efeitos da hipnose na diabetes

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Page 1: Efeitos da hipnose na diabetes

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Rodrigo Cazarotto Mateus

Repercussões psicossomáticas da hipnose em pessoas com

diabetes mellitus tipo 2

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

SÃO PAULO 2008

Page 2: Efeitos da hipnose na diabetes

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PUC-SP

Rodrigo Cazarotto Mateus

Repercussões psicossomáticas da hipnose em pessoas com

diabetes mellitus tipo 2

MESTRADO EM PSICOLOGIA CLÍNICA

Dissertação apresentada à Banca Examinadora como exigência parcial para obtenção do titulo de MESTRE em Psicologia Clínica, no Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar, sob orientação da Profa. Dra. Mathilde Neder.

SÃO PAULO 2008

Page 3: Efeitos da hipnose na diabetes

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

__________________________________

__________________________________

Page 4: Efeitos da hipnose na diabetes

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, José e Edwirges,

que com todo suporte, educação e afeto, permitiram tornar-me

o homem que sou hoje. Também às minhas queridas irmãs,

Camila e Daniela, por estarem comigo durante longos anos; e

à minha querida companheira, Carolina, a mulher com quem

escolhi trilhar esta longa jornada chamada vida.

Page 5: Efeitos da hipnose na diabetes

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos, que de alguma maneira, queimaram neurônios me

ajudando na confecção desta dissertação.

À minha orientadora, Profa. Dra. Mathilde Neder, pela atenção e cuidado

despendidos para me ajudar nesta empreitada.

Ao Prof. Dr. Esdras Guerreiro Vasconcellos, meu segundo orientador,

que com apoio e paciência me acolheu em seu grupo.

Ao Prof. Dr. Maurício da Silva Neubern, por ter gentilmente aceitado

participar da banca de defesa e dar significativas contribuições para a

realização deste trabalho.

À Profa. Dra. Céres Alves de Araújo, por me receber em suas aulas de

maneira gentil e dedicada.

Às Professoras do Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar:

Profa. Dra. Marlise Aparecida Bassani, Profa. Dra. Edna Kahalle e Profa. Dra.

Denise Gimenes Ramos, pelos ensinamentos recebidos.

Ao Dr. Régis Cavini Ferreira, pelas orientações dadas a respeito do

diabetes.

Ao Dr. José Roberto Leite, pelas importantes contribuições durante a

fase de qualificação.

Às amigas Flávia Amaro e Maria Aparecida Mello, pela companhia,

ajuda e complacência durante os anos iniciais do mestrado.

Ao amigo Ricardo dos Santos, pelas correções e orientações

acadêmicas.

Aos amigos Bayard Velloso Galvão e João Humberto Vanin por

introduzir-me ao vasto mundo do Dr. Milton H. Erickson.

Page 6: Efeitos da hipnose na diabetes

RESUMO MATEUS, RODRIGO CAZAROTTO. Repercussões psicossomáticas da

hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo II. São Paulo, 2008, pp.

168. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-graduação em Psicologia

Clinica, Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da PUC-SP.

Esta pesquisa é o resultado da dissertação de mestrado em Psicologia Clínica

do Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar da PUC-SP. A pesquisa

teve como objetivo verificar se existe alteração no nível de glicemia e na

sensação de bem estar em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II após

vivenciarem situações agradáveis através da hipnose Ericksoniana, bem como

analisar os resultados encontrados nessa investigação. Dez sujeitos

compuseram o grupo intervenção e oito sujeitos compuseram o grupo controle.

Com suporte teórico obtido na revisão de literatura, procedeu-se à aplicação

dos seguintes instrumentos: questionário sócio-demográfico; entrevista

semidirigida sobre situações agradáveis; escala de cores VAS; medida do nível

de glicemia e entrevista semi-dirigida sobre intervenção. Os resultados foram

separados em cinco variáveis: dados sócio-demográficos; vivências

agradáveis; nível de glicemia; sensações de bem estar e impressões sobre

intervenção. Foi concluído que a hipnose ajudou na diminuição do nível de

glicemia dos pacientes após a última sessão, com uma média de redução

percentual de 13,20%, e todos os sujeitos da amostra indicarem sentir melhora

na sensação de bem estar após a intervenção.

Palavra Chave: Hipnose Ericksoniana; Psicossomática; Diabetes Mellitus tipo

II; Situações Agradáveis.

Page 7: Efeitos da hipnose na diabetes

ABSTRACT MATEUS, RODRIGO CAZAROTTO. Psychosomatics Repercussions of

Hypnosis in people with Diabetes Mellitus type II. São Paulo, 2008, pp. 168.

Dissertation (Master Degree), Postgraduate Program in Clinic Psychology,

Hospital Psychology and Psychosomatic Nucleus at PUC-SP.

This research is the result of the Master dissertation in Clinic Psychology at

Hospital Psychology and Psychosomatic Nucleus from PUC-SP. The research

aimed to check alteration on the glycemia level and on well-being sensation in

people with Diabetes Mellitus type II after experiencing pleasure situations

through the ericksonian hypnosis, as well as analyze the outcomes of the

investigation. Ten subjects compounded the intervention group and eight

subjects compounded the control group. Based on the literature revision, there

were employed the following tools: socio-demographic questionnaire; semi-

guided interview about pleasure situation; VAS – Visual Analog Scale; glycemia

level measurement and semi-guided interview about the intervention. The

results were divided in five categories: socio-demographic data, pleasure

experiences, glycemia level, well-being sensations and intervention

perceptions. It was concluded that hypnosis helped decrease patients’ glycemia

level after the last session, with a percentage reducing average of 13.20%, and

the statement of every subject pointing out the improvement on the sensation of

well-being after the intervention.

Key Words: Ericksonian Hypnosis; Psychosomatic; Diabetes Mellitus type II;

Pleasure Situations.

Page 8: Efeitos da hipnose na diabetes

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................5

2. OBJETIVO.....................................................................................................10

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................11

3.1. Hipnose ..........................................................................................12

3.1.1. História da hipnose..........................................................12

3.1.2. Definição............................................................................16

3.1.3. Aplicações da hipnose.....................................................19

3.1.4. Abordagens.......................................................................20

3.1.5. Fisiologia do estado hipnótico........................................23

3.1.6. Formas de indução...........................................................24

3.1.7. Hipnose e efeitos orgânicos............................................26

3.2. Diabetes Mellitus............................................................................28

3.2.1. Pâncreas............................................................................28

3.2.2. Insulina..............................................................................29

3.2.3. Tipos de Diabetes.............................................................31

3.2.4. Etiologia.............................................................................32

3.2.5. Tratamentos......................................................................33

3.3. Saúde e Bem Estar.........................................................................36

4. MÉTODO.......................................................................................................41

4.1. Características do Estudo.............................................................41

4.2. Sujeitos...........................................................................................41

4.3. Instrumentos e Materiais...............................................................42

Page 9: Efeitos da hipnose na diabetes

4

4.4. Coleta de Dados ............................................................................43

4.5. Procedimentos...............................................................................44

4.5.1. Seleção da Amostra.........................................................44

4.5.2. Duração e Seqüência de Aplicação dos Instrumentos.44

4.5.3 - Tratamento dos Dados....................................................48

4.6. Cuidados Éticos.............................................................................49

5. RESULTADOS..............................................................................................51

5.1. Dados sócio-demográficos...........................................................53

5.2. Vivências agradáveis.....................................................................85

5.3. Níveis de Glicemia..........................................................................95

5.4. Sensação de Bem Estar ..............................................................106

5.5. Impressões sobre a intervenção................................................112

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS.........................................130

7. CONCLUSÃO..............................................................................................146

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...........................................................149

9. ANEXOS......................................................................................................158

11.1 ANEXO 1.......................................................................................159

11.2 ANEXO 2.......................................................................................161

11.3 ANEXO 3.......................................................................................162

11.4 ANEXO 4.......................................................................................163

11.5 ANEXO 5.......................................................................................164

11.6 ANEXO 6. .....................................................................................165

11.7 ANEXO 7. .....................................................................................167

11.8 ANEXO 8.......................................................................................168

Page 10: Efeitos da hipnose na diabetes

5

1. INTRODUÇÃO

“.se você sonhar que está sendo preso, seu

coração aumentara os batimentos como se isso estivesse

acontecendo de verdade. Para o seu cérebro e para o

seu coração, é verdade...”

Hebert Benson

O termo psicossomática remete hoje a uma visão ampliada e global do

ser humano, uma totalidade compreendida em todas suas dimensões, sejam

elas físicas, químicas, biológicas, sociais, emocionais ou espirituais

(VASCONCELLOS, 2000). No passado, algumas doenças (hipertensão arterial,

retrocolite ulcerativa, úlcera gastroduodenal, asma brônquica, eczema e

psoríase, hipertireoidismo, artrite reumatóide, etc.) foram chamadas de

“doenças psicossomáticas”, tentando-se traçar perfis de personalidade

específicos para cada um desses grupos de pacientes. Essa concepção foi

progressivamente se mostrando inconsistente. (MELLO, 1992).

Segundo Mello (1992), a psicossomática é uma atitude integral que

concebe o ser humano como ser biopsicossocial e não propriamente como um

ramo da psiquiatria. Compreende uma ideologia sobre a saúde (com suas

práticas e suas doenças), um campo de pesquisas sobre esses fatos e, ao

mesmo tempo, uma prática. Hoje a psicossomática estaria ligada à visão

ideológica desse movimento e às pesquisas acerca dessas idéias, sobre a

relação corpo-mente e sobre os mecanismos de produção de enfermidades. É

interessante pontuar que historicamente o termo foi evoluindo, mas desde

tempos remotos o ser humano vislumbra uma intrínseca relação entre mente-

corpo.

Page 11: Efeitos da hipnose na diabetes

6

Existem várias intervenções tidas como psicossomáticas que mostram

essa ínfima relação da condição mente-corpo. Uma dessas intervenções é a

Hipnose, apresentada nesta pesquisa por integrar o trabalho clínico

desenvolvido por este autor, enquanto instrumento de intervenção, a saber, a

Hipnose Ericksoniana.

Atualmente, a hipnose é um tema muito estudado em diversos campos

da área da saúde. Ciências como Medicina, Odontologia, Psicologia,

Fisioterapia, entre tantas outras, dedicam-se em certa medida ao estudo de tal

tema. Oficialmente, no Brasil, apenas os conselhos de Medicina, Odontologia e

Psicologia reconhecem, legal e cientificamente, a prática da hipnose. Seu

estudo tem crescido de modo considerável e sua aplicação clínica tomou

grande impulso, principalmente no campo das psicoterapias e no terreno da

psicossomática (FERREIRA, 2006).

Baseado na observação da prática clínica, o autor do presente

trabalho pode notar interações interessantes entre vivências emocionais

proporcionadas através da hipnose e alterações orgânicas.

Como os estudos sobre memória (BENSON, 1996) mostram que se

lembrar de forma intensa de algo já vivido gera alterações orgânicas

semelhantes ou até mesmo iguais ao momento em que o evento lembrado foi

registrado, pretendeu-se, neste trabalho, propiciar aos sujeitos da pesquisa

vivências de situações agradáveis através da hipnose (lembranças

intensificadas) para averiguar:

- possíveis alterações orgânicas que possam ser consideradas

significativas;

- se essa alteração propicia mais saúde ao paciente;

Page 12: Efeitos da hipnose na diabetes

7

- se também existem mudanças subjetivas após a experiência;

- qual a qualidade dessas mudanças.

Cabe ressaltar que são variáveis quantitativas e qualitativas que,

conforme indica Neder (1993), obrigam o pesquisador a trabalhar dentro de

uma postura rígida e controlada em relação aos dados quantitativos sem, no

entanto, deixar de trabalhar e respeitar os fenômenos individuais nas suas

especificidades em relação aos dados qualitativos.

Para estudar tais dinâmicas, torna-se necessário limitar o campo de

pesquisa, por isso procurou-se verificar, neste trabalho, os efeitos da hipnose

sobre pessoas com Diabetes Mellitus (DM) tipo 2, conforme pontos detalhados

nos parágrafos a seguir.

O Diabetes é uma enfermidade que reconhecidamente acomete o

mundo de forma assombrosa. Vários autores, assim como a própria

Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Banco Mundial, declaram que o

Diabetes Mellitus constitui atualmente reconhecido problema de Saúde Pública

em vários países do mundo, considerado uma enfermidade de prevalência

crescente que freqüentemente gera complicações de caráter invalidante,

contribuindo para um problema de saúde sério e para uma pesada carga

socioeconômica (BARCELÓ e RAJPATHAK, 2001). A OMS também estima

que para 2025 haja mais de 300 milhões de habitantes com diabetes em todo o

globo. O número de mortes diretas pela doença ainda não é estimado, mas

calcula-se que por ano morram mais de 9% do total de diabéticos. Altamirano

(2001) também corrobora com esses dados, afirmando que as mulheres entre

45 e 64 anos incorrem numa maior incidência da doença. Alega que tal

Page 13: Efeitos da hipnose na diabetes

8

enfermidade é um problema globalizado, pois atinge todas as populações

mundiais, independente de poder econômico, cultura ou etnia.

Para o continente Americano, estima-se que em 2025 a população de

pessoas com Diabetes Mellitus será de aproximadamente 64 milhões e que 40

milhões delas estariam em países Caribenhos e Latino Americanos (BARCELÓ

e RAJPATHAK, 2001). Já no Brasil, segundo Andrade (1998), de toda a

população de diabéticos (aproximadamente 7% da população) 90% são

portadores do diabetes mellitus tipo II, que ocorre principalmente em adultos,

contra 10% do tipo I, predominante em jovens.

Além do alto índice de ocorrência da doença, tanto em nível global,

como no próprio Brasil, existem diversas comorbidades resultantes e

associadas à enfermidade, como obesidade, distúrbios psiquiátricos,

problemas cardiovasculares, distúrbios alimentares, entre outras enfermidades

de menor ocorrência, mas que podem levar o indivíduo ao óbito. Para se ter

uma idéia, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia estimado que em

2000 as complicações crônicas do DM estariam entre as principais causas de

morte prematura em todo o mundo, sendo que, na maioria das vezes, estas

causas seriam evitáveis (GOLDENBERG et al., 2003).

Baseado nas informações ora apresentadas, diversas justificativas se

fazem presentes como argumento de incentivo para a realização desta

pesquisa. Um primeiro ponto de destaque refere-se à intenção da pesquisa,

que busca, de alguma maneira, relacionar aspectos da psique com aspectos do

soma, ou seja, busca trabalhar com o conceito de psicossomática tão

defendida pelo núcleo de pesquisa que apóia este trabalho.

Page 14: Efeitos da hipnose na diabetes

9

Um segundo ponto de destaque seria o foco na utilização do instrumento

hipnose, que é pouco pesquisado em nosso país, apesar de ser reconhecido

cientificamente como válido pelos conselhos de Psicologia, Medicina e

Odontologia.

Um terceiro ponto a se destacar seria a relevância em relação à doença,

considerada pela OMS como de ocorrência grave e alarmante. Pesquisas

sobre Diabetes Mellitus Tipo 2 poderiam agregar conteúdo tanto para

comunidade científica como para a sociedade. As pesquisas já realizadas

sobre esse tema enfocam em grande parte estratégias de diagnóstico e

prevenção da doença. Em menor escala são pesquisas relacionadas à

intervenção terapêutica, principalmente aquelas que incentivam intervenções

não medicamentosas, o que se constituiu em fator de motivação pessoal para o

desenvolvimento desta pesquisa.

Um último fator, não menos importante, diz respeito ao interesse

pessoal deste pesquisador, que possui afinidade com o tema diabetes assim

como com o tema hipnose. Nesse sentido, contribuições diversas poderiam

ocorrer em níveis distintos com a realização da pesquisa: da contribuição

científica, passando pelas contribuições social, acadêmica e até mesmo

pessoal.

Page 15: Efeitos da hipnose na diabetes

10

2. OBJETIVO

Verificar se existe alteração no nível de glicemia e na sensação de bem

estar em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II após vivenciarem situações

agradáveis através da hipnose Ericksoniana.

Page 16: Efeitos da hipnose na diabetes

11

3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

As pesquisas relacionadas à hipnose começam a ganhar corpo em

outros países a partir da década de 70, enquanto no Brasil, o interesse por tal

temática já é mais recente como se pode notar por meio de levantamento em

bases de dados como pubmed, sciencidirect, scielo e bireme. O trabalho

desenvolvido dentro dessa temática acaba se concentrando muitas vezes na

mão de poucos pesquisadores. Como ainda é um tema recente na área

científica, muitas vezes, sofre controvérsias quanto ao seu entendimento, seja

como definição, classificação ou até mesmo nos possíveis usos. É interessante

notar que historicamente o termo foi evoluindo, mas ainda há muita confusão

nessa área.

Edelweiss (1994) afirma que a hipnose adquiriu fama de estar

supostamente superada e de se constituir em fenômeno pouco sério e banal,

cuja insignificância não valia a perda de tempo para quem se enveredasse por

estudá-la. Vários fatores consonantes foram e ainda são responsáveis por

desestimular as pesquisas científicas que tenham a hipnose como objeto de

estudo. Segundo o mesmo autor, idéias conturbadas e estigmatizadas sobre

seus fenômenos são reflexos de uma trajetória histórica em que a falta de

clareza sobre sua real natureza se constituiu em ameaça para a ordem

científica, política e moral da sociedade. Nesse sentido, é natural que o estudo

sobre a hipnose tenha caído sob um desprestígio e desinteresse comum

(EDELWEISS, 1994).

Page 17: Efeitos da hipnose na diabetes

12

Por esse motivo, antes de definir o termo hipnose torna-se necessário

contextualizar o termo historicamente para desfazer quaisquer confusões que

porventura possam estar associadas ao emprego do termo.

3.1. Hipnose

3.1.1. História da hipnose

Segundo Galvão (2003), a hipnose e a utilização de estados hipnóticos

estiveram presentes em toda história da humanidade. Ao longo de seu

desenvolvimento pode-se perceber três momentos distintos de seu uso e

aplicações:

a) Hipnose utilizada pelos povos e civilizações antigas: há mais de 4 mil anos,

no Egito, Grécia, China, África, ente outros lugares, já se tem registro do uso

da hipnose dentro de contextos religiosos, assim como medida terapêutica,

indicando sucesso em casos como paralisia, epilepsia, cegueira, etc. (CORTEZ

e OLIVEIRA, 2003; ROQUE e VILLANUEVA, 2001). Sociedades primitivas já

usavam os sons repetitivos do ritmo dos tambores e as danças ritualísticas das

tribos para induzirem um estado de transe semelhante ao da hipnose, a

exemplo do Xamanismo (ERICKSON, HERSHMAN E SECTER, 1998; ELIADE,

1998). Nesse período, também se localiza a Idade Média, pois a hipnose era

usada com os mesmos propósitos que nas civilizações citadas, principalmente

associada a rituais mágicos, cantos e orações (GALVÃO, 2003).

b) Hipnose no período de experimentação científica – Séc. XVIII e XIX: é o

chamado período científico da hipnose, pois nesse momento vários

pesquisadores começaram a testar a eficácia de tal instrumento. A maioria dos

profissionais que usavam e pesquisavam o fenômeno eram médicos, que

Page 18: Efeitos da hipnose na diabetes

13

utilizaram a hipnose durante todo século XVIII e praticamente todo século XIX

como procedimento para aliviar a sensação de tato e de dor, visto que os

químicos analgésicos e anestésicos como clorofórmio vieram a ser

desenvolvidos somente após a primeira metade do século XIX (GALVÃO,

2003). Como citam Roque e Villanueva (2001), os principais destaques dessa

época são Franz Anton Mesmer, Marquês de Puységur, James Braid, James

Esdaille, Charcot, Berheim, Coué, Freud e Pavlov. Mesmer foi um médico

alemão do século XVIII que acreditava na existência de um “magnetismo

humano”, de um “fluido magnético” capaz de influir sobre o ser humano,

realizando várias cirurgias e anestesias sobre o chamado “sono mesmérico”,

desenvolvendo-se a partir daí a expressão Mesmerismo. Induzia tal estado

através de movimentos realizados com as mãos associados à sua fala. Teve

como um de seus alunos o Marquês de Puységur, que ajudou a divulgar o

pensamento de Mésmer. O médico britânico James Braid (1795-1859),

assistindo a uma cirurgia efetuada por Mesmer com anestesia geral provocada

pelo uso da hipnose, passou a estudar o processo vindo a reformular a teoria

de Mesmer. Braid definiu, inicialmente, o estado hipnótico como um estado

particular de “sono do sistema nervoso”, sendo citado erroneamente por muitos

autores como responsável por cunhar o termo hipnose. Méheust (1999) cita

que o termo na verdade surgiu por Henin de Cuvillers em 1823, que era

contrário à idéia de um fluido magnético de Mésmer, daí Henin de Cuvillers

referiu-se a "hipnose", como algo semelhante ao sono, um estado psíquico em

alusão ao termo grego Hypnus que simbolizava o Deus do sono na Mitologia

Grega. Segundo Méheust (1999) esse termo seria ainda mais antigo (1820),

mas não cita quem seria seu autor. De qualquer forma, ele só ganhou

Page 19: Efeitos da hipnose na diabetes

14

notoriedade com Braid, pois este o associou ao sistema nervoso e não a um

fluido ou a alguma noção psicológica. Isso lhe permitiu maior aceitação no meio

científico, até porque as idéias sobre algo psíquico ainda se encontravam

difusas entre vários autores que perambulavam entre medicina e filosofia.

Dessa forma, o termo hipnose ficou erroneamente associado à idéia de sono.

Logo depois de haver cunhado este termo, James Braid se arrependeu, pois

percebeu que cientificamente a hipnose não poderia ser comparada ao sono,

sendo um estado justamente oposto ao sono, de intensa atividade psíquica e

mental (atenção focada em alguma idéia). Braid utilizava basicamente a

hipnose como forma de se obter a anestesia cirúrgica e de se ensinar auto-

hipnose aos pacientes, lembrando que o éter foi introduzido somente em 1846

e o clorofórmio em 1847 (CORTEZ E OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).

Também usando hipnose para induzir analgesia e anestesia, James Esdaille,

trabalhando na Índia com pacientes sob esse efeito, realizou uma grande

quantidade de operações que incluíam amputações de braços, extração de

tumores, entre outros trabalhos cirúrgicos (ROQUE e VILLANUEVA, 2001).

Charcot (1835-1893), neurologista mais importante e conceituado de sua

época, estudou os estados hipnóticos para tratamento de pacientes histéricos.

Considerou a hipnose como um estado patológico de dissociação, comparando

o transe ao processo histérico e a anormalidades no sistema nervoso. Na

mesma época, Liébeault e Bernheim, também estudavam a hipnose e seus

fenômenos conforme descritos por Braid, pensando-a como um estado de

consciência normal e natural do ser humano, tendo um ponto de vista muito

distinto de Charcot. Liebeault e Bernheim retomaram a idéia original de Braid

de que a indução hipnótica decorria da sugestão, realizando inúmeros estudos

Page 20: Efeitos da hipnose na diabetes

15

e experimentações científicas (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003;

ROQUE e VILLANUEVA, 2001).

Freud (1856-1939), juntamente com Breuer, deu início a um processo de

psicoterapia com hipnose em pacientes histéricos, vindo a publicar as

conclusões desse trabalho nos Estudos sobre histeria, em 1895. Freud

abandonou o uso da hipnose substituindo-a pelo método de associação livre e

vindo a desenvolver a teoria psicanalítica. Concomitantemente, Pavlov (1849-

1936), médico russo, estudou a hipnose segundo um ponto de vista

neurofisiológico. Utilizando as noções de excitação e inibição do sistema

nervoso, conseguiu posteriormente que sua teoria fosse comprovada, fazendo

com que a hipnose fosse aceita pela medicina oficial na Rússia, em especial no

tratamento das neuroses de guerra. Em meados do século XX, e

principalmente após as grandes Guerras, foi retomado o interesse pela hipnose

para tratamento das neuroses de guerra e traumas psíquicos. William

McDougall (1871-1944) e Clark Hull (1884-1952) nos Estados Unidos iniciaram

trabalhos e pesquisas experimentais nas universidades utilizando controles

científicos e estatísticos para sua mensuração (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003;

GALVÃO, 2003).

c) Forma moderna de utilização da Hipnose: refere-se à chamada hipnoterapia

Ericksoniana, tendo sido desenvolvida por Milton Hyland Erickson (1901-

1980), psiquiatra americano do início do século XX, considerada um marco

divisório entre a hipnoterapia clássica da época da experimentação científica e

a época moderna atual. Demonstrando-a como um fenômeno natural da mente

humana, bem como sua existência e efeitos no cotidiano, utilizou a hipnose em

praticamente todos os problemas psicológicos, sendo autor de inúmeros

Page 21: Efeitos da hipnose na diabetes

16

artigos, livros e pesquisas científicas na área. Dentre as inúmeras contribuições

de Erickson para o campo da Psicologia pode-se citar o conceito de utilização

da realidade individual do paciente. Erickson resgata de modo radical a noção

de singularidade. Tal noção, em termos epistemológicos, implica em considerar

os indivíduos como seres únicos e inéditos (NEUBERN, 2002). Ele entende

que cada paciente tem uma história e memórias particulares, as quais devem

ser usadas para se levar o sujeito à hipnose (GAYA et al., 2002). Também

contribuindo com a chamada Terapia Naturalista, as diferentes formas de

comunicação indireta, a técnica de confusão e de entremear, é considerado o

maior Hipnoterapeuta do século XX devido à sua abordagem breve, estratégica

e voltada para a solução (CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).

Conforme já mencionado, no Brasil apenas três conselhos validam o uso

de tal instrumento. Na Odontologia, o CFO (Conselho Federal de Odontologia)

foi o primeiro Conselho a regulamentar o uso da hipnose, em 1996, como

instrumento eficaz para indução de analgesia e anestesia. Na medicina, a partir

de 1999, o CFM (Conselho Federal de Medicina) autorizou seu uso. Na

psicologia, o CFP (Conselho Federal de Psicologia) reconheceu a partir de

2000 o uso da hipnose como regulamentado (BOCK, 2001).

