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U N I D A D E D E S A Ú D E

P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

e-Boletim da Unidade de Saúde Pública

J A N E I R O D E 2 0 1 7

Ana Silva

Dina Pascoal

Fátima Soares

Hélder Carreira

Jorge Costa

Odete Mendes

Paula Silva

Regina Costa

Renata Inácio

Rui Passadouro

Vera Artilheiro

A U T O R E S N Ú M E R O V I

Q U A D R I M E S T R A L

ACES PINHAL LITORAL

Conteúdos

um ponto fundamental no pro-cesso de mudança, por ser indutor de maior responsabili-zação e exigência, sempre no sentido de alcançar melhores resultados em saúde, com mai-or eficiência. A contratualiza-ção, defendida por uns e criti-

Com a reforma dos Cuidados de Saúde Primários (CSP), a introdução do processo de contratualização com as Unida-des de Saúde Familiar (USF) foi considerado

Contratualização. Motivações extrínsecas? cadas por todos, sobretudo por estar baseada numa filo-sofia pouco usada pelos clíni-cos, é hoje um processo que abrange os ACES e todas as suas unidades funcionais.

>>> P. 8

Rui Passadouro Médico de Saúde Pública

https://issuu.com/uspleiria

http://conteudosusp.blogs.sapo.pt

sobre temas de lazer, reflexões pessoais, notícias, fotos ou citações.

Também na forma, se procu-rou manter uma imagem leve e agradável à leitura, com tex-tos curtos com imagens ou fotos.

Pensamos ter cumprido o prin-cipal objectivo de constituir um ponto de encontro e parti-lha entre os profissionais.

Sentimos que a iniciativa foi abraçada e motivadora, refor-çou laços e cumplicidades, permitiu partilhas, pessoais e de trabalho, aproximou cole-gas e fomentou colaborações e oportunidades.

A presente edição vem comple-tar 2 anos de publicação do e-Boletim Conteúdos. Justifica-se pois, um breve balanço do per-curso e do momento.

Com uma divulgação a tempo e horas e textos produzidos pe-los seus profissionais, partici-param nesta iniciativa mais de 90% dos elementos da USP, para além de outros colabora-dores pontuais.

Como matriz, promoveu-se a diversidade dos assuntos e do tipo de textos, designadamen-te, artigos de opinião, traba-lhos de investigação e apresen-tação de projectos, contando ainda com “outros conteúdos”,

Balanço e movimento Jorge Costa Coordenador da Unidade de Saúde

Tempo de Ano Novo, é tempo de novo ciclo e de novos desafios.

Há pois que aproveitar o balanço para novos movimen-tos… que mantenham o equilíbrio nos projectos que continuam, tal como na vida que se renova ou na própria natureza.

Com os votos, para 2017, de muita Saúde para todos e de uma melhor Saúde Pública.

“Sentimos que

a iniciativa foi

abraçada e

motivadora (…)

aproximou

colegas e

fomentou

colaborações e

oportunidades”

S U M Á R I O

Balanço e movimento 1

Projeto Rumo ao Bem-Estar

1

Contratualização. Motivações extrínse-cas?

1

Novo Programa Naci-onal de Vacinação – 2017

2

Plano Estratégico de Baixo Carbono no ACES PL

3

O papel do Técnico de Saúde Ambiental em processos de reclama-ções

5

A Grandeza do Enve-lhecimento

6

Violência interpessoal: intervenção nos servi-ços de saúde

7

Oferecer Amor... 9

Relembrando… Hipócrates e Fernan-do Pessoa

9

Fotografia. À volta de candeeiros...

10

perda de autonomia física, psíquica ou intelectual, perspe-tivando-se a homeostasia².

Para atender à situação, as respostas sociais providencia-

Podendo ocorrer em qualquer faixa etária, a dependência tem maior prevalência nos idosos, resultado de situações de deficiência congénita ou adquirida, ou do próprio enve-lhecimento, surgindo a neces-sidade de ajuda de terceiros na concretização das atividades de vida diária¹ afetadas pela

Projeto Rumo ao Bem-Estar das pelas IPSS assumem-se como mais-valias para respon-der às carências de diverso âmbito comunitário, tendo os Ajudantes de Ação Direta (AAD) um papel crucial na es-fera social, para que a satisfa-ção das necessidades humanas básicas possa ser atendida.

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Hélder Carreira Enfermeiro de Saúde Pública

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Novo Programa Nacional de Vacinação - 2017 O Programa Nacional de Vacinação que está a comemorar 50 anos de existência, sofreu alterações que en-tram em vigor em janeiro de 2017.

“Analisadas a informação epidemioló-gica das doenças no país, as vacinas existentes, a evidência científica e a

vacinação prati-cada em outros países, foi consi-derado adequa-do e vantajoso para a Saúde Pública atualizar o PNV, com os seguintes objeti-vos: aumentar a efetividade, oti-mizar o esquema vacinal, melhorar a relação custo -efetividade e reforçar a sua

aplicação ao longo da vida” (DR nº 159-19 de agosto 2016).

A vacina BCG que anteriormente era de administração universal passará, segundo a Norma 06/2016, para vaci-nação de crianças com idade inferior a 6 anos e pertencentes a grupos de risco.

Esta alteração segue as recomenda-ções da OMS para Portugal, por baixa incidência de tuberculose, bom nível de cuidados de saúde e de controlo de TB na comunidade, e ainda, pela maio-ria de notificações pertencer a grupos de risco.

