ecologia de pragas de solo - ufpel.edu.br · principais insetos-praga de solo no brasil. 7 gênero...
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INSETOS DE SOLO
DEFINIÇÃO:
São insetos que vivem no solo ou que nele se
desenvolvem pelo menos durante uma fase do
ciclo biológico.
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Batata, alfafa, citros, arroz, cana-de-açúcar, soja
Família Hospedeiro
COLEOPTERA
Chrysomelidae Soja, feijão, milho, batata
Cerambycidae Cana-de-açúcar
Curculionidae
Elateridae Batata
Scarabaeidae Pastagens, hortaliças, milho, sorgo, trigo, cana-de-açúcar, soja, cafeeiro
Melyridae Milho
DIPTERA
Stratiomidae Cafeeiro
Pseudococcidae Cafeeiro
HEMIPTERA
Margarodidae Videira
Cydnidae Soja, milho, arroz, pastagens
Principais insetos-praga de solo no Brasil
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�Gênero Diabrotica possui cerca de 338 espécies;
�Diabrotica speciosa (Germar, 1824) predomina BR
� adultos� parte aérea
� larvas�parte subterrânea (raízes e tubérculos). (Gallo et al., 2002).
Diabrotica speciosa
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Dinâmica populacional
� tipo de planta hospedeira disponível�forte
influência na sobrevivência e reprodução;
� associação de milho e feijão�favorável para a
multiplicação do inseto. Ávila (1999)
Feijão ���� alimento favorável para adultos
Milho ���� favorável para as larvas
Diabrotica speciosa
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�maior atividade em lavouras de milho após às 17h;
� temperatura média de 24,2 a 27,2º C;
�umidade superior a 80%.
Nava et al. (1999)
Dinâmica populacional
Diabrotica speciosa
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Linha 6 Linha 7 Linha 8 Linha 9 Linha 10 Linha 110
50
100
150
200
250
300
350
Umidade do solo (%)
Nº médio de ovos
63 32 29 26 24 22
Número médio de ovos colocados por Diabrotica speciosa em Terra Roxa Estruturada distrófica, com diferentes teores de umidade.
Fonte: Milanez & Parra (2000)
a
a
a
ab
b
c
Umidade do Solo
Diabrotica speciosa
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� Larvas danificam o sistema radicular;
� região da emissão das raízes adventícias;
� Enfraquece planta;
� reduz absorção de água e nutrientes, tornando-a
menos produtiva.
As larvas são de coloração branca-leitosae de formato afilado.
Danos em milho
Diabrotica speciosa
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“Pescoço-de-ganso”
Parte aérea fica com o
colmo curvado,
comprometendo a
arquitetura da planta e
sua eficiência para
realizar fotossíntese.
Danos em milho
Diabrotica speciosa
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Severidade do dano:
� regiões mais quentes do Paraná, (Arapoti)
� produtividade do milho� cerca de 200 kg/ha
� temperaturas mais baixas (Ponta Grossa e Castro) redução de 600 kg/ha. Silva (1999)
Milho�adequada para a larva�inadequada para o adulto (baixa longevidade e fecundidade). (Ávila & Parra, 2002).
Danos em milho
Diabrotica speciosa
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� Larvas perfuram tubérculos�Redução do valor comercial.
�Adultos�intensa desfolha e redução da produtividade.
�Batata�hospedeiro ideal para a multiplicação da praga em campo (Ávila & Parra, 2002).
Larvas desenvolvem-se bem nos tubérculos.
Danos em batata
Diabrotica speciosa
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Elasmopalpus lignosellus (Zeller, 1848) (Lepidoptera: Pyralidae)
� “broca-do-colo”.
� Polífaga�gramíneas e leguminosas produtoras de grãos;
�Danos mais intensos�clima e ambientes quentes e secos;
�Brasil�danos a cultura do milho, cana-de-acúcar, trigo, soja, arroz, feijão, sorgo, amendoim, algodão.
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� Lagartas:
�atacam a base dos colmos;
�cavam galerias em direção ao centro;
�provocam seccionamento das folhas centrais;
�secam e dão origem ao sintoma “coração-
morto”.
