escola estadual bituva da campinas ensino … · geografia ... cumprir com as normas do regimento...
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ESCOLA ESTADUAL BITUVA DA CAMPINAS
ENSINO FUNDAMENTAL
PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO
FERNANDES PINHEIRO
2010
SUMÁRIO
1- APRESENTAÇÃO...........................................................................................................04
2 - INTRODUÇÃO...............................................................................................................04
2.1 Caracterização dos diferentes espaços........................................................................04
2.1.1 Aspectos históricos....................................................................................................04
2.1.2 Localização …...........................................................................................................05
2.1.3 Mapa da região..........................................................................................................06
2.1.4 Organização do espaço físico e recursos materiais..................................................07
3 - OBJETIVOS GERAIS....................................................................................................09
4 - MARCO ….....................................................................................................................11
5 - MARCO SITUACIONAL.................................................................................................11
6 - MARCO CONCEITUAL................................................................................................18
Pressupostos filosóficos-sociológicos.................................................................................18
Concepções........................................................................................................................21
Concepção de conteúdos e metodologias de Ensino.........................................................25
Princípios…........................................................................................................................25
Currículo.............................................................................................................................28
Avaliação............................................................................................................................29
Ensino Fundamental...........................................................................................................32
Regime Escolar...................................................................................................................32
Avaliação na escola de campo...........................................................................................34
História e cultura afro-brasileira..........................................................................................37
Enfrentamento à violência na escola..................................................................................37
Prevenção ao uso indevido de drogas................................................................................38
PEP – Prontidão escolar preventiva...................................................................................39
7 - MARCO OPERACIONAL....................................................................................40
Estrutura Pedagógica Administrativa..................................................................................40
Instâncias Colegiadas.........................................................................................................47
Condições físicas, materiais e didáticas da escola.............................................................52
Recursos didáticos pedagógicos........................................................................................54
Caracterização da proposta de gestão, trabalho pedagógico............................................55
8 - AVALIAÇÃO ..........................................................................................................59
9- CONCLUSÃO.........................................................................................................60
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................63
1 PROPOSTAS PEDAGÓGICAS CURRICULARES................................................66
Língua Portuguesa.............................................................................................................67
Educação Física.................................................................................................................89
Arte....................................................................................................................................110
L.E.M. Inglês.....................................................................................................................120
História..............................................................................................................................126
Ciências............................................................................................................................142
Ensino Religioso...............................................................................................................154
Geografia..........................................................................................................................160
Matemática.......................................................................................................................174
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1- APRESENTAÇÃO
Um projeto é sempre uma forma de organizar as ações em função de
necessidades e desejos de sujeitos concretos. É sempre o anúncio do que se quer
alcançar.
O princípio norteador de um Projeto Político Pedagógico é sempre sua
intencionalidade, ou seja, algo que se apresenta como desejado e necessário. Por isso, o
projeto pedagógico exige profunda reflexão sobre as finalidades da escola, assim como a
explicitação do seu papel social, a clara definição de caminhos, ações a serem
empreendidas por todos os envolvidos no processo educativo. Seu processo deve reunir
crenças, convicções, conhecimentos da comunidade escolar, do contexto social e
científico, constituindo se em compromisso político e pedagógico coletivo.
O Projeto Político Pedagógico cria significado para nos questionarmos sobre
o que queremos com a escola e os rumos a seguir, dentro de limites e possibilidades. Tem
como meta a preparação e a capacitação política dos cidadãos com a finalidade de criar
seres humanos críticos, criativos, capazes de preparar as condições que tornarão
possíveis novas estruturas sociais pautadas na fraternidade, na solidariedade, na justiça
social e na verdadeira cidadania para todos.
Por meio do projeto pedagógico em ação e, construído na coletividade, a
formação dos alunos é prioridade assim como se fortalecerá cada um dos membros da
escola, todos conscientes dos objetivos a serem trabalhados, seus significados e os
valores que os sustentam.
Desta forma, o Projeto Político Pedagógico constitui se em um instrumento
valioso de mediação entre ansiedades, desejos e intenções dos sujeitos escolares.
Concebido e construído no coletivo poderá vir a ser uma ferramenta por excelência para a
escola construir sua autonomia.
2- INTRODUÇÃO
2.1 CARACTERIZAÇÃO DOS DIFERENTES ESPAÇOS:
2.1.1 ASPECTOS HISTÓRICOS
A Escola Estadual Bituva das Campinas, Ensino Fundamental, localizada na
localidade com o mesmo nome, foi criada e autorizada a funcionar no início do ano letivo
de 1990.A implantação de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental, teve como principal
objetivo facilitar o acesso e a continuação das atividades escolares para os alunos
moradores do local e localidades vizinhas, pois a única alternativa dos mesmos era se
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deslocarem a 35 km de distância, até Teixeira Soares, no Colégio Estadual João Negrão
Júnior.
No ano de 1989 o prefeito de Teixeira Soares, solicitou à Secretaria do
Estado da Educação, a implantação de 5ª à 8ª séries, de forma gradativa na Escola
Consolidada Francisco Malanski, na localidade de Bituva das Campinas, sendo que a
mesma oferecia ótima estrutura física.
A solicitação foi atendida, com a criação da Escola Estadual Bituva das
Campinas – Ensino de 1º Grau, tendo a sua autorização de funcionamento pela
Resolução 3.268/89 de 21 de dezembro de 1989, e o reconhecimento, bem como do
curso, pela Resolução 2.260/94 de 09 de junho de 1994, estando localizada próxima ao
Distrito de Angaí, município de Teixeira Soares, na época. Com o desmembramento do
município de Fernandes Pinheiro, a escola passou a pertencer a este município, sendo
uma escola da rede pública estadual, mantida pelo poder público e jurisdicionada pelo
Núcleo Regional de Educação e Secretaria de Estado da Educação.
A escola iniciou suas atividades no ano de 1990, no período da noite, com
três turmas de 5ª série com 116 matrículas e com uma turma de 6ª série com 40
matrículas, perfazendo um total de 156 alunos matriculados. Essa média manteve se até
o ano de 1999, porém reduziu pela metade no ano de 2000, devido ao programa de
adequação idade/série, pois a grande maioria dos alunos tinha entre 15 e 35 anos de
idade.
Com a alteração do turno da noite para o turno da manhã, em 2001, o
número de alunos manteve se na média de 110 até hoje, passando a funcionar das
7h10min às 11h35 min.
2.1.2 LOCALIZAÇÃO
A Escola Estadual Bituva das Campinas está localizada a uma distância
aproximada de 26 km da sede do município e distante 28 km, aproximadamente do
Núcleo Regional de Educação de Irati. Fica no centro da comunidade, tendo de um lado a
Capela Boa Jesus, do outro e atrás um terreno particular utilizado para lavoura, e em
frente o Posto de Saúde Municipal. Como fica na zona rural, não há muitas residências
próximas à escola. A uma distância de mais ou menos 50 metros fica o posto de Saúde,
onde fazemos ligações e recebemos recados. Na escola não há linha telefônica, o que, às
vezes dificulta o nosso trabalho. Esperamos a instalação de linha telefônica nos próximos
anos.
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2.1.4 ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO FÍSICO E RECURSOS MATERIAIS
A Escola Estadual Bituva das Campinas – Ensino Fundamental esta situada
na comunidade de Bituva das Campinas, município de Fernandes Pinheiro, onde no
mesmo prédio funcionava a Escola Municipal Francisco Malanski, no período da tarde,
onde no ano (2009) ela foi desmembrada para as comunidades vizinhas de Bituva dos
Machados e Assungui, por motivos de melhoria das estruturas do município naquela
escola, facilitando a locomoção e a melhora dos espaços físicos para os alunos da rede
municipal. Ficando a funcionar somente a Escola Estadual de Bituva das Campinas no
período da manhã. Também no ano de 2009 em nossa escola teve início no período
noturno duas turmas de APEDs, e estão tendo continuidade no ano de 2010.
O quadro de profissionais é composto por: uma Diretora pertencente ao
Quadro Próprio do Magistério, um secretário pertencente ao quadro próprio da Educação,
um Agente Educacional II pertencendo ao Quadro de Funcionários da Educação
Básica(QFEB), oito docentes qualificados nas áreas que atuam, destes, todos do Regime
PSS, três Agentes Educacionais I, sendo 01 pertencente ao Parana educação e 2 PSS.
A escola desde o ano de 2009, também passou a contar com uma pedagoga onde até o
ano anterior não possuía esse profissional.
Atualmente, a Escola possui 04 turmas de 5ª à 8ª séries, com 114 alunos
matriculados, moradores das localidades vizinhas e que dependem do transporte escolar
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municipal para sua locomoção.
O prédio é composto por dois blocos: A e B. O bloco A, contém: 03 (três)
salas de aula, um (1) laboratório de informática, uma (1) Biblioteca, uma (1) sala da
direção conjunta com secretaria, sala de professores, uma cozinha com dispensa,
banheiro masculino e feminino e um hall de estrada. O bloco B é composto por duas salas
de aula e uma sala de aula está vaga.
O espaço físico total da escola é de 1200 m2, sendo suficiente para o
atendimento dos educandos que dela necessitam. No pátio há uma quadra de esportes
utilizada para aulas de Educação Física e para realização de atividades extra classe, e
nesse ano de 2010 foi construído uma quadra coberta e iluminada. Nos fundos há um
espaço cercado que é utilizado para a horta escolar. Em se tratando da horta escolar,
nesse ano de 2010, a professora de Ciências em parceria com a Pedagoga e os demais
professores da escola, elaboraram um projeto de horta para melhorar a merenda escolar,
além de que vale salientar que nossa escola é uma escola do Campo e uma horta faz
parte desse processo.
Recentemente, mais precisamente no ano de 2009, a escola passou por
uma reforma, feita pelo governo do estado do Paraná, onde foram realizados reparos nas
instalações, na iluminação, pintura interna e externa, colocação de alambrados, e a
cobertura da quadra de esportes, colocação de vidros, entre outros.
Nesse ano de 2010, nossa escola está fazendo promoções com o intuito de
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fazer novas melhorias nos espaços físicos e nas estruturas da escola.
A limpeza e a conservação são feitas pelos agentes educacionais I
fornecidos pelo Estado.
A Escola Estadual Bituva das Campinas possui os seguintes materiais
didático pedagógicos: 06 televisores, 02 vídeos cassetes, 03 DVDs, 02 rádios, 01 caixa de
som, 01 retro projetor, 18 computadores, 02 impressoras, 02 máquinas fotográficas, 01
mimeógrafo à álcool, 01 planetário, 02 antenas parabólicas, sendo 01 digital, 01
guilhotina, 02 mesa de ping pong, materiais concretos para todas as disciplinas, materiais
de laboratório de ciências, materiais para Educação Física, entre outros.
3- OBJETIVOS GERAIS
Os objetivos gerais da Escola Estadual Bituva das Campinas, expressam os
interesses da escola como um todo e podem auxiliar os professores na elaboração de
objetivos específicos e conteúdos de ensino dentro de cada disciplina. São os seguintes:
Colocar a educação escolar como prioridade para a obtenção e ampliação do
conhecimento;
Assegurar a todos uma sólida preparação cultural, científica e o desenvolvimento
de suas capacidades, através do ensino das disciplinas;
Formar nos alunos a capacidade crítica e criativa em relação às disciplinas e à
aplicação dos conhecimentos e habilidades em tarefas teóricas e práticas;
Atender a função educativa do ensino, ou seja, a formação de convicções para a
vida coletiva;
Instituir processos participativos, envolvendo todas as pessoas que direta ou
indiretamente se relacionam com a escola: diretor, professores, funcionários,
alunos, pais, APMF, Conselho Escolar, entre outros;
Garantir a permanência e êxito de um maior número de alunos, conscientizando os
sobre a importância da frequência à escola;
Buscar a formação integral dos alunos, atendendo as suas peculiaridades e
necessidades psicofísicas sociais;
Incentivar a formação contínua do professor, garantindo a participação em cursos,
encontros, grupos de estudo, jogos, eventos culturais, reuniões, eventos como
FERA, Com Ciência, entre outros;
Conscientizar os pais da importância da vida escolar do aluno e de sua
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participação na escola para que haja o melhor desenvolvimento da aprendizagem
de seus filhos;
Identificar as causas da evasão escolar na perspectiva de tentar solucioná-las;
Apoiar as ações dos profissionais envolvidos na escola, incentivando-os nas
diversas atividades a serem desenvolvidas, na intenção de que sejam trabalhados
temas relativos à aprendizagem dos educandos;
Promover a integração escola/comunidade para o acompanhamento das ações
desenvolvidas;
Valorizar as formas educativas e culturais existentes na comunidade envolvendo-a
nas questões educacionais, incentivando e oportunizando a participação de todos;
Promover reuniões com pais, professores, funcionários a fim de planejar ações de
interesse coletivo e resolver assuntos de interesse da escola, para que haja um
maior comprometimento de todos;
Trabalhar com atividades que resgatem valores, respeito e amenizem a
indisciplina apresentada pelos alunos;
Realizar momentos de análise e reflexão das fundamentações teóricas e
pedagógicas que norteiam a nossa prática;
Democratizar as relações entre os componentes da escola criando um ambiente
de interação respeito e harmonia entre todos;
Cuidar das instalações, materiais e do espaço físico para que todos tenham um
ambiente agradável de estudo e trabalho;
Redefinir, em conjunto, o Projeto Político Pedagógico, reformulando as diretrizes,
quando houver necessidade de uma reavaliação, considerando que o PPP, deve
ser avaliado constantemente;
Cumprir com as normas do Regimento Escolar, do Projeto Político Pedagógico,
Estatuto da APMF e Diretrizes Curriculares Nacionais;
Cumprir o calendário escolar dentro das normas e leis da educação e da SEED.
Garantir a todos os alunos, sem nenhuma discriminação de classe social,
deficiência, cor, religião ou sexo, a matrícula, transferências, classificação,
reclassificação, adaptações, revalidação e equivalência de estudos no
estabelecimento de ensino;
Cumprir os aspectos legais e sociais da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional, LDB 9394/96;
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Garantir o cumprimento de todos os objetivos da Proposta Pedagógica e das
ações contempladas pela escola no seu Plano de Ação e no Plano de Trabalho dos
profissionais nas áreas.
4- MARCO
O Projeto Político-Pedagógico pode ser organizado através de marcos conceituais,
situacionais e operacionais. Sendo assim podemos definir marco como uma fronteira,
limite daquilo que pretende desenvolver ou realizar no âmbito do conhecimento e de ação,
que deverão estar ligados e interligados para que todo o processo educativo possa
ocorrer em conformidade com os segmentos educacionais. . Os marcos mais frequentes
utilizados nos projetos políticos - pedagógicos e também considerados de suma
importância na constituição do mesmo são :
5- MARCO SITUACIONAL
Realidade Brasileira
O Brasil vem passando por um processo acelerado nas transformações
sociais e econômicas ocasionadas principalmente pela influência dos meios de
comunicação de massa e demais inovações tecnológicas predominante nas últimas
décadas, sendo um dos efeitos da globalização.
Com o avanço da tecnologia prioriza-se uma educação que atenda a todas
as necessidades dos alunos preparando-os para serem sujeitos mais atuantes e
participativos desse processo de transformação.
Tendo em vista a sociedade que vivemos, nos deparamos com uma
desigualdade social muito grande ente as várias camadas sociais que tem seus efeitos
refletidos na construção e consolidação de uma educação de qualidade. Há muitas
formas diferentes de organização da sociedade, devido às ações das políticas públicas
que, agravam o empobrecimento que aflige a maioria da população, o que certamente
influi no rendimento escolar dos alunos na escola. Embora a parcela mais rica da
população continue apropriando-se da maior parte da riqueza produzida no país, nos
últimos anos tem sido perceptível a diminuição das disparidades socioeconômicas. Isso
pode ser observado através da melhoria de alguns indicadores de saúde e educação,
aumento da renda e consumo, diminuição da parcela da população abaixo das linhas da
miséria e pobreza e ampliação da chamada classe média, em grande medida devido às
políticas sociais do governo e estabilização econômica.
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Isso também tem consequências em relação à valores transmitidos a nós, por
nossos pais, e os valores transmitidos a eles, por nossos avós, e assim sucessivamente.
Talvez, por isso, nossa sociedade se encontre hoje com: desigualdades sociais e
econômicas, falta de honestidade, liberdade confundida com libertinagem, excesso de
liberdade, manipulação de fatores legais e/ou políticos a favor de poucos, privilegiando as
altas camadas sociais,onde em sua grande maioria continua a permanência do emprego
precário e desemprego, violência generalizada e, especificamente, contra mulheres,
crianças e idosos; Corrupção no Poder Público e escândalos políticos; Tráfico e consumo
de drogas ilícitas, como maconha e craque, e também consumo excessivo de drogas
lícitas, como álcool; Disseminação de doenças como AIDS/SIDA, dengue e obesidade e a
permanência de outras como tuberculose e hanseníase; Desigualdades sócio-econômicas
e discriminação racial; Desestruturação familiar e gravidez precoce de adolescentes;
Deficiências de moradia, saúde, educação, segurança e transportes.
A escola tem a função de formar indivíduos conscientes de seus deveres e seus
direitos, mas na realidade em que vivemos , a escola também está fazendo o papel que
deveria ser da família. Ela passou a ser a solução para todos os problemas sociais,
embora ainda tenha tentado fazer com que os educandos tenham perspectivas melhores
de futuro, dentro das suas possibilidades.
Realidade Escolar
a) Escola:
Os alunos aprendem na escola aquilo que eles têm oportunidade de
aprender. Porém a escola deve ressaltar e expandir todos os saberes que os alunos
trazem. A cultura e o saber da comunidade fazem parte da vida do estudante a ponto de
constituírem a educação com a qual, ele chega à escola.
À escola cabe a função de efetivar os ideais de educação estabelecidos,
materializando-os. No entanto, historicamente a escola estabeleceu-se como campo de
luta entre as classes dominante e dominada. É na escola que se trava a luta entre os
ideais estabelecidos pela classe dominante, que detém o poder político – logo faz as Leis,
estabelece planos, objetivos, meios – e a classe dominada, consubstanciada na
comunidade escolar, que participa, faz a escola.
As crianças, os adolescentes e os jovens formam se na comunidade. Nela
produzem e desenvolvem hábitos, atitudes, sentidos, conhecimentos e habilidades. Essa
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educação fez com que eles sejam quem são. Eles chegam à escola com a educação
vivenciada na família e na comunidade. O seu saber e patrimônio cultural não podem ser
desrespeitados, nem devem ser apenas o ponto de partida para a educação escolar, mas
devem fazer parte da formação escolar.
De acordo com a realidade de nossa escola, nossos alunos são, na sua
maioria, filhos de boias frias, de pequenos agricultores, acostumados a levar uma vida
com pouco conforto, muitos sem condições adequadas de saneamento, a alimentação é
precária, e que, por consequência, resultam num baixo rendimento escolar. As famílias
são compostas, em sua maioria, por pai, mãe e vários filhos. Existem porém, casos de
famílias desestruturadas, onde os filhos habitam com um dos cônjuges ou são educados
por um responsável. Também, a falta de energia elétrica é um fator que ocasiona o não
acesso às informações, e por isso muitos não têm meios de comunicação tais como:
rádio, televisão, etc.
Existem, também muitos outros fatores que influenciam diretamente a nossa
realidade escolar, como por exemplo, alunos filhos de pais alcoólatras, alunos que têm
problemas de saúde, como a desnutrição, desemprego, violência, entre outros.
Outro fator complicador é a distância das moradias em relação à escola, e
que por isso, os pais comparecem muito pouco na escola, pois também dependem do
transporte escolar. Em dia de reunião eles vêm junto com os alunos nos ônibus, os quais
ficam superlotados.
Apesar da escola ser a única da comunidade atende dentro de suas
limitações e busca atender os anseios de todos, procurando desenvolver o seu papel e
garantindo a todos o acesso e a participação.
Interagindo com essa realidade, a escola contribui, respeitando a história de
vida das crianças, sua sensibilidade, seus valores, produzidos na convivência em sua
comunidade. A escola não existe para treinar ou adaptar as crianças. Ela deve criar
oportunidades para que elas decidam, pensem, tornem-se livres, responsáveis e
emancipadas. A ideia de aprender fazendo está sempre presente, embora os métodos
variem, a escola parte sempre de atividades adequadas ao nosso aluno e às etapas do
seu desenvolvimento.
Por isso, é indispensável que todos os que integram a escola, permaneçam
atentos e vigilantes, para evitar que as condições e práticas ajudem a manter a injustiça e
as desigualdades sociais.
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b) Alunos
Os alunos de nossa escola, como já colocamos anteriormente, são de
famílias extremamente carentes, com condições sócio econômicas precárias, filhos de
agricultores com pouca instrução e, na sua maior parte não apresentam perspectivas de
futuro, não valorizando a oportunidade de estudar, sendo que, esta é uma das saídas
para se ter uma vida melhor e digna para qualquer cidadão.
Muitos deles moram distante da escola, e por isso, são alunos faltantes, pois
quando chove muito, não comparecem porque o ônibus escolar não trafega em certos
lugares, devido às condições ruins de nossas estradas.
Outro fator que deve ser considerado é o horário de funcionamento da
escola, que inicia suas atividades às 7h10 min, sendo que muitos alunos levantam de
madrugada e andam alguns quilômetros até o ponto do ônibus, e muitas vezes vêm sem
o café da manhã. Em consequência disso, a escola tem que preparar sempre uma
merenda reforçada para sanar essa falta. Esses fatores, influenciam interesse pelo estudo
ocasionando um baixo rendimento escolar de alguns. Há, também a necessidade de uma
maior participação dos pais na vida escolar de seus filhos. Agora nesse ano 2010, em sua
maioria dos dias, fornecemos um chá com bolacha durante a 1ª aula, mas infelizmente
nossa escola está com falta de dinheiro para essa complementação, futuramente
estaremos fazendo algumas promoções em nossa escola para arrecadarmos fundos para
oferecer um café da manhã com qualidade para nossos alunos.
Cremos que a transformação da realidade não se dá somente por intermédio
da escola, mas depende também da vontade e da ação das autoridades.
A escola iniciou o ano de 2010 com o seguinte número de alunos:
MATRICULADOS
5ª SÉRIE A 31
6ª SÉRIE A 33
7ª SÉRIE A 26
8ª SÉRIE A 24
TOTAL 114
c) Professores
O professor não é o detentor do saber, mas sim o mediador, que auxilia o
aluno no processo de construção do conhecimento e socialização do saber. Em nossa
escola os professores, na sua maior parte, são do regime PSS, ou seja, não possuem
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contrato efetivo, o que dificulta a realização de projetos efetivos e contínuos. No final do
ano de 2008, teve início o trabalho do Professor pedagogo, e agora em 2010 é que esse
trabalho está sendo iniciado
com mais intensidade. Apenas a diretora pertence ao Quadro Próprio do Magistério.
Nossos professores são dedicados, cumpridores de seus deveres,
conscientes de sua função. Todos têm formação acadêmica com exceção do professor de
matemática que é acadêmico, e defendem a formação continuada, no sentido de
aprofundarem seus conhecimentos, estarem sempre atualizados na perspectiva de
cumprir o seu papel. Realizam atividades diferenciadas envolvendo leitura, datas
comemorativas, higiene, meio ambiente, poesia, qualidade de vida, entre outros. Quando
há falta de professor, aquele que está em hora atividade o substitui, uma vez que todos
precisam repor aulas quando faltam. Depois, aquele que substituiu seu colega cede suas
aulas. Assim, de comum acordo, fazemos essa troca onde ninguém é prejudicado, nem
alunos, nem professores.
Atualmente a escola conta com o seguinte quadro de professores, com as
respectivas disciplinas que lecionam e sua formação:
PROFESSORES
NOME DISCIPLINA QUE ATUA FORMAÇÃO
1. Mayra Andriele
Braganhol
Educação Física Ensino Médio, Graduação em
Educação Física e cursando
complementação em
Bacharelado e Pós-graduação
em Neurociência
2. Anderson José Baital Matemática Acadêmico em Matemática
3.Adalberto Klossowski Geografia Licenciado em Geografia, e Pós
em História e Geografia do
Paraná.
4. Paola Juliana Lascoski Ciências Ensino Médio e Graduação Plena
em Ciências,Cursando Pós em
Neurociência , Bilogia e Química
e Tecnologias da Educação.
5. Sonia Regiane Santos
Stelle
Inglês Magistério e Contabilidade,
Graduação em Letras e Pós-
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graduação em ―Educação Infantil‖
6. Silvana Aparecida
Santos.
Língua Portuguesa Magistério, Graduação em Letras
– Habilitação em
―Psicopedagogia Institucional"
7.Francieli Galvão Ferreira História e Ensino
Religioso
Ensino Médio, Licenciatura Plena
em História e Pós-graduação em
História do Paraná
8-Ediliane Pacondes Arte Licenciatura em Língua
Portuguesa e Pós em
Psicopedagogia Institucional
d) Funcionários
Os funcionários são profissionais que dão suporte à direção, professores e
alunos, a fim de que todos desenvolvam seu trabalho efetivamente. Atuam como agentes
facilitadores da relação professor/aluno influenciando de maneira significativa no processo
ensino-aprendizagem.
Deve se destacar que, em sua grande maioria, atuam muito além de suas
funções normativas, vivenciando quase todos os problemas do cotidiano escolar.
Participam da construção do conhecimento de nossos alunos, pela vivência e observação
de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola. Todos têm habilitação para o
exercício de suas funções e têm oportunidades para se atualizar e participar de cursos de
formação, reuniões, encontros pedagógicos.
e) Professor Pedagogo
É de suma importância o trabalho desse profissional, articulando entre
professores e alunos o processo Ensino Aprendizagem, estabelecendo o domínio das
formas de trabalho docente aos profissionais da escola, ocorrendo a mediação do saber
pedagógico com o da especificidade do conteúdo, que possibilita as formas de conversão
do conhecimento ou saber sistematizado em saber escolar.
f) Equipe administrativa:
A escola conta com uma diretora que comanda todos os segmentos,
buscando sempre a democratização e o fortalecimento, propondo ações articuladas entre
todos, organizando estratégias para a implementação dos processos de melhorias da
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escola, em todos os aspectos. Conta também com uma secretária que conhece a fundo
toda a documentação escolar e é comprometida com os interesses de todos, agindo
sempre de forma participativa, competente, contribuindo para a organização e efetivação
dos propósitos da escola., tem também um agente educacional II que organiza toda a
documentação escolar e correspondências da escola.
A equipe administrativa está assim constituída:
EQUIPE ADMINISTRATIVA
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO
1. Josane Aparecida
Alves Pires.
Diretora Magistério, Pedagogia Habilitação :
Educação Especial, Administração Escolar e
Supervisão Escolar, pós-graduação em
Pedagogia do Movimento Humano e Gestão
Escolar com enfase em Psicopedagogia.
2.Antônio Michel
Kuller Meira
Agente
Educacional II
Educação Geral, Licenciatura em Geografia,
cursando Pós Graduação em Educação do
Campo
3. Maria Izabel dos
Santos Viegandt
Pedagoga Magistério e Técnico em Contabilidade,
Graduação em Pedagogia e Pós-graduação
em Psicopedagogia Institucional , cursando
Pós em Neurociência e Filosofia.
g) Agente Educacional I
São profissionais que ajudam e colaboram com a escola preparando a
merenda escolar, fazendo a limpeza das instalações, a manutenção, sendo sempre
coordenadas pela equipe administrativa. Também contribuem dando sugestões para
melhorias da escola e ajudando a orientar os alunos, observando suas atitudes a fim de
que tenham um bom relacionamento com todos. O quadro de agente educacional I está
assim composto:
Agente Educacional I
NOME FUNÇÃO FORMAÇÃO
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1.Gildo Miguel de Lima Agente educacional I Ensino Médio
2.Rosane Aparecida
Carlos
3. Sidenéia Aparecida
de Lima
Agente Educacional I
Agente Educacional I
Ensino Médio
Magistério, Curso Normal Superior.
6- MARCO CONCEITUAL:
Para SAUPE (1992. p 19) teorias, marcos teóricos ou conceituais ―são
concepções ou abstrações que procuram explicar a realidade e apesar de não darem
conta de sua totalidade, contribuem para seu entendimento e subsidiam novas
interpretações e transformações da realidade‖.
Sendo assim, marco conceitual também pode ser interpretado como um
conjunto de definições e conceitos interligados entre diferentes níveis e objetivos .
6.1 PRESSUPOSTOS FILOSÓFICOS-SOCIOLÓGICOS:
Todas as ações da escola estão pautadas nos seguintes itens:
a) Democracia:
A escola pública demanda, no exercício de seu papel na construção da Democracia
social e política, novas relações internas e externas, articula-se com o plano macro e
micro de sua realidade, significa pensar a escola em sua totalidade e em sua
materialidade.
A escola pública é espaço de participação, e gerir a escola democraticamente e
coletivamente significa pensar a escola em sua autonomia, que implica necessariamente,
na sua dependência com o sistema de ensino, marcando sua relação macro, enquanto
que no plano micro implica nas formas de definição, organização, realização, avaliação
das atividades realizadas no interior da escola. A prender a ser cidadão é entre outras
coisas, aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não
violência, aprender a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com
o que acontece na vida coletiva da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes
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precisam ser apreendido e desenvolvidos pelos alunos e, portanto, podem e devem ser
ensinados na escola.
Através da escola podemos mostrar aos educandos como exercitar a
democracia participativa, na qual os cidadãos lutam pela manutenção dos direitos
adquiridos e pela ampliação de novos direitos, sem deixar de cumprir seus deveres
constitucionais.
b) Ética
As ações de todos devem estar pautadas na autonomia moral, ou seja, na
ética que nos mostra como agir perante os outros. Moral e ética são palavras que nos
remetem à ideia de princípios, costumes e padrões de conduta. A ética e a moral já estão
presentes no cotidiano escolar traduzidas em regras, ordens e proibições. Na sua
presença a escola contribui para que os alunos possam ser livres e autônomos para
pensar, opinar e julgar, pois normas e regras não são definitivamente acabadas. Elas
podem sofrer transformações, sendo claras e conhecidas por todos. É por isso que
podemos afirmar que a nossa prática está iluminada pela ética.
c)Justiça
Os critérios essenciais para se pensar eticamente a justiça são: igualdade e
equidade. A justiça pode ser contemplada pelos cidadãos avaliando se criticamente certas
leis que levam ao privilégio de alguns em detrimento de outros. Por isso, os alunos
devem conhecer os direitos e os deveres de todos os que convivem na escola. A
participação de todos na construção de regras do estabelecimento possibilita a
responsabilidade de cada um e favorece a justiça nas decisões.
d) Respeito Mútuo:
O respeito é o tema central da moralidade. É também complexo, pois nos
remete a várias dimensões de relações entre as pessoas. As pessoas quando agem no
seu dia-a-dia são originais, diferentes. Por isso, todos devem respeitar-se mutuamente
independente de sexo, cultura, cor, etnia, religião, opiniões, enfim, sendo o respeito mútuo
a condição necessária para o convívio social democrático. Então a escola deve utilizar
normas que evitem qualquer forma de preconceito, repudiar toda forma de humilhação,
violência, valorizando o patrimônio cultural zelando pela sua conservação, e o mais
importante tratando a todos com igualdade.
20
e) Religião
A questão do Ensino Religioso é uma das mais polêmicas na educação, porque
envolve processos traumáticos e, ao mesmo tempo, nos leva a questionamentos relativos
ao próprio ato de educar: Como conciliar a liberdade de consciência individual, a liberdade
de crença e opinião com o direito e o dever de transmitir crenças e valores às novas
gerações? Os espaços institucionais, para transmissão de tais crenças e valores são
igualmente objeto de debate: a escola pública ou particular, a família ou a igreja – onde o
educando deve aprender valores?
Onde deve e se deve cultivar a espiritualidade? Na disputa pela tomada dos
espaços institucionais e pela possibilidade de formatar as consciências, já se deram
muitos embates históricos, às vezes sangrentos, quase sempre intolerantes.
Nessa perspectiva precisam trabalhar com o ensino religioso, de modo que não
contemple ―esta‖ ou ―aquela‖ religião, mas sim com valores que os ajudem no seu
relacionamento com colegas, escola, família e sociedade em geral.
É um direito do aluno ter acesso ao conhecimento religioso. À escola compete
garantir o acesso a esse conhecimento, a seus conhecimentos epistemológicos,
sociológicos e históricos. Porém, deve servir-se da sua diversidade, sem, contudo, dirigir
uma ou outra forma de religiosidade em objeto de aprendizagem escolar. Na escola,
deve-se evitar quaisquer formas de proselitismo primando sempre pelo conhecimento e
não aos preceitos de uma ou outra religião.
f) Responsabilidade
Em todos os segmentos da escola deve haver um compromisso coletivo,
onde haja a participação efetiva de todos os seus membros, alunos, professores,
funcionários, pais, sempre buscando a qualidade do ensino, todos sensibilizados em torno
dos mesmos objetivos. A responsabilidade aponta a necessidade de pensar em
alternativas para enfrentarmos as adversidades, promovendo as transformações no
sentido do desenvolvimento pessoal e profissional de todos.
g) Solidariedade
Ser solidário é, efetivamente, além do respeito, partilhar de um sentimento
de interdependência, reconhecer os interesses e afetos dos outros, tomar para si
questões comuns. Devem ser estimuladas atitudes que valorizem a prática da
21
solidariedade, havendo sempre a relação de cooperação. A solidariedade que se busca
do aluno deve aproximar-se da ideia de generosidade, caracterizando-se na busca da
justiça, da humanidade. Devem aprender a repudiar atitudes desleais, de desrespeito, de
violência e omissão. O exercício da cidadania não se traduz apenas pela defesa dos
próprios interesses e direitos. Passa necessariamente pela solidariedade. A escola deve
realizar atividades que visem o bem-estar de todos, na perspectiva do desenvolvimento
de atitudes solidárias.
h) Diálogo:
O diálogo é expressão fundamental da relação entre os seres humanos. A arte
do diálogo deve ser ensinada e cultivada, e a escola é o lugar privilegiado para isso. Não
é apenas um momento em que o aluno responde ao professor sobre assuntos abordados.
O diálogo também deve ser um ―bate-papo‖ informal a respeito de assuntos variados,
situações cotidianas. Deve integrar as experiências de todos os membros da escola para
que a sistematização da aprendizagem seja significativa. Deve se criar na escola um
ambiente estimulador de discussões coletivas como, reuniões, debates, onde todos
possam colocar sua opinião, possibilitando a participação coletiva na construção da
cidadania.
6.2 CONCEPÇÕES
a) Mundo
Concepções de mundo são as diferentes maneiras que as culturas veem o mundo
e veem a si mesmos neste contexto maior, mas pensado de formas diferentes.
A nossa concepção de mundo, tal como a que temos de nós próprios, muda a
cada dia que passa. Vivemos numa época de transição, contudo, quando se é relegado
para a obscuridade, não podemos ter medo das mudanças e transformações.
Ao interagir com diferentes sociedades particulares o indivíduo é ―disputado‖ por
diferentes concepções de mundo. A concepção de mundo é particular a um indivíduo ou a
um grupo e é a mais abrangente possível.
O mundo está em constante transformação, e o homem é o sujeito da
própria educação, pois vive neste início de milênio com tantas desigualdades e
desencantamentos, gerados por problemas como o desemprego e o fenômeno da
exclusão.
22
Embora, uma parte da humanidade seja mais consciente, ainda não existem
meios suficientes para solucionar tais problemas e acumulam se injustiças nos plano
econômico e social.
Num mundo que hoje se tornou uma aldeia pressupõe se que é preciso
aprender a vivermos juntos. Dessa forma refletindo sobre o ambiente e suas relações, o
homem contribui para as mudanças e melhorias, apesar das tecnologias hoje presentes,
com suas idéias e boa vontade de mudar.
O ser humano é sujeito da história, não está colocado no mundo, mas ele é o
mundo, faz o mundo, faz cultura. O homem do campo não é atrasado e submisso, antes
possui um jeito de ser peculiar, pode desenvolver suas atividades pelo controle do relógio
mecânico ou observado no movimento da terra, manifesto no posicionamento do sol. Ele
pode estar organizado em movimentos do sol, Ele pode estar organizado em movimentos
sociais, em associações ou atuar de forma isolada, mas o seu vínculo com a terra é
fecundo. Ele cria alternativas de sobrevivência econômica num mundo de relações
capitalistas selvagens.
b) Homem
O homem é um ser catalisador das transformações sociais, ele pode ser entendido
e compreendido sob diversos aspectos, a saber, o homem é um ser psíquico, é um ser
racional, material, é um ser livre, é um ser social e político, é um ser ético e estético, o
homem é um ser da práxis.
Outro fator a ser considerado na formação do homem é o tempo histórico e o local
em que o homem está inserido.
A educação contemporânea do homem é resultado das necessidades da classe
social dominante, pois antigamente o ideal educacional era transformar súditos em
cidadãos. Para tanto, a educação das massas foi constituída de modo a preparar o
cidadão para o exercício da cidadania. Quando a burguesia estabeleceu-se
definitivamente no poder, deixando de ser revolucionária, o ideal educacional passou a
ser a formação do trabalhador, com objetivo de manter o status quo social e garantir a
formação da mão-de-obra necessária à reprodução do capital.
À escola cabe a função de efetivar os ideais de educação estabelecidos,
materializando-os. No entanto, historicamente a escola estabeleceu-se como campo de
luta entre as classes dominante e dominada. É na escola que se trava a luta entre os
ideais estabelecidos pela classe dominante, que detém o poder político – logo faz as Leis,
23
estabelece planos, objetivos, meios – e a classe dominada, consubstanciada na
comunidade escolar, que participa, faz a escola.
A vida na sociedade atual baseada no conhecimento, exige um cidadão cada vez
mais competente e, ao mesmo tempo, mais informado, capaz de expressar sua opinião a
respeito dos mais variados assuntos. Deve ter uma postura crítica, ou seja, um ser em
movimento que busca o crescimento de todas as suas potencialidades e que participe da
transformação da sociedade.
c) Sociedade
A sociedade brasileira vive um momento de rápidas transformações
econômicas e tecnológicas, ao mesmo tempo em que, os avanços da cultura e da
educação transcorrem de forma bastante lenta.
Deseja se uma sociedade informada e esclarecida que possibilite maiores
oportunidades de trabalho, moradia, saúde, educação, transporte e lazer para todos os
seus cidadãos, num contínuo processo de crescimento pessoal e comunitário, imbuída de
caridade e amor fraterno, onde diferenças de cor, raça, sexo, credo e idade, sejam
compreendidas e vivenciadas em unidade.
Numa sociedade assim constituída, o homem é capaz de encontrar o sentido
de seu viver e assim, entender se como único e insubstituível enquanto pessoa, numa
relação comunitária.
d) Educação
Concebe-se Educação Escolar como sendo uma prática que tem a
possibilidade de criar condições para que todos os alunos desenvolvam suas capacidades
e aprendam os conteúdos necessários para construir instrumentos de compreensão da
realidade e de participação em relações sociais, políticas e culturais, diversificadas e cada
vez mais amplas. Tais condições são essenciais para o exercício da cidadania na
construção de uma sociedade mais democrática e não excludente.
e) Escola
A valorização da escola como instrumento de apropriação do saber é o
melhor serviço que se presta aos interesses populares, já que a própria escola pode
contribuir para eliminar a seletividade social e torná-la democrática. Se a escola é parte
24
integrante do todo social, agir dentro dela é também agir no rumo da transformação da
sociedade, é garantir a todo um bom ensino, isto é, a apropriação dos conteúdos
escolares básicos que tenham ressonância na vida dos alunos. Entendida nesse sentido,
a educação é uma atividade mediadora no seio da prática social global, ou seja, uma das
mediações pela qual passa o aluno, pela intervenção do professor e, por sua própria
participação ativa, que passa de uma experiência inicialmente confusa e fragmentada a
uma visão sintética, mais organizada e unificada.