3.1.2. Definição

Existem diversas definições para hipnose desenvolvidas no decorrer da

história. Algumas definições ainda seguem postulados arcaicos, estabelecidas

no século XIX, mas ainda usados em pesquisas recentes, como no trabalho

realizado por Vilela e Ferreira (2006). Pesquisando o uso da hipnose em

pacientes cardíacos com dificuldade de sono, esses pesquisadores definem

hipnose como um estado de atividade motora mínima semelhante ao sono.

Page 22: Efeitos da hipnose na diabetes

17

Além de definições mais arcaicas como esta, outras sem muito embasamento

também podem ser encontradas em alguns artigos, entre elas podemos

destacar a definição de hipnose como um estado alterado de consciência no

qual as idéias são aceitas por sugestão ao invés do raciocínio lógico.

(FERNANDEZ et al., 2003). Estudos eletroencefalográficos, testes de reflexos,

pulso e pressão sanguínea revelam que a hipnose não é um estado de sono, e

sim, um estado alterado de consciência (ERICKSON, HERSHMAN e SECTER,

1998).

Concordando com essa analogia em relação ao estado de sono, Passos

e Labate (1998) afirmam que a hipnose é um estado do estreitamento de

consciência provocado artificialmente, que geralmente (mas nem sempre) se

parece com o sono, porém fisiologicamente dele se distingue, caracterizando-

se pelo aparecimento espontâneo (ou em resposta a um estímulo verbal, ou a

outro qualquer) de uma variedade de fenômenos que incluem:

1 - alteração da atenção;

2 - alteração da memória;

3 - aumento da sugestionabilidade;

4 - produção, no paciente, de idéias e respostas diferentes daquelas do

seu estado mental normal,

5 - alterações motoras e sensoriais;

6- aumento da labilidade dos processos regulados pelo sistema nervoso

autônomo.

A APA (Associação Americana de Psicologia) define hipnose como um

procedimento no qual o terapeuta ou pesquisador sugere ao paciente ou sujeito

da experiência mudanças em sensações, percepções, pensamentos ou

Page 23: Efeitos da hipnose na diabetes

18

comportamentos (KRINGS et al., 2004). Tal definição se mostra pouco

elucidativa e é rechaçada por pesquisadores da área que atualmente tem

consenso em torno da idéia de que a hipnose é um estado focado e lógico de

atenção. Corroborando com tal idéia, pode-se citar um recente artigo publicado

na revista Seed, que informa que apesar da exata definição do conceito de

hipnose ainda estar em discussão, é de consenso entre os pesquisadores

voltados para esse tema que a hipnose envolve intensa concentração, estado

temporário de atenção modificada, relaxamento e sugestibilidade aumentada

(ANTHES, 2006; SOLOVEY e MILECHNIN, 1988). Apesar de haver grande

confusão na área, é importante diferenciar os termos sugestão e hipnose. A

sugestão será tomada aqui apenas como a capacidade, em hipnose, de

influenciar o outro. Influenciá-lo sob certas condições – basicamente pela fala,

mas não exclusivamente por ela – à produção de fenômenos específicos. Já a

hipnose, é uma condição, um processo, uma alteração de consciência, em que

a sugestão pode ser um produto privilegiado, mas não necessariamente. A

hipnose não está circunscrita à sugestão, nem depende dela necessariamente

e muito menos é redutível a ela (MARTINS E BATISTA, 2002).

Até mesmo o próprio Erickson, à sua maneira, poderia concordar com as

definições anteriores, já que em seus trabalhos, afirmava o estado de transe

ser um estado psicobiológico do homem, considerando que situações em que a

atenção e a percepção estão focalizadas e concentradas numa idéia, como

num momento de fantasia, distração ou preocupação que absorva a atenção,

são como um estado hipnótico (ROSEN, 1994).

Galvão (2003) apresenta uma definição interessante e mais completa a

respeito da hipnose, segundo a qual o processo hipnótico consiste em pensar

Page 24: Efeitos da hipnose na diabetes

19

em algo que é sugerido por si ou por outro, de forma intensa (alta atenção) e

específica (pensamento focado). Tal processo geraria um estado no qual

seriam produzidos diversos fenômenos específicos, como regressão de idade

(reviver pensamentos de um tempo anterior), hipermnésia (rever pensamentos

passados de forma nítida), amnésia (esquecer pensamentos anteriores de

forma parcial ou total), hiperestesia (aumento da sensibilidade tátil), anestesia,

analgesia, pseudo-orientação no futuro (imaginar-se realizando algo no futuro)

entre outros, que poderiam implicar em alterações cognitivas ou fisiológicas.

3.1.3. Aplicações da hipnose

São descritas múltiplas aplicações da hipnose nas áreas da medicina,

como pediatria, dermatologia, gastroenterologia, obstetrícia, ginecologia, assim

com no uso de transtornos psicológicos (ROQUE e VILLANUEVA, 2001).

Dentre os usos mais freqüentes da hipnose, destacam-se: tratamento para

depressão, ansiedade, fobias, distúrbios sexuais, enurese noturna, asmas,

pânico, gagueiras, insônia, vícios e até mesmo no tratamento de verrugas. Sua

lista de atuação inclui ainda tratamento para dor crônica de pacientes terminais,

distúrbios alimentares, e muitos outros problemas físicos e mentais. É também

usada como meio para indução de analgesia e anestesia em procedimentos

cirúrgicos das diferentes especialidades médicas e odontológicas (ARRUDA e

MELLO, 2000; CORTEZ e OLIVEIRA, 2003; GALVÃO, 2003).

Labate (2006) confirma as citações anteriores, explicando que a

hipnose tem sido usada para alívio da dor, produzindo anestesia ou analgesia;

nos diferentes setores da clínica e cirurgia, notadamente em obstetrícia; como

tranqüilização para o alívio dos estados de ansiedade e apreensão, qualquer

que seja a sua causa; em qualquer condição na qual a psicoterapia possa ser

Page 25: Efeitos da hipnose na diabetes

20

útil; no controle de alguns hábitos, como o tabagismo; e experimentalmente em

qualquer pesquisa, no campo psicológico ou neurofisiológico.

Cortez e Oliveira (2003) também indicam que pesquisas atuais

confirmam a eficiência da hipnose na solução ou alívio de vários sintomas que

acompanham transtornos físicos e psíquicos, sendo indicada como excelente

tratamento coadjuvante em vários casos. Esforços têm sido feitos no sentido

de demonstrar a hipnose como uma forma de tratamento específico, capaz de

solucionar diversas doenças em especial aquelas de origem psicossomática.

3.1.4. Abordagens

Como pode ser constatado no item “histórico” deste trabalho, existem

basicamente dois tipos de abordagem em relação à hipnose, das quais derivam

quaisquer outros nomes posteriores. São conhecidas como Postura Tradicional

(Clássica) e Postura Ericksoniana (Naturalista). Cada qual apresenta

considerações, a saber:

Postura Tradicional Postura Ericksoniana

Teóricos

iniciadores da

abordagem

Jean-Martin Charcot,

Josef Breuer e Sigmund

Freud

Milton H. Erickson

Entendimento do

problema

Direcionada a busca e

recordação do passado

Direcionada a possibilidade

de mudanças, usando o

passado ou não

Tipo de

diagnóstico

realizado

Taxativo, possivelmente

patologizante e/ou de

impotência frente à

mudança

Potente pelo direcionamento

dado a uma mudança

possível

Page 26: Efeitos da hipnose na diabetes

21

Comunicação Muito diretivo, com

comandos e ordens

diretas.

Postura chamada naturalista

através da noção de

utilização, conferindo

eficiência

Indução do transe

e hipnose

Script, roteiro rígido, o

mesmo para todos

pacientes

Flexível, direcionada a cada

paciente, feito sob medida

Intervenções

usadas

Inúmeras técnicas Variável de acordo com a

realidade individual do

paciente

Compreensão da

Hipnose

De acordo com cada

abordagem teórica

Compreensões próprias

Hipnotizabilidade Preocupação com

grandes intensidades dos

fenômenos e

variabilidades

Necessária de acordo com

cada caso

Mudanças na

Hipnotizabilidade

Variabilidade e

intensidade imutáveis

Variabilidade e intensidade

não apenas diferentes no dia

a dia, como também

dependendo da motivação e

com possibilidade de serem

melhoradas

Sugestionabilidade Tão mais sugestionável o

paciente, melhor

Noção de responsividade,

dependendo esta mais da

capacidade de condução e

Page 27: Efeitos da hipnose na diabetes

22

estabelecimento de rapport

do hipnoterapeuta do que do

paciente

Hipnotizabilidade e

Sugestionabilidade

Acredita que apenas

pacientes com complexos

e intensos níveis podem

passar por hipnoterapia

Podem ocorrer complexas

mudanças com níveis leves

de transe, não importando os

níveis de hipnotizabilidade e

sugestionabilidade

Relação

Terapeuta-

Paciente

Estabelecimento claro de

autoridade e hierarquia

Noção não clara de

autoridade diminuindo a

resistência

(CABALLO, 1996; GALVÃO, 2003 GILLIGAN, 1987; HALEY, 1991, ZEIG,

1985)

Segundo Zeig (1985), na abordagem ericksoniana, alguns pontos são

cruciais no processo terapêutico, destacando-se:

a) A identificação dos recursos do paciente;

b) O diagnóstico dos valores do paciente, o desenvolvimento dos recursos

utilizando tais valores;

c) Utilização do recurso usando comunicações diretas ou indiretas;

d) Estabelecimento do ARE (Absorção, Ratificação e Eliciação);

e) Aceitação e utilização do que é apresentado pelo paciente;

f) Usar semeaduras de idéias para facilitar mudanças e a própria indução;

Rosen (1994) relata que, de acordo com a concepção de Erickson, o estado

de transe possibilita maior probabilidade de se produzirem aprendizagens e

apresenta mais disponibilidade para a ocorrência de mudanças.

Page 28: Efeitos da hipnose na diabetes

23

3.1.5. Fisiologia do estado hipnótico

Esse estado de atenção concentrada torna possível ao indivíduo reagir

aos estímulos e às sugestões do hipnotizador ou aos próprios comandos (auto-

hipnose). O desconhecimento pleno da mente humana dificulta a conceituação

e explicação dos mecanismos através dos quais a hipnose produz seus efeitos.

Ao contrário do que parece, durante a sessão hipnótica o córtex está em plena

atividade. Reações desencadeariam a produção de neurotransmissores

através do sistema nervoso, provocando diversas reações orgânicas.

Observam-se alterações na consciência e na memória, aumento da

susceptibilidade à sugestão, produção de reações e de idéias estranhas ao

indivíduo. Além disso, fenômenos como anestesia, analgesia, paralisia, rigidez

de músculos e alterações vasomotoras podem ser produzidos ou removidos

(VALE, 2006).

Um recente artigo divulgado na revista cientifica Seed (2006), informa

que a hipnose tem sido atualmente objeto de várias pesquisas experimentais

que apontam, através de testes neurológicos, as alterações cerebrais que ela

causa. O autor Emily Anthes (2006) cita um experimento que demonstra que a

sugestão hipnótica pode produzir mudanças no centro de processamento de

dor no cérebro. Relata que quando as pessoas estão em estado hipnótico, as

áreas cerebrais que processam a dor ficam menos ativas, fornecendo

evidencias sobre as modificações provenientes do estado hipnótico.

Parece haver uma correlação direta entre o fenômeno vivenciado

durante a hipnose as alterações neurofisiológicas correspondentes. Mathews et

al. (2000) dizem que estudos têm mostrado a ativação das regiões occipitais,

incluindo o córtex visual primário, V1. Já Damiani et al. (2006) observam que a

Page 29: Efeitos da hipnose na diabetes

24

hipnose tem atuado também no Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático

(SNAP) aumentando de forma intensa o tônus eferente vagal. Kosslyn (2000)

diz que uma parte do cérebro chamada giro cingulado mostra alta atividade

quando o sujeito está hipnotizado. Esta área está relacionada com a atenção e

a emoção, concordando com Vale (2006) que afirma que diversas áreas do

cérebro relacionadas com a emoção e a sensação são ativadas durante o

estado hipnótico.

Câmara (1998) afirma haver indícios de uma estrutura cerebral

semelhante a uma rede, chamada formação reticular, funcionando como elo

entre a voz do hipnotizador e a massa cinzenta do hipnotizado. A tese mais

aceita é a de que as palavras do hipnotizador, processadas pelo nervo auditivo,

alcançam a ponta dessa rede, na base do cérebro, e se espalham por toda a

massa cinzenta. Quando elas chegam ao lobo frontal, concentram a atenção

do paciente em um único foco, inibindo tudo o que está ao redor.

3.1.6. Formas de indução

Segundo Ferreira (2003), Galvão (2003) e Zeig (1993), atualmente, são

seis as formas básicas pelas quais a indução à hipnose é empreendida

(podendo ou não estar conjugadas em duas ou mais):

Diminuição de estímulos tidos como inúteis: Sabendo-se ser o transe ou a

hipnose um pensar específico e intenso, quanto menos houver estimulações

que desviem do processo indutor de relaxamento, transe ou hipnose, melhor;

Relaxamento: A diminuição significativa de atividade orgânica via pensamento

(relaxando esse também), é das formas mais comuns de se possibilitar o

transe ou hipnose. Na medida em que o sujeito estiver com uma baixa

Page 30: Efeitos da hipnose na diabetes

25

atividade do pensar, comunica-se a ele idéias a partir e com as quais se daria

esta atividade, provocando assim, o transe ou hipnose juntamente com o

processo psicoterapêutico.

Cansaço: Criar o cansaço orgânico e/ou do pensar é uma forma de fazer com

que a pessoa pense de acordo com o colocado pelo hipnoterapeuta. A

princípio, o sujeito estaria cansado demais para fazê-lo sozinho;

Direcionamento das Apreensões: Atenção é o direcionamento da atividade

psíquica, ou seja, do pensar. Na medida em que o paciente começa a

direcionar o seu raciocínio de acordo com o colocado pelo hipnoterapeuta,

cada vez mais este poderá direcionar o pensar do paciente no sentido de ter

um pensar que possibilite um melhor viver;

Aumento da atividade do pensar (psíquica): Um aumento na estimulação

neural via estimulação sensível (embora de maneira direcionada) pode ser

utilizada para passar do relaxamento (ou sono) para transe ou hipnose;

Confusão: Confusão é a quebra de raciocínio não possibilitando um raciocinar

coerente buscado pelo indivíduo. Provocá-la momentaneamente para

direcionar o raciocínio do sujeito, é uma possibilidade para que o paciente

pense na medida (ou a partir) do colocado pelo hipnoterapeuta, criando ou não

transe ou hipnose. Tal forma de indução é utilizada para que o paciente não

tenha raciocínios considerados anti-terapêuticos pelo terapeuta. Forma muito

bem apresentada por Milton H. Erickson no livro “O Homem de Fevereiro”.

Dentre as formas citadas, a mais utilizada nos consultórios e pesquisas

realizadas na área refere-se ao uso do relaxamento como método de indução

para se levar o paciente à hipnose. É também comum encontrar nas pesquisas

termos como imaginação intensa, imaginação guiada, que são entendidos

Page 31: Efeitos da hipnose na diabetes

26

também como hipnose, trocando-se apenas um nome por outro. Nesses

trabalhos os sujeitos normalmente são induzidos, após o relaxamento, a se

direcionarem mentalmente para um lugar confortável, ou para se lembrarem de

situações boas, situações essas semelhantes para o mesmo grupo de sujeitos

(GAYA et al., 2002; LEV et al., 2002; CARTLEDGE et al., 2004).

3.1.7. Hipnose e efeitos orgânicos

Muitas pesquisas, principalmente as realizadas nas décadas anteriores,

focam seus estudos no efeito da hipnose sobre os estados de dor. Busca-se

com essas pesquisas, de alguma maneira, atenuar, evitar ou controlar estados

dolorosos, seja pela indução de analgesias ou anestesias (GAYA et al., 2002;

LEV et al., 2002). Em um experimento sobre dor, Oakley (2004) induziu,

através da hipnose, oito sujeitos a sentirem dores relacionadas a tocar em algo

muito quente e constatou que as mesmas áreas de processamento da dor no

cérebro (o tálamo, o córtex cingulado anterior e outras áreas) foram ativadas da

mesma maneira que as áreas de outros sujeitos que tocaram em uma barra de

metal a 50º C, demonstrado que a dor induzida por hipnose ativa as mesmas

áreas do cérebro ativadas pela dor real.

Atualmente, além das pesquisas referentes à dor, trabalhos com hipnose

estão abarcando diversas áreas e seus efeitos são testados de diferentes

maneiras, como por exemplo, os efeitos sobre algumas doenças. Uma dessas

pesquisas mostra a ajuda da auto-hipnose no combate ao hábito de tossir e

seus sintomas somáticos (ANBAR e HALL, 2004). Outro estudo focando a

utilização da hipnose em tratamentos de enfermidades dermatológicas

demonstrou resultados bem interessantes, como melhora em mais de 70% da

pele de pacientes com psoríase, redução de problemas de pele tidos como

Page 32: Efeitos da hipnose na diabetes

27

corriqueiros como acne, ou até mesmo, no tratamento de verrugas

(SHENEFELT, 2002). Assim como esses, há diversos estudos em que os

pesquisadores tentam mostrar efeitos possíveis da hipnose sobre o organismo.

Nesse sentido, há que se ressaltar também, pesquisas sobre os efeitos da

hipnose em nível neuronal. Um desses estudos demonstra que alterações na

plasticidade neuronal ocorrem após uma sessão de hipnose, na qual o sujeito

vivencia imagens e sensações de formas até mais vívidas que durante o dia a

dia, o que pode ser comprovado através de exames como PET Scan

(HALSBAND, 2006; WINERMAN, 2006).

Apesar de alguns pesquisadores indicarem que as bases biológicas do

processo hipnótico ainda são contestadas e necessitam de mais pesquisas,

alguns estudos indicam diversas influências sobre o sistema biológico. Alguns

estudos indicam que a hipnose influencia a mediação celular, que por sua vez

influencia a imunidade, afetando também o eixo adrenal pituitário-hipotalâmico,

o que influencia em uma boa regulação do sistema imune. Também se

constata uma ativação de várias áreas do córtex cerebral, dependendo do

estímulo/sugestão eliciados (GRUZELIER et al., 2001; HALSBAND, 2006).

Vindo de encontro ao que foi apresentado na introdução do presente

trabalho, cabe destacar que é notadamente percebido que algo vivenciado

durante o processo hipnótico é tido como realmente vivido organicamente.

Gemignani (2000) relata um estudo em que se concluiu que a hipnose é muito

mais que uma simples sugestão. O estudo, que expôs os sujeitos a

vivenciaram situações fóbicas, demonstrou que todos os participantes da

pesquisa reagiram como se realmente estivessem diante do objeto fóbico,

Page 33: Efeitos da hipnose na diabetes

28

tendo grandes alterações cardiorrespiratórias, bem como alterações

registradas em seus EEGs (GEMIGNANI, 2000).

Em outro estudo, Fernandez et al. (2003) citam os efeitos positivos da

hipnoterapia sobre a hipertensão, alegando que a hipnose é capaz de regular o

volume sangüíneo e, por conseguinte, propiciar um controle saudável sobre a

pressão arterial, além de promover uma ostensiva diminuição do tratamento

farmacológico.

3.2. Diabetes Mellitus

O Diabetes Mellitus (DM) compreende um grupo heterogêneo de

distúrbios metabólicos, envolvendo todos os substratos energéticos

(carboidratos, proteínas e gorduras) e caracterizado principalmente pela

hiperglicemia, resultante da deficiência de secreção ou da ação da insulina

(FERREIRA et al., 2003). Como definido por Melo et al. (2003) a DM é

considerada uma "síndrome heterogênea de etiologia múltipla, decorrente da

falta de insulina ou, também, da incapacidade da insulina em exercer

adequadamente seus efeitos". O principal órgão responsável por esse controle

é o Pâncreas.

3.2.1. Pâncreas

O pâncreas está localizado atrás e discretamente abaixo do estômago.

Sua porção endócrina é representada pelas ilhotas de Langerhans as quais

são compostas pelas células a, b, d e F e seus produtos são, respectivamente,

glucagon, insulina, somatostatina e polipeptídeo pancreático (GARCIA, 2006).

Destes, os principais hormônios são a insulina e o glucagon, responsáveis pelo

Page 34: Efeitos da hipnose na diabetes

29

principal controle da concentração de glicose plasmática. Quando este valor

está elevado (hiperglicemia), como após uma refeição, o pâncreas recebe

sinais para liberar insulina no sangue. Entre suas ações, a insulina facilita o

transporte de glicose para o interior das células, especialmente aquelas dos

músculos e do tecido conjuntivo, promove a glicogenólise e inibe a

gliconeogênese (GUYTON, 1992). O pâncreas secreta o glucagon quando a

concentração plasmática de glicose cai abaixo das concentrações normais

(hipoglicemia). Seus efeitos geralmente são opostos aos da insulina. O

glucagon promove o aumento da degradação do glicogênio hepático em

glicose (glicogenólise) e aumenta a gliconeogênese (GARCIA, 2006).

3.2.2. Insulina

A insulina é um hormônio polipeptídico sintetizado, formado por duas

cadeias de aminoácidos. Segundo Guyton (1988), a insulina é um hormônio

produzido pelas células beta das ilhotas de Langherans pertencentes ao

pâncreas. Bioquimicamente, trata-se de um hormônio polipeptídico constituído

de duas cadeias peptídicas, desempenhando papel fundamental no

metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas (MAUGHAN et al., 2000). Ao

promover a entrada de glicose para o interior das células alvo, a insulina

apresenta efeitos de manutenção sobre o controle glicêmico, aumento da

utilização de glicose como fonte energética e promoção do armazenamento de

glicogênio no fígado e nos músculos (GUYTON, 1988). No que se refere

especificamente ao controle glicêmico, a Sociedade Americana de Diabetes

indica os seguintes valores de referência para glicemia-jejum (mínimo 8 horas):

Page 35: Efeitos da hipnose na diabetes

30

Fonte: American Diabetes Association, 2005

Para aferência desses dados, usa-se a coleta do sangue capilar (padrão

adotado normalmente pelos pacientes portadores de DM, chamada de auto

monitoramento glicêmico, cujos valores são 10 a 15% mais baixos que os no

plasma). É uma metodologia de baixo custo (realizada através de aparelhos

portáteis), bem reproduzível, tendo poucos fatores interferentes, como o

estresse, e exigindo do paciente apenas período mínimo de 8 horas sem

ingestão alimentar. Todavia, a glicemia fornece apenas o grau de controle no

momento da coleta do sangue (SARTORI, 2005). Alterações significativas

nestes valores podem ser entendidas como ausência ou excesso de insulina,

quebrando o estado de homeostasia orgânica (COSTA, 2005).

Devido à sua importância, pode-se perceber facilmente que a produção

deficiente de insulina, tal como acontece no diabético, irá causar diversos

malefícios ao organismo. Um deles é o elevado nível sangüíneo de glicose

(hiperglicemia), estado que pode levar à sobrecarga renal e até mesmo à

desidratação. Outro efeito observado é que as células passam a utilizar

quantidades significativas de lipídios e proteínas como fontes energéticas,

devido à ausência de glicose para exercer esta função, acarretando condições

de debilidade extrema como perda excessiva de massa corporal, deficiência de

crescimento orgânico e produção acentuada de corpos cetônicos no sangue, o

Classificação dos valores glicêmicos (mg/dl)

Normal < 99

Pre-diabetes 101 a 125

Diabetes > 126

Page 36: Efeitos da hipnose na diabetes

31

que pode levar ao coma diabético (cetoacidose) (COSTA, 2006; GUYTON,

1988).

3.2.3. Tipos de Diabetes

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, a enfermidade pode ser

dividida basicamente em três grupos de ocorrência:

diabetes mellitus tipo 1 (insulino-dependente): aparece como

resultado de uma destruição das células beta produtoras de insulina por

engano, o que ocorre quando o organismo as entende como corpos estranhos.

Isso é chamado de resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre

em outras doenças, como esclerose múltipla, Lúpus e doenças da tireóide.

diabetes mellitus tipo 2 (não insulino-dependente): Sabe-se que o

diabetes do tipo 2 possui um fator hereditário maior que no tipo 1. Além disso,

há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Uma de suas

peculiaridades é a inabilidade do organismo responder adequadamente a ação

da insulina produzida pelo pâncreas. Por muitas razões suas células não

conseguem metabolizar glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma

anomalia chamada de "resistência insulínica". De início, a maior parte dos

pacientes do diabetes tipo II apresenta redução do efeito da insulina em seus

alvos (os tecidos muscular e adiposo): eles ainda a produzem, mas em

quantidade insuficiente para a demanda diária. Por isso, a maioria não precisa

ser tratada com insulina. Os níveis glicêmicos podem ser normalizados com

atividade física regular, controle do peso e medicação oral (que aumente a

sensibilidade dos tecidos à insulina ou à sua produção) (AITA, SOGAYAR e

ELIASCHEWITZ, 2004).

Page 37: Efeitos da hipnose na diabetes

32

diabetes gestacional: O diabetes gestacional é a alteração das taxas

de açúcar no sangue que aparece ou é detectada pela primeira vez na

gravidez. Pode persistir ou desaparecer depois do parto.

Grande parte das pesquisas realizadas concentra seu estudos no

diabetes mellitus tipo 1 e 2. Para cada caso de diabetes tipo 1 estima-se de 8

a 10 casos do diabetes mellitus tipo 2.

3.2.4. Etiologia

A etiologia específica do diabetes tipo 2 ainda não está estabelecida

como no diabetes tipo 1, e sabe-se que a destruição auto-imune não acontece

(GROSS et al., 2002). O diabetes mellitus tipo 2, chamado previamente de não-

insulinodependente, vem de uma forte associação da predisposição genética

do indivíduo, seu estilo de vida, os fatores ambientais e fatores emocionais

(OLIVEIRA e MILECH, 2004).

