educação inclusiva e formação de professores - pdf

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1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO LIDIA MARTINS DA SILVA EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES Cuiabá - MT Setembro 2009

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE JORGE DA SILVA

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

LIDIA MARTINS DA SILVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Cuiabá - MT

Setembro 2009

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

ESTADO DE MATO GROSSO / CAMPUS CUIABÁ – OCTAYDE

JORGE DA SILVA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO LATU SENSU EM EDUCAÇÃO

PROFISSIONAL TECNOLÓGICA INCLUSIVA

LIDIA MARTINS DA SILVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Cuiabá - MT

Setembro 2009

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LIDIA MARTINS DA SILVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização Latu Sensu a distância em Educação Profissional Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso / Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva, como exigência para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. MSc. Hildebrando Esteves Neto

Cuiabá - MT

Setembro 2009

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LIDIA MARTINS DA SILVA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA E FORMAÇÃO DE PROFESSORES

Trabalho de Conclusão de Curso de Especialização Latu Sensu a distância em

Educação Profissional Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora

composta pelos Professores do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso/Campus Cuiabá –

Octayde Jorge da Silva como parte dos requisitos necessários à obtenção do título

de Especialista.

Aprovado em: 25 de Setembro de 2009

______________________________________________

Prof. MSc. Hildebrando Esteves Neto - Orientador

______________________________________________

Profª. MSc. Miriam Ross Milani – Membro da Banca Examinadora

______________________________________________

Profª. MSc, Aline Paulino domingos de Souza– Membro da Banca Examinadora

Cuiabá - MT

Setembro 2009

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Dedicatória

A minha família.

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Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus, o que seria de mim sem a fé

que eu tenho nele.

Ao longo do período desta especialização, muitas pessoas

passaram por minha vida, me deixando marcas e lições, me proporcionando

alegrias, conhecimento e crescimento pessoal.

Entre estas pessoas gostaria de agradecer:

A professora Mestra Miriam Ross Milani, por ter acreditado em mim

e pela oportunidade oferecida para que eu pudesse realizar esta especialização.

A professora Mestra Aline Paulino Domingos, pelo apoio e amizade.

Ao Prof. Mestre Hildebrando Esteves Neto pela paciência na

orientação e incentivo.

A todos os professores pelos conhecimentos passados.

A Milene Martinha que me brindou com sua amizade sem interesse,

com muito carinho, alegria e apoio.

A minha família pela compreensão e simplesmente por ser minha

família.

A todos os meus amigos e colegas quem me apoiaram e me

incentivaram em mais uma etapa de minha vida.

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“Todo o ato educativo é um ato feito de desafio, de

imprevisível, de novo. É no confronto com as exigências que o

quotidiano nos traz, que nos vamos fazendo mais e melhores

educadores.” (Peças, 2003, p. 141).

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RESUMO Este trabalho tem como objetivo enfatizar a necessidade de se pensar a verdadeira revolução que começa a ocorrer em todo o contexto educacional, pois a inclusão dos alunos com necessidades especiais passa a ser tarefa essencial na nova empreitada educacional. Nesse âmbito, temos que contar com o contexto cultural, financeiro ou físico para atender a todos os alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado. Assim, mostramos que a escola tem papel fundamental para a aprendizagem e facilitação da inclusão, quer fornecendo materiais didáticos adaptados, quer oferecendo cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e adaptação no currículo escolar, por exemplo. Palavras chaves: Educação Especial. Necessidades Especiais. Formação de Professores. Participação.

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ABSTRACT

This paper aimed at emphasizing the necessity of thinking about a real revolution at the whole educational system. The Special Needs Students’ inclusion is an essential mission on the new education challenge. On this environment, the contacts with the cultural, financial or physical dimensions to assist the students who have learning difficulties are essential. It was registered in this study that the school has an important role with the students’ learning process and their inclusion by means of offering them adapted educational material. The teacher’s qualifications regarding the new teaching practices and adaptations on the school curriculum are also indispensable. Key words: Special Education. Special Necessities. Teacher ´s Formation. Participation.

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10

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Alfabeto...............................................................................................

34

Figura 2: Linguagem bimodal ............................................................................ 35

Figura 3: Modelo de Aparelho Auditivo ............................................................. 35

Figura 4: Alfabeto Braile .................................................................................... 37

Figura 5: Suporte para texto ou livro ................................................................. 40

Figura 6: A) Motoca em Construção; B) Assento e encosto; C) Motoca

finalizada ...........................................................................................................

40

Figura 7: Adaptadores ....................................................................................... 41

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1:...........................................................................................................

44

Gráfico 2: ........................................................................................................... 45

Gráfico 3: ........................................................................................................... 45

Gráfico 4 ............................................................................................................ 47

Gráfico 5: ........................................................................................................... 48

Gráfico 6: ........................................................................................................... 49

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SUMÁRIO

RESUMO..................................................................................................................... 8

ABSTRACT ................................................................................................................. 9

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 13

1.1 Inclusão Educacional ................................................................................... 15

1.2 O que esperar da Educação Inclusiva.......................................................... 16

1.3 Ensino nas Escolas Inclusivas: O olhar deste novo ensino e as Práticas Educacionais ...................................................................................................... 19

1.4 Que Professor o Modelo Inclusivista prevê .................................................. 21

1.5 O papel da escola para atender no processo de educação inclusiva .......... 23

2 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS .............................................................. 25

2.1 Dificuldades de Aprendizagem ..................................................................... 25

2.2 Teorias que explicam as dificuldades de aprendizado: Os atrasos Maturativos que afetam a estrutura cerebral. ..................................................... 26

2.3 Caracterizações dos Alunos com Necessidades Especiais e os Recursos Educacionais ...................................................................................................... 29

2.3.1 Excepcionais Intelectuais .......................................................................... 29

2.3.2 Excepcionais por desvios físicos ............................................................... 32

2.3.3 Excepcionais psicossociais ....................................................................... 36

2.4 Os docentes e o uso das tecnologias assistivas para a inclusão de alunos com necessidades especiais. ............................................................................. 38

3 PESQUISA APLICADA ....................................................................................... 41

3.1 Metodologia .................................................................................................. 41

3.1.1 Sujeitos ..................................................................................................... 41

3.1.2 Material ..................................................................................................... 42

3.1.4 Análise Quanto à capacitação de futuros professores no centro educacional pesquisado. .................................................................................... 43

3.1.5 Entrevista com os professores de Pedagogia do Centro Universitário...... 50

3.2 Ainda algumas considerações ..................................................................... 63

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 66

BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 68

Anexo 1: Entrevista ................................................................................................ 73

Apêndice A: Questionário ...................................................................................... 88

Apêndice B: Resultado da Pesquisa ...................................................................... 82

Apêndice C: ENTREVISTA .................................................................................... 90

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INTRODUÇÃO

No momento em que nós enquanto cidadãos entendermos que

somente através da educação as possibilidades de inclusão das pessoas com

necessidades especiais podem se concretizar, a sociedade abrirá de forma natural

os espaços a quem tem alguma limitação física ou psicológica, modificando suas

estruturas e serviços oferecidos, tornando-se a cada dia um lugar onde as pessoas

de todos os tipos e inteligências possam sentir-se a vontade para desenvolver suas

habilidades e aptidões de acordo com suas possibilidades, sendo reconhecidas

pelas suas potencialidades e não discriminadas e excluídas por suas limitações.

Sabemos que a inclusão de um individuo na sociedade depende do

patrimônio cultural que ele recebe, isto faz da educação um pilar fundamental para o

desenvolvimento deste, pois é objetivo da educação adaptar e ajudar no

desenvolvimento das potencialidades, contribuindo na construção da personalidade

e caráter de cada ser humano.

Consoante a estas questões objetivamos identificar pontos fortes e

fracos no curso de formação de professores do Centro Educacional Candido Rondon

no que se refere ao atendimento de pessoas com necessidades especiais e desta

forma possibilitar reflexões quanto a qualidade que vem tratar da capacitação

acadêmica destes graduandos quanto à educação inclusiva.

A metodologia utilizada no trabalho foi à pesquisa bibliográfica e o

estudo de caso referente a educação inclusiva, com base em dados extraídos de

pesquisa de campo com alunos matriculados no curso de pedagogia do 4° e 6°

semestre.

Na primeira seção, busca-se uma abordagem teórica sobre a

inclusão educacional, o papel do professor e da escola para atender as diversidades

de inteligências da qual se depara nas salas de aulas e qual a melhor maneira de

lidar com estas diferenças existentes.

Na segunda seção, procura-se elucidar alguns conceitos do que são

necessidades educacionais, os diversos tipos de dificuldades de aprendizagem,

caracterização e os recursos educacionais dispostos e adaptáveis aos alunos, alem

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de como o uso das tecnologias assistivas podem ajudar os docentes no processo

inclusivo.

E por fim na terceira e ultima seção deste trabalho monográfico,

estão às considerações e análises a respeito do estudo de caso, onde o questionário

foi baseado a partir da leitura das referências bibliográficas no que diz respeito ao

tema educação inclusiva e as melhores técnicas sugeridas pelos autores

pesquisados.

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1 A EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Partimos da idéia de que se existe uma classe homogênea, onde os

alunos realizam as mesmas tarefas, terá de ceder lugar à classe heterogênea, onde

pessoas com diferenças convivem e aprendem de acordo com suas

particularidades.

A partir daí, dizemos que neste momento existe a necessidade de se

pensar em um novo modelo educacional a fim de incluir estes novos alunos com

necessidades específicas. Temos de ir muito além de simples recursos didáticos na

escola, há (também) necessidade de se ter educadores verdadeiramente

capacitados a atender de forma mais abrangente a diversidade educacional

existente na população escolar.

1.1 Inclusão Educacional

Nunca como hoje ouvimos dizer tanto a respeito de inclusão,

especialmente nos mais diversos meios de comunicação.

De acordo com o dicionário LUFT (1998), inclusão é o ato ou efeito

de incluir-se, ou seja, é fazer parte de algo, é ser inserido.

São várias as formas de se abordar esta palavrinha já tão explorada

pela mídia: inclusão digital, inclusão social e porque então não falarmos da inclusão

educacional a pedra fundamental deste trabalho monográfico.

FERREIRA e GUIMARÃES (2003), ao tratarem do tema educação

inclusiva enfocam que comete engano à pessoa que pensa a respeito deste tema e

faz ligação apenas às crianças com algum tipo de necessidade especial.

Consoante a este pensamento MITTLER, Peter (2003 p.25) diz que:

“Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a

escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo necessidades

educacionais especiais”.

Neste sentido deve-se entender que na sociedade contamos com as

mais variadas diferenças: como cultural, financeira ou física, por exemplo, falar em

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inclusão principalmente educacional destes mais variados públicos é entender que

não se trata de “mudar” o modo de ensinar apenas para atender os tidos como

portadores de necessidades especiais, mas com o objetivo de atender a todos os

alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado, sempre com respeito

e compreensão.

A educação inclusiva segundo RODRIGUES, Armindo J. Apud

RIBEIRO e BAUMEL (2003), não deve ser tratada como uma abordagem tradicional

onde era sinônimo de uniformização, mas numa abordagem de atenção a

diversidade e a igualdade com respeito pelas diferenças e pelas necessidades

individuais, desenvolvendo as potencialidades de cada aluno através de percursos

individualizados de aprendizagem, respeitando as características e o ritmo de cada

um.

MITTLER, Peter (2003, p.20) afirma sobre inclusão no ato de educar

que:

A inclusão depende do trabalho cotidiano dos professores na sala de aula e do seu sucesso em garantir que todas as crianças possam participar de cada aula e da vida da escola como um todo. Os professores, por sua vez, necessitam trabalhar em escolas que sejam planejadas e administradas de acordo com linhas inclusivas e que sejam apoiadas pelos governantes, pela comunidade local, pelas autoridades educacionais locais e acima de tudo pelos pais.

Observamos aqui de acordo com o autor que esta tarefa vai muito

além da sala de aula e não depende tão somente do educador. O aprendizado

inclusivo desta forma deve ser construído dia após dia com o auxílio e

acompanhamento de todas as esferas sociais desde a família ao governo.

1.2 O que esperar da Educação Inclusiva

Ao olharmos a prática educacional nas últimas décadas vem

sofrendo modificações nos aspectos históricos, culturais e sociais.

Neste sentido, PERRENOUD (1988) apud NÓVOA, Antônio (2007

p.14) diz que:

Ao longo das últimas décadas, os especialistas da educação têm-se esforçado por racionalizar o ensino procurando controlar a priori os fatores aleatórios e imprevisíveis do ato educativo, expurgando o

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cotidiano pedagógico de todas as práticas, de todos os tempos que não contribuem para o trabalho escolar propriamente dito.

Essa “reforma” educacional a que se refere Perrenoud, a fim de

tornar a educação mais objetiva no trabalho escolar deve-se segundo RODRIGUES,

David (2006), ao desenvolvimento tenaz da exclusão, o que estimulou os

responsáveis políticos a unir esforços em campanhas para sua eliminação, nos mais

diversos domínios sociais.

Nesses domínios sociais citados por Rodrigues, inclui-se também a

base da sociedade: A Educação. O que consoante a MITTLER, Peter (2003, p.15),

sobre a reforma tratada por Perreunoud, não foi apenas por causa dos políticos,

como afirma Rodrigues, tão pouco porque estes políticos aguardaram os

pesquisadores dizerem a palavra certa, mas porque a sociedade exigiu tais

mudanças. Todos os sistemas existentes, só são passíveis de mudanças, quando

este passa a incomodar o regime de imposição de seus governantes.

Essa exigência acabou causando nas últimas décadas várias

mudanças no ensino, nos currículos escolares, nas leis de acessibilidade e

principalmente a criação de um novo modelo educativo: A Educação Inclusiva.

Este novo modo de educar vem propor novos questionamentos,

talvez impensáveis até o momento, mais criativos e com melhores resultados como

podemos ver nas escolas inclusivas.

MITTLER, Peter (2003, p.16) a este respeito afirma que:

A inclusão não diz respeito a colocar as crianças nas escolas regulares, mas a mudar as escolas para torná-las mais responsivas às necessidades de todas as crianças, diz respeito a ajudar todos os professores a aceitarem a responsabilidade quanto à aprendizagem de todas as crianças que estão atual e correntemente excluídas das escolas por qualquer razão. Isto se refere a todas as crianças que não estão beneficiando-se com a escolarização, e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo “necessidades educacionais especiais”.

