dumont, louis. homo hierarchic us

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  • 8/2/2019 DUMONT, Louis. Homo Hierarchic Us

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    Pontu 6

    UN1Vl lRSJDADi lO~SAO PAl l l-Okeuora

    vice-reitorS u el y V i le l "Frallco M:lri:1 Lajolo

    E I )r r O IM OAUN lV I lRS IDA1} 6D il s x o I ' I\ U LOI'lillio M:ll'lills l'ilhoCOMlsslio ED1TOIIIl\L

    I'rcr((/q/Jle J o se Mi nd l inVicc' / lI 'c,r l

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    2D O S I S T EM A A E S T R U T U R Ao P U R O E 0 I M PU R O

    V im os qu e c or r em o s 0 p er ig o d e p ro je ta r n o ss os p ro pr io s p re co n ce ito sn o fen6meno que estud am os e que no s fa lta u rn metod o fu n d amen tad o emn ossa r ela ca o c om e tc . N um se ntid o, e 0 m eto do d a a ntro po lo gia so cia l e mgera l que esta em [ego , m as essa d lsc ussao pre lim in ar se ra re duz id a ao m i-n im o e m v ista d e n osso o bje tiv o pa rtic ula r. D on de a s tre s prim eira s se 90 esdeste c a p ft u lo p r e c ed e r em 0 enunciado d o princfpio id eo J6 gic o d o s is te ma : ao po si~ ao d o p ur o e d o im pu re ,

    21. ELEMENTO E SISTEMAOuantas castas existem n a t nd ia ? E passive! enumerar a lg um as d as c as-t as p rincipals , e p o ss fv e l d a r- lh e s n ome s? P e rg u n ta s s eme lh a n te s a e ssa s s em

    d uv id a o co rre m a o e spfrito d o le ite r, N ao te nta re mo s a qu i r esp on de r a e la s,po rque em gran de m ed id a e las n ao te rn sen tid o, co mo se percebe ra cad a vezc om m ais clareza 110 qu e se gu e. P ro cu ra re mo s c orn b re vid ad e fa ze r v er p orq ue a situ a~ ao se a pr ese nta d esse m od o, V er -se -a qu e c ad a siste ma d e c asta sconc re t o e st av a ma is ou men o s l im i ta d o a uma area geografica de t e rminada .Im agin em os, e nta o, a In dia , p ara sim pllflc ar , c om o c om po sta d e u rn m im eroin d efin id o d e p eq ue na s c ir cu ns cr ic oe s te rr ito ria is e ta nto s o utr os sis te ma s d ec a st as c o n cr e te s, s en d o 0 cas amen t o imposs fv e l fora delas, Para se te r 0mi-m ero to ta l d e c asta s n a fn dia , se ra pre cise m ultiplic ar 0 n um ero d e castasnu m siste ma ( su po nd o-se qu e e le se ja c on sta nte ) p elo m im ero d e c irc un s-

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    84 L OUI S DUMON 1'

    cri~oes? Ou sera pre cise lev ar e m c on sid era ca o as sim ilitu des d e u ma c ir-cunscrigllo com outra e, porque existem ~l'amanes por toda parte por causad a h ie rarqu ia, d iz er qu e e xiste u ma " ca sta" d e l3r!manes? I ss o s er ia i gn o ra ra extrem a co mpa rtim cn rac ao in te rn a d essa c ate go ria (pais 6 um a c atego rla- Val~za - e n ao u ma c asta ), 0 mesm o ocorre com os Intocaveis, n o b aixo d ae sc ala , q ue se a gr up am e m v ar ia s c as ta s, m es mo n um a u nic a c ir cu ns cr ic ao .Encontram-se barbeiros por toda parte, mas, sem fa la r d e s ua compartimen-t agao interna, 0 e statu to h ic rarqu ico d o b arb eiro n ao 6 0 mesmo no Norte eno SuI.

    Na p ra ti ca , para d en om in ar as c asta s, b asta v e-la s d e fo ra: n um a d ad a. a re a lin giifstic a h a u rn n um er o e le va do , m as lIao in de fin id o, d e n om es d e c as-t as , P o de -s e a ume n ta -l os , mas, ao faze-lo, se ra n eg lige nd ad o u rn a sp ec to im -p or ta nte d o fe no me no : vista d e d en tro , a ca tegorla que co rrespon de a u rndesses nomos se subdivide pelo menos uma vez, e amiade muitas vezes, e6 86 no in te rio r d e u ma d essa s su bd iv iso es qu e, po r exe mplo , se c asa . D e fa-t o, e ss a s ub d iv is ao na o te rn fim : sc m se sair d o In ga r, 0 qu e a d ls ta n ci a p ar e -c ia u nld o a pa re ce a go ra c om pa rtim en ta do , D ito isso, u m' q ua dr o r eg io na l d asc as ta s v is ta s d e fora n ao d eix a d e te l' se ntid o, p ois e m ais o u m en os assim qu e"J sistema aparcce ao s olhos dos que n ele vivem, do pon to d e vista d as re-la90es e n tr e c a st as diferentes (nota 21c). Daremos exemplos, aqui mesmo, daa ftic uJa qa o e m c asta s d a p opu la ca o d e u ma aldela.A c asta , u nific ad a d o e xte rio r, e d iv id id a d o in te rio r. M ai s g er al me nt c,um a c a st a p a r ti c u la r e u rn g ru po complexo, ur n en ca ix e , s e se quiser, d e g ru -p os d e d lv er sa s o rd en s o u n tv eis, o nd e a s f u ng Oe s d lfe re ute s ( pr ofissa o, e nd o-gamia etc.) se Jigam em ntvels difercntes , Finalmente, multo m ais que urn"grupo" no se ntid o co mu m, a ca sta e ur n e s ta d o d e e s pl ri to , urn estad o d eespfrito qu e s e t ra d uz pe la em erge ncia , e m d iv ersa s sltu ac oes, d e gru po s d ed iv er sa s o rd en s a q ue se d A g er alm en te 0 n om e d e "castas", Eis por que naose d ev e v el' 0 co nju nto a partir da n09ao d o "elemen to", segun do a qua l sec on hec cria m pelo n om e e pela n atu re za o s "elem en to s" c on stitu in tes, m as ap ar tir d a n oq ao d e " sis te ma ", se gu nd o a q ua l a lg un s p rin cfp io s film s p r es id ema o a ge nc ia me ut o d e " ele m en to s" f luid os e f lu t n an t e s.

    Para n os con ven cc rmos d is sa, basta rem on ta rmos a um d os u ltim osexegetes da ca st a, J, H . H utto n. D epo is d e te r apre se nta do a s d efin ic oe s oud e sc rie oe s p ro po st as p or d iv er so s a ut or es , e le c on cl ui u:

    A ve r dadc 6 q ue , c nq u8 n !O um a casta oS um a u n i da d c soc ia l llum s is t ema $odal mais OUmen a s orgall ioo, e c suf icientemente s cm cl ha nt e d e um 8 p o n la a out ra d a t ll d ia para s c! r ee o -n h ec id a d e i me d ia to , a nahlIcza d e ss a u n id a d e 6 ( c nt l' et an lo ) m u lt o v a ri av e J e l or n a d if fc il u r o adcfinisiio conc i sa2la

    21~, Ca; tq ill I n di a. 1 1 $Natl/re, F UnC ii o ll , a n d Or/gillS, Q l l nb rl d s o , 1 9 46, p p , 4 4 4 5 .

    HOMO HIEIWICHICUS $5

    Essa exp l' C ss1 i. ot em ba r ac o sa , E n tr et an to , 0 d esa fio d a d ific uld ad e j ac on te m a so lu ca o: se n ao se po de d efin ir 0 e le me n to , p od e- se d e fin ir 0 siste-m a , q ue , e le p r6 pr io , e a pa re nte me nte c on sta nte , " ma is o u n ie uo s ol'ganico".Mas Hutton constata 0 fracasso de uma concepgaa atomista sem procurers ub st it ul -l a p o r o u tr a, E n ota ve l qu e e le n ao fac a n en hu ma rcfe ren cia, a esserespeito, ao Essai bas tante anterior em qu e 0 p ro pr io B o ug ie pa rtia d o sis-tema e na o d o e lemen to . De r e st o, n um v olu me r eg io na l d o Census de 1931,q ue H utto n d ir ig ia n ac lo na lm en te , lim a uto r a no nim o e sc re ve u c om j uste za :"Segundo a cicncia modcrna, e impossfvel compreender 0\\ apreciar um ele-men te d e um a estru tu ra sem levar em consid eracao sua fUll!

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    86 LOUI S DUMONT

    E sse p on to d e v ista te m 0 in co nv en ie nte d e e ste nd er d em ais a m ate ria .C om e f ei to , se n os arivessemos a o p on to d e v ista empfrico, 0 s is te m a s e limi-ta ria a os grupos d en om in ad os castas e ~ie la ~o es i nd iv id u al s o u c o le ti va sc or re sp on de nte s, s ej am e la s In te rn as a casta o u se d eem en tre memb ros d ec asta s d ife re nte s. A in da Isso po de ria se r c om pre en did o d e m an eira a mpla o urestrita. E a ssim q ue , d ur an te a lg un s a n o s, h o u v e um a t endencia a d eix ar f or ad e c oo sid era ca o a re de a ld ea d e e sp ec ia llz ac ao e d e in te rd epe nd en cia e ntrec asta s d ife re nte s, c on he cld a pe lo n om e d e "siste ma ja jmrmi" , como se e tac on titu fsse u ma rea lid ad e d istin ta e n ao u m aspec to d o sistem a d as castas.P ro va -o H utto n, q ue , a rr as ta do s em d u vi da por sua t endencia a t omizan t e ,n ao d iz u ma pa la vra so br e e la 21d

    A o c on tra rio , qu an to m ais se a ce ntu a 0 a sp ec to id eo lo glc o, ta nto m aisdiffcil e iso la r u m d om in io e spe cia l n o in te rio r d a so cie da de d as c asta s c om ou rn to do . P or e xe mplo , a ld eia d e h ie ra rq uia , ta o im po rta nte n o q ue c on ce rn ea c asta , n ao se a pr ese nta iso la da , e la p en etra to do 0 d o m fn io d o p ar en te sc o ;t ambem a s r e1 a~ oe s e n tr e pa i e f il h os parecem, na evolucao d o direito h indu ,se r m od ela da s p ela in te rd epe nd en cia e ntre su pe rio r e in fe rio r d e c asta s d ife -r en te s" E p re ciso , p ar a e ss a e xp os ic fo , tr ac er u m lim ite a rb itr ar io e r ej eita ro s fa to s d esse tipo - e nte nd am os: a qu ilo qu e tra nsb ord a 0 s is te m a d e i de ia sre la tiv e ~s c asta s - n aq uilo qu e c ha ma re mo s d e im plic a!< 6e s e c on co mitd n-c ias d o sistem a, d as qu ais assin ala rem os em segu id a asm ais im portan tes(Cap . 9).

    soc i a l. Essa pctio d e p rin c jp lo e m n it o d if un d ld o . N a m ed id a e m q ue c Ia v is a a a pr ee nd er a essanclad a s c c le d a d e , rcJeJtando COmO Dlio pertlnentes Ida....e v s to re s, s 6 S6 p e d e, u u t u ra lmea t e, r e je l h l. -I a .E n tr et an t o, ] )a rt b e sc re v eu d o m a n ei ra ~m el hl ln t (! q u e, "s e s e q u e r q u e 0 c en c el to d e c a st a 8 c Ja util pa-r a a a n ~l Is e s oc lo l 6s ic a , 6 p re c is e q u e ~ u a d e f in l o s oj a b a se a d a e m c ri fe rl os e st ru t ur ai s, e n a o em tra-~ s p a rt lc u la r es da m(>8ofia h i n d u " , 0q ue l ev a L ea en a s o pc rgunta r s e , ,( , Me th or o o n s [d e r ar a c as tac o mo um f en l lm e n o c u lt u ra l ou e st ru t ur al " e a c o ne lu t r, c o m narth, q u e s e t ra ta de uma q u e sU i o e s t r u -t ur al , m a s, c on tr a e le , q ue 0 s is te m a i nd la n o e estmturalmente till genelis. S cm e ss um ir p ar a n 6s e ss adisti ttO, c u j o s e n t! d o p er ee e v ar ia r D Op ro pr io t ex to d e L ea ch , d l ze r n c s, CO I' I)e le , q u e 0 sl$teroe da$castes e , c o m e fc it o , " e st ru t ur sl m en t c" d i fe rc n t( ! , m . . e cr es ce n ta m os q u o e te ~ t am l >Cm , e nn o p er s ea -s o , " c u l lu r a lme n t e" d i C e re no o .Mo s tr a remo s a d i an t e ( 10 4 )q u e 0 s i stema d o S w at d e s c ri to p o r B a rt b e ,&0 c o nt r! ri o d o qUB e s se s u t or pCllS8, e c om o L ea ch pressentl ra , c u lt um lmc n t c l n1 lu e n c ia do p o lo slsto-r na d as c as te s e e st ru tu ra lm en te d if er en ! c ( E. R L ea ch ( cr g. ), Aspecl$ orCas/e, pp . 2 -5 c 55.). Respon-d en do d e UOl p o nt e d e v is ta m e to d o t6 gi co a q u es U io c o lo c ad a p o r L e ac h , d i re m os q u e a v is li o d l ta " e s-tM ur al ", i sl a e , a teorb d a c a st a c o m o f o rm a d e e st rn t ll ic a9 io s o ci al , a p re se n ta p rc rn a m en t e 0 i n co n -v e nl en t e q u e Dailey atrlblli ~hlvu eur .deSoc; p , 1 16 )A d e l in i ~o d o C lI St ap el s r el lg io o : c Ia s u p 1l c J Ao o n cl u( d a a d e sc o be rt a da c as ta e i nt er ro m pe a p es qu ls a f un d am c nt al ; a o c on tm rio , a p ro gr es so d ac omp re e ns li o - e , e m c o ns eq U !n c ls , (Is c o mp a ra < ;4 o - e x lg e q u e a i d co lo g ia t e J a l ev a d a e m c o l) $i d er a 9i o ; g o s ta r iamo s q u e , p o r s e u s r e su l ta d o s , 0 p x e se n f e t r ab a l ho i lu s t ra s se e s sa p c n ip c ct l va .2 1d . A a u s~n c la o u a subeslime . P or o utro la do , se so me s c apa ze s d epe rc eb er n os fa to s u ma o u tr a d lme n sa o qu e n ao a pe na s a qu ela d a conscien-c ia in d lg en a, is so a co nte ce g ra ca s a c om pa ra ca o, g ra ca s e m p rim eir o lu ga r acomparacao i m pi fc it a e inevi t avel co m nossa pr6pria sociedade, I ss o d e ve sc reviden t e .Devemos, entao, proceder em dols t em p o s: p r im e ir o , ir a escola do sH in dus, d os H in dus d e ho je e d e o utro ra , pa ra v er as co isas com o eles. O ra ,eles as veem m uito siste ma tic am en te , e n ao e impossfvel apreende r a p ri n ci -pio d e su a visao . Percebe rem os a te m esm o que e les e m gran de m ed id a ja fi-ze ram 0 tra ba lh o p ara n 6s. O ito se cu lo s ta lv ez a nte s d e Je su s C risto , a tra -d iS ao d istin gu iu a bso lu ta me nte e ntre e sta tu to h le ra rqu ic o e po de r, e e sse eum pon to ca rd in a l qu e a pesquisa m od ern a n ao conseguiu a pre en de r c omseus pr6prios meios, 1 3 v er da de , e ntr eta nto , q ue n os p er mitir em os, e m a lg un spon tes, com ple ta r e sistem atiza r a teo r ia in dtgen a o u ort6gen a d as castas- n ao sem empres t ar , a t it ul o secundarlo, a lgo aos a spec tos em pfr icos - apartir d o postu lad o d e qu e os h om en s em soc ied ad e pen sa m d e m an eira coe-r en te , ra cio na l, so bre tu do n um a m ate ria ta o im po rta nte , e d e q ue 6 po ssfv elresgatar 0 p r in c fp io s im p le s de se u p en sa me nto . E ss as mod if ic a c oe s c o r remn atu ra lm en te po r c on ta d e n osso s r isc os e p erigo s, c on tin ua nd o a pe dra -d e-to qu e a ser 0 qu e as pesso as pen sam e no qu e elas creem, Nad a d e n o vo emtudo iS50: a pe na s a qu ilo q ue 0 etnologo ou an rropologo s o ci al s emp r e procu-r ou f az er , S6 qu e 0 itin era rio se to rn ou m ais lon go e com plicad o e , ao m es-m o tem po , m ais seguro , n a m ed id a em que estam os lid an do co m u ma gran dee a ntiga c iv iliz a~o . P oi s6 re ce nte me nte qu e a s g en era liz a! ;o es pr em atu ra sd a so cio lo gia , n o se ntid o re trito d o te rm o, p ro pu se ra m pa ra e ssa v ia ge m a l-g u n s r e sum o s i lu s 6r io s .2 2 a , C o n sl at a te m o s r ap id a m en t e a j u st e za d e um o b sc 1Va < ;4 ode Leac l l ; a !nf.. e c o [ o co d a M " e st r at i fi c aC 1 !Ol OC la l" o ~ u re c e t am b e m o s a sp ec to s n ! o b lc d rq u lc o s 0 p re ju lg a i 1n a lm c D te a n a tu r ez a d o { e n omc n o :

