educação e formação de adultos: novos desafios

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Pós- graduação em Educação Social e Intervenção Comunitária Módulo IV - Educação e Formação de Adultos: Novos desafios junho de 2015

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Page 1: Educação e formação de adultos: Novos desafios

Pós- graduação em Educação Social e Intervenção Comunitária

Módulo IV - Educação e Formação de Adultos: Novos desafios

junho de 2015

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Pós- graduação em Educação Social e Intervenção Comunitária

Módulo IV - Educação e Formação de Adultos: Novos desafios

Perfil do e- formando:

Na sociedade atual, sem dúvida que, são inúmeras as possibilidades e potencialidades que a

formação à distância permite aos indivíduos. Porém, existem algumas características que compõem o

perfil do e-formando enquanto pessoa capaz de beneficiar com sucesso desta modalidade de ensino -

aprendizagem, que lhe permitirá aprender ao seu próprio ritmo sem que para tal necessite estar num

determinado local a uma determinada hora.

Falamos de uma modalidade de ensino com grandes especificidades, sendo imprescindível que o

formando se consiga adaptar aos inúmeros desafios que a ausência da figura do formador presencial

lhe coloca, bem como às sucessivas evoluções que os meios tecnológicos que utiliza vão sofrendo e,

consequentemente, lhe vão impondo.

Desta forma, a correta adaptação às formas de desenvolvimento de cursos de formação à distância

exige a aquisição ou desenvolvimento de algumas características de base essenciais, como sejam a

motivação e proatividade, a responsabilidade e autonomia, a disciplina e organização, a gestão do

tempo, etc.

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Todavia, à exceção da motivação que é o ponto de partida do sucesso de qualquer tipo de

aprendizagem, todas as outras características poderão ir sendo adquiridas e/ou desenvolvidas ao longo

do período de formação, à medida que essa necessidade possa ser sentida pelo formando. A

possibilidade de aprender de forma flexível e ao próprio ritmo poderá torna-se mais eficaz quando o

formando percebe a necessidade e desenvolve características como a autodisciplina, o compromisso, o

respeito pelos prazos estabelecidos, a capacidade de adaptação, a colaboração e a gestão do próprio

tempo.

Será ainda, importante referir que dada a dinâmica que se estabelece num ambiente digital de

aprendizagem, em que os formandos e formadores comunicam, exprimem os seus pensamentos e, por

vezes, sentimentos, trocam informação, decidem, geram conhecimento e, acima de tudo, interagem, há

que fazer referência ao facto de que estas trocas comunicacionais só serão de facto proveitosas se

houver a participação ativa e efetiva dos formandos.

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Perfil do e- formador:

A formação à distância, inevitavelmente, traz novos desafios ao formador. Contrastando com os modelos

de formação tradicional, o e-formador tem uma área de atuação mais ampla originando o desempenho

de um número de funções maior e mais diversificado. Porém, tal como no ensino presencial, o formador

num curso em e-learrning terá de atuar como organizador e facilitador da participação dos e- formandos,

usando um conjunto de estratégias pedagógicas necessárias para lhes garantir uma experiência de

aprendizagem enriquecedora.

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O e-formador tem de promover, estimular, orientar e apoiar as interações que ocorrem no processo

de formação e que, de acordo com Mason (1998), comporta três dimensões:

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Construção

Desenvolvimento

Gilly Salmon (2000) desenvolveu um modelo de e-learning em 5 níveis. Cada um dos níveis exige que

os participantes possuam determinadas aptidões técnicas e, por sua vez, exige diferentes intervenções

e competências de moderação por parte do e-formador.

Acesso e Motivação

Socialização

Partilha de informação 1 2

34

5

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Collison et al. (2000) dividem o papel do e-formador (que designam por e-moderador) em três categorias:

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Módulo IV - Educação e Formação de Adultos: Novos desafios

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Por sua vez, Berge (1995) diz haver várias condições indispensáveis para a realização de uma sessão online bem sucedida, focando quatro áreas distintas e necessárias. São elas:

Social

Técnica

Pedagógica

Organizacional

É essencial criar um ambiente amigável, que promova aprendizagem, através do incentivo às relações humanas, desenvolvendo o trabalho e a coesão do grupo;

O moderador tem de fazer com que os participantes se sintam confortáveis com a utilização do software que está a ser usado. O objetivo último do formador é fazer com que a tecnologia seja transparente para o formando;

Como facilitador educacional, o moderador usa vários métodos para focar a discussão nos conceitos, princípios e competências essenciais;Esta área envolve o estabelecimento da agenda, objetivos, calendários, regras de participação e procedimentos, etc.