� Sua injúria facilita a entrada de patógenos
Lagarta Elasmo
Elasmopalpus lignosellus
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Lagarta Elasmo
Lagarta penetra na região do colo, fazendo galerias no interior do caule.
Adulto
Sintoma do ataquePorta de entrada para patógenos.
Dano em Milho
Elasmopalpus lignosellus
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� alta umidade do solo contribui para reduzir
problemas;
�Maiores danos�solos leves e bem drenados;
� menor incidência sob plantio direto.
Bioecologia
Elasmopalpus lignosellus
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Linha 5 Linha 6 Linha 7 Linha 8 Linha 9 Linha 10
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Lâmina de água aplicada no solo (mm)
Plantas atacadas (%)
0 10 20 30 40 50
a
b bbc c c
Efeito da umidade do solo sobre o dano de Elasmoplapus lignosellus em milho.
Fonte: Viana & Costa (1995)
Umidade do solo
Elasmopalpus lignosellus
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�Scaptocoris castanea (Perty, 1830)
(Hemiptera: Cydnidae)
�presente na maioria dos Estados;
�danos provocados por ninfas e adultos;
�sucção da seiva através das raízes. (Oliveira et al. 2000).
Scaptocoris castanea
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� “percevejo-castanho” designa espécies de percevejos que habitam o solo;
� primeiro registro no Brasil = Final do século XIX;
� referências de sete espécies no Brasil;
� Causam prejuízos em diversas culturas de importância econômica, principalmente em soja, milho, algodão e pastagens (SILOTO e RAGA, 1998).
Percevejos-castanhos
Scaptocoris castanea
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Uma característica que denuncia a presença deste inseto no campo é o forte cheiro exalado quando o solo é revolvido para plantio.
Percevejos-castanhos
� plantas atacadas � desenvolvimento reduzido;
� ataques severos�estádios iniciais da cultura, pode haver necessidade de replantio.
Scaptocoris castanea
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�Estudos�flutuação populacional
�distribuição vertical no solo
�adultos e ninfas de S. carvalhoi� encontrados no solo durante todo o ano.
� revoadas� novembro e final de outubro
Estratégias de manejo
Scaptocoris castanea
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Ninfas e adultos:�camadas superficiais do solo no período
chuvoso, �aprofundam-se nas épocas mais secas
(Sousa 2002, Oliveira 2003, Oliveira & Malaguido 2004)
Em períodos chuvosos = 20cm de profundidade
Em épocas secas = 41 cm a 80cm *Mais de 85%
Estratégias de manejo
Scaptocoris castanea
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Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922) Margarodidae ou pérola-da-terra
� principal praga�vinhedos do sul do Brasil (Soria & Gallotti 1986, Gassen 1989, Hickel 1998).
�Abandono da cultura da videira � Dificuldade de controle
�Ocorre somente no Brasil � Principalmente na Região Sul.
Eurhizococcus brasiliensis
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Bioecologia
� Formigas doceiras associam-se aos cistos de pérola-da-terra;
�Cochonilha: excrementos açucarados;
� Formiga: transporte das ninfas, proteção contra inimigos naturais;
� Na ausência da formiga os cistos ficam encrustados com fungos devido aos excrementos açucarados.
Eurhizococcus brasiliensis
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�Infesta raízes das parreiras;
�definhamento progressivo da videira;
�redução da produção;
�morte das plantas.
Danos
Eurhizococcus brasiliensis
(Foto: E. Hickel)
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�corós-pragas mais importantes
�culturas produtoras de grãos
�Trigo, outros cereais de inverno (aveia, centeio,
cevada e triticale), milho, canola e soja.
Corós-pragas
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�Diloboderus abderus (Sturm) (Coleoptera: Melolonthidae)
�Importância Econômica � Em pastagens, gramados
�Predominância � Argentina, Uruguai e Brasil
�Brasil � Rio Grande do Sul
�Espécie Univoltina
�Profundidade solo = 10 e 19 cm
Coró-das-pastagens
Diloboderus abderus
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Ciclo biológico
Ciclo de vida de Diloboderus abderus e relação com o ciclo das culturas de trigo, soja e milho no Rio Grande do Sul.