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    $8 LOUIS DUMONT

    Mas a id eo logia n ao 6 tud o. 0 fa to 6 que a obse rvaeao d e u rn con jun tolo ca l qu alqu er m ostra n ma v id a so cia l que , se o rie nta da d e m an eira d ec isiv ap ela i de olo gi a, a e xt ra va sa a mp la me nt e, I s~ o c olo ca 0 p ro b lem a f un d ame n ta ld esse s e stud os e m ge ral. R ec orre -se co rre nte men te a v arlas so luc oe s: n osn os so s d ia s, m ulto fr eq ue nte me nte , sa cr ific a-se a ld eo lo gia a o a spe cto emp l -r ic o, p od e-s e ta mb em fa ze r 0 c on tra rlo, a u a in da o pe -lo s e m a bso lu to u m aoo utr o2 lli. V er em os e xe mp lo s, O bse rv em os d e p ass ag em q ue 0 fate e unive r-sa l: s e e le r efle tis se c om ple ta me nte e a pe na s 0 dado , 0 sistem a d as id eia s ed os v alo re s d eixa ria d e se r c apa z d e o rie ntar a a~ao , d eixaria d e se t ele pre -prio ( 7 ), No nosso caso , em todo con j un t o conc re t o , e n co n tr ar em o s e ma~ao 0 prin cfpio fo rm al, m as e nco ntrare mo s tam bem a lgu ma o utra c oisa ,u ma m ateria -prim a qu e ele o rd en a e en glo ba lo gica me ute, d a qu al n ao no sd a c on ta d e im ed ia to . E a qu i q ue se situ a 0e qu iv ale nte d o q ue c ha ma mo s r e-la ~5 es d e forca , f enomenos e co no mic os e p o li ti co s, p o de r , t er ri t6 ri o, pro-p rie da de e tc . E sse s d ad os , q ue r csg ata mo s g ra ca s a s n oes que d eles temosse gu nd o n ossa pro pria id eo lo gla , po de mo s ch am a-lo s d e co nc om ltan cia s( co mp ar ativ es) d o sis te ma id eo 16 gic o. A lg un s a uto re s a s e stu da m p re fe re n-c ia lm en tc sem se ape rce bere m d e qu e a d esv alc rlz aca o d e qu e ela s sa o o bje -to, n o c aso p re se nte , a s a lte ra p ro f undamen t e , E ss es f en o me n os , e sp er ad o sp elo e sp ec ia lista im bu fd o d a id eo lo gia m od er n a , s a o a qu i su fo ca do s pe la g oli-lha d e bronze d e um a id eo logia oposta . L imita r-se a des e , para usa r umac xp re ss ao l oc al, f cc ha r- se n a c as ta i nf er io r. Iip re cise , a o c on tr ar io , a n oss o

    " tl le l en d e n cy t o s tr es s the ' st a tu s tr o u p c omp o nen t o f c a s t e p r ej u dg es (be whole qUClSUonas to wha t Ist h e c s s cn c ia l s o ci ol og ic al n a tu r e o ft h e I n d ia n p h en om en o n " (A$ptCIS ofClUle, p . 1 ).22b. Unt au to r SC I1 \ e x p ct l an c i o d i ro t a p r et e n d c r e so l v er ft q u e st l io em a l guml l$ p i sJ . n as : Edw, W. Pobl ruan," Ev id en c o o f d is pa ri ly b et we en t he H in d u p ra ct ic e o f c e st e a n d t ho i d ea l t y pe ", M L S oc . R ev . 1 16(1951),p ro $7S379. Davjd P oc oc k e a u mesmo , e u que n to c e -s u to r e s dc C()nln6ul/oflS I , 1OramQs acu s a-d o s p e r I ', G . D ail ey d e r el ac lo n ar t ud o It ideologia (Contnuu t lons I U , p p . 8 8 e ~ .: n o SS il re sp cs te , I V ,p p, S Ze $$.). No alt igO js citado (Ar~lrive3IIr: de soc; IV-l), 0 c rl li co s o e x p ra n e d e 1Il4ncira ma J sma otiud~, m a s s eu mo d o d e p re c ed c r n l to c ll co r aj a a d i sc u ss d o. U lU lz a d o d u a s m a n e lr as a p a rl e d e n o ss as

    COllldlml /OIl$ II c cn s a gr cd a a Boug16. A s paginl>!l109-nO retoma, d e f at o , p u ra 0 slmplesmente, 8 taulop rc lt m in a r, n d e ll n i~ Q d e D o u gl e: " I h a ve b r oa d t) ' e la ss lf le d c a st e a c! iv lt ie s u n d er ( h e h c ad i n S$ o f s e-g r eg a t lo o , i u t. I 'd e p e nd en c e , h i er a rc h y " . A Co n l e d e s s a d c l ln i " ao na o c l ndl e ada , 0 n om e d e Dougle n Q6 p ro n u nc ia d o. Um I lo UCOma is t ar d e, As pasinas 114n6, D ai le y n o s a t ri bu l u m a " de ll ni o d a c as tap e t e r e l!& ! a o ". P a r a f a za lo , e x lr a i um c e r to n~mero d e c lt a~ c s ( c uJ a p t lm c lr a parte p e rt e n e e a B o ugJ e )q u e d e v cm p ar ec e r ItO leito! 8WI l$ ! it \t J, ao d e um a " d el ln l o " b e m d e sa j ei Ul d a. B que 0 c r lUcoso lISq ue cc u d e d iz er q ue e la s C o ra m e x tr af da s d e u rn " I' (l $w n o c om e nt ad o " d e & U V 6 (COIlln'Ollllo/l$ n,p p. 3 14 4) c uj a l n tc n~ o e ra c on tr lb ui r p ar a d ar a c on b cc er a l e or ia d e ss e a ut or a mp Ua nd o 'A \linpouco .o c r it l co q u e t r econhCC01 ' u m a c et ta c oe r~ nc ia e m n o SS il v Wl o d o p ur o c d o i nt pu ro , m as a cr es co n taq ue o tt Is a h in d ra n ce I n t ha t it o b sc u re s t he p o li ti ca l a n d e c on om ic t as k s p t ! rf o rm e d by t h ~ I n d i an sys-t em o f s ~ ia l s t ra t if i ca t io n " . Ora , a co n te c o q u e 0 o om euU tl o d e D o ug l< ~e ra Im cd i at am e n te s eg u td o d eUI ll e I l $a l o s o b re Ho c a rt 1 I1t i tu l a d o p r cc l same n te : "A . M. H ( ) 8 .r t, o r R e U& ! o n au d r o we r" , Em SU ll Js ,l a lv e ~ s o b a I nOu a n ci a do s 168 ICO$o siUv is t cs , 0 S r. D a ll ey s lg a s e u c a ml n ho s o zu lh o ; p n re w m c sw o i n -d i r e r en t e ~ c o n li ll u id a d e e n t re SUtS p u b ll c a o o s u o o ss lv a s .A l l lc r io n n e n t e e x ls J a q u e uma dc r .r u ~o ciaoa sIa cobr i ssc I) r ac ! sm o d o s E. U . A . o u d a A frlc a d o S ul (Contr ibutions 111,p . 97 ) , 880 r4 I 1 R O s 6 a c b aque wa,d e ll n ! o 6 h lA u n ci en t e (p. 1 13 ) , m a s t ar uWm e xl g. q u e lIS a s ss o c la . . mo ( ! c rn a s i I Id i a ul I !l d e"~a s cJ am d e sl gn ad a s e le nt il lc aw eu te c om u m o ut ro n o me ( ab ai xo , p . 1 15 ). A t e p od er la mo s c on -cOI 'd a r c om ! s o,ma s 1160 soria 0 c : a s o d a l s so i n lp l ic . ar I If0rtion ' q u e s e t r aU i d e c o !s a b a s ta n le d i fe re n teo q ue a co n te co c om a s cas f Iu ; M Am6r ic a ?

    HOMO l lJERARCHlCUS 89v e r, r es tl tn f -I os a o s eu l ug a r, r el ac lo n a- Io s a id eo lo gia q ue d e fa to d es a co rn -pan ha m, fica nd o clare qu e e s 6 c om rela ca o a t o ta l ida de a s sim r eco n su tui daqu e a i deo lo g ia a s sum i ra seu sent ido soc io lo g ic o v erdade iro.S em d av id a , a s e st ud o s n es se se n tid o e sta o pouco a va n ca d os , e na o sep o d e e sp e ra r it' m ulto lo ng e, m as p elo m en os 0met oda na o a pr e se n ta d u vl -das , To r n a d o g lo b a lmen te , 1l0SSO ob j e to no s apa r e c e um pouco como um ice/ J e l g : u ma pa rte ape nas, a m ais fa cil d e d esc rev er, em erge a lu z d a c on sc ie n -cia, e so lid aria d e u ma o utra , m ais o bscu ra , m as c uja pre se nca sa bem os d e-t ec t ar , 0 f en o m cn o o b sc rv a do tern u m co mpo ne nte id co lo gic o e u rn o utreq ue c ha m a mo s r esid ua l se m p re co nc eito o nto I6 gic o, p ar a a ssin ala r a m an eir ap ela q ua l e ole co locad o em evid en cla . 0 que acon tece no plan o d e obser-va~ao , 0, u ma ve z r el ac io n ad o a 11 mprimeiro p la n o d e r e fe r en c ia , 0 p la no d aid eo lo gia , I, c olo ca em ev id en cia u ma o utra c om po ne nte situ ad a n o plan o re -sidual R: (0 = i+ r). Da cbservacao e da ideologia deduzlmos por "sub-t l 'a9ao" a c o m po n e nt c residual empfrica d e ca da f en c m en c o b sc rv a do . E ob -v ia q ue 0 erro n os e sp re ita n essa e sp ec ie d e o pe ra ca o: m ulto part icularmcntcn o s a rr isc am o s a n o s e n ga n ar na aplicacao d a id eo lo gia a um a situa~ao parti-c u la r , s o br e tu d o no i nfc io e s e su pe re stim a mo s n o ssa c om p re en sa o do siste-m a. M ui to f el iz m e nt e o s d i fc r en te s f euomenos o u v eto re s n ao sa o i n d epen -d en te s u ns d os o utro s, e ve re mo s po uc o a POlICO s e d e sta ca re m o s p rim e ir osd elin ea me nto s d e u ma le i g eral d as l'e la \fo es d e I e d e R n o siste ma 2 2 < : .

    Resta d ir er u ma p ala vr a so br e a e xp osi~ o, S er a f as ti di os o d e sc re ve rp rim eiro a ideologia e d epc is re to ma r c ad a po nto n o plan o d a o bse rv ac ao .A in da qu e 0 pla no R o u n ao id eo lo glco s6 seja tratad o d ire tam en tc a partird o C ap itu lo 7 ( "P od er e T er rit6r io "), d esta ca re mo s pari passu a c ompon e u tec or re sp on d en te n o tr at am e nto d o s a sp e ct os p ro pr la m en te I de olo gic os, P Ol'e xe mplo , n o q ue c on cc me a h ie ra rq ul a ( Ca p, 3 ), c om ec ar em os p ela id e olo gi ap ar a c on sid er ar d ep ois 0 d ad o observad o e co locar assim , em evid en cia , acomponen te residual.