Ainda neste autor, no que diz respeito à educação inclusiva, Mittler,

após muitas pesquisas, observou que o maior obstáculo a ser superado no momento

da mudança está dentro de nós, onde nossa tendência é subestimar as pessoas e

superestimar as dificuldades, e que este pensamento deve ser abandonado ao se

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querer construir uma escola ou uma sociedade inclusiva, pois, segundo ele a

inclusão se dá no ato de cada individuo ser capaz de ter oportunidades de escolher

e de ter autodeterminação na educação e para que isto seja estimulado existe a

necessidade de os educadores aprenderem a ouvir e valorizar o que o aluno tem a

dizer, independentemente de sua idade ou de rótulos. Todo o conhecimento de

mundo que o aluno trás consigo é importante, pois, deste remonta toda a sua

história de vida que não pode e nem deve ser ignorado pelo educador.

Espera-se que com a educação inclusiva sejam abandonadas

definitivamente as barreiras seletistas de aprendizagem observado ao longo das

décadas, onde poucos eram privilegiados com o acesso ao saber como afirma

FREITAS, Soraia Napoleão Apud RODRIGUES (2006 p.162):

Percorrendo os diferentes períodos da história universal, desde os mais remotos tempos, evidenciam-se teorias e práticas segregadoras, inclusive quanto ao acesso ao saber. Poucos podiam participar dos espaços sociais nos quais se produziam e transmitiam conhecimento.

Mas afinal por onde começar as mudanças para que estas práticas

possam ser reformuladas a fim de atender as diversidades e as necessidades

educacionais?

Neste assunto, RODRIGUES, Armindo de J. Apud RIBEIRO e

BAUMEL (2003, p. 24) afirma que:

“As mudanças deverão necessariamente começar nas concepções pedagógicas dos professores e em suas atitudes para com os alunos em dificuldade. A perspectiva pessoal do professor informará toda a sua construção e implementação de esquemas e rotinas”.

O autor aqui propõe um novo olhar dos educadores, primeiramente

nos seus próprios conceitos pedagógicos e logo após isso, para os alunos que

tendem a aprender com menos facilidade, buscando desta forma uma readequação

a fim de atendê-los de uma melhor forma.

Sabe-se que não podemos inovar todos os dias, mas se houver

desejo, assessoria e disponibilidade, podemos testar muitas habilidades em salas de

aulas, que virão a ajudar no desenvolvimento intelectual destes alunos.

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A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais dependem não

só da boa prática ou excelente formação do professor. Incluir com a finalidade

educacional exige atitude e colaboração dos colegas em relação aos alunos

integrados, a família, a comunidade, fatores socioeconômicos e socioculturais. Mas

e a escola, qual o seu papel?

1.3 Ensino nas Escolas Inclusivas: O olhar deste novo ensino e as Práticas Educacionais

No mundo capitalista e de cultura individualista típico do mundo pós-

industrial em que vivemos, onde o egoísmo e o preconceito fazem parte do cotidiano

da sociedade e onde a tendência é o incentivo à competitividade, como numa selva

que só sobrevive o “mais forte”, ou neste caso o “o mais preparado”, é papel

fundamental da educação é fazer as pessoas refletirem sobre como superar os

desafios impostos pela mesma sociedade que exige a “inclusão”.

Neste sentido FERREIRA E GUIMARÃES (2003, p. 121) afirmam

que:

“Presencia-se a emergência de uma postura científica não mais limitada a situações simplificadoras, idealizadas, mas que coloca o individuo diante da complexidade do mundo real, o advento de uma ciência que permita a criatividade humana manifestar-se como expressão singular de um traço fundamental de todos os níveis da natureza”.

Desta maneira, a construção e a socialização do conhecimento

pelos educadores devem contribuir para a autonomia dos seus alunos onde os

mesmos possam construir seus próprios objetivos.

Para PERRENOUD (2002 p.192 a 193)

Não há forças sociais importantes que exijam uma escola mais eficaz... Mesmo os que estão convencidos de que a escola tem de “se tornar mais eficaz” não estão prontos para elevar o nível de formação e de profissionalização dos professores. Eles têm novas expectativas relacionadas ao sistema educativo, porém não aceitam que ele seja um pouco mais oneroso.

Embora de acordo com o autor haja dificuldades e desestimulo dos

educadores, por parte das pessoas que estão no topo do sistema educacional, que

por coincidência são os mesmos que pressionam para uma reformulação

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educacional a fim de acolher e incluir todos na escola, apesar disto carecemos

lembrar aos nossos educadores que o trabalho de vocês vai muito além do repasse

da matéria, há também o compromisso social, moral e humano, que contribuirá para

a formação de pessoas que vão construir o conhecimento com criticidade e

futuramente mudar este quadro social em que estamos presenciando.

A construção do conhecimento, portanto não está apenas nas mãos

daqueles que repassam o conteúdo, precisamos de pessoas preparadas para

ensinar sim, mas acima de tudo aprender, de falar aos seus ouvintes, mas também

que saiba escutá-los, ver, mas querendo também enxergar o outro e também a si

mesmo, pois é neste momento que há a interação aluno versus professor e a

construção do saber.

Sistematizar os pensamentos, estar atento a procura do desejo de

melhor ensinar, aprendendo também a acompanhar o ritmo de seu aluno estando

em sintonia com este, fazer novas experiências, arriscar-se em novos métodos

talvez seja necessário, como afirma WERNECK, Cláudia, (Apud FERREIRA E

MARLY 2003 p. 121): “Traga dúvidas e incerteza, doses de ansiedade, construa e

desconstrua hipóteses, pois ai reside à base do pensamento cientifico do novo

século. Um século cansado de verdades, mas sedento de caminhos”.

A educação, portanto deve lançar olhar para o futuro, refazer a

prática pedagógica, observando as modificações estruturais do mundo com a

finalidade de aliar cada vez mais teoria a prática.

Neste sentido de acordo com Perrenoud, em seu livro “A prática

Reflexiva no oficio do professor”, os profissionais da educação, que possuem

competências disciplinares, didáticas e transversais inconsistentes, sofre no

cotidiano a perda de controle de sua classe e tentam desenvolver estratégias mais

eficazes, aprendendo com experiências, o que na sua visão é um desperdício, pois:

Por um lado, eles descobrem por meio de tentativa e erro, não sem sofrimento, conhecimentos elementares que teriam podido construir em sua formação profissional, por exemplo, que as crianças não são adultas, que todas elas são diferentes, que elas precisam de confiança, que elas constroem por si mesmas seus saberes.

Por outro lado, para sobreviver, desenvolvem práticas ofensivas que, embora não propiciem aprendizado, ao menos lhes permitem manter

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o controle da situação por isso, alguns evitam, durante muito tempo, aplicar métodos ativos e dialogar com outros profissionais. (PERRENOUD, 2002 p.195).

Aqui percebemos que entre estes dois autores que é preciso,

práticas novas e mais eficazes, mas elas não devem ser feitas como “experimentos”

a “sorte”, mas baseá-las nas competências profissionais.

Sobre estas práticas, dez grupos foram descritos por Perrenoud o

que segundo ele estão ligados às transformações do oficio do professor. Organizar e

estimular situações de aprendizagem;

1. Gerenciar a progressão das aprendizagens;

2. Conceber e fazer evoluir dispositivos de diferenciação;

3. Envolver os alunos em suas aprendizagens e em seu trabalho;

4. Trabalhar em equipe;

5. Participar da gestão da escola;

6. Informar e envolver os pais;

7. Utilizar novas tecnologias;

8. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão;

9. Gerenciar sua própria formação contínua. (PERRENOUD 2002,

p. 195)

1.4 Que Professor o Modelo Inclusivista prevê

Antes de se falar do professor inclusivista precisamos ter em mente

o que afirma SILVA, Maria Odete Emygdio, p.60 Apud RIBEIRO e BAUMEL 2003 “...

não há um aluno-padrão, como frequentemente a formação de professores faz crer”.

Assim ao abraçar como profissão o ato de ensinar é necessário

estar disposto o suficiente para aceitar e compreender os obstáculos a serem

enfrentadas ao longo da carreira de educador.

Entretanto para que isto aconteça, o professor deve ser moldado

deste cedo, ainda em sua fase acadêmica, sendo preparado para as dificuldades

como planificar, gerir e avaliar seus alunos, em especial aqueles que não se

enquadram no modelo educacional histórico a que estamos acostumados.

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22

Ainda em Silva (2003), de acordo com estudo realizado a respeito da

inclusão escolar, tendo como base a legislação em vigor de Portugal e a cidade de

São Paulo, onde foram entrevistadas professoras que se dizem aptas em suas

práticas pedagógicas na formação contínua de alunos com necessidades

educacionais específicas, foi relatado por elas, alguns pontos importantes que

podem ajudar a entender um pouco mais sobre as condições consideradas

fundamentais para a inclusão escolar, vejamos alguns deles:

• Primeiramente saber identificar os alunos com necessidades

educacionais específicas;

• Conhecer metodologias que vão auxiliar no ensino destes alunos;

• Aprofundar conhecimentos entre a relação da escola com a

família;

• Aprofundar conhecimento sobre o desenvolvimento escolar da

criança e do adolescente;

• Aprofundar conhecimentos sobre planificação;

• Aprofundar conhecimentos sobre avaliação;

• Conhecer métodos especiais de leitura e escrita;

• Conhecer técnicas de expressão e linguagem, ligadas ao trabalho

com alunos com necessidades educacionais;

• Saber adaptar atividades ao ritmo e as dificuldades dos alunos.

(SILVA, 2003 p. 57, adaptado pela Autora.)

Estas questões aqui elencadas são pontos facilitadores da inclusão

escolar, no entanto, deve-se lembrar que esta inclusão implica muito mais que

práticas pedagógicas, implica na atitude do educador, que acima de tudo deve ter

em mente o respeito e a aceitação com o próximo, quanto as suas limitações.

Diz FERREIRA e GUIMARÃES (2003, p.137), que a humanidade:

Caminha-se, assim, em direção à era das relações, o que envolve a unicidade com o real, a integração do homem com a natureza, a crença na existência de pontos distintos e a prevalência de formas mais elevadas de cooperação entre os seres. É a era da autoconsciência, do respeito ao espírito humano, às diferenças e a diversidade cultural.

Page 23: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

23

E esta nova era, vem para traduzir em novos ambientes e

aprendizagem, através dos mais diversos recursos tecnológicos, a fim de atender as

mais diversas formas de aprendizagem humana, corroborando assim para estreitar-

se às diversidades e aumentar as oportunidades dos que antes eram vistos como

“improdutivos”, esta deve ser a principal preocupação quando se fala em educação

inclusiva: ”Preparar o aluno para novos conhecimentos e novas tecnologias, além de

se preocupar com a sua capacidade de aprender” (FERREIRA e GUIMARÃES 2003,

p.137).

1.5 O papel da escola para atender no processo de educação inclusiva

A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais

dependem não só da boa prática ou excelente formação do professor.

Integrar com a finalidade educacional exige atitude e colaboração

dos colegas em relação aos alunos integrados, a família, a comunidade, fatores

socioeconômicos e socioculturais.

A escola também tem papel fundamental para a aprendizagem e

facilitação da inclusão, como fornecer materiais didáticos adaptados, oferecer cursos

aos educadores com a finalidade de conhecer novas práticas de ensino e adaptação

no currículo escolar, por exemplo.

COLL, César et al 2004, p.43, afirma que: “Quando uma escola

estabelece entre seus objetivos prioritários a inclusão de todos os alunos fica mais

simples transferir a estratégia posteriormente à prática educativa nas salas de aula”.

Desta forma a escola deve estar empenhada com a mudança, com a

modificação da cultura e da organização da escola.

Coll ainda afirma que a participação da escola deve passar

primeiramente pela transformação do currículo. “É preciso haver um currículo

comum para todos os alunos que posteriormente deve ser adequado ao contexto

social e cultural de cada escola e às necessidades diferentes de seus alunos”.

O currículo então de acordo com o autor deve ser preparado de

forma distinta para cada instituição educacional, sendo baseado de acordo com as

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necessidades e possibilidade de cada escola, tendo sensibilidade para as diferenças

que há na escola.

O segundo passo é o desenvolvimento profissional dos professores

que segundo Coll et al 2004 p.44 é: “... O modo mais seguro de melhorar as atitudes

e as expectativas dos professores é desenvolver seu conhecimento da diversidade

dos alunos e suas habilidades para ensinar-lhes”.

A formação dos professores dá condições necessárias para que as

práticas integradoras sejam positivas, pois o professor ao se sentir pouco

competente pode vir a desenvolver além de expectativas negativas, menor interação

e atenção dos alunos.

Além deste conjunto de fatores a escola deve dar condições de

trabalho ao professor como: retribuição econômica, valorização social e a seu perfil

profissional, por exemplo.

Outro fator importante é a liderança efetiva da escola, LEITHWOOD

E TANTZI 1990 Apud Coll et al 2004, p.45, em seu estudo estabeleceu seis

estratégicas para impulsionar os processos de mudanças nas escolas:

1. Reforçar a cultura da escola;

2. Realizar uma boa questão;

3. Impulsionar o desenvolvimento dos professores;

4. Estabelecer uma comunicação direta e frequênte;

5. Compartilhar com outros o poder e a responsabilidade;

6. Utilizar símbolos e rituais para expressar os valores culturais.

Estas estratégias de acordo com os autores afetam de maneira

explicita a cultura da escola e seu compromisso com a mudança educativa, a

reforma da educação especial, supõe a modificação dos valores, das normas, das

atitudes dos professores, dos antigos modelos de aprendizagem, além da

transformação cultural, onde propõe a participação dos pais, da comunidade , a fim

de proporcionar uma busca de forma conjunta de soluções para os problemas

existentes.

Page 25: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

25

2 AS NECESSIDADES EDUCACIONAIS

O termo necessidade educacional, surgiu no meio acadêmico como

uma forma de distinguir as pessoas que apresentam alguma forma de atraso na

maturação necessária para iniciar algum tipo de atividade, seja ela física, motora,

sensorial, linguística ou altas habilidades que é o caso dos alunos superdotados.

Neste capitulo serão abordados algumas das dificuldades possíveis

de aprendizado e alguns métodos existentes atualmente para auxiliar na

transmissão do saber a estes alunos, como o uso de recursos tecnológicos,

linguagem de sinais, adaptadores e sistema de ensino braile por exemplo.

2.1 Dificuldades de Aprendizagem

Para COLL, MARCHESHI, PALACIOS e COLABORADORES, 2004

as dificuldades de aprendizagem podem ser divididas em:

Generalizadas – Quando estas afetam todas as aprendizagens, seja

escolar e não escolar.