Com o objectivo de melhorar a aceita-ção do esquema recomendado e dimi-nuir o número de injeções, irá ser in-troduzida aos 2 e 6 meses de idade,

uma vacina hexavalente (DTPaHibVIPVHB) contra a hepatite B, o Haemophilus inluenzae tipo B (Hib), a difteria, o tétano, a tosse convulsa e a poliomielite.

Também aos 18 meses haverá altera-ções, passando de uma vacina tetrava-lente (DTPaHib) para a vacina penta-valente (DTPaHibVIP).

Para garantir a imunidade do recém-nascido para a tosse convulsa até aos 2 meses de idade, as grávidas vão passar a ser vacinadas com Tdpa (tétano, difteria e tosse convulsa) em cada gravidez, entre as 20 e as 36 semanas de gestação (de preferência até às 32s). Até dezembro de 2016 esta prescrição era da responsabilidade do médico assistente e suportada finan-ceiramente pela utente.

A VASPR (vacina contra sarampo, papei-ra e rubéola) e a DTPaVIP (difteria, téta-no, tosse convulsa e poliomielite) atual-mente administradas entre os 5-6 anos de idade passarão para os 5 anos. Prin-cipal objetivo memorização de idades-chave e protecção mais precoce.

Ainda com o objectivo de tornar as ida-des de vacinação mais facilmente me-moráveis, também as vacinas Td (Tétano e Difteria) e do HPV (Papiloma Vírus Humano) sofreram alterações. Assim, a vacina Td passará a ser admi-nistrada aos 10, 25, 45, 65 anos e a par-tir daqui de 10 em 10 anos, o que irá permitir uma proteção mais precoce e duradoura.

A vacina do HPV actualmente de quatro passará para nove valências, abrangen-do 90% dos tipos de HPV associados ao cancro do colo do útero e será adminis-trada aos 10 anos de idade.

Desde agosto, com a Norma 07/2016, passou a estar também disponível no PNV para grupos de risco (idade <18 anos) a vacina con-tra Neisseria meningitidis do grupo B (Men B).

Esta vacina entra na vacinação com-plementar, prevista para grupos de risco, como as vacinas Pn13 e Pn23, a VHB, a VASPR e a VIP, já actual-mente previstas.

“Atualmente, o PNV baseia-se nos mesmos pilares de sempre: é univer-sal (destina-se a todas as pessoas presentes em Portugal), gratuito para o utilizador com financiamento do Orçamento de Estado e utiliza vacinas eficazes, seguras e de quali-dade. As vacinas são integradas no programa de forma faseada e pro-gramada, de acordo com a sua im-portância para a saúde do individuo e da comunidade”. Citando Arnaldo Sampaio, à vacinação aplicam-se três palavras: “Vacinar, vacinar, vaci-nar”.

BIBLIOGRAFIA

DGS (2016). Programa Nacional de Vacinação. Dispo-nível em: https://www.dgs.pt/paginas-de-sistema/saude-de-a-a-z/programa-nacional-de-vacinacao/programa-nacional-de-vacinacao.aspx)

“Analisadas a

informação

epidemiológica

das doenças no

país, … foi

considerado

adequado e

vantajoso para

a Saúde Pública

atualizar o

PNV”

Fátima Soares Enfermeira de Saúde Pública

Ana Silva Médica de Saúde Pública

Dina Pascoal Enfermeira

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Plano Estratégico de Baixo Carbono no ACES PL P Á G I N A 3

Muitos já ouviram falar no Plano Estra-tégico do Baixo Carbono (PEBC), embo-ra a maior parte prefira ignorar a sua importância. Alguns perceberam que diz respeito a todos e todos têm de estar envolvidos para que os seus ob-jectivos sejam alcançados, mas poucos, efectivamente, procuram contribuir para esses mesmos objectivos.

A Resolução do Conselho de Ministros n.º 93/2010, de 26/11, estabeleceu que se pro-cedesse à elaboração de Planos Sectoriais de Baixo Carbo-no para cada Ministério, tendo sido criado em 2011 o Programa de Eficiên-cia Energética na Administração Públi-ca (ECO.AP), com o objectivo de alcan-çar uma redução do consumo de ener-gia primária de 30% até 2020, tendo como referência o ano de 2011. Por Despacho da Secretario de Estado da Saúde, a ACSS foi incumbida, em con-junto com as ARS, de definir a estraté-gia de implementação do PEBC no sec-tor da saúde.

Assim, o PEBC e o ECO.AP são um pro-cesso dinâmico, em permanente adap-tação à realidade de cada local, cujos principais objectivos são a redução dos consumos energéticos e de água e a redução de produção de resíduos, no-meadamente do Grupo III e do Grupo IV. Processo este, que se traduzirá em ganhos para a saúde decorrentes da redução da emissão de gases com efei-to de estufa e consequente mitigação de impactos negativos associados às alterações climáticas.

A estratégia estabelecida pela ARSC abrange os Serviços Centrais, os ACES, as ULS e os hospitais da sua área geo-gráfica de abrangência, tendo sido no-meado um Gestor Local de Energia e Carbono (GLEC) por cada uma das enti-dades. No ACES Pinhal Litoral foi nome-ada GLEC a Eng.ª Sanitarista Paula Sil-va, assessorada pelas TSA Helena Costa e Rosália Campos.

Compete à GLEC: 1.Garantir a monitori-zação dos consumos e dos custos de

electricidade, gás, água e de produção de resíduos e o envio desta à ACSS; 2. Identificar desvios nos consumos ener-géticos e de água e na produção de resí-duos e tomar as possíveis medidas ade-quadas a cada situação para resolver a mesma; 3. Promover a implementação de medidas de boas práticas (com redu-zidos custos de investimento) e monito-rizar os seus efeitos.