    N em 6 p re cise r epe tir q ue , se o s a sp ec to s d ito s p olftlc o-e co ne mic os sa oa ssim po sto s em se gu nd o plan o co m re laQ ao a id eo lo gia d a c asta , isso e 0efe ito n ao d e um precon ce ito qualquer, mas apcn as d a n ecessld ad e d e d aruma im agem Iiel d o sistem a ta l como ele surge para n 68 . Nao e impossfvel,2 2 0. A lg u ~m p o dc ri a f az o !' a o b JO i 8. 0 d e q u e e st am o s s im p li fi ca u do ~ o e xt rc m o t ll ll a s i tu a ~o c om pl ox a. Ad is Un o 6 , COl s umo . e u ! re a s pe c to s c o J ls ~ le n t c. ~ ' $ P~ t ( ). $ n i io COJ ls < : ie l lt c s, OSSQ C u l na d ls llu ~o r .-l o li v a ~ nAo a b s o1 u t n . r s so 6 v c r d a< i c , c o m o ~ vorda< ic ,POl"exempJo , que os DSl l .c tos l JoUl i coeoon6mj-c o s n~o c s ca p am c omp le l o ll le l lt e ~ c o n s e t .n c l o d ( ) .$ in l c rc s sa c lo s . B i o s s a o n ( 6 lllC$IUO0 a ss un lo d e u m am o ra tu r. , a d o m1ha , n a v c nh d c b a st an l I lo b re c ll ll 'C la ., ao A l it cm ( u ra r el ig ,t o sa d o d lwmla . Mas, dom e si ll a m o d o q u e llS Utc ra l ur a c o n s id c r a d a l lt a bDhne n l .c eSSeS a ' pe c t os ~~ '1 > '! 0u bo r d in a do s a o s a s pe c .

    (o s r c ll g lo s o s, e l as e s t~ o p r al lc amc 'l t c c x c tu r d o s d a c o n s l. c la c J! o d e i d c la s e do v a lo r c s f o r lcmc n le a COll 't u ad o s U g ad o s o n t re s l q u e f O ln l am a f d co lo g ia ( se s e q u ls cr , a I d eo lo g ta p rI n ci pa l o u p re d omi n an t e)d e > .i st oma s o c ia l , C < ! r t ome n te e x is t en t i n e xa ( ld6 e s c t n s u fi cMnc i as l I u m . a t al d c Ol li o d o n a tt eo c on s-c i on ! c do $ (S tO I I l& ,m a s, p O I' u m l ad o , 0 s o ci 61 o go d e v e S 1: rs en s fv e l a o s sn p ro d oml nGn c ia d e c an a s re.p r c so n ! a C I I , e , pOl' o u t re , a c r ed i la - sc , n n p r a ti c a, d i st i n gu i r os do i s c o l ll p oMn l e ~ SOll 1 \t b it r ll ri e d n d e, ec om $ a t d o I l os iUvo .

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    e mb ora se ja d ific ilm en te c on ce bfv el n o pr ese nte , qu e se c he gu e n o fu tu ro am ostra r qu e o s a sp ec to s p olftic o-e co no mic os sa o n a v erd ad e fu nd am en ta ls eq ue a id eo lo gia se ja se cu nd ar ia , S im ple sm en te a in da n ao c he ga mo s la o T ra -ta-se, IlO m em en to , d e u ma d esc ric ao c om pr ee nsiv a, n o d up lo se ntid o d e " in -t e li g fv e l " e " g lo b a l " .

    23. A NOr;AO DE ESTRU1VRAA pa rtir d e n o ssa opiniao correntc so bre a h ie ra rqu ia , fazem os em

    prim eiro ligar p ara n 6s a re prese nta cao d o siste ma d as ca stas, o u d e u rn c on -ju nto d e castas d ete rm in ad o, com o um a ord em lin ea r qu e vai d a m ais a lta am ais b aixa - u ma o rd em tra nsitiv a e n ao c fc lic a: e ad a c asta e i n f er i o r a q u el a sq ue a pr ec ed em e su pe rio r a qu ela s q ue a se gu em , e to da s e sta o c om pre en di-d as e ntr e d ois p on to s e xtr em es. A lg ue m p od e o bje ta r, d iz en do qu e a im age m6 s im ple s d em ais : n a r eg ia o m ed ia na e m p ar tic ula r, 6 f re q G en t em e n te d i ff c ile la ssif ic ar a bs olu ta me nte d ua s c as ta s d cte rm in ad as , u ma e m r ela 9a o a ou t re(cf. 35 e ss.), A lem d isso , um a ord em d esse gen ero , se tem os d e n os c on -te nta r c om e la c om o d ad o u ltim o, n un ea 6 c om od a. F eliz me nte a s c oisa s m u-d am , se c on sid era rm os o s pnncip ios q ue se rv em p ara c la ssilic ar m ais o u m e-n os p er fe ita me nte a s c asta s n um a o rd em , E nc on tra mo s, assim , su bja ce nte ae ss a o rd em , U rn s is te ma d e o po sic oe s, u ma e str utu ra ,

    A p ala vr a "estrutura" 6 empregada h o je d e mod o ample e diverse.L e mb re m os r ap id a me n te 0 sen tid o e str ito em qu e e la se ra to ma da a qu i e asc on se qu en cia s a o m esm o te mp o q ue a s c on dic oe s d esse emprego, D ev em os ain tr od uc ao d o c on ce ito e str ito d e e stru tu ra e m a ntro po lo gia a C la ud e L ev iS trau ss. Ele n os v ern d a fo no lo gia e , d o po nto d e vista que n os in te re ssa , 6p re cise r em on ta r ta mb em a Gestalttheorie o u teo ria d a fo rm a e a f e n omeno -logia :!la, A d ific uld ad e e nc on tr ad a n a c on sid er ac ao d os s is te ma s e m a ntr op o-lo gia 6 m uito sem elh an te aque la qu e L ou is d e B ro glie o bse rvav a rece nte -m en te c om r ela ca o a f1sica:~ . R c sum lm o s s qu i; "Y a -t -i l u n e s tr u ct u re s o us -j ac e nt e 1 Il 'o rd r d e s castes?", c omun ic a ,, " o i n6 d it a . . pr e -

    sentada a Association of A1lthropologists, Londres, janeiro 1952. Principll is reter~ne!as: Cl. Uvi -Strauss, Anlllrcpologie Stmclrtrale: N . S. Troube t zkoy, P " " c p e s d e Pho n cl os ie ; Wolfgang Koehler,Geslaltpsyc:holo8Yj Ku r t Go l d st e in , De r A f {/ l> a u

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    A I6m d isso , e ssa in tr od uc ao d a id eia d e e str utu ra e, em a n tr o po lo g ias oc ia l e e m s oc io lo gi a, 0 a co nte cim en to c apita l d e n osso te mpo . A pr 6p riav oga d o te rm o e m su as a ce pc de s m ais fro uxa s te ste mu nh a-o it s u a m a n e ir a :pa ra u ma e po ca , para u r n p e n same n to , c u jo p r ob l em a essencial 6 , a p6 s umIo ng o p en od o d om in ad o p or u ma e xig 8n cia a to miz an te , r ec up er ar 0 sen t idodo s con juu tos au sistemas, e la t ra z a l in ic a f or ma l ogi ca d i sp on fv e l agora nes-s e a s su n to . A c on ve rg en cia c om o s pr oc ed im en to s e le tro nic os e c om a s m a-re ma tie as m od ern as, q ue ig no ra mo s pa r lo ngo te mp o pa r c au sa d e u m e nsiu op u bl ic o a r ra s ad o , na o e d ev id a a o aCMO. M esm o e m a ntro po lo gla so cia l, ar es so n an c ia ti ni ca d a m o n og ra fi a de E v an s- Pr it ch a rd s ob re N u er , p ub li ca d aem 1939 , te stem un ha n o m esm o sen tid o~. Ela se d ev eu , a m eu ver , a desco-be rta in depen den te d a n o9ao e a su a revelacao p ar a u m m eio p ro fis sio na l s a-tu ra do d e e mp irism o po r u ma a na lise p ro fu nd a e p ru de nte , a lim en ta da a de -m ais d e so cio Jo gia fr an ce sa . S e a d esc ob erta d e E va ns-P ritc ha rd te m u rn v a- .lo r pa rticu la r en qua nto d esen vo lvim en to iad epen den te pro ven ien te - a teon de se sab e - apen as d a an alise d os sistem as po litico s e d e lln bagem d osN ue r, s ua n o~ ao d e e str utu ra e , a p rim eir a v ista , m ais llm ita da e m en os r ad i-c al q ue a qu e L ev i-S tr au ss e mp re sto u d e o utra s d isc lplin as, Para e le , c ome fe ito , tr ata -s e d a nao-subsranclalldade, d a r ela tiv id ad e d as diversas o r d e n sd e g ru pa me nto s, o u d e d is tin cile s, c om r ela ca o a s s itu a~ ae s o nd e e la s s ao v is -tas em a~ao . N a verd ad e, u ma Ie itu ra a ten ta m ostra qu e Ev an s-Pritch ardsoub e m uito bem d estaca r po r su a pro pria con ta 0 p rin cip io e str utu ra l d ao posicao d istin tiva - c on ce ptua l -, m as e le a expressa n a maio r pa rte d ote mp o n a lin gu age m d a o po si~o d e fa to , d o c on flito , N esse se nti d o, su a " es-tru tu ra " a pa re ce ge ra lm en te liga da a c lrc un sta nc ia s e mpfric as, N um a c ertas itu a~ ao , 0 g ru po A e 0 grupo B se opoem, c ad a u m so lid arlo c on tr a 0 o utro .N um a o utra situ a~ao , v em os face a fac e A 1 e A 2, segmentos d e A ain d a h apo uc o in dife re nc ia do s. E a ssim p or d ia nte .. , N ao m en clo ne i e ssa te oria a pe -n as d e um pon to d e v ista h isto rico e para lem bra r 0 p ro gr es so q ue c o ns is teem e stu da r a s form a s c on ce ptu ais n as d iv er sa s s itu ac de s so cia ls e m q ue e la sse im po em , m as ta mb em p ar u ma ra 7.,a o p ra tic a. E q ue c la in tr od n z d ir eta -men te a n o~ao d e segmenta,tlo it q ua l te re mo s d e r ec or re r. T an to no sistemad as castas qu an ta n o sistem a po litico d os N uer, os gru po s que aparecem -ou d esaparecem - d epen dem d a situ a< ;ao em qu e n os eu con tram os, T an toteremos pela fr en te u ma c asta o po sta (de fa to ou em id e ia ) a uma ou tra ,231.>.E. B. EVAllsl 'r ilcbard. TheNuu, Ox fo r d , 1 9 4n . pp. 136-131, "Um l 10m cUl e m em br o 4 c u r n g r up o poU-

    t lc o e m virludc d o fa to d e q ue o le n 60 < ! memb rc d e o u lr os S n tp OS d a m e sm a e S 0 l c " i c . Ma s u r n h omoms6 80 c o n sI d e rs n t c ru l lr o d c s se grupo q ua nd o 6 m em bra d e u rn scgmcn to dcsse gl1JPO,sevnonto exte-rior C oposlo A o u lr os s eg m en t os d o JllCSIllOSIUj)O".Raros sao os tr aba lho$ inSlu$ quo do l lcaUlde o l la r e s sa o b r a co m rOI.o a qus lque r coJ.sa. Scm dm-Id a e ki st cm o u lr . . . r ~c s 1 I[ 6m d a qu el a a po n ta d a a qu i. B no h lv c l q u e 0CnlpimmO Ingl& t e oM r c a glM ,n o I n te ri or m c sm o da lcorin das I ln h a go n s e l Ia s OblM d i re ll lme n ( c I ll 5p lr a d a$ no s Niter, onr aUUlndoDleno s n 5egmcnU\~o do quc 0 caratcr c01pCra le d o s g ru po " a s al le r, (> fato d e qu e CS!lCSgru l 'OS ror -mam U1M p e ss o n mo r al , s ! io solfdMot em \lirludo d e i ut er es se s c o mu n s a t o do s o s .cu. mcmbros.

    HOMO lI IE1"URCI I lCUS

    q ua nto v er em os a m es illa c as ta se segmen tar e m s ub ca sta s e tc . D iss o r esu ltaq ue e mpre ga re mo s a s pa la vra s se gm en to e se gm en ta ~iio a pe na s p ara d esig -n ar a d iv isao o u s u bd i vi si io d e u rn g ru po em v ar io s g ru po s d e m e sma n at ur ez amas de escala mello,: ;s. A segmentacao 6 ur n aspecto da estrutura por opo-si~iio a su bstsn cia , S ub sta nc ia lm en te , r ed uz im os tu do a u rn tm ic o pla no d eeonsideracso: 0 h om e m in div id ua l, o u a n a ga o , o u a c as ta . E st ru tu ra lm e nt e, ac asta a pa re ce e m a lg um as situ ac oe s e d esa pa re ce e m o utra s e m p ro ve ito d ee ntid ad es m aio re s a u m en or es. N ao ha aqu i, co mo em n osso u niv erso d o in -d i vI d uo , n { ve l privileglado, E m p artic ula r, v er em os q ue a s d iv er sa s pr op rie -c la d es d a c as ta c sta o li ga da s a n fv eis d if er en te s d o f en o me n o,

    24. A OPOSJ(';AO FUNDAMENTALVol t emos a s c asta s, T ra ta -se , p or e nq ua nto , d o siste ma fo rm al. N um

    p rim eir o m em en to , te nta re mo s e xtr air d ele s eu s p rin cf pio s e , n um se gu nd o,liga -lo s a u ma e stru tu ra , S o n olo p ud esse mo s pa rtir d e H utto n, po de rfa mo sp ar tir d e H eg el, q ue , ja e m 1 83 0, fo i m ulto m als a le m q ue m uito a uto r re ce n-te ; H e ge l v e 0 p rin clp io d o s iste ma n a diferen,a a bstr ata ( e, d e f ato ,j ali, c as -ta , e tam bem a espec ie n o sen tid o d a bo tan ica ou d a zo olo gia ). Pa ra d ize r av er da de , pa re ce qu e o le p rim eir o a pr ox im a a c asta d o in div fd uo m od ern o,se gu nd o a m an eira p or n 65 c ritic ad a, m as m ulto ra pid o se pe de p erc cb er q uee le re la eio na e ssa " dife re nc a" a o c on ju nto e a h ie ra rqu ia : tra ta -se d e u ma d i-f er en c ia ~t io d a s f un ~6 es , q ue na ~ pod eria pro vir d o exte r io r e cu lm in a n ou n i v e rs a l=