A escola também é o local de apropriação de conhecimentos científicos
construídos historicamente pela humanidade e local de produção de conhecimentos em
relações que se dão entre o mundo da ciência e o mundo da vida cotidiana. Os povos do
campo querem que a escola seja o local que possibilite a ampliação dos conhecimentos;
portanto os aspectos da realidade podem ser pontos de partida do processo pedagógico,
mas nunca o ponto de chegada. O desafio é lançado ao professor, a quem compete
definir os conhecimentos locais e aqueles historicamente acumulados que devem ser
trabalhados nos diferentes momentos pedagógicos. Os povos do campo estão inseridos
nas relações sociais do mundo capitalista e elas precisam ser desveladas na escola.
f) Conhecimento
É o conjunto daquilo que se aprende, é o domínio do saber, onde se exerce
a aprendizagem. Na escola temos o compromisso com a construção do conhecimento,
que passa necessariamente pela nossa prática pedagógica. A contribuição da escola é
desenvolver meios que permitam a transformação da realidade, ou seja, o
desenvolvimento de capacidades, despertando o aprendizado nos alunos, a fim de que se
apropriem do conhecimento, e possam refletir e mudar sua própria vida. O conhecimento
não é o simples repasse de informações, ele é construído no cotidiano das pessoas, e
essa construção é impulsionada na relação pedagógica. O conhecimento é a única
realidade que se multiplica quando é dividido.
g) Aprendizagem
A educação pode contribuir para diminuir diferenças e desigualdades, na
medida em que acompanhar os processos de mudança, oferecendo formação adequada
às novas necessidades da vida moderna.
As demandas atuais exigem que a escola ofereça aos alunos sólida
formação cultural, favorecendo o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e que
25
permitam aos educandos transformarem se em cidadãos críticos e reflexivos, que possam
exercer sua cidadania ajudando na construção de uma sociedade mais justa, onde tenha
a cooperação, a solidariedade, a tolerância e a igualdade .
É necessário que a humanidade aprenda a conviver com a provisoriedade,
com as incertezas, com o imprevisto, com a novidade em todos os sentidos. Isso
pressupõe o desenvolvimento de competências relacionadas à capacidade de
aprendizagem contínua, ou seja, autonomia na construção e na reconstrução do
conhecimento: capacidade de analisar, refletir, tomar consciência do que já se sabe, ter
disponibilidade para transformar o ―seu‖ conhecimento, processando novas informações e
produzindo conhecimento novo.
A escola tem um importante papel a desempenhar ao contribuir para a
formação de indivíduos ativos e agentes criadores de novas formas culturais. A
concepção de ensino e aprendizagem revela-se na prática de sala de aula e na forma
como professores e alunos utilizam os recursos disponíveis. Os alunos têm acesso a
muitas informações e, a partir delas, espontaneamente constroem seus próprios
conhecimentos, moldando-os de acordo com a sua visão de mundo. Na escola é possível
provocar situações que permitam atribuir outros significados a esses conhecimentos e a
outros saberes a partir deles e, desenvolver atitude crítica frente aos conteúdos
veiculados.
6.3 CONCEPÇÃO DE CONTEÚDOS E METODOLOGIAS DE ENSINO
Conteúdos escolares são selecionados a partir do significado que
apresentam para determinada comunidade escolar. Tal seleção requer procedimentos de
investigação por parte do professor, de forma que possa determinar quais conteúdos
contribuem para os diversos momentos pedagógicos para ampliação dos conhecimentos
dos educandos. Estratégias metodológicas, nas quais, a indagação do professor seja
frequente, muito estudo, preparo das aulas e possibilitam relacionar os conteúdos
científicos aos do mundo da vida que os educandos trazem para a sala de aula.
6.4 PRINCÍPIOS
a) Igualdade de Condições
A desigualdade sempre foi uma constante no meio social, sejam oriundas de
fatores econômicos, sociais ou culturais, tais circunstâncias permitem a formação de
26
minorias em direitos, pois não tendo os seus direitos sociais efetivados, são impedidos de
participarem de modo substancial do processo democrático. O indivíduo muitas vezes é
concedido como co-autor das ações e não mais mero destinatário, vez que a democracia
passa a ser participativa, tornando-se imperioso garantir estas minorias em direitos, por
meio de ações afirmativas, o direito de igualdades de oportunidades, no intuito de que as
minorias participem do modo ativo da formação da vontade democrática, tendo assim,
condições de demonstrarem as suas reais convicções, não se prestando como
instrumento para a persecução dos fins das maiorias em direitos.
Cabe a escola, sem distinção de qualquer natureza oferecer uma educação
de qualidade, assegurar tanto a alunos quanto aos profissionais que nela trabalha os
mesmos direitos garantidos em leis, pois ela é um espaço de vivências democráticas,
onde todos seguem as mesmas normas, visando assim um ambiente propício à
aprendizagem e a prática de convivência democrática.
É um direito de todo cidadão, sem distinção de qualquer natureza, o acesso
à educação escolar pública gratuita e de qualidade.
Em se tratando da Diversidade, sabemos que vivemos numa sociedade
complexa, plural, diversa e desigual. A nossa diversidade e pluralidade, não se exibe só
através das diferentes culturas constituintes da população. A nossa diversidade se
expressa na marcante desigualdade social brasileira, seja entre ricos e pobres, entre
brancos, negros ou índios, seja enfim, entre os poucos que usufruem da cidadania plena
e os integrantes de uma significativa parcela da população que tem sido sistemática e
historicamente empurrada para as suas margens.
A nossa diversidade se expressa constantemente na organização popular
para a conquista de direitos. A consciência da necessidade de afirmação é crescente, é o
que nos revela a progressiva organização dos povos indígenas, a luta e as proposições
das entidades e grupos do Movimento Negro. São extensas as reivindicações atuais pelo
respeito à diferença, como as de gênero, de opção sexual e dos portadores de
necessidades especiais. Essas ―diferenças‖ precisam ser respeitadas e bem trabalhadas
com nossos educandos, pois todos precisam exercer seus direitos de igualdade e de
respeito com seus semelhantes.
b) Gestão Democrática
A gestão democrática na escola está pautada no compartilhamento de
decisões e informações, a preocupação com a qualidade da educação e a transparência
27
na administração de recursos.
Contribui para a superação de conflitos com vistas à melhoria do trabalho,
das relações estabelecidas na instituição educacional e, principalmente, na qualidade do
ensino.
Discutir propostas e implementar ações conjuntas proporciona grandes
resultados para melhorar a qualidade da escola, no entanto, é preciso lidar com conflitos e
opiniões diferentes. Mas, precisamos sempre dialogar, ouvir as pessoas que pensam
diferente de nós e, juntos, negociar. Compartilhar decisões significa envolver pais, alunos,
professores, funcionários e outras pessoas da comunidade para que haja um bom
aproveitamento na administração escolar. Essa participação proporciona um melhor
conhecimento do funcionamento da escola e das pessoas com ela envolvidas.
Nesse sentido, entendemos que gestão democrática é a garantia de
mecanismos e condições para a participação, partilha e descentralização de todos os
envolvidos na comunidade escolar.
Uma gestão democrática tem como prioridade de trabalho a parceria com as
instâncias colegiadas da escola, como o grêmio estudantil que é a voz dos educandos, a
APMF, que participa da parte financeira e principalmente o Conselho Escolar , que
participa ativamente das tomadas de decisões de todo o processo educativo. Ela precisa
também estar atuante em todo o processo educativo, principalmente no que diz respeito
ao ensino e a aprendizagem, orientando, ouvindo alunos e professores para que a
aprendizagem ocorra da melhor forma possível, assegurando os direitos e deveres de
toda a comunidade escolar.
c) Liberdade
Para que a participação seja real são necessários meios e condições
favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente
autoritários, de distribuição de poder. É entender a participação como um processo a ser
construído coletivamente. Por isso, todos têm liberdade de participação, liberdade de dar
sugestões, opinar, votar, participar das decisões. No entanto, ressaltamos que, nenhuma
medida ou pratica é imposta, nada se decreta sem o aval e a participação de todos.
Porém, existem normas que já estão regulamentadas, amparadas por lei e
que não podemos mudar. Entendemos que a escola, é um espaço de contradições e
diferenças, mas quando buscamos construí-la tendo como alicerces à liberdade de
expressão, a participação, a cooperação, o trabalho coletivo, a descentralização do poder,
28
estaremos exercitando a pedagogia do diálogo, o respeito às diferenças, a convivência
democrática.
d) Valorização dos trabalhadores em educação
Todos os profissionais da escola são importantes para a concretização dos
objetivos do Projeto Político Pedagógico. Cada um tem um papel fundamental no
processo educativo, cujo resultado não depende apenas da sala de aula, mas também da
vivência e da observação de atitudes corretas e respeitosas no cotidiano da escola.
Tamanha responsabilidade, exige boas condições de trabalho, preparo e
equilíbrio. Para tanto, é necessário que se garanta condições, tais como:
1. estabilidade do corpo docente , pois somos todos do quadro de professores do
Regime PSS;
2. ambientes favoráveis de trabalho, no qual todos se sintam bem para trabalhar;
3. adequada relação entre o número de alunos e de professores;
4. salários condizentes com a importância do trabalho;
5. formação continuada a todos os que trabalham na escola;
6. suficiência da equipe escolar;
7. bom aproveitamento dos recursos existentes;
8. condições suficientes para um bom convívio entre todos;
9. respeito ao seu trabalho;
10. plano de cargos, carreira e salários.
6.5 CURRÍCULO
A Escola Estadual de Bituva das Capinas, assim como as demais escolas
brasileiras, atende um número cada vez maior de estudantes oriundos das classes
populares. Nesse sentido , sabemos que o Currículo deve atender as especificidades dos
alunos, se adaptando a realidade da escola e da realidade do aluno. Por isso,
necessitamos estar atentos a essas diferenças , nos adequando as mudanças e
transformações sociais de acordo com nossa realidade. Sabemos que o sujeito é fruto de
seu tempo histórico, das relações sociais em que está inserido, é um ser singular que
atua no mundo a partir do modo como o compreende e como dele lhe é possível
participar. A escola contribui para determinar o tipo de participação que lhes caberá na
sociedade, tendo em sua natureza um forte caráter político.
29
O Currículo disciplinar segundo as DCEs, tem como objetivo construir uma
sociedade justa, com oportunidades semelhantes a todos. Dar ênfase à escola, como um
lugar de socialização do conhecimento, por isso os conteúdos disciplinares devem ser
tratados, na escola com contextualização. Estabelecendo entre eles, relações
interdisciplinares e colocando como suspeita tanto a rigidez com que tradicionalmente se
apresentam quanto o estatuto de verdade atemporal dado a eles. Propõe-se que tais
conhecimentos, contribuam para à crítica às contradições sociais, políticas e econômicas
presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a
produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se
constituem. Mas acima de qualquer coisa, proporcionem ao educando a aprendizagem
daquilo que é suscetível com o seu propósito de aprendizagem, correspondendo as suas
necessidades e especificidades, oportunizando a sua adequação à sociedade e sua
qualificação para o trabalho, que está garantido na Constituição por direito e na LDB.
a) Matriz teórica e organização dos conteúdos
Esse item encontra se à parte, no bloco das propostas pedagógicas.
b) Critérios de organização de turmas
Os educandos de nossa escola são preferencialmente atendidos no período da
manhã, horário de funcionamento da escola, devido à disponibilidade de transporte
escolar. Atendemos a quatro turmas no ano de 2010, já no ano 2011 está previsto 5
turmas.
6.6 AVALIAÇÃO
a) Instrumentos, registros, recuperação e forma de comunicação dos resultados:
São utilizados, bimestralmente, no mínimo 03 (Três) instrumentos de
diferentes de avaliação. O valor de cada instrumento de avaliação é de no máximo 4,0
(Quatro) pontos. Ao final de cada bimestre, o valor somado dos instrumentos de avaliação
deve totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando é a soma dos resultados obtidos
nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que não conseguiram atingir a aprendizagem é oferecida a
recuperação de estudos no decorrer do ano letivo. Sendo que na maioria das vezes, essa
30
recuperação acontece gradativamente após cada conteúdo explicitado, conforme a
necessidade do educando.
A recuperação de estudos aborda os conteúdos nos qual o educando
apresentou aproveitamento insuficiente e utiliza quantos e quais tipos de instrumentos d
avaliação, o educador julgar necessário, de acordo com as especificidades do educando e
do conteúdo no qual seu aproveitamento foi considerado insatisfatório. Para efeito do
registro escolar, é considerado o maior valor de avaliação obtido pelo educando. A
avaliação também é uma forma de reflexão por parte do professor em relação à sua
prática docente.
A escola também avalia os resultados do processo de ensino-aprendizagem
através de meios internos como o Conselho de Classe e reuniões entre os trabalhadores
em educação. Externos como o Sistema de Avaliação da Educação Básica - SAEB, no
Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM e Prova Brasil – AVA, entre outros, embora
estes não permitam avaliar as especificidades da realidade local.
Os processos de avaliação, classificação e promoção seguem as determinações
emitidas pela Secretaria de Estado de Educação e demais órgãos competentes.
b) Instrumentos de avaliação:
Resolução de questionamentos escritos e orais;
Produção ou análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas,
mapas, tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
Tradução, compreensão, elaboração de textos e diálogos em língua estrangeira;
c) Avaliação: instrumentos, registros, recuperação e forma de comunicação dos
resultados:
Produção de atividades na sala de aula, na biblioteca, em saídas de campo e em
domicílio;
Pesquisa, produção e apresentação de seminários;
Pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
Participação em palestras, atividades culturais e esportivas;
Participação, comprometimento e atitude em sala de aula;
Outros.
d) Registros: os registros são realizados nos livros de Registro de Classe e no Sistema
31
Estadual de Registro Escolar (SERE).
e) Comunicação dos resultados:
A comunicação das avaliações é efetuada através de boletim escolar
entregue bimestralmente em reunião pedagógica com os pais ou responsáveis. A escola,
através da direção, equipe pedagógica e corpo docente, estabelecem contato com os pais
quando os educandos apresentam deficiências de aprendizagem, para determinação e
superação de eventuais problemas. Esses problemas são registrados num livro ata de
cada sala, onde são registradas todas as ocorrências de indisciplina, notas baixas, falta
de atividade resolvida entre outros. Salientamos que a participação dos pais também é de
suma importância em todo o processo educativo, pois precisam saber também quando
seu folho está desenvolvendo bem suas atividades educativas, apresenta bom
comportamento, enfim se tudo está ―OK‖ com o mesmo.
f) Organização da hora/ atividade:
A organização da hora atividade, tem como finalidade principal permitir o
constante desenvolvimento e aprimoramento do processo de ensino-aprendizagem, pois
propicia aos educadores momentos para estudo, preparação e conclusão de aulas;
reflexão sobre o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem; diálogo com os
demais educadores , direção, pedagoga; atendimento aos pais, atendimento
personalizado aos educandos; desenvolvimento de projetos; entre outros, por isso os
professores contam com o uso da biblioteca e da sala de multimeios para a realização de
suas atividades.
Esse ano os professores também podem contar com a TV Paulo Freire.
Quanto a distribuição do horário da hora atividade, busca-se decidir em
comum acordo com a direção, equipe pedagógica e corpo docente, correspondendo as
necessidades da escola e de modo especial o processo ensino e aprendizagem.
g) Calendário Escolar
A Secretaria de Estado de Educação propõe alternativas de calendário e a
escola, após entendimento com a rede municipal e o Núcleo Regional de Educação,
estabelece o mais apropriado de modo a atender às necessidades da escola.
O Calendário Escolar de 2011 foi homologado pelo Ato Administrativo do
32
Núcleo Regional de Educação de Irati, após o Parecer Favorável do Setor de Estrutura e
Funcionamento do NRE.
h) Matriz curricular
A Escola estadual Bituva das Campinas, possui a seguinte matriz curricular.
ENSINO FUNDAMENTAL
Turno Manhã
Disciplina/Série Quinta Sexta Sétima Oitava
Base
Nacional
Comum
Ciências 03 03 04 03
Arte 02 02 02 02
Educação Física 03 03 03 03
Ensino Religioso.* 01 01 00 00
Geografia 03 03 03 03
História 03 03 03 04
Língua Portuguesa 04 04 04 04
Matemática 04 04 04 04
Subtotal 23 23 23 23
P.D. L.E.M. – Inglês** 02 02 02 02
Subtotal 02 02 02 02
Total Geral 25 25 25 25
** Idioma definido pelo Estabelecimento de Ensino.
6.8 REGIME ESCOLAR
a) Organização do tempo escolar
A Escola Estadual Bituva das Campinas, localizada na localidade de Bituva
das Campinas, município de Fernandes Pinheiro, funciona no período da manhã. A Escola
oferta apenas o Ensino Fundamental de 5ª à 8ª séries, com 4 turmas, com o início das
aulas às 7:10 horas e término às 11:40 horas. No período noturno também funciona duas
turmas de APDEs descentralizadas da Escola Estadual de Angaí.
b) Sala de Recursos
No momento, a escola ainda não possui Sala de Recursos, sendo que conta
com espaço físico suficiente e adequado para futuras instalações da mesma.
33
Pretendemos para esse ano de 2010, fazer a organização do espaço, alguns alunos já
estão sendo avaliados com psicólogo e neurologista, e assim desta forma solicitar
posteriormente a Sala de Recursos, pois ela é de extrema importância para o
aprimoramento da aprendizagem dos alunos.
c) Forma de matrícula
São seguidas as determinações legais emitidas pela Secretaria Estadual da
Educação e outros órgãos competentes, e passadas conforme orientações do NRE de
Irati.
d) Material Didático
A escola oferece aos educandos os livros do Programa Nacional do Livro
Didático, fornecidos pela União, além do acervo de livros, CDs, DVDs e periódicos
existentes na Biblioteca do estabelecimento de ensino , como também tenta suprir os
materiais didáticos pedagógicos solicitados pelos docentes, de acordo com as
possibilidades da escola.
e) Inclusão Social
Sobre o tema diversidade e inclusão, pensamos que o professor deve ter
como princípio básico em seu trabalho o respeito à diversidade e a preocupação com a
inclusão do aluno. Partimos da premissa de que o professor não deve medir esforços para
que todos os alunos e alunas tenham seus corpos, habilidades e competências
respeitadas e consideradas no momento de serem elaboradas as situações de
aprendizagem, e que haja garantias para que todos participem efetivamente das
atividades. Para que essas idéias se dêem efetivamente na prática, além das mudanças
internas necessárias e que cada membro do grupo classe ou escola deve realizar
consigo, sugiro aos professores realizar adaptações e modificações quanto às atividades,
regras, espaço físico e aos materiais, principalmente no que diz respeito aos alunos com
necessidades especiais. Isso implica também em tomar todos os cuidados necessários
para dissipar as possíveis causas da não participação do aluno, tais como: atitude
discriminatória por parte do grupo.
É preocupação desta escola com o atendimento à diversidade social,
indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos, independente de cor, raça, sexo,
religião, necessidades educacionais especiais, moradores do campo, afro-descendentes,
34
imigrantes, indígenas, reconhecendo os direitos sociais de cada um, respeitando sua
cultura. Nesse sentido, buscaremos construir os saberes escolares necessários à
formação do cidadão, buscando continuamente estratégias que ajudem a superar as
dificuldades, eximindo o de qualquer forma de preconceito, discriminação, e garantindo à
todos as condições indispensáveis para que possam manter se na escola e aprender.
6.9 EDUCAÇÃO DO CAMPO
A Educação do Campo é uma política pública que nos últimos anos vem se
concretizando no estado do Paraná, caracterizada como o resgate de uma dívida histórica
do Estado aos sujeitos do Campo, que tiveram negado o direito a uma educação de
qualidade, uma vez que os modelos pedagógicos ora marginalizavam os sujeitos do
campo, ora vinculavam-se ao mundo urbano, ignorando a diversidade sociocultural do
povo brasileiro, especialmente àquela expressa na prática social dos diversos sujeitos do
campo.
Os sujeitos do campo têm direito a uma educação pensada, desde o seu
lugar e com a sua participação, vinculada a sua cultura e as suas necessidades humanas
e sociais, visando uma Educação Pública e gratuita de qualidade, presente e que respeite
e valorize a diversidade humana, contribuindo assim com a construção de uma sociedade
cada vez mais justa e solidária.
O que caracteriza os povos do campo é o jeito peculiar de se relacionarem
com a natureza, o trabalho na terra, a organização das atividades produtivas, mediante
mão-de-obra dos membros da família, cultura e valores que enfatizam as relações
familiares e de vizinhança, que valorizam as festas comunitárias e de celebração da
colheita, o vínculo de uma cultura de trabalho que nem sempre segue o relógio mecânico.
A identidade dos povos do campo comporta categorias sociais como:
Faxinalenses, posseiros, bóias-frias, ribeirinhos, ilhéus, assentados, acampados,
arrendatários, pequenos proprietário, agricultores familiares, camponeses, colonos ou
sitiantes, comunidades negras rurais, quilombolas e também as etnias indígenas entre
outras. A identidade sociocultural é dada pelo conceito de cultura. Cultura como práxis
que pode ser útil à Educação do Campo.
É na práxis que o homem tem condições de superar a sua própria situação
de opressão, mediante a análise de que a divisão do trabalho é característica de uma
determinada formação social e não um fato natural. A práxis passa a ser condição para a
35
ação revolucionária, de modo que os homens podem pensar o sentido de suas atividades,
a sua organização política e ações conjuntas na luta contra a opressão. Na Educação do
Campo devem-se valorizar os seguintes meios de aprendizagens sociais:
a) Socialização: Realizar ações que promovam e que revelam a cultura dos educandos, a
manutenção dessa cultura, sua participação no cotidiano, fazendo reflexões sobre quais
traços são mais importantes para a formação dos sujeitos no campo hoje;
b) Construção de uma visão de mundo: serão trabalhados conteúdos dentro da realidade
onde vivem como, por exemplo, pensar sobre o que fazem o que pensam, como se
aprende e como se ensina a tomar posição diante das questões de seu tempo, valores
humanistas, e como se respeita uma organização coletiva;
c) Cultivo de identidades: trabalhar com os processos de percepção e de formação de
identidades, ajudar a pessoa a construir a visão de si mesma, e das identidades coletivas,
sociais: identidade de camponês, de trabalhador, de membro de uma comunidade, de
participante de um movimento social.
d) Auto-estima: para elevar e manter a auto estima dos alunos, provenientes do campo,
os educadores devem ter uma postura voltada para o bem-estar de todos, e conduzindo
bem as atividades escolares, de modo que o educando seja capaz de iniciar e realizar as
atividades por conta própria, e à capacidade de auto avaliação sobre o que consegue
fazer com eficácia, a partir dos critérios que lhe são fornecidos pelo educador.
e) A Escola Estadual de Bituva das Campinas fica numa região agrícola, onde quase a
totalidade de nossos alunos são filhos de agricultores, bóias frias, faxinalenses, sendo
que a maioria é pequenos agricultores camponeses e familiares. Diante disso, a educação
do campo faz o diálogo com a teoria pedagógica e a realidade em que os camponeses
vivem. Ela não deve ser desvinculada dos movimentos sociais, pois eles transformam a
cultura camponesa ajudando a conformar um novo modo do ser humano.
a) Avaliação na escola do campo
Processo contínuo e realizado em função dos objetivos propostos para cada
momento pedagógico, seja bimestral ou anual. Pode ser feita de diversas maneiras,
36
trabalhos individuais, atividades em grupos, trabalhos de campo, elaboração de textos,
criação de atividades que possam ser um diagnóstico do processo pedagógico em
desenvolvimento , muito mais que para uma verificação de notas, a avaliação é um
diagnóstico do processo pedagógico, do ponto de vista dos conteúdos trabalhados, dos
objetivos, e da apropriação e produção de conhecimentos. È um diagnóstico que faz
emergir os aspectos que precisam ser modificados na prática pedagógica.
Para a educação, que se quer construir, um procedimento essencial é a
escuta:
Escutar os povos do campo, a sua sabedoria, conhecimentos tradicionais e as suas
críticas e sugestões.
Escutar os educandos e as suas observações, reclamações ou satisfações com
relação à escola e a sua sala de aula.
Escutar as carências expostas pelos professores das escolas do campo, enfim, ouvir
cada um dos sujeitos que fazem o processo educativo: comunidade escolar,
professores e governos, nas esferas municipais, estadual e federal.
Por meio da escuta, será gerado o diálogo e nele serão explicitadas as propostas
políticas e pedagógicas necessárias à escola pública.
Busca-se uma educação que seja crítica, cuja característica central é a
problematização dos conhecimentos. Problematizar implica discutir os conteúdos de
forma a gerar indagações e não de forma enciclopédica e mecânica. Para tanto, na
educação do campo, o tema questão agrária é essencial para compreender os
determinantes que levaram a educação do campo a estar historicamente marginalizada
nas políticas educacionais.
Na prática escolar decorrente dessa concepção, o ato de avaliar permanece
de modo geral centrado na busca de informações qualitativas, a partir das quais são
atribuídos conceitos aos alunos ou tomadas decisões unilaterais sobre suas habilidades,
seus conhecimentos, suas possibilidades de continuar suas aprendizagens.
Ao final de uma etapa ou de uma fase de ensino, durante a qual, se espera
que os alunos tenham concluído suas experiências, são realizadas provas escritas,
geralmente individuais, que buscam cobrir todo conteúdo abordado pelo professor.
A avaliação deve ser democrática. Ela deve compreender dupla função no
processo ensino-aprendizagem: fornecer dados e informações essenciais à tomada de
decisões a respeito das condições de continuidade ou retomada do processo de
aprendizagem, bem como, oferecer elementos para o juízo de valor sobre a
37
aprendizagem construída.
Então, exige-se a definição clara e objetiva dos critérios de avaliação, os
quais serão utilizados como referência para análise, acompanhamento, julgamento de
qualidade e atribuição de valor à aprendizagem. Ela tem o objetivo de diagnosticar os
avanços e dificuldades encontradas e redirecionar a prática do professor. Ela não deve
ser descontínua, fragmentada e comparativa, e sim parte integrante da aprendizagem.
Cabe a escola diagnosticar os avanços e dificuldades encontradas e redirecionar a prática
do professor. Ela não deve ser descontínua, fragmentada e comparativa, e sim parte
integrante da aprendizagem. Cabe ao professor valorizar todo o trabalho criativo e de
produção do aluno, seus avanços, sua participação ativa. É preciso avaliar o aluno como
um todo.
6.10 HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA
De acordo com a Lei Nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, os conteúdos
referentes à História e a Cultura Afro Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o
currículo escolar, em todas as disciplinas, em especial nas áreas de Artes, Língua
Portuguesa, Geografia e História. O calendário Escolar incluirá o dia 20 de novembro
como ―Dia Nacional da Consciência Negra‖.
Serão considerados e trabalhados aspectos importantes como, justiça e
iguais direitos sociais, civis, culturais e econômicos, bem como valorização da diversidade
entre as pessoas. É importante também a valorização e o respeito às pessoas negras e a
divulgação dos processos históricos de resistência negra desencadeados pelos africanos
escravizados no Brasil e por seus descendentes. A escola trabalhará tentando desfazer a
mentalidade racista e discriminadora reestruturando relações étnicos raciais e sociais,
despertando ente todos a consciência negra.
6.11 ENFRENTAMENTO à VIOLÊNCIA NA ESCOLA
Em nossas escolas, existem múltiplas determinações, culturas diferenciadas,
as influências do ambiente e as diversas interferências no processo educacional nelas
próprias e no seu entorno, criando oportunidades e experiências realizadas.
A comunidade escolar deve pautar suas discussões sobre a violência com
base em percepções mais globais dos mecanismos e dos sujeitos sociais nela envolvidos.
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Precisamos compreender e refletir sobre a violência praticada por alunos na escola ou
partir da escola. Sabemos que a violência é um processo complexo e desafiador, que
requer muitos cuidados por parte dos professores, equipe pedagógica, enfim de toda
comunidade escolar, pois ela é um problema atual, não só escolar, mas de toda
sociedade.
A função da escola além de ensinar também é educar, e não podemos estar
alheios a essa função de educadores, por isso precisamos estabelecer conexões teóricas,
entre saberes e práticas, entre grupos de alunos e qual é o papel e o lugar de cada um.
Precisamos elaborar um ensino onde possa determinar prioridades, pontos de partida e
de chegada. Sabemos que a violência não diz respeito somente à escola, ela está em
toda parte e em diferentes grupos sociais e diferentes classes sociais, ela não é mais
oriunda de pessoas e alunos das classes mais pobres e com menos educação escolar,
hoje ela já é um problema mundial que afeta toda a comunidade, principalmente a escolar,
pois professores sofrem com muitos alunos, assim como certos alunos acabam desistindo
de estudar por agressões sofridas por outros alunos , tanto verbais quanto físicas.
Nossa esperança é encontrarmos solução em nossas escolas, onde
devemos orientar e trabalhar esses problemas, pois não queremos que as escolas se
tornem um grande problema em relação à violência.
6.12 PREVENÇÂO AO USO INDEVIDO DE DROGAS
A escola enquanto espaço de socialização do conhecimento cultural e
científico, não pode se omitir a discussão em relação às drogas nos espaços escolares,
uma vez que o foco dos estudos escolares também é prevenção. Prevenção também
pode ser entendida como um processo complexo e desafiador que requer uma
abordagem desprovida de preconceitos e discriminações.
O grupo de pessoas que precisa maior atenção em relação ao uso de
entorpecentes são os adolescentes, pois os mesmos estão passando por transformações
físicas e emocionais, ficando com seu estado de compreensão do certo e errado muitas
vezes confusos, levando-os a estar em contato a situações em que possam despertar o
interesse e curiosidade em relação ao novo e diferente, é onde em muitos casos isso
acaba levando-os ao uso e muitas vezes tornando-se um viciado e até mesmo levando-os
à morte.
Em relação a mais esse desafio contemporâneo em que passa nossas
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escolas, salientamos que estaremos desenvolvendo em nossa escola no decorrer deste
ano letivo, palestras e orientações em relação a esses conhecimentos e também
passaremos alguns filmes aos alunos, onde os mesmos possam ter orientação e
oportunidade de e que tenham a oportunidade do conhecimento e de reflexões sobre o
assunto, para que não possam um dia culpar a escola pela falta de orientação nesse
período em que passam grande parte de suas vidas, que é a Instituição de ensino em que
os mesmos estão inseridos.
6.13- PEP- PRONTIDÃO ESCOLAR PREVENTIVA
O PEP, é um Programa do Governo do Estado que será desenvolvido em
nossa escola e será trabalhado em todas as disciplinas. Mostraremos uma breve
exposição sobre o assunto.
Programa de brigada de incêndio, tem como objetivo estabelecer as condições mínimas
para a elaboração de um programa de brigada de incêndio, visando proteger a vida e o
patrimônio, bem como reduzir as consequências sociais do sinistro e dos danos ao meio
ambiente.
Esta Norma é aplicável em edificações físicas comerciais e de serviço, bem
como as destinadas à habitação (residenciais ou mistas).
Para a elaboração do programa de brigada de incêndio devem ser atendidos
vários requisitos. No caso da ocorrência de uma situação real ou simulado de
emergência, devendo ser organizada de maneira que possam ser tomadas as devidas
providências em caso de uma situação real, além de que deve ser organizada uma equipe
que gerenciará todas as tomadas de decisões e organizações necessárias. Os brigadistas
são membros que executam as ações e precisam eleger um líder para coordenar a
brigada, executando as ações de emergência em sua área de atuação. Em caso de
ocorrências reais o Corpo de Bombeiros deverá ser acionado, os professores em suas
respectivas disciplinas deverão ter conhecimentos básicos sobre primeiros socorros, caso
haja necessidade.
A ) Primeiros Socorros
Prestar primeiros socorros às possíveis vítimas, mantendo ou
restabelecendo suas funções vitais com SBV (suporte básico da vida) e RCP (reanimação
cardiopulmonar) até que se obtenha o socorro especializado.
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Cortar, quando possível ou necessário, a energia elétrica dos equipamentos,
da área ou geral, também é uma maneira de prevenção em alguns casos.
b) Exercícios Simulados
Devem ser realizados exercícios simulados parciais e completo no
estabelecimento ou local necessário conforme comunicação preestabelecida, removendo
para local seguro. Proceder ao abandono da área parcial ou total, fazendo posterior
esvaziamento da área.
Todas essas medidas de prevenção deverão ser previamente treinadas para
casos de emergências reais, onde os alunos poderão saber o que fazer em caso de
necessidade.
7) MARCO OPERACIONAL:
7.1) ESTRUTURA PEDAGÓGICO-ADMINISTRATIVA:
A Escola Estadual Bituva das Campinas, é jurisdicionada pelo Núcleo
Regional de Educação de Irati e sua estrutura organizacional tem a seguinte composição:
a) Equipe Pedagógica
A Equipe Pedagógica é o órgão responsável pela coordenação, implantação
e implementação, no Estabelecimento de Ensino, das diretrizes pedagógicas emanadas
da Secretaria de Estado da Educação, através do Núcleo Regional de Educação.
Atualmente está composta por: Corpo Docente, Professor Pedagogo e
Direção.
b) O Papel do Pedagogo
O papel do pedagogo durante muito tempo esteve voltado e preso a idéias
funcionalistas e burocráticas, entre suas funções, ele era visto como um supervisor e um
orientador escolar, o qual descaracterizou sua real função. Entretanto o contexto político
pedagógico e histórico da escola pública quando se pretende ser democrática,, percebe o
Professor Pedagogo, como um organizador do trabalho escolar, submetendo cada sujeito
histórico em sua realidade. Nesse sentido, a relação pedagógica em torno de um objetivo
que deve ser comum, contribui com a promoção da aprendizagem e a constante melhoria
da qualidade da educação.
Para Saviani, 2002, cabe ao pedagogo o domínio das formas que possam
garantir às camadas populares o ingresso na cultura letrada, vale dizer, a apropriação dos
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conhecimentos sistematizados. Provendo a de uma organização tal que cada criança,
cada educando, aquele das camadas trabalhadoras, não veja frustrada a sua aspiração
de assimilar os conhecimentos metódicos, incorporando os como instrumentos
irreversíveis a partir do qual seria possível conferir uma nova qualidade às lutas no seio
da sociedade.
b) Atribuições do Professor Pedagogo:
Ao Professor Pedagogo cabe as seguintes atribuições:
Auxiliar os professores na solução de problemas relacionados ao aproveitamento
escolar dos educandos.
Acompanhar e verificar junto aos professores a conferência das aulas dadas, com o
objetivo dos mesmos cumprirem carga horária prevista em calendário.
Receber livros registros de professores, analisando e conferindo se estão
corretamente preenchidos e assinados.
Elaboração, implementação e acompanhamento do Projeto Político Pedagógico da
escola em parceria com todos os funcionários.
Coordenação, implantação e implementação no estabelecimento de ensino das DCEs
estabelecidas no PPP e no Regimento Escolar, em consonância com a Política
Educacional e orientações emanadas da Secretaria de Estado da Educação.
Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do PPP e do plano de
Ação do Estabelecimento de Ensino.
Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudos para reflexão e
aprofundamento de temas relativos aos trabalhos docentes, visando a elaboração de
propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos.
Participar da elaboração de projetos de formação continuada.
Organizar os pré-conselhos e Conselhos de Classe.
Subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo.
Orientar e acompanhar a distribuição, conservação e utilização dos livros e demais
materiais pedagógicos, assim como, a aquisição, seleção e empréstimos de livro
referente á Biblioteca.
Participar da organização pedagógica da Biblioteca do estabelecimento de Ensino.
Promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas
de discriminação, preconceito e exclusão social.
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Organizar registros de acompanhamento da vida escolar do aluno e da prática
pedagógica dos profissionais do estabelecimento de ensino.
Acompanhar os aspectos de socialização e aprendizagem dos alunos, realizando
contato com a família.
Acompanhar a frequência escolar.
Zelar pelo sigilo de informações dos acontecimentos da vida escolar dos alunos e
professores (ética profissional).
Elaborar seu Plano de Ação, e outros através das orientações das jornadas
pedagógicas realizadas pelo NRE.
Garantir a promoção da aprendizagem e constante melhoria da qualidade da
educação.
Acompanhamento dos alunos em suas dificuldades, e também de alunos com
necessidades educacionais especiais.
Contribuir com encaminhamentos metodológicos de leitura em torno de uma prática
comum e articulada, orientando docentes e alunos em torno do ato de ensinar e
aprender.
Propiciar espaços de convivência entre docentes, estabelecendo caminhos de
pesquisa, estudos e integração por uma educação democrática.
Assessorar os professores nos procedimentos de avaliação da aprendizagem.
Acompanhar ou orientar o planejamento das aulas dos professores, tendo em vista o
Projeto Político Pedagógico da Escola.
c) Direção
À Equipe de Direção cabe a gestão dos serviços escolares, no sentido de
garantir o alcance dos objetivos educacionais do Estabelecimento de Ensino, definidos no
Projeto Político Pedagógico.
É composta pelo Diretor, sendo a atual diretora da Escola de Bituva das
Campinas a professora Josane Aparecida Alves Pires, resolução 915/10 DOE,
22/03/2010, Diretora indicada pelo NRE, neste ano de 2010.
a) De acordo com o estabelecimento de ensino, compete ao Diretor:
Cumprir todas as metas traçadas no Plano de Ação;
Convocar e presidir reuniões, atendendo a todas as reivindicações, se possível;
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Elaborar os planos de aplicação financeira, a respectiva prestação de contas e
submeter à apreciação e aprovação do Conselho Escolar;
Gerir os recursos financeiros com transparência e honestidade;
Instituir grupos de trabalho ou comissões encarregados de estudar e propor
alternativas de solução, para atender aos problemas de natureza pedagógica,
administrativa e situações emergenciais;
Propor, após aprovação do Conselho Escolar, a implantação de experiências
pedagógicas, projetos ou inovações de gestão administrativa;
Coordenar a implementação das diretrizes emanadas no Projeto Político
Pedagógico;
Fazer cumprir o Calendário Escolar de acordo com a Lei;
Aplicar normas, procedimentos e medidas administrativas baixadas pela
Secretaria de Estado da Educação;
Analisar e aprovar o regulamento da Biblioteca Escolar, e encaminhar ao
Conselho Escolar para aprovação;
Cumprir e fazer cumprir a legislação em vigor, comunicando ao Conselho
Escolar e aos órgãos da administração: reuniões, encontros, grupos de estudo
e outros eventos;
Exercer as demais atribuições decorrentes do Regimento Escolar e no que
concerne à especificidade de sua função;
Identificar interesses, necessidades e recursos da clientela escolar;
Manter o entrosamento entre alunos, pais, professores e funcionários do
estabelecimento, procurando estabelecer o respeito mútuo, assim como bom
ambiente de trabalho.
Fazer cumprir o Regimento Escolar;
Estimular a formação continuada de todos os profissionais da escola;
Elaborar com todos os componentes da escola o Projeto Político Pedagógico;
Orientar o funcionamento da Biblioteca Escolar, garantindo o uso de seu
espaço pedagógico;
Acompanhar o processo de ensino, no sentido de analisar os resultados de
aprendizagem com vistas a sua melhoria;
d)-Corpo Docente:
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Os Docentes incumbir-se-ão de:
Participar da elaboração da Proposta Pedagógica do
Estabelecimento de Ensino contribuindo no seu desenvolvimento;
Elaborar e cumprir plano de trabalho segundo a Proposta Pedagógica do
Estabelecimento de Ensino zelando pelo seu cumprimento, tendo como
norteadores os princípios contidos nas Diretrizes Curriculares Nacionais;
Zelar pela aprendizagem dos alunos;
Realizar avaliação da aprendizagem, de modo a acompanhar o processo de
construção do conhecimento dos alunos, fazendo intervenções pedagógicas
para que possam superar as defasagens de aprendizagem no processo,
estabelecendo estratégias de recuperação a todos os alunos;
Ministrar os dias letivos estabelecidos, além de participar integralmente dos
períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento
profissional assumindo compromisso com a sua formação continuada
participando nos programas de capacitação ofertados pela mantenedora e/ou
por outras instituições, mantendo atitude permanente de estudo e pesquisa;
Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a
comunidade;
Participar de reuniões, encontros, e outros eventos sempre que for convocado;
Manter sempre atualizados os Livros de Registro, com as devidas informações;
Ser assíduo, pontual, e manter conduta adequada à sua condição.
e) Equipe Administrativa:
A Equipe Administrativa é o setor que serve de suporte ao funcionamento de
todos os setores do estabelecimento de ensino, proporcionando condições para que os
mesmos cumpram suas reais funções.