Embora as causas do DM sejam obscuras, o que se sabe, com certeza,

é existirem alguns "gatilhos" que desencadeiam as crises. O principal desses

gatilhos é o estresse contínuo, estado em que as glândulas supra-renais

liberam doses elevadas de adrenalina. Este hormônio, além de acelerar o

coração, tem a capacidade de liberar no sangue a glicose estocada no fígado e

nos músculos. Esse processo se chama glicogenólise. Para compensar a

liberação aumentada de glicose produzida pela glicogenólise, o pâncreas se

esforça em produzir quantidades extras de insulina. Se esse esforço

pancreático não for suficiente para reduzir ao normal os níveis aumentados de

glicose pelo estresse ou, pior, se o pâncreas chegar a se esgotar, o resultado

é o surgimento ou agravamento do Diabetes. É também algo mais ou menos

semelhante ao que ocorre na obesidade. Quanto mais obeso e pesado, maior é

Page 38: Efeitos da hipnose na diabetes

33

a quantidade de insulina necessária, levando o pâncreas à fadiga. Certas

infecções também funcionam como gatilho para o Diabetes, assim como os

casos de algumas mulheres grávidas (BALLONE, 2002).

3.2.5. Tratamentos

Os tratamentos dividem-se em duas vias principais, considerados

tratamentos medicamentosos e não medicamentosos. No caso dos tratamentos

medicamentosos, dois grupos principais de químicos são usados: a insulina,

que é essencial no tratamento de DM tipo 1, mas no caso do tipo 2 não é

necessária e os medicamentos hipoglicemiantes, responsáveis por gerar a

baixa da hiperglicemia presente no DM. Os tipos mais conhecidos são as

sulfoniluréias (que aumentam a secreção de insulina pelo pâncreas), as

biguanidas (que aumentam a sensibilidade do organismo à insulina já

produzida) e a acarbose (que torna mais lenta a absorção da glicose no

intestino, dando tempo ao organismo para manter a glicemia normal). Além

destes três tipos básicos, surgiram recentemente os sensibilizadores de

insulina de última geração, chamados thiazolidinedionas, cujo principal efeito

metabólico é o aumento da sensibilidade à insulina nos tecidos periféricos,

principalmente no músculo esquelético, além de reduzirem também, em altas

doses, a produção hepática de glicose (HIRATA e HIRATA, 2006).

Referindo-se agora à abordagem não medicamentosa, algumas vias são

indicadas, a saber:

a) Educação alimentar: Adequar o paciente a alimentar-se de forma adequada e

com os alimentos adequados para que a sua glicemia permaneça estável;

b) Realização de atividade física: A indicação de exercícios físicos aeróbios e

anaeróbios, com duração, intensidade e freqüência adequadas, também traz

Page 39: Efeitos da hipnose na diabetes

34

benefícios para o portador de DM, principalmente para o portador de DM tipo 2.

O cuidado com o excesso de atividade deve existir para que não se gere a

hipoglicemia (COSTA, 2005). Pesquisas surgem para comprovar o valor da

atividade física para o indivíduo diabético. Conforme em um grupo composto de

doze indivíduos diabéticos tipo 2, um indivíduo com o tipo 1 e um com diabetes

secundário, após atividades físicas durante um período de três meses, os

valores da hemoglobina glicosada daqueles que persistiram no treinamento

diminuíram drasticamente (DIAS et al., 2007). Em outro estudo foi constatado

que a glicemia de jejum isolada após o treinamento físico baixou. Isso poderia

ser justificado pelo efeito benéfico do exercício, tal como a melhora da

captação de glicose que se encontra aumentada durante o exercício físico,

mesmo com baixos níveis insulinêmicos. A pesquisa conclui que um programa

de exercício físico regular, de intensidade moderada, auxilia no controle

glicêmico do indivíduo com DM2, tratado ou não com insulina, sendo que seu

efeito já é observado em uma sessão de exercício (SILVA e LIMA, 2002).

c) Tratamentos Complementares: Fazem parte desse grupo a indicação dos

chamados tratamentos adjuvantes, muitas vezes tidos como

acompanhamentos alternativos. São recomendados para uso em conjunto com

os outros tratamentos, ou seja, não excluem as outras intervenções. Segundo

Kostic e Secen (2000), pesquisas usando treinamento autógeno de Shultz têm

mostrado eficiência no controle da glicemia de pacientes diabéticos tipo 2,

ajudando a reduzir o nível de glicemia de maneira significante. Outro

tratamento complementar indicado são aulas de gerenciamento de stress que

tem ajudado a prevenir e controlar doenças como o diabetes (NODA e

HAMADA, 2000). Nessa mesma linha de pensamento, a Federação

Page 40: Efeitos da hipnose na diabetes

35

Americana de Diabetes (2005) indica algumas intervenções que também

podem ajudar o paciente diabético, dentre elas, exercícios de respiração,

terapias de relaxamento progressivo (Shultz e Jacobson) até mesmo substituir

maus pensamentos por bons pensamentos. De uma maneira um pouco mais

específica, estudos mostraram que uma técnica em particular, o biofeedback,

pode ser capaz de ajudar os pacientes com diabetes tipo 2 a manterem os

níveis de glicose sob controle. No biofeedback, um terapeuta pede ao paciente

para que ele relaxe. Enquanto isso, sensores aplicados à pele fornecem

informações a um monitor de computador sobre as alterações das funções

biológicas como a circulação, a temperatura da pele ou a tensão muscular.

Receber esse "feedback" reforça a capacidade inata do paciente de diminuir a

pulsação ou reduzir a tensão muscular, o que possui um efeito de relaxamento

(GOWER, 2007). No campo das chamadas terapias alternativas,

pesquisadores indicaram até mesmo o uso do Reike no cuidado com pacientes

diabéticos, constatando que o uso de tal intervenção ajuda a reduzir o

sofrimento dos pacientes e que, em associação a cuidados usuais de saúde, o

Reike poderia trazer benefícios terapêuticos diretos para o paciente

(GILLESPIE et al., 2007). Já em outro estudo, os autores apontam que o

potencial das terapias baseadas em energia é ótimo. Indica que tais terapias

têm poucos efeitos colaterais conhecidos e muitos efeitos benéficos possíveis,

como diminuir o nível de glicose no sangue e de sofrimento dos pacientes.

Entre essas terapias são citadas massagem corporal, acunpressura,

acupuntura, uso das cores, toque de cura, terapia magnética, ressonância de

microondas e Reiki, indicando que todas elas trabalhando equilibrando o fluxo

energético do corpo e promovem relaxamento (GUTHRIE e GAMBLE, 2001).

Page 41: Efeitos da hipnose na diabetes

36

Até mesmo recursos como hipnose tem sido usados com pacientes diabéticos.

Em uma pesquisa foi demonstrado o uso da hipnose com adolescentes para

melhorar a aderência deles ao tratamento para diabetes. O estudo mostrou em

um acompanhamento de seis meses que seis dos sete sujeitos aderiram e

tiveram uma incrível melhora na taxa de glicose no sangue (de 476 para 148)

(RATNER et al., 1990).

Muitas dessas intervenções visam propiciar aos pacientes bem estar e

felicidade, proporcionados através de situações nas quais os portadores de

DM, seja tipo 1 ou 2, vivenciem situações prazerosas. Temática explanada logo

a seguir.

3.3. Saúde e Bem Estar

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como estado de

completo bem-estar físico, mental e social. Tal definição recebe várias criticas

de diversos profissionais da saúde, que buscam otimizar o conceito e diminuir a

idéia de que só existe saúde quando a totalidade dos critérios acima são

atendidos. É mais aceita a idéia de associação entre estar saudável e sentir-se

bem (JUNIOR, 2004).

Também não é de senso comum a definição de bem estar. Como

definido pelo dicionário Webster, bem estar é o estado de sentir-se bem, de

felicidade, virtude essencial para o homem social. Em linhas mais aprimoradas,

Giacomoni (2004) afirma que bem-estar é uma área da psicologia que tem

crescido muito ultimamente, cobrindo estudos que têm utilizado as mais

diversas nomeações, tais como: felicidade, satisfação, estado de espírito e

afeto positivo. Mais especificamente, este construto diz respeito a como e por

Page 42: Efeitos da hipnose na diabetes

37

que as pessoas experienciam suas vidas positivamente. Também é

considerada a avaliação subjetiva da qualidade de vida. Seguindo essa linha,

de maneira mais elucidativa, Junior (2004) dá dois significados para bem estar:

o primeiro pode ser a noção subjetiva de sentir-se bem, não ter queixas, não

apresentar sofrimento somático ou psíquico, nem ter consciência de qualquer

lesão estrutural ou de prejuízo do desempenho pessoal ou social (inclusive

familiar e laboral). Aí, bem-estar significa sentir-se bem e não apenas não se

sentir mal. Mas bem-estar também significa condição de satisfação das

necessidades (conscientes ou inconscientes, naturais ou psicossociais). Nos

seres humanos, implica na satisfação das necessidades biológicas, o bem-

estar físico; das necessidades psicológicas, o bem-estar mental; e das

necessidades sociais, o bem-estar social. E não apenas satisfeitas todas essas

necessidades, mas perfeitamente (ou completamente) atendidas.

De certa maneira os estudiosos da área relacionam bem estar ao estado

de felicidade e satisfação. Uma das maneiras de tal estado ser alcançado seria

através da vivência de sensações prazerosas e diminuição de estados

dolorosos (como stress), capazes de alterar o organismo de maneira saudável,

gerando bem estar, como várias pesquisas que estão sendo realizadas

atualmente tentam demonstrar. Em uma dessas pesquisas foi demonstrado

que emoções positivas diminuem os efeitos do stress e da resposta luta-luta,

diminuindo os efeitos do stress sobre o sistema imune que passa a funcionar

melhor, gerando saúde (POST, 2005). Outra pesquisa interessante sobre

sensações prazerosas e aversivas, demonstrou que os estímulos prazerosos

estimulam áreas cerebrais diferentes dos estímulos aversivos, definindo que

existem duas áreas distintas no cérebro: uma referente a recebimento de

Page 43: Efeitos da hipnose na diabetes

38

estímulos prazerosos (sistema de recompensa) e outra referente a estímulos

aversivos (sistema de punição) (DAGHER et al., 2001).

Com os avanços tecnológicos, as pesquisas referentes a sensações de

bem estar, prazer e estado saudável têm ganhado respaldo em explicações do

funcionamento cerebral e seus sistemas, como indicado, por exemplo, por

Watanuki e Kim (2005), que desenvolveram um estudo sobre respostas

fisiológicas induzidas por estímulos prazerosos. Eles estudaram várias

respostas do Sistema Nervoso Central, do Sistema Nervoso Autonômico, do

Sistema Imune e do Sistema Endócrino, quando estímulos prazerosos como

odores, figuras emotivas e uma história cômica típica do Japão foi apresentada

aos sujeitos. Os resultados revelaram que a atividade do córtex frontal

esquerdo aumentou com o odor agradável e um aumento da secreção de

imunoglobulina-A e uma diminuição do cortisol na saliva foram induzidos por

prazeres emocionais verbais vivenciados. Os diferentes sistemas envolvidos na

indução de emoções prazerosas são evocados por auto-estimulação do SNC e

particularmente pelo sistema de recompensa. Interessante também que a

amígdalas, próxima do sistema de recompensa, age como integradora das

emoções prazerosas. Parece que uma das principais ações de estados

prazerosos refere-se à auto-regulação e estimulação do sistema imune. Isso

pode ser constatado em um estudo sobre a concentração de IgA na saliva após

os sujeitos assistirem um vídeo de humor. O resultado indicou um aumento na

concentração de IgA na saliva dos sujeitos que se divertiram ao assistir o filme.

Em outro estudo, verificou-se que o otimismo estava relacionado a melhores

estados saudáveis, a alto número de células T-helpers e a alta de células NK.

Foi constatado também, que sentimentos mais pessimistas geram uma menor

Page 44: Efeitos da hipnose na diabetes

39

ativação do sistema imune. Para isso ser verificado, os participantes da

pesquisa foram inoculados com o vírus influenza e foi acompanhada a resposta

imune desses pacientes. Aquelas com sentimentos mais negativos tiveram

uma menor ativação do sistema imune do que aqueles com atitudes positivas

(BARAK, 2006).

Mas não só o sistema imune parece ser ativado como resposta a

vivências emocionais positivas. Em outra pesquisa foi constatada uma alta

associação entre alta felicidade e baixa pressão sistólica, fator esse,

independente dos sujeitos fumarem, serem obesos ou da posição sócio

econômica. Em resumo, a pesquisa conclui que afetos positivos estão

relacionados ao bom funcionamento de diversos sistemas biológicos. Emoções

e sentimentos positivos estão associados com altos níveis do funcionamento

do centro serotonérgico, enquanto a deficiência da função seratonérgica está

associada a alto índice de massa corporal, resistência a insulina e pressão

sangüínea. Respostas neuroendocrinas e imunes também são examinadas

como possíveis mediadoras nos efeitos da saúde aos afetos positivos

(STEPTOE e WARDLE, 2005). Estudos realizados com imageamento cerebral

(PET e fMR) têm demonstrado uma íntima ligação entre áreas como o núcleo

acumbente, a amígdala, o hipocampo e o córtex pré-frontal, todas envolvidas

nos processos de recompensa e experiências prazerosas (PETERSON, 2005).

Num sentindo evolucionário, as emoções positivas podem oferecer

vantagens biológicas, como indicado por Danner, Snowdon e Friesen (2001),

que encontraram em seus estudos uma grande correlação entre emoções

positivas e longevidade. Os medidores mais comuns utilizados nessas

pesquisas referiam-se a mapeamento cerebral (PET Scan e fMR), nível de

Page 45: Efeitos da hipnose na diabetes

40

cortisol e de imunoglobulinas no sangue, na saliva e na urina assim como

indicadores subjetivos como questionários, entrevistas e escalas, entre elas a

escala VAS (Visual Analog Scale), usada para determinar mudanças no índice

de bem estar e mal estar após as intervenções.

Nesse sentido, a influência de sensações de bem estar relacionadas ao

prazer e emoções positivas parece ser benéfica para a saúde, seja ajudando

no combate ao stress, seja otimizando o funcionamento do sistema imune

(diretamente ou por diminuição dos efeitos negativos do stress), ou ainda por

estimulação de outros sistemas cerebrais. Outro estudo, corroborando com

essas idéias, mostra a influência positiva da Ocitocina (substância associada a

vivências prazerosas) sobre o organismo, seja atuando como hormônio anti-

stress, seja estimulando crescimento celular saudável, ou até mesmo

estimulando a indução de hormônios gastrintestinais como a insulina. O

interessante nesse estudo é a indicação de que a estimulação da ação de tal

substância possa ser condicionada a estados psicológicos e de imaginação,

indicando os benefícios reais de terapias como hipnose ou meditação

(UVNA¨S-MOBERG, 1998).

Page 46: Efeitos da hipnose na diabetes

41

4. MÉTODO

4.1. Características do Estudo

O estudo caracterizou-se como uma pesquisa clínica, que visou

investigar o efeito da vivência de situações consideradas agradáveis (do ponto

de vista do sujeito) através da hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo

II. As vivências foram consideradas válidas desde que estivessem de acordo

com o Código Civil vigente no país no momento da pesquisa, seguindo crivo

pessoal do pesquisador, a fim de promover qualidade legal e ética para o

trabalho (vivências que contivessem conteúdo considerado pela lei como crime

seriam desconsideradas. Ex: Torturador da ditadura relata como vivência

prazerosa torturar um preso político).

O estudo foi conduzido de acordo com os instrumentos e sujeitos

discriminados a seguir, a avaliação dos resultados foi feita de acordo com a

análise quantitativa e qualitativa.

4.2. Sujeitos

Participaram da pesquisa dezoito sujeitos diagnosticados como

portadores de diabetes mellitus tipo 2, que não estão em tratamento com

insulina. Foram indicados por médicos endocrinologistas da cidade de

Campinas e por divulgação realizada através da internet.

Page 47: Efeitos da hipnose na diabetes

42

Critérios de inclusão:

1. Ter de 18 a 65 anos;

2. Ter diagnóstico clínico de diabetes mellitus tipo 2;

3. Não estar em tratamento com insulina;

4. Escolaridade mínima de 04 anos;

5. Que apresentassem condições cognitivas de compreensão e assinem o termo

de consentimento.

Critérios de exclusão:

1. Pacientes com diagnóstico psiquiátrico delineados;

2. Pacientes que por ventura fizessem uso abusivo de drogas ou álcool;

3. Pacientes portadores de diabetes gestacional.

4.3. Instrumentos e Materiais

Os pacientes que preencheram os critérios de inclusão propostos, após

assinarem o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, foram submetidos

aos seguintes instrumentos, descritos a seguir:

a. Entrevista semidirigida 1, para levantamento dos dados de caracterização da

amostra (anexo 2);

b. Entrevista semidirigida 2, para levantamento de situações consideradas

agradáveis aos sujeitos (anexo 3);

Page 48: Efeitos da hipnose na diabetes

43

c. Uso da escala VAS (Visual Analog Scale) – escala de cores, para avaliar

sensação de bem estar, antes e depois da sessão de hipnose (anexo 4);

d. Dosagem do nível de glicemia do paciente antes e depois da sessão de

hipnose, através do uso do medidor de glicemia Accu-Chek® Active,

desenvolvido pela empresa Roche (Dados técnicos no anexo 5);

e. Aplicação do protocolo de Indução para vivências de situações agradáveis em

hipnose (anexo 6);

f. Entrevista semidirigida 3, para investigar aspectos relacionados à percepção do

paciente em relação à experiência vivenciada (anexo 7);

g. Uso de um mini-gravador digital San Disk 8 GB, usado para gravar a entrevista

semidirigida 3;

h. Uso de um colchão e um travesseiro para que o paciente pudesse receber a

indução.

4.4. Coleta de Dados

O local da coleta de dados foi no consultório particular do pesquisador, o

que garantiu a privacidade de cada um dos sujeitos. O local também

apresentou as condições necessárias de equipamentos para o trabalho

(colchão, gravador digital, medidor de glicemia Accu-Chek® Active). A escolha

do local foi determinante para que não houvesse interrupção nas sessões ou a

entrada não programada de outras pessoas. O consultório situa-se na cidade

de Campinas, no estado de São Paulo – SP.

Page 49: Efeitos da hipnose na diabetes

44

4.5. Procedimentos

4.5.1. Seleção da Amostra: os sujeitos foram contatados inicialmente via

telefone, tendo sido convidados a participarem de forma voluntária e gratuita.

Todos foram informados a respeito do conteúdo da pesquisa e da duração do

encontro.

4.5.2. Duração e Seqüência de Aplicação dos Instrumentos: os sujeitos

passaram pelo processo em consultório de psicologia particular e foram

divididos em dois grupos:

Grupo controle: composto por oito sujeitos submetidos a uma sessão com

duração de aproximadamente uma hora. Todos chegaram ao consultório sob a

orientação de estarem em jejum por um período de pelo menos oito horas.

Foram sessões que ocorreram ao longo de uma semana, com horários

de inicio variando entre 6h30min da manhã a 8h00 da manhã. Após a coleta

desses dados, o grupo recebeu o mesmo tratamento que o grupo intervenção,

mas esses dados não fazem parte da pesquisa.

Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à

coleta dos dados junto aos sujeitos:

a. Os sujeitos, ao chegarem ao consultório em horário pré-agendado,

foram recebidos exclusivamente pelo pesquisador;

b. Após um breve esclarecimento a respeito do trabalho a ser realizado, o

pesquisador pediu ao sujeito para ler, compreender e assinar o termo de

compromisso;

Page 50: Efeitos da hipnose na diabetes

45

c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;

d. O pesquisador aplicou a entrevista semidirigida 1, para levantamento

dos dados de caracterização do sujeito e a entrevista semidirigida 2,

para levantar as situações consideradas agradáveis e que foram usados

no protocolo de indução hipnótica.

e. Cada sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência a

qual estado de humor estaria sentido naquele momento;

f. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;

g. A seguir foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e se deitasse no

colchão em silêncio.

h. Após 20 minutos foi novamente coletada outra dosagem de glicemia;

i. Decorridos mais 20 minutos, foi pedido para o sujeito abrir os olhos;

j. Novamente foi pedido que o sujeito indicasse uma cor do instrumento

VAS, referindo-se qual estado de humor sentia naquele momento;

k. Outra dosagem de glicemia foi coletada;

l. Foi aplicada a entrevista semidirigida número 3, para levantamento das

percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;

m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;

n. Encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da

pesquisa;

o. Oferecimento de lanche após todo o processo.

Grupo Intervenção: composto por dez sujeitos submetidos a três sessões com

duração de aproximadamente uma hora. Chegaram ao consultório sob a

orientação de estarem em jejum por um período de pelo menos oito horas.

Page 51: Efeitos da hipnose na diabetes

46

Foram sessões que ocorreram ao longo de seis semanas (cada sujeito

vinha uma vez por semana, com horários de inicio variando entre 6h30min da

manhã a 8h00 da manhã.

Sessão 1:

Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à

coleta dos dados junto a esses sujeitos:

a. Os sujeitos, ao chegarem ao consultório em horário pré-agendado,

foram recebidos exclusivamente pelo pesquisador;

b. Após um breve esclarecimento a respeito do trabalho a ser realizado, o

pesquisador pediu ao sujeito para ler, compreender e assinar o termo de

compromisso;

c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;

d. O pesquisador aplicou a entrevista semidirigida 1, para levantamento

dos dados de caracterização do sujeito e a entrevista semidirigida 2,

para levantar as situações consideradas agradáveis e que foram usadas

no protocolo de indução hipnótica.

e. O sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência ao

estado de humor que sentia naquele momento;

f. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;

g. A seguir foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e se deitasse no

colchão em silêncio.

h. Inicio do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados levantado

no item d; (é importante ressaltar que tal protocolo foi sendo adaptado à

realidade do paciente, segundo observações do pesquisador, seguindo

uma abordagem ericksoniana)

Page 52: Efeitos da hipnose na diabetes

47

i. Após indução da parte 1 do processo (relaxamento) foi novamente

coletado a dosagem de glicemia do paciente;

j. Continuação do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados

levantados no item d (parte 2 de indução);

k. Encerramento da indução;

l. O sujeito novamente indicou uma cor do instrumento VAS, referindo-se

ao estado de humor sentido naquele momento;

m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;

n. Foi aplicada a entrevista semidirigida número 3, para levantamento das

percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;

o. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;

p. Encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da

pesquisa;

q. Oferecimento de lanche após todo o processo.

Sessões 2 e 3:

Os seguintes passos (na ordem apresentada) foram adotados em relação à

coleta dos dados junto a cada sujeito:

a. Os sujeitos, ao chegarem no consultório em horário pré-agendado, foram

recebidos exclusivamente pelo pesquisador;

b. O sujeito indicou uma cor do instrumento VAS fazendo referência ao estado

de humor que sentia naquele momento;

c. Foi coletada a dosagem de glicemia do paciente;

d. Foi pedido a cada paciente que indicasse se queria alterar ou adicionar

alguma outra situação agradável para ser vivenciada.

Page 53: Efeitos da hipnose na diabetes

48

e. Foi pedido ao paciente que fechasse os olhos e e se deitasse no colchão

em.

f. Início do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados levantados

anteriormente (é importante ressaltar que tal protocolo foi sendo adaptado à

realidade do paciente, segundo observações do pesquisador, seguindo uma

abordagem ericksoniana)

g. Após indução da parte 1 do processo (relaxamento) foi novamente coletada

a dosagem de glicemia do paciente;

h. Continuação do protocolo de indução hipnótica adaptado aos dados

levantados (parte 2 de indução);

i. Encerramento da indução;

j. O sujeito novamente indicou uma cor do instrumento VAS referindo-se ao

estado de humor sentido naquele momento;

k. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;

l. Foi aplicada a entrevista semidirigida número 3, para levantamento das

percepções do sujeito em relação à experiência vivenciada;

m. Nova coleta da dosagem de glicemia do paciente;

n. encerramento do processo com retificação sobre devolutiva da pesquisa;

o. Oferecimento de lanche após todo o processo.

4.5.3 - Tratamento dos Dados:

Com os dados coletados, foram feitas análises qualitativas e

quantitativas de forma descritiva e comparativa, em seguida, procedeu-se à

divisão dos dados em 5 variáveis analisadas estaticamente. Os dados

Page 54: Efeitos da hipnose na diabetes

49

qualitativos, em sua maioria, foram tratados por método comparativo. Os

resultados também foram apresentados através de tabelas e gráficos.

4.6. Cuidados Éticos

A seguir, serão discriminados os cuidados éticos que foram devidamente

observados durante o desenvolvimento deste trabalho:

4.6.1 - O projeto – “Situações agradáveis vivenciadas em hipnose e

diabetes mellitus tipo II”, foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em

Pesquisa da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O referido comitê

foi positivo permitindo ao pesquisador dar continuidade a pesquisa;

4.6.2 - O pesquisador assinou o Termo de Compromisso do

pesquisador, comprometendo-se a: atender os deveres institucionais básicos

da honestidade, sinceridade, competência e da discrição; pesquisar adequada

e independentemente, além de buscar, aprimorar e promover o respeito à sua

profissão; não fazer pesquisa que possa causar riscos não justificados às

pessoas envolvidas; não violar as normas do consentimento informado;

comunicar ao possível sujeito todas as informações necessárias para um

adequado consentimento informado; propiciar ao sujeito plena oportunidade e

encorajamento para fazer perguntas; excluir a possibilidade de engano

injustificado, influência indevida e intimidação e obter de cada possível sujeito

um documento assinado como evidência do consentimento informado;

4.6.3 - Foi utilizado o termo de Consentimento Livre e Esclarecido para

informar aos sujeitos da pesquisa a respeito das garantias de acesso a

Page 55: Efeitos da hipnose na diabetes

50

qualquer tempo às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios

relacionados à pesquisa, inclusive para dirimir eventuais dúvidas.