    M ais per to d e n 6s, B ougle n ad a d iz de m ulto d ife re nte , e mb or a s ua lin -g ua ge m s ej a m a is p re cl sa , 0 Essai d e B ougle , qu e d ata d o co meco d este se -cu lo , n ao d eixo u d e se r a tua l, A o bra n ao teve a repe rcu ssao que m erec ia pord ua s r az dc s, P rlm eira , fo i e sc rita e m fr an ce s qu an do p ou co s In dia no s le em 0f rances ; 0 ingles e , n ec es sa rla me nte , a lin gu a p rin cip al d es se s e stu do s/" , D e-23c, Di rC I llOS, p or e x emp lo , q u e uma c a st a s e s e g m e J I/ fl em . $ u b c as lW . , ma s, s e f o r 0 c as o, q ue e la se divide

    e m e ia s, u to 6 . ma ls c xa lnm c n( e , q ue s o p e d e c o ns ld c r~ -I a c o mo q u e rormpd~ p el n r eu n id o d e g ru p osd e n a t ur e za d i C er c ,, ! . c b ama do s dis. N li o f al ar cm os d e m od o a lg um d e 8 eg me nU l~ o d o p en to d e v is UlpU(aDlcnje t cm to r l al , cmb o r a 0 t cr rU 6r io p os sa s er u m a lr ib u to de s segmentos.2 4 a . He g el . Phl / osophle de l 'H ls lOlre, I re d . G ib e li n, e d . 1 94 6 , PI " 1 3 3 13 6 : " N n C h in n plcdominavA n IgtUllda-d e d e t od o s o s l u dM du o s . .. 0 m f ni mOp r o e. re sS (J t e vo u I Im 8u if cs la o d a d i re re n ci a> l! o . . . EsSM dlfcrcn.~ s Ao a s c as ta s, E m t od o E sl ad o r ac io n al, cxJ.steol d lr cr en ~ q ue d w em c cl od lr . .. M as n a f nd la . .. 1 1 5d lr er cn ~ q ue $ 0 a pr es cn ta m s ~o u n! um cn (c e qu el as das o c uj )a a s, d a s C 8 o S I a s . . . A p ri m. I ra e c s se n clal Cuno 6 a q u el a q u e 10mp o r o b j el iv o 0 que c a b so la ta m en t e g o ra l e d e q ue 0 I lomem pr iulQi ro 10mc o ll 5c i Snd a n a r oUgi 4 0, d c p ol o n a 0 1&1c I 8. .A p t imc i ra e a st a s e r& , e l ll ao , a q ue l. q u e p r odu z c f fiM lf .s tRo d lv ln o , a I)il$ta d o s ll ra mn lla s . .. / . .. 6 ~ .n ci 8l q ue uDln ea s ta pressuponha a o u tr s 0 q ue a romlat;ii.odas e as m ! " iu ! !. a p o ll "" , d o um a m a no lr a g oml , da v i d a om COll tUl ll. . C l a ss e S n i a p o dom 5 e c o n sUl u lrpolo eXlerior...6 d.d e ll lr o q u e e le s vem e n li a d e f or a . .. "24b. Ol l es t l n Bougld, " Rc ma rq ue s s ur I e regime dO $ castes", AI I1 ICe $oC l 'o log lque , t. I V, 1 90 0, completadoIlUlll volullIe (E s s a ls . . . ) , P a d s, 1 9 08 , 2,' 192.7.Tl"adU\io'ioda fntrodu>l!o C )"CSLlmo c omen l ll o o ( om Ing le s )) l a s Conlr iouljolls I I , 1 9 5 8 .

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    94 LaVIS DVMON'r

    pois, a obra estava adiante das ideias contemporaneas, ela se a fa sta va d atendencia dominante desses estudos, empir jsta e mater lalista, e passava maisf ac ilm en te p or u ma m an i esta ~a o d o in te le ctu alis mo fr an ce s, j ~ q ue 0 au to rn ao tiv e ra u rn co nh ec imen to d ire to d a fn d ia , Ob ra d e segu n d a m ao , comefeito, mas e s cr it a por u rn soc i61o go d a e sc ola d e D urk he im qu e consagrarasu a tese ao s Ideals i gu a li t~ rj os e q u e ansiava ao mesmo te mp o re un ir a s coi-sas ao s seus pr indp ios e n ao deixar de Ia do n ad a q ue fo ss e e ss en tia l, 0Essaid e Bougle n os fornece, ja 0 d i ss emos , a me l ho r def in i~ao inic ia l , S eg un d o e le ,o siste ma d as cas t as 6 c on stitu fd o d e g r up o s h e r ed i ta r io s ( a s c a st as , s al vo p a-ra 0 a spec to segm en to ta l a qu e n os re fe rirem os) que sao ao m esm o tem pod is tin gu id o s e r ela cio na do s e ntr e s i d e tr es m od es :

    1. p or u ma g ra da ~a o d e e sta tu to s d e h ie ra rq uia ;2, p or r eg ra s d eta lh ad as q ue visam a a ss eg ur ar s ua separacao;3, por uma d ivisa o d o trab alh o e pe la In te rd epen de nc ia que d issoresulta=,Bougle a s v ez es te nd ia a se pa ra r, u m d o o utro , e sse s tr es a sp ec to s. O ra ,e b a st a n te evidente qu e tud o isso oc o r re em co n jun to e que a separacao d ost res aspec tos e u ma d is tin ~a o a na Htic a i ntr od u zid a p elo observador . Ademais ,

    o pr opr io B ou gie 0 reco nh ece em a lgu mas pa ssa gen s d e seu livro , O s tres" prln cfpio s" r ep ou sa m n um a c on cc pc ao fu nd am en ta l, lig am -se a u rn u nie o ev erd ad eir o p rln ctp io , a sa be r, a o po si~a o d o p uro e d o im pu re . E ssa o po si! ;a osu be nte nd e a h ie ra rq uia , qu e Ii a su pe rio rid ad e d o p uro so br e 0 im pu re ; e las ub en te nd e a se pa ra ca o, p or qu e e p re ci so m a n te r s ep ar ad o s 0 pu ro e 0 im -p u ro ; e la su be nte nd e a d iv isa o d o t ra b a lh o , p o rq u e as ocup acoes puras e im-pu ras d ev em do m esm o m odo se r m an tid as separad as, 0 co nju nt o es ta f u n -dado n a c oe xi st en c ia n e ce ss ar ia e h ie ra rq u iz ad a d e dai s o po st os . Poder-se - iaf al ar , n u m a o po si !; ao " si nt et ic a a pr ior i" , q ue n ao ha m ulto p ro ve ito e m a to -mizar e m e le me nto s s im ple s p ar a a gr ad ar a nossa logica e q ue , e m todo caso,n ao e n ec ess ar io a na lis ar s em a r ec om po r d ep ois ,24C. O bs er ve mo s q ue o s l r as p ri nd p lo $ l un d am e nt al . d e Bougl6 n l io 1 ! 1 1lum C t l r~ t c r Id 8 n t l co e n l io e s ll io no

    m es mo M e l: a h e ra rq ui a ordella e m s eu c e nj u n to , 6 a r e fc ~ uc ia k io o l6 g iC QM c o n ju n t o; a s ep ar a ~,i n eo n t es te v el m en t e i d oo l6 g fC I I e nOm ln t iv a e la Im ttMm , pllrecc iIp ri m ei m v i st n , s e t o ma d a s ep a ra d e-m en t e, i ro la r, a e c oi ll ra ri o, c ad a V U po do c o n ju n t o; f i n alme n t e, II d i vi si io d o t ra b al ho , l se la n d o c iat amMm e ad a c as ta n u ma f un ~o , p ar ec e ! d co !o gi ea m en t c s o ! i ss r t. w pa m o, c 6 s ob rc tu do n o n Jv cld a o b s c rv a o , d o emp lr io o , qu e a Interdepend8ncla, II or i cnta{: li o pa r a 0 oonJunw, f ic a c la r tl . Em o u -t r o s t e rmo s , II i nl e r dependenc l a elM c a st as 6 m e n os c o n sc le n h : q u e SUIlS s ql ar a~ o e h le r sr qu i e, E scmd6v i d ;t ! . ss a q u e c ) ( pl lC ! lq u e ~l1O$ a u t o re s , p a ra do x a lmc n t e a o t o rc s cmp ir i .l lM , bs V~C$ l e n b am t r n ta d oe ss e t ra ~ ( ; Omom a ls o u m c n os e x te ri o r, c o m o m a is OO hOO l 1l n n nt co q u e c om JX > n e nt e d o s is lc lM . M a s6 bas ta l ltc cvidcntc qu e a liss{:lio 6 c s tr e .i ta entre h l cr a r qu i a c i n t er d e pe ndC nc 1 a , q u e so c o m o q u e dua sf ac es , u m a m a ls c on se ie n tc e a o u tr a m c no s, d a r cf er t! n cl a a o o ol 1j un lo . E ss as d lf cr en ~ c nlr e o s If!!p n nc fp io s d es ta ea d os p or l lo u gl 6 p od c m f ar er c om p re en d cr p or q ue e lc As v c ze s p at a ce t ta la r d e I r e st l ' a~s i J ldcpcndc l ltc s .

    HOMO H l ERA RCH /CU S 95

    o fato e d e e xtre ma im po rta nc ia , p ais e le n os le va d e im ed ia to pa ra u muniverse p u ram e n te e s tr u tu r a1 : e 0 to d o q ue c om an d a as p ar te s, e e ss e t od o 6co nceb id o, m uito rigo ro sa me nte , c om o fu nd ad o n um a o po si~a o. N ao h a,a de ma is, o utra m an eira d e d efin ir u m to do e nq ua nto d istin to d e u ma sim ple sco lec ;5 .o , e , se no s es q uecemos d i5 S0 e m g ra nd e m ed id a, e porq ue , e s sen c i a l-m en te , s ub st ltu fm os e m n os sa c iv iliz a~ ao a r efe re nc la a o to do p ela r ef er en ciaao sim ples, ao in de pe nd en te , aqu ila qu e se basta a sl m esm o, isto 6, ao in -d iv fd u o a u a s ub st an c ia , T e mo s a qu i 0 fa to q ue n os v ai p er mitir c om pr ee nd era in stitu i~ o, f az e- la p as sa r d a p os i~ ao d e u ma c ur io sid ad e d e a ntiq ua rlo a d euma f or m a d a h u ro a ni da d e. E propriamente a id 6ia d a c asta ,M as e sse po nto e sta lo ng e d e se r a dm itid o. A nte s d e a cla ra r u rn p ou co ,n a se ~a o se gu in te , a n atu re za d o p uro e d o im pu re , se ria in te re ssa nte o bse r-v ar r ap id am en te a s d uv id as e a s o bj e~ oe s d os e sp ec ia lis ta s, a s q ua is n o ss o l ei -to r se ria te nta do a se re un ir. P ara c om ec ar , q ue se sa ib a q ue n 6s n ao e sta mo sin ve nta nd o n ad a: a pr eo cu pa ~a o c om 0 pu ro e 0 impure e c on sta nte n a v id ah in du , c om o se v er a. a s o bse rv ad or es, se ja m qu ais fo re m su as te nd en cie s,sa o f o rc a d o s a r e c on h e c e -l a, Tudo 0 q ue p od em fa ze r ho je Iiminimizar 0 fa -t o, p or exemp lo , l an can d o-o n a " e u lt u ra " c o n si d er a d a c omo um ad i t ivo maiso u m en os gr atu ito p ara a so cie da de (n ota 2 Ic ), Isso esta d e ac o rd o com ump re co nc eito g er al c on tr a a id eo lo gia . U rn m est re d o s an sc rito , L O llis R en ou ,e sc re ve u m ulto su ci.n ta me nte q ue a n o!;a o d e im pu re za "e sta n a b ase , te ori-c am en te pe lo m en os, d a in stitu i~a o d as c asta s" . H utto n d iz e m a lgu m lu ga rqu e um a te o r ia re ligio sa pod e n o s a jud ar a com preen de r a casta , m as n aop r es ta c o n ta s d e s ua e xi st sn c la ao lo n go d a h is t6 ri a. E le parece quere r d izerq ue s er ia n ec es sa rio a pe la r a os f ato re s e co no m ic os 24 d . E ss e tip o d e a titu de Iimu it o d if un d id o , m a s d e so t raduz 0 cet icismo d o homem m od er no q ua ntaa o lu ga r d a re ligia o n a v id a so cia l, pace H egel, D urkhe im e M ax W eber, et oda a e t n o log i a , Ad emai s, a preocupacao causa l e ta o geral , qu e precisamosfaz e r u rn esc la rec im en to : n a o pre te n d em os que a oposicao puro / impuro" fu nd e" a so cie da de se nso n o se ntid o in te le ctu al d o te rm o; e p o r r ef er en d aimplicita a es sa opos icao qu e a s oc ie da de d as c as ta s p ar ec e c o er e nt e e r ac io -n al p ara o s q ue n ela v iv em . 0fa to 6 , a n o ss o v er , c en tr al.

    A 16 m d essa a titu de , p od e-se c ita r a qu i o bje !;o es p re cisa s, F ala re mo sapen as d e d ua s. Para a pr ime ira , a d istin ~ao puro jim puro n ao d a co n ta d eto da s a s d istin !( 6e s o u se gm en ta co es d e c asta , P ara H su , o s c rite rio s d e p o-2 4 < 1 . Louis RCDGU,L'Hlndouisme, 1~51, p. 79 ; Hu t t o n , r c scD . h a de Hocar t , Man , 1 95 1, n o ta 2 3 5 (minl te . tra-d u ~ o; n e te r q u e o s l n gl es cs d i ze m a m iU d e " r i tu a l" p o r" re li gl o so " , " pu r ez a r itW lI " p o r a q ui lo q u e a q u isoehama simplcsmcntcde "pu~")! "Ma s essateorla r i tu a l em s lme s i ll a Illio e)(plica Q C Q . S t a 1111omoe ta s o m a nl fc st a n a s oc ic d ad e i nd I an a d u mn t c 0 ull.imo, o u o s d o is 6 1t lm ( )Sm U a n i o s . m esm c q ue c ian o s p o = a Ju d ar a c om p rc cn d a la ". A qi l~ n de . s u bc n te n do u m f at or e xp ll ca li vo : a s " c on si de ra e g d eo r d em p e SOi ll " .A c yo lu ~o s ob re a q uc st s. o d e u rn a ul or l ao p ou co i nt er cs sa do n a religiiio qU8nto 0 S r . B a i l ey ( a c ima ,no ta 22b ) m o st m ( ) q UB U to_ n o e s q uc 0 O ci de n ta l m in im iz a s ao i mp or ta nl cs p at a u m .s pe ci al is .t s. E la s 0 o b r ig&m a r e c onh e c e r 0 fundamcnto da " l eo n a r e li g io s a " da casta, cmbota ma rq u e s u a p ro

    fa n e i a p e la teorla d a " e sU : a t it l ca ~o _ f a l" .

