Download - Manografia - Docência ATUALIZADA (29-07)
CONGREGAÇÃO DE SANTA DOROTÉIA DO BRASILFACULDADE FRANSSINETTI DO RECIFE – FAFIREPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO – LATO SENSU
CURSO DOCÊNCIA DO ENSINO SUPERIOR
WALQUIRIA PAULA DE SOUZA
TURISMO E DIDÁTICA: A IMPORTANCIA DA METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DOCENTE DO CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO
Recife2012
WALQUIRIA PAULA DE SOUZA
TURISMO E DIDÁTICA: A IMPORTANCIA DA METODOLOGIA DO ENSINO SUPERIOR PARA O DOCENTE DO CURSO DE BACHARELADO EM TURISMO
Monografia apresentada à Coordenação do Programa de Pós - Graduação da Faculdade Frassinetti do Recife - FAFIRE para obtenção do título de Especialista em Docência do Ensino Superior.
Orientador: João Paulo da Silva
Recife2012
Em especial a minha família, pela dedicação.
Ao meu esposo por toda compreensão e incentivo.
A minha coorientadora Amanda Nunes.
AGRADECIMENTOS
Gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos:
Primeiramente a Deus pela a oportunidade de estar concluindo mais uma etapa
acadêmica;
À minha família, pelo apoio incondicional e por acreditar que sempre posso ir além;
Ao meu orientadoror João Paulo pelo apoio e por toda paciência;
A todos os professores durante toda a tragetória na pós-graduação e por todo
conhecimento construido junto a nós;
As minhas irmãs amigas Amanda Nunes, Gleicy Lopes e K’mila Priscila, pelo
companheirismo e, por sempre me incentivarem a prosseguir mesmo quando os
obstáculos eram difíceis de superar;
Por fim a todos que de certa forma contribuíram e torceram pela realização deste
trabalho, meus sinceros agradecimentos.
O Turismo é uma Universidade em que o aluno nunca se
gradua, é um Templo onde o suplicante cultua, mas nunca
vislumbra a imagem de usa veneração, é uma viagem com
destino sempre à frente, mas jamais atingido. Haverá sempre
discípulos, sempre contempladores, sempre errantes
aventureiros.
Lord Curzon
RESUMO
O presente estudo tem como principal objetivo analisar a importância da metodologia de ensino superior para o docente que possui a formação de bacharel em turismo. É de suma importância para os futuros profissionais que desejam ingressar na cadeia produtiva do turismo de forma eficiente, atendendo as exigências do mercado de trabalho, que sejam lecionados por um corpo docente que se preocupa em oferecer uma educação de qualidade através de metodologias que facilitem o processo de ensino e aprendizagem visando à construção e absorção dos conteúdos pelos discentes de forma satisfatória. O ensino superior especificamente é constituído por um processo de ensino e aprendizagem de forma científica, é responsável pela formação de opiniões, ou seja, contribui com a formação da sociedade. A pesquisa foi dividida em duas etapas, primeiramente se deu a pesquisa bibliográfica, abordando temas relacionados à didática do ensino superior em turismo. A segunda etapa foi qualitativa, onde foi submetido aplicação de questionários com os entrevistados. Ressaltamos que os instrumentos de coleta de dados utilizados foram questionários semiestruturais com professores bacharéis em turismo de instituições de ensino de superior da cidade do Recife/PE. Os docentes convidados compartilham de opiniões semelhantes em quase todos os temas abordados, mostrando a necessidade de ao exercer a docência é necessário que o profissional adote uma metodologia que facilite aprendizagem de seus alunos de forma satisfatória.
Palavras-chave: Didática; Professor; Ensino Superior; Metodologia; Turismo.
ABSTRACT
The present study has as main objective to analyze the importance of the methodology of higher education for the teacher who has a degree in tourism training. It is extremely important for future professionals who wish to join the tourism production chain efficiently, meeting the requirements of the labor market, which are taught by a College that is focused on delivering quality education through methodologies that facilitate the teaching and learning in order to build content and absorption of the students in a satisfactory manner. Higher education is specifically formed by a process of teaching and learning in a scientific way, is responsible for the formation of opinions, or contributes to the formation of the society. The research was divided into two stages, first took the research literature, covering topics related to teaching higher education in tourism. The second step was qualitative and was submitted questionnaires to respondents. We emphasize that the data collection instruments used were questionnaires structural half teachers with bachelors in tourism higher education institutions of the city of Recife / PE. Teachers invited to share similar views on almost all topics discussed, showing the need to pursue teaching is necessary that the professional adopt a methodology that facilitates learning in their students satisfactorily.
Keywords: Curriculum; Teacher; Higher Education; Methodology; Tourism.
LISTA DE SIGLAS
EMBRATUR: Empresa Brasileiro de Turismo
IES: Instituição de Ensino Superior
MTUR: Ministério do Turismo
UNCED: Sigla em inglês para United Nations Conference on Environment and
Development (Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e
Desenvolvimento)
CNUDS: Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentáve
SUMÁRIO
1 O PROBLEMA, SUA ORIGEM E IMPORTÂNCIA……………………………………09
1.1 Objetivos……………………………..………………………………………………….14
1.1.1 Objetivo Geral....................................................................................................14
1.1.2 Objetivos Específicos........................................................................................14
1.2 Procedimentos metodológicos.............................................................................14
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA………………………………………………………...16
2.1 Os desafios e transformações da didática no Ensino Superior............................16
2.2 Ensino Superior em Turismo: desafios e perspectivas........................................20
2.3 As políticas atuais que regulamenta o ensino superior de turismo no Brasil.…23
3 O ENSINO DO TURISMO SOB A PERSPECTIVA DO DOCENTE........................26
3.1 Análise dos questionários aplicados com os docentes de instituições privadas do
ensino superior do Recife/PE.....................................................................................26
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS…………………………………………...........................31
REFERÊNCIAS……………………………………………………………………………33
ANEXOS…………………………………………………………………………………….36
ANEXO A: Roteiro da Entrevista Aplicada aos Professores…………………………..36
ANEXO B: Reportagem do ensino superior em turismo……………………………….37
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1 O PROBLEMA, SUA ORIGEM E IMPORTÂNCIA
O turismo, atualmente é considerado como uma das atividades de maior
relevância no Brasil e no mundo, pois possibilita o desenvolvimento sociocultural,
político e econômico, movimentando de forma intensa o fluxo de capital externo e
interno, sendo assim um dos grandes geradores de postos de trabalho, beneficiando
a economia dos países. De acordo com Dias (2002) o turismo também pode ser
compreendido como
[...] um fenômeno universal, conectando todas as partes do sistema global, aumentando a compreensão dos indivíduos de pertencerem a um todo, e ao mesmo tempo incrementando a sua consciência de pertencerem a um local determinado, pois a presença do outro, ao se explicitarem as diferenças, se fortalece a identidade cultural. (p. 14).
Nesta perspectiva, nota-se que o turismo é uma atividade extremamente
ampla, pois ultrapassa o fator econômico e passa atuar como um instrumento social
responsável por consolidar a identidade cultural, proporcionando o respeito sobre
adversidades culturais existentes entre povos e nações. Ou seja, é considerado um
o fenômeno social que busca proporcionar aos turistas1, a satisfação em desfrutar
dos equipamentos e instalações, contemplação das culturas, vivenciando histórias
locais de uma maneira responsável e inclusiva.
No âmbito educacional, o turismo tem o poder de contribuir fortemente para a
formação sociocultural de uma sociedade, sendo inserido como uma ferramenta de
educação ambiental e patrimonial, buscando desenvolver juntamente com a
comunidade receptora o sentimento de pertencimento atrelado à conscientização
por meio da utilização sustentável dos seus recursos sejam eles naturais ou
culturais, sem comprometer o uso dos mesmos pelas gerações futuras.