4.6.4 - O sujeito terá acesso ao pesquisador a qualquer momento via

telefone e/ou e-mail impressos no Consentimento Livre e Esclarecido cuja

cópia ficará em seu poder.

4.6.5 - O sujeito terá liberdade de retirar seu consentimento a qualquer

momento e de deixar de participar do estudo, sem que isso traga prejuízo à

continuidade da assistência.

4.6.6 - O sujeito terá a salvaguarda da confidencialidade, sigilo e

privacidade.

4.6.7 - Será de conhecimento do sujeito, através do Termo de

Consentimento, que os resultados da Pesquisa serão utilizados como parte dos

requisitos para que o pesquisador obtenha o título de mestre em Psicologia; e

para futura publicação. Não haverá, no entanto, a identificação dos sujeitos,

sendo apenas mencionados os dados e local onde a pesquisa está sendo

realizada.

4.6.8 - O pesquisador poderá sugerir ao sujeito que não continue o

processo caso perceba que o mesmo não se sente à vontade ou constrangido,

neste caso, em comum acordo, poderá encaminhar o sujeito.

4.6.9 - Sempre que houver um diagnóstico médico ou uma suspeita de

indicação médica o sujeito será orientado para que procure um médico e faça

o tratamento indicado.

4.6.10 - Os sujeitos serão informados que após a conclusão da

pesquisa, serão contatados para devolutiva em grupo, para que seja feita uma

explanação geral dos resultados e conclusões do estudo.

Page 56: Efeitos da hipnose na diabetes

51

5. RESULTADOS

Os resultados apresentados referem-se a cinco variáveis que serão

apresentadas separadamente para posterior análise na discussão dos

resultados. São variáveis de cunho qualitativo e quantitativo tratadas por

método comparativo entre os dois grupos da pesquisa . Os dados qualitativos

foram tratados por análise de conteúdo (BARDIN, 1977) usando análise

categorial temática, ou seja, foram criadas categorias baseadas nas

informações coletadas nas entrevistas 1 e 2 em anexo e os dados, separados

nessas categorias, que foram posteriormente quantificadas. Os dados

quantitativos foram expressos de maneira estatística descritiva.

As variáveis verificadas na pesquisa são:

1. Dados sócio-demográficos: Dados coletados através de entrevista dirigida

(anexo 2), contendo questionamentos sobre idade, estado civil, nacionalidade,

sexo, número de filhos, ocupação, escolaridade, religião, tempo de diagnóstico,

tempo em tratamento, outras doenças, tipo de medicamento, exercícios físicos

e dieta alimentar;

2. Vivências agradáveis: vivências citadas pelos sujeitos da pesquisa como

agradáveis de serem vivenciadas em transe. Tais vivências foram divididas em

dez categorias: presentes importantes, conquistas, relacionamentos afetuosos,

viagens, sensações prazerosas, nascimentos, conhecer cônjuge, lugares

agradáveis, experiências religiosas e aprendizagens;

3. Níveis de Glicemia: Referem-se aos níveis de glicemia (anexo 5) coletados

durante a pesquisa. As medições foram realizadas antes, durante e após em

dois momentos: imediatamente após e dez minutos após a intervenção;

Page 57: Efeitos da hipnose na diabetes

52

4. Sensação de bem estar: refere-se às sensações de bem estar descritas pelo

sujeito antes e após a intervenção. São cinco cores possíveis de escolha (que

foram apresentadas em uma escala visual aos sujeitos – anexo 4): Branco (1),

Azul (2), Amarelo (3), Laranja (4) e Vermelho (5). A cor amarela é a cor

mediana da escala, e representa o estado normal. As cores anteriores

representam as sensações “mal” (azul) e “muito mal” (branco) e as cores

posteriores representam as sensações “bem” (laranja) e “muito bem”

(vermelha);

5. Impressões sobre a intervenção: Referem-se aos dados coletados na

entrevista semi-dirigida 3 (anexo 7). As respostas fechadas são apresentadas

quantitativamente, enquanto as respostas abertas foram também agrupadas

em categorias de acordo com o conteúdo das respostas.

Como a intenção da intervenção com o grupo controle foi ter apenas um

padrão de comparação no tocante ao nível de glicemia e bem estar, as

variáveis medidas foram: dados sócio-demográficos, nível de glicemia e

sensação de bem estar, que serão apresentadas e, posteriormente, analisadas.

Page 58: Efeitos da hipnose na diabetes

53

5.1. Dados sócio-demográficos

FAIXA ETÁRIA:

Grupo Intervenção

No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse

grupo é de 52 anos: 30% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 30%

tem entre 45 e 56 anos de idade e 40% dos sujeitos têm acima de 56 anos de

idade.

Grupo Controle

30%

30%

40%

Gráfico 1A. Faixa Etária - Grupo Intervenção

Abaixo de 45

De 45 a 56

Acima de 56

25%

37%

38%

Gráfico 2A. Faixa Etária - Grupo Controle

Abaixo de 45

De 46 a 56

Acima de 56

Page 59: Efeitos da hipnose na diabetes

54

No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse

grupo é de 51 anos: 25% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 37%

tem entre 45 e 56 anos de idade e 38% dos sujeitos têm acima de 56 anos de

idade.

Dois grupos

No que se refere aos dados de faixa etária, a média de idade desse

grupo é de 52 anos: 28% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade, 33%

tem entre 45 e 56 anos de idade e 39% dos sujeitos têm acima de 56 anos de

idade.

SEXO:

Grupo Intervenção

28%

33%

39%

Gráfico 3A. Faixa Etária - Dois Grupos

Abaixo de 45

De 45 a 56

Acima de 56

80%

20%

Gráfico 4A. Sexo - Grupo Intervenção

Mulheres

Homens

Page 60: Efeitos da hipnose na diabetes

55

No grupo de intervenção, de dez sujeitos, 80% são mulheres e 20% são

homens.

Grupo Controle

No grupo controle, de oito sujeitos, 87% são mulheres e 13% são

homens.

Dois grupos

Na combinação dos dois grupos, de dezoito sujeitos, 83% são mulheres

e 17% são homens.

ESTADO CIVIL:

87%

13%

Gráfico 5A. Sexo - Grupo Controle

Mulheres

Homens

83%

17%

Gráfico 6A. Sexo - Dois Grupos

Mulheres

Homens

Page 61: Efeitos da hipnose na diabetes

56

Grupo Intervenção

Neste grupo, pode ser observado que 80% dos sujeitos são casados,

10% é solteira e 10% é viúva.

Grupo Controle

Já no grupo controle, toda a amostra (100%) é casada.

Dois grupos

80%

10%

10%

Gráfico 7A. Estado Civil - Grupo Intervenção

Casados

Soletiro

Viúvo

100%

Gráfico 8A. Estado Civil - Grupo Controle

89%

5% 6%

Gráfico 9A. Estado Civil - Dois Grupos

Casados

Soletiro

Viúvo

Page 62: Efeitos da hipnose na diabetes

57

Neste grupo, pode ser observado que 89% dos sujeitos são casados,

5% é solteira e 6% é viúva.

OCUPAÇÃO:

Como a amostra é pequena em ambos os grupos, a ocorrência por

ocupação foi bem diversificada, razão pela qual cada uma será apresentada

em seu respectivo grupo. Grupo Intervenção

Essa amostra indica as seguintes ocupações: aposentada, psicóloga,

professora, funcionária pública, responsável por limpeza, agrônomo, dona de

Casa, engenheiro, dentista. Cabe ressaltar que a ocupação “aposentada” é

indicada duas vezes.

Grupo Controle

Esta amostra indica as seguintes ocupações: aposentada, professora,

advogada, dona de casa, enfermeira, mecânico. Cabe ressaltar que as

ocupações “aposentada” e “dona de casa” são indicadas duas vezes.

ESCOLARIDADE:

Grupo Intervenção

20%

10%

70%

Gráfico 10A. Escolaridade - Grupo Intervenção

Até 4 série

Até 8 série

Até 2 grau

3 grau incompleto

3 grau completo

Page 63: Efeitos da hipnose na diabetes

58

Como pode ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra

(70%) tem nível universitário: 20% estudou até a quarta série, enquanto 10%

cursou até a oitava série do ensino fundamental. A amostra não apresentou

sujeitos com formação até o ensino médio ou que não completaram o terceiro

grau.

Grupo Controle

Como pode ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra

(50%), assim como no grupo intervenção, tem nível universitário: 12% dos

sujeitos estudaram até a oitava série, enquanto 25% cursou até o ensino médio

e 13% possui o terceiro grau incompleto. De acordo com essas observações,

nota-se que todos os sujeitos da amostra têm formação escolar acima da

quarta série.

Dois grupos

12%

25%

13%

50%

Gráfico 11A. Escolaridade - Grupo Controle

Até 4 série

Até 8 série

Até 2 grau

3 grau incompleto

3 grau completo

Page 64: Efeitos da hipnose na diabetes

59

Como poder ser observado no gráfico acima, a maior parte da amostra

(61%) tem nível universitário: 11% dos sujeitos estudaram até a quarta série,

enquanto 11% estudou até a oitava série e outros 11% cursou até o segundo

grau; 6% possuem o terceiro grau incompleto.

RELIGIÃO:

Como será notado nos gráficos a seguir, cinco categorias fizeram-se

presentes nesse conjunto de dados: católica, espírita, espiritualista, nenhuma e

católica/espiritualista. Este último grupo refere-se aos sujeitos da amostra que

se dizem católicos, mas também, espiritualistas. Durante as entrevistas, os

sujeitos não tiveram suas escolhas restritas apenas às opções citadas acima.

Outras religiões não foram citadas, pois não faziam parte da crença dos

sujeitos presentes na amostra.

Grupo Intervenção

11%

11%

11%

6%

61%

Gráfico 12A. Escolaridade - Dois Grupos

Até 4 série

Até 8 série

Até 2 grau

3 grau incompleto

3 grau completo

Page 65: Efeitos da hipnose na diabetes

60

No gráfico acima pode ser observado que 40% dos sujeitos são

católicos, enquanto 20% é espiritualista. As escolhas apresentadas acima

também foram combinadas e se fizeram presentes na opinião de 20% dos

sujeitos que indicaram ser católicos e espiritualistas ao mesmo tempo. Do

restante da amostra, 10% disseram ser espíritas e os outros 10% não tinham

religião. Como pode ser observado no gráfico abaixo, dos que dizem ter

religião, existe uma alternância em relação à prática:

40%

10%20%

20%

10%

Gráfico 13A. Religião - Grupo Intervenção

Católica

Espirita

Espiritualista

Católica/Espiritualista

Não tem

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Católica Espirita Espiritualista Católica Espiritualista

Pratica 75% 50% 50%

Não Pratica 25% 100% 50% 50%

Gráfico 14A. Religião - Praticantes Grupo Intervenção

Page 66: Efeitos da hipnose na diabetes

61

Dentre os católicos, 75% são praticantes; dentre os espíritas, todos os

sujeitos da amostra que disseram ter essa religião não a praticam, enquanto

dos outros dois grupos, metade (50%) praticam e metade não praticam a

religião proferida.

Grupo Controle

No gráfico acima pode ser observado que 37% dos sujeitos são

católicos. A definição espiritualista surge compondo a escolha de 25% da

amostra. Outros 25% indicaram ser espíritas, enquanto 13% afirmou não ter

religião. Como pode ser observado no gráfico abaixo, dos que disseram ter

religião, existe uma alternância em relação à prática:

37%

25%

25%

13%

Gráfico 15A. Religião - Grupo Controle

Católica

Espirita

Espiritualista

Não tem

0%

20%

40%

60%

80%

Católica Espirita Espiritualista

Pratica 67% 50% 50%

Não Pratica 33% 50% 50%

Gráfico 16A. Religião - Praticantes Grupo Controle

Page 67: Efeitos da hipnose na diabetes

62

Dos católicos, 67% são praticantes, enquanto dos outros dois grupos

metade (50%) praticam e metade não praticam a religião proferida.

Dois Grupos

No gráfico acima pode ser observado que 39% dos sujeitos apontam a

religião católica como escolha. A definição espiritualista surge compondo a

escolha de 22% dos sujeitos. Ambas as escolhas também foram combinadas e

se fizeram presentes na opinião de 11% dos sujeitos que indicaram ser

católicos e espiritualistas ao mesmo tempo. Do restante da amostra, 17%

afirmou ser espírita e os outros 11% disseram não ter religião. Como pode ser

observado no gráfico abaixo, dos que disseram ter religião, existe uma

alternância em relação à prática:

39%

17%

22%

11%

11%

Gráfico 17A. Religião - Dois Grupos

Católica

Espirita

Espiritualista

Católica/Espiritualista

Não tem

0%20%40%60%80%

Católica Espirita Espiritualista Católica Espiritualista

Pratica 71% 67% 25% 50%

Não Pratica 29% 33% 75% 50%

Gráfico 18A. Religião - Praticantes Dois Grupos

Page 68: Efeitos da hipnose na diabetes

63

Dos católicos, 71% são praticantes. Dos espíritas, 67% praticam sua

religião, enquanto apenas 25% dos que se consideram espiritualistas disseram

praticar a religião. Já no grupo dos católicos e espiritualistas, 50% dos sujeitos

disseram praticar a religião proferida.

IDADE DE DIAGNÓSTICO:

Os dados coletados em relação ao tempo de diagnóstico do diabetes

foram usados para calcular a idade na qual o paciente foi diagnosticado como

portador de diabetes mellitus tipo 2. Para isso, subtraiu-se da idade atual do

paciente o tempo (em anos) de diagnóstico da doença.

Grupo Intervenção

Os dados acima mostram que 10% dos sujeitos tinham menos de 30

anos quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo

2. Outros 10% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39

anos. A maior porcentagem da amostra (50%) foi de sujeitos que tinham de 40

a 49 anos quando foram diagnosticados. Os 30% restantes fazem parte dos

sujeitos que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade.

Além disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 10) anos

10%

10%

50%

30%

Gráfico 19A. Idade do diagnóstico - Grupo Intervenção

abaixo de 30

De 30 à 39

De 40 à 49

acima de 49

Page 69: Efeitos da hipnose na diabetes

64

quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma maior ocorrência

da idade de 41 anos.

Grupo Controle

Já no grupo controle, nenhum dos sujeitos da amostra possuía menos

de 30 anos quando foi diagnosticado como portador de diabetes mellitus tipo 2.

37% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A

maior porcentagem da amostra (38%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49

anos quando foram diagnosticados. Os 25% restantes fazem parte dos sujeitos

que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade. Além

disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 7) anos

quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma ocorrência similar

para todas as idades, o que inviabilizou o cálculo desse dado estatístico para a

amostra desse grupo da idade de 41 anos.

37%

38%

25%

Gráfico 20A. Idade do diagnóstico - Grupo Controle

abaixo de 30

De 30 à 39

De 40 à 49

acima de 49

Page 70: Efeitos da hipnose na diabetes

65

Dois Grupos

Os dados acima mostram que 6% dos sujeitos tinham menos de 30 anos

quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo 2. Já

22% dos sujeitos foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A

maior porcentagem da amostra (44%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49

anos quando foram diagnosticados. Os 28% restantes fazem parte dos sujeitos

que foram diagnosticados quando tinham acima de 49 anos de idade. Além

disso, os sujeitos desse grupo tinham uma idade média de 43 (+ 9) anos

quando receberam o diagnóstico e o grupo apresentou uma maior ocorrência

da idade de 41 anos.

TEMPO EM TRATAMENTO:

Este item buscou avaliar quanto tempo após receberem o diagnóstico os

sujeitos começaram seu tratamento.

6%

22%

44%

28%

Gráfico 21A. Idade do diagnóstico - Dois Grupos

abaixo de 30

De 30 à 39

De 40 à 49

acima de 49

Page 71: Efeitos da hipnose na diabetes

66

Grupo Intervenção

Neste grupo, 70% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do

diagnóstico da doença, enquanto 30% começou o tratamento pelo menos após

um ano de terem sido diagnosticados.

Grupo Controle

Neste grupo, todos os sujeitos (100% da amostra) começaram o

tratamento a partir do diagnóstico da doença, ou seja, nenhum dos sujeitos

começou o tratamento pelo menos um ano após ter sido diagnosticado.

70%

30%

Gráfico 22A. Tempo em tratamento - Grupo Intervenção A partir do

diagnóstico

Mais de 1 ano após diagnóstico

100%

Gráfico 23A. Tempo em tratamento - Grupo Controle A partir do

diagnóstico

Mais de 1 ano após diagnóstico

Page 72: Efeitos da hipnose na diabetes

67

Dois Grupos

Neste grupo, 83% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do

diagnóstico da doença, enquanto 17% começou o tratamento pelo menos um

ano após terem sido diagnosticados.

IMC (ÍNDICE DE MASSA CORPORAL)

Os dados coletados em relação ao peso e altura dos pacientes foram

usados para calcular o índice de massa corporal de cada sujeito. Os dados

foram tabelados de acordo com critérios adotados pela Organização Mundial

de Saúde, conforme tabela abaixo:

Condição IMC em adultos

abaixo do peso abaixo de 18,5

no peso normal entre 18,5 e 25

acima do peso entre 25 e 30

obeso acima de 30

83%

17%

Gráfico 24A. Tempo em tratamento - Dois Grupos

A partir do diagnóstico

Mais de 1 ano após diagnóstico

Page 73: Efeitos da hipnose na diabetes

68

Essa é uma maneira simples de avaliar a qualidade do peso de uma

pessoa. Logicamente, por sua simplicidade, apresenta pontos fracos, como não

poder ser aplicado a crianças, não avalia adequadamente a questão do índice

para pessoas musculosas (pessoas musculosas podem ter um Índice de

Massa Corporal alto e não serem obesas) além de não avaliar diferenças

raciais e étnicas sobre os índices.

Grupo Intervenção

No gráfico acima pode ser observado que nenhum dos sujeitos

presentes neste grupo está abaixo do peso: 20% encontra-se na faixa de peso

considerada normal; já 60% dos sujeitos são considerados acima do peso,

enquanto o restante da amostra (20%) é considerado obeso, segundo seu IMC

(índice de massa corporal).

20%

60%

20%

Gráfico 25A. IMC - Grupo Intervenção

abaixo do peso

peso normal

acima do peso

obeso

Page 74: Efeitos da hipnose na diabetes

69

Grupo Controle

Assim como no grupo anterior, pode ser observado que nenhum dos

sujeitos presentes nesse grupo está abaixo do peso: 25% encontra-se na faixa

de peso considerada normal; já 62% dos sujeitos são considerados acima do

peso, enquanto o restante da amostra (13%) é considerado obeso, segundo

seu IMC (índice de massa corporal).

Dois Grupos

Na amostra total, como notado nos grupos anteriores, logicamente pode

ser observado que nenhum dos sujeitos presentes nesse grupo está abaixo do

peso: 22% encontra-se na faixa de peso considerada normal; já 61% dos

25%

62%

13%

Gráfico 26A. IMC - Grupo Controle

abaixo do peso

peso normal

acima do peso

obeso

22%

61%

17%

Gráfico 27A. IMC - Dois Grupos

abaixo do peso

peso normal

acima do peso

obeso

Page 75: Efeitos da hipnose na diabetes

70

sujeitos são considerados acima do peso o restante da amostra (17%) é

considerado obeso, segundo seu IMC (índice de massa corporal).

DOENÇAS ASSOCIADAS

Foram observados dois fatores: os pacientes que diziam ter e não ter

doenças associadas, assim como a ocorrência de doenças associadas

daqueles pacientes que respondiam positivamente ao primeiro fator. Os

sujeitos podem apresentar mais de uma delas ao mesmo tempo. As doenças

aqui citadas são baseadas no discurso do sujeito que informou tal dados

durante a aplicação da entrevista 1 (anexo 2). Não foram observados

prontuários médicos.

Grupo Intervenção

Neste grupo, apenas 10% afirmou não ter outras doenças além da

diabetes. O restante (90%) afirmou ter alguma doença associada. O gráfico a

seguir mostra as doenças citadas pelos sujeitos e suas ocorrências no grupo:

90%

10%

Gráfico 28A. Doenças Associadas - Grupo Intervenção

Têm

Não têm

Page 76: Efeitos da hipnose na diabetes

71

A maior ocorrência (34%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em

seguida tem-se a indicação da hipertensão (25%): a próxima doença em

termos de ocorrência refere-se ao hipotiroidismo que atinge o valor de 17%;

problemas na bexiga, osteoporose e gastrite correspondem cada uma a 8%

das ocorrências citadas.

Grupo Controle

34%

25%8%

8%

17%

8%

Gráfico 29A. Ocorrências das doenças -Grupo Intervenção

Colesterol elevado

Hipertensão

Gastrite

Problemas na bexiga

Hipotiroidismo

Osteoporose

87%

13%

Gráfico 30A. Doenças Associadas - Grupo Controle

Têm

Não têm

Page 77: Efeitos da hipnose na diabetes

72

Neste grupo, apenas 13% afirmou não ter outras doenças além da

diabetes; o restante (87%) afirmou ter alguma doença associada. No gráfico a

seguir, aparem as doenças citadas pelos sujeitos e sua ocorrência no grupo:

A maior ocorrência (23%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em

seguida, tem-se a indicação da hipertensão e da gastrite com 22%; vista

cansada, osteoporose e hipotiroidismo correspondem cada uma a 11% das

ocorrências das citações das doenças.

Dois Grupos

23%

22%

22%

11%

11%

11%

Gráfico 31A. Ocorrências das doenças -Grupo Controle

Colesterol elevado

Hipertensão

Gastrite

Hipotiroidismo

Osteoporose

Vista Cansada

89%

11%

Gráfico 32A. Doenças Associadas - Dois Grupos

Têm

Não têm

Page 78: Efeitos da hipnose na diabetes

73

Unindo os dois grupos, observa-se que 11% dos sujeitos que

participaram da pesquisa disseram não ter outras doenças além da diabetes; o

restante (87%) declarou ter alguma doença associada. No gráfico a seguir,

aparecem as doenças citadas pelos sujeitos e suas ocorrências no grupo:

A maior ocorrência (29%) refere-se ao chamado colesterol elevado; em

seguida tem-se a indicação da hipertensão contando com 24%; gastrite e

hipotidoirismo apresentam cada uma o índice de 14% das ocorrências neste

grupo; osteoporose responde por 9% das ocorrências, enquanto vista cansada

e problemas na bexiga correspondem cada uma a 5% das ocorrências citadas.

ATIVIDADE FÍSICA

Grupo Intervenção

29%

24%14%

5%

14%

9%5%

Gráfico 33A. Ocorrências das doenças - Dois Grupos

Colesterol elevado

Hipertensão

Gastrite

Problemas na bexiga

Hipotiroidismo

Osteoporose

Vista Cansada

Page 79: Efeitos da hipnose na diabetes

74

Neste grupo, 20% pratica atividade física, enquanto 80% afirmou não

praticar.

Grupo Controle

Neste grupo, 12% pratica atividade física, enquanto 88% afirmou não

praticar.

Dois Grupos

20%

80%

Gráfico 34A. Atividade Física- Grupo Intervenção

Praticam

Não Praticam

12%

88%

Gráfico 35A. Atividade Física- Grupo Controle

Praticam

Não Praticam

17%

83%

Gráfico 36A. Atividade Física- Dois Grupos

Praticam

Não Praticam

Page 80: Efeitos da hipnose na diabetes

75

Logicamente, seguindo a combinação dos dois grupos, a amostra total

indica que 17% praticam atividade física, enquanto 83% disseram não praticar.

DIETA

Grupo Intervenção

Nesse grupo, 70% afirmou fazer dieta, enquanto 30% afirmou não fazer

dieta.

Grupo Controle

70%

30%

Gráfico 37A. Dieta - Grupo Intervenção

Fazem

Não Fazem

62%

38%

Gráfico 38A. Dieta - Grupo Controle

Fazem

Não Fazem

Page 81: Efeitos da hipnose na diabetes

76

Seguindo o mesmo padrão do grupo intervenção, no grupo controle,

62% dos sujeitos afirmaram fazer dieta, enquanto 38% afirmou não fazer dieta.

Dois Grupos

Na junção dos dois grupos, tem-se a declaração de 67% dos sujeitos

que afirmou fazer dieta, enquanto 33% afirmou não fazer dieta.

MEDICAMENTOS

Este item buscou avaliar os medicamentos para diabetes usados pelos

pacientes. Todos os participantes da pesquisa tomam algum tipo de

medicamento considerado Hipoglicemiantes/Antidiabéticos Oral. Os

medicamentos usados para o tratamento de outras doenças não são citados

nos gráficos apresentados a seguir. Os tipos de medicamentos mais

conhecidos são as sulfoniluréias (que aumentam a secreção de insulina pelo

pâncreas), as biguanidas (que aumentam a sensibilidade do organismo à

insulina já produzida) e a acarbose (que torna mais lenta a absorção da

glicose no intestino, dando tempo ao organismo para manter a glicemia

normal). Além destes três tipos básicos existem os sensibilizadores de insulina

67%

33%

Gráfico 39A. Dieta - Grupo Controle Fazem

Não Fazem

Page 82: Efeitos da hipnose na diabetes

77

de última geração chamados thiazolidinedionas, que têm um mecanismo de

ação diferente.

Grupo Intervenção

Neste grupo, metade (50%) dos sujeitos usa apenas medicamentos

como as Biguanidas ou usam ambos os remédios (50% usam Biguanidas e

Sulfonilureias concomitantemente). Nenhum dos sujeitos dessa amostra

declarou usar apenas as Sulfonilureias para tratamento da diabetes.

Grupo Controle

50%50%

Gráfico 40A. Tipo de Medicamentos - Grupo Intervenção

Biguanidas

Sulfonilureias

Ambas

37%

63%

Gráfico 41A. Tipo de Medicamentos - Grupo Controle

Biguanidas

Sulfonilureias

Ambas

Page 83: Efeitos da hipnose na diabetes

78

Neste grupo, 37% usa apenas medicamentos como as Biguanidas; 63%

usa Biguanidas e Sulfonilureias concomitantemente. Como no grupo anterior,

nenhum dos sujeitos dessa amostra declarou apenas usar as Sulfonilureias

para tratamento da diabetes.