É composta por Secretario - Agente Educacional II e Agente Educacional I.
a)Secretário:
O Secretário é o que tem a seu encargo todo o serviço de escrituração
escolar e correspondência do estabelecimento.
Os serviços da secretária são coordenados e supervisionados pela direção,
45
ficando a ela subordinados.
O atual Secretário da Escola é Antonio Michel Kuller Meira, nomeado pela
Portaria n.º0340-DOE, de 27 de abril de 2010. Tem formação em Licenciatura Plena em
Geografia, cursando Especialização em Educação do Campo.
Compete ao Secretário:
1. Cumprir e fazer cumprir as determinações dos seus superiores hierárquicos;
2. Distribuir as tarefas decorrentes dos encargos da secretaria aos seus auxiliares;
3. Redigir a correspondência que lhe for confiada;
4. Organizar e manter em dia a coletânea de leis, regulamentos, diretrizes, ordens de
serviço, circulares, resoluções e demais documentos;
5. Rever todo o expediente a ser submetido a despacho do Diretor;
6. Elaborar relatórios e processos a serem encaminhados a autoridades competentes;
7. Apresentar ao Diretor, em tempo hábil, todos os documentos que devam ser
assinados;
8. Organizar e manter em dia o protocolo, o arquivo escolar e o registro de
assentamentos dos alunos, de forma a permitir, em qualquer época, a verificação:
a) Da identidade e da regularidade da vida escolar do aluno;
b) Da autenticidade dos documentos escolares;
9. Coordenar e supervisionar as atividades administrativas referentes à matrícula,
transferência, adaptação e conclusão do curso;
10. Zelar pelo uso adequado e conservação dos bens materiais distribuídos pela
secretaria;
11. Comunicar à Direção toda irregularidade que venha ocorrer na secretaria;
12. Estar atento na rotina da documentação escolar no geral.
b) Auxiliar Administrativo
- Não temos auxiliar administrativo quem desempenha essa função e o Secretário
Antonio Michel Kuller Meira, e suas atribuições são as seguintes:
- Realizar atividades administrativas e de secretaria da instituição escolar onde
trabalha;
- Auxiliar na administração do estabelecimento de ensino, atuando como educador
e gestor dos espaços e ambientes de comunicação e tecnologia;
- Manter em dia a escrituração escolar, boletins estatísticos;
- Redigir e digitar documentos em geral, juntamente com a direção da escola;
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- Redigir e assinar atas;
- Receber e expedir correspondências em geral;
Emitir e assinar juntamente com o Diretor da escola, histórico e transferências
escolares;
Classificar, protocolar e arquivar documentos;
Prestar atendimento ao público, de forma pronta e cordial;
Atender ao telefone, prestar esclarecimentos ao público em relação aos
procedimentos e atividades desenvolvidas na unidade escolar;
Lavrar termos de abertura e encerramento de livros e escrituração;
Manter atualizados dados funcionais de profissionais docentes e não docentes do
estabelecimento de ensino;
Comunicar à direção fatos relevantes do dia-a-dia da escola;
Manter organizado e em lugar acessível o conjunto de legislação atinente ao
estabelecimento de ensino;
Organizar trabalho de mecanografia e de reprografia;
- Acompanhar os alunos, quando solicitado, em atividades extraclasse ou
extracurriculares;
Participar de reuniões escolares sempre que necessário;
Participar de eventos de capacitação sempre que solicitado;
Manter organizado o material de expediente;
Catalogar e registrar livros, fitas, fotos, textos, etc;
Restaurar e conservar livros e outros materiais de leitura;
Atender aos alunos e professores, administrando o acervo e a manutenção
de bancos de dados;
Zelar pelo controle e manutenção dos documentos e equipamentos da
Biblioteca;
Conservar conforme, orientações do fabricante, materiais existentes no
laboratório de informática;
Reproduzir material didático, através de cópias , vídeos, sons, etc
Zelar pela manutenção e bom uso de todos os equipamentos e materiais
didáticos e pedagógico da escola.
c) Agente Educacional I
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Os Agentes Educacionais I, têm em suas atribuições e a seu encargo o
serviço de manutenção de infraestrutura escolar e preservação do meio ambiente, a
segurança do estabelecimento onde atua, cuidar do cardápio da merenda escolar do
Estabelecimento de Ensino, sendo coordenado e supervisionado pela Direção, ficando a
ela subordinado.
Compõem os Agentes Educacionais I: Serventes e Merendeiras, previstos
em ato específico na Secretaria de Estado da Educação.
São competências dos Agentes Educacionais I :
1. Efetuar a limpeza e manter em ordem as instalações escolares, providenciando
o material e produtos necessários;
2. Efetuar tarefas correlatas à sua função.
3. Participar de reuniões, cursos e outros eventos quando solicitado.
Compete à Merendeira:
1. Preparar e servir a merenda escolar controlando a quantitativamente e
qualitativamente;
2. Informar ao Diretor do estabelecimento de ensino de necessidade de reposição
de estoque;
3. Conservar o local de preparação da merenda escolar em boas condições de
trabalho, procedendo à limpeza e arrumação;
4. Efetuar tarefas correlatas à sua função;
5. Participar de reuniões, cursos e outros eventos quando solicitado.
7.2 - Instâncias Colegiadas:
a) APMF - Associação de Pais e Mestres e Funcionários
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários é regida por estatuto próprio
aprovado pelo Conselho Escolar, registrada em Cartório de Registro de Títulos e
Documentos, no Núcleo Regional de Educação e órgão competente da Secretaria de
Estado da Educação.
A Associação de Pais, Mestres e Funcionários esta vinculada à Direção do
Estabelecimento.
Recebe diretamente do FNDE verbas do PDDE, Programa Dinheiro Direto
na Escola, destinadas à aquisição de material de expediente e equipamentos necessários
ao bom andamento da Escola. Após a utilização das verbas, a APMF deve apresentar ao
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FNDE a prestação de contas dos gastos. Além da função de adquirir e gerir algumas
verbas destinadas a mesma, também tem o importante papel de acompanhar o processo
de ensino aprendizagem.
b) A APMF está assim composta:
Presidente: Rosicler Aparecida Strochinski Pinto
Vice-Presidente: Ivalmor Pedro Caragnato
1º Secretário: Antonio Michel Kuller Meira
2º Secretário: Ediliane Pacondes de Andrade
1º Tesoureiro: Izaete Aparecida Mattozo
2º Tesoureiro: Roseli Denkuvicz Perek
Diretor sociocultural Esportivo; Sebastião Stanislau dos Santos
Conselho Deliberativo Fiscal. Representante dos Professores;
Anderson José Baital e Paola Juliana Lascoski
Representantes dos Funcionários; Sidnéia Aparecida de Lima e Maria Izabel dos
Santos Viegandt
Representante dos Pais; José Adilson Pabis, Miguel Duda, Marilene Cavalheiro e
Adenir Chaves Cordeiro.
Assessoria Técnica; Josane Aparecida Alves Pires
b) Conselho Escolar:
Um conselho constitui uma assembléia de pessoas, de natureza pública,
para aconselhar, dar parecer, deliberar sobre questões de interesse público, em sentido
amplo ou restrito.
Os conselhos de educação inserem se na estrutura dos sistemas de ensino
como mecanismos de gestão colegiada para tornar presente a expressão da vontade da
sociedade na formulação das políticas e das normas educacionais e nas decisões dos
dirigentes. O Conselho Escolar constitui a própria expressão da escola, como seu
instrumento de tomada de decisão.
O Conselho existe para dizer aos dirigentes o que a comunidade quer da
escola e, no âmbito de sua competência, o que deve ser feito. O conselho é a voz e o
voto dos diferentes representantes da comunidade escolar, internos e externos, desde os
diferentes pontos de vista, deliberando sobre a construção e a gestão de seu Projeto
Político Pedagógico, assim como planejamento de ações e recursos em beneficio da
escola.
49
Em resumo, estabelece a divisão de competências em quatro principais
funções:
a) Deliberativa: decidir, deliberar, aprovar, elaborar.
b) Consultiva: opinar, emitir parecer, discutir, participar.
c) Fiscal: fiscalizar, acompanhar, supervisionar, aprovar prestação de
contas.
d) Mobilizadora: apoiar, avaliar, promover, estimular.
A principal função do Conselho Escolar é político pedagógico, ou seja,
comprometida com todo o processo educacional tendo como foco a aprendizagem, qual
seja: no planejamento, na implementação e na avaliação das ações da escola.
As principais atribuições do Conselho Escolar são:
1. Elaborar Regimento Interno do Conselho Escolar;
2. Coordenar discussões, elaboração ou alterações no Regimento;
3. Convocar assembléias gerais da comunidade;
4. Garantir a participação de todos na elaboração do Projeto político
pedagógico da escola;
5. Aprovar o Projeto Político Pedagógico;
6. Promover relações pedagógicas que respeitem o estudante e valorizem sua
cultura;
7. Propor e coordenar alterações curriculares na escola, respeitando a
legislação vigente;
8. Discutir e votar as alterações metodológicas, didáticas e administrativas na
escola, respeitando a legislação vigente;
9. Acompanhar a evolução dos indicadores educacionais, como, abandono,
aprovação, aprendizagem, entre outros, propondo medidas visando
melhorias na qualidade da educação escolar;
10. Aprovar o plano administrativo anual, sobre a programação e aplicação de
recursos financeiros;
11. Fiscalizar a gestão, administrativa, pedagógica e financeira da unidade
escolar.
O Conselho Escolar deste estabelecimento de Ensino, que prioriza e que
representa a comunidade educativa , possibilita a autonomia da unidade escolar e,
consequentemente, a democratização da educação.
O Conselho Escolar foi eleito de forma democrática em 30 de junho de 2010,
50
e aprovado pela Chefia do Núcleo de Irati, através do Ato Administrativo nº. 180/2010, e
com validade até 30 de junho de 2012, com os seguintes componentes;
Presidente: Josane Aparecida Alves Pires
Representante Administrativo: Antonio Michel Kuller Meira
Representante Equipe Pedagógica: Maria Izabel dos Santos Viegandt
Representante do Corpo Docente: Anderson José Baital
Representante do Corpo Docente: Francieli Galvão Ferreira
Representante do Corpo Docente: Silvana Aparecida dos Santos
Representante do Corpo Docente: Sonia Regiane Santos Stelle
Representante dos Funcionários: Rosane Aparecida Carlos
Representante dos pais: Adenir Chaves Cordeiro
Representante dos pais: Joraci de Andrade
Representante dos pais: Vanuza Pabis
Representante do Corpo Discente: Jociele Paula de Góes
Representante do Grêmio Estudantil: Andréia Eirik de Almeida
Representante do Grêmio Estudantil: Marcos Júnior de Lara
Representante da APMF: Rosicler Aparecida Strochinski Pinto
Representante da Associação de Moradores e Agricultores: Rosilda Pires de Meira
F) Conselho de Classe:
O Conselho de Classe é um órgão colegiado, de natureza consultiva e
deliberativa para assuntos didáticos pedagógicos. Tem por objetivo avaliar o processo
ensino-aprendizagem na relação professor/ aluno e os procedimentos adequados a serem
tomados em relação a cada aluno.
É um espaço de grande valor, se considerarmos que é neste momento que
se processa a avaliação dos encaminhamentos tomados no período escolar. É neste
momento que se dá o julgamento sobre a realidade do aluno – sua busca de identidade,
seu esforço para a participação, seu novo modo de pensar, fazer e agir, e da realidade do
professor – sua relação interpessoal com a turma, a metodologia utilizada e outros
aspectos significativos. Permitirá que se identifiquem as causas do sucesso ou das falhas
atribuídas à sua atuação e na atuação dos alunos.
O que busca no Conselho de Classe é que o grupo possa identificar o
51
porquê da não aprendizagem de determinados conteúdos, das atitudes de apatia,
desinteresse, atos e omissões e outros sintomas demonstrados durante o bimestre. É
neste espaço que os profissionais podem e devem avaliar seu próprio trabalho, a atuação
de sua turma e propor novas ações, atitudes, rotinas e regras para o próximo período.
Toda a discussão e as propostas indicadas devem ser registradas em ata.
O Conselho de Classe, para dar conta de sua função, precisa ser organizado
com tempo suficiente, para isso é que é disposto o pré-conselho, período em que o
professor diagnosticará cada aluno, podendo posteriormente no conselho de classe ter
mais firmeza em suas colocações em relação a determinados alunos e suas reais
dificuldades, e para que os professores tenham condições de sair do Conselho com o
plano praticamente reelaborado. Cada profissional deverá refletir sobre sua postura, em
relação a sua prática pedagógica. Um conselho dentro desta perspectiva, serve de
instrumento de crescimento da consciência crítica de todos que dele participam.
O Conselho de Classe é constituído pelo Diretor, equipe pedagógica e
professores, podendo haver a participação de pais e alunos. É presidido pelo diretor e
deverá ser realizado ordinariamente em cada bimestre, em datas previstas em calendário
escolar.
São atribuições do Conselho de Classe:
1. Emitir parecer sobre assuntos referentes ao processo ensino-aprendizagem;
2. Analisar informações e fazer encaminhamentos sobre processos de
avaliação que afetam o rendimento escolar;
3. Propor medidas para um melhor aproveitamento escolar;
4. Estabelecer planos para recuperação de alunos, respeitando o plano
curricular do estabelecimento;
5. Decidir sobre aprovação ou reprovação do aluno, que porventura, não tenha
atingido a aprendizagem, levando em consideração o seu desenvolvimento.
Assim, no Conselho de Classe, devemos buscar as causas dos problemas e
apresentar soluções para os mesmos, a fim de que tenhamos melhorias no ensino-
aprendizagem.
52
g) Grêmio Estudantil:
O Grêmio deve ser resultado da vontade dos próprios alunos. São eles que
devem reconhecer a sua importância e definir o seu perfil. Dentro de uma escola surgem,
quase que naturalmente, diferentes grupos que se articulam informalmente em torno das
mais variadas razões e motivos. A organização do Grêmio é um deles. Por ser
institucionalizado, pode representar melhor a busca de anseios, desejos e aspirações dos
estudantes.
Em nossa escola o Grêmio estudantil teve sua eleição feita em meados do
segundo bimestre e está assim composto:
_ Presidente: Jaine Pabis
Vice Presidente: Karolaine Princival Pires
Secretário Geral: Sara Crevelim
Vice Secretário: Douglas P. Dos Santos.
Tesoureiro Geral: Marcos Júnior de Lara
Vice Tesoureiro: Aurélio Machado de Jesus
Diretor Social: Andréia Eirik de Almeida
Diretor Cultural: Solange Aparecida Carlos
Diretor Esportivo; Mateus de Lara
Diretor do meio Ambiente: Keila Miranda dos Santos
Diretor de Imprensa: Gustavo Penteado
7.3 - CONDIÇÕES FÍSICAS, MATERIAIS E DIDÁTICAS DA ESCOLA:
a) Condições Físicas:
A escola encontra-se em condições boas de conservação. Passou por uma
reforma no ano de 2003, feita pela Prefeitura Municipal, sendo que o prédio estava cedido
para a Prefeitura, e em 2009, o governo do Estado do Paraná fez uma nova reforma.
Foram feitos pequenos reparos nas paredes, consertos nos banheiros, cozinha, calçadas,
fechaduras, torneiras, trocas de lâmpadas, e dos quadros negros, reparos na rede
elétrica, colocação de grades, colocação de alambrados na frente da escola, além de
pintura em todo o prédio.
A escola possui 2 blocos, sendo que no bloco 1, há 3 salas de aula, 01
laboratório de informática, 01 biblioteca, sala dos professores, secretaria em conjunto com
53
a Direção, cozinha, banheiros, almoxarifado e hall de entrada. No bloco 2, há 2 salas de
aula. Na parte da frente do pátio há um jardim, atrás há um espaço cercado utilizado para
horta escolar. Em 2010 ocorreu à construção da quadra de esportes coberta é utilizada
para Educação Física e atividades extra classes.
b) Condições Materiais:
a) Salas de aula: as salas de aula são amplas, arejadas, e todas possuem cortinas,
atualmente foram colocadas persianas nas janelas da frente da escola. É o local onde
efetivamente acontece a aprendizagem e merece atenção especial por parte dos
profissionais da escola. Permitem a organização do mobiliário de acordo com atividades
diversas como, rodas, trabalhos em grupos, debates, etc.
b) Biblioteca: constitui-se em espaço pedagógico, cujo acervo está à disposição de
toda comunidade escolar. O acervo bibliográfico é fornecido pela Secretaria do Estado da
Educação, convênios, por doação de terceiros e por aquisições da escola. A Biblioteca da
Escola também é beneficiada pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, o
FNDE, o qual repassa livros, revistas e informativos para o acervo. Possui muitos livros de
literatura infantil, romances, enciclopédias para pesquisa, coleções, Atlas, e outros.
A Biblioteca está a cargo da pedagoga da escola, pois não há profissional
responsável para atuar como bibliotecário. No ano de 2009 foi relevante o número de
alunos que fizeram empréstimos de livros diversos para aperfeiçoamento de sua leitura. E
nesse ano de 2010 a procura por empréstimos continua gradativamente.
c) Sala dos professores: é uma sala média com uma mesa na quais os professores
reúnem-se para lanchar, conversar, fazer reuniões, horas atividades, trabalhos, preparar
aulas, etc. É um ambiente tranqüilo, onde não há acesso de alunos. Possui um armário
para guardar materiais didáticos pedagógicos para facilitar o acesso dos professores. Há
também armário coletivo utilizado por todos os professores.
d) Secretaria: na secretaria há 4 computadores, mesas, escrivaninha, arquivos,
armários com materiais de expediente e escolar. Dividem o espaço a Diretora, Pedagoga
e o Secretário.
e) Quadra de esportes: Nesse ano de 2010 foi construída uma quadra esportiva pelo
governo do Estado, onde melhorou muito a questão esportiva em nossa comunidade
escolar. Ela é utilizada para diversas atividades recreativas, e para as aulas de Educação
Física. É um espaço bem amplo e cercado. Atrás da quadra há um espaço que está
54
sendo organizado para ser um campo de futebol suíço e na frente há um grande espaço
para ser arborizado para área de lazer.
f) Banheiros: Este ano passou por reformas, embora o número deles ainda é escasso.
Apenas o que causa transtorno é que não há banheiros para professores e funcionários,
tendo os mesmos que utilizar o banheiro dos alunos.
g) Pátio escolar: O pátio é bonito, seguro e com bastante espaço livre para os alunos
brincarem. Também é utilizado para atividades recreativas e pedagógicas.
h) Horta: A escola possui uma área destinada para horta. Esse espaço é muito
grande, pretendemos futuramente transformar parte dela em campo de atletismo.
7.4 RECURSOS DIDÁTICO-PEDAGÓGICOS:
a) Materiais para uso do professor e dos educandos: a escola possui muitos materiais
didáticos à disposição dos professores e dos educandos como: videocassete, televisores,
antena parabólica, computador, DVDs, impressora, retroprojetor, mimeógrafo à álcool e a
tinta, rádios, planetário, torso humano, microscópio, esqueleto, pirógrafos, dicionários,
papel sulfite, papéis diversos, estêncil, livros de literatura, Atlas, mapas, cartazes, mural,
sólidos geométricos, jogos de frações, material dourado, tangrans, réguas, esquadros,
compassos, mesa de ping-pong, material esportivo, como, bolas, jogos de xadrez,
dominó, dama, fantoches, entre outros.
b) Materiais doados e de uso dos educandos na escola: como nossos educandos são
muito carentes não deixamos faltar materiais básicos como: lápis, borracha, caderno,
apontador, caneta. Também utilizam na escola vários materiais como: cola, régua, lápis de
cor, giz de cera, tinta guache, papéis de todos os tipos, isopor, EVA, canetinha, pincel
atômico, etc.
7.4 .1 MERENDA ESCOLAR
A merenda escolar é mantida pelo Governo do Estado, sendo
diversificada e de excelente qualidade. Todos os alunos têm acesso e percebe-se que os
mesmos apreciam muito. Este ano até sendo servido a chá da manhã, porque os
educandos saem muito cedo de casa, não tomando o café da manhã que é a principal
refeição dia. Durante este ano também pudemos diversificar a merenda, devido ao
dinheiro enviado através do projeto Escola Cidadã do governo do Estado, e também com
55
hortaliças fornecidas pela prefeitura municipal, produzidas pelos pais de alunos que
trabalham em parceria com a prefeitura, sendo seus produtos orgânicos, também temos a
complementação da merenda pela APMF.
7.4.2 Material de limpeza
Nesse item a escola também possui disponibilidade de material. Tudo o que é necessário
para limpeza e conservação do prédio é adquirido. Há uma boa organização e bom
aproveitamento de materiais, não havendo desperdício. O controle de gastos é feito pela
diretora.
Tudo que a escola necessita como materiais básicos, busca adquirir
com os recursos vindos da FUNDEPAR, através do Fundo Rotativo e recursos da APMF.
Graças a essa ajuda financeira não deixamos faltar materiais na escola. Este ano foi
adquirido através da APMF 1 (uma) enceradeira elétrica, facilitando o trabalho dos
agentes educacionais e mantendo os espaços principalmente das salas de aula mais
limpos e agradável.
7.5 CARACTERIZAÇÃO DA PROPOSTA DE GESTÃO/TRABALHO PEDAGÓGICO:
a) Linhas gerais do plano de ação da escola:
1. Priorizar a aprendizagem com ações voltadas ao trabalho pedagógico no sentido
de evitar a evasão e repetência, dando ênfase aos educandos com dificuldades de
aprendizagem, procurando ao máximo ajudá-los a superarem a defasagem de
qualquer qualquer conteúdo;
2. Propostas alternativas e sugestões em projetos para que haja entrosamento e um
bom desempenho de todos;
3. Eleger no início do ano letivo, alunos representantes do Grêmio Estudantil,
priorizando a democracia, dando ênfase a direitos e deveres, e fazendo com que
todos tenham conhecimento das normas e leis da escola;
4. Fazer do Conselho de Classe um momento mais agradável, mas com seriedade,
no qual todos possam refletir, opinar, conversar, decidir, refazer planos de trabalho;
5. Montar uma Associação de Apoio à Escola que servirá para planejar as prioridades,
definir pequenas obras e reparos, atividades extra curriculares, entre outras;
6. Elaborar uma Agenda Anual, para programar reuniões, encontros, dias de estudo e
aprofundamento, palestras educativas, depoimentos, projetos, trocas de
56
experiências, campanhas de prevenção de saúde, datas comemorativas e
religiosas, participação em eventos, visitas, passeios, jogos, gincanas, olimpíadas,
etc.
7. Fazer uma urna de Sugestões onde todos possam dar sua opinião, mandar
recados, mensagens, fazer reclamações, críticas, enviar textos, etc. para uma
maior integração entre todos;
8. Realizar oficinas, com temas a serem escolhidos na Agenda Anual, para uma maior
motivação e participação dos pais;
9. Fazer a ―Mostra de Artes‖, para professores, alunos, funcionários, pais e pessoas
da comunidade possam mostrar seus talentos e expor seus trabalhos;
10. Analisar, avaliar e reformular coletivamente o Projeto Político Pedagógico
anualmente e cada vez que isso se fizer necessário, redefinindo diretrizes gerais,
revendo avanços e/ou retrocessos procurando intervir para o crescimento da
escola;
11. Fazer reuniões pedagógicas envolvendo os professores e equipe pedagógica para
que juntos possamos superar dificuldades encontradas;
12. Desenvolver atividades diversificadas, durante a hora atividade dos professores,
fazendo com que tenham um melhor aproveitamento desse momento;
13. Desenvolver projetos interdisciplinares, bem como manter os já existentes como:
―Cultivando e Aprendendo‖, Educação Ambiental, Livro Didático para Todos, Projeto
Leitura, Poesia, Dia das Crianças, Cinema, Jogos Escolares, Semana da Pátria,
Semana da Árvore, Mostra de Artes, Festas Juninas, Dia do Professor, contribuindo
para o processo de ensino aprendizagem;
14. Trabalhar com indicadores, fazendo enquetes periódicas para que possamos
analisar o desempenho de todos, no sentido da melhoria na qualidade de ensino
em nossa escola a cada bimestre;
15. Fornecer o boletim escolar, para que alunos e pais estejam cientes da evolução
durante o ano letivo.
16. Cumprir o Calendário Escolar, o Regimento Escolar, o Projeto Político Pedagógico,
Propostas Pedagógicas, Estatuto da Criança e do Adolescente, Estatuto da APMF,
Estatuto do Conselho Escolar, a LDB, sempre atendendo às leis, normas e regras
que nos competem bem como as já estabelecidas;
17. Dar oportunidades de formação continuada a todos os profissionais da escola
participando de eventos que contribuam para isso;
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18. Grupos de Estudos, em horários que não causem prejuízos aos alunos,
estimulando todos os profissionais para que tenham um maior comprometimento
com a escola e crescimento pessoal;
19. Realizar momentos de descontração, para um maior entrosamento entre a
comunidade escolar, como: amigo secreto, jantares comemorativos,
aniversariantes do mês, excursões, etc.
20. Implantar regulamento na Biblioteca e melhorar o seu ambiente;
21. Cuidar dos equipamentos, materiais didáticos pedagógicos, mantendo a sua
conservação e evitando o seu desperdício;
22. Implantar a Olimpíada Cultural Anual, onde todos participem sem meritrocracia, fim
de ampliar e aprofundar conhecimentos;
23. Realizar Feira de Ciências anualmente;
24. Fazer exposições, concursos de poesias, desenhos, redações, etc;
25. Participar do Concurso de Poesia Haicai;
26. Fazer a Semana Cultural com apresentações artísticas, teatros, etc.;
27. Realizar a Festa da Criança com Gincana, atividades recreativas, almoço e bolo;
28. Participar de eventos importantes como FERA COM CIÊNCIA, etc.;
29. Realizar a Semana da Paz, envolvendo a todos com atividades como músicas,
cartazes, poesias, murais, palestras, etc.;
30. Elaborar a Agenda 21, com base no desenvolvimento sustentável, com o objetivo
de melhorias da qualidade de ensino. Desfile Municipal e outros.
31. Implantar programas de prevenção como: combate ao piolho, hábitos de higiene,
drogas, alcoolismo, violência familiar, etc., fazendo palestras e outras atividades.
32. Em colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde e demais órgãos
competentes desenvolver palestras sobre prevenção às Drogas, lícitas e ilícitas,
DST‘s, gravidez na adolescência, verminoses, entre outros.
33. Desenvolver ações sobre Educação Ambiental e planejar as já existentes como:
revitalização da mata ciliar às margens do Rio Imbituvão, rio que corta nosso
município; desenvolver atividades como concursos de desenhos, frases e poesias
sobre o tema, teatros e palestras na Semana da Água, atividades diversificadas no Dia
do Rio, visitas à estação de tratamento de água, SANEPAR, IBAMA, etc. Nesses
eventos há a participação da comunidade, de todos os alunos, docentes e o
envolvimento de todas as disciplinas.
58
b)O Fera
O Festival de Arte da Rede Estudantil é um grande encontro dos alunos e
professores da Rede Estadual de Ensino, com atividades pedagógicas, artísticas e
culturais diversas, para enriquecer a formação dos participantes, melhorar o uso do
espaço escolar e fortalecer a interação com a comunidade escolar.
O Fera é teatro, música, dança, desenho, escultura, cinema. É a integração
das muitas disciplinas, é a integração da escola com a comunidade, os artistas, os
professores e os alunos da cidade com os alunos do campo, do Ensino Especial com o
Ensino Regular, dos mais jovens com os mais velhos.
No Fera, os nossos alunos encontram o seu espaço de expressão com toda,
a sua riqueza, seu talento, suas adversidades, e com toda a sua arte.
O FERA busca desenvolver a interdisciplinaridade, trabalhar o conhecimento
e a reflexão sobre a arte, cultura e educação. E, ainda, promover o intercâmbio inter-
regional para enriquecer o tempo e o espaço escolares, com o intuito de valorizar a
importância e a influência da arte, e ainda oferece oficinas e atividades culturais para
despertar e aprimorar o conhecimento artístico de professores e alunos.
Pretendemos levar nossos alunos a participarem de outros eventos e
atividades culturais e artísticos promovidas pelo nosso município, como oficinas de teatro.
c) Grupos de estudo:
As horas de estudo serão realizadas de acordo com um cronograma interno da escola,
onde não interfira no horário de aula do professor, sem prejuízo do atendimento do aluno,
onde cada um possa aprimorar seus conhecimentos, trocar experiências com os colegas,
adquirir novos conhecimentos, observar e analisar suas dificuldades e tentar saná-las. A
composição do grupo e a periodicidade das reuniões dependerão do trabalho que se quer
realizar. Muitas atividades serão realizadas durante a hora atividade do professor como,
por exemplo, textos, leituras diversas, conversas individuais e coletivas, trocas de
experiências, críticas, sugestões, entre outros. A escola conscientiza constantemente, a
todos os profissionais, sobre a importância de Grupos de Estudos e demais cursos
propostos e oferecidos pelo Núcleo Regional de Educação e Secretaria de Estado da
Educação e também incentiva a participação na criação e implementação de projetos que
contribuem com o ensinar e aprender, mantendo os que já estão em funcionamento.
59
d) Formação continuada:
É urgente que as escolas avaliem o seu papel e função diante do quadro de
mudanças sociais. Em decorrência disso é preciso se buscar uma didática que esteja
embasada na democratização do saber em sua totalidade. Por isso, cada um dos
profissionais da escola tem um papel fundamental. Tamanha responsabilidade exige
preparo e habilitação. Por isso, devem estar em constante atualização, participando de
cursos e eventos que venham a contribuir para a sua efetivação.
Muito recentemente, surgiram recursos modernos que emergiram da mídia
eletrônica permitindo o ensino à distância. Essa é uma questão para grande discussão,
que não deixa de ser uma saída para quem não tem outras oportunidades de se
especializar.
No entanto, sabemos das dificuldades de todos em financiar um novo curso. Então,
apoiamos e incentivamos a todos que desejarem ampliar seus conhecimentos fazendo
cursos, participando de seminários, eventos, conferências, simpósios com o objetivo do
fortalecimento da qualidade do ensino em nossa escola. Sempre que solicitado,
professores e funcionários estarão envolvidos em cursos, reuniões, grupos de estudos,
Formação Continuada, NRE Itinerante e também da hora atividade objetivando a melhorar
sempre o exercício da sua profissão.
e) Reuniões de pais e responsáveis:
A escola busca proporcionar também, atividades de interesse aos pais.
Como os pais moram longe da escola e dependem do ônibus escolar como transporte,
muitas vezes, fica difícil conseguir a boa representatividade de pais e responsáveis em
reuniões. No entanto, apesar de todas as dificuldades, a participação dos pais é bem
significativa em reuniões realizadas.As reuniões são registradas em ata, em livro próprio
e, assinada por todos os presentes.
8 - AVALIAÇÃO:
Avaliação em uma perspectiva transformadora significa situá-la como
elemento dentro de uma escola democrática. Significa reconhecer aluno e professor como
sujeitos socioculturais dotados de identidade própria, com gênero, etnia, classe social,
visões de mundo e padrões culturais próprios a serem levados em consideração em
práticas docentes e avaliativas, tendo em vista uma apropriação efetiva e significativa do
conhecimento.
60
Avaliação é parte integrante e fundamental do processo educativo. Por
meio dela, o professor fica sabendo como está a aprendizagem dos alunos e obtém
indícios para refletir e melhorar a sua própria prática educativa, a fim de reestruturá-la.
A avaliação é algo muito mais completo que uma prova. Ela deve ser
um processo, ou seja, deve acontecer durante todo o ano, em vários momentos e de
todas as formas. Mas, a avaliação não deve se deter apenas na aprendizagem do aluno.
Avaliar a escola como um todo e periodicamente é muito importante.
Uma boa avaliação é aquela em que o aluno também aprende. A auto-
avaliação é uma ótima estratégia de aprendizagem e construção da autonomia, facilitando
a tomada de consciência de seus avanços, suas dificuldades e suas possibilidades.
a) Avaliação institucional da escola:
Seus objetivos fundamentais são aprimorar, comparar e fornecer elementos que
possam servir de subsídios para a manutenção ou correção de ações que conduzam à
qualidade da produção e transmissão do conhecimento. Então, para se fazer uma boa
avaliação deve se colher dados de todos os componentes da escola, através de
enquetes, para depois computa e divulga a toda comunidade escolar.
b) Avaliação do ensino-aprendizagem:
Nossa escola busca várias formas de avaliação, tentando compreender e
identificar os padrões culturais dos alunos, buscando uma relação de diálogo no dia-a-dia
das práticas de ensino, não se limitando ao momento final do processo. Essa avaliação
acompanha o educando em sua trajetória de construção cotidiana.
Utilizamos a avaliação contínua, diagnóstica e somativa, ou seja, tudo o que
o educando produz em sala de aula, testes, exercícios, trabalhos individuais e coletivos,
apresentações, tarefas específicas, relatórios, exposição oral, experimentação prática e
outros, como também a sua participação de forma que ofereça subsídios. A somatória
será efetuada em períodos bimestrais, onde serão realizadas, no mínimo 3 avaliações,
sendo 4,0 o valor máximo, ficando a critério do professor que aferirá valores de acordo
com o tipo de avaliação. Esse tipo de avaliação fornece ao professor elementos que
permitem identificar os conhecimentos prévios dos educandos, seus avanços e seu
desempenho no decorrer do ano. É, portanto, vista como um processo de construção
permanente, de acertos, de estratégias para mobilizar a aprendizagem, de auxílio a
educandos e professores, e não de punição ou de prêmios.
61
c) Processos de Avaliação:
Os critérios de avaliação obedecem à Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional e a Deliberação 007/99. Cabe ao Conselho de Classe acompanhar o processo
de avaliação de cada série, analisando todos os dados na aprendizagem. Os resultados
serão expressos em notas de 0,0 (zero vírgula zero) a 10,0 (Dez vírgula zero), sendo a
média 6,0 (Seis vírgula zero), sendo a comunicação aos pais dos resultados das notas
dos educandos, será efetuada através de boletins informativos e contatos diretos.
A recuperação de estudos será paralela ao período letivo, considerando a
aprendizagem do educando no decorrer do processo e, para aferição de nota bimestral,
prevalecerá sempre a nota maior. Ela aborda os conteúdos onde o educando apresentou
aproveitamento de cem por cento e utiliza quantos e quais tipos de instrumentos de
avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as especificidades do educando e
do conteúdo no qual seu aproveitamento foi considerado insuficiente. A recuperação
paralela será oferecida a todos através de atividades complementares, pesquisas,
trabalhos, provas, entre outras. Para efeito do registro escolar, é considerado o maior
valor de avaliação obtido pelo educando.
A promoção é o resultado do rendimento escolar do educando expresso na
forma de notas. Para efeito de aprovação, o educando deverá ter 75% ou mais de
freqüência às 800 horas anuais. Será aprovado o educando que apresentar média anual
igual ou superior a 6,0, somando se as quatro médias bimestrais e dividindo se por 4.
A classificação dos educandos será feita segundo critérios próprios do
Estabelecimento, para posicionar o educando na etapa de estudos compatíveis com a sua
idade, experiência e desempenho, adquiridos por meio formal ou informal. Tem caráter
pedagógico centrado na aprendizagem e pode ser realizada mediante: promoção, por
transferência ou mediante avaliação feita pela escola e que permita sua inscrição na série
adequada.
Podemos concluir, portanto, que avaliação é um processo complexo, porém
indissociável do binômio ensino-aprendizagem. Ela não é uma arma de regulação do
comportamento ou disciplina dos alunos, mas uma forma de aprimorar o planejamento, o
trabalho pedagógico e o Projeto Político Pedagógico da Instituição e, consequentemente,
a aprendizagem ali realizada. Ela precisa ser dinâmica, justa, criativa , coerente,
envolvendo não apenas o eduando, mas todos que transitam na escola.
62
9 - CONCLUSÃO
Um dos desafios atuais da Escola Estadual Bituva das Campinas é fazer
com que educandos nela permaneçam e consigam concluir o Ensino Fundamental em
idade adequada.
Pretendemos futuramente, entrar com um processo de solicitação para a
implantação do Ensino Médio, tendo em vista que a escola possui espaço físico adequado
para tal, podendo passar funcionar em período integral e até noturno. Já para o próximo
ano de 2011, estaremos aumentando o número de alunos ingressos na 5ª série, pois os
educandos concluintes da Escola Municipal Presidente Costa e Silva de Assungui estão
com carta matrícula para esta escola.
Devemos realizar sempre nossa tarefa levando em consideração o contexto
social onde se insere a comunidade escolar, porém, não podemos deixar de seguir as
normas inerentes a cada faixa etária educacional. Devemos então seguir a Lei de
Diretrizes e Bases, o Currículo Básico da Escola Pública, as Diretrizes Curriculares
Nacionais, o Estatuto da Criança e do Adolescente, dos Direitos Humanos, o Estatuto da
Associação de Pais, Mestres e Funcionários, Estatuto do Conselho Escolar, as normas e
regras estabelecidas no Regimento Escolar e seguir a Proposta Pedagógica da Escola.
Nós, escola como um todo, temos o dever e obrigação de estarmos atentos
a todos os pormenores do cotidiano escolar, instruindo e corrigindo os alunos e suas
atitudes e, ao mesmo tempo, nos auto educando e nos aprimorando, porque ensinando
também poderemos aprender.
Precisamos sempre lembrar que os administradores da escola, como equipe
pedagógica e administrativa não são ―os donos da escola e do poder‖, são pessoas
responsáveis pelo bom andamento e desenvolvimento da escola de modo geral, tendo
como base de trabalho o educando que tem o papel fundamental na educação, não
esquecendo do principal objetivo que é qualidade de ensino aprendizagem, mas sem
deixar de lado os educandos com dificuldades de apredizagem.
63
10 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
CAMPINAS, Escola Estadual Bituva das. Regimento Escolar;
CROCETTI, Zeno. Ética e Cidadania. IESDE Brasil S.A.. 2003. Curitiba. Paraná;
ESTADO DO PARANÁ/CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Deliberação
007/99 de 09 de abril de 1999. Delibera sobre as normas gerais para avaliação do
aproveitamento escolar, recuperação de estudos e promoção de alunos do sistema
estadual de ensino em nível do ensino fundamental e médio. Relatores: Marília Pinheiro
Machado de Souza e Orlando Bogo. [Curitiba: s.n., 1999].
ESTADO DO PARANÁ/CONSELHO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO. Deliberação
014/99 de 08 de outubro de 1999. Delibera sobre indicadores para elaboração da
proposta pedagógica dos estabelecimentos de ensino da Educação Básica em suas
diferentes modalidades. Relatores: Solange Yara Schmidt Manzochi, Clemência Maria
Ferreira Ribas, José Frederico de Mello et all. [Curitiba: s.n., 1999].
- LEI Nº 10.639, Inserção dos Conteúdos de História e Cultura Afro Brasileira
nos Currículos Escolares, Presidência da República, 2003;
- LUCKESI, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994;
- MEC. Secretaria Especial dos Direitos humanos. Conselho Escolar e Direitos
Humanos – Brasília, 2008.
- MEC. Programa Nacional do Fortalecimento dos Conselhos Escolares – Conselhos
Escolares: Uma Estratégia de Gestão Democrática da Educação Pública. Secretaria
de Educação Básica. 2004. Brasília. DF;
- NISKIER, Arnaldo. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 8ª Edição. 1998.
