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ESCOLA SUPERIOR DE DESENVOLVIMENTO RURAL
DEPARTAMENTO DE SOCIOLOGIA RURAL
Analise dos Métodos de Conservação Pós-colheita do milho (Zea Mays) na
localidade de Pambara, Vilankulo
Licenciatura em Comunicação e Extensão Rural
Autora:
Quitéria Moreira Raice
Vilankulo, Junho de 2016
Quitéria Moreira Raice
Analise dos Métodos de Conservação Pós-colheita do milho (Zea Mays) na
localidade de Pambara, Vilankulo
Trabalho de Culminação de Curso
apresentado ao Departamento de
Sociologia Rural da Universidade
Eduardo Mondlane – Escola
Superior de Desenvolvimento
Rural para a obtenção do grau de
Licenciatura em Comunicação e
Extensão Rural.
Supervisor:
dr. Adriano C. Chihanhe
UEM - ESUDER
Vilankulo
2016
DECLARAÇÃO
Declaro que este trabalho é da minha autoria e resultado da minha investigação pessoal,
estando indicados no texto e na bibliografia as fontes utilizadas. Esta é a primeira vez que o
submeto para obter o grau de licenciatura, nesta instituição pública de ensino superior.
Vilankulo, 23 de Junho de 2016
_________________________________________
(Quitéria Moreira Raice)
Aprovação do Júri
Este trabalho foi aprovado no dia ___ de Junho de 2016 por nós, membros do júri
examinador da Escola Superior de Desenvolvimento Rural da Universidade Eduardo Mondlane,
com a nota de ___ Valores.
______________________________
(Presidente do Júri)
______________________________
(Arguente)
______________________________
(Supervisor)
i
DEDICATÓRIA
Á Deus que iluminou o meu caminho durante a caminhada. Aos meus pais, irmãos,
esposo e filho pela fé e confiança demonstrada. A todos professores do curso que foram
importantes na minha vida académica e no desenvolvimento desta Monografia.
ii
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar agradeço a Deus pela força que me proporciona e proporcionou
durante o percurso. Agradeço aos meus país pela atenção, confiança, apoio incondicional e
por tudo que fizeram durante a minha formação em termos materiais e morais.
Agradeço ao meu querido e amado esposo Francisco Amadeu Monte que nunca mediu o
esforço em apoiar e estar presente durante a minha caminhada, pela força de vontade e por
transformar os momentos maus em bons, dando sempre o apoio moral e material necessário.
Agradeço ao meu filho Wayne “Rooney” que me inspirou e deu força de vontade para
estudar, aos meus irmãos que sempre acreditaram e ajudaram em termos morais e materiais.
Agradeço ao meu supervisor dr. Adriano Carlos Chihanhe pela compreensão, paciência,
força e apoio que me proporcionou durante a realização do trabalho e pelos seus
ensinamentos.
Aos meus colegas da faculdade, concretamente o grupo 2 agradeço pela vossa
colaboração e ensinamentos durante o percurso nomeadamente: Margarida Rodolfo, António
Muchanga, Isak Timba, Olece João, Sadamo Ussene, Danilo Muavanhane e Sérgio Tomo.
As minhas companheiras do curso Emilia Tuendue e Esmenia Maungue. Não se
esquecendo da família que criei durante a caminhada falo de Julia Arão, Jubia Domingos,
Júlia Fara, Osvaldo Raimundo e Dauto Rodolfo meu muito obrigado pela ajuda que me
proporcionaram durante a caminhada académica.
Ao líder comunitário Adriano Machava por me acompanhar durante a entrevista no
povoado de Pambara e por ter facilitado o contacto com os produtores. Aos produtores do
povoado de Pambara que disponibilizaram o seu precioso tempo.
A todo corpo docente, a direcção da ESUDER e a todos estudantes do curso de
Comunicação e Extensão Rural, endereço a minha profunda gratidão.
iii
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de Tabelas
Tabela nº1: Amostra da População ........................................................................................... 20
Tabela nº2: Métodos de conservação adoptados ...................................................................... 23
Tabela nº 3: Período de conservação por métodos usados ....................................................... 25
Tabela nº4: Período de tempo de conservação por método auxiliar usado .............................. 26
Tabela nº5: Níveis de perdas durante a conservação ................................................................ 27
iv
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice nº1: Questionário sobre processo de conservação pós colheita do milho na
localidade de Pambara Distrito de Vilankulo. ............................................................................. I
Apêndice nº2: Celeiro de fabrico tradicional ............................................................................ V
Apêndice nº3: Silos de Conse ................................................................................................... VI
Apêndice nº4: Silos de conservação ....................................................................................... VII
Apêndice nº5: Garrafas de vidro............................................................................................ VIII
v
GLOSSÁRIO
Armazenamento: é o acto de armazenar, guardar, juntar alguma coisa num determinado lugar
de forma que seja possível usa-la ou consumi-la posteriormente.
Colheita: é a acção deliberada da retirada do produto no seu meio de crescimento.
Conservação: é a arte que consiste em manter o alimento o mais estável possível, mesmo em
condições nas quais isso não seria viável. Assim, conservar é manter as características do
alimento estáveis, com boa qualidade, uma vez que o processo de conservação não reverte o
quadro de deterioração já iniciado, podendo apenas retardá-lo.
Debulha: processo de separar os grãos das hastes da palha.
Agricultura de sequeiro: é uma técnica agrícola para cultivar terrenos onde a pluviosidade é
diminuta. Refere-se a plantação em solo firme, o plantio é intensivo e com pouca rotação de
culturas aproveitando o estrume.
Agricultura de regadio: é uma técnica agrícola usada para cultivar terrenos com fornecimento
controlado de águas para as plantas.
Produção: contabilização de unidades produzidas num determinado período de tempo.
Pós-colheita: a partir da separação do produto no meio de crescimento ate a preparação para o
seu consumo final.
vi
RESUMO
O milho (Zea may) é uma das principais culturas cultivadas no mundo. Em
Moçambique, o milho é uma cultura importante, ocupa cerca de 1/3 da área total cultivada, é a
primeira em termos de números de pequenos produtores, área cultivada e produção de energia
para o trabalho. O processo de conservação e armazenamento dos produtos agrícolas é de
relevante importância por garantir qualidade e segurança do produto final ao consumidor e
agregar valor ao produto final. A má conservação desses produtos pode trazer retrocessos á
cadeia de produção pois reduzem a quantidade e a qualidade do produto. Os métodos de
armazenamento não adequados, utilizados para a conservação têm em parte como
consequência perdas em quantidade. Um aumento da produção para compensar as perdas que
ocorrem depois da colheita significa uma mobilização adicional de mão-de-obra, capital e
recursos naturais. Pambarra é uma localidade do Distrito de Vilankulo, onde se tem registado
níveis consideráveis de produção agrícola, sendo o milho a principal cultura alimentar de
rendimento e sustento produzida domesticamente pelas famílias que vivem nas zonas rurais.
Sendo uma cultura com grande teor de proteínas, o milho é uma cultura de eleição para os
produtores, após a colheita o grão é conservado de diferentes métodos (celeiro, garrafas,
Baldes maiores, sacos e silos). A maior parte dos produtores conservam o milho combinando
o uso do celeiro tradicional e garrafas de vidro. A cepimetrina é o método auxiliar com maior
período de conservação, mas é combinação do piripiri com a cinza o método auxiliar mais
usado pelos produtores para a conservação. Maior parte dos produtores armazenam em espiga
para o consumo e grãos para a sementeira. Conforme estimavas obtidas através da entrevista
aos produtores conclui-se que em cada campanha agrícola 40% dos produtores perdem a
metade da produção dos grãos conservados ou armazenados.
Palavras-chave: Conservação, Pós-colheita, Armazenamento e Milho.