Dois Grupos

Na junção dos dois grupos, observa-se que 44% usa apenas

medicamentos como as Biguanidas; 56% usa Biguanidas e Sulfonilureias

concomitantemente. Logicamente, como nos grupos anteriores, nenhum dos

sujeitos dessa amostra declarou apenas usar as Sulfonilureias para tratamento

da diabetes.

FILHOS:

Grupo Intervenção

44%

56%

Gráfico 42A. Tipo de Medicamentos - Dois Grupos

Biguanidas

Sulfonilureias

Ambas

Page 84: Efeitos da hipnose na diabetes

79

Como pode ser observado no gráfico acima, neste grupo 10% dos

sujeitos não têm filhos, enquanto, de forma equitativa, 30% dos sujeitos têm um

filho, outros 30% tem dois filhos e 30% tem três ou mais filhos.

Grupo Controle

Já neste grupo, todos os sujeitos da amostra possuem filhos: 50%

possui um filho; 37% possui dois filhos, enquanto 13% possui três ou mais

filhos.

Dois Grupos

10%

30%

30%

30%

Gráfico 43A. Número de filhos - Grupo Intervenção

Nenhum

1

2

3 ou mais

50%

37%

13%

Gráfico 44A. Número de filhos - Grupo Controle

Nenhum

1

2

3 ou mais

Page 85: Efeitos da hipnose na diabetes

80

Na junção dos dois grupos, pode ser observado que 6% dos sujeitos não

têm filhos, enquanto 39% dos sujeitos têm um filho, 33% têm dois filhos e 22%

têm três ou mais filhos.

Nas páginas a seguir seguem as tabelas que apresentam todos os

dados sócio-demográficos coletados.

6%

39%

33%

22%

Gráfico 45A. Número de filhos Dois Grupos

Nenhum

1

2

3 ou mais

Page 86: Efeitos da hipnose na diabetes

81

GRUPO INTERVENÇÃO

Paciente Idade Sexo Estado

Civil Filhos Ocupação

*Escolaridade

1 54 Feminino casado 3 Aposentada 5

2 36 Feminino viúva 1 Psicóloga 5

3 44 Feminino casado 2 Professora 5

4 46 Feminino solteira 1 Funcionária

Pública 5

5 65 Feminino casado 0 limpeza 1

6 62 Feminino casado 2 Aposentada 1

7 51 Masculino casado 1 Agrônomo 5

8 60 Feminino casado 3 Dona de

Casa 2

9 59 Masculino casado 3 Engenheiro 5

10 43 Feminino casado 2 Dentista 5

Paciente Religião Freqüência Tempo de

Diagnóstico Tempo de tratamento

Peso (Kg)

1 Católica SIM 3 anos 3 anos 58

2 Nenhuma NÃO 10 anos 10 anos 65

3 Espiritualista NÃO 3 anos 2 anos 72

4 Espírita

NÃO 2 anos 1 ano e 6

meses 98

5 Católica SIM 35 anos 35 anos 47

6 Católica NÃO 10 anos 10 anos 63

7 Católica

Espiritualista NÃO 10 anos 8 meses 96

8 Católica

SIM 3 anos 3 anos 73

9 Católica

Espiritualista SIM 2 anos 2 anos 89

10 Espiritualista SIM 2 anos 2 anos 74

Page 87: Efeitos da hipnose na diabetes

82

Paciente Altura (cm) IMC Doenças Associadas Tipo de medicamentos

1 153 24,77 Colesterol elevado Biguanidas Sinvastatina

2 157 26,37 Hipertensão, Gastrite,

hipermetropia Biguanidas

3 156 29,58 Perda parcial da visão,

depressão Biguanidas

Sulfonilureias

4 173 32,74 Gastrite, Problema na

bexiga Biguanidas

Sulfonilureias

5 150 20,88 Operou do coração Biguanidas

Sulfonilureias

6 150 28,00

Hipotiroidismo, colesterol,

osteoporose

Biguanidas Sinvastatina

Sulfonilureias

7 177 30,64 Hipertensão,

Colesterol elevado Biguanidas

8 160 28,51 Hipertensão,

Hipotiroidismo Biguanidas

Sulfonilureias

9 181 27,16 Nenhuma Biguanidas

10 168 26,21 Colesterol elevado Biguanidas Sinvastatina

Paciente Atividade

Física Dieta

1 SIM SIM

2 NÃO NÃO

3 NÃO SIM

4 NÃO SIM

5 NÃO NÃO

6 NÃO SIM

7 NÃO SIM

8 NÃO NÃO

9 NÃO SIM

10 SIM SIM

*em relação à escolaridade: 1 – até 4ª. Série / 2- até 8ª. Série / 3 – 2º. Grau / 4 – superior incompleto / 5 – superior completo

Page 88: Efeitos da hipnose na diabetes

83

GRUPO CONTROLE

Paciente Idade Sexo Estado

Civil Filhos Ocupação *Escolaridade

1 53 Feminino Casado 2 Aposentada 3

2 45 Feminino Casado 1 Professora 5

3 37 Feminino Casado 1 Professora 5

4 43 Feminino Casado 2 Advogada 5

5 61 Feminino Casado 1 Dona de

Casa 2

6 59 Feminino Casado 2 Enfermeira 5

7 47 Masculino Casado 1 Mecânico 4

8 65 Feminino Casado 3 Dona de

Casa 3

Paciente Religião Freqüência Tempo de

Diagnóstico Tempo de tratamento

Peso (Kg)

1 Católica SIM 3 anos 3 anos 63

2 Nenhuma NÃO 10 anos 10 anos 65

3 Espiritualista NÃO 3 anos 3 anos 73

4

Espírita NÃO 2 anos 2 anos 81

5 Espírita SIM 8 anos 8 anos 49

6 Católica NÃO 10 anos 10 anos 68

7 Espiritualista NÃO 10 anos 10 anos 98

8

Católica SIM 20 anos 20 anos 78

Page 89: Efeitos da hipnose na diabetes

84

Paciente Altura (cm) IMC Doenças Associadas Tipo de medicamentos

1 160 24,6 Hipertensão Biguanidas Sinvastatina

2 158 26,03 Vista cansada Biguanidas

3 161 28,16 Gastrite Biguanidas

Sulfonilureias

4 174

26,75 Gastrite Biguanidas

5 155 20,39 Nenhuma Biguanidas

Sulfonilureias

6 163 25,59 Colesterol alto

Biguanidas Sinvastatina

Sulfonilureias

7 180 30,24 Hipertensão,

Colesterol alto Biguanidas

Sulfonilureias

8 165 28,65

Problemas na tireóide, colesterol,

osteoporose

Biguanidas Sinvastatina

Sulfonilureias

Paciente Atividade

Física Dieta

1 SIM SIM

2 NÃO NÃO

3 NÃO SIM

4 NÃO SIM

5 NÃO SIM

6 NÃO NÃO

7 NÃO SIM

8 NÃO NÃO

*em relação à escolaridade: 1 – até 4ª. Série / 2- até 8ª. Série / 3 – 2º. Grau / 4 – superior incompleto / 5 – superior completo

Page 90: Efeitos da hipnose na diabetes

85

5.2. Vivências agradáveis

Durante a aplicação da entrevista número 2 (anexo 3), foi pedido aos

sujeitos que indicassem situações agradáveis que gostariam de vivenciar

durante a hipnose. Na primeira sessão, os sujeitos indicaram três situações

agradáveis. Durante as sessões seguintes, foram questionados se queriam

alterar, retirar ou adicionar alguma outra vivência agradável (sempre do ponto

de vista do sujeito). Todas as respostas dos sujeitos foram tabuladas em

categorias por análise de conteúdo e serão apresentadas nas tabelas a seguir.

Foram criadas dez categorias que abrangem todas as vivências citadas

pelos sujeitos da pesquisa. O número da categoria será o indicará a vivência

associada a ela na apresentação gráfica dos dados. Em uma mesma descrição

pode ser encontrada mais de uma categoria, pois a descrição da vivência

apresenta situações diferenciadas.

As vivências descritas pelo grupo controle referem-se apenas à primeira

sessão, pois esse grupo não foi submetido, durante a fase de coleta de dados

da pesquisa, a sessões de hipnose. Por esse motivo, quando as categorias

desse grupo forem analisadas, será apenas em relação à qualidade de escolha

das categorias, e não aos efeitos possíveis de tais vivências sobre os sujeitos

da pesquisa, já que estes itens não foram avaliados nesse grupo. A menor

ocorrência de categorias nesse grupo então se deve a dois fatores: uma única

sessão para o levantamento feito sobre as vivências e menor número de

sujeitos.

Page 91: Efeitos da hipnose na diabetes

86

Categorias:

Categoria Descrição

A Presentes

Importantes

Lembranças que se referem a presentes que o sujeito

recebeu e que o deixaram muito feliz;

B Conquistas Lembranças de sucessos/conquistas próprias ou de

pessoas queridas, como um novo emprego, passar no

vestibular, ser aprovado em uma entrevista, ter a casa

própria (já conseguidos ou a conseguir);

C Relacionamentos

Afetuosos

Lembranças que se referem a vivências com entes

queridos como marido, esposa, filhos, sobrinhos, avós,

cachorros, que fazem bem ao sujeito quando pensam

em estar junto a esses entes, seja passeando,

brincando, ou apenas recebendo algum tipo de afeto

deles;

D Viagens Lembranças que se referem a alguma viagem para

lugares longes e específicos, que o sujeito visitou

apenas uma vez, mas sentiu-se muito bem em tê-la

realizado;

E Sensações

Prazerosas

Lembranças que remetem diretamente a sensações

físicas que o sujeito gosta de sentir;

F Nascimentos Referem-se a lembranças que remetem ao nascimento

dos filhos e netos, descritas como prazerosas;

G Conhecer

Cônjuge

Referem-se a lembranças que remetem ao dia em que

o sujeito conheceu seu respectivo cônjuge

(marido/esposa), o que o fez sentir-se muito bem.

H Lugares

Agradáveis

Referem-se a lembranças de lugares aos quais o

sujeito gosta de ir e se sente muito bem, como praia,

rio, mato ou até mesmo a própria casa. São lugares

aos quais os sujeitos podem ir com certa freqüência

sem dificuldade. Não são considerados parte da

categoria viagens.

I Experiências

Religiosas

Referem-se a lembranças de vivências relacionadas

especificamente à religião, como missas e contatos

místicos com figuras religiosas;

J Aprendizagens Referem-se a lembranças das quais o sujeito diz ter ou

de estar aprendendo algo novo, o que o faz sentir-se

muito bem.

Page 92: Efeitos da hipnose na diabetes

87

Conforme já mencionado, serão apresentados abaixo os gráficos

contendo inicialmente a ocorrência das categorias pelo grupo intervenção, pelo

grupo controle e pela junção dos dois grupos. Posteriormente será

apresentada, em forma de tabela, a escolha de cada sujeito e suas respectivas

categorias. Comparações entre os dados obtidos nas descrições das vivências

e outros dados da pesquisa serão apresentados no capítulo seguinte, “Análise

e discussão dos resultados”.

Grupo Intervenção:

O número total (doravante, chamado N) de vivências da amostra é de

55, distribuídas de forma heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como

7%

11%

13%

13%

22%

13%

5%

9%

3% 4%

Gráfico 46A. Vivências - Grupo Intervenção

Presentes Importantes

Conquistas

Relacionamentos Afetuosos

Viagens

Sensações Prazerosas

Nascimentos

Conhecer Cônjuge

Lugares Agradáveis

Experiências Religiosas

Aprendizagens

Page 93: Efeitos da hipnose na diabetes

88

poder ser observado no gráfico acima, uma das categorias apresentou maior

ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse grupo, 22% dessas

vivências se enquadram na categoria Sensações Prazerosas. Em seguida,

aparecem três outras categorias que apresentam indicação de vivências com

percentagem semelhante. Contando então, com 13% cada uma, têm-se as

categorias: Relacionamentos Afetuosos, Viagens, e Nascimentos: 11 % das

vivências são enquadradas na categoria Conquistas; 9% das vivências citadas

fazem parte da categoria Lugares Agradáveis, enquanto 7% das vivências

fazem parte da categoria Presentes Importantes; 5% das vivências são

enquadradas na categoria Conhecer Cônjuge e 4% das vivências fazem parte

da categoria Aprendizagens. Com a porcentagem de menor ocorrência na

amostra, aparece a categoria Experiências Religiosas, contando com um índice

de 3%.

É importante frisar que algumas categorias podem ocorrer mais que outras

devido à sua maleabilidade, como no exemplo da categoria sensações

prazerosas que poder ser descrita, por um sujeito casado, de várias maneiras;

no entanto, o mesmo sujeito só pode indicar a categoria conhecer cônjuge

apenas uma vez. O mesmo aspecto é também válido para o grupo controle.

Posteriormente esse fator também será analisado e discutido de forma mais

especifica.

A seguir serão apresentados os dados do grupo controle. Como a

descrição de cada categoria já foi citada de forma bem específica, na

apresentação a seguir, os dados serão apresentados de forma genérica. Caso

o leitor deseje saber especificamente o significado de cada categoria, basta

apenas retomar as páginas anteriores do presente trabalho.

Page 94: Efeitos da hipnose na diabetes

89

Grupo Controle

A amostra total de vivências conta com um N de 36, distribuídos de

forma heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como pode ser observado no

gráfico mostrado, assim como no grupo intervenção, uma das categorias

apresentou maior ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse

grupo, 22% se enquadram na categoria Sensações Prazerosas. Em seguida,

com 16%, aparece a categoria Relacionamentos Afetuosos; 14 % das vivências

são enquadradas na categoria Nascimentos, enquanto 13% fazem parte da

categoria Viagens; 11 % são enquadradas na categoria Conquistas e 8%

fazem parte da categoria Lugares Agradáveis. Duas categorias aparecem logo

a seguir com a mesma porcentagem cada uma, Conhecer Cônjuge e Presentes

5%

11%

16%

13%22%

14%

5%

8%

3%3%

Gráfico 47A. Vivências - Grupo Controle

Presentes Importantes

Conquistas

Relacionamentos Afetuosos

Viagens

Sensações Prazerosas

Nascimentos

Conhecer Cônjuge

Lugares Agradáveis

Experiências Religiosas

Aprendizagens

Page 95: Efeitos da hipnose na diabetes

90

Importantes, contando com 5% das vivências. Com a porcentagem de menor

ocorrência na amostra, aparecem também duas categorias, Aprendizagens e

Experiências Religiosas, contando com um índice de 3% cada uma.

Dois grupos

A amostra total de vivências conta com um N de 92, logicamente maior

que os grupos anteriores, pois corresponde à sua soma, distribuídos de forma

heterogênea entre os sujeitos deste grupo. Como pode ser observado no

gráfico acima, assim como nos grupos anteriores, uma das categorias

apresentou maior ocorrência. Da amostra total de vivências citadas nesse

grupo, 22% dessas vivências se enquadram na categoria Sensações

Prazerosas. Em seguida, com 14%, aparece a categoria Relacionamentos

7%

11%

14%

13%

22%

13%

5%

9%

3% 3%

Gráfico 48A. Vivências - Dois Grupos

Presentes Importantes

Conquistas

Relacionamentos Afetuosos

Viagens

Sensações Prazerosas

Nascimentos

Conhecer Cônjuge

Lugares Agradáveis

Experiências Religiosas

Aprendizagens

Page 96: Efeitos da hipnose na diabetes

91

Afetuosos. Duas categorias aparecem em terceiro lugar, com 13% cada, em

termos de ocorrência: Nascimentos, e Viagens; 11% das vivências são

enquadradas na categoria Conquistas; 9% das vivências citadas fazem parte

da categoria Lugares Agradáveis, enquanto 7% são enquadradas na categoria

Presentes Importantes; 5% pertencem à categoria Conhecer Cônjuge. Com a

porcentagem de menor ocorrência na amostra, assim como nos dois grupos

citados anteriormente, aparecem duas categorias, Aprendizagens e

Experiências Religiosas contando com um índice de 3% cada uma.

Vivências por sujeitos

A seguir serão apresentadas as vivências escolhidas por cada sujeito.

Isso é importante para que uma melhor análise dos dados possa ser feita,

otimizando uma compreensão estatística e qualitativa do que foi levantado.

Grupo intervenção

Dez sujeitos compuseram esta amostra, contabilizando a indicação de

55 vivências divididas de forma heterogênea pelos membros desse grupo. Os

dados serão apresentados pelo código da categoria correspondente e a

ocorrência por sujeito. A correlação código-categoria pode ser visualizada na

tabela a seguir:

Código Categoria

A Presentes Importantes

B Conquistas

C Relacionamentos Afetuosos

D Viagens

E Sensações Prazerosas

F Nascimentos

G Conhecer Cônjuge

H Lugares Agradáveis

I Experiências Religiosas

J Aprendizagens

Page 97: Efeitos da hipnose na diabetes

92

Tipos de categorias escolhidas e ocorrências por sujeitos:

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3

Código Ocorrência Código Ocorrência Código Ocorrência

A 1 B 1 A 1

B 1 C 1 B 1

D 1 E 1 C 1

G 1 F 1 F 1

G 1 H 1

Sujeito 4 Sujeito 5 Sujeito 6

Código Ocorrência Código Ocorrência Código Ocorrência

B 2 C 1 A 2

C 1 D 1 C 1

D 1 E 2 D 1

E 2 I 2 F 2

Sujeito 7 Sujeito 8 Sujeito 9

Código Ocorrência Código Ocorrência Código Ocorrência

C 1 C 1 B 1

D 1 D 1 D 1

E 4 E 1 E 1

H 2 F 2 F 1

J 1 H 1 J 1

Page 98: Efeitos da hipnose na diabetes

93

Sujeito 10

Código Ocorrência

B 1

E 1

F 1

G 1

H 1

Como pode ser observado nas tabelas apresentadas, cada sujeito

descreveu situações que foram enquadradas em quatro a cinco tipos de

categorias diferentes para serem vivenciadas durante a hipnose. Algumas

situações descritas pelos sujeitos foram diferentes em suas histórias, mas

semelhantes no sentido de serem categorizadas no mesmo grupo, e por esse

motivo alguns sujeitos apresentam mais de uma ocorrência para uma mesma

categoria de vivências. Baseado na ocorrência das vivências, podemos até

observar uma forma de funcionamento especifica para cada sujeito.

Grupo Controle

Tipos de categorias escolhidas e ocorrências por sujeitos:

Sujeito 1 Sujeito 2 Sujeito 3

Código Ocorrência Código Ocorrência Código Ocorrência

D 1 A 1 B 2

E 2 B 1 D 1

F 1 C 1 G 1

H 1 E 1

F 1

Page 99: Efeitos da hipnose na diabetes

94

Sujeito 4 Sujeito 5 Sujeito 6

Código Ocorrência Código Ocorrência Código Ocorrência

C 1 C 1 C 1

D 1 D 1 D 1

E 2 E 2 F 1

I 2 G 1

H 1

Sujeito 7 Sujeito 8

Código Ocorrência Código Ocorrência

C 1 C 1

D 1 E 1

E 1 F 2

H 1

J 1

Como pode ser observado nas tabelas acima, cada sujeito descreveu

situações que foram enquadradas em três a cinco tipos de categorias

diferentes para serem vivenciadas durante a hipnose. Algumas situações

descritas pelos sujeitos eram diferentes em suas histórias, mas semelhantes no

sentido de serem categorizadas no mesmo grupo, e por esse motivo alguns

sujeitos apresentam mais de uma ocorrência para uma mesma categoria de

vivências. Como os sujeitos deste grupo não foram submetidos à hipnose

durante a coleta de dados, já que faziam parte do grupo controle, os dados

acima são baseados apenas na primeira entrevista feita sobre vivências, que

ocorreu de forma diferente do grupo intervenção, no qual, a cada sessão,

novas vivências poderiam ser adicionadas.

Page 100: Efeitos da hipnose na diabetes

95

5.3. Níveis de Glicemia

Nesta variável serão apresentados os níveis de glicemia dos sujeitos

coletados durante a pesquisa. São quatro medidas realizadas antes, durante,

imediatamente após a intervenção e 10 minutos após a intervenção. É

importante ressaltar que na primeira sessão, em ambos os grupos, foi medido o

nível da glicemia do paciente logo após o preenchimento do consentimento

livre e esclarecido (antes da entrevista sobre dados sócio-demográficos e da

entrevista 2 sobre as lembranças para indução). A intenção desta medida foi

avaliar se existia mudança significativa no nível de glicemia antes e após as

entrevistas. Nas sessões subseqüentes, essa medida não foi mais realizada.

Os dados serão apresentados em forma de tabela e de gráficos. É importante

ressaltar que tais dados apresentam individualmente margem de erro de + 2,

pois esse é o padrão indicado pelo aparelho usado para medir os níveis de

glicemia dos sujeitos. As principais comparações são feitas entre o primeiro

valor válido (valor número 2 na primeira sessão e valor 1 nas sessões 2 e 3) e

o último valor medido, a fim de cumprir com os objetivos do presente trabalho.

O primeiro grupo a ser apresentado será o grupo controle, que serviu de

parâmetro para verificar alterações naturais que podem ocorrer com um

paciente diabético tipo 2. Estes dados corresponderão apenas a uma sessão

de medidas, estando os sujeitos deitados para a realização das coletas.

Grupo Controle

Níveis de glicemia:

Page 101: Efeitos da hipnose na diabetes

96

Sujeito Antes da

Entrevista Início Após 20 minutos

20 minutos após a última medição

10 minutos após a última medição

1 121 122 124 124 124

2 120 119 121 123 122

3 133 136 137 140 140

4 104 105 103 106 105

5 145 148 145 147 147

6 150 147 149 145 144

7 115 113 117 118 112

8 200 201 215 198 190

Como pode ser observado nesta tabela, não houve mudança

significativa no nível de glicemia antes e após as entrevistas (da medida “Antes

da Entrevista” até a medida “Inicio”). Nesta amostra, apenas um sujeito

apresentou uma alteração diferenciada em relação ao grupo, pois as medidas

do nível de glicemia no sangue indicaram um aumento do índice glicêmico da

segunda para a terceira medida de 6,97%. Da terceira para a quarta medida, o

índice diminui 7,91%, retomando praticamente a medida inicial. E da quarta

para quinta medida, o nível de glicemia diminui 4,04%. O restante dos sujeitos

não apresentaram alteração significativa no nível glicêmico, tanto aumentando,

quanto diminuindo, pois, considerando as margens de erro do aparelho de

mensuração, os níveis de glicemia são os mesmos na primeira e na última

medida. Se calcularmos uma média de alteração para este grupo teríamos o

valor de 0,63% de taxa de alteração nos níveis de glicemia, que não é

significativa para avaliar alteração do nível de glicemia (alteração = 0).

Grupo Intervenção

Page 102: Efeitos da hipnose na diabetes

97

Os sujeitos desta amostra passaram por três sessões de intervenção,

tendo sido feitas quatro coletas do nível de glicemia em cada um, durante cada

sessão. Apenas na primeira sessão foi realizada uma medida extra, chamada

de Fase 0. Foram quatro fases principais e uma secundária de coleta dos

dados, a saber:

Fase 0: Medição da glicemia após sujeito preencher o consentimento livre e

esclarecido e antes das entrevistas sobre dados sócio-demográficos e sobre as

lembranças para indução (somente 1ª sessão);

Fase 1: Medição da glicemia antes da realização do processo;

Fase 2: Medição da glicemia 20 minutos após o começo do trabalho, chamada

de etapa após relaxamento;

Fase 3: Medição após a intervenção com hipnose, tendo sido realizada 20

minutos após a última medição;

Fase 4: Última medição realizada, 10 minutos após a última medição,

buscando avaliar possíveis efeitos das lembranças vividas de forma intensa

pelo sujeito em seu organismo.

Sessão 1:

Níveis de Glicemia:

Sujeito Fase 0 Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 % de alteração

1 121 120 125 124 113 Diminuiu 5,83%

2 274 275 294 295 309 Aumentou 12,36%

3 123 124 134 119 115 Diminuiu 7,26%

4 148 148 168 150 148 Inalterada

5 301 300 310 305 304 Inalterada

6 115 116 110 110 106 Diminuiu 8,62%

7 106 105 108 109 100 Diminuiu 4,76%

8 141 140 143 127 121 Diminuiu 13,57%

9 126 126 131 125 122 Inalterada

10 152 151 159 158 152 Inalterada

Page 103: Efeitos da hipnose na diabetes

98

Como se vê, não houve mudança significativa no nível de glicemia antes

e após as entrevistas (da medida “fase 0” até a medida “fase1” – erro padrão +

2). É possível Constatar, pelos dados da tabela, que nessa primeira sessão

houve diferenças claras em relação ao grupo controle. Tomando também as

alterações verificadas durante o processo, é possível notar que três resultados

diferentes foram apresentados na amostra: o grupo de sujeitos que manteve a

glicemia num mesmo valor ao final de todo o processo de coleta durante a

primeira sessão; um segundo grupo que apresentou um aumento da taxa de

glicemia ao final do processo; e um terceiro grupo que apresentou uma

diminuição da glicemia ao final do processo de coleta. Fica claro que 50% dos

sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com taxas variando

numa redução de 4,76% a 13,57%, uma média de redução percentual de

8,01%. Um dos sujeitos, especificamente, apresentou um aumento de 12,36%

da taxa de glicemia, dado que será analisado no próximo capitulo.

A seguir serão apresentados gráficos das alterações das taxas de

glicemia durante todo processo na sessão 1, fase por fase (exceção à fase 0),

frisando que todos os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a

medida de uma fase com a medida da fase1.

Alterações Fase 2

Page 104: Efeitos da hipnose na diabetes

99

Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), os níveis de glicemia na

maioria dos sujeitos (70%) aumentaram, enquanto 10% apresentou diminuição

nos níveis glicêmicos; 20% manteve as taxas de glicemia inalteradas.

