educação escolar indígena
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Apresentação Educação Escolar Indígena com o professor Cássio KnappTRANSCRIPT
Educação Escolar
IndígenaProf. Cássio Knapp
Curso de Graduação em Licenciatura Intercultural Teko Arandu
Faculdade Intercultural Indígena FAIND
Universidade Federal da Grande Dourados UFGD
História da Educação para
as comunidades indígenas
Genericamente podemos dividir a história da
educação escolar indígena em 3 momentos
• Escola de catequese
• As primeiras letras e o projeto
civilizatório
• O ensino bilíngue
História da Educação para
as comunidades indígenas
Escola de catequese
• Jesuítas 1549 – 1759/67
• Modelo de catequização
• Esse modelo não é exclusivo desse
período, todavia é nesse momento que
ela vai aparecer em sua forma mais
radical.
História da Educação para
as comunidades indígenas
As primeiras letras e o projeto civilizatório
• Fase “Pombalina"
• “O Império, a Primeira República e as
Ditaduras”
História da Educação para
as comunidades indígenas
As primeiras letras e o projeto civilizatório
Fase “Pombalina"
• Diretório Pombalino (1757 – 1798)
• Proibição da Língua Geral
• Proibição das casas coletivas
• Modelo de escola
História da Educação para
as comunidades indígenas
As primeiras letras e o projeto civilizatório
O Império, a Primeira República e as
Ditaduras
• XIX até meados do século XX
• Quase inexistência de uma politica para
a educação
História da Educação para
as comunidades indígenas
As primeiras letras e o projeto civilizatório
O Império, a Primeira República e as
Ditaduras
• Carta Régia (1808)
• Diretório Geral dos Índios (1845)
• Lei Geral de Terras (1850)
História da Educação para
as comunidades indígenas
As primeiras letras e o projeto civilizatório
O Império, a Primeira República e as
Ditaduras
• Serviço de Proteção ao Índio - SPI
História da Educação para
as comunidades indígenas
As políticas de integração aplicadas para os
grupos indígenas compreendiam que os
índios “selvagens” e “atrasados”
precisariam ser levados à condição de
civilizados, e quem faria esse papel seria o
SPI.
História da Educação para
as comunidades indígenas(a) estabelecer uma convivência pacífica
com os índios;
(b) garantir a sobrevivência física dos povos
indígenas;
(c) estimular os índios a adotarem
gradualmente hábitos “civilizados”;
(d) influir “amistosamente” na vida
indígena;
(e) fixar o índio à terra;
História da Educação para
as comunidades indígenas(f) contribuir para o povoamento do
interior do Brasil;
(g) possibilitar o acesso e a produção de
bens econômicos nas terras dos índios;
(h) empregar a força de trabalho indígena
no aumento da produtividade agrícola;
(i) fortalecer as iniciativas cívicas e o
sentimento indígena de pertencer à nação
brasileira.
História da Educação para
as comunidades indígenasMesmo que tenham ocorrido algumas
transformações dentro do próprio
SPI, genericamente, é possível constatar
que o menor peso atribuído ao ensino
religioso nas escolas missionárias foi
compensado, porém, por maior ênfase no
trabalho agrícola e domesticado, com vista
à integração dos índios à sociedade
nacional
História da Educação para
as comunidades indígenas3º Período da História da educação
indígena
O ensino Bilíngue
• A FUNAI, o SIL e a educação bilíngue de
transição
• O Indigenismo Alternativo, o Movimento
Indígena e as Escolas Indígenas
História da Educação para
as comunidades indígenasO ensino Bilíngue
A FUNAI, o SIL e a educação bilíngue de
transição
• Elege-se oficialmente o ensino bilíngue
• Summer Institute of Linguistic – SIL
• O SIL e o bilinguismo de substituição
História da Educação para
as comunidades indígenas
História da Educação para
as comunidades indígenasO ensino Bilíngue
O Indigenismo Alternativo, o Movimento
Indígena e as Escolas Indígenas
• A partir de 1970
• Ruptura da “escola integralista” para a
“escola libertadora”
• Participação de ONG e universidades
História da Educação para
as comunidades indígenasO ensino Bilíngue
O Indigenismo Alternativo, o Movimento
Indígena e as Escolas Indígenas
• Educação para o indígena
• Educação indígena
• MELIÀ – SANTOS – FERNANDES – SHADEN
EEI
específica, diferenciada, bilí
ngue e interculturalA partir de 1988
Reconhecimento da Pluralidade Cultural do
Brasil “os indígenas têm direito de serem
indígenas”
EEI
específica, diferenciada, bilí
ngue e interculturalA partir da década de 1990, ocorreu uma
mudança no panorama educacional
indígena, reflexo dos debates anteriores
com relação a redemocratização do país.
