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Esclerose Múltipla Mirella Fazzito

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Esclerose Múltipla

Mirella Fazzito

Introdução

Definição : A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença auto-imune de caráter inflamatório desmielinizante que acomete mais freqüentemente adultos jovens, causa mais comum de incapacidade neurológica nesta faixa etária.

Epidemiologia

Faixa etária de 10 a 40 anos.

Relação de 1,4 a 3,1 vezes maior em mulheres do que em homens.

Homens – forma mais agressiva

Mais comum em indivíduos de cor branca, freqüente em áreas de clima temperado.

Epidemiologia

No nosso meio a prevalência estimada é de 15 : 100.000.

Tem alta prevalência na Grã-Bretanha, Escandinávia, norte dos Estados Unidos e Canadá.

Afeta mais

mulheres que

homens

Acredita-se que

vários fatores

desencadeiam a

EM, mas a causa

exata é

desconhecida

A EM é uma

doença com 3

componentes

principais:

inflamação,

desmielinização e

perda axonal

A EM é um

distúrbio

imunomediado

A prevalência de

EM nos EUA é de

400.000

Impacto da EM

.

Cerca de 50% dos

pacientes com

EMRR

desenvolverão

EMSP

30% dos pacientes

estarão acamados

em 15 anos a partir

do diagnóstico

30%-50%

apresentarão

deterioração clínica

mensurável e

significativa nos

primeiros 2-3 anos

Uma alta percentagem

poderá progredir de

ataques isolados à

limitação e

incapacitação

neurológicas em um

curto período

Aproximadamente 50% de

todos os pacientes com EM

apresentam dificuldade de

deambulação em 15 anos

após o início da doença

Impacto da EM

• 20% destes pacientes

precisarão de

bengalas, muletas

ou andadores

Fatores ambientais

Resposta imunológica anormal

Predisposição Genética

Agente infeccioso

EM

Fisiopatogenia

Gilden et al. Lancet Neurol. 2005;4:195; Noseworthy et al. N Engl J Med. 2000;343:938.

Desmielinização

Perda Axonal

Inflamação

Três Componentes da EM

Trapp et al. Curr Opin Neurol. 1999;12:295; Trapp et al. J

Neuroimmunol. 1999;98:49; Trapp et al. Neuroscientist. 1999;5:48.

Patogênese * Complexa *Multifatorial *Causa desconhecida *Interação de fatores 1)Infeccioso 2)Genético 3)Ambiental 4)Imunológico

Lesão e Perda Axonal

Axônios sofrendo desmielinização ativa (flechas)

A desmielinização extensa termina por fazer com que os axônios sejam seccionados

Secção axonal, identificada pela presença de ovóides axonais terminais (flechas)

Trapp et al. N Engl J Med. 1998;338:278.

Axônios Seccionados são uma Característica Típica das Lesões da EM

Patogênese da EM

Cursa com recidivas e remissões

Dano inflamatório ao SNC

Au

me

nto

da

I

nc

ap

ac

ida

de

recidivas

Tempo

Compston and Coles. Lancet. 2002;359:1221.

Recorrente-Remitente Progressão Secundária

Incapacidade

Clínica

Limiar

Clínico

Volume Cerebral

Inflamação

Perda Axonal

Inflamação frequente,

desmielinização, secção

axonal, plasticidade

e remielinização

Inflamação continuada,

desmielinização persistente

Inflamação pouco freqüente,

degeneração axonal

crônica, gliose

A EM É uma Doença Neurológica Complexa, Caracterizada por Inflamação e Perda Axonal

Manifestações clínicas

Sensitivas

Motoras

Visuais

Envolvimento vesical

Cerebelares

Outras (fadiga, depressão)

Manifestações clínicas

Sensitivas

Parestesias

Hipoestesias

Alodínea

Neuralgia

Sinal de Lhermitte

Vertigem

Manifestações Clinicas

Motoras

Paresias

Plegias

Manifestações Clinicas

Visuais

Neurite Óptica (dor e perda visual)

Diplopia

Manifestações Clinicas

Envolvimento Cerebelar

Ataxia axial e/ou apendicular

Dismetria

Tremor

Nistagmo

Manifestações Clinicas

Fadiga

Depressão

Ansiedade

Alterações cognitivas

Espasticidade

Incontinência urinária

Retenção urinária

Classificação/Formas Clínicas

Esclerose Múltipla Forma Remitente-Recorrente (RR)

Esclerose Múltipla Secundariamente Progressiva (SP)

Esclerose Múltipla Primariamente Progressiva (PP)

Esclerose Múltipla Progressiva Recorrente (com Surtos)

Tipos de Progressão da Doença EM Recorrente-Remitente EM Primária Progressiva

EM Secundária Progressiva EM Progressiva Recorrente

<5%

<10%

Adaptado de Waubant et al. Science and Medicine. 1997;4:32;

Noseworthy et al. N Engl J Med. 2000;343:938.

Adaptado de Kurtzke. Neurology. 1983;33:1444.

