UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
FERNANDO LUIS BETZEK
PROJETO E EXECUÇÃO DE UMA BANCADA PARA ESTUDOS COM GERAÇÃO ASSÍNCRONA
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
MEDIANEIRA 2011
FERNANDO LUIS BETZEK
PROJETO E EXECUÇÃO DE UMA BANCADA PARA ESTUDOS COM GERAÇÃO ASSÍNCRONA
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação, apresentado à disciplina de Trabalho de Diplomação, do Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Industrial do Departamento Acadêmico de Manutenção Industrial – COMIN – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo. Orientador: Prof. Esp. Giovano Mayer
MEDIANEIRA 2011
A Folha de Aprovação assinada encontra-se na coordenação do Curso de
Tecnologia em Manutenção Industrial.
Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Gerência de Ensino Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em
Manutenção Industrial
TERMO DE APROVAÇÃO
Projeto e Execução de uma Bancada para Estudos com Geração Assíncrona
Por:
Fernando Luis Betzek
Este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) foi apresentado às 13:30 h do dia 02
de Dezembro de 2011 como requisito parcial para a obtenção do título de
Tecnólogo no Curso Superior de Tecnologia em Manutenção Eletromecânica, da
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Medianeira. O acadêmico
foi argüido pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo
assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho
aprovado.
Prof. Esp. Giovano Mayer UTFPR – Campus Medianeira
(Orientador)
Prof. Me. Amauri Massochin UTFPR – Campus Medianeira
(Convidado)
Prof. Dr. Marcos Fischborn UTFPR – Campus Medianeira
(Convidado)
Prof. Esp. Giovano Mayer UTFPR – Campus Medianeira
(Responsável pelas atividades de TCC)
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus pela saúde, fé e força que têm me concedido
para o término deste curso superior que é de grande importância em minha vida
profissional.
À minha família, pelo apoio, incentivo e compreensão empregados durante o
curso, assim como em todos os momentos da minha vida.
Agradeço ao professor orientador Giovano Mayer, pelo apoio, dedicação e
orientação durante o desenvolvimento do projeto.
Agradeço à empresa Ninfa Indústria de Alimentos Ltda pelo espaço concedido
para execução de grande parte do projeto.
À UTFPR – Campus Medianeira por fornecer o espaço e o material
necessário.
Agradeço a todos os colegas, sejam de trabalho ou de estudo e que fazem
parte da minha vida.
Agradeço a todos os professores da UTFPR – Campus Medianeira que de
alguma maneira contribuíram para a realização do projeto.
RESUMO
BETZEK, Fernando Luis. Projeto e Execução de uma Bancada para Estudos com Geração Assíncrona. 2011. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso - Tecnologia em Manutenção Industrial, Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Medianeira, 2011. O trabalho consiste no projeto e na execução de uma bancada para estudos com geração assíncrona. A bancada é composta por dois motores de indução com rotor em gaiola de esquilo acoplados eixo a eixo e apoiados em um suporte apropriado. Cada motor possui uma potência de 7,5 kW, o primeiro denominado MP é utilizado para emular via inversor de freqüência uma máquina primária, como por exemplo, uma pequena turbina hidráulica ou eólica. O segundo motor é utilizado como gerador de indução (GI). Além do projeto mecânico e da sua execução, o trabalho mostra o projeto elétrico e a execução das ligações elétricas de cada motor tanto da parte de potência, quanto da parte de sinais, tais como sensores de temperatura PT100 e sensores de velocidade do tipo encoder TTL 5 V. Com o auxílio de uma régua de luz, foi realizado o alinhamento das máquinas e através do ensaio de vibração foi possível verificar que o conjunto apresenta uma vibração mecânica dentro das especificações impostas pela norma ISO 2372 e a bancada pode ser utilizada para o estudo de geradores assíncronos. Palavras-chave: Máquina Assíncrona. Gerador de Indução. Ensaio de Vibração.