No campo da educação escolar
indígena, rompe-se com o discurso de
integração das sociedades indígenas e se
começa a defender a diversidade cultural e
linguística do Brasil.
Amostras jurídicas de uma nova
retórica
Constituição de 1988
Responsabilidade da Educação Escolar Indígena deixa de
ser da FUNAI e passa a ser do MEC (1991)
LDB (1996)
RCNEI (1998)
Parecer 14/99 (1999)
Resolução nº 3 (1999)
PNE (2001)
Decreto que cria os Território Etnoeducacionais (2009)
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Escolar Indígena na Educação Básica (2012)
A retórica da Educação Escolar
Indígena
O que faz a escola indígena ser diferenciada
Interculturalidade
Bilíngue
O que falta para a educação escolar
indígena ser de fato diferenciada :
Desencontro entre a política pública e
a prática educativa;
Entre a folclorização e a exoticização
Em busca da diferença – recursos
didáticos para a escola indígena
A retórica da Educação Escolar
Indígena
Bilíngue
Contra a compreensão de um sujeito bilíngue pleno e pela definição de uma política linguística
Como pensar em uma política linguística sem pensar a diversidade linguística
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
EM MATO GROSSO DO SUL
Situação das línguas indígenas de MS segundo a Unesco (2010)
Fatores utilizados para avaliar a situação de uma língua
Fator Descrição do fator
1 Número de falantes absolutos
2 Proporção de falantes na comunidade afetada
3 Atitudes dos membros da comunidade em relação à língua
4 Possibilidades de a língua ocupar novos espaços na comunidade e nos
meios de comunicação utilizados pela própria comunidade
5 Natureza e qualidade da documentação disponível da língua
6 Disponibilidade de materiais didáticos para o uso da língua no ensino em
geral e no ensino da própria língua
7 Situação da língua no âmbito em que a mesma é utilizada
8 Políticas e atitudes em favor da língua por parte do governo e de
instituições governamentais e não governamentais
9 Transmissão da língua de geração para geração
Níveis de vitalidade das línguas
segundo a Unesco (2010)Grau Nível de vitalidade Situação da língua
1 A salvo Todas as gerações falam a língua e sua
transmissão de uma geração para outra é
contínua.
2 Vulnerável A maioria das crianças fala a língua, porém seu
uso pode estar restrito a determinados
contextos (familiar, rituais religiosos, etc.).
3 Em perigo As crianças já não adquirem com suas famílias
a língua como língua materna.
4 Seriamente em
perigo
Somente os avós e as pessoas das gerações
mais velhas falam a língua. Os parentes adultos
dessas pessoas, embora compreendam, não
falam entre si, tão pouco com seus filhos.
5 Em situação crítica Os únicos falantes são os avós e as pessoas das
gerações mais velhas, porém só usam a língua
parcialmente e com escassa frequência.
6 Extinta Não possuem falantes desde a década de 1950.
Situação das línguas brasileiras
Enfocando a realidade brasileira, a partir doscritérios descritos, a Unesco aponta que todas aslínguas indígenas do nosso país correm algum riscode extinção, sendo 97 línguas vulneráveis;
17 línguas em perigo;
19 línguas seriamente em perigo;
45 em situação crítica; e
12 extintas desde os anos 50.