0 1 1.5 2.5

3.5 4.5

5.5

6.5

7.5

8.5

9.5 10

2 3

4 5

6

7

8

9 500

200

Exame

neurológico

normal

Incapacidade

mínima

Aumento da limitação

à deambulação

Necessidade de auxílio para deambular

Restrição à cadeira de rodas

Paciente acamado Morte

A EDSS É uma Medida Validada da Incapacidade Física na EM

Escala Expandida de Estado de Incapacidade

Como fazer o diagnóstico?

Sintomas clínicos

Ressonância Magnética

Liquido cefalorraquidiano

Potencial Evocado

Surto

Manifestação neurológica aguda com duração

mínima de vinte e quatro horas

Ressonância Magnética

• Lesões desmielinizantes agudas (fase inicial)

• “Black Holes” (lesões sequelares)

• Atrofia cortical

Evolução das Lesões na Esclerose Múltipla

Barkhof et al. Neuroimaging Clin N Am. 2000;10:739.

rompimento da barreira hematoencefálica

A

lesão cinza

black hole

recuperação

Perda axonal

+++

+ –

?

B

As Lesões Gd+ Podem Se Resolver ou Evoluir para Buracos

Negros, Refletindo Perda Axonal Significativa

Chard et al. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 2003;74:1551.

10,8

0

8,2

3,6

0123456789

101112

0 5 10 14Alt

era

çã

o n

a c

arg

a le

sio

na

l m

éd

ia e

m

T2

(m

L)

Basal a 5 anos

5 a 10 anos

10 a 14 anos

Anos

Carga Lesional em T2 São Cumulativas Ao Longo do Curso da Doença

Líquor

• Discreta pleocitose < que 50 células

• Glicorraquia normal

• Proteínorraquia normal ou discretamente aumentada

• Eletroforese de proteínas com pico de Gamaglobulina

• Bandas Oligoclonais (alta especificidade)

Bandas Oligoclonais

Bandas oligoclonais

Potencial Evocado Visual (PEV)

Critérios Diagnósticos

Diagnóstico Diferencial

Encefalomielite Disseminada Aguda

Neuromielite óptica

Doença de Lyme

Mielopatia associada ao HIV e ao HTLV-1

Lupus Eritematoso Sistemico

Doença de Behçet

Sarcoidose

Sindromes Paraneoplasicas

Sindromes Cerebelomedulares

Tratamento

Tratamento dos surtos

Drogas Modificadoras de doença

Tratamento Coadjuvante

Reabilitação

Tratamento dos Surtos

Corticoesteróides: 1) Solumedrol: EV 1,0g - por 3 a 5 dias

2) Plasmaférese (7 trocas)

3) Prednisona VO

Tratamento modificador de doença

A) Imunomoduladores: Betainterferona 1a 30mcg intramuscular

1vez/semana Betainterferona 1a 22 e 44mcg subcutânea

3vezes/semana Betainterferona 1b 250mcg subcutânea dias alternados Acetato de Glatirâmer 20mg subcutânea

diariamente

Imunomoduladores na EM

1) Impacto na atividade da doença • Diminuir recidivas • Diminuir lesões em T2 • Diminuir lesões Gd+

2) Impacto na progressão da doença

• Incapacidade • Cognição • Volume de lesões em T2 • Buracos negros/T1 • Atrofia cerebral

Tratamento

B)Imunossupressores

Metotrexate:

Utilizado na dose de 7,5 mg por semana VO.

Ciclofosfamida:

Utilizada na dose de 800 a 1000mg/m² de superfície corpórea associada ou não a solumedrol na fase inicial da terapia.

Azatioprina.

Utilizada na dose de 1 a 2 mg/kg de peso corporal.

Tratamento

C)Novas Drogas (Anticorpos-monoclonais)

• Natalizumabe

• Alentuzumabe

• Rituximabe

• Daclizumabe

Tratamento Adjuvante

Depressão

Fadiga

Espasticidade

Depressão na EM

Prevalência é de 40%-60%

Depressão não é uma contra-indicação específica para o tratamento com βIFN. Exceto em pacientes com depressão grave atual e/ou ideação suicida

Tratamento aumenta adesão ao uso imunomoduladores

Tratamento

da fadiga,

incapacidade física

e cognitiva, distúrbios

do sono,

etc

Psicoterapia,

aconselhamento

Intervenção

farmacológica:

ISRS,ATCs,

Agentes atípicos

Manejo da

depressão

ATC = antidepressivo tricíclico

Manejo da Depressão

Fadiga na EM

Um dos sintomas mais comuns na EM

Pior QV e incapacidade para trabalhar já no início da doença

Conhecimento limitado sobre a fisiopatologia da fadiga primária na EM

Piora calor e atividade física

Tratamento da Fadiga na EM

Amantadina

Fluoxetina

Metilfenidato

Aspirina

Moldafinil

Tratamento da Espasticidade na EM

Fisioterapia

Drogas:

Baclofeno

Tizanidina

Toxina botulinica

Ciclobezaprina

Tratamento

REABILITAÇÃO:

Fisioterapia motora: força, equilíbrio

TO: Aumenta a independência funcional para exercer as atividades cotidianas

Fonoaudiologia: Auxilia a melhorar a disartria e tb disfagia

OBRIGADA!