ABSTRACT
BETZEK, Fernando Luis. Project and Execution of a Bench for Studies With Asynchronous Generation. 2011. 44f. Completion of Course Work - Electromechanical Maintenance Technology, Federal Technological University of Paraná. Medianeira, 2011. The work consists of a project and execution of a bench for studies with asynchronous generation. The bench is composed by two induction motors with rotor in squirrel cage connected from axis to axis and sustained by an appropriate support. Each motor has a 7.5 kW power and one of them named MP will be used to emulate via frequency inverter a primary machine, such as a small hydraulic or aeolian turbine. The second motor will be used as induction generator (IG). Besides the mechanical project and its execution, the work presents the electrical project and the execution of the electrical connections of both the power and the signals of each motor, just like PT 100 temperature sensors and encoder TTL 5 V speed sensors. The alignment of the machines was carried out with the help of a light ruler, and by means of the vibration test it was possible to verify that the whole set presents a mechanical vibration which is in agreement with the specifications imposed by the rule ISO 2372 and the bench can be used for the study with asynchronous generators. Keywords: Asynchronous machine. Induction generator. Vibration test.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Ligação de um gerador de indução operando de forma isolada ............... 11 Figura 2 - Curva característica de torque x escorregamento da máquina de indução .................................................................................................................................. 12
Figura 3 - Curva de saturação do gerador de indução .............................................. 13 Figura 4 - Curva de magnetização, reatância capacitiva e processo de auto-excitação ................................................................................................................... 14 Figura 5 - Circuito interno de um inversor de freqüência ........................................... 15 Figura 6 - Projeto mecânico inicial. ........................................................................... 19
Figura 7 - Projeto Mecânico da estrutura. ................................................................. 20 Figura 8 - Projeto da tela de proteção. ...................................................................... 20
Figura 9 - Peças cortadas e usinadas. ...................................................................... 21 Figura 10 - Vista superior da base de sustentação. .................................................. 22 Figura 11 - Vista inferior da bancada. ....................................................................... 23 Figura 12 - Fuso para movimentação das máquinas. ............................................... 23
Figura 13 - Proteção das partes giratórias. ............................................................... 24 Figura 14 - Rodas fixadas na base. ........................................................................... 24
Figura 15 - Montagem inicial. .................................................................................... 25 Figura 16 - Peças pintadas........................................................................................ 26 Figura 17 - Alinhamento utilizando régua de luz. ...................................................... 26
Figura 18 - Perspectiva Cavalera da chapa de montagem e da proteção. ................ 27 Figura 19 - Projeto da proteção de acrílico. .............................................................. 28
Figura 20 - Projeto da chapa de montagem. ............................................................. 28 Figura 21 - Chapa de montagem. .............................................................................. 29 Figura 22 - Ligações das bobinas e dos PT100 na caixa de ligação. ........................ 29 Figura 23 - Detalhe do Speral Tube utilizado para acabamento. .............................. 30
Figura 24 - Bancada finalizada. ................................................................................. 30
Figura 25 - Montagem dos fusíveis e do inversor de freqüência. .............................. 31 Figura 26 - Pontos de medição da vibração .............................................................. 33
Figura 27 - Pontos de medição da vibração nas máquinas ....................................... 34 Figura 28 - Valores médios das vibrações da MP em função da variação da freqüência.................................................................................................................. 35
Figura 29 - Valores médios das vibrações do GI em função da variação da freqüência.................................................................................................................. 36
Figura 30 - Valores médios das vibrações da MP em função da variação da freqüência.................................................................................................................. 37 Figura 31 - Valores médios das vibrações do GI em função da variação da freqüência.................................................................................................................. 38 Figura 32 - Primeira medição no ponto axial dianteiro da MP. .................................. 38 Figura 33 - Segunda medição no ponto axial dianteiro da MP. ................................. 39
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características técnicas do inversor de freqüência .................................. 15 Tabela 2 - Relação das medidas e materiais utilizados ............................................ 17 Tabela 3 - Dados técnicos dos motores .................................................................... 18
Tabela 4 - Limites de vibração em motores (mm/s) .................................................. 32 Tabela 5 - Velocidades das vibrações do primeiro ensaio da MP em mm/s ............. 34 Tabela 6 - Velocidades das vibrações do primeiro ensaio do gerador em mm/s ...... 35 Tabela 7 - Velocidades das vibrações do segundo ensaio da MP em mm/s ............ 36 Tabela 8 - Velocidades das vibrações do segundo ensaio do gerador em mm/s...... 37
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A Ampéres
CV Cavalo-vapor
GI Gerador de indução
GIAE Gerador de indução auto-excitado
Hz Hertz
kg Quilogramas
kW Quilowatts
mm Milímetros
mm² Milímetros quadrado
mm/s Milímetros por segundo
MP Máquina primária
pol. Polegada
rpm Rotações por minuto
UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná
V Volts
ºC Graus Celsius
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 10
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 11
2.1 GERADOR DE INDUÇÃO .................................................................................. 11
2.2 INVERSOR DE FREQUÊNCIA .......................................................................... 14
3 AQUISIÇÃO DO MATERIAL ................................................................................ 17
4 PROJETO E EXECUÇÃO ..................................................................................... 19
4.1 PROJETO E EXECUÇÃO MECÂNICA .............................................................. 19
4.2 PROJETO E EXECUÇÃO ELÉTRICA................................................................ 27
5 ENSAIO DE VIBRAÇÃO ....................................................................................... 32
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 41
APÊNDICE A – CONFIGURAÇÕES BÁSICAS DO INVERSOR DE FREQUÊNCIA ATV312HU75M3 ....................................................................................................... 43
ANEXO A – Detalhes e medidas dos motores ...................................................... 44
10
1 INTRODUÇÃO
O gerador de indução é muito aplicado em sistemas alternativos de geração
de energia como, por exemplo, em pequenas centrais hidráulicas ou eólicas. Além
de robusto, o gerador de indução (GI) caracteriza-se pelo baixo custo, simples
manutenção e facilidade de substituição do gerador.
O projeto consiste inicialmente no dimensionamento e na execução de uma
base para apoiar dois motores de indução com rotor em gaiola de esquilo com uma
potência de 7,5 kW (10 CV) cada, tensão em 220, 380, 440 ou 760 V. Segundo o
projeto, os motores foram ligados mecanicamente eixo a eixo, sendo que um deles
será utilizado para emular uma máquina primária (MP) e o segundo será utilizado
como gerador de indução (GI). A estrutura que suporta tais máquinas possui rasgos
que servem para fazer o alinhamento e evitar que vibrações mecânicas ocorram, o
que pode causar sérios danos aos equipamentos.
Além da montagem mecânica, foi realizado o ensaio de vibrações mecânicas,
que é um método indispensável na detecção prematura de anomalias de operação
em virtude de problemas, tais como falta de balanceamento das partes rotativas,
desalinhamento de juntas e rolamentos, excentricidade e folgas. O ensaio de
vibração foi realizado com o Medidor de Vibração Digital da Instrutherm, modelo MV-
690.