Com a criação do Por-tal do PEBC e ECO.AP e do Manual de Sus-tentabilidade da ARSC, no final de 2013, con-siderou-se estarem reunidas as condições para estabelecer, a nível de cada ACES da

ARSC, uma série de procedimentos que conduzissem à utilização sustentável de recursos e ao cumprimento das metas impostas para cada ano, tendo como referência os consumos energéticos e de água e a produção de resíduos de 2011.

Embora nem sempre com a colaboração desejável dos que utilizam as instalações do ACES, a muita dedicação da equipa do PEBC, conseguiu atingir-se as metas propostas para 2015, conforme demons-tra o Relatório da ACSS em conjunto com o Relatório de Actividades da GLEC do ACES, excepto na produção dos resí-duos, a qual registou um significativo aumento. Contudo, foram identificadas possíveis causas, designadamente, o

aumento de utentes necessitando de cuidados de enfermagem.

A equipa do PEBC não pode continuar a “remar contra a maré”… há que tomar consciência que todos têm de contri-buir para “levar o barco a bom porto”.

A continuação dos comporta-mentos consu-mistas e negli-gentes em ter-mos de eficiên-cia energética está a compro-meter a curto espaço de tem-po a qualidade de vida da nos-sa geração e das gerações futuras. Não hipotequemos o futuro!

São pequenos gestos, pequenas altera-ções de comportamentos, que podem conduzir a uma maior eficiência de consumos, quer em casa, quer no local de trabalho, e permitir parar o proces-so de destruição do planeta, a que mui-tos assistem de uma forma passiva…

Cuidemos da “nossa casa” para que ela possa cuidar bem de nós e continuar a proteger-nos…

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“São pequenos

gestos, pequenas

alterações de

comportamentos,

que podem conduzir

a uma maior

eficiência de

consumos (…) e

permitir parar o

processo de

destruição do

planeta, a que

muitos assistem de

uma forma

passiva…”

Paula Silva Engenheira Sanitarista

ESTÁ NA SUA CONSCIÊNCIA… ESCOLHA!

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práticos dos formandos, superando os resultados de 10% obtidos em estudos científicos publicados.

Houve uma sensibilização para a importância dos cuidados de higie-ne e conforto e proporcionadas as condições para a melhoria dos cui-dados prestados pelos AAD aos utentes dependentes, traduzindo-se em efetivos ganhos em saúde.

OBSERVAÇÕES O projeto iniciado em âmbito aca-démico no Curso de Mestrado em Enfermagem Comunitária na Escola Superior de Saúde de Santarém, foi incluído nos programas e projetos da USP pela pertinência do tema, tendente a responder às necessida-des prementes e presentes da co-munidade.

BIBLIOGRAFIA ¹ Ministério do Trabalho e Solidariedade Social (2009). A Dependência: o Apoio Informal, a Rede de Serviços e Equipamentos e os Cuidados Continuados Integrados. Lisboa: Centro de Informação e de Documentação.

² Duarte, Y.; Andrade, C.; Lebrao, M (2007). O Índex de Katz na avaliação da funcionalidade dos idosos. São Paulo: Revista Escola de Enfermagem da Uni-versidade de São Paulo. Nº 41, 317-325.

³Jacob, L. (2002). Ajudante Sénior: Uma Hipótese de Perfil de Profissional para as IPSS. Dissertação de Mestrado em políticas de desenvolvimento de recursos humanos. Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa, Lisboa, Portugal. Disponível em: http://www.socialgest. pt/_dlds/tesedemestradoluis.pdf>. 4Jacob, L. (2004). Serviços para Idosos. Portal do envelhecimento. Disponível em: http://portal doenvelhecimento.org.br /noticias/artigos/servicos-para-idosos.html>.

É enfatizado na literatura que os cur-sos lecionados aos AAD são pouco específicos e que incidem principal-mente na vertente científica e de ani-mação em vez de conteúdos mais práticos, tais como posicionamentos ou cuidados de higiene a idosos ou pessoas dependentes. A formação por condicionar o desempenho profissio-nal, nos AAD esta revela-se como im-prescindível para a aquisição de com-petências e saberes, facilitando a co-municação, resolução de problemas e

melhoria da quali-dade dos cuidados prestados³.

OBJETIVO Ampliar o nível de conhecimentos teóricos e práticos dos AAD das IPSS em contexto de SAD (serviço de apoio domiciliário) e ERPI (estrutura residencial para idosos) sobre a natureza dos cui-

dados de higiene e conforto, como forma de melhorar a qualidade de vida, prevenindo complicações, em utentes dependentes.

MATERIAIS E MÉTODOS Seguindo o planeamento em saúde partiu-se de um diagnóstico de situa-ção e posterior desenvolvimento de um curso teórico/prático, à luz da melhor evidência científica autentica-do por uma revisão sistemática da literatura. O mesmo, dividido em 6 módulos de 2 horas cada, com acom-panhamento em contexto laboral, tem associado uma metodologia ex-positiva (vídeos alusivos ao tema), construtivista (trabalhos de grupo realizados pelos formandos) e reflexi-va (partilha de saberes e experiências individuais). Aplicado uma ficha de avaliação de conhecimentos antes e após o curso de formação em avalia-ção de carácter contínuo.