ÍNDICE
Conteúdo Paginas
I-INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
1.1. Problema de Estudo ......................................................................................................... 3
1.2. Justificativa ...................................................................................................................... 4
1.3. Objectivos ........................................................................................................................ 5
1.3.1 Objectivo Geral.......................................................................................................... 5
1.3.2 Objectivos Específicos .............................................................................................. 5
II-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................... 6
2.1. Origem da cultura do milho ............................................................................................. 6
2.2. Composição da Cultura do milho .................................................................................... 6
2.3. Caractéristicas da Planta do milho................................................................................... 7
2.3.1 Cultivo ....................................................................................................................... 7
2.3.2 Lavoura ...................................................................................................................... 7
2.3.3 Sementeira ................................................................................................................. 8
2.3.4 Adubação ................................................................................................................... 8
2.3.5 Sacha .......................................................................................................................... 8
2.3.6 Controle das Pragas ................................................................................................... 8
2.3.7. Colheita ..................................................................................................................... 9
2.4. Importância do milho ...................................................................................................... 9
2.5. Processos de conservação ou armazenamento pós-colheita .......................................... 10
2.6. Formas de conservação ou armazenagem de milho ...................................................... 11
2.6.1 Garrafas de vidro ..................................................................................................... 12
2.6.2. Latas metálicas e Panelas de barro ......................................................................... 12
2.6.3. Secagem .................................................................................................................. 13
2.7 Aspectos fundamentais na conservação ou armazenagem pós-colheita ......................... 14
2.7.1 Estrutura do grão, composição e propriedades ........................................................ 14
2.7.2 Perdas ...................................................................................................................... 15
2.7.3 Factores que influenciam na perda da qualidade do grão ........................................ 15
III-MÉTODOLOGIA ............................................................................................................... 19
3.1 Descrição da área de estudo............................................................................................ 19
3.2 Condições físicas - naturais ............................................................................................ 19
3.3 Desenvolvimento económico ......................................................................................... 20
3.4 População e Amostra ...................................................................................................... 21
3.5 Métodos de levantamento dos dados .............................................................................. 21
3.5.1 Pesquisa Bibliografica ............................................................................................. 21
3.5.2 Pesquisa exploratória ............................................................................................... 22
3.5.3 Pesquisa descritivas ................................................................................................. 22
3.6 Técnicas de colecta de dados .......................................................................................... 22
3.6.1 Entrevista baseada no questionário.......................................................................... 22
3.6.2 Observação directa não participante ........................................................................ 23
3.6.3 Análise de dados ...................................................................................................... 23
IV-RESULTADOS E DISCUSÃO .......................................................................................... 25
4.2. Descrição dos Métodos de conservação usados pelos agricultores ............................... 26
4.3. Métodos auxiliares de conservação de milho ................................................................ 28
4.4 Forma de conservação ou armazenamento ..................................................................... 28
4.5 Niveis de perdas durante a conservação ou armazenamento .......................................... 29
4.6 Factores que influênciam a perda do milho conservado................................................. 29
V - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .......................................................................... 30
5.1 Conclusões ...................................................................................................................... 30
5.2 Recomendações: ............................................................................................................. 31
VI -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 32
Estudo dos Métodos de Conservação Pós-colheita do milho (Zea Mays) na localidade de Pambara, Vilankulo
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I-INTRODUÇÃO
O milho (Zea may) é uma das principais culturas cultivadas no mundo, pois além de
fornecer produtos largamente utilizados pelo homem e pelos animais, é importante matéria-
prima para a indústria, em razão da quantidade e da natureza das reservas acumuladas em seus
grãos (BASTOS, 1987; FANCELLI & DOURADO NETO, 2000).
Os sistemas de conservação devem em parte garantir a viabilidade da semente ou seja
manter a capacidade da semente de gerar uma nova planta. Para tal é fundamental conhecer
tanto as condições ambientais óptimas para o armazenamento de cada um dos produtos, assim
como as condições que favorecem a proliferação de insectos, (HAYMA, 1995).
O processo de armazenamento dos produtos agrícolas é de relevante importância por
garantir qualidade e segurança do produto final ao consumidor e agregar valor ao produto
final. A má conservação desses produtos pode trazer retrocessos á cadeia de produção pois
reduz a quantidade e qualidade do produto.
Depois do trigo e arroz o milho é o cereal mais importante do mundo, em termos de área
cultivada e produção total. Sendo uma das mais eficientes plantas armazenadoras de energia
existentes na natureza de uma semente que pesa pouco mais de 0,3g, pode surgir uma planta
geralmente com mais de 2,0m de altura, isto dentro de um espaço de tempo de cerca de nove
semanas. Nos meses seguintes, essa planta produz cerca de 600 a 1.000 sementes similares
àquela da qual se originou (ALDRICH et al., 1982).
Em Moçambique o milho é a cultura agrícola de maior importância, ocupando cerca de
1/3 da área total cultivada no país. Esta cultura tanto pode ser considerada uma cultura
alimentar básica assim como uma cultura de rendimento, sendo produzida na região sul (nas
províncias de Maputo, Gaza e Inhambane) principalmente para a subsistência (IIAM, 2012).
O nível de comercialização desta cultura na zona sul é de 3% da quantidade produzida,
percentagem relativamente inferior aos cerca de 16% e 17% da quantidade total produzida nas
zonas centro e norte do país, respectivamente (TIA, 2007).
Os métodos de armazenamento não adequados utilizados para a conservação, têm em
parte como consequência perdas em quantidade. Um aumento da produção para compensar as
perdas que ocorrem depois da colheita significa uma mobilização adicional de mão-de-obra,
capital e recursos naturais, (GEWINNER et al., 1997).
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1.1. Problema de Estudo
Pambarra é uma localidade do Distrito de Vilankulo onde se tem registado níveis
consideráveis de produção agrícola, sendo o milho a principal cultura alimentar de rendimento
e sustento produzida domesticamente pelas famílias que vivem nas zonas rurais (IIAM, 2012).
O principal problema registado é a ocorrência de pragas durante o período de
armazenamento, o que causa grandes perdas de produção. Estas perdas são causadas por falta
de conhecimentos de métodos e práticas adequadas de conservação ou armazenamento, o
processo de secagem antes e pós-colheita, tratamento químico, utensílios usados e os métodos
auxiliares usados que podem afectar significativamente a quantidade produzida.
A má conservação ou armazenamento dos grãos de milho pode afectar á redução na
qualidade, no peso e nutrição, tornando impróprio para a comercialização e consumo. Este
concorre deste modo para redução da produção e como resultado aumenta a fome e a
desnutrição. Apesar da população do distrito de Pambara apostar na produção do milho para a
sua subsistência este continua registando altos índices de perdas pós-colheita, daí que surgi a
seguinte pergunta de partida:
Até que ponto os métodos de conservação Pós-colheita do milho (Zea mays) na localidade
de Pambara são eficazes para a redução das perdas de produção e melhoria da segurança
alimentar nas famílias produtoras?
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1.2. Justificativa
Em Moçambique as perdas pós-colheita contribuem significativamente na redução da
produtividade do trabalho familiar por isso é importante o conhecimento das principais causas
das perdas a fim de ter conhecimentos sólidos para a identificação de métodos alternativos de
conservação e para evitar perdas de produção.
A cultura do milho na localidade de Pambara, distrito de Vilankulo ocupa um lugar de
destaque sobretudo nas zonas rurais, pois garante a sobrevivência da maioria dos agricultores
concorrendo com culturas como feijão nhemba, gergelim e soja.
A análise dos métodos de conservação pós-colheita poderá trazer melhorias nos
processos de conservação dos produtos pós-colheita e manutenção da capacidade produtiva do
mesmo. O milho não direccionado de imediato à comercialização, deve ser armazenado por
um período não superior a 12 meses, deste modo, alguns cuidados devem ser efectuados de
modo a evitar a sua deterioração cuja velocidade depende do ambiente e condição no início da
armazenagem, sendo que ambientes ventilados, frios e secos proporcionam melhores
condições de conservação.
A todo e qualquer custo, deve-se evitar a exposição do produto em condições de
humidade e temperaturas altas, aumento no grau de dureza dos grãos e o escurecimento do
tegumento de algumas cultivares. O uso adequado do método de conservação pós-colheita
poderá reduzir as perdas e garantir o aumento da produção das famílias e geração da renda.
