nós& Afinal, se a cultura moderna teve e ainda tem forteinfluncia na c/amada crise ambiental, então, podemos associ7-la a uma crise

    N5cultural de valores, de certo estado de Sser, pensar e agirT iniciado em umdeterminado momento e conte'to /istórico, cu0o poder de influncia e penetração semostrou evidente por si só a ponto de podermos manifestar %ue a crise ambiental 8de certa forma uma crise 8tica da razão&Esta afirmação de %ue a crise ambiental 8 uma crise da razão ou docon/ecimento, abre precedentes para uma discussão acerca da possibilidade

    concreta %ue a /umanidade tem em suas mãos de alterar o curso da /istória rumo aconstrução de um futuro onde a crise se amenize e as oportunidades se ma'imizem&

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    u se0a, est7 nas mãos da /umanidade a escol/a pela construção con0unta de um pro0eto de futuro %ue se priorize em valores, condutas e açes direcionadas ao rumoda sustentabilidade&

     .o conte'to educacional, necessitamos de educadores capazes de discutirglobalmente as %uestes S8ticasT afim de buscar de modo conte'tual soluçes

    locais, buscando sempre refletir sobre os desafios de Sser educadorT %ue est7diretamente associado 7 inserção da educação ambiental na educação, al8m de serum compromisso 8tico do educador 8 uma proposta educativa&(onforme Assman "1225$, consideração 8tica sobre o meio ambiente não 8mais um tema a ser acrescentado ao curr9culo, tornou-se uma necessidadeassociada com o sentido mais /umano do %ue 8 ser /umano&A educação ambiental muitas vezes tem sido sinWnimo de informaçes delivros did7ticos, plantio de 7rvores, coleta de li'o seletivo, criação de /ortas& Pelofato da maioria dos professores não estarem preparados com informaçes eformação ade%uada, acabam por utilizar e'emplos longe da realidade cotidianasituaçes, sem muitas vezes, conte'tualizar a realidade, os conte@dos %ue, na

     pr7tica, poderiam ser e'plorados na própria região, valorizando a cultura, a /istória eos problemas ambientais do munic9pio&!e os educadores fossem preparados e tivessem uma formação de formarefle'iva visando orientar os problemas do nosso tempo, poderiam, de maneira ativae participativa, verificar com seus alunos, por e'emplo, como surgiram os problemasem determinada rua, bairro ou ind@stria, analisando de %ue forma as mesmas

     poderiam reduzir o impacto ambiental&

    N2Para onas "344$ o papel da educação 8 de formar a conscincia acerca darealidade, apontando, por8m, para os perigos %ue a /umanidade corre se

     permanecer tril/ando os mesmos camin/os percorridos at8 então& Essa sim seriauma ação verdadeiramente pedagógica para o nosso tempo& Para Fans onas,todas essas %uestes, não tratam somente da preservação dos perigos, Snão setrata só da sorte da sobrevivncia do /omem, mas do conceito %ue dele possu9mos,não só da sua sobrevivncia f9sica, mas da integridade de sua essnciaT ".A!,122, p&1$A problem7tica ambiental e'ige a necessidade de uma refle'ão sobre os

     parmetros no ensino sistem7tico, pois entende-se %ue a educação ambiental, não8 um assunto do senso comum para a maioria da população ou mesmo entre osdocentes, /avendo, portanto, necessidade de uma refle'ão sobre os parmetros %ue

    devam nortear o seu ensino sistem7tico, pois a educação ambiental não pode seralicerçada apenas no bom senso&#eigota "1222$ comenta o risco %ue a educação ambiental correu, a pontode %uase se tornar, por decreto, uma disciplina obrigatória no curr9culo nacional etransformar-se em Sbanalidade pedagógicaT, sem potencial cr9tico, %uestionador arespeito das nossas relaçes cotidianas com a natureza, artes, con/ecimento,cincia, instituiçes, trabal/o e pessoas %ue nos rodeiam& Enfim, cabe a nosformadores de opinies, educarmos para a vida, sem medo de represses,

     pensando em um futuro digno e vi7vel de ser vivido&A tra0etória ambiental no meio acadmico 8 valida, por8m, 8 preciso educare orientar para tal causa& s problemas encontram-se presentes em nosso meio, de

    forma %uase %ue /abitual, por8m 8 necess7rio educar para a vida presente e futura&!e nós omitirmos ou não assumirmos a necessidade de educar com princ9pios

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    vi7veis e respons7veis, poderemos nos sentir respons7veis pela parcela dedistorçes de comportamentos negativos&A educação ambiental 8 um processo %ue deve ser bem conduzido, poisdeterminar7 comportamentos e transformaçes& *ever7 ser tamb8m, um processocont9nuo, interrupto, sendo tarefa de todos, onde a forma de ensinamento possa ser

    de forma dial8tica, onde todos aprendem e ensinam, visando um con/ecimento %ue possa firmar car7ter e personalidade& =sso tudo pode não parecer novo, por8m, 8necess7rio enfatizar a todo o momento a necessidade de agir com responsabilidade