Graves – São aquelas que acabam por afetar vários e importantes

afetos no desenvolvimento da pessoa, os motores, os linguísticos e os conectivos,

por exemplo, estes podem ter sido ocasionados por algum dano ou lesão cerebral,

adquiridos durante a vida ou durante o desenvolvimento embrionário, ou ainda fruto

de algum tipo de alteração genética, estas podem ser classificadas como

permanentes, pois o prognóstico a este tipo de dificuldade é muito pouco favorável já

que não se pode fazer muita coisa para reverter o dano inicial causado pelo trauma

ou má formação na área cerebral.

Inespecíficas – Quando não afetam o desenvolvimento de modo a

impedirem alguma aprendizagem em particular, são as pessoas que se dizem não

servir para esta ou aquela aprendizagem em particular, o raciocínio lógico

matemático, por exemplo, neste caso não há nenhuma razão intelectual que as

justifique, ao contrário a causa pode ser instrucional e/ou ambiental com uma

influência especial sobre variáveis pessoais, tais como a motivação.

Page 26: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

26

Intermediárias – São as caracterizadas como específicas, por

afetarem de modo especifico determinadas aprendizagens escolares, como a leitura,

a escrita ou a matemática, estas ainda são consideradas leves por não implicar em

deterioração intelectual, os aspectos psicológicos afetados são poucos, por

exemplo, o desenvolvimento fonológico, ou a atenção sustentada, ou a memória de

trabalho, e suas consequências podem ser solucionadas mediante intervenção

psicopedagógica oportuna e eficaz.

No tópico a seguir estaremos tratando das dificuldades de

aprendizado dos alunos com necessidades educacionais especiais.

2.2 Teorias que explicam as dificuldades de aprendizado: Os atrasos Maturativos que afetam a estrutura cerebral.

O modo de funcionamento do cérebro na aprendizagem, sempre foi

alvo de interesse de pesquisadores e cientistas ao longo da história.

Fazendo um breve histórico na humanidade em relação ao assunto

temos segundo Soares (2009), a figura de Aristóteles que acreditava que o cérebro

só servia para resfriar o sangue, os egípcios que ao acreditar que se podia retornar

a vida após a morte guardava em vasos as vísceras e desprezavam o cérebro por

achar que ele não tinha serventia, os assírios que o pensamento centrava-se no

fígado, e então Hipócrates surge com a demonstração de que o cérebro se dividia

em dois hemisférios e que neles encontravam-se todas as funções mentais e

biológicas, surgindo então a medicina moderna.

Hoje, sabemos que o cérebro desempenha uma importante tarefa

sobre as atividades motoras, cognitivas, sensoriais e principalmente de

aprendizagem no corpo humano e a necessidade de conhecimento sobre o sistema

nervoso central cresceu de forma fantástica nestas últimas décadas.

E nesta relação entre o cérebro e aprendizagem surgiram teorias

sobre os atrasos maturativos e a relação destes como causas das dificuldades de

aprendizagem, baseando em COLL, MARCHESI, PALACIOS E

COLABORADORES, (2004) vejamos algumas delas:

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27

Atrasos no sistema nervoso central

São atribuídas a alterações genéticas e outras, as mais frequentes

estão ligadas a alterações congênitas durante a gestação ou no momento do parto.

Estas podem afetar o desenvolvimento postural, motor e sensorial,

causando déficit no desenvolvimento da atenção sustentado, alterações

visuomanual, dificuldades no desenvolvimento da lateralização e do esquema

corporal, que em geral afeta todas as aprendizagens escolares, sobretudo nos

primeiros anos de escolarização.

Atrasos genético-constitucionais do hemisfério esquerdo

As teorias supostas pra este tipo de anormalidade, afirmam varias

suposições, que podem ser por alterações bioquímicas, outros relacionam tal fato

com pesquisas epidemiológicas que assinalam a presença de “famílias disléxicas” o

que atribui uma origem genética a dislexia, outros pesquisadores ainda atribuem a

falta de assimetria plana interfeririam através do corpo caloso no desenvolvimento

dos processos fonológicos localizados no hemisfério esquerdo, o que traz

consequências na aprendizagem da leitura, pois estas pessoas teriam dificuldades

para a decodificação fonológica, isto é, para aprender a automatizar as regras de

conversão dos grafemas e dos fonemas, o que prejudica ou até impossibilita a

utilização da rota fonológica para poder ler as palavras desconhecidas ou pouco

familiares, palavras irregulares, vocábulos e calculo matemático.

Atrasos evolutivo-funcionais do hemisfério cerebral esquerdo

Estes atrasos de tipo evolutivo provocariam demoras na aquisição

de habilidades de coordenação visuomotora e de discriminação perceptiva e

linguística, que teriam como consequência dificuldades na aprendizagem da leitura e

da escrita.

Atrasos maturativos do hemisfério-direito

Apresentam alterações neuropsicológicas e psicológicas

semelhantes às de alunos com dificuldades na aprendizagem não-verbal: problemas

na organização perceptivo-visual e na realização de tarefas complexas de

Page 28: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

28

percepção tátil, falhas na coordenação psicomotora e visuomanual, dificuldades na

solução de problemas não-verbais. Estas alterações correspondem no âmbito

escolar às dificuldades de aprendizagem da matemática.

Atrasos maturativos psicológicos

Sabe-se que algumas crianças têm seu desenvolvimento para

algumas atividades de forma, mas lenta por diversas razões, algumas teorias

relacionam isto a fatores genéticos, ou a situações prejudiciais durante a gestação,

ou ainda a sofrimentos intensos padecidos após o nascimento, estas situações

podem vir a alterar o curso do desenvolvimento. A exposição a situações críticas e

relativamente estáveis durante os primeiros anos de vida também podem afetar ou

alterar qualitativamente o aprendizado.

As dificuldades de aprendizagem podem ser manifestadas mesmo

antes do inicio dos processos de aprendizagem escolar, ou estes ainda podem ser

apresentados quando se é exigido do aluno a realização de atividades que das quais

não estão preparados. Assim do ponto de vista maturativo os alunos necessitam de

mais tempo realizar a tarefa que lhe foi proposta que precisariam se fosse

aguardado o momento adequado, o ideal é que se respeite este tempo e que se

dedique a atividades evolutivamente mais interessantes ou academicamente mais

úteis.

Atrasos no desenvolvimento de processos básicos: perceptivos-

motores, espaciais e psicolingüísticos.

Estes atrasos são caracterizados por pessoas que têm uma forte

tendência a perceber como idênticas as figuras que representam uma simetria

direita- esquerda, por exemplo, trocas as letras “d” por “b” ou sílabas “los” por “sol”.

Estes tipos de problemas devem desaparecer de forma progressiva a partir dos 6

anos de idade. As causas desses atrasos são: percepção e discriminação de figura

fundo, percepção da forma, posições no espaço e relações espaciais, progressão

esquerda-direita, coordenação dinâmica geral, motricidades grossa e fina,

motricidade bucofacial e ocular (movimentos oculares) e coordenação visuomanual.

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29

Atrasos no desenvolvimento da atenção

Sabe-se que a atenção, ou seja, capacidade de concentração para a

realização de atividades e de extrema importância no ato de aprender, por volta dos

12 ou 13 anos de idade as crianças começam a desenvolver esta capacidade.

Entretanto algumas pessoas apresentam um atraso no desenvolvimento da atenção,

o que lhes dificulta os processos de registro sensorial, memória de trabalho,

memória de longo prazo e a organização do conhecimento. A hiperatividade e a

impulsividade decorrem dessas deficiências no desenvolvimento da atenção.

No próximo tópico estaremos falando sobre a caracterização dos

alunos necessidades especiais e sobre os recursos educacionais necessários para

atendimento a alunos com algumas necessidades educacionais especiais.

2.3 Caracterizações dos Alunos com Necessidades Especiais e os Recursos Educacionais

De acordo com a Mestra em Educação e pedagoga ZACHARIAS

(2008), do ponto de vista da administração do sistema educacional, podemos

classificar de acordo com o modelo clinico os alunos em:

2.3.1 Excepcionais Intelectuais

Neste grupo caracterizam os alunos Superdotados ou alunos que

possuem altas habilidades, que de acordo com SOUZA, (2000) são os:

Indivíduos dotados de habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em geral. Quando existirem testes reconhecidos, então isso pode ser definido a partir de testes escolares. Onde não exista teste reconhecido, pode-se presumir que as opiniões subjetivas de "peritos" nas diversas áreas acerca das qualidades criativas de originalidade e imaginação demonstradas seriam o critério. Assim, existem superdotados em inteligência, criatividade, sociabilidade e liderança, psicomotricidade, artes plásticas, drama, música, habilidades acadêmicas, etc.

O autor ainda chama a atenção para não se confundir gênios com

superdotados, pois os gênios são aquelas pessoas que mostram desempenho

extraordinário em uma ou mais atividades humanas relevantes, produzindo

contribuições extraordinárias. Já os superdotados são indivíduos que possuem

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30

habilidades relevantes em níveis significativamente acima daqueles das pessoas em

geral.

Em sala de aula vale a pena usar alguns métodos para o incentivo

desses alunos como sugere ALENCAR, (2006):

Ajudar o aluno a desenvolver ao máximo os seus talentos e habilidades.

Fortalecer um auto-conceito positivo, propiciando experiências de sucesso para todos os alunos e fazendo com que o alunos percebam os seus "pontos fortes".

Ajudar o aluno a desenvolver bons hábitos de estudo.

Incrementar a motivação do aluno, utilizando estratégias diversas para despertar e alimentará o interesse, e mesmo a expansão dos interesses do aluno.

Respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno.

Incrementar um clima de aprendizagem que faça com que o aluno se sinta valorizado, respeitado e estimulado a dar o melhor se si.

Priorizar também a dimensão afetiva (sentimentos e valores) além de contribuir para o desenvolvimento social do aluno e a educação do caráter.

Propiciar condições mais favoráveis ao desenvolvimento do potencial criador de cada aluno, tanto pelo fortalecimento de traços de personalidade que se associam à criatividade, como autoconfiança, iniciativa, flexibilidade, persistência, quanto encorajando e possibilitando o exercício do pensamento criativo.

Criar estratégias instrucionais que encorajem o estudo independente do aluno e a investigação no contexto do conteúdo específico do currículo que estiver sendo tratado.

Permitir uma aprendizagem mais profunda em tópicos selecionados pelo aluno em áreas específicas de estudo.

2.3.2 - Deficientes mentais

a) educáveis

Os profissionais reconhecem estes casos naquelas pessoas que

possuem o QI entre 76 e 89, como limite. Estes podem permanecer em classes

comuns, desde que com acompanhamento psicopedagógica especial. De um modo

geral podem, quando adultos, ter sucesso em sua vida pessoal, social e profissional.

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31

b) treináveis

São os indivíduos com o QI entre 25 e 75. São considerados

treináveis pelo fato de que se forem colocadas em classes especiais, poderão

treinar, por exemplo, disciplina, hábitos higiênicos e outros mais. Podendo aprender

a ler e a escrever, desde que estejam em ambiente de paz e compreensão,

recebendo muito afeto, com metodologia de ensino adequada.

c) dependentes

Trata-se de casos mais graves, com seu QI abaixo de 25. Nesses

casos é necessário o atendimento por instituições. Pode haver poucas, mas

contínuas melhoras, quando a criança e a família são bem orientadas.

A ajuda na escola é de fundamental importância, a criança com

problemas mentais precisam ser estimuladas, de forma gradativa, e de forma a

tornar o processo divertido, a brincadeira é um ótimo recurso para o

desenvolvimento motor e perceptivo como afirma Blackburn traduzido por Nylse

Cunha (2007), o que diz respeito ao estímulo:

1. Quando alguma coisa nova for feita, elogie.

2. Quando uma habilidade antiga for usada, fique apenas contente.

3. À medida que uma habilidade nova se torna antiga, reduza o elogio pouco a pouco.

4. Lembre-se sempre de manifestar o maior prazer quando aparecer uma habilidade nova – muito elogio, um abraço, um doce.

No que diz respeito à deficiência lúdica do deficiente mental decorre

de vários fatores:

• Baixa capacidade de atenção.

• Instabilidade psicomotora.

• Tendência a repetição estereotipada dos mesmos jogos.

• Ausência de iniciativa.

• Dificuldades motoras.

• Dificuldade para ater-se às regras.

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• Fragilidade às frustrações.

Na brincadeira a criança deve respeitar as regras, submeter-se à disciplina, participar de equipes, aprender a ganhar e a perder. É um treino para a vida. A diferença é que a criança com deficiência mental tem que ser ensinada a jogar porque dificilmente vai começar espontaneamente. As regras do jogo têm que ser bem explicadas, com poucas palavras e de forma bem clara. Precisará de apoio para conformar-se a perder, ou a ganhar, sem ufanar-se muito, a respeitar as regras e a controlar-se. (grifo do autor)

2.3.2 Excepcionais por desvios físicos

Segundo ZACHARIAS, (2008) os excepcionais por desvios físicos

podem ser:

a) Deficientes físicos não sensoriais:

São pessoas que devem ter educação especial por conta das suas

dificuldades de mobilidade, vitalidade física e auto - imagem. Incluídas nessa

categoria ampla estão condições como más formações congênitas, paralisia

cerebral, epilepsia e diabetes, distrofia muscular, asma e febre reumática.

A estes alunos cabem o recurso da tecnologia assistiva que será

abordado no item 2.4 deste capitulo.

b) Deficientes físicos sensoriais:

b.1)Deficientes auditivos

A deficiência auditiva é caracterizada pela incapacidade total ou

parcial da audição. De acordo com a Secretaria da Educação do Estado de São

Paulo no guia de orientação aos pais (1985), os tipos de deficiência auditiva podem

ser:

Condutiva:

Quando ocorre qualquer interferência na transmissão do som desde o conduto auditivo externo até a orelha interna. A grande maioria das deficiências auditivas condutivas pode ser corrigida através de tratamento clínico ou cirúrgico. Esta deficiência pode ter várias causa, entre elas pode-se citar: Corpos estranhos no conduto auditivo externo, tampões de cera, otite externa e média, mal

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formação congênita do conduto auditivo, inflamação da membrana timpânica, perfuração do tímpano, obstrução da tuba auditiva, etc.

Sensório - Neural:

Quando há uma impossibilidade de recepção do som por lesão das células ciliadas da orelha interna ou do nervo auditivo. Este tipo de deficiência auditiva é irreversível. A deficiência auditiva sensório-neural pode ser de origem hereditária como problemas da mãe no pré-natal tais como a rubéola, sífilis, herpes, toxoplasmose, alcoolismo, toxemia, diabetes etc. Também podem ser causadas por traumas físicos, prematuridade, baixo peso ao nascimento, trauma de parto, meningite, encefalite, caxumba, sarampo, etc.