RESULTADOS Os 13 formandos inscritos na forma-ção representam 51% dos AAD da IPSS, são todos do sexo feminino e a maioria, 77%, têm idades compreen-didas entre os 40 e os 59 anos. Sen-do apenas 2 de nacionalidade es-trangeira, 53,8% tem como habilita-ções literárias o ensino secundário, destacando-se de seguida o ensino superior com 15,4%.

Relativamente à última formação realizada na área em estudo, 46,1% dos AAD referiram que a mesma ocorreu há menos de 1 ano, exercen-do a maioria, 76,9%, a profissão en-tre 1 a 5 anos. Tal como evidenciado no gráfico nº 1, foi registada uma classificação média de 40% (Insuficiente) pelos formandos na ficha de avaliação de conhecimentos inicial, valor que transitou para os 70% (Bom) com a aplicação da mes-ma no final da formação, traduzindo uma variação de 30%.

Entre os conteúdos que registaram uma maior diferença nos dois mo-mentos avaliativos, destacam-se a melhoria ao nível da higienização das mãos com 77,3%, seguida da hidra-tação com 69,6%. Dos 18 temas abordados, na ficha de avaliação de conhecimentos final, 5 obtiveram 100% e 3 com classificação entre 80% e 89%.

CONCLUSÕES Com o processo formativo intencio-nal houve uma melhoria em 30% do nível de conhecimentos teóricos e

Projeto Rumo ao Bem-Estar (continuação) Hélder Carreira Enfermeiro de Saúde Pública

“... Com o

processo

formativo

intencional

houve uma

melhoria em

30% do nível de

conhecimentos

teóricos e

práticos dos

formandos…”

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Gráfico nº 1 - Distribuição dos formandos segundo a classificação média

obtida na ficha de avaliação de conhecimentos inicial e final

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Médicos de Saúde Pública: Amália Assis, Ana Isabel Nascimento, Ana Silva, Clarisse Bento, Corneliu Tapu (ISP), Gra-cinda Junqueira (ISP), Jorge Costa (Coordenador), José Luis Ruivo, Lília Valente (ISP), Lourdes Costa, Odete Mendes, Ruben Rodrigues (ISP), Rui Passadouro, Vitor Sousa

Enfermeiros: Carla Santos, Dina Pascoal, Dulce Fonseca, Fátima Soares, Hélder Carreira, Renata Inácio

Engenheira Sanitarista: Paula Silva

Técnicos de Saúde Ambiental: Anabela Cruz, Cátia Santos, Cláudia Serrano, Helena Costa, Laurinda Lopes, Manuel Cardoso, Olinda Marques, Regina Costa, Rosália Campos, Teresa Gameiro

Assistentes Técnicos: Carolina Jordão, Conceição Nolasco, Gracinda Coutinho, Helena Carvalho, Margarida Santos, Olinda Nogueira, Rosário Correia, Susana Duarte (CEI), Vera Artilheiro (CEI).

Profissionais da Unidade de Saúde Pública

ISP: Internato de Saúde Pública; CEI: Contrato de Emprego e Inserção

O papel do Técnico de Saúde Ambiental em processos de reclamações A Saúde Pública pode ser entendida como a procura do equilíbrio entre os indivíduos e o seu ambiente. Esta pers-petiva assenta numa estratégia de sal-vaguarda da saúde mediante a gestão de riscos ao invés da sua evicção, na maior parte das vezes não exequível. Pretende-se, assim uma «co-habitação» pacífica (mas dinâmica) entre o ambiente e os indivíduos.

As competências atribuídas às Autori-dades de Saúde, entre outras, passam por fazer cumprir as normas que te-nham por objeto a defesa da Saúde Pública, intervir no sentido de alterar comportamentos e atitudes, evitando que o homem seja polo gerador de sintomas de enfermidade na natureza, vigiar o nível sanitário dos aglomerados populacionais, dos serviços, estabeleci-mentos e locais de utilização pública e determinar as medidas corretivas ne-cessárias à defesa da saúde pública.

Ao longo dos anos os cidadãos têm recorrido aos Serviços de Saúde Pública denunciando situações de insalubrida-de e/ou incomodidade causadas por terceiros, com o intuito de verem essas

situações resolvidas.

As situações apresentadas são analisa-das e verificadas ”in loco“, tendo o Téc-nico de Saúde Ambiental, como membro da equipa multidisciplinar que integra a Unidade de Saúde Publica, papel pre-ponderante na identificação, análise e atenuação ou correção das situações apresentadas pelos reclamantes de mo-do a minimizar os riscos para a saúde que daí possam advir.

No processo de intervenção de uma reclamação e após a análise do descrito na mesma, o Técnico de Saúde Ambien-tal deve, por norma, contactar em pri-meiro lugar o reclamante, depois o re-clamado e por fim efetuar vistoria ao local.

Ao contactar com o reclamante o Técni-co deve saber ouvir/escutar, sem inter-rupções nem comentários, mostrando compreensão, sem lhe dar razão, e dis-ponibilidade para contribuir na resolu-ção da situação.

Após contacto com o reclamante e ten-do em con-ta o que foi dito, deverá ser confron-tado o re-clamado sobre a situação em causa, de-vendo o Técnico ter a mesma postura que teve com o reclamante.

Nas situações fundamentadas, caso haja

risco significativo para a saúde pública e estas possam ser corrigidas num curto período de tempo, poderá ser acordado com o reclamado a correção da situação.

No caso das situa-ções exigirem outras medidas será notifi-cado o reclamante e/ou encaminhada a situação para outras entidades.