Línguas indígenas brasileiras e número de
pessoas por grupoNÚMERO DE PESSOAS NÚMERO DE LÍNGUAS
Número de línguas entre 1 e 20 pessoas 10
Número de línguas entre 21 e 50 pessoas 15
Número de línguas entre 51 e 100 pessoas 18
Número de línguas entre 101 e 200 pessoas 29
Número de línguas entre 201 e 400 pessoas 33
Número de línguas entre 401 e 600 pessoas 16
Número de línguas entre 601 e 1000 pessoas 15
Número de línguas entre 1000 e 2000 pessoas 19
Número de línguas entre 2001 e 3000 pessoas 7
Número de línguas entre 3001 e 5000 pessoas 6
Número de línguas entre 5001 e 10.000 pessoas 5
Número de línguas entre 10.001 e mais pessoas 7
TOTAL DE LÍNGUAS 180
Situação das línguas indígenas de MS
segundo UNESCO (2010)Tronco
linguístico
Família
linguística
Língua Nível
de vitalidade
Número
de falantes
Tupí Tupí-Guaraní Kaiowá Vulnerável 20.000
Tupí Tupí-Guaraní Guaraní Vulnerável 10.000
Macro-Jê Guató Guató Situação crítica 5
Macro-Jê Ofaié Ofaié Situação crítica 12
- Aruák Teréna Seriamente em perigo 19.000
- Aruák Kinikináu Situação crítica 11
- Guaikurú Kadiwéu Em perigo 1.600
Situação das línguas indígenas de MS
segundo UNESCO (2010)
Nº Etnia Língua Família Linguística Tronco
linguístico 1. Guarani Guarani Tupi- Guarani Tupi 2. Kaiowa Kaiowa Tupi- Guarani Tupi 3. Ofaié Ofaié Ofaié Macro-Jê4. Guató Guató Guató Macro-Jê5. Bororo Bororo Bororo Macro-Jê 6. Terena Terena Arawak -7. Kinikinau Kinikinau Arawak -8. Chamacoco Chamacoco Zamuco -9. Camba Português ? -10. Kadiwéu Kadiwéu Guaikurú -11. Atikum Português ? -
LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANÍ
As línguas Kaiowá e Guaraní (Guaraní-Nhandéva) em um nível de vitalidadeconsiderado vulnerável, ou seja, a maioriadas crianças fala a língua, entretanto seuuso continua restrito a determinadoscontextos (familiar, rituaisreligiosos, festas, etc.), sendo aindatímida a ampliação dos contextos de usodessas línguas nativas.
LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANÍ
Ainda sobre as línguas Kaiowá e Guaraní, cabe
lembrar que ambas estão sob a influência
sistemática do Guaraní paraguaio, do espanhol
e, sobretudo, do português.
Conhecendo o Kaiowá e o Guarani falados pela
população indígena mais velha e registrado por
escrito, é possível observar que a distinção
linguística vem diminuindo rapidamente entre
essas línguas, em direção a um Guaraní
standard, uma espécie de “língua franca”
socializada entre as novas gerações.
LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANÍ
Parece mesmo, nesse caso, estar em
curso uma ruptura geracional, pois a
forma antiga de falar kaiowá e Guaraní
não está sendo transmitida às novas
gerações.
LÍNGUAS KAIOWÁ E GUARANÍ
É nesse processo que a língua Kaiowá tradicionalvem entrando em desuso, até mesmo os antigosempréstimos do espanhol já guaranizados acabamsendo substituídos por termos do português.
Estudos sobre essas mudanças e sobre o registroda tradição oral em língua Kaiowá tradicionalprecisam ser feitos e ampliados.
Nesse contexto, é muito importante motivar osestudantes indígenas a ouvir os mais velhos, ainteressar-se pelas histórias que eles têm paracontar, e a registrar por escrito as formas domodo tradicional de ser e de dizer Kaiowá.
A retórica da Educação Escolar
Indígena
O que faz a escola indígena ser diferenciada
Interculturalidade
Bilíngue
Interculturalidade funcional x crítica
Tubino (2005) tem sido enfático ao afirmar queexiste um uso do conceito deinterculturalidade que não questiona as regrasda lógica do modelo econômico neoliberal, porele chamada de interculturalidade funcional,que deve ser contraposto pelainterculturalidade enquanto projeto ético-político de ação transformativa e democraciaradical que ele designa de interculturalidadecrítica.
Interculturalidade funcional x crítica
No interculturalismo funcional, buscar-se-
ia promover o diálogo e a tolerância sem
tocar nas causas da assimetria social e
cultural vigentes.