Mista:

Quando há uma alteração na condução do som até o órgão terminal sensorial associada à lesão do órgão sensorial ou do nervo auditivo. O audiograma mostra geralmente limiares de condução óssea abaixo dos níveis normais, embora com comprometimento menos intenso do que nos limiares de condução aérea.

O ensino de pessoas surdas pode contar com vários recursos nos

dias atuais, como o estimulo visual, a linguagem de sinais, o sistema de

comunicação bimodal que é aquele que utiliza os gestos e a fala de modo

simultâneo, os recursos tecnológicos existentes como o aparelho de surdez por

exemplo foi uma das grandes conquistas para a boa condução do repasse ao saber

a estes alunos.

Figura 1: Alfabeto na linguagem dos sinais

Fonte: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/infantil/deficiencia-auditiva.htm

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Ensino de língua espanhola em linguagem bimodal. Fonte: Brito (1995)

Figura 3: Modelo de um aparelho auditivo Fonte: http://www.limiarcentroauditivo.com.br/images/adaptacao_aberta.

b.2) Deficientes visuais

São consideradas deficientes visuais aquelas pessoas que tem

diminuição da resposta visual de forma irreversível a cirurgias e ou uso de óculos. A

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35

cegueira pode ser causada por causas adquiridas durante a vida como traumas

oculares, degeneração senil de mácula, catarata, glaucoma, alterações retinianas

relacionada ao diabetes ou hipertensão arterial ou por causas congênitas como a

amaurose congênita de Leber, malformações oculares, glaucoma congênito,

catarata congênita.

A avaliação oftalmológica para diagnóstico e possível tratamento

deve ser realizada por profissional da área o oftalmologista, entretanto alguns sinais

característicos da deficiência visual como:

Nas crianças - desvio de um dos olhos, não seguimento visual de

objetos, não reconhecimento visual de familiares, baixa aproveitamento escolar,

atraso de desenvolvimento.

No adulto, pode ser o borramento súbito ou paulatino da visão. Em

ambos os casos, são vermelhidão, mancha branca nos olhos, dor, lacrimejamento,

flashes, retração do campo de visão que pode provocar esbarrões e tropeços em

móveis.

O canal de aprendizado destes alunos desse ser feito por meio do

tato e estimulo auditivos.

O braile é um meio do qual os educadores utilizam na aquisição da

escrita de pessoas com problemas visuais, ele é um sistema explorado de forma

tátil, sua unidade básica é a célula, formada por combinações de pontos em relevo,

em uma matriz de 3x2, entretanto este sistema deve ser utilizado apenas para as

pessoas que apresentam um grau de cegueira que impossibilitam mesmo o

aprendizado de leitura por meio de tinta, o recomendado por especialistas e que se

aproveite ao maximo todo e qualquer vestígio de visão que o aluno possa ter, pois

há casos em que o uso de ampliação de letras, o uso do computador e de lupas por

exemplo possam dar conta, ampliando desta forma a obtenção de informações

dentro e fora da escola.

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36

Figura 4: Alfabeto braile.

Fonte: www.iapb.it/images/Braille-alfabeto.jpg

2.3.3 Excepcionais psicossociais

a) Alunos com distúrbios emocionais

São aqueles impacientes, ansiosos, os que têm sentimento de

solidão, dificuldade de concentração, distanciamento afetivos em relação aos outros

colegas de sala e/ou do professor, depressivos, geralmente são os que apresentam

decréscimo no rendimento escolar.

b) Alunos com desajustes sociais

Há ainda aqueles alunos cujas limitações sociais, carência acabam

por dificultar o processo normal de aprendizado. O que acontece dentro do espaço

escolar é o reflexo da sociedade em que o educando está inserido, onde as crenças

e os valores não param nos portões, mas acompanham e adentram as salas de

aulas podendo muitas vezes dificultar o trabalho de transmissão do saber.

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37

De acordo com Departamento Education and Science – DES aput

Mittler 2003 p.23

Crianças com habilidades fora da média são muito mal servidas por nosso sistema educacional. Aquele que é menos capaz academicamente continua a sofrer as consequências de quaisquer que sejam os problemas agudos ou crônicos que afetam o sistema educacional.

Neste contexto Mittler ainda complementa, que apesar dos estudos

ainda estamos longe de compreendermos o porquê de crianças com história de

pobreza fracassam com tanta frequência nas escolas e muito menos o que se pode

fazer para diminuir esta realidade, alguns acabam por culpar os pais por não darem

subsídios suficientes para o bom desenvolvimento da criança e à aprendizagem.

Entretanto a escola tem sua parte de culpa por apresentarem baixas

expectativas em relação aos alunos mais carentes economicamente, aceitando de

forma fácil que estes serão aqueles que provavelmente não terão um bom

desempenho escolar.

O que se pode fazer para mudar este defeito ao modelo social ainda

em Mittler 2003 p.25 é saber que:

Um defeito ao modelo centrado na criança é baseado na idéia de que as origens das dificuldades de aprendizagem estão na sua maioria localizadas nela.

De acordo com esse ponto de vista, a fim de ajudar a criança, precisamos conhecer tanto quanto for possível a natureza das suas dificuldades por meio de avaliações globais dos seus pontos fracos e fortes para fazer um diagnóstico, quando possível, e para planejar um programa de intervenção e apoio baseado em tal análise.

Assim entender o que se passa com o aluno é tão fundamental

quanto adaptar o currículo para que este possa melhor aprender.

A seguir estaremos discorrendo sobre o uso das tecnologias

assisitivas no processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais

especiais.

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38

2.4 Os docentes e o uso das tecnologias assistivas para a inclusão de alunos com necessidades especiais.

Na sociedade em que vivemos deparamos constantemente com

pessoas ao nosso redor vivenciando a exclusão social, esta é uma questão que tem

sido tema de muitas pesquisas, fóruns e preocupações governamentais.

Felizmente, podemos contar com um forte aliado para a solução

deste dilema social: A ciência e a tecnologia a qual estamos inseridos.

É claro que construir uma sociedade inclusiva, significa muito mais

que dominar tecnologias a favor da exclusão, significa também lidar com a

diversidade humana e acreditar em princípios de justiça, igualdade e solidariedade,

atitudes estas que podem ajudar a solucionar os problemas sociais que afetam o

nosso país.

Sabemos que a geração de novos conhecimentos, a ciência e a

tecnologia, por exemplo, devem estar a serviço de inovações tecnológicas e é neste

contexto que encontramos a Tecnologia Assistiva, também denominada de

Adaptativa ou Ajuda Técnica.

“todo e qualquer recurso que pode propiciar à pessoa que tem uma determinada deficiência autonomia suficiente para ser incluída socialmente, é tecnologia assistiva, seja esse recurso um serviço, um procedimento, uma técnica, um equipamento (ROCHA e CORTELAZZO, 2006, apud IOLANDA B. C. Cortelazzo et al, 2008).

Tecnologia Assistiva então é aquela que vem a desenvolver ou

permitir o aumento da autonomia e independência de pessoas, portadoras de

deficiência ou qualquer outro tipo de necessidade, em suas atividades domésticas

ou ocupacionais de vida diária.

Portanto, a aplicação de Tecnologia Assistiva abarca uma série de

possibilidades do desempenho humano, desde tarefas básicas de auto-cuidado

(mobilidade, comunicação, manutenção do lar, preparo de alimentos, tarefas

ocupacionais), até atividades de lazer, de trabalho e aprendizado.

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39

A obtenção de autonomia, ou a máxima autonomia possível, é com

certeza, um dos caminhos para a perfeita inclusão social e constitui-se na premissa

para qualquer intervenção em matéria de reabilitação e inclusão social.

As adaptações na maioria das vezes podem ser feita de forma

simples e artesanal como vemos nesta figura abaixo:

Figura 5: Suporte para texto ou livro

Fonte: GALVÃO FILHO, T. A. A Tecnologia Assistiva: de que se trata? Revista Plurais, Salvador, UNEB, v. 1, n. 1, 2009 (no prelo).

Ou mais elaborados como estes:

Figura 6: A) motoca em construção; B) assento e encosto; C) motoca finalizada. Fonte: Pesquisa de Campo, 2008. CAVALCANTE G. M. da. OLIVEIRA ,Alves de, A.I;

Paixão,, M. V. C. Tecnologia Assistiva: mobiliário adaptado em PVC e adequação postural para crianças com PC

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Figura 7: Adaptadores utilizados para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e conseqüentemente promover Vida Independente e Inclusão. Fonte: CAVALCANTE (2008)

Como podemos perceber através das ilustrações são varias as

adaptações possíveis para auxiliar no desenvolvimento escolar de crianças com

deficiência principalmente motora, a fim de desvelar as potencialidades latentes de

alunos com necessidades especiais, atenuando suas limitações. Essas pessoas

possuem potencialidades que precisam ser catalisadas com propostas desafiadoras

de comunicação, intervenção, ensino e interação social na busca do seu

desenvolvimento pleno, a preparação dos profissionais envolvidos e adequadamente

para a utilização das Tecnologias Assistivas. Nesta perspectiva, a produção social

da escola especial poderá ser catalisada pelo acesso a essas tecnologias,

visualizando-se a escola como um local de potencialização do conhecimento e do

saber socialmente disponíveis, portanto um convite para rever as tradicionais teorias

pedagógico-sociais e programar uma proposta alternativa de reflexão e atuação

perante a diversidade humana.

No próximo tópico será apresentada a metodologia aplicada na

pesquisa e entrevista, bem como a análise das mesmas.

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41

3 PESQUISA APLICADA

A pesquisa aplicada deste projeto foi realizada por meio da

elaboração e aplicação de questionário (constante no apêndice) com o qual buscou-

se identificar até que ponto o Centro Universitário Cândido Rondon está preparando

os seus acadêmicos de pedagogia para o processo de educação inclusiva.

A inclusão deve ser entendida como fazendo parte dum combate

mais alargado destinado a suplantar discursos e práticas de exclusão, assumindo-se

contra a ideologia que quer ver cada indivíduo completamente separado e isolado. A

inclusão tem em vista uma melhoria da instrução. Longe de ser uma disciplina

marginal destinada a encontrar metodologias para escolarizar um grupo

relativamente restrito de alunos num quadro escolar clássico, a inclusão constrói os

fundamentos de uma abordagem que poderá conduzir à transformação do próprio

sistema (SALAMANQUE, 2008 Trad. Jorge Santos).

3.1 Metodologia

A utilização de questionário como instrumento de pesquisa aplicada

na realização da coleta de dados justificou-se por se apresentar como o melhor

método para alcançar o objetivo do projeto de pesquisa ao qual este trabalho faz

referência.

Segundo Gil entende-se por questionário “[...] um conjunto de

questões que são respondidas por escrito pelo pesquisado [...]” e por isso “[...]

apresentará sempre algumas limitações [...]”. No entanto, apesar das limitações, Gil

afirma que o questionário é uma técnica útil e rápida na obtenção de dados e

informações (2002, p.115).

3.1.1 Sujeitos

Serviram de sujeitos para a pesquisa 55 alunos matriculados no

curso de Pedagogia. Dos quais 16 cursam o 4º semestre do curso regular, 21

cursam o 6º semestre do curso regular e 18 cursam o 4º semestre do curso modular.

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42

O curso tem um total de 120 alunos distribuídos em 03 (Três)

turmas. Não houve seleção de alunos para responder, os que participaram foram os

que estavam na sala de aula no momento da pesquisa.

A justificativa da escolha do curso e do público dá-se porque o curso

de pedagogia do Centro Universitário visa formar educadores competentes e

comprometidos com o que fazem.

Deste total de 55 alunos a idade média foi de 38,18% entre 18 e 25

anos, 18,18% entre 25 e 30 anos, 25,45% entre 30 e 40 anos, 18,18% com mais de

40 anos de idade.

3.1.2 Material

Foi utilizado questionário elaborado especificamente para a

realização deste projeto de pesquisa. Composto de 5 (cinco) questões de múltipla

escolha sendo estas com a possibilidade de assinalar uma única alternativa. Ao

inicio do questionário como única identificação do aluno pesquisado constava dois

campos: quanto ao ano de graduação e a idade.

Também se realizou uma entrevista estruturada com 03 (Três)

professores contendo perguntas com livre resposta que confrontam com as

respostas dos alunos quando da aplicação do questionário.

3.1.3 Procedimento

A pesquisa aplicada foi realizada pela própria pesquisadora com

auxilio dos professores que administravam as aulas, tanto na distribuição quanto no

recolhimento do questionário. Foram assim distribuídos os questionários da seguinte

forma: 16 no 4º semestre do curso regular, 21 no 6º semestre do curso regular e 18

no 4º semestre do curso modular, que representam a quantidade de alunos em sala

na data da pesquisa que foi realizada no período de 03 de agosto de 2009.

Os questionários foram recolhidos no mesmo dia da distribuição.

Sendo o percentual de retorno de questionários preenchidos e devolvidos foi de

100% em todas as turmas.

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43

Para realizar a entrevista a pesquisadora utilizou-se de uma

entrevista estruturada e gravador, as questões são referentes a metodologia

utilizada em sala de aula quando se trata do assunto que envolva inclusão, ou seja,

como está sendo feita a capacitação dos alunos de pedagogia do centro

universitário referente a educação inclusiva.

3.1.4 Análise Quanto à capacitação de futuros professores no centro educacional pesquisado.

Como podemos analisar através do gráfico 1 a idade dos

entrevistados varia entre 18 anos a pessoas com mais de 40 anos de idade,

perfazendo em porcentagens: 38 % com idade entre 18 a 25 anos, 18% com idade

25 e 30 anos, 25% com idade entre 30 e 40 anos e 18% afirmaram ter mais de 40

anos.

Gráfico 1: Idade dos entrevistados

Relacionados à questão passível de assinalar apenas 1 alternativa,

“Com relação a pergunta: O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro

professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?”

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44

Gráfico 2: O Instituto em que estuda, capacita você enquanto

futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?

Onde os alunos poderiam responder sim, não e não sei o que é

necessidade educacional, observa-se que: Os alunos em sua maioria, ou seja, 87%

dos entrevistados disseram que o Centro educacional Candido Rondon está

capacitando-os enquanto futuros professores a identificar alunos com necessidades

especiais de aprendizado, 13% afirmaram que não tiveram contato com este tema e

apenas 2% dos entrevistados assinalaram a alternativa de que não sabem o que é

necessidade educacional. Levando em consideração a maioria, pode-se dizer que

na universidade pesquisada está havendo introdução de matérias na grade

curricular do curso no que diz respeito ao ensino inclusivo, tema desta pesquisa.