  • 8/2/2019 DUMONT, Louis. Homo Hierarchic Us

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    LOUIS DUMONT

    si~ao v ar ia m r eg io n alm e nte e e xiste m outros c rite ri os a le m d o d a p ur ez a= ;pa ra H su e B ete ille , a pu re za re lativ a n ao da c on ta d a s ub d iv is ao te rr ito ri ald as c asta s, O ua nto a o p rim eir o pon to, m osira rem os e m segu id a qu e to do s o scliterios p ro pr ia me nte d ito s se lig am a o po si cs o f un d am en ta l, m as e n co nt ra -r em o s t am b em , n o n ivel d a o b se rv a ca o , ' ao lado do s criterios,fatores qu e viloc om plic ar o u d efo rm ar a g ra da ga o d os e sta tu to s e a se gm en ta ca o. E sse s fa to -res, es t ranhos a id eo lo gia po sta e m aC ao no fato , n 6s as co locaremos eme vi ds nc la , c om o ammciamos , ao coufron ta r a observacao e a i de ol og la . J 6 .en co ntram os u m d ele s n a c om pa rtim en ta cso e m pequ en as u nid ad es territo -r ia is, c ad a u ma delas se rv in do d e q ua dr o de fato ao d csd ob ra me nto d o siste-m a ld eo logico - u rn estad o d e co isas que d eve te l' existid o n o passad o -, eisso n os lev a ao segu nd o po nte . N o esta do a tu al, esta -se e m pre se nca , n o ill-terio r d e um a d ete rm in ad a c asta , d e subdivisoes d e n a tu re za t er rit or ia l, i ne x-p lic av ei s, c om o d iz B e te il le , a p ar tir d o c rit er io d e pureza relativa-", M as a qu ie p re ci so d e ix ar a lg o claro : na o p re t e ndemos que a o po si\ao fu nd am en tal se -ja a causa de to da s as dis t in! :oes d e c asta, prete nd em os qu e e la seja suafor.rna: seria espantoso a pr ee nd er , a li o nd e d ua s s ub div iso es t er r lt o ri a is d e um acasta bramanica estso e m p re se n ca no m em en to a tu al, n a mes il la l o c al id a d e ,qu e um a n ao s ej a c o ns id e ra d a superior a outra; DO maximo e p o ss fv e l q u et od as s e p re te n da m s up er lo re s, A e xi ge nc la h ie ra rq ui ca is ta o c er ce ad or a, q uee la e xprim e, n um a lin gu age m u nic a, fen om en os qu e 0 o bs er va do r p od e d is-tin gu ir , p or e xe mp lo , a o Iig a-lo s a " ca us as " diferentes, 0 fa to , que e essen-.:tal, sed . esclarecido n o deco r r e r d o e stu do . A qu estao ISsem pre a d a rela ca o24 .As crJti~ i n c id om s e b re 0 " re su m e c om cn ta do " d e n o ug M p er D um on t 0 P o co c k om Con(ribrdjoM U,1958, quo (I SI" .Fr~IlCIsL . K Hsu d l sc u te l oc ga m en l e o m s u ~ a m p la c o mp .r !; lo d ! \S s cc le d ad e s india-n a, c hl ne sa c < lo sB. U . A . (Cas/e, elM Md C lu& , Pr ince ton , 1963, pp. 12 8 -1 3 3 ).A p r es e n te o < p oa l o ,ma l s o xp ll eUa e mals cotnple~ , de' lo r e sp~ d e r po r s l mesma a s o b jo e s d o S r. H sn , d ea tr e 8& quais~ssjllal~Ulosacima Mmais lmpor ta nlc s . Eis u rn s o u tr e: s eg u nd o e ss e a u to r , a c xp lj ca ~ o s er ia m u it o e x-t en s a: a oposi(I d o P Ul O e d o I mp ur o s ur gl rl a e m o ut re I ng ar scm q u o c n fi o s o e s t fv e ss e d i a n le d e U il ls is t ema do t lpo indJano. P od lH e r cs po n de n L m cs ll lo q ue lasso esse 0 caso, lisa 86 a c o n t e ce r ia $ 0 no s -sa an6l Jsc fosso ( a ls a, n a l l1 e dl da e m q u e n o s l en a m os p re cc u pa rt o , p ro lo n gs ad o u rn p o uc o a a n al is e d ef io u S1 6, e m I az er r cm o n ta r a UIlI p t in c f pi o l ln l c o aleori4 i n di an a d a s east8.$: p o de rt a s er q u e a l6 m e sm oo p ri nd pi o f os se a pl Jc ad o d lf cr eo te me cw a qu i e J~;2 . n e r ea ll da de , c om o s o vera ne c o nt in u a o , aa fir ma o co S r. f uu n lo patece sevcr i f icar . 1&onde, f O I i l da indIa, a Dposi~o de pura e do lmpuroexist. de algum ' n o d o , e l a Jamn l s s e a p l ic l l a socledade e m s e u c o n j un t o, Julgamos eselarecer nm p o uc oo como" 0 p o rq u e d e ss e de scnvolvimento i n di an a ( c f. 2 5 .3 e s o br e tu d o 3 2 ).241 .A e.ilica d o S r, BeleiUe e wn !ne ldenU! nUlUa o u tr a d l se u ss !o ( " A N ow (In t~e Re fe r enc e or Casto",Ar-

    eM v ll S e r rr . d e So c ., V . 1 96 4 , P I " 1 30 1 3 4) . E le l om a c omo eX~Jl 1p l oo s B r f tr u aDe sVa dama (Sma rt a ) g r4G l :aW v cz r o-celllcs, possam.sc r IdcI\tiJIco!laa dUB5 su bd lv i s6 e s t e rr i to r ia l s, e l as I< ln d em a s e h i et ll r qn@ t . No l)ials, 0para s lm p Uf lc a r, d o u a tn~O a p a \mo lOr i n p a ra 0 Sr. B~loi l le 80 s"por COlli e le q u e o s t er ri t6 r1 O i, 0 0 3pr6pJios pt tJ1 tO!cardeab , AaO16m es~ tu ! ( l Ic lQf lvo . Tanio nOS no s so s d i n s quanfo na U!cra lura cl6sslca,o 1 ) 11 rOe 0 lmpuro bie r al "qu lz aUl os e l c J ru lnlo1ldo espl\liO.

    HOMO H IE R AR CH IC U S 97

    ent re a sp ec to s id eo lo gic os e a sp ec to s e mp fr lc os, A qu i a id eo lo gia n ao d a c on -r a d o fa to r te rr ito ria l, e la 0 ign ora e 0 c ng lo ba , B a st a i ns is ti r, p or e n qu an to ,n o fa to d e que essa relacao , lon ge d e ser uma questao d e "pura fo rm a", quen os la nc ar ia n a p es qu isa d e u m " co nte ud o" , is c on stitu tiv a, O u e nta o se p re -t eu d er ia f az er a p ur ez a p ro vi r d o t er rit or lo ?Ha uma segun d a obje~ao , pe lo menos imphc ita n as obse rvacoes d eH su , q ue e mu lt o m a is cm b ar a co sa para a teorla, Vamos formula-l a dizendoque a oposicao purc /im puro varia d em ais d e um grupo para 0 o utr o p ar aqu e se possa e nc on tra r n ela a r az ao u niv er sa l d o siste ma , C om efei to , n ao s6existem grandes v ar ia 90 es, p elo m en os n a in te nsid ad e d o se ntim en to c or re s-p en de nte , e ntr e o s p r6 prio s H in du s ( 2 5.6 j 3 5), m as so br etu do d ua s e sp ec le sd e fatos parecem crucia is: d e um lad e, u rn agrupamen to sectario com o osL iu ga ya t (qu e se po de, segu nd o a d efilli~o qu e se a do te , cla ssifiea r o u n aoc om o h in du ) po de n ega r fo rm alm en te a im pu re za ; p ar o utr e, a s M ue ulm a-no s e os Cristaos n ao tem em s ua r el ig la o o fic ia l n ad a d e oposto a nocao , etodos, a p rim eir a v is ta p elo m en os , p os su em c asta s. ( Pa ra m aio re s e sc la re ci-m en te s, v er 9 3 e 1 02 -1 03 .) E v er d ad e , p o rt an to , qu e a id eo lo gia e m qu evcmos 0 cen tro con sc ien te d a casta pode fa lta r aqu i ou a li n o i n te ri or d omundo indiana, e a o bse rv ac ao d esse s ca se s e d o m aio r in te re sse para a pre-en de rm os ate qu e po nte e e m qu e eo nd i~6e s instituicoes d esse g en er o p od emsob revive r ao en fraquecimen to ou ao d esaparccimen to d e seu aspectoldeologico, ( De fa to , s er ia m n ec es sa rie s tr ab alh os in te nsiv os p ar a se e sc la re -e e l' e s se p o n to . ) E p re ciso , e m s um a, d istin gu ir e ntr e a id eo lo gia d e base, qu ee sta pre se nte n a so cie dad e em ge ral e gu e o s s iste mas ob serv ad os e xige m pa-r a su a ln te le ca o, e 0 qu e se e nc on tra d e id eo lo gia d e fa to em c ad a o bserv ac aopa r t ic u l a r . Ac r ed i tamos po de r d ize r qu e a id eo lo gia d e b a se e st a l n co n te st a-v ch ne nte m uito d ifu nd id a e e mu lt o p o de ro s a n a m aie r pa rte d os c aso s c on -c r er o s: e la na o sai d a imaginacao d o pe squ isa do r e na o e u ma q ue sta o p ur a-men te Iitera ria au "cu ltu ra l" . 0 fato d e que e la este ja ausen te n os casas ex-trem os e de que esteja en fraquec id a - d e m an eira crescen te em n ossos d ias- n um grand e n um ero d e casas co loca u rn prob lema, exige u ma pe squ isa d eum grau d e su tileza superio r ao que preten dem os aqu i, mas n ao coloca emcausa 0 n fv el e lem en ta r c om qu e te mo s d e 110S c on te nt ar n e st e m em en to ,

    25. 0 P UR 0 E O IM PU RO25.1. [deia Gera l

    P re te n de -s e a qu i t ornar m ais c la ra , p ar a pr ox lm ac 6e s su ce ssiv as , a n a-tu re za d a oposiCao puro/impuro 25 A p rim eir a v is ta , se ra o sc m d ilv id a c olo -2 S a . 0 t mb Rl ho m od er no m ai $ e la bo ra do s ob l" Ca q uc st io e m g er al c od e H . N . C. S t ev e n so n , " S ta t u s BVQ -

    lua t io l> in the rndlan CasU! Sy~tCID", em J au ro . o f 1 M R q y A n lh r. l MI ., 8 4 , 1 9 54 , P I " 4 5 65 . Marcarcmos

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    98 LOUI S DUMONT

    c ad as d u as q u es to es p rin ci pa is : p or q ue e ss a d i$ tin ~a o a plic ad a a grupos he -re ditario s? E, se ela d a co nta d o contras te , e nt re B ra m an es e I nt oc av ei s, po d eela d a r c on ta s ig ua lm en te d a d i v is ii o d a soc i edade n um g ra nd e numero d eg ru po s, e le s mesmo s subdivldidos as veze s ao e xt re me ? N ao r es po n de re m ose xa ta m en te a e ss as q n es to e s, n 6s n os lim it ar em os a a lgumas o bse rv ac oe s ae la s r e la c io n ad a s. C o n co r d a- se gera lment e e m r ec o n he ce r qu e a o po sica o sem an ife sta d e m an eir a a lg o macroscopica n o c on tr aste e ntr e a s d ua s c ate go -r las e xtrem es: ad os B ra man es, sa ce rd otes em prin cip io qu e o cu pam a po -si~o su pre ma c om re laga o a o co nju nto d as castas, e a do s I n to c av e is , s er v i-d ore s m uito im pu ro s c o nf in a d os f or a d a s a ld e ia s propr iament e dltas, em ca -se br es ( ou a o m en ose m b airr os) d istin to s. O s In to ca ve is n ao p od em u tiliz aro m esm o p oc o qu e o s o utro s - e xceto atrav es de a te nu ac oe s lo ca ls d os no s -so s d ia s -, 0 a ce ss o a os t em pl es h i n d u s lhes e ra in te rd it o a te a r ef or ma gan -d h ia na , e s ob re eles recaem im im e ra s o u tr as impossibi l idades . (E p re cis e d i-ze r q u e a s it ua c ,; ao s e m o d if ic o u u rn po uc o a p6s a a gita ~ao ga nd hian a e qu e aIn d ia in d ep en d en te d e cla ro u i le ga t a in to ca bi lid ad e ; e ss a f oi u m a m e did a im -p or ta nte , m as n ao p od e tr an sfo rm ar d e u rn d ia p ara 0 o utr o a s itu ac ao tr ad i-c lo na l, q ue n os in te re sse a qu i.) 0 te rm o " In to ca ve l" p ar a d esig ne r a c ate go -r ia 6 m ais in gl& qu e in dia na ; a n o~ao e sta p re sen te , m as n o u so c or re nte e s-sa s p esso as sa o d esig na da s e m c ad a c aso m ais p elo n om e da c a s ta p a r ti c u la ra qu e pe rten cem , P ara d esign er a c atego ria , re co rre -se ge ra lm en re a e ufe -m ism os, d os q ua is a rn ais re ce nte , in tr od uz id o p or G an dh i, e "Har i jan" , "fi-lh o d e H a ri" , i sto e, c ri at ur as d e D e us ( V is hn u ).

