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O afrouxamento do parafuso é uma complicação freqüentemente reportada em reabilitações com implantes (Behr et al., 1998). Em próteses cimentadas, o afrouxamento do parafuso do pilar intermediário, na maioria das vezes, causa a falha da prótese e necessidade de substituição da prótese. O objetivo do estudo foi avaliar a influência da técnica de aperto e do revestimento da rosca (lubrificante sólido) no torque necessário para afrouxar o parafuso do pilar para próteses sobre implantes cimentadas. Foi possível concluir que a associação das técnicas de aperto e os parafusos sem revestimento proporcionaram maior manutenção do torque aplicado. Efeito da técnica de aperto e do revestimento da rosca no torque de afrouxamento do parafuso do pilar para próteses cimentadas Alessandretti R*, Mesquita MF, Spazzin AO [email protected] Foram utilizados quarenta implantes (Titamax 4.1 HE, Neodent) e fixados em cilindros de alumínio (20mm de altura X 15mm de diâmetro) com resina acrílica. TABELA 1 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) dos parafusos protéticos de fixação do munhão em função da técnica de aperto e revestimento do parafuso Grupo Técnica de aperto Revestimento do parafuso Torque de afrouxamento(média) G1 Controle (fabricante) Sem 29,3 (8,1) G2 Segurando 20 segundos Sem 30,4 (4,4) G3 Retorque depois de 10min Sem 29,0 (5,7) G4 Seg. 20S + 10min + seg. 20s Sem 31,5 (3,7) G5 Controle (fabricante) Com 24,8 (5,5) G6 Segurando 20 segundos Com 26,4 (4,4) G7 Retorque depois de 10min Com 24,2 (7,2) G8 Seg. 20S + 10min + seg. 20s Com 26,4 (13,7) TABELA 2 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) em função das técnicas de aperto Técnica de aperto Torque de afrouxamento (média) Controle (fabricante 27,0 B Segurando 20 segundos 28,4 AB Retorque depois de 10min 26,6 B Seg. 20S + 10min + seg. 20s 29,0 A Médias sequidas por letras diferentes apresentam diferença estatísticas significantes(P<0,05) TABELA 3 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) em função do revestimento do parafuso de fixação Parafuso Torque de afrouxamento Titânio 30,1 (2,0) A Neotorque 25,6 (2,4) B Médias sequidas por letras diferentes apresentam diferença estatísticas significantes(P<0,05) Os cilindros de alumínio foram presos a uma morsa para a realização do aperto dos parafusos do pilar para prótese cimentada (Munhão universal HE, Neodent). Quatro técnicas de aperto do parafuso foram avaliadas: G1 – torque de 32Ncm aplicado como recomendado pelo fabricante (controle); G2 – torque (32Ncm) durante 20 segundos; G3 – torque (32Ncm) + novo torque (32Ncm) após 10 minutos do aperto inicial (retorque); G4 – torque (32Ncm) durante 20 segundos + retorque durante 20 segundos após 10 minutos (associação das técnicas). O torque de afrouxamento de dois tipos de parafusos, foram também avaliados: titânio sem revestimento de lubrificante sólido (Ti) ou titânio com o revestimento sólido (TiR). Para o Grupo G5 ao G8 foram utilizados as mesmas técnicas descritas anteriormente com o parafuso TiR (Tabela I). A aplicação do torque de aperto e a avaliação do torque de afrouxamento foram realizadas utilizando torquímetro digital de precisão. A análise de variância ANOVA (2 fatores) mostrou que os fatores ‘técnica de aperto’ (p = 0,003) e ‘revestimento do parafuso’ (p < 0,001) apresentaram diferença estatisticamente significante no torque de afrouxamento dos parafusos do pilar. Porém, a interação entre os fatores não foi estatisticamente significante (p = 0,869)

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Page 1: Efeito da técnica de aperto e do revestimento da rosca no ...área2).pdf · dos parafusos do pilar para prótese cimentada (Munhão universal HE, Neodent). Quatro técnicas de aperto

O afrouxamento do parafuso é uma complicação freqüentemente reportada em reabilitações com implantes (Behr et al., 1998). Em próteses cimentadas, o afrouxamento do parafuso do pilar intermediário, na maioria das vezes, causa a falha da prótese e necessidade de substituição da prótese.

