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Revista Canavieiros - Março de 2010 1

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As expectativas danova safra

Boa leitura!Conselho Editorial

Editorial

Na Reportagem de Capadesta edição o leitor vaiconhecer a chamada

cana bisada, que é a cana queficou em pé de uma safra paraoutra. Devido ao excesso de chu-vas que ocorreram no segundosemestre de 2009, cerca de 10%(aproximadamente 50 milhões detoneladas de cana) dos canavi-ais da região Centro-Sul do Bra-sil, não foram colhidos na safra2009/10. Essa sobra será proces-sada em 2010, o que irá gerar umexcedente de matéria prima daordem de 10 a 12% para estanova safra.

O presidente da Orplana – Or-ganização dos Plantadores deCana da Região Centro-Sul doBrasil, é o entrevistado deste mêse fala sobre as perspectivas paraa safra 2010/11. Ele também co-mentou sua preocupação em re-lação às mudanças no Código Flo-restal, já que, segundo ele, a ques-tão vem sendo muito discutida einterpretada de maneira ideológi-ca, colocando em risco os produ-tores frente ao judiciário no valorda agropecuária nacional.

O presidente da Associação edo Sindicato Rural de Ribeirão Pre-to, Joaquim Augusto Azevedo Sou-za, expõe seu Ponto de Vista sobreo Código Florestal Brasileiro. Paraele, é necessário que se façam mu-danças urgentes no código paraadequá-lo a realidade do Brasil.

Em Assuntos Legais, o advo-gado da Canaoeste, Juliano Bor-

As expectativas danova safra

toloti, traz dois artigos: STF de-clara inconstitucional a cobrançado Funrural; Ato DeclaratórioAmbiental.

A secção Notícias Copercanatraz uma reportagem sobre o 1ºlote de cordeiros do confinamen-to da cooperativa que foi abatido.34 animais foram levados para oFrigorífico Gilberto FranciscoRuy, na cidade de Descalvado,para o abate.

Já em Notícias Canaoeste es-tão às reportagens sobre o Dia deCampo realizado na Fazenda San-ta Rita; a circular do Consecanacom o preço do ATR de fevereiroe a participação dos associadosna Feicana e no X Encontro Anu-al da Orplana, realizado em Ara-çatuba no dia 9 de março.

Nesse mês, a Canavieirostraz um importante Artigo Téc-nico intitulado “Potencial Produ-tivo e contribuição financeira decultivares de cana-de-açúcar”.Em Novas Tecnologias, a revis-ta aborda a dificuldade com oacesso a informação. Algunsprodutores já utilizam a internetpara se manterem informados,mas essa não é a realidade detodos. Confira a reportagem napágina 32.

Além disso, você pode confe-rir também as dicas de leitura, Lín-gua Portuguesa e as InformaçõesSetoriais do mês de fevereiro deacordo com o assessor técnico daCanaoeste, Oswaldo Alonso.

Revista Canavieiros - Março de 2010 33333

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Artigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo TécnicoArtigo Técnico

Potencial produtivo e contribuiçãofinanceira de cultivares de cana-de-açúcar

A aguardada metamorfoseflorestal

Joaquim Augusto S. S.Azevedo Souzapresidente da Associação e do Sin-dicato Rural de Ribeirão Preto

IndiceIndiceIndiceIndiceIndiceEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

CapaCapaCapaCapaCapa

OUTRASOUTRASOUTRASOUTRASOUTRASDESTDESTDESTDESTDESTAAAAAQUESQUESQUESQUESQUES

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotícias

NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCocredCocredCocredCocredCocred

CanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoesteCanaoeste

- Balancete Mensal

- Canaoeste realiza dia de campo na Fazen-da Santa Rita- Associados da Canaoeste participaram doX Encontro Anual da Orplana

Cana Bisada:a primeira a serprocessada em 2010Em 2009, o excesso de chuvacomprometeu a colheita ecerca de 10% dos canaviaiscontinuaram em pé

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NotíciasNotíciasNotíciasNotíciasNotíciasCopercanaCopercanaCopercanaCopercanaCopercana- 1º lote de cordeiros da Copercana éabatido

CIRCULARCONSECANA

SAFRA DEGRÃOS

ASSUNTOSLEGAIS

INFORMAÇÕESSETORIAIS

NOVASTECNOLOGIAS

REPERCUTIU

CULTURA

AGENDE-SE

CLASSIFICADOS

Revista Canavieiros - Março de 201044444

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CONSELHO EDITORIAL:Antonio Eduardo Tonielo

Augusto César Strini PaixãoClóvis Aparecido Vanzella

Manoel Carlos de Azevedo OrtolanManoel Sérgio Sicchieri

Oscar Bisson

EDITORA:Carla Rossini – MTb 39.788

DIAGRAMAÇÃO:Rafael H. Mermejo

EQUIPE DE REDAÇÃO / FOTOS:Carla Rodrigues - MTb 55.115

Carla RossiniRafael H. Mermejo

COMERCIAL E PUBLICIDADE:(16) 3946-3311 - Ramal: 2008

[email protected]

IMPRESSÃO:Pluss.br. Grafica e Editora Ltda

TIRAGEM:11.000 exemplares

ISSN:1982-1530

A Revista Canavieiros é distribuídagratuitamente aos cooperados, associa-

dos e fornecedores do SistemaCopercana, Canaoeste e Cocred. As

matérias assinadas são de responsabilida-de dos autores. A reprodução parcialdesta revista é autorizada, desde que

citada a fonte.

ENDEREÇO DA REDAÇÃO:Rua Dr. Pio Dufles, 532

Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)

www.revistacanavieiros.com.br

www.twitter.com/[email protected]

Ponto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vistaPonto de vista

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EntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevistaEntrevista

Ismael Perina JúniorPresidente da Orplana

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Dias melhores para osprodutores de cana

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Dias melhores para osprodutores de cana

Ismael Perina Júnior

Entrevista

Ismael Perina JúniorPresidente da Orplana - Organização dos Plantadores de Cana da RegiãoCentro-Sul do Brasil.

Dias melhores para osprodutores de canaCarla Rossini

É assim que o presidente da Or-plana – Organização dos Plan-tadores de Cana da Região

Centro-Sul do Brasil, Ismael PerinaJúnior, enxerga a safra 2010/11. Ementrevista a Revista Canavieiros, Is-mael falou sobre os problemas en-frentados pelos produtores de cananas últimas três safras e também so-bre a expectativa de melhora nos pre-ços de cana, açúcar e etanol.

O presidente também comentousua preocupação em relação àsmudanças no Código Florestal, jáque, segundo ele, a questão vemsendo muito discutida e interpre-tada de maneira ideológica, colo-cando em risco os produtores fren-te ao judiciário. Confira, na ínte-gra, a entrevista:

Revista Canavieiros: Como deveser a safra 2010/11 para os forne-cedores de cana?

Ismael Perina Júnior: Depois depraticamente três anos, em que ospreços tiveram comportamento mui-to ruim, a safra 2010/11 deve se inici-ar com preços bem melhores. São pre-vistas quedas durante o período, masnão tão acentuadas. As empresas seencontram em situação um poucomais estável, voltando a recuperar aremuneração no final de safra e iní-cio de entressafra. Com a reduçãodos preços ao consumidor, o etanoldeve voltar a ser consumido forte-mente e a expectativa é de preçosmais estáveis. O mesmo deve ocor-rer com o açúcar. Assim, teremos, nofechamento da safra, preços melho-res para a cana.

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Entrevista

“"Com a redução dos preços ao

consumidor, o etanol deve voltar a serconsumido fortemente e a expectativa é

de preços mais estáveis".

Revista Canavieiros: Os forne-cedores ainda sentem os reflexosda crise que afetou o setor em2008 e 2009?

Ismael: Sem dúvida que sim. Alémdos baixos preços, tivemos um com-ponente fundamental para a agricul-tura que é o crédito, bastante afetadoneste período. Isso dificultou o aces-so a recursos e aumentou o custo fi-nanceiro aos produtores. O problemase repetiu nas usinas e algumas nãoefetuaram o acerto com os produto-res, aumentando as dificuldades. Fe-lizmente, boa parte desses acertosvem sendo feita, e acredito que estasafra permitirá uma acomodação na si-tuação, mas lembrando que o estragofoi grande.

Revista Canavieiros: Como deveser a postura do fornecedor de canadiante da internacionalização dosetor? Vai haver alguma mudançanessa atividade?

Ismael: Boa partedas regiões mais tradi-cionais tem no produtorrural uma quantidaderepresentativa da suaprodução. É hora denos aproximarmos des-sas empresas e mostrar o quanto éinteressante adquirir matéria primado produtor. Acredito que, neste as-pecto, as empresas com capital inter-nacional acabem tendo melhor estru-turação financeira e maior controlesobre a comercialização e, assim, ospreços devam ser melhores. Precisa-mos também tentar nos adaptar aosnovos cenários. Para isso, é impor-tante que as pessoas frequentemsuas associações e se informem so-bre o que vem acontecendo. Nãovejo, entretanto, grandes mudançasnessa área. Acredito mais que o se-tor produtivo terá uma pressão mai-or de mudança por conta das ques-tões ambientais.

Revista Canavieiros: A safra quese iniciou em março deve ser maisaçucareira ou alcooleira? Por quê?

Ismael: É importante dizer que asafra que se inicia está com estoquesde passagem muito baixos, tanto deaçúcar como de etanol. O mercado vai

determinar o mix, masé importante ressaltarque a flexibilidade deprodução não é tãogrande como se imagi-na. O setor tem o com-promisso de produziretanol, pois o consu-mo está extraordiná-rio, mas não pode pro-duzir com prejuízos. Omesmo vale para o mer-cado de açúcar. Aolongo desta safra, pe-quenas alterações po-derão ser notadas,mas nunca fugindomuito dos 43% x 57%,45% x 55% ou 40% x60%, índices que re-presentam a capacidade instaladadas empresas. O determinante mes-mo será o comportamento do merca-do durante o início e meio de safra,

embora já se tenha boa parte doscompromissos de produção firmados.

