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tipos e estilosCelito Crivellaro Guerra

Existem vários tipos de vinho. Quanto à cor, os vinhos podem serbrancos, rosados ou tintos; quanto ao teor de gás carbônico, podemser tranquilos, frisontes, espumantes (tradicionais e moscatéis) ougaseificados; quanto ao teor de açúcar (se vinhos tranquilos), sãosecos, meio secos, suaves ou doces. Se espumantes, classificam-seem natures ou extra-bruts, bruts, secos, meio secos e doces; quantoà elaboração, são leves, de mesa, licorosos, alcoolizados (secosou doces), doces 'naturais ou compostos; quanto à capacidade deenvelhecimento, são jovens ou de guarda; quanto à origem botânicada uva, classificam-se em finos e de mesa; quanto à elaboração, sãovarietais e de assemblage. Finalmente, quanto ao modo de estabili-zação, podem ser sem ou com passagem por barricas de madeira,ou ainda elaborados com adição de taninos.

Estas classificações são gerais e não exaustivas; também não foramconsideradas certas subdivisões. Assim, outras classes ou subclassespodem ser agregadas, tomando bem maior o conjunto de tipos devinho existentes pelo mundo.

Para cada tipo, existem distintos estilos de vinho. Os estilos podemestar ligados às caraderísticas das regiões de origem das uvas, àsinúmeras variantes da tecnologia enológica, ao toque pessoal doelaborador e até a abordagens puramente mercadológicas. A com-binação de tipos e estilos é que toma o mundo do vinho tão vastoe complexo.

A concepção de conceitos de estilos de vinho e sua disseminaçãocomo peça de comunicação midiática é feita para destacar o caráterde diferenciação, realçar a qualidade e, assim, aumentar a notorie-dade, que por sua vez é a base do sucesso comercial.

Nas duas últimas décadas, a mídia especializada tem difundidovários conceitos de estilo de vinho. Desse modo, é provável que oleitor já tenha lido ou ouvido falar de conceitos tais como vinhosemblemáticos, de autor, de garagem, de boutique, vinhos do gelo,do sol, vulcânicos, de xisto, etc. Recentemente foi até lançado nosEstados Unidos, por uma célebre terapeuta sexual, com grandeimpado midiático, o 'vinho do amor'.

As caraderísticas geográficas naturais das regiões vitivinícolas cons-tituem o fator de maior objetividade na demonstração da tipicidade edo estilo dos produtos. Por esta razão, conceitos de estilos ligados aelas tendem a obter maior credibilidade junto aos consumidores.

No Brasil, a produção vitivinícola no segmento dos vinhos finos érelativamente recente e os volumes são ainda limitados, principalmen-te considerando-se os novos polos de produção. Todavia, é possível

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Campanha do RS.

Serra Gaúcha.

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estabelecer uma classificação dos estilos dos vinhos finosbrasileiros, em função dos fatores naturais predominantesnas principais regiões vitivinícolas.

A classificação proposta neste artigo baseia-se emresultados de pesquisas conduzidas na Embrapa nosúltimos dez anos. Nelas, estudou-se a caraderização dopotencial enológico de uvas finas cultivadas em diferentespolos vitivinícolas, a qualidade e a tipicidade dos vinhosdelas obtidas e o cruzamento desses resultados com ascaraderísticas climáticas predominantes em cada local deprodução. Desse modo, podemos considerar que os estilosmajoritários dos vinhos finos brasileiros são os seguintes.

Vinhos de MosaicoÉ desse estilo o maior volume de vinhos finos brasileiros,

produzidos na Serra Gaúcha, a maior e mais tradicionalregião vitivinícola do país. A produção vitivinícola situa-sea cerca de 29 graus de latitude Sul, 51 graus de longitudeOeste, entre 400 e 800 metros de altitude, sobre solosde origem basáltica, formando um verdadeiro mosaicode mesoclimas, paisagens, solos e condições particularespara o cultivo da videira, de onde a origem da expressão'Vinhos de Mosaico'.

A Serra Gaúcha não é uma região de montanha naacepção clássica do termo, mas uma região de relevoacidentado, de transição entre o Planalto dos Camposde Cima da Serra (a zona de maior altitude do estadodo Rio Grande do Sul) e as regiões de menor altitude erelevo mais suave do centro do Estado. Estas, por sua vez,transformam-se pouco a pouco em planícies à medidaque nos deslocarmos em direção à Argentina e Uruguai,até transformarem-se na imensa planície platina, o pampasul-americano.

Os Vinhos de Mosaico são elegantes, acídulos e deestrutura, longevidade e teor alcoólico médios. Na SerraGaúcha, predomina atualmente a elaboração de vinhostintos. Os espumantes finos são os produtos de maiornotoriedade e, não por acaso, sua produção e comercia-lização têm crescido forte e continuamente há vários anos,tendo inclusive impulsionado recentemente a produção devinhos frisantes.

As caraderísticas aromáticas gerais nos Vinhos de Mo-saico são apresentadas a seguir.

Tintos tranquilos: mescla de aromas frutados (cere-ja, ameixa, groselha, nêspera), de especiarias (fungo,nédar, tâmaras, café) e vegetais (pimentão, pimenta,noz-moscada).

Brancos tranquilos: aromas florais (acácia, grinalda),mesclados a notas de frutado (abacaxi, mamão papaia,goiaba).

Espumantes tradicionais: aromas florais ou asseme-lhados (acácia, nédar) e fermentativos (levedura, massa depão, manteiga) com suaves notas fruta das (aromas cítricos,melão, maçã verde) conferem a tipicidade aromática pre-

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