Rio de Janeiro. RJ;
- SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. 35 ed. rev. amp. Campinas: Autores
Associados, 2002;
64
- SEED. Departamento da Educação Básica. – Diretrizes Curriculares da Educação
Básica – Governo do Paraná, Paraná, 2008.
- SEED. Departamento da Diversidade – Cadernos Temáticos da Diversidade:
Educação Ambiental – Governo do Paraná, Curitiba, junho/ 2008.
- SEED. Departamento de Ensino Fundamental – Cadernos Temáticos: Educação do
Campo – Governo do Paraná, Curitiba, 2005.
- SEED. Departamento de Ensino Fundamental – Cadernos Temáticos: Educando para
as relações étnico-raciais – Governo do Paraná, Curitiba, 2008.
- SEED. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos – Cadernos
Temáticos: Educando para as relações étnico-raciais II – Governo do Paraná, Curitiba,
2008.
- SEED. Departamento de Ensino Fundamental – Cadernos Temáticos: História e
Cultura Afro-Brasileira e Africana – Governo do Paraná, Curitiba, 2008.
- SEED, Secretaria de Estado da Educação – Diretrizes Curriculares da Rede pública
de Educação Básica do Estado do Paraná – Educação do Campo – Governo do
Paraná, Curitiba, 2006.
- SOUZA, Rosa Fátima de. Escola e Currículo. IESDE Brasil S.A. 2003. Curitiba.
Paraná;
- VALLE, Bertha Borja Reis do . Fundamentos Teóricos e Metodológicos do Ensino
Fundamental. IESDE Brasil S.A.. 2003. Curitiba. Paraná;
- VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialética libertadora do
processo de avaliação escolar. 16 ed. São Paulo: Liberdade 2006;
- VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção
65
coletiva. in ___ (org.) Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção
possível. 20 ed.Campinas: Papirus, 2005.p11-35.
- VEIGA, I.P.A., RESENDE, L.M.G. (orgs). Escola: espaço do projeto político-
pedagógico. Campinas, SP: Papirus, 1998, p. 9-32.
- www.proedBRASIL.com.br – Prontidão Escolar Preventiva – Faxinal do Céu, 2010.
66
Propostas
Pedagógicas
Curriculares
67
1- LÍNGUA PORTUGUESA:
I) Apresentação da disciplina:
A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar passou a integrar os
currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX e manteve a
sua característica elitista até meados do século XX, quando se iniciou no Brasil, a partir
de 1967, ―um processo de democratização‖ do ensino, com a ampliação de vagas,
eliminação dos chamados exames de admissão, entre outros fatores [...]‖ (FREDERICO &
OSAKABE, 2004, p. 61). Com a Lei 5692/71, passou a denominar se, no primeiro grau,
Comunicação e Expressão (nas quatro primeiras séries) e Comunicação em Língua
Portuguesa (nas quatro últimas séries), baseando se, principalmente, nos estudos de
Jakobson, referentes à teoria da comunicação.
Em decorrência disso, a Gramática deixa de ser o enfoque principal do
ensino de língua e a teoria da comunicação torna se o referencial, embora na prática das
salas de aula o normativismo continuasse a ter predominância. Durante a década de 1970
e até os primeiros anos da década de 1980, o ensino de Língua Portuguesa pautava se,
então, em exercícios estruturais, técnicas de redação e treinamento de habilidades de
leitura.
A partir dos anos 80, os estudos linguísticos mobilizaram os professores
para a discussão e o repensar sobre o ensino da língua materna e para a reflexão sobre o
trabalho realizado nas salas de aula.
Essas reflexões e discussões fizeram se presentes nos programas de
reestruturação do Ensino de 2° Grau, de 1988 e do Currículo Básico, de 1990,
documentos que já denunciavam ―o ensino da língua, cristalizado em viciosas e
repetitivas práticas que se centram no repasse de conteúdos gramaticais‖. (PARANÁ,
1988, p.2) e apontavam para o direito à educação linguística.
A proposta do Currículo Básico do Paraná, da década de 1990, fundamentou
se em pressupostos coerentes com a concepção dialógica e social da linguagem,
delineada a partir de Bakhtin e dos integrantes do Círculo de Bakhtin, para fazer frente ao
ensino tradicional.
No caso do Currículo do Paraná, pretendia se uma prática pedagógica que
enfrentasse o normativismo e o estruturalismo e, na literatura, uma perspectiva de análise
mais aprofundada dos textos, bem como a proposição de textos significativos e com
menos ênfase na conotação moralista.
68
Nas discussões curriculares sobre o ensino de Língua Portuguesa, os
Parâmetros Curriculares Nacionais, do final da década de 90, também fundamentaram a
proposta para a disciplina de Língua Portuguesa nas concepções interacionistas ou
discursivas, propondo uma reflexão acerca dos usos da linguagem oral e escrita. No
entanto, tendem a diluir a abordagem dessa concepção com a introdução de conceitos
pouco reconhecidos pelos professores.
Nessa perspectiva, os fundamentos teóricos que estão alicerçando a
discussão sobre o ensino de Língua e Literatura requer novos posicionamentos em
relação às práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo
envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas
contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da
contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das
inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que atravessam o campo
social, constituindo o e recebendo, concomitantemente, seus influxos, estão a requerer,
dos professores, uma mudança de posicionamento no que se refere a sua própria ação
pedagógica.
Na perspectiva de superação efetiva da postura tradicional ditada pelos
livros didáticos, as Diretrizes Curriculares fundamentam o trabalho pedagógico com a
Língua Portuguesa/Literatura, considerando o processo dinâmico e histórico dos agentes
na interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que
por meio dela interagem.
A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos histórica
e socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros em suas relações
dialógicas. Como afirma GERALDI (1991, p. 6), ―a linguagem não é o trabalho de um
artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros e é para os outros e com os
outros que ela se constitui‖.
A Língua Portuguesa constitui modeladores explicativos em contextos
sociais e culturais, devendo assim em conjunto garantir a compreensão do todo para a
construção de uma visão de mundo em toda sua complexidade.
Na linguagem o homem se reconhece humano, interage e troca
experiências, compreende a realidade em que está inserido e o seu papel como
participante da sociedade. Segundo Bakhtin:
A utilização da língua efetua se em forma de enunciados (orais e escritos),
69
concretos e únicos que emanam dos integrantes de uma ou outra esfera da atividade
humana.
A definição de gênero em Bakhtin, compreendendo a mobilidade, a
dinâmica, a fluidez, a imprecisão da linguagem, não aprisiona os textos em determinadas
propriedades formais.
O gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e é esta a
perspectiva que deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contato
real do estudante com a multiplicidade de textos que são produzidos e circulam
socialmente.
O texto é visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se
constroem e são construídos. Todo texto é, assim, articulação de discursos, são vozes
que se materializam, é ato humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente se a isso que
as considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da discursividade
as relações de poder estabelecidas na sociedade.
Texto configura se não apenas como a formalização do discurso oral ou
escrito, mas como evento que tem sua abrangência no antes, as condições de produção,
de elaboração, e no depois da formalização, a leitura ou, segundo Bakhtin (1986), a
atitude responsiva ativa, caracterizando o texto como evento que se concretiza realmente
na interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas nos limites formais.
Diante do exposto, pode se entender que as práticas da linguagem,
enquanto fenômeno de uma interlocução viva perpassa todas as áreas do agir humano,
potencializando, na escola, a perspectiva interdisciplinar.
II) Prática da oralidade:
As possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e apontam
diferentes caminhos. Esse trabalho precisa pautar se em situações reais de uso da fala,
valorizando se a produção de discursos no qual o aluno realmente se constitua como
sujeito do processo interativo.
O professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que,
gradativamente, permita ao aluno não só conhecer e usar também a outra variedade
linguística, a padrão, como também entender a necessidade desse uso em determinados
70
contextos sociais. Como afirma Soares (1991), é função da escola e do professor
trabalhar com o bidialetalismo, preparando o aluno para o emprego da língua padrão, mas
sabendo que, em situações informais, ele continuará utilizando o dialeto que lhe é
peculiar.
Prática da leitura:
Nas Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, documento curricular
oficial entende se a leitura como um processo de produção de sentido que se dá a partir
de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto e o leitor.
Kleiman (2000) destaca a importância, na leitura, das experiências, dos
conhecimentos prévios do leitor, que lhe permitem fazer previsões e inferências sobre o
texto. O leitor, segundo a autora, constrói e não apenas recebe um significado global para
o texto: ele procura pistas formais, formula e reformula hipóteses, aceita ou rejeita
conclusões, utilizando estratégias baseadas no seu conhecimento linguístico e na sua
vivência sociocultural (conhecimento de mundo).
O professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não
só a leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também
a leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias
com a devida mediação do professor.
IV) Prática da escrita:
Em relação à escrita, ressalte se que as condições em que a produção
acontece (quem escreve o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se
escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual tem suas
peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam conforme se produza
uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um texto de opinião, ou um outro tipo de
texto. Essas e outras composições precisam circular na sala de aula como experiências
reais de uso e não a partir de conceitos e definições de diferentes modelos de textos.
Por outro lado, é preciso que os alunos se envolvam com os textos que
produzem, assumindo de fato a autoria do que escrevem. Para Kramer (1993, p. 83),
―[...]ser autor significa produzir com e para o outro. Somente sendo autor o aluno interage
e penetra na escrita viva e real, feita na história‖. Ao se perceber como autor, o aluno
71
poderá aprimorar sua condição de escritor. A capacidade de escrita, criatividade e outros
fatores comumente relacionados ao ato de escrever, só se aprende na prática da escrita
em suas diferentes modalidades.
O envolvimento do aluno e do professor com a escrita, segundo Pazini
(1998), é um processo que acontece em vários momentos: o da motivação para a
produção do texto; o da reflexão, que deve preceder e acompanhar todo o processo de
produção; o da revisão, reestruturação e rescrita do texto, que acaba se constituindo,
também, em um produtivo momento de reflexão.
V)Análise lingüística e as práticas discursivas:
Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão discursiva
textual, o que importa não é o ensino da nomenclatura gramatical, de definições ou regras
(as quais até podem ser construídas pelo aluno, com a mediação do professor, mas só
após ele ter entendido a função das diferentes palavras ou expressões no texto). O mais
importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir, levantar hipóteses, a partir
da leitura e da escrita de diferentes textos, única instância em que o aluno pode chegar à
compreensão de como a língua funciona e à decorrente competência textual.
A Educação Ambiental, assim como as demais diversidades, está inserida na
disciplina através de leituras, produção de textos, relatos (orais ou escritos) de atividades
realizadas em outras disciplinas, discussões e debates.
A Educação do Campo vai falar dos povos que durante muito tempo foram
marginalizados, vistos como sinônimo de atraso, ridicularizados pelo seu modo de vida e
de costumes. Os alunos das escolas públicas recebem educação urbana, não sendo
valorizados os conhecimentos, hábitos e a cultura do campo.
Visando a mudança dessa concepção, as Diretrizes Curriculares orientam a
contemplação da Educação do Campo em todas as disciplinas nas escolas públicas.
Portanto, a cultura, os saberes da experiência, a dinâmica do cotidiano dos povos do
campo serão tomados como referência para o trabalho pedagógico nas escolas públicas
estaduais. Deverão levar em consideração as identidades sociais e políticas dos povos do
campo, fazendo com que os alunos vindos dessas localidades não se sintam excluídos,
vendo que é possível continuar no campo com qualidade de vida, tendo seus direitos
assegurados através de políticas sociais voltadas para o campo.
Em Língua Portuguesa, a Educação do Campo será inserida através de
72
estudos e produção de textos; pesquisas sobre costumes, tradições e fatos que
significaram mudanças nas comunidades habitadas pelos alunos vindos do campo;
exposição oral de situações vivenciadas Por essas pessoas.
Sobre a Cultura Afro-brasileira a demanda dessa comunidade, por
reconhecimento, valorização e afirmação de direito, no que diz respeito à educação,
passou a ser particularmente apoiada com a promulgação da Lei 10.639/ 2003, que
estabeleceu-se a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira e
Africanas, assegurando o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania, assim
como garante igual direito às histórias e culturas que compõem a nação brasileira, além
do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos os brasileiros.
Portanto, a escola estará trabalhando na valorização da História e cultura dos afro-
brasileiros, assim comprometidas com a educação de relações étnico raciais.
A relevância do estudo de temas decorrentes da História e Cultura afro-
brasileira africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem respeito a
todos os brasileiros, uma vez que devem educar se enquanto cidadãos atuantes no seio
de uma sociedade multicultural e pluri-étnica, capazes de construir uma nação
democrática.
Na disciplina de Língua Portuguesa, o trabalho com a cultura afro-brasileira
será através de:
Estudos e pesquisas de países que falam a Língua Portuguesa;
Debates sobre textos propostos;
Leitura, interpretação e análises de textos variados.
Assumindo se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de
ensino:
Empregar a língua oral, em diferentes situações de uso, sabendo adequar a cada
contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do
cotidiano e posicionando se diante dos mesmos;
Desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio de
práticas sociais, considerando se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto
tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura;
Refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de
texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização;
73
Aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e
a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a constituição
de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da
oralidade, da leitura e da escrita.
É importante ressaltar que tais objetivos e as práticas deles
decorrentes supõem um processo longitudinal de ensino e
aprendizagem que, por meio da inserção e participação dos alunos
em processos interativos com a língua oral e escrita, inicia-se na
alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do aluno e
não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua
vida.
A ação pedagógica referente à língua precisa pautar se na interlocução, em
atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou
escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes contextos
e situações.
O ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa visa aprimorar os
conhecimentos linguísticos e discursivos dos alunos, para que eles possam compreender
os discursos que os cercam e terem condições de interagir com esses discursos. Para
isso, é relevante que a língua seja percebida como uma arena em que diversas vozes
sociais se defrontam, manifestando diferentes opiniões.
CONTEÚDO ESTRUTURANTE:
Conteúdo estruturante é o conjunto de saberes e conhecimentos de grande
dimensão, os quais identificam e organizam uma disciplina escolar. A partir dele, advêm
os conteúdos a serem trabalhados no dia a dia da sala de aula.
A seleção do Conteúdo Estruturante está relacionada com o momento
histórico-social. Na disciplina de Língua Portuguesa, assume-se a concepção de Língua
Portuguesa linguagem como prática que se efetiva nas diferentes instâncias sociais,
sendo assim, o Conteúdo Estruturante da disciplina que atende a essa perspectiva é o
discurso como prática social.
O discurso é efeito de sentidos entre interlocutores, não é individual, ou seja,
não é um fim em si mesmo, mas tem sua gênese sempre numa atitude responsiva a
74
outros textos (BAKHTIN, 1999). Discurso, aqui, é entendido como resultado da interação
– oral ou escrita – entre sujeitos, é ―a língua em sua integridade concreta .
5ª SÉRIE
GÊNEROS DISCURSIVOS: histórias em quadrinhos, poemas, contos, crônicas,
fábulas, receitas, manuais de instrução, documentos, artigos, publicidade, poesias,
causos, adivinhas,bilhetes, cartas, convites,cartum, charges, fotos, telas, sinais,
gestos.
CONTEÚDOS BÁSICOS:
Oralidade:
-Tema do texto;
-Finalidade;
-Papel do locutor e interlocutor;
-Elementos extras linguísticos: entonação, pausas, gestos...;
-Adequação do discurso ao gênero;
-Turnos de fala;
-Relato de histórias vivenciadas ou ouvidas pelo aluno;
-Depoimentos;
-Argumentos;
-Variações linguísticas;
-Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, recursos semânticos.
-Uso da linguagem oral para emitir opiniões, justificar, defender, colher e passar
informações.
Leitura
• Contexto de produção;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Informatividade;
• Argumentatividade;
• Discurso direto e indireto;
75
• Elementos composicionais do gênero;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
• Processo de formação de palavras;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
6ª SÉRIE
GÊNEROS DISCURSIVOS: histórias em quadrinhos, poemas, contos, crônicas,
fábulas, receitas, manuais de instrução, documentos, artigos, publicidade, poesias,
causos, adivinhas,bilhetes, cartas, convites,cartum, charges, fotos, telas, sinais,
gestos.
Oralidade:
-Tema do texto;
- Finalidade;
- Papel do locutor e interlocutor;
- Elementos extralinguísticos: entonação, pausas, gestos, etc;
- Adequação do discurso ao gênero;
- Turnos de fala;
- Variações linguísticas;
- Marcas linguísticas: coesão, coerência,
- Gírias, repetição;
- Semântica.
Leitura:
•Tema do texto;
• Interlocutor;
• Finalidade do texto;
• Argumentos do texto;
•Contexto de produção;
•Intertextualidade;
•Informatividade;
76
• Discurso direto e indireto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos (como aspas, travessão, negrito), figuras de linguagem;
• Processo de formação de palavras;
• Acentuação gráfica;
• Ortografia;
• Concordância verbal/nominal.
Produção de textos:
-Documentos;
-Diário;
-Telegrama;
-Cartão;
-Lenda;
-Provérbios;
-Aviso;
-Letra de música;
-Cheque.
7ª SÉRIE
GÊNEROS DISCURSIVOS: histórias em quadrinhos, poemas, contos, crônicas,
fábulas, receitas, manuais de instrução, documentos, artigos, publicidade, poesias,
causos, adivinhas,bilhetes, cartas, convites,cartum, charges, fotos, telas, sinais,
gestos.
Oralidade:
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressões facial, corporal e gestual, pausas...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
77
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição;
• Elementos semânticos;
•Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Leitura:
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Informatividade;
• Contexto de produção;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e elementos do texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, das classes gramaticais no texto,
pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito;
• Concordância verbal e nominal;
Produção de textos:
-Narração: discurso direto e indireto;
-Narração de notícia jornalística;
-Anúncio publicitário;
-Poemas;
-Entrevista;
-Relatório;
-Receita culinária;
-Carta;
-Dissertação;
-E-mail;
-Chat
8ª SÉRIE
GÊNEROS DISCURSIVOS: histórias em quadrinhos, poemas, contos, crônicas, fábulas,
78
receitas, manuais de instrução, documentos, artigos, publicidade etc. Linguagem não-
verbal: fotos, telas, sinais, gestos, charges etc.
Oralidade:
• Conteúdo temático;
• Finalidade;
• Argumentos;
• Papel do locutor e interlocutor;
• Elementos extralinguísticos: entonação, expressão facial, corporal e conduza, na
rescrita, a uma reflexão gestual, pausas...;
• Adequação do discurso ao gênero;
• Turnos de fala;
• Variações linguísticas (lexicais, semânticas, prosódicas entre outras);
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, gírias, repetição, conectivos;
• Semântica;
• Adequação da fala ao contexto (uso de conectivos, gírias, repetições, etc.);
• Diferenças e semelhanças entre o discurso oral e o escrito.
Leitura:
• Conteúdo temático;
• Interlocutor;
• Intencionalidade do texto;
• Informatividade;
• Intertextualidade;
• Vozes sociais presentes no texto;
• Discurso ideológico presente no texto;
• Elementos composicionais do gênero;
• Relação de causa e consequência entre as partes e consequência entre as partes
e elementos do texto;
• Partículas conectivas do texto;
• Progressão referencial no texto;
• Marcas linguísticas: coesão, coerência, função das classes gramaticais no
texto, pontuação, recursos gráficos como aspas, travessão, negrito, etc.
• Sintaxe de concordância;
• Sintaxe de regência;
79
• Processo de formação de palavras;
• Vícios de linguagem;
• Semântica:
- Operadores
- Argumentativos;
- Modalizadores;
- Polissemia.
Produção de textos:
-Paródia e paráfrase;
-Editorial;
-Resumo de textos;
-Resenha de livros e filmes;
-Poemas.
-E-mail;
-Chat
III) METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Com os encaminhamentos a seguir não se pretende abarcar todo o trabalho
a ser desenvolvido na escola a respeito da oralidade, da escrita, da leitura e da análise
linguística. É importante destacar que nenhuma prática é desenvolvida em sala de aula
sem que esteja subjacente a ela uma concepção teórica consistente. Para tanto, a
concepção sócio interacionista assumida pretende uma prática diferenciada, uma vez que
considera que a língua só existe em situações de interação e através das práticas
discursivas, que assumem a língua em sua história e funcionamento.
A seleção de conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um
processo histórico, social, detentor de um repertório linguístico que precisa ser
considerado na busca da ampliação de sua competência comunicativa.
Prática da oralidade:
De acordo com Marcuschi (2001), a oralidade é vista como uma ―prática
social interativa‖ utilizada em momentos de comunicação através de vários gêneros e
formas com fundamentação na realidade sonora. Ela parte da informalidade para a
formalidade em situações de uso diversas.
O tratamento dado à oralidade na escola, a qual, muitas vezes,
80
desconsidera sua forte influência em nossa história cultural e, assumindo a fala como
conteúdo que implica conhecimentos relativos às variedades linguísticas e às diferentes
construções da língua, inclusive quanto aos aspectos argumentativos do discurso,
precisam ser desenvolvidas em sala de aula atividades que favoreçam o desenvolvimento
das habilidades de falar e ouvir, como as relacionadas a seguir:
• apresentação de temas variados: histórias de família, da comunidade, um filme, um livro
etc;
• depoimentos sobre situações significativas vivenciadas pelo próprio aluno ou pessoas de
seu convívio;
• uso do discurso oral para emitir opiniões, justificar ou defender opções tomadas, colher e
dar informações, fazer e dar entrevistas, apresentar resumos, expor programações, dar
avisos, fazer convites etc;
• confronto entre os mesmos níveis de registros de forma a constatar as similaridades e
diferenças entre as modalidades oral e escrita;
• relato de acontecimentos, mantendo se a unidade temática;
• debates, seminários, júris simulados e outras atividades que possibilitem o
desenvolvimento da argumentação;
• análise de entrevistas televisivas ou radiofônicas a partir de gravações para serem
ouvidas, transcritas e analisadas, observando se as pausas, hesitações, truncamentos,
mudanças de construção textual, descontinuidade do discurso, grau de formalidade,
comparação com outros textos, etc.
Nessas e em outras atividades que envolvem o discurso oral, duas questões devem ser
enfatizadas:
1) Embora a modalidade oral e a modalidade escrita da língua apresentem similaridades e
mútuas influências, têm também diferenças que precisam ser refletidas: a fala é, em geral,
não-planejada, fragmentária, incompleta, pouco elaborada e apresenta comumente frases
curtas, simples ou coordenadas, além do fato de a interação dar se face à face e vir
complementada com recursos extralinguísticos; já a escrita é planejada, não fragmentária,
completa, elaborada e tem predominância de frases complexas e subordinadas (KOCH,
1995),
O saber ouvir, escutar com atenção e respeito os mais diferentes tipos de
interlocutores é fundamental. Se não houver ouvinte, a interação não acontece.
Logo, é preciso desenvolver a sensibilidade de saber ouvir o outro, o que favorece,
inclusive a convivência social,
81
Prática da leitura
A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do leitor
perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de leitores, a
dificuldade advém de questões práticas internas de sala de aula, muitas vezes
conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado do ato de ler.
É importante que a leitura, seja vista em função de uma concepção
interacionista de linguagem, segundo a qual busca se formar leitores no âmbito escolar.
Como diz Bakhtin (1986), o texto deve ser entendido como um veículo de intervenção no
mundo, ao mesmo tempo em que está articulado ao modo de produção social.
O que não pode ocorrer é que a leitura seja feita somente a partir dos livros
didáticos. O professor pode propor uma infinidade de textos, porém, a fim de desenvolver
a subjetividade do aluno, deve considerar, também, a preferência e a opinião dele ao
selecioná-los.
Algumas estratégias podem favorecer, na escola, o envolvimento com a
leitura como: cercar os alunos de livros que possam ser folheados, selecionados e
levados para casa; proporcionar um ambiente iluminado e atrativo; organizar exposições
de livros; ler trechos de obras e expô-los em cartazes; produzir, com os alunos, um
quadro de avisos sobre o prazer de ler, ilustrado com seus temas preferidos; leitura oral,
desde poemas até histórias prediletas; o professor pode comentar com os alunos o que
está lendo e vice-versa; trazer convidados para ler e comentar sua história de leitura com
a classe; produzir coletivamente peças de teatro e dramatizações sobre textos lidos;
discutir, antes da leitura, o título e as ilustrações da história; encontrar músicas
apropriadas para o momento da leitura; criar momentos em que alunos exponham suas
idéias, opiniões e experiências de leitura; não vincular a leitura a questionários, trabalhos
puramente escritos e cansativos; organizar um clube do livro para que os alunos se
reúnam para a realização de leitura extra-classe; escolher o autor do mês ou do bimestre
e trabalhar a leitura de suas obras.
Prática da escrita
Pensar a prática da escrita é ter em mente que tanto o professor quanto o
aluno necessitam, primeiramente, planejar o que será produzido; em seguida escrever a
82
primeira versão sobre a proposta apresentada e, finalmente, revisar, restruturar e
reescrever esse texto. Havendo necessidade, tais atividades devem ser retomadas,
analisadas e avaliadas durante todo processo de ensino e de aprendizagem. É bom
lembrar que estas etapas são interdependentes e inter complementares.
Por meio deste processo, em que o aluno cria o hábito de planejar, escrever,
revisar e reescrever seus textos, ele perceberá que a reformulação da escrita não é
motivo para constrangimento, não caracteriza que o texto ficou ―errado‖ e, sim, que é
possível produzir textos que reflitam seus pontos de vista, suas fantasias e criatividade,
através da troca de uma palavra por outra, de um sinal de pontuação por outro, do
acréscimo ou da exclusão de uma idéia, etc.
Também vale lembrar que, quando há uma proposta de produção escrita, é
necessário saber quem será o leitor deste texto, quem será o seu destinatário.
Considerando que há o ―outro‖, a interação proposta tende a ser contemplada.
É importante garantir a socialização da produção textual, seja afixando no
mural da escola os textos de alguns alunos (neste caso, convém fazer um rodízio, para
que todos os alunos tenham seus textos no mural), seja reunindo os diversos textos em
uma coletânea, ou publicando os no jornal da escola, por exemplo. Dessa forma, além de
se recuperar o caráter interlocutivo da linguagem, garante se a constituição dos autores
dos diferentes textos e dos seus possíveis leitores em sujeitos do fazer linguístico.
Análise lingüística
O objetivo dessa proposta é formar usuários competentes da língua que,
através da fala, escrita e leitura, exercitem a linguagem de forma consistente e flexível,
adaptando se a diferentes situações de uso.
Dessa forma, quanto mais variado for o contato do aluno com diferentes
tipos e gêneros textuais, mais fácil será assimilar as regularidades que determinam o uso
da norma padrão. Vale lembrar que um texto se faz a partir de elementos como
organização, unidade, coerência, coesão, clareza, dentre outros. A questão aqui não é se
o professor pode ou não trabalhar a gramática normativa com seus alunos, mas, em que
medida dá conta da complexidade do texto, uma vez que se restringe aos limites da
oração. Considerando a interlocução como ponto de partida para todo o trabalho com o
texto, os conteúdos gramaticais devem ser estudados a partir de seus aspectos funcionais
na constituição da unidade de sentido dos enunciados. Daí a importância de se considerar
83
não só a gramática normativa, mas também outras, como a descritiva e a internalizada no
processo de ensino de Língua Portuguesa.
Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos
alunos a reflexão sobre seu próprio texto — tais como atividades de revisão, de
reestruturação ou repetição do texto, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre
outros textos, de diversos gêneros, que circulam no contexto escolar e extra escolar,
utilizando- se assim de livros didáticos e literários, fotocópias, jornais, revistas, CD, DVD,
rádio, TV Pendrive. O uso do pendrive possibilita ao professor o complemento e a
dinamização das aulas com a apresentação de slides, documentários, trechos de vídeos,
filmes, músicas, imagens entre outros.
Avaliação
É imprescindível que a avaliação seja contínua e priorize a qualidade e o processo de
aprendizagem, ou seja, o desempenho do aluno ao longo do ano letivo, a Lei 9394/96, de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), dá destaque à chamada avaliação
formativa, vista como mais adequada ao dia-a-dia da sala de aula e como um grande
avanço em relação à avaliação tradicional somativa ou classificatória.
Em lugar de apenas avaliar por meio de provas o professor pode utilizar a
observação diária e instrumentos variados, selecionados de acordo com cada conteúdo
e/ou objetivo bem como:
-Resolução de questionamentos orais e escritos;
-Debates;
-Pesquisas, produções e apresentações de seminários;
-Realização de atividades em sala de aula, na biblioteca, laboratórios e outros;
-Participação em palestras e atividades culturais.
A avaliação precisa dar ao professor pistas concretas do caminho que o aluno está
trilhando para se apropriar, efetivamente, das atividades verbais - a fala, a leitura e a
escrita. Logo, por sua característica diagnóstica, a avaliação formativa é a que mais se
presta ao processo de ensino e aprendizagem da língua.
Nessa perspectiva, a oralidade será avaliada considerando-se a participação
do aluno nos diálogos, relatos e discussões, a clareza que ele mostra ao expor suas
idéias, a fluência da sua fala, o seu desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao
defender seus pontos de vista e, de modo especial, a sua capacidade de adequar o
84
discurso/ texto aos diferentes interlocutores e situações.
Quanto à leitura o professor pode propor aos alunos questões abertas,
discussões, debates e outras atividades que lhe permitam avaliar as estratégias que eles
empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu posicionamento
diante do tema, bem como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do texto.
Em relação à escrita, é preciso ver os textos de alunos como uma fase do
processo de produção, nunca como um produto final. É importante ressaltar que, para
Koch e Travaglia (1990), ―só se pode avaliar a qualidade e adequação de um texto
quando ficam muito claras as regras do ‗jogo‘ de sua produção‖. Portanto, é preciso haver
clareza na proposta de produção textual; os parâmetros em relação ao que se vai avaliar
devem estar bem definidos para o professor e para o aluno. Além disso, o aluno precisa
estar em contextos reais de interação comunicativa, para que os critérios de avaliação
que tomam como base as condições de produção tenham alguma validade.
Como é no texto que a língua se manifesta em todos os seus aspectos,
discursivos, textuais, ortográficos e gramaticais, os elementos linguísticos utilizados nas
produções dos alunos precisam ser avaliados em uma prática reflexiva e contextualizada,
que possibilite a eles a compreensão desses elementos no interior do texto. Uma vez
entendidos, os alunos podem utilizar em outras operações linguísticas (de reestrutura do
texto, inclusive).
É utilizando a língua oral e escrita em práticas sociais, sendo avaliados
continuamente em termos desse uso, efetuando operações com a linguagem e refletindo
sobre as diferentes possibilidades de uso da língua, que os alunos, gradativamente,
chegam à almejada proficiência em leitura e escrita, ao letramento.
A prática da avaliação requer um professor que, em primeiro lugar,
compreenda as concepções de linguagem que assumem a língua enquanto interação,
enquanto discurso; um professor que tenha os necessários conhecimentos sobre o
sistema de escrita, para orientar com segurança os alunos no processo de aprendizagem
desse sistema; um professor que respeite as diferenças e promova uma ação pedagógica
de qualidade para todos os alunos, desmistificando padrões preestabelecidos e conceitos
tradicionalmente aceitos.
O professor pode utilizar a observação diária e instrumentos variados,
selecionados de acordo com cada conteúdo e/ou objetivo, em lugar de avaliar apenas por
meio de provas. A avaliação precisa dar ao professor pistas concretas do caminho que o
aluno está trilhando para se apropriar, efetivamente, das atividades verbais — a fala, a
85
leitura e a escrita.
LEITURA
Será avaliada a leitura, cujo entendimento será demonstrado pela exposição
oral; a leitura em tom de voz adequado ao ambiente e ao momento da realização. A leitura
de livros, jornais, revistas, histórias em quadrinhos, crônicas, contos e outros serão
avaliadas através da proposição, aos alunos, de questões abertas, de discussões, de
relatos ou outras atividades que permitam ao professor avaliar as estratégias que os
alunos empregaram no decorrer da leitura, a compreensão do texto lido e o seu
posicionamento diante do tema, bem como valorizar a reflexão que o aluno faz a partir do
texto.
ORALIDADE
A oralidade será avaliada considerando se a participação do aluno nos
diálogos, relatos e discussões, apresentação de trabalhos escolares, dramatização de
situações; a clareza que ele mostra ao expor suas ideias, a fluência da sua fala, o seu
desembaraço, a argumentação que ele apresenta ao defender seus pontos de vista e, de
modo especial, a sua capacidade de adequar o discurso/texto aos diferentes
interlocutores e situações.
ESCRITA
A produção escrita dos alunos será avaliada considerando se o emprego da
estrutura adequada ao gênero textual escolhido e/ou solicitado; emprego da norma
padrão ou da variação linguística adequada ao texto em questão; o emprego de
vocabulário persuasivo (no caso de textos argumentativos); a presença da intenção do
escritor em relação aos possíveis interlocutores; a fidelidade ao tema proposto e/ou
escolhido; a disposição dos alunos em revisar, reestruturar e reescrever os textos sempre
que necessário; pelo cuidado ao empregar recursos linguísticos já abordados em outras
produções.
OBSERVAÇÕES
1) A nota será atribuída a partir das três práticas discursivas a cada atividade
86
desenvolvida pelo (a) aluno (a), seja oral, escrita ou de leitura; individual ou em grupo.
O valor de cada atividade será estabelecido de acordo com o grau de dificuldade de
cada uma.
2) Caso o (a) aluno (a) não atinja aos objetivos propostos, será ofertada a
RECUPERAÇÃO PARALELA a qual ocorrerá com a retomada dos conteúdo(s)
avaliado(s) naquele momento, Então, o (a) aluno (a) fará uma nova avaliação desse
(s)conteúdo(s), atendimento a dúvidas, exercícios adicionais de compreensão, tarefas
de casa com correção e revisão em sala de aula, e por outros meios de instrumentos
que se façam necessários É importante lembrar que a recuperação paralela não será
bimestral; ela será ofertada após cada avaliação realizada.
3) Os alunos também serão avaliados (individualmente ou em grupos) em palestras; nas
atividades extraclasses; nas apresentações; nos relatos orais; na resolução de
atividades escritas; no cumprimento das normas estabelecidas para o bom andamento
das atividades.
4) Os/As alunos (as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada, não com
prejuízo dos conteúdos, mas com menos questões a respeito do assunto ou com
tempo maior para resolução das atividades ou produção de textos e com explicações
extras para cada questão ou atividade.
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Preliminar. Curitiba, julho/2006.
89
1. 2 - EDUCAÇÃO FÍSICA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Fazendo um breve levantamento histórico da disciplina pode-se observar
que, as primeiras sistematizações que o conhecimento sobre as práticas corporais recebe
em solo nacional ocorreram a partir de teorias oriundas da Europa. Sob influência dos
conhecimentos médicos e da instrução física militar, a então denominada ginástica surgiu,
principalmente, a partir de uma preocupação com o desenvolvimento da saúde e a
formação moral dos cidadãos brasileiros.
Esse modelo de prática corporal pautava-se em prescrições de exercícios
visando ao aprimoramento de capacidades e habilidades físicas como a força, a destreza,
a agilidade e a resistência, além de visar à formação do caráter, da autodisciplina, de
hábitos higiênicos, do respeito à hierarquia e do sentimento patriótico.
O conhecimento da medicina configurou um outro modelo para a sociedade
brasileira, o que contribuiu para a construção de uma nova ordem econômica, política e
social. ―Nesta nova ordem, na qual os médicos higienistas irão ocupar lugar destacado,
também se coloca a necessidade de construir, para o Brasil, um novo homem, sem o qual
a nova sociedade idealizada não se tornaria realidade‖ (SOARES, 2004, p. 70).
Com todas as transformações ocorridas, a educação física começa a ganhar
espaço na escola, considerando o fato de que na época o físico disciplinado era exigência
da nova ordem em formação. A educação do físico confundia-se com a prática da
ginástica, pois incluía exercícios físicos baseados nos moldes higienistas .
No século XIX começa a difundir a instrução pública e Rui Barbosa foi
influenciado pelas discussões de sua época. Tanto que, empenhado num projeto de
modernização do país, interessou-se pela criação de um sistema nacional de ensino
gratuito, obrigatório e laico, desde o jardim de infância até a universidade. Para
elaboração do seu projeto buscou inspiração em países onde a escola pública estava
sendo difundida, procurando demonstrar os benefícios alcançados com a sua criação.
Para fundamentar sua análise recorreu às estatísticas escolares, livros,
métodos, mostrando que a educação, nesses países, revelava-se alavanca de
desenvolvimento. Suas idéias acerca desta questão estão claramente redigidas nos seus
famosos pareceres sobre educação (MACHADO, 2000, p. 03).
No ano de 1882, Rui Barbosa emitiu o parecer n. 224, sobre a Reforma
Leôncio de Carvalho, decreto nº. 7.247, de 19 de abril de 1879, da Instrução Pública.
90
Entre outras conclusões, afirmou a importância da ginástica para a formação de
corpos fortes e cidadãos preparados para defender a Pátria, equiparando-a, em
reconhecimento, às demais disciplinas (SOARES, 2004). Conforme consta no próprio
parecer, ―[...] coma medida proposta, não pretendemos formar nem acrobatas nem
Hércules, mas desenvolver na criança o quantum de vigor físico essencial ao equilíbrio
da vida humana, à felicidade da alma, à preservação da Pátria e à dignidade da espécie‖
(QUEIRÓS apud CASTELLANI FILHO, 1994, p. 53).
No início do século XX, especificamente a partir de 1929, a disciplina de
Educação Física tornou-se obrigatória nas instituições de ensino para crianças a partir
de 6 anos de idade e para ambos os sexos, por meio de um anteprojeto publicado pelo
então Ministro da Guerra, General Nestor Sezefredo Passos. Propõe também a criação
do Conselho Superior de Educação Física com o objetivo de centralizar, coordenar e
fiscalizar as atividades referentes ao Desporto e à Educação Física no país e também a
elaboração do Método Nacional de Educação Física (LEANDRO, 2002, p. 34).
Educação Física no Brasil se confunde em muitos momentos de sua
história com as instituições médicas e militares. Em diferentes momentos, essas
instituições definiram seu caminho, delineando e delimitando seu campo de
conhecimento, tornando-a um valioso instrumento de ação e de intervenção na
realidade educacional e social [...] (SOARES, 2004, p. 69).
Isso representa o quanto a esse período histórico foi marcado pelo esforço de construção
de uma unidade nacional, o que contribuiu sobremaneira para intensificar o forte
componente militar nos métodos de ensino da Educação Física nas escolas brasileiras.
As relações entre a institucionalização da disciplina de Educação Física no
Brasil e a influência da ginástica, explicitam-se em alguns marcos históricos, dentre eles:
a criação do ―Regulamento da Instrução Física Militar‖ (Método Francês), em 1921; a
obrigatoriedade da prática da ginástica nas instituições de ensino, em 1929; a adoção
oficial do método Francês2, em 1931, no ensino secundário; a criação da Escola de
Educação Física do Exército, em 1933, e a criação da Escola Nacional de Educação
Física e Desportos da Universidade do Brasil, em 1939.
O método ginástico francês, que contribuiu para construir e legitimar a
Educação Física nas escolas brasileiras estava fortemente ancorado nos
conhecimentos advindos da anatomia e da fisiologia, cunhados de uma visão positivista
da ciência, isto é, um conhecimento científico e técnico considerado superior a outras
formas de conhecimento, e que deveria ser referência para consolidação de um projeto de
91
modernização do país.
Preponderando uma visão mecanicista e instrumental sobre o corpo, o
método ginástico francês priorizava o desenvolvimento da mecânica corporal. Conforme
esse modelo, melhorar o funcionamento do corpo e a eficiência do gasto energético
dependia de técnicas que atribuíam à Educação Física a tarefa de formar corpos
saudáveis e disciplinados, possibilitando a formação de seres humanos aptos para
adaptarem-se ao processo de industrialização que se iniciava no Brasil (SOARES, 2004).