Para o acesso aos terminais de potência do motor e aos terminais dos
sensores de temperatura e velocidade, foi projetada uma chapa de montagem para
cada máquina.
Após a montagem da estrutura dos motores, que também conta com um
suporte provisório que acondiciona o inversor de freqüência, foram estudados e
ajustados seus parâmetros para realizar as funções requeridas. O inversor utilizado
é o da Schneider Electric (ATV312HU75M3), que possui uma entrada analógica e
que será futuramente utilizada para o controle da velocidade com o auxílio dos sinais
provenientes do encoder (sensor de velocidade presente em cada máquina). O
inversor foi usado para o acionamento e controle da velocidade da máquina primária
(MP) sendo ajustado manualmente e de forma gradual até que atingisse a rotação
de 1900 rpm. Tal metodologia foi utilizada para a realização dos ensaios de
vibração.
11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Os itens abaixo mencionam as principais características do GI e do inversor
de freqüência.
2.1 GERADOR DE INDUÇÃO
Segundo TRAPP, Jordan Gustavo (2008, p. 1), por apresentar características
bastante satisfatórias, o GI é muito aplicado em sistemas alternativos de geração de
energia devido ao seu baixo custo, facilidade de substituição do gerador,
disponibilidade, manutenção reduzida, robustez e bom comportamento dinâmico.
Segundo MAYER, Giovano, (2010, p. 47), o gerador de indução quando
conectado a uma rede de distribuição consome reativos necessário para iniciar o
processo de auto-excitação, mas em operação isolada necessita de capacitores
ligados em paralelo aos terminais do estator da máquina para iniciar este processo.
A figura 1 mostra a ligação de um gerador de indução operando de forma isolada
com carga RL e os capacitores de auto-excitação Cc.
Figura 1 - Ligação de um gerador de indução operando de forma isolada Fonte: MAYER, G. (2010, p. 47).
A máquina, quando trabalhando como motor apresenta um escorregamento
positivo, logo o torque também é positivo como pode ser verificado na sua curva
característica no gráfico da figura 2. No lado esquerdo do eixo y, o escorregamento
12
é negativo, logo o torque também é negativo e o motor, tendo capacitores ligados
em paralelo (para sua auto-excitação), passa a funcionar como gerador.
A equação 1 mostra a diferença entre as velocidades dos eixos de estator e
rotor (escorregamento):
(1)
Onde:
= Escorregamento
= Velocidade síncrona do campo eletromagnético [rad/s]
= Velocidade do rotor [rad/s]
O gráfico da figura 2 mostra a curva característica de uma máquina
assíncrona.
Figura 2 - Curva característica de torque x escorregamento da máquina de indução Fonte: MAYER, G. (2010, p. 47).
13
Segundo TRAPP, Jordan Gustavo (2008, p. 1), quando ligado à rede o
Gerador de Indução Auto-Excitado (GIAE) mesmo com velocidade variável, é capaz
de gerar tensões trifásicas com freqüência constante, além de exercer a capacidade
de auto-proteção.
Para TRAPP, Jordan Gustavo (2008, p. 1) e ROCHA, Marcello Soares (2005,
p. 1), para compensar os reativos de cargas indutivas conectadas nos terminais do
GI, é necessário o uso de mecanismos de controle para regulação de tensão e
freqüência, uma vez que, acionado com velocidade variável ou atuando isolado da
rede elétrica com a carga, a freqüência é variável e a regulação de tensão é
insatisfatória.
“Como a impedância do ramo de magnetização varia com a freqüência, tem-
se uma curva de saturação para cada freqüência de operação do GI.” (JORDAN
GUSTAVO TRAPP, 2008, p. 18). O gráfico da figura 3 mostra uma curva de
saturação de um motor de indução trifásico de 380 V e 2,3 A ligado em estrela, 60
Hz e 1 kW de potência.
Figura 3 - Curva de saturação do gerador de indução Fonte: TRAP, J. G, (2008, p. 18).
Segundo TRAPP, Jordan Gustavo (2008) a reatância de um capacitor é
representada no gráfico por uma reta linear. Quando um capacitor é conectado nos
terminais do GI, a reta que representa a reatância capacitiva cruza com a curva de
14
magnetização em um determinado ponto, determinando o momento em que o GI
passará a gerar energia elétrica.
O processo de auto-excitação ocorre quando é conectado um capacitor de valor adequado nos terminais do gerador, que ao ser acionado com uma rotação adequada, aplica sua tensão residual ao capacitor. Num processo de ressonância, o capacitor devolve essa tensão ao GI. Como o GI continua com uma tensão residual devido à ação da máquina primária, a tensão nos seus terminais sofre um acréscimo pela soma de duas tensões em fase, iniciando a auto-excitação. No próximo ciclo, o gerador aplica uma tensão ainda maior ao capacitor e este devolve esta tensão ao gerador, no mesmo processo de ressonância. A tensão aumenta até atingir o ponto de operação definido pelo ponto de encontro da curva de saturação com a reta da reatância do capacitor. (JORDAN GUSTAVO TRAPP, 2008, p. 18).
O gráfico da figura 4 mostra o cruzamento entre a curva de magnetização da
máquina e a reatância capacitiva e o momento em que o GI passa a funcionar como
gerador.