Verifica-se que, na maioria das reclama-ções apresentadas, e após a intervenção efetuada, existem entre o reclamante e o reclamado confli-tos pessoais, que caso não existissem possivelmente as reclamações não seri-am apresentadas.

Assim, e principalmente nestes casos, o Técnico de Saúde Ambiental deverá ter uma atitude apaziguadora, focando-se na situação que motivou a apresentação

da reclamação com objetividade, mos-trando firmeza, imparcialidade e colo-cando-se à margem dos conflitos en-tres as partes.

É importante que, para contribuir para a melhoria da qualidade de resposta dos serviços prestados pela USP à co-munidade, a todas as reclamações seja dada uma resposta e/ou efetuado o seu encaminhamento de modo a que sejam minimizados os riscos para

a Saúde Publica e para o Ambiente.

“O Técnico deve

saber ouvir/

escutar, sem

interrupções

nem

comentários,

mostrando

compreensão e

disponibilidade

para contribuir

na resolução da

situação“

Regina Costa Técnica de Saúde Ambiental

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A espécie humana é o resultado de milhões de anos de evolução, no entanto estamos longe de nos consi-derarmos organismos perfeitos. A constatação de tal facto é fornecida logo que nos apercebemos da dete-rioração progressiva das nossas ca-pacidades vitais. A manifestação destes fatores é conhecida como envelhecimento e apresenta-se-nos como uma força incontrolável da qual ninguém escapa .

A Organização Mundial de Saú-de¹ referiu que o idoso é todo o indivíduo com 65 ou mais anos, independente do sexo e estado de saúde…

Ser-se idoso não é, à semelhança do passado, uma situação atípica. A crescente evi-dência estatísti-

ca do escalão etário com mais de 65 anos, decorrente do processo de envelhecimento demográfico sem antecedentes históricos, apresenta-se como um legado para o século XXI.

O envelhecimento é um fenómeno biológico intrínseco, psicológico, social e universal que afeta o ser humano em toda a sua identidade, transformando a sua relação com o tempo, com o mundo e com a sua própria vida. Aplaudido enquanto prodígio que diz respeito a todos, não se concretiza num problema mas sim num triunfo e em oportuni-dades ricas. Todavia, patenteia um grande desafio e responsabilidade para diversas realidades, na imple-mentação e melhoria de estratégias de intervenção, que mobilizem res-postas especializadas.

A velhice não é uma etapa apazigua-dora nem fácil de encarar, mesmo para aqueles que são autónomos, sem barreiras entre as várias faixas etárias por que já passaram, depa-ram-se com obstáculos quer sociais, quer culturais que lhes recordam constantemente acerca da sua nova fase de vida, com todos os aspetos negativos que esta trás².

O repúdio pela palavra “velho” indicia representações sociais negativas so-bre a vivência da velhice. Ninguém equaciona a alteração de palavras que designam outras etapas do nosso ciclo de vida, como criança, jovem ou adulto. Contudo, velho tem sido uma palavra a evitar e a substituir. Muitas tentativas se têm feito para encon-trar uma designação que não fira suscetibilidades ou que não tenha acoplado um sentido depreciati-vo...eventualmente outras virão, pois o sentido das palavras não lhes é ine-rente, está para além delas, enraiza-do algures entre o medo de ser velho e o desejo de viver muitos anos.

Destaca-se a necessidade e a urgên-cia de serem eliminados estes este-reótipos, sendo vital a mudança de mentalidades e atitudes, visto que estas condicionam em muito uma abordagem mais especializada, adap-tada às problemáticas, direitos e ne-cessidades da população idosa. Há que introduzir mudanças que têm obrigatoriamente de começar no interior de nós próprios, no seio da família e nos locais de trabalho.

Para lá de uma atitude generosa, a dedicação ao idoso é uma manifesta-ção de respeito e gratidão àqueles que nos proporcionaram a base das nossas vidas. São pessoas sábias, que nesta fase da vida, precisam não só de afetos, mas também de apoio nas situações práticas do dia-a-dia.

O que significa envelhecer com suces-so? Como é ser-se idoso nos dias atu-ais? O que deve cada um de nós fazer para lidar de forma bem-sucedida com esta tarefa da existência? Quais as limitações que enfrentam os ido-sos todos os dias? Será que damos respostas de qualidade a todas as necessidades deles? Que mudanças na sociedade permitirão que cada vez mais homens e mulheres envelheçam com sucesso?

Existem tantos tipos de envelheci-mento, quanto pessoas… não se deve padronizar, não há uma maneira correta de envelhecer, sendo que cada ser humano é único, permitindo que cada um possa ser tratado na sua singularidade e que possa tirar o má-ximo proveito disso para a vida.

As sociedades necessitam de desen-volver urgentemente, pensamentos,

filosofias, estratégias, estruturas e políticas para moldar o cimento, on-de se possam assentar experiências positivas de envelhecimento.

Embora ainda pouco presentes nas práticas quotidianas, conceitos como o envelhecimento ativo e bem-sucedido, a info-inclusão e a educa-ção/formação ao longo da vida, são agora frequentemente usados em espaços de reflexão teórica e em promissores planos de atuação polí-tica. Existem algumas estratégias implementadas, mas impera ainda a urgência de intervir ao nível das re-presentações sociais.

É verdade, envelhecer é inevitável, mas está apenas nas nossas mãos, a diferença entre o envelhecer invejá-vel, e aquele que a maioria dos ve-lhos considera ter, solitário e sofrido. É nossa missão, enquanto sociedade, encarar o envelhecimento da melhor forma possível, lutar por ele com qualidade e transmitir esta ideia a todas populações etárias.