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De forma a desempenhar a variedade de funções anteriormente mencionadas, os e-formadores devem possuir um conjunto de características pessoais, e habilidades e competências pedagógicas, tecnológicas e comunicacionais. Hywel Thomas da Training Foundation, referido em Shepherd (2003), tentou sintetizar, numa mnemónica de 4 P’s, as qualidades que os e-formadores devem possuir:

Positivo Paciente

Pró-ativo Persistente

Analisar as necessidades de cada um dos formandos e do grupo e ter a flexibilidade de adaptar o curso, na medida do possível, a essas necessidades.

Manter o foco no essencial, impedindo os formandos de se afastarem, e resolver os problemas, técnicos ou de outra natureza.

Ser o dinamizador e impulsionador, identificar agir quando necessário.

Ser o dinamizador e impulsionador, identificar agir quando necessário.

Page 10: Educação e formação de adultos: Novos desafios

Vantagens e desvantagens do e-learning Vantagens:

Eliminar barreiras de espaço e tempo; Eliminar o problema da dispersão geográfica; Otimizar recursos com redução de custos; Conciliar a aprendizagem com a vida; Igualar oportunidades de formação; Permitir ritmos de estudo diferenciados;

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Vantagens ( Cont.)

Métodos e formatos de trabalho mais abertos;

Experiência e familiarização com a tecnologia e com os novos serviços telemáticos;

Escolha de métodos de aprendizagem;

Permitir repetições sucessivas;

Conteúdos dos cursos mais adequados e atraentes;

Estimular a autoaprendizagem;

Aquisição contínua de novos conhecimentos.

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Desvantagens

Não proporcionar relação humana;

Não gerir reações imprevistas e imediatas;

Dificultar a Auto motivação;

Exigir alguns conhecimentos tecnológicos (informática e multimédia);

Enfrentar alguns obstáculos relacionados com a reduzida confiança neste tipo de estratégia;

Pode ser visto como potencial inimigo das tradicionais deslocações ao centro de formação;

Problemas com a maturidade, a autodisciplina, o isolamento e a motivação;

Exigir equipas multidisciplinares;

Deve ser utilizada para cursos de índole mais generalista e com menor componente prática;

Exigir elevados investimentos iniciais.

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As Tecnologias de Informação e Comunicação na Educação de Adultos

Neste início de século, vivemos numa sociedade em constante mudança, quer nas suas formas de

organização, produção de bens, comercialização, divertimento ou aprendizagem, para a qual largamente

contribui a Sociedade da Informação e Comunicação. Podemos dizer que vivemos na era da informação,

na qual esta é uma nova “moeda” de troca e uma nova medida de valor, constituindo-se como um "bem

simbólico" da maior importância.

Na minha opinião, não poderemos formar / educar cidadãos ( jovens ou adultos) responsáveis, críticos,

criadores e transformadores da sociedade se a educação não se adaptar às grandes mutações sociais,

culturais e económicas criadas pela eclosão das novas tecnologias.

No meu caso concreto, sendo formanda de uma Pós –graduação, as Tecnologias de Informação e

Comunicação ( TIC´s) revelam-se o meio possibilitador para a frequência - à distancia - nesta formação,

pois de forma presencial seria bastante difícil de a concretizar. Residindo numa zona isolada e sem

oferta formativa deste cariz, a cidade mais próxima onde o pudesse fazer encontra-se a cerca de 100

Km.

Page 14: Educação e formação de adultos: Novos desafios

Tal como eu, muitos outros adultos encontram na formação/educação e-learning a possibilidade

de estudar e/ou progredir estudos colocando-os no mesmo patamar de igualdade de

oportunidades independentemente da localização geográfica, idade, género, etc.

Cada vez mais, pretende-se que o processo de Educação se centre nas vivências dos próprios

participantes e nas realidades socioeducativas e culturais do meio, através de um modelo de

pesquisa interativo e participativo que estimule as dinâmicas de formação mútuas e de

autoformação.

Teresa Barradas