    P ar qu e, a lgu em po der ia pe rgu nta r , e ssa se gre gac ao d os Intoeaveis?P od er-se -ia su po r, po r exe mplo , qu e e la se d ev e a o o do r n au se ab un do d asp ele s c om q ue e le s a s v ez es tra ba lh am ? C om fr equ en cla se p ro eu ra m ju stifi-c ativ as b ig ie nic as p ara a s id eia s s ob re a im pu re za , N a v er da de , m esm o se a l-g o d e h ig ie ne e stiv er c on tid o n a n o~ iio , e la n ao p od e d efin ir a q ue sta o, q ue eu ma n og ao re lig io sa . M os tra re i a se gu ir q ue a fo nte im ed ia ta d a n o~ ao se e n-c on tra n a im pu re za te mp ora ria q ue 0H in du d e b oa c asta c on tr ai e m re la ga oc om a v id a o rg an ic a. A p art ir d is so , v e re mo s q ue 6 a e sp ec ia liz ac ao n as ta re -fa s im pu ra s - d e fa te o u d e d ire ito - qu e lev a a a t r ib u i c ,; a o a d e t e rm i n a d a sc ate go ria s d e p ess oa s d e u ma im pu re za r l'g id a e p erm an en te . A lite ra tu ra a n-tig a c on fir ma ra q ue a s im pu re za s te mp or ar ie s e p er ma ne nte s sa o d e n atu re -z a id en tic a. M as n ao se d cv e p erd er d e v ista a c om ple me nta rid ad e e ntre p ur oe im p ur e, e e ntr e s ua s e xp re ss oe s nOS g ru po s s oc ia ls , P o d e- se , d e po is , a c or n -p an ha r, c om a s m ult ip le s d eriv a~ oe s d a n o~ ao , a m ult ip lic ac ao d os c rite rio sd e d is tin ~a o e 0 e sfa ce la mc nto d o e sta tu to h ie ra rq uic o n um g ra nd e n um erod e g ra pe s, T er min are mo s p ela m en ~a o d e a lg um as v aria nte s e ir re gu la rid a-d e s e p or u rn e sb o~ o d e c om pa ra ~o s em fu tt ic a c om n o ss as p 1'6 pr ia s n o ~O es .

    nw s a d i sl A nc ( a c o m . 1'll1a~o It de J la J lo s sa e x po s !~ o , A l gu n s d e la lh e s e m : DU n lo n t c Po

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    a tr ib ui~ iio p er ma ne nte a c er ta s p ro fisso es d e u m c er to n fv el d e im pu re za c a-m in ha m p ar ale la me nte n o q ua dr o d a o po si~ iio p ur o/im pu ro . N iio s er ia p re -c iso d ed uz ir q ue u ma divisao d o t ra b al ho r e li gi os e na o s e p ro du zir ia n um o u-t ro q u ad r o. E 0 q ue H o ca rt m o st ro u, in v ol un ta rla m en te , a o a pr ox im a r 0 sis-te ma d as c aste s d a e sp ec ia liz ac ao d as fun\;oes religiosas em Fiji, Em F ij i, po ru m l ad o , 0 s is te ma e sta c en tr a d o n o c he fc , d ig am os n o r ei; p or o utr o la do , 0pu ro e 0 im pu re n ao s ao d is tin to s. N a In dia , 0 re i o u seu e qu iv ale nte 6 m es-mo 0 e mp re ga do r p rin cip al, m as 0 Bramane , 0 s ac er do te , lh e 0 s up er io r (I,correlat ivamente, 0 pure e 0 im pu re se opoem, A nte cip ei e sse s d ad os p ar aindicar desde ja como s e deve cor rigi r Hocar t num ponto lmportante,

    O bs er ve mo s a in da d ua s o utr as d ife re nc as e sse nc la is e ntr e 0 c a so i n di a-no e 0 c a so t ri ba l. N e st e, 0 c on ta to p er ig os o a ge d ir eta me nte so br e a p es so aqu e 0 p ra tic a, a fe ta nd o-lh e p or e xe mp lo a sa ud e; e ntr e o s H in du s, a o c on tr a-rio , tra ta-se d e u ma qu esta o d e im pu re za, isto 6, d e q ue da d e e sta tu to so cia lou d o risco d e um a qued a. Em ulto d ifc re nte , a in da q ue se p OS Sa e nc on tr arn a fn dia trac es d a o utra c on ce pc ao . A le m d isso , a re la~a o 6 in vertid a n as re -la{;ocs h um an as e ntre o s s u pe r io r es ( q u e sa o s ag ra do s Ia , e p ur os n a india) ea s i n fc r lo r e s: 0 chefe tr ibal 6 ta bu , o u m elh or : p cr ig oso para a s p ess oa s c o-m u n s, e n qu a n to 0Bramane e vu lne ravc l a m an c ha d o i nf er io r.

    2 5.3 . D ad os A n ti go sA .lite ra tu ra n or ma tiv a, lite ra tu ra d o dharma o n d a le i re ligio sa , te rnc om o u rn d e se us te ma s p rin cip ais a p ur ific ac ao (guddhl), r es ul ta n do a i mp u-re za d o n asc im en to , e se nd o a m otte e spe cia lm en te d en om in ad a agauca, Se -gundo Harita, a pu re za qu e ele c ha ma e xte rn a 0 d e tr$ s tipo s, ela in cid e so bre

    a f am il ia (kula), o s o bje to s d e u sa (artha), a c or po ({;ar ira), Para 0 c o rp o , t ra -ta -s e e rn p rim eir o In ga r d os c uid ad os d e h ig ie ne m atln ais, q ue c ulm in am 110b an h o c o ti di an o , S eg un do M an u, cxistem doze secrecoes a u im pu re za s; n o-t emos 0 e xc re me nto , a s aliv a e a s or te in fe rio r r ese rv ad a a m ao e squ erd a (e mt amil, a " ma o d a im un dlc ie "), Os o bj eto s sa o distinguidos pela facilidadem aier ou men or d e sua purificacao (um pate d e bron ze e s im p le sm e n te l im -po , u rn pe te d e terra 0 tro cad o) c su a riqu ez a rela tiv a: a se da e m ais p ur a q ueo a lg o da o , 0 ouro qu e a prara , que 0 b ro nz e, q ue 0 c o br e, M a s, s ob r ot ud o ,pe rc eb e-se qu e o s o bje to s n ao sao po lu ld os pe lo sim ple s c on tato , e sim pe lo\ISO que d ele se faz, par um a espec ie d e partic ipacao , n o usa , d o obje to n apessoa, A ssim , em n ossos d ias, um a roupa ou urn po te n ovas po dem ser re -c eb id o s d e q ua lq uc r pcssoa. D iz -s o q ue 0 leito, a 1 '0 0 1p a ,a m u lh e r, 0 mho, 0po te d e agua d e alguem, sao pm os d e m allchas para a pr6pria pessoa , m asi mp ul'o s p ar a o n tras 2S.2 5 c . E l s. (m l re l an t o , U I l\ 0 0; 0 o m q u e so r o n tr a ~ i1 . ( ) ~lto, Trota-so do re&i~o do Andhm, MendQl lose 0 'os't u m. d o t I l\ er ca d o rc s K om al ls e ~ i& l ro m q ue o s I cc ld o s f ei to s p o lo s I ll t~ v ei $ M a la s scJam purificados

    ( l l l o1hados rom a gu o ) o n le . d o s cr o m o fe r cc ld o s I I c l ie n to s lIio In to c6vci s (F i s hman , Culm!?: Clrallgr.,

    HOMO JllliRAllCfllCUS J~l

    A im pu re za fa milia l' 0 a m ais im po rta nte , ( : a d o n asc hn en ro (sutaka) esobre tud o a d a morte , a n ascimen to so afe ta d u rav elmen te a mae e 0r ec em -n as cid o, A m or te a fe ta c ole tiv am en te o s p ar cn te s, ISu ma q ue sta o so-c ia l e na o m a te ri al, p ols a i mp ur ez a na o a fe ra e sse nc ia lm en te a s p ess oa s e n-tre as quais a lguem m orreu , m as os paren tes d o m orro o nd e quer que e lese s re j am , Adema is , 0 e fe it o v a ri a s eg u nd o 0 grau d e parenteseo, P od e- se p er -eeber a f O l' ~a d e ~ s as i de la s pelas reformas propostas por K an e c om o rea ~aoao qu e e le c o ns id e ra excesses a n ac ro n ic os e in cd m od o s p ar a n ossa e p o c a ,E le s ug e re 0 que con sid era se r um m fn im o sufic ien te em caso d e In to , a sa .b el': d ez d ia s d e lu te , d e im pu re za , pa ra 0 p ai, a m ae , 0 filh o, a m ulh er o u 0marido e 0 enlutado principal (se ele n ao fo r um dos anter ioresj ; tres diaspa ra o s o utro s rn em bro s d a fa milia n ao -d iv ld id a; para as d em ais se ria su fi-c ie n te t om a r UUt b an ho q ua nd o se sab e d e u ma m or te o co rr id a no in t e rva lede u m a no .

    N ote mo s a iu da a lg um as p re sc ri9 0e s q ue va~ n a m cs ma dire~ao: um am ulh er ln disp os ta ( au n ao pu b e re ) n ao po deria su bir a pira d o marid o e lad everia espera r quatro d ias eo ban ho fin al (e la se ban hava , d e tod o m od oa nte s d e se qu eim ar v iv a), U ma m orte m uito p r6xim a qu e o co rresse an te s dac ele br ac ao d e Urn c asa me nto e m p rc pa ra cso o br ig ar ia it s ua a n ul ac .; ao , q u epo de ria ac on tec er ate c om a in dispo sle ao d a m ae , A s vezes se d iz que n ao sed ev e a pI :o xi ma r- se d o f og o, n ao ~ op ra r 0 fogo com a boca , se se esta im puro,U rn d fstic o d e M an u (lI, 2 7) a ssln ala c lara men te a n atu re za d a im pu re za : "amancha da sem,ente e da matriz (isto e , do nascimento) 6 apagada para osd ua s-v cz es-n asc id os p elo s s ac ra me nto s d a g ra vid ez , d o n asc lm en to , d a to nsu -ra e da i lli cj~~ao". (Os " d ua s- ve z es -n a sc id o s" , o s dvija, sao os m embros d as~ategorias que con hecem a in ic iaeao , a segun do n asc im en to .) V e-se que ai mp ur ez a c or re sp on d e a o a sp ec to organico d o h om em , Se a r el ig ia o f al a e mge ral e m n om e d a o rd em u niv ersal, c is qu e, pu blic an do a im pu rez a n um e di-to , e la o pce d e fa to , sc m disso t omar consciencla , a h om em re ligio se e sociala na tu reza .

    O bserv e-se qu e a lgu ma s Iu nc oe s o u pro fisso es a carre ta m, se gu nd o a l-g un s au to re s, au seu cia d e im pu re za o u pu rific a~a o. h ne dia ta (sadyah "n om esm o d ia "), A ss im , 0 r ei n un ca e im pu ro , po is n ao 0 pre cise red uz i-lo ito ci os ld ad e m es mo te m po ra ria m en te ; a ss im , t am be rn , 0 e st ud a n te b r ar n an i cos6 e a ti ng id o p ela m o rte de p ar en te s m u lto p ro xi mo s. 0 m e sm o a co n te ceC om o s sa ce rd ote s em pe nh ad os n o cu mprim en to d e u m ritu al, e a s v ez es pa.

    1" 1 4U ), 0 a ut ol ' a cr es cc nt a q ue e ss o f AW f a vo re ce n o m om en to n lu al o S c o n co fN ni cs M O i nt oc 6v el sdCSIlc$ooollies,S6 (l isiclnoS Urn. I '. I av r o a respclto da ImpUI'CZIIelativa aD s 0l>JoI05,ce , p am m a ts dctalhcs Stevenson( )P , c l l_ E verdade quo a t rad l~~o cl as si f iCII ~ e ma n e l [Q claborada o s s e re . nn lmados 0 innll i lnados m~l)ala n l i 5 t ra l a s o a ! d e UIll. s]slemaliza\'io q ue t om s ua origem nil ele.~sil lC

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    J(n LOU IS DUMONTr a tr ab alh ad or es m ais h um ild es , s cm duvlda po r causa d e sua ta re fa em cu r-so . 0 caso do re i e su rp re en de nte . V e-se , a qu l o s In dia no s d are m pro va d erealismo, e nq ua nto q ue , dizem-nos, os funcionarios chineses se ret irariampelo menos p or v in te e sete meses depois d e Urn luto (E n e . of R ei. aEth ic s , s.v, "Purificat ion").