No sentido de fortalecer esta ideologia, a atividade turística busca adaptar
suas tecnologias e metodologias aos parâmetros da sustentabilidade embasando-se
em movimentos ambientais, tendo como foco discussões sobre a melhor forma de
se utilizar os recursos naturais, adoção de equipamentos e atividades que
minimizem emissão de poluentes, entre muitas outras questões, dentre estas
iniciativas podemos destacar, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
1 Turista: É a pessoa que se desloca para fora de seu local de residência para qual pretende retornar e que fica no local visitado por mais de 24 horas realizando pernoite, isto é, dormindo no local. (MINISTÉRIO DO TURISMO).
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Ambiente e Desenvolvimento (UNCED ou Rio – 92), da qual foi voltada para pensar
e avaliar a questão ambiental na ótica das sociedades civis, tanto do norte quanto no
sul. E recentemente a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (CNUDS ou Rio +20) realizada entre os dias 13 e 22 de junho de 2012,
no Rio de Janeiro, cujo objetivo era discutir sobre a renovação do compromisso
político com o desenvolvimento sustentável. No entanto, longos caminhos precisam
ser discutidos e medidas adotadas para a prática do turismo sustentável, pois de
acordo com Waldman (1992) o modelo atual de desenvolvimento baseia-se nos
aspectos socialmente injusto e ecologicamente irresponsável.
É importante ressaltar que esta conferência, como tantas outras, traz
discussões sobre o meio ambiente, buscando formas de conciliar o desenvolvimento
sócio - econômico com a conservação/preservação dos ecossistemas da Terra.
Desta forma o evento consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável,
contribuindo e fortalecendo a prática da conscientização ambiental.
Neste sentido, os parâmetros da sustentabilidade na atividade turística são
discutidos nas mais diversas esferas governamentais, no Ministério do Turismo
(2007, p.19):
Assegura uma forma de desenvolvimento economicamente eficiente, socialmente justo e ambientalmente equilibrado, além de compatível com o uso racional dos recursos naturais, com a conservação da biodiverdade local, sem desconsiderar as particularidades culturais, sociais, históricas e étnicas da região.
Desta forma, foi possível despertar na sociedade o interesse e a
conscientização da comunidade local para a importância do desenvolvimento da
atividade turística através da formação de cidadãos.
Por se tratar de um setor ligado à prestação de serviços, percebe-se que a
capacitação profissional é de suma importância para as pessoas que desejam atuar
na cadeia produtiva do turismo, e para a formação dos mesmos é necessário que o
corpo docente dos cursos de nível superior ofereça qualidade em sua prática
pedagógica, por meio de uma metodologia de ensino que favoreça o processo de
ensino-aprendizagem, sendo assim, a competência do professor pautada na
aprendizagem do aluno.
Neste sentido, se faz necessário analisar o papel do professor do curso de
turismo. Miranda (2005, p. 01) afirmar que
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A função desse profissional não pode mais continuar com a ideia de um mero repassador de informações para dar lugar àquele que busca fomentar a pesquisa com a intenção de formar pessoas conscientes e preparadas para a atuação no mercado do turismo.
Vale salientar que de acordo com Rejowski (2001 p. 58)
[...] umas das discussões têm- se destacados no meio universitário e fora dele, refere-se à crescente oferta dos cursos de graduação em turismo, o que vem sendo motivo de questionamento quanto à qualidade do ensino, especialmente no aspecto profissionalizante.
Com base nesta perspectiva, verifica-se que o curso de bacharelado em
turismo vem sendo questionado quanto à qualidade de ensino, pois a formação dos
profissionais é limitada a prática pedagógica, ou seja, o curso é bacharelado e não
licenciatura, desta forma em nenhum momento a grade curricular contempla a
disciplina de didática ou metodologia do ensino. É importante lembrar que a
graduação em turismo foi criada num momento onde se descobre o ensino superior
como bom negócio financeiro, desta forma, possui formato tradicionalmente
mercadológico e não pedagógico. Porém, com o passar dos anos o potencial
educativo da atividade turística começa a se destacar e por esse motivo é
necessário repensar a estrutura acadêmica dos cursos de bacharelado.
No entanto o profissional que deseja atuar no âmbito acadêmico deverá por
conta própria fazer uma pós-graduação que contemple a disciplina de didática
voltada para o ensino superior, pois não existe nenhuma política educacional que
beneficie esse profissional neste sentido.
Vale destacar, que nos últimos anos os cursos superiores em turismo vêm se
extinguido, a exemplo disso podemos ressaltar Universidade Católica de
Pernambuco (UNICAP), pioneira deste curso no estado de Pernambuco e
posteriormente outras instituições que como elas não conseguiram atrair os
discentes a fim de formarem novas turmas. Diante desse cenário, podemos
identificar uma série de fatores que levaram a diminuição do referido curso, tais
como: falta de políticas profissionais sérias, a falta de absorção do mercado de
trabalho, baixos salários e principalmente, a não regulamentação da profissão, como
consequência, a desvalorização dos mesmos.
Mediante o exposto, constata-se que o principal papel do docente em turismo,
é se predispor a treinar os profissionais que desejam atuar no setor turístico, colocá-
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los preparados a enfrentar os desafios do mercado globalizado, através de uma
metodologia que seja compatível com as exigências do mercado.
Segundo Trigo, (1998) O setor turístico tem passado por constantes etapas
de profissionalização em virtude de nova conjuntura internacional e do crescente
grau de exigência dos seus clientes na maior parte do mundo desenvolvido.
Com base nesta afirmativa, é de suma responsabilidade das instituições e dos
docentes zelar por essa formação de qualidade que atendam as demandas do
mercado.
Para que ocorra de fato a excelência no ensino em turismo, é interessante
que o professor adote uma metodologia construtivista, da qual corresponda a
mediação e a interação professor/aluno, sendo o pressuposto essencial para que
aconteça o processo de ensino e aprendizagem.
Nesta perspectiva, Paulo Freire (1983, p.59) tem contribuído bastante com
seu pensamento pedagógico nesta linha:
Uma educação que lhe propiciasse a reflexão sobre seu próprio poder de refletir e que tivesse sua instrumentalidade, por isso mesmo, no desenvolvimento desse poder, na explicitação de suas potencialidades, de que decorria sua capacidade de opção.
Para Freire, a educação deve remeter a uma visão global do aluno, capaz de
libertar, transformar radicalmente a realidade, fazendo-o com que o mesmo seja
reconhecido como sujeito de sua historia e não como objeto, sendo assim, o
discente é capaz de transformar o mundo por meio do seu conhecimento. Por isso,
cabe ao educador ser uma ponte de ligação entre o aluno e o conhecimento.
Vasconcellos (1994 apud DEBALD, 2003, p 03) defende que:
Para se constituir docente, um conjunto de outros saberes devem ser mencionados, a saber, saberes pedagógicos, que normalmente não fazem parte dos processos formativos e que são, muitas vezes, desconhecidos dos docentes universitários.
Com base nessa citação, percebe-se que não basta o professor ter domínio
sobre o conteúdo, mas também o mesmo deve adotar uma didática de ensino que
favoreça a aprendizagem de seus discentes, em se tratando dessa prática para o
curso de turismo, é de suma importância que o docente adote estratégias que facilite
a associação do conteúdo teórico com a prática mercadológica, ou seja, tornar
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alunos qualificados, capazes de operar e gerenciar atividades ligadas à cadeia
produtiva do turismo mediante a sua realidade.
Diante do cenário de modernidade são inevitáveis as transformações nas
metodologias de ensino, pois, as tecnologias invadiram as salas de aulas e
passaram atuar com uma ferramenta no ambiente acadêmico, tais como:
computadores ligados à internet, TV a cabo e diversos tipos de softwares, com o
objetivo de auxiliar o docente em sala de aula. No entanto, é importante refletir se
estes profissionais estão habilitados para manusear estes equipamentos
tecnológicos, como também as instituições em oferecê-los.