Figura 4 - Curva de magnetização, reatância capacitiva e processo de auto-excitação Fonte: TRAP, J. G, (2008, p. 18).
2.2 INVERSOR DE FREQUÊNCIA
Inversores de freqüência são dispositivos eletrônicos que convertem a tensão
da rede alternada (CA) em tensão contínua (CC) e por fim convertendo novamente
esta ultima em uma tensão (CA) de amplitude e freqüência variáveis. Tem como
15
principal finalidade controlar a velocidade de motores de indução. Dentre as várias
vantagens do uso do inversor, destacam-se: controle de torque, controle da rotação
dos motores, substituição dos sistemas de variação de velocidades mecânicos e
atuam como dispositivo de proteção. (FRANCHI, Clairton Moro, 2007, p. 198).
Os inversores são divididos em três seções, sendo a primeira de retificação
de entrada, a segunda para o tipo de controle do circuito intermediário e a terceira
para a saída. Os tiristores retificadores situados no circuito de entrada do inversor,
retificam a tensão trifásica da rede de entrada CA. A tensão DC resultante é filtrada
pelo capacitor sendo novamente convertida em trifásica AC na seção inversora. Os
transistores chaveiam várias vezes por ciclo, gerando pulsos com largura variável
senoidalmente. (FRANCHI, Clairton Moro, 2007). A figura 5 mostra o desenho
simplificado do circuito interno de um inversor.
Figura 5 - Circuito interno de um inversor de freqüência Fonte: http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/203.
A tabela 1 mostra as características técnicas do inversor utilizado no ensaio
de vibração mecânica.
Tabela 1 - Características técnicas do inversor de freqüência
(continua)
Corrente 33 A
Potência motor (CV) 7,5 kW (10 CV)
16
(conclusão)
Temperatura de operação -10 °C a 50 °C
Tensão de entrada 208/240 Vac
Fase de entrada 3 Fases
Fase de saída 3 Fases
Freqüência 000-500 Hz
Fonte: http://elcodis.com/parts/5441120/ATV312HU75M3.html
17
3 AQUISIÇÃO DO MATERIAL
A tabela 2 mostra a relação dos materiais utilizados na execução do projeto
bem como suas dimensões e quantidades.
Tabela 2 - Relação das medidas e materiais utilizados
(continua)
Peças Quant. Diâm. Larg. Espes. Alt. Comp.
Viga tipo “U” ------- ------- 66 mm 6 mm 80 mm 3000 mm
Barra chata ------- ------- 1” pol. 3/8” pol. ------- 2000 mm
Barra chata ------- ------- 2” pol. 3/8” pol. ------- 1000 mm
Barra chata ------- ------- 3” pol. 1/2” pol. ------- 2000 mm
Barra roscada ------- 22 mm ------- ------- ------- 1000 mm
Barra roscada ------- 1/4” pol. ------- ------- ------- 700 mm
Chapa de aço 2 ------- 220 mm 3 mm 145 mm -------
Chapa de aço 2 ------- 135 mm 2 mm 135 mm -------
Tela perfurada 1 ------- 135 mm 2 mm 515 mm -------
Acoplamento 1 94 mm ------- ------- ------- -------
Motor 10cv 2 ------- ------- ------- ------- -------
Olhal 3 12 mm ------- ------- ------- -------
Prensa cabo 4 3/4” pol. ------- ------- ------- -------
Prensa cabo 4 1” pol. ------- ------- ------- -------
Bornes de Ligação 12 ------- ------- ------- ------- -------
Cabo flexível ------- 2,5 mm² ------- ------- ------- 20000 mm
Cabo flexível ------- 1 mm² ------- ------ ------- 10000 mm
Speral Tube ------- ------- ------- ------- ------- 3500 mm
Rodízios Giratórios 2 3” pol. ------- ------- 100 mm -------
Rodízios Fixos 2 3” pol. ------- ------- 100 mm -------
Anel elástico 4 13 ------- ------- ------- -------
Bucha de bronze 2 35 ------- ------- ------- -------
18
Tabela 2 - Relação das medidas e materiais utilizados
(conclusão)
Peças Quant. Diâm. Larg. Espes. Alt. Comp.
Chapa acrílico 2 ------- 220 mm 5 mm 130 mm -------
Inversor de freqüência 1 ------- ------- ------- ------- -------
Fusíveis 3 ------- ------- ------- ------- -------
Parafusos 36 ------- ------- ------- ------- -------
Arruelas 32 ------- ------- ------- ------- -------
Porcas 24 ------- ------- ------- ------- -------
A tabela 3 mostra os dados técnicos das máquinas utilizadas.
Tabela 3 - Dados técnicos dos motores
Tensão
(V)
Freqüência
(Hz)
Corrente
(A)
Potência
(kW/CV)
Fator de
potência
(cos φ)
Rotações
por minuto
(rpm)
Rendimento
(%)
Corrente
de partida
(Ip)
220 60 24,4 7,5/10 0,84 1770 89,5 8,5
380 60 14,1 7,5/10 0,84 1770 89,5 8,5
440 60 12,2 7,5/10 0,84 1770 89,5 8,5
19
4 PROJETO E EXECUÇÃO
Com a fundamentação da idéia inicial e a definição dos materiais a serem
utilizados no trabalho, começou-se a etapa de projetos e dimensionamento. Nesta
etapa, foi definido o leiaute da bancada, chapas de montagem e proteções a serem
feitas.
