UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
SUSTENTABILIDADE EM DIFERENTES SISTEMAS
PRODUTIVOS LEITEIROS NO PARANÁ
Autora: Kellen Cristina Kuwahara
Orientador: Dr. Julio Cesar Damasceno
Coorientador: Dr. Ferenc Istvan Bánkuti
MARINGÁ
Estado do Paraná
fevereiro – 2017
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
SUSTENTABILIDADE EM DIFERENTES SISTEMAS
PRODUTIVOS LEITEIROS NO PARANÁ
Autora: Kellen Cristina Kuwahara
Orientador: Dr. Julio Cesar Damasceno
Coorientador: Dr. Ferenc Istvan Bánkuti
“Tese apresentada como parte das exigências
para obtenção do título de DOUTOR EM
ZOOTECNIA, no Programa de Pós-
Graduação em Zootecnia da Universidade
Estadual de Maringá - Área de concentração
Produção Animal”.
MARINGÁ
Estado do Paraná
fevereiro – 2017
ii
Pensamento
“O sucesso nasce do querer, da determinação e da persistência em se chegar a
um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no mínimo
fará coisas admiráveis”.
José de Alencar
iii
Dedicatória
A Deus e à minha família.
iv
AGRADECIMENTOS
A Deus, por sua compaixão, por sua graça, por sua bondade, sempre presentes,
e sustentando-me nos momentos mais difíceis.
À minha família, por toda dedicação, por todo carinho, por toda abdicação na
realização do meu sonho.
A todos os amigos conquistados no decorrer de mais essa etapa, amigos de
universidade, amigos de república, amigos de vida social, enfim amigos para todos os
momentos que não cabem aqui citar nomes, apelidos, mas apenas dizer meu muito
obrigada.
Ao Professor Ferenc Istvan Bánkuti, pela orientação, paciência por todas as
conversas e experiências que não apenas me direcionaram na vida acadêmica, mas
também na vida pessoal.
Ao Professor Júlio Cesar Damasceno, pela confiança, pela orientação, pelos
ensinamentos, pelas conversas que se resumem na seguinte frase: “...nada nessa vida
acontece ao acaso...”.
v
Agradecimento especial é dirigido aos produtores de leite do Paraná, ao
Laticínio Monte Fugi, à Emater de Marechal Cândido Rondon e Santa Izabel do Oeste,
à Secretaria da Agricultura de Santa Izabel do Oeste e à Empresa Nutriphós e toda sua
equipe e à Fundação Araucária, pelo financiamento do projeto de pesquisa “Valorização
de Sistemas Produtivos Leiteiros de baixo impacto negativo: uma proposta de
certificação socioambiental” (convênio 265/2014), projeto este, que permitiu a
realização desta tese.
À Universidade Estadual de Maringá e ao Programa de Pós-Graduação em
Zootecnia, pela oportunidade de realização do doutorado.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pela concessão da bolsa de Doutorado.
Aos demais professores e funcionários do DZO/PPZ.
A todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a conclusão
dessa etapa.
Obrigada.
vi
BIOGRAFIA
KELLEN CRISTINA KUWAHARA, filha de Akiyoshi Kuwahara e Deosdete
Kuwahara, nasceu em Presidente Prudente, São Paulo, no dia 19 de março de 1983.
Em março de 2003, iniciou o Curso de graduação em Zootecnia pela
Universidade Estadual de Ponta Grossa – Paraná, concluindo-o em agosto de 2007.
De 2007 a 2012, deu início à sua atividade profissional. Foi contratada como
supervisora de produção na Empresa Frigofíco Bertin Ltda na cidade de Lins, no estado
de São Paulo, em outubro de 2007.
Em abril de 2008, iniciou o curso de especialização lato sensu em
Processamento e Qualidade de Carne, Leite e Ovos pela Universidade Federal de Lavras
– Minas Gerais, concluindo-o em maio de 2009.
Em abril de 2008, foi contratada como assistente técnica pela empresa
Associação de Criadores de Nelore do Brasil – ACNB, com a realização de auditorias
no processo de Classificação de Tipificação de carcaças bovinas e a Produção de Nelore
Natural (Programa Qualidade Nelore Natural – PQNN) no Frigorífico Marfrig –
Unidade Promissão – SP, no estado de São Paulo, até 2009. No mesmo ano, foi
vii
transferida para trabalhar na Unidade da Empresa Marfrig Alimentos S/A, em
Bataguassu, estado do Mato Grosso do Sul, onde permaneceu até setembro de 2010.
No ano de 2010, iniciou o mestrado em Ciência Animal com área de
concentração em Fisiopatologia Animal pela Universidade do Oeste Paulista – Unoeste
– São Paulo, concluindo-o em setembro de 2012.
Em janeiro de 2011, foi contratada pela Empresa Marfrig Alimentos S/A como
supervisora de pecuária sustentável do Mato Grosso do Sul, atuando nas relações entre
produtor e indústria frigorífica das unidades de Bataguassu, Paranaíba e Porto Murtinho,
no estado de Mato Grosso do Sul.
viii
ÍNDICE
Página
LISTA DE TABELAS .................................................................................................... ix
LISTA DE FIGURAS ...................................................................................................... x
LISTA DE QUADROS .................................................................................................. xi
RESUMO ........................................................................................................................ xii
ABSTRACT ................................................................................................................... xv
I. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 2
II. OBJETIVOS ........................................................................................................ 23
III. TIPOLOGIA DE SISTEMAS PRODUTIVOS LEITEIROS PARA A
SUSTENTABILIDADE EM REGIÕES DO PARANÁ.. .............................................. 24
1. Introdução ............................................................................................................ 26
2. Materiais e métodos ............................................................................................. 28
3. Resultado e discussão .......................................................................................... 31
4. Conclusão ............................................................................................................. 41
5. Referências bibliográficas .................................................................................... 41
IV. SUSTENTABILIDADE DE SISTEMAS PRODUTIVOS LEITEIROS
PARANAENSES EM DIFERENTES ESCALAS DE PRODUÇÃO............................46
1. Introdução ............................................................................................................ 48
2. Materiais e métodos ............................................................................................. 51
3. Resultado e discussão .......................................................................................... 54
4. Conclusão ............................................................................................................. 63
5. Referências bibliográficas .................................................................................... 64
V. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 69
VI. APENDICE .......................................................................................................... 70
ix
LISTA DE TABELAS
SISTEMAS PRODUTIVOS LEITEIROS PARANAENSES
Tabela 1. Caracterização dos Sistemas Produtivos Leiteiros ......................................... 31
Tabela 2. Variação total explicada..................................................................................32
Tabela 3. Carga fatorial para definição de fatores .......................................................... 33
Tabela 4. Caracterização de cada cluster formado..........................................................35
Tabela 5. Valores médios dos scores fatoriais de cada cluster.......................................36
IV- ESCALA DE PRODUÇÃO E A SUSTENTABILIDADE DE SISTEMAS
PRODUTIVOS LEITEIROS PARANAENSES
Tabela 1. Variação total explicada..................................................................................55
Tabela 2. Carga fatorial para definição de fatores ......................................................... .57
Tabela 3. Scores fatoriais médios para os grupos de sistemas produtivos leiteiros
segundo volume de produção de leite..............................................................................58
Tabela 4. Resumo da tipologia dos grupos formados......................................................62
x
LISTA DE FIGURAS
III - AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE EM SISTEMAS PRODUTIVOS
LEITEIROS PARANAENSES
Figura 1: Dispersão dos SPL frente aos Fatores 1 e 2.....................................................37
Figura 2: Dispersão dos SPL frente aos Fatores 1 e 3.....................................................38
xi
LISTA DE QUADROS
III - AÇÕES DE SUSTENTABILIDADE EM SISTEMAS PRODUTIVOS
LEITEIROS PARANAENSES
Quadro 1. Variáveis utilizadas na análise..............................................................................................29
IV- ESCALA DE PRODUÇÃO E A SUSTENTABILIDADE DE SISTEMAS
PRODUTIVOS LEITEIROS PARANAENSES
Quadro 1. Variáveis utilizadas na análise.......................................................................53
RESUMO
Objetivou com o presente estudo verificar a tipologia de sistemas produtivos
leiteiros paranaenses, frente à sustentabilidade econômica, social e ambiental. Além
disso, analisar a adequação de sistemas produtivos leiteiros (SPL) com diferentes
escalas de produção, frente a questões de sustentabilidade.
Foram elaborados e aplicados 153 questionários semiestruturados junto a
sistemas produtivos leiteiros no Estado do Paraná. Os questionários contemplaram
variáveis de caracterização geral dos SPL, características socioeconômicas dos
produtores rurais e ações tomadas por estes, frente às questões de sustentabilidade,
ambiental, social e econômica.
As variáveis de caracterização geral do sistema produtivo e socioeconômicas do
produtor rural foram coletadas a partir de respostas métricas; já as variáveis sobre as
ações dos produtores rurais frente à sustentabilidade foram coletadas a partir de
respostas do tipo ordinal ou dicotômicas. Para as questões fechadas, utilizou-se como
resposta escala do tipo Likert, com gradação entre 0 a 10.
No primeiro artigo, realizou-se em primeira etapa, a partir das variáveis
relativas à estrutura e caracterização produtiva, econômica, social e ambiental do
sistema produtivo, análises descritivas, média e frequência. Em etapa seguinte, a partir
de 19 variáveis que caracterizam ações produtivas, econômicas, sociais e ambientais dos
SPL, empregou-se a Análise Fatorial Comum (AFC). A partir dos scores fatoriais,
resultantes da AFC, foi empregada técnica de formação de clusters hierárquicos. Como
método para verificação de igualdade entre médias geradas por cada fator, utilizou-se o
Teste de Tukey com intervalo de confiança de 95%. A AFC resultou em três fatores:
F1-Econômico; F2-Social e F3-Ambiental. E a análise de clusters resultou em três
grupos. Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) para o fator econômico e
xiii
social, entre os clusters formados. O cluster 1 foi formado por SPL com maior emprego
de ações em direção à sustentabilidade econômica, social e ambiental. O cluster 2 foi
definido por SPL, com valores médios negativos para os três fatores. E o cluster 3 foi
definido por SPL que apresentaram melhor adequação para os Fatores Econômico e
Social, quando comparado com o Cluster 2 (p<0,05) e menor adequação para esses
Fatores quando comparado com o Cluster 1 (p<0,05). Concluiu-se que a grande parte
dos SPL analisados possui baixa capacidade de sobrevivência no médio e longo prazo,
sendo o fator ambiental, seguido do social e econômico o mais crítico para a
sustentabilidade dos SPL analisados.
No segundo artigo, foi realizada na primeira etapa análises descritivas, média e
frequência, das características gerais dos SPL encontrados. Em etapa seguinte, a partir
da variável “produção diária de leite”, os SPL foram divididos em três grupos, pequeno,
com produção de até 50 litros de leite/dia; médio, com produção entre 51 e 250 litros de
leite/dia e grande, com produções acima de 251 litros de leite/dia. Em seguida, a partir
de 19 variáveis que caracterizam adequações produtivas, econômicas, sociais e
ambientais dos SPL, empregou-se a Análise Fatorial Comum (AFC). Três fatores foram
definidos, F1: econômico; F2: social e F3: ambiental. A partir da estratificação dos SPL,
segundo a produção diária de leite e do valor dos scores fatoriais, foi utilizada técnica
de ANOVA, a fim de analisar os diferentes graus de adequação socioambiental frente
ao volume de produção de leite diário. Como método para verificação de igualdade
entre médias geradas por cada fator, utilizou-se o Teste de Tukey com intervalo de
confiança de 95%. Foram encontradas diferenças (p<0,05) para o fator econômico,
social e ambiental entre os sistemas produtivos leiteiros com diferentes escalas de
produção. Os SPL de maiores escalas mostraram-se mais adequados para os fatores
econômico, social e ambiental, seguidos de SPL com escala média de produção;
melhores adequados para os fatores econômico e ambiental quando comparados aos
SPL de escala pequena. Os SPL com média e pequena escala devem promover melhores
ajustes para as questões econômicas, sociais e ambientais, assim como para a melhoria e
competitividade desses produtores no Paraná.
Palavras-chave: Análise fatorial, Clusters, Desenvolvimento sustentável,
Produção de leite, Tipologia
ABSTRACT
The objective of this study was to verify the typology of Dairy Productive Systems of
Paraná, facing economic, social and environmental sustainability. In addition, to
analyze the adequacy of dairy production systems (DPS) with different production
scales, facing sustainability issues. A total of 153 semi-structured questionnaires were
prepared and applied to dairy production systems in the State of Paraná. The
questionnaires included variables of general DPS characterization, socioeconomic
characteristics of rural producers and actions taken by these, facing the issues of
sustainability, environmental, social and economic.
The variables of general characterization of the productive and socioeconomic systems
of rural producers were collected from metric responses; while the variables on the
actions of the rural producers towards sustainability were collected from answers of the
ordinal or dichotomous type. For the closed questions, a Likert type scale response was
used, with a gradient between 0 and 10. In the first article, it was carried out in the first
stage, based on the variables related to the structure and productive, economic, social
and evironmental characterization of the productive system, descriptive analyzes,
average and frequency. In the next step, from 19 variables that characterize productive,
economic, social and environmental actions of the DPS, the Common Factor Analysis
(CFA) was used. From the factorial scores, resulting from the CFA, a hierachial cluster
technique was used. As a method to verify the equality between averages generated by
each factor, the Tukey’s test was used with a 95% confidence interval. The CFA
resulted in three factors: F1-Economic; F2-Social and F3-Environmental. And clusters
analysis resulted in three groups. Significant diferences (p<0.05) were found for the
economic and social factor, among the formed clusters. Cluster 1 was formed by DPS
xv
with greater use of actions toward economic, social and enviromental sustainability.
Cluster 2 was defined by DPS with negative average values for all three factors. And
cluster 3 was defined by DPS that presented better adaptation to the Economic and
Social Factors when compared to cluster 2 (p<0.05) and lower adequacy for these
factors when compared to cluster 1 (p<0.05). It was concluded that the great part of the
DPS analyzed has low survival capacity in the medium and long term, being the
environmental factor, followed by social and economic one, the most critical for the
sustainability of the DPS analyzed. In the second article it was held in the first stage
descriptive analysis, average and frequency, from general characteristics of the found
DPS. In the next step, from the variable “daily milk production” the DPS were divided
into three groups, small, with production of up to 50 liters of milk / day; medium, with
production between 51 and 250 liters of milk / day and large, with productions above
251 liters of milk / day. Then, from 19 variables that characterize productive adequacy,
economic, social and environmental of the DPS, the Common Factor Analysis (CFA)
was used. Three factors were defined, F1: economic; F2 social and F3: environmental.
From the stratification of DPS, according to the daily milk production and the value of
factorial scores, ANOVA technique was used in order to analyze the different degrees
of socioenvironmental adequacy in relation to daily milk production volume. As a
method to verify the equality between averages generated by each fator, the Tukey’s
test was used with a 95% confidence interval. Differences (p <0.05) were found for the
economic, social and environmental factors among dairy production systems with
different production scales. The DPS of larger scales were more adequate for the
economic, social and environmental factors, followed by DPS with average scale of
production; best suited for economic and environmental factors when compared to DPS
of small scale. DPS with medium and small scale should promote better adjustments to
economic, social and environmental issues, as well as for improvement and
competitiveness of these producers in Paraná.
Keywords: Factor analysis, Clusters, Sustainable Development, Milk Production,
Typology
I. INTRODUÇÃO
A existência de apelos mundiais pela preservação ambiental, aliados à
conscientização da importância de uma alimentação mais saudável, impulsiona a busca
por produtos de origem animal produzidos em ambientes com a menor interferência de
produtos químicos tais como: agrotóxicos, hormônios e antibióticos (BENEZ, 2004) e
em ambientes socialmente mais justos perante a sociedade e economicamente viáveis
(KAYSER, 2015). Entretanto, a busca da produção em sistemas mais sustentáveis não é
trivial e impõe novos desafios à produção mundial de alimentos.
A importância da produção agrícola sustentável e a necessidade de
desenvolvimento de métodos apropriados de avaliação da sustentabilidade tem sido
frequentemente analisada a partir de indicadores de sustentabilidade (PERES;
JOSAHKIAN, 2010; RODRIGUES; BUSCHINELLI; AVILA, 2010; RIVERO et al.,
2009; PACINI et al., 2003; BYERLEE; MURGAI, 2001).
Os indicadores de sustentabilidade exercem função fundamental para a avaliação
de sistemas produtivos, uma vez que apontam a direção de adequações prioritárias e
fornecem elementos para a construção de estratégias políticas e de planejamento
(VERONA, 2008).
A avaliação da sustentabilidade na agricultura tem sido feita a partir da definição
de três principais indicadores ou dimensões, ambiental, econômica e social (RIGBY et
al., 2001; VAN CAUWENBERGH et al., 2007; VAN CALKER et al., 2005).
17
Os indicadores de sustentabilidade devem ser prioritariamente utilizados de
forma conjunta, permitindo uma avaliação sistêmica da sustentabilidade (VAN
PASSEL et al., 2007). Dentro de cada dimensão da sustentabilidade, um ou mais
atributos podem ser identificados.
A dimensão econômica pode ser medida pelo lucro líquido, mas também por
algum outro atributo financeiro representativo do sistema de produção através de
características de resistência, renovação, regeneração e resiliência do sistema
(SIMMONS, 2008).