Em se tratando do curso de turismo, especificamente, o docente precisa
assumir uma metodologia diferenciada, pois o curso em si já é bastante dinâmico,
exige do professor inovação e criatividade, utilizando corretamente as tecnologias
para enriquecer mais ainda o processo de aprendizagem. É importante salientar que
toda prática de ensino dever remeter a seguinte reflexão, sobre que conhecimento
ensinar, para quem e como fazê-lo. Para Costa (2005, p.04 apud Ansarah 2002)
[...] existem 5 (cinco) práticas pedagógicas, que denomina de
vivências , necessárias para o aprimoramento do futuro bacharel em
turismo: vivencia na elaboração do Plano de Desenvolvimento
Turístico Municipal; vivencia na elaboração e operacionalização em
Semanas de Turismo; vivencia na elaboração de Trabalho de
Conclusão de Curso; vivencia na elaboração de trabalho de analise
interdisciplinar; e, por fim, vivencia em estágios profissionalizantes.
Com base nesta linha de pensamento é de suma importância associar o
discente com o mundo participativo acadêmico e mercadológico, despertando no
mesmo um interesse pela atividade turística e áreas de atuação.
A justificativa para a escolha deste tema se volta para uma análise da didática
do professor de turismo, suas metodologias de ensino, pois a formação do mesmo
não contempla estas questões, desta forma, é importante que estes profissionais
busquem acrescentar em sua formação diretrizes educacionais que facilitem a
prática docente, objetivando melhorias no aprendizado.
Em decorrência disso, verificamos na fala de Santos (2007, p. 01) que
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[...] muitos professores tendem a ver-se mais como expertos disciplinares do que como docentes, orientando sua conduta em aula por um conhecimento tácito, baseado na lógica do pensamento cotidiano e constituído por modelos de atuação vinculadosa contextos escolares concretos, interiorizados mimeticamente e reproduzidos em sala de aula.
Com base nessa perspectiva, percebe-se que o bacharel em turismo possui
formação bem específica voltado para seu campo de atuação. Diante de tal
discussão temos como tal problemática: Qual a importância de se trabalhar a
docência do ensino superior para o bacharel em turismo?
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1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Analisar a didática do docente em turismo em instituições de ensino superior
do Recife/PE.
1.1.2 Objetivos Específicos:
Identificar as dificuldades encontradas na docência do ensino superior em
turismo.
Avaliar a metodologia utilizada pelos docentes em instituições de ensino de
Recife/PE.
Analisar a importância da metodologia de ensino para o docente de turismo.
1.2 Procedimentos metodológicos
Para o desenvolvimento do trabalho, inicialmente foi utilizada a pesquisa
bibliográfica através de livros, artigos, dissertações e sites da internet, com o
objetivo de fundamentar o conhecimento teórico sobre a didática do professor
universitário em turismo.
A pesquisa exploratória, que segundo Gil (2002, p.41) “[...] tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com os problemas, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses”. Neste estudo especificamente, este tipo de
pesquisa terá como finalidade analisar e identificar as dificuldades encontradas na
docência do ensino superior em turismo.
Também foi utilizada a pesquisa explicativa, ressalta Gil (2002, p.42), “[...] tem
como preocupação central identificar fatores que determinam ou que contribuem
para a ocorrência dos fenômenos”. Esta tipologia resultará na explicação da
importância da didática no processo de ensino/aprendizagem.
Esta pesquisa é predominantemente qualitativa, tendo como objetivo, de
acordo com Gil (2002), colher opiniões individual dos entrevistados, através de
roteiros, a troca de ideias com os docentes que foram abordados, narrativas ricas e
solução dos problemas. Neste estudo ela terá um papel fundamental, pois irá
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proporcionar através de um roteiro de entrevista, coletar opiniões dos docentes que
lecionam em instituições de ensino superior do Recife/PE, analisando se o curso de
bacharel em turismo foi suficiente para exercer a docência. Desta forma, os
instrumentos de coletas de dados utilizados nesta pesquisa foram os questionários
semiestruturais com perguntas objetivas e subjetivas.
Os critérios utilizados para seleção da amostra foi à objetividade e clareza das
respostas atreladas a analises e considerações embasadas em teóricos na área de
educação, coletados a partir dos questionários aplicados com os bacharéis docentes
em turismo que lecionam em instituições privadas de ensino superior – IES. Sendo
assim, foram selecionadas quatro faculdades da cidade do Recife/PE, que
contemplam o curso de turismo, sendo eleitos quatro profissionais que as
representassem.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Será abordado neste capítulo, a origem e a importância da didática no âmbito
académico.
2.1 Os desafios e transformações da didática no ensino superior
A didática do ensino superior atua como uma das principais ferramentas no
processo de ensino e aprendizagem nas instituições de ensino. O termo “didática” é
utilizado desde a Grécia antiga, significando uma ação de ensinar presente nas
relações entre: os mais velhos e os jovens, crianças e adultos, na família e nos
demais espaços sociais e públicos. Alguns autores a considera como a arte de
ensinar, desta forma, é definida como conjunto de teorias e técnicas relativas à
transmissão do conhecimento.
Sant’anna (2000, p. 52) defende que
O estudo da didática só terá utilidade se puder ajudar as pessoas a se situarem de forma consciente e crítica perante a realidade existencial. A didática deve ser uma disciplina que desperte consciências críticas em relação à vida, à sociedade, à educação, ao ensino, à escola, aos professores, aos alunos, enfim, em relação a todas as situações existenciais.
No âmbito acadêmico, a didática assume um papel importantíssimo no
processo de ensino-aprendizagem, pois a mesma irá auxiliar o docente na
construção e mediação dos conteúdos, sendo vista como um instrumento útil para o
ensino.
O principal objetivo da didática do ensino superior é definir as estratégias
metodológicas que possibilite a articulação entre o ensinar e o aprender no contexto
acadêmico, desta forma, o professor universitário precisa deixar de lado o
comportamento conservador e tradicional, que na maioria das vezes termina
limitando o conhecimento do aluno. Infelizmente em alguns casos existem
profissionais do ensino superior que não são preparados pedagogicamente para
assumir uma postura de educador, sendo assim, acabam prejudicando
profissionalmente o discente.
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Cruz (2011, p. 05) compartilha a ideia que
Considerando o aumento significativo da quantidade de cursos superiores nas últimas 3 décadas, a relevância social que apresenta no país e também o impacto que a má-formação dos egressos dos cursos causam na mídia e na sociedade, as Instituições de Ensino Superior, principalmente, as Particulares (IES) não exigem de seus professores o aperfeiçoamento e a realização de cursos de formação docente, as exigências profissionais para contratação são: titulação e as experiência de mercado.
Com base neste contexto, percebe-se que algumas instituições de ensino não
valorizam a questão da didática, ou seja, para o profissional lecionar aulas não
precisa ter nenhuma especialização em docência do ensino superior. Como
consequência disso, em alguns casos o aluno não se sente motivado a estudar
devido à falta de métodos de ensino adequados utilizados em sala de aula.
Para modificar esta realidade, o professor precisa utilizar estratégias
específicas que facilitem a aprendizagem, pois o aluno universitário na maioria das
vezes já vem de uma rotina de trabalho exaustiva. Desta forma, se faz necessário
um professor que antes de tudo identifique as dificuldades, adotando táticas
diferenciadas e eficientes.
De acordo com Tiba (1998) ensinar é transmitir o que se sabe a quem quer
saber, portanto é dividir a sabedoria. No entanto, um ponto de partida essencial ao
trabalho docente é o conhecimento das técnicas de ensino para estimular a
construção do conhecimento vinculadas as necessidades e anseios dos alunos para
utilizar recursos específicos que os motivem na aprendizagem.