4.1 PROJETO E EXECUÇÃO MECÂNICA
A figura 6 mostra o projeto mecânico inicial para a estrutura da base da bancada.
Figura 6 - Projeto mecânico inicial.
O projeto inicial sofreu pequenas alterações no painel de ligação tanto da
parte de potência, quanto de sinal (sensores de temperatura e encoder). Tal
alteração foi realizada, pois com a configuração da figura 6 as ligações da potência e
dos sinais não ficariam funcionais.
As figuras 7 e 8 mostram o projeto mecânico executado.
20
Figura 7 - Projeto Mecânico da estrutura.
Figura 8 - Projeto da tela de proteção.
Com o projeto mecânico finalizado e o material necessário já adquirido,
iniciou-se então o processo de confecção da base, que foi construída com estrutura
21
reforçada para evitar possíveis vibrações mecânicas originadas da máquina primária
e do gerador.
A confecção inicial das peças teve início com o corte dos materiais com o
auxílio de uma policorte. Inicialmente foram cortadas duas peças de 1050 mm de
comprimento do tipo viga “U” de 80x66x6 mm, com um ângulo de 45º nas suas
extremidades e logo após, outras duas peças de 445 mm de comprimento também
com 45º em suas extremidades.
Posteriormente as peças cortadas foram usinas com o auxílio de uma
máquina fresadora. Os rasgos nas vigas foram abertos peça a peça antes de serem
soldadas. Com os detalhes do projeto e as medidas detalhadas dos motores a
serem utilizados conforme mostra o Anexo A, foram definidas as localizações exatas
dos lugares a serem fresados, resultando em quatro rasgos de 10x30 mm em cada
viga. Essas peças referem-se à figura 7 do projeto e podem ser verificadas na figura
9.
Figura 9 - Peças cortadas e usinadas.
Terminada a etapa de usinagem, as extremidades das peças foram
escareadas com a ajuda de uma lixadeira angular elétrica. Logo após as mesmas
foram fixadas em uma superfície, esquadrejadas e soldadas, formando o quadro
estrutural da base.
22
Para fazer a base de sustentação dos motores, foi utilizado uma barra chata
de 3”x1/2”. A mesma foi cortada em quatro partes iguais de 437 mm e como um dos
motores foi definida fixo no projeto, duas destas peças foram apenas furadas (furos
de 12 mm) para acoplar o motor que faz o papel da MP. As outras duas peças que
compõem a base de sustentação do GI foram fresadas e abertos dois rasgos de
12x35 mm para o posterior alinhamento desta máquina. Nas extremidades de todas
as peças de sustentação, foram feitos furos de 10 mm de diâmetro utilizados para
fixação na base. A figura 10 mostra a base soldada e as quatro peças de
sustentação das máquinas.
Figura 10 - Vista superior da base de sustentação.
As bases de sustentação foram ainda reforçadas com barras chatas de
1”x3/8” que foram cortadas em seis partes de 312 mm. Tais peças foram utilizadas
também, além de servirem como reforço, para auxiliar no alinhamento dos dois
motores.
Duas peças com 312 mm de comprimento foram cortadas da barra chata de
2”x3/8”, furadas no centro e soldado uma bucha com rosca de 22 mm de diâmetro.
Tais barras foram soldadas nas duas bases laterais, a fim de mover o conjunto
horizontalmente para frente e para trás através de uma barra roscada de 22 mm de
diâmetro e 500 mm de comprimento, usinada no torno mecânico e fresadas nas
pontas ficando com 13x13 mm. Para evitar o contato entre a parte posterior da
23
bancada e a barra roscada, foram confeccionadas duas buchas de bronze que
podem ser verificadas nas figuras 11 e 12.
Figura 11 - Vista inferior da bancada.
Figura 12 - Fuso para movimentação das máquinas.
Para proteção das partes giratórias que são os eixos da máquina primária e
do gerador unidos por um acoplamento de 94 mm de diâmetro, optou-se em fazer
uma proteção com tela perfurada de 135x515x2 mm possibilitando a visualização da
rotação das máquinas. A figura 13 mostra a execução da tela de proteção que se
refere à figura 8 do projeto.
24
Figura 13 - Proteção das partes giratórias.
Por se tratar de uma bancada para estudos, a mobilidade da mesma é
constante e para isso foram utilizadas quatro rodas presas diretamente no quadro da
base, sendo duas rodas fixas e duas giratórias. As rodas possuem dimensão de 3”
pol. com capacidade de carga de 38 kg cada, dimensionadas para suportar o peso
total do conjunto que é de aproximadamente 140 kg. A figura 14 mostra as rodas
fixas na base.
Figura 14 - Rodas fixadas na base.
25
Para uma possível elevação de todo o conjunto foram colocados três olhais
de 12 mm de diâmetro com capacidade de elevação de 340 kg cada.
Com o término da execução de toda a base, a mesma foi montada para a
verificação de como ficariam os acoplamentos entre as bases dos motores e a base
projetada e o acoplamento dos eixos das máquinas. A figura 15 mostra a montagem
inicial das máquinas sobre a bancada.
Figura 15 - Montagem inicial.
Uma vez que as montagens mecânicas ficaram de acordo com o projeto, a
bancada foi desmontada e as peças passaram por um processo de limpeza e pintura
eletrostática a pó. A figura 16 mostra as peças pintadas.