O componente econômico deve incluir também, atributos relevantes, de cunho
econômico/financeiro e de produtividade, capazes de indicar a possibilidade do sistema
continuar, ou não, na atividade produtiva, mesmo diante de variações do ambiente
externo – mercado por exemplo. Além disso, a dimensão econômica pode também ser
analisada a partir da adequação do sistema produtivo aos requisitos governamentais,
sendo esta, condição básica de participação no mercado (SYDOROVYCH; WOSSINK,
2008; VAN CALKER et al., 2005).
Portanto, do ponto de vista econômico, entende-se que a atividade agropecuária
deve ser viável, permitindo renda suficiente para a sustentabilidade e sucessão das
famílias na atividade no médio e longo prazo ( MARTINS et al., 2015; REIS FILHO;
SILVA, 2013; IPARDES, 2009).
O componente social deve incluir a responsabilidade entre produtores,
consumidores e membros da sociedade civil (SIMMONS, 2008). A responsabilidade da
agricultura para consumidores é fornecer quantidades adequadas de alimentos seguros,
gerar oportunidades de emprego nas comunidades locais e criar ambiente de trabalho
seguro e confortável. Outro atributo relevante na dimensão social refere-se às
preocupações da sociedade sobre o impacto do sistema produtivo para o bem-estar
humano e animal e como os animais podem se adaptar sem sofrer ao ambiente projetado
por seres humanos e adequações das instalações para os trabalhadores que nela labutam
(SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008; VAN CALKER et al., 2005).
Deste modo, a adequação social também é fator fundamental para a manutenção
das firmas/empresas nos mercados atuais, seja por meio da sucessão familiar, com a
possibilidade de buscar novas oportunidades, implementar mudanças e definir novos
caminhos para a produção leiteira; seja via reconhecimento da importância da produção
leiteira como agente preservador da biodiversidade e do ambiente e promotor do
equilíbrio social (MARTINS et al., 2015). Além disso, elementos subjetivos, não
18
estritamente econômicos, tais como, os atributos sociais, podem significar uma
estratégia de agregação de valor (REDIN, 2015).
Efeitos positivos da responsabilidade social internos à empresa refletem
diretamente em sua sustentabilidade no médio e longo prazo. A melhoria na adequação
social resultar em incrementos de produtividade, dada a maior motivação de
trabalhadores, e a melhoria das condições e da qualidade de vida no ambiente de
trabalho (MARTINS et al., 2015; SOUZA; BUAINAIN, 2013).
Especificamente sobre a pecuária leiteira, relatórios da FAO e do IDF (2013)
indicam que a jornada de trabalho deve evitar a exploração do trabalhador, como forma
de minimizar os riscos a este, aos animais e à infraestrutura. Para tanto, ações de
adequação são necessárias: a) atendimento a legislação trabalhista e fornecimento de
condições de trabalho no que diz respeito a saúde ocupacional e segurança; b) garantia
de que os procedimentos e os equipamentos sejam adequados para execução das tarefas
da pecuária leiteira; c) instrução e capacitação de pessoal para realizar o trabalho; d)
garantia de que a equipe realize as tarefas com competência e, e) seleção de pessoas
competentes para capacitar, assessorar e realizar intervenções especializadas.
Institucionalmente, a Legislação Trabalhista prevê que os trabalhadores tenham carteira
de trabalho assinada, folga semanal de 24 horas contínuas e que tenham direito a férias
e 13º. Salário (CLT- decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 19431).
O componente ambiental inclui atributos relevantes para a análise de impactos
da produção na saúde do ecossistema. Para isso, é necessário selecionar as práticas de
produção que contribuam para a saúde ecológica do solo, ou em torno dos recursos
hídricos, do ar, da atmosfera, plantas e animais (SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008).
Sob o aspecto de adequação ambiental dos sistemas agropecuários, o Governo
Federal Brasileiro regulamentou o uso de área de produção por meio do Novo Código
Florestal a fim de regularizar e controlar as áreas de matas no país. Este novo código,
define dois mecanismos importantes na regularização do uso da terra: Área de
Preservação Permanente (APP), entendidas como sendo áreas protegidas com a
finalidade de preservar os recursos hídricos, prevenir a erosão no solo e proteger os
ecossistemas mais sensíveis; e a Reserva Legal (RL), caracterizada como área
1 Decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 1943 – Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho
19
localizada no interior de uma propriedade ou posse rural com a finalidade de assegurar
o uso sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, deve auxiliar na manutenção e
na reabilitação dos processos ecológicos e na conservação da biodiversidade
(SAMBUICHI et al., 2012).
Para a regularização ambiental dos imóveis rurais no Brasil, o governo Federal
Brasileiro instituiu em 2009, o Programa Federal de Apoio à Regularização Ambiental
de Imóveis Rurais, denominado Programa Mais Ambiente (Decreto no 7.029, de
dezembro de 2009), cuja principal inovação foi a criação do Cadastro Ambiental Rural
(CAR), considerando principal instrumento de regularização ambiental das propriedades
rurais, dispensando a necessidade de averbação da Reserva Legal (RL) na matrícula dos
imóveis prevista na lei anterior (SAMBUICHI et al., 2012). O CAR também propicia
um momento de reflexão, para idealizar projetos com planejamento adequado que
visem o desenvolvimento voltado para a sustentabilidade (SERAMIM; LEISMANN,
2016).
No Brasil, dada à dimensão e características dos sistemas agropecuários, a
adequação da produção rural diante deste novo cenário institucional e de mercado
apresenta-se como um grande desafio (BÁNKUTI et al., 2014).
Entre os Sistemas Agroindustriais (SAI) brasileiros, a bovinocultura leiteira tem
importante apelo social e econômico (CEPEA-ESALQ/USP, 2010). Distribuída em
todas as regiões, a produção leiteira em 2016, foi de 35,2 bilhões de litros, posicionando
o Brasil como o quinto maior produtor mundial (CONAB, 2016; IBGE, 2015;
ANUALPEC, 2014). Além disso, no Brasil, a atividade leiteira é praticada em cerca de
1,1 milhão de propriedades rurais e gera emprego para mais de 3,5 milhões de pessoas
(CEPEA-ESALQ/USP, 2010).
Entre os Estados brasileiros, o Paraná possui importante contribuição para a
produção nacional de leite. Em 2015, com rebanho de 2,5 milhões de cabeças, foram
produzidos neste Estado, 4,6 bilhões de litros de leite, 12,9%, da produção nacional
(IBGE, 2015). O Paraná destaca-se também na produtividade da mão-de-obra utilizada
na produção de leite que alcança 838 litros de leite/homem/dia, sendo o Estado
brasileiro com maior eficiência neste indicador (CEPEA-ESALQ/USP, 2010). Além
disso, o Paraná abriga importantes bacias leiteiras no Brasil, localizadas nas regiões
Sudoeste, Oeste do Estado (SEAB/DERAL, 2014) e Centro - Oriental (BAPTISTA;
SUGAMOSTO; WAVRUK, 2011).
20
A produção de leite no Paraná envolve também, importante componente
ambiental (ANTUNES et al., 2013; IPARDES, 2009), pois seus sistemas produtivos
encontram-se inseridos no bioma Cerrado e Mata Atlântica (IAP, 2016).
O principal desafio para uma produção agropecuária sustentável é conciliar
decisões políticas aos aspectos econômicos, sociais e ambientais (SAMBUICHI et al.,
2012). Para tanto, é importante levantar indicadores que possam ser utilizados como
parâmetros do desenvolvimento sustentável (CYRNE et al., 2015).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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FNP South America, 313p.
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2013.
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BAPTISTA, J. R. .; SUGAMOSTO, M.; WAVRUK, P. Características e perspectivas
da indústria de laticínio do Paraná. In: Caderno Ipardes. Curitiba, PR: [s.n.]. v. 1. p.
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BENEZ, S. M. Manual de Homeopatia Veterinária - Indicações, Clínicas e Patológicas
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21
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23
II. OBJETIVOS
Objetivos Gerais:
Analisar a sustentabilidade em sistemas produtivos leiteiros paranaenses.
Objetivos específicos:
Identificar a tipologia de sistemas produtivos leiteiros paranaenses frente à
sustentabilidade econômica, social e ambiental e comparar sistemas produtivos leiteiros
com diferentes escalas de produção, frente a questões de sustentabilidade.
I. III. TIPOLOGIA DE SISTEMAS PRODUTIVOS LEITEIROS PARA A
SUSTENTABILIDADE EM REGIÕES DO PARANÁ12
TYPOLOGY OF DAIRY PRODUCTION SYSTEMS FOR SUSTAINABILITY IN
REGIONS OF PARANÁ
RESUMO - O objetivo proposto neste artigo foi analisar a tipologia de Sistemas
Produtivos Leiteiros (SPL) paranaenses a partir das ações tomadas por seus gestores -
produtores rurais, frente às questões de sustentabilidade. Foram elaborados e aplicados
153 questionários semiestruturados que contemplavam variáveis estruturais dos SPL,
características socioeconômicas dos produtores rurais e das ações tomadas por estes,
frente às questões de sustentabilidade ambiental, social e econômica. As variáveis sobre
a estrutura do sistema produtivo, foram utilizadas para a caracterização geral dos
sistemas analisados. Nesta etapa, foram utilizadas análises de estatística descritiva,
média e frequência. Para as variáveis relativas as ações para a sustentabilidade do SPL,
empregou-se a Análise Fatorial Comum (AFC). Três fatores foram formados, F1:
Econômico; F2: Social e F3: Ambiental. A partir dos escores fatoriais, resultantes da
AFC, foi empregada técnica de formação de clusters hierárquicos. Três grupos de SPL
foram definidos e comparados frente aos valores médios dos escores fatoriais de F1; F2
e F3. Para comparação de médias, utilizou-se o Teste de Tukey, com intervalo de
confiança de 95%. Foram encontradas diferenças significativas (p<0,05) para o fator
econômico e social, entre os clusters 1; 2 e 3. O cluster 1 (N = 16 SLP) foi formado por
SPL com maior emprego de ações em direção à sustentabilidade econômica, social e
ambiental. O cluster 2 (N = 118 SPL) foi definido por SPL com valores médios
negativos para os três fatores. E o cluster 3 (N = 19 SPL) foi definido por SPL que
apresentaram melhor adequação para os Fatores Econômico e Social, quando
comparado com o Cluster 2 (p<0,05) e menor adequação para esses Fatores, quando
comparado com o Cluster 1 (p<0,05). Por fim, conclui-se que os SPL paranaenses são
heterogêneos em relação às ações de sustentabilidade tomadas por seus gestores. Além
disso, a maior parte dos SPL analisados possuem baixa capacidade de sobrevivência no
médio e longo prazo. Entre os fatores de sustentabilidade analisados, o
1Artigo formatado em acordo com as normas da revista Semina: Ciências Agrárias (E-ISSN 1679-0359)
25
F3: ambiental, seguido do F2: social e F1: econômico foram as mais críticas para a
sustentabilidade dos sistemas produtivos leiteiros analisados.
Palavras-chave: Clusters, Produção de leite, Tipologia.
ABSTRACT - The objective of this article was to analyze the typology of Dairy
Productive Systems of Paraná (DPS) based on the actions taken by its managers - rural
producers, regarding sustainability issues. A total of 153 semi-structured questionnaires
were developed and applied, including structural variables of DPS, socioeconomic
characteristics of rural producers and the actions taken by them, addressing issues of
environmental, social and economic sustainability. The variables on the structure of the
productive system were used for the general characterization of the analyzed systems.
At this stage, descriptive statistics, average and frequency analysis were used. For the
variables related to the actions for the sustainability of DPS, the Common Factor
Analysis (CFA) was used. Three factors were formed, F1: Economic; F2: Social and F3:
Environmental. From the factorial scores, resulting from the CFA, a hierarchical
clusters technique was used. Three groups of DPS were defined and compared against
the mean values of F1 factor scores; F2 and F3. Tukey's test was used to compare the
means, with a confidence interval of 95%. Significant differences (p <0.05) were found
for the economic and social factor, among clusters 1; 2 and 3. Cluster 1 (N = 16 SLP)
was formed by DPS with greater use of actions toward economic, social and
environmental sustainability. Cluster 2 (N = 118 SPL) was defined by DPS with
negative mean values for all three factors. Cluster 3 (N = 19 SPL) was defined by DPS,
which presented better adaptation to the Economic and Social Factors, when compared
to Cluster 2 (p <0.05) and lower adequacy for these Factors when compared to Cluster 1
(P <0.05). Finally, it was concluded that Paraná DPS are heterogeneous in relation to
the sustainability actions taken by their managers. In addition, most of the DPS
analyzed have low survival capacity in the medium and long term. Among the
sustainability factors analyzed, the F3: environment, followed by F2: F1: economic and
social were those less suitable.
Key words: Clusters, Milk Production, Typology.
26
1. Introdução
A partir da década de 90, a produção leiteira no Brasil e no Paraná vem
enfrentando o desafio de manutenção de seus sistemas produtivos em um novo
ambiente organizacional para a defesa dos interesses de seus associados, necessitando
de objetivos claros e transparentes e alta capacidade de articulação organizacional e
institucional, além da competência do quadro profissional de técnicos (JANK et al.
1999); no ambiente tecnológico um conjunto de alterações em relação as normas e
padrões de qualidade - Instrução Normativa n.62 – IN 62, aumento de produtividade
(CONAB, 2016; IBGE, 2015; ANUALPEC, 2014), caracterizam um setor moderno no
seguimentos da atividade leiteira. No ambiente institucional e de mercado, definidos
principalmente pela abertura do mercado brasileiro, estabilização da economia,
alterações nas regras institucionais para produção e nos padrões de consumo
(BÁNKUTI et al., 2014b; RODRIGUES; BUSCHINELLI; AVILA, 2010)
Destaca-se como resultado do novo ambiente institucional e de mercado, o
maior poder de compra do consumidor brasileiro, que passou a demandar produtos de
maior valor agregado e com diferentes apelos, entre os quais, aqueles relacionados à
aspectos socioambientais (GDAA, 2015; OAIGEN et al., 2013).
A partir deste novo cenário institucional e de mercado, aliado aos avanços nos
estudos e nas discussões a respeito do impacto das atividades humanas sobre o meio
ambiente e a sociedade, a produção agropecuária passou a ser mais cobrada em direção
à adequação socioambiental de seus sistemas produtivos (FIGUEROLA et al., 2012;
FONSECA, 2012), alterando seu ambiente competitivo.
Entende-se que, a partir deste momento, a manutenção de atividades produtivas
no médio e longo prazo devem estar equilibradas em três pilares: econômico, social e
ambiental (ELKINGTON, 2001), não sendo mais possível dissociar atividades
produtivas de questões econômicas, sociais e ambientais (GDAA, 2015; FAO; IDF,
2013; SAFA, 2013). Portanto, a adequação dos Sistemas Produtivos Leiteiros (SPL) a
esses pilares é fundamental para a perenidade destes sistemas (MARTINS et al., 2015;
BÁNKUTI et al., 2014a; FBB; IICA, 2010; ZEN et al., 2008).
Interessa ressaltar que, neste ambiente de mudanças institucionais e de mercado,
a diversidade dos SPL paranaenses (IPARDES, 2009) impõe desafios ainda maiores
para agentes públicos e privados, uma vez que a tipologia para as ações sustentáveis é
diversa entre os SPL. Por assim, a diversidade não permite que ações generalizadas
27
sejam efetivas em direção à maior sustentabilidade dos SPL paranaenses (JUNIOR et
al., 2012). Portanto, para os produtores rurais com diversificados sistemas de produção
e distintas ações produtivas, o conhecimento dessa diversidade é essencial para integrar
culturas e formalizar sistemas produtivos, com a introdução de ações sociais,
econômicas e ambientais (DEDIEU et al., 2011).
Desta forma, há que se buscar métodos que permitam analisar de forma mais
objetiva a diversidade dos SPL no Paraná. Entre esses, os estudos de tipologia têm se
mostrado adequados (LANGE et al., 2016; DEDIEU et al., 2011; BODENMÜLLER
FILHO et al., 2010; MOURA et al., 2010).
A tipologia do SPL, com a identificação de estruturas e componentes nestes
presentes, conduz à melhoria e promoção da atividade (LANGE et al., 2016), permite
que se compreenda como os agentes organizam suas atividades produtivas, como fazem
suas escolhas em termos de utilização e conhecimento de tecnologias, bem como o
entendimento das dificuldades a partir dos recursos disponíveis, como base em uma
avaliação coerente dos resultados (DAMASCENO et al., 2008).
Nesse ambiente de desafios associado à dificuldade na tomada de decisão,
caracterizado pela presença do homem produtor rural é ferramenta importante para o
desenvolvimento de programas de aperfeiçoamento gerencial (NUTHALL, 2001);
implantação de tecnologias inovadoras (WADSWORTH, 1995); interação entre sistema
produtivo e animal (LANDAIS, 1987), são os principais entraves aos sistemas
produtivos. Isto sugere a necessidade de analisar a capacidade de adaptação SPL em
resistir no médio prazo às incertezas e adotar uma dinâmica que permitam sobreviver no
longo prazo (DEDIEU, 2009). Uma vez que são identificadas as tendências nos
sistemas produtivos, é possível conceber ações que viabilizem o aproveitamento de
oportunidades de crescimento e mantenham uma competitividade sustentável (JANK et
al., 1999).
Com base no exposto e considerando o cenário vivenciado atualmente pelos SPL
que precisam gerenciar as variáveis socioeconômicas e ambientais, não apenas em
cumprimento das obrigações legais, mas também como forma de aumentar a
competitividade.