Alterações Fase 3

Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os

níveis de glicemia na maioria dos sujeitos (40%) mantiveram-se inalterados,

enquanto 30% dos sujeitos apresentaram diminuição nos níveis glicêmicos,

contra outros 30%, que tiveram as taxas de glicemia aumentadas.

70%

10%

20%

Gráfico 49A. Nível de Glicemia - Fase 2

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

30%

30%

40%

Gráfico 50A. Nível de Glicemia - Fase 3

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 105: Efeitos da hipnose na diabetes

100

Alterações Fase 4

Como pode ser observado no gráfico acima, 50% dos sujeitos

apresentaram diminuição no nível de glicemia após a indução hipnótica,

enquanto 10% apresentaram aumento no nível de glicemia; 40% mantiveram

os mesmos índices de glicemia, antes e após a indução hipnótica.

Sessão 2:

Níveis de Glicemia:

Sujeito Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 % de alteração

1 116 111 118 120 Inalterada

2 274 289 277 264 Diminuiu 3,65%

3 123 130 117 113 Diminuiu 8,13%

4 125 147 144 135 Aumentou 8,00%

5 405 384 396 366 Diminuiu 9,63%

6 107 104 106 98 Diminuiu 8,41%

7 121 116 110 97 Diminuiu 19,83%

8 135 130 129 119 Diminuiu 11,85%

9 125 124 121 118 Diminuiu 5,60%

10 149 145 140 133 Diminuiu 10,74%

Como pode ser observado nos dados da tabela, assim como na primeira

sessão, houve diferenças claras em relação ao grupo controle. Nesta segunda

sessão, considerando também as alterações verificadas durante o processo,

10%

50%

40%

Gráfico 51A. Nível de Glicemia - Fase 4

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 106: Efeitos da hipnose na diabetes

101

podemos notar que três resultados diferentes foram apresentados na amostra:

o grupo de sujeitos que manteve a glicemia num mesmo valor ao final de todo

o processo de coleta, durante a primeira sessão; um segundo grupo que

apresentou um aumento da taxa de glicemia ao final do processo; e um terceiro

grupo que apresentou uma diminuição da glicemia ao final do processo de

coleta. Como se evidencia, em 80% dos sujeitos o nível de glicemia diminuiu,

apresentando taxas de redução que variaram de 3,65% a 19,83%, numa média

percentual de 9,73%. Um dos sujeitos, especificamente, apresentou um

aumento de 8,00% da taxa de glicemia, dado que será analisado no próximo

capítulo. Uma observação interessante a ser constatada foi o fato de dois

sujeitos da amostra (20%) obterem níveis glicêmicos abaixo de 100, ou seja,

abaixo do índice que considera pacientes diabéticos.

A seguir serão apresentados gráficos das alterações das taxas de

glicemia durante todo processo na sessão 2, fase por fase, frisando que todos

os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a medição de uma fase

com a medição da fase1.

Alterações Fase 2

30%

30%

40%

Gráfico 52A. Nível de Glicemia - Fase 2

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 107: Efeitos da hipnose na diabetes

102

Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), diferentemente da

primeira sessão, os níveis de glicemia aumentaram em 30% dos sujeitos,

enquanto outros 30% da amostra apresentaram diminuição nos níveis

glicêmicos; 40% mantiveram as taxas de glicemia inalteradas.

Alterações Fase 3

Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os

níveis de glicemia mostraram, em metade dos sujeitos da amostra (50%),

diminuição, enquanto 40% não apresentaram alteração nos níveis glicêmicos,

contra outros 10% que tiveram as taxas de glicemia aumentadas.

Alterações Fase 4

10%

50%

40%

Gráfico 53A. Nível de Glicemia - Fase 3

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

10%

80%

10%

Gráfico 54A. Nível de Glicemia - Fase 4

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 108: Efeitos da hipnose na diabetes

103

Como se observa no gráfico acima, 80% apresentaram diminuição no

nível de glicemia após a indução hipnótica, enquanto 10% apresentaram

aumento no nível de glicemia. Outros 10% mantiveram os mesmos índices de

glicemia, antes e após a indução hipnótica.

Sessão 3:

Níveis de Glicemia:

Sujeito Fase 1 Fase 2 Fase 3 Fase 4 % de alteração

1 120 123 119 121 Inalterada

2 335 348 307 295 Diminuiu 11,94%

3 121 122 121 115 Diminuiu 4,96%

4 166 140 147 133 Diminuiu 19,88%

5 314 268 268 260 Diminuiu 17,18%

6 121 102 110 101 Diminuiu 16,53%

7 103 107 104 100 Inalterada

8 137 136 125 115 Diminuiu 16,06%

9 123 121 117 114 Diminuiu 7,32%

10 145 145 139 128 Diminuiu 11,73%

Como se observa na tabela, assim como na primeira sessão, houve

diferenças claras em relação ao grupo controle. Nesta terceira sessão,

considerando também as alterações verificadas durante o processo, podemos

notar que dois resultados diferentes foram apresentados na amostra: o grupo

de sujeitos que manteve a glicemia num mesmo valor ao final de todo o

processo de coleta, durante a terceira sessão, e um segundo grupo que

apresentou uma diminuição da glicemia ao final do processo de coleta. Não

houve aumento no nível de glicemia em nenhum sujeito da amostra ao final de

todo processo. É possível verificar que 80% dos sujeitos apresentaram

diminuição no nível de glicemia com taxas de variando numa redução de 4,96%

a 19,88%, uma média de redução percentual de 13,20%. Comparando as taxas

glicêmicas obtidas nessa sessão com a das sessões anteriores, verifica-se

Page 109: Efeitos da hipnose na diabetes

104

uma redução gradual no nível de glicemia dos sujeitos, tanto no começo como

no final da sessão. É importante frisar que em um dos sujeitos (do grupo que

não sofreu alteração no nível de glicemia) a medida inicial era de 103 e a final,

de 100, medida essa muito interessante para um paciente considerado

diabético (durante a pesquisa esse sujeito absteve-se voluntariamente e sem

sugestão do pesquisador, do uso de medicamentos antes das sessões de

intervenção).

A seguir serão apresentados os gráficos das alterações das taxas de

glicemia durante todo processo na sessão 2, fase por fase, frisando que todos

os dados dos gráficos apresentados comparam sempre a medição de uma fase

com a medição da fase1.

Alterações Fase 2

Como se verifica, após o relaxamento (fase 2), diferentemente da

segunda sessão, os níveis de glicemia aumentaram em 10% nos sujeitos,

enquanto outros 30% apresentaram diminuição nos níveis glicêmicos; 60% dos

sujeitos mantiveram as taxas de glicemia inalteradas.

Alterações Fase 3

10%

30%

60%

Gráfico 55A. Nível de Glicemia - Fase 2

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 110: Efeitos da hipnose na diabetes

105

Como se verifica, após a retirada do processo hipnótico (fase 3), os

níveis de glicemia mostraram, na maioria dos sujeitos (70%), diminuição,

enquanto 30% dos sujeitos não apresentaram alteração nos níveis glicêmicos.

Nesta fase, nenhum dos sujeitos apresentou aumento das taxas de glicemia.

Alterações Fase 4

Como se observa no gráfico acima, 80% dos sujeitos apresentaram

diminuição no nível de glicemia após a indução hipnótica, da mesma maneira

70%

30%

Gráfico 56A. Nível de Glicemia - Fase 3

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

80%

20%

Gráfico 57A. Nível de Glicemia - Fase 4

Aumentou

Diminuiu

Inalterada

Page 111: Efeitos da hipnose na diabetes

106

como ocorreu na fase 4 da sessão 2, mas divergindo da mesma sessão no

item relacionado ao aumento do nível de glicemia, pois nenhum sujeito desta

amostra, ao final de todo processo, mostrou ter níveis de glicemia mais

elevados do que a medição inicial; 20% dos sujeitos da amostra mantiveram os

níveis de glicemia inalterados.

5.4. Sensação de Bem Estar

Foram realizadas, a cada sessão, duas medições das sensações de

bem estar descritas pelo sujeito, uma antes e outra após a intervenção. São

cinco cores possíveis de escolha (que foram apresentadas em uma escala

visual aos sujeitos – anexo 4):

Número Cor Sensação associada

1 Branco Muito mal

2 Azul Mal

3 Amarelo Cor mediana / estado

normal

4 Laranja Bem

5 Vermelho muito bem

*Esta tabela é meramente outra forma de mostrar os dados.

O instrumento encontra-se no anexo 4.

Tais medidas foram realizadas pelos dois grupos: controle (para

parâmetros em relação ao outro grupo) e intervenção.

Grupo Controle

Page 112: Efeitos da hipnose na diabetes

107

O primeiro grupo a ser apresentado será o grupo controle, que serviu de

parâmetro para verificar alterações naturais que podem ocorrer com um

paciente diabético tipo 2. Estes dados corresponderam apenas a uma sessão

de medições, ficando os sujeitos deitados e as coletas feitas no início (quando

o sujeito se deitou, antes de fechar os olhos indicou a cor correspondente à sua

sensação) e após 40 minutos (quando o sujeito abriu os olhos). Os dados

serão apresentados em forma de tabela e eventuais alterações quanto à

sensação de bem estar dos sujeitos, serão ilustradas na forma de um gráfico.

Paciente Antes Depois Alterações

1 amarelo amarelo Sem alterações

2 laranja laranja Sem alterações

3 azul azul Sem alterações

4 amarelo amarelo Sem alterações

5 laranja laranja Sem alterações

6 amarelo amarelo Sem alterações

7 amarelo amarelo Sem alterações

8 amarelo laranja Sente-se melhor

Como se observa na tabela acima, apenas um sujeito indicou sentir-se

melhor do que antes, depois de ficar deitado em silêncio durante 40 minutos.

Os demais sujeitos mantiveram a sensação de bem estar no mesmo nível.

Conforme o gráfico, temos:

Page 113: Efeitos da hipnose na diabetes

108

Como se observa, 13% dos sujeitos indicaram alteração na sensação de

bem estar, sentido-se melhor do que quando começaram o procedimento. Os

demais sujeitos (87%) não indicaram nenhuma alteração na sensação de bem

estar.

Grupo Intervenção

Este grupo participou de três sessões, em que foram submetidos à

indução hipnótica para vivenciarem lembranças agradáveis de forma intensa. O

questionamento em relação à sensação de bem estar deu-se no início da

intervenção, como anteriormente, e ao final da intervenção, após a retirada do

estado hipnótico, momento em que o sujeito retornava, abria os olhos, e

indicava uma cor referente ao modo como se sentia após o processo, o que foi

indicado na coluna “depois” das tabelas apresentadas. Cabe ressaltar que se

trata de uma medida subjetiva, baseada na opinião do sujeito em relação a

como se sentia antes e após o processo.

87%

13%

Gráfico 58A. Sensação de Bem Estar - Grupo Controle

Sente-se Pior

Sem alteração

Sente-se Melhor

Page 114: Efeitos da hipnose na diabetes

109

Sessão 1:

Paciente Antes Depois Alterações

1 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

2 Laranja Laranja Sem Alterações

3 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

4 Amarelo Amarelo para Azul

Sente-se Pior

5 Branco Laranja Sente-se Melhor

6 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

7 Azul Laranja Sente-se Melhor

8 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

9 Azul Amarelo Sente-se Melhor

10 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

Como evidencia a tabela, diferentemente do grupo controle, 80% dos

sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção; 10% indicou sentir-se

da mesma maneira antes e depois da intervenção, enquanto os outros 10% da

amostra indicaram sentir-se pior após a intervenção (sujeito número 4). A

maioria dos sujeitos que se sentiram melhor após a intervenção indicaram a

melhoria de uma cor para a seguinte. Os sujeitos 5 e 7 pularam mais de uma

cor ao indicarem sua sensação de bem estar, indo respectivamente de muito

mal e mal, para bem. Ilustrando no gráfico, temos:

Page 115: Efeitos da hipnose na diabetes

110

Sessão 2:

Paciente Antes Depois Alterações

1 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

2 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

3 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

4 Laranja Amarelo Sente-se Pior

5 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

6 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

7 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

8 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

9 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

10 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

10%

10%

80%

Gráfico 59A. Sensação de Bem Estar - Sessão 1

Sente-se Pior

Sem alteração

Sente-se Melhor

Page 116: Efeitos da hipnose na diabetes

111

Como evidencia a tabela acima, diferentemente do grupo controle, 90%

dos sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção, enquanto 10%

indicaram sentir-se pior após a intervenção (novamente o sujeito número 4). A

maioria dos sujeitos que se sentiram melhor após a intervenção indicou a

melhoria de um estado para o seguinte. Os sujeitos 1 e 7 pularam mais de uma

cor ao indicarem sua sensação de bem estar, indo de normal para muito bem.

Ilustrando no gráfico, temos:

Sessão 3:

Paciente Antes Depois Alterações

1 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

2 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

3 Laranja Laranja Sem Alterações

4 Amarelo Laranja Sente-se Melhor

5 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

6 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

7 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

10%

90%

Gráfico 60A. Sensação de Bem Estar - Sessão 2

Sente-se Pior

Sem alteração

Sente-se Melhor

Page 117: Efeitos da hipnose na diabetes

112

8 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

9 Amarelo Vermelho Sente-se Melhor

10 Laranja Vermelho Sente-se Melhor

Como evidencia a tabela, diferentemente do grupo controle e como na

sessão 2, 90% dos sujeitos indicaram sentir-se melhor após a intervenção,

enquanto 10% indicaram não sentir alteração na sensação de bem estar após

a intervenção (sujeito número 3). A maioria dos sujeitos que se sentiram melhor

após a intervenção indicou a melhoria de um estado para o seguinte. Os

sujeitos 1 e 9 pularam mais de uma cor ao indicarem sua sensação de bem

estar, indo de normal para muito bem. De acordo com o gráfico, temos:

5.5. Impressões sobre a intervenção:

Esta categoria refere-se apenas ao grupo intervenção, pois para a coleta

de dados foi o único grupo que recebeu a indução hipnótica e, por esse motivo,

foi aplicada a entrevista 3 (anexo 7) apenas com os sujeitos desse grupo. As

10%

90%

Gráfico 61A. Sensação de Bem Estar - Sessão 3

Sente-se Pior

Sem alteração

Sente-se Melhor

Page 118: Efeitos da hipnose na diabetes

113

entrevistas foram realizadas após a retirada do processo de indução. As

respostas fechadas são apresentadas quantitativamente, enquanto as

respostas abertas foram também agrupadas em categorias de acordo com seu

conteúdo.

Pergunta número 1: Como você está se sentindo?

Foram criadas quatro categorias:

1. Sentir-se bem: fazem parte desta categoria os adjetivos relacionados a estar se

sentido bem ou muito bem de forma boa ou ótima;

2. Sentir-se relaxado: fazem parte desta categoria os adjetivos referentes a estar

se sentido solto, mole e relaxado de maneira positiva;

3. Sentir-se estranho: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a estar se

sentindo estranho ou meio estranho, como um sentimento incômodo;

4. Sentir-se com muito medo: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a

sentir muito receio durante o processo;

Sessão 1:

Como se observa na tabela acima, 80% dos sujeitos indicaram

sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 20% indicaram

sentimentos negativos.

Sessão 2:

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 5, 6, 7, 9 Sentir-se bem 50%

2, 4 Sentir-se estranho 20%

3, 8, 10 Sentir-se relaxado 30%

Page 119: Efeitos da hipnose na diabetes

114

Como se observa na tabela acima, 90% dos sujeitos indicaram

sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 10% indicaram

sentimentos negativos. Houve um aumento dos sentimentos positivos em

relação aos negativos.

Sessão 3:

Como se observa na tabela acima, 90% dos sujeitos indicaram

sentimentos positivos após a intervenção, enquanto 10% indicaram

sentimentos negativos.

Pergunta número 2: O que você achou da experiência?

Foram criadas duas categorias:

1. Muito boa: fazem parte desta categoria os adjetivos relacionados a ter gostado

da experiência e achado a experiência muito boa e interessante;

2. Dá medo: fazem parte desta categoria adjetivos referentes a achar a

experiência inicialmente assustadora ou a dar medo, o que gerou certo

incômodo no sujeito;

Sessão 1:

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 2, 5, 6, 7, 8, 9, Sentir-se bem 70%

4 Sentir-se estranho 10%

3, 10 Sentir-se relaxado 20%

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 4, 5, 6, 7, 8, 9 Sentir-se bem 70%

3 Sentir-se com muito medo

10%

2, 10 Sentir-se relaxado 20%

Page 120: Efeitos da hipnose na diabetes

115

Como se observa na tabela acima, 70% dos sujeitos indicaram

sentimentos positivos em relação ao que acharam da experiência, enquanto

30% indicaram sentimentos de medo e desconforto.

Sessão 2:

Todos os sujeitos indicaram sentimentos positivos em relação ao que

acharam da experiência. É importante frisar que os sujeitos 2, 3 e 8, que

haviam sentido medo da experiência, relataram achar a experiência positiva, e

o receio havia desaparecido depois de conhecerem o processo.

Sessão 3:

Como na sessão anterior, todos os sujeitos indicaram sentimentos

positivos em relação ao que acharam da experiência.

Pergunta número 3: Valeu à pena?

Nas três sessões realizadas, todos os sujeitos indicaram que a

experiência valeu à pena.

Pergunta número 4: Você faria de novo?

Nas três sessões realizadas, todos os sujeitos indicaram que fariam

novamente todo o processo.

Pergunta número 5: De qual parte você mais gostou?

Foram criadas quatro categorias:

1. Gostei de tudo: fazem parte desta categoria os sujeitos que descreveram que

gostaram de todas as etapas do processo;

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 4, 5, 6, 7, 9, 10 Muito boa. 70%

2, 3, 8 Dá Medo 30%

Page 121: Efeitos da hipnose na diabetes

116

2. Das lembranças: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar

mais da parte em que eram induzidos a lembrar e vivenciar acontecimentos

prazerosos indicados por eles;

3. Do relaxamento: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar

mais da parte em que eram induzidos a relaxar, logo no começo da

intervenção.

4. Ficar Leve: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram gostar mais

da parte em que eram induzidos a sentir-se leve, logo após a fase do

relaxamento;

Sessão 1:

Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos

indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das

lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida temos 30% dos

sujeitos dizendo que gostaram mais quando foram induzidos a sentirem-se

leves; 10% disseram gostar da parte referente ao relaxamento, enquanto os

outros 10% disseram ter gostado de tudo.

Sessão 2:

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

9 Gostei de tudo 10%

5, 6, 7, 8, 10 Das lembranças 50%

2, Do relaxamento 10%

1, 3, 4 Ficar Leve 30%

Page 122: Efeitos da hipnose na diabetes

117

Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 70% dos sujeitos

indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das

lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida, temos 20% dos

sujeitos afirmando ter gostado de tudo; 10% dos sujeitos disseram gostar da

parte referente ao relaxamento. Diferente da sessão anterior, desta vez

nenhum dos sujeitos escolheu a categoria “ficar leve”.

Sessão 3:

Nesta última sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos

indicaram ter gostado mais da parte em que foram induzidos a se recordar das

lembranças agradáveis por eles sugeridas. Em seguida, temos dois grupos de

sujeitos, com 20% em cada, um indicando ter gostado de tudo e outro

indicando ter gostado da parte do relaxamento; 10% dos sujeitos afirmaram

que gostaram mais quando foram induzidos a sentirem-se leves.

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

7, 9 Gostei de tudo 20%

1, 2, 3, 4, 6, 8, 10 Das lembranças 70%

5 Do relaxamento 10%

Ficar Leve

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 10 Gostei de tudo 20%

4, 5, 6, 8, 9 Das lembranças 50%

2, 7, Do relaxamento 20%

3 Ficar Leve 10%

Page 123: Efeitos da hipnose na diabetes

118

Como é possível observar, no decorrer das sessões, pelo menos metade

dos sujeitos, em cada sessão, indicou ter gostado mais da parte em que

recordaram as lembranças de forma intensa.

Pergunta número 6: Você se lembrou de tudo que eu falei?

Sessão 1:

Na sessão 1, 70% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o que

foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 30% que disseram não ter

se lembrado.

Sessão 2:

Já na sessão 2, 70% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o

que foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 30% que disseram

não ter se lembrado.

Sessão 3:

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 2, 4, 5, 6, 7, 9 Sim 70%

3, 8, 10 Não 30%

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 2, 4, 5, 6, 7, 9 Sim 70%

3, 8, 10 Não 30%

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 5, 6 Sim 30%

2, 3, 4, 7, 8, 9, 10 Não 70%

Page 124: Efeitos da hipnose na diabetes

119

Na sessão 3, 30% dos sujeitos disseram ter se lembrando de tudo o que

foi dito pelo pesquisar durante a intervenção, contra 70% que disseram não ter

se lembrado de tudo. Como se observa, parece ter ocorrido uma inversão de

valores da primeira à última sessão, em relação aos sujeitos se lembrarem de

tudo que foi falado pelo pesquisador durante a intervenção.

Pergunta número 7: De qual parte você menos gostou?

Foram criadas cinco categorias:

1. Nenhuma: fazem parte desta categoria os sujeitos que descreveram que

gostaram de todas as etapas do processo, não houve etapas que os

desagradou;

2. Das lembranças: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter

gostado menos da parte em que eram induzidos a lembrar e vivenciar

acontecimentos prazerosos indicados por eles, pois de alguma maneira tais

acontecimentos acabavam tendo uma conotação negativa.

3. Perder Controle: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter

gostado menos da parte na qual começavam a entrar em transe e sentiram-se

perdendo o controle;

4. Sentir o Corpo Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram

ter gostado menos da parte na qual são induzidos a sentir a sensação de peso

se espalhando pelo corpo;

5. Hora de Voltar: fazem parte desta categoria os sujeitos que disseram ter

gostado menos da parte de retirada do processo, indicando certa sensação de

estranheza.

Sessão 1:

Page 125: Efeitos da hipnose na diabetes

120

Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 60% dos sujeitos

indicaram não haver partes das quais não gostaram; 20% dos sujeitos

relataram não ter gostado quando se sentiram perdendo o controle, enquanto

10% disseram ter gostado menos das lembranças, pois algumas que eram

agradáveis acabaram tornando-se desagradáveis. Outros 10% dos sujeitos

disseram não ter gostado da parte em que voltavam do processo hipnótico.

Sessão 2:

Nesta sessão, assim como na sessão anterior, a maior parte dos sujeitos

(70%) indicou não haver partes das quais não gostaram. O restante da amostra

foi dividida igualmente em três grupos, com 10% cada um: aqueles sujeitos que

não gostaram quando se sentiram perdendo o controle; aqueles que disseram

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 5, 6, 7, 8, 9 Nenhuma 60%

2, Das lembranças 10%

3, 4, Perder Controle 20%

Sentir o Corpo Pesado

10 Hora de Voltar 10%

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Nenhuma 70%

Das lembranças

2 Perder Controle 10%

3 Sentir o Corpo Pesado 10%

4 Hora de Voltar 10%

Page 126: Efeitos da hipnose na diabetes

121

não ter gostado da parte em que voltavam do processo hipnótico; e aqueles

que disseram não ter gostado da parte em que foram induzidos a sentir a

sensação de peso ser espalhada pelo corpo.

Sessão 3:

Nesta última sessão, 90% dos sujeitos indicaram não haver partes das

quais não gostaram. Os 10% restantes indicaram que gostaram menos da

parte das lembranças, em que uma das lembranças tornou-se desagradável. É

interessante apontar que esse foi um erro cometido pelo pesquisador durante o

processo, pois, na tentativa de induzir sensações boas para o paciente, não se

ateve exclusivamente aos dados coletados para indução, e criou uma nova

vivência para o sujeito: a de imaginar a região lateral inferior direita do corpo

(região do pâncreas) se sentido “bem” e “curada”. Ao fazer isso, outras

lembranças associadas a essa região do corpo do sujeito foram rememoradas,

lembranças estas consideradas posteriormente como desagradáveis pelo

sujeito (o sujeito recordou de uma laparoscopia realizada para extração da

vesícula biliar).

É importante ressaltar que algumas das informações obtidas como

respostas a essa pergunta foram usadas nas sessões seguintes para propiciar

um melhor atendimento ao sujeito, impedindo-o de sentir-se desconfortável ou

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

1, 2, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Nenhuma 90%

3 Das lembranças 10%

Perder Controle

Sentir o Corpo Pesado

Hora de Voltar

Page 127: Efeitos da hipnose na diabetes

122

lesado durante a pesquisa. Um exemplo disso foi que, durante as induções, a

sensação de peso acabou sendo retirada na última sessão, pois foi notado que

tal sensação, apesar de não incomodar alguns sujeitos, trazia desconforto para

outros.

Pergunta número 8: Alguma lembrança tornou-se desagradável?

Sessão 1:

Nesta sessão, 90% dos sujeitos disseram que nenhuma lembrança

tornou-se desagradável, enquanto 10% (o que representa apenas um sujeito)

disseram que uma das lembranças tornou-se desagradável. Especificamente

em relação a esse sujeito, a lembrança era inicialmente boa, pois remetia a

categoria conhecer cônjuge, demonstrada anteriormente na variável vivências

agradáveis do presente capítulo. Mas como o cônjuge em questão já havia

falecido, o sujeito acabou pensando também na perda, ao invés de pensar

apenas nas sensações boas sentidas ao conhecê-lo.

Sessão 2 e 3:

Nas sessões seguintes à 1, todos os sujeitos disseram que nenhuma

lembrança tornou-se desagradável.

Pergunta número 9: Quantas vezes por semana você estaria disposto a

fazer este procedimento?

Sujeitos Categoria % dos sujeitos

2 Sim 90%

1, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Não 10%

Page 128: Efeitos da hipnose na diabetes

123

Sessão 1:

Nesta sessão, como evidencia a tabela acima, 50% dos sujeitos

disseram estar dispostos a fazer o procedimento ao qual foram submetidos

duas vezes por semana; 30% dos sujeitos estariam dispostos a fazer tal

procedimento três vezes ou mais na semana, enquanto 20% estariam

dispostos a fazê-lo uma vez por semana.