Na percepção de Oliveira ( 2006 apud LIBÂNEO, 2001,p.28), novas atitudes
docentes são necessárias ao currículo do novo professor frente às exigências que a
contemporaneidade traz consigo. São estes:
Assumir o ensino como mediação: aprendizagem ativa do aluno com a ajuda
pedagógica do professor;
Modificar a ideia de uma escola e de uma prática pluridisciplinar para uma
escola interdisciplinar;
Conhecer as estratégias do ensinar a pensar, ensinar a aprender a aprender;
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Persistir no empenho de auxiliar os alunos a buscarem uma perspectiva crítica e
se habituarem a aprender as realidades enfocadas nos conteúdos escolares de
forma crítico-reflexiva;
Assumir o trabalho de sala de aula como um processo comunicacional e
desenvolver capacidade comunicativa;
Reconhecer o impacto das novas tecnologias da comunicação e informação na
sala de aula;
Atender a diversidade cultural e respeitar as diferenças do contexto da escola e
da sala de aula;
Investir na atualização científica, técnica e cultural, como ingredientes do
processo de formação continuada;
Integrar no exercício da docência à dimensão afetiva;
Desenvolver comportamento ético e saber orientar os alunos em valores e
atitudes em relação à vida, ao ambiente, às relações humanas e a si próprios.
Com base neste contexto, verifica-se que é preciso que o atual profissional do
ensino assuma de fato essa postura, a fim de contribuir de forma satisfatória no
processo de ensino-aprendizagem de seu corpo discente.
Neste sentido, Oliveira (2006, p. 09) argumenta que
É importante despertar nos professores enquanto alunos, conhecimentos e habilidades que possibilitem seus saberes-fazeres docentes, a partir dos desafios que o ensino como prática social lhe exige o que lhe possibilita criar sua própria identidade.
Pimenta (1999, p. 20) revela quais os saberes necessários à prática docente,
sendo esses mencionados abaixo:
a) A experiência: A experiência de um professor se dá por meio da sua construção social, mudanças históricas da profissão, exercício profissional em diferentes escolas, a não valorização social e financeira dos professores, as dificuldades de estar diante de turmas de crianças e jovens turbulentos em escolas precárias, como também, pelo cotidiano docente, num processo permanente de reflexão sobre sua prática.
b) O conhecimento: O conhecimento não deve ser entendido simplesmente como informação, mas sim, como o trabalho das informações através de sua classificação, análise e contextualização. Portanto, a finalidade da educação escolar é possibilitar o trabalho dos alunos quanto aos conhecimentos científicos e tecnológicos, a
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fim de desenvolver habilidades para operá-los, revê-los e reconstruí-los com sabedoria.c) Saberes pedagógicos: Constituem-se no relacionamento do professor aluno, na importância da motivação e do interesse dos alunos no processo de aprendizagem e das técnicas de ensinar, bem como, os saberes científicos, a experiência dos professores, e da psicopedagogia (especialização). Sendo assim, os profissionais da educação, em contato com os diferentes saberes sobre a educação, pode encontrar instrumentos para se interrogarem e alimentarem suas práticas, confrontá-los e produzir assim, os saberes pedagógicos.
Apesar da didática se preocupar principalmente com o “como ensinar”, ou
seja, com os métodos e técnicas de ensino, é importante refletir sobre o seu
fundamento, sobre as raízes do seu emprego e sobre os fatores que intervêm em
sua aplicação.
O trabalho docente é formado do exercício profissional do professor e este é o
seu primeiro compromisso com a sociedade, sendo assim a sua principal tarefa,
preparar os acadêmicos para se tornarem cidadãos ativos e participantes na família,
no trabalho, nas associações de classe, na vida cultural e política. A função da
didática é extremamente social, afinal contribui para a formação cultural e científica
tendo como desafio educar as pessoas, proporcionando-lhes um desenvolvimento
humano de modo que obtenham condições para enfrentar as necessidades do
mundo contemporâneo.
A Educação Superior, até bem pouco tempo, tinha um caráter humanístico, era privilégio de poucos, quase todos provenientes de famílias dominantes no cenário político e econômico do país. Seus estudantes buscavam mais um “aprimoramento pessoal” do que uma profissão. Mas, as questões relativas à importância dada à ciência, tecnologia e comunicação, no mundo globalizado, provocam sensíveis transformações nas sociedades contemporâneas em todos os sentidos, sinalizando a construção de uma nova sociedade, uma nova realidade social, obrigando a educação escolar a vincular-se às práticas sociais e ao mundo do trabalho e, ao mesmo tempo, provo-cando mudanças significativas na Educação Superior brasileira (PRANDI, 2009, p.139).
Pesquisas recentes na área da educação, no tocante à formação de
professores para o ensino superior, mostram que os docentes são profissionais
indispensáveis nos processos de mudança das sociedades. Sendo assim, é
necessário investir em sua formação e desenvolvimento profissional. Acredita-se
que este grau de instrução está inserido no contexto social global, onde é preciso
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situá-lo, analisá-lo e criticá-lo como instituição social que tem compromissos
historicamente definidos.
Assim, Prandi (2009, p140) relata sobre a relação professor-aluno e seu
fundamento “na criatividade epistemológica, no compromisso com o rigor metódico e
ético com os sujeitos que interagem a teia de relações que envolvem o
conhecimento como categoria nos processos de ensinar e aprender”.
Compreender atualmente a prática da didática brasileira requer a utilização da
categoria totalidade, entendida como a expressão das características marcantes da
sociedade que influenciam a realidade educacional. Ter como ponto de partida os
aspectos da formação socioeconômica do país, as relações de produção, classes
sociais, cultura como prática social e ideológica, são fundamentais para analisar os
múltiplos determinantes da didática. Com isto, questionar como tais elementos
interferem na sala de aula e na prática do professor é fundamental para
compreender a prática pedagógica.
2.2 Ensino Superior em Turismo: desafios e perspectivas
A educação desempenha um papel importantíssimo na formação do ser
humano, pois a mesma é capaz de modificar realidades através do conhecimento,
tornando muitas vezes instrumentos de intervenção social. De acordo com
(WERNECK, 1996 apud MOTA, 2008, p.08) “A educação é, pois, o processo de
correção de rumos, no aprimoramento do homem enquanto pessoa”.
O ensino superior especificamente é constituído por um processo de ensino e
aprendizagem de forma científica, responsável pela formação de opiniões,
contribuindo com a formação da sociedade.
Como destaca Dencker (2002, p.45) “[...] a educação superior deve assumir a
formação das competências necessárias para a atuação neste novo contexto ao
preparar alunos para participarem do processo de construção do conhecimento”.
Sendo assim, é de inteira responsabilidade das universidades propiciar o
conhecimento através de métodos e técnicas específicas, de forma satisfatória para
o corpo discente, e que assegurem também a formação cientifica e profissional.
No entanto, o ato de ensinar em instituições de ensino superiores requer uma
prática docente diferenciada da tradicional, da qual o professor necessita assumir
uma postura profissional mais reflexiva, através da mediação do conhecimento no
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âmbito de sua disciplina, além de ser capacitado a exercer a docência e realizar
atividades de investigação (PIMENTA & ANASTASIOU, 2002).
No ambiente universitário, se faz necessário que o professor assuma uma
postura voltada também para o modelo construtivista, do qual irá estimular os
discentes a construir conhecimentos, onde o professor leve em consideração o seu
saber, pois a educação esta presente não apenas em sala de aula, mas também no
contexto familiar, religioso, nos meios de comunicação, enfim no seu cotidiano.