Diante deste contexto, o objetivo proposto neste artigo foi analisar a tipologia de
SPL em regiões do Paraná, a partir das ações tomadas pelos produtores rurais frente às
questões de sustentabilidade econômica, social e ambiental.
28
Parte-se da hipótese de que a adoção de ações por parte dos produtores em seus
sistemas produtivos leiteiros, pode constituir uma forma de adequação para uma
produção sustentável. Assim, este trabalho tem como hipótese que a sustentabilidade de
SPL, é dependente das ações de seus gestores: os produtores rurais.
2. Materiais e métodos
Foi elaborado e aplicado um questionário semiestruturado, entre maio de 2014 e
fevereiro de 2015, junto a 153 sistemas produtivos leiteiros localizados nas Regiões
Oeste, Sudoeste e Norte Central do estado do Paraná. Essas Regiões foram definidas a
partir de sua importância na produção estadual de leite (IBGE, 2015) e pela
heterogeneidade dos SPL nestas presentes (BRITO et al., 2015; IPARDES, 2009).
A identificação dos SPL foi feita a partir do fornecimento de listas de contatos
pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER, laticínios e
prefeituras nas regiões analisadas. A amostragem foi aleatória e os questionários foram
aplicados individualmente, face a face com os produtores de leite (SCHLECHT;
SPILLER, 2012).
Os questionários contemplaram variáveis de caracterização geral dos SPL,
características socioeconômicas dos produtores rurais e ações tomadas por estes, frente
às questões de sustentabilidade, ambiental, social e econômica.
As variáveis de caracterização geral do sistema produtivo e socioeconômicas do
produtor rural foram coletadas a partir de respostas métricas; já as variáveis sobre as
ações dos produtores rurais frente à sustentabilidade foram coletadas a partir de
respostas do tipo ordinal ou dicotômicas (Quadro 1). Para respostas do tipo ordinal ou
dicotômicas, utilizou-se escala do tipo Likert (LIKERT, 1932), com gradação entre 0 a
10 (PRIZON, 2015; LIMA; OLIVEIRA; SANTANA, 2013; SCHLECHT; SPILLER,
2012). Questões fechadas com escalas variando entre zero e dez (0 e 10) facilitam o
julgamento do entrevistado (LIMA; OLIVEIRA; SANTANA, 2013).
Os dados coletados foram tabulados e tratados estatisticamente com uso do
software Statistical Package for Social Science - SPSS versão 18. Em uma primeira
etapa, foram realizadas análises descritivas, média e frequência, das características
gerais dos SPL analisados. Em etapa seguinte, a partir de 19 variáveis que
caracterizaram as ações produtivas, econômicas, sociais e ambientais dos SPL (Quadro
1), empregou-se a técnica de Análise Fatorial Comum (AFC). A AFC é uma técnica
29
utilizada quando se pretende condensar um conjunto grande de informações em um
conjunto menor de variáveis (Fatores), com o mínimo de perda informações possível
(HAIR JR et al., 1998).
Quadro 1. Variáveis utilizadas na análise
Variável
Respostas Tipo
Descrição
Produção diária leite (litros/leite/dia) Valor absoluto Métrica
Número total de animais (cabeças) Valor absoluto Métrica
Número vacas em lactação (cabeças) Valor absoluto Métrica
Produtividade de leite (litro de leite/vaca/dia) Valor absoluto Métrica
Produtividade de leite por área (litros/ha) Valor absoluto Métrica
Fichas individuais para controle dos animais Valor numérico Ordinal
Forma de controle da produção de leite Valor numérico Ordinal
Adoção de gestão financeira da atividade
leiteira Valor numérico Ordinal
Porcentagem de mão de obra familiar Valor numérico Métrica
Folga semanal 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Férias anuais 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Condição da pastagem Valor numérico Ordinal
Condição do solo Valor numérico Ordinal
Manejo da pastagem Valor numérico Ordinal
Ações frente ao novo código florestal Valor numérico Ordinal
Condição das instalações para os animais
Necessidade de mata ciliar 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Possuem nascentes na propriedade 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Qual a importância da preservação ambiental
para a produção de leite Valor numérico Ordinal
30
Para a AFC, foram testadas inicialmente 19 variáveis relacionadas às ações de
sustentabilidade tomadas nos SPL. Entretanto, apenas 16 variáveis foram mantidas, já
que as demais apresentaram correlação inferior a 0,53 (FÁVERO et al., 2009).
Para AFC, utilizou-se como método de extração os componentes principais,
rotação do tipo Varimax4, normalização de Kaiser Meyer Olkin (KMO)
5 e Teste de
esfericidade de Bartlett6 (SMITH; MOREIRA; LATRILLE, 2002; LEBART, 2000).
Foram suprimidas variáveis que possuíam baixa e média carga fatorial7 (FÁVERO et
al., 2009). Para escolha do número de fatores, foi utilizado o critério de KMO
(FÁVERO et al., 2009; HAIR et al., 2009)8. Os fatores gerados foram classificados de
acordo com as variáveis que os definiram.
A partir dos scores fatoriais, resultados da AFC, foi empregada técnica de
formação de clusters hierárquicos (YABE et al., 2015). Esta técnica tem como resultado
a formação de grupos de indivíduos diferentes entre si, porém semelhantes em seu perfil
interno (FÁVERO et al., 2009). A partir do uso conjunto destas duas técnicas, os SPL
foram analisados segundo o valor médio dos scores fatoriais (BRITO et al., 2015; GIE
YONG; PEARCE, 2013).
Como método para verificação de igualdade entre os valores médios dos scores
fatoriais entre os grupos de SPL, utilizou-se o Teste de Tukey9 com intervalo de
confiança de 95%.
3 Variáveis que apresentaram correlação inferior a 0,5:
Necessidade de mata ciliar: Sim ou Não
Possui nascentes na propriedade: Sim ou Não
Qual a importância da preservação ambiental para a produção de leite: 0 a 10. 4 A finalidade desta rotação é maximizar a projeção da variação (ou variância) sobre um conjunto de
eixos ortogonais (componentes principais). 5
De acordo com (FÁVERO et al., 2009),
o teste de KMO verifica a adequação da amostra em relação ao
grau de correção parcial entre as variáveis. Valor de KMO próximo a 0 indica que a análise fatorial não é
adequada para análise das variáveis, por haver correlação baixa entre essas. Quanto mais próximo de 1,
mais adequada é a utilização da técnica, não sendo indicados valores inferiores a 0,5.
6 O teste de esfericidade de Bartlett verifica a existência de uma matriz identidade, ou seja, quando não
há correlação entre os dados analisados (p<0,05)(HAIR JR et al., 1998)
.
7 Fávero et al. (2009), consideram a seguinte classificação para a carga fatorial de um fator: (a) baixa
carga fatorial, valores iguais ou inferiores a 0,30; (b) média carga fatorial, valores iguais ou inferiores a
0,40 e alta carga fatorial, valores iguais ou superiores a 0,50.
8 De acordo com os autores, a escolha do número de fatores pode ser auxiliada por 4 critérios e que, cabe
ao pesquisador adotar o tipo de critério. Os critérios que podem ser utilizados são: Teste de Kaiser
(KMO), Critério a priori, Critério de porcentagem de variância e, critério do gráfico Scree. Os parâmetros
para KMO diante de análise fatorial sugere: 1-0,9: muito boa; 0,8-0,9: boa; 0,7-0,8: média; 0,6-0,7:
razoável; 0,5-0,6: má e >0,5: inaceitável 9 As variáveis utilizadas apresentaram distribuição normal (CAMPOS; BRAGA, 2015; CURADO;
TELES; MARÔCO, 2013; LIMA, 2006; TUPY, SHIROTA, 1998).
31
3. Resultado e discussão
Para as características gerais dos SPL avaliados, observou-se área média de
propriedade de 47,9 hectares, valor mínimo inferior a um (1,0) hectare e máximo de
1.331 hectares. O número médio de vacas leiteiras foi de 42 cabeças e o número médio
de vacas em lactação de 22 cabeças. A produção média de litros de leite foi de 13,58
litros/vaca/dia, com valores mínimos de 2,0 e máximos de 30 litros de leite/vaca/dia
(Tabela 1).
Tabela 1: Caracterização dos Sistemas Produtivos Leiteiros.
Variáveis N Mínimo Máximo Média Desvio
padrão
Área total da propriedade (ha) 153 0,60 1.331,00 47,92 162,89
Produção de leite (litros/dia) 153 20,00 2.000,00 324,62 317,79
Quantidade de vacas (cabeças) 153 5,00 180,00 42,64 30,12
Número de vacas em lactação (cabeças) 153 3,00 72,00 22,15 14,36
Produtividade de leite (litros de
leite/vaca/dia) 153 2,00 30,00 13,57 6,28
Produtividade de leite por área destinada
a atividade leiteira (litros/ha) 153 0,86 134,00 28,90 27,10
A análise fatorial comum com as 16 variáveis, resultou no valor de KMO de
0,814 e valor do teste de Bartlett de 0,00, indicando adequação das variáveis ao método
(FÁVERO et al., 2009). Os valores da Medida de Adequação da Amostra10
(MAS)
foram próximos de um em todas as variáveis analisadas.
Os três primeiros fatores explicaram 63,71% da variância total entre os 153 SPL,
satisfazendo o critério mínimo de 50%, estabelecido para esta análise (BARROSO,
ARTES, 2003). Além disso, os três fatores iniciais, dada as variáveis que os definiram,
adequadas aos objetivos propostos nesta pesquisa, permitiram a exclusão dos demais e
são comprovados pelo teste do “scree plot,” sendo possível observar quais fatores
apresentam maiores eigenvalues.
A maior variância foi explicada pelo Fator 1 (39,73%), portanto este é o fator
que mais diferencia os 153 SPL, seguido pelo Fator 2 (14,28%) e pelo Fator 3 (9,69%)
(Tabela 2).
10
Medida de Adequação da Amostra ou Measure of Sampling Adequacy (MAS) é uma forma similar à
estatística KMO, em que se inclui apenas os coeficientes em que se deseja analisar. Os valores de MAS
devem ser avaliados individualmente e, quanto maior forem, próximos de 1, na diagonal principal, melhor
sua utilização na análise fatorial.
32
Tabela 2. Variação total explicada
Fatores Valores próprios iniciais
Total % de variação % cumulativa
F1 6,357 39,733 39,733
F2 2,285 14,280 54,012
F3 1,552 9,698 63,711
F4 1,097 6,854 70,564
F5 0,811 5,070 75,635
F6 0,781 4,879 80,514
F7 0,640 4,000 84,514
F8 0,551 3,442 87,956
F9 0,434 2,714 90,670
F10 0,384 2,397 93,067
F11 0,291 1,816 94,883
F12 0,269 1,679 96,561
F13 0,209 1,306 97,868
F14 0,147 0,919 98,787
F15 0,141 0,881 99,669
F16 0,053 0,331 100,000
O Fator 1 (F1) foi definido pelas variáveis: produção de leite (litros/dia); número
total de vacas (cabeças); número de vacas em lactação (cabeças); produtividade de leite
(litros de leite/vaca/dia); produtividade de leite por área (litros/ha); fichas individuais
para controle dos animais; forma de controle da produção de leite e adoção de gestão
financeira da atividade leiteira (Tabela 3). Por ter sido formado tipicamente por
variáveis de caráter produtivo e econômico, F1 foi denominado como “Econômico”.
33
Tabela 3. Carga fatorial para definição de fatores11
.
Fatores
Variáveis (F1)
Econômico
(F2)
Social
(F3)
Ambiental
Produção diária leite (litros/leite/dia) 0,81 0,47 0,04
Número total de animais (cabeças) 0,65 0,58 -0,18
Número vacas em lactação (cabeças) 0,65 0,57 -0,03
Produtividade de leite (litros de leite/vaca/dia) 0,78 0,04 0,24
Produtividade de leite por área (litros/ha) 0,75 -0,20 0,17
Fichas individuais para controle dos animais 0,63 0,17 0,36
Forma de controle da produção de leite 0,63 0,19 0,44
Adoção de gestão financeira da atividade leiteira 0,54 0,05 0,44
Folga semanal 0,19 0,75 0,22
Férias anuais 0,02 0,89 0,14
Condição da pastagem 0,47 0,04 0,57
Condição do solo 0,38 0,17 0,52
Manejo da pastagem 0,26 0,19 0,73
Porcentagem de mão de obra familiar -0,03 -0,89 -0,13
Ações frente ao novo código florestal 0,04 -0,05 0,63
Condição das instalações para os animais -0,02 0,40 0,60
A adequação econômica, um dos pilares da sustentabilidade, está relacionada
com a capacidade de famílias de produtores rurais se manterem na atividade no médio e
longo prazo, fato este, especialmente importante quando se considera as características
dos sistemas produtivos leiteiros paranaenses, formados tipicamente por produções
familiares e com grande dependência da renda na atividade leiteira (IPARDES, 2009).
A produção e a produtividade, variáveis inclusas no Fator Econômico,
representam condições necessárias para que o produtor rural consiga manter seu SPL no
mercado formal de maneira menos arriscada no médio e longo prazo. Sendo assim,
sistemas mais especializados produzem o suficiente para tornar os custos unitários, seja
11
Método de extração: Análise Componente principal. Método de rotação: Varimax com normalização
de Kaiser. a. Rotação convergida em 7 interações.
34
por unidade de área ou unidade animal, menores do que os custos praticados nos
sistemas de menor volume de produção (SIMÕES et al., 2009).
O volume de leite produzido está diretamente relacionado ao número total de
vacas e ao número de vacas em lactação. Além disso, maior volume de leite produzido
significa melhores preços ao produtor rural e maior poder de barganha nas transações
com a indústria de beneficiamento (SCHEBELESKI; BÁNKUTI, 2016; REIS FILHO;
SILVA, 2013).
O Fator 2 (F2) foi definido pelas variáveis: porcentagem de mão de obra
familiar; folga semanal e férias anual. Dada as características destas variáveis, F2 foi
denominado por “Social” (Tabela 3).
Institucionalmente, a Legislação Trabalhista prevê que os trabalhadores tenham
carteira de trabalho assinada, folga semanal de 24 horas contínuas e direito a férias e
13º. Salário (CLT- decreto-lei n.º 5.452, de 1º de maio de 194312
). O não cumprimento
destas questões Legais, implica em informalidade do trabalho, com possibilidade de
penalidades ao produtor rural. Além disso, efeitos positivos da responsabilidade social
internos à empresa refletem diretamente em sua sustentabilidade no médio e longo
prazo, não somente em decorrência da adequação Legal, mas também, aquela exigida
pelos diversos mercados (MARTINS et al., 2015).
A adequação social poderá resultar também, em maior produtividade do SPL,
dada a maior motivação de trabalhadores, melhoria das condições e qualidade de vida
no ambiente de trabalho (MARTINS et al., 2015; SOUZA; OLIVEIRA; SILVA
JUNIOR, 2013).
O Fator 3 (F3), por sua vez, foi definido pelas variáveis: condição da pastagem;
condição do solo; manejo da pastagem; ações frente ao novo código florestal e
condições das instalações para os animais. Desta forma, F3 foi denominado por
“Ambiental” (Tabela 3).
O Fator ambiental, assim como o social, representa condição Legal para
existência e permanência da atividade leiteira nos diversos mercados. O não
cumprimento destes aspectos, por exemplo, previstos no Novo Código Florestal, pode
significar maior dificuldade de acesso ao crédito (MAIA et al., 2009), além de
12
DECRETO-LEI N.º 5.452, DE 1º DE MAIO DE 1943 – Aprova a Consolidação das Leis do Trabalho.
35
inviabilizar o registro do sistema produtivo leiteiro junto ao Cadastro Ambiental Rural
(CAR); condicionando um conjunto de entraves ao desenvolvimento do sistema
produtivo leiteiro13
.
A análise de clusters, definiu a tipologia dos três grupos formados (Tabela 4) e a
partir dos scores fatoriais, definiu três grupos de SPL (Tabela 5).
Tabela 4. Caracterização de cada cluster formado
Cluster 1 2 3
N 16 118 19
Produção diária leite (litros/leite/dia)
Mínimo 500,0 20,0 48,0
Máximo 2000,0 1000,0 800,0
Média 970,71 251,09 309,9
Número total de animais (cabeças)
Mínimo 43,0 5,0 23,0
Máximo 180,0 150,0 88,0
Média 96,43 35,56 47,15
Número vacas em lactação (cabeças)
Mínimo 25,0 3,0 11,0
Máximo 72,0 52,0 65,0
Média 47 18,46 26,75
Produtividade de leite (litro de
leite/vaca/dia)
Mínimo 11,0 2,0 4,0
Máximo 30,0 29,0 22,0
Média 20,57 13,06 11,8
Produtividade de leite por área (litros/ha)
Mínimo 16,0 1,0 0,9
Máximo 82,6 134,0 46,5
Média 42,77 29,47 15,82
No cluster 1, foram alocados 16 SPL (10,46%), no cluster 2, 118 SPL (77,12%)
e no cluster 3, 9 SPL (12,42%). A partir dos valores médios dos scores fatoriais os
grupos de SPL foram comparados (Tabela 5).
