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Eduardo Medeiros - 2010
0 300 km
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
ÍNDICE
2 – As novas regiões no espaço europeu - As Euroregiões e os AECT - As Meso-Regiões e as Macro-Regiões
3 – O INTERREG como ‘fazedor’ de ‘novas regiões’
4 – As novas regiões no espaço ibérico - As Euroregiões e os AECT - Uma Meso-Região ibérica?
5 – Principais conclusões
1 – Introdução: problemática e conceitos
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
INTRODUÇÃO – Problemática
– O Processo de Integração Europeia - Instrumentos da Política Regional Comunitária - Iniciativa Comunitária INTERREG
– A ‘moda’ das Euroregiões - de 33 para mais de 130 entidades desde 1990 - Iniciativa Comunitária INTERREG - 3 Euroregiões na PI
– As Macro-Regiões e os AECT - O ‘pontapé de saída’ com a Região do Mar Báltico - O pioneirismo ibérico na ‘criação’ de AECT
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
INTRODUÇÃO – Conceitos
Região: é normalmente entendida como uma área na superfície terrestre, que apresenta padrões distintos e internamente consistentes, no que concerne aos aspectos da geografia física ou humana, que lhe conferem uma unidade significativa e a distinguem da área envolvente (Goodall, 1987).
Europeização: o impacto das políticas União Europeia nos políticos e nas políticas dos Estados Membros (Magone, 2006) – definição simples.
Euro-regionalização: processo de transfere poderes do estado central para regiões transfronteiriças ou transeuropeias, com o propósito de melhorar a gestão territorial e promover o desenvolvimento económico regional. Pode ser institucional ou rebelde. (Autor)
Globalização: processo no qual eventos, actividades e decisões numa parte do mundo podem ter consequências significativas para comunidades distantes noutras partes do mundo. (Haggett, 2001)
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
INTRODUÇÃO – Conceitos
Macro-Região: uma região com mais de 700.000 Km2, que envolva mais do que três países com territórios contíguos e que seja alvo de uma estratégia de desenvolvimento comum.
Meso-Região: uma região que englobe pelo menos dois países (ou vastas regiões de vários países) com territórios contíguos, normalmente com mais de 200.000 km2 até 700.000 km2, e que seja alvo de uma estratégia de desenvolvimento comum. Euroregião: uma região ou sub-região (< 200.000 km2), que se estende para além das fronteiras que separam um ou mais países Europeus, e que é alvo de uma estratégia de desenvolvimento comum, com carácter de actuação permanente, onde o efeito barreira em todas as suas dimensões é bastante reduzido e a intensidade de cooperação é muito elevada (versão simplificada).
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
As novas regiões no Espaço Europeu
Um contexto político e institucional favorável:
- “A subsidiariedade e solidariedade inter-territorial constituem dois pilares essenciais quer à construção de um espaço comunitário”- “As comunidades territoriais têm vindo a ganhar um protagonismo até há bem pouco insuspeitado”- “De uma forma geral, a reestruturação do Estado-Nação nos países mais avançados tem sido acompanhada por uma retórica favorável à ‘descentralização’- Decentralização fictícia vs sustentada (Ferrão, 1995)
- “Mais do que proporcionar um desenvolvimento mais equilibrado do território, processo de descentralização deve “contribuir para o desenvolvimento equitativo dos homens” (Gaspar, 1982)
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
As novas regiões no Espaço Europeu
- Resultam, directa ou indirectamente da intervenção da União Europeia ao facilitar e estimular o estabelecimento de “redes de relações institucionais, sociais e políticas cuja magnitude e complexidade aumentarão nos próximos anos, à medida que os novos países se integrem plenamente na União Europeia e as instituições europeias ampliem o seu âmbito de actividade” (Castells, 2004).
- Trata-se, no fundo de uma ‘Nova Europa’ “governada por um Estado rede de soberania compartida e múltiplos níveis e instâncias de uma tomada de decisão negociada” (Castells 2004).
EUpeização:
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A Nova Europa das Euro-Meso-Macro Regiões - 2010
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
Macro-Regiões
Nível territorial intermédio: União Europeia / Estados-Nação. - Formadas em torno de grandes elementos naturais da Europa
(Ex: Mar Báltico, Danúbio, Mar do Norte).- Têm competências para planear e implementar actividades em
conjunto, através de planos de acção.
Problemas centrais:- Diminuta mobilização das populações e Diminuto debate público
em volta da sua estratégia num território tão vasto.- Não podem resolver todos os problemas da região.- Ausência de estatuto político independente e instituições.- Ausência de legitimidade política.