Revista Canavieiros: Quais sãoos principais desafios que o setordeve enfrentar em 2010?

Ismael: Como teremos preços re-muneradores, certamente haverá algu-ma tranquilidade em relação à partefinanceira. Os principais problemas,acredito, estarão centrados nas ques-tões ambientais e trabalhistas. Existeuma discussão muito grande em tor-no desses dois temas, com interpre-tações muito mais ideológicas do quetécnicas por alguns segmentos.

Revista Canavieiros: Como seráa produtividade da matéria-primaneste ano, já que em muitas regiõeschoveu acima do esperado?

Ismael: Certamente as chuvasque prejudicaram a realização da sa-fra anterior e reduziram bastante aqualidade foram benéficas para a sa-fra atual. Entendo que teremos uma

produtividade bastante razoável equalidade da matéria prima. Com umregime de chuvas dentro da normali-dade, será bem melhor que a safra

passada.

Revista Canavieiros:Sobre o Código Flores-tal, quais mudanças de-vem ocorrer para que oprodutor possa continu-ar a produzir com susten-

tabilidade?Ismael: Essa questão vem sendo

muito discutida e interpretada de ma-neira ideológica, colocando em riscoos produtores frente ao judiciário.Nesse aspecto, estamos trabalhandomuito para que um novo código flo-restal seja elaborado, levando-se emconsideração aspectos técnicos, quepossam realmente contribuir para amelhoria ambiental e o desenvolvi-mento agropecuário. Deve ficar cla-ro também qual o papel dos proprie-tários rurais, do poder público e dasociedade. Somos plenamente favo-ráveis à conservação ambiental e,portanto, precisamos ter condiçõesfinanceiras para continuar produzin-do de maneira sustentável.

Revista Canavieiros: Uma dasprincipais reclamações dos consumi-dores, que abastecem seus veículoscom etanol, é a oscilação no preço.Quais medidas devem ser tomadaspara que este problema se resolva?

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“"...o governo tem

obrigação dedisponibilizar

recursos ou ser opróprio agente para

formação de estoques(de etanol), que serãodisponibilizados em

épocas de escassez..."

Ismael: Um problema tão sim-ples de ser resolvido acaba, portanto tempo, trazendo grande in-satisfação, tanto aos consumido-res como aos produtores. Infeliz-mente, nesse aspecto, quem sem-pre perde são os consumidores eos produtores, criando uma redede intermediários (distribuidoras egoverno), que em muitas situa-ções ganham e se mostram poucointeressados em resolver a ques- A Orplana é uma entidade que visa a organização dos produtores, a

gestão do conhecimento técnico do setor e sua representatividade diante da sociedade, mercado e esferas públicas.

Sua sede está localizada em Piracicaba, interior de São Paulo e,atualmente, conta com 28 associações, com abrangência nos esta-dos de São Paulo, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás.

O atual presidente da Orplana, Ismael Perina Júnior assumiu ocargo em março de 2007, com o objetivo de promover avanços naentidade, que a tornem apta aos atuais desafios de mercado e produ-ção. Como exemplos, a mudança do padrão da colheita para a canacrua, a exigência de promover o equilíbrio entre preservação ambien-tal e agricultura, além da co-geração de energia e os consequentesmovimentos e ajustes da economia globalizada.

Sobre a OrplanaSobre a Orplana

tão. É obvio que o etanol, de umamaneira ou de outra, tem de fazerparte da matriz energética com al-gumas garantias de mercado e pre-ços para os produtores. Obviotambém, que o governo tem obri-gação de disponibilizar recursosou ser o próprio agente para for-

mação de estoques, que serão dis-ponibilizados em épocas de escas-sez. Infelizmente, não dar atençãoa esses pontos, tornou uma cadeiaprodutiva importante como a su-croenergética, extremamente frágil,e deixou realmente o consumidormuito descontente.

Entrevista

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A aguardada metamorfoseflorestal

Ponto de Vista

A aguardada metamorfoseflorestal

Embora ainda em águas turbu-lentas, a nave das esperadasmudanças no Código Flores-

tal Brasileiro continua navegando nabusca da melhor solução para os inú-meros problemas suscitados na legis-lação ambiental.

Uma boa mostra dessa nova situa-ção, instrumentalizou-se na AudiênciaPublica realizada no último dia 3 de fe-vereiro em Ribeirão Preto, oportunida-de em que verificamos uma forte ten-dência, também dos parlamentares daComissão Especial da Câmara, de pre-servar as terras em desenvolvimentoprodutivo da famigerada reserva legal.

Isso representa um avanço extra-ordinário, que não deve e não podeser desprezado, posto que a produ-ção agropecuária, de tanta relevân-cia nacional, é o alvo predileto do ra-dicalismo ideológico ambiental.

Alias, curiosamente, torna-se im-portante destacar que não há no or-denamento jurídico de nenhum outropaís do planeta, o conceito de reser-va legal particular, figura confiscató-ria e refletiva do atraso cultural depolíticos incompetentes, que agemdemagogicamente em detrimento dosetor produtivo rural.

A nosso favor, as velhas teses dobom senso e da praticidade, que fa-zem naufragar aquelas falsas idéiasecológicas, direcionadas não à realdefesa do meio ambiente como a apre-goam, mas, muito ao contrário, perse-guem o fim do modelo econômico queabriga a agricultura brasileira. Certa-mente não prevalecerão, já que asmudanças pleiteadas estão voltadaspara os parâmetros técnicos e científi-cos, maneira correta de nortear a de-fesa do meio ambiente, compatibilizan-do-a com as necessidades de produ-ção rural do país. E isso poderá ser

Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza*

feito, simplesmenteatravés de zoneamen-to econômico-ecológi-co, diferenciando-seas potencialidades ecaracterísticas regio-nais, de forma a mos-trar qual a melhor op-ção para cada qua-drante do Brasil.

A implementaçãode um trabalho sérionesse sentido sem aodiosa máscara do es-querdismo inconse-quente e manipulador,especialmente das massas carentes,sem qualquer sombra de dúvida, viráao encontro dos elevados interessesnacionais. Nesse contexto, os Estadosestarão investidos de poderes, comopreceitua a Constituição Federal, paradisciplinar as questões ambientais se-gundo suas próprias peculiaridades.

O bom equacionamento dos sériosproblemas e entraves atualmente en-frentados, particularmente pelos produ-tores rurais, hoje vitimados por açõesde autoridades ideologicamente com-prometidas com as doutrinas contrári-as à democracia, a liberdade e ao capi-talismo, é hoje mais que um sonho dis-tante, é uma aspiração muito perto detornar-se uma grata realidade palpável.

Para isso, entretanto, é preciso quenos unamos em torno do objetivo co-mum de mudanças na atual legislaçãoambiental, para torná-la mais justa eexequível, mais sensata e viável, de ma-neira a atender não só aos reclamos pre-servacionistas, mas as condições bási-cas que permitam a produção rural,como requerido pela nação brasileira.

Torna-se de fundamental impor-tância a atuação serena e firme daclasse produtora, que deve trabalhar

com afinco e determinação no apoiodas teses que defendemos, sem pas-sionalismos desnecessários mas coma convicção de que estamos ajudan-do construir um Brasil melhor.

Não percamos de vista que o meioambiente deve ser preservado e a mãenatureza merece todo nosso respeito.Lembremos, contudo, também que o ade-quado abastecimento alimentar é condi-ção básica para garantir a tranquilidadesocial, a ordem pública e o processo dedesenvolvimento econômico social.

Um país rico é um país de gentefeliz e não há gente feliz com fome!

Nosso país é detentor de extraor-dinário potencial produtivo e, por con-seguinte, tem suficiente capacidadepara abastecer o mercado interno egerar excedentes exportáveis, que tra-zem divisas e progresso, auxiliando aeconomia e a geração de empregos.

Dispomos de excelente tecnologiaagrícola e maquinaria de ponta, com autilização de insumos modernos quenos permitiram melhorar sensivelmen-te a produtividade e os volumes pro-duzidos. Isso tudo em não mais decerca de 7 % do território nacional. Se

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Ponto de Vista

considerarmos também as áreas utili-zadas com a pecuária, que abrigamperto de 200 milhões de reses e eleva-ram o país ao primeiro lugar nas expor-tações de carne bovina, chegamos aos30% a 32% da superfície nacional.Além disso, detemos a maior e maisdensa floresta tropical do mundo e amaior e mais extensa bacia hidrográfi-ca do globo terrestre. É pouco?

Se alguém achar que ainda assimnão preservamos o meio ambiente, porfavor, visitem a Europa, percorram-nade ponta a ponta e verifiquem quantode floresta são conservadas. E obser-vem se lá também as propriedades ru-rais são obrigadas a abandonaremplantações em favor de matagais...

Talvez por isso, é que determina-dos países exportam ONG’s para fi-nanciarem grupos e infernizarem avida de quem produz abaixo da linhado Equador. Será porque os incomo-damos com nossas produções ou ésó uma questão de inveja?

Por tudo isso, prezados leitores, nãoencontramos justificativas plausíveispara que a legislação ambiental conti-nue engessando a nossa agropecuária!

É preciso, portanto, que se façammudanças urgentes no Código Flo-

restal Brasileiro adequando-o à nos-sa realidade, de forma inteligente, ra-cional e, principalmente, com um mí-nimo de patriotismo.