13
O CAR é uma exigência do Governo Federal a fim de regularizar as atividades produtivas rurais; além
disso, também permite a regularização das áreas de preservação permanente e/ou reserva legal; ii)
suspensão de sanções; iii) obtenção de crédito agrícola; iv) contratação do seguro agrícola; v) dedução das
áreas de preservação permanente, de reserva legal e de uso restrito; vi) linhas de financiamento
específicas e vii) isenção de impostos para os principais insumos e equipamentos (BRASIL, 2012).
36
Tabela 5. Valores médios dos scores fatoriais de cada cluster
Cluster N %
Fatores
F1
Econômico
F2
Social
F3
Ambiental
1
2
3
Total
16
118
19
153
10,46
77, 12
12,42
100
1,03a
-0,02c
0,73b
-
1,95a
-0,49c
1,41b
-
-0,31b
-0,10b
0,91a
-
Letras distintas nas colunas indicam diferença (p<0,05) para o teste de Tukey.
A dispersão dos SPL (Figura 1 e 2) divididos em quatro clusters, lembrando que
as linhas pontilhadas representam as médias das respectivas variáveis. Os valores estão
padronizados de tal modo que a média é zero e a distância entre as observações é
calculada em termos de desvio padrão. O cluster 1 localiza-se integralmente no
quadrante superior direito e agrupa os SPL com ações para o fator econômico e social
acima da média. O cluster 2, por sua vez, apresenta-se distribuído no quadrante inferior,
sendo que no quadrante inferior esquerdo estão os SPL abaixo da média para os fatores
econômico e social e no quadrante inferior direito, os SPL acima da média para o fator
econômico, porém fracamente adequados para o fator social. O cluster 3, em sua
maioria localizado no quadrante superior esquerdo, agrupa os SPL acima da média para
o fator social, mas com entraves para o fator econômico (Figura 1).
37
Figura 1: Dispersão dos SPL frente aos Fatores 1 e 2
Para a dispersão dos SPL para o fator econômico e ambiental, observou uma
distribuição homogênea dos SPL, uma vez que a variância explicada foi menor para os
fatores social e ambiental dos SPL verificados (Tabela 2) e justifica a dispersão.
O cluster 1 localiza-se em sua maioria no quadrante inferior direito e agrupa os SPL
com ações para o fator econômico acima da média e com entraves importantes para o
fator ambiental. O cluster 2, por sua vez, apresenta-se distribuído no quadrante inferior,
sendo que no quadrante inferior esquerdo estão os SPL abaixo da média para os fatores
econômico e ambiental e no quadrante inferior direito, os SPL acima da média para o
fator econômico, porém fracamente adequados para o fator ambiental. O cluster 3, em
sua maioria localizado no quadrante superior esquerdo, agrupa os SPL acima da média
para o fator econômico e ambiental (Figura 2).
-2
-1
0
1
2
3
4
-3 -2 -1 0 1 2 3
F2:S
oci
al
F1:econômico
1 2 3Cluster 1 Cluster 2 Cluster 3
38
Figura 2: Dispersão dos SPL frente aos Fatores 1 e 3.
Por assim, o Cluster 1 foi definido por SPL com maior grau de adequação para
os Fatores econômico e social, quando comparado com os demais clusters (p<0,05)
(Tabela 4 e Figuras 1 e 2). Esse resultado indica que o Cluster 1 é formado por SPL
com maior escala e volume de produção, maior número total de vacas e maior número
de vacas em lactação. Além disso, o Cluster 1 é formado por SPL que apresenta maior
produtividade por animal e por área (Tabela 4).
O Cluster 1 é também formado por SPL que adota melhor controle da produção
de leite e que realizam melhor gestão da atividade financeira quando comparados com
os SPL do Clusters 2 e 3 (Tabela 5).
Os SPL do Cluster 1 apresentam também maior participação de mão de obra
contratada e são formados por produtores rurais que respeitam de forma mais intensa,
questões sociais relacionadas ao descanso semanal e as férias anuais para seus
trabalhadores, quando comparado com os SPL dos Clusters 2 e 3 (Tabela 5). Sendo
assim, para os SPL do Cluster 1, as preocupações da sociedade sobre o impacto do
sistema produtivo para o bem-estar humano e animal, bem como a adaptação dos
animais ao ambiente projetado por seres humano e adequações das instalações para os
-3
-2,5
-2
-1,5
-1
-0,5
0
0,5
1
1,5
2
2,5
-3 -2 -1 0 1 2 3
F3:a
mb
ien
tal
F1:Econômico
1 2 3Cluster 2 Cluster 3 Cluster 1
39
trabalhadores que nela labutam são maiores e corroboram com os trabalhos de
SYDOROVYCH; WOSSINK (2008); VAN CALKER et al., (2005).
O fato dos SPL do Cluster 1 apresentarem melhor adequação frente às demandas
de mercado, volume e qualidade de leite produzido, conseguem, desta forma, um
melhor valor pelo litro de leite comercializado para a indústria e maior rentabilidade
com a atividade leiteira (DIAS-DA-SILVA, 2013; IPARDES, 2009).
O fato dos SPL do Cluster 1 se destacarem frente aos demais no Fator
Econômico, pode estar relacionado a um perfil de produtores consolidados na atividade
leiteira e classificados como “moderno convencional à moderno industrial” (OKANO,
2012).
Para o Fator ambiental, os SPL do Cluster 1 apresentaram menor grau de
adequação que os SPL do Cluster 3 (p<0,05), não sendo diferente dos SPL do Cluster 2
(p>0,05). Portanto, o Cluster 1, comparativamente ao Cluster 3, é formado por SPL
com menor emprego de ações para sustentabilidade ambiental, entre essas, aquelas que
resultam em melhores condições de pastagem e solo, práticas rotineiras de manejo de
pastagens, menor cumprimento de aspectos do Código Florestal e condições de
instalações para o bem-estar animal (Tabela 5 e Figuras 1 e 2).
Muito embora os SPL do Cluster 1 tenham obtido os melhores resultados para os
Fatores 1, 2 e 3, quando comparados com os SPL dos demais clusters, ações para
melhoria da sustentabilidade no fator mais crítico, F3, devem ser tomadas com
prioridade. Para os demais fatores, F1 e F2, mesmo que já se mostrem mais adequados,
deverá haver melhoria constante. É importante ressaltar também, que os SPL do Cluster
1 foram definidos pelo menor número SPL, 16, e que, portanto, representam uma
pequena parcela dos casos analisados (Tabela 5).
Entre os demais clusters, os SPL do Cluster 1 adotaram ações mais consistentes
em direção à sustentabilidade econômica, social e ambiental (Tabela 5 e Figuras 1 e 2).
Portanto, SPL do cluster 1 possuem melhor capacidade de sobrevivência no médio e
longo prazo, quando comparados aqueles dos clusters 2 e 3, e corroboram com os dados
de FARINA et al. (1997).
O Cluster 2 foi definido por SPL com valores médios negativos para os três
fatores. Além disso, SPL do Cluster 2 apresentou menor grau de adequação para o Fator
Econômico e Social (p<0,05) quando comparados com os SPL dos demais clusters
(Tabela 5).
40
Para o Fator Ambiental, os SPL do Cluster 2 apresentaram menor adequação
frente aqueles do Cluster 3 (p<0,05), não sendo diferente dos SPL do Cluster 1 (p>0,05)
(Tabela 5 e Figuras 1 e 2). Esses resultados indicam que a grande parte dos SPL
analisados, 77,12%, apresentou entraves importantes para a sustentabilidade econômica,
social e ambiental (Tabela 5).
Comparativamente aos demais clusters, os SPL do Cluster 2 foram aqueles que
promoveram com menor intensidade ações em direção à sustentabilidade econômica,
social e ambiental (Tabela 5 e Figuras 1 e 2). Portanto, o Cluster 2 é formado por SPL
com baixa possibilidade de sobrevivência no médio e longo prazo (FARINA et al.,
1997).
Para os SPL do Cluster 2, ações em direção a adequação econômica e social
devem ser tomadas com prioridade, além da adequação ambiental, afim de que haja
maiores chances de perenidade.
O Cluster 3 foi definido por SPL que apresentaram melhor adequação para os
Fatores Econômico e Social, quando comparado com os SPL do Cluster 2 (p<0,05) e
menor adequação para esses Fatores quando comparados com os SPL do Cluster 1
(p<0,05).
Para o Fator Ambiental, os SPL do Cluster 3 apresentaram melhor adequação
entre os grupos analisados (p<0,05) (Tabela 5 e Figuras 1 e 2); portanto, há para estes,
maior emprego de ações ambientais para a sustentabilidade. A maior restrição em
direção à sustentabilidade no médio e longo prazo, comparativamente ao Cluster 1 está
condicionada a ações de cunho econômico e social, havendo, portanto, para SPL deste
cluster, relativa capacidade de sobrevivência no médio e longo prazo.
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, propõe-se que ações para
melhoria da sustentabilidade econômica, social e ambiental dos SPL paranaenses sejam
definidas. Entre essas, ações para a introdução de manejos conservacionistas de solo
com adoção de práticas de pastejo e estudos dos efeitos das ações antrópicas
relacionadas ao manejo de pastagens. Outra ação para a melhoria da sustentabilidade
nos SPL paranaenses, deve estar relacionada à disseminação de informações sobre a
importância das práticas de sustentabilidade para a perenidade do sistema produtivo
leiteiro no médio e longo prazo.
Para melhoria da dimensão econômica, sugere-se ações de intensificação
produção leiteira e capacitação nas atividades de gestão do sistema produtivo.
41
O treinamento das pessoas envolvidas no processo produtivo da atividade
leiteira é fundamental para o desenvolvimento destes sistemas, com reflexos positivos
para toda a cadeia produtiva do leite (REIS FILHO; SILVA, 2013).
Os resultados indicam a aceitação da hipótese proposta neste trabalho. Portanto,
a adoção de ações por parte dos produtores em seus SPL constitui uma forma de
adequação para uma produção sustentável, sendo a sustentabilidade dos SPL
dependente das ações de seus gestores: os produtores rurais.
Neste sentido, o papel das instituições de assistência técnica, a exemplo da
EMATER é fundamental. Além disso, ações privadas, principalmente aquelas
provenientes da indústria, formadora de preços e em contato mais direto com as
demandas do mercado, poderão resultar em maior sustentabilidade no médio e longo
prazo para os sistemas produtivos leiteiros analisados.
4. Conclusão
A adequação socioambiental dos sistemas produtivos leiteiros paranaenses, dada
às ações tomadas por seus gestores, é heterogênea.
Entre os aspectos da sustentabilidade, a questão ambiental, seguida da social e
econômica foram as mais críticas para a sustentabilidade dos sistemas produtivos
leiteiros analisados. Sendo assim, muito provavelmente grande parte dos SPL
analisados possui baixa capacidade de sobrevivência no médio e longo prazo.
E qual é o problema de agrupar casos diferentes sob a mesma categoria?
Fundamentalmente, perde-se poder de sensibilidade analítica. Ou seja, a variável de
interesse perde a sua capacidade explicativa em relação a outras variáveis. Isto porque
se o pesquisador acredita que melhores ações sustentáveis tendem a promover uma
maior perenidade dos SPL, a classificação inadequada dos fatores vai influenciar
negativamente a capacidade de encontrar o efeito esperado, pelo fato de não possuírem
poder discriminatório.
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ZEN, S. DE et al. Pecuária De Corte Brasileira : Impactos Ambientais E Emissões De
Gases Efeito Estufa ( Gee ). Sociologia, p. 1–6, 2008.
IV. SUSTENTABILIDADE DE SISTEMAS PRODUTIVOS LEITEIROS
PARANAENSES DIFERENTES ESCALAS DE PRODUÇÃO14
SUSTAINABILITY OF DAIRY PRODUCTION SYSTEMS OF PARANÁ IN
DIFFERENT SCALES OF PRODUCTION
RESUMO - O objetivo proposto neste artigo foi analisar sistemas produtivos
leiteiros Paraná, a partir de ações de sustentabilidade tomadas por produtores rurais,
com diferentes escalas de produção. Foram elaborados e aplicados 153 questionários
semiestruturados junto a sistemas produtivos leiteiros no Estado do Paraná. Os
questionários contemplaram variáveis de caracterização geral dos SPL, características
socioeconômicas dos produtores rurais e as ações tomadas por estes, frente às questões
de sustentabilidade, ambiental, social e econômica. Em uma primeira etapa, foram
realizadas análises descritivas, média e frequência, das características gerais dos SPL
analisados. Em etapa seguinte, a partir da variável “produção diária de leite” os SPL
foram estratificados em três grupos, pequeno, com produção de até 50 litros de leite/dia;
médio, com produção entre 51 e 250 litros de leite/dia e grande, com produções acima
de 251 litros de leite/dia. Em seguida, a partir de 19 variáveis que caracterizam as ações
para adequação socioambiental dos SPL empregou-se a Análise Fatorial Comum
(AFC). Três fatores foram definidos, F1: econômico; F2: social e F3: ambiental. A
partir da estratificação dos SPL, segundo a produção diária de leite, e do valor dos
scores fatoriais, os grupos foram comparados. Para tanto, foi utilizada técnica de
ANOVA e o Teste de Tukey com intervalo de confiança de 95%. Foram encontradas
diferenças (p<0,05) para o fator econômico, social e ambiental entre os sistemas
produtivos leiteiros com diferentes escalas de produção. Os SPL de maiores escalas
mostraram-se mais adequados para os fatores econômico, social e ambiental, seguidos
de SPL com escala média de produção, melhores adequados para os fatores econômico
e ambiental quando comparados aos SPL de escala pequena.
Palavras-chave: Desenvolvimento, Volume de produção; Tipologia
14
Artigo formatado em acordo com as normas da revista Semina: Ciências Agrárias (E-ISSN 1679-0359)
47
ABSTRACT – The objective of this article was to analyze Paraná dairy
production systems, based on sustainability actions taken by rural producers, with
different production scales. A total of 153 semi-structured questionnaires were prepared
and applied to dairy production systems in the State of Paraná. The questionnaires
included variables of general DPS characterization, socioeconomic characteristics of
rural producers and the actions taken by them, in the face of sustainability,
environmental, social and economic issues. In a first step, descriptive analyzes, average
and frequency, of the general characteristics of the analyzed DPS were performed. In
the next step, from the variable "daily milk production", DPS were stratified into three
groups: small, with production of up to 50 liters of milk / day; Medium, with production
between 51 and 250 liters of milk / day and large, with productions above 251 liters of
milk / day. Then, from 19 variables that characterize the actions for socio-
environmental adequacy of DPS, the Common Factor Analysis (CFA) was used. Three
factors were defined, F1: economic; F2: social and F3: environmental. From the
stratification of the DPS, according to the daily milk production, and the value of the
factorial scores, the groups were compared. For that, we used ANOVA technique and
the Tukey test with 95% confidence interval. Differences (p <0.05) were found for the
economic, social and environmental factors among dairy production systems with
different production scales. The DPSs of larger scales were more adequate for
economic, social and environmental factors, followed by DPS with average scale of
production, better suited for economic and environmental factors when compared to
small scale DPSs.
Keywords: Development, Production Volume; Typology
48
1. Introdução
A discussão sobre novos modelos de produção agropecuária têm sido
incentivada (BERRE et al., 2015; SAFA, 2013; RODRIGUES; BUSCHINELLI;
AVILA, 2010; RODRIGUES et al., 2006; AVILA et al., 2005), sendo estas discussões
essenciais para a manutenção de sistemas produtivos no médio e longo prazo. Busca-se
a partir de novos modelos de produção, maior adequação organizacional e produtiva em
direção à sustentabilidade socioeconômica e ambiental (MUNCK; BORIM, 2009, 2012;
MONTIBELLER, 2007; CMMAD, 1991).
A adequação socioeconômica e ambiental dos sistemas produtivos agropecuários
é resultado de decisões tomadas por seus gestores, produtores rurais, a partir de suas
percepções internas e externas do sistema. Entre as interações internas ao sistema,
destacam-se aquelas relativas à escala de produção; tipo do sistema produtivo; uso da
terra e tecnologia empregada. Ao passo que as externas ao sistema, estão relacionadas
às demandas institucionais, Leis, e aquelas de mercado e da sociedade. Desta forma, as
ações tomadas pelo produtor rural em seus sistemas produtivos refletem, ao menos em
parte, ao direcionamento do sistema e à interação deste com o meio externo no médio e
longo prazo (RAMOS, 2011; DARNHOFER et al., 2009).
Diversos trabalhos têm analisado os impactos socioambientais em sistemas de
produção animal (PERES; JOSAHKIAN, 2010; RODRIGUES; BUSCHINELLI;
RIVERO et al., 2009; BALSAN, 2006; AVILA et al., 2005). Parte destes relaciona os
impactos dos sistemas a partir do volume ou escala de produção, tecnologias
empregadas e produtividade por área ou por animal.
Neste contexto, para as diversas cadeias produtivas do agronegócio brasileiro, a
adequação socioambiental de atividades produtivas se mostram urgentes,
principalmente em decorrência da dimensão e importância econômica e social do
agronegócio brasileiro (BÁNKUTI et al., 2014a) .
O agronegócio brasileiro se destaca no cenário mundial. O Brasil está entre os
mais importantes produtores e exportadores de grãos e do complexo carnes (OCDE;
FAO, 2015). Na produção de leite, o Brasil também ocupa importante posição
destacando-se como o quinto maior produtor (OCDE; FAO, 2015).