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1.3. Objectivos
1.3.1 Objectivo Geral
Analizar os métodos de conservação pós-colheita do milho (Zea mays) usados pelos
camponeses na localidade de Pambara, distrito de Vilankulos.
1.3.2 Objectivos Específicos
Identificar os métodos de conservação pós-colheita do milho utilizadas pelos
camponeses na localidade de Pambara;
Caracterizar os diferentes métodos de conservação pós colheita do milho;
Descrever a eficácia (tempo de conservação e nível de ataque de pragas) que cada
método proporciona na conservação do milho;
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II-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Origem da cultura do milho
O milho é uma cultura que pertence ao reino Plantae, divisão Anthopha; classe
Monocotiledonae; ordem Poales, família Paceae (Graminae); género Zea; espécie Zea Mays.
todas as evidências científicas levam a acreditar que seja uma planta de origem mexicana, já
que a sua domesticação começou há cerca de 7500 á 12000 anos na área central do México. É
um dos alimentos mais nutritivo que existe, contendo quase todos os aminoácidos conhecidos,
sendo exceções a lisina e o triptofano1.
O milho (Zea mays), também chamado abati, auti e avati, é um conhecido cereal
cultivado em grande parte do mundo, sendo extensivamente utilizado como alimento humano
devido às suas qualidades nutricionais, é único cereal nativo do novo mundo, sendo o terceiro
mais cultivado no planeta. A cultura do milho está espalhada na região globo em altitudes que
vão desde o nível do mar até 3 mil metros (LERAYER, 2006).
Em Moçambique, o milho é uma cultura muito importante, é a primeira em termos de
números de pequenos produtores (subsistência), área cultivada e produção de energia para o
trabalho. Junto com a mandioca e batata-doce, o milho é uma das três culturas básicas,
ocupando cerca 1/3 da área total cultivada (SÁNCHEZ, FISCHER & VASCONCELOS,
2011).
2.2. Composição da Cultura do milho
O milho puro ou como ingrediente de outros produtos é uma importante fonte
energética para o homem. Ao contrário das culturas do trigo e arroz que são refinados durante
seus processos de industrialização, o milho conserva sua casca que é rica em fibras
fundamentais para a eliminação das toxinas do organismo humano.
Além das fibras, o grão de milho é constituído de carbohidratos, proteínas e vitaminas
do complexo B. Este ainda possui potencial calórico, sendo constituído de grandes
quantidades de açúcares e gorduras. O milho contém ainda vários saís e mineiras como ferro,
fósforo, potássio e zinco, no entanto sendo rico em ácido fitico.
1 Aminoácidos necessários para o funcionamento do organismo.
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2.3. Características da Planta do milho
O milho pertence ao grupo das angiospermas, ou seja produz as sementes no fruto. A
planta do milho chega a uma altura de 2,5 metros, embora haja variedades bem mais baixas. O
caule tem aparência de bambu e as juntas estão geralmente a 50cm de distância umas das
outras. A fixação da raiz é relativamente fraca. A espiga é cilíndrica e costuma nascer na
metade da altura da planta. Os grãos são do tamanho de ervilhas, e estão dispostos em fileiras
regulares presas no sabugo, que formam a espiga. Eles têm dimensões, peso e textura
variáveis.
Cada espiga contém de duzentos a quatrocentos grãos, dependendo da espécie, os grãos
têm cores variadas, podendo ser amarelos, brancos, vermelhos, pretos, azuis ou marrons. O
núcleo da semente tem um pericarpo que é utilizado como revestimento.
2.3.1 Cultivo
O milho tem alto potencial produtivo e é bastante responsivo à tecnologia, o nível
tecnológico da cultura está entre o médio e o alto. O cultivo é idealmente mecanizado e se
beneficia bastante da técnica de plantio directo. Dependendo do mês de plantio, o
espaçamento entre as linhas e a quantidade de sementes por metro deve variar, o ciclo do
plantio varia entre 115 e 135 dias.
A época de produção para a cultura de milho na zona sul de Moçambique
especificamente no distrito de Pambara, será no intervalo de Agosto até meados de Janeiro
conforme vem previsto no calendário anual de produção milho em Moçambique. O não
cumprimento da época de produção de milho pode afectar a produtividade onde o atraso na
produção pode contribuir para ocorrência de perdas de 60 kg/ha/dia (FERREIRA DA SILVA,
2010).
2.3.2 Lavoura
De acordo com (MINAG, 2010), a lavoura deve ser feita após a colheita com charrua ou
enxada para agricultura de sequeiro e para o sistema de regadio a lavoura deve ser feita 30
dias antes da sementeira. Sendo que a gradagem, quando necessário deve ser feita 10 dias
antes da sementeira.
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2.3.3 Sementeira
Antes de se fazer a sementeira primeiro será analisada a questão da humidade do solo
até 15 cm de profundidade. Na agricultura de sequeiro, a sementeira é feita logo as primeiras
chuvas da segunda metade de Outubro à primeira metade de Novembro quando a terra estiver
humedecida até 15 cm de profundidade e para agricultura de regadio, a sementeira é feita a
partir de Setembro a 15 de Outubro. (MINAG, 2010).
2.3.4 Adubação
Ao planear a adubação do milho deve-se levar em consideração os seguintes aspectos
segundo (COELHO, 2006):
Diagnose adequada dos problemas sendo á análise de solo e histórico de calagem,
podendo observar quais nutrientes devem ser considerados a analise;
Quantidades de N, P e K necessários na sementeira sendo determinados pela análise de
solo e removido pela cultura;
Qual a fonte, quantidade e, quando aplicar: baseado na produtividade desejada quais
nutrientes podem ter problemas no solo.
Na cultura de milho, dependendo do tipo de solo, os nutrientes a aplicar variam de 75 a
130kg/ha de N, 33 a 80 kg/ha de P2O5 e 15 a 50 kg/ha de K2O (MINAG, 2010).
2.3.5 Sacha
A sacha consiste em manter o campo de produção livre dos infestantes, Deste modo são
necessárias duas sachas, podendo a primeira ser efectuada 15 dias após a sementeira e a
segunda 20 dias após a primeira sacha.
2.3.6 Controle das Pragas
Na cultura de milho o insecto mais problemático é a broca e em algumas zonas a térmite
e o rato. A lagarta invasora e o gafanhoto elegante quando aparecem são uma grande praga, as
doenças mais importantes são o listrado de folha, que é uma virose transmitida por um
jassideo, o míldio, mancha castanha e podridão da espiga (MINAG, 2010).
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A principal praga que afecta e ataca o milho na zona Sul do país é o grande gafanhoto
(Oedaleus senegalensis). Esta é um dos acrídios que mais ataca a cultura de milho destruindo
as folhas, comendo-a quase totalmente, reduzindo a fotossíntese e consequentemente a
produção de grãos e forragem. Este gafanhoto (Senegalensis) verifica-se em maior
percentagem se o ambiente estiver muito húmida e também nos períodos muito secos.
(BARRETO, 1996)
2.3.7. Colheita
De acordo com (MINAG, 2010), dependendo da variedade, o ciclo de maturação do
milho é de 95 á 150 dias. A mesma fonte, afirma que a colheita deve ser feita quando o grão
atinge a maturidade fisiológica, ou melhor, quando no seu ponto de inserção de espiga 50%
do grão apresentar a camada preta.
Como a variedade a ser cultivada é matuba 2 com um ciclo de produção de 105 a 125
dias, a colheita será feita passados 125 dias após a sementeira que coincidirá no dia 25 de
Janeiro de 2015 onde espera-se um rendimento de 4,5 toneladas por hectare.
2.4. Importância do milho
Depois de trigo e arroz o milho é o cereal mais importante do mundo, em termos de área
cultivada e produção total. Mais de 300 milhões de toneladas de milho são produzidos por ano
mundialmente.