A velhice tem que ser encarada co-mo o início de uma nova etapa da vida, que se bem planeada e desen-volvida, pode ser desencadeadora de realizações de projetos, planos e sonhos. O idoso deve por isso ser aceite como um ser humano, ativo, inclusivo, saudável, com vida, hábil, com vontade de aprender, que quer e procura prazer, alegria e felicidade.

Todos temos a ganhar com a valori-zação da pessoa mais velha, é sem-pre possível aprender e ensinar. Os velhos são fonte de sabedoria, são guardiães das tradições, são um po-ço de riqueza sem fundo, são um depósito de saberes, são o nosso futuro…

BIBLIOGRAFIA ¹ Organização Mundial de Saúde (2002). Active Ageing - A Police Framework. A Contribution of the World Health Organization to the second United Nations World Assembly on Aging. ² Pimentel, L. (2006). A prestação de cuidados a pessoas idosas dependentes: uma análise das rela-ções familiares intergeracionais e de germanidade. Tese de doutoramento. Lisboa: ISCTE REVIVE - Rede de Vigilância de Vetores. Disponivel em http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/AreasCientificas/DoencasInfecciosas/AreasTrabalho/EstVectDoencasInfecciosas/Paginas/Revive.aspx

“…Existem

tantos tipos de

envelhecimento,

quanto

pessoas…

Assim, não se

deve padronizar,

não há uma

maneira única de

envelhecer…”

A Grandeza do Envelhecimento Renata Inácio Enfermeira de Saúde Pública

N Ú M E R O V I

P Á G I N A 7 N Ú M E R O V I

Violência interpessoal: intervenção nos serviços de saúde A violência interpessoal é um preocu-pante problema de saúde pública, de elevada magnitude e transcendência, com impacto a curto, médio e longo prazo, na vida do(s) indivíduo(s) e da(s) sua(s) família(s) – uma violação dos di-reitos humanos.

Promover um modelo de intervenção estruturada da saúde, teve o seu supor-te no Despacho nº 31292/2008, que criou a Ação de Saúde para Crianças e Jovens em Risco, implementando a rede de Núcleos a Apoio a Crianças e Jovens em Risco nos Cuidados Primários e Hos-pitais – 87 na ARS Centro, 6 dos quais na área do ACeS Pinhal Litoral.

Em 2013, o Despacho nº 6378 de maio, operacionalizou a Ação de Saúde sobre Género, Violência e Ciclo de Vida, com implementação das EPVA (Equipas de Prevenção da Violência sobre o Adulto), alargando a intervenção na área da vio-lência às fases subsequentes do ciclo de vida.

Constituídas 63 EPVA na ARS Centro, 6 delas no ACeS Pinhal Litoral, quase coin-cidentes com as equipas dos núcleos.

Entre as competências, de umas e ou-tras, estão definidas, a consultadoria, a sensibilização e formação dos profissio-nais de saúde, a informação da popula-ção, a organização casuística, a gestão das situações de violência quando ne-cessário e a mobilização dos recursos internos e externos, fomentando um trabalho em rede.

Se é certo que a violência, podendo acontecer em qualquer fase do ciclo de vida, figuram entre os grupos mais vul-neráveis, as crianças e os idosos – as-sim, se em abril a ARS Centro dinamiza a campanha de prevenção de maus tra-tos a crianças e jovens, e já concretizada a 6ª, em novembro, decorre a campa-nha de prevenção “Á Violência: diga BASTA!!!”. Em Leiria, pelo grande empe-nhamento da rede de parceiros, as inici-ativas são diversas e em novembro tive-ram lugar um conjunto delas, dedicadas em particular aos idosos.

A Organização Mundial de Saúde, en-tende por Violência contra pessoas idosas “Qualquer forma de negligência ou de abuso físico, mental, sexual ou financeiro sofrido a partir dos 60 anos de idade” Sethi et al,, 2001.

Os maus tratos contra pessoas idosas, podem sê-lo por omissão (negligência, abandono) ou atos (violência física, vio-lência psicológica/verbal e exploração financeira).

Em Leiria, a 29 de novembro 2016, atra-vés do Fórum “A Violência sobre os Ido-sos. Afetos sem idade”, os parceiros pro-moveram um espaço de reflexão alargado sobre os aspetos do envelhecimento e divulgação de alguns projetos específicos.

Quisemos também nesse dia, homenage-ar os avós, simbolicamente, pelo neto Ruben ao seu avô Adelino, e da D. Armin-da que surpreendeu os presentes com poemas diversos … No final, ouvimos de-les “Não sabíamos que tanta gente se

preocupava com os idosos … mas ainda falta fazer muito”

Coloca-se assim para além da detecção precoce, um desafio maior na nossa intervenção – o tempo da prevenção, de estratégias mais eficazes com a cons-

trução de redes de suporte, para que seja claro o que escreveu a jovem Julia-na “Quando gostamos, é claro que cui-damos”.

Odete Mendes Médica de Saúde Pública

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

“Muitos dos que convivem diariamente com a violência assumem-na como uma parte intrínseca da condição humana. Não tem de ser assim. A violência pode ser evitada. As culturas violentas podem ser mudadas.Os governos, as comunidades e os indivíduos podem fazer a diferença”.