49
Entre os estados brasileiros, o Paraná se destaca na produção de leite. Em 2015,
com rebanho de 2,5 milhões de cabeças, foram produzidos neste Estado, 4,6 bilhões de
litros de leite, 12,9%, da produção nacional (IBGE, 2015). O Estado do Paraná também
se destaca, por ser o estado brasileiro com maior eficiência na utilização da mão de obra
para a produção de leite, 838 litros de leite/homem/dia (CEPEA-ESALQ/USP, 2010).
Além disso, o Paraná abriga importantes bacias leiteiras no Brasil, localizadas nas
regiões Sudoeste, Oeste e Centro Oriental do Estado (SEAB/DERAL, 2014). Importante
ressaltar que grande parte, 61,15% dos Sistemas Produtivos Leiteiros (SPL) paranaenses
são considerados de pequeno porte e que estes, respondem por 14,75% da produção de
leite neste estado (IPARDES, 2009).
Para uma produção agropecuária sustentável, o principal desafio é conciliar
decisões políticas aos aspectos econômicos, sociais e ambientais (SAMBUICHI et al.,
2012). Para tanto, é importante levantar indicadores que possam ser utilizados como
parâmetros para medir o desenvolvimento econômico, social e ambiental de
propriedades rurais (CYRNE et al., 2015), uma vez que, esses indicadores apontam a
direção de adequações prioritárias e fornecem elementos para a construção de
estratégias políticas e de planejamento para um desenvolvimento sustentável
(VERONA, 2008).
Sob o aspecto econômico, é possível avaliar o lucro líquido ou outro indicador
financeiro que seja representativo (SIMMONS, 2008). Os indicadores econômicos,
representam a capacidade do sistema de produção ter continuidade mesmo diante de
oscilações de mercado (SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008; VAN CALKER et al.,
2005)
Para os indicadores sociais, é possível incluir a responsabilidade entre
produtores, consumidores e membros da sociedade civil (SIMMONS, 2008) com o
fornecimento de produtos seguros e em quantidades adequadas. Outros indicadores
sociais mensuráveis estão relacionados à geração de empregos nas comunidades locais e
o benefício do trabalho em ambientes seguros, confortáveis e em respeito às leis
trabalhistas (SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008; VAN CALKER et al., 2005).
Os indicadores sociais representam fator fundamental para a manutenção das
empresas nos mercados atuais, e podem ser determinantes para o reconhecimento da
produção leiteira na preservação da biodiversidade e na promoção do equilíbrio social
(MARTINS et al., 2015). Além disso, indicadores sociais podem auxiliar em estratégias
de agregação de valor (REDIN, 2015).
50
Sob a ótica ambiental, os indicadores estão voltados para a análise de impactos
da produção na saúde do ecossistema, entre esses, aqueles relacionados à saúde
ecológica do solo, em torno dos recursos hídricos; a qualidade do ar; a integridade da
atmosfera; plantas e animais (SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008).
Sob o aspecto de adequação ambiental dos sistemas agropecuários, o Novo
Código Florestal (BRASIL, 2012) foi desenvolvido no Brasil, a fim de regularizar e
controlar as áreas de matas no país, por meio de dois mecanismos importantes voltados
à regularização do uso da terra: Área de Preservação Permanente (APP) e a Reserva
Legal (RL) (SAMBUICHI et al., 2012). Além disso, como instrumento de regularização
ambiental das propriedades rurais, no Novo Código Florestal foi instituído o Cadastro
Ambiental Rural (CAR) (SAMBUICHI et al., 2012).
Dada à dimensão e às características dos sistemas agropecuários, a adequação
socioambiental das atividades produtivas tem-se tornado um grande desafio (BÁNKUTI
et al., 2014a).
Alguns estudos têm relacionado a modernização dos setores agropecuários com
o desequilíbrio social e com o aumento de impactos negativos ao meio ambiente e a
sociedade (RIVERO et al., 2009; BALSAN, 2006; ARIMA; BARRETO; BRITO, 2005;
FERREIRA; VENTICINQUE; ALMEIDA, 2005; SILVA, 1990). Entretanto, outro
conjunto de trabalhos demonstrou que sistemas produtivos leiteiros (SPL) com maior
produtividade por animal reduzem as emissões totais de Gases de Efeito Estufa (GEE)
por litro de leite produzido (OLIVEIRA; AGOSTINHO, 2013; HAGEMANN et al.,
2011; PERES; JOSAHKIAN, 2010; CASEY; HOLDEN, 2005); resultando, portanto,
em melhor desempenho energético-ambiental; maior oferta de leite no mercado
(OLIVEIRA; AGOSTINHO, 2013) e maior sustentabilidade econômica (OLIVEIRA;
AGOSTINHO, 2013; HAGEMANN et al., 2011; CASEY; HOLDEN, 2005).
Interessa notar que o volume de leite produzido no sistema produtivo é variável
indicativa do preço recebido pelo produtor rural na comercialização do leite ( PARRÉ;
BÁNKUTI; ZANMARIA, 2011; JANK; GALAN, 1998), e que também está associada
ao grau de tecnologia utilizado na produção; tamanho de área do sistema produtivo;
acesso a recursos; (PARRÉ; BÁNKUTI; ZANMARIA, 2011) e ao grau de controle
produtivo SPL (IPARDES, 2009). Soma-se a este fato, a possibilidade do volume de
51
produção de leite estar relacionado com a pegada de carbono15
por litro de leite (DIAS-
DA-SILVA, 2013; OLIVEIRA; AGOSTINHO, 2013; HAGEMANN et al., 2011).
Diante de um conjunto de resultados e de diferentes variáveis utilizadas para
avaliar o impacto socioambiental e econômico da atividade leiteira, não é trivial afirmar
que um ou outro sistema é menos impactante, porém avaliar a condição de que SPL
com menor escala de produção tendem a desaparecer mediante as ações tomadas por
seus gestores em um ambiente de competitividade, denota problemas de gestão social,
clandestinidade e informalidade na produção leiteira.
Diante deste contexto, o objetivo proposto neste artigo foi analisar sistemas
produtivos leiteiros em regiões do Paraná, a partir de ações de sustentabilidade tomadas
por produtores rurais, com diferentes escalas de produção.
Parte-se da hipótese de que as diferentes escalas produtivas dos SPL promovem
ações de sustentabilidade distintas entre os SPL.
2. Materiais e métodos
Este estudo foi realizado em 153 sistemas produtivos leiteiros, localizados em
três Regiões do Paraná: Oeste, Sudoeste e Norte Central, definidas por sua importância
na produção de leite (IBGE, 2015), bem como pela heterogeneidade dos SPL nestas
presentes (BRITO et al., 2015).
A amostragem foi realizada de forma aleatória, a partir de lista de contatos
fornecidas pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER,
laticínios e prefeituras nas regiões analisadas. Os questionários semiestruturados foram
aplicados individualmente, face a face com os produtores de leite (SCHLECHT;
SPILLER, 2012).
O questionário foi elaborado a partir de dois blocos principais de questões. O
primeiro bloco contemplou questões abertas, com respostas métricas ou qualitativas
sobre as características gerais dos SPL e do produtor rural. O segundo bloco foi
formado por questões fechadas e com respostas do tipo dicotômicas ou ordinais, sobre
as ações tomadas pelos produtores rurais frente a aspectos de sustentabilidade
ambiental, social e econômica do sistema produtivo leiteiro.
15
Pegada de Carbono: mede a quantidade de dióxido de carbono produzida diariamente e a forma como
essas emissões de gás influenciam o meio ambiente.
52
Para as questões fechadas com respostas ordinais, utilizou-se de escala do tipo
Likert (LIKERT, 1932), com gradação entre 0 a 10 (PRIZON, 2015; LIMA;
OLIVEIRA; SANTANA, 2013; SCHLECHT; SPILLER, 2012). A utilização desta
escala facilita o julgamento do entrevistado (LIMA; OLIVEIRA; SANTANA, 2013). A
nota zero (0) representou não adoção de ações para a sustentabilidade no SPL por parte
do produtor rural; a nota cinco (5) representou a adoção de ações intermediárias pelo
produtor rural; e a nota dez (10) representou a melhor ação possível, em direção à
sustentabilidade do SPL, segundo percepção do produtor rural.
A análise dos dados foi feita a partir do software Statistical Package for Social
Science - SPSS versão 18.
Incialmente, foram realizadas análises de estatística descritiva sobre as
características gerais dos SPL analisados e de seus tomadores de decisão, produtores
rurais. Em etapa seguinte, a partir da variável “produção diária de leite” os SPL foram
divididos em três grupos, pequenos, com produção de até 50 litros de leite/dia; médio,
com produção entre 51 e 250 litros de leite/dia e grande, com produções acima de 251
litros de leite/dia (IPARDES, 2009). Dessa forma, a estratificação da entrega de leite em
uma central de beneficiamento pode determinar o impacto no volume total de leite
captado (JANK et al, 1999).
Em seguida, a partir de 19 variáveis que caracterizaram as ações econômicas,
sociais e ambientais dos SPL empregou-se a Análise Fatorial Comum (AFC) (Quadro
1).
53
Quadro 1. Variáveis utilizadas na análise.
Variável
Respostas Tipo
Descrição
Produção diária leite (litros/leite/dia) Valor absoluto Métrica
Número total de animais (cabeças) Valor absoluto Métrica
Número vacas em lactação (cabeças) Valor absoluto Métrica
Produtividade de leite (litro de leite/vaca/dia) Valor absoluto Métrica
Produtividade de leite por área (litros/ha) Valor absoluto Métrica
Fichas individuais para controle dos animais Valor numérico Ordinal
Forma de controle da produção de leite Valor numérico Ordinal
Adoção de gestão financeira da atividade
leiteira Valor numérico Ordinal
Porcentagem de mão de obra familiar Valor numérico Métrica
Folga semanal 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Férias anuais 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Condição da pastagem Valor numérico Ordinal
Condição do solo Valor numérico Ordinal
Manejo da pastagem Valor numérico Ordinal
Ações frente ao novo código florestal Valor numérico Ordinal
Condição das instalações para os animais
Necessidade de mata ciliar 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Possuem nascentes na propriedade 1- Não
2- Sim Dicotômicas
Qual a importância da preservação ambiental
para a produção de leite Valor numérico Ordinal
Para AFC, utilizou-se como método de extração os componentes principais,
rotação do tipo Varimax16
, normalização de Kaiser Meyer Olkin (KMO)17
e Teste de
16
A finalidade desta rotação é maximizar a projeção da variação (ou variância) sobre um conjunto de
eixos ortogonais (componentes principais).
54
esfericidade de Bartlett18
(SMITH; MOREIRA; LATRILLE, 2002; LEBART, 2000).
Foram suprimidas variáveis que possuíam baixa e média carga fatorial19
(FÁVERO et
al., 2009). Para escolha do número de fatores, foi utilizado o critério de Kaiser Meyer
Olkin (FÁVERO et al., 2009; HAIR et al., 2009)20
. Os fatores gerados foram
classificados de acordo com as variáveis que os definiram, sendo estas variáveis de
distribuição normal (CAMPOS; BRAGA, 2015; CURADO; TELES; MARÔCO, 2013;
LIMA, 2006; STEVENS, 2001; TUPY; SHIROTA, 1998).
A partir da estratificação dos SPL, e do valor dos scores fatoriais, definidos pela
AFC, foi utilizada ANOVA21
, seguido de teste Tukey. Desta maneira, pôde-se analisar
os diferentes ações de adequação socioambiental para os distintos estratos de SPL
(YABE et al., 2015).
3. Resultado e discussão
Para as particularidades gerais dos SPL avaliados, observou-se área média de
propriedade de 47,9 hectares número médio de vacas leiteiras de 42 cabeças, número
médio de vacas em lactação de 22 cabeças e produção média de leite de 13,58
litros/vaca/dia.
A partir de 19 variáveis coletadas junto aos SPL, foi realizada a análise fatorial
comum. Entretanto, apenas 16 variáveis foram utilizadas, já que as demais apresentaram
correlação inferior a 0,522
(FÁVERO et al., 2009). A análise fatorial comum com as 16
17
De acordo com FÁVERO et al. (2009)
o teste de KMO verifica a adequação da amostra em relação ao
grau de correção parcial entre as variáveis. Valor de KMO próximo a 0 indica que a análise fatorial não é
adequada para análise das variáveis, por haver correlação baixa entre essas. Quanto mais próximo de 1,
mais adequada é a utilização da técnica, não sendo indicados valores inferiores a 0,5.
18 O teste de esfericidade de Bartlett verifica a existência de uma matriz identidade, ou seja, quando não
há correlação entre os dados analisados (p<0,05)(HAIR JR et al., 1998)
.
19 Fávero et al. (2009), consideram a seguinte classificação para a carga fatorial de um fator: (a) baixa
carga fatorial, valores iguais ou inferiores a 0,30; (b) média carga fatorial, valores iguais ou inferiores a
0,40 e alta carga fatorial, valores iguais ou superiores a 0,50.
20 De acordo com os autores, a escolha do número de fatores pode ser auxiliada por 4 critérios e que,
cabe ao pesquisador adotar o tipo de critério. Os critérios que podem ser utilizados são: Teste de Kaiser
(KMO), Critério a priori, Critério de porcentagem de variância e, critério do gráfico Scree. Os parâmetros
para KMO diante de análise fatorial sugere: 1-0,9: muito boa; 0,8-0,9: boa; 0,7-0,8: média; 0,6-0,7:
razoável; 0,5-0,6: má e >0,5: inaceitável
21 No caso de três ou mais amostras de populações independentes, a comparação de valores médios pode
ser feita através da Análise de Variância, desde que, a variável aleatória tenha distribuição normal em
cada uma das populações (grupos) (TORMAN; COSTER; RIBOLDI, 2012)
.
22 Variáveis que apresentaram correlação inferior a 0,5:
Necessidade de mata ciliar: Sim ou Não
Possui nascentes na propriedade: Sim ou Não
Qual a importância da preservação ambiental para a produção de leite: 0 a 10.
55
variáveis, resultaram no valor de KMO de 0,814, e no teste de Bartlett com valor igual a
0,00; indicando adequação das variáveis ao método utilizado23
(FÁVERO et al., 2009).
Os valores da Medida de Adequação da Amostra (MAS)24
foram próximos de um em
todas as variáveis analisadas, indicando a possibilidade de uso destas na análise fatorial.
Esse resultado indica a possibilidade de uso dessas variáveis na análise fatorial.
Os resultados apresentados na Tabela 1 indicam que os três fatores explicaram 63,71%
da variância total entre os 153 SPL (Tabela 1), o que satisfaz o critério mínimo
(BAROSO; ARTES, 2003). Ainda, o teste do “scree plot,” consiste na observação do
gráfico dos eigenvalues, no qual é apresentado o número de dimensões (eixo x) e seus
eigenvalues correspondentes (eixo-y), é possível observar quais fatores apresentam
maiores eigenvalues, sendo, portanto, responsáveis por uma maior variância explicada
(HAIR, 2009). Portanto, apenas os três principais fatores foram mantidos.
Tabela 1. Variação total explicada.
Fatores Valores próprios iniciais
Total % de variação % cumulativa
F1 6,357 39,733 39,733
F2 2,285 14,280 54,012
F3 1,552 9,698 63,711
F4 1,097 6,854 70,564
F5 0,811 5,070 75,635
F6 0,781 4,879 80,514
F7 0,640 4,000 84,514
F8 0,551 3,442 87,956
F9 0,434 2,714 90,670
F10 0,384 2,397 93,067
F11 0,291 1,816 94,883
23
Variáveis que apresentaram correlação inferior a 0,5:
Necessidade de mata ciliar: Sim ou Não
Presença de nascentes na propriedade: Sim ou Não
Importância da preservação ambiental para a produção de leite: 0 a 10 24
Medida de Adequação da Amostra ou Measure of Sampling Adequacy (MAS) é uma forma similar à
estatística KMO, em que se inclui apenas os coeficientes em que se deseja analisar. Os valores de MAS
devem ser avaliados individualmente e, quanto maior forem, próximos de 1, na diagonal principal, melhor
sua utilização na análise fatorial.
56
F12 0,269 1,679 96,561
F13 0,209 1,306 97,868
F14 0,147 0,919 98,787
F15 0,141 0,881 99,669
F16 0,053 0,331 100,000
A maior variância foi explicada pelo Fator 1, (39,73%), portanto este é o fator
que mais diferencia os 153 SPL, seguido pelo Fator 2 (14,28%) e Fator 3 (9,69%)
(Tabela 1).
As variáveis que definiram cada um destes três fatores e que deram origem à sua
denominação são apresentadas na Tabela 2.
O Fator 1 (F1) foi definido pelas variáveis: produção de leite (litros/dia); número
total de vacas (cabeças); número de vacas em lactação (cabeças); produtividade de leite
(litros de leite/vaca/dia); produtividade de leite por área (litros/ha); fichas individuais
para controle dos animais; forma de controle da produção de leite e adoção de gestão
financeira da atividade leiteira (Tabela 2). Por ter sido formado tipicamente por
variáveis de caráter produtivo e econômico, F1 foi denominado como “Econômico”.
O Fator 2 (F2), foi definido pelas variáveis: porcentagem de mão de obra
familiar; folga semanal e férias anual. Dada às características destas variáveis, F2 foi
denominado por “Social” (Tabela 2).
O Fator 3 (F3) por sua vez, formado pelas variáveis: condição das pastagens;
condição do solo; manejo da pastagem; conhecimento sobre o novo código florestal e
condições das instalações para os animais. Desta forma, F3 foi denominado por
“Ambiental” (Tabela 2).
57
Tabela 2. Carga fatorial para definição de fatores25
.