Brandão (1981 apud PIMENTA 2002, p. 64), acredita que
A educação está presente em casa, na rua, na igreja, nas mídias em geral e todos nós nos envolvemos com ela, seja para aprender, para ensinar e para aprender-e-ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias [...] não há uma forma única nem um único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece; o ensino escolar não é a única prática e o professor profissional não é seu único praticante.
Com base nesta perspectiva, nota-se que o papel do profissional do ensino é
proporcionar através de sua metodologia de ensino, despertar a motivação do aluno
a construir seu próprio conhecimento, respeitando as experiências que o mesmo traz
consigo.
Por sua vez, Gasparin (2007, p. 3) esclarece e completa que
O ponto de partida do novo método não será a escola, nem a sala de aula, mas a realidade social mais ampla. A leitura crítica dessa realidade torna possível apontar um novo pensar e agir pedagógicos. Deste enfoque, defende-se o caminhar da realidade social, como um todo, para a especificidade teórica da sala de aula e desta para a totalidade social novamente, tornando um rico processo dialético de trabalho pedagógico.
Piaget, Vygotesky, Freire, também consideram a vivência daquilo que o meio
pode oferecer, como uma interação com o sujeito, a fim de que este possa "construir
o seu conhecimento", o que realmente dá sentido ao aprendido, ou seja, o mais
importante nesse aspecto não é apenas a transmissão dos conteúdos, também a
interação do aluno com o meio.
Teixeira (2003, p.17) enfatiza o papel do "[...] profissional do ensino que deve
sistematizar para o estudante os conteúdos, preparar as vivências, comunicar, ouvir,
interagir, proporcionando, enfim, o apregoado desenvolvimento, ou seja, a
aprendizagem do aprendente”.
23
O ensino superior de turismo no Brasil é relativamente novo, pois consta
como curso de graduação a partir da década de 1970 (mil novecentos e setenta), é
implantado por meio da Faculdade Morumbi, também podemos destacar a
Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas – atual Centro
Universitário Ibero-Americano/UNIBERO em São Paulo, de 1972. Segundo Teixeira
(2006, p.02) “[…] o Brasil, na época da formação do curso de turismo, era
considerado um país em lutas, mas também um país de esperanças. Um novo curso
para um país promissor, ou seja, o país do futuro, encontrando a profissão do
futuro”.
Sendo assim, houve uma procura significativa pelo o ensino superior em
turismo, em razão desta demanda ocorre à expansão do número destes cursos país.
Mas o mesmo só veio se consolidar como objeto de estudo científico em 1973,
quando a Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo –
ECA/USP - cria o curso de turismo, tornando-se a primeira universidade do país a
oferecê-lo. Em seguida outras universidades o adotam como: a Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, em 1974 e a Universidade Católica de
Pernambuco, em 1975 (TEXEIRA, 2006).
Neste sentido, constata-se uma explosão de graduações em turismo, devido ao
fortalecimento da atividade turística no Brasil, as influências do Instituto Brasileiro de
Turismo (EMBRATUR) e o avanço tecnológico, influenciando também no cotidiano
da da sociedade, fazendo com que o mercado exigisse cada vez mais profissionais
qualificados.
Segundo Bensuaschi (2005), de 2000 à 2004 houve uma média de 01 (um)
curso de turismo criado a cada quatro anos, sendo a maioria deles oferecidos por
instituições privadas. Deste modo houve-se um aumento gradual de pesquisas neste
segmento, não apenas pelos seus acadêmicos, mas também nas variadas áreas do
conhecimento. Essa situação pode ser melhor entendida por um relato de Barretto
(1995, p. 141)
O turismo é uma atividade multidisciplinar e interdisciplinar. Multidisciplinar, já que o processo exige o concurso de uma ampla variedade de áreas de conhecimentos; interdisciplinar, porque todas estas áreas devem ser interligadas. O que é indiscutível é que cada dia o universo do Turismo alarga-se, tornando-se necessário o auxílio de mais ramos do conhecimento.
24
Com base nesta perspectiva, observa-se que o ensino superior em turismo é
bastante complexo devido o grau de sua abrangência, no entanto, a construção do
currículo universitário do curso deverá obter subsídios em diversos ramos do
conhecimento acadêmico, tais como: historia, geografia, meio ambiente,
antropologia, economia, entres outros. Para que se aplique de fato o conceito do
multidisciplinar e interdisciplinar conforme menciona o autor.
Nessa mesma linha ideológica, Trigo (2003, p.265) afirma que
Estudar o turismo implica pensar de forma interdisciplinar, compreender em profundidade as causas e os efeitos das mudanças que se processam no desenvolvimento da atividade em todas as suas dimensões, mudanças essas que muitas vezes decorrem de ações promovidas pelos profissionais formados na área e, portanto, em última instância, do ensino. A qualidade de ensino, baseada na investigação científica e na transmissão de seus resultados, é base para o desenvolvimento equilibrado da própria atividade turística.
Desta forma, percebe-se que é de inteira responsabilidade das graduações
em turismo ofertar um sistema educacional diversificado e pluralista, fazendo
interligação com demais áreas do conhecimento para agregar valores ao curso.
2.3 As políticas atuais que regulamenta o ensino superior de turismo no Brasil
Como mencionado anteriormente, o ensino em turismo surgi na década de
70, sendo habilitado a partir do Parecer nº 35/71 do Ministério de Educação e
Resolução s/n de 28/01/1971, fixando o currículo mínimo e a duração do curso, na
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, estabelecido pelas diretrizes e bases da
educação nacional:
A Lei de Deretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), estabelece no Art. 43. A educação superior tem por finalidade: I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito científico e do pensamento reflexivo;
[...]
III - incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da tecnologia e da criação e difusão da cultura, e, desse modo, desenvolver o entendimento do homem e do meio em que vive;
IV - promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicações ou de outras formas de comunicação;
25
V - suscitar o desejo permanente de aperfeiçoamento cultural e profissional e possibilitar a correspondente concretização, integrando os conhecimentos que vão sendo adquiridos numa estrutura intelectual sistematizadora do conhecimento de cada geração.
Com base nestes artigos, a LDB/1996 estabelece, que cabe as instituições
de ensino superiores despertar junto ao seu corpo discente o desenvolvimento
intelectual e fomentar as competências acadêmicas. Desta forma incentivando-os
para o processo de ensino, pesquisa e extensão, visando o desenvolvimento
sustentável do turismo. Sendo assim, é importante que de fato essas normativas
sejam executadas principalmente em se tratando nos cursos bacharelado em
turismo, pois se trata de um fenômeno social, que busca resgatar culturas,
costumes, tradições, crenças, reconhecendo os valores de cada localidade.
O Ministério da Educação (MEC), através do projeto de Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Graduação em Turismo, afirma que as instituições de ensino
superior deverão, na elaboração do projeto pedagógico de cada curso de Graduação
ora relatado, definir, com clareza, os elementos que lastreiam a própria concepção
do curso, com suas peculiaridades e contextualização, o seu currículo pleno e sua
adequada operacionalização, e coerente sistemática de avaliação, destacando-se os
seguintes elementos estruturais, sem prejuízo de outros:
I - objetivos gerais do curso, contextualizados em relação as suas inserções institucional, política, geográfica e social;II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso;III - cargas horárias das atividades didáticas e da integralização do curso;IV - formas de realização da interdisciplinaridade;V - modos de integração entre teoria e prática;VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;
Observa-se, que o projeto pedagógico é bastante complexo, agora cabe às
instituições adotar de fato esse padrão exigido pelo Ministério da Educação. TRIGO
(2003, p.33) apontou que “A qualidade do ensino não pode frustrar as expectativas
dos estudantes nem comprometer o sucesso das atividades na área de turismo pela
falta de uma qualificação eficiente de pessoal, tanto em nível técnico quanto
universitário”. Com base nesta linha de pesquisa, nota-se que há uma preocupação
com a qualidade de ensino nos cursos de turismo, pelo fato que atividade turística é
extremamente ampla e que na maioria das vezes este profissional não tem a prática
docente para ministrar as aulas das quais lhe foram concedidas.