Nelson Mandela

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

Trata-se de um processo de relacio-namento entre financiadores e prestadores, que envolve ligação explicita entre o financiamento atri-buído e os resultados esperados, sustentado num sistema de infor-mação que permita um planeamen-to e uma avaliação eficazes, consi-derando como objeto do contrato metas de produção, acessibilidade, eficiência e qualidade.” (Ana Esco-val)

O modelo de con-tratualização deve-rá incorporar o novo paradigma da prestação de cuidados que se baseia na partilha do risco entre prestador e finan-ciador (metas exi-gentes mas atingí-veis) e na focaliza-ção nos resultados em que são defini-das claramente as responsabilida-des das partes envolvidas e que por outro lado visa garantir a sustenta-bilidade financeira do sistema.

Com o cum-primento das metas con-tratualizadas quer o ACES quer as suas unidades podem rece-ber incenti-vos, ou seja, prevê-se uma ligação entre desem-penho e ren-dimento. O slogan do

“Pagamento por Desempenho” não parece trazer perturbação especial, desde que se garanta a qualidade e segurança dos cuidados. Se por um lado a “quantidade” agrada aos gestores, sabemos que a qualidade agrada a todos os parceiros. Num processo de contratualização, e na gestão diária dos serviços de saúde, a governação clínica é uma premis-sa absolutamente fundamental, de forma a que as condições essenciais à prática não fiquem prejudicadas

face à tendência economicista da gover-nação da organização.

Seria interessante conhecer o impacto da contratualização na melhoria do esta-do de saúde das populações e por outro lado o impacto económico desse proces-so, através de um estudo de avaliação económica que fizesse uma análise com-parativa de custos e consequências (efetividade) relativos aos modelos al-ternativos, com e sem contratualização.

Enquanto isso não acontece, é possível encontrar na literatura inúmeras situa-ções de melhoria do estado de saúde no âmbito do pagamento por desempenho, como melhor controlo dos hipertensos, o melhor seguimento de grávidas e dia-béticos, a maior cobertura em planea-mento familiar e saúde infantil. Contu-do, é necessário que esses ganhos sejam duradouros e não limitados ao lapso de tempo da vigência dos mesmos. Existirá benefício enquanto há incentivos, mas após a retirada destes há a tendência para regresso à linha basal.

Os incentivos para tratamento de uma doença ou de uma condição podem ne-gligenciar a complexidade dos cuidados para outras situações, que ficaram fora da contratualização, por serem dispendi-osas e consumirem recursos, especial-mente entre os idosos com várias doen-ças crónicas. Nunca será lícita a questão: Se posso cumprir as minhas metas com pessoas saudáveis porquê aceitar no meu ficheiro os doentes?

Fala-se, cada vez mais, e também por isso, na remuneração por desempenho, mas com os cuidados centrados no do-ente e dando-lhe poder na decisão. Esta característica é transversal nos manifes-tos das sociedades médicas, já que para alguns profissionais há o receio fundado

de que as recompensas extrínsecas (os incentivos financeiros) substituam as motivações intrínsecas (o desejo de ajudar o próximo). Trata-se de uma situação preocupante que deve ser abordada no âmbito da ética das pro-fissões e que representa uma das mui-tas fragilidades da contratualização.

São múltiplos os desafios com que se depara este modelo de contratualiza-ção, mas, no global, defende-se que

deve refletir as necessi-dades reais da popula-ção, permitir a gestão participada e de proximi-dade e permitir o espírito de competição saudável entre as equipas. Os sis-temas de informação deverão ser credíveis de modo a facilitarem a monitorização e por ou-tro lado suportarem a investigação em CSP, de modo a credibilizar mais este nível de cuidados. A

informação disponível, agora enqua-drável na big data, permitirá criar mo-delos de avaliação de risco das popula-ções que no limite ajudará os profissio-nais na seleção de doentes para pro-gramas de prevenção, investigação em saúde, alocação de recursos e análise de qualidade.

O ano de 2017 trará um novo modelo de contratualização que se organiza em 5 áreas de análise - desempenho dos prestadores, serviços disponibiliza-dos aos utentes, qualidade dos cuida-dos prestados, formação dos profissio-nais e práticas de investigação imple-mentadas - sendo expectável que re-solva muitos dos constrangimentos apontados.

BIBLIOGRAFIA Escoval, A., Ribeiro, R. S., & Matos, T. T. (2010). A con-tratualização em cuidados de saúde primários: o con-texto internacional. Revista Portuguesa de Saúde Públi-ca, 9, 41-57.

Roland, M., & Campbell, S. (2014). Successes and failures of pay for performance in the United Kingdom. New England Journal of Medicine, 370(20), 1944-1949.

ACSS (2016). Termos de Referência para contratualiza-ção de cuidados de saúde no SNS para 2017. (documento de trabalho)

ARS Norte (2008). Contratualização com as USF: Relató-rio de 2008.

ACSS (2016). Termos de Referência para contratualiza-ção nos cuidados de saúde primários em 2016.

Afonso, P. B. (2010). Contratualização em ambiente de cuidados de saúde primários. Revista Portuguesa de Saúde Pública, 9, 59-64.

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Contratualização. Motivações extrínsecas ? (continuação) Rui Passadouro Médico de Saúde Pública

“ (…) para alguns

profissionais há

o receio fundado

de que as

recompensas

extrínsecas (os

incentivos

financeiros)

substituam as

motivações

intrínsecas (o

desejo de ajudar

o próximo).”