Sessão 2:

Na segunda sessão, como evidencia a tabela, 60% dos sujeitos

disseram estar dispostos a fazer o procedimento ao qual foram submetidos

duas vezes por semana; 20% dos sujeitos estariam dispostos a fazer tal

procedimento uma vez por semana, enquanto outros 20% estariam dispostos a

fazer tal procedimento três vezes ou mais na semana.

Sessão 3:

Sujeitos Vezes por semana % dos sujeitos

3, 9 1 vez 20%

2, 4, 7, 8, 10 2 vezes 50%

1, 5, 6 3 ou mais vezes 30%

Sujeitos Vezes por semana % dos sujeitos

3, 9 1 vez 20%

1, 2, 4, 6, 8, 10 2 vezes 60%

7, 5 3 ou mais vezes 20%

Page 129: Efeitos da hipnose na diabetes

124

Nesta última sessão, 80% dos sujeitos disseram estar dispostos a fazer

o procedimento ao qual foram submetidos duas vezes por semana; 10% dos

sujeitos estariam dispostos a fazer tal procedimento uma vez por semana,

enquanto outros 10% estariam dispostos a fazer tal procedimento três vezes ou

mais na semana.

Cabe ressaltar, que no decorrer das pesquisas, houve um crescimento,

sessão após sessão, da escolha duas vezes por semana.

Pergunta número 10: Sentiu o corpo pesado? Leve? O que mais?

Foram criadas três categorias:

1. Leve: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir apenas o

corpo leve;

2. Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir apenas o

corpo pesado;

3. Leve e Pesado: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram sentir o

corpo pesado e também leve;

4. Outras sensações: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram

sentir, além de corpo leve e/ou pesado, também outras sensações, como

engrossar, inchar;

Sujeitos Vezes por semana % dos sujeitos

7 1 vez 10%

1, 2, 4, 5, 6, 8, 9, 10 2 vezes 80%

3, 3 ou mais vezes 10%

Page 130: Efeitos da hipnose na diabetes

125

5. Nenhuma: fazem parte desta categoria os sujeitos que relataram não sentir

nenhuma das sensações perguntadas.

Sessão 1:

Na primeira sessão, 60% dos sujeitos responderam sentir o corpo leve e

também pesado quando sugerido isso durante a indução; 20% disseram sentir

o corpo apenas leve, enquanto 10% disseram sentir, além de peso e leveza,

outras sensações; 10% dos sujeitos responderam que não sentiram nenhuma

das sensações sugeridas.

Sessão 2:

Na segunda sessão, 40% dos sujeitos responderam sentir o corpo leve e

também pesado quando sugerido isso durante a indução; 30% disseram sentir

Sujeitos Categorias % dos sujeitos

4, 6 Leve 20%

Pesado

1, 2, 3, 7, 9, 10 Leve e Pesado 60%

8 Outras sensações 10%

5 Nenhuma 10%

Sujeitos Categorias % dos sujeitos

4, 7, 10 Leve 30%

5 Pesado 10%

1, 2, 6, 9 Leve e Pesado 40%

3, 8 Outras sensações 20%

Nenhuma

Page 131: Efeitos da hipnose na diabetes

126

o corpo apenas leve, enquanto 20% disseram sentir, além de peso e leveza,

outras sensações; 10% dos sujeitos responderam sentir o corpo pesado.

Sessão 3:

Na última sessão, 90% dos sujeitos disseram sentir o corpo apenas leve

quando sugerido isso durante a indução, enquanto 10% disseram sentir, além

de peso e leveza, outras sensações. É importante observar, que durante a

última sessão, foi retirada do processo de indução a descrição “sentir o corpo

pesado”, ficando apenas a sugestão de leveza, pois, como já mencionado,

alguns sujeitos relataram que a sensação de peso era desconfortável, o que

não aconteceu com a sensação de leveza.

Pergunta número 11: De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 tudo, que nota você

daria para a profundidade em que você entrou?

Todos os sujeitos da amostra, ao responder esta pergunta, indicaram

profundidade a partir do nível 6, motivo pelo qual níveis inferiores não são

citados nesta tabela.

Sessão 1:

Sujeitos Categorias % dos sujeitos

1, 2, 3, 5, 6, 7, 8, 9, 10 Leve 90%

Pesado

Leve e Pesado

4 Outras sensações 10%

Nenhuma

Page 132: Efeitos da hipnose na diabetes

127

Na primeira sessão, 50% dos sujeitos disseram ter chegado a um nível

de profundidade 8; 20% disseram ter entrado num nível de profundidade 6 e

outros 20% em um nível de profundidade 7; 10% dos sujeitos indicaram ter

entrado em um nível de profundidade 10.

Sessão 2:

Já na segunda sessão, 40% dos sujeitos disseram ter chegado a um

nível de profundidade 9; 20% disseram ter entrando num nível de profundidade

7 e outros 20%, em um nível de profundidade 10; 10% dos sujeitos indicaram

ter entrado em um nível de profundidade 6, enquanto outros 10% disseram ter

entrado em um nível de profundidade 8.

Sessão 3:

Sujeitos Profundidade % dos sujeitos

7, 9 6 20%

1, 4 7 20%

2, 3, 6, 8, 10 8 50%

9

5 10 10%

Sujeitos Profundidade % dos sujeitos

3 6 10%

4, 9 7 20%

1 8 10%

2, 5, 6, 8 9 40%

7, 10 10 20%

Page 133: Efeitos da hipnose na diabetes

128

Na última sessão, os níveis de profundidade apontados pelos sujeitos

aumentaram, pois o menor valor indicado, por 30% dos sujeitos, foi 8. Outros

30% indicaram ter vivenciado um nível de profundidade 9, enquanto 40% dos

sujeitos disserem ter chegado a um nível de profundidade 10.

Pergunta número 12: Algum outro comentário sobre essa experiência?

No decorrer das sessões, alguns sujeitos responderam “não” a essa

pergunta. Os comentários diferentes da resposta “não” estão catalogados na

tabela apresentada a seguir, divididos por sujeito (alguns comentários

ocorreram em sessões diferentes, mas foram agrupados por sujeitos):

Sujeitos Profundidade % dos sujeitos

1, 3, 4 8 30%

2, 7, 9 9 30%

5, 6, 8, 10 10 40%

Sujeito Comentário

1 Posso dizer que o que você fez em mim foi hipnose? É que eu

nunca fiz hipnose então não sei como é. O tempo todo eu

estava consciente.

2 Interessante dizer que alguns momentos não eram uma

lembrança, eu estava vivenciando mesmo, de quase ver

mesmo. Mas ao mesmo tempo estava totalmente lúcida. Acho

que pode ajudar em muitas coisas. Pensei até, durante o

tempo que você esteve falando, às vezes eu ouvia, às vezes

eu ia para outros lugares, pensando em outras coisas. Coisas

boas.

Page 134: Efeitos da hipnose na diabetes

129

4 Tinha horas em que eu fugia para assuntos que você não

estava falando. Não é preocupação, mas eram assuntos

paralelos. Surgiam do nada, não eram assuntos que eu tinha

que resolver. Agora eu nem vou lembrar.

6 Eu achei que foi uma boa experiência. Eu gostei muito. Para

mim foi uma coisa nova.

7 Se funcionar para mim pelo resto do dia vai ser excelente.

10 Não, só que realmente é interessante ver como mexe com a

gente. E que foi muito bom. Carreguei minhas pilhas. Acho

que vou começar a fazer isso em casa.

Page 135: Efeitos da hipnose na diabetes

130

6. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

De um modo análogo à apresentação dos resultados, a discussão terá

início verificando-se as variáveis apresentadas, por meio de análises

individuais e transversais entre elas. A fim de proceder-se à avaliação, os

dados foram apreciados tanto do ponto de vista quantitativo, quanto qualitativo.

Variável 1: Dados sócio-demográficos

Na amostra total (grupo intervenção e grupo controle), a média de idade

é de 52 anos; 28% dos sujeitos têm abaixo de 45 anos de idade; 33% têm

entre 45 e 56 anos de idade e 39% têm acima de 56 anos de idade. Nesse

grupo, fica evidenciado que 89% dos sujeitos são casados; 5% são solteiros e

6%, viúvos, o que condiz com pesquisas sobre prevalência de sexo e estado

civil de pessoas com diabetes tipo 2 no Brasil (GOLDENBERG et al., 2003).

Os sujeitos que compuserem essa amostra, em sua maioria, eram

mulheres (83%). Segundo dados do Goldenberg et al. (2003), em um estudo

multicêntrico de prevalência de diabetes mellitus no Brasil, a quantidade de

homens e mulheres com diabetes tipo 2 no Brasil é equivalente, o que difere da

amostra nesta pesquisa. Não há justificativa específica para uma maior

quantidade de pessoas do sexo feminino ter procurado participar da pesquisa.

Podemos apenas fazer especulações referentes ao tipo de divulgação

realizada (e-mail e consultórios médicos) assim como o tipo de temática da

pesquisa, apenas pressupondo que a divulgação atingiu mais as mulheres que

homens e que, a temática, considerada “alternativa” pelo senso comum, tenha

atraído mais o público feminino. Na opinião deste pesquisador, a primeira

hipótese mostra-se mais provável, pois a divulgação concentrou-se nas mãos

de médicas endocrinologistas que indicaram a pesquisa a suas pacientes,

Page 136: Efeitos da hipnose na diabetes

131

assim como os e-mails foram melhores divulgados pelo público feminino

(segundo feedback dos sujeitos da pesquisa).

Nos resultados, também é possível observar que a maior parte da

amostra total (61%) tem nível universitário (pelo menos 15 anos de estudo).

Isso não condiz com a realidade do país, nem com os dados coletados por

Goldenberg et al. (2003), que indicam que os sujeitos portadores de diabetes

tipo 2, em sua maioria, têm no máximo 8 anos de estudo. Umas das

possibilidades para essa explicação talvez siga o mesmo caminho da

justificativa em relação à prevalência por sexo: o tipo de divulgação tenha

chegado a pessoas com maior formação escolar formal.

A ocorrência por ocupação foi bem diversificada nos grupos controle e

intervenção, e por isso não se pode dizer que pessoas de uma ocupação

específica procuraram participar mais da pesquisa que outras. O que é possível

afirmar é que as pessoas que trabalhavam como autônomas tinham mais

flexibilidade de horário para realizar a pesquisa do que as pessoas que

trabalhavam em empresas cumprindo horários mais rígidos, motivo pelo qual

os horários de sábado e domingo foram preenchidos pelos últimos sujeitos.

Quanto à religião, os resultados demonstraram um grupo maior de

pessoas que têm a religião católica como escolha, o que condiz com os

estudos sobre religiosidade em nosso país (SCHULTZ, 2005).

Avaliando todos os sujeitos, verifica-se que 6% tinham menos de 30

anos quando foram diagnosticados como portadores de diabetes mellitus tipo

2. Já 22% foram diagnosticados quando tinham entre 30 e 39 anos. A maior

porcentagem da amostra (44%) foi de sujeitos que tinham de 40 a 49 anos

quando foram diagnosticados, dado que vem de encontro aos estudos de

Page 137: Efeitos da hipnose na diabetes

132

Gross et al. (2002), segundo os quais a idade de início do diabetes tipo 2 é

variável, embora seja mais freqüente após os 40 anos de idade. Nesse grupo,

83% dos sujeitos começaram o tratamento a partir do diagnóstico da doença,

enquanto 17% começaram o tratamento pelo menos após um ano de terem

sido diagnosticados. Estes sujeitos disseram demorar a começar o tratamento

porque não queriam privar-se de nada por causa da doença (principalmente no

caso das dietas alimentares), mas tiveram que acabar cedendo por motivos de

saúde.

Segundo Correa et al. (2003), a obesidade e sobrepeso estão presentes

na maioria dos pacientes diabéticos tipo 2, sendo que sua prevalência varia

dependendo de fatores genéticos e ambientais (educacionais e culturais).

Concordando com os dados levantados por eles, na amostra total, é possível

observar que nenhum dos sujeitos participantes está abaixo do peso: 22%

encontram-se na faixa de peso considerada normal, enquanto a maioria (78%)

está acima do peso, segundo seu IMC (índice de massa corporal).

Em relação a outras doenças concomitantes ao diabetes, 87% dos

sujeitos (considerando os dois grupos) disseram ter alguma comorbidade

associada. As maiores ocorrências somadas (53%) referem-se ao colesterol

elevado e hipertensão arterial. Segundo Scheffel et al. (2004), o

comprometimento arteroesclerótico das coronarianas, dos membros inferiores

e das regiões cerebrais é comum nos pacientes com diabetes mellitus do tipo 2

e constitui a principal causa de morte desses pacientes. Essas complicações

macroangiopáticas podem ocorrer mesmo em estágios precoces do DM e se

apresentam de forma mais difusa e grave do que em pessoas sem DM.

Page 138: Efeitos da hipnose na diabetes

133

Segundo Sartorelli e Franco (2003), algumas evidências sugerem que o

sedentarismo, favorecido pela vida moderna, é um fator de risco tão importante

quanto à dieta inadequada na etiologia da obesidade e possui uma relação

direta e positiva com o aumento da incidência do diabetes tipo 2 em adultos,

independentemente do índice de massa corporal. Alguns estudos demonstram

que o controle de peso e aumento da atividade física diminui a resistência à

insulina, diminuindo as chances de se desenvolver o diabetes mellitus. Foi

interessante verificar nos sujeitos uma possibilidade correlacional com o que foi

apontado pelos autores, pois a maioria dos sujeitos (83%) disse não praticar

atividade física.

Já no que diz respeito à dieta, tem-se que 67% dos sujeitos disseram

seguir uma, enquanto 33% disseram não seguir, fator esse que pode ajudar

também no controle da glicemia.

Em relação aos medicamentos usados na amostra total, observa-se que

44% dos sujeitos usam apenas medicamentos como as Biguanidas, enquanto

56% usam Biguanidas e Sulfonilureias concomitantemente. Nenhum dos

sujeitos dessa amostra disse apenas usar as Sulfonilureias para tratamento do

diabetes. Os remédios citados estão entre os mais usados entre os pacientes

diabéticos tipo 2, já que, conforme observado por Hirata e Hirata (2006), os

tipos mais conhecidos de medicamentos são as sulfoniluréias (que aumentam

a secreção de insulina pelo pâncreas), as biguanidas (que aumentam a

sensibilidade do organismo à insulina já produzida) e a acarbose (que torna

mais lenta a absorção da glicose no intestino, dando tempo ao organismo para

manter a glicemia normal). Nota-se que nenhum paciente declarou usar este

último tipo de remédio citado pelos autores.

Page 139: Efeitos da hipnose na diabetes

134

Como último item apresentado no levantamento sócio-demográfico,

temos a referência em relação a filhos; no grupo, nota-se que 94% tem pelo

menos um filho. Esse dado é importante, pois, como será observado na

variável seguinte, muitos sujeitos indicaram como lembrança agradável

recordar o nascimento dos filhos.

Variável 2: Vivências agradáveis

A amostra total de vivências (citadas pelo grupo intervenção e controle)

como apresentado nos resultados, conta com um N de 92 distribuídos, de

forma heterogênea entre os sujeitos do grupo. Do total de vivências citadas

nesse grupo, 22% enquadram-se na categoria Sensações Prazerosas. Um

primeiro motivo para uma maior ocorrência de vivências pertencentes a essa

categoria talvez se deva ao fato de as mesmas vivências poderem ser

indicadas mais de uma vez pelo mesmo sujeito, pois na descrição de uma

vivência podem existir diversas citações de lembranças que remetem

diretamente a sensações físicas diferentes que o sujeito gosta de sentir. Outro

motivo um pouco mais específico para o aumento dessas ocorrências remete

às escolhas do sujeito 7 do grupo de intervenção. Esse sujeito indicou

lembranças que se encaixam nessa categoria (categoria E - Sensações

Prazerosas) quatro vezes, enquanto os outros sujeitos, de ambos os grupos

(intervenção e controle) indicaram no máximo duas vezes. Baseado em

observações do pesquisador, um possível motivo para essa maior escolha

deve-se ao fato do sujeito em questão funcionar cognitivamente de uma

maneira mais cinestésica, pois, em vários momentos de seu discurso, usava

palavras e descrevia histórias relativas à suas lembranças por meio de

Page 140: Efeitos da hipnose na diabetes

135

adjetivos associados aos sentidos olfativo, tátil e gustativo. Hall et al. (2005),

assim como outros pesquisadores da área de neuropsicologia, indicam que

existem características cognitivas de funcionamento em relação aos sentidos, e

que as pessoas costumam interagir com o mundo, cognitiva e sensório-

perceptualmente usando estratégias visuais, auditivas e cinestésicas (esta

última referente ao olfato, tato e paladar).

Foi interessante observar que a maioria das categorias criadas refere-se

a momentos específicos e intensos de prazer, de vivências que aconteceram

de forma bem localizada no passado. Nesse grupo, podemos colocar as

categorias Nascimentos, Viagens, Conquistas, Presentes Importantes,

Conhecer Cônjuge, Experiências Religiosas. Um dos motivos para explicar isso

pode ser o funcionamento da memória em relação a acontecimentos

estressantes e emocionalmente significativos, que permanecem na memória

por muito tempo e são lembrados de forma explícita. Conforme elucidado por

Bohleber (2007), eventos intensos, com caráter de afeto positivo ou negativo,

são mais facilmente registrados na memória a longo prazo do que eventos

menores, mais rotineiros. Por isso, quando foi solicitado aos sujeitos que

sugerissem situações agradáveis que gostariam de viver em transe, uma das

buscas foi por eventos mais facilmente lembráveis associados muitas vezes a

registros de situações intensas. Interessante foi notar no grupo intervenção,

que no decorrer das sessões, outras lembranças foram surgindo, lembranças

estas, muitas vezes relacionadas a eventos de vivência mais rotineira, de

prazeres não associados a momentos de intensidade, mas a momentos que os

sujeitos podem vivenciar no seu dia a dia, como no exemplo das categorias:

Relacionamentos Afetuosos, Sensações Prazerosas, Lugares Agradáveis e

Page 141: Efeitos da hipnose na diabetes

136

Aprendizagens. Cabe ressaltar, que o sujeito número 7 do grupo intervenção e

o sujeito número 7 do grupo controle indicaram ambos, categorias associadas,

em sua grande maioria, a situações e sensações agradáveis que podem ser

vivenciadas no dia a dia. Não foi o foco do trabalho analisar o motivo de tais

escolhas, mas fica como um dado a ser refletido de forma mais específica,

criando apenas suposições e traçando dados correlacionais (ambos tem alturas

próximas, ambos são do mesmo sexo, ambos não praticam atividade física,

ambos são casados, ambos tem filhos, ou simplesmente ambos buscam viver a

vida por meio de situações prazerosas no dia a dia).

É importante notar que, a categoria Nascimentos, referentes a

lembranças de nascimento de filhos e netos, foi descrita como prazerosa. Ela

aparece em terceiro lugar das categorias que mais tiveram vivências citadas. É

possível intuir que esse tipo de lembrança realmente fica registrada de maneira

intensa e positiva na memória das pessoas, e que pode, em circunstâncias

específicas, promover saúde e bem estar. Fator que se comprova por meio da

observação de que 56% dos sujeitos indicaram, pelo menos uma vez,

lembranças que se enquadram nessa categoria, ainda mais considerando que

eventos como o nascimento de filhos e netos ocorrem poucas vezes na vida.

Um último aspecto importante a ser mencionado com relação a essa

variável refere-se à categoria Experiências Religiosas. Essa categoria foi criada

exclusivamente para abarcar as vivências do sujeito número 5 do grupo

intervenção, pois citou duas vivências que não se enquadravam em nenhuma

outra categoria. Foi interessante notar que essa escolha pode estar

correlacionada aos dados sócio-demográficos do sujeito, pois ao responder

sobre religião, expressou-se de forma positivamente intensa e exaltada,

Page 142: Efeitos da hipnose na diabetes

137

declarando ter e praticar a religião proferida (observação e inferência do

pesquisador sobre o evento ocorrido). Na primeira sessão, a indicação dessas

vivências de cunho religioso respondia à metade das vivências indicadas por

esse sujeito (no decorrer das sessões seguintes, o sujeito indicou mais duas

vivências que gostaria de experienciar durante o estado hipnótico).

Variável 3: Níveis de Glicemia

Durante a discussão dos dados referentes a essa variável, não podemos

esquecer que o foco principal da análise será sobre o grupo intervenção, pois o

grupo controle, nessa variável, serviu de apoio para observar e comparar se

eventuais alterações dos níveis de glicemia seriam conseqüência apenas do

decorrer do tempo de coleta. Como se observa nos resultados, o grupo

controle não apresenta alteração significativa nos níveis de glicemia. Por esse

motivo, não ocorrendo nenhum tipo de intervenção com os sujeitos, é esperado

que pacientes diabéticos tipo 2 não apresentem, durante o período de 50

minutos, alterações significativas no nível de glicemia no sangue (para coletas

realizados em horários, ambiente e com exigências semelhantes).

Conforme informações prestadas pelo médico Dr. Régis Cavini Ferreira,

alterações no nível de glicemia do sangue, decorrentes de eventos externos e

internos, podem ser observadas em curto espaço de tempo. Gross et al. (2002)

afirmam que podem ser realizadas medições em menos de 15 minutos e

alterações já podem ser verificadas no nível de glicemia do sangue. Durante as

medições, buscou-se avaliar a ocorrência de alterações, e se poderiam estar

relacionadas aos eventos aos quais os sujeitos da pesquisa estavam sendo

submetidos. Alguns estudos, como citado por Silva et al. (2004), indicam que o

relaxamento propicia mais saúde ao paciente com diabetes tipo 2 e durante a

Page 143: Efeitos da hipnose na diabetes

138

intervenção, para levar os sujeitos a terem lembranças e situações agradáveis

em hipnose, foi usado, como umas das técnicas de indução, o relaxamento.

Como pode ser observado, as medições após o relaxamento não mostraram

um padrão de funcionamento especifico (medidas na fase 2). Em alguns

sujeitos o nível de glicemia subia, em outros descia, e, numa boa parte, os

níveis de glicemia permaneciam inalterados. Com esses dados, talvez seja

possível indicar que se houve alguma alteração significativa no nível de

glicemia dos sujeitos, o relaxamento não foi o principal responsável.

A partir das observações das alterações do nível de glicemia no decorrer

das sessões, avaliando as fases 3 e 4, verifica-se uma constante evolução e

padronização das respostas glicêmicas dos sujeitos, uma vez que, após 3

sessões, as medidas glicêmicas apresentaram comportamento similar ao final

da intervenção. Segundo Zeig (1985) e Haley (1991), vivenciar o estado

hipnótico é um aprendizado, quanto mais alguém se submete a tal estado, mais

fácil e mais profundo o processo, o que pode propiciar vivências cada vez mais

intensas e benéficas ao paciente.

Observando as três sessões, verifica-se que na primeira 50% dos

sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com taxas variando

numa redução de 4,76% a 13,57%, numa média de redução percentual de

8,01%. Já na segunda sessão, em 80% dos sujeitos, o nível de glicemia

diminuiu, com taxas de redução variando de 3,65% a 19,83%, numa média

percentual de 9,73%. Na última sessão (sessão 3), assim como na sessão

anterior, 80% dos sujeitos apresentaram diminuição no nível de glicemia com

taxas variando numa redução de 4,96% a 19,88%, numa média de redução

percentual de 13,20%. Isso realmente aponta que no decorrer das sessões, o

Page 144: Efeitos da hipnose na diabetes

139

número de sujeitos que tiverem redução no nível de glicemia foi aumentando.

Além disso, a média percentual de diminuição também acompanhou esse

aumento, pois foi aumentando no decorrer das sessões. Baseado nessas

informações, é possível dizer que parece realmente existir uma ligação entre as

vivências agradáveis propostas através da hipnose e a alteração dos níveis de

glicemia dos sujeitos pesquisados. O interessante é que tais alterações são,

em dados de saúde, benéficas aos pacientes, pois os níveis de glicemia

diminuíram, chegando a alguns casos a uma medida localizada dentro dos

padrões da normalidade. Fomentando tais indicativos, Uvna¨s-moberg (1998)

cita uma pesquisa que mostra a influência positiva da Ocitocina (substância

associada a vivências prazerosas) sobre o organismo, seja atuando como

hormônio anti-stress, seja estimulando um crescimento celular saudável, seja

até mesmo estimulando a indução de hormônios gastrintestinais como a

insulina. O interessante nesse estudo é a indicação de que a estimulação da

ação de tal substância possa ser condicionada a estados psicológicos e ligados

à imaginação, indicando os benefícios reais de terapias como hipnose.

Foi interessante observar que, em certo momento das sessões, em dois

sujeitos do grupo intervenção, houve um aumento do nível glicêmico. O

primeiro foi o sujeito número 2, que na primeira sessão apresentou um

aumento de 12,36% da taxa de glicemia. Posteriormente, na entrevista sobre

impressões a respeito da intervenção, o sujeito citou que uma das vivências

indicadas por ele não se desenvolveu da maneira como ele esperava durante a

hipnose. Esse sujeito havia indicado entre suas vivências, uma que se

enquadrava na categoria Conhecer Cônjuge. Mas o sujeito não havia

informado que o respectivo cônjuge já havia falecido. Durante o processo de

Page 145: Efeitos da hipnose na diabetes

140

recordação da vivência, segundo relato do sujeito, a lembrança que estava

ficando agradável começou a ficar triste, a tornar-se desagradável. Nas

sessões seguintes, tendo elaborado melhor tal lembrança, esse sujeito passou

a apresentar diminuição nos níveis de glicemia. Outro sujeito que apresentou

alterações semelhantes foi o de número 4, que na segunda sessão apresentou

um aumento de 8,00% da taxa de glicemia. Esse sujeito relatou que durante a

sessão de hipnose, quando se imaginava em sua futura casa, começou a

lembrar-se do animal de estimação que tinha e havia falecido. Na sessão

seguinte, tendo elaborado melhor tal lembrança, esse mesmo sujeito

apresentou diminuição no nível de glicemia.