26
Segundo Monlevade (2008, p.03) “Os turismólogos docentes possuem
formação restrita ao bacharelado, desta forma, em nenhum momento durante a sua
formação, recebem capacitação para a docência [...]”. No entanto, é necessário que
o mesmo busque no mínimo uma especialização com ênfase em didática do ensino
superior para poder contribuir com a excelência no ensino, ou seja, agregar o
conhecimento específico da área com a prática docente é importante sempre
procurar aperfeiçoar-se, mantendo-se atualizado, dominando as tecnologias da
informação para fazer da sala de aula suas pesquisas e conquistas.
27
3 O ENSINO DO TURISMO SOB A PERSPECTIVA DO DOCENTE
O referido capítulo aborda o ensino do turismo sob a perspectiva dos
profissionais que lecionam nos cursos de turismo em instituições de Ensino Superior
da cidade do Recife/PE.
3.1 Análise dos questionários aplicados com os docentes de instituições
privadas do ensino superior do Recife/PE
Na elaboração desta pesquisa foi realizado um questionário semi-estrutural
com alguns docentes que lecionam em IES privadas do Recife/PE, com o objetivo
de analisar as opiniões destes turismólogos docentes sobre a importância da
didática no ensino superior para os futuros bacharéis em turismo. Assim foi
selecionado 01 (um) profissional de cada faculdade que contempla o curso de
turismo. Ressaltando que o mesmo foi aplicado em 04 (quatro) faculdades do
município de Recife.
Dos professores entrevistados, 75% são do sexo feminino e 75% possuem
formações complementares, possuindo em média 11 (onze) anos de atuação na
área. Com isso, é importante ressaltar a necessidade destes profissionais em se
especializar, buscando cada vez informações, a fim de se adequarem as novas
tendências de ensino.
De acordo com análise dos questionários aplicados, percebe-se que é
pertinente agregar alguma técnica ou metodologia de ensino durante a formação
acadêmica para melhor conduzir o profissional a carreira de docente.
Quando questionados sobre as estratégias de ensino utilizados em sala de
aula,obtivemos as seguintes respostas:
Sou muito favorável aos principios da Andragogia2 (ENTREVISTADO 01,2012).
Dinâmica de grupo,debate,seminários,estudos dirigidos,exposição audio visual(ENTREVISTADO 02)
Aula expositiva,casos práticos, vídeos e textos atuais(ENTREVISTADO 03,2012)
2 Andrologia: constitui um modelo de educação de adultos a ter em consideração na prática educativa. A aplicabilidade a contextos educativos diversificados e a flexibilidade que caracterizam este modelo permitem a sua utilização com populações de diversos níveis socioculturais, de idades diferentes e tendo como conteúdos referenciais as ciências naturais e humanas (NOGUEIRA, 2007).
28
Leitura de textos, debate,filmes, apresentação de slides, palestras, jogos e dinâmicas(ENTREVISTADO 04,2012).
Vale lembrar que a didática se preocupa com o “como ensinar”, desta forma é
importante pensar como os métodos de ensino podem interferir em sala de aula e na
prática do professor. Neste sentido, ao analisar as entrevistas constata-se que as
estratégias utilizadas pelos os mesmos são dinâmicas e diversificadas. Porém,
apenas algumas estratégias não vão deixar o ensino do turismo melhor, é
necessário políticas educacionais que auxiliem no desenvolvimento da categoria.
Todos os professores entrevistados utilizam recursos tecnológicos em suas
aulas, principalmente computador, data show e som, como mostra a figura abaixo.
Ao serem questionados sobre as dificuldades encontradas na docência do
ensino superior em turismo, obtiveram-se os seguintes depoimentos:
As maiores dificuldades estão nas disciplinas práticas (Planejamento, por exemplo), pois requer visitas técnicas, não apenas uma, e sim várias vezes a turma não tem condições financeiras para arcar com as despesas. (ENTREVISTADO 01, 2012).
Motivação discente. (ENTREVISTADO 03,2012).
Interesse dos alunos em leituras, participação em sala de aula e a falta de conhecimento do na área. (ENTREVISTADO 04,2012).
29
Segundo relatos dos docentes verifica-se que as dificultades mais comum
estão relacionadas com a falta de motivação dos discentes, isso pode ser
ocasionado pela ausencia de recursos que motive a aprendizagem, nesse caso, é
necessário que o o professor faça uma análise crítica da situação atual e adotar
estratégias inovadoras que facilitem o processo de ensino-aprendizagem, pois
alunos motivados a aprender na medida em que experimentam que suas
necessidades e interesses foram atendidas.
Outro fator que dificulta a motivação pode está relacionada com à falta de
política educacionais que valorizem o profissional do turismo, muito se tem falado
ultimamente em mudanças que adequem os profissionais de turismo ao mercado de
trabalho, mas poucas são as mudanças relacionadas aos profissionais que formam
esta classe de trabalhadores no Brasil.
Santos Filho (2004), ressalta muitos dos problemas, que fazem os
profissionais se desmotivarem no processo de formação dos turismologos.
O projeto pedagógico do curso não é muitas vezes respeitado, a instituição aplica-o como instrumento para demonstrar a qualidade do curso naqueles momentos em que a comissão do Inep surge para autorizar ou reconhecer o mesmo. É neste período que as instituições de ensino particulares contratam mestres e doutores, criam e maquiam os laboratórios, liberam verbas para ajuda de custo para projetos de extensão, participação em eventos científicos e tantas outras atitudes que possam caracterizar uma preocupação com o ensino, pesquisa e extensão.
Quando questionados se acharia interessante agregar alguma técnica ou
metodologia de ensino na sua formação acadêmica a fim de facilitar o aprendizado
dos seus discentes, obtivemos as seguintes respostas:
Sempre é interessante. O aprendizado é contínuo e infinito. Aprender a aprender é o nosso maior desafio (ENTREVISTADO 01,2012).
Sim. Reciclagem conforme dinâmica do cotidiano, com base nas necessidades do mercado (ENTREVISTADO 02,2012).
De acordo com análise dos questionários aplicados, percebe-se que é
pertinente agregar alguma técnica ou metodologia de ensino durante a formação
acadêmica para melhor conduzir o profissional a carreira docente.
Quando questionados se o curso de bacharelado em turismo foi suficiente
para exercer a docência, identificamos as seguintes afirmações:
30
Não. A especialização e o mestrado me ajudaram a pensar como docente. (ENTREVISTADO 01, 2012)
Não. O termo bacharel não é a mesma coisa de licenciatura. (ENTREVISTADO 02,2012)
Não. Vejo ser de extrema importância a prática no mercado. (ENTREVISTADO 03,2012)
Inicialmente, com base nas entrevistas, identifica-se que o curso superior em
turismo não habilita o profissional a prática docente, pois é visto como um curso de
prática de mercado, desta forma, é necessário que o mesmo busque por conta
própria se aperfeiçoar por meio de uma pós-graduação que contemple a disciplina
de didática no ensino superior.