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Síntese de dados das Macro-Regiões Europeias
Mar Báltico Danúbio Mar do Norte
Países Completos 9 12 8
Países Incompletos 2 2 0Países EU 7 8 7Países Total 11 14 8Km2 (aprox.) 2.400.000 1.000.000 (mar) 645.000Habitantes (aprox.) 110.000.00
0 83.000.000 88.000.000
Densidade Populacional 46 80 44
Fonte: Dados: (Nordregio, Interact, CR, Eurostat)
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Macro-Regiões
Grandes domínios de intervenção territorial - Recuperação e preservação ambiental;- Melhorar as acessibilidades e a conectividade;- Potenciar o desenvolvimento socioeconómico
DanúbioDanúbio
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Euroregiões
Nível intermédio – Estados-Nação / Regiões- Possibilidade de aplicação do princípio de subsidiariedade.- Instrumento transfronteiriço facilitador da absorção e aplicação
dos fundos comunitários, nomeadamente na cooperação territorial.
- Instrumento de afirmação regional com algumas competências no desenvolvimento regional
Problemas centrais:- Competências de actuação territorial limitadas, nomeadamente
quando intervêm regiões de países com administração muito centralizada (Portugal).
- Estratégias de actuação demasiado gerais.- Ausência de legitimidade política.
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AECT: o instrumento
- Facilitar e promover o processo de cooperação transfronteiriça, transnacional e/ou inter-regional no território europeu.
- Permitem, por exemplo, que um grupo de entidades de diferentes Estados-Membros se junte, sem necessidade da existência prévia de um acordo internacional ratificado pelos parlamentos nacionais.
- Garantir que o processo de cooperação territorial seja genuíno, sustentável, abrangente e não permeável a mudanças governamentais, políticas e administrativas (AEBR, 2008).
- Facilitar a participação, responsabilização e monitorização constante das autoridades regionais e locais na implementação dos projectos de cooperação, no sentido de fortalecer a descentralização dos programas comunitários (AEBR, 2008).
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FUAS e MEGAS na UE - 2010
- O grau de autonomia regional é facilitado pela presença de uma ‘região - O grau de autonomia regional é facilitado pela presença de uma ‘região funcional’ (Guimarães, 1980)funcional’ (Guimarães, 1980)
- Nem sempre parece existir uma correlação positiva entre a localização das ‘novas unidades territoriais’ e a localização dos principais pólos urbanos que estruturam o território
europeu e ibérico
- Nem sempre parece existir uma correlação positiva entre a localização das ‘novas unidades territoriais’ e a localização dos principais pólos urbanos que estruturam o território
europeu e ibérico
- Cooperação requer complementaridade ?
- Cooperação requer complementaridade ?
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Programas INTERREG-B (PI, Báltico e Danúbio)
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
A soberania territorial compartida na PI?
-Estamos num processo de experimentação territorial irreversível?
-Chegou a hora da cooperação contínua e de “pôr de lado a arrogância e a indiferença espanhola e a desconfiança portuguesa”, (Diéguez, 2004)
-Estaremos a experimentar um novo modelo de governança transfronteiriça, que conduz ao incremento da intervenção da sociedade civil, a modelos de participação mais efectivos que dotem as instituições regionais de espaços mais competitivos, e providencie um suporte técnico e logístico para todos os parceiros envolvidos e dissemine as boas práticas levadas a cabo?
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Sentimento de pertença ao País na PI - NUTS II
Fonte: Dados (Chauvel, 1995). Cartografia do Autor - adaptado
0 100 Km
< 20%
20 - 30
30 - 40
> 40
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Euroregiões e AECT na PI
Fonte: Dados (vários). Cartografia do Autor
0 100 Km
MEGAs
Transnational / National FUAs
MEGA - Metropolitan European Growth Areas
FUA - Functional Urban Area
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ER Norte-Galiza
ER EUROACE
ER EUROAAA
AECT ZASNET
AECT Duero-Douro
AECT Guadiana Central
MR Sudoeste Europeu
FUA - Functional Urban
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Euroregiões na PI - Eixos prioritários
Norte - Galiza(EURONORGAL)
Alentejo - Centro -Extremadura (EUROACE)
Alentejo - Algarve - Andaluzia (EUROAAA)
- Fomento da competitividade e promoção do emprego
- Fomento da competitividade e promoção do emprego
- Fomento da competitividade e promoção do emprego
- Meio ambiente, património e prevenção de riscos
- Meio ambiente, património e envolvente natural
- Meio ambiente, património e envolvente natural
- Ordenamento do território e acessibilidades
- Acessibilidade e ordenação territorial
- Acessibilidade e ordenação territorial
- Integração socioeconómica e institucional
- Fomento da cooperação e integração económica e social
- Fomento da cooperação e integração económica e social
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
Euroregiões na PI – Sustentabilidade territorial
Raia Ibérica
Ligações Interurbanas
Habitantes:
: < 20.000
20.000 – 100.000
100.000 – 1.000.000
> 1.000.000 0 100 Km
Euroregiões + AECT
Principais ligações interurbanas na Península Ibérica - 2010
Fonte: Dados (Medeiros 2010 + INE 2003 + ESPON ATLAS 2006 + DGOTDU 1997 2002 2003 2004 2006 + LEDO PRECEDO 1987 + DGPT 1994). Cartografia do Autor
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AECT na PI - Propósitos
- Existe um acordo ibérico que recomenda que os AECT tragam um valor acrescentado e evidenciem uma eficácia acrescida face a outros instrumentos de cooperação.