Em Moçambique em 2,5 milhões de agregados familiares, 1,9 milhões ou mais ¾ das
famílias, cultivam esta cultura para a sua subsistência. O milho contem 10% de proteína (para
construção dos músculos e cicatrização), de 70 á 73% de amido (para energia do corpo),
vitamina A que nos ajuda a manter uma boa visão e quantidades significantes de zinco e ferro
que são necessários para o funcionamento de vários processos do corpo humano.
2.5. Processos de conservação ou armazenamento pós-colheita
A conservação é o conjunto de métodos que evitam a deterioração dos alimentos
durante um período mais ou menos longo, neste contexto segundo USAID (2010), define a
conservação de alimentos como conjunto de medidas de carácter operacional, intervenções
técnicas e científicas, periódicas ou permanentes que visam conter as deteriorações em seu
2 Variedade de milho desenvolvida localmente, destacando outras como a Sassuma, Changalane, Djandza,
Tsangano, Hluvukane e Olipa.
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inicio, e que em geral se fazem necessárias com relação as partes da edificação que carecem
de renovação periódica, por serem mais vulneráveis aos agentes deletérios.
Porém para que a conservação seja efectiva e eficaz é necessário que actividade como a
colheita, seja feita em época correcta, devendo seguir uma óptima secagem, debulha e
armazenamento para que o grão tenha qualidade.
Deste modo segundo PUZZI (1986), os factores que afectam a conservação e o
armazenamento dos grãos dividem-se em duas categorias:
Factores físicos: temperatura, humidade e danos mecânicos
Factores biológicos: microrganismos, insectos e ácaros
Portanto o maior problema no armazenamento do milho em Moçambique é o Gorgulho
de nome científico Callosobruchus maculatus, sendo factor biológico é um insecto comedor
que pode causar terríveis perdas aos grãos armazenados. Um controle efectivo deste intruso é
o uso do produto químico Actellic Super 2% de DP. A dosagem é 25 gramas de Actellic por
50 kg de grãos de milho, (USAID 2010).
PUZZI (1986), refere ainda que dos factores físicos, o teor de humidade é o principal
factor que afecta o estado da conservação da semente. A conservação dos grãos no período
pós-colheita visa:
Garantir a manutenção da composição química natural das sementes em carbohidratos,
proteínas, gorduras, fibras, minerais e vitaminas;
Minimizar a redução do poder germinativo da semente;
Na conservação pós-colheita, os insectos são uns dos agentes prejudiciais aos grãos e
sementes armazenados. Segundo (PUZZI, 1986), dentre os prejuízos causados pelos insectos
que atacam os grãos armazenados destacamos os seguintes:
Perda de peso e do poder germinativo;
Poluição da massa dos grãos;
Disseminação e desenvolvimento de fungos causados pelos insectos; e
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Desvalorização do produto.
Estas afirmações coadjuvam com as de GALLO et al. (2002), que categoriza os efeitos
do gorgulho sobre o milho sob dois pontos:
Para o milho como alimentando o gorgulho pode causar a perda de qualidades como a
aparência e o sabor, e
Tratando-se de sementes, pode-se verificar interferência na capacidade de germinar e
produzir uma planta vigorosa, com boa sanidade.
O desconhecimento dos produtores rurais quanto a utilização e o manuseio de
substâncias químicas associadas a falta de poder de compra dos mesmos agrava cada vez mais
o problema do ataque do gorgulho. Todavia os produtores do sector familiar tem encontrado
medidas alternativas e a nível local para o combate ao gorgulho.
2.6. Formas de conservação ou armazenagem de milho
No norte de Ghana e da Nigéria os pequenos produtores armazenam o milho em
pequenos celeiros feito de material local, maticado de barro e cobertas de colmo para evitar a
penetração de água, insectos e outras pragas que poderiam danificar o produto (PENN et al.,
1993), o grão debulhado é armazenado em latas metálicas que podem ser tambores de óleo
modificados ou construídos por artesãos locais.
Em Moçambique alguns produtores conservam ou armazenam tradicionalmente a parte
do milho destinado a semente e ao consumo em celeiros, panela de barro, latas de zinco,
garrafões de vidro tapados por rolhas ou tampas convencionais, latas metálicas e sacos.
Os produtores da localidade de Pambara praticam agricultura de subsistência, porem o
milho sendo uma cultura com grande teor de proteínas faz parte das culturas de eleição da
maioria dos produtores, deste modo, após a colheita do milho o grão é conservado com os
objectivos de preservar as suas características de modo que se consuma um produto de
qualidade, que garanta viabilidade para a próxima sementeira e que se comercialize um
produto de qualidade, sendo que destacam-se os seguintes utensílios utilizados para a sua
conservação ou armazenamento:
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2.6.1 Garrafas de vidro
Para começar o armazenamento, o interior do recipiente deve estar bem seco e limpo.
Antes de armazenar qualquer grão faz-se a pré-secagem, porem no caso das garrafas é
necessário ter um número considerável. Este tipo de conservação é aplicável para grãos com a
finalidade de sementeira devido a pouca quantidade do grão conservado, diferente da panela
de barro e latas metálicas que podem conservar maior quantidade, podendo ser usada para a
alimentação.
Pequenas quantidades podem ser armazenadas em garrafa plástica e litro de vidro bem
vedados, evitando a entrada de insectos, ao encher agita-se a garrafas várias vezes para
melhor acomodar as sementes e eliminar ao máximo o ar do seu interior. Conforme as
sementes se assentem, completa-se e agita-se novamente até que fiquem bem cheios de
semente. Coloca-se a tampa ou uma rolha, com cera de abelha ou vela derretida,
(CARVALHO, 2005).
2.6.2. Latas metálicas e Panelas de barro
No caso de latas metálicas e panelas de barro, geralmente estas vem com uma tampa,
que vai-se usar depois de introduzir os grãos, sendo os mecanismos para colocá-las o mesmo
que nos vidro, todavia panelas de barro sem as respectivas tampas pode-se usar sacos, ou
panos e amarar as bordas.
No caso dos tambores de latão ou plástico, ainda vazios, devem ser deixados ao sol para
que fiquem realmente secos. As embalagens maiores geralmente possuem bom sistema de
vedação da tampa, as embalagens cheias devem ser armazenadas em local fresco e seco.
A eliminação de ar impede o desenvolvimento de caruncho e traça3 e dispensa o uso de
agrotóxicos4 nas sementes, (SCHNEIDER, 2009). Nos armazéns convencionais o milho é
armazenado em sacos de peso que variam entre 25, 50 e 100 kg, arrumados em pilhas sobre
uma base de madeira, estes armazéns devem ser bem arranjados.
A adopção da terra de diatomácea é tida como uma alternativa no controle de insectos
em grãos armazenados, já que confere protecção à massa de grãos sem possibilitar o
3 Especie de insectos que se alimentam cereais e feijão armazenados, reduzindo-os a pó.
4 Substâncias capazes de controlar uma praga que possa oferecer risco ou incomodo as populações e o ambiente.
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desenvolvimento de resistência dos insectos, nem deixar resíduos tóxicos, tendo efeito
duradouro (MARIANO et al., 2006).
Porém se o milho não for direccionado de imediato à comercialização, deve-se
armazená-lo por um período não superior a 12 meses. Durante o armazenamento alguns
cuidados devem ser dispensados para minimizar ao máximo a sua deterioração cuja
velocidade depende do ambiente de armazenamento do produto e sua condição no início da
armazenagem. Deste modo, ambientes ventilados, frios e secos proporcionam melhores
condições de conservação. A todo e qualquer custo, deve-se evitar a exposição do produto em
condições de humidade e temperaturas altas, aumento no grau de dureza dos grãos e o
escurecimento do tegumento de algumas cultivares.
Alguns produtores recorrem ao uso de produtos não químicos no controle destas e
outras pragas que atacam os grãos armazenados sendo a mistura de semente com, areia fina,
pó mineral, cinza de madeira, cinza de palha de arroz, piri-piri e alho. Estes são usados em
celeiros familiares para o controle das pragas (DOBIE 1981).