O objetivo do estudo foi avaliar a influência da técnica de aperto e do revestimento da rosca (lubrificante sólido) no torque necessário para afrouxar o parafuso do pilar para próteses sobre implantes cimentadas.

Ø Foi possível concluir que a associação das técnicas de aperto e os parafusos sem revestimento proporcionaram maior manutenção do torque aplicado.

Efeito da técnica de aperto e do revestimento da rosca!

no torque de afrouxamento do parafuso!

do pilar para próteses cimentadas!

Alessandretti R*, Mesquita MF, Spazzin AO

[email protected]

Foram utilizados quarenta implantes (Titamax 4.1 HE, Neodent) e fixados em cilindros de alumínio (20mm de altura X 15mm de diâmetro) com resina acrílica.

TABELA 1 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) dos parafusos

protéticos de fixação do munhão em função da técnica de aperto e revestimento do parafuso

Grupo Técnica de aperto Revestimento

do parafuso

Torque de

afrouxamento(média)

G1 Controle (fabricante) Sem 29,3 (8,1)

G2 Segurando 20 segundos Sem 30,4 (4,4)

G3 Retorque depois de 10min Sem 29,0 (5,7)

G4 Seg. 20S + 10min + seg. 20s Sem 31,5 (3,7)

G5 Controle (fabricante) Com 24,8 (5,5)

G6 Segurando 20 segundos Com 26,4 (4,4)

G7 Retorque depois de 10min Com 24,2 (7,2)

G8 Seg. 20S + 10min + seg. 20s Com 26,4 (13,7)

TABELA 2 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) em função das técnicas de aperto

Técnica de aperto Torque de afrouxamento (média)

Controle (fabricante 27,0 B

Segurando 20 segundos 28,4 AB

Retorque depois de 10min 26,6 B

Seg. 20S + 10min + seg. 20s 29,0 A

Médias sequidas por letras diferentes apresentam diferença estatísticas significantes(P<0,05)

TABELA 3 – Médias (desvio padrão) de torque de afrouxamento (Ncm) em função do revestimento do parafuso de

fixação

Parafuso Torque de afrouxamento

Titânio 30,1 (2,0) A

Neotorque 25,6 (2,4) B

Médias sequidas por letras diferentes apresentam diferença estatísticas significantes(P<0,05)

Os cilindros de alumínio foram presos a uma morsa para a realização do aperto dos parafusos do pilar para prótese cimentada (Munhão universal HE, Neodent).

Quatro técnicas de aperto do parafuso foram avaliadas:

➡  G1 – torque de 32Ncm aplicado como recomendado pelo fabricante (controle);

➡  G2 – torque (32Ncm) durante 20 segundos;

➡  G3 – torque (32Ncm) + novo torque (32Ncm) após 10 minutos do aperto inicial (retorque);

➡  G4 – torque (32Ncm) durante 20 segundos + retorque durante 20 segundos após 10 minutos

(associação das técnicas).

O torque de afrouxamento de dois tipos de parafusos, foram também avaliados: titânio

sem revestimento de lubrificante sólido (Ti) ou titânio com o revestimento sólido (TiR).

Para o Grupo G5 ao G8 foram utilizados as mesmas técnicas descritas anteriormente

com o parafuso TiR (Tabela I). A aplicação do torque de aperto e a avaliação do torque

de afrouxamento foram realizadas utilizando torquímetro digital de precisão.

A análise de variância ANOVA (2 fatores) mostrou que os fatores ‘técnica de aperto’ (p = 0,003) e ‘revestimento do parafuso’ (p < 0,001) apresentaram diferença estatisticamente significante no torque de afrouxamento dos parafusos do pilar. Porém, a interação entre os fatores não foi estatisticamente

significante (p = 0,869)