No final da década de 1930, o esporte começou a se popularizar e, não por
acaso, passou a ser um dos principais conteúdos trabalhados nas aulas de Educação
Física. Com o intuito de promover políticas nacionalistas, houve um incentivo às práticas
desportivas como a criação de grandes centros esportivos, a importação de especialistas
que dominavam as técnicas de algumas modalidades esportivas e a criação do Conselho
Nacional dos Desportos, em 1941. No final da década de 1930 e início da década de
1940, ocorreu o que o Conselho denomina como um processo de ―desmilitarização‖
da Educação Física brasileira, isto é, a predominância da instrução física militar
começou a ser sobreposta por outras formas de conhecimento sobre o corpo e, com o
fim da II Guerra Mundial, teve início um intenso processo de difusão do esporte na
sociedade e, consequentemente, nas escolas brasileiras.
O esporte afirma-se paulatinamente em todos os países sob a influência da
cultura européia, como o elemento hegemônico da cultura de movimento. No Brasil as
condições para o desenvolvimento do esporte, quais sejam, o desenvolvimento
industrial com a consequente urbanização da população e dos meios de
comunicação de massa, estavam agora, mais do que antes, presentes. Outro
aspecto importante é a progressiva esportivização de outros elementos da cultura de
movimento, sejam elas vindas do exterior como o judô ou o karatê, ou genuinamente
brasileiras como a capoeira (BRACHT, 1992, p. 22).
No início da década de 1940, o governo brasileiro estabeleceu as bases
da organização desportiva brasileira instituindo o Conselho Nacional de Desportos, com o
intuito de orientar, fiscalizar e incentivar a prática desportiva em todo o país (LEANDRO,
2002, p. 58).
Nesse contexto, as aulas de Educação Física assumiram os códigos
esportivos do rendimento, competição, comparação de recordes, regulamentação rígida e
a racionalização de meios e técnicas. Trata-se não mais do esporte da escola, mas sim do
esporte na escola. Isto é, os professores de Educação Física se encarregaram de
92
reproduzir os códigos esportivos nas aulas, sem se preocupar com a reflexão crítica
desse conhecimento. A escola tornou-se um celeiro de atletas, a base da pirâmide
esportiva (BRACHT, 1992, p. 22).
Com a promulgação da Nova Constituição e a instalação efetiva do
Estado Novo, em 10 de novembro de 1937, a prática de exercícios físicos em todos os
estabelecimentos de ensino tornou-se obrigatória. Entre os anos de 1937 e 1945, o então
presidente Getúlio Vargas estruturou o Estado no sentido de incentivar a intervenção
estatal e o nacionalismo econômico. Durante o Estado Novo implantado em 1937, a
Educação Física sofreu grande inquietação. Encarada pelos militares como uma arma
na estruturação humana, entendia que a maneira como o corpo é educado é resultado
direto das normas sociais impostas, que definem consequentemente a estruturação da
sociedade, que através dos seus gestos ou ações motoras revelam a natureza do sistema
social. Os militares fazem então um grande investimento na política esportiva, certos de
que assim teríamos uma nítida melhoria da saúde do povo brasileiro, tendo
consequentemente mais homens aptos ao serviço militar, que nesta época continha uma
grande quantidade de jovens dispensados por incapacidade física (LEANDRO, 2002, p.
43).
No contexto das reformas educacionais sob a atuação do ministro Gustavo
Capanema, a Lei Orgânica do Ensino Secundário, promulgada em 09 de abril de 1942,
demarcou esse cenário ao permitir a entrada das práticas esportivas na escola,
dividindo um espaço até então predominantemente configurado pela instrução militar.
Com tais reformas, a Educação Física tornou-se uma prática educativa obrigatória,
desta vez com carga horária estipulada de três sessões semanais para meninos e duas
para meninas, tanto no ensino secundário quanto no industrial, e com duração de 30 e 45
minutos por sessão (CANTARINO FILHO, 1982).A Lei Orgânica do Ensino Secundário
permaneceu em vigor até a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional n. 4.024/61, em 1961. Com o golpe militar no Brasil, em 1964, o esporte passou
a ser tratado com maior ênfase nas escolas, especialmente durante as aulas de
Educação Física.
De acordo com algumas teorizações da historiografia. Isso teria ocorrido em
parte, porque numa certa perspectiva o esporte codificado, normatizado e
institucionalizado pode responder de forma bastante significativa aos anseios de controle
por parte do poder, uma vez que tende a padronizar a ação dos agentes educacionais,
tanto do professor quanto do aluno; noutra, porque o esporte se afirmava como fenômeno
93
cultural de massa contemporâneo e universal, afirmando-se, portanto, como possibilidade
educacional privilegiada. Assim, o conjunto de práticas corporais passíveis de serem
abordadas e desenvolvidas no interior da escola resumiu-se à prática de algumas
modalidades esportivas. As práticas escolares de Educação Física passaram a
ter como fundamento primeiro a técnica esportiva, o gesto técnico, a repetição, enfim, a
redução das possibilidades corporais a algumas poucas técnicas estereotipadas
(OLIVEIRA, 2001, p. 33).
Ocorreram, ainda, outras reformas educacionais no Brasil, em particular
o chamado acordo do Ministério da Educação e Cultura - MEC/United States Agency
International for Development – USAID (MEC-USAID). Esse fato permitiu que muitos
professores dessa área de conhecimento frequentassem, nos Estados Unidos, cursos
de pós-graduação cujos fundamentos teóricos sobre o movimento humano pautavam-se
na visão positivista das ciências naturais, isto é, na prática esportiva e na aptidão física.
Nesse contexto, o esporte consolidou sua hegemonia como objeto principal nas aulas de
Educação Física, em currículos nos quais o enfoque pedagógico estava centrado na
competição e na performance dos alunos.Os chamados esportes olímpicos – vôlei,
basquete, handebol e atletismo, entre outros – foram priorizados para formar atletas
que representassem o país em competições internacionais. Tal preferência sustentava-
se na ―teoria da pirâmide olímpica‖, isto é, a escola deveria funcionar como um celeiro de
atletas, tornar-se a base da pirâmide para seleção e descoberta de talentos nos esportes
de elite nacional.
Predominava o interesse na formação de atletas que apresentassem ―talento
natural‖, de modo que se destacavam, até chegar ao topo da pirâmide, aqueles
considerados de alto nível, prontos para representar o país em competições
nacionais e internacionais. A idéia de talento esportivo substanciava-se num
entendimento naturalizante dos processos sociais que constituem os seres humanos,
como se as características biológicas individuais fossem preponderantes frente às
oportunidades que cada um possui no decorrer de sua história de vida. Na década de 70,
a Lei n. 5692/71, por meio de seu artigo 7º e pelo Decreto n. 69450/71, manteve o
caráter obrigatório da disciplina de Educação Física nas escolas, passando a ter
uma legislação específica e sendo integrada como atividade escolar regular e
obrigatória no currículo de todos os cursos e níveis dos sistemas de ensino.
Conforme consta no Capítulo I, Art. 7º da Lei n. 5692/71, ―será obrigatória a
inclusão de Educação Moral e Cívica, Educação Física, Educação Artística e Programa de
94
Saúde nos currículos plenos dos estabelecimentos de 1º e 2º graus, observado quanto à
primeira o disposto no Decreto-lei n. 869, de 12 de setembro de 1969‖ (BRASIL, 1971).
Ainda nesse período, aos olhos do Regime Militar, a Educação Física era um
importante recurso para consolidação do projeto ―Brasil-Grande‖ (BRACHT, 1992).
Através da prática de exercícios físicos visando ao desenvolvimento da
aptidão física dos alunos, seria possível obter melhores resultados nas competições
esportivas e, consequentemente, consolidar o país como uma potência olímpica,
elevando seu status político e econômico. Tal concepção de Educação Física escolar de
caráter esportivo foi duramente criticada pela corrente pedagógica da psicomotricidade
que surgia no mesmo período.
Baseada na interdependência do desenvolvimento cognitivo e motor, (a
abordagem psicomotora) critica o dualismo predominante na Educação Física, e propõe-
se, a partir de jogos de movimento e exercitações, contribuir para a Educação Integral
[...] Com a Psicomotricidade, temos um deslocamento da polarização da Educação do
movimento para a Educação pelo movimento, ficando a primeira nitidamente em segundo
plano (BRACHT, 1992, p. 27).
A perspectiva esportiva da Educação Física escolar recebeu uma forte crítica
da corrente da psicomotricidade cujos fundamentos se contrapunham às perspectivas
teórico-metodológicas baseadas no modelo didático da esportivização. Tais fundamentos
valorizavam a formação integral da criança, acreditando que esta se dá no
desenvolvimento interdependente de aspectos cognitivos, afetivos e motores.
Entretanto, a psicomotricidade não estabeleceu um novo arcabouço de
conhecimento para o ensino da Educação Física, e as práticas corporais, entre elas o
esporte, continuaram a ser tratadas, tão-somente, como meios para a educação e
disciplina dos corpos, e não como conhecimentos a serem sistematizados e
transmitidos no ambiente escolar.
Além disso, a Educação Física ficou, em alguns casos, subordinada a
outras disciplinas escolares, tornando-se um elemento colaborador para o aprendizado de
conteúdos diversos àqueles próprios da disciplina6 (SOARES, 1996, p. 09). Com o
movimento de abertura política e o início de um processo de redemocratização
social, que culminou com o fim da Ditadura Militar em meados dos anos de 1980, o
sistema educacional brasileiro passou por um processo de reformulação.
Nesse período, a comunidade científica da Educação Física se fortaleceu
com a expansão da pós-graduação nessa área no Brasil. Esse movimento possibilitou a
95
muitos professores uma formação não mais restrita às ciências naturais e
biológicas. Com a abertura de cursos na área de humanas, principalmente em educação.
Novas tendências ou correntes de ensino da Educação Física, cujos debates
evidenciavam severas críticas ao modelo vigente até então, passaram a subsidiar as
teorizações dessa disciplina escolar (DAÓLIO, 1997, p. 28).
Houve um movimento de renovação do pensamento pedagógico da
Educação Física que trouxe várias proposições e interrogações acerca da legitimidade
dessa disciplina como campo de conhecimento escolar. Tais propostas dirigiram críticas
aos paradigmas da aptidão física e da esportivização (BRACHT, 1999). Entre as
correntes ou tendências progressistas, destacaram-se as seguintes abordagens:
• Desenvolvimentista: defende a ideia de que o movimento é o principal meio e fim
da Educação Física. Constitui o ensino de habilidades motoras de acordo com uma
sequência de desenvolvimento. Sua base teórica é, essencialmente, a psicologia do
desenvolvimento e aprendizagem;
• Construtivista: defende a formação integral sob a perspectiva construtivista-
interacionista. Inclui as dimensões afetivas e cognitivas ao movimento humano. Embora
preocupada com a cultura infantil, essa abordagem se fundamenta também na psicologia
do desenvolvimento.
Vinculadas às discussões da pedagogia crítica brasileira e às análises das
ciências humanas, sobretudo da Filosofia da Educação e Sociologia, estão as
concepções críticas da Educação Física. O que as diferencia daquelas descritas
anteriormente é o fato de que as abordagens crítico-superadora e crítico-emancipatória,
descritas abaixo, operam a crítica da Educação Física a partir de sua contextualização na
sociedade capitalista.
• Crítico-superadora: baseia-se nos pressupostos da pedagogia histórico-critica
e estipula, como objeto da Educação Física, a Cultura Corporal a partir de
conteúdos como: o esporte, a ginástica, os jogos, as lutas e a dança. O conceito de
Cultura Corporal tem como suporte a idéia de seleção, organização e sistematização do
conhecimento acumulado historicamente, acerca do movimento humano, para ser
transformado em saber escolar. Esse conhecimento é sistematizado em ciclos e tratado
de forma historicizada e espiralada. Isto é, partindo do pressuposto de que os
alunos possuem um conhecimento sincrético sobre a realidade, é função da escola, e
neste caso também da Educação Física, garantir o acesso às variadas formas de
conhecimentos produzidos pela humanidade, levando os alunos a estabelecerem
96
nexos com a realidade, elevando-os a um grau de conhecimento sintético.
Nesse sentido, o tratamento espiralar representa o retomar, integrar e
dar continuidade ao conhecimento nos diferentes níveis de ensino, ampliando sua
compreensão conforme o grau de complexidade dos conteúdos. Por exemplo: um
mesmo conteúdo específico, como a Ginástica Geral, pode ser abordado em diferentes
níveis de ensino, desde que se garanta sua relação com aquilo que já foi conhecido,
elevando esse conhecimento para um nível mais complexo.
A abordagem metodológica crítico-superadora foi criada no início da década de 90
por um grupo de pesquisadores tradicionalmente denominados por Coletivo de Autores.
São eles: Carmen Lúcia Soares, Celi Taffarel, Elizabeth Varjal, Lino Castellani Filho,
Micheli Ortega Escobar e Valter Bracht.
• Crítico-emancipatória: Nessa perspectiva, o movimento humano em sua
expressão é considerado significativo no processo de ensino/aprendizagem, pois está
presente em todas as vivências e relações expressivas que constituem o ―ser no mundo‖.
Nesse sentido, parte do entendimento de que a expressividade corporal é
uma forma de linguagem pela a qual o ser humano se relaciona com o meio, tornado-se
sujeito a partir do reconhecimento de si no outro. Esse processo comunicativo, também
descrito como dialógico, é um ponto central na abordagem crítico-emancipatória. A
principal corrente teórica que sustenta essa abordagem metodológica é a Fenomenologia,
desenvolvida por Merleau Ponty. A concepção crítico-emancipatória foi criada, na década
de 90, pelo pesquisador Elenor Kunz.
No contexto das teorizações críticas em Educação e Educação Física, no
final da década de 1980 e início de 1990, no Estado do Paraná, tiveram início as
discussões para a elaboração do Currículo Básico. O Currículo Básico para a escola
pública do Estado do Paraná surgiu, na década de 90, como o principal documento oficial
relacionado à educação básica no Estado do Paraná. O documento foi aprovado pelo
Conselho Estadual de Educação do Paraná, através da Deliberação nº 02/90 de 18 de
dezembro de 1990, do processo 384/90. Conforme consta no Currículo Básico, sua
primeira edição, teve uma tiragem de noventa mil exemplares, que foram distribuídos para
maior parte das escolas públicas do Estado do Paraná. Isso demonstra a extensão que
atingiu este documento, que passou a legislar em todas as escolas públicas do Paraná,
com grande influência sobre as práticas escolares (NAVARRO, 2007, p. 48).
O Currículo Básico foi produzido num período de emergência, na educação,
do chamado ―discurso crítico‖. Esse discurso pretendia reformular a educação e,
97
consequentemente, a disciplina de Educação Física, a partir de reflexões históricas
e sociais que desvelassem os mecanismos de desigualdade social e econômica,
para então legitimar e concretizar um projeto de transformação social. O objetivo central
da criação do Currículo Básico foi o projeto de reestruturação do currículo das escolas
públicas do Paraná [...] (NAVARRO, 2007, p. 49). É necessário procurar entender a
dialética de desenvolvimento e aperfeiçoamento do corpo na história e na sociedade
brasileira, para que a Educação Física saia de sua condição passiva de coadjuvante do
processo educacional, para ser parte integrante deste, buscando colocá-la em seu
verdadeiro espaço: o de área do conhecimento. Quando discutimos, hoje, a Educação
Física dentro Esse processo envolveu profissionais comprometidos com a Educação
Pública do Paraná, deu-se num contexto nacional de redemocratização do país e resultou
em um documento que pretendia responder a demandas sociais e históricas da educação
brasileira.
Os embates educacionais oriundos desse período, posterior ao Regime
Militar, consolidaram-se nos Documentos Oficiais sobre Educação no Brasil, dentre eles, o
próprio Currículo Básico do Estado do Paraná que, com um viés critico, apresentava um
discurso preocupado com a formação de seres humanos capazes de questionar e
transformar a realidade social em que vivem. O Currículo Básico, para a Educação
Física, fundamentava-se na pedagogia histórico - crítica, identificando-se numa
perspectiva progressista e crítica sob os pressupostos teóricos do materialismo
histórico-dialético. Esse documento caracterizou-se por ser uma proposta avançada em
que o mero exercício físico deveria dar lugar a uma formação humana do aluno em
amplas dimensões.
O reflexo desse contexto para a Educação Física configurou-se em um
projeto escolar que possibilitasse a tomada de consciência dos educandos sobre seus
próprios corpos, não no sentido biológico, mas especialmente em relação ao meio social
em que vivem. Dessa forma No entanto, o Currículo Básico apresentava uma rígida
listagem de conteúdos, os quais eram denominados pressupostos do movimento
(condutas motoras de base ou formas básicas de movimento; condutas neuro-motoras;
esquema corporal; ritmo; aprendizagem objeto-motora), esses enfraqueciam os
pressupostos teórico-metodológicos da pedagogia crítica, pois o enfoque permaneceu
privilegiando abordagens como a desenvolvimentista, construtivista e psicomotora
(FRATTI, 2001; NAVARRO, 2007).
Dentro de um projeto mais amplo de educação do Estado do Paraná,
98
entende-se a escola como um espaço que, dentre outras funções, deve garantir o acesso
aos alunos ao conhecimento produzido historicamente pela humanidade.
Sendo assim, a disciplina de Educação Física tem a proposta de humanizar
e diversificar a prática pedagógica, buscando ampliar o trabalho que incorpora as
dimensões afetivas, cognitivas e socioculturais dos alunos.
―A Educação Física enquanto componente curricular da Educação básica
deve assumir então uma outra tarefa: introduzir e integrar o aluno na cultura corporal de
movimento, formando o cidadão que vai produzi-la, reproduzi-la e transformá-la ,
instrumentalizando o para usufruir do jogo, do esporte, das atividades rítmicas e dança,
das ginásticas e práticas de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.‖( Betti.
Zuliani ,2002)
―O papel da Educação Física é o de transcender aquilo que se apresenta
como senso comum, desmistificando formas já arraigadas e equivocadas sobre o
entendimento das diversas práticas e manifestações corporais. Priorizar a construção do
conhecimento sistematizado como oportunidade ímpar, de re-elaboração de ideias e
práticas que, por meio de ações pedagógicas, intensifiquem a compreensão do aluno
sobre a gama de conhecimentos produzidos pela humanidade e suas implicações para a
vida. Como exemplo destes conhecimentos, pode se apresentar a discussão sobre a
diversidade cultural em termos corporais, com o intuito de que os alunos possam respeitar
as diferenças identificadas, bem como se posicionarem frente a elas de modo autônomo,
realizando opções, pautadas nos conhecimentos relevantes apresentados pelo professor‖.
(Diretrizes Curriculares 2008).
A Educação Física escolar deve dar oportunidades a todos os alunos através
de jogos e brincadeiras , dança, ginástica, lutas e esportes para que desenvolvam suas
potencialidades de forma democrática e não seletiva, visando seu aprimoramento como
seres humanos para o trabalho e o mundo.
Segundo Barros e Barros ;1972, a Educação Física escolar , consiste no
desenvolvimento orgânico e funcional da criança, procurando, através de atividades
físicas, melhorar os fatores de coordenação e execução de movimentos. Visando atingir
esse objetivos as atividades de correr, saltar, arremessar, pendurar se, equilibrar se,
levantar e transportar, puxar, empurrar, saltitar, girar, pular corda, permitem a descarga da
agressividade, estimulam a auto expressão, concorrem para a manutenção da saúde,
favorecem o crescimento, previnem e corrigem os defeitos de atitudes e boa postura.
99
Em busca disso a educação física escolar propõem os seguintes objetivos.
Empregar atividades recreativas, visando brincadeiras como expressões miméticas
privilegiadas na infância, momentos organizados nos quais o mundo tal qual as crianças o
compreendem, é relembrado, contestado, dramatizado,
Participar de atividades corporais, estabelecendo relações equilibradas e construtivas
com os outros, reconhecendo e respeitando características físicas e de desempenho de si
próprio e dos outros, sem discriminar por características pessoais, físicas, sociais e
sexuais;
Realizar atividades que melhorem as suas qualidades físicas: velocidade, resistência,
flexibilidade, força, agilidade, coordenação e equilíbrio;
Repudiar qualquer espécie de violência, adotando atitudes de respeito mútuo, dignidade e
solidariedade nas práticas de cultura corporal de movimento;
Despertar o gosto pela dança, envolvendo o folclore e a cultura afro-brasileira, além da
cultura local;
Reconhecer se como elemento integrante do ambiente, adotando hábitos saudáveis de
higiene, alimentação e atividades corporais, relacionando os com os efeitos sobre a
própria saúde e de melhoria da saúde coletiva;
Conhecer, organizar e interferir no espaço de forma autônoma, reconhecendo as como
uma necessidade do ser humano e um direito do cidadão, em busca de uma melhor
qualidade de vida;
Participar de atividades de natureza relacional, reconhecendo e respeitando suas
características físicas e de desempenho motor, bem como a de seus colegas, sem
discriminar por características pessoais, físicas, sexuais ou sociais; apropriar se de
processos de aperfeiçoamento das capacidades físicas, das habilidades motoras próprias
das situações problema que surjam no cotidiano;
Adotar atitudes de respeito mútuo, dignidade e solidariedade na prática dos jogos, lutas e
dos esportes, buscando encaminhar os conflitos de forma não violenta, pelo diálogo e
prescindindo da figura do árbitro. Saber diferenciar os contextos amadores, recreativos,
escolares e o profissional, reconhecendo e evitando o caráter excessivamente competitivo
em quaisquer desses contextos.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
100
ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE /6º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Esportes
Coletivos
Individuais
Jogos e
brincadeiras
Jogos e
brincadeiras
populares
Brincadeiras
e cantigas de
roda
Jogos de
Tabuleiro
Jogos
Cooperativos
Dança
Danças
folclóricas
Danças de rua
Danças criativas
Ginástica
Ginástica
Rítmica
Ginástica
101
circense
Ginástica
Geral
Lutas
Lutas de
aproximação
Capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE/ 7º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Coletivos
Individuais
Jogos e
Brincadeiras
Jogos e
brincadeiras
populares
Brincadeiras
e cantigas de
roda
Jogos de
Tabuleiro
Jogos
cooperativos
Dança
Danças
Folclóricas
Danças de rua
102
Danças criativa
Danças
circulares
Ginástica
Ginástica
Rítmica
Ginástica
Circense
Ginástica geral
Lutas
Lutas de
Aproximação
Capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL 7ª SÉRIE/8º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte
Coletivos
Radicais
Jogos e
brincadeiras
Jogos e
brincadeiras
populares
Jogos de
Tabuleiro
Jogos
103
Dramáticos
Jogos
cooperativos
Dança
Danças criativa
Danças
circulares
Ginásticas
Ginástica
rítmica
Ginástica
circense
Ginástica geral
Lutas
Lutas com
instrumento
mediador
Capoeira
ENSINO FUNDAMENTAL 8ª SÉRIE/9º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES CONTEÚDOS BÁSICOS
Esporte Coletivos
Radicais
Jogos e
Brincadeiras
Jogos de
tabuleiro
Jogos
dramáticos
Jogos
Cooperativos
Dança
Danças
criativas
Danças
104
circulares
Ginástica
Ginástica
Rítmica
Ginástica geral
Lutas
Lutas com
instrumento
mediador
Capoeira
IV ) METODOLOGIA DA DISCIPLINA
Considerando que a metodologia utilizada pelo professor no ensino e
aprendizagem deve garantir a busca do desenvolvimento da autonomia, a cooperação e a
participação social e democrática do aluno.
Os alunos, os alunos serão instigados a manifestar o que sabem a partir de
um assunto apresentado e após o professor fará a explanação do tema.
Os Conteúdos estruturantes propostos – esporte, dança, ginástica, lutas,
jogos e brincadeiras –, a Educação Física tem a função social de contribuir para que os
alunos se tornem sujeitos capazes de reconhecer o próprio corpo, adquirir uma
expressividade corporal consciente e refletir criticamente sobre as práticas corporais.
O professor de Educação Física tem, assim, a responsabilidade de
organizar e sistematizar o conhecimento sobre as práticas corporais, o que
possibilita a comunicação e o diálogo com as diferentes culturas. No processo
pedagógico, o senso de investigação e de pesquisa pode transformar as aulas de
Educação Física e ampliar o conjunto de conhecimentos que não se esgotam nos
conteúdos, nas metodologias, nas práticas e nas reflexões.
É também preocupação da disciplina o atendimento à diversidade social,
indistintamente, para a inclusão de todos os indivíduos, independente de cor, raça, sexo,
religião, necessidades educacionais especiais, moradores do campo, afro-descendentes,
imigrantes, indígenas, reconhecendo os direitos sociais de cada um, respeitando sua
cultura. Nesse sentido, busca-se construir os saberes escolares necessários à formação
do cidadão, buscando continuamente estratégias que ajudem a superar as dificuldades,
105
eximindo o de qualquer forma de preconceito, discriminação, e garantindo a todos,
condições indispensáveis para que possam manter se na escola e aprender.
Os conteúdos escolares deverão ser abordados em procedimentos de
organização, sistematização de informações, aperfeiçoamento, entre outros e abranger
interesses que venham de encontro às necessidades e expectativas da realidade escolar.
Incluir o aluno no processo de ensino e aprendizagem, considerando sua realidade social
e pessoal, sua percepção de si e do outro, suas dúvidas e necessidades de compreensão
dessa mesma realidade.
A partir de inclusão, constitui se um ambiente de aprendizagem
significativa, que faça sentido para o aluno, no qual ele tenha a possibilidade de trocar
informações, estabelecer questões e construir hipóteses na tentativa de respondê las.
Trabalhar as práticas corporais no sentido que constituem um espaço de
desenvolvimento e formação de personalidade, na medida em que permitem ao aluno
experimentar e expressar diversas formas de ser e estar no mundo, contribuindo para a
construção de seu estilo pessoal de jogar, lutar, dançar e brincar.
A metodologia utilizada para trabalhar os conteúdos estruturantes será
desenvolvida de diversas formas, que visem facilitar o aprendizado, metodologias estas,
como: exposição de conteúdos utilizando fatos do cotidiano, como, notícias de jornais,
revistas e exemplos do dia-a-dia do aluno,interpretação de textos atuais, interpretação de
figuras e legendas; confecções de cartazes e murais; recursos audio-visuais; práticas
corporais exposições; debates.
Utilizando assim, metodologias que se tornem adequadas a cada conteúdo a
ser trabalhado, respeitando a individualidade e a capacidade de cada turma na produção
do conhecimento.
106
V) AVALIAÇÃO
Falar de avaliação em Educação Física significa reconhecer a insuficiência
das discussões e teorizações sobre esse tema no âmbito desta disciplina curricular no
Brasil (COLETIVO DE AUTORES, 1992). No entanto, mesmo diante dessa realidade, é
necessário assumir o compromisso pela busca constante de novas ferramentas e
estratégias metodológicas que sirvam para garantir maior coerência com o par dialético,
objetivos-avaliação. Isto é, pensar formas de avaliar que sejam coerentes com os
objetivos inicialmente definidos.
Se faz necessário entender que a avaliação em Educação Física à luz dos
paradigmas tradicionais, como o da esportivização, desenvolvimento motor,
psicomotricidade e da aptidão física, é insuficiente para a compreensão do fenômeno
educativo em uma perspectiva mais abrangente.
Tradicionalmente, a avaliação em Educação Física tem priorizado os
aspectos quantitativos de mensuração do rendimento do aluno, em gestos técnicos,
destrezas motoras e qualidades físicas, visando principalmente à seleção e à
classificação dos alunos.
Os professores, historicamente, praticam a verificação e não a
avaliação, sobretudo porque a aferição da aprendizagem escolar tem sido feita, na
maioria das vezes, para classificar os alunos em aprovados e reprovados. Chega-se à
conclusão de que, mesmo havendo ocasiões em que se dêem oportunidades para os
alunos se recuperarem, a preocupação recai em rever os conteúdos programáticos para
recuperar a nota (LUCKESI, 1995).
A Educação Física, a partir da referência positivista e da esportivização,
procurou distinguir os melhores, mais habilidosos, daqueles piores, que não
apresentavam a habilidade esperada, tudo isso considerando o entendimento do
professor sobre o que seria certo ou errado. Essa concepção chegou ao ápice
quando alguns professores de Educação Física se apropriaram de testes padronizados
para selecionar estudantes das escolas públicas para comporem um grupo de ―atletas‖.
Nessa perspectiva, a avaliação era, e por muitas vezes continua a ser,
aplicada como verificação físico-motora do rendimento dos alunos-atletas. No que diz
respeito à Educação Física, podemos afirmar que a prática dos professores esteve
frequentemente ligada à educação e à avaliação tradicional por meio da reprodução dos
modelos de ensino vinculados ao desenvolvimento da aptidão física e das habilidades
107
desportivas, que se restringiram a comparar, classificar e selecionar o aluno com base no
desempenho motor ou nas medidas biométricas dos alunos (PALLAFOX E TERRA, 1998,
p. 25).
Com as transformações ocorridas no campo das teorizações em Educação
e Educação Física, principalmente a partir dos anos 80 e 90, a função da avaliação
começou a ganhar novos contornos, sendo profundamente criticadas as
metodologias que priorizam testes, materiais e sistemas com critérios e objetivos
classificatórios e seletivos. Esses estudos têm conduzido os professores à reflexão e ao
aprofundamento, buscando novas formas de compreensão dos seus significados no
contexto escolar.
A Educação Física é a partir desse novo referencial teórico e das discussões
até então desenvolvidas novos critérios, ferramentas e estratégias que reflitam a
avaliação no contexto escolar surgiram. O objetivo é favorecer maior coerência entre a
concepção defendida e as práticas avaliativas que integram o processo de ensino e
aprendizagem. Um dos primeiros aspectos que precisa ser garantido é a não exclusão,
isto é, a avaliação deve estar a serviço da aprendizagem de todos os alunos, de modo
que permeie o conjunto das ações pedagógicas e não seja um elemento externo a esse
processo.
Destaca-se que a avaliação deve estar vinculada ao projeto político-
pedagógico da escola, de acordo com os objetivos e a metodologia adotada pelo corpo
docente.
Com efeito, os critérios para a avaliação devem ser estabelecidos, considerando o
comprometimento e envolvimento dos alunos no processo pedagógico:
Os alunos estarão em constante avaliação serão considerados entrega das
atividades propostas pelo professor; se houve assimilação dos conteúdos propostos,
por meio da recriação de jogos e regras; se o aluno consegue resolver, de maneira
criativa, situações problemas sem desconsiderar a opinião do outro, respeitando o
posicionamento do grupo e propondo soluções para as divergências; se o aluno se mostra
envolvido nas atividades, seja através de participação nas atividades práticas ou
realizando relatórios.
Partindo-se desses critérios, a avaliação deve se caracterizar como um
processo contínuo, permanente e cumulativo, tal qual preconiza a LDB nº. 9394/96, em
que o professor organizará e reorganizará o seu trabalho, sustentado nas diversas
práticas corporais, como a ginástica, o esporte, os jogos e brincadeiras, a dança e a luta.
108
A avaliação deve, ainda, estar relacionada aos encaminhamentos
metodológicos, constituindo-se na forma de resgatar as experiências e
sistematizações realizadas durante o processo de aprendizagem. Isto é, tanto o professor
quanto os alunos poderão rever o trabalho realizado, identificando avanços e dificuldades
no processo pedagógico, com o objetivo de (re)planejar e propor encaminhamentos que
reconheçam os acertos e ainda superem as dificuldades constatadas.
O professor pode utilizará ainda outros instrumentos avaliativos, como:
dinâmicas em grupo, seminários, debates, júri-simulado, (re)criação de jogos,
pesquisa em grupos, inventário do processo pedagógico, entre outros, em que os
estudantes possam expressar suas opiniões aos demais colegas.
As provas e os trabalhos escritos podem ser utilizados para avaliação das
aulas de Educação Física, desde que a nota não sirva exclusivamente para hierarquizar e
classificar os alunos em melhores ou piores; aprovados e reprovados; mas que sirva,
também, como referência para redimensionar sua ação pedagógica.
Por fim, os professores precisam ter clareza de que a avaliação não deve
ser pensada à parte do processo de ensino/aprendizado da escola. Deve, sim, avançar
dialogando com as discussões sobre as estratégias didático-metodológicas,
compreendendo esse processo como algo contínuo, permanente e cumulativo.Serão
utilizados, bimestralmente, no mínimo 04 (quatro) instrumentos de avaliação diferentes
conforme acima citados . O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no
máximo 4,0 pontos. Ao final de cada bimestre, o valor somado dos instrumentos de
avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos. O valor da avaliação bimestral do educando
será a soma dos resultados obtidos nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos que apresentarem aproveitamento insuficiente será
oferecida a Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no qual o conteúdo foi
desenvolvido. Através de novas avaliações escritas e orais assim como trabalhos
complementares.
Os/As alunos (as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada,
não com prejuízo dos conteúdos, mas com menos questões a respeito do assunto ou com
tempo maior para resolução das atividades ou produção de textos e com explicações
extras para cada questão ou atividade.
Instrumentos de avaliação:
Dramatizações, brincadeiras, danças, etc.
109
Realização de atividades na quadra, na sala de aula, na biblioteca e em saídas de
campo e em domicílio;
Resolução de questionamentos escritos e orais;
Pesquisa, produção e apresentação de seminários;
Pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
VI ) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
- BETTI, M. Zuliani, L. R. Educação Física escolar: uma proposta de diretrizes
pedagógicas. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte - Ano 1, Número 1,
p. 75 2002
- DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO DO ESTADO DO
PARANÁ, SEED, Curitiba, Paraná;
-GONÇALVES, Maria Cristina, PINTO, Roberto Costacurta, Alves, TEUBER, Silvia
Pessoa, Aprendendo a Educação Física. Ed. Bolsa Nacional do Livro Ltda. 1ª
edição, 1996;
-GOVERNO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Educação Física para o
Ensino Fundamental. Curitiba. 2006;
- LEI Nº 10.639, Inserção dos conteúdos de História a Cultura Afro-brasileira
nos currículos escolares, Presidência da república, 2003;
-MEDINA, João Paulo S. A Educação Física Cuida do Corpo... e (Mente).
Papirus Editora, 4ª edição, São Paulo, 1985;
-TAFFAREL, Celi Nelza Zülke, Criatividade nas aulas de Educação Física. Ed.
Ao Livro Técnico, 1ª edição, 1985.
110
1.3 ARTE
I) Apresentação da disciplina:
A disciplina de Arte no Ensino Fundamental visa construir uma proposta de
ensino para os alunos das escolas públicas levando em conta a necessidade de uma
reflexão a respeito da disciplina, tentando despertar nos alunos o interesse pelas artes
visuais, danças, músicas e teatro para o desenvolvimento da sociedade.
O marco importante para a Arte brasileira foi à semana de Arte Moderna,
onde os modernistas deixam de se inspirar na arte européia enfocando o nacionalismo e
os temas nacionais. Esse movimento dá início à valorização da cultura popular e abre
brechas às inúmeras manifestações artísticas. A arte vai ampliar seus horizontes e
possibilitar novas correntes de expressão.
―... não se restringia apenas à corrente da livre expressão,
acreditava no uso de temas e de historias reais e inventadas, como
forma de integração entre a arte e a vida, entre o conhecimento
especifico e a experiência do aluno, valorizando a reflexão e a critica
no ensino de Arte‖ (CAVALCANTI apud DIRETRIZES
CURRICULARES, 2006).
No decorrer desse processo de desenvolvimento histórico no ensino da arte,
ocorreram muitas transformações, porém essa disciplina exige reflexões que contemplem
a arte como área do conhecimento e não meramente para destacar dons inatos.
Nas diversas teorias sobre a arte são estabelecidas algumas referências
sobre sua função, o que resulta também em diferentes posições: como a arte pode servir
à ética, à política, à religião, à ideologia; ser utilitária ou mágica e transformar se em
mercadoria ou meramente proporcionar prazer.
Na educação, o ensino de Arte amplia o repertório cultural do aluno a partir
dos conhecimentos estético, artístico e contextualizado, aproximando o do universo
cultural da humanidade nas suas diversas representações.
De acordo com as Diretrizes Curriculares, pretende se que os alunos
possam criar formas singulares de pensamento, apreender e expandir suas
potencialidades criativas.
A partir das concepções da arte e de seu ensino, estas diretrizes consideram
111
alguns campos conceituais que contribuem para as reflexões a respeito do objeto de
estudo desta disciplina:O conhecimento estético está relacionado à apreensão do objetivo
artístico em seus aspectos sensíveis e cognitivos;
O conhecimento artístico que está relacionado com o fazer e com o processo criativo;
O conhecimento contextualizado que envolve o contexto histórico (político, econômico e
sociocultural) dos objetos artísticos e contribui para a compreensão de seus conteúdos
explícitos e implícitos. A arte é a manifestação do poder criador do homem. Criar é
transformar e nesse processo o sujeito também se recria. A arte, quando cria uma nova
realidade, reflete a essência do real. O sujeito, por meio de suas criações artísticas,
amplia e enriquece a realidade já humanizada pelo trabalho. A prática pedagógica deve
contemplar as Artes Visuais, a Dança, a Música e o Teatro tendo como referência as
relações estabelecidas entre a arte e a sociedade.
O aluno da educação básica terá acesso ao conhecimento presente nas
diferentes formas de relação da arte com a sociedade, de acordo com a proximidade das
mesmas com o seu universo. O professor, por sua vez, ao selecionar os conteúdos
específicos que irá desenvolver enfocará as formas de relação da arte com a sociedade
com maior ou menor ênfase, abordando o objeto de estudo por meio dos conteúdos
estruturastes para formar alunos críticos, com a capacidade de usar sua imaginação para
criar formas e expandir seus conhecimentos.
A disciplina de Educação Artística propõe os seguintes objetivos:
- Reconhecer as produções e manifestações artísticas presentes na comunidade, na
região e nas várias dimensões da cultura, entendendo as como bens culturais
materiais e imateriais;
-Entender as peculiaridades culturais de cada individuo como ponto de partida para a
ampliação dos saberes em arte;
-Produzir formas no espaço bidimensional e tridimensional, desenvolvendo um
percurso de criação individual ou coletivo;
-Saber construir, expressar-se e comunicar se, articulando percepção, imaginação,
memória, sensibilidade e reflexão;
-Desenvolver relações de autoconfiança com a própria produção artística, valorizando
a diversidade estética e artística;
-Reconhecer e usar diversas técnicas; utilizar as técnicas e procedimentos, em
diversos materiais e suporte, sabendo interagir com diferentes materiais e meios
112
(computador, vídeo, cinema, som, fotografia,...);
-Saber relacionar e apreciar obras plásticas, musicais, teatrais e corporais, produzidas
por distintos produtores, em diferentes épocas, valorizando as diversas escolhas de
interpretação e de criação, em sala de aula e na sociedade;
-Saber situar e compreender as relações entre corpo, expressão corporal, dança e seu
papel em vários tipos de sociedade;
-Identificar fontes de documentação e manifestações artísticas nacionais e
internacionais;
-Experimentar atividades de observação, composição e técnicas artísticas,
compreendendo critérios culturalmente construídos e embasados, de caráter
fisiológico, históricos, sociológico, psicológico, científico e tecnológico;
-Apropriar se do saber elaborado em diferentes momentos históricos, para enriquecer
a sua produção artística.
II) Conteúdos Estruturantes:
Cada linguagem artística possui um elemento básico por meio do qual ela se
manifesta: o som da música, o movimento e não movimento na dança, a forma e luz em
artes visuais e a dramatização no teatro. Destes elementos básicos derivam os elementos
específicos de cada linguagem e os conteúdos devem estar articulados e organizados,
para permitir ao aluno ler e interpretar o repertório e trabalho artístico.
ARTES VISUAIS
- Forma
- Composição – experimentação (como os elementos da linguagem visual se articula),
suportes (onde está proposta a idéia magnética).
- Especialidade – bidimensional, tridimensional (como está projetada, composta ou
representada no espaço).