Pode-se verificar a veracidade desta questão quando defrontamos

com a resposta dos professores entrevistados, principalmente na resposta do

professor 2 e 3:

“Os alunos possuem conhecimento e compreensão das especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais”.

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45

“Percebo isso através de debates intergrupos, com análise da importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes. Através também de palestras e seminários ministrados por eles”.

Gráfico 3: Na sua graduação teve contato sobre as novas

tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo

relacionadas com educação inclusiva?

Quando questionados ao tema “Na sua graduação teve contato

sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de

estudo relacionadas com educação inclusiva?”, donde os alunos poderiam marcar

apenas 1 alternativa, sendo elas: sim, em sala de aula, palestras e ou cursos

propostos pela faculdade, ou nunca tive nenhum contato com o tema educação

inclusiva durante a graduação, o resultado demonstrado em gráfico foi o seguinte:

96 % dos entrevistados marcaram sim, o que demonstra que o tema inclusão em

sala de aula tem sido de alguma maneira ou de várias maneiras introduzido aos

graduandos do curso de pedagogia da Universidade pesquisada, enquanto que

apenas 4% dos alunos afirmaram não ter tido contato com assunto.

Segundo Papert (1994), o computador é uma ferramenta de trabalho

com a qual o professor pode utilizar diversos cenários de ensino e aprendizagem,

entre eles, tutores, simuladores, demonstrações, jogos educativos, ferramentas de

Page 46: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

46

textos, desenhos e imagens, dependendo de seus reais objetivos educacionais. Ele

significa para o deficiente físico um caderno eletrônico; para o deficiente auditivo, a

ponte entre o concreto e o abstrato; para o deficiente visual, o integrador de

conhecimento; para o autista, o mediador da interação com a realidade; e, para o

deficiente mental, um objeto desafiador de suas capacidades intelectuais

(VALENTE, 1997).

Aqui observamos pelas respostas tanto dos alunos pesquisados

quanto dos professores entrevistados, que o computador é utilizado como

ferramenta auxiliar, os professores utilizam os laboratórios de informática em suas

aulas práticas, ministrando conteúdos sobre educação inclusiva, tais como conceitos

sobre tecnologias assistivas entre outras.

O gráfico 4 resultante da pergunta: “Durante o período de formação

acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a

fazer adaptações curriculares de acordo com as necessidades individuais

educacionais de cada aluno?” onde os alunos poderiam escolher entre 3 respostas:

Sim de forma satisfatória, Sim de forma superficial ou não de forma nenhuma,

obteve-se o seguinte resultado: 87 % dos alunos afirmaram estar satisfeitos com a

abordagem dispensada pela universidade no que tange a adaptações e

metodologias de ensino a crianças com necessidades educacionais, sendo que

apenas 15% assinalaram que o ensino em sua graduação a respeito da temática

aqui pesquisada tenha sido abordado de forma superficial.

A inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no

ensino requer uma revisão conceitual da estrutura curricular dos cursos de formação

de professores. A proposta da educação inclusiva é baseada na adaptação

curricular, realizada através da ação de uma equipe multidisciplinar que oferece

suporte tanto ao professor quanto ao aluno com necessidades especiais, por meio

do acompanhamento, estudo e pesquisa de modo a inseri-lo e mantê-lo na rede

comum de ensino em todos os seus níveis.

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47

Gráfico 4: Durante o período de formação acadêmica, lhe foi

proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações

curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada

aluno?

Segundo as autoras ZULIAN, Margaret Simone, FREITAS, Soraia

Napoleão, 2001, para tornar possível a inclusão, a formação do professor deve estar

alicerçada no estabelecimento de parcerias entre os implicados no processo

educativo - dentro e fora da escola - e na criação e compreensão de enfoques

curriculares, metodológicos e estratégias pedagógicas que possibilitem a construção

coletiva do conhecimento.

Após analisar através de pesquisas bibliográficas a importância dos

métodos pedagógicos e principalmente como a diversificação das técnicas de ensino

e o uso de tecnologias em sala de aula são importantes no aprendizado escolar,

como o uso de computadores e da internet, principalmente como forma avaliativa,

achou-se necessário saber dos acadêmicos pesquisados se durante a graduação foi

lhes ensinado a usar e adaptar técnicas no modelo avaliativo de acordo com a

necessidade individual dos alunos.

Page 48: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

48

Gráfico 5: Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas, como o uso do computador e da internet, por exemplo?

Neste assunto os alunos poderiam responder apenas 1 afirmativa,

sendo elas: sim de forma satisfatória, sim de forma superficial ou não de forma

nenhuma, onde 82% dos entrevistados mostraram-se satisfeitos com o que está

sendo repassado durante a graduação, 26% afirmaram que este tema foi abordado

apenas de forma superficial, e apenas 1% assinalou que não teve contato de forma

nenhuma com assuntos relacionados a técnicas e modelos avaliativos para alunos

com necessidades educacionais.

As respostas da maioria dos alunos foram positivas e isso pode ser

também verificado nas respostas dos professores, pois quando perguntou-se se os

alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com

necessidades educacionais e a respostas foram que sim, pois os mesmos produzem

vídeos, portfólios, aprendem a utilizar softwares para deficientes, entre outros, isso

significa que o computador está sendo utilizado como uma ferramenta, o que está

realmente faltando é ensinar os alunos a adaptar os equipamentos.

Os avanços tecnológicos norteiam a modernidade, fazendo-se

necessário refletir sobre os usos de tais avanços para a área da Educação, sendo

inegável os benefícios e as mudanças qualitativas que eles produzem na vida das

pessoas com necessidades especiais; por exemplo, a utilização de softwares como

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Virtual Vision e Dos Vox (para cegos) e mais recente o MOTRIX, utilizado para

pessoas com deficiência física não sensorial, e inúmeros outros recursos

tecnológicos como acessórios e equipamentos, dentre eles o próprio computador.

Nesse novo cenário que se descortina, é fundamental discutir o papel das novas

tecnologias e sua inserção em todos os espaços da vida social.

Gráfico 6: Você enquanto graduando se sente confortável com

seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a fim de

proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades

educacionais?

A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos em

Jomtien, Tailândia em 1990, surgiu a discussão sobre a formação de educadores

para a educação de todos, para a inclusão e escolarização adequada de pessoas

com dificuldades de aprendizagem. Nessa propensão de direitos sociais, a

Declaração de Salamanca (1994) recomendava que a formação inicial deveria

imbuir em todos os professores uma orientação positiva sobre a deficiência, de

forma que permitisse entender o que as escolas poderiam conseguir avançar com a

ajuda dos serviços locais de apoio.

Foram discutidas as competências e habilidades que os educadores

deveriam ter para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais. O

documento frisa o saber e as aptidões requeridas em uma boa pedagogia, tais

como: a capacidade de adaptar os conteúdos dos programas de estudo, de avaliar

Page 50: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

50

as necessidades especiais, de valer-se da ajuda da tecnologia, de individualizar os

procedimentos pedagógicos e trabalhar em conjunto com especialistas e pais.

É de fundamental importância que ao término da graduação, o

formando e futuro profissional sintam-se à vontade com os seus conhecimentos, e

em se tratando de futuros profissionais da educação faz-se necessário saber se o

centro de ensino superior está cumprindo com seu papel de formar professores

capazes e comprometidos em ensinar de uma melhor forma seus alunos, em

especial aqueles que merecem um aprendizado diferenciado, com técnicas

diferenciadas que possam suprir suas necessidades pedagógicas.

Aos graduandos pesquisados, quanto à questão de se sentirem a

vontade com os conhecimentos obtidos durante a graduação, como a seleção de

recursos educativos a fim de proporcionar melhores resultados no aprendizado de

seus alunos, foi lhes proporcionado responder apenas 1 alternativa, sendo elas: sim

muito a vontade, sim pouco a vontade e não.

O resultado obtido e demonstrado no gráfico 6, demonstra que 62%

dos entrevistados se sentem muito a vontade com os conhecimentos adquiridos no

centro educacional onde estudam, 33% se sentem pouco a vontade e 5% ainda não

se sentem preparados apenas com os conhecimentos adquiridos.

Durante a entrevista com os professores observou-se que eles

sentem que os alunos estão realmente preparados, pois os mesmos possuem

disciplinas que tratam sobre a questão da inclusão, é vivenciado no dia a dia através

de estágios supervisionados, relatos de experiências, etc.

3.1.5 Entrevista com os professores de Pedagogia do Centro Universitário

A questão da formação de professores inclusivos tem sido alvo de

inúmeras preocupações e pesquisas quanto ao delineamento dos seus

pressupostos teórico-metodológicos e ainda, por postular um aprofundamento da

análise de seu real significado e das suas exigências. A relevância da questão da

formação profissional do educador inclusivo está atravancada por contendas

complexas, incertas, singulares e desafiadoras.

Page 51: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

51

A preocupação com as diferenças individuais tem ganhado um maior

destaque na sociedade pluralista em que vivemos.

De acordo com Souza e Silva (2005), numa abordagem de atenção

à diversidade e à inclusão social, a educação apresenta-se como um fator

importante de transformação social, em que novas propostas estão sendo

desenvolvidas em torno de um ensino que atenda a todas as crianças e a suas

diferentes necessidades educacionais.

Sobre formação de professores, de acordo com Souza e Silva

(2005), é crucial a afirmação de que, a cada dia, se faz mais urgente a qualificação

profissional para se trabalhar na perspectiva da inclusão social. Esta é uma nova

tendência que vem ganhando espaço em diferentes países num processo

permanente de debates das questões práticas e teóricas para que os professores

sejam capazes de responder às tarefas que decorrem do processo de inclusão.

Segundo Mittler (2003, p. 35), “A inclusão implica que todos os

professores têm o direito de esperar e de receber preparação apropriada na

formação inicial em educação e desenvolvimento profissional contínuo durante sua

vida profissional.”

Para tanto, os sistemas de formação docente precisam ser

repensados, com propostas de reconstrução para capacitar os professores através

de um processo permanente de desenvolvimento profissional envolvendo formação

inicial e continuada, oportunizando assim a construção e ampliação de suas

habilidades para trabalhar o ensino inclusivo com o objetivo de alcançar todas as

crianças e jovens nas suas diferentes necessidades de aprendizagens.

De acordo com a LDB, em seu artigo 63, § III, os institutos

superiores de educação manterão programas de educação continuada para os

profissionais de educação dos diversos níveis.

Dessa forma, é reconhecível que os programas de desenvolvimento

profissional devem acrescentar conhecimentos às habilidades que os professores já

possuem para que estes possam ensinar inclusivamente. Tendo em vista que a

sociedade exigiu mudanças neste sentido, a formação de professores constitui séria

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preocupação diante da complexidade do exercício profissional nessa nova

perspectiva. Em se tratando de educação especial, este é o campo que deverá

responder às diferentes necessidades educacionais especiais; e a formação docente

se transforma em uma estratégia de capacitação para desempenhar as

competências necessárias que servirão de base para conduzir o processo educativo

diante dessa realidade.

Essa capacitação se torna cada vez mais necessária devido às

dificuldades que os professores enfrentam ao lidar com alunos especiais.

A LDB, em seu artigo 59, § III, estabelece que os sistemas de ensino

assegurarão aos educandos com necessidades especiais, professores com

especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento

especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a inclusão

desses educandos em classes comuns.

Essa capacitação se dá de acordo com a Resolução CNE /CEB nº 2,

de 11 de setembro de 2001, no artigo 18, § 1º, em que expressa que são

considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos

que apresentam necessidades educacionais especiais aqueles que comprovem que,

em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre

educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para:

I- perceber as necessidades educacionais especiais dos alunos e

valorizar a educação inclusiva;

II- flexibilizar a ação pedagógica nas diferentes áreas de

conhecimento de modo adequado às necessidades especiais de aprendizagem;

III- avaliar continuamente a eficácia do processo educativo para o

atendimento de necessidades educacionais especiais;

IV- atuar em equipe, inclusive com professores especializados em

educação especial.

Diante desse contexto, justificamos nossa entrevista com os

professores do Centro Universitário, onde procuramos abrilhantar nosso processo

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investigativo sobre como o Centro Universitário está capacitando professores para

trabalhar junto a alunos com necessidades educacionais especiais, para isso

utilizamos de uma entrevista com professores de Pedagogia do Centro Universitário

onde foram entrevistados professores com alguma formação na área de Educação

Inclusiva.

Iniciou-se a entrevista perguntando se os professores tinham em sua

formação alguma especialização ou outra formação na área de educação inclusiva.

Todos os professores entrevistados responderam que são especialistas, o professor

1, é especialista em Língua Brasileira de sinais, o professor 2 em Sociologia e

Educação de jovens e adultos e o professor 3 é especialista em educação especial.

Os professores ministram aulas nas disciplinas de: “Língua Brasileira

de Sinais”; “Educação de Jovens e adultos e Diversidade Étnica Cultural e Racial na

Educação”; “Aspectos Ético Político Educacional”; “Inclusão da pessoa com

necessidades educacionais”, respectivamente. Sendo assim, podemos verificar que

estas disciplinas trabalham com educação inclusiva, pois inclusão não significa

incluir apenas alunos com algum tipo de deficiência, mas qualquer pessoa, pois

segundo a Declaração de Salamanca:

"As escolas devem ajustar-se a todas as crianças, independentemente das suas condições físicas, sociais, lingüísticas ou outras. Neste conceito devem incluir-se crianças com deficiência ou superdotadas, crianças da rua ou crianças que trabalham, crianças de populações imigradas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais." (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA: UNESCO, 1994).

Ferreira e Guimarães (2003), também tratam sobre este assunto

quando fala que comete engano a pessoa que pensa que a educação inclusiva é

para apenas as crianças com algum tipo de necessidade especial. Mittler (2003)

também diz: educação inclusiva refere a todas as crianças que não são beneficiadas

com a escolarização e não apenas aquelas que são rotuladas com o termo

necessidades educacionais especiais.

Dando continuidade a entrevista, perguntou-se aos professores

sobre a forma metodológica que os mesmos utilizam em sala de aula quando o

assunto é educação inclusiva. Obtivemos do professor várias respostas, são

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colocadas aqui algumas delas, todas as respostas podem ser verificadas no anexo

deste trabalho onde estão transcritas fielmente a entrevista completa.