2.6.3. Secagem
A secagem do grão é um método para melhor conservação do grão largamente praticado
(BROOKERr et al., 1992). Em geral a armazenagem segura de um produto é atingido abaixo
ou no valor do conteúdo de humidade de equilíbrio que corresponde a uma percentagem de
70% de humidade relativa ou abaixo. Semente usada para sementeira o limite mais superior é
de 40%, para tubérculos o limite mais baixo é de 80%. O produto seca quando a humidade
relativa do ar é mais baixo do que a humidade relativa de equilíbrio que corresponde ao
conteúdo da humidade do produto. Quanto maior forem as diferenças entre estas duas
humidades relativas mais rápido é o processo de secagem, (HAYMA, 1995).
2.7 Aspectos fundamentais na conservação ou armazenagem pós-colheita
2.7.1 Estrutura do grão, composição e propriedades
O conhecimento da estrutura, composição e propriedades de grão é importante para a
compreensão da acção dos factores externos no armazém e na secagem. A estrutura do grão
pode afectar a taxa de secagem, um exemplo é a rápida perda de humidade da cariopse de
milho no qual a extremidade é quebrada. A composição da cariopse pode influenciar as
características de absorção de humidade. A soja por exemplo, têm um baixo conteúdo de
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humidade de equilíbrio devido ao alto conteúdo de gordura na semente (BROOKER et al.,
1992).
Os grãos são considerados em todo mundo como uma fonte básica de alimentação e de
ração de animais sobre tudo como material de multiplicação, por isso é importante preservar
os grãos num estado óptimo. O conceito de grão é aplicado duma forma mais ampla para o
grão de cereais (milho, trigo, arroz, sorgo, mexoeira), de leguminosas (feijões) e de
oleaginosas (soja, sementes de girassol) (BROOKEL et al., 1992).
O grão tem um teor de amido e também proteínas, lipidos e outras substâncias
nutritivas. O grão tem baixo teor de humidade. Comparando como outros produtos
alimentares os grãos têm a característica de durabilidade no transporte sendo possível manter
a qualidade durante a armazenagem, desde que tenha sido colhido e armazenado
convenientemente.
Um aumento da temperatura de armazenagem leva a um aumento da taxa de respiração.
A degradação das substâncias nutritivas, como consequência da respiração, leva a perdas no
peso e na qualidade dos produtos armazenados. O teor de água no grão armazenamento é
variável e quando e teor de água é superior a um determinado limite há redução da
conservação do produto (GEWINNER et al., 1997).
2.7.2 Perdas
As perdas ocorrem em diferentes etapas do processo pós-colheita nomeadamente
colheita, transporte, secagem, processamento e armazenagem. Por outro lado, as perdas de
produtos armazenados não são sempre visíveis e o grau de deterioração do produto é
raramente avaliado. A maior parte das perdas pós-colheita ocorrem como resultado de
factores adversos externos tais como insectos, roedores e pássaros (GEWINNER et al., 1997).
2.7.3 Factores que influenciam na perda da qualidade do grão
Vários são os factores que influenciam na perda da qualidade do grão, sendo a destacar
os seguintes:
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Factores biológicos
Segundo COKER (2004) refere que a condição da semente armazenada é determinada
pelo complexo da interacção do grão entre o macro e o micro-ambiente e a variação de
organismos (incluindo microrganismos, insectos e pássaros) que podem atacar.
Os principais agentes causadores da deterioração da semente e dos produtos
armazenados em geral são os insectos, roedores, microrganismos (fungos e bactérias),
pássaros e actividades metabólicas (fungos e bactérias), pássaros e actividades metabólicas
(GREIG & REEVES 1985).
Insectos
Existem vários tipos de insectos que podem ser encontrados nos armazéns. Contudo,
somente alguns causam danos e perdas, outros ainda podem ser benéficos na medida que são
inimigos naturais dos insectos indesejáveis. Segundo (GREIG e REEVES, 1985) a
identificação das espécies existentes no armazém e o conhecimento das suas actividades é
particularmente importante a fim de avaliar o seu impacto e tornar se medidas apropriadas de
controlo.
Nos trópicos, os coleópteros e lepdópteras são as pragas mais importantes que causam
as perdas e deterioração de grãos armazenados. Eles trituram o grão transformando-o em pó
fino. Quanto mais quente estiver dentro do celeiro mais insectos haverá no grão, quanto mais
insectos se tem no armazém mais quente este se torna, porque a actividade do insecto aumenta
o calor que ao longo com a humidade fornece condições para o desenvolvimento de fungos. A
combinação da humidade e o calor muitas vezes faz com que o grão que se encontra no topo
do armazém germine afectando a qualidade do grão (HAYMA, 1995)
De acordo PUZZI (1986) os hábitos alimentares dos insectos, há a distinguir duas categorias
nomeadamente:
As pragas primárias: são aquelas que tem a armadura bocal bem desenvolvida e são
capazes de atacar o grão são e não danificado.
As pragas secundárias: são aquelas que não são capazes de atacar grão sadio e não
danificado mas alimentam se de grão danificado deixado por pragas primarias durante
a infestação primaria.
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A infestação do produto tem como causa a introdução de lotes contaminados, a
infestação proveniente de lotes ou armazéns vizinhos, a migração proveniente de restos ou de
lixo, a utilização e sacos contaminados, que tem como consequência, perdas de peso, perdas
qualitativas e aumento da temperatura e da humidade, estas tem como medidas preventivas
para evitar os insectos:
Efectuar colheitas a seu tempo;
Escolher variedades tolerantes;
Cuidar da limpeza dos meios de transporte;
Retirar espigas, panículas ou cascas antes de armazenamento;
Armazenar só produtos secos;
Evitar a introdução de pragas efectuando um controlo de infestação antes da
armazenagem;
Evitar a infiltração de pragas vedando o celeiro;
Reparar imediatamente os danos ocorridos no celeiro;
Armazenar separadamente os lotes novos dos antigos;
Limpar com cuidado os sacos vazios e fumigar os mesmos, e
Se for necessário, tomar medidas de combate das pragas, rotação de stocks de produtos
armazenados de acordo com o princípio: o primeiro que entrou sai primeiro.
Segundo APPERT (1987) as estimativas das perdas causadas por insectos variam
profundamente em função ao tipo de cultura, zona e práticas de armazenamento envolvidos.
As perdas de produção devido a insectos durante a armazenagem nas condições de agricultura
de subsistência são de 10-30%, níveis dentro do intervalo de estimação da FAO.
Estudo realizado por COULTER e MARGRATH (1994) em países tropicais ao nível do
sector familiar, sugerem que as perdas de produção durante o armazenamento são estimados
em cerca de 5% dependendo contudo das condições ambientais, período de armazenamento e
outros factores.
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Actividades metabólicas
Segundo HALL (1970) quando o grão não é processado considera-se matéria viva. A
actividade metabólica do grão e as reacções bioquímicas que nela ocorrem produzem calor,
dióxido de carbono e água. A humidade produzida pode aumentar a taxa de respiração, por
outro lado a temperatura influi na velocidade das reacções, aumentando a temperatura do
grão. A taxa de respiração é aproximadamente reduzida a metade por uma redução de 10ºC.
(GREIG et al., 1985) referem que o calor também pode ser gerado por insectos e
microrganismos e que, se a presença destes é significativa pode conduzir a deterioração.
Factores climáticos
Segundo POPINIGIS (1977), a temperatura e a humidade relativa são os principais
factores ambientais que afectam a qualidade fisiológica do grão nos armazéns. A humidade
relativa do ar controla a humidade do grão, enquanto a temperatura afecta a velocidade dos
processos bioquímicos que ocorrem no mesmo. A humidade do grão tem como principais
causas a secagem insuficiente antes do armazenamento, erros na construção e danos no
celeiro. Como medidas de prevenção deve se secar suficientemente o produto antes de
armazena-lo, armazenar os sacos sobre paletas, tomar medidas para prevenir as pragas.