Com a bancada pintada e a tinta totalmente curada, iniciou-se a etapa de
montagem do projeto. Neste processo surgiram alguns contra-tempos, tais como o
enforcamento das partes móveis como as travessas da base do motor e alguns
parafusos que não passavam pelos furos, tudo devido a tinta recebida, porém tais
problemas foram resolvidos com facilidade.
Os dois motores foram acomodados nas respectivas bases e presos com
parafusos de 12 mm e seus eixos foram unidos com acoplamento de 94 mm de
diâmetro.
26
Figura 16 - Peças pintadas.
Em seguida foi realizado o alinhamento das máquinas com o auxílio de uma
régua de luz como mostra a figura 17. Depois de alinhadas, a conexão dos eixos foi
protegida com a placa de proteção de acoplamento (figura 13).
Figura 17 - Alinhamento utilizando régua de luz.
27
4.2 PROJETO E EXECUÇÃO ELÉTRICA
Para que fosse possível um melhor acesso aos terminais das máquinas, tanto
dos terminais de potência, quanto aos terminais dos sensores PT100 e dos
encoders, foi projetada uma chapa de montagem (diferente da concepção inicial do
projeto visto na figura 6). A figura 18 mostra a chapa de montagem e uma tampa de
acrílico utilizada para evitar o contato acidental dos bornes de ligação.
Figura 18 - Perspectiva Cavalera da chapa de montagem e da proteção.
As figuras 19 e 20 mostram os detalhes do projeto da chapa de montagem e
da tampa de acrílico.
28
Figura 19 - Projeto da proteção de acrílico.
Figura 20 - Projeto da chapa de montagem.
A execução da chapa de montagem foi realizada com duas chapas de
220x145x3 mm, as quais foram dobradas uma borda de 15 mm para reforço, ficando
a face com 220 mm de largura por 130 mm de altura. Foram executados dois furos,
um de 22 mm e outro de 27 mm, os quais foram preenchidos com prensa cabos de
3/4” pol. e 1” pol. respectivamente. Na mesma chapa, foi fixado uma régua com seis
bornes do tipo SAK de 2,5 mm² para ligação dos sinais do encoder e dos PT100 e
um bloco de ligação para alimentação das máquinas.
A figura 21 mostra as chapas de montagem executadas.
29
Figura 21 - Chapa de montagem.
Para fazer a ligação das bobinas e dos PT100 dos motores até o quadro de
bornes, foram utilizados cabos flexíveis de 2,5 mm² e 1 mm². Ambos acomodados
separadamente em tubo espiral. A figura 22 mostra o processo de ligações das
bobinas e dos sinais dos PT100 dentro da caixa de ligação de uma das máquinas.
Figura 22 - Ligações das bobinas e dos PT100 na caixa de ligação.
O detalhe mostrado na figura 23 refere-se à utilização de speral tube para dar
acabamento elétrico no chicote das ligações de potência e sinal.
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Figura 23 - Detalhe do Speral Tube utilizado para acabamento.
Figura 24 - Bancada finalizada.
O inversor de freqüência e os fusíveis de proteção foram montados de forma
provisória para realização do ensaio de vibração. Tal montagem pode ser vista na
figura 25.
31
Figura 25 - Montagem dos fusíveis e do inversor de freqüência.
Para a proteção do inversor, foram utilizados fusíveis ultra rápidos do tipo
Sitor, com corrente nominal de 63 A (aproximadamente 2,5 vezes a corrente
nominal). O circuito de alimentação do inversor e de ligação da MP foi montado com
condutores flexíveis de 10 mm², com capacidade de corrente de 50 A.
32
5 ENSAIO DE VIBRAÇÃO
O ensaio para vibrações mecânicas é um método indispensável na detecção
prematura de anomalias de operação em virtude de problemas, tais como
desbalanceamento das partes rotativas, desalinhamento de juntas, rolamentos e
polias, excentricidade, interferência, erosão localizada, abrasão, ressonância e
folgas, sendo destas, 80% dos problemas de vibração em máquinas originadas do
desbalanceamento, seguido pelo desalinhamento. (ABENDE)
O ensaio de vibração proporciona uma grande confiabilidade na operação de
instalações e na possibilidade de intervenção de uma máquina antes do
agravamento de algum problema para substituição de peças desgastadas ou
alinhamento.
Toda máquina rotativa (motor, bomba, ventilador, etc.) apresenta um
determinado nível de vibração quando está em operação. Para determinar se um
equipamento está dentro dos limites de vibração, deve-se fazer as medições e
comparar o valor medido com os valores definidos em norma. A Norma ISO 2372
propõe limites de severidade de vibração classificando os equipamentos de acordo
com suas características. Tais limites podem ser verificados na tabela 4.
Tabela 4 - Limites de vibração em motores (mm/s)
Nível Até 15 kW 15 a 75 kW Acima de 75 kW
(Base Rígida)
Acima de 75 kW
(Base Flexível).
Bom 0 a 0,71 0 a 1,12 0 a 1,8 0 a 2,80
Normal 0,71 a 1,80 1,13 a 2,80 1,81 a 4,5 2,81 a 7,10
Tolerável 1,81 a 4,5 2,81 a 7,1 4,51 a 11,2 7,11 a 18,0
Não Permissível > 4,5 > 7,1 > 11,2 > 18,0
Fonte: http://www.gpro.ind.br/imagens/produtos/Linha20Vib.pdf.