Foram dadas as seguintes respostas do Professor 1:

[...] Utilizo a metodologia de comunicação visual, baseada em regras gramaticais da Língua de Sinais e da cultura surda;

Ensino sobre os aspectos lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) como a fonologia, morfologia e sintaxe e o uso desta língua em contextos reais de comunicação.

Utilizo diversos recursos, tais como: textos, vídeos, consultas na internet, textos produzido por surdos, DVD (LIBRAS), entre outros [...].

O Professor 02 fala que:

Nosso trabalho é realizado através de conceitos e evolução histórica da Educação de Jovens e Adultos no Brasil com análise no contexto atual.

Temos aulas expositivas; Leituras dinâmicas; Discussões; Elaboração de relatórios conclusivos de leituras; Elaboração e socialização de relatórios conclusivos de pesquisas realizadas; Socialização com a turma, de forma a suscitar debates e discussões, visitas a salas de aula EJA, elaboração e apresentação de seminários e artigos e desenvolvemos pesquisa etnográfica tomando a EJA como foco de pesquisa. - A pesquisa é desenvolvida em uma unidade escolar da rede pública de ensino [...].

[...] Já na disciplina de diversidade Étnica Cultural e Racial na Educação, realizamos estudo do ser humano, da humanidade na sua diversidade cultural. Pensamento, civilização e educação. Etnia, gênero e educação, sobre a formação do povo brasileiro: branco, negro e índio.

Ensinamos o aluno a conhecer o modo de vida de diferentes grupos sociais, em diversos tempos e espaços; em suas manifestações culturais, econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e respeitando diferenças [...]

Podemos observar que a diversidade étnico-cultural está presente

diariamente no contexto brasileiro, expressando-se na música, na dança, na

culinária, na nossa língua portuguesa e entre inúmeras atividades em nosso

cotidiano. O processo educativo emanado pela escola é algo que a sociedade não

pode prescindir. Ao contrário, a educação é fundamental no processo de

aprendizagem e na compreensão necessária para que se possa ver o “diferente” em

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suas complexidades de formas de relações humanas e suas afirmações e

significações/ressignificações.

O professor 03 respondeu:

Nosso trabalho com Educação Especial é feita através da visão histórica, crítica e conceitual. Leitura e discussão de texto destacando toda evolução histórica da Educação Especial.

Ensinamos aos alunos sobre a formação do professor para atender à diversidade dos alunos, através de dinâmica de auto conhecimento para refletir sobre sua postura como professor frente ao aluno diferente [...].

Vale ressaltar aqui que, uma sala de aula inclusiva trabalha com a

diversidade e o professor precisa aprender a internalizar as diferenças entre esses

alunos de forma a aprender e a crescer em função delas e os alunos têm a

oportunidade de exercitar um de seus direitos fundamentais como cidadão – o direito

à educação.

Quando foi perguntado aos professores sobre como o tema

Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula, obtivemos as seguintes

respostas.

Professor 01 respondeu que o tema é abordado “através de leitura e

discussão em pequenos grupos de livros sobre Inclusão Escolar e utilização de uma

dinâmica apropriada para socialização das principais idéias dos livros [...]”.

Professor 02 falou que o tema é trabalhado através da:

“análise crítica da prática pedagógica de um professor voltado para a inclusão de PNEEs no ensino regular, palestras, vídeos e seminários contendo a conceituação de pessoas com necessidades educacionais especiais e implicações educacionais.

Professor 03 diz que é orientado da seguinte forma:

A partir do tema (deficiência) escolhido, os alunos fazem um levantamento sobre a bibliografia pertinente à cada deficiente, também faz observações/entrevista no local escolhido e com a elaboração de uma proposta pedagógica /metodológica de inclusão de PNEES [...].

Também é necessário trabalhar no sentido da desmitificação da

deficiência, compreendida como uma característica, um traço peculiar da condição

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humana, diferenciando necessidades autênticas e fictícias. Um dos aspectos

rotineiros é o enfrentamento das atitudes e valores sociais, injustos e errôneos,

genericamente difundidos acerca da deficiência, promovendo a educação especial

no contexto do sistema formal de educação geral.

Quanto à questão: Como professor, você acredita que os

alunos/futuros professores estão sendo capacitados a identificar alunos com

necessidades educacionais específicas? E como trabalhar com eles? Procure

justificar sua resposta com um exemplo, os professores responderam que sim.

O professor 1 respondeu que:

Sim, a luz dos conteúdos somos formados para observar, identificar e propor atividades e passamos isso aos nossos alunos através de palestras, seminários, artigos. Com isso percebemos que o aluno tem um olhar sobre as diferenças.

Professor 02 disse:

“os alunos possuem conhecimento e compreensão das especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais”.

E o professor 03 justifica sua resposta falando que:

“Percebo isso através de debates intergrupos, com análise da importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes. Através também de palestras e seminários ministrados por eles”.

Aqui percebe-se que o professores acreditam na capacidade de

seus alunos quanto a identificação de alunos com necessidades especiais, mas,

para se trabalhar com educação inclusiva, antes de qualquer coisa, é importante

identificar o tipo de deficiencia que os alunos de uma determinada sala apresentam,

para então utilizar meios que auxiliem no seu aprendizado.

Após compreender o tipo de deficiência que o aluno possui fica mais

fácil para o professor se interagir com o aluno e ajudá-lo no seu desempenho.

Page 57: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

57

Nesta entrevista, procurou-se também saber dos professores se é

trabalhado em sala de aula temas como novas tecnologias da informação e

comunicação como metodologias de estudos relacionados com educação inclusiva e

se sim, de que maneira isso ocorre.

Professor 01 respondeu que sim, e que através da disciplina

Aprendizagem e Novas Tecnologias, são estudados temas Novas Tecnologias de

Comunicação e Informação e Tecnologias Assistivas.

Cremos que além de estudar estes temas na teoria, seria

interessante que os alunos também aprendessem na prática a adaptar materiais que

poderiam ser utilizados por aluno com algum tipo de necessidade especial.

Quanto a resposta do professor 02, ele fala que sim, que os

educadores frente à utilização de recursos tecnológicos, tem facilitado a

comunicação usando uma metodologia e práticas pedagógicas integradas, com isso,

buscam e seleciona informações a serem desenvolvidas, criando ambientes de

aprendizagem interdisciplinares.

Já a Professor 03, responde que a maneira que isso ocorre é

apontando aos alunos que é indissolúvel a educação sistematizada e a educação

para inclusão tecnológica e que os alunos desde o 1º semestre tem aulas no

laboratório de informática, os ingressantes são capacitados no word, excell power

point, internet, tecnologias de comunicação entre outras.

Hoje, a informática e o uso de novas tecnologias de apoio são

fundamentais como auxílio ao desenvolvimento de pessoas com NEE. Já que a

base da economia se desloca hoje da indústria para o conhecimento.

O professor precisa conscientizar-se que a educação está diante de

um novo paradigma. Ele será um mediador entre as ferramentas tecnológicas e

novas situações que ajudarão seus alunos a resolverem seus problemas e a

desenvolverem novas capacidades cognitivas.

Perguntou-se também aos professores se é ensinado aos alunos

adequar métodos de ensino de acordo com as necessidades individuais

educacionais, de que maneira é trabalhado e se eles podiam exemplificar.

Page 58: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

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O professor 01 falou que sim, é ensinado através da disciplina

Psicopedagogia, os alunos têm conhecimentos sobre os problemas de

aprendizagem e propostas de como saná-los. Contudo não se pode perder de vista

que cada caso é um caso e que não existe um modelo único para esta ou aquela

necessidade. Apenas o tempo e a experiência conduzirão com êxito essas

especificidades.

Professor 02, respondeu o seguinte: “Sim, contextualizando a

Psicopedagogia no campo das instituições escolares, organizacionais e saúde e

possíveis intervenções.

E o professor 03 também respondeu que é ensinado através da

elaboração de roteiros de práticas cotidiana nos ambientes escolares e não

escolares, respeitando o indivíduo como ser humano e compreendendo as relações

interpessoais.

Vale ressaltar que o método de ensino, é talvez o mais importante

aspecto a ser avaliado quando se colocar uma criança na escola, pois é ele que

favorece o desenvolvimento, o interesse e até mesmo o desinteresse do aluno. Os

seres humanos, apesar de serem da mesma espécie, são pessoas completamente

diferentes, e nem sempre o que é bom para uma criança será bom para outra ou

para todas, cada uma tem sua particularidade é isso deve ser percebido pelos

professores em sala de aula.

Procurou-se saber dos professores se as adaptações curriculares é

ensinado aos alunos fazerem-na de acordo com as necessidades individuais

educacionais de cada aluno e exemplificar. Obtiveram-se várias respostas dos

professores, procuramos colocar apenas algumas e as demais poderão ser

verificadas no anexo.

Quanto ao professor 01, ele disse que:

Sim, através da identificação prévia dos conceitos de currículo. Através de consultas bibliográficas, da construção e análise de uma linha de tempo enfatizando o momento histórico e os fatos relevantes. Organizar uma linha de tempo dos diversos momentos históricos do currículo no Brasil.

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59

Através da identificação das várias concepções de currículo, da caracterização e problematização da prática atual em relação aos eixos norteadores da educação;

Proporcionamos informação teórica pertinente e atualizada sobre a temática das adaptações curriculares [...].

O professor 02 respondeu:

Sim, através de atividades de investigação da realidade de escolas do município e do estado.

Os alunos refletem sobre a complexidade da adaptação do currículo à diversidade de contextos e de alunos e desenvolvem competências no âmbito da adaptação do currículo enunciado, como resposta a problemas concretos, decorrentes da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares [...].

Professor 03 também falou que é ensinado os alunos adaptações

curriculares e isso é feito da seguinte maneira:

Proporcionando o conhecimento das abordagens educacionais das diferentes concepções de currículos.

Analisando as tendências pós-modernas ou pós-estruturalistas no campo do currículo, explicitamos os princípios fazendo-os adquirir capacidades para a compreensão do discurso pedagógico como produção escolar e realizando relatos de experiências, estudos de textos, apresentação de trabalho produzido, pesquisa nos livros didáticos e apresentação de seminários.

Vale salientar que os currículos fazem parte integrante da política

educativa inclusiva – ou seja, contribuem para se conseguir o acesso e a

participação na escola de todas as crianças. De entre as crianças que se deparam

com barreiras a este acesso e a esta participação, as que apresentam “deficiência

intelectual acentuada”, são, porventura, as que têm sido mais afetadas por essas

barreiras e, consequentemente, mais sujeitas à exclusão ou segregação.

Segundo Giné e Ruiz, (1995) as adequações curriculares são as

modificações necessárias nos diversos elementos do currículo básico para adequá-

los a diferentes situações, grupos e pessoas para o qual ele se destina. Essas

adequações são intrínsecas ao novo conceito de currículo. De fato, o currículo deve

contar com adequações que atendam a diversidade das escolas, das aulas e dos

alunos. Na realidade, essa tarefa é da responsabilidade da escola como tal, da

equipe de professores e de cada professor em sua atuação didática.

Page 60: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

60

O processo de elaboração de adequações curriculares constitui-se

estratégia quando um aluno ou grupo de aluno necessitam alguma modificação na

ajuda pedagógica que se oferece ao grupo em geral, seja por seus interesses ou

motivações, ou por suas capacidades. Não se trata, pois, de fazer um programa

paralelo, mas sim de realizar modificações individuais ou coletivas, a partir da

programação do grupo de referência.

Quando se perguntou aos professores se os alunos aprendem a

adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas e

quais eram esses instrumento, os professores responderam que sim e os

instrumentos são vídeos, portfólios, expressão visual, leitura visual, oralidade,

desenhos, perguntas contextualizadas facilitando questões como estímulos visuais,

verbais e tatos e a observação como método que recolhe informações da avaliação

para a aprendizagem porque os alunos possuem formas pré-verbais e não verbais

de comunicação

Segundo a Secretaria Educação Fundamental (1998), as

adaptações avaliativas dizem respeito, à seleção das técnicas e instrumentos

utilizados para avaliar o aluno. Propõem modificações sensíveis na forma de

apresentação das técnicas e dos instrumentos de avaliação, a sua linguagem, de um

modo diferente dos demais alunos de modo que atenda às peculiaridades dos que

apresentam necessidades especiais.

A avaliação deve ser flexível de modo que considere a diversificação

de critérios, de instrumentos, procedimentos e leve em conta diferentes situações de

ensino e aprendizagem e condições individuais dos alunos.

Procurou-se investigar junto aos professores se instrumentos como

o computador e a própria internet costumam ser adaptados e utilizados na melhoria

da aprendizagem focando as individualidades e como isso é feito.

Professor 01 respondeu que o computador e a internet não

costumam ser adaptados, mas que estão caminhando para isso, através de

aquisição de alguns equipamentos e que os softwares que eles utilizam são os

gratuitos.

Page 61: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

61

Professor 02 disse que:

“Não, creio que ainda vai levar certo tempo para que isso ocorra,

quando utilizamos a internet procuramos por sites inclusivos e softwares gratuitos”.

E o professor 03 também falou que não e que a instituição ainda não

tem computadores adaptados, apenas a estrutura é acessível a todos.

Segundo Levy (1999) as novas Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC) vêm se tornando, de forma crescente, importantes instrumentos

de nossa cultura, e o acesso a elas, um meio concreto de inclusão e interação no

mundo. Essa constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando nos referimos

a pessoas com deficiência, isso fica evidente em Mary Pat Radabaugh, quando ela

fala: Para as pessoas sem deficiência, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para

as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis. (RADABAUGH,

1993).

A importância da tecnologia aliada ao ensino seja presencial, seja à

distância, é inquestionável, uma vez que auxilia muito no processo ensinar-aprender.

Quando falamos em educação especial e em deficiência física, essa afirmação

torna-se ainda mais importante e necessária, visto que grande parte das pessoas

com deficiências dependem da tecnologia para poderem realizar suas tarefas.

Dessa forma, o curso de Pedagogia desta instituição necessita rever

com urgência esta questão, não dá para tratar de educação inclusiva sem mencionar

o uso de tecnologias e principalmente em como adaptá-las.

Perguntamos aos professores se eles consideravam que os alunos

graduandos possuem conhecimentos suficientes para selecionar recursos

educativos proporcionando um melhor aprendizado aos alunos com necessidades

educacionais. Todos os professores entrevistados responderam que sim, pois os

mesmos são orientados para isso.

Procuramos saber também dos professores se os alunos estão

preparados a enfrentar uma sala com diversidades e que os mesmos justificassem

suas respostas.