No interculturalismo crítico, a busca pela
supressão dessas assimetrias daria a
tônica à ação ético-política através do
uso de métodos políticos não violentos.
A interculturalidade e a
descolonialidade
Defendemos que a interculturalidade torna-seretórica se não considerar a ética colonial quegera as assimetrias entre os grupos sociais tantoem nível mundial (divisão social e racial dotrabalho) quanto em níveis locais(subalternização de pessoas e grupos de minoriassociais).
A interculturalidade somente seria plena seacompanhada do fim do "racismo epistêmico"que grassa nos ambientes acadêmicos, mastambém nas políticas dos estados nacionaisdirecionadas às minorias.
O racismo a nível social, político e econômicoé muito mais reconhecido e visível que oracismo epistemológico. Este último operaprivilegiando as políticas identitárias dosbrancos ocidentais, ou seja, a tradição depensamento e pensadores dos homensocidentais (quase nunca, inclusive asmulheres) é considerada como a única legítimapara a produção do conhecimento e como aúnica com capacidade de ascender a'universalidade' e a 'verdade'. O racismoepistêmico considera os conhecimentos não-ocidentais como inferiores aos conhecimentosocidentais (GROSFOGUEL, 2007).
Walsh (2007) informa que a interculturalidade é
mais do que uma simples ideia de
interrelação, pois significa processos de
construção de um conhecimento outro, de uma
prática política outra, de um poder social outros
e de uma sociedade outra; uma forma outra de
pensamento relacionada com e contra a
modernidade/colonialidade, e um paradigma
outro que é pensado através da práxis política.
O centro da interculturalidade é a alteridade.
Ou seja, não há interculturalidade sem o
reconhecimento das alteridades envolvidas.
DESCOLONIALIDADE
A divisão internacional do trabalho entre
centros e periferias, assim como a
hierarquização étnico-racial das
populações, formada durante vários
séculos de expansão colonial
europeia, proporcionou a manutenção da
organização social do
colonialismo, procedendo-se à
transformação do colonialismo moderno
em colonialidade global.
É entendida como a segunda descolonização, já
que a primeira teria sido incompleta por ter
apenas caráter político-administrativo de
rompimento com as metrópoles.
Há a necessidade de uma crítica profunda ao
eurocentrismo, entendido como a variável
cognitiva da colonialidade do poder.
Ao lado da colonialidade do saber e do
poder, haveria uma colonialidade do
ser, formando uma estrutura triangular da
colonialidade.
DESCOLONIALIDADE
VALORIZAR E PRESTIGIAR OUTRAS
RACIONALIDADES, FORMAS DE
CONHECIMENTO, CULTURAS,
COMPORTAMENTOS E VISÕES DE MUNDO
Deve-se tomar a interculturalidade, não como um
designativo de conduta politicamente correta, mas
como um instrumento de análise dos contatos
estabelecidos entre os grupos humanos e também
como projeto político, buscando analisá-lo a partir
de seus pressupostos epistemológicos.
Desafio: fazer com que a interculturalidade dê
conta de, via compreensão do outro, minimizar as
assimetrias entre grupos e pessoas, tanto na escala
global quanto local.
Uma pequena pausa, ou mudando de assunto
A presença indígena no Ensino Superior
É inegável que nos últimos 25 anos as políticas
afirmativas conseguiram levar a presença
indígena em espaços historicamente considerados
brancos e elitizados UNIVERSIDADE
Acesso em cursos variados
Contudo, ainda 50% das vagas indígenas ainda
esteja nas séries iniciais (1º ao 5º ano)
Uma pequena pausa
A presença indígena no Ensino Superior
A UEMS foi uma das primeiras universidades a
adotar um sistema de cotas especificas 10
anos
10% indígena (apenas 60% preenchida)
20% negros e pardos
Uma pequena pausa
A presença indígena no Ensino Superior
Impressão que se dá é que o Ensino Superior avançou por conta da esquizofrenia da Educação Básica
Lei de cotas e o perigo da discriminação positiva
Acessos individuais – pouco existe na universidade o reconhecimento de coletividades
Falta de uma política eficiente de acolhida dos indígenas na universidade
Dificuldade de se medir o sucesso acadêmico de indígenas (avaliações)
Retorno dos egressos
Políticas públicas para o Ensino
Superior e os Povos indígenas
Cursos específicos indígenas
20 licenciaturas mais 2 outros
Sistema de cotas
Uma pequena pausa
A presença indígena no Ensino Superior
Como pensar em uma política de cotas que ao
invés de se pensar em uma reparação de uma
discriminação histórica, possa pensar que na
entrada de alunos indígenas indianizar a
Universidade monolítica e conservadora
Como mudar a Universidade?