A temperatura exerce uma grande influência sobre a taxa de respiração do produto
armazenado, sobre os organismos parasíticos e sobre o teor em água nos produtos
armazenados. As temperaturas que se encontram em regiões climáticas tropicais e
subtropicais oferecem condições de vida ideais para as pragas em lugares de humidade alta.
Segundo (GEWINNER et al., 1997), a humidade do produto armazenado esta
directamente dependente do vapor de água no ar. O calor no celeiro tem com causas
estruturais inadequadas de armazenamento (lugar não apropriado, possibilidade de sombra e
entrada de ar insuficiente), proliferação de pragas e dos fungos que atacam os produtos
armazenados, teor de humidade muito elevado, isto tem como consequência perdas de peso,
perdas nutritivas (valor nutritivo, faculdade de germinação), boas condições para o
desenvolvimento de pragas.
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São as seguintes as medidas preventivas para evitar o calor:
Construir estruturas de armazenamento adequadas;
Providenciar sombra para os celeiros;
Reduzir a temperatura o mais possível (arejar o lugar de armazenamento);
Tomar medidas para a prevenção das pragas, e
Armazenar os sacos sobre paletós para melhorar o arejamento.
Outros factores
Dos mecânicos segundo, GEWINNER et al., 1997, podem ser causados por colheita
inadequada, transporte e carregamento inadequados, manipulação, debulha, descasque,
limpeza, separação ou secagem inadequadas. Tem como consequências a perda de peso,
perdas qualitativas (faculdade de germinação valor nutritivo), aumento da vulnerabilidade
com respeito a infestação com pragas, fungos e roedores.
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III-MÉTODOLOGIA
3.1 Descrição da área de estudo
O Distrito de Vilankulos, localiza-se na região sul de Moçambique a Norte da Província
de Inhambane, com uma superfície de cerca de 5.867km2 incluído as ilhas de Benguerrua e
Magaruque o que corresponde a l8% da área total da província. A sede do Distrito localiza-se
na Autarquia da vila de Vilankulos.
Limites territoriais:
Norte - Distrito de Inhassoro;
Sul - Distrito de Massinga,
Oeste - os distritos de Mabote e Funhalouro e a
Este - Oceano Índico.
3.2 Condições físicas - naturais
Solos
Na faixa costeira encontra-se solos arenosos esbranquiçados com baixa capacidade de
retenção de humidade e no interior são solos areno-argilosos, avermelhados, acastanhados e
calcários, solos de dunas costeiras, cobertura arenosa (dunas interiores), aluviões holocénicos,
planície de urongas e sedimentos de mananga.
Clima
O clima é diversificado sendo a costa com o clima tropical húmido e o interior o clima
tropical seco. Durante o ano, o verão é o período mais longo ocupando os meses de Outubro a
Abril, sendo neste período que se destaca a época chuvosa entre os meses de Dezembro á
Abril chegando a atingir as precipitações mais elevadas nas zonas costeiras oscilando entre os
800 á l000 mm5 não se verificando o mesmo com o interior onde as médias anuais atingem
apenas 600 mm.
5 Unidade de medida expressão de milimetros
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3.3 Desenvolvimento económico
A agricultura é uma das principais actividades socioeconómicas da população do
Distrito de Vilankulos para além da pesca. Cerca de 86% da população está envolvida, directa
ou indirectamente na produção agrícola de sequeiro correspondendo, à uma área total
cultivada próxima de 11.465ha.
O Distrito de Vilankulos é constituído principalmente pela população camponesa que
pratica a agricultura de subsistência. Na estação fresca produzem e comercializam hortícolas.
De salientar que devido as características dos seus solos os cereais apresentam uma menor
produtividade. As principais fontes de rendimento económico das famílias, provém da
produção, venda de carvão vegetal, material de construção, bebidas tradicionais, artigos de
artesanato, mariscos, mel e culturas de rendimento tais como: cajueiro, citrinos, cana sacarina,
bananeiros, mangueira e ananaseiro. O uso intensivo da terra verifica-se ao longo da EN1 e
junto do litoral, onde se pode encontrar a maior concentração da população que prática a
agricultura extensiva das áreas agrícolas, a exploração florestal está mais concentrada na zona
do interior do distrito. A produção e distribuição de culturas podem-se agrupar em três zonas
nomeadamente: litoral, sub-litoral e a interior.
Litoral: Localizada junto da costa, com precipitações que variam de 800 á 1000mm, os
solos normalmente são de baixa capacidade de retenção de água e pobres. Cultiva-se o
amendoim, feijão-nhemba, mandioca, milho, banana e hortícolas. Destacam-se fruteiras
nomeadamente: o cajueiro, coqueiro, mangueira e citrinos.
Sub-litoral: É uma zona intermediária, com precipitação variando entre 600 á 800mm e
solos férteis para as culturas de milho, batata-doce, mapira e feijão nhemba.
3.4 População e Amostra
O número da amostra foi estabelecido de acordo com CASE (1990), onde afirma que a
amostra mínima para um estudo depende do número total da população. Define-se 15% da
amostra se a população total abrangida for menor ou igual a 100; 10% se população total
abrangida estiver no intervalo de 100 a 500 e finalmente 5% se for superior a 500.
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Tabela nº 1: Amostra da População
Nº População Percentagem Nº Amostra
100 15% 15
200 10% 20
500 10% 50
1000 5% 50
Fonte: CASE, (1990)
Assim sendo, de acordo com o SDAE (2015) o povoado de Pambara tem um total de
200 produtores de milho. Neste contexto para a selecção da amostra representativa, baseou-se
se na ideia de CASE (1990), aplicando 10% do total da população e obteve-se como tamanho
da amostra 20 produtores de milho.
3.5 Métodos de levantamento dos dados
A metodologia do trabalho foi organizada de forma a obter o entendimento e resolução
do problema de pesquisa. O enfoque da pesquisa foi descritivo e exploratório. Segundo a
pesquisa descritiva, observa, regista, analisa e correlaciona fatos ou fenómenos (variáveis) e
exploratória, com objectivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas
a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Os métodos de levantamentos de dados
destacam-se:
3.5.1 Pesquisa Bibliográfica
Segundo VERGARA (2000), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado constituído principalmente de livros e artigos científicos e é importante
para o levantamento de informações básicas sobre aspectos directa ou indirectamente ligados
a temática. Deste modo consistiu o estudo o levantamento bibliográfico a partir das
referências teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros e
revistas com vista a obter informações em torno do assunto.
3.5.2 Pesquisa exploratória
Segundo GIL (2002) estas pesquisas tem como objectivo proporcionar maior
familiaridade com o problema, com vista a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou
a descoberta de instituições.
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3.5.3 Pesquisas descritivas
Segundo GIL (2002) as pesquisas descritivas têm como objectivo primordial a descrição
das características de determinada população ou fenómeno ou, então, o estabelecimento de
relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem ser classificados sob este título e
uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de
colecta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
3.6 Técnicas de colecta de dados
3.6.1 Entrevista baseada no questionário
Segundo CERVO & BERVIAN (2002), a entrevista é uma das principais técnicas de
colecta de dados e pode ser definida como conversa realizada face a face pelo pesquisador
junto ao entrevistado, seguindo um método para obter informações sobre determinado.
Esta técnica consistiu na recolha da informação numa condição face à face entre o
observador e o observado, através de um questionário previamente elaborado pelo
pesquisador de forma a ter mais informações referentes as técnicas de conservação de milho
no povoado de Pambara.
A escolha desta técnica, deveu-se ao facto de as respostas às questões colocadas não
estarem tão sujeitas a interpretações duvidosas, e por possibilitar uma maior sistematização
dos resultados obtidos, tornando-se mais fácil automatizar o processo de análise e tratamento
dos dados.
3.6.2 Observação directa não participante
Na observação directa não participante, o observador entra em cntacto com o grupo, a
comunidade ou a realidade estudada, porém, não se envolve, nem se integra a ela; permanece
fora. O observador presencia o facto mas não participa dele (MARCONI & LACATOS,
1996).