    S eg un do o s te xto s e ta mb em 0 u so , c om o se po de re me dia r a im pu re -za ? A agua , 0 ba nh o , IS 0 g r an d e a g en t e p u ri fi ca d o r. E p re ci se o b se rv ar a in d aq ue su a v ir tu de te rn lim ite s: q ua nd o a p olu i~ ao e p ar ti cu la rm e nt e in te n sa , p ore xe mplo n a m orte d e u m p are nte p ro xim o, 6 p re cise e sp era r 0 p ra z o p r es c ri -to pa ra a d uragao d o lu to an tes d e tom ar 0 b an ho te rm in al. A lc m d is so , n emto do s o s b an ho s tern a m esm a v irtu de : m ais e strita rn en te , tra ta -se d e u m b a-n ho em agua c or re nte , c om a s r ou p a s sa br e 0 c orp o; e a lg un s c urse s d e a gu ap a r ti cu la rmen t e s ag rad os , c omo 0 Ganges , tern v i r tud es pur i fi c ad o r as o u, e mto do c aso , re ligio sa s a o e xtre me . V erific a-se a pro po sic ao d e M au ss, pa raquem a agua n ao age apen as segun do um m ecan ism e m agi c o, m as em razaod e pr ese nc es e sp iritu ais q ue e la c on te m o u r epre se nts. C om o d iz ia M au ss,a in d a, a a gu a e m g er al " se pa ra " e sta do s d e p ur ez a d if cr en te s: to ma -s e b an hoa s vezes antes d e in co rr er n um a im pu re za 0 f og o , a o c o n tr a ri o , n a o te m v a-lo r p ur ific ad or d ir eto q ua nd o te rn f un cf ie s c on ex as ( or da lic , r itu al) . A r as pa -ge m, so bre tu do a ra spa ge m d o c ra nio , a co mpa nh a o s b an ho s p urific ad or es,c om o n o fim d o lu to ; a o c on tra rio , 0 i nt er di to d a r as pa ge m , d u ra n te 0 lu to en ou tra s c irc un sta nc ia s, m ar oa u ma a sc ese ; a le m d isso , a s v ez es 6 d ed ic ad a au rn d eus a cabe le lra d e um men in o, A lem de pequ enos meios (sangu e domindinho, m asc ar u ma p im en ta , to c ar fe rro ), 0 p ap el p ur if ic ad o r p ri nc ip alc ab e ta mb em a os c in co pro du to s d a v ac a ( urin a, e stru me e tc .). E sse s p ro ce -d im en to s p ur ific ad or es sa o e mpr ega do s ta mb em n os c aso s d aq uilo a qu e sec ha ma ria d esu je ir a d e c asta : to ma -se b an ho a p6s 0 m erc ad o o u t raba lho ,u m b an ho s ole ne r ein te gr a n a c as ta . A le m d is so , p as sa -se fa cilm en te d a p ur i-fica' , ;3.oa e xp ia ~a o ( ab so rc ao d os p ro du to s d a v ac a, b an ho n o G an ge s)2 .Id .2 5d S e f o re m p rc cu ra dc s a s a n te ce de n te s v ~d lc os a s p r a tl c as b r amfi n ic a ~ , c l e s s c rs o c n e o n t ra d o s M[u r al .m e n te n o n l ve ! d o r it u al s ac r if ie ln l , e o m e sm o t em p o p o rq u e c s ab re a le q ue a s t ox to s v 6 di co s n o s I n -f or m am e p er qu e u m a r el ig Ui o do s n c ri r ic l o c omp o rt a n e c e ss e ri amcn t e p u rmca ~< ic s .As s im , " 0 b a nh o ,o c o rt e d0 5 c ab el os c d o b at hs t ig ur am c om o p r& l lc as l us tr ai s a n te s o u d e po is de u m r it a, m a ls r a ra -mente s!o o b Je lo d e um a p lo lb l . .. .o a f im d e So e v t ta r 1 1mdc s pe r d t cl c d c f o r n l ~ e n ' A t " " 8S , c x ; sl em alribu' st e ri o 1 "( ! s( " B ra hmi n . R i tu a l a n d R e no u n c er " , W(eI1er Zell$chrift, VIll, 1964).

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    c la ro , em tu do isso , c om o 0 e xe ge ta s oc ia l d e ss es te xto s, R. P ic k , d l ss e, ham ulto te mpo , qu e a teo rla b ra ma nica d o pu ro e d o im pu ro n ilo so e xistia m asera v erd ad eiram en te a plic ad a d e fa to , co m c ertez a, m ulto s se culo s an tes d aera c rista . M in im iz am -sc e sse s fa tos m ulto claro s qu an do n os d iz em qu e ac asta , ta l co mo a c on hec em os, 6 m als recente, Isso e v er da de , m as n ao im pe -d e q ue o s p rin clp lo s fu nd am en ta ls te nh am p er sistid o a o lo ng o d os te mp os.

    E m S1Im a, n ao s6 a s im pu rez as d a v id a in div id ua l e a dos In to ca veis saoco nsld era das h oje c om o u ma m esm an atu rez a, m as isso ja e ra a ss im ta mb empara 0 au to r d as Le is d e Manu , e as Ja ta ka s n o s m o st ra m 0 s en tim en to d eim pu re za d e a lg un s g ru po s c om o m ulto fo rte , e a in to ca bilid ad e c om o ja exis-te nte e m g ra nd e m ed id a.

    2 5 .S . Comp l em en t ar id a deo q ue p re ce de n ao s ig nific a q ue a s im pu re za s d a v id a p esso al s ej am ,n o

    mun do d a casta , in depen den tes em sua con cepcao e em sua elaboracao d aim pu re za d e ca sta. M uito a o c on tra rio , 6 c la ro qu e as d ua s sao in terd epe n-den t es e 0 m en os p ro va ve l 6 qu e 0 desenvo lvimento d a casta se t en h a f ei toa co mp an ha r h is to ric am en te d e u rn d ese nv olv im en to d as p re sc ric oe s b ra ma -n i c as r e la t iv a s as impurezas d a v id a o rg An ic a p es so al e f am il ia r. E a ss im q uese po de observar um p a ra l el ism o entre os e st ad o s q ue a co m pa n ha m a s c e-rim on ia s d as id ad es d a v id a, e m esm o d os a to s prin cipa ls d a vid a c otid ia na, ea g ra d a ~a o d a s c a st as , 0 e nlu ta do q ue n a o s eg u is se o s p re c el to s e n a o con-tasse co m a aju da d e e spe cialista fic aria m ais o u m en os in tocavel , A m ul he rmenst ruada na o pode cozinhar p ar a a s se us. 0 c a sa m en to , a o c on tr ar io , o u 0rita d e pa ssa gem , o bse rv em os, n ao se ac om pa nh a d e n en hu ma im pu re za , d aa im pressao , pe lo presugio que irrad ia e por ou tros traces, d e que 0Hindue st a s im b cl lc a e p ro vis or ia me n te p re so a s u a c o nd i ~i lo e a ss im il ad o a m ais a l-ta , a d e prfn clpe au d e B ram an e. N a v id a co tid ian a, a lo nga c erim on ia qu e: 0B raman e cumpre de manha e que un e as cu id ad os de h igien e a prece e aob an ho p ur ific ad or 6 n ec essa ria p ar a fa ze -Io , d e a lg um a m an eir a, r en asc er e msua con di~o d e pureza mais alta e para to rna-lo apto a tomar sua re fei~ao .Ele a come, esta n um est ad o extrem am en te v uln erav el e, m esm o qu e tu doocorra sem ac id en tes, ele se ergue d a mesa m en os puro d o que quan do esta-v a se nta do , S e trab alh a fo ra, c om o n os n osso s d ias, ele te m 0 cu i dad o d e to-m ar u rn b an ho a o ch egar a s ua c a sa .E cla ro qu e a im pu re za d o In to ca vel e c on ce ptu alm en te in se para vel d apure za d o B rA ma ne. B Ia s d ev em ter-se e stab ele cid o jun tas, o u em to do ca sote r-se fo rta le cid o r ec ip ro ca me nte , e 6 pr ec iso n os h ab itu ar m.o s a p en sa r n ela se m c on ju n to 15 . Em p ar ti cu la r, a in to ca bil id ad e 56 d e sa pa re c erA v e rd a d ei ra -2 S e. A p o la ri d ad o e n lr e Bdmallcs C Inkl 1 ' I (> / C l ' $ t e . I , p _ lZO). NAo 6 6 i d6 i. d o roo;a qua co-lllond. a ' .PBJ'flO, m I lS . a o contnlr]o, e a s e po r a yl o I d e al , p u r c:U l. q u e como n da , cntr . oulro! falores,Q s o pa r a~ o qu o 5 ( 1d i s! il lg u c em Qu I ro s l uga\

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    sa me nto q ue n os IS estra nh a. H . a p er ce be mo s: a e xe cu ca o d as ta re fa s i,m pu -r as p O I' u n s e necessa r ia a m an ute nc ao d a p ~lr e~ e ntr e O So ut ro s. A S . d o is ? 6-lo s s ao ig ua lm en te n ec es sa rie s, e mb or a d es ig ua is , S e fc sse n ec es sa rio , a lite -ra tu ra e tn ograflca fa ria c on firm ac oe s e spe ta clll~ es, s~ b! etu do n o S u~: .n asc er lm on ia s d a a ld ei a, a p a rt ic ip a ca o d e s I n to c av e is e solicltada c omo musscoso u m esm o c om o sa ce rd ote s. A c on elu sa o e qu e a r ea lid ad e so cia l e u ma to ta -lid ad e fe ita d e d ua s m eta de s d es ig ua is m as c om ple me nta re s. A s c re nc as r ela -t ivas a r ra nsm ig ra ga o d iz em a m esm a c oisa ~$ .

    2 5. 6 . Multiplica~iiodos Critbios e Se gme n tw : ;a o d o EstatutoE stu da mo s a te aqui a oposicao fu nd am en ta l em su a fo rm a m a~o r ta l

    c om o m an ife sta da n a in to ca bilid ad e. C he ga mo s a go ra a s eg un d a q ue s. ta o c o -lo ca da n o in tc io d esta se ~o : e v er da de q ue a o po sic ;a ,o d o pu ro e .d ~ J ~p uroda con t a , n ao s6 d a segregacao do s Intocaveis, ma s t ambem d a d I Sh n c; ~o d eu m m im er o q ua se in fin ite d e c asta s? D eix are mo s p ara 0 c ap itu lo s eg um te ad iv is ao t ra d ic io n al d a s oc ie d ad e em quatro estados ou varna e estabelecere-m as u rn p ar ele lo e ntr e d o is fe no ro en o s: a m ultip lic a~ ao d os c rite rio s d o e ~ta -tuto, qu e se l ig am t od o s a o p o si ~a o f u n d am e n ta l, e ~ e sfa ce ~a me nto - d ue -ma s, po r an a log i a , a se gm en tac ao - d o esta tu to h ie ra rqu ic o n um gran dem im er o d e g ru po s.A d mitim o s q ue 0 fu nd am en to e le me nta r e u ni:e rs~ l d a im pu re z~ e stan OS a sp ec to s o rgd nico s d a v id a h um an a, d e ~ Jld e d criv a d lr et~ en te a im pu -r ez a d e c er to s e sp ec ia lista s (la va de iro , b ar be iro , n o c aso m en clo na do ); c om av e ne ra c; a,o d a v a ca ja e nc on tr am o s u rn c rite ria , q ue se lig a ~ vid en t~ m~ nte ad istin ~o p uro /im pu ro , m as qu e e u ma c ria {;a o a ntiga d a so cle da ~e in dia na eque , v lm o s, e st a em jogo n a c on d i9 ao d e In to ca ve l, T od a u ma se ne d e o utr~ sc rite rio s su rg iu d o m csm o m od o. A ssim , m uito pr ov av elm en te s?b a p re ss.a od as m ara is d a re nu nc ia , b ud ista e so br etu do jin ista , a a lim en ta ca o v eg eta na -n a fo i a do tad a pe la m aio ria d os B ram an es e , s eja d ire ta men te , se ja po r se uin te rm ed io se im po s c om o u ma p ra tic a su pe rio r a o re gim e c ar nfv or o: e nte n-d er isso c om o m arca d e pureza o posta a um a d e im pureza . Observa-se ~u ea te a qu i h a id en tid ad e e ntr e s up er io rid ad e e p ur ez a superior; e n~ s~ e s : n tt d oqu e, id eo log ica me nte , a n o~a o d e pu re za fun da 0 e sta tu to , A d lsb n~a o d os2 S g . C f . D um o n t, SOI/N:(I$le, I nd lee , s . v, lnlodveis, 0 ma i s g e ra l me n te P I" 3 6 5 -3 7 1 ; COlllr ibuli

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    quia, POt' e n q u a nt o q u is emo s e s ta b e le c e r t res p o n te s : 1 . t o d o s o s c r it c ri o s ded i s ti n i{ o su r gem a c on sc ie nc ia c om o fo rm a s d if er en te s d o mesmo principio;2, to d os p er mite m o pe ra r u ma d ic oto mia g lo ba l d a s oc ie da de ; 3, n e la r es id eve rdade i ramcnt e 0 pr in cfpio h ie ra rq uic o, c uja o rd cm lin ea r d as c asta s d e A aZ r ep re se n ta a pe n as u rn p ro d ut o s ec u nd a ri o,

    U sare mo s, n o que segu e, a co nsta ta~ao d e qu e cad a ju lgam en to e le -m en ta l' r ela tiv e a o e sta tu to s olid ar iz a a c as ta c om to da s a qu ela s q ue c om pa r-tilh ar n c om e la 0 m esm o traco ao opo -la a tod as as o utras. V e-se que um ao posi~a o fu nd am en ta l, que 6 con ceb id a co mo a e ssen cia d e to da u ma seried e d ls ti nc d es c o nc re ta s, e v e rd a d ei ra m en te s ub ja c en te a o r d em h ie r ar q ul ca ,Acessoriamentc, v e-se tam bem qu e, se su po e u m gran de m im ero d e gru po s ac la ssific ar, re su lta u ma d cm an da c on sid era ve l d e c rite rio s c on cr ete s, po ls,p am o rd e na r l in e a r m e n te SC m amb lg u i d ad e n g r u po s , s e ri am n e c e ss a ri e sn-I c r lt e rl o s d e d i st in g a o,

    2 5, Z Var ian tes e AnomaliasD epo is d o qu e aca ba d e se r d ito , n ao espa nta en con tra r d ife ren cas re -

    g io na is e ir re gu la rld ad es e a no ma lia s. D is se mo s q ue 0b ar be ir o d ev ia s ua p o-s ig ao in fe rio r n o S ul a su a fU ll~ ao d e sa ce rd ote fu ne ra rio . E , c om e fe ito , n oN orte , o nd e e le n ao e xe rc e e ssa fllll!tao, te rn u rn e sta tu to m ais e le va do , 6 u mc ria do o u sc rv id or d o B ra ma ne n as c er im on ia s fa milla re s e se rv e d e m en sa "g eir o p ar a o s a co nt ec im en to s a usp ic io so s, c nq ua nto q ue v em os o fi cla r, 1 10 ri-tu al Iu n er ar io , u rn s ac er do te e sp ec ia l c ha ma do p or a nn fr as e " ma ha br ah m a-n a" o u gran de B dm an e qu e e , d e fa to , u m In toc ave l d e u m tipo pa rticu la r ,qu e in sp ira uma ta l a ve rsao , qu e se pro cu ra tc r Co m e 1e a m cn or l 'e la ~i1 op ossfv el fo ra d aq ue la c irc un sta nc ia e m q ue e le 6 in dlspe nsa vc l c om o re pre -se nta nte d o m or to , S er ia pr ec iso a in da e sc la re ce r m elh or: fa le i d o N or te e mg er al, p en sa nd o p ar tic ula rr ne nte n o U tta r P ra de sh . I mc dia ta me nte a le ste , n oBiha r , 0 barbe i ro e , dizem-nos , impuro. M ais a le ste , e m B en ga la , e le n ao 0 e( Da lto n , p . 3 24 ) e s e p od e p re su mir q ue e xis ta u m a d if er en ca c or re sp on d en tee m su as fun ! toes . M a is g er al me n te , e xi st em d if er en c as n o ta v el s n a i nt en si da -d e c om q ue a in to ca bilid ad e e se ntid a e c od ific ad a. 0 S ui 6 m uito m ais tra di-clonalista qu e 0 N o rt e, p a re c e m e sm o q ue e le se nte a in d a r elig io sa me nte 0q ue n ao se ria , fre qtie nte me nte , m ais d o q ue e tiq ue ta (p or e xe mplo , n o U tta rP ra de sh ), m as a in d a s er la p re cis e f az er d is tin ~5 cs, E xc eto r cg io es m ar gin aise m q ue 0 B ra ma ne e st! i m ais so lld am en te im pla nta do ( Be ng ala , A ssa m), se -ria d e su po r q ue a in flu en cia d o Isla a giu a nte s d a in flu 8n cia m od em a. A ssim ,n o P an ja b, a in to ca bilid ad e 6 l'e la tiv am en te f ra ca : e m m ate ria d e a lim en to , s 6n ao p od e se l' c om id o a qu ilo q ue f oi to ca do p elo s lix eir os, A s fa mflia s h in d usd e D elh i ace itava m agua d e u rn o dl'e d e co uro d o c arl'egad or m u~ulm an o(d iz ia -se qu e e ia e ra pu rific ad a p elo a 1'); n o P an ja b o cid ellta l, o s p r6 prio s