Para investigar a ocorrência de vibração em um motor elétrico, é fundamental
que o mesmo seja observado no local instalado e desacoplado para ter certeza que
a anomalia realmente provém do motor. Com o avanço tecnológico faz-se
necessário o uso de novas técnicas e procedimentos para o acompanhamento e
33
análise das vibrações das máquinas. Contudo, com o auxílio de um medidor de
vibrações que registre valores em milímetros por segundo (mm/s), pode ser feita a
leitura do nível de vibração em seis pontos diferentes da carcaça do motor, conforme
mostra a figura 26. Deve-se considerar o maior valor encontrado. (WEG S. A.)
Figura 26 - Pontos de medição da vibração
Ponto 1: horizontal dianteira
Ponto 2: vertical dianteira
Ponto 3: axial dianteira
Ponto 4: horizontal traseira
Ponto 5: vertical traseira
Ponto 6: axial traseira
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAvZIAK/tecnicas-inspecao-testes.
O ensaio de vibração mecânica nas máquinas do projeto foi realizado com o
medidor de vibração digital da Instrutherm, modelo MV-690 a fim de determinar se
tal anomalia estaria dentro do limite definido em norma. Os ensaios foram realizados
com diferentes valores de freqüência e nos pontos de medição mostrados na figura
27.
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Figura 27 - Pontos de medição da vibração nas máquinas.
Os resultados encontrados na primeira medição para o ensaio da máquina
primária podem ser verificados na tabela 5.
Tabela 5 - Velocidades das vibrações do primeiro ensaio da MP em mm/s
Pontos de medição 15 Hz 30 Hz 45 Hz 63 Hz
Horizontal dianteira 0,9 1,0 1,0 1,6
Vertical dianteira 0,9 1,0 2,0 2,5
Axial dianteira 0,9 1,0 1,9 2,4
Horizontal traseira 0,6 1,0 0,7 0,8
Vertical traseira 0,5 0,8 1,0 2,2
O gráfico da figura 28 mostra a variação da vibração em função do aumento
da velocidade da máquina primária.
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Figura 28 - Valores médios das vibrações da MP em função da variação da freqüência.
Os resultados encontrados na primeira medição para o ensaio do gerador de
indução podem ser verificados na tabela 6.
Tabela 6 - Velocidades das vibrações do primeiro ensaio do gerador em mm/s
Pontos de medição 15 Hz 30 Hz 45 Hz 63 Hz
Horizontal dianteira 0,8 1,0 1,1 1,8
Vertical dianteira 0,8 0,9 1,9 2,4
Axial dianteira 0,8 1,1 1,7 2,2
Horizontal traseira 0,7 0,9 0,7 0,8
Vertical traseira 0,6 0,9 1,0 2,0
O gráfico da figura 29 mostra a variação da vibração do gerador em função do
aumento da velocidade do gerador de indução.
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Figura 29 - Valores médios das vibrações do GI em função da variação da freqüência.
Os resultados da primeira medição foram insatisfatórios, com alguns valores
de vibração acima do normal. As máquinas foram então realinhadas e o ensaio foi
repetido novamente.
Os resultados encontrados no segundo ensaio de vibração da máquina
primária podem ser verificados na tabela 7.
Tabela 7 - Velocidades das vibrações do segundo ensaio da MP em mm/s
Pontos de medição 15 Hz 30 Hz 45 Hz 63 Hz
Horizontal dianteira 0,8 0,9 0,9 0,9
Vertical dianteira 0,8 0,8 1,0 1,1
Axial dianteira 0,6 0,8 1,0 1,1
Horizontal traseira 0,5 0,7 0,8 1,2
Vertical traseira 0,5 0,6 0,8 0,6
O gráfico da figura 30 mostra a variação da vibração em função do aumento
da velocidade da máquina primária.
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Figura 30 - Valores médios das vibrações da MP em função da variação da freqüência.
Os resultados encontrados na segunda medição para o ensaio do gerador de
indução podem ser verificados na tabela 8.
Tabela 8 - Velocidades das vibrações do segundo ensaio do gerador em mm/s
Pontos de medição 15 Hz 30 Hz 45 Hz 63 Hz
Horizontal dianteira 0,7 0,7 0,7 1,0
Vertical dianteira 0,6 0,6 1,0 0,9
Axial dianteira 0,6 0,7 1,0 1,1
Horizontal traseira 0,5 0,6 0,8 0,7
Vertical traseira 0,1 0,7 1,0 1,4
O gráfico da figura 31 mostra a variação da vibração do gerador em função do
aumento da velocidade do gerador de indução.
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Figura 31 - Valores médios das vibrações do GI em função da variação da freqüência.
Embora os resultados tenham sido bastante satisfatórios após o
realinhamento da MP e do GI, não foi possível efetuar as medições no ponto axial
traseiro pelo fato de não possuir um lugar adequado para a fixação do transdutor
devido ao encoder que as máquinas possuem na parte posterior, sendo então,
realizado as leituras apenas nos outros cinco pontos principais.
A figura 32 mostra a primeira leitura do ponto axial dianteiro da MP e a figura
33 mostram a leitura do mesmo ponto após o realinhamento das máquinas.
Figura 32 - Primeira medição no ponto axial dianteiro da MP.
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Figura 33 - Segunda medição no ponto axial dianteiro da MP.
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6 CONCLUSÕES
O Gerador de Indução é muito aplicado em sistemas alternativos de geração
de energia onde o baixo custo, baixo índice de manutenção, disponibilidade e
facilidade de substituição do gerador, são características bastante apreciadas,
porém, os custos elevados dos bancos de capacitores ainda limitam o uso isolado
do gerador de indução a pequenas unidades geradoras.