* presidente da Associação e doSindicato Rural de Ribeirão Preto

Audiência Publica realizada no últimodia 3 de fevereiro em Ribeirão Preto

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Revista Canavieiros - Março de 20101010101010

1º lote de cordeiros daCopercana é abatido1º lote de cordeiros daCopercana é abatido

NotíciasCopercana

Carla Rossini

Os animais abatidos fazem parte do Projeto Copercana/Sebrae

No início de março, o 1º lotede cordeiros do confinamen-to da Copercana foi abatido

pelo Frigorífico Giberto FranciscoRuy, da cidade de Descalvado. Aotodo, 34 animais foram levados parao abate. Desses animais, 6 eram depropriedade da Copercana e os ou-tros 28 eram de cooperados que fa-zem parte do Projeto Copercana/Se-brae.

Segundo o veterinário da Coper-cana, Gustavo Lopez, os animais fi-caram no confinamento, em média, 98dias e tiveram um bom ganho de peso.“Os cordeiros entraram no confina-mento com peso entre 17 e 20 quilose saíram para o abate com peso entre34 e 42 quilos”, disse Gustavo.

Outro ponto positivo apontadopelo veterinário foi o rendimento dacarcaça, já que os animais da raça San-ta Inês tiveram rendimento de 41% eos animais de cruzamento (Santa Inês/Dorper), renderam 43%, em média.

O lote foi enviado para o abate eposteriormente retornou ao Super-mercado Copercana de Sertãozinhopara ser preparado com cortes espe-cíficos para a comercialização – per-

nil, paleta, costela, reck (ossobuco) ecarrer (lombo).

Segundo Gustavo, os consumi-dores e apreciadores de cordeiro vãopoder adquirir esses cortes que es-tarão identificados no Supermerca-do Copercana de Sertãozinho e, pos-teriormente, nos outros supermerca-dos da rede. “A carne desses ani-mais é diferenciada pela qualidade.Durante todo o processo de engor-da, cuidamos para que os tratos sa-

nitários fossem os mais rigorosospossíveis”, disse Gustavo.

Para aqueles consumidores queapreciam a carne de cordeiro, masnão sabem como prepará-la, a Coper-cana preparou uma boa sugestão. Embreve, nas gôndolas estarão fixadasreceitas e dicas de preparo. “Pensa-mos em algo diferente para os con-sumidores, que já vão estar compran-do uma carne de excelente qualida-de”, finalizou o veterinário.

O veterinário da Copercana,Gustavo Lopez, acompanhou o 1º

lote de Cordeiros abatido

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NotíciasCanaoeste

Canaoeste realiza Dia deCampo na Fazenda Santa RitaCanaoeste realiza Dia deCampo na Fazenda Santa Rita

Novas variedades e recomendação de manejo foram os temas discutidos

ACanaoeste, em parceria com aUNESP (Universidade Estadu-al Paulista "Júlio de Mesquita

Filho" - Campus de Jaboticabal) e oCTC (Centro de Tecnologia Canaviei-ro), promoveu no dia 1º de março, umDia de Campo que reuniu produtoresde cana e 40 alunos da universidade.O evento foi realizado na Fazenda San-ta Rita, localizada no município de Ter-ra Roxa, e teve como objetivo mostraraos participantes as novas variedadesde cana, bem como suas característi-cas e manejo.

Dentre os temas discutidos, oengenheiro agrônomo da CTC, Ro-drigo Mahlmann de Almeida e o Ge-rente do Departamento Técnico da

Da redação

Canaoeste, Gustavo Nogueira, re-lataram sobre a importância da pro-dução de mudas sadias no viveiroda associação, bem como as carac-terísticas de cada uma das varie-dades disponibilizadas aos forne-cedores. Segundo Gustavo No-gueira, esse tipo de evento é mui-

to proveitoso porque proporcionaa transmissão informações direta-mente aos produtores. "No even-to os associados podem receber asinformações diretamente dos téc-nicos que dominam o assunto epodem tirar dúvidas também", dis-se Gustavo.

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NotíciasCanaoeste

Consecana

A seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de emissão da Nota de Entrada de cana entreguedurante o mês de FEVEREIRO de 2010 e ajuste parcial da safra 2009/2010. O preço médio do kg de ATR para o mêsde FEVEREIRO, referente à Safra 2009/2010, é de R$ 0,3482.

O preço de faturamento do açúcar no mercado interno e externo e os preços do etanol anidro e hidratado, destinados aosmercados interno e externo, levantados pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril de 2009 a fevereiro de 2010 e os acumuladosaté FEVEREIRO, são apresentados a seguir:

ConsecanaConselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo

CIRCULAR Nº 14/09DATA: 26 de fevereiro de 2010

Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercadoexterno (ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC e EHC), destinados à industria (EAI e EHI) e aomercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).

Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril de 2009 a fevereiro de 2010e os acumulados até FEVEREIRO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/09, são os seguintes:

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Associados da Canaoesteparticiparam do X EncontroAnual da Orplana

Associados da Canaoesteparticiparam do X EncontroAnual da Orplana

NotíciasCanaoeste

Carla Rossini

A Orplana - Organização dosPlantadores de Cana da Re-gião Centro-Sul do Brasil, re-

alizou no dia 9 de março, o seu X En-contro Anual. O evento aconteceuem Araçatuba durante a Feicana/Fei-Bio 2010 e reuniu produtores e autori-dades do setor sucroalcooleiro. Aspalestras apresentaram estratégias etemas variados pertinentes ao setor.A Canaoeste, através do seu departa-mento técnico, levou um ônibus defornecedores à Araçatuba. Após a reu-nião, os produtores visitaram a feira.

O secretário adjunto da Secretariada Agricultura e Abastecimento deSão Paulo, Antonio Julio Junqueira deQueiroz, fez a abertura da reunião.Queiroz destacou os projetos que asecretária conseguiu realizar nos últi-mos 3 anos e falou sobre a importân-cia do sistema Consecana. “Esse sis-tema deveria ser seguido por outrasculturas além da cana-de-açúcar, masé importante lembrar que ele precisasempre estar sendo atualizado”, dis-se. O secretário também alertou osprodutores na questão de administra-ção das suas atividades. “Os produ-tores tem de aderir a gestão de negó-cios para administrar seus custos deprodução e garantir melhores resulta-dos”, finalizou Queiroz.

Em seguida foi realizada uma pa-lestra com o tema: “Legislação Ambi-ental e o Código Florestal”, ministra-da pela Dra. Samanta Pineda, consul-tora jurídica da Frente Parlamentar daAgricultura. A advogada mostrou osproblemas que o Código Florestal queestá em vigência apresenta. Segundoela, “hoje, o maior problema é a inse-gurança jurídica que os produtoresenfrentam, já que órgãos como o IN-

O evento foi realizado durante a Feicana/FeiBio 2010

CRA, FUNAI e os Ministérios da Agri-cultura e Meio Ambiente não se en-tendem sobre a política ambiental dopaís”, afirmou Samanta. No final dasua apresentação, a advogada deixouum recado aos produtores: “o setorprodutivo precisa se mobilizar, casocontrário, estará sujeito a enfrentarsérias consequências pela falta de ini-ciativa”, finalizou.

A terceira apresentação do encon-tro, foi ministrada pela Dra. Mirian Ru-menos Piedade Bacchi, da Esalq/Ce-pea, que abordou o tema “Indicado-res de Preços do Açúcar e do Etanolno Estado de São Paulo”.

Para finalizar, o presidente da Or-plana, Ismael Perina Júnior, fez umaconvocação aos produtores para semobilizarem em relação as mudan-ças no Código Florestal. “Precisa-mos nos unir e ir à Brasília, paramostrar aos nossos deputados queprecisamos de mudanças urgentesno Código Florestal Brasileiro”,disse Ismael.

A diretora executiva da Abag, Mô-nica Bergamaschi, que estava presen-te na reunião, também fez uso da pa-lavra para pedir aos produtores maisação em relação às mudanças nasquestões ambientais.

Associados da Canaoeste em visita a Feicana/Feibio 2010 após o encontro realizado pela Orplana

Público presente durante o X EncontroAnual da Orplana

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Safra de Grãos

Produção de grãos é dequase 144 milhões detoneladas

Produção de grãos é dequase 144 milhões detoneladas

Asafra de grãos 2009/10, di-vulgada pela Conab no iní-cio de março, foi estimada em

143,95 milhões de toneladas. O resulta-do, do sexto levantamento do ano, con-tinua como o segundo melhor da histó-ria e 6,5% superior às 135,13 milhões detoneladas da última temporada. É, ain-da, 0,6% a mais que a do mês passado(143,09 milhões de toneladas). O recor-de da produção é do ciclo 2007/08, quechegou a 144,1 milhões de toneladas.

Boa produtividade e estabilidade daschuvas nas áreas de maior produção sãoas responsáveis pela melhor avaliaçãodesta edição. A soja foi beneficiada peloclima e deve alcançar 67,57 milhões detoneladas, 18,2% ou 10,40 milhões de to-neladas a mais que o período anterior,

de 57,16 milhões de toneladas. A co-lheita nos estados de maior produção,como Mato Grosso, Goiás e Rio Grandedo Sul, já supera os 50%. O milho se-gunda safra também registra aumento,graças ao crescimento da produtivida-de de 9,7%. No total, o milho cresceu0,7%, com 379 mil toneladas a mais quea safra passada.

Outras culturas também ganharamcom o clima. O feijão primeira safra teveaumento de 10,6% e produção de 142,1

mil toneladas, e o algodão cresceu2,1%, o equivalente a 40 mil toneladas.