- Os objectivos estratégicos devem ser claros e orientados no sentido de “exercer uma influência dinamizadora na competitividade dos territórios, na qualidade de vida dos cidadãos e, consequentemente, no aumento da coesão territorial” (MAOT, 2009).
- Sugere-se que se fixe um período de duração do Agrupamento relativamente extenso (ex: 5 anos), sendo admitido renovações sucessivas, e que a localização da sede, de um lado e do outro da fronteira, siga um critério de paridade e equilíbrio tendo em conta o número de AECT ibéricos autorizados.
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AECT vs Euroregiões na PI
- No caso do AECT Norte-Galiza, cujo território coincide com a Euroregião (Comunidade de Trabalho), o primeiro é o responsável pela execução e gestão operacional dos contratos e acordos assinados no âmbito da comunidade de trabalho, e por contribuir para a obtenção dos principais objectivos estabelecidos no plano estratégico de cooperação entre o Norte e a Galiza (2007-2013) (Almeida, 2008).
- O AECT Norte-Galiza pretende ser um instrumento e uma ferramenta que impulsione e favoreça o estabelecimento de políticas comuns mais eficazes e sustentáveis, reforce a cooperação territorial de carácter inter-regional, e converta a “faixa atlântica da península num dos espaços de inovação e crescimento do século XXI.” (CCDRN, 2008:5),
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AECT na PI - Eixos prioritários Norte-Galiza Duero-Douro Zasnet
- Promover o relacionamento transfronteiriço
- A elaboração, realização e gestão de um programa de emprego no meio rural;
- Articular o espaço comum e promover as relações transfronteiriças (ambiente, turismo, cultura, empresas)
- Valorizar e promover a competitividade do tecido empresarial (inovação e conhecimento)
- A criação e gestão de novos recursos, novos serviços e novas infra-estruturas sociais;
- Implementar a cooperação territorial transfronteiriça nas políticas locais de cada membro
- Converter a Euroregião num território mais atractivo (transportes e acessibilidades)
- A criação de um plano de acção para a conservação e o desenvolvimento sustentável dos espaços naturais protegidos
- Colaborar com a Comunidade de Trabalho Bragança -Zamora e aComunidade Territorial de Cooperação do Douro Superior -Salamanca,
- Aumentar a coesão social e institucional
- A elaboração e gestão de um programa de turismo
- Valorizar as potencialidades dos recursos endógenos
- Estimular a fixação de população e a geração de sinergias para atrair novos habitantes ao território
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AECT na PI – Áreas Sobrepostas
Fonte: Dados (vários). Cartografia do Autor
0 100 Km
MEGAs
Transnational / National FUAs
MEGA - Metropolitan European Growth Areas
FUA - Functional Urban Area
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ER Norte-Galiza
ER EUROACE
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AECT ZASNET
AECT Duero-Douro
AECT Guadiana Central
MR Sudoeste Europeu
FUA - Functional Urban
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Os três ciclos de um AECT
1. Fase inicial: Procedimentos de negociação soft seguida de um processo de intensificação da institucionalização fronteiriça.
2. Segunda fase: Processo de renovação espacial renovada.
3. Terceira fase: São implementadas acções concretas, incidindo em particular na vida diária das populações fronteiriças.
(URBACT, 2010)
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
CONCLUSÕES
– O INTERREG: teve e tem um papel decisivo na criação e afirmação das Euro-Meso-Macro Regiões
– As Meso e as Macro-Regiões: são o verdadeiro processo inovador na criação de ‘novas regiões’ na Europa visto que as Euroregiões já existem desde 1958.
– Os dois países ibéricos: Ainda a propósito das Macro-Regiões, deveriam, em primeiro lugar, dar um passo intermédio, constituindo uma Meso-Região ibérica, de modo a encontrar soluções comuns que reforcem o seu papel no contexto geo-político e económico europeu e mundial.
EURO- MESO-MACRO: As novas regiões no espaço ibérico e europeu
CONCLUSÕES
– É cedo para tirarmos conclusões: tirando a experiência da ‘Euroregião Norte-Galiza, que está numa fase de cooperação mais adiantada, as restantes Euroregiões Ibéricas (EUROACE e EUROAAA) acabaram de ser constituídas, tal como os AECT
ibéricos que já estão em funcionamento. – No entanto… : -Achamos que as linhas estratégias de intervenção são muito gerais e não são construídas a partir de um ou dois eixos estruturantes de desenvolvimento: ex: energias renováveis.-A sobreposição de áreas de intervenção e a não-delimitação com base no critério das NUTS III (fronteiriças).-Será necessário clarificar melhor as competências de intervenção territorial de todos estes ‘novos espaços’ com os níveis existentes. -Existirá interferências na lógica de poderes territoriais instituídos?
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