Sob o ponto de vista dos ensaios de vibração, embora os eixos que acoplam
os encoders das máquinas estarem levemente tortos (providos de fábrica), os
resultados foram satisfatórios, havendo a necessidade de novos ajustes mecânicos.
Os níveis de vibração após o realinhamento dos motores permaneceram normais
conforme determinado em norma nas quatro freqüências medidas, ficando a MP
com vibração máxima de 1,2 mm/s e o gerador com 1,4 mm/s, o que garante
vibrações satisfatórias para toda a variação de velocidade da máquina primária.
Por ter um custo até 40% menor em relação ao gerador síncrono e maior
facilidade de manutenção, este experimento poderá ser utilizado para pesquisas nos
laboratórios de Máquinas elétricas e automação, podendo ser ligado futuramente em
paralelo com a rede da concessionária para fins acadêmicos de pesquisa. Também
poderá ser automatizada com o desenvolvimento de um sistema supervisório para o
monitoramento e controle da máquina primária e do gerador.
41
REFERÊNCIAS
ABENDE - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS E
INSPEÇÃO. Análise de Vibrações. Disponível em:
<http://www.abende.org.br/info_end_oquesao_analise.php?w=1280&h=1024>.
Acesso em: 06 de novembro de 2011.
BASSET et. al (1935) E WAGNER (1939). Geradores de Indução. Disponível em:
<http://periodicos.unitau.br/ojs-2.2/index.php/exatas/article/viewFile/351/482>.
Acesso em: 01 de novembro de 2011.
EBAH! Técnicas de Inspeção e Testes. Disponível em:
<http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAvZIAK/tecnicas-inspecao-testes>. Acesso
em: 14 de Novembro de 2011.
FRANCHI, Clairton M. Acionamentos Elétricos – Inversor de Freqüência. 1 ed.
São Paulo: Érica Ltda, 2007.
G PRO. Norma ISO 2372 Disponível em:
<http://www.gpro.ind.br/imagens/produtos/Linha20Vib.pdf>. Acesso em: 15 de
Novembro de 2011.
MARRA, Enes G. Sistemas de Geração Baseados em Gerador de Indução
Operando Com Tensão Regulada e Freqüência Constante. Goiânia.
MAYER, Giovano. Características Operativas dos Geradores de Indução Com
Rotor em Gaiola de Esquilo. Foz do Iguaçu, 2010.
MECATRÔNICA ATUAL - Inversores – Disponível em:
<http://www.mecatronicaatual.com.br/secoes/leitura/203>. Acesso em: 13 de
Novembro de 2011.
42
ROCHA, Marcello S. Comportamento Dinâmico de Gerador de Indução com
Dupla Alimentação em Sistema de Geração Eólica. Rio de Janeiro, 2005.
SIEMENS LTDA. Motores Trifásicos de Baixa Tensão: catálogo. Rio de Janeiro,
2010. 19 p.
TRAPP, Jordan G. Gerador de Indução Isolado Com Tensão e Freqüência
Reguladas Por Conversor Matricial Esparso. Santa Maria, 2008.
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ. Normas Para
Elaboração de Trabalhos Acadêmicos. Disponível em:
<http://www.utfpr.edu.br/medianeira/biblioteca-e-producao-academica/normas-para-
elaboracao-de-trabalhos-academicos/normas-para-elaboracao-de-trabalhos-
academicos/?searchterm=normas>. Acesso em: 05 de novembro de 2011.
WEG S. A. Instalação e Manutenção de Motores Elétricos. Disponível em:
<www.joinville.ifsc.edu.br >. Acesso em: 04 de novembro de 2011.
43
APÊNDICE A – CONFIGURAÇÕES BÁSICAS DO INVERSOR DE
FREQUÊNCIA ATV312HU75M3
1º Fazer as ligações físicas e energizar o inversor.
2º Ativar a configuração local.
- Na tela inicial (rdy) pressionar o botão MODE por 3 segundos,
aparecerá LOC (local), pressionar ESC para voltar à tela inicial (rdy).
3º Configurar os parâmetros do motor.
- Pressionar o botão Jog Dial e girar até encontrar o menu CONTROLE
DO MOTOR (drC-) e pressionar o Jog Dial;
- Ajustar tensão nominal do motor (UnS) em 220V;
- Ajustar freqüência nominal do motor (FrS) em 60Hz;
- Ajustar corrente nominal do motor (nCr) em 24,4A;
- Ajustar velocidade nominal do motor (nSP) a 1770 rpm;
- Ajustar cos φ do motor (COS) em 0,84;
- Pressionar ESC até aparecer rdy (tela inicial)
4º Configurar a velocidade máxima.
- Pressionar o botão Jog Dial e girar até encontrar o menu
CONFIGURAÇÕES (SEt-) e pressionar o Jog Dial;
- Girar o Jog Dial até encontrar HSP (velocidade máxima) e ajustar em
63 Hz;
- Pressionar ESC até aparecer rdy (tela inicial)
5º Pressionar ESC por 2 segundos.
6º Pressionar RUN para partir o motor.
7º Girar o Jod Dial (+/-) para ajustar a velocidade.
8º Pressionar STOP para parar o motor.
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ANEXO A – Detalhes e medidas dos motores (Siemens)