MUDAR A VISÃO
A entrada e a permanência nas Universidades não
poderiam ser vistas unicamente como uma questão
de reparo social devido ao sofrimento desses grupos
durante todo o processo histórico que conhecemos.
Nessa visão, fica evidente a ideia de uma dívida que
deve ser paga como desencargo de consciência pelos
estragos proporcionados aos povos indígenas
ocasionados pelo contato e pela imposição de um
modelo de vida pautado em um projeto de
dominação colonial.
Uma pequena pausa
A presença indígena no Ensino Superior
Diversidade na Universidade
Diferença na universalidade
Como os cursos podem se preparar para o
diferente?
Especificidade na Diferença
Diversidade na diversidade
Cursos específicos FAIND e o TEKO ARANDU
Reflexões
Fica claro que o “descobrimento” e a conquista da
America significaram para a Europa a transposição do
seu pensamento e da sua racionalidade.
Percebemos que, desde a colonização, o processo
educativo figura como elemento relevante no processo
de construção e manutenção do sistema colonial.
Apesar dos esforços empreendidos, os indígenas não
perderam sua identidade, estabelecendo um processo
de ressignificação de sua cultura diante das demandas
colocadas pelos contatos.
Podemos assim observar que no campo do
discurso, da retórica, as políticas públicas se
modificaram, com um forte apelo à
interculturalidade.
Ao observar as políticas públicas para as sociedades
indígenas no Brasil, em especial para a Educação
Escolar indígena, ressalta-se que, mesmo com
alguns problemas, houve um grande avanço nas
últimas três décadas, ao menos no pensamento
político.
Entretanto, o que falta atualmente não mais está
relacionado à inclusão jurídica, ao reconhecimento
dos direitos indígenas, mas de fato, com a
efetivação e aplicabilidade desses direitos já
assegurados.
Acreditamos que só com a interculturalidade
crítica, será possível romper a lógica da educação
que tem objetivo de integrar o indígena à
sociedade primeiro mercantilista, depois urbano
industrial.
Para que se consiga alcançar essa
interculturalidade crítica, precisaremos romper
com a própria racionalidade científica ocidental.
Como caminho possível, precisamos usar elementos
que demonstrem a capacidade de culturas ou de
tradições inserirem seu próprio saber dentro da
escola, mesmo que para isso tenham que se utilizar
valores opostos ao que as lógicas ocidentais
exigem.
MUDAR PARA PERMANECER – QUAIS AS
OPÇÕES? Muda-se o discurso e permanece a prática da integração por
meio de uma interculturalidade funcional pautada na
colonialidade do poder, do ser e do saber;
Muda-se o discurso e a prática a partir de uma postura que
leve em conta a descolonização epistêmica, favorecendo o
desenvolvimento de uma interculturalidade crítica que, por
sua vez, tem como centro a alteridade.
Compreender que muito mais do que “ensinar” ou levar
modelos de escolarização para as comunidades indígenas,
deveríamos sim, compreender que pode estar no pensamento
ameríndio uma nova forma de viver e de se relacionar com o
mundo. Nesse sentido, talvez uma nova proposta de
integração, mas com outros atores e sujeitos.
Possível solução
BUSCAR UMA ESCOLA
ESPECÍFICA, DIFERENCIADA, INTERCULT
URAL, BILÍNGUE E DE QUALIDADE.
Como fazer isso• Apoiar as políticas públicas para a Educação Escolar
Indígena.
• Reconhecer a importância de cursos de formação deprofessores indígenas para atuarem nas áreas indígenas.
• Conhecer, respeitar e valorizar a diversidade cultural elinguística do Brasil.
• Ajudar a difundir a importância dosconhecimentos, valores, crenças, línguas e formas própriasde organização social de comunidades indígenas.
• Apoiar a luta pelo direito às terras originárias de cada povoindígena.