- Texturas – acabamento (como as formas se apresentam)
- Movimento – dinâmica, força, fluência e equilíbrio (como se alternam os ritmos).
- Luz – decomposição da luz branca, cor, pigmento, tons e percepção da cor, valores,
classificação, sombras e luzes, contraste.
MÚSICA
- Distribuição dos sons de maneira sucessiva (intervalos melódicos/ melodia).
113
- Distribuição dos sons de maneira simultânea (intervalos harmônicos/ harmonia)
- Qualidade do som e suas variações: intensidade (dinâmica), duração (pulsação/ ritmo),
altura (grave/ agudo), timbre (fonte sonora/ instrumentalização).
- Estruturas musicais (organização e articulação dos elementos da s linguagem e formas
musicais).
TEATRO
- Elementos dramáticos – personagem (agente da ação), enredo (desdobramentos dos
acontecimentos), espaço cênico (local onde se desenvolve a ação cênica).
- Signos da representação teatral – personagem:
- Visuais: figurino, adereços, gestos;
- Sonoros: fala e entonação.
- Do espaço cênico: cenário, iluminação, sonoplastia.
- Gêneros teatrais: tragédia e suas características: fatalidade, sofrimento, pesar.
- Comédia e suas características: o riso, a sátira, o grotesco.
- Drama e suas características: o conflito
DANÇA
- Elementos do movimento: corpo (articulações, superfícies, membros do corpo),
- Espaço (amplitude, progressões e tensões espaciais),
- Ações (torcer, gesticular, inclinar, deslocar, rodar, parar expandir, recolher, saltar),
- Dinâmicas (peso, espaço, tempo, fluência).
ENSINO FUNDAMENTAL
5ª Série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área Elementos Básicos
das linguagens
artísticas
Produções e
manifestações
artísticas
Elementos
contextualizadores
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
114
Artes
Visuais
Ponto, linha,
superfície, textura,
volume, formas, cor.
Figurativa,
bidimensional,
tridimensional,
técnicas.
Arte brasileira,
folclore, arte e
cultura indígena e
afro-brasileira.
Teatro Personagem,
expressão, corporal,
vocal, gestual, facial.
Jogos teatrais,
improvisação, roteiro,
caracterização,
figurino,
dramatização.
Sombras e
fantoches
Música Altura, duração,
intensidade.
Ritmos, gêneros,
improvisação,
paródias.
Folclóricas, e
outras.
Dança Movimento corporal Coreografias,
gêneros,
improvisação.
Folclóricas e
outras
6ª Série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área Elementos Básicos
das linguagens
artísticas
Produções e
manifestações
artísticas
Elementos
contextualizadores
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes
Visuais
Linha, ponto,
superfície, textura,
volume, cores
terciárias,
complementares, luz
e sombra.
Imagem, ilustração,
composições,
pontilhismo, pintura,
técnicas, figurativo e
abstrato.
Surrealismo e
impressionismo
Teatro Personagem, Jogos teatrais, Mímica e
115
expressão, corporal,
vocal, gestual, facial.
improvisação, roteiro,
caracterização,
figurino,
dramatização,
técnica.
pantomima
Música Altura, duração,
intensidade e
densidade.
Ritmos, gêneros,
improvisação.
Música eletrônica e
clássica
Dança Movimento corporal,
tempo.
Coreografias,
gêneros,
improvisação,
técnicas.
Clássica e
moderna
7ª Série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área Elementos Básicos
das linguagens
artísticas
Produções e
manifestações
artísticas
Elementos
contextualizadores
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes
Visuais
Linha, ponto,
superfície, volume,
luz e cor.
Imagem, ilustração,
composições,
perspectiva, retrato,
desenho e pintura.
Arte paranaense,
medieval,
renascimento.
Teatro Personagem, espaço
cênico.
Jogos teatrais,
improvisação, roteiro,
caracterização,
cenografia e figurino.
Comédia arte,
teatro pobre
Música Altura, duração,
intensidade e
densidade.
Ritmos, gêneros,
improvisação,
sonoplastia.
Rap e cantos
gregorianos
116
Dança Movimento corporal,
tempo.
Coreografias,
gêneros,
improvisação,
sonoplastia.
Dança
paranaense,
moderna e
contemporânea.
8ª Série
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Área Elementos Básicos
das linguagens
artísticas
Produções e
manifestações
artísticas
Elementos
contextualizadores
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Artes
Visuais
Linha, ponto,
superfície, volume,
luz e cor.
Imagem, ilustração,
composições, figura e
fundo, estilização,
caricaturas, técnicas
e ritmos.
Pop arte, cubismo,
abstracionismo,
arte greco-romana.
Teatro Personagem, espaço
cênico, expressões e
ação.
Jogos teatrais,
improvisação, roteiro,
adereços e
maquiagem.
Tragédia, comédia
e drama.
Música Altura, timbre,
duração, intensidade
e densidade.
Ritmos, gêneros,
improvisação,
iluminação.
Indústria cultural
Dança Movimento corporal,
tempo.
Coreografias,
gêneros,
improvisação,
sonoplastia.
Dança brasileira
A Educação Ambiental será abordada na disciplina através do estudo e
produção de linguagens artísticas relativas ao tema.
117
III) Metodologia da disciplina:
O encaminhamento metodológico para a disciplina de Arte no Ensino
Fundamental está fundamentado nas Diretrizes Curriculares com base no conhecimento
em arte e que acontece por meio da inter-relação dos saberes, pela apropriação dos
elementos que compõem o conhecimento estético, artístico e contextualizado. Os
conteúdos estarão interligados aos projetos da escola, incluindo temáticas sobre a
educação do campo, história e cultura afro-brasileira, africana e indígena, além dos
projetos que a escola realizará como: Agenda 21 escolar, projeto FERA.
As atividades propostas na área de arte devem garantir aos alunos, modos
interessantes, imaginativos e criadores de fazer e pensar arte, exercitando modos de
expressão e comunicação que privilegie o aluno da escola pública atingindo uma
consciência crítica sobre a realidade e unidade entre teoria e prática sobre o ensino da
arte. Desenhar, pintar, criar, recortar, ampliar, inventar, colar, relacionar, imaginar, dançar,
escrever, cantar, produzir atividades individuais e coletivamente serão as principais
características das aulas de educação artística. Mas para que o processo de
aprendizagem em arte ocorra, a prática social e cultural vivida pelo aluno na ação
pedagógica, possibilitara o desenrolar das atividades de estudo interligadas com as áreas
de arte plástica, música, dança e teatro, sendo abordados a partir de diferentes produções
artísticas, de acordo com o nível de compreensão dos educadores, sendo gradativamente
ampliados.
IV) Avaliação:
Será desenvolvido um trabalho de avaliação baseado nas seguintes formas de
avaliação:
DIAGNÓSTICA – é aquela realizada durante todo o processo pedagógico para detectar se
os alunos apresentam os requisitos necessários para novas aprendizagens. È uma
constante no dia-a-dia considerando o conjunto (comunidade escolar)
FORMATIVA – realizada durante todo o período, com a função de controle, verificando se
os alunos estão atingindo os objetivos previstos. Através delas os alunos conhecem os
erros e acertos e encontram estímulos para o estudo.
CONTÍNUA E CUMULATIVO – artigo 23 da lei 9394/96, inciso V – a verificação do
rendimento escolar observará os seguintes critérios:
Avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência
118
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período
sobre os de eventuais provas finais.
Como instrumento e técnica de avaliação serão utilizados: tarefa especifica,
exposição oral, trabalhos de criação individual ou em grupo, como: observação
espontânea ou dirigida, desenhos, maquetes, exercícios de verificação, pesquisas,
participação nas atividades propostas, apresentações artísticas e experimentações
praticas).
A nota do bimestre será resultante da somatória dos valores obtidos em
cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na
seqüência e ordenação de conteúdos, sendo no mínimo 4 (quatro) aferições, Ex.:
1°avaliação+2°avaliação+3°avaliação=10,0(dez pontos).
* RECUPERAÇÃO PARALELA
Na recuperação de estudos (paralela), o professor deverá considerar a
aprendizagem do aluno no decorrer do processo ensino-aprendizagem e após verificação
de conteúdos, proporcionar novas situações de aprendizagem para os alunos de baixo
rendimento e/ou os que queiram melhorar seus resultados.
V) Referências bibliográficas:
BARBOSA, Ana Mãe I. B. A imagem no ensino da arte. São Paulo; Perspectiva, 1991.
BOURO, S. B. Olhos que pintam: a leitura de imagens e o ensino da arte. São Paulo:
Educ/ Fapesp/Cotez, 2002.
CADERNO DE ARTE 1 E 2. Artes Plásticas, teatro e música. Secretaria do estado da
Educação do Paraná. Departamento de Ensino de Primeiro Grau: Curitiba- PR.
CURRÍCULO BÁSICO PARA A ESCOLA PÚBLICA DO ESTADO DO PARANÁ. Curitiba-
PR.
DIRETRIZES CURRICULARES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DO
ESTADODO PARANÁ, Curitiba, 2006.
FERRAZ, M.; FUSARI, M. R. Metodologia do ensino da Arte. 2ª ed. São Paulo: Cortez,
1993.
MARCHESI JÚNIOR, Isaías. Atividades de Educação Artística, Volume 1, 2, 3 e 4. São
119
Paulo, Ática.
120
1.4 L.E.M -INGLÊS
I) Apresentação da disciplina:
Tendo como princípio de que a Educação Básica deve garantir a formação
básica do cidadão e seu desenvolvimento integral, o qual inclui o desenvolvimento da
capacidade de aprender, tendo como meios, o pleno domínio da leitura e com vistas a
inclusão de todos no processo de aprendizagem no enfrentamento das desigualdades
sociais,com aqueles que, historicamente têm sido marginalizados, faz-se necessário
retomar a dimensão histórica da disciplina de Língua Inglesa.
São vários os motivos pelos quais se implantou no sistema de ensino a
aprendizagem da língua inglesa: como modelo que expressa padrão cultural, após a
Segunda Guerra Mundial, para contribuir na formação da mentalidade do aprendiz e
desenvolver hábitos de observação e reflexão, bem como culturais, para conhecimento da
civilização estrangeira e das tradições daqueles povos – recomendando-se o Método
Direto.
Essa preocupação, pós a Segunda Guerra, deriva da dependência
econômica e cultural do Brasil em Relação aos Estados Unidos. Nos anos 50, com o
desenvolvimento da ciência lingüística e o crescente interesse pela aprendizagem de
línguas, surgem mudanças significativas quanto às abordagens e os métodos de ensino.
Havia a preocupação da necessidade de formar rapidamente pessoas que falassem
outras línguas então se usavam o método estruturalista e o áudio-oral. Depois,
considerado um avanço mais eficiente, o audiovisual. No entanto, a Língua Estrangeira,
assim o Inglês também , tornava o ensino dela como mais um instrumento das classes
favorecidas para manter privilégios. Mesmo assim, ensinar língua e civilização
estrangeiras era apenas como um recurso instrumental.
A partir de 1970, surge na Europa, a Abordagem Comunicativa em
decorrência de uma demanda que exigiu a oferta do ensino de Língua Estrangeira para
imigrantes. Em tal abordagem a língua é concebida como um instrumento de
comunicação ou interação social, concentrando-se nos aspectos semânticos e não mais
no código lingüístico. Nessa conjuntura veio após os postulados de Chomsky (a
Abordagem Comunicativa), prossegue Hymes (1972) aproximando a lingüística da
Sociologia: a Sociolinguística; Savigon(1972) destaca que a capacidade de falar/aprender
está condicionada a elementos como o léxico, sintático e até mesmo a subjetividade. Em
1975 surgem as teorias da Escola Francesa de Pêcheux e Fuchs com a análise do
121
discurso. Paralelamente, surgiram as teorias da Análise do discurso da Escola Anglosaxã
a qual subsidiou o ensino pautado na Abordagem Comunicativa, cujo objeto era a
conversação cotidiana.
Em 1996, com a nova LDB, há a determinação da oferta obrigatória de
pelo menos uma Língua Estrangeira. Em 1999 os PCNs davam ênfase no ensino da
comunicação oral e escrita de Língua Estrangeira, com vistas ao atendimento das
demandas necessárias à formação pessoal, acadêmica e profissional.
A disciplina de Inglês propõe os seguintes objetivos:
Ensinar e aprender concepções de mundo, constituindo e dando significado aos
espaços construídos; desenvolver consciência crítica a respeito do papel da
língua na sociedade, apresenta-se como objetivo primeiro da aprendizagem de
Língua Inglesa;
Superar a idéia de que o objeto da Língua Inglesa é apenas o lingüístico e de
que os Institutos de Idiomas são parâmetros para definir os objetivos do ensino
da Língua Estrangeira na educação.
Formar basicamente o cidadão, contribuindo para a constituição das
identidades dos alunos, sujeitos como agentes críticos e transformadores do
meio em que vivem;
Comprometer-se com o resgate social e educacional na Educação Básica. A
sua apropriação concilia aquisição de conhecimentos específicos com a
compreensão crítica da sociedade, com vistas à sua transformação, superando
o fim utilitarista e pragmático que tem marcado historicamente o ensino dessa
disciplina;
Oportunizar aos alunos a aprendizagem de conteúdos que ampliem as
possibilidades de ver o mundo, de avaliar os paradigmas existentes e construir
sentido; estabelecer relações entre a Língua Estrangeira e a inclusão social;
Desenvolver o reconhecimento da diversidade cultural e processo de
construção de identidades, esse é o intento nesse objetivo;
Possibilitar a utilização de textos verbais ou não-verbais, produção e
compreensão de textos em situações de comunicação de modo a inserir na
sociedade como participantes ativos, não limitados às suas comunidades locais.
Objetiva, desse modo a inclusão social, fazendo uso da Língua em situações
122
significativas e contextualizadas;
Alargar as capacidades interpretativas e cognitivas da Língua Inglesa para
entender suas implicações político-ideológicas;
Permitir o sentido de pertença à sociedade, como sujeito integrante, o aluno ao
aprender a Língua Inglesa, construirá a sua identidade e terá condições de
participar ativamente na possível transformação do mundo em que vive;
Mostrar ao aluno que o Inglês tornou-se um dos principais veículos de
comunicação nos meio diplomáticos, no comércio mundial, nas competições
esportivas, no turismo, nos encontros de líderes políticos mundiais, nos
congressos de ciências, na arte e, principalmente na tecnologia;
Levar o aluno a perceber que é importante conhecer o idioma para não se sentir
isolado do mundo globalizado de hoje;
Despertar no aluno o gosto pelo Inglês;
Levar ao aluno à compreensão, à reflexão e o aprendizado de enunciados e
comunicar-se através da Língua Inglesa;
Realizar atividades que envolvam a Educação do Campo, a valorização do
homem do campo, sua cultura, a problemática com o meio ambiente, entre
outros aspectos.
II) Conteúdos estruturantes:
A Educação Ambiental será abordada na disciplina através da utilização e
produção de textos que abordem a temática.
III) Metodologia da disciplina:
As práticas e os objetivos estabelecidos no contexto escolhido pela escola
acolhe a abordagem comunicativa por favorecer o uso da língua pelos alunos, mas não
deixara em hipótese alguma o trabalho com a língua discursiva com diferentes tipos de
textos, sem esvaziar as práticas sociais. A vertente mais crítica da abordagem
comunicativa que a desvincula do plurilinguismo e imperialismo lingüístico, no contexto
histórico, será envolvida no enfoque da língua.
O referencial teórico que embasa os fundamentos da escolha por tal
123
abordagem, identifica a pedagogia crítica como sustentáculo. Entende-se, com isso, que a
escolarização tem o compromisso de prover aos alunos meios necessários para que não
apenas assimilem o saber enquanto resultado, mas aprendam o processo de sua
produção, bem como as tendências de sua transformação. Assim, propõe-se fazer da aula
de Língua Inglesa um espaço para que o aluno reconheça e compreenda a diversidade
lingüística e cultural, dando oportunidade de engajar-se discursivamente e a perceber
possibilidades de construção de significados em relação ao mundo que vive.
A proposta aqui adotada, baseada na corrente sociológica e nas teorias
do Círculo de Bahktin, bem como de Orlandi (1999) e Foucault (2003), nos pontos e
acepções de tais teóricos convergem, concebe a língua enquanto discurso, enquanto
espaço de produção de sentidos marcado por relações contextuais de poder.
Para atingir os objetivos, a ferramenta para o desenvolvimento da
consciência crítica dos propósitos sociais e a análise das relações, para questionar e
desafiar atitudes, valores e crenças subjacentes a eles, usar-se-á o Letramento Crítico.
Este é concretizado por meio do engajamento crítico com e através de textos e da prática
social crítica, tendo o texto e a leitura como elementos indissociáveis.
As habilidades: ler, falar, escrever, ouvir, será efetivado na metodologia de
trabalho considerando-se sempre o contexto e o momento histórico em que se produziu o
texto, objeto da ação, atribuindo-lhe sentidos. Nessa perspectiva, há o confronto entre o
autor, texto e leitor, passando de uma atitude de passividade para o de participante na
construção de sentidos.
Os temas dos Desafios Contemporâneos como: Educação Ambiental,
Educação Fiscal, Combate ao uso indevido de Drogas, Enfrentamento a Violência na
Escola, Cidadania e Direitos Humanos será abordada na disciplina através da utilização e
produção de textos que abordem a temática.
A língua inglesa tem o discurso e o texto (verbal, escrito ou visual) como
ponto de partida. Esse texto trará problematização em relação à História e Cultura Afro-
brasileira e Africana, sua contribuição na música, religião, alimentação, sua presença na
mídia, o racismo no Brasil e no mundo, o mercado de trabalho, conhecer a contribuição
do negro na literatura universal.
A educação do campo e seus eixos temáticos: trabalho, divisão social e
territorial, cultura e identidade, interdependência campo-cidade, questão agrária e
desenvolvimento sustentável, organização política, movimentos sociais e cidadania.
Também será utilizados os recursos tecnológicos que as escola possuí: laboratório de
124
informática para pesquisas, TV multimídia para vídeos, letras de músicas entre outras
atividades que no decorrer do processo de ensino-aprendizagem possam complementar
as atividades propostas.
IV) Avaliação:
A avaliação da aprendizagem de Língua Inglesa, nesta escola está
atrelada à concepção de língua definida nas Diretrizes. Neste sentido, ela constitui-se
num instrumento facilitador na busca de orientações e intervenções pedagógicas, não
apenas aos conteúdos desenvolvidos, mas aos vivenciados ao longo do processo.
Ela subsidiará a discussão acerca dos alunos sujeitos, a partir de suas
produções, no processo. O envolvimento dos alunos nas práticas discursivas será a base
para o planejamento das avaliações. Cabe ao professor observar a participação ativa dos
alunos, produzindo sentido no processo de compreensão de textos, sejam eles verbais ou
escritos, na interação dos diferentes sujeitos que fazem a aprendizagem acontecer e o
material didático.
A ferramenta para acompanhamento do aprendizado dos alunos é a
manutenção de um portifólio ou o caderno de anotações. Seja no portifólio ou no caderno
de anotações, o professor orientará seus alunos na sua organização, na escolha dos
assuntos, incentivará a leitura das produções tanto individual como coletiva. Esse
instrumento facilita ao aluno reconhecimento de suas ações e o fornecimento de retorno
de seu desempenho e o entendimento do ―erro‖ como parte integrante da aprendizagem.
Embora o que se expôs aqui evidencia a avaliação processual, considerar-
se-á, na prática pedagógica, avaliações de outra natureza: diagnóstica e formativa. Dentro
desse sistema o professor ficará livre para usar os vários tipos de avaliação propostos no
Regimento escolar, que são os seguintes: prova objetiva (série de perguntas diretas, para
respostas curtas, com apenas uma solução possível); dissertativa (série de perguntas que
exijam capacidade de estabelecer relações, resumir, analisar e julgar); Seminário
(exposição oral utilizando a fala e material de apoio adequado ao assunto); trabalho em
grupo (atividade de natureza diversa – escrita, oral gráfica,etc., realizadas coletivamente);
debates (discussão em que os alunos expõem seus pontos de vista a respeito de assunto
polêmico); relatório individual (texto produzido pelo aluno, depois de atividades práticas,
projetos temáticos ou saída de campo); auto-avaliação (análise oral ou por escrito, em
formato livre que o aluno faz o próprio processo de aprendizagem ); observação (análise
125
de desempenho do aluno em fatos do cotidiano escolar ou em situações planejadas); co-
avaliação; Conselho de Classe (reunião liderada pela equipe pedagógica de determinada
turma).
Assim ele optará em fazer a acumulação do que foi estabelecido, explicando
no quadro de observações no Livro Registro e no campo das avaliações a quantificação
dos valores mensurados. Serão consideradas no mínimo 4 avaliações, para efeitos de
promoção no bimestre, com valor entre 1,0 e 3,0 pontos, totalizando 10,0 pontos.
A Recuperação Paralela será feita no final de cada período de avaliação da
seguinte maneira: se o resultado médio obtido pelo aluno não atingir a média 6,0; será
assegurado a ele uma nova oportunidade para reaver os conteúdos com metodologia
diferenciada da vista até então, permitindo, assim, a aprendizagem dos conteúdos que
não foram apreendidos. Após essa revisão será aplicado um teste para verificar se o
aluno aprendeu o que foi ensinado. Se a nota da recuperação paralela for superior a
anterior, conserva-se essa em 100% de seu valor. Se a nota da recuperação paralela for
inferior, permanece o valor mensurado na que o mesmo atingiu anteriormente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988;
CORACINI, M. J. O jogo discursivo na aula de leitura: língua materna e língua
estrangeira. Campinas: Pontes, 1995;
PARANÁ. DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO DO CAMPO. Departamento
do Estado do Paraná;
GIMENEZ, T. Inovação educacional e o ensino de línguas estrangeiras modernas: o
caso do Paraná. Signum, v. 2, 1999;
LEI Nº 10.639, Inserção dos conteúdos de História e Cultura Afro-brasileira nos
Currículos Escolares, Presidência da República, Brasília, 2003;
LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 1995;
PARANÁ. SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO. Departamento de Educação
Básica. Diretrizes Curriculares da Educação Básica, 2008.
126
HISTÓRIA
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
A disciplina tem como principal objetivo despertar reflexões no que se refere
aos aspectos políticos, econômicos, culturais e sociais bem como ampliar as relações
entre o ensino da disciplina e a produção do conhecimento histórico, sendo possível
dessa forma abordar os diversos temas sem a pretensão de esgotá-los.
A disciplina de História passou a ser obrigatória a partir da criação do
Colégio Dom Pedro II, no ano de 1837. Nesse mesmo período, houve a criação do IHGB
(instituto histórico geográfico brasileiro), que instituiu a História como disciplina obrigatória
no âmbito escolar.
A maioria dos intelectuais que elaboravam os programas escolares, os
manuais didáticos, as orientações e os conteúdos a serem ensinados, tinham a influência
da Escola Metódica e da Escola Positivista, com características da linearidade dos fatos,
abordagem política da História, uso exclusivo de documentos oficiais como única fonte de
verdade histórica e também a exacerbada valorização dos heróis.
A História aplicada nas escolas em meados do século XIX era europeizada
com a total abnegação das pessoas comuns nesse contexto histórico, até o início da
República a História terá esse caráter seletista.
A partir do governo Vargas a História do Brasil retorna aos currículos
escolares vinculado ao projeto nacionalista do Estado Novo, posteriormente no ano de
1980 e 1990 cresceram os debates em torno das reformas na área educacional, que
repercutiram nas novas propostas do ensino de História.
O ensino de História vem se modificando ao longo dos anos de acordo com
a sociedade e suas necessidades, a analise histórica da disciplina, bem como as novas
demandas sociais para o ensino de História se apresenta como indicativo para a
elaboração de Diretrizes Curriculares na medida em que há a possibilidade de se refletir a
respeito dos contextos históricos em que há a valorização dos saberes do educando
sendo ele sujeito ativo desse processo.
A história, enquanto disciplina escolar, aliada as outras áreas do
conhecimento, possibilita ampliar estudos sobre as problemáticas contemporâneas
situando-as nas diversas temporalidades, servindo como arcabouço para a reflexão sobre
possibilidades e/ou necessidades de mudanças e/ou continuidades.
A integração da História como as demais disciplinas permitem sedimentar e
127
aprofundar temas estudados, redimensionando aspectos da vida em sociedade e o papel
do indivíduo nas transformações do processo histórico, completando a compreensão das
relações entre a liberdade e a necessidade.
O papel da disciplina para esse nível de ensino e o momento histórico que
se está vivendo deve ser entendido em sua dimensão mais ampla, envolvendo a
formação de uma cultura educacional. Vive-se hoje em uma sociedade marcada pelo
domínio do mito do consumo e pelas tecnologias com ritmos de transformações
aparentemente muito acelerados e informações provenientes de vários espaços, embora
predominando os meios áudios-visuais, e ainda pela fragmentação do conhecimento
sobre os indivíduos e a vida social.
O ensino da História pode desempenhar um papel importante na
configuração da identidade, ao incorporar a reflexão sobre a atuação do indivíduo nas
relações pessoais com o grupo de convívio, suas afetividades, sua participação no
coletivo e suas atitudes de compromisso com classes, grupos sociais, culturas, valores e
com gerações do passado e do futuro.
A disciplina de História contemplará a Educação do Campo no decorrer do
ano letivo, buscando valorizar o sujeito do campo e mostrando a relação de dependência
que existe entre campo-cidade, relação essa muito presente no cotidiano dos educandos
já que a escola se situa em uma localidade rural. Contudo, o intuito principal da
abordagem é propiciar aos alunos a melhor compreensão do tema, impedindo dessa
forma que se construam conceitos errôneos sobre o espaço físico (campo) e os sujeitos
que nele vivem.
A cultura afro-brasileira, africana e indígena será contemplada na disciplina
de História conforme os conteúdos a serem trabalhados em sala de aula, sendo assim,
possível fazer paralelos entre o tema da aula e a modalidade em questão. O assunto será
de suma importância no decorrer das aulas porque possibilitará um melhor entendimento
do aluno com relação à diversidade cultural encontrada em nosso país.
A história do Paraná também será relacionada a todos os temas que abrirem
espaço a este conteúdo valorizando a situação sócio-econômico-cultural local e regional
que está inserido o educando.
A Educação Ambiental será contemplada na disciplina de História,
abordando a relação homem/ meio ambiente, tendo como principal objetivo a
conscientização do aluno para a preservação do meio ambiente, fazendo com que esse
reflita sobre o comprometimento da sociedade com a questão ambiental despertando seu
128
senso crítico.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA:
Manifestar disponibilidade e interesse no intercâmbio;
Revelar preocupação com a qualidade de seus registros e na representação
dos trabalhos;
Respeitar as opiniões dos outros e buscar compreender as diferenças;
Fundamentar suas opiniões;
Desenvolver a capacidade de comunicar-se;
Ler e interpretar textos orais, escritos, ideográficos videográficos de caráter
sociocultural;
Interpretar e utilizar diferentes representações (tabelas, gráficos, ícones...)
Exprimir-se oralmente usando corretamente terminologia específica da área;
Produzir textos adequados às pesquisas e trabalhos da área formular
dúvidas e elaborar conclusões;
Saber usar as tecnologias básicas da informação, como computadores,
vídeos, gravadores, como instrumento de apoio à pesquisa e à educação;
Promover a capacidade cognitiva, através do desenvolvimento da
curiosidade e do gosto de aprender, da confiança em si próprio. do
questionamento e da investigação;
Refletir e formular juízos sobre situações socioculturais de interesse
científico ou tecnológico com que se defrontar. Enfrentar com confiança e
disposição situações novas;
Ter iniciativas na busca de informações de que necessite responsabilizar-se
por suas iniciativas;
Manifestar desejo de aprender, despertar, gosto pela pesquisa e apreço
pelo conhecimento;
Aplicar os conhecimentos adquiridos na sociedade, na escola, no trabalho e
em outros contextos relevantes para sua vida;
Entender o impacto das tecnologias associadas às ciências humanas sobre
sua vida pessoal, os processos de produção, o desenvolvimento do
conhecimento e sua vida social;
129
Traduzir os conhecimentos sobre a pessoa, a Sociedade, a economia, as
práticas sociais e culturais em condutas de indagação, análise,
problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou
questões da vida pessoal, social, política, econômica e cultural;
Compreender a necessidade de entender as diversas culturas incluindo a
Afro-brasileira e indígena existentes em nosso país como formadora da
nossa sociedade e, portanto, importantes no contexto histórico;
Respeitar essa diversidade cultural e conhecer melhor as culturas africanas
e indígena para minimizar possíveis preconceitos resultado da falta de
conhecimento;
Conhecer a História de estado em que vive, bem como refletir sobre o
processo de formação cultural, social e econômica para melhor
entendimento desses no contexto nacional;
Conhecer o meio em que vive, promovendo dessa maneira um melhor
relacionamento entre o sujeito e comunidade.
No ensino de História é indispensável para o professor criar uma relação
com o conhecimento já adquirido pelo aluno, buscando relacionar esses conhecimentos
com a realidade e com o cotidiano de cada indivíduo.
A História que se pretende resgatar é a história como ciência, com um
método novo que determina um caminho renovado para a produção e a transformação do
conhecimento histórico.
Os procedimentos metodológicos a serem utilizados na disciplina de História
compreendem também a interdisciplinaridade principalmente na área de ciências
humanas. Nessa perspectiva devem ser feitas seleções de conteúdos, o que possibilita
ainda, que o aluno venha a elaborar um raciocínio histórico.
Para melhor satisfazer os objetivos pressupostos pela disciplina faz-se uso
também de debates e seminários. Na prática pedagógica, interdisciplinaridade e
transversalidade alimentam-se mutuamente, pois o tratamento das questões trazidas
pelas temáticas, expõe as inter-relações entre os objetivos de conhecimento. Lembrando
que os conteúdos propostos serão articulados entre si para um maior entendimento da
realidade onde está inserido o aluno.
Os conteúdos estruturantes que organizam o ensino de História nestas
130
Diretrizes são as relações de trabalho, as relações de poder e as relações culturais. Eles
tratam das ações e relações humanas no tempo, articulando o ensino e a pesquisa em
História. Os conteúdos estruturantes se desdobram em conteúdos básicos/temas
históricos e, por fim, nos específicos. Dessa forma, todos têm a possibilidade de
relacionar-se entre si. Na disciplina de História os conteúdos básicos são os temas
históricos, pois esta é a abordagem que se articula com os fundamentos teórico-
metodológicos expressos neste documento.
Para os anos finais do Ensino Fundamental a escolha dos recortes
temáticos que organizam os conteúdos básicos se deve à opção política e teórico-
metodológica de romper com a narrativa histórica tradicional, linear, eurocêntrica,
homogeneizadora e totalizante da divisão quadripartite (Antiga, Medieval, Moderna e
Contemporânea).
III. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
CONTEÚDOS BÁSICOS
ABORDAGEM TEÓRICO-METODOLÓGICA
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO PARA A DISCIPLINA DE HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL: 5ª SÉRIE/ 6ºANO - Os Diferentes Sujeitos Suas Culturas
Suas Histórias.
CONTEÚDOS
ESTRUTURAN
TES
CONTEÚD
OS
BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇÃ
O
131
Relações de
trabalho
Relações de
Poder
Relações
culturais
A experiência
humana no
tempo.
Os sujeitos e
suas relações
com o outro
no tempo.
As culturas
locais e a
cultura
comum
• A abordagem
metodológica dos
conteúdos para o
ensino fundamental
parte da história
local/Brasil para o
mundo;
• deverão ser
considerados os
contextos relativos às
histórias local, da
América Latina, da
África e da Ásia;
• os conteúdos
básicos pretendem
desenvolver a análise
das temporalidades
(mudanças,
permanências,
simultaneidades e
recorrências) e das
periodizações;
• os conteúdos
específicos devem
estar articulados aos
conteúdos básicos e
estruturantes;
• o confronto de
interpretações
historiográficas e
documentos históricos
permitem aos
estudantes
• Esta sugestão de conteúdos
tem como finalidade estudar e
avaliar de modo processual as
estruturas que simultaneamente
inibem e possibilitam as
manifestações culturais que os
sujeitos promovem numa relação
com o outro instituída por um
processo histórico.
• Pretende perceber como os
estudantes compreendem: a
experiência humana, os sujeitos
e suas relações com o outro no
tempo; a cultura local e a cultura
comum.
• Verificar a compreensão do
aluno acerca da utilização do
documento em sala de aula,
propiciando reflexões sobre a
relação passado/presente.
• Cabe ao professor, no decorrer
do processo, elencar diferentes
instrumentos avaliativos capazes
de sistematizar as idéias
históricas produzidas pelos
estudantes.
• No processo avaliativo deve-se
fazer uso: de narrativas e
documentos históricos, inclusive
os produzidos pelos alunos;
verificação e confronto de
documentos de diferentes
naturezas como: os mitos;
132
formularem idéias
históricas próprias e
expressá-las por meio
de narrativas
históricas.
lendas; cultura popular, festa e
religiosidade; constituição do
pensamento científico; formas de
representação humana; oralidade
e a escrita e formas de narrar a
história etc.
ENSINO FUNDAMENTAL: 6ª SÉRIE/ 7ºANO - A Constituição Histórica do Mundo
Rural e Urbano e a Formação da Propriedade em Diferentes Tempos e Espaços.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANT
ES
CONTEÚD
OS
BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGIC
A
AVALIAÇ
ÃO
Relações de
trabalho
Relações de
As relações de
propriedade.
A constituição
histórica do
• A abordagem
metodológica dos
conteúdos para o
ensino fundamental
parte da história
• Esta sugestão de
conteúdos tem como
finalidade avaliar
processualmente como
os mundos do campo e
133
Poder
Relações
culturais
mundo do
campo e do
mundo da
cidade.
A relações entre
o campo e a
cidade.
Conflitos e
resistências e
produção
cultural
campo/cidade.
loca/Brasil para o
mundo;
• deverão ser
considerados os
contextos relativos às
histórias local, da
América Latina, da
África e da Ásia;
• os conteúdos
básicos pretendem
desenvolver a análise
das temporalidades
(mudanças,
permanências,
simultaneidades e
recorrências) e das
periodizações;
• os conteúdos
específicos devem
estar articulados aos
conteúdos básicos e
estruturantes;
• o confronto de
interpretações
historiográficas e
documentos históricos
permitem aos
estudantes
formularem idéias
históricas próprias e
expressá-las por meio
de narrativas
históricas.
da cidade e suas
relações de propriedade
foram instituídos por um
processo histórico;
• Pretende perceber
como os estudantes
compreendem: a
constituição histórica do
mundo do campo e do
mundo da cidade; as
relações entre o campo e
a cidade; conflitos e
resistências; e produção
cultural campo cidade.
• Cabe ao professor, no
decorrer do processo,
elencar diferentes
instrumentos avaliativos
capazes de sistematizar
as idéias históricas
produzidas pelos
estudantes.
• No processo avaliativo
deve-se fazer uso: de
narrativas e documentos
históricos, inclusive os
produzidos pelos alunos;
verificação e confronto de
documentos de diferentes
naturezas.
134
ENSINO FUNDAMENTAL: 7ª SÉRIE/ 8º ANO - O Mundo do Trabalho e os
Movimentos de Resistência.
CONTEÚDOS
ESTRUTURANT
ES
CONTEÚD
OS
BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇ
ÃO
Relações de
trabalho
Relações de
Poder
Relações
culturais
História das
relações da
humanidade com
o trabalho.
O trabalho e a
vida em
sociedade.
O trabalho e as
contradições da
modernidade.
Os trabalhadores
e as conquistas
de direito.
A abordagem
metodológica dos
conteúdos para o
ensino fundamental
parte da história
loca/Brasil para o
mundo;
• deverão ser
considerados os
contextos relativos às
histórias local, da
América Latina, da
África e da Ásia;
• os conteúdos básicos
pretendem desenvolver
a análise das
temporalidades
(mudanças,
permanências,
simultaneidades e
recorrências) e das
periodizações;
• os conteúdos
específicos devem
estar articulados aos
• Esta sugestão de
conteúdos tem como
finalidade avaliar
processualmente os
mundos do trabalho
instituídos por um
processo histórico.
• Pretende perceber
como os estudantes
compreendem: as
relações dos mundos
do trabalho que
estruturam as
diversas sociedades
no tempo
(sociedades
indígenas, trabalho
coletivo, patriarcal,
escravocrata, servil e
assalariado). as
contradições de
classe na sociedade
capitalista; as lutas
pelos direitos
trabalhistas. O
135
conteúdos básicos e
estruturantes;
• o confronto de
interpretações
historiográficas e
documentos históricos
permitem aos
estudantes formularem
idéias históricas
próprias e expressá-las
por meio de narrativas
históricas.
trabalho e a vida em
sociedade e o
significado do
trabalho em
diferentes
sociedades; as três
ordens do imaginário
feudal; o
entretenimento na
corte e nas feiras; fim
da escravidão, o
nascimento da
fábricas/cortiços;
vilas operárias. O
trabalho na
modernidade, as
classes
trabalhadora/capitalis
ta no campo e na
cidade, a crise da
produção e do
trabalho a partir de
1929; ciência e
tecnologia,
saber/poder; a
indústria do lazer, da
arte (...).
• Cabe ao professor,
no decorrer do
processo, elencar
diferentes
instrumentos
avaliativos capazes
136
de sistematizar as
idéias históricas
produzidas pelos
estudantes.
• No processo
avaliativo deve-se
fazer uso: de
narrativas e
documentos
históricos, inclusive
os produzidos pelos
alunos; verificação e
confronto de
documentos de
diferentes naturezas.
137
ENSINO FUNDAMENTAL: 8ª SÉRIE/ 9º ANO - Relações de Dominação e Resistência:
a Formação do Estado e das Instituições Sociais.
CONTEÚDOS
ESTRUTURAN
TES
CONTEÚDOS
BÁSICOS
ABORDAGEM
TEÓRICO-
METODOLÓGICA
AVALIAÇ
ÃO
Relações de
trabalho
Relações de
Poder
Relações
culturais
A constituição
das
instituições
sociais.
A formação
do Estado.
Sujeitos,
Guerras e
revoluções
• A abordagem
metodológica dos
conteúdos para o ensino
fundamental parte da
história locais/Brasil
para o mundo;
• deverão ser
considerados os
contextos relativos às
histórias locais, da
América Latina, da
África e da Ásia;
• os conteúdos básicos
pretendem desenvolver
a análise das
temporalidades
(mudanças,
permanências,
simultaneidades e
recorrências) e das
periodizações;
• os conteúdos
específicos devem estar
articulados aos
conteúdos básicos e
• Esta sugestão de
conteúdos tem como
finalidade estudar e avaliar
de modo processual as
estruturas que
simultaneamente inibem e
possibilitam as ações
políticas que os sujeitos
promovem em relação às
lutas pela participação no
poder que foram
instituídas por um
processo histórico.
• Pretende perceber como
os estudantes
compreendem: a formação
do Estado; das outras
instituições sociais;
guerras e revoluções; dos
movimentos sociais
políticos, culturais e
religiosos; as revoltas e
revoluções sociais
(políticas, econômicas,
culturais e religiosas);
138
estruturantes;
• o confronto de
interpretações
historiográficas e
documentos históricos
permitem aos
estudantes formularem
idéias históricas próprias
e expressá-las por meio
de narrativas históricas.
guerras locais e guerras
mundiais (...).
• Cabe ao professor, no
decorrer do processo,
elencar diferentes
instrumentos avaliativos
capazes de sistematizar
as idéias históricas
produzidas pelos
estudantes.
• No processo avaliativo
deve-se fazer uso: de
narrativas e documentos
históricos, inclusive os
produzidos pelos alunos;
verificação e confronto de
documentos de diferentes
naturezas.