Fatores
Variáveis (F1)
Econômico
(F2)
Social
(F3)
Ambiental
Produção diária leite (litros/leite/dia) 0,81 0,47 0,04
Número total de animais (cabeças) 0,65 0,58 -0,18
Número vacas em lactação (cabeças) 0,65 0,57 -0,03
Produtividade de leite (litros/vaca/dia) 0,78 0,04 0,24
Produtividade de leite por área (litros/ha) 0,75 -0,20 0,17
Fichas individuais para controle dos animais 0,63 0,17 0,36
Forma de controle da produção de leite 0,63 0,19 0,44
Adoção de gestão financeira da atividade leiteira 0,54 0,05 0,44
Folga semanal 0,19 0,75 0,22
Férias anuais 0,02 0,89 0,14
Condição da pastagem 0,47 0,04 0,57
Condição do solo 0,38 0,17 0,52
Manejo da pastagem 0,26 0,19 0,73
Porcentagem de mão de obra familiar -0,03 -0,89 -0,13
Conhecimento sobre o novo código florestal 0,04 -0,05 0,63
Condição das instalações para os animais -0,02 0,40 0,60
A adequação econômica é condição decisiva para a manutenção de atividades
produtivas no médio e longo prazo (SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008). A adequação
econômica dos SPL está relacionada com características produtivas e de produtividade
nos SPL (REIS FILHO; SILVA, 2013; IPARDES, 2009). Desta forma, a adequação
econômica está também diretamente relacionada com o volume de leite produzido no
SPL e consequentemente, com o número total de animais e com o número total de vacas
lactantes. O volume de leite produzido representa o principal critério para definição do
preço a ser pago pela indústria; representando, portanto, o poder de negociação do
produtor rural nas transações com o leite (SCHEBELESKI; BÁNKUTI, 2016; REIS
FILHO; SILVA, 2013; SIMMONS, 2008).
25
Método de extração: Análise Componente principal. Método de rotação: Varimax com normalização de
Kaiser. a. Rotação convergida em 7 iterações.
58
O componente ambiental representa condição legal para existência e
permanência da atividade leiteira nos diversos mercados. O não cumprimento destes
aspectos, por exemplo, previstos no Novo Código Florestal, pode significar maior
dificuldade de acesso ao crédito, interrupção da atividade produtiva, pagamento de
multas entre outros (MAIA et al., 2009).
A adequação social é fator fundamental para a manutenção das firmas/empresas
nos mercados atuais, seja por meio da sucessão familiar, com a possibilidade buscar
novas oportunidades, implementar mudanças e definir novos caminhos para a produção
leiteira; seja via reconhecimento da importância da produção leiteira como agente
preservador da biodiversidade e do ambiente, bem como promotor do equilíbrio social
(MARTINS et al., 2015). Efeitos positivos da responsabilidade social internos à
empresa refletem diretamente em sua sustentabilidade no médio e longo prazo. Soma-se
a esse fato, a possibilidade de incremento de produtividade, decorrente de maior
motivação de trabalhadores; melhoria das condições e qualidade de vida no ambiente de
trabalho (MARTINS et al., 2015; SOUZA; OLIVEIRA; SILVA JUNIOR, 2013) e a
maior possibilidade de acesso a mercados e agregação de valor ao leite, a partir de
elementos subjetivos, sociais, não estritamente econômicos (REDIN, 2015).
A estratificação dos SPL a partir da variável “produção diária de leite” definiu
três grupos (Tabela 3) e contestam com IPARDES (2009).
Tabela 3. Scores fatoriais médios para os grupos de sistemas produtivos leiteiros
segundo volume de produção de leite
Grupos/Escala N %
Fatores
F1
Econômico
F2
Social
F3
Ambiental
Pequena
Média
Grande
Total
16
73
64
153
10,45
47,77
41,83
100
-1,19c
-0,46b
0,82a
-
-0,11b*
-0,27b
0,34ª*
-
-0,90c
0,06b*
0,14ª*
-
Letras iguais nas colunas representam igualdade a 0,05; quando seguidas de *
representam igualdade a 0,10 (Tukey).
O cluster com produções de até 50 litros de leite por dia, classificado como
“pequena escala produtiva” foi formado por 16 SPL (10%); o segundo cluster, com
59
produções entre 51 e 250 litros de leite por dia foi classificado como “média escala
produtiva” e agregou 73 SPL (48%) e o terceiro, com produções superiores a 251 litros
de leite por dia foi classificado como “grande escala produtiva” e agregou 64 SPL
(42%) (Tabela 3). Dessa forma, a granelização, implícita no processo de refrigeração e
granel representou no médio prazo um forte impacto sobre o produtor não especializado
de leite, logo, SPL considerados pequenos são incapacitados em adquirir o menor
tanque de expansão de leite disponível no mercado (200 litros).
Para SPL de pequena escala produtiva, a granelização provocou o
desaparecimento de pelo menos um terço desses produtores de leite, confirmando o
perecimento do pequeno produtor de leite. Já os SPL de média escala produtiva, por
operarem com maiores custos de produção, abandonaram a atividade leiteira. E os SPL
com grande escala confirma a tendência de especialização dos produtores e corroboram
com trabalhos de JANK et al (1999).
Foram constatadas diferenças (p<0,05) para “Fator Econômico” entre os SPL de
pequena, média e grande escala produtiva (Tabela 3). Sistemas produtivos de maior
escala apresentaram melhores respostas para o Fator Econômico quando comparados
com aqueles de média e baixa escala produtiva (Tabela 3).
Há, portanto, para os SPL de grande escala produtiva, melhores ações em
direção à sustentabilidade econômica e corrobora com GEHLEN (2000) e ASSIS et al.
(2005), entre essas ações, tem-se aquelas voltadas à melhor gestão financeira da
atividade; melhor controle de informações zootécnicas; maior emprego de mão de obra
contratada, sendo portanto, ações cujas variáveis forma analisadas para formação dos
fatores (Tabela 2).
A melhor gestão da produção leiteira, juntamente com a maior escala de
produção, indicam maior possibilidade de sobrevivência no médio e longo prazo
(OAIGEN et al., 2013; JANK; GALAN, 1998;). Tais condições, estão também
relacionadas à melhor capacidade de barganha de preço junto a indústria de laticínios
(IPARDES, 2009). Além disso, significam também, redução de custos fixos da
atividade leiteira (JANK; GALAN, 1998) e se conjugam para compor a rentabilidade da
atividade (SABBAG; COSTA, 2015).
A bonificação no pagamento por quantidade e qualidade do leite é fator
estimulador de melhorias na produção, e, portanto, pode contribuir para a perenidade de
SPL (GONÇALVES et al., 2014). Para JANK et al. (1999), a melhor forma de
profissionalizar o produtor é o pagamento diferenciado. Sendo assim, a motivação do
60
agricultor é a chave para a compreensão das diferenças nas práticas de gestão e no
desempenho dos SPL (SOLANO et al. 2006). A economia em escala e a regularidade na
oferta, importantes no sistema agroindustrial do leite, uma vez que reduz com o número
de produtores não especializados evitando a clandestinidade (JANK et al, 1999).
Para o Fator Social, foram constatadas diferenças entre os SPL de grande e
média escala produtiva (p<0,05) e entre aqueles de média e pequena escala produtiva
(p<0,10) (Tabela 3).
Sistemas produtivos leiteiros de grande e pequena escala produtiva foram
aqueles que, respectivamente, realizaram com maior intensidade ações em direção à
sustentabilidade social do SPL. Esse resultado indica, que nestes SPL, há maior
sustentabilidade social.
Sistemas produtivos leiteiros de maior escala produtiva, tendem a adotar maior
percentual de mão de obra contratada (CAMARGO; OLIVEIRA, 2010). Sendo assim, a
adequação das condições trabalhistas é cumprida de forma mais adequada. Por outro
lado, sistemas produtivos leiteiros de menor escala produtiva, tendem a utilizar de
forma mais intensa a mão de obra familiar e serem mais flexíveis diante da necessidade
de alteração do processo produtivo (CAMARGO; OLIVEIRA, 2010).
Se, por um lado, constatou-se grande envolvimento de mão-de-obra familiar em
SPL de menor escala, por outro, pode-se verificar que no maior estrato de produção
diária de leite a mão-de-obra contratada assume importância. Esta é uma tendência
observada em trabalhos de IPARDES (2009), uma vez que a demanda de mais mão-de-
obra torna-se necessário mediante o volume de trabalho considerável das atividades de
manejo do rebanho em relação às diversas e específicas tarefas da produção leiteira. No
entanto, a adequação social é fator fundamental para a manutenção dos sistemas
produtivos, independente da escala nos mercados atuais, pois evidencia a possibilidade
de buscar novas oportunidades, implementar mudanças e definir novos caminhos para a
produção leiteira; seja via reconhecimento da importância da produção leiteira como
agente preservador da biodiversidade e do ambiente, como promotor do equilíbrio
social (MARTINS et al., 2015), e informando a sociedade, atualmente preocupada,
sobre o impacto do sistema produtivo no bem-estar de pessoas e animais
(SYDOROVYCH; WOSSINK, 2008; VAN CALKER et al., 2005).
Efeitos positivos da responsabilidade social internos à empresa refletem
diretamente em sua sustentabilidade no médio e longo prazo. Além disso, a adequação
social poderá resultar em maior produtividade do SPL, dada a maior motivação de
61
trabalhadores, melhoria das condições e qualidade de vida no ambiente de trabalho
(MARTINS et al., 2015; SOUZA; OLIVEIRA; SILVA JUNIOR, 2013). Somam-se a
essas, a maior possibilidade de acesso a mercados e de agregação de valor ao leite, a
partir de elementos subjetivos, sociais, não estritamente econômicos (REDIN, 2015).
Para o Fator Ambiental, foram constatadas diferenças entre SPL de pequeno,
médio e grande escalas produtivas (p<0,05) (Tabela 3). Sistemas produtivos leiteiros de
maior escala produtiva, adotam com mais intensidade ações em direção à
sustentabilidade ambiental do SPL.
A legislação ambiental é bastante rigorosa quanto ao cumprimento e muitos
agricultores têm dificuldades em cumpri-las. A busca por ações corretas no que diz
respeito às questões ambientais ocorrem devido: menor possibilidade de multas
ambientais; redução de custos; (c) a possibilidade de entrada em novos mercados;
incremento de receitas e maior valor para a marca (BÁNKUTI et al., 2014b).
A constatação de que os resultados ambientais, econômicos e sociais observados
nos SPL são construídos da relação de desempenho animal e das ações dos gestores dos
SPL também foi verificado por CHEVEREAU (2004), uma vez que diferentes escalas
de produção dos SPL, resultado das ações dos produtores, produziram resultados
diferentes para a sustentabilidade.
Na Tabela 4, é apresentado um resumo da tipologia dos SPL encontrados e
classificados de acordo com os tipos propostos por GEHLEN (2000); ASSIS et al.
(2005), caracterizados mediante sua forma de produção e exploração da diversidade dos
SPL.
62
Tabela 4. Resumo da tipologia dos grupos analisados
Grupo N % Tipologia observada
Condição no
mercado
Pequeno 16 10,45 Baixo emprego de técnicas produtivas de
controle da produção, Maior emprego e mão
de obra familiar; Entraves importantes para
atributos ambientais como condições do
solo, pastagem e das instalações para os
animais; Dificuldade de manejo da
pastagem; Baixo conhecimento sobre o
Novo Código Florestal.
Desaparecimento
do pequeno
produtor de leite
Médio 73 47,77 Deficiente em escala de produção de leite;
Entraves para atributos econômicos como
gestão financeira da atividade leiteira;
Controle da produção e das informações
zootécnicas; Entraves para os atributos
sociais entre esses folga e férias; Dificuldade
para adequação dos atributos ambientais
como instalação para os animais e
conhecimento do Novo Código Florestal.
Abandono da
atividade leiteira
Grande 64 41,83 Alta produtividade e escala para produção
de leite; Elevado controle da produção de
leite e das informações zootécnicas, melhor
gestão financeira; Melhor adequação social
(folga e férias); Maior contratação de mão-
de-obra; Melhor condição do solo e da
pastagem e Manejo da pastagem, Melhor
conhecimento sobre o Novo Código
Florestal e Melhores condições das
Instalações para os animais
Tendência de
especialização
dos produtores
leiteiros
Entre os SPL analisados, aqueles de maior escala são mais eficientes para os
fatores de sustentabilidade, apresentando no pilar econômico o diferencial para sua
permanência a médio e longo prazo. Em seguida, estão os SPL com média e pequena
escala de produção que somam a grande proporção dos SPL avaliados com grande
dificuldade para as questões socioambientais e econômicas. Estratégias de incremento
de produtividade e produção em larga escala têm levado a uma intensa exclusão social
no meio rural, eliminando agricultores com reduzidas posses de terra, baixa eficiência,
reduzida capacidade de desenvolvimento tecnológico e com limitações financeiras para
investir na atividade. Desta forma, estímulos governamentais e os investimentos
63
privados ainda são ineficientes para SPL de menor escala, uma vez que essas políticas
deveriam potencializar a produção especializada com produtividade competitiva.
Os resultados indicam aceitação da hipótese proposta neste trabalho. Portanto, as
diferentes escalas dos SPL analisados evidenciaram ações de sustentabilidade distintas
entre os mesmos.
4. Conclusão
O trabalho identificou que os aspectos econômicos representaram a maior
diferenciação entre os SPL. Assim, os SPL de maiores escalas, classificados como
grandes que somou o segundo maior conjunto de SPL, foi caracterizado por possuir alta
produtividade de leite; elevado controle da produção de leite e das informações
zootécnicas, melhor gestão financeira; melhor adequação social (folga e férias); maior
contratação de mão-de-obra; melhor condição do solo e da pastagem e manejo da
pastagem; melhor conhecimento sobre o Novo Código Florestal e ainda melhor
condições das instalações para os animais, são, portanto referência em comparações
com os demais grupos de escala. Deste modo, para esses SPL a busca pela
especialização é essencial para a perenidade da atividade. Os SPL de média escala, foi o
mais representativo em número do SPL e foi caracterizado por deficiente em escala de
produção de leite e com entraves para atributos econômicos, sociais e dificuldade para
adequação dos atributos ambientais. Para estes, SPL sugerem tecnificação e adequações
para os principais atributos de ações sustentáveis em seus SPL. E, os SPL de pequena
escala, com o menor conjunto de SPL, caracterizou-se por apresentar baixo emprego de
técnicas produtivas de controle da produção, maior emprego e mão de obra familiar;
entraves importantes para atributos ambientais como condições do solo, pastagem e das
instalações para os animais; dificuldade de manejo da pastagem; baixo conhecimento
sobre o Novo Código Florestal. Para estes, SPL sugerem melhorias para as dimensões
da sustentabilidade com acompanhamento técnico profissional.
É possível afirmar que, em termos de sustentabilidade socioambiental, o
desenvolvimento ainda é desigual no estado, sendo que as estruturas mais frágeis para a
sustentabilidade são também aquelas com maior representatividade, estando
centralizadas em SPL de pequena e média escala de produção.
64
Assim, as melhorias da dimensão econômica, como a variável de escala de
produção dos SPL, podem representar avanços na tomada de ações dos produtores no
que se refere a sustentabilidade.
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Evidence from a conjoint choice survey. Agricultural Systems, v. 98, n. 1, p. 10–20,
2008.
TORMAN, V. B. L.; COSTER, R.; RIBOLDI, J. Normalidade de variáveis: métodos de
verificação e comparação de alguns testes não-paramétricos por simulação. Revista
HCPA, v. 32, n. 2, p. 227–234, 2012.
TUPY, O.; SHIROTA, R. Eficiência econômica na produção de frango de corte 1.
Informações Econômicas, v. 28, n. 10, p. 25–40, 1998.
VAN CALKER, K. J. et al. Identifying and ranking attributes that determine
sustainability in Dutch dairy farming. Agriculture and Human Values, v. 22, n. 1, p.
53–63, 2005.
VERONA, L. A. F. Avaliação de sustentabilidade em agroecossistemas de base
familiar e em transição agroecológica na região sul do Rio Grande do Sul. Tese.
Programa de Pós- Graduação em Agronomia da Universidade Federal de Pelotas.
2008.193 p.
YABE, M. T. et al. Characteristics of milk production systems and feed strategies for
dairy cows in the North and Northwest of Paran?? State. Semina:Ciencias Agrarias, v.
36, n. 6, p. 4469–4479, 2015.
69
V. V. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da tipologia dos sistemas produtivos leiteiros paranaenses, frente à
sustentabilidade econômica, social e ambiental, e a análise mediante da adequação dos
mesmos para diferentes escalas de produção, possibilitou confirmar a heterogeneidade
existentes nestes sistemas em relação às ações para a sustentabilidade econômica, social
e ambiental. Também foi possível verificar que grande parte dos SPL analisados está
vulnerável para a sobrevivência no médio e longo prazo, sendo a questão ambiental a
mais problemática para a sustentabilidade, seguida da social e econômica.
Também ficou evidente, em termos de sustentabilidade, que as maiores
fragilidades do desenvolvimento estão centradas nos SPL de pequena e média escala de
produção. Desse modo, SPL com média e pequena escala de produção devem promover
melhores ajustes para as questões econômicas, sociais e ambientais, assim como para a
melhoria e competitividade desses produtores no Paraná.