    O4como diria Fans onas& +emos um dever moral de propagar informaçes acerca davida, tudo %ue aprendemos e ensinamos, dever7 perpetuar pelas geraçes futuras&

    C&NC#U!0E! E EC&%EN"A,0E!Ao finalizar a monografia, 8 assegurada a emergncia de umrecon/ecimento de %ue 8 necess7ria uma profunda e radical mudança de percepção

    e de metas para garantir a nossa sobrevivncia e das demais esp8cies vivas doPlaneta +erra& Mas para isso 8 preciso um agir 8tico respons7vel&Agir com responsabilidade nesse momento em %ue vivemos, torna-se umae'igncia contempornea& +er responsabilidade com a vida, implica na elaboraçãode uma nova 8tica contempladora, onde se0a poss9vel formar uma conscinciacoletiva entre os seres /umanos de %ue a necessidade de mudar 8 poss9vel enecess7ria&

     .ossa responsabilidade 8 marcada individualmente, cada ação feita emrelação ao meio ambiente, causa impactos para o futuro da /umanidade& !endoassim, a efetivação de uma nova 8tica, embasada numa relação deresponsabilidade, 8 sim um fator decisivo para a nossa mudança de pensamento ede atitude e'istencial&Estamos vivendo uma poss9vel mudança paradigm7tica, vivemos muitasvezes, com res%u9cios de uma 8tica antropocntrica incapaz de satisfazer asnecessidades do nosso tempo& .ós, en%uanto seres racionais, somos capazes deresponsabilizar-nos pela e'istncia das geraçes futurasB *e gestar uma nova 8tica%ue compreenda todos os seres como sendo da mesma esfera da nossaresponsabilidadeBDuais seriam, em geral, os princ9pios dessa SnovaT 8tica, denominada 8ticaambientalB Essa 8tica seria muito mais global e menos localB +odas essasindagaçes nos levam a um camin/o, e a uma resposta, 8 preciso de uma 8tica com

     princ9pios respons7veis, assim como Fans onas prope para o nosso tempo&O3Educar para o meio ambiente 8 uma arte, 8 um ato de amor e coragem&Precisamos continuar lutando e acreditando nas poss9veis mudanças, e não ver asgrandes causas como luta utópica, e sim como causa poss9vel se for de formaconsciente e respons7vel& curso de Pós-graduação em Educação Ambiental, proporcionou muitoscon/ecimentos acerca da diversidade ambiental& As disciplinas por seremdiversificadas, possibilitaram um maior entendimento acerca dos ecossistemas e doselementos %ue formam o meio ambiente repleto de vida&

    A pes%uisa fez com %ue eu continuasse a pes%uisar com a problem7ticaambiental no conte'to filosófico& .o momento sou mestranda em educação pela

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    Universidade ederal de Pelotas, e agradeço a possibilidade de poder ter dado oin9cio da pes%uisa na Universidade ederal de !anta Maria&#ecomendo a leitura, para todos acadmicos, educandos e educadores %ueten/am interesse em pes%uisar e estudar assuntos ambientais com uma visãofilosófica /istórica e 8tica&

    C poss9vel e preciso ir : luta, son/ar e acreditar no ser /umano e nas suascapacidades de mudanças& +emos boas razes para acreditar no ser /umano, nanossa esp8cie, pois nós en%uanto seres racionais temos a capacidade de agir, deacreditar, de desafiar& (onforme Fans onas "344$ %uando menos acreditamos nasabedoria, 8 %uando mais dela precisamos& !abemos %ue temos em grande escala,a informação da antecipação da desgraça e mesmo assim crença do medo não temsido vi7vel para amenizar ou limitar as açes contra o meio ambiente& Acreditarsempre, desistir 0amais&

    EFE'NCIA!

    A!!MA., F& eencantar a educa78o: umo R sociedade 6rendente&Petrópolis

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    Enri%ue&!aberAmbiental:!ustentabilidade2racionalidade2com6leidade2 6oder& O ed& Petrópolis< ?ozes, 344&

     )))))))& E6istemoloQia ambiental& !ão Paulo< (ortez, 3441&MA#E.G, os8 A& %udan7as clim1ticas Qlobais e seus efeitos sobre abiodiersidade: caracteri9a78o do clima atual e defini78o das altera7Gesclim1ticas 6ara o territHrio brasileiro ao lonQo do sJculo istHria da Filosofia AntiQa& >oIola, 3441&

    !=DUE=#A, os8 Eduardo& >ans Lonas e a Jtica da res6onsabilidade& *ispon9velem< /ttp