IV: RECURSOS DIDÁTICOS:
Para os objetivos propostos serem alcançados é de extrema importância o uso de
recursos didáticos alternativos. O uso repetitivo do quadro e giz torna a aula chata e
desgastante, fazendo com que o aluno desvie sua atenção e não tenha gosto pelos temas
estudados. Dessa forma o uso tecnológico do pen-drive possibilita ao professor o
complemento e a dinamização das aulas com a apresentação de slides, documentários,
trechos de vídeos, filmes, músicas, imagens entre outros.
Outros recursos que complementam o saber e a investigação histórica é o uso de
materiais como revistas, jornais, cartas, mapas, livros e objetos.
V: PROPOSTA DE TRABALHO PARA O ALUNO:
Os alunos devem ter a compreensão de como os homens, coletivamente,
139
constroem as sociedades ao mesmo tempo em que se constroem homens.
Para esse entendimento, é fundamental que os alunos se situem no seu tempo,
como agentes históricos (sujeitos e objetos da História) e entendam que a História dos
homens é dinâmica, processual e plural.
Procurando recuperar na prática da sala de aula o prazer pela investigação, pela
busca proporcionando diversas leituras, diferentes olhares, evitando a hierarquização de
base geográfica, valorizando a história regional sem cair na armadilha de pensá-la
autônoma, estabelecendo com os alunos uma perspectiva de permanente busca,
investigação aguçando o interesse pela descoberta, pela procura incentivando a criação
de textos criativos, desenvolvendo curiosidades e principalmente a paixão pelo
conhecimento.
Aos alunos com dificuldades educacionais e especiais serão realizadas avaliações
diferenciadas de acordo com o seu grau de dificuldade. Levando em consideração que o
mesmo será conduzido se houver no estabelecimento à sala de apoio. Dessa forma as
avaliações desse aluno serão conduzidas à práticas que ele melhor se destacar. Somente
atividades escritas, ou orais ou em outras formas que ele se encaixar.
VI: INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO:
Educar e avaliar são duas ações que fazem parte de um mesmo processo. A
avaliação é o reflexão transformada em ação, pois subsidia decisões a respeito da
aprendizagem dos educando e educadores, tendo em vista garantir a qualidade do
processo educativo.
São instrumentos de avaliação:
*observações diárias;
*registro de atividades;
*descrição de projetos;
*interação dialógica com o aluno;
*seminários
*trabalhos de pesquisa;
*tarefas diárias;
*provas e testes;
*apresentação oral de trabalhos;
*debates;
*procedimentos de convívio social.
140
A avaliação do aluno é feita de forma global, ampla, múltipla e tem por
objetivo verificar o seu desenvolvimento. Este processo emerge do Projeto Político e
Pedagógico (referencial teórico) e pretende viabilizar a competência de todos os alunos
para a participação democrática na vida social a fim de exercer a cidadania. As avaliações
são somativas, isso quer dizer que a soma total resultará na nota 10,0 (dez).
Garantida a conceituação básica do processo de avaliação, cabe a Escola
especificar seus procedimentos levando em conta os diferentes processos da Educação
Fundamental.
VII: PROCEDIMENTOS/RECUPERAÇÃO
Todos os procedimentos de recuperação comprometem-se com os registros dos
mesmos, conforme Instrução 013/99, observados os aspectos abaixo indicados:
a. Retomada do conteúdo anterior
b. Atendimento a dúvidas;
c. Orientações sobre avaliações da disciplina;
d. Aprofundamentos;
e. Exercícios adicionais de compreensão;
f. Tarefas de casa com correção e revisão em sala de aula;
g. Qualquer outro expediente que venha a ser criado pelo professor para esta
finalidade;
h. Informação aos pais sobre a evolução do quadro de dificuldade do aluno, com o
registro do encontro devidamente assinado pela Escola e pela família;
i. Orientações especiais sobre ―como estudar‖;
j. Convocações dos pais e do aluno para orientação especial quando, apesar de
todos os esforços, as dificuldades do aluno persistirem;
k. Conscientização dos alunos da mudança de paradigma no que se refere à
recuperação e da necessidade de estudar desde o início do ano letivo.
A escola auxiliará o aluno em todas as suas dificuldades, não podendo ser:
responsabilizada por todas as deficiências, uma vez que elas podem ser fruto de lacunas
de conteúdos em função de transferência e até de falta de estudo e de interesse por parte
141
do aluno.
Na recuperação de estudos, o professor considera a aprendizagem do aluno
no decorrer do processo e, para, aferição do bimestre, entre a nota da Avaliação e da
recuperação, prevalecerá sempre a maior. A recuperação de conteúdo poderá assumir
várias formas como: atividades complementares orientadas.
VIII: REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ABREU, Marta ; SOIHET , Rachel (orgs.) Ensino de História : conceitos, temáticas e
metodologias. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003;
CARDOSO, Ciro Flamarion; VAINFAS, Ronaldo (orgs.) Domínios da História.
Campinas: Campus, 1997COSTA, Maria Cristina Castillo. Sociologia. Introdução a
Ciência da Sociedade. Ed. Moderna. São Paulo. 1987;
COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia - Ser, Saber e Fazer. Ed. Saraiva. São
Paulo. 1993;
COTRIM, Gilberto. História do Brasil. Volume Único 2º Grau. Ed. Saraiva. São Paulo.
1990;
DIRETRIZES CURRICULARES DE HISTÓRIA PARA O ENSINO FUNDAMENTAL, versão
preliminar 2009;
NADAI, Elza. História Geral. Volume Único. 2º Grau. Ed.Saraiva. São Paulo. 1987;
142
1.6 – CIÊNCIAS
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
A história da ciência liga-se não somente ao conhecimento científico, mais as
formas de como este é produzido, as tradições de pesquisa que o produzem e as
instituições que as apóiam (KNELLER, 1980).
Buscamos então, através da análise do passado da ciência, interpretar e
compreender a Natureza, que vem a ser o ―motivo‖ de estudo desta disciplina, para
identificar as diferentes formas de pensar sobre esta nos diversos períodos da história.
Por ser ampla a história da ciência, é a através da reflexão sobre o
desenvolvimento, a articulação e a estruturação do conhecimento científico, que se visa o
seu desenvolvimento.
Assim, diferentes epistemólogos contribuíram com as reflexões que estão
voltadas à produção deste conhecimento científico apontando caminhos para a
compreensão de que, na ciência, rompe-se com modelos científicos anteriormente aceitos
como explicações para determinados fenômenos da natureza. Sendo o conhecimento
científico, de certa forma definido como descontínuo, já que é através desta que foram
superados e substituídos alguns modelos.
Dentro deste desenvolvimento para o conhecimento científico, destacam-se o
estado pré-científico, definido como a busca da superação das explicações míticas, com
base em sucessivas observações empíricas e descrições técnicas de fenômenos da
natureza, além de intenso registro dos conhecimentos científicos desde a Antiguidade até
fins do século XVIII, estes registros buscam a superação dos modelos explicativos que
eram produzidos pela influência do pensamento mítico e teológico, através dos quais o
ser humano se preocupava com a divindade dos acontecimentos e não com as causas
desses fenômenos.
Outra possibilidade de explicação do mundo ocorreu a partir da proposição de
modelos científicos que valorizavam a observação das regularidades dos fenômenos da
Natureza para compreendê-los por meio da razão, em contraposição à simples crença.
Entretanto, esses modelos encontravam-se disseminados em meio a crenças essenciais
da magia e a Natureza era entendida sob o ponto de vista animista, segundo a qual a
alma regula todos os fenômenos da vida.
Afastando assim, através das observações realizadas sobre os fenômenos o
143
ser humano dos ―mitos‖, possibilitando a contraposição frente ao que se admitia como
verdade ―pura‖.
O estado científico, no qual um único método científico é constituído para a
compreensão da Natureza. Isto não significa que no período pré-científico os naturalistas
não se utilizavam de métodos para a investigação da Natureza, porém, tal investigação
reduzia-se ao uso de instrumentos e técnicas isolados.
O método científico, como estratégia de investigação, é constituído por
procedimentos experimentais, levantamento e teste de hipóteses, ―transformando‖
sínteses em leis ou teorias. Conseguindo produzir um conhecimento (científico) a respeito
de um determinado recorte da realidade, o que rompe com a forma de construção e
divulgação do conhecimento feita no período pré-científico. Passando o mundo a ser
entendido como mutável e o Universo como infinito.
A partir da aceleração da produção científica e da necessidade de sua
divulgação, configura-se a origem do estado do novo espírito científico, um período no
quais os valores absolutos da mecânica clássica a respeito do espaço, do tempo e da
massa, perderam o caráter de verdade absoluto, revolucionando as ciências físicas e, por
consequência, as demais ciências da natureza.
Assim, a disciplina de Ciências busca através do seu estudo a aquisição de um
conhecimento científico que se origina de uma investigação frente à Natureza, esta, que
seria composta por um conjunto de elementos ligados que formam o Universo em todos
os seus aspectos mais complexos.
Assim, como citado no DCE (p.40) ―ao ser humano cabe interpretar
racionalmente os fenômenos observados na Natureza, resultantes das relações entre
elementos fundamentais como tempo, espaço, matéria, movimento, força, campo, energia
e vida‖, visando à construção deste conhecimento.
A Ciência busca assim, a elaboração e a divulgação do conhecimento, na
medida em que relacionam os seres humanos aos demais seres vivos, em que demonstra
a ativa interferência do homem sobre a Natureza visando compreende-la e se apropriar
dos recursos por ela produzidos, sendo a observação para a compreensão dos
fenômenos decorrentes, a principal maneira de propiciar ao ser humano a construção da
cultura científica.
Considerada como uma atividade complexa (DCE, p.41) ―a ciência não revela a
verdade, mas propõe modelos explicativos construídos a partir da aplicabilidade de
método(s) científico(s)‖, que visa considerá-la como um processo de construção coletiva,
144
frente aos diversos contextos históricos.
As ciências e as demais disciplinas constituem-se modeladores explicativos em
contextos sociais e culturais, devendo assim em conjunto garantir a compreensão do todo
para a construção de uma visão de mundo em toda sua complexidade.
Na natureza terrestre, como em todo o Universo, ocorrem permanentemente
numerosas transformações, conhecidas como fenômenos. Os fenômenos podem ser
químicos ou físicos e biológicos, exercendo influência direta em nosso meio estimulando-
nos a buscar soluções.
Toda a ciência tem sempre um começo filosófico. Inicialmente suposições;
depois as tentativas de provar o que se supôs: é a investigação, a experimentação.
A disciplina de Ciências Naturais por sua riqueza de diversidade em conteúdos,
abordagem de temas atuais, desenvolvimento científico, problemas relativos ao meio
ambiente e saúde, tem a sua preocupação de enfatizar conteúdos socialmente relevantes
e processos de discussão coletiva de temas e problemas de significado e importância
reais e que favoreçam aos estudantes o acesso ao conhecimento científico, ―... levando
em consideração que, para tal formação conceitual, há necessidade de se valorizar as
concepções alternativas dos estudantes...‖, conforme consta na abordagem metodológica
dos Conteúdos Básicos de Ciências.
O processo de formação de conceitos científicos pelo estudante está
relacionado à mediação do professor através do resgate das concepções alternativas dos
estudantes e possibilitando diversas reações, objetivando segundo as Diretrizes
Curriculares para a Educação Básica (2009: 61-62).
―Uma superação do que o estudante já possui de conhecimentos alternativos,
rompendo com obstáculos conceituais e adquirindo maiores condições,
interdisciplinares e contextuais, de saber utilizar uma linguagem que permita
comunicar-se com o outro e que possa fazer da aprendizagem dos conceitos
científicos algo significativo em seu cotidiano‖. ―Propõe-se formar sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto
social e histórico de que são frutos e que pelo acesso ao conhecimento sejam
capazes de ma inserção cidadã e transformadora da sociedade‖.
A disciplina de Ciências Naturais tem caráter interdisciplinar e de
contextualização sócio-histórica, trazendo em seus conteúdos diversas áreas do
conhecimento, tais como: Astronomia, Geologia, Matemática, Física, Química e Biologia,
145
considerando que esses conhecimentos permeiam os conteúdos estruturantes da
Disciplina, e que são abordados de maneira integrada, visando superar uma visão
fragmentada dos conceitos.
Sua essência é o reconhecimento do ambiente nas suas interações e
transformações e o seu objetivo maior é possibilitar aos estudantes uma ―sociedade mais
justa e com oportunidades iguais para todos‖.
O ensino de Ciências constitui assim, um meio importante de preparar o
estudante para enfrentar desafios que surgem de uma sociedade preocupada em integrar,
mais e mais, as descobertas científicas ao bem estar dos indivíduos. Por isso, todos os
educandos, quaisquer que sejam suas aspirações, seus interesses e suas atividades
futuras, devem ter a oportunidade de adquirir um conhecimento básico das ciências
naturais que lhes permita não só compreender e acompanhar as rápidas transformações
tecnológicas, como também participar de forma esclarecida e responsável de decisões
que dizem respeito a toda sociedade.
A disciplina de Ciências propõe os seguintes objetivos:
Os objetivos de Ciências naturais no ensino fundamental são concebidos para
que o aluno desenvolva capacidades que lhe permitam compreender o mundo
e atuar como indivíduo e como cidadão, utilizando conhecimentos de natureza
científica e tecnológica;
- Compreender a natureza como um todo dinâmico e o ser humano, em
sociedade como agente de transformação do mundo em que vive, em relação
essencial com os demais seres vivos e outros componentes do ambiente;
- Compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimentos
e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social,
econômica, política e cultural;
- Identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e
condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica, e
compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas,
sabendo elaborar juízos sobre riscos e benefícios das práticas científico-
tecnológicas;
- Compreender saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e
coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;
- Formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais e
partir de elementos das ciências naturais, colocando em prática conceitos,
146
procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;
- Saber utilizar conceitos básicos associados à energia, matéria,
transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;
- Saber combinar leituras, observações, experimentações e registros para
coleta, comparação entre explicações, organização, comunicação e discussão
de fatos e informações;
- Valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa
para a construção coletiva do conhecimento.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E CONTEÚDOS BÁSICOS
Os conteúdos estruturantes irão indicar o caminho que será seguido para que o
estudo de Ciências alcance seus objetivos, são uma forma ampla de trabalho de todos os
anos do ensino fundamental, o seu desdobramento será realizado a partir dos Conteúdos
Básicos, para cada série/ano os quais deverão ainda ser mais detalhados a partir dos
conteúdos Específicos, estes que serão programados no decorrer do ano respeitando a
individualidade de cada série e a escolha do educador.
Os Conteúdos Estruturantes/Conteúdos Básicos encontram-se organizados por
série/ano, para o seu melhor aproveitamento, de acordo com as Diretrizes Curriculares da
Educação Básica – Ciências.
5ª SÉRIE/6º ANO:
ASTRONOMIA:
Universo;
Sistema Solar;
Movimentos Terrestres;
Movimentos Celestes;
Astros;
MATÉRIA:
Constituição da Matéria;
SISTEMAS BIOLÓGICOS:
Níveis de organização Celular;
ENERGIA:
Formas de Energia;
147
Conversão de Energia;
Transmissão de energia;
BIODIVERSIDADE:
Organização dos Seres Vivos;
Ecossistema;
Evolução dos Seres Vivos;
6ª SÉRIE/7º ANO:
ASTRONOMIA:
Astros;
Movimentos Terrestres;
Movimentos Celestes;
MATÉRIA:
Constituição da Matéria;
SISTEMAS BIOLÓGICOS:
Células;
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos;
ENERGIA:
Formas de Energia;
Transmissão de Energia;
BIODIVERSIDADE:
Origem da Vida;
Organização dos Seres Vivos;
Sistemática;
7ª SÉRIE/8º ANO:
ASTRONOMIA:
Origem e Evolução do Universo;
MATÉRIA:
Constituição da Matéria;
SISTEMAS BIOLÓGICOS:
Célula;
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos;
ENERGIA:
148
Formas de Energia;
BIODIVERSIDADE:
Evolução dos Seres Vivos;
8ª SÉRIE/9ºANO:
ASTRONOMIA:
Astros;
Gravitação Universal;
MATÉRIA:
Propriedades da Matéria;
SISTEMAS BIOLÓGICOS:
Morfologia e Fisiologia dos Seres Vivos;
Mecanismos de Herança Hereditária;
ENERGIA:
Formas de Energia;
Conversão de Energia;
BIODIVERSIDADE:
Interações Ecológicas;
METODOLOGIA DA DISCIPLINA:
O estudo das Ciências necessita apresentar interação direta com os
fenômenos naturais e tecnológicos, para evitar lacunas na formação do educando.
Quanto ao processo de propor atividades, devemos levar em consideração que nem
todos os alunos possuem os mesmos interesses, nem aprendem da mesma maneira.
―o ensino de Ciências deve contribuir para que os alunos compreendam
melhor o mundo e suas transformações, possam agir de forma responsável
em relação ao Meio Ambiente e aos seus semelhantes e reflitam sobre
questões éticas que estão implícitas nas relações entre Ciências e
Sociedade. Nesse processo o papel do educador é fundamental. Sua atitude
é sempre uma referência para os alunos: a consideração das múltiplas
opiniões, a persistência na busca de informações, a valorização da vida e o
respeito as individualidades serão observadas e servirão de exemplo na
formação dos valores dos educandos‖. (BIZZO, 2000)
149
Assim, torna-se importante considerar o desenvolvimento cognitivo dos
alunos relacionando as suas experiências, idade, identidade cultural e social e os
diferentes significados e valores que as Ciências podem ter para eles.
O estudo dos conceitos fundamentais e o planejamento das ações
pedagógicas precisam considerar a relação existente entre os conteúdos estruturantes e
específicos e, a Ciência, a tecnologia e a sociedade para que os alunos compreendam
que o objetivo de estudo da disciplina está diretamente relacionado à sua prática social.
Como sabemos, os conteúdos específicos são desdobrados e estabelecem
relações, que podem ser conceituais, interdisciplinares ou contextuais, sendo inúmeras
estas relações, devem ser estabelecidas considerando-se as orientações das Diretrizes
Curriculares, a experiência profissional e a caminhada pedagógica do professor.
A influência cada vez maior da Ciência e da tecnologia em nossa vida e a
rapidez com que surgem as inovações nesse campo vem despertando um intenso debate
acerca do ensino de Ciências.
Nós professores, somos também estudantes, permanentemente aprendendo
sobre as novas descobertas em ciências e sobre as novas maneiras de ensinar, buscando
assim, repassar estas descobertas através de metodologias que despertem nos alunos a
construção do próprio conhecimento.
A metodologia utilizada para trabalhar os conteúdos estruturantes será
desenvolvida de diversas formas, que visem facilitar o aprendizado, metodologias estas,
como: leitura e interpretação de textos atuais, exposição de conteúdos utilizando fatos do
cotidiano, como, notícias de jornais, revistas e exemplos do dia-a-dia do aluno,
interpretação de figuras e legendas; resolução de problemas; elaboração de relatórios de
experimentos e investigações; confecções de cartazes e murais; recursos audio-visuais;
exposições; exposição de material coletado, debates; trabalho de campo como visitas e
excursões.
Visando desenvolver atividades voltadas a Educação do Campo, serão
desenvolvidas ações, na busca da identificação desta identidade rural bem como da
conscientização dos mesmos frentes ao meio ambiente, serão estes, confecção de horta,
que visa desenvolver atividades rurais de plantio, adubação e colheita de verduras e
legumes, e ações voltadas à reciclagem do lixo, pelo qual será realizada a coleta seletiva
do mesmo, buscando a participação dos educandos e principalmente a compreensão da
importância que o meio ambiente tem frente aos seres vivos, os cuidados que devemos
150
dispersar a este.
O trabalho desenvolvido frente aos conteúdos estruturantes se torna mais
completo quando inserimos a este os Desafios Educacionais Contemporâneos os quais
serão trabalhados de diversas formas quando da necessidade bem como da possibilidade
em se inserir determinado assunto, pode-se ainda observar que determinados desafios
fazem parte do cotidiano dos educandos, como Educação Ambiental presente nas ações
antes propostas, o enfrentamento à violência na escola, a prevenção ao uso indevido de
drogas e o tema educando para as relações étnico-raciais, que será trabalhado visando à
compreensão da importância dos negros e índios e da igualdade existente entre os povos.
Utilizando assim, metodologias que se tornem adequadas a cada conteúdo a
ser trabalhado, respeitando a individualidade e a capacidade de cada turma na produção
do conhecimento.
AVALIAÇÃO:
A avaliação de ser um processo contínuo, onde diversos fatores possam ser
levados em consideração, já que através desta visamos identificar as deficiências bem
como as conquistas dos alunos.
Para isso, a avaliação se dará ao longo do processo de ensino-
aprendizagem possibilitando ao professor, por meio de uma interação com os alunos,
contribuições importantes para verificar em que medida os alunos se apropriam dos
conteúdos específicos tratados nesse processo.
É necessário que o processo avaliativo se dê de forma sistemática e a partir
de critérios avaliativos, estabelecidos pelo professor, que considerem aspectos como os
conhecimentos que os alunos possuem sobre determinados conteúdos, a prática social
desses alunos, o confronto entre esses conhecimentos e os conteúdos específicos, as
relações e interações estabelecidas por eles no seu progresso cognitivo, ao longo do
processo de ensino e aprendizagem e no seu cotidiano.
Nesse sentido, é imprescindível a coerência entre o planejamento das ações
pedagógicas do professor, o encaminhamento metodológico e o processo avaliativo, a fim
de que os critérios de avaliação estabelecidos estejam diretamente ligados ao propósito
principal do processo de ensino e de aprendizagem, a aquisição dos conteúdos
específicos e a ampliação de seu referencial de análise crítica da realidade, por meio da
abordagem articulada.
151
Por meio dos instrumentos avaliativos diversificados, os alunos podem
expressar os avanços na aprendizagem à medida que interpretam, produzem, discutem,
relacionam, refletem, analisam, justificam, se posicionam e argumentam, defendendo o
próprio ponto de vista.
A avaliação se dará ao longo do processo de aprendizagem; e não pode
estar centralizada em uma única atividade ou método avaliativo e, precisa considerar os
alunos como sujeitos históricos nesse processo. Com isso, o professor pode interpretar e
analisar as informações obtidas na avaliação, considerando as concepções de ciência,
tecnologia, sociedade, educação, aluno, processo de ensino e de aprendizagem, escola e
do currículo de Ciências.
O acompanhamento do processo de avaliação será por série e será
analisado, aperfeiçoado e orientado pela equipe pedagógica da escola em conjunto com
os professores.
A avaliação será registrada nos livros de chamada do professor, nos boletins
e no sistema escola.
A recuperação de estudos acontece a partir do entendimento, da importância
que os conteúdos trabalhados possuem para a formação do educando, para isto a
recuperação dos conteúdos devem ser realizadas através da utilização de diferentes
metodologias e estratégias, assegurando ao aluno a possibilidade de aprender. A
recuperação de nota torna-se assim uma consequência da recuperação do conteúdo.
Utilizamos, nesse processo de avaliação, variados tipos de instrumentos,
tais, como: avaliação escrita e oral, pesquisa, trabalho individual ou em grupo, relatório
interpretação, visando observar os diversos processos de conhecimento, estes processos
são os processos de memorização, criatividade, formulação de hipóteses, argumentação,
observação dentre outros.
A avaliação será contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com
prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
período de recuperação, usando os seguintes critérios:
Os instrumentos deverão ser variados contemplando as diversas formas
de aprendizagem do aluno tendo o professor liberdade em sua disciplina
de atribuir valores aos instrumentos de avaliação que conforme os
critérios previamente estabelecidos e discutidos com os alunos serão
realizados objetivando os dez pontos;
A recuperação de estudos será concomitante ao período letivo e paralelo
152
aos conteúdos, procedendo da seguinte forma: em diagnosticando
através da avaliação a não obtenção dos objetivos propostos serão
retomados os conteúdos e proporcionando novas avaliações com
instrumentos diferenciados escolhidos pelo professor dentre os quais o
aluno melhor demonstre seu aprendizado podendo ser orais, escritos,
práticos ou até mesmo prova, prevalecendo a nota maior;
Critérios estes que visam investigar a aprendizagem significativa frente:
- A origem e evolução do universo;
- Constituição e propriedades da matéria;
- Sistemas biológicos de funcionamento dos seres vivos;
- Conservação e transformação de energia;
- Diversidade de espécies em relação dinâmica com o ambiente em que vivem,
bem como os processos evolutivos envolvidos;
Assim, por meio dos instrumentos avaliativos diversificados, os alunos irão
expressar os avanços na aprendizagem, estes instrumentos serão discutidos e
observados pelo coletivo da escola, para que se alcance o objetivo esperado da formação
do estudante.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação
obtido pelo educando.
Neste processo de avaliação, há os instrumentos de avaliação que são
apresentados e que servirão como formas para diagnosticar as dificuldades, buscando as
mudanças necessárias para uma melhor concretização da aprendizagem:
Instrumentos de avaliação:
Resolução de questionamentos escritos e orais;
Produção e análise de desenhos, tabelas, gráficos e outras formas de
expressão e representação;
Realização de atividades na sala de aula, na biblioteca, em saídas de
campo e em domicílio;
Pesquisa, produção e apresentação de seminários;
Pesquisa e produção de relatórios de pesquisa;
Participação em palestras e atividades culturais;
Dentre as resoluções e produções de questionamentos estes, serão
elaborados de forma clara, oportunizando a todos os alunos o entendimento frente ao que
153
está sendo proposto e solicitado.
OBSERVAÇÕES
A nota será atribuída a cada atividade desenvolvida pelo (a) aluno (a), seja
oral ou escrita; podendo estas ser desenvolvidas individualmente ou em grupo. Pelo feitio
dos deveres de casa, nas atividades extraclasses, apresentações e palestras, bem como
pela utilização das atividades experimentais. Sendo seu valor estabelecido de acordo com
o grau de dificuldade de cada uma, proporcionando ao educando condições de somar
pontos (notas), atingindo um máximo de 10,0 (dez) pontos por bimestre.
Caso o (a) aluno (a) não consiga a nota mínima (média seis), ele (a) terá oportunidade de
fazer a RECUPERAÇÃO PARALELA a qual será ofertada de acordo (e com a retomada)
dos conteúdo(s) avaliado(s) naquele momento. Então, o (a) aluno (a) fará uma nova
avaliação desse (s) conteúdo (s). É importante lembrar que a recuperação paralela não
será bimestral; ela será ofertada após cada avaliação realizada, se isso for necessário.
Os/As alunos (as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada, não com
prejuízo dos conteúdos, mas com menos questões a respeito do assunto ou com tempo
maior para resolução das atividades disponibilizando a este a oportunidade em
desenvolver as atividades, assim como quando necessária explicação extra do conteúdo
ou da atividade proposta;
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ANDERY, M. A. et. al. Para compreender a Ciência. 5ª Edição. Rio de
Janeiro: Espaço e Tempo, 1994;
BREJON, N (Org). Estrutura e funcionamento do Ensino de 1º e 2º
Graus. São Paulo: Pioneira, 1982;
PARANÁ. (SEED) Diretrizes Curriculares da Educação Básica- Ciências,
2008;
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Avaliação, sociedade e
escola: fundamentos para reflexão. 2ª Edição. Curitiba: SEED, 1986;
SAVIANI, D. Escola e Democracia. 29ª Edição. Campinas. São Paulo:
Autores Associados, 1995;
BARROS, Carlos; PAULINO, Wilson. Coleção Ciências. São Paulo: Ática, 2008.
154
1.8. Ensino Religioso
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
A disciplina de Ensino Religioso passou a fazer parte do ensino escolar com
a Constituição de 1934, porém com matrícula facultativa.Na década de 1960 essa
disciplina era ministrada por professores leigos e voluntários. Na prática muitos inverteram
seu objetivo, converteram os educandos para sua própria religião. O Ensino Religioso,
conforme a LDB 4024/61, teve matrícula facultativa.
Durante os anos de 1971 a 1998, aconteceram muitos programas,
elaboração de materiais, cursos, de modo a garantir um novo espaço para a Educação
Religiosa na Legislação Brasileira. De acordo com a nova LDBEN 9394/96 o Ensino
Religioso veda qualquer forma de doutrinação ou proselitismo. Propõem um caráter laico,
que garanta o acesso a conhecimentos que promovam a educação do respeito à
diferentes culturas. O Ensino Religioso é componente curricular da Educação Básica e de
importância para a formação do cidadão e para seu pleno desenvolvimento como pessoa.
Por consequência, parte do dever constitucional do Estado em matéria educativa.
O Ensino Religioso, em conformidade com a legislação brasileira, propõe
promover aos educandos a oportunidade de processo de escolarização fundamental para
se tornarem capazes de entender os movimentos religiosos específicos de cada cultura,
possuir o substrato religioso, de modo a colaborar com a formação da pessoa. Essa
compreensão deve favorecer o respeito, em suas relações éticas e sociais diante da
sociedade, fomentando medidas de repúdio a toda e qualquer forma de preconceito e
discriminação e o reconhecimento de que, todos nós, somos portadores de singularidade.
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
O Ensino Religioso é uma disciplina que contribui para o desenvolvimento
humano, e o conhecimento envolve conceitos, teorias e práticas que identificam e
organizam seus campos de estudo. São três os conteúdos estruturantes, a saber:
Paisagem Religiosa, Universo Simbólico Religioso e Textos Sagrados que referem-se
respectivamente:
155
Paisagem Religiosa: à materialidade fenomênica do Sagrado, a qual é apreendida através
dos sentidos. É a exterioridade do Sagrado e sua concretude, os espaços Sagrados.
Universo Sagrado Religioso: à apreensão conceitual através da razão, pela qual concebe-
se o Sagrado pelos seus predicados e reconhece-se a sua lógica simbólica. É entendido
como sistema simbólico e projeção cultural.
Texto Sagrado: à tradição e à natureza do Sagrado enquanto fenômeno. Neste sentido é
reconhecido através das Escrituras Sagradas, das Tradições Orais Sagradas e dos Mitos.
CONTEÚDO BÁSICOS
5ª série/ 6° ano:
- Organizações Religiosas
Os fundadores e/ou líderes religiosos e as estruturas hierárquicas das organizações que
compõem os sistemas religiosos.
Ex: o Budismo (Sidarta Gautama); o cristianismo (Cristo); o confucionismo; o taoísmo (Lao
Tsé), etc.
- Lugares Sagrados
Caracterização dos lugares e templos sagrados: lugares de peregrinação, de reverência,
de culto, de identidade, principais práticas de expressão nestes locais.
Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.
Lugares construídos: templos, cidades sagradas,etc.
- Textos Orais e Escritos- Sagrados
Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas
religiosas.
Literatura oral e escrita (cantos, narrativas, poemas, orações, etc)
Exemplo: Vedas- Hinduísmo, escrituras Bahá‘I, Tradições Orais Africanas, afro-brasileiras
156
e Ameríndias, Alcorão-Islamismo,etc.
- Símbolos Religiosos
Os significados simbólicos dos gestos, sons, formas, cores e textos:
Nos ritos, nos mitos, no cotidiano.
Exemplos: arquitetura religiosa, mantras, paramentos, objetos, etc.
6ª SÉRIE/ 7º ANO
- Temporalidade Sagrada
Os calendários e seus tempos Sagrados (nascimento do líder religioso, passagem de ano,
datas de rituais, festas, dias da semana, calendário religiosos)
Ex: o Natal (cristão), Kumba Mela ( hinduísmo), Losar ( passagem do ano tibetano) e
outros.
- Ritos
Ritos de passagem, mortuários, propiciatórios e outros.
Ex: dança (Xire), Candomblé, Kiki (kaingang-ritual fúnebre), via sacra, festejo indígena de
colheita, etc.
- Festas Religiosas
Peregrinações, festas familiares, festas nos templos,datas comemorativa.
Ex: festa do Dente Sagrado (Budismo), Ramada (islâmica), Kuarup (indígena), Festa de
Iemanjá (Afro-brasileira, Pessach (Judaísmo), etc.
- Vida e morte
O sentido da vida nas tradições/manifestações religiosas, reencarnação, ressurreição-ação
157
de voltar à vida, além morte, ancestralidade- vida dos antepassados- espíritos dos
antepassados se tornam presentes, outras interpretações.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
As tradições e manifestações religiosas serão objeto de estudo ao final de
cada conteúdo tratado de modo que os conhecimentos apreendidos de outras
manifestações religiosas constituem-se em novas referências para se analisar e
aprofundar os conhecimentos a respeito das manifestações já conhecidas e/ou praticadas
pelos alunos ou na comunidade.
Os conteúdos a serem trabalhados nas aulas de Ensino Religioso contribuirá
para: a superação do preconceito à ausência ou à presença de qualquer crença religiosa;
de toda forma de proselitismo, bem como da discriminação de qualquer expressão do
sagrado.Nessa disciplina será realizado trabalho com músicas, filmes, histórias orais com
base no diálogo partindo da experiência religiosa do aluno e de seus conhecimentos
prévios.Os conteúdos do Ensino Religioso devem ser trabalhados enquanto
conhecimento da diversidade sócio-político e cultural. A linguagem a ser utilizada nas
aulas deve ser a científica e não a religiosa, com a finalidade de superar as tradicionais
aulas de religião.
Os desafios educacionais contemporâneos que pairam sobre a ação escolar
também serão trabalhados com as devidas análises e intervenções.Para isso, serão
utilizados recursos didáticos e tecnológicos como: quadro de giz, materiais escolares de
uso diário, tv multimídia, pendrive, dvd, rádio,cd, etc.
AVALIAÇÃO
Para formar sujeitos autônomos, críticos e criativos, criaremos condições
para o aluno atuar também como sujeito avaliador. Não se pode avaliar a aprendizagem
sem avaliar o ensino, a prática do professor e as condições oferecidas pela escola como
partes de um todo que se constitui o processo educativo. Espera-se que o aluno
desenvolva uma cultura de respeito à diversidade religiosa e cultural. Apesar de não haver
aferição de notas ou conceitos que impliquem aprovação ou reprovação do aluno será
atribuída uma nota bimestral que será resultante da somatória dos valores atribuídos em
cada instrumento de avaliação, sendo valores cumulativos em várias aferições, na
158
sequência e ordenação de conteúdos.
Quanto aos procedimentos e instrumentos de avaliação, utilizaremos a
observação sistemática ou informal, para conhecer melhor os alunos em todos os
aspectos, analisar seu desempenho nas atividades e compreender seus avanços e
dificuldades, ajudando-o em sua aprendizagem.
Será observado também se o aluno expressa uma relação respeitosa com
os colegas de classe que têm opções religiosas diferentes da sua; se esse aluno aceita as
diferenças de credo ou de expressão de fé e se emprega conceitos adequados para
referir-se às diferentes manifestações do Sagrado.Os trabalhos em grupo como:
pesquisas, jogos, painéis, maquetes, relatórios, entre outros, serão utilizados para
desenvolver e avaliar a formação global do aluno quanto à cooperação, troca de pontos
de vista, confronto e comprometimento dos componentes do grupo. Para que sejam
efetivos serão realizados na escola.
Os alunos que não conseguirem o desempenho esperado em determinada
unidade curricular terão direito à recuperação de conteúdos e esta deve acontecer todas
as vezes em que os métodos empregados não forem suficientes para propiciar a
aprendizagem dos alunos. A recuperação de estudos, de caráter obrigatório, ocorrerá
concomitantemente ao processo educativo, conforme determina a lei. Na avaliação do
aproveitamento escolar, deverão preponderar os aspectos qualitativos da aprendizagem
sobre os dados quantitativos e entre e os resultados obtidos durante o período letivo e os
da recuperação, prevalecerão os melhores resultados.
Os alunos com necessidades educacionais especiais deverão ser avaliados
de acordo com suas especificidades.
Os conteúdos não apropriados pelos alunos serão retomados e haverá novas
oportunidades de avaliação, prevalecendo a maior nota e garantindo que a aprendizagem
se efetive.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DIRETRIZES CURRICULARES DE ENSINO RELIGIOSO PARA O ENSINO
FUNDAMENTAL. 2009
HEIDEGGER, Martin. Conferências e Escritos Filosóficos. Coleção os Pensadores,
159
São Paulo, Nova Cultural, 1989.
NARLOCH, Rogério Francisco. Redescobrindo o universo religioso. Ensino Funda-
mental. V. 5. Petrópolis: Vozes, 2001.
160
GEOGRAFIA:
I) APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA:
Desde as primeiras formas de organização humana as relações com a
natureza e com o espaço que passava a ser habitado, fizeram que o homem se
relacionassem com o meio.No período antigo muito se avançou na elaboração dos
saberes empíricos geográficos. Preocupados com as conquistas territoriais, os impérios
ampliaram seus conhecimentos sobre as características físicas e humanas de cada
território.
Nesse sentido, foram desenvolvida noções geográficas básicas, relativas à
elaboração de mapas, distribuição de terras e águas, enfim desenvolveu todo um aparato
técnico descritivo, para se ter conhecimentos fundamentais das organizações humanas.
Na Idade Média, alguns conhecimentos geográficos foram suprimidos, todos os trabalhos
desenvolvidos na antiguidade, principalmente pelos gregos, pois tais conhecimentos não
contribuíam para a visão de mundo imposta pelo poder estabelecido.
A partir de século XVI, os saberes geográficos, passaram a ser evidenciados
nas discussões filosóficas, econômicas e políticas, que buscavam explicar questões
referentes ao espaço e à sociedade.
Contudo, apesar da ampliação dos estudos, esse levantamento de dados sobre aspectos
físicos e humanos, até o século XIX, não havia sistematização da produção geográfica.
Os estudos relativos a este campo do conhecimento estavam dispersos em
obras diversas, desde literárias até relatórios administrativos.
No século XIX, com o imperialismo foram criadas diversas sociedades geográficas, que
tinham apoio dos Estados colonizadores como Inglaterra, França e Prússia que, mais
tarde viria ser a atual Alemanha. Para tais países era fundamental conhecer condições
naturais dos outros continentes e assim catalogar e inventariar criteriosamente as
riquezas que poderiam servir a essas potências que já emergiam.
Nesse contexto, as pesquisas dessas sociedades subsidiaram o surgimento
das escolas nacionais de pensamento geográfico, destacadamente a alemã e a francesa.
Coube a Ratzel o destaque como fundador da geografia sistematizada e considerada
científica. O pensamento geográfico da escola francesa, por sua vez, teve como principal
representante Vidal de La Blache.
A produção teórica destas duas escolas marca a dicotomia sociedade-
natureza e o determinismo geográfico que justificou o avanço neo-colonialista dos
161
impérios europeus na conquista de territórios.
Para Ratzel quanto mais culto um povo, x maior o domínio sobre a natureza
o que proporcionaria melhores condições de vida, consequente aumento da população e
necessidade de mais espaço para continuar seu processo evolutivo.
Já, para Vidal de La Blache, a relação sociedade/natureza criava um gênero de vida,
próprio de uma determinada sociedade, para ele o contato entre diferentes gêneros de
vida seria um elemento fundamental para o progresso humano, pois oportunizou
verdadeiras oficinas de civilização.
Enquanto na Europa, principalmente na Alemanha e na França, a ciência
geográfica já se encontrava sistematizada no século XIX, no Brasil isso só aconteceu
mais tarde.
As idéias geográficas foram inseridas no currículo escolar brasileiro no século XIX e
apareciam de forma indireta nas escolas de primeiras letras, no entanto a
institucionalização da geografia no Brasil se consolidou apenas a partir da década de
1930.
Nesse parâmetro as pesquisas desenvolvidas buscavam compreender e
descrever o ambiente físico nacional com o objetivo de servir aos interesses políticos do
Estado na perspectiva do nacionalismo econômico.
Essa forma de abordagem do conhecimento geográfico perpetuou até o século XX, onde
caracterizou na escola a focalização na descrição do espaço.
Com as transformações ocorridas com a Segunda Guerra Mundial,
mudanças políticas, econômicas e sociais intervieram também no pensamento geográfico.
Assim, nesse contexto desencadearam tantas reformulações teóricas na geografia,
quanto o desenvolvimento de novas abordagens para os campos de estudo desta ciência.