Área – A área total plantada é de47,65 milhões de hectares, inferior19,3 mil ha à anterior. A soja e o feijãoprimeira safra tiveram aumento deárea, ao contrário de outras culturascomo o algodão (-25,6 mil ha), o ar-roz (- 113,9 mil ha), o milho primeirasafra (-1,11 milhão ha) e o milho se-gundo safra (-164,2 mil ha).

Para reajustar os números os técni-cos da Conab conversaram com repre-sentantes de cooperativas e sindicatosrurais, órgãos públicos e privados, noperíodo de 22 a 26 de fevereiro.

Fonte: Conab

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Funrural - STF declarainconstitucional acobrança do Funrural

Assuntos Legais

Funrural - STF declarainconstitucional acobrança do Funrural

Juliano Bortoloti - AdvogadoDepartamento Jurídico Canaoeste

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No dia 03 de fevereiro de 2010,o Supremo Tribunal Federal(STF), instância máxima do

Judiciário Nacional, julgou o Recur-so Extraordinário nº 363.852, inter-posto por um frigorífico, decretandoa inconstitucionalidade do FUNRU-RAL. Referido tributo é uma contri-buição que substitui a cota patronaldo encargo previdenciário (20%) maiso percentual do RAT – Riscos Ambi-entais do Trabalho (3%) dos produ-tores rurais pessoas físicas, jurídicase também das empresas agroindus-triais. O FUNRURAL custeia a previ-dência do segurado especial, servin-do para aposentadoria e outros be-nefícios junto ao INSS (Instituto Na-cional da Seguridade Social).

A alíquota do FUNRURAL, parao produtor pessoa física, é de 2,1%,sendo 2,0% para o INSS e 0,1% parao RAT. Já a contribuição ao SENAR(Serviço Nacional de AprendizagemRural), de 0,2% sobre o valor da co-mercialização da produção e que érecolhida na mesma Guia da Previ-dência Social do Funrural, não foianalisada pelo STF e, portanto,deve ser recolhida normalmente.

Referida decisão do STF abrecaminho aos produtores rurais paraajuizar ações visando se desobri-gar do recolhimento do Funru-ral de 2,1% sobre a comerciali-zação de seus produtos, assimcomo para recuperar os valorespagos indevidamente dos últimoscinco anos, no mínimo. AQUELEQUE NÃO AJUIZAR AÇÃO CON-TINUARÁ RECOLHENDO OFUNRURAL NORMALMENTE,pois a referida decisão somente be-neficiou o frigorífico que a provocou.

Deve-se atentar para o fato de queo não recolhimento do FUNRURALsobre a comercialização dos produ-

tos, autorizado por decisão judicial,sujeitará o produtor rural ao recolhi-mento da contribuição do INSS so-bre a folha de salários, na alíquotade 23% (20% ao INSS e 3% ao RAT –Riscos Ambientais do Trabalho), ra-zão pela qual deve-se fazer as con-tas antes de ingressar com a ação ju-dicial, para verificar se compensacontinuar recolhendo o FUNRURAL,que incide sobre a comercialização,ou passar a recolher o INSS, que in-cide sobre a folha de salários.

Para tanto, a conta a ser feita éa seguinte:

· FUNRURAL: total da comercia-lização anual x 2,1%

· INSS: total anual dos saláriospagos aos empregados x 23% (12 me-ses + 13º + férias x 23%).

Dito isso, deve o produtor ruralanalisar as conseqüências quepodem advir de um pedi-do judicial paraser dis-

pensado do paga-mento do FUN-RURAL, já queem muitos casoseste tributo podeser menos custo-so com relação aorecolhimento tri-butário sobre a fo-lha de pagamentode salários.

Os produtores rurais que solici-tarem a restituição dos valores já re-colhidos deverão apresentar os do-cumentos que comprovem a qualida-de de produtor, as vendas e as reten-ções feitas pelas empresas que ad-quiriram os produtos, tais como: 1-cópia do RG; 2- cópia do CPF/MF.; 3-cópia da capa do Bloco de Produtor;4- comprovante de residência; 5-comprovante que o produtor é em-pregador; 6- cópias das Notas Fis-

cais de Produtor Rural e Notas deEntrada (contra nota).

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Assuntos Legais

Como já afirmado n’outras edi-ções desta Canavieiros, o ADA(Ato Declaratório Ambiental), é

uma declaração da situação ambientalda propriedade rural, onde será infor-mado OBRIGATORIAMENTE ao IBA-MA (Instituto Brasileiro do Meio Ambi-ente e dos Recursos Naturais Renová-veis), as áreas de preservação perma-nente, reserva florestal legal e outrasáreas de proteção ambiental (área de re-serva particular do patrimônio natural -RPPN, área de declarado interesse eco-lógico, área com plano de manejo flo-restal, áreas cobertas por Floresta Nati-va –AFN, áreas alagadas de usinas hi-drelétricas – AUH, etc.), caso existamno imóvel rural e desde que declaradasno DIAT (Distribuição da Área do Imó-vel Rural), entregue quando do preen-chimento da DITR (Declaração do Im-porto Territorial Rural). Tal declaraçãopossibilita a redução do pagamento doITR (Imposto Territorial Rural) em até100% de seu valor.

ADA - Ato Declaratório AmbientalADA - Ato Declaratório AmbientalRessaltamos, ainda, que o envio do

ADA desde o exercício 2007, É EXIGI-DO ANUALMENTE e feito por meioeletrônico, via internet (ADAweb), atra-vés do site www.ibama.gov.br/adaweb/.Para este ano, já se encontra disponí-vel no site do IBAMA o formulário ele-trônico do Ato Declaratório Ambiental(ADA) e o prazo para sua entrega é de1/01 a 30/09 (extensivo até 31/12 paradeclarações retificadoras).

No preenchimento eletrônico doADA ou em caso de retificação, deve-se observar fielmente o que foi decla-rado no formulário do DITR, protoco-lizado perante a Secretaria da ReceitaFederal, pois as informações ali conti-das devem guardar relação com as queforem prestadas no ADA, tendo emvista que, visando um maior controleadministrativo das propriedades rurais,o IBAMA compartilha suas informa-ções com a Receita Federal e o INCRA– Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária, responsáveis pelocontrole e recolhimento anual do ITR.

Para dirimir dúvidas relacionadas aoADA, basta acessar o sitio eletrônicodo Ibama (www.ibama.gov.br) e clicarnos seguintes links: IN IBAMA Nº 5,DE 25 03 2009 ADA; ADA-PROSPEC-TO 2010; MANUAL DE PERGUNTASE RESPOSTAS DO ADA 2010 e MA-NUAL DE PREENCHIMENTO DOADA 2010.

Ainda segundo o sitio eletrônico doIbama, “para preenchimento do formu-lário eletrônico do Ato DeclaratórioAmbiental – ADA, Sistema ADAWeb, énecessário que o declarante seja umusuário dos ‘Serviços on-line’, pessoafísica ou jurídica, cujas informações pes-soais ou institucionais estejam atualiza-das junto ao Cadastro Técnico Federal– CTF. O acesso ao ADAWeb é feitopor meio de senha única para CPF ouCNPJ, gerada e fornecida pelo CTF”.

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NotíciasCocredBalancete MensalBalancete MensalCooperativa de Crédito dos Plantadores de Canade Sertãozinho BALANCETE - JANEIRO/2010

Valores em Reais

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Cana Bisada:a primeira a serprocessada em 2010

Cana Bisada:a primeira a serprocessada em 2010

Carla Rossini

A chamada cana bisada é a canaque ficou em pé de uma safrapara outra. Devido ao excesso

de chuvas que ocorreram no segundosemestre de 2009, cerca de 10% (apro-ximadamente 50 milhões de toneladasde cana) dos canaviais da região Cen-tro-Sul do Brasil, não foram colhidosna safra 2009/10, segundo dados daUNICA – União da Indústria de Cana-de-Açúcar. Essa sobra será processa-da em 2010, o que irá gerar um exce-dente de matéria prima da ordem de 10a 12% para esta nova safra.

Segundo o agrônomo Gustavo No-gueira, gerente do departamento téc-nico da Canaoeste, a cana bisada con-ta com uma produtividade maior, mascom qualidade inferior. “Ela (a cana)

Em 2009, o excesso de chuva comprometeu a colheita ecerca de 10% dos canaviais continuaram em pé

passou todo o período de entre safrase desenvolvendo, então vai ter umaprodutividade agrícola alta, mas a qua-lidade pode deixar a desejar porque oscanaviais já estavam em ponto de ma-turação e voltaram a se desenvolver”,afirma Gustavo.

Essa cana começará a ser colhidaem abril. Gustavo explica que “o me-lhor a se fazer é colher a cana bisadadesde o início da safra, já que prolon-gar ainda mais a vida deste canavialpode ser desvantajoso”, disse.

O consultor agronômico da Canao-este, Oswaldo Alonso, reforça a opiniãode Gustavo e explica que a cana bisadatem apresentado algumas característicasnegativas como “tombamento, enraiza-

mento, brotação lateral, maior infestaçãode pragas e doenças, colmos secos oumortos, além de aumento de impurezas.Esses fatores, entre outros, contribuempara menor qualidade da matéria prima,o que exige muita atenção do fornece-dor de cana”, disse Alonso.

Os especialistas apontam, ainda,para um cuidado adicional para a sa-fra 2010/11, qual seja, no transcor-rer da safra 2009/10, a crise econô-mica levou muitos produtores a re-duzir adubação, tratos culturais e re-novação dos canaviais, que em ra-zão das abundantes chuvas poderánão comprometer significativamen-te a produtividade nesta safra queestá iniciando, mas poderá impactarnas safras seguintes.