Ao serem perguntados sobre porque optou por ser professor, os entrevistados
responderam desde vocação até “vontade de fazer a diferença”, passando por ter
percebido a lacuna de docentes na área de turismo
É pertinentes que os referentes professores façam uma análise crítica das
estratégias de ensino-aprendizagem mais significativas mediante visão dos
discentes. Sempre é importante nos questionar em quanto docente, a respeito da
nossa metodologia de ensino utilizada, será que a mesma esta surtindo bons
resultados no processo de aprendizagem do alunos. De acordo com Mazzionni
(2009 apud LUCKESI, 1994, p.155), ao discutir a respeito dos procedimentos de
ensino no cotidiano escolar argumenta:
Será que nós professores, ao estabelecermos nosso plano de ensino, ou quando vamos decidir o que fazer na aula, nos perguntamos se as técnicas de ensino que utilizaremos têm articulação coerente com nossa proposta pedagógica? Ou será que escolhemos os procedimentos de ensino por sua modernidade, ou por sua facilidade, ou pelo fato de dar menor quantidade de trabalho ao professor? Ou, pior ainda, será que escolhemos os procedimentos de ensino sem nenhum critério específico?
Diante de um cenário de modernidade, o profissional do ensino que nos
cursos de turismo, precisa adotar estratégias que acompanhe o ritmo dessas
transformações, oferecendo um ensino de alto nível correspondendo as exigencia do
atual mercado de trabalho.
Quando perguntados o por que de serem professores, os entrevistados
responderam:
31
Construir, agregar, transformar, inovar (ENTREVISTADO 02)
É um educador. Alguém capaz de transformar uma visão de mundo. Ensinar e aprender constatemente (ENTREVISTADO 03).
[…] além de construir conhecimento, colabora com a construção do saber (ENTREVISTADO 04)
Em relação as futuras aspirações profissionais, do total de professores
pesquisados, 75% responderam que farão mais cursos de especialização,
demostrando assim a importância do aperfeiçoamento profissional e continuo.
32
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, gastaríamos de refletir a qualidade de ensino que está
sendo ofertados nos curos superiores em turismo e a prática de ensino dos
turismólogos docentes, pois como bem coloca Mello (2008, p.10 apud CUNHA,
2007), o “exercício da docência nunca é estático e permanente; é sempre processo.”
Neste sentido percebe-se que para exercer a docência é necessário que o
profissional adote uma metodologia que facilite aprendizagem de seus alunos de
forma satisfatória.
Numa perspectiva atual sobre educação e ensino superior, a docência
apresenta-se como uma atividade complexa pela convergência juntamente a
questões teóricas e práticas, com origens no enfrentamento do cotidiano,
envolvendo o professor na sua totalidade. Sendo assim, sua prática é resultado do
saber e do fazer e, sobretudo, do ser, significando um compromisso consigo mesmo,
com o aluno, com o conhecimento e com a sociedade em transformação.
Nas sociedades contemporâneas, as atribuições do ensino universitário exigem uma ação docente na qual o professor universitário precisa atuar como profissional reflexivo, crítico, responsável e competente no âmbito de sua disciplina, diferentemente do que ocorria no passado. Além disso, ele precisa ter capacidade para exercer a docência e realizar atividades de investigação (SOUZA, 2004).
A aprendizagem deve estar voltada para o aluno, utilizando métodos que
contribuam para o entendimento do que está sendo ensinado. Cabe ao professor ter
consciência do seu papel no contexto educacional, para que possa ser um agente
transformador da sociedade, defensor do Ensino Superior para todos, como garantia
de um país melhor e mais desenvolvido no seu aspecto social, cultural, econômico e
político.
Os diferentes espaços sociais demandam uma relação própria com o
conhecimento científico, no entanto em todos eles há algum nível de tradução ou
transposição deste saber. Para o desenvolvimento de práticas educativas e
reflexões teóricas nesse campo, parece-nos importante baseasse nos referenciais
advindos do campo da educação, em que se acumulam as pesquisas que entendem
a didática não como uma mera forma de reproduzir o conhecimento científico, mas
como técnica que diferencia a produção de saberes.
33
Assim, acredita-se ser possível abandonar a exclusividade atribuída à técnica,
e os professores universitários podem se mostrar favoráveis à prática que implica
um professor acolhedor, confiante, dialógico, questionador e provocador.
34
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ANEXOS
ANEXO A: Roteiro da Entrevista Aplicada aos Professores
CONGREGAÇÃO DE SANTA DOROTÉIA DO BRASIL FACULDADE FRASSINETTI DO RECIFE-FAFIRE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO CURSO DE DOCÊNCIA DO ENSINO
SUPERIOR
DISCENTE: WALQUIRIA SOUZAORIENTADOR: JOÃO PAULO
1. Dados de identificação
a) Femininob) Masculino
2. Possui alguma formação complementar especificamente em educação? ( ) Sim ( ) Não Em qual? __________________________________________________
3. Você atua na área de docência há quanto tempo? ______________________________
4. Quais as estratégias de ensino que você utiliza em sala de aula? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
5. Quanto à didática de ensino, quais foram os recursos mais utilizado com freqüência?( ) Laboratório de turismo ( ) Outros. Qual (is)?_____________( ) Computador e dada show ________________________________( ) Filmes/ reportagens ________________________________( ) Livros e textos impressos ________________________________
6. Quais as dificuldades encontradas na docência do ensino superior em turismo Justifique. ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Você acharia interessante agregar alguma técnica ou metodologia de ensino na sua formação acadêmica a fim de facilitar o aprendizado dos seus discentes? Justifique.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Curso de bacharel em turismo foi suficiente para exerce à docência? Justifique.________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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9- Para você o que é ser professor?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________10- Porque optou pela docência em turismo?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________11- Quais as suas aspirações profissionais para o futuro?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
OBRIGADA!
40
ANEXO B: Reportagem da Escola Superior
Ensino Superior em Turismo e Hotelaria no Brasil: Um Estudo Exploratório - Mai/03
Introdução
Este artigo aborda o tema educação para o turismo e tem por objetivo apresentar uma análise dos cursos superiores de Turismo/Hotelaria no Brasil.
Texto dividido em 4 partesIntrodução / Evolução para o TurismoEnfoque Mercadológico pt. 1Enfoque Mercadológico pt. 2Conclusão
Como estudo exploratório, pretende contribuir proporcionando uma visão geral sobre o tópico e estimular a discussão de aspectos específicos como a estrutura e funcionamento dos cursos, as razões para a sua criação, o currículo, os métodos de ensino adotados, os planos de expansão, a qualidade de ensino e o relacionamento com a indústria do turismo.
No Brasil, de acordo com Rejowski (1996), os cursos superiores de Turismo, em nível de graduação, são muito recentes e datam dos anos 70. Em 1971, surge o primeiro curso de nível superior, criado por uma instituição de ensino privado, a Faculdade de Turismo do Morumbi. Outras instituições privadas, de acordo com Trigo (1991), também criam seus cursos de Turismo, a exemplo da Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas, em São Paulo, em 1973; da Faculdade da Cidade, no Rio de Janeiro, em 1974 e da Faculdade Associação Educacional do Litoral Santista, em 1976, em Santos.
No âmbito universitário, afirma o autor, a Universidade de São Paulo foi a pioneira, criando o curso de Turismo na Escola de Comunicações e Artes, no ano de 1973. Surgem depois outros cursos em universidades: Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1974, e a Universidade Católica de Pernambuco, em 1975. O primeiro curso superior de Administração Hoteleira foi criado pela Universidade deCaxias do Sul em 1978.
De acordo com Ansarah e Rejowski (1994), no ano de 1994, existiam 33 cursos superiores de turismo/hotelaria no Brasil, sendo 29 de turismo, dois de Hotelaria e 2 em Turismo e Hotelaria. As autoras ainda comentam que a maioria desses cursos está em estabelecimentos privados ou em "universidades emergentes", que obtiveram autorização do CFE para se transformarem em universidades.