Page 62: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

62

O professor 01 assim respondeu:

Sim, eles estão preparados porque possuem disciplinas que trabalhamos sobre o tema através de estudo de caso, pesquisas em escolas, análise, seminários. Também porque os alunos estão aceitando as mudanças de atitude, no sentido de reconhecer e valorizar as diferenças.

Já o professor 02 falou que sim, pois eles vivenciam isso no estágio

supervisionado os problemas educativos, também participam muitas palestras sobre

isso, seminários, artigos.

O professor 03 também respondeu que sim e que:

os alunos vivenciam o dia a dia através de estágios, temos também a Escola Livre Porto, onde a diretora e a psicóloga traz experiências através de palestras, as alunas visitam as escolas.

Por fim, procurou-se saber dos professores a seguinte questão:

Você considera que o Centro Universitário, na formação de professores tratam o

conhecimento sobre as necessidades básicas de aprendizagem e as educacionais

especiais com que visão?

O professor 01 respondeu: “Conhecendo a prática pedagógica de

professores que já militam”.

A resposta do professor 02 foi: “Apresentando proposta pedagógica,

demonstrando a viabilidade da inclusão, atendendo aos princípios deste novo

paradigma educacional de forma multidisciplinar”.

E o professor 03 respondeu: Conhecendo especificamente alguns

tipos de deficiência tendo em vista a interdisciplinaridade da ação educacional e com

a visão de formar educadores abalizados e comprometidos com sua profissão.

Para Shon e Nóvoa (1997); e Freire (1998), temos que ter a visão

que a formação de educadores para o atendimento educacional especializado e

para o apoio e suporte ao professor do ensino regular não pode se distanciar do que

propõem os teóricos da formação geral de professores. Enfatizam uma formação

envolvendo múltiplos saberes - formação pessoal e profissional produzidos pelas

ciências humanas da educação; saberes disciplinares - formação inicial e continuada

nas diferentes áreas do conhecimento; saberes curriculares relacionados ao projeto

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63

de ensino - aos conteúdos, métodos, técnicas de ensino para a formação dos

alunos; a proposta no âmbito da escola - os saberes da experiência, da prática

cotidiana que provém da cultura.

São aspectos essenciais na formação de professores para o ensino

regular e especial. Este último, além das questões apontadas, deve: aprofundar o

conhecimento relativo às pessoas com deficiência, suas necessidades, a formação

da identidade, o desenvolvimento da autonomia pessoal, social e intelectual; avaliar

as necessidades específicas e educacionais especiais; dominar as metodologias

específicas e as estratégias didático-metodológicas de acesso ao conhecimento, às

artes e à cultura.

3.2 Ainda algumas considerações

Somente com uma educação mais justa e inclusiva é que

conseguiremos com que a sociedade seja modificada. Esse desenvolvimento só

pode ter bons resultados se forem feitos por meio da qualificação profissional, dos

quais só serão possíveis com a observância dos valores culturais e acima de tudo

pelo respeito às limitações das pessoas. Esse desenvolvimento deve ocorrer dentro

do processo de inclusão e não como pré-requisito para estas pessoas poderem

fazer parte da sociedade.

Mas, para que essa inclusão aconteça é importante que a formação

de professores esteja capacitando-os para lidar com pessoas com deficiências,

distúrbios, transtornos, dificuldades, e mais que isso saber diferenciá-los entre si.

A medida que as leis sugerem e a sociedade cobra um ensino

adaptado às diferenças e às necessidades individuais, os educadores precisam

estar habilitados para atuar de forma competente junto aos alunos inseridos, nos

vários níveis de ensino.

Para servir ao espaço pedagógico, fruto da transformação da escola,

as universidades são convocadas a reorganizem seus programas curriculares,

pesquisando, estudando e redefinindo os paradigmas educacionais, revisando

estratégias e conteúdos de formação, a fim de preparar o professor para a

diversidade, pois a Educação Inclusiva só terá seus objetivos alcançados se todos

Page 64: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

64

os envolvidos neste processo vivenciarem atitudes e valores, tendo um olhar

educativo coletivo e criativo.

Cada professor reage de forma diferenciada frente às práticas nas

escolas inclusivas: muitas vezes ignorando o processo de mudança, por

insegurança, sem tomar conhecimento do que está acontecendo; ou na maioria das

vezes demonstrando preconceito, devido à falta de informação; ou ainda, aceitando

a idéia da mudança do ensino, reagindo de forma positiva, aceitando a idéia da

mudança do ensino e reconhecendo a validade da sua atitude, ressaltando que está

aberto tanto para a discussão sobre a inclusão como para aceitação de um aluno

com necessidades educacionais em sua sala de aula.

Na realidade, estes indicadores servem como esquema básico para

analisar e compreender as atitudes dos professores, que dependem da formação

inicial que receberam e da preparação para enfrentar os desafios reais do ensino

(ESTEVE, 1991).

Diante desse contexto, percebemos a necessidade realizar um

estudo de caso com graduandos do curso de pedagogia do Centro Universitário

quando Rondon, onde conseguimos verificar junto aos mesmos, através da pesquisa

realizada que a maioria dos entrevistados encontra-se satisfeitos com os

conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação e isso é confirmado quando

entrevistamos os professores.

É evidente que muito ainda precisa ser feito para que a educação

proposta em leis e acima de tudo a educação que a sociedade merece seja

realidade, mas o centro educacional pesquisado conseguiu atender as necessidades

básicas propostas nas bibliografias pesquisadas, como por exemplo, ensinar os

futuros profissionais a adaptar instrumentos pedagógicos e a utilização da internet e

de computadores como meios avaliativos, isso ficou evidente nas respostas obtidas

na entrevista realizada com os professores.

A tarefa do professor é complexa e árdua e não se encerra na sala

de aula. Por isso, é fundamental que a universidade atue cada vez mais próxima das

necessidades da sociedade atual, preparando seus formandos para contribuírem

Page 65: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

65

com a melhoria do processo de ensino aprendizagem e resgatando seu sentido

humano.

Page 66: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

66

CONSIDERAÇÕES FINAIS

É inegável a necessidade de se pensar uma verdadeira revolução

em todo o contexto educacional. A inclusão dos alunos com necessidades especiais

é tarefa primordial nessa nova empreitada, para tanto é necessário o implemento

dos educadores com curso de aperfeiçoamento nesta área, mas principalmente para

os que se encontram nas academias.

Este trabalho tem como escopo, a inclusão educacional. Nesse

âmbito, temos que contar com o contexto cultural, financeiro ou físico para atender a

todos os alunos que possuem algum tipo de dificuldade de aprendizado. Esse é um

processo que deve ser construído, dia após dia com a participação de todos os

membros da sociedade.

É fácil se observar que a educação vem sofrendo modificações ao

longo da sua história. Perrenoud ao propor uma reforma educacional pretende torná-

la mais objetiva. A partir dessa concepção, temos que: Todos os sistemas

existentes, só são passíveis de mudança, quando este passa a incomodar o regime

de imposição de seus governantes.

Essas mudanças no ensino, em busca de um novo modelo

educativo, contemplam os anseios da Educação Inclusiva, que baseada em

princípios e leis que reconhecem a necessidade de uma educação para todos, deixa

bem claro que renovação pedagógica exige, em primeiro lugar, que a sociedade e a

escola adaptem-se ao aluno, e não o contrário. E, em segundo, que o professor,

considerado o agente determinante da transformação da escola, seja preparado

adequadamente para gerenciar o acesso às informações e conhecimentos.

No mundo capitalista em que vivemos, onde o egoísmo e o

preconceito fazem parte do cotidiano da sociedade é papel fundamental da

educação fazer com que as pessoas passem a refletir, pois só assim será possível

vencer os desafios impostos pela mesma sociedade que exige a “inclusão”.

O conhecimento é construído por aqueles que repassam o conteúdo,

por isso carecemos de pessoas com habilidades para ensinar e aprender pelo

processo da interação aluno x professor e a construção do saber.

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67

A arte de ensinar, não pode partir do pressuposto de que existe

aluno-padrão, pois a realidade que o educador enfrentará é bem diferente do que lhe

é ensinado nas academias universitárias. Portanto, é preciso, antes de tudo estar

preparado para as adversidades que a profissão impõe.

A inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais

dependem não só da boa prática ou excelente formação do professor.

Neste assunto a escola também tem papel fundamental para a

aprendizagem e facilitação da inclusão, como fornecer materiais didáticos

adaptados, oferecer cursos aos educadores com a finalidade de conhecer novas

práticas de ensino e adaptação no currículo escolar, por exemplo.

Parece que no limiar de uma nova era, os indivíduos, organizações e

entidades educacionais estão despertando para tornar, as pessoas com

necessidades especiais, seres visíveis.

Ao longo de nossa história é como se eles tivessem vivido a parte, em um

universo onde somente o núcleo familiar fazia parte e, a formação do professor é a

mola propulsora da sociedade educacional inclusiva.

Precisamos mais que nunca, com atitudes melhoristas, minimizar

essa mancha do preconceito que tanto já prejudicou e ainda insiste em existir em

nosso convívio social.

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68

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71

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Anexos

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Anexo 1: Entrevista

1. Tem na sua formação alguma especialização (ou outra

formação) na área de Educação Inclusiva?

Professor 01:

Sim, Especialista em Língua Brasileira de Sinais

Professor 02:

Sim, Especialista em Educação de Jovens e Adultos.

Professor 03:

Sim, Especialista em Educação Especial.

2 Qual o nome da disciplina ministrada por você?

Professor 01:

Língua Brasileira de Sinais.

Professor 02:

Educação de Jovens e Adultos e Diversidade Étnica Cultural e racial

na Educação.

Professor 03:

Aspectos Ético Político Educacional: Inclusão da Pessoa com

Necessidades Educativas Especiais.

3. Que forma metodológica utiliza em suas aulas sobre

educação inclusiva ou que envolva a inclusão?

Professor 01:

Utilizo a metodologia de comunicação visual, baseada em regras

gramaticais da Língua de Sinais e da cultura surda;

Ensino sobre os aspectos lingüísticos da Língua Brasileira de Sinais

(LIBRAS) como a fonologia, morfologia e sintaxe e o uso desta língua em contextos

reais de comunicação.

Desenvolvo temas e conteúdos programáticos tendo como suporte

metodológico a natureza histórico-descritiva, traduzindo-se na captação, descrição,

problematização e compreensão da realidade sócio-educacional.

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Proporciono procedimento de ação e interação em sala de aula tem

como base a participação coletiva do grupo envolvido, por meio do dialogo, da

crítica, da análise, da prática, na construção do saber.

Utilizo diversos recursos, tais como: textos, vídeos, consultas na

internet, textos produzido por surdos, DVD (LIBRAS), entre outros.

Implemento as dinâmicas de trabalho e aulas tendo como suporte

exposições orais, estudos de textos individuais e coletivos, discussões e

tematizações em grupo, seminários, estudos de casos, e palestras/testemunhos de

surdos sobre a Educação.

Professor 02:

Nosso trabalho é realizado através de conceitos e evolução histórica

da Educação de Jovens e Adultos no Brasil com análise no contexto atual.

Analisamos e interpretamos a nova LDB/96 e a Educação de Jovens

e Adultos. Ter compromisso pedagógico com o que propõe a LDB.

Interpretamos através de estudo de caso análise das Políticas

públicas de atendimento às demandas de jovens e adultos e abordamos as

tendências pedagógicas e metodológicas e seus pressupostos teóricos.

Os alunos elaboram a Pedagogia de projetos como alternativa para

o ensino-aprendizagem na educação de jovens e adultos. Organização escolar. O

papel do educador na educação de jovens e adultos. Elaboração de projeto

pedagógico para a modalidade EJA. Executar projeto pedagógico na modalidade

EJA, considerando o público-alvo como agentes sociais, condutores de cultura e

saberes.

Temos aulas expositivas; Leituras dinâmicas; Discussões;

Elaboração de relatórios conclusivos de leituras; Elaboração e socialização de

relatórios conclusivos de pesquisas realizadas; Socialização com a turma, de forma

a suscitar debates e discussões, visitas a salas de aula EJA, elaboração e

apresentação de seminários e artigos.

Desenvolvemos pesquisa etnográfica tomando a EJA como foco de

pesquisa. - A pesquisa é desenvolvida em uma unidade escolar da rede pública de

ensino.

Na disciplina de diversidade Étnica Cultural e Racial na Educação,

realizamos estudo do ser humano, da humanidade na sua diversidade cultural.

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Pensamento, civilização e educação. Etnia, gênero e educação, sobre a formação

do povo brasileiro: branco, negro e índio.

Ensinamos o aluno a conhecer o modo de vida de diferentes grupos

sociais, em diversos tempos e espaços; em suas manifestações culturais,

econômicas, políticas e sociais, reconhecendo semelhanças e respeitando

diferenças.

Utilizamos o uso da etnografia para a pesquisa de situações da

educação –como por exemplo: A questão étnico racial e a inclusão escolar.

Professor 03:

Nosso trabalho com Educação Especial é feita através da visão

histórica, crítica e conceitual. Leitura e discussão de texto destacando toda evolução

histórica da Educação Especial.

Ensinamos aos alunos sobre a formação do professor para atender

à diversidade dos alunos, através de Dinâmica de auto conhecimento para refletir

sobre sua postura como professor frente ao aluno diferente.

Realizamos trabalhos em pequenos grupos para elaborar um mapa

conceitual da trajetória histórica da educação especial; Leitura e discussão de texto

destacando toda evolução histórica da Educação Especial no Brasil.

Trabalhos em pequenos grupos onde é feito estudo de diferentes

textos, abordando vários assuntos, voltados para a formação do professor.

Proporcionamos leitura, debates, fichamentos de artigos referentes a

pratica do professor em sala de aula e utilizamos a dinâmica de leitura apropriada

para trabalhar o texto em sala

4 Como o tema Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula?

Professor 01:

Através de leitura e discussão em pequenos grupos de livros sobre

Inclusão Escolar; Utilização de uma dinâmica apropriada para socialização das

principais idéias dos livros.

Através de seminários com temas sobre Política para educação

inclusiva e a função da escola na perspectiva da inclusão educacional.

Professor 02:

Através da análise crítica da prática pedagógica de um professor

voltado para a inclusão de PNEEs no ensino regular.

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Através de palestras, vídeos e seminários contendo a conceituação

de pessoas com necessidades educacionais especiais e implicações educacionais.