    HOMO lfIBRARCllfC(JS 10 9

    H in d us u sa va m u m r ec lp ie ute d es se s ( O'M alle y, I, C , G. , 1 1 0) . A d em a is , 0u sa d o c ou ro n os sa pa to s pa re ce te r sid o m ais d ese nv olv id o H as r eg io es sub-met idas a iu flu en cia m uc ulm an a, se m q ue e ssa m ate ria o u e sse o bje to te nh ap er did o s eu carater degradante, Assim, Blunt lembra que , em certas castasd o U tta r P ra de sh , u m c ulp ad o in ca pa z d e p ag ar u ma m ulta c olo c a va , so bre ac ab ec a, s ap ato s d os m em b ro s d a a ss em ble ia , 0 qu e 0 lev av a a u ma d egra-d a ~ ii o g r av e ( C a st e S y st em p, 124 ). N otem os d e pa ssagem qu e n ao 6 56 d elmpureza qu e se t ra ta a qu i (urn ba nh o , p o r e x em p lo , n a o s e rl a e fi c az ), t ra ta -se an te s d e um me io d e pro vo ca r um a qu ed a d e csta tu to - au apeu as d ep re stf gio ? - , u rn o pr o b r io m ais a u m en os d efin itiv e, A o c on tr ar io ,

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    em qu e e paradoxa lment e 0 in fe rio r q ue e vlta c on ta to co m 0 s up er io r> ', N oe xe mp lo s eg uin te , v e-se r es su rg ir a i de ia p rim itiv a d o p er lg o d ir eto ( e na o so -c ia l) d e c er to s c on ta to s, m as a plic ad os d es ta " 'v ez a o c on ta to e nt re c ate go ria sso cia ls : o s In to ca ve is P alla r d e u ma a ld eia ta mil ( dis tr ito d e T an jo re ) a cr ed i-tam que , se u m B ra ma ne entrar n a c ab an a P alla r, e le e to do s o s P a lla r se ra opr esa d a d oe nc a e d a m is6 ria 25 i T od o s e ss es f ato s te ste mu nh am d a e xiste nc iad e no~6es subjacen t es a d a impureza ou conexas .

    2 5 .8 . E s bo co d e C omp a ra c ao S ema n ti caSe a oposicao puro/impuro no s aparcce c omo 0 principia mesmo da

    h ie ra rq uia a p on to d e se c on fu nd ir c om a o po sic ao su pe rio r/in fe rio r, e la d ete rm in a tam be m a separacao, N 6s a v im os con duz ir e m m uitos n fv eis a re -c l u sf io , a o isolamento, A preo cupac ao d e pu reza leva a pessoa a se d esem ba-r ac ar d as im pu re za s p es so ais r ec or re nte s d a v id a o rg an ic a , a o rg an iz er 0 c a n -tato com agentes purificadores e a suprimi-lo c om o s agen tes exte rn os d eim pu re za , so cia ls e o utro s, A in te rd ic ao d e a lg un s c on ta to s c or re sp on de aid eia d e In to ca billd ad e, e to d as a s e sp ec le s d e r eg ra s presidem 0 a lim en to e ocasamento, E pr ec ise im agin ar q ue , p or m ais fra gm en ta do qu e se ja , 0 graure la tiv e d e pureza d e u rn grupo e z elo sa me nte m an tid o a o a br igo d os c on ta -to s qu e 0 diminu i r iam, E prec iso n ota r tam bem que cad a gru po sc pro tegedo b ai xo , e nao do a lto , e qu e a separac ao d e fa to co m r el a, .a o a o a lt o e t ao"soment e 0 r es ulta do d o e xc lu siv is mo d os s up er io re s. D eix am os p ar a c ap ftu lo sp os te rio re s e ss as r eg ra s q ue sa o d om in ad as p ela p re oc up ae ao d e s ep ar ac aoe m face d o im pu re , d e m an eira a tra ta r p rim eiro d e tu de 0 q ue r ef er e 0 gru-p o p ar ti cu la r a o c o nj un to .

    Para te rm in ar esta seC ;ao , 6 pre ciso m arca r os lim ites d o exa me a qu e1I0S dedicamos e esbocar Urn p la n o m a ls c o mp le to . E sf or ca m o- no s po r re -c on stitu ir u ma id eia qu e e fundamental c cxtremamente englobante para 0H in d u. P ar a f az s-lo , r ec us am o- no s a c on fu nd i- la c om n os sa s id eia s h ab itu ais ,co mo , p or exemplo, faz er a pu reza prov ir d a h ig ien e. D estac am os um a do -minan te ab so lu ta men te d itere nte d as n ossa s, IS50 e ra iu disp en sa ve l p ar ac omp r c e n d e r 0 siste ma so cia l, m as e ra a pe na s u rn pr im eiro p asso n a c om pa -ras:ao d a s i de ol og ia s o c id e nt al e h in d u, e p od e-s e in d ic ar rap idament e como aten tativa po deria se r con tin uad a d esse po nte d e vista . T ra ta -se d e u ma si-tu a!f1io s em elh an te aque la qu e se en co ntra ao se passa r d e u ma lfn gua pa rao utra , q ua nd o se c on sta ta q ue u rn c am po se ma ntic o d ete rm in ad o e divid idod e m an eir a d ife re nte , O s c om estfv els v ege ta is sa o c 1a ssific ad os e m. frances251. cr. POt e x emp lo B o ug ie , Essais, p p. 2 05 e s s. : H u lt on , p . 5 8 ( se gu n do B uc ha na n c M . S . A i ya ng ar ): S ri-nlvas, Crorgs, p , 2 8 . B o l l g !6 Y i a n e s se s f a lo s r c la t iv a t n en f e e x ce p ci o n tl is tl m . .. i fc sl a? o d e um a l cn d ,; n ci tta " r epulsa " r e e lpr e e a , m e . s li o s u m a ri ar n en t e c o nn e cl d os c s ua llllclprctm;!o {;dellcada.2 S J. E . K. Gougl . em Leach (org.).AsJlec~~orCasle , Pl ' .4950.

    HOMO lIlERARClIfC[JS 11 1

    em fru tos e legu mes, ao passo que 0 t am il o po e Ka y ( fr uto v erd e, q ue d ev ese r c oz id o o u p re pa ra do p ar a 0 c on su mo ) e pal.am (fruto m ad ur o). M as e mJ)oSSO caso hi u ma re la~ao h ie ra rqu ica en tre n fv eis d ife re nte s. A n o~o d epu reza 6 urn pou co co mo u rn im en so gu ard a-ch uv a ou , com o d irfa mo s, 0m an to d e um a V irg em d e M ise ric or dia q ue a br iga to da s a s e sp ec ie s d e c oisa sq ue d is ti ng ui mo s, e 0 H in du n ao c on fu nd e to da s a s situ ac de s. T ud o se pa ssac om o se co nfigu ra co es d e n oc ce s d ife rcn tes d e UlU la do e d e o utr o re co bris-se m u ma pa rte c on iu m d o u niv er se sem an tico , P od er-se -ia , a r igo r, p ar a p as-s a l ' d e u m ca so a ou tro , fa la r d e funs:ao, dizc r po r e xe mplo qu e a ideia d e pu -r cz a te m funs:oes h ig ie nlc as , m as is so se ria c air d e n o vo n o s oc io ce ntr is mo .L im ite mo -n os, e nta o, a a no ta r a lgu ma s re co be rtu ra s e vid cn te s. A le m d o a s-pee to fisico imediato ( l impeza , higiene), a e tiq ue ta d a pureza corresponde,po r u m la do , a o qu e c ha ma mo s c ultu ra o u c iv iliz ac ao , a s c aste s m en os im pli-ca nte s fa ze nd o fig nra d e b ar ba ra p ar a a s m ais d elic ad as. E m r ela ~a o a orga-n iz ag ao so cia l, as p esso as p nra s sa o, po r u rn la do , 0 e qu iv aI en te d o q ue c ha -m am os d e "gen te b ern " ou "be m-n asc id os". C om reJa"iio a n a tu re za , i nd i-c am os d e passage m co mo a im pu re za m arca va a irru pc ilo d o b io lo glco n a v i-d a so cia l. E nc on tr am os, e nta o, a qu i, u rn e qu iv ale nte fu n d on al d esse c or teen t re 0 h om em e a n atu re za , que e tao evid cn tc e m u6s e qu e 0 pcnsamentoindiano em geral parecc ignorar, at6 mesmo rejeitar. Finalmente, a nOl;ao)laO c or re sp on de a pe na s a o p re stigia do , a o fa sto , a o a usp ic io so ( a in da q ueel e na o a pr es en ta ss e a pe na s n u an c es , m a s r cv ir av ol ta s curiosas): e claro que ,1 1 a escala geral d os v alo res, c ia te nd e a o cu par u ma regiao qu e p a r a n6 s pro-c ed e d ire ta me ntc d o b er n e d o m al, a t i ntr od uz in do lim a d istin ~ao r ela tiv a e mI ng ar d e u m a d is tin ca o a bso lu ta , 0 q ue p ossib ilita u ma o lh ad a ra pid a p ara 0u n iv e rs o e ti co h in d u .

    26. SEGMENTAc;Ao; CASTA E SUBCASTAPercebemos ate a qu i a pe na s u rn a sp ec to . d a n atu re za e stru tu ra l d a c as-

    ta . C o m e fe ito , o cu pa nd o -n os d o s p rin cfp io s g er ais d o s is te ma , c on te nta mo -n o s em co n sid e ra r a casta como se e la fo sse um n iche en tre ou tro s H umg ra nd e po mb al. O ra , a c asta n ao e u m n ic he o u tijo lo , e la e m g era l se su bd i-vide , pe lo m en os n um prim eiro n fvc l, e m diferentes s ub ca sta s, e e m m uita sc om fre qtie nc ia . T an to m elh or q ue te nh am os p ro po sto c on sid era r a su b c astacomo u m g ru p o i mp o rt an te , 0 gr up o " re al". F oi 0 s a n sc r it is ta S e n ar t 0 pri-m eir o, p ar ec e, a c olo ca r 0 p ro ble ma . C o mo ja d is se m os , S en a rt s e p re o cu p oue m form al', pa ra c om ccar , um a id eia p rec isa d o estad o d e co isas m od ern o.A pe rceb eu -se d e qu e n ao era a ca sta , m as a su bcasta , que n a v erd ad e apre -sentava a lg un s d os e ar ac te re s m ais im po rta nte s qu e c om u me nte s e a tr ib ui ac asta : n ao im por ta on de se case n a su a casta , m as n a m aio r pa rte d o tem pon a su a su bca sta , e e ta mb em a su bca sta , e na o a c as ta , q ue t er n i ns ti tu ic o es

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    112 LOUfS DUMONI'

    ju rid ic as, se re un e e m a ssc mb le ia s n um a b ase lo ca l d cte rm in ad a e p od e e x-c om u ng ar se us m em br os , Donde , conc lu fa Senart , se r a su bcasta un id ad e d een dogam ia e qu ad ro o u 6 1 ' g a o d a j us ti ce i nt ei -n a , a i ns ti tu i~ ao f un d a me n ta l,d c ve n d o, l og ic am e n te , s er c h am a da c ie n ti fi ca m en tc d e c a st a v e rd a d ci ra .

    S en ar t tc ve e mu lo s, d en tre o s q ua is sc d ev e c ita r, e m p rim ciro lu ga r, oProf, Ghu r y e , d ec an o d a so cio lo gla n a In dia . Glmrye e sc re via e m 1 93 2: "E mg era l, se ja qu al fo r a c asta re co nh ec id a p ela so cie da de e m se u c on ju nto , e asu bc asta q ue im po rta m ais q ue a c asta e 0 i n d iv t d uo p a rt ic u la r es ", e c o n c lu f a:" Te rn o s b oa s r az oe s, p ar a lim a id eia s oc io lo gic am en te c or re ta d a ills titu ic ao ,p ar a r ec on h ec er a s s ub ca sta s c om o a s c as ta s r ea is ". N ao p ar ec e, e ntr eta nto ,q ue G h ur ye tenha rcalmente c olo ca do o m p ra tic a se u p re ce ito , m as lim a e s-tudiosa 0 fez recentemente: I rawati Karve insiste muito e m s ua o po si~ ao aG hu ry e n um p on te b asta nte p ro xim o: c ia d efe nd e a id eia d e q ue a s c a sta s re -su ltam d a a gre ga ya o d e su bca stas, e n ao a s su bc asta s d a su bd iv isao d as ca s-la s, c , m a ts ge ra lm en te ta lv ez , qu e a s c asta s re su lta m d a fn sa o d e g ru po s d i-v er so s, e 11aO d a c is ao d e g ru po s p re ex is te ntc s= . E la n ao p ar ec e te l' p er cc bi-d o qu e 86 e sta va d ese nv olv en do a id cia d e G hu ry c, c d e S en art, d an do re ali-d a d e i\ su bc asta c on tra a c asta . A to do m om en ta e la fra nq ue ia 0 p a ss e t erm i-