Conforme pode ser visto pelos dados do MEC/SESU/DEDES (2000), o crescimento do número de cursos superiores de turismo ou de turismo e hotelaria, no Brasil, tem sido impressionante. Segundo dados desse órgão, até 1998, havia 157 cursos, sendo 119 cursos de Turismo e 38 de Hotelaria/ Administração Hoteleira. Em 1999, 39 novos cursos foram autorizados, sendo 37 de Turismo e dois de
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Hotelaria/Administração Hoteleira. Em 2000, o número voltou a crescer expressivamente, pois 88 novos cursos foram autorizados pelo MEC, sendo 69 de Turismo e dezenove de Hotelaria/Administração Hoteleira. O total informado por esse Ministério é de 284 cursos, sendo 225 de turismo e 59 de Hotelaria/ Administração Hoteleira.
Ao se observarem esses dados do MEC mais de perto, verifica-se que 94% deles são ofertados por instituições privadas, e apenas 6% por instituições públicas. Entre as públicas, cerca de 3% são federais, 2% estaduais e 1% municipais. Praticamente todos os 225 cursos de Turismo, são de Turismo apenas, mas cerca de 2,2% deles oferecem um combinado de Turismo e Hotelaria, e 3,5% são de Administração com habilitação em Gestão de Turismo. Entre os 59 cursos de Hotelaria, 63% são cursos de Administração com habilitação em Administração Hoteleira.
Dados mais recentes da ABDETH (Associação Brasileira dos Dirigentes das Escolas de Turismo e Hotelaria), publicados na Folha de São Paulo, em 27 de maio de 2001, mostram uma situação muito mais dramática. Segundo essa associação, atualmente, 130 instituições oferecem cursos de hotelaria e 250 de turismo em todo o país. Em dez anos, no Brasil, o número de cursos de hotelaria em nível superior, cresceu 1.757% e o de cursos de turismo, 900%. Este artigo será apresentado em 4 partes. Inicialmente será apresentada uma breve revisão teórica sobre educação para o turismo, a seguir, a descrição do enfoque metodológico adotado com o tipo, o método, o instrumento e os procedimentos de coleta de dados utilizados na pesquisa. Na terceira parte, os resultados serão apresentados e, finalmente, as conclusões do estudo, na quarta parte.
A Educação para o Turismo
O estudo do turismo é uma disciplina relativamente nova, assim como é reconhecida como uma indústria vital e em crescimento. Segundo Amoah e Baum (1997), existem diversas definições para turista e turismo, e essa diversidade ocorre por causa da atuação dos diferentes setores envolvidos, todos usando definições para propósitos distintos. Existe também um debate sobre se a indústria do turismo pode ser vista como uma indústria por si mesma, em vez de ser uma atividade econômica, ligando setores através dos objetivos comuns dos seus consumidores.
Para esses autores, a indústria do turismo é intensiva de mão de obra e depende, para sobrevivência e vantagem competitiva, da disponibilidade de pessoas qualificadas, capazes de operar e gerenciar o produto turístico. No entanto, devido à diversidade da atividade, torna-se difícil realizar programas que atendam adequadamente a públicos tão diversos. Por sua vez, Goeldner (1988) comenta que o turismo é ainda uma disciplina emergente e que a educação para o turismo tem tido um elevado crescimento durante os últimos 50 anos, mas seu conhecimento é ainda fragmentado.
Turismo, para Cooper e Shepard (1997), é uma indústria baseada em pessoas e na qual o toque pessoal é o mais importante fato do serviço oferecido. A qualidade dos recursos humanos é, portanto, crítica para o sucesso de empresas e de indústrias como um todo.
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Cooper, Shepherd e Westlake (1994) explicam três maneiras pelas quais o estudo do turismo se tem desenvolvido como uma disciplina acadêmica: inicialmente, treinamentos específicos para o setor de viagens; depois, cursos na área de negócios; posteriormente, inserção em disciplinas tradicionais como Geografia, Sociologia e Lingüística.
Echtner (1995) afirma que o desenvolvimento da educação para o turismo não é tarefa fácil em função da natureza da disciplina, que é segmentada, inter e multidisciplinar, o que cria conflitos e dificulta seu entendimento. Muitas propostas foram apresentadas com relação à disciplina; elas variam da incorporação do turismo em áreas de estudo existentes como Geografia, Administração ou Sociologia, ao estabelecimento de programas interdisciplinares ou, ainda, à criação de escolas específicas para o estudo do turismo.
Comenta também a autora que a implementação de modelos dos países desenvolvidos em países em desenvolvimento pode ser de baixo custo, mas, com certeza, será dispendiosa em função da sua ineficácia. Programas do primeiro mundo são baseados em negócios, distribuição e tecnologia sofisticados que raramente estão presentes nos países do terceiro mundo. Fatores sócio culturais e econômicos devem ser considerados para o planejamento de programas adequados às necessidades desses países. Blanton (1981) destaca que diferenças na composição e background dos estudantes, estilos de aprendizagem, atitudes com relação ao turismo, contexto do trabalho e qualificação dos professores podem afetar seriamente a utilidade do material desenvolvido em outros países. Para Linton (1987), o maior desafio dos países do terceiro mundo é desenvolver experiência própria e estabelecer estruturas gerenciais adequadas.
Howell e Uysal (1987) dizem que existem duas áreas básicas em que educação para o turismo pode ser segmentada: o treinamento vocacional (vocational training) e educação profissional (professional education). A primeira se refere ao treinamento do pessoal da linha de frente, de manutenção e de apoio. O conteúdo desses cursos tende a ser pouco teórico e mais voltado para o desenvolvimento de habilidades práticas, como, por exemplo, recepcionistas, garçons, chefes de cozinha, cozinheiros, agentes de viagem, guias de turismo e outros. A educação profissional é aquela dada para os que ocupam atividades de planejadores, gerentes, pesquisadores e é acadêmica por natureza. Conceitos teóricos são ensinados assim como a capacidade de interpretar, avaliar e analisar informações para a tomada de decisões tanto no setor privado como no público.
De acordo com esses autores, os países subdesenvolvidos necessitam cada vez mais de profissionais que possuam percepção holística da indústria do turismo, capazes de compreendê-lo o turismo em sua totalidade, os seus interrelacionamentos, os seus impactos para evitar formas de desenvolvimento do turismo inadequadas ao país.
Embora a ênfase desse tipo de educação possa variar entre as instituições, Jenkins (1980) sugere que esses programas devem incorporar três grandes áreas de estudo. A primeira trata de um referencial analítico para a interpretação dos fluxos e tendências globais, a segunda área consideraria a análise de modelos de
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administração de turismo adequados para o país, e a terceira diz respeito ao ensino de técnicas de estudos de viabilidade e avaliação dos impactos do turismo.
Echtner (1995) acrescenta mais uma área de educação em turismo, o desenvolvimento de empreendedores (entrepreneurial developement). A crítica mais comum ao turismo nos países subdesenvolvidos refere-se aos impactos negativos dos empreendimentos de grande porte com relação aos seus aspectos sociais, econômicos e ambientais. Tem-se discutido que grandes empreendimentos não são tão efetivos na criação de empregos e aumento de divisas, pois existe evasão de lucros. Por outro lado, afirma a autora, as empresas locais, geralmente menores em escala, oferecem maior retorno econômico às comunidades locais.
A compreensão e a aplicação das três áreas- o treinamento vocacional, a educação profissional e o desenvolvimento de empreendedores, são fundamentais para a educação para o turismo tanto em países desenvolvidos quanto em subdesenvolvidos. No entanto, afirma Echtner (1995), estes últimos, apesar de eficientes para oferecerem educação vocacional, não têm dado a mesma importância à educação profissional e empresarial voltadas para o turismo. Existe, portanto, uma lacuna a ser preenchida nesses países para o crescimento do turismo de forma integrada e dentro de uma perspectiva de longo prazo. Este estudo pretende contribuir para o preenchimento desta lacuna e será direcionado para a educação profissional para o turismo.
Autor:Profa. Rivanda Teixeira
Fonte: http://www.revistaturismo.com.br/artigos/ensinosuperior2.html