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A C E S P I N H A L L I T O R A L

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Talvez a mais sábia reflexão sobre a vida e a própria natureza huma-na:

A vida é curta, a arte longa, a ocasião fugidia, a experiência enganosa, o julgamento difícil…

Hipócrates

Sobre o sonho, que comanda a vida, na sua relação com a nossa identidade e a nossa alma:

Matar o sonho é matarmo-nos. É mutilar a nossa alma. O sonho é o que temos de real-mente nosso, impenetravelmente e inexpugnavelmente nosso.

Fernando Pessoa

Oferecer amor... Vera Artilheiro Assistente Técnica (CEI)

A somar, deixamo-nos envolver completamente pela ‘azáfama do

consumo’, a qual tem vindo a tornar-se cada vez mais característica desta época.

O verdadeiro sentido do Natal é (ou deveria ser) o amor. Os presentes e todo o consumismo que se observa são a menor parte do que a vida, na

verdade, significa para nós.

Os sentimentos e afecto por aque-les a quem queremos bem deveri-am tomar a maior parte da nossa energia nas festas de final de ano. Desta forma, o Natal terá um signi-ficado mais especial e será certa-mente recordado por todos, mais do que os presentes trocados.

Então, mais do que qualquer pedi-

Acabámos de atravessar uma altura óptima de reflexão, de reunião e união com aqueles que nos são mais próximos, um período em que encerrá-mos mais um ciclo, ou seja, terminou mais um ano.

O Natal e o final do ano são épo-cas de balanço e oportunidade para reflectirmos sobre tudo o que está à nossa volta. Na maior parte das vezes vivemos tão cen-trados no dia-a-dia que aca-bamos por nos ‘acomodar’ e não saímos da nossa zona de confor-to, nem sequer valorizamos a nossa própria vida.

do que possamos fazer, é altura para agradecermos e valorizar-mos todo o ‘bem’ que nos rodeia e a sugestão é (por forma a viven-ciar o verdadeiro espírito desta época): oferecer o nosso AMOR!

Conhecem a expressão ‘o sorriso que ofereceres, a ti voltará outra vez’? Com o AMOR funcionará da mesma forma

Relembrando… Hipócrates e Fernando Pessoa

Existem coisas

que não se recuperam:

A PEDRA, depois de ser lançada

A PALAVRA, depois de proferida

A OPORTUNIDADE, depois de se perder

E o TEMPO, quando já é passado.

mais simples, quase envergonhados, que iluminam a entrada do Porto de

Chania, junto ao farol, na ilha de Cre-ta.

Outras vezes, a força vem da sua lumi-nosidade ou contraste de luz. É o caso dos caracte-rísticos cande-eiros da Foz, no Porto, ao entardecer, com reflexos de prata so-bre as águas do Atlântico e as típicas ro-chas negras dispersas. Também a Fonte de Trevi, em Roma, pode parecer um pouco estranha, fotografada à noite em tons de verde

e de doura-do.

Finalmente, o tipo de registo, mais natu-ral, é quan-do se situ-am junto a monumen-tos carismá-ticos e co-nhecidos.

Em viagens que tenho feito, dou por mim, algumas vezes, a dar voltas aos candeeiros de iluminação pú-blica, junto a monumentos e outros motivos de interesse, procurando perspectivas e en-quadramentos “diferentes” para registar fotos de recorda-ção pessoal e turística. Assim, fui coleccionando memórias...

Os candeeiros, conforme as suas características de estilo e de época, revelam muito da cultura e da história dos países e das cidades, afinal, da nossa civili-zação.

Desde logo, pela sua origi-nalidade. Há cande-eiros úni-cos, como o que registei em Trafal-gar Squa-re, no centro de Londres, rodeando a estátua de Lord Nelson, que aparece minúscula numa pers-pectiva de 3 estranhos discos octogo-nais, fotografados quase na vertical.

Algumas vezes, ilustram a paisagem de forma bela e serena, como acon-tece com os candeeiros distintos e altivos que ladeiam o Porto de Ná-poles, deixando em pano de fundo o Monte Vesúvio, ou com aqueles

Nestes casos, as fotos permitem relem-bra-los em simultâneo, em perspecti-

vas diferentes e geralmente um pouco acrobáticas.

Aqui ficam, o candeeiro, tipo roda de feira popular, da praça fronteira às Galerias Vittorio Emanuele II e Catedral de Milão, e o imponente candeeiro de 4 braços que adorna a Piazetta junto à Praça de S. Mar-

cos, em Veneza, vendo-se ao fundo as suas características estátuas do leão alado e de São Teodoro com o dragão.

Deixo o desafio, na próxima viagem, experimente dar umas voltitas aos can-deeiros!

C O N T E Ú D O S : E - B O L E T I M D A U N I D A D E D E S A Ú D E P Ú B L I C A

A C E S P I N H A L L I T O R A L

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Ficha Técnica Propriedade: Unidade de Saúde Pública do ACES Pinhal Litoral

Corpo Editorial: Helder Carreira; Jorge Costa; Manuel Cardoso; Odete Mendes; Paula Silva; Rosário Correia; Ruben

Rodrigues; Rui Passadouro

Contactos: e-Boletim da USP do ACES Pinhal Litoral

Unidade de Saúde Pública Estrada da Mata, nº 56 Marrazes 2419-014 LEIRIA

Tel.: 244 849 000/10; Fax: 244 849 001; Correio eletrónico: [email protected]

Disponível em https://issuu.com/uspleiria; http://conteudosusp.blogs.sapo.pt

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Fotografia. À volta de candeeiros... Jorge Costa Médico de Saúde Pública


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