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Reportagem de Capa

Gustavo e Alonso mostram um canavial sadio.A Cana foi plantada no início de 2009 e

será colhida na safra 2010/11

Os Agrônomos também mostraram um canavial bisado.A Cana deveria ter sido colhida na safra 2009/10,

mas será colhida na safra 2010/11

Plantio

No Estado de São Pau-lo, fornecedores filiados àOrplana – Organizaçãodos Plantadores de Canada Região Centro-Sul doBrasil, já iniciaram o plan-tio de cana nas chamadasáreas de reforma (renova-ção), que deveria ser aoredor de 200 mil hectares.“Os canaviais resistem de5 a 7 cortes e depois de-mandam renovação para manter a pro-dutividade da cana”, explica Alonso.

O plantio que está sendo realizadoagora é para a safra de 2011/12. “A canaque plantamos hoje será industrializadaem 2011. A safra que teve início no co-meço deste mês está utilizando canavi-ais plantados no início de 2009, além dascanas bisadas”, disse Gustavo.

Ainda segundo o agrônomo, estima-se que houve diminuição nas áreas de re-forma dos fornecedores independentes decana, devido as condições climáticas ocor-

Usinas iniciam nova safraNa última quinzena de fevereiro, o

número de empresas em produção naRegião Centro-Sul totalizava 47 usinas,sendo que 5 delas haviam encerrado asafra 2009/2010 no final de dezembro ejá iniciaram a produção da nova safra.

Com isso, a moagem acumulada nasafra 2009/2010 até o final de fevereirochegou a 535,30 milhões de toneladas.

Qualidade damatéria-prima

Apesar do avanço da moagem, noacumulado até o final de fevereiro a quan-tidade de produtos obtidos a partir dacana processada na safra 2009/2010 per-manece 1,50% inferior ao volume dispo-nível no mesmo período da safra passa-da. Isto ocorreu devido à menor quanti-dade de Açúcares Totais Recuperáveis(ATR) obtidas por tonelada de cana nasafra 2009/2010, que até o momento é de130,51 kg de ATR/tonelada de cana, ouseja, 10,4 quilos abaixo do apurado nomesmo período do ano anterior (2008/09).

ridas em 2009 que permitiram uma melhorbrotação e desenvolvimento dos canavi-ais, como também os fatores econômicos.“Nós tivemos um 2009 muito chuvoso eisso fez com que os canaviais brotassem ese desenvolvessem bem, portanto tere-mos uma boa produtividade agrícola em2010”, conclui Gustavo.

O setor sucroenergético aguarda,das principais entidades e consultori-as, previsões ou prognósticos para asafra deste ano, mas as expectativas jáse mostram melhores que no início dasafra passada.

A cana processada pelas unidades queiniciaram esta nova safra (2010/2011)alcançou 270 mil toneladas.

Na segunda quinzena de fevereiro,a moagem na Região Centro-Sul atin-giu 2,27 milhões de toneladas, apresen-tando uma pequena queda em relaçãoos 3 milhões de toneladas processa-das na primeira quinzena do mês.

Mix e produção deaçúcar e etanol

Tendo como fonte a UNICA, tem-seque do total da cana processada na sa-fra 2009/2010 até o momento (535,3 mi-lhões de toneladas), 42,9% destinou-seà produção de açúcar e 57,1% ao etanol.No acumulado, desde abril de 2009, aprodução de etanol alcançou 23,33 bi-lhões de litros, sendo 17,13 bilhões deetanol hidratado - crescimento de 3,74%sobre a safra anterior e 6,19 bilhões deetanol anidro, com queda de 26,93% re-lativamente à safra 2008/2009. Apesardos preços mais remuneradores, a pro-dução acumulada de açúcar cresceuapenas 6,86% na safra 2009/2010, totali-zando 28,53 milhões de toneladas.

A produção acumulada desta novasafra (2010/2011) até o final de fevereirojá totaliza 2,10 mil toneladas de açúcar e13,80 milhões de litros de etanol.

Fonte: Unica

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CHUVAS DE FEVEREIROe Prognósticos Climáticos

CHUVAS DE FEVEREIROe Prognósticos Climáticos

Informações Setoriais

Engº Agrônomo Oswaldo AlonsoAssessor Técnico Canaoeste

No quadro abaixo, são apresentadas as chuvas do mês de FEVEREIRO de 2010.

Revista Canavieiros - Março de 20102626262626ÁGUA, usar s

Protejam e preservem as nÁGUA, usar s

Protejam e preservem as n

Em FEVEREIRO, a médiadas observações de chuvas “ficou” bem abaixo

(70%) da média da normalidadeclimática. Porém, mostrou somas de chuvas próximas às médias históricas na Açúcar Guarani, Algodoeira Donegá-Dumont,Franca, e Usina S Francisco. Por outro lado, na Unidade LDC-SEV Santa Elisa, somente nos dois últimos dias de fevereirochoveu quase que o equivalente à normal climática do mês.

Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 15 a 17 de FEVEREIRO de 2010.

O Mapa 1 ao lado, mostra queo índice de Água Disponível noSolo, no período de 15 a 17 de FE-VEREIRO, apresentava-se comomédio a alto na faixa Sudoeste/Oeste da área sucroenergética doEstado de São Paulo e estreitas fai-xas do Leste divisando com Mi-nas Gerais. Nas demais áreas ca-navieiras, a Disponibilidade deÁgua no solo mostrava-se entrebaixa a crítica (Centro do Estado efaixa Piracicaba-Sorocaba) e commuita semelhança com o de finalde fevereiro de 2009 (Mapa 2).

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Informações Setoriais

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Mapa 2:- Água Disponível no Solo ao final de FEVEREIRO de 2009.

Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final deFEVEREIRO de 2010.

sem abusar !nascentes e cursos d’água.sem abusar !nascentes e cursos d’água.

Revista Canavieiros - Março de 2010

Pelos mapas 2 e 3, nota-se que os índices de Disponibilidade de Água no Soloaos finais de FEVEREIRO de 2009 e de 2010 foram muito bem diferentes na áreaSucroenergética do Estado de São Paulo. Ao final de FEVEREIRO de 2010, ocor-ria praticamente o inverso do que se observou em meados do mês (Mapa 1) e aofinal de FEVEREIRO de 2009 (Mapa 2), notava-se maiores Disponibilidades nafaixa Centro Norte e próximo do índice crítico no extremo Sudoeste do Estado.

Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a CANAOESTE resumeo prognóstico climático de consenso entre INMET-Instituto Nacional de Meteo-rologia e INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais para os meses de mar-ço a maio (vide Mapa 4).

· A temperatura média poderá ficar ligeiramen-te acima das médias em todos os estados daRegiões Centro Oeste / Sudeste e próximas àsnormais nos estados da Região Sul do Brasil;

· Para os meses de março a maio, como ilustra-do pelo Mapa 4 (abaixo), mesmo com previsibilida-des dificultadas face às oscilações dos modelosclimáticos, as chuvas poderão “ficar” próximas àsmédias históricas em, praticamente, todos estadosdas Regiões Centro Oeste / Sudeste e acima dasrespectivas médias na Região Sul do Brasil;

· Como referência de normais climáticas dechuvas para Ribeirão Preto e municípios vizi-nhos, pelo Centro Apta-IAC, são de 165mm emmarço, 70mm em abril e 55mm em maio.

Mapa 4:- Os prognósticos pelo ConsórcioINMET e INPE, para o trimestre março a maio de2010, é de que as chuvas possam ser próximas ànormalidade climática na faixa cinza e acima damédia na área verde do mapa.

A SOMAR Meteorologia, com a qual a CA-NAOESTE mantém convênio, assinala que astemperaturas médias entre março a maio pode-rão ser ligeiramente acima das normais climáti-cas. Com relação às chuvas, para os mesmosmeses e Região de abrangência CANAOESTE,poderão ser entre próximas a ligeiramente abaixodas respectivas médias.

Em função destes prognósticos climáticos,dos custos das operações de plantio, dos reco-mendados insumos e utilização de tecnologia deprodução, a CANAOESTE sugere que evitemplantios tardios.

Quanto aos meses de safra - abril e maio, asprevisões mostram que se deve aproveitar, aomáximo, os dias e tempos disponíveis para co-lheita e entrega de cana.

Estes prognósticos serão revistos a cadaedição da Revista Canavieiros e fatos ou prog-nósticos climáticos relevantes serão noticiadosem nosso site www.canaoeste.com.br . Continu-em acompanhando !

Persistindo dúvidas, consultem os Técni-cos mais próximos ou através do Fale Conos-co CANAOESTE.

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Potencial produtivo econtribuição financeira decultivares de cana-de-açúcar

Potencial produtivo econtribuição financeira decultivares de cana-de-açúcar

IntroduçãoDevido a constante liberação denovos cultivares o produtor ob-

teve ganhos em produtividade agrí-cola e industrial (Landell & Vascon-celos, 2006), proporcionado a cadareforma de canavial a substituição decultivares (Gheller 1996), sendo estaa maneira mais econômica de se ele-var o rendimento (Alvarez et al., 1983).

Com melhoramento genético épossível obter ganhos de 30% na pro-dutividade e na recuperação de qui-logramas de açúcar por tonelada decana (Barbosa et al., 2000). Nestesentido, Landell et al (1999) revelouvariações consideráveis na toneladade cana e pol por hectare na mudan-ça de ambientes, sendo realizado, apartir de 1983, estudos em diversasregiões produtoras, constatando ainteração genótipo-ambiente (Lande-ll, 1999).

As características agronômicas eagroindustriais refletem as diferençasgenéticas entre os cultivares (Rama-lho 2001), portanto baseado nestesparâmetros recomendam-se para cadaregião produtora, com seu respecti-vo ambiente de produção, o cultivarde melhor desempenho (Bassinelo etal, 1984; Landell e Bressiani 2008).