A renovação do pensamento geográfico iniciada após a Segunda Guerra, chegou com
força ao Brasil. As discussões teóricas que se sobressaíram, nessa época, centralizaram
em torno do movimento da geografia crítica.
Esse movimento adotou o método do materialismo histórico dialético para os
estudos geográficos e para a abordagem dos conteúdos de ensino da geografia.
No entanto, a incorporação dessa corrente sofreu avanços e retrocessos em função do
contexto histórico e das condições políticas vivenciadas no país.
No âmbito mundial encontros priorizavam a educação como alvo das reformas
necessárias para a formação do novo perfil de trabalho, necessário para o capitalismo no
atual período histórico, ou seja,que fossem de encontro aos interesses necessários as
162
mudanças.
Quanto ao objeto de estudo/ensino da disciplina de geografia, as Diretrizes
Curriculares do Paraná, entendem que é o espaço geográfico, entendido como o espaço
produzido e apropriado pela sociedade (LEFEBVRE, 1974), composto pela inter-relação
entre sistemas de objetos naturais, culturais e técnicos – e sistemas de ações – relações
sociais, culturais, políticas e econômicas (SANTOS, 1996).
A disciplina de Geografia propõe os seguintes objetivos:
- Propiciar aos educandos a capacidade de observar, interpretar, analisar e pensar
criticamente o Espaço Geográfico - com suas relações sócio espaciais - para melhor
compreendimento, e identificando e atuando sobre as possibilidades de transformação no
sentido de superar seus conflitos e contradições a partir da construção de suas próprias
interpretações e representações;
- Compreender o ambiente natural e social, o sistema político, a tecnologia e os valores
que fundamentam nossa sociedade;
apropriar de noções geográficas sobre os diferentes recortes territoriais do planeta, tais
como os continentes, os países e os elementos físicos e humanos que os compõem;
- Perceber a relação entre meio natural, meio técnico e sociedade, tendo como elo de
ligação o trabalho social;
- Analisar historicamente a formação das diversas configurações espaciais - localizações,
estruturas e processos - em escalas local, regional, nacional, e global;
- Conceituar os tipos de sociedade, as maneiras e modos como estas apropriam-se da
natureza, a idéia de organização e produção do espaço;
- Abordar o homem como ser biológico – elemento integrante da natureza - e social -
pertencente à sociedade e, dentro desta, à esta ou àquela classe social;
- Apreender o espaço geográfico como uma totalidade que envolve o espaço e a
sociedade, a natureza e a humanidade;
- Compreender a interdependência entre os diversos elementos e os impactos ambientais
provocados pela ação humana;
- Desenvolver, especificamente, as capacidades de leitura, interpretação, análise,
elaboração e produção de produtos cartográficos (mapas e cartas), tabelas e gráficos; e,
de modo geral, as capacidades de observar, localizar, relacionar, compreender, descrever,
expressar e representar.
163
- Possibilitar o acesso ao conhecimento científico socialmente construído e historicamente
acumulado;
- Capacitar a posicionar se, manifestar se e atuar frente às diversas e variadas situações,
inclusive no controle democrático da esfera pública.
II) CONTEÚDOS ESTRUTURANTES:
De acordo com a concepção teórica assumida, serão apontados os
Conteúdos Estruturantes da Geografia para Educação Básica, considerando que seu
objeto de estudo e ensino é o espaço geográfico.
Entende-se por conteúdos estruturantes os saberes e conhecimentos de grande
amplitude que identificam e organizam os campos de estudos de uma disciplina escolar,
considerados fundamentais para a compreensão de seu objeto de estudo e ensino. A
partir deles, deriva-se os conteúdos específicos, a serem trabalhados na relação de
ensino e aprendizagem no cotidiano escolar.
Como constructos atrelados a uma concepção crítica de educação, os
conteúdos estruturantes apresentados nestas Diretrizes passam a ter sua abordagem
teórica reelaborada em função das transformações histórico políticas que modificaram as
relações sócio espaciais em todas as escalas geográficas. Embora ultrapassem o campo
de pesquisa geográfica e perpassem outras áreas do conhecimento, tais conteúdos são
constitutivos da disciplina de Geografia, porque demarcam e articulam o que é próprio do
conhecimento geográfico escolar. Essa especificidade geográfica é alcançada quando os
conteúdos são espacializados.
Nestas Diretrizes Curriculares, os conteúdos estruturantes são:
- Dimensão econômica da produção do espaço geográfico;
- Dimensão política do espaço geográfico;
- Dimensão socioambiental; e
- Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico.
CONTEÚDOS BÁSICOS:
5ª SÉRIE/ 6º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
-Dimensão econômica do/no espaço geográfico
164
-Dimensão política do espaço geográfico
-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-Dimensão socioambiental do espaço geográfico
-Formação e transformação das paisagens naturais e culturais;
-Dinâmica da natureza e suas alterações pelo emprego de tecnologias de
exploração e produção;
-A formação,localização e exploração e utilização dos recursos naturais;
-A distribuição espacial das atividades produtivas, e a (re) organização do espaço
geográfico;
-As relações entre campo e a cidade na sociedade capitalista;
-A mobilidade populacional e as manifestações socioespaciais da diversidade cultural;
-A transformação demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos;
-As diversas regionalizações do espaço geográfico;
6º SÉRIE / 7° ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
-Dimensão econômica do espaço geográfico
-Dimensão política do espaço geográfico
-Dimensão cultural demográfica do espaço geográfico
-Dimensão socioambiental do espaço geográfico
CONTEÚDOS BÁSICOS
-A formação,mobilidade das fronteiras e a reconfiguração do território brasileiro;
-A dinâmica da natureza e suas alterações pelo emprego de tecnologias de Exploração e
produção;
-As diversas regionalizações do espaço brasileiro;
-As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural;
-A transformação demográfica da população,sua distribuição espacial e indicadores
estatísticos;
-Movimentos migratórios e suas motivações;
-O espaço rural e sua modernização da agricultura;
165
-A formação,o crescimento das cidades,a dinâmica dos espaços urbanos e a urbanização;
-A distribuição espacial das atividades produtivas,a (re)organização do espaço geográfico;
-A circulação de mão-de-obra,das mercadorias e das informações;
7º SÉRIE / 8º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
-Dimensão econômica do espaço geográfico
-Dimensão política do espaço geográfico
-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-Dimensão socioambiental do espaço geográfico
CONTEÚDOS BÁSICOS
-As diversas regionalizações do espaço geográfico
-A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios do continente
americano;
-A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
-O comércio em suas implicações sócio-espaciais;
-A circulação de mão-de-obra,do capital,das mercadorias e das informações;
-A distribuição espacial das atividades produtivas,a (re)organização do espaço geográfico;
-As relações entre campo e cidade na sociedade capitalista;
-O espaço rural e a modernização da agricultura;
-A transformação demográfica da população, sua distribuição espacial e os indicadores
estatísticos;
-Os movimentos migratórios e suas motivações;
-As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural;
-A formação, a localização, exploração e utilização dos recursos naturais;
8º SÉRIE / 9º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
166
- Dimensão econômica do espaço geográfico
-Dimensão política do espaço geográfico
-Dimensão cultural e demográfica do espaço geográfico
-Dimensão socioambiental do espaço geográfico
CONTEÚDOS BÁSICOS
-As diversas regionalizações do espaço geográfico;
-A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado;
-A revolução técnico-científico-informacional e os novos arranjos no espaço da produção;
-O comércio mundial as implicações sócio-espaciais;
-A formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração de territórios;
-A evolução demográfica da população,sua distribuição espacial e os indicadores
estatísticos;
-As manifestações sócio-espaciais da diversidade cultural;
-Os movimentos migratórios mundiais e suas motivações;
-A distribuição das atividades produtivas, a transformação da paisagem e a
(re)organização do espaço geográfico;
-O espaço em rede: produção,transporte e comunicações na atual configuração territorial;
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES E BÁSICOS PARA O ENSINO FUNDAMENTAL
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
-A DIMENSÃO ECONÔMICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
-A DIMENSÃO POLÍTICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
-A DIMENSÃO SOCIOAMBIENTAL DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
-A DIMENSÃO CULTURAL E DEMOGRÁFICA DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
CONTEÚDOS BÁSICOS
- A formação e transformação das paisagens.
- A dinâmica da natureza e sua alteração pelo emprego de tecnologias de exploração e
167
produção.
- A distribuição espacial das atividades produtivas e a (re)organização do espaço
geográfico.
- A formação, localização, exploração e utilização dos recursos naturais.
- A revolução técnico-científica-informacional e os novos arranjos no espaço da produção.
- O espaço rural e a modernização da agricultura.
- O espaço em rede: produção, transporte e comunicação na atual configuração territorial.
- A circulação de mão-de-obra, do capital, das mercadorias e das informações.
- Formação, mobilidade das fronteiras e a reconfiguração dos territórios.
- As relações entre o campo e a cidade na sociedade capitalista.
- A formação, o crescimento das cidades, a dinâmica dos espaços urbanos e a
urbanização recente.
- A evolução demográfica, a distribuição espacial da população e os indicadores
estatísticos.
- Os movimentos migratórios e suas motivações.
- As manifestações socioespaciais da diversidade cultural.
- O comércio e as implicações socioespaciais.
- As diversas regionalizações do espaço geográfico.
- As implicações socioespaciais do processo de mundialização.
- A nova ordem mundial, os territórios supranacionais e o papel do Estado.
III) METODOLOGIA DA DISCIPLINA:
Metodologicamente, sabe-se da necessidade de garantir o acesso do
educando ao conhecimento social e historicamente produzido e acumulado. No entanto,
cabe valorizar o saber próprio do educando, expresso na visão do mundo em que está
inserido, pois ―essa percepção [do educando] está visceralmente ligada à experiência
vivida, a um espaço que, de certa forma, a experiência vivida seleciona e ordena‖
(RESENDE, 1994, p.86). Isso implica conhecer e reconhecer os aspectos sociais,
168
econômicos e culturais nos quais estão inseridos, como condicionantes de sua leitura e
visão de mundo.
Dentro da concepção histórico- critica,o processo de apropriação e
construção dos conceitos fundamentais do conhecimento geográfico se dá a partir da
intervenção intencional própria do ato docente, mediante um planejamento que articule a
abordagem dos conteúdos com a avaliação (CAVALCANTI, 1998). No ensino de
Geografia, tal abordagem deve considerar o conhecimento espacial prévio dos alunos
para relacionar ao conhecimento científico no sentido de superar o senso comum.
São priorizadas as atividades mental e física – aulas de campo e de observação - como
modo de: estimular a participação do educando no processo de ensino e aprendizagem;
promover sua interação com mundo dos objetos; desenvolver as suas capacidades de
observar, localizar, relacionar, compreender, descrever, expressar e representar
(CAVALCANTI, 2005, p. 145).
Situações de interação - atividades em grupo e coletivas com elementos da
classe, da escola e da comunidade - são proporcionadas para estimular a cooperação
entre os agentes do processo de ensino e aprendizagem. A interação permite também o
estabelecimento de uma relação dialógica entre educandos, educadores e a própria
sociedade, promovendo a auto-reflexão e a sócio-reflexão dos agentes envolvidos.
Os elementos básicos da mediação entre conhecimento, educando e
educador, são o livro didático, utilizado de forma crítica e seletiva, mapas, globos, Atlas,
matérias jornalística de diversos meios (televisão, jornal impresso, revistas, internet etc.),
multimídias/meios, audiovisuais diversos (filmes, documentários, comerciais etc.),
observações e pesquisas in loco, linguagens diversificadas como textos e obras literárias,
poesia, pinturas e outras expressões das artes plásticas, músicas, histórias em
quadrinhos, caricaturas, charges, fotografias, transparências, entre outras.
O processo de ensino e aprendizagem terá momentos diversificados como,
por exemplo: exposição e explicação de conteúdos; diálogos; atividades individuais, em
grupo e coletivas; exercícios de compreensão e fixação, de crítica e reflexão; observação
e reconhecimento do espaço geográfico; observação de audiovisuais; produção de textos,
mapas temáticos, maquetes e outras formas de expressão; dramatizações, jogos e
simulações; avaliações, entre outros.
A temática História e Cultura Afro - Brasileira e Indígena(leis nº 10.639/03 e
nº 11.645/08),será abordada nos estudos sobre a origem e formação da população
169
brasileira, a construção do espaço geográfico brasileiro, a África e sua inserção na
economia mundial, a situação dos afro-brasileiros na sociedade contemporânea, ou seja,
de forma contextualizada e relacionada aos conteúdos da disciplina.
A Educação do Campo será abordada nos conteúdos específicos a partir
dos conteúdos estruturantes e, o professor poderá priorizar um ou outro conteúdo
estruturante, dependendo do enfoque pretendido em determinado conteúdo especifico.
A Educação Ambiental será abordada através do conteúdo estruturante, Dimensão Sócio
ambiental na maioria dos conteúdos específicos da disciplina, em entendimento à (Lei no.
9795/99, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental).
Com a implantação do programa PEP (Prontidão Escolar Preventiva) será
trabalhado sobre a prevenção de acidentes ;desastres naturais e segurança (vendavais,
terremotos, raios e tempestades) ; primeiros socorros parte teórica e prática ; prevenção e
fuga de incêndio; procedimento em caso de sequestro e artefato explosivo; rotas de fuga
e situações de risco.
A metodologia de ensino deverá permitir que os alunos se apropriem dos
conceitos fundamentais da Geografia e compreendam o processo de produção e
transformação do espaço geográfico. Para isso, os conteúdos da Geografia devem ser
trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante
dos alunos.
O conteúdo deverá ser trabalhado estabelecendo propostas a partir de
situações problemas, apresentando uma proposta de ensino, que estimule a investigação
e o despertar para questões que afligem a sociedade, que sejam provocativas e que
possibilitem aos alunos à superação do senso comum. Que permita situar o aluno no
contexto histórico, buscando contextualizar as temáticas selecionadas, havendo nessa
perspectiva significado na aprendizagem.
Dessa maneira, o aluno poderá apropriar-se dos conteúdos estabelecidos,
desenvolvendo autonomia intelectual e tornando-se um agente mobilizador para o
enfrentamento das questões sociais, econômicas, ambientais e políticas que afligem a
sociedade contemporânea. Outro recurso metodológico que deverá ser utilizado é a
atividade interdisciplinar que poderá respaldar o estudo geográfico com conhecimentos e
habilidades de outros campos do saber, garantido uma dimensão multidisciplinar ao
estudo, sem no entanto, ocorrer a perda da especificidade da disciplina de Geografia.
Essa proposta educacional deve conduzir o processo de aprendizagem de
forma dialogada, possibilitando o questionamento e a participação dos alunos para que a
170
compreensão dos conteúdos e a aprendizagem crítica aconteçam. Todo esse
procedimento objetivando que o ensino de Geografia contribua para a formação de um
sujeito capaz de interferir na realidade de maneira consciente e crítica. É fundamental o
estudo de diferentes tipos de mapas, Atlas, globo terrestre, atualizados e em situações em
que o aluno possa interagir com esses recursos. O estudo do meio também deve ocorrer,
ou seja, o trabalho com imagens e a representação dos lugares próximos e distantes são
recursos didáticos interessantes, por meio dos quais os alunos poderão construir e
reconstruir as percepções da imagem local e global.
A geografia ao trabalhar com recortes temporais e espaciais, interpreta as
múltiplas relações entre a sociedade e a natureza de um determinado lugar.
Os Desafios Educacionais Contemporâneos tais com: Educação Ambiental, Educação
Fiscal, Combate ao uso indevido de Drogas, Enfrentamento a Violência, Cidadania e
Direitos Humanos, serão abordados na disciplina através da utilização e produção de
textos, discussão em sala, de acordo com a temática em relação à História e Cultura Afro-
brasileira e Africana, sua contribuição na música, religião, alimentação, sua presença na
mídia, o racismo no Brasil e no mundo, o mercado de trabalho, conhecer a contribuição
do negro na construção do espaço geográfico.
A educação do campo e seus eixos temáticos: trabalho, divisão social e
territorial, cultura e identidade, interdependência campo-cidade, questão agrária e
desenvolvimento sustentável, agroecologia, agricultura orgânica, organização política,
movimentos sociais e cidadania.
Serão também utilizados para alguns conteúdos os recursos tecnológicos
como: TV multimídia, laboratório de informática. .
IV) AVALIAÇÃO:
No processo de avaliação deve-se considerar o que o aluno vivenciou e
aprendeu durante o ensino-aprendizagem. Para isso, torna-se necessário elaborar um
conjunto de procedimentos e estratégias que possibilitem um ajuste dessas vivências e
aprendizagem para obtenção de um ensino de melhor qualidade.
A avaliação precisa ocorrer de acordo com sua contextualização e reflexão
dos conhecimentos construídos e a maneira como foram construídos.
Numa perspectiva interacionista da língua deve-se avaliar o domínio da atividade
intelectual complexa de modo mais amplo, temos que ter uma avaliação que nos dê pistas
concretas do caminho que o aluno está fazendo para se apropriar, efetivamente, das
171
atividades verbais – a fala, a leitura e a escrita.
Importante é não perder de vista a função diagnóstica da avaliação, a qual deve ser
usada como subsídio para revisão do processo ensino-aprendizagem e como instrumento
de diagnóstico do próprio trabalho.
A avaliação não se restringirá à capacidade de memorização, mas sim na
capacidade de refletir e aplicar os conceitos, conteúdos, procedimentos e atitudes
aprendidos durante o período escolar. Por isso deve seguir o que estabelece a Lei de
Diretrizes Básicas da Educação Nacional que determina que a avaliação do processo de
ensino-aprendizagem deva ser formativa, diagnóstica e processual.
A avaliação formativa é o melhor caminho para garantir a evolução de todos
os alunos, pois dá ênfase ao aprender (a avaliação formativa é aquela que tem a função
de controle e realiza durante todo o ano letivo, para verificar se os alunos estão atingindo
objetivos previstos, isto é, quais os resultados alcançados durante o desenvolvimento das
atividades). É importante destacar que os alunos possuem ritmos e processos de
aprendizagens diferentes e, por ser continua e diagnóstica, aponta as dificuldades,
possibilitando assim que a intervenção pedagógica aconteça a tempo. Informa os sujeitos
do processo (professor e aluno), ajuda-os a refletir. Faz com que o professor procure
caminhos para que todos os alunos aprendam e com que os alunos participem mais das
aulas, envolvendo-se realmente no processo de ensino-aprendizagem.
O objetivo da avaliação é transformar os conhecimentos em conceitos e
valores, que possam e devem ser aplicados dentro da sua realidade para formar
indivíduos críticos e participativos.
Então, deve ser diagnóstica, contínua, somatória, cumulativa, avaliando
todos os aspectos do desenvolvimento do educando, buscando sempre que possível, no
processo de avaliação, valorizar os aspectos e características individuais do educando.
A avaliação tem também a função de orientar os procedimentos de ensino
em sala de aula. É através dela que o professor obtém informações básicas sobre
quantos alunos estão conseguindo realizar as atividades, onde estão concentradas as
dificuldades e de que natureza elas são.
Poderão ser utilizados como instrumentos de avaliação os seguintes itens:
Resolução de questionamentos escritos e orais;
Produção e análise de textos, dramatizações, desenhos, músicas, poemas, mapas,
tabelas, gráficos e outras formas de expressão e representação;
172
Pesquisa, produção e apresentação de seminários;
Análise de textos, jornais e revistas, filmes e reportagens;
Pesquisas sobre os assuntos dados e realizados em sala de aula, individuais e/ou
em grupos.
Outros instrumentos.
Serão utilizados, bimestralmente, no mínimo 03 (três) instrumentos de
avaliação diferentes. O valor de cada instrumento de avaliação deverá ser de no máximo
4,0 (quatro) pontos. Ao final de cada bimestre, o valor somado dos instrumentos de
avaliação deverá totalizar 10,0 (dez) pontos.
O valor da avaliação bimestral do educando será a soma dos resultados
obtidos nos instrumentos de avaliação ofertados.
Aos educandos será oferecida a Recuperação de Estudos, no decurso do bimestre no
qual o conteúdo foi desenvolvido.
A Recuperação de Estudos utilizará quantos e quais tipos de instrumentos
de avaliação, o educador julgar necessário, de acordo com as especificidades do
educando e do conteúdo.
Os alunos com necessidades especiais serão avaliados de acordo com suas
especificidades, através de um atendimento individual, avaliação com menor números de
questões, questionamentos, orais, conforme a lei nº9394/96 da LDB; capitulo 5, artigo 58.
Para efeito do registro escolar, será considerado o maior valor de avaliação obtido pelo
educando.
V) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
AZEVEDO, Guiomar G. de. A organização do espaço e as regiões brasileiras. São
Paulo: Editora Moderna, 2004.
JECOHTI, Hatsue Mlsima; FILIZOLA, Roberto. Geografia. In: GOVERNO DO ESTADO
DO PARANÁ. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná. Curitiba:
Imprensa Oficial do Estado do Paraná, 1992. p. 98 –122.
MOREIRA, Igor A. G; Construindo o Espaço. São Paulo: Editora Ática, 2006.
173
PARANÁ GOVERNO. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Ensino
Médio. IN: Orientações Curriculares de Geografia. Paraná: [s.n.], fev; 2006.
PROJETO ARARIBÁ. Geografia . São Paulo: Editora Moderna, 2006.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE GEOGRAFIA. Secretaria
do Estado da Educação do Paraná, 2008.
174
1.9 - MATEMÁTICA
Apresentação da Disciplina.
Os povos das antigas civilizações desenvolveram os primeiros
conhecimentos que vieram compor a Matemática conhecida hoje. Há menções na história
da Matemática de que os babilônios, por volta de 2000 A.C, acumulavam registros do que
hoje podem ser classificados como álgebra elementar.
Contudo, como campo de conhecimento, a Matemática emergiu somente
mais tarde, em solo grego, nos séculos VI e V a.C. Com a civilização grega, regras,
princípios lógicos e exatidão de resultados foram registrados. Com os pitagóricos
ocorreram as primeiras discussões sobre a importância e o papel da Matemática no
ensino e na formação das pessoas.
No Egito, foi criada a Biblioteca de Alexandria. Grandes sábios da época
eram ligados a esta instituição, dentre eles o grego Euclides.
A obra de Euclides, que apresenta a base do conhecimento matemático por
meio dos axiomas e postulados, contempla a geometria plana, teoria das proporções
aplicadas às grandezas em geral, geometria de figuras semelhantes, a teoria dos
números incomensuráveis e estereometria que estuda as relações métricas da pirâmide,
do prisma, do cone e do cilindro, polígonos regulares, especialmente do triângulo e do
pentágono. Ainda hoje, tais conteúdos continuam presentes e sendo abordados na
Educação Básica.
Entre os séculos VIII e IX, o ensino passou por mudanças significativas com
o surgimento das escolas e a organização dos sistemas de ensino. Embora a ênfase
fosse dada ao estudo do latim, surgiram as primeiras ideias que privilegiavam o aspecto
empírico da Matemática.
Após o século XV, o avanço das navegações e a intensificação das
atividades comerciais e, mais tarde, industriais possibilitaram novas descobertas na
Matemática, cujos conhecimentos e ensino voltaram se às atividades práticas.
O século XVI demarcou um novo período de sistematização deste
conhecimento,denominado de matemáticas de grandezas variáveis. Isso ocorreu pela
forte influência dos estudos referentes à geometria analítica e à projetiva, o cálculo
diferencial e integral, à teoria das séries e a das equações diferenciais (RIBNIKOV,
1987).
175
No século XVII, a Matemática desempenhou papel fundamental para a
comprovação e generalização de resultados. Surgiu a concepção de lei quantitativa que
levou ao conceito de função e do cálculo infinitesimal. Esses elementos caracterizaram as
bases da Matemática como se conhece hoje.
O século XVIII foi marcado pelas Revoluções Francesa e Industrial e pelo
início da intervenção estatal na educação. Com a emergente economia e política
capitalista, a pesquisa Matemática voltou se, definitivamente, para as necessidades do
processo da industrialização
O desenvolvimento matemático no século XIX foi denominado por Ribnikov
(1987) como o período das matemáticas contemporâneas. O autor assinala que as
relações que expressam formas e quantidades aumentaram consideravelmente. Essas
mudanças ocorreram nos fundamentos da Matemática, ou seja, no sistema de teorias e
problemas históricos, lógicos e filosóficos. Nesse período,houve uma reconsideração
crítica do sistema de axiomas, dos métodos lógicos e demonstrações matemáticas e,
também, a sistematização e hierarquização das diversas geometrias, entre elas as
geometrias não-euclidianas.
No final do século XIX e início do século XX, o ensino da Matemática foi
discutido em encontros internacionais, nos quais se elaboraram propostas pedagógicas
que contribuíram para legitimar a Matemática como disciplina escolar e para vincular seu
ensino com os ideais e as exigências advindas das transformações sociais e econômicas
dos últimos séculos.
Os estudos e pesquisas da última década em Educação Matemática
sugerem que devemos ter em mente, que a matemática é uma das mais importantes
ferramentas da sociedade moderna, e apropriar-se dos conceitos e procedimentos
básicos matemáticos contribui para a formação do futuro cidadão que se engajará no
mundo do trabalho, das relações sociais, culturais e políticas.
Para exercer plenamente a cidadania é preciso dominar desde os conceitos
mais simples como contar, comparar, medir, calcular até os mais complexos como
organizar, analisar e interpretar criticamente informações e argumentar logicamente.
A aprendizagem da Matemática consiste em criar estratégias que
possibilitam ao aluno atribuir sentido e construir significado às ideias matemáticas de
modo a tornar se capaz de estabelecer relações, justificar, analisar, discutir e criar. Desse
modo, supera o ensino baseado apenas em desenvolver habilidades, como calcular e
resolver problemas ou fixar conceitos pela memorização ou listas de exercícios.
176
A matemática vista como uma maneira de pensar, como um processo em
permanente evolução, permite ao aluno a construção e apropriação do conhecimento.
Permite também vê lá no contexto histórico e sócio cultural em que ela foi desenvolvida e
continua se desenvolvendo.
O papel da matemática no ensino fundamental evidencia a importância de o
aluno valoriza - la como instrumental para compreender o mundo à sua volta e vê-la como
área do conhecimento que estimula o interesse, a curiosidade, o espírito de investigação
e o desenvolvimento da capacidade de resolver problemas. Destaca se ainda, a
importância de o aluno desenvolver atitudes de segurança com relação a própria
capacidade de construir conhecimento matemático.
Diante do exposto, justifica se o ensino desta disciplina.
Conteúdos
5ª SÉRIE/6º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA:
33. Sistemas de numeração;
34. Números naturais;
35. Potenciação e radiciação;
36. Múltiplos e divisores;
37. Números fracionários;
38. Números decimais.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
6. Dados, Tabelas e gráficos;
7. Porcentagem
GEOMETRIAS:
c) Geometria plana;
d) Geometria Espacial.
GRANDEZAS E MEDIDAS:
12. Medidas de comprimento;
13. Medidas de massa;
177
14. Medidas de tempo;
15. Medidas de área;
16. Medidas de ângulos;
17. Sistema Monetário
6ª SÉRIE/ 7º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA:
13. Números inteiros;
14. Números racionais;
15. Equação e Inequação do 1º grau;
16. Razão e proporção;
17. Regra de três simples.
GRANDEZAS E MEDIDAS:
4. Medidas de Temperatura;
5. Medidas de ângulos.
GEOMETRIAS:
6. Geometria plana;
7. Geometria espacial;
8. Geometrias não-euclidianas.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
6. Pesquisa estatística;
7. Média aritmética;
8. Moda e mediana;
9. Juro simples.
7ª SÉRIE/ 8º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA:
178
Números Racionais Irracionais;
Potências;
Monômios;
Polinômios
Produtos notáveis;
Sistema de equações do 1°grau.
GRANDEZAS E MEDIDAS:
Medidas de comprimento;
Medidas de área;
Medidas de volume;
Medidas de ângulos.
GEOMETRIA:
Geometria plana;
Geometria espacial:
Geometria analítica;
Geometria não-euclidiana.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
Gráfico e informação;
População e amostra.
8ª SÉRIE/ 9º ANO
NÚMEROS E ÁLGEBRA:
5) Radicais;
6) Equações do 2º grau.
7) Números Reais;
8) Teorema de Pitágoras;
9) Equações Irracionais;
10) Equações Biquadradas;
179
11) Regra de Três Composta.
GRANDEZAS E MEDIDAS:
Relações Métricas no Triângulo Retângulo;
Trigonometria no triangulo Retângulo.
GEOMETRIAS:
Geometria plana.
Geometria Espacial;
Geometria Analítica;
Geometrias não-euclidianas
FUNÇÕES:
11. Noção intuitiva de Função Afim.
12. Noção intuitiva de Função Quadrática.
TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO:
Noções de estatística;
Noções de Probabilidade;
Noções de Análise combinatória;
Juros Compostos.
Encaminhamento metodológico:
Partindo do conhecimento prévio do aluno, incentiva se o mesmo a observar
fatos de seu cotidiano, destacando que a matemática está presente na maioria de suas
experiências diárias. No aprofundamento dos conteúdos matemáticos, sempre que
possível far se à uso de recursos metodológicos como:
Resolução de Problemas - Nesta tendência metodológica o aluno usando de seus
conhecimentos prévios, busca as mais diversas maneiras que chegam a solução
procurada, tornando assim as aulas mais dinâmicas e interessantes.
Modelagem Matemática - A modelagem é uma alternativa para o ensino de
Matemática tanto fundamental como médio. É algo livre, espontâneo que surge da
180
necessidade do homem, em compreender os fatos que o cerca para interferir ou
não em seu processo de construção.
Etnomatemática - Entende – se por etnomatemática, a matemática praticada por
grupos diferentes, como comunidades rurais, urbanos, trabalhadores, sociedades
indígenas e tantos outros grupos que se identificam por objetivos comuns.
Mídias Tecnológicas - Trata – se do uso de recursos tecnológicos dentro da
disciplina, o qual apresenta maneiras diferenciadas de se ensinar e aprender,
facilitando e investigando a investigação e a experimentação matemática,
valorizando a produção do conhecimento.
História da Matemática - Associar os conteúdos com a história da matemática, é
dar oportunidade aos alunos entenderem a matemática construída historicamente,
bem como também conhecer a matemática que se encontra em contínua
construção e assim leva – los a observações, levantamento de hipóteses, reflexões
e experimentações, e posteriormente a construção de seus próprios conceitos
matemáticos.
Investigações Matemáticas - A prática pedagógica de investigações matemáticas
tem sido recomendada por diversos estudiosos como forma de contribuir para uma
melhor compreensão da disciplina em questão.
As investigações matemáticas (semelhantes às realizadas pelos matemáticos)
podem ser desencadeadas a partir da resolução de simples exercícios e se relacionam
com a resolução de problemas. Na investigação matemática, o aluno é chamado a agir
como um matemático, não apenas porque é solicitado a propor questões, mas,
principalmente, porque formula idéias a respeito do que está investigando. Diante do
exposto, o encaminhamento metodológico da disciplina será de diferentes estratégias e
articulações das metodologias acima citadas, procurando-se partir de situações em que o
aluno possa se identificar e ampliar seus conhecimentos, desenvolver estratégias
cognitivas como argumentação, expressão de idéias, planejamento. Sempre que possível
será usado o auxílio de recursos didáticos como TV, vídeos, transparências, instrumentos
matemáticos, construção de jogos, calculadora, computador, entre outros.
181
Diversidade:
No decorrer do ano letivo serão desenvolvidas na disciplina atividades que
contemplem os desafios educacionais contemporâneos:
1. Educação Ambiental:
Diante da grave situação de degradação do meio ambiente em que o mundo
se encontra, é necessária a conscientização do ser humano quanto a preservação
contínua do Planeta Terra.
A escola é o espaço ideal para se desenvolver tais atividades
conscientizando o cidadão a cuidar do mundo em que vive, preservando a natureza,
evitando maiores catástrofes. É urgente o controle da poluição do meio ambiente, o
incentivo à reciclagem, bem como uso racional da água.
A Educação Ambiental será trabalhada na disciplina de Matemática através de
leituras, vídeos, análise de gráficos e panfletos.
Educando para as relações étnico-raciais:
A demanda da comunidade afro-brasileira por reconhecimento, valorização e
afirmação de direito, no que diz respeito à educação, passou a ser particularmente
apoiada com a promulgação da Lei 10.639/2003, que alterou a Lei 9394/1996,
estabelecendo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura afro-brasileiras e
africanas, assegurando o direito à igualdade de condições de vida e de cidadania,
assim como garante igual direito às histórias e culturas que compõem a nação
brasileira, além do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a
todos os brasileiros. Portanto a escola estará trabalhando na valorização da
história e cultura dos afro-brasileiros, assim comprometida com a relação de
relações étnico-raciais.
A relevância do estudo de temas decorrentes da história e cultura afro-
brasileira e africana não se restringe à população negra, ao contrário, dizem
respeito a todos os brasileiros uma vez que devem educar-se enquanto cidadãos
atuantes no seio de uma sociedade multicultural e pluri étnica, capazes de construir
uma nação democrática.
182
Na disciplina de Matemática cultura afro-brasileira e africana será através do
aproveitamento de situações cotidianas na sala de aula, debates, dados de
reportagens e gráficos.
Educação do Campo:
Os povos do campo durante muito tempo foram marginalizados, vistos como
sinônimos de atraso, ridicularizados pelo seu modo de vida e costumes. Os alunos
das escolas públicas recebem educação urbana, não sendo valorizados os
conhecimentos, hábitos e cultura do campo.
Visando à mudança dessa concepção, as Diretrizes Curriculares do Estado
do Paraná orientam a contemplação da Educação do Campo em todas as
disciplinas nas escolas públicas.
Portanto, a cultura, os saberes da experiência, a dinâmica do cotidiano dos
povos do campo serão tomados como referência para o trabalho pedagógico nas
escolas públicas estaduais. Dever-se-ão levar em consideração as identidades
sociais e políticas dos povos do campo, fazendo com que os alunos vindos dessas
localidades não se sintam excluídos, vendo que é possível continuar no campo
com qualidade de vida, tendo seus direitos assegurados através de políticas
sociais voltadas para o campo.
A educação no campo será abordada nesta disciplina através conversas,
debates, pesquisa de dados a fim de serem analisados.
Enfrentamento a violência na escola:
Vivemos numa sociedade capitalista marcada pela desigualdade e
alicerçada na exploração do ser humano. Como resultado observamos uma
grande distancia entre homens e mulheres, conforme sua classe social. Os fatores
que determinam e condicionam os diferentes tipos de ações e comportamentos
muitas vezes até violentos e corriqueiros em nossa sociedade, estão enraizados
nas desigualdades sociais e na organização econômica que sustenta essa
sociedade.
Compreende-se que a escola deva pautar discussões sobre violência com
183
base em percepções globais dos mecanismos e dos sujeitos nela envolvidos.
Sendo assim, esse tema será trabalhado na disciplina de matemática através de
reflexões em cima de situações diárias e comuns de violência na sala de aula e na
escola.
Prevenção do uso indevido de drogas:
A sociedade atual na qual estamos inseridos apresenta algumas
características que favorecem a competição, o consumo desenfreados, a
desvalorização do ser humano e o esquecimento de valores éticos e morais. Sendo
assim a prevenção ao uso indevido de drogas, no âmbito das escolas deve ser
entendido como um processo desafiador e urgente. Na disciplina de matemática
abordar-se-á o tema através de leitura de textos com esclarecimentos dos tipos de
drogas e seus efeitos
Cidadania e direitos humanos:
O tema cidadania e direitos humanos tem na sua essência a busca dos princípios
da dignidade humana, respeitando os diferentes sujeitos de direito e fomentando
maior justiça social. Sendo assim o tema será abordado na disciplina de
matemática, através leituras e discussões em sala de aula.
Educação Fiscal:
A proposta da Educação Fiscal é estimular o cidadão a refletir sobre a função
socieconômica dos tributos, possibilitar aos cidadãos o conhecimento sobre
administração pública, incentivar o acompanhamento pela sociedade, da aplicação
dos recursos públicos e criar condições para uma relação harmoniosa entre o
Estado e o cidadão. Será abordada através da exploração de situações diárias nas
quais os alunos aprenderão a identificar o valor dos impostos incluídos no preço de
produtos e serviços que consomem e da relação dos conteúdos curriculares da
disciplina com os tributos.
Prevenção de Acidentes:
184
Com a implantação do programa PEP (Prontidão Escolar Preventiva), os alunos
terão a oportunidade de aprender sobre prevenção de acidentes tanto na escola
quanto em suas casas. Na disciplina de matemática será trabalhado na parte de
estatística com demonstrações de gráficos e tabelas onde envolvem o trabalho dos
agentes na prevenção de acidentes (Bombeiros, Policia...), e situações problema
que envolva matemática e o trabalho dos agentes.
Avaliação:
Conforme as Diretrizes Curriculares, a avaliação dentro da Educação Matemática,
tem papel de mediação no processo pedagógico; ou seja, ensino, aprendizagem e
avaliação integram um mesmo sistema.
Sendo assim a avaliação no ensino de matemática deve contemplar os diferentes
momentos do processo de ensino e aprendizagem, os caminhos percorridos pelos
alunos, as noções que eles trazem, decorrentes de sua vivência, suas tentativas de
soluções das atividades propostas e a partir de suas deficiências procurar ampliar e
melhorar seu conhecimento.
Serão utilizados no mínimo três instrumentos de avaliações de cunho acumulativas
(somatórias). Cada avaliação terá valor de no máximo 4,0 (quatro pontos),
totalizando 10,0 no bimestre.
O valor da média bimestral do educando é a soma dos resultados obtidos nos
instrumentos de avaliação ofertados.
Quando constatado que houveram educandos que não apresentarem
aproveitamento suficiente no desenvolvimento das avaliações será retomado o
conteúdo e ofertada a Recuperação de Estudos a todos os alunos. Sendo
considerado para registro escolar, o maior valor de avaliação obtido pelo educando.
Na Recuperação de Estudos abordam-se os conteúdos nos quais o educando não
apresentou aproveitamento esperado e utilizam-se quantos e quais tipos de
instrumentos de avaliação o educador julgar necessário, de acordo com as
especificidades do educando e do conteúdo necessário para a efetivação da
aprendizagem.
Serão instrumentos de avaliações:
Trabalhos individuais e em grupo
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Pesquisas bibliográficas
Resolução de problemas pelos alunos (individual, duplas ou grupos);
Atividades com justificativas orais ou escritas;
Formulação de questões pelos alunos;
Atividades fora da classe – como tarefas, trabalhos com datas previamente
marcadas;
Testes ou provas;
Debates de questões sociais atuais estabelecendo relações da Matemática com
outras áreas do conhecimento.
Os/as alunos(as) com necessidades especiais terão avaliação diferenciada, não
com prejuízo dos conteúdos, mas com o número de questões reduzidas a respeito
do assunto ou com tempo maior para resolução das atividades e com explicações
extras para cada questão ou atividade.
Referência bibliográfica:
DANTE, Luiz Roberto. Tudo é matemática. Ática, São Paulo, 2010.
GIOVANNI Jr, J.R; CASTRUCI, B. A conquista da Matemática . São Paulo, FTD, 2010.
TOSATTO, Claudia M. Idéias e Relações. Nova Didática, Curitiba, 2002.
Revista Nova Escola.
BIEMBENGUT, Maria Sallet. Modelagem Matemática no Ensino. São Paulo: Contexto,
2005.
D‘AMBRÓSIO, Ubiratan. Etnomatemática: elo entre as tradições e a modernidade. Belo
Horizonte: Autêntica, 2005.
DANTE, Luis Roberto. Didática da resolução de problemas de matemática. São Paulo:
Ática, 2005.
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica
– Matemática, Curitiba, SEED, Paraná, 2008.
186
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Cadernos Temáticos: Desafios
Educacionais Contemporâneos. Curitiba, SEED, Paraná, 2008.
www.diaadia.pr.gov.br
www.portaldoprofessor.com.br