Esta técnica consistiu na observação das actividade realizadas pelos produtores sem
interferir durante a realização das mesmas, o que permitiu colher informações importantes
sobre as técnicas de conservação do milho e actividades tais como: a colheita, a debulha e o
armazenamento dos grãos foram realizadas na presença do observador em tempo real no
campo.
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3.6.3 Análise de dados
A análise de dados é uma das fases mais importantes da pesquisa, pois apartir dela é que
serão apresentados os resultados e a conclusão da pesquisa, conclusão esta que pode ser final
ou apenas parcial, deixando margem para pesquisadores posteriores, segundo DEY (1993). As
principais técnicas de análise de dados são:
Analise de conteúdo - é um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que tem
por objectivo enriquecer a leitura e ultrapassar as incertezas, extraindo conteúdos do tema
analisado, (BARDIN, 1997).
Estatística descritiva uni variada - Segundo MARCONI & LAKATOS (1996), o
objectivo da estatística descritiva é o de representar, de forma concisa, sintética e
compreensível, a informação contida num conjunto de dados. Esta tarefa, que adquire grande
importância quando o volume de dados for grande, concretiza-se na elaboração de tabelas e de
gráficos, e no cálculo de medidas ou indicadores que representam convenientemente a
informação contida nos dados.
Estatística multivariada - pode ser definida como um conjunto de métodos estatísticos
utilizados em situações nas quais diversas variáveis são medidas simultaneamente, em cada
elemento amostral. Em geral as variáveis são correlacionadas entre si e quanto maior o
numero de variáveis, mais complexa torna-se a análise por métodos comuns de estatística uni
variada (MINGOTI, 2005).
Buscou-se a coerência entre o que se pretendia e o que se faz, sendo escolhida a análise
de conteúdo. Portanto, através desta técnica e auxiliado pelo pacote informático Excel, fez-se
uma análise organizada e rigorosa do material contido nos formulários das entrevistas
dirigidas aos produtores de milho do povoado de Pambara.
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IV-RESULTADOS E DISCUSÃO
4.1. Métodos de conservação pós-colheita do milho usados na localidade de Pambara
No distrito de Vilankulos, localidade de Pambara os produtores de milho conservam os grãos
após a colheita em diferentes utensílios dependendo do poderio financeiro e consoante o
objectivo final, sendo para o consumo ou sementeira de acordo com os seguintes utensílios:
Celeiros, Garrafas ou Garrafões de vidro, implama, Silos, Tambores e Sacos.
Conforme os dados obtidos durante a entrevista verificou-se que 45% dos produtores
que conservam o milho combinando o uso do celeiro tradicional e garrafas de vidro,
separados em grãos (celeiro) e espiga (garrafas), 20% dos produtores optam pelo uso
combinado de celeiro, garrafas de vidro e Implama, 10% dos produtores optam pelo uso
combinado de celeiros, garrafas e sacos, 5% dos produtores conservam usando o celeiro, 5%
dos produtores conservam usando garrafas de vidro, 5% dos produtores combinam o uso de
celeiro tradicional (para consumo) e implama (para sementeira), 5% dos produtores
combinam o uso de silos e sacos, 10% dos produtores combinam o uso de celeiro tradicional,
garrafas e sacos de acordo com a tabela 2 apresentada abaixo.
Tabela nº1: Métodos de conservação adoptados
Item Métodos de conservação Nº de
Produtores
Percentagem
%
1 Garrafas de vidro 1 5%
2 Celeiro (tradicional) 1 5%
3 Celeiros (tradicional) e garrafas 9 45%
4 Celeiro (tradicionais) e implama 1 5%
5 Silos e sacos 1 5%
6 Celeiro (tradicional), garafas de vidro e implama 4 20%
7 Celeiro (moderno), saco e tambores 1 5%
8 Celeiro (tradicional), garafas e sacos 2 10%
Total 20 100%
Fonte: Autora (2016)
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A situação acima descrita converge com HAIMA (1995), ao referir que os produtos
podem ser armazenados em diferentes tipos de recipientes variando desde de cabaças
subterrâneas, cestos, celeiros ou semelhantes ate silos metálicos ou de cimento, dependendo
de possibilidades financeiras, materiais disponíveis e circunstâncias externas (clima) estes
contentores devem manter o produto seco e fresco e proteger contra animais domésticos,
insectos, fungo e roedores.
4.2. Descrição dos Métodos de conservação usados pelos agricultores
Celeiros
O celeiro é de forma cilíndrica, aberto na parte de cima, construído de paus e coberto
por capim, chamado localmente por Xihlangala, algum são maticados por fora. É suportado
por uma base construída por paus. Para evitar a queda do produto pela base, esta é revestida
por capim, plásticos e sacos. Os produtores de milho na localidade de Pambara armazenam o
milho em espiga para o consumo e em grãos para sementeira, sendo estes conservados num
período de 8 meses para sementeira e até a próxima colheita para o consumo.
O que mais preocupa os produtores desta localidade no uso do celeiro é o ataque por
gorgulhos e ratos. Há produtores que procuram combater o gorgulho através de aplicação de
piri-piri designado por sacana, que é pilado e espalhado no celeiro, outros produtores usam
folhas de eucalipto para repelir o gorgulho, estas folhas são espalhadas sobre o milho, outros
produtores usam a cipermetrina que é diluída e espalhada sobre o milho e ao redor do celeiro.
Garrafas de vidro
A garrafa ou o garrafão de vidro é usado para conservação do milho para a sementeira,
este recipiente é usado para conservar pequenas quantidades. Antes de se introduzir a semente
deve se estar seguro que o recipiente esteja seco e limpo, o que garante maior conservação
segundo os produtores inquiridos. Os produtores usam recipientes de 1 á 5 litros para
conservar o milho, cobrindo um período de aproximadamente 5 meses.
Neste processo de conservação na garrafa é auxiliado pela aplicação de cinza e piri-piri
que os produtores desta localidade usam, no caso do piri-piri alguns produtores põe inteiro no
recipiente e outros pilam e aplicam o pó, e para a cinza mistura se com as sementes, agita-se a
garrafa de modo que a cinza se espalhe. As garrafas são tapadas por rolhas ou sabugo de
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milho ou ainda por plástico preto. Segundo os produtores entrevistados o milho conservado
em garrafões pode ser conservado por mais de um ano, pois não é atacado pelo gorgulho.
Saco polietileno
Alguns produtores entrevistados conservam o milho em saco de 25, 50 e 100 kg para o
consumo e sementeira, o milho é debulhado para conservação no saco, muitos dos produtores
que usam o saco para conservar o milho não faz o uso de produtos auxiliares para melhor
conservar, alguns por falta de alternativa aos métodos de conservação expõem o milho ao sol
para afugentar os insectos, este é conservado num período de 3-6 meses devido a não
resistência do próprio saco e há maior facilidade de ataque por insectos. Vantagem deste
método é poder armazenar grandes quantidades do produto.
Silos
Alguns produtores com maior poder financeiro conservam o milho em silos, este pode
absorver mais de tonelada do produto produzido. o milho é debulhado para conservação em
silos, é um método mais seguro de armazenamento, permitindo maior controle da qualidade,
devido a facilidade de associação com sistemas de secagem com ar forçado. Pode ser vertical
ou horizontal, de acordo com a proporção altura/largura. O silo vertical possui proporção de
2:1, podendo ser de chapa metálica ou de concreto. O milho pode ser armazenado nos silos
num período de 10 meses.
Tabela nº 2: Período de conservação por métodos usados
Item Métodos de Conservação Período de
Conservação
1 Celeiro 8 meses
2 Garrafa de vidro 5 meses
3 Saco 6 meses
4 Implama 7 meses
5 Silos 10 meses
Fonte: Autora (2016)
4.3. Métodos auxiliares de conservação de milho
Os métodos auxiliares visam garantir a conservação do milho e evitar perdas durante o
período em armazenamento. Conforme o resultado obtido conclui-se que cepimetrine é o
método auxiliar que cobre maior período de conservação de 9 meses, o segundo é piripiri que
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cobre um período de conservação de 7 meses e por fim a lenha por baixo do celeiro que cobre
um período de conservação de 3 meses.