Parece então haver uma correlação entre a qualidade da lembrança

(lembrança agradável e desagradável aos olhos de quem lembra) e a alteração

orgânica vivida. Vivenciar em transe lembranças boas (consideradas

agradáveis pelo individuo) parece alterar o organismo de maneira positiva (em

termos de glicemia) assim como vivenciar lembranças desagradáveis em

transe parece ter um efeito não saudável (no caso em questão, em termos do

nível de glicemia). Uma pesquisa realizada por Dagher et al. (2001), sobre

sensações prazerosas e aversivas, parece explicar um pouco desse

funcionamento. Eles demonstraram que os estímulos prazerosos estimulam

áreas cerebrais diferentes dos estímulos aversivos, considerando que existem

duas áreas distintas no cérebro, uma referente a recebimento de estímulos

prazerosos (sistema de recompensa) e outra referente a estímulos aversivos

(sistema de punição) e que tais áreas afetam o funcionamento do organismo.

Uma questão interessante que pode surgir sobre o assunto das

vivências ou situações agradáveis é: haveria alguma alteração significativa no

Page 146: Efeitos da hipnose na diabetes

141

nível glicêmico, caso os sujeitos apenas pensassem, fora do estado hipnótico,

nas lembranças mencionadas durante a pesquisa? A fim de responder a essa

pergunta, num primeiro momento, cabe avaliar a primeira sessão realizada com

cada paciente. Na primeira sessão, após responderem ao questionário sócio-

demográfico, os sujeitos responderam à entrevista 2 (Anexo 3 – dados para

indução) na qual eram levantadas as situações e vivências agradáveis que os

sujeitos gostariam de experimentar durante o estado hipnótico. É possível

observar, avaliando-se as medidas glicêmicas antes e após tais entrevistas,

que não houve alteração do nível glicêmico, o que pode indicar que apenas

pensar em tais lembranças de forma ordinária, talvez não afete o organismo a

ponto de provocar alterações no nível de glicemia no sangue. Outra

possibilidade seria ler as lembranças para o grupo controle, enquanto os

sujeitos se encontravam de olhos fechados e verificar se ocorreriam alterações

no nível glicêmico. Haveria aqui um problema, pois, ao colocar os sujeitos

deitados e dependendo da forma que as lembranças fossem lidas pelo

pesquisador, poderia, já ali, começar a ocorrer uma indução hipnótica, o que

inviabilizaria qualquer comparação com os dados da intervenção, já que

segundo Galvão (2003), o processo de indução é bem simples e colocar

alguém em transe não requer muito esforço, segundo uma abordagem

Ericksoniana. Ressaltando ainda os trabalhos de Kosslyn et al. (2000), que em

sua pesquisa demonstraram, através de imagens do cérebro, que apenas

imaginar cores em estado ordinário é diferente para o cérebro do que imaginar

cores em estado hipnótico, pois nesse segundo estado o cérebro responde

como se realmente estivesse vendo as cores imaginadas, apenas

Page 147: Efeitos da hipnose na diabetes

142

estabelecendo correlações. Se imaginar é diferente de imaginar em transe,

talvez simplesmente lembrar seja diferente de lembrar em transe.

Variável 4: sensações de bem estar

Durante a discussão dos dados referentes a esta variável, é preciso

lembrar que o foco principal da análise será sobre o grupo intervenção, já que o

grupo controle, serviu de apoio para observar e comparar se eventuais

alterações das sensações de bem estar são conseqüência apenas do decorrer

do tempo de coleta. Como se observa nos resultados, apenas um dos sujeitos

desse grupo apresentou algum tipo de alteração na sensação de bem estar e

declarou que se sentiu melhor do que estava quando iniciou o processo.

Já no grupo intervenção, verifica-se um constante aumento nas

indicações de como estavam se sentindo os sujeitos ao final das sessões. Na

primeira sessão, 80% dos sujeitos indicaram se sentir melhor após a

intervenção, enquanto 10% sentiam-se da mesma maneira. Outros 10% da

amostra indicaram sentir-se pior após a intervenção (sujeito número 4). Esse

sujeito relatou que foi desconfortável ter que voltar do processo, e por isso

estava se sentindo pior do que quando começou. Comparando os dados da

redução do nível glicêmico, tem-se que enquanto em 50% dos sujeitos o nível

de glicemia era reduzido, a indicação de sentir-se melhor ocorria com 80% dos

sujeitos na mesma amostra e na mesma sessão, o que pode indicar não haver

relação direta entre sentir-se bem subjetivamente e estar bem objetivamente.

Já na segunda sessão, 90% dos sujeitos indicaram sentir-se melhor do que no

começo da sessão, enquanto 10% dos sujeitos indicaram sentir-se pior.

Novamente esse foi o sujeito 4, que relatou desconforto ao retornar da hipnose.

Page 148: Efeitos da hipnose na diabetes

143

Nessa sessão, esse sujeito também apresentou um aumento no nível de

glicemia, e talvez aqui possa existir uma correlação entre sentir-se mal e ter

nível glicêmico aumentado.

Em vista disso, pensado na amostra como um todo, houve um aumento

na sensação subjetiva de bem estar, assim como uma diminuição dos níveis de

glicemia dos sujeitos. Isso pode ser notado mais claramente na última sessão,

quando todos os sujeitos da amostra declararam sentir-se melhor no final da

sessão do que antes. Foi interessante observar que a escolha da cor referente

a sentir-se muito bem (cor vermelha) foi crescendo durante as sessões. Na

primeira sessão essa era a cor escolhida após a intervenção por 20% dos

sujeitos. Na segunda sessão passou a ser a cor escolhida por 40% dos sujeitos

e na terceira sessão passou a ser a cor escolhida por 70% dos sujeitos.

Também é interessante notar, como mostra a tabela da terceira sessão, que

após as intervenções todos os sujeitos sentiam-se bem (30%) e muito bem

(70%) e em nenhum dos sujeitos o nível de glicemia aumentou: ou o nível se

manteve estável, ou diminuiu.

Deste modo, nota-se que o processo de induzir uma pessoa a vivenciar

lembranças agradáveis em hipnose, de alguma maneira, produz sensações

subjetivas agradáveis aos sujeitos que a vivenciam. É interessante pensar,

que mesmo que não tivessem ocorrido alterações positivas no nível de glicemia

dos sujeitos, eles ao menos se sentiam subjetivamente bem ao final do

processo. Para justificar a importância disso, cabe retomar aqui a pesquisa

realizada por Post (2005), em que se demonstrou que emoções positivas

diminuem os efeitos do stress e da resposta luta-luta, o que garante um melhor

funcionamento do sistema imune, gerando saúde.

Page 149: Efeitos da hipnose na diabetes

144

Variável 5: Impressões sobre a intervenção

É importante enfatizar que esta categoria refere-se apenas ao grupo

intervenção, visto que para a coleta de dados foi o único grupo que recebeu a

indução hipnótica, razão pela qual, apenas esses sujeitos passaram pela

entrevista 3 (anexo 7).

Foi interessante notar que os sujeitos indicaram, em sua maioria,

impressões positivas sobre o processo. Indicaram sentir-se muito bem e ter

valido à pena participar da pesquisa. Talvez pelo fato de estarem se sentido

bem, eles indicaram que fariam novamente mais sessões como as realizadas

com eles. Também foi interessante perceber que a cada nova sessão os

sujeitos iam se referindo cada vez mais positivamente com relação ao

processo.

Conforme pontuado anteriormente, existe um aprendizado em relação

ao processo de ser hipnotizado, o que pode ser observado no decorrer das

sessões, à medida que os sujeitos foram se sentido cada vez melhor com o

passar do tempo. Um dado que vem de encontro a essa observação refere-se

ao nível de profundidade no qual o sujeito disse ter entrado. Na primeira

sessão, o menor índice de profundidade indicado foi 6 (em uma escala de 0 a

10). Na segunda sessão, o índice 6 ainda foi indicado (por menos sujeitos) e

houve um aumento de indicação de índices maiores (8, 9 e 10). Na última

sessão, o menor índice indicado foi 8 e houve uma maior ocorrência do índice

10. Isso comprova que o contato com a hipnose vai sendo otimizado com o

tempo. Com base em dados clínicos, é possível afirmar que quanto mais o

Page 150: Efeitos da hipnose na diabetes

145

sujeito entra em contato com a hipnose, mais profundamente ele avança,

tornando as alterações cada vez mais positivas.

Um dos indícios de que o paciente realmente entrou em transe ocorre

quando ele indica ter vivenciado sensações sugeridas pelo hipnoterapeuta. Foi

interessante notar que todos os sujeitos, na sessão 3, indicaram sentir o corpo

leve, conforme foi induzido pelo pesquisador. Outro indício é o de se esquecer

de algumas falas do hipnoterapeuta durante o processo de indução. Durante as

sessões esse fenômeno foi aumentando em termos de ocorrência e na última

sessão 70% dos sujeitos disseram não se lembrar de algo do que foi dita

(PASSOS e LABATE, 1998). Foi interessante notar também que a sensação de

perda de controle sentida por alguns foi um aspecto que assustou no começo,

mas com as quais, no decorrer das sessões, os sujeitos foram se

acostumando.

Por fim, cabe ressaltar, sobre a aplicabilidade da intervenção, que ao

final de todo processo, 80% dos sujeitos disseram estar dispostos a fazer o

procedimento ao qual foram submetidos duas vezes por semana.

Page 151: Efeitos da hipnose na diabetes

146

7. CONCLUSÃO

O intuito deste trabalho não foi o de responder nem de elucidar todas as

questões pertinentes ao assunto hipnose. Desde a elaboração da revisão

bibliográfica, questionamentos e possibilidades de desenvolvimento foram

surgindo, norteando idéias sobre pesquisas que ainda precisam ser

aprimoradas. Como se nota no trecho que retrata a história da hipnose no

mundo e no Brasil, sempre houve divergências em relação ao seu uso e a suas

definições. O número de pesquisas hoje vem aumentando, mas um

pressuposto básico acaba sendo deixado de lado nessas pesquisas: o que

realmente é hipnose. Apesar de se adotar uma postura próxima a definição do

que é proferido pela Neurociência hoje, ainda faltam trabalhos mais claros e

objetivos que visem delinear e definir tal temática.

Isto posto, cabe ressaltar algumas ressalvas neste trabalho. A primeira

delas diz respeito ao número de sujeitos participantes da pesquisa. Como o

número foi baixo (total de dez sujeitos no grupo que recebeu hipnose e oito

sujeitos no grupo controle), fica aqui a idéia de uma pesquisa com um N maior,

pois, apesar dos dados serem positivos, talvez sirvam mais para dar um norte e

indicar possíveis caminhos do que realmente ser estaticamente conclusivo em

termos quantitativos.

Outra idéia interessante seria a de se usar outras medidas orgânicas e

correlacioná-las de maneira mais especifica entre si. O nível de glicemia no

sangue, medido através de aparelhos como o usado nesta pesquisa, facilita

bastante o trabalho, mas também restringe outras possibilidades. Talvez, se

Page 152: Efeitos da hipnose na diabetes

147

além da averiguação do nível de glicemia, fosse possível observar marcadores

endocrinológicos, como por exemplo, medidas de alterações hormonais.

Como os efeitos foram medidos apenas durante as sessões, não é

possível saber se as sensações vivenciadas ajudaram essas pessoas em uma

sessão ou durante um tempo maior, fato que abre outra possibilidade para

novas pesquisas, como por exemplo, os efeitos a longo prazo de tal

procedimento. Ainda sobre esses efeitos, foi interessante notar que vivenciar a

hipnose é um aprendizado, quanto mais alguém se submete a tal

procedimento, mais fácil e mais profundo o processo, o que pode propiciar

vivências cada vez mais intensas e benéficas ao paciente, como foi notado ao

longo das sessões de intervenção.

Mesmo reconhecendo a existência de muitas lacunas nesta pesquisa, é

possível afirmar que sua importância está na constatação de dados

reveladores. Primeiramente, que ainda que a hipnose tenha funcionado como

um remédio, tomado algumas vezes por semana, de alguma maneira ela pode

atuar na sensação de melhora das pessoas. Em segundo lugar, conforme

mostram os dados que pensar e sentir coisas boas favorece a saúde; pensar e

sentir coisas ruins leva à ausência dela. Quanto mais intensos forem esses

pensamentos e sentimentos, provavelmente também o serão seus efeitos.

Apesar de todas as possibilidades apontadas, é possível afirmar que o

trabalho cumpriu seu objetivo principal, podendo mostrar essa verdadeira

interação psicossomática, esse funcionamento orgânico e emocional,

simultâneo e que denota um todo único. Apesar de a amostra ser pequena, é

possível notar, ao final de todas as sessões, que é inegável que tenham

ocorrido alterações no nível de glicemia e na sensação de bem estar dos

Page 153: Efeitos da hipnose na diabetes

148

sujeitos pesquisados, alterações estas consideradas saudáveis( ressaltando

que alguns sujeitos tiveram o nível de glicemia diminuído aos padrões da

normalidade), e resultantes das lembranças sugeridas pelos próprios sujeitos.

Todos esses fatos mostram que, de alguma maneira, vivenciar situações

agradáveis em hipnose pode ajudar pacientes diabéticos tipo 2 a melhorarem

em suas condições, sejam elas emocionais, orgânicas, psicossomáticas, enfim.

Page 154: Efeitos da hipnose na diabetes

149

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Page 163: Efeitos da hipnose na diabetes

11. ANEXOS

Page 164: Efeitos da hipnose na diabetes

159

1.1 ANEXO 1

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica

Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar COMITÊ ETICA EM PESQUISA – CEP

TERMO DE CONSENTIMENRO LIVRE E ESCLARECIDO

I- DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PARTICIPANTE DA PESQUISA

Nome do participante: ____________________________________________

Documento de identidade n°:____________________

Data de Nascimento:___/___/______

Endereço:_________________________________________________n.____

Complemento: _________________ Bairro: __________________________

Cidade: _________________________________ CEP: __________________

Telefone: ( ) __________________________________________________

II – DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTÍFICA

Título do protocolo de pesquisa: Repercussões Psicossomáticas da Hipnose em pessoas com Diabetes Mellitus tipo II. Pesquisador: Rodrigo Cazarotto Mateus Profissão: Psicólogo Inscrição do Conselho Regional n°: CRP XX/XXXXX Avaliação de Risco da Pesquisa: Risco Baixo III – REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISDOR AO PARTICIPANTE DA PESQUISA

Você está sendo convidado a participar de uma pesquisa que tem como titulo: Situações agradáveis vivenciadas em hipnose e diabetes mellitus tipo II. Esta pesquisa tem com objetivo principal verificar se existe alteração no nível de glicemia e na sensação de bem estar de pacientes diabéticos tipo II após vivenciarem situações agradáveis através da hipnose. Para a coleta de dados serão utilizados 5 instrumentos, a saber:

1. Entrevista semidirigida 1, para levantamento de dados demográficos e para levantamento e situações consideradas agradáveis pelo entrevistado;

2. Medidor de nível glicêmico Accu-Check Active; 3. Escala de Cores VAS para medição da sensação de Bem

Estar; 4. Aplicação do protocolo de indução para vivências das situações

agradáveis em hipnose; (anexo 4) 5. Entrevista semidirigida 2, para levantamento a respeito das

percepções do participante em relação à experiência vivenciada;

Page 165: Efeitos da hipnose na diabetes

160

Os resultados da pesquisa serão utilizados na elaboração de um relatório como parte das necessidades para que o pesquisador obtenha o Título de Mestre em Psicologia Clinica e, para futura publicação cientifica conforme sigilo estabelecido pelo comitê de ética em pesquisa. Seu nome e de qualquer outro participante jamais será divulgado. IV – ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO PARTICIPANTE DA PESQUISA: 1. Acesso a qualquer tempo, às informações sobre procedimentos, riscos e benefícios relacionados à pesquisa, inclusive para diminuir eventuais dúvidas. 2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e de deixar de participar do estudo. 3. Salvaguarda da confidencialidade, sigilo e privacidade. V- INFORMAÇÕES PARA CONTATO DO RESPONSAVEL PELA PESQUISA Pesquisador: Rodrigo Cazarotto Mateus Endereço: Rua XxXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, n. XXXX, XXXXXXXXXXX, Campinas, SP Telefones: (XX) XXXXXXXX / XXXXXXXX / XXXXXXXX E-mail: [email protected] VI – INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Os resultados da pesquisa estarão disponíveis aos participantes a qualquer momento, bastando para tanto contatar o pesquisar e agendar data e horário. VII - CONSENTIMENTO Recebi, li e entendi a Folha de Informação do Paciente para a pesquisa acima, Também recebi uma explicação adequada sobre este estudo clínico, seus propósitos, riscos e sobre meus direitos como paciente. Eu tive a oportunidade de fazer perguntas antes de tomar qualquer decisão. Sei que a decisão de tomar parte desta pesquisa é só minha e tenho direito de mudar de idéia durante qualquer momento do estudo. Estou certo de que não serei identificado e que tudo será realizado com o máximo de confidencialidade. Com base nisso, autorizo a participação nesta pesquisa. Declaro que, após convenientemente esclarecido pelo pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto em participar da presente pesquisa. Campinas, _____ de __________________________ de 20______

___________________________________________ Assinatura do Participante da Pesquisa

___________________________________________

Assinatura do Pesquisador

Page 166: Efeitos da hipnose na diabetes

161

11.2. ANEXO 2 Entrevista 1

Identificação

Nome N°

Idade Nacionalidade

Sexo Estado Civil

Homem Mulher

Número de filhos Ocupação

1 2 3 ou mais

Escolaridade

Até 4ª série Até 8ª série Até 2º grau 3º grau inc. 3º grau compt.

Religião Freqüenta?

Sim Não

Dados Clínicos

Quanto tempo de diagnóstico? Quanto tempo em tratamento?

Peso Altura

Outras doenças

Tipo de medicamento Faz exercícios Faz controle alimentar

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162

11.3. ANEXO 3 - Entrevista 2

Dados Para Indução:

Por favor, descreva 3 situações que você já viveu ou gostaria de viver que você chamaria de muito boa (muito agradável) e fez (ou faria)você se sentir muito bem

SITUAÇÃO AGRADÁVEL 1

SITUAÇÃO AGRADÁVEL 2

SITUAÇÃO AGRADÁVEL 3

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163

11.4. ANEXO 4

VAS – Visual Analog Scale

Escolha que cor representa sua sensação de bem estar nesse

exato momento. Considere a cor amarelo a cor mediana da escala.

Muito Bem

Bem Normal Mal Muito Mal

5 4 3 2 1

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164

11.5. ANEXO 5:

APARELHO ACCU-CHECK ACTIVE ESPECIFICAÇÕES: Marca: Roche Diagnóstica Modelo: 03534332023 Dimensão do Produto: 170 x 140 x 80 mm Peso do Produto: 1,000 Kg Dimensão da Embalagem: 170 x 140 x 80 mm Rápido - Resultado em apenas 5 segundos. Memória para 200 resultados com data e hora e média dos últimos 14/30 dias, tornando o controle do Diabetes mais eficaz. Fácil de usar, com apenas uma gota de sangue você tem o resultado em 5 segundos. Tecnologia de Fotômetro de Refletância. MODO DE USAR 1. Colocar Chip no monitor. 2. Inserir a tira reagente no monitor, não é necessário ligar, pois liga automaticamente. 3. Inserir uma pequenina gota de sangue na tira. 4. E pronto! o resultado aparece no visor e automaticamente é armazenado na memória.

Page 170: Efeitos da hipnose na diabetes

165

11.6. ANEXO 6

PROTOCOLO DE INDUÇÃO ... – 3 pontos significam pausas de aproximadamente 1 seg. Use um volume de voz baixo, mas audível, falando de forma clara, pausada e tranqüila.

1. Ajuste-se confortavelmente ao colchão; 2. Está confortável? 3. Vou pedir agora para você começar a respirar

profundamente...isso...uma...duas...três vezes...tranquilamente e profundamente...isso... e na mediada em que você vai respirando profunda e tranquilamente... mente tranqüila... você pode perceber seus braços apoiados no colchão... suas pernas apoiadas no colchão... sua cabeça apoiada no travesseiro... seu corpo todo apoiado no colchão...e na medida em que você vai percebendo isso... aí dentro... você pode... agora... aos poucos... ir começando a ficar...cada vez mais relaxado... isso...muito bem... muito bem...

4. e talvez agora você possa direcionar sua atenção lá para baixo... lá... (falar e direcionar a voz para onde fala) para os dedos dos seus pés... e permitir que esses dedos... os dedos do pé direito...os dedos do pé esquerdo... comecem a ficar cada vez mais relaxados...isso...muito bem...cada vez mais relaxado... aí dentro...e esse relaxamento pode ir subindo... cada vez mais... continuando a relaxar todo seu pé direito... todo seu pé esquerdo... isso... subindo e percorrendo seu corpo...assim como uma corrente elétrica que percorre um circuito...como um rio que percorre um caminho...esse relaxamento vai percorrendo o seu corpo...começando agora relaxar...

5. suas panturrilhas... a panturrilha esquerda...isso...a panturrilha direita...isso...muito bem...isso...ficando cada vez mais relaxado...isso...aos poucos...aí dentro...tranqüilamente relaxado...

6. Fazer o mesmo procedimento item 5 para as seguintes partes na seqüência: Joelhos; Coxas; Pernas; Virilha; Barriga; Abdômen; Diafragma; Região Peitoral; Pescoço; Ombros; Cabeça; Olhos; Nariz; Boca; Testa;

7. Isso...agora descendo...isso...pelos seus braços...

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8. repetir item 5 para: braços; cotovelos; antebraços; pulsos; mãos; dedos das mãos;

9. Isso..percebendo que você como um todo pode ir ficando cada vez mais relaxado...isso..muito bem.. MEDIR GLICEMIA

10. e talvez agora você possa começar a prestar atenção na sua mão direita e na sua mão esquerda e perceber que elas podem começar a ficar bem pesadas...tranqüilamente...pesadas...profundamente... pesadas...relaxadamente pesadas...isso...muito bem....isso...como se suas mãos estivessem grudadas no colchão de tão pesadas...como se você não pudesse mexer suas mãos de tão pesadas...como se elas estivessem afundando no colchão de tão pesadas...isso...muito bem...intensamente pesadas bem pesadas...assim como seus pés e suas pernas podem ficar bem pesadas...como se todo seu corpo estivesse grudado no colchão de tão pesado...relaxadamente pesado....isso..bem pesado...

11. ou talvez você prefira e possa sentir seu corpo cada vez mais leve....tranqüilamente leve....agradavelmente leve...bem leve...muito leve...tão leve como se você pudesse flutuar de tão leve...leve como uma pena...leve como uma pluma...leve como um avião que voa... leve como um planador...bem leve intensamente leve...tão leve como se você pudesse flutuar de tão leve...flutuar como um balão cheio de gás que voa...bem leve...leve como um pássaro...leve...bem leve...leve como uma nuvem que plaina no ar...bem leve...agradavelmente leve...isso...

12. e sentindo-se bem leve...bem tranqüilo...e bem agradável...você pode agora começar a se recordar de momentos bem agradáveis da sua vida... a ver...sentir...ouvir ...imaginar...lembrar-se de situações muito boas da sua vida...que você já viveu ou quis viver...aí dentro...agora...e pode começar a se lembrar...

13. Começar a descrever situação agradável 1, coletada na entrevista semidirigida1. Descrever a situação em pequenos detalhes, descrevendo o cenários e as sensações agradáveis que ele sentiu e pode começar a sentir.

14. e talvez agora você também possa se lembrar de outra situação... 15. repetir item 13 com situação agradável 2. 16. repetir item 13 com situação agradável 3. 17. E agora, sentindo-se muito bem...saudável.... e tranqüilo(a) você pode ir

voltado aqui para minha sala...aos poucos...do seu jeito...no seu tempo...isso...voltando para o aqui....agora...percebendo seus pés...suas mãos...isso...mantendo por enquanto seus olhos fechados...isso...e voltando aos poucos...não mais devagar que o necessário...não mais rápido que o essencial...isso...mexendo suas mãos...devagar...bem devagar...seus pés....isso...estando aqui comigo...presente...no dia x (falar o dia, o mês, o ano e a hora do momento na saída da hipnose). Isso, podendo agora até mesmo abrir seus olhos...isso...muito bem...isso.

18. Fique um pouco nessa posição...isso. 19. Encerrar a indução e coletar a amostra de sangue final.

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11.7. ANEXO 7

Entrevista 3

Nome: sujeito n°:

Questões:

1. Como você está se sentindo?

2. O que você achou da experiência?

3. Valeu à pena?

4. Você faria de novo?

5. De qual parte você mais gostou?

6. Você se lembrou de tudo que eu falei?

7. De qual parte você menos gostou?

8. Alguma lembrança tornou-se desagradável?

9. Quantas vezes por semana você estaria disposto a fazer esse

procedimento?

10. Sentiu o corpo pesado? Leve? O que mais?

11. De 0 a 10, sendo 0 nada e 10 tudo, que nota você daria para a

profundidade em que você entrou?

12. Algum outro comentário sobre essa experiência?

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11.8. ANEXO 8

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

Programa de Estudos Pós-Graduados em Psicologia Clínica

Núcleo de Psicossomática e Psicologia Hospitalar

COMITÊ ETICA EM PESQUISA – CEP

TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR

RESPONSÁVEL

Eu, Rodrigo Cazarotto Mateus, portador do R.G. XX.XXX.XXX-X, pesquisador

responsável pelo projeto de pesquisa intitulado Repercussões

psicossomáticas da hipnose em pessoas com diabetes mellitus tipo 2,

declaro conhecer a Resolução MS/CNS – n° 196/96 e complementares do

Conselho Nacional de Saúde sobre Pesquisa Envolvendo Seres Humanos e

comprometo-me a seguir todas as suas normas e orientações, assim como a

dar conhecimento delas e exigir a co-responsabilidade de todos os outros

participantes do estudo, no seu cumprimento.

São Paulo, 20 de setembro de 2005.

_____________________________________ RODRIGO CAZAROTTO MATEUS

Pesquisador Responsável