Professor 03:

A partir do tema (deficiência) escolhido, os alunos fazem um

levantamento sobre a bibliografia pertinente à cada deficiente, também faz

observações /entrevista no local escolhido e com a elaboração de uma proposta

pedagógica /metodológica de inclusão de PNEES e após apresentam Seminário

(dados teóricos obtidos e uma proposta metodológica de trabalho em sala de aula).

5 Como professor, você acredita que os alunos/futuros professores

estão sendo capacitados a identificar alunos com necessidades

educacionais específicas? E como trabalhar com eles? Procure justificar

sua resposta com um exemplo.

Professor 01:

Sim, a luz dos conteúdos somos formados para observar, identificar

e propor atividades e passamos isso aos nossos alunos através de palestras,

seminários, artigos. Com isso percebemos que o aluno tem um olhar sobre as

diferenças.

Professor 02:

Sim, pois os alunos possuem conhecimento e compreensão das

especificidades, das necessidades e potencialidades das pessoas com

necessidades educativas especiais e sua inserção no contexto escolar. O aluno está

sempre em contato com a diversidade das experiências educacionais existentes

ministrando estágio supervisionado em escolas estaduais e municipais.

Professor 03:

Sim, percebo isso através de debates intergrupos, com análise da

importância da educação como mediadora da relação homem/meio/cultura para uma

boa qualidade de vida, através do conhecimento dos tipos de deficiências existentes.

Através também de palestras e seminários ministrados por eles.

6 É trabalhado em sala de aula temas como Novas tecnologias da

informação e comunicação como metodologias de estudos relacionados

com educação inclusiva? Se sim de que maneira isso ocorre.

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Professor 01:

Sim, através da disciplina Aprendizagem e Novas Tecnologias, onde

estudamos as Novas Tecnologias de Comunicação e Informação e Tecnologias

Assistivas.

Professor 02:

Sim, os educadores frente à utilização de recursos tecnológicos, tem

facilitado a comunicação usando uma metodologia e práticas pedagógicas

integradas, com isso, buscam e seleciona informações a serem desenvolvidas,

criando ambientes de aprendizagem interdisciplinares.

Professor 03:

Sim, os alunos desde o 1º semestre tem aulas no laboratório de

informática, os ingressantes são capacitados no word, excell power point, internet,

tecnologias de comunicação entre outras.

7 É ensinado aos alunos adequar métodos de ensino de acordo com as

necessidades individuais educacionais? De que maneira é trabalhado?

Pode exemplificar?

Professor 01:

Sim, através da disciplina Psicopedagogia, os alunos têm

conhecimentos sobre os problemas de aprendizagem e propostas de como saná-los.

Professor 02:

Sim, contextualizando a Psicopedagogia no campo das instituições

escolares, organizacionais e saúde e possíveis intervenções.

Professor 03:

Sim, elaborando roteiros de práticas cotidiana nos ambientes

escolares e não escolares, respeitando o indivíduo como ser humano e

compreendendo as relações interpessoais.

8 E em relação as adaptações curriculares é ensinado aos alunos

fazerem-na de acordo com as necessidades individuais educacionais de

cada aluno? Pode exemplificar?

Professor 01:

Sim, através da identificação prévia dos conceitos de currículo.

Através de consultas bibliográficas, da construção e análise de uma linha de tempo

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enfatizando o momento histórico e os fatos relevantes. Organizar uma linha de

tempo dos diversos momentos históricos do currículo no Brasil.

Através da identificação das várias concepções de currículo, da

caracterização e problematização da prática atual em relação aos eixos norteadores

da educação;

Procuramos identificar os momentos relevantes na história da

educação brasileira da consolidação de um currículo construído à luz das

referências brasileiras, Identificar as várias concepções de currículo, não perdendo

de vista o contexto sócio-cultural.

Proporcionamos informação teórica pertinente e atualizada sobre a

temática das adaptações curriculares.

Proporcionamos o desenvolvimento de uma atitude profissional

interveniente, reflexiva e geradora de processos auto-formativos no âmbito da

temática das adaptações curriculares.

Realizamos um diagnóstico da sala para a construção de uma

ementa da disciplina, tendo-se como eixo norteador a pedagogia libertadora.

Diagnosticamos em que se situa a cultura no currículo escolar,

através de leituras e debates, atividades em grupo. Propostas de questões teóricas

e práticas para reflexão e debate, Seminário.

Professor 02:

Sim, através de atividades de investigação da realidade de escolas

do município e do estado.

Os alunos refletem sobre a complexidade da adaptação do currículo

à diversidade de contextos e de alunos e desenvolvem competências no âmbito da

adaptação do currículo enunciado, como resposta a problemas concretos,

decorrentes da inclusão de alunos com necessidades educativas especiais nas

classes regulares.

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Procuramos fazer o aluno perceber que o Currículo tem a ver com a

questão cultural da sociedade e compreender a importância das competências no

desenvolvimento escolar e como se situam no planejamento.

Através de textos e atividades eles conhecem as diferentes formas

de se compreender o currículo – currículo oculto e currículo revelado, identificam o

que é ser eficaz e ser eficiente em uma nova leitura de educação, identificam o que

pode estar implícito e explícito em um currículo e também ensinamos eixos

norteadores dos Parâmetros Curriculares Nacionais.

Professor 03:

Sim, permitir aos alunos um posicionamento pessoal crítico frente as

diferentes concepções de currículo.

Proporcionamos o conhecimento das abordagens educacionais das

diferentes concepções de currículos.

Analisamos as tendências pós-modernas ou pós-estruturalistas no

campo do currículo, explicitamos os princípios fazendo-os adquirir capacidades para

a compreensão do discurso pedagógico como produção escolar.

Realizamos relatos de experiências, estudos de textos,

apresentação de trabalho produzido, pesquisa nos livros didáticos e apresentação

de seminários.

9 Seus alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para

alunos com necessidades educativas? Quais?

Professor 01:

Sim, vídeos, expressão visual, também de observação como método

que recolhe informações da avaliação para a aprendizagem porque os alunos

possuem formas pré-verbais e não verbais de comunicação.

Professor 02:

Sim, vídeos e portfólios, leitura visual.

Professor 03:

Sim, com oralidade, desenhos e com perguntas contextualizadas

facilitando questões como estímulos visuais, verbais e tatos, vídeos, etc.

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10 Instrumentos como o computador e a própria internet costumam ser

adaptados e utilizados na melhoria da aprendizagem focando as

individualidades? Como?

Professor 01:

Não, estamos caminhando para isso, através de aquisição de alguns

equipamentos, quanto aos softwares usamos os gratuitos.

Professor 02:

Não, creio que ainda vai levar certo tempo para que isso ocorra,

quando utilizamos a internet procuramos por sites inclusivos e

softwares gratuitos.

Professor 03:

Não, a instituição ainda não tem computadores adaptados, apenas a

estrutura é acessível a todos.

11 Você considera que os alunos graduandos possuem conhecimentos

suficientes para selecionar recursos educativos proporcionando um

melhor aprendizado aos alunos com necessidades educacionais?

Professor 01:

Sim.

Professor 02:

Sim.

Professor 03:

Sim.

12 Os alunos estão preparados a enfrentar uma sala com diversidades?

Pode justificar sua resposta?

Professor 01:

Sim, eles estão preparados porque possuem disciplinas que

trabalhamos sobre o tema através de estudo de caso, pesquisas em escolas,

análise, seminários. Também porque os alunos estão aceitando as mudanças de

atitude, no sentido de reconhecer e valorizar as diferenças.

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Professor 02:

Sim, vivenciando no estágio supervisionado os problemas

educativos, também temos muitas palestras sobre isso, seminários, artigos. Também

porque não existe uma sala de aula homogênea e eles já provaram essa capacidade

na realização do estágio supervisionado.

Professor 03:

Sim, os alunos vivenciam o dia a dia através de estágios, temos

também a Escola Livre Porto, onde a diretora e a psicóloga traz experiências através

de palestras, as alunas visitam as escolas.

13 Você considera que o Centro universitário, na formação de

professores tratam o conhecimento sobre as necessidades básicas de

aprendizagem e as educacionais especiais com que visão ?

Professor 01:

Conhecendo a prática pedagógica de professores que já militam.

Professor 02:

Apresentando proposta pedagógica, demonstrando a viabilidade da

inclusão, atendendo aos princípios deste novo paradigma educacional de forma

multidiciplinar.

Professor 03:

Conhecendo especificamente alguns tipos de deficiência tendo em

vista a interdisciplinaridade da ação educacional.

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Anexo 2: Resultado da Pesquisa

Perguntas 4 sem. Modular

Idade entre 18 e 25 anos 4 25 e 30 anos 4 30 a 40 anos 6 mais de 40 anos 4

total 18

1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?

sim 17 não 1 Não sei o que é necessidade educacional. 0

total 17

2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo

relacionadas com educação inclusiva?

sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 18

nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.

0 total 18

3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações

curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?

Sim de forma satisfatória 17

Sim, de forma superficial 1

Não, de forma nenhuma.

0 total 17

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83

4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com

necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?

Sim de forma satisfatória 13 Sim de forma superficial 5 Não de forma nenhuma. 0

total 13

5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a

fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?

Sim, muito a vontade 11 Sim, pouco a vontade 5 Não. 2

total 18

Perguntas 4 sem. Norm

Idade entre 18 e 25 anos 8 25 e 30 anos 3 30 a 40 anos 2 mais de 40 anos 3

total 16

1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?

sim 13 não 3 Não sei o que é necessidade educacional. 0

total 16

2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo

relacionadas com educação inclusiva?

sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 15

nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.

1

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84

total 16

3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações

curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?

Sim de forma satisfatória 14

Sim, de forma superficial 2

Não, de forma nenhuma.

0 total 16

4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com

necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?

Sim de forma satisfatória 13 Sim de forma superficial 3 Não de forma nenhuma. 0

total 16

5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a

fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?

Sim, muito a vontade 12 Sim, pouco a vontade 4 Não. 0

total 16

Perguntas

6 semestre regular

Idade entre 18 e 25 anos 9 25 e 30 anos 3 30 a 40 anos 6 mais de 40 anos 3

total 21

Page 85: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

85

1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais?

sim 17 não 3 Não sei o que é necessidade educacional. 1

total 21

2) Na sua graduação teve contato sobre as novas tecnologias da informação e da comunicação como metodologias de estudo

relacionadas com educação inclusiva?

sim -(em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) 20

nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação.

1 total 21

3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações

curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno?

Sim de forma satisfatória 16

Sim, de forma superficial 5

Não, de forma nenhuma.

0 total 21

4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com

necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo?

Sim de forma satisfatória 15 Sim de forma superficial 5 Não de forma nenhuma. 1

total 21

Page 86: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

86

5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a

fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais?

Sim, muito a vontade 11 Sim, pouco a vontade 9 Não. 1

total 21

Page 87: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

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Apêndice

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Apêndice A: Questionário

Por ser a carreira do docente árdua, precisamos estar preparados para as

adversidades. Entretanto para que isto aconteça, o professor deve ser moldado

deste cedo. Para que possamos minimizar os problemas desta área, gostaria de

pedir a sua colaboração respondendo algumas questões a respeito da capacitação

acadêmica dispensada nesta instituição de ensino a respeito do tema educação

inclusiva. Lembrando que nesta pesquisa não haverá identificação nas respostas de

quem colaborar.

Instituição :____________________________________________________________ Ano de graduação:______________________________________________________ Idade: ( ) entre 18 e 25 anos ( ) 25 e 30 anos ( ) 30 a 40 anos ( ) mais de 40 anos 1) O Instituto em que estuda, capacita você enquanto futuro professor, a identificar alunos com necessidades educacionais? ( ) Sim ( ) Não ( )Não sei o que é necessidade educacional. 2) Na sua graduação teve contato sobre as Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação como metodologias de estudo relacionadas com educação inclusiva ?

( ) sim (em sala de aula , palestras e ou cursos propostos pela faculdade) ( ) nunca tive nenhum contato com o tema educação inclusiva durante a graduação. 3) Durante o período de formação acadêmica, lhe foi proporcionado aprender a adequar os métodos de ensino e a fazer adaptações curriculares de acordo com as necessidades individuais educacionais de cada aluno? ( ) Sim de forma satisfatória ( ) Sim, de forma superficial ( ) Não, de forma nenhuma. 4) Na instituição de ensino em que você faz graduação, lhe foi ensinado a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades educativas, como o uso do computador e da internet por exemplo? ( ) Sim de forma satisfatória ( ) Sim de forma superficial ( ) Não de forma nenhuma.

Page 89: Educação Inclusiva e Formação de Professores - PDF

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5) Você enquanto graduando se sente confortável com seus conhecimentos acadêmicos para selecionar recursos educativos a fim de proporcionar um melhor aprendizado a alunos com necessidades educacionais? ( ) Sim, muito a vontade ( ) Sim, pouco a vontade ( ) Não.

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Apêndice B: ENTREVISTA

3 Tem na sua formação alguma especialização (ou outra formação) na área de educação

inclusiva?

4 Qual o nome da disciplina ministrada por você?

5 Que forma metodológica utiliza em suas aulas sobre educação inclusiva ou que envolva a

inclusão?

6 Como o tema Educação inclusiva tem sido abordado em sala de aula?

7 Como professor, você acredita que os alunos/futuros professores estão sendo capacitados

a identificar alunos com necessidades educacionais específicas? E como trabalhar com

eles? Procure justificar sua resposta com um exemplo.

8 É trabalhado em sala de aula temas como Novas tecnologias da informação e

comunicação como metodologias de estudos relacionados com educação inclusiva? Se

sim de que maneira isso ocorre.

9 É ensinado aos alunos adequar métodos de ensino de acordo com as necessidades

individuais educacionais? De que maneira é trabalhado? Pode exemplificar?

10 E em relação as adaptações curriculares é ensinado aos alunos fazerem-na de acordo com

as necessidades individuais educacionais de cada aluno? Pode exemplificar?

11 Seus alunos aprendem a adaptar instrumentos de avaliação para alunos com necessidades

educativas? Quais?

12 Instrumentos como o computador e a própria internet costumam ser adaptados e

utilizados na melhoria da aprendizagem focando as individualidades? Como?

13 Você considera que os alunos graduandos possuem conhecimentos suficientes para

selecionar recursos educativos proporcionando um melhor aprendizado aos alunos com

necessidades educacionais?

14 Os alunos estão preparados a enfrentar uma sala com diversidades? Pode justificar sua

resposta?

15 Você considera que o Centro universitário, na formação de professores tratam o

conhecimento sobre as necessidades básicas de aprendizagem e as educacionais especiais

com que visão?