Sendo assim, o objetivo destetrabalho foi verificar o comportamen-to de diferentes cultivares de cana-de-açúcar, na Região de Ribeirão Pre-to, e identificar seu potencial produ-tivo e as estimativas de sua contri-buição financeira.

MATERIAL E MÉTODOSO experimento foi realizado no ano

de 2008, na cidade de Jaboticabal, si-

Hélio Francisco da Silva Neto*Luiz Carlos Tasso Júnior**Marcos Omir Marques***Gustavo de Almeida Nogueira****Fábio Camilotti*****

tuada na macro-região de RibeirãoPreto, interior de São Paulo, na Fa-zenda de Ensino, Pesquisa e Produ-ção FCAV/UNESP. O solo utilizado noexperimento foi um Latossolo Verme-lho eutroférrico (LVef) textura muitoargilosa A moderado, (Embrapa, 2006).

O delineamento utilizado foi o in-teiramente casualizado, com 6 trata-mentos e 3 repetições. Os tratamen-tos foram os cultivares de ciclo de ma-turação precoce: IACSP93-3046,SP80-1842, CTC 16, CTC 7, CTC 9 eSP91-1049; e de ciclo de maturação nofinal de safra: IAC94-2101, RB72454,RB867515, CTC 2, CTC 6 e CTC8.

As parcelas experimentais foramcompostas por 5 linhas de cana com12 metros de comprimento, espaça-das de 1,5 m, totalizando 90 m², sen-do considerada como área útil as 3linhas centrais, descartando-se 1metro nas extremidades, totalizando45 m².

As amostragens foram realizadasde acordo com o ciclo de maturaçãode cada cultivar, sendo classificadosem precoce e tardio (Landell et al.,2008). Os cultivares precoces foramavaliados no dia 29 de maio de 2008,nas condições de cana planta de anoe meio, que apresentava 14 meses e20 dias após o plantio, e para os tardi-os no dia 21 de novembro de 2008,aos 19 meses e 26 dias após o plantio.

Em cada parcela foi coletado umfeixe de cana contendo 10 colmos in-dustrializáveis, retirados em sequên-cia na linha, que foram despontados,despalhados e encaminhados ao La-boratório de Tecnologia do Açúcar eÁlcool da FCAV/UNESP, para poste-

rior análise. No laboratório, foi deter-minada a fibra e a pol, e em seguidafoi cálculo o ATR segundo as normasoperacionais definidas pelo CONSE-CANA-SP, (2006) para cada cultivar,na sua respectiva época de análise.

Para determinar a produtividade,foram contados nas 3 linhas centraisda parcela o número de colmos pre-sentes, e no momento da colheita, aparcela útil foi pesada, para estimaro cálculo da produtividade.

Os resultados obtidos foram sub-metidos à análise de variância pelo tes-te F, e as médias foram comparadas peloteste de Tukey, a 5% de probabilidade.

De posse destes resultados, esti-mou-se a produção de açúcar espe-cial e VHP e álcool anidro e hidrata-do, de acordo com CONSECANA-SP(2006). Associados aos valores demercado dos respectivos produtosna data da análise, coletados noCPEA (2009) foram estimados suascontribuições financeiras.

RESULTADOS E DISCUSSÃONa tabela 1 são apresentados os

valores de TCH, TPH, e ATR dos cul-tivares de cana-de-açúcar com ciclode maturação precoce. Para todos osparâmetros agroindustriais foram en-contradas diferenças significativas.Bressiani et al., (2002) e Silva et al.(2002) assim como neste trabalhotambém encontraram diferenças en-tre as famílias de cana-de-açúcar es-tudadas para TCH e TPH. Os melho-res resultados foram encontradospelo cultivar CTC 7, sendo observa-do sua superioridade em todas asvariáveis. O pior desempenho foiobservado para o SP80-1842, que

Artigo Técnico

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Revista Canavieiros - Março de 2010 2929292929

Artigo Técnicoapresentou produtividade de cana in-ferior a estimativa da média brasilei-ra, da região sudeste e do estado deSão Paulo 80,36, 81,75 e 83, 67, res-pectivamente. (Agrianual, 2009). Estebaixo desempenho também foi obser-vado para o cultivar IACSP93-3046.

O cultivar SP91-1049 apresentoualta produtividade de cana, porémteve redução no seu acúmulo de sa-carose, resultados inversos foramencontrados pelo CTC 9, que tevemenor produção de colmos por área,porém obteve alto valor de açucarestotais recuperáveis. Um possívelcausa para estas ocorrências seria ofato de que a concentração de açú-car ocorre devido à redução no cres-cimento vegetativo e vice-versa(Agrianual, 2008).

Na tabela 2 são apresentados osvalores de TCH, TPH, e ATR dos cul-tivares de cana-de-açúcar com ciclode maturação tardia. Para a produ-ção de colmos por área, não houvediferença entre os cultivares, diferen-te dos trabalhos realizados por Bres-siani (2001); Santos et al., (2004) eMelo, (2006). No entanto recomen-da-se avaliar a safra pelo mesmo pa-drão da sua remuneração que seriaem toneladas de açúcar por hectarecolhido (AGRIANUAL, 2008). Nestequesito destaca-se o cultivar CTC 6com os maiores valores de TPH,(18,68 t ha-1) produção e produtivi-dade de ATR (158,96 kg t-1 e 17,99 tha-1, respectivamente). Os demaiscultivares tiveram comportamentossemelhantes. Alvarez et al., 1983,também verificou diferenças entrecultivares para TPH e ATR e com osresultados considerou os mais pro-missores como novos cultivares IAC.

Nas figuras 1 e 2 são apresenta-dos as estimativas dos potenciaisprodutivos, dos cultivares precocese tardios, para açúcar especial e VHPe de álcool anidro e hidratado. Oscultivares precoces apresentaramcomportamento semelhante ao dostardios, obtendo maior potencial naprodução de álcool hidratado, segui-do do ATR, álcool anidro e açúcarespecial e VHP. Entre os cultivares

Tabela 1: Valores Médios1 estimados de TCH, TPH e ATR paraos cultivares de ciclo de maturação precoces de cana-de-açúcar.

Cultivares TCH TPH ATR ATRPrecoces (t ha1) (t ha1) (kg t1) (t ha1)CTC 9 104,77 ab 13,77 a 128,24 a 14,53 aSP91-1049 111,69 a 11,09 b 87,91 d 11,32 bIACSP93-3046 87,46 c 9,49 b 96,78 c 11,14 bCTC 16 90,87 bc 9,66 b 104,06 b 11,23 bCTC 7 109,78 a 13,01 a 125,54 a 13,95 aSP80-1842 87,36 c 10,12 b 89,98 d 11,77 bTeste F 14,27** 52,68** 374,48** 57,82**CV (%) 6,58 7,17 1,94 6,91

Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey. ** -Significativo ao nível de 1 % de probabilidade, pelo teste F. TCH - tonelada de cana por

hectare; TPH - tonelada pol por hectare; ATR - açúcar total recuperável.

Tabela 2: Valores Médios-1 estimados de TCH, TPH e ATRpara as cultivares de ciclo de maturação tardia de cana-de-açúcar

Cultivares TCH TPH ATR ATRPrecoces (t ha1) (t ha1) (kg t1) (t ha1)CTC8 117,00 14,93 b 125,70b 14,71 bCTC 6 113,20 18,68 a 158,96 a 17,99 aRB72454 111,00 14,49 b 128,47 b 14,25 bRB867515 108,29 15,75 b 140,58 ab 15,19 bIAC94-2101 106,48 15,77 b 142,63 ab 15,16 bCTC 2 101,61 14,77 b 139,27 ab 14,09 bTeste F 0,10NS 8,71** 4,55* 6,54**CV (%) 5,52 5,73 6,91 6,33

Médias seguidas da mesma letra na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey. NS,* e ** - Não significativo e significativo ao nível de 5 e 1 % de probabilidade, pelo teste F,

respectivamente. TCH - tonelada de cana por hectare; TPH - tonelada pol por hectare;ATR - açúcar total recuperável.

precoces destacaram-se o CTC 7 e CTC 9, e entre os tardios o CTC 6, sendoque os demais cultivares também obtiveram valores elevados. A maior pro-dução de açúcar e álcool faz parte das características favoráveis visadaspelos programas de melhoramento (Landell e Bressiani 2008).

Na média, os cultivares tardios obtiveram maior potencial produtivo queos precoces. Landell e Bressiani (2008) revelam que no início da safra a co-lheita de matéria-prima é de pior qualidade, devido às características desfa-voráveis para uma maturação.

Figura 1: Estimativa do potencial produtivo dos cultivares precoces para açúcarespecial e açúcar VHP (expressos em kg por tonelada cana) e para álcool anidro e

hidratado (expressos em litros por tonelada cana).

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Artigo TécnicoFigura 2: Estimativa do potencial produtivo dos cultivares tardios para açúcar especial e

açúcar VHP (expressos em kg por tonelada cana) e para álcool anidro e hidratado(expressos em litros por tonelada cana).

Nas figuras 3 e 4 são apresentados as estimativas da contribuição em reaispor hectare dos cultivares precoces e tardios para açúcar especial e VHP e deálcool anidro e hidratado. Para os cultivares precoces, o maior retorno financeirofoi obtido pela produção de álcool anidro, seguido do açúcar especial, álcoolhidratado e por ultimo do ATR.

Para os cultivares tardios, a maior renda foi encontrada na produção de açúcarespecial, seguido, em igualdade pelo açúcar VHP e álcool hidratado, e no final oATR. Também neste caso, na média, a maior renda foi obtida nos cultivares tardios.

Figura 3: Estimativa da contribuição financeira dos cultivares precoces.