Inicia-se no presente estudo, a discussão de um tema muito importante no
agronegócio brasileiro e abrem-se perspectivas diversas para novos estudos; entre esses,
aqueles voltados ao aprofundamento de metodologias para estudo da sustentabilidade de
SPL ou voltados à definição de estratégias de adequação dos SPL frente às questões de
sustentabilidade. Além daqueles voltados à conscientização dos principais líderes dos
sistemas produtivos leiteiros, os produtores rurais.
70
VI. APENDICE
QUESTIONÁRIO DO PROJETO DE PESQUISA
QUESTIONÁRIO SÓCIOAMBIENTAL PARA PRODUTORES DE LEITE -
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Responsável: Ferenc Istvan Bánkuti / Kellen Cristina Kuwahara
Data: Entrevistador:
Contato:
Dados da propriedade
1 Nome do produtor/entrevistado: 2. Cargo:
3 Telefone:
4 Endereço:
5
Tamanho da propriedade: (em hectares): 6. Área destinada à produção de
leite: (em hectares):
7
Produção de leite por dia: (média de 1 ano): 8. Quantidade total de vacas:
(média de 1 ano):
9
Quantidade de vacas lactando: (média de 1 ano): 10. Média de L/vaca/dia: (média de
1 ano):
AMBIENTAL
11
(*Fazer em casa a relação ÁREAxPRODUÇÃO para ver a utilização da área e
produtividade)
12 O que entende por sustentabilidade?
(Ex: Desconheço totalmente, já ouvi dizer mas não entendo muito bem, conheço os
termos e procuro aplicar...)
DEPOIS DA RESPOSTA, EXPLICAR O CONCEITO DA SUSTENTABILIDADE
(AMBIENTAL + ECONÔMICO + SOCIAL), E QUE ESSA PESQUISA É SOBRE
ESSE CONCEITO.
NAS PERGUNTAS QUE TEM "DE 0 A 10", FAZER A PERGUNTA, MARCAR A
71
RESPOSTA E DEPOIS A NOTA. EXEMPLO: "De 0 a 10, como está a adequação
da Reserva Legal? - A reserva não está vedada, NOTA 7" (EXPLICAR O PORQUÊ
DA NOTA...)
13
No seu conhecimento, quais são os problemas ambientais que a produção de leite
pode causar?
14 De 0 a 10, qual a importância da preservação ambiental na produção de leite?
15
De 0 a 10, como a propriedade está implantando ou pretende implantar ações para
melhorar a parte ambiental?
16 Quais ações?
17 De 0 a 10, qual o conhecimento das exigências do novo código florestal?
(0=desconheço totalmente. 10=Conheço todas as exigências que minha propriedade
deve seguir)
18 A propriedade possui Cadastro Ambiental Rural (CAR)?
19
DE 0 a 10, qual o seu conhecimento sobre o cadastramento ambiental rural
(CAR)?
20 De 0 a 10, como é o mapa da propriedade?
(0=Nenhum tipo de mapa. 10= Mapa totalmente detalhado, com indicação de piquetes,
APP, RL, rios e nascentes, com tamanhos identificados, desempenho das áreas
produtivas)
21 De 0 a 10, como está a adequação da área de preservação permanente (APP)?
(0=Não existe ainda, nem pretende adequar. 1=Abaixo da exigência. 5=Algumas
exigêcias ok. 7=Em implantação.10= totalmente adequada, vedada e recuperada)
22 Há necessidade de mata ciliar (em volta dos cursos de água)?
23 De 0 a 10, como está a adequação da área de mata ciliar?
(0=Não existe ainda, nem pretende adequar. 1=Abaixo da exigência. 5=Algumas
exigêcias ok. 7=Em implantação.10= totalmente adequada)
24 Há nascentes na propriedade?
25 De 0 a 10, como está a adequação das nascentes segundo o código florestal?
26
De 0 a 10, como está a adequação da reserva legal (RL)? (Na região é normalmente
20 % da propriedade)
(0=Não existe ainda, nem pretende adequar. 1=Abaixo da exigência. 5=Algumas
exigêcias ok. 7=Em implantação.10= totalmente adequada)
27 De 0 a 10, a área da propriedade é legalizada e documentada?
72
(0=Totalmente ilegal. 1=Parte ilegal. 5=Parte ilegal, em transição. 7=Legal, em
liberação. 10=Totalmente legal e registrada
28 Qual a fonte de água da propriedade para usos gerais e também para os animais?
29 De 0 a 10, possui Outorga (permissão de uso) da água?
(0=Nenhuma autorização. 5=Umas sim outras não. 10=Todas utilizadas são autorizadas
30
De 0 a 10, os recursos hídricos (rios, nascentes, lagos, águas subterrâneas...) estão
sendo conservados?
31 Qual a destinação das embalagens de agrotóxicos?
32 Qual a destinação das embalagens de medicamentos?
33 Qual a destinação do lixo comum?
34 Qual a destinação dos dejetos dos animais?
35 Qual a destinação das carcaças e resíduos de produção?
36 De 0 a 10, como é a adubação química?
(0=não realiza.1=realiza pouco sem análise de solo. 5=Realiza em qtde
insuficiente.7=Realiza com boa quantidade sem análise. 10=Com análise, qtde
adequada
37 De 0 a 10, como é a adubação com resíduos orgânicos?
(0=não realiza.1=realiza pouco sem análise de solo. 5=Realiza em qtde
insuficiente.7=Realiza com boa quantidade sem análise. 10=Com análise, qtde
adequada
38 De 0 a 10, em relação as pastagens. Como estão visualmente?
(0=Totalmente degradadas, baixa produção e muitas invasoras. 10=Não degradada,
altamente produtiva, sem invasoras.)
39
Com qual frequência a propriedade realiza queimadas nas pastagens ou
vegetações?
40 De 0 a 10, como está a preservação da fauna e flora nativa?
(0= Não há nenhum tipo de preservação, ocorre caça aos animais e extração ilegal. 10=
Fauna e flora nativa totalmente preservada, sendo proibido extração ilegal e caça
41 De 0 a 10, em relação aos solos. Como estão visualmente?
(0=Totalmente degradados com falhas e erosão. 1=Compactado, início de erosões e
com algumas falhas. 5= Parcialmente degradados. 7=Não degradado, média produção.
10=Muito bem conservado, sem características de degradação
42 De 0 a 10, como é o manejo da pastagem?
73
(0= Sem nenhum controle. 1=Contínuo, sem verificação de altura. 3= Contínuo, com
verificação de altura. 5=Rotacionado sem altura. 7=Rotacionado controlando altura.
10=Rotacionado controlando altura e produtividade.
43
Quais as principais dificuldades para melhorar a propriedade nas questões
ambientais?
(Ex: Acesso à informação, recursos financeiros, conhecimento técnico, mão de obra,
não tem tempo, não tem assistência técnica...)
ECONÔMICO (e qualidade do produto)
44
De 0 a 10, os animais possuem fichas individuais relatando histórico, vacinações,
manejos e medicações?
(0= Nenhuma ficha individual. 10= Todos animais fichados, com todas as informações
atualizadas constantemente
45 De 0 a 10, como é o controle da produção de leite individual?
(0= Nenhum tipo de controle leiteiro. 10= Controle leiteiro individual, todos os dias)
46 De 0 a 10, como é o controlado o leite a ser descartado (contaminado)?
(0= Não é feito nenhum controle. 10= Todo leite é controlado e anotado.)
47 Quantas vezes teve o leite devolvido pelo laticínio no ano?
48 De 0 a 10, como é o controle de compra/venda dos animais?
(0= Nenhum controle de venda ou entrada de novos animais é feito. 10= Todos os
animais do rebanho e os novos são controlados e anotados)
49
De 0 a 10, como é a participação em cooperativas e outros grupos, que podem
ajudar na melhoria da produção leiteira?
(0= Não participa de nada, nem tem interesse. 10= Participa com boa frequência
50 De 0 a 10, segue o calendário de vacinação obrigatória?
(0= Não segue o calendário de vacinação obrigatória. 10=Segue totalmente o calendário
de vacinação obrigatória)
51 De 0 a 10, como é o acesso a assistência técnica?
(0= Não tem acesso a nenhum tipo de assitência técnica. 3= Tem acesso, mas por
enquanto não utiliza nenhuma. 5= Tem acesso e utiliza poucas vezes. 10= Tem acesso
de várias formas a assistência técnica, e utiliza com boa frequência)
52
De 0 a 10, qual é o interesse em aumentar a assistência técnica (pública e
particular)?
53
De 0 a 10, qual seu conhecimento sobre a Instrução Normativa 62 (IN 62) , para
produção de leite? (CCS, CBT, COMPOSIÇÃO, )
(0=Desconheço totalmente. 10=Conheço todos as exigências)
54
Qual é a quantidade média do rebanho para CCS (Contagem de células
somáticas)?
74
55 Qual é a quantidade média do rebanho para CBT (Contagem bacteriana total)?
56 Como estão as características da composição do leite? Gordura, proteína...
57
De 0 a 10, segue as boas práticas na ordenha (pré e pós dipping, sequência da
ordenha, higiene dos equipamentos)?
(0=nenhuma das práticas é utilizada. 10=Seguimos todas as boas práticas de ordenha)
58 Como é realizada a ordenha? (Manual, mecânica)
59 Qual é a média de intervalo entre partos das vacas?
60 Qual a taxa de mortalidade dos bezerros?
61 Quais as outras fontes de renda além do leite?
62 Qual a porcentagem do leite na renda da família?
63 De 0 a 10, realiza controle econômico - entradas e saídas?
(0= não realiza nenhum tipo de controle econômico. 10= Realiza todos os controles de
econômicos, totalmente detalhados)
64 Qual o preço médio do litro do leite no ano?
65
Sabe qual é o custo de produção atual do seu leite? (Quanto custa para produzir 1
litro de leite)
66 De 0 a 10, como é a genética dos animais para produção de leite?
67
Participa de programas de incentivo? (Programas regionais/nacionais para
fortalecimento da produção rural)
68 Quais programas de incentivo participa?
69
De quanto em quanto tempo realiza treinamentos e cursos sobre a produção de
leite?
70 Está há quantos anos na atividade leiteira?
71
De 0 a 10, existe outros animais (cães, gatos...) ou pessoas não autorizadas no
momento da ordenha?
(0= sempre há acesso de outros animais na ordenha; 10= nenhuma pessoa não
autorizada, ou outros animais no momento da ordenha)
72
Quais as principais dificuldades para tornar a produção mais rentável
(economicamente)?
75
SOCIAL
73
De 0 a 10, como é a utilização dos E.P.I (equipamentos de proteção individual -
Luvas, botas, avental, boné/toca, vestimentas adequadas,) pelos funcionários e
pessoas envolvidas na produção?
(0=nenhum EPI é utilizado. 10=Todos os EPI são utilizados
74 De 0 a 10, como é a preocupação e instalações para o bem-estar animal?
(0= Não existe nenhuma preocupação com o bem estar dos animais. 10= Todas as
atividades são realizadas para o máximo bem estar dos animais
75
De 0 a 10, como é o acesso à sombra em todos os piquetes e na sala de espera da
ordenha?
0= Não há sombra em nenhum piquete, nem na sala. 5= Há sombra em metade dos
piquetes. 10=Todos os piquetes e sala com sombra de qualidade
76
De 0 a 10, As instalações são adequadas para o bem-estar e ergonomia do
ordenhador e demais funcionários da propriedade?
(0= Não há nenhuma preocupação com as instalação para o bem estar do ordenhador.
10= Todas as instalações são pensadas para o melhor bem estar e ergonomia dos
funcionários.
77
De 0 a 10, qual a frequência que participa de reuniões e associações voltadas para
o leite?
78 Qual a escolaridade das pessoas que estão envolvidas na atividade?
79
De 0 a 10, como é o incentivo aos funcionários para realizarem cursos, leituras,
estudos... ?
80
Como é realizado o acesso à informação sobre a produção de leite? (revistas,
técnicos, dias de campo...)
81 De 0 a 10, qual a satisfação com a atividade leiteira?
82
Como tem planejado o futuro na atividade? Pretende ampliar, investir, reduzir,
manter...
83 Qual é a idade do principal tomador de decisão da propriedade?
84 Como está planejando a sucessão familiar para atividade?
85 De 0 a 10, como está a adequação com a Legislação trabalhista?
86 Qual a porcentagem de mão de obra familiar e contratada?
87 De 0 a 10, todos trabalhadores são registrados?
76
88 Qual a idade dos trabalhadores aproximadamente?
89 Quantas horas são trabalhadas por trabalhador por semana?
90 Existe folga de 1 dia por semana para os funcionários?
91 Férias de 30 dias por ano?
92 Quantos acidentes de trabalho por ano por trabalhador ocorreram?
93 Quais acidentes de trabalho ocorreram?
94
Quantos dias sem trabalhar em um ano, devido a doenças, acidentes, lesão por
esforço (L.E.R.)?
95
Quais as principais dificuldades para tornar o sistema mais adequado
socialmente?
77
NORMAS DA REVISTA
Semina: Ciências Agrárias
Online Submissions
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WE RECOMMEND THAT AUTHORS THOROUGHLY CONSULT THE
GUIDELINES, SINCE PAPERS THAT ARE NOT PREPARED RIGOROUSLY
ACCORDING TO THE STANDARDS WILL NOT BE ACCEPTED.
After 02/19/2015, the submission fee for new articles will be R$ 100,00. If the article
is rejected, this fee will not be returned.
Articles submitted after 02/19/2015 that are accepted and approved for publication will
be subjected to a Publication Fee, adjusted according to the number of pages in the
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Up to 10 pages: R$ 300.00
From 11 to 15 pages: R$ 400.00
From 16 to 20 pages: R$ 500.00
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If the article is accepted for publication, the amount of R$ 100.00 paid for the
submission fee will not be deducted from the publication fee.
The proof of deposit should be scanned and annexed as a supplementary file in the
electronic system.
The deposit should be made in the name of the Instituto de Tecnologia e
Desenvolvimento Econômico e Social (ITEDES), CNPJ: 00.413.717/0001-65, in one of
the three bank accounts below:
Banco do Brasil (001)
Branch: 1212-2
Current account: 43509-0 - Brasil
Caixa Econômica Federal (104)
Branch: 3076
Current account: 0033-4
Transaction: 003 - Brasil
Itaú (341)
Branch: 3893
Current account: 29567-9 - Brasil
Editorial standards for publishing in Semina: Ciências Agrárias, Universidade
Estadual de Londrina (UEL)
78
Articles can be submitted in Portuguese or English, but will only be published in
English. Articles that are submitted in Portuguese, if accepted for publication, will have
to be translated into English.
Articles sent to the journal by march 31, 2014 and those that are still being
processed may be published in Portuguese; however, priority for publication will
be given to the articles that are translated into English.
All articles, after being accepted for publication, must be accompanied by a proof
certificate of translation or correction (as a supplementary file) from one of the
following translation services:
American Journal Experts
Editage
Elsevier
http://www.proof-reading-service.com
http://www.academic-editing-services.com/
http://www.publicase.com.br/formulario.asp
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The lead author must attach the document that provides evidence of this translation or
correction in the electronic system on the submission page in “Docs. Sup.”
COMMENTS:
1) Original manuscripts submitted for review are initially assessed by the Editorial
Committee of Semina: Ciências Agrárias. In this assessment, quality requirements for
publishing with the journal will be evaluated, such as scope of the article, suitability
with regard to the journal standards, quality of writing and theoretical foundation.
Additionally, it is also considered literature review update, consistency and accuracy of
the methodology, contribution of the results, discussion of the data observed in the
study, table and figure depiction, and originality and consistency of conclusions.
If the number of submitted manuscripts exceeds the assessment and publication capacity
of Semina: Ciências Agrárias, a comparison between submissions will be made, and the
works considered to have the highest contribution potential to scientific knowledge will
be directed to ad hoc advisors. The manuscripts that are not approved by these criteria
are archived, whereas the remaining manuscripts are subjected to assessment by at least
two scientific advisors who are experts in the subject area of the manuscript, without
identifying the authors. The submission fee will not be returned to authors who have
their manuscripts archived.
2) Where appropriate, if the research project that originated the article was performed
according to biosafety and ethics technical standards under approval from an ethics
committee involving humans and/or an ethics committee involving animals, the
commission name, institution, and process number should be stated.
79
MANDATORY REQUIREMENTS FOR ACCEPTANCE:
a) The attached main article file has the names of the authors and their respective
affiliations.
b) The complete registration of all authors has been added to the metadata during
submission; Example: Full name; Institution/Affiliation; Country; Summary of
Biography/Title/Role.
c) Text explaining the relevance of the work (importance and distinction from
previously published works), with a maximum length of 10 lines, is included in the field
COMMENTS TO THE EDITOR.
d) The submission is accompanied by a document proving payment of the submission
fee as a supplementary file in the “Docs. Sup.” section.
e) The main article is accompanied by supplementary files, including graphs,
figures, photos, and other documents, IN THEIR ORIGINAL VERSION (JPEG, TIFF,
or EXCEL formats).
f) The following information is included in the original manuscript: title, abstract,
keywords in Portuguese and English, tables, and figures.