Fonte: Salvadori, 2004
Diloboderus abderus
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�Adultos = hábito crepuscular 19h15min às 20h30min;
� revoadas�importante mecanismo de sobrevivência e disseminação;
� duração do período larval é de 225 dias;
�Movimentação influenciada pela disponibilidade de alimento, temperatura, umidade e tipo de solo.(Silva & Loeck, 1996)
Bioecologia
Diloboderus abderus
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�Larvas, especialmente as de 3º instar;
�alimentam de raízes, sementes e parte aérea de plantas pequenas.
Mortalidade de plântulas e diminuição da produtividade.
Danos
Diloboderus abderus
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Sua ocorrência está associada ao Plantio direto. Requisitos biológicos = restos culturais
� Larvas de 3º ínstar
Danos são mais evidentes nas culturas de inverno (maio-setembro).
Importância Econômica
Diloboderus abderus
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Secundariamente = Pode proporcionar benefícios
� galerias verticais no solo;
�Mineralização de nutrientes;
� aumento da densidade e distribuição de organismos no perfil do solo.
Importância Econômica
Diloboderus abderus
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Teores de fósforo (A), cálcio (B), potássio (C) e matéria orgânica (D) no perfil do solo e em câmaras com larvas de Diloboderus abdereus.
(A) (B)
(C) (D)
Fonte: Gassen & Kochann (1993)
Diloboderus abderus
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Coró-do-trigo
Phyllophaga triticophaga(Coleoptera: Melolonthidae)
� uma das espécies mais comuns em sistemas de produção que incluem trigo e outros cereais de inverno no RS;
� espécie polífaga de hábito rizófago;
� danos também em: aveia, cevada, triticale e centeio;
�além de culturas de verão como: soja e milho
Phyllophaga triticophaga
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Coró-do-trigo
�Sob sistema convencional e plantio direto;
� Larvas vivem próximas a superfície do solo;
�As larvas alimentam-se principalmente de raízes,
mas também consomem sementes e a parte aérea
de pequenas plantas;
�Não foi constatado a alimentação de adultos.
Phyllophaga triticophaga
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Ciclo biológico
O ciclo de vida da espécie completa-se em 2 anos
Fonte: Salvadori, 2000
Phyllophaga triticophaga
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Dinâmica populacional
�Flutuam naturalmente em função de inimigos naturais e condições ambientais;
�Altas infestações em áreas até então sem problemas evidentes causados por este coró;
� Condições extremas de excesso ou falta de umidade no solo são prejudiciais ao desenvolvimento e sobrevivência da espécie.
Phyllophaga triticophaga
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Danos
�Mortalidade de plântulas;
� Diminuição da capacidade produtiva de plantas;
� Populações de 20 a 30 corós/ m2
�redução no rendimento de grãos superiores a 50% (Salvadori, 2000)
� Sintomas: murchamento, secamento, morte e desaparecimento de plântulas.
Phyllophaga triticophaga
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�Nem todo coró presente no solo representa ameaça.
�Espécies não-rizófagas:• construtoras de galerias• ↑infiltração de água das chuvas;• incorporação de nutrientes;• ↑crescimento de raízes;• melhor estruturação física do solo.
�Hábitos alimentares facultativos:�toleradas até certa densidade populacional;
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O coró-pequeno (Cyclocephala flavipennis),
muito abundante em lavouras, sob plantio direto e
em pastagens, não causa danos consideráveis
(Salvadori, 1999);
Benefícios: Alimenta-se de palha e não causa
danos às plantas cultivadas, mesmo em
populações elevadas (100 larvas/m2).
Corós não pragas
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O coró-da-palha (Bothynus sp.) pode ser caracterizado como símbolo do plantio direto, pela adaptação às condições de lavouras.
Ocorrência: Desde o sul do Brasil até a regiãoAmazônica.
Benefícios: incorporação de palha e depósito deexcrementos em galerias profundas e pela ausência de danos diretos às plantas cultivadas
Corós não pragas
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Diversas espécies de corós coprófagos:
� Promovem a decomposição e a incorporação
do esterco de animais, bem como o controle
biológico de pragas de importância veterinária (Honer et al., 1992).
Corós não pragas
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Agradecimento à:Bióloga, Doutoranda, Departamento de Fitossanidade, FAEM/UFPel
Adrise Medeiros Nunes
“Na Natureza tudo se transforma em mais Natureza.”