Figura 4: Estimativa da contribuição financeira dos cultivares tardios.

CONCLUSÕESOs cultivares precoces CTC 9 e CTC

7 e o tardio CTC 6 apresentaram maiorpotencial produtivo e contribuição fi-nanceira em relação as demais.

Os cultivares precoces IACSP93-3046 e SP80-1842 apresentaram o piordesempenho, com baixa produção deaçúcar e álcool e baixa produtividade decana. Os cultivares tardios CTC 8, CTC2, RB72454, RB867515 e IAC94-2101 nãoapresentaram diferenças entre si, e obti-veram elevados valores para os parâ-metros agroindustriais avaliados.

No geral, os cultivares tardios apre-sentaram maior potencial produtivo econtribuição financeira em relação aosprecoces.

Devido a variação de preços nomercado, os cultivares colhidos inici-almente obtiveram maior renda na pro-dução de álcool anidro, e os tardios naprodução de açúcar especial.

AGRADECIMENT.OSA CAPES (coordenação de aperfei-

çoamento de pessoal de nível superi-or) pela bolsa concedida ao primeiro esegundo autor.

A FCAV/UNESP pela seção da áreaexperimental e apoio técnico.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICASAGRIANUAL: Anuário da agricultura

brasileira. São Paulo: Instituto FNP, 2009.p. 235-258.

AGRIANUAL: Anuário da agriculturabrasileira. São Paulo: Instituto FNP, 2008.p. 244-248.

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Artigo Técnico

* Engenheiro Agrônomo, Mestrando emProdução Vegetal UNESP/Jaboticabal SP.** Engenheiro Agrônomo, Pós-Doutoran-

do em Produção Vegetal UNESP/Jaboticabal SP.

*** Engenheiro Agrônomo, ProfessorAdjunto em Tecnologia do Açúcar e Álcool

UNESP/Jaboticabal SP.**** Engenheiro Agrônomo, Gerente do

departamento técnico – CANAOESTE,Sertãozinho SP.

***** Engenheiro Agrônomo, ProfessorFaculdade de Tecnologia FATEC-

Jaboticabal.

de- Açúcar, 2000. 16p. (Boletim TécnicoPrograma de Melhoramento

Genético de Cana-de-Açúcar, 1).BRESSIANI, J. A. interação entre famí-

lias de cana-de-açúcar e locais: efeito na res-posta esperada com a seleção. Bragantia,Campinas, v.61, n.1, 2002.

BRESSIANAI, J. A. Seleção seqüencialem cana-de-açúcar. 2001. 133p. Tese (Dou-torado). Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz, Universidade de São Paulo, Pi-racicaba.

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CONSELHO DOS PRODUTORES DECANA-DE-AÇÚCAR, AÇÚCAR E ÁLCO-OL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Manualde Instruções. Piracicaba: Consecana, 2006.112p.

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Novas Tecnologias

Agronegócio Brasileiro:acesso à informação podemudar a rotina dosprodutores rurais

Agronegócio Brasileiro:acesso à informação podemudar a rotina dosprodutores rurais

Hoje o mundo vive a era da tec-nologia, tudo aquilo que trans-mite agilidade e praticidade

atrai os olhos do homem. No Brasil issonão é diferente. Cada vez mais é possí-vel ter infinitas informações sobre va-riados assuntos com apenas um clickna internet.

Pensando em negócios, pode-se di-zer que a palavra informação vem acom-panhada de conhecimento e lucro. Nocaso do Brasil, um país que tem a eco-nomia baseada no agronegócio, menosde 6% dos produtores rurais acessam ainternet como ferramenta de trabalho.

Atualmente, mesmo com os baixoscustos de acesso, questões culturais ede infraestrutura precária ainda são osprincipais responsáveis pela pouca uti-lização da internet, embora isso estejamudando rapidamente. Essa mudançajá é realidade na vida de alguns agri-cultores que viram a rotina do seu dia-a-dia mudar radicalmente. Este é o casodo produtor de cana, José Mário Tan-ga, 69 anos, de Salles Oliveira. Ele con-ta que há 5 anos acessa a internet to-dos os dias para se manter informadosobre as tendências do setor sucroal-cooleiro. “Busco informações sobre oclima e também notícias econômicas domercado de cana, açúcar e etanol. Issome ajuda bastante na hora de tomardecisões sobre a minha lavoura. É umagrande evolução”, afirma José Mário.

Mas nem sempre foi assim. “Antesnão podíamos contar com a internet enossa rotina era distante das informa-ções digitais”, completa Tanga.

O setor do agronegócio no Brasil éresponsável por 1/3 do PIB do país, comtendência de crescer 25% nos próximostrês anos, já que ainda há 90 milhões de

Carla Rodrigues

hectares para ex-ploração econô-mica. Entretanto,a falta de acessoa informaçãopode gerar gran-des problemaspara o produtor,como por exem-plo, não saberqual é o produtomais indicadopara a próximasafra e, além dis-so, esse mesmoprodutor pode acabar vendendo a suaprodução por um preço inferior ao valordo mercado, e consequentemente, termenos lucratividade.

De acordo com o diretor de Opera-ções da empresa Safras & Mercado,empresa especi-alizada em consulto-ria para o agronegó-cio, Carlos Macchi,a informação corre-ta, tempestiva econfiável é essenci-al para o sucesso dequalquer atividade.“Manter-se perma-nentemente infor-mado pode ser ogrande diferencialno planejamento daatividade e, no casodos produtores ru-rais, passa a ser decisivo na hora dedecidir qual a commodity propícia aproduzir, o que se repete principalmen-te no momento de comercializar a safracolhida. O resultado disso para o au-mento da competitividade e, para o país,seria o crescimento da produção agro-pecuária, proporcionando maiores ex-cedentes exportáveis e o ingresso de

recursos favoráveis a nossa balançacomercial”, explica Macchi.

Macchi acredita ser fundamentaluma maior difusão dos benefícios quea internet pode trazer aos seus usuári-os e a melhor maneira de fazer isso é

através dos profis-sionais que estãono dia-a-dia da pro-dução primária, nodesempenho dassuas atividades: en-genheiros agrôno-mos e técnicos agrí-colas, além de ou-tros profissionais,são exemplos clarosdesse perfil.

Com base nes-tas características,a empresa desen-

volveu o programa “Agrônomos Par-ceiros”, em que esses profissionais po-dem auxiliar na difusão dos sistemasde informação e, sem alterar sua rotinae sem qualquer compromisso com aSafras, auferir ganhos que complemen-tam sua renda através da venda ou desimples indicações de interessados emaderir aos sistemas de informação.

Carlos Macchi, diretor de Operações daempresa Safras & Mercado

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Repercutiu

Repercussão do uso do etanol naFormula Indy é positiva

A temporada 2010 da Fórmula Indy, que utiliza o etanol de cana-de-açúcar como combustível oficial, é uma grande oportunidade para promo-ver a imagem do biocombustível brasileiro dentro e fora do país.

Os resultados das parcerias firmadas entre a União da Indústria deCana-de-Açúcar (UNICA), fornecedora do etanol, a Indy Racing League(IRL), organizadora da Fórmula Indy, e Agência Brasileira de Promoção deExportações e Investimentos (Apex-Brasil), patrocinadora do evento, pu-deram ser vistos logo na primeira prova da corrida, a “São Paulo Indy 300”,ocorrida no domingo (14/03).

Presidentes de usinas, representantes da Apex e organizadores do eventofalam sobre a importância de um evento com a Fórmula Indy para exposiçãodo etanol de cana-de-açúcar.

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Representantes do governo, das usinas e organizadores e patrocinadores do evento falam sobre aimportância da exposição do biocombustível na Indy 2010

Foto por: Ron McQueeney

Orlando Silva,ministro dos Esportes“Demonstra (o uso do eta-

nol) a capacidade do Brasil.Somos um País que tem res-ponsabilidade ambiental, umaagenda muito forte neste sen-tido. Acredito que a FórmulaIndy, correndo com etanol,mostra a potência deste com-bustível, o que garante nãosomente a sustentabilidadeambiental, mas também finan-ceira. É uma boa demonstra-ção de capacidade do País naapresentação de um produto,que espero rapidamente che-gue em todo o mundo, poisquem tem responsabilidadecom o meio ambiente deve es-timular o seu consumo. Dese-jo que as barreiras comerciaiscedam ao longo do tempo embenefício do planeta”

Mauricio Borges, vice-presidente da Apex-Brasil

“Vários investidores têmperguntado e procurado porempresas que respeitam omeio ambiente, que seguemo conceito de sustentabili-dade. O etanol de cana-de-açúcar tem todas as caracte-rísticas e nos dá esse aval.Usar esta chancela da UNI-CA, do etanol, coloca-nosmais fortes mostrando queas empresas brasileiras, dediversos segmentos, têmrespeito ao meio ambiente.Essa união favorece muito asexportações brasileiras nosmercados japonês, canaden-se e americano (onde vãoacontecer provas da Indy).”

Terry Angstadt, presi-dente da Indy Racing Lea-gue (IRL)

“O Brasil é um grandeprodutor de etanol. Portan-to, existe uma plataformaperfeita para a promoçãodeste combustível e ajudara transformá-lo em umacommodity internacional.Isso é muito importante,principalmente após o cres-cimento recentes nas rela-ções estabelecidas entre aApex, a UNICA e a IndyRace Series.”

Renato Meirelles, dire-tor de Relações Institucio-nais da Abengoa Bioenergia,empresa de origem espanho-la dona de usinas no Brasil

“É uma grande vitóriapara o setor e para o Bra-sil a Fórmula Indy ter acre-ditado no etanol de cana-de-açúcar, o mesmo etanolque vai mover as corridasnos Estados Unidos e emoutros países. Isso é umimenso passo para real-mente transformar o etanolem uma commodity.”