O cenário anteriormente descrito converge com DOBIE (1981), ao afirmar que a
utilização dos produtos não químicos (métodos tradicionais) constitui uma alternativa aos
produtos químicos no controlo do gorgulho e de outras pragas que atacam o grão armazenado.
Estes métodos incluem a mistura da semente com areia fina, pó mineral, cinza de madeira,
Piri-piri e alho, usados em celeiros familiares para o controlo desta praga.
Tabela nº3: Período de tempo de conservação por método auxiliar usado
Item Método auxiliare Período de
Conservação
1 Eucalipto 6 meses
2 Cinza 5 meses
3 Piripiri 7 meses
4 Cipimetrina 9 meses
5 Luz solar 4 meses
6 Lenha por baixo de celeiro 3 meses
Fonte: Autora (2016) 4.4 Forma de conservação ou armazenamento
O tipo de conservação ou armazenamento ideal varia em função da necessidade de
armazenar em grão ou espiga de milho. Além disso, o nível tecnológico do armazenamento
será estabelecido de acordo com o volume a ser armazenado e a disponibilidade de recursos
para a construção e para os equipamentos que constituirão a unidade armazenadora. De
acordo com os dados obtidos 90% dos produtores de pambara armazenam em espiga para o
consumo e grãos para a sementeira e 10% desconhece esta técnica.
4.5 Níveis de perdas durante a conservação ou armazenamento
O cálculo da quantidade do milho que se perdem foi com base em valores estimados
pelos camponeses, obtidos através da entrevista com os produtores, onde cerca de 40% dos
produtores perdem a metade da produção, 25% perdem menos da metade e 35% perdem mais
da metade dos grãos armazenados como ilustra a tabela 5 abaixo.
Tabela nº 4: Níveis de perdas durante a conservação
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Item Quantidade das perdas Nº de
Produtores
Percentagem
%
1 1/2 do armazenado 8 40%
2 Menos de 1/2 do armazenado 5 25%
3 Mais de 1/2 do armazenado 7 35%
Total 20 100%
Fonte: Autora (2016)
4.6 Factores que influenciam a perda do milho conservado
Os produtores perdem a produção devido a vários factores destacando a capacidade
financeira, insectos, irregularidades da época chuvosa, material usado na construção do
celeiro, falta conhecimento dos métodos adequadas de conservação e meios auxiliares,
sementes contaminadas, etc. que de uma forma contribuem para a perda da produção e
aumento da pobreza. Esta situação converge com ARC (2004), ao afirmar que a prioridade
das nações mais pobres deve ser a redução do trágico desperdício que se verifica a partir das
colheitas, por falta de silos adequados, secagem mal processada e transporte inadequado.
A taxa anual de perdas de produtos agrícolas armazenados, devido a uma armazenagem
inadequada, situa-se entre os 25 e 40%, quer ao nível de unidades de peso de produto quer ao
nível da aldeia, (HAYMA, 1995).
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V - CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
Os produtores da localidade de Pambara praticam agricultura de subsistência, sendo
uma cultura com grande teor de proteínas o milho é uma cultura de eleição para os produtores
de Pambara, após a colheita, o grão é conservado com uso de métodos tais como: celeiro,
garrafas, implama, sacos e silos dependendo da situação financeira de cada produtor com
objectivos de preservar as suas características para o consumo e garantir a viabilidade para a
próxima sementeira.
Conforme os dados obtidos durante a entrevista concluiu-se que maior parte dos
produtores conservam o milho combinando o uso do celeiro tradicional e garrafas de vidro.
Embora sabe-se que o milho deve ser conservado por um período não superior á 12 meses,
parte dos produtores não obedece o período máximo de conservação.
A combinação do piripiri com a cinza é o método auxiliar mais usado pelos produtores
para a conservação do milho podendo conservar num período de 7 meses. Embora de acordo
com a entrevista conclui-se que a cepimetrina é o método auxiliar com maior período de
conservação (9 meses), poucos produtores usam este método auxiliar de conservação.
De acordo com os dados obtidos 90% dos produtores de pambara armazenam em espiga
para o consumo e grãos para a sementeira e 10% desconhecem este método. O tipo de
conservação ou armazenamento ideal vária em função da necessidade de armazenar em grão
ou espiga de milho.
Conforme estimavas obtidas através da entrevista aos produtores conclui-se que em
cada campanha agrícola 40% dos produtores perdem a metade da produção dos grãos
conservados ou armazenados.
O armazenamento é estabelecido de acordo com o volume a ser armazenado e a
disponibilidade de recursos para a construção e para os equipamentos que constituirão a
unidade armazenadora.
Embora com as constantes perdas pós-colheita, os agricultores continuam apostando no
cultivo da cultura do milho.
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5.2 Recomendações:
De modo a obter maior produtividade na produção da cultura do milho no distrito de Pambara
recomendo o seguinte:
Aos Produtores do Distrito de Pambara
Colher o milho que esteja no ponto óptimo da colheita;
Armazenar o milho em lugar efectivamente desinfestado e desinfectado;
Utilizar produtos químicos, Cepimitrina ou Actelic Super 2% DP, dosagem de 25
gramas por 50 kg de milho para combater insectos.
Organizarem-se em associação de modo que possa partilhar os seus conhecimentos e
experiências em relação a actividade agrícola no geral e a cultura do milho em
particular;
As Autoridades governamentais do distrito de Pambara
Incentivar os produtores individuais a se juntar em associações de modo a poder obter
maior benefícios, financiando insecticidas e instrumentos agrícolas;
Criar condições e auxiliar na construção de celeiros e silos melhorados garantindo que
os produtores maximizem a sua produção;
Implementar políticas visando a redução do custo de aquisição de fertilizantes
inorgânicos e outros insumos, através do melhoramento da rede de comercialização de
insumos, o que inclui o melhoramento de vias de acesso.
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VI -REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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vigna sinesis (L.) san. Fitossanidade. Fortaleza, v.1, n2, p47-8.
APÊNDICES E ANEXOS
I
Apêndice nº1: Questionário sobre processo de conservação pós colheita do milho na
localidade de Pambara Distrito de Vilankulo.
Questionário Nº_____
Data: ____/____/___
1. Identificação do Entrevistado:
Nome do Agricultor/(a)___________________________________________
Idade ______ Sexo ________
Estado civil ____________ Nº de dependentes___________
Descrição do espaço e Cultura praticada
Área de cultivo: ____________________
1. Tipo de agricultura:
a) Cultura praticada:
Observações gerais:
2. O agricultor/(a) esta inscrito em associação?
a) Sim ___
b) Não ___
3.Quais são as formas de conservação do milho?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
II
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
4. Qual os métodos auxiliares que usa para de conservação do milho?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
5. Como costuma armazenar o milho? (em espiga/grão)
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
6. Se conserva o milho em espiga/grão qual recipiente que usa e porque?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
7. Usa a mesma técnica para conservar o milho para consumo e para semente?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8. Costuma secar o milho antes da conservação? (caso sim como e feita a secagem e porque
seca)
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
III
9. Qual o período médio de tempo que leva a secagem, antes e após colheita?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
10. Quais os principais pragas que afectam a conservação do milho pós colheita?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
11. Qual a quantidade de perda de produção que tem verificado?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
12. Quais outros problema tem verificado durante a conservação?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
13. Quais os incentivos que recebe do governo ou por parte de outros doadores?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
14. Quais são as culturas auxiliares que tem plantado com o milho?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
IV
15. Qual é a finalidade da produção do milho comercialização / Consumo?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
16. Além dessas técnicas que já usa o que deve ser feito para melhorar a conservação do
milho.
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________.
V
Apêndice nº2: Celeiro de fabrico tradicional
Fonte: Autora (2016)
VI
Apêndice nº3: Silos de Conse
Fonte: Autora (2016)
VII
Apêndice nº4: Silos de conservação
Fonte: Autora (2016)
VIII
Apêndice nº5: Garrafas de vidro
Fonte: Autora (2016)