RESTRICTIONS BY SUBJECT AREA:
FOR THE AGRONOMY FIELD, MANUSCRIPTS WILL NOT BE ACCEPTED
IN CASE OF THE FOLLOWING:
a) The experiments conducted with an in vitro culture are limited to the improvement of
protocols already standardized or do not provide new information about the subject
area;
b) The field experiments do not include data corresponding to at least two years or to
diverse locations within the same year;
c) The experiments refer only to tests about the efficiency of commercial products
against biotic and abiotic agents or physiological stress;
d) The experiments involve only bioassays (screening) on the efficacy of methods for
controlling insects, mites, or diseases in plants, unless they contain an important
contribution about the action mechanisms under the perspective of a frontier of
knowledge; or
e) The objective is limited to registering the occurrence of a species of a plague or
pathogen or associations with hosts in new locations within geographical regions where
the species is already known. Documenting already known species or associations will
only be considered if they are described in new ecological areas. The distribution
records should be based on ecosystems and not on political boundaries.
FOR THE VETERINARY FIELD, THE MANUSCRIPTS WILL NOT BE
ACCEPTED IN CASE OF THE FOLLOWING:
80
a) Publication of case reports is restricted; only articles with great relevance and
originality that make a real contribution to the advance of knowledge in the field will be
selected for processing.
Work Categories
a) Scientific articles: maximum of 20 pages, including figures, tables, and bibliographic
references
b) Scientific communications: maximum of 12 pages, with bibliographic references
limited to 16 citations and a maximum of two tables, two figures, or a combination of
one table and one figure
c) Case reports: maximum of 10 pages, with bibliographic references limited to 12
citations and a maximum of two tables, two figures, or one table and one figure
d) Review articles: maximum of 25 pages, including figures, tables, and bibliographic
references
Presentation of the Work
Complete original articles, communications, case reports, and reviews should be written
in Portuguese or English using Microsoft Word for Windows, on A4-size paper,
with lines numbered per page, 1.5 spacing between lines, Times New Roman font, size
11 normal, 2 cm margins on all sides, with pages numbered on the upper right corner
and following the guidelines for the maximum number of pages according to the
category of the work.
Figures (drawings, graphics, and photographs) and tables should be numbered with
Arabic numerals, should be included at the end of the work immediately after the
bibliographic references, and should be cited within the text. In addition, the figures
must be of good quality and must be attached in their original format (JPEG, TIFF, etc.)
in Docs Sup on the submission page. Figures and tables will not be accepted if they do
not comply with the following specifications: width of 8 cm or 16 cm with maximum
height of 22 cm. If the figure has greater dimensions, it will be reduced during the
editorial process to the above-mentioned dimensions.
Note: Figures (Ex. Figure 1. Title) and tables (Table 1. Title) should have a width of 8
cm or 16 cm with maximum height of 22 cm. Those with greater dimensions will be
reduced during the editorial process to the above-mentioned dimensions. For any tables
and figures that are not the author’s original work, a citation to the source consulted is
mandatory. Place this citation below the table or figure and indicate using a smaller font
(Times New Roman 10).
Ex: “Fonte”: IBGE (2014), or Source: IBGE (2014).
Manuscript preparation
Scientific article:
Scientific articles should report results of original research on the related areas, with the
sections organized in the following way: Title in English; Title in Portuguese; Abstract
81
in English with keywords (maximum six words, in alphabetic order); Abstract in
Portuguese with keywords (maximum six words, in alphabetical order); Introduction;
Materials and Methods; Results and Discussion, with Conclusions at the end of the
Discussion or Results (Discussion and Conclusions should be written separately);
Acknowledgements; Suppliers, if applicable; and Bibliographic References. The
headings should be in boldface without numbering. If there is a need to include a sub-
heading within a section, it should be placed in italics, and if there are further sub-topics
to include under a sub-heading, these should be numbered with Arabic numerals.
(Example: Materials and Methods, Areas of study, 1. Rural area, 2. Urban area.)
The submitted work cannot have been published elsewhere with the same content,
except in the form of an Abstract in Scientific Events, Introductory Notes, or Reduced
Format.
The work should be presented in the following order:
1. Title of the work, accompanied by its translation in Portuguese, if appropriate.
2. Abstract and Keywords: An informative abstract with a minimum of 200 words and
a maximum of 400 words must be included, in the same language used in the text of the
article, accompanied by an English translation (Abstract and Keywords) if the text has
not been written in English.
3. Introduction: The introduction must be concise and contain only the review that is
strictly necessary to introduce the topic and support the methodology and discussion.
4. Materials and Methods: This section may be presented in a continuous, descriptive
way or with sub-headings to allow the reader to understand and be able to repeat the
methodology cited with or without the support of bibliographic citations.
5. Results and Discussion: This section must be presented in a clear way, with the aid
of tables, graphs, and figures, so that it does not raise any questions for the reader with
regard to the authenticity of the results and points of view discussed.
6. Conclusions: These must be clear and presented according to the objectives proposed
in the work.
7. Acknowledgements: People, institutions, and companies that contributed to the work
should be mentioned at the end of the text, before the Bibliographic References section.
Note:
Notes: Each note regarding the body of the text must be indicated with a superscripted
symbol immediately after the phrase it concerns and must be included as a footnote at
the end of the page.
Figures: The figures that are deemed essential will be accepted and should be cited in
the text by their numeric order, in Arabic numerals. If any submitted illustrations have
already been published, the source and permission for publication should be stated.
Tables: Tables should be accompanied by a header that will allow understanding of the
data collected without the need to use the body of the text for reference.
82
Quantities, units, and symbols:
a) Manuscripts should be in agreement with the criteria established in the International
Codes for each subject area.
b) Use the International System of Units in all text.
c) Use the negative power format to note and present related units: e.g., kg ha-1
. Do not
use the forward slash symbol to relate units: e.g., kg/ha.
d) Use a simple space between units: g L-1
, not g.L-1
or gL-1
.
e) Use 24-hour time representation with four digits for the hours and minutes: 09h00,
18h30.
8. In-text author citations
Citations must be followed by the year of publication, and multiple citations should
follow the alphabetical order system, according to the following examples:
a) The results by Dubey (2001) confirmed that .....
b) According to Santos et al. (1999), the effect of nitrogen .....
c) Beloti et al. (1999b) assessed the microbiological quality .....
d) [...] and inhibit the test for syncytium formation (BRUCK et al., 1992).
e) [...] compromising the quality of its derivatives (AFONSO; VIANNI, 1995).
Citations with two authors
In citations of sources that have two authors, the authors’ names are separated by a
semicolon when citing them within parentheses.
Ex: (PINHEIRO; CAVALCANTI, 2000).
Use and when the authors are included in the sentence rather than cited in parentheses.
Ex: Pinheiro and Cavalcanti (2000).
Citing more than two authors
Indicate the first author followed by the expression et al.
Within parentheses, separate references with a semicolon when more than one reference
is cited.
Ex: (RUSSO et al., 2000) or Russo et al. (2000); (RUSSO et al., 2000; FELIX et al.,
2008).
Citing multiple documents by the same author, published in the same year
83
Add lowercase letters, in alphabetical order, after the date and without a space.
Ex: (SILVA, 1999a, 1999b).
Citing multiple documents by the same author, published in different years
Separate the dates with a comma.
Ex: (ANDRADE, 1999, 2000, 2002).
Citing various documents by various authors, mentioned simultaneously
Place the citations in alphabetical order, separated by a semicolon.
Ex: (BACARAT, 2008; RODRIGUES, 2003).
9. References: The references, according to the standard NBR 6023, Aug. 2000, and
reformulation number 14.724 of the Brazilian Technical Standards Association
(ABNT), 2011, must be listed in alphabetical order at the end of the manuscript. All the
authors participating in a referenced study must be mentioned, regardless of the
number of participants. The accuracy and adequacy of references for works that have
been consulted and mentioned in the text of the article, as well as opinions, concepts,
and statements, are entirely the responsibility of the authors.
Note: Consult recently published issues of Semina: Ciências Agrárias for more details
about how to format references in the article.
The remaining categories of works (Scientific Communication, Case Report, and
Review) must follow the above-mentioned standards but with the following additional
directions for each category:
Scientific communication
Scientific communications must be presented in a concise manner but with a complete
description of the term research or ongoing research (Introductory note), with complete
bibliographic documentation and methodologies, similar to a regular scientific article.
Scientific communications must contain the following sections: Title (in Portuguese and
English); Abstract with Keywords in Portuguese; Abstract with Keywords in English;
and Body of the text. The body of the text should not be divided into sections but should
follow this sequence: introduction, methodology, results and discussion (tables and
figures may be included), conclusion, and bibliographic references.
Case report
A case report should be a brief description of clinical and pathological cases,
unprecedented results, reporting of new species, or studies on the occurrence or
incidence of plagues, microorganisms, or parasites of agronomic, zootechnical, or
veterinary interest. The case report must contain the following sections: Title
(Portuguese and English); Abstract with Keywords in Portuguese; Abstract with
Keywords in English; Introduction with a literature review; case report(s), including
results, discussion, and conclusion; and bibliographic references.
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Bibliographic review articles
Review articles must involve relevant topics within the scope of the journal. The
number of review articles per issue is limited, and authors can only write review articles
of interest to the journal, following an invitation by the editorial board members of the
journal. If a review article is submitted by an author, the inclusion of relevant results
from the author or from the group involved in the study is required, along with
bibliographic references demonstrating experience and knowledge about the topic.
A review article must contain the following sections: Title (Portuguese and English);
Abstract with Keywords in Portuguese; Abstract with Keywords in English;
Development of the proposed topic (the text may be divided into sections, but this is not
required); Conclusions or Final Considerations; Acknowledgements (if applicable); and
Bibliographic References.
Other important information
1. The publication of articles depends on the favorable opinion of ad hoc advisors and
the approval of the Semina: Ciências Agrárias UEL Editorial Board.
2. Reprints will not be given to the authors, since the issues will be available online at
the journal’s website (http://www.uel.br/revistas/uel).
3. Copyright transfer: The authors agree with the transfer of publication rights of the
manuscript to the journal. Reproduction of the articles is only allowed when the source
is cited. Commercial use of the information is forbidden.
4. Unforeseen questions about or problems in the present standards will be addressed by
the Editorial Board of the subject area in which the article was submitted for
publication.
5. Number of authors: There is no limit to the number of authors, but people included as
co-authors should have effectively participated in the study. People with limited
participation in the study or the article preparation should be cited in the
Acknowledgements section, as should institutions that granted scholarships and other
financial resources.
Submission conditions
As part of our submission process, the authors should verify that the submission
conforms to all of the items listed below. Submissions that are not in compliance with
the standards will be rejected and the authors informed about the decision.
1. The authors should state that the contribution is original and new and that it is
not being assessed for publication elsewhere; any exception(s) should be justified in the
“Comments to the Editor.”
2. The authors should also state that the material is correctly formatted and that the
Supplementary Documents are attached, BEING AWARE that the incorrect format
will result in the SUSPENSION of the evaluation process WITHOUT
EVALUATION OF MERIT.
3. Authoring data for all of the authors should be entered in the Metadata
field during the submission process.
85
Use the button “include author.”
1. In the following step, please fill in the metadata in English.
In order to include the data, after saving the submission data in Portuguese, click on
“edit metadata” at the top of the page. Change the language to English and insert the
title in English, the abstract, and keywords. Save and continue to the next step.
1. The authorship identification of the work should be removed from the archive
and from Word using the “Properties” option in order to ensure the anonymity criteria
of the journal, in case the article is subjected to peer review, according to the directions
available at Ensuring a blind peer review.
2. The files for submission should be in Word, OpenOffice, or RTF format (as long
as they do not exceed 2 MB).
The text should be typed on A4 paper, with numbered lines, 1.5 line spacing, and Times
New Roman size 11 font.
1. Confirm that all ethical standards were followed if the research was performed
with living beings. Include proof documents of approval by an institutional ethics
committee involving humans and/or an ethics committee involving animals, if these
documents are requested.
2. Include the payment of the Submission Fee, and attach the proof of
payment as a supplementary document in “Docs. Sup.”
Copyright Declaration
The Copyright Declaration for articles published in this journal is the author’s right.
Since the articles published in this journal are open access, the articles may be used
freely, with their own attributions, for educational and non-commercial purposes.
The journal has the right to make changes on a normative, orthographic, and
grammatical level in the original articles, with the aim of maintaining proper standard
use of the language and the credibility of the journal. Nevertheless, the writing style of
the authors will be respected.
Alterations, corrections, or suggestions at a conceptual level, when necessary, will be
directed to the authors.
The opinions expressed by the authors of the articles are their exclusive responsibility.
Privacy Policy
The names and affiliations reported in this journal are used exclusively for the services
provided and are not made available for any other purpose or to third parties.
Semina: Ciências Agrárias
Londrina - PR
ISSN 1676-546X
E-ISSN 1679-0359
86
Submission conditions
As part of our submission process, the authors are obliged to ensure that the submission
conforms to all of the items listed below. Submissions that are not in compliance with
the standards will be returned to the authors.
1. The authors state that the contribution is original and new and that it is not being
assessed for publication in another journal; any exception(s) should be justified in the
“Comments to the Editor.”
2. The authors state that the material is correctly formatted and that the
Supplementary Files were uploaded, BEING AWARE that the incorrect format will
result in the SUSPENSION of the evaluation process WITHOUT EVALUATION
OF MERIT.
3. In the next step, fill in the metadata in English.
To include metadata, after saving the submission data in Portuguese, click on “edit
metadata” at the top of the page. Change the language to English and insert the title in
English, the abstract, and keywords. Save and go to the next step.
1. Authorship data from all authors should be filled in during the submission
process.
Use the button “include author.”
1. Verify that the authorship identification of the work has been removed from
the archive and from Word using the Properties option in order to ensure the anonymity
criteria of the journal, if the article is submitted to peer review according to the directions
available at Ensuring a blind peer review.
2. The files for submission are in Word, OpenOffice, or RTF formats (as long as
they do not exceed 2 MB).
The text is written with 1.5 line spacing and in Times New Roman size 11 font. Use
italics instead of underline (except for URL addresses).
The text follows the style patterns and bibliographic requirements described
in Guidelines for Authors under the heading “About the Journal.”
1. Confirm that all ethical standards were followed if the research was performed
with living beings. Provide documentation of the approval of an institutional ethics
committee and proof of informed consent if these documents are requested. Compliance
with the applicable ethical precepts should be cited in the text body.
2. A text indicating the relevance of the work (importance and distinction with
respect to other works already published), with a maximum length of 10 lines, must be
included in the field COMMENTS TO THE EDITOR.
Copyright Declaration
The Copyright Declaration for articles published in this journal is the author’s right.
Since the articles that are published in this journal are open access, the articles may be
used freely, with their own attributions, for educational and non-commercial purposes.
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The journal has the right to make changes on a normative, orthographic, and
grammatical level in the original articles, with the aim of maintaining proper standard
use of the language and the credibility of the journal. Nevertheless, the writing style of
the authors will be respected.
Alterations, corrections, or suggestions at the conceptual level, when necessary, will be
directed to the authors. In these cases, after being changed, the articles will be subjected
to a new assessment.
The opinions expressed by the authors of the articles are their exclusive responsibility.
Privacy Policy
The names and affiliations reported in this journal are used exclusively for the services
provided and are not made available for any other purpose or to third parties.
Semina: Ciências Agrárias
Londrina - PR
ISSN 1676-546X
E-ISSN 1679-0359
Should they be both highlighted and in boldface? Or should this just read “The headings
should be in boldface”?
It seems this sentence and the following sentence (after “1.”) should perhaps be
switched for clarity, as follows:
Using the following steps, please fill in the metadata in English.
1. Use the button “include author.”
Please review the headings and the ordering/numbering of steps in this section
carefully to ensure the steps are numbered clearly in the order authors should
follow them.
Since the sentence indicates “in case the article is subjected to peer review,” it seems
unnecessary to include (ex.: articles) here. Please consider deleting this.
Should there be a separate numbered item with an explanation of the submission fee? If
so, please provide the appropriate information. If not, please consider deleting this.
Submission Preparation Checklist
As part of the submission process, authors are required to check off their submission's
compliance with all of the following items, and submissions may be returned to authors
that do not adhere to these guidelines.
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1. The submission has not been previously published, nor is it before another
journal for consideration (or an explanation has been provided in Comments to the
Editor).
2. The submission file is in OpenOffice, Microsoft Word, RTF, or WordPerfect
document file format.
3. Where available, URLs for the references have been provided.
4. The text is single-spaced; uses a 11-point font; employs italics, rather than
underlining (except with URL addresses); and all illustrations, figures, and tables are
placed within the text at the appropriate points, rather than at the end.
5. The text adheres to the stylistic and bibliographic requirements outlined in
the Author Guidelines, which is found in About the Journal.
6. If submitting to a peer-reviewed section of the journal, the instructions
in Ensuring a Blind Review have been followed.
Copyright Notice
The Copyright of the published manuscripts belongs to the journal. Since they are
published in an open access journal, they are freely available, for private use or for use
for educational and non-commercial purposes.
The journal has the right to make, in the original document, changes regarding linguistic
norms, orthography, and grammar, with the purpose of ensuring the standard norms of
the language and the credibility of the journal. It will, however, respect the writing style
of the authors.
When necessary, conceptual changes, corrections, or suggestions will be forwarded to
the authors. In such cases, the manuscript shall be subjected to a new evaluation after
revision.
Responsibility for the opinions expressed in the manuscripts lies entirely with the
authors.
Privacy Statement
The names and email addresses entered in this journal site will be used exclusively for
the stated purposes of this journal and will not be made available for any other purpose
or to any other party.
Semin: Ciênc. Agrár.
Londrina - PR
E-ISSN 1679-0359
DOI: 10.5433/1679-0359
E-mail: [email protected]
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NãoComercial 4.0 Internacional.