José Pilon, presidente da usinaSanta Maria, em Cerquilho (SP)

“Mostramos para o mundo o nos-so etanol de cana, que além de ser umbiocombustível produzido de maneirasustentável, também contribui para re-duzir emissões de carbono e melhoraro desempenho, já que a octanagem émais alta do que a da gasolina. Issotem um efeito ainda mais perceptívelquando os carros são de alto desem-penho, como os da Indy.”

Marcelo Ometto, con-selheiro do Grupo SãoMartinho

“O etanol de cana per-mite melhor rendimentocom muito menos emissãode CO2. O uso do etanolpela Indy mostra ao mun-do o caso de sucesso queé o etanol brasileiro decana-de-açúcar.”

Luiz Pogetti, presiden-te do Conselho de Adminis-tração da Copersucar S.A

“O uso do etanol decana em uma situação queexige alto desempenho,como a Indy, afasta qualquerdúvida sobre a viabilidadede nosso biocombustível emsituações de tecnologia deponta. A eficiência do etanolna Indy é o reconhecimentodas qualidades de nossoetanol, um combustível pron-to para a modernidade.”

Herminio Ometto, pre-sidente da usina São João deAraras (SP)

“Motores de alta perfor-mance exigem combustíveisde alta octanagem, como oetanol de cana-de-açúcar. Aexemplo da Fórmula Indy, embreve veremos esse mesmoraciocínio chegando comforça também aos motoresaeronáuticos a pistão”

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BibliotecaBibliotecaBibliotecaBibliotecaBiblioteca“GENERAL ÁLVARO

TAVARES CARMO”

Os interessados em conhecer as sugestões deleitura da Revista Canavieiros podem procurar

a Biblioteca da Canaoeste, na Rua AugustoZanini, nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone

(16)3946-3300 - Ramal [email protected]

Estratégias para a Cana no BrasilUm negócio classe mundial

Marcos Fava NevesMarco Antonio Conejero

Cultura

CultivandoCultivandoCultivandoCultivandoCultivandoa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua Portuguesaa Língua PortuguesaEsta coluna tem a intenção de maneira didática,esclarecer algumas dúvidas a respeito do português

Renata CaroneSborgia*

* Advogada,Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialistaem Língua Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão

Educacional, autora de vários livros como a Gramática Português Sem Segredos(Ed. Madras), em co-autoria.

" Não tenho tempo algum porque a felicidade meconsome" Adélia Prado

1) Pedro? “Freqüenta” todos os anos o Carnaval do Rio, da Bahia... Um verdadeiro folião!

Falso.Prezado amigo leitor para ser um verdadeiro folião frequentador de Carnavais

retomaremos a nova regra, segundo o Novo Acordo Ortográfico: o trema foiabolido (regra geral).

Assim, verdadeiro frequentador de Carnavais “pula” sem o trema!

2) Maria disse à expressão popular:- Pedro pisou no meu “calcanhar-de-aquiles” namora minha melhor amiga.

Pedro pisou duas vezes no calcanhar de aquiles de Maria: usou o hífen naexpressão e namora a melhor amiga de Maria!

Dica sobre o hífen, segundo o Novo Acordo Ortográfico: calcanhar de aqui-les é uma locução, portanto não recebe hífen.

“Deus nos acuda” com a situação acima! (expressão popular, locução, usá-lasem hífen)

Quanto à amiga, deixo meus prezados amigos leitores sugerirem à dica!

3) Datas festivas e/ou casa nova.Os queridos parentes sempre nos visitam e “vêem” detalhes interessantes,

disse Maria.

Alguns feriados “atraem” parentes com casa nova!Uma alegria para todos?Com o verbo ver escrito com acento, com certeza, não. Os parentes desistirão

das visitas.Regra nova, segundo o Novo Acordo Ortográfico, em especial, com o verbo

ver: o hiato “eem” da terceira pessoa do plural do presente do indicativo do verbover não será mais acentuado.

O correto é: VEEM (verbo ver).

PARA VOCÊ PENSAR:

Autores: muitos sistemas agroindustriais recebemadmiração, mas a cana-de-açúcar é especial, pela suahistória, pelo benefício que traz para o Brasil, pelaliderança mundial e por ver o desenvolvimento dasregiões produtoras. A competitividade do Brasil naprodução de etanol, açúcar, bioeletricidade e outrosprodutos derivados da cana é ponto pacífico. Suamanutenção, contudo, depende de planejamento.

Procurou-se, neste livro, debater apenas algu-mas ideias, a partir do trabalho dos autores em maisde dez projetos no setor, visando olhar estrategica-mente os “caminhos para a cana”. Muitas delasvêm sendo divulgadas há tempos. Algumas já vemsendo implementadas, seja pelas organizações exis-tentes como a UNICA, ou por Governo e outros.

Nossa proposta é deste esforço de planejamentovisando à sustentabilidade do setor, para que o Bra-sil fique cada vez mais competitivo e numa confor-tável posição em suprimento energético para omundo. Num momento em que o mundo precisa deágua, de alimento, de energia, a cana-de-açúcar, semsombra de dúvida, é uma resposta principalmentebrasileira, para ajudar a suprir essas necessidades.

APLICAÇÃOEsta obra é útil para profissionais e acadêmicos

envolvidos com o agronegócios e bioenergia, nas áre-as de Gestão da Cadeia de Suprimentos, Gestão deCanais de Distribuição, Responsabilidade SocialCorporativa, Direito Econômico e Ambiental, Certi-ficações Socioambientais, Sustentabilidade Empre-sarial, Políticas Públicas, Estratégias Empresariais ePlanejamento de Associações de Interesse Privado.

“Nada mais poderoso do que uma ideia quechegou no tempo certo”

Victor Hugo

“Não sou do tamanho da minha altura, mas da estru-tura daquilo que posso ver”

Fernando PessoaDicas e sugestões, entre em contato: [email protected]

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Abril Abril Abril Abril Abril de de de de de 20102010201020102010

Agende-seAgende-seAgende-seAgende-seAgende-se

I SIMPÓSIO PAULISTA DE MECANIZAÇÃO EMCANA-DE-AÇÚCAR

Empresa Promotora: LAMMA E GIEU - UNESP/JA-BOTICABAL

Tipo de Evento: SimpósioInício: 07/04/2010Fim: 08/04/2010Cidade: Jaboticabal - SPLocalização do Evento: Centro de Convenções "Ival-

do Melito" UNESP JaboticabalInformações: www.fcav.unesp.br/spmecE-mail: [email protected]: (16)3203 3341Obs:- O SPMEC se constituirá em um evento focado

no aprimoramento das técnicas que envolvem as opera-ções mecanizadas na cultura da cana-de-açúcar, no qualserão proferidas palestras por especialistas, mesas-re-dondas e rodadas de negócios, configurando-se comouma excelente oportunidade para a efetiva troca de ex-periências entre seus participantes.

RIBEIRÃO CANA INVESTLocal: Teatro Pedro II - Ribeirão PretoProgramação: Dia 5 de abril - das 15h00 às 17h00Apresentações culturais de grupos de dança, balé,

coral e banda mantidos por unidades sucroenergéticas.O público será formado por alunos e professores dasescolas municipais de Ribeirão Preto

Dia 6 de abril de 201008h00 às 09h00 - Recepção e retirada de material09h00 às 09h15 - Abertura com a Orquestra Sinfônica

de Ribeirão Preto e boas-vindas com a Prefeita Dárcy Vera09h15 às 10h00 - Expectativas sobre a safra 2010/1110h00 às 10h30 - Intervalo para café10h30 às 11h30 - Evolução na lavoura canavieira -

motomecanização - do preparo de solo ao transporte11h30 às 12h30 - Evolução na lavoura canavieira -

fitossanidadeTomaz Caetano Rípoli - professor/pesquisador da

Esalq/USP;Leila Luci Dinardo Miranda - diretoria do Núcleo

de P&D do IAC-Campinas

Revista Canavieiros - Março de 2010 3737373737

12h30 às 14h00 - Intervalo para almoço14h00 às 15h00 - 0 melhoramento genético e cana

transgênica15h00 às 16h30 - A evolução na indústria sucroe-

nergética - as melhorias na primeira geração e a expecta-tiva da segunda

16h30 às 17h00 - Intervalo para café17h00 às 18h00 - A bioeletricidade como negócio18h00 às 19h00 - A participação dos fornecedores

de cana no segmento sucroenergéticoDia 7 de abril de 201008h30 às 10h00 - Investimentos, crédito e gestão

no setor sucroenergético10h00 às 10h30 - a Intervalo para café11h00 às 12h30 - Expectativas do mercado sucroe-

nergético e novos negócios12h30 às 14h00 - Intervalo para Almoço14h00 às 15h30 - A articulação política no setor su-

croenergético e as ações para resolver os temas perti-nentes ao setor

15h30 às 16h00 - Intervalo para café16h00 às 17h30 - A cana-de-açúcar na matriz energética

nacional: como ficam os biocombustíveis com o pré-sal?Dia 8 de abril de 20108h30 às 10h00 - Cana Sustentável - debate sobre a

sustentabilidade no setor sucroenergético, a aplicaçãodo Projeto RenovAção, formação e qualificação profis-sional e a imagem do setor na comunidade.

10h00 às 10h30 - Intervalo para café10h30 às 12h30 - A cana e o meio ambiente - proto-

colo agroambiental, reserva legal, zoneamento agrícolae a cana na redução do efeito estufa

AGRISHOW 2010Data: 26 a 30 de abril de 2010Horário: Das 8h às 18hLocal: Secretaria de Agricultura e Abastecimento do

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Revista Canavieiros - Março de 20103838383838

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