Transcript
Page 1: Abdução em Maringá

ESPECIAL 3-AMaringá, domingo, 10 de julho de 2005

Há 26 anos foi registrado um caso extraordinário em Maringá: Extraterrestres seqüestraram dois irmãos; pesquisadores relembram o caso

O dia em que os ETs pousaram em MaringáRevista UFO

Em 13 de abril de 1979, alienígenas seqüestraram e mantiveram relações sexuais com um maringaense

Fábio LinjardiDa Redação

Pouca gente sabe, mas um dos casosmais fantásticos estudados pela ufologia nomundo aconteceu em Maringá, há 26 anos.Batizado de “Caso do Jardim Alvorada”, ocontato imediato aconteceu nas proximida-des da avenida Morangueira, com o se-qüestro de dois irmãos por uma nave extra-terrestre na noite de 13 de abril de 1979. Ofenômeno ganhou repercussão no mundoatravés do livro UFO Abduction at Maringá(Abdução em Maringá por Ovni). O livrofoi escrito pelo ufólogo norte-americanoWendelle C. Stevens, com base nas infor-mações de seu colega brasileiro AdemarJosé Gevaerd. O fato mais inusitado de todaa história é que um dos irmãos abduzidosdiz que teve relação sexual com uma alie-nígena no disco voador.

Atualmente, Gevaerd, que foi umdos responsáveis pela investigação docaso, é coordenador da Comissão Brasi-leira de Ufólogos. A comisão foi rece-bida no dia 20 de maio pelo Ministérioda Aeronáutica e teve acesso a docu-mentos do governo sobre os Ovnis (Ob-jetos Voadores Não Identificados).

Gevaerd esteve em Maringá no últi-mo final de semana para uma visita fa-miliar e concedeu uma entrevista ex-clusiva à reportagem do Hoje. Ele falousobre o Caso do Jardim Alvorada.

“Foi um dos casos mais impressio-nantes que eu conheci”, conta o ufólo-go, a respeito da abdução. “Eu moravaem Maringá e fazia cursinho em Curiti-ba. Um dia estava no ônibus e li nojornal: ‘Garoto de Maringá abduzido’.Voltei correndo e fui atrás do caso”.

ETs NO ALVORADÃODe acordo com Gevared, o caso da abdu-

ção em Maringá teria envolvido os irmãosJM, na época com 19 anos, e RC, que con-tava com 13 anos. “Eles moravam em umacasinha humilde na margem da avenidaMorangueira”, lembra Gevaerd.

De acordo com o ufólogo, os dois irmãoscaminhavam pelo Jardim Alvorada e já esta-vam próximos de casa quando RC, o maisnovo, começou a ficar agitado. “Tem umaestrela seguindo a gente”, teria dito o irmãomais novo ao outro, apontando para umobjeto iluminado que se movia pelo céu. A“estrela” pousou atrás de uma mangueiraque estava próxima aos irmãos, que se sen-tiram atraídos hipnoticamente em direçãoao objeto brilhante. “A partir desse momen-to, eles não lembram mais de nada. Sólembram de acordarem em baixo da man-gueira com fome, sede e vozes na cabeça”,conta Gevaerd. Depois disso, os dois irmãosforam para casa, que era próxima do local.Assim que chegaram, a mãe deles perce-beu que havia algo estranho. Uma espéciede aura iluminada envolvia os irmãos edava choque em quem tentasse tocá-los. Amulher olhou pela janela e viu à distância oobjeto iluminado se elevando do chão. Aluz dele era pulsante e a aura que envolviaos garotos acompanhava a mesma pulsação,aumentando e diminuindo.

Gevared soube do caso e levou os garo-tos até o médico Osvaldo Alves, que os

submeteu a hipnose regressiva, para recor-darem o que pudesse ter sido esquecidono contato com a “estrela” que os havia se-guido. Os rapazes foram submetidos às se-ções separadamente. A hipnose foi reali-zada pelo médico Osvaldo Alves, que atu-

almente reside em Mandaguari.JM descreveu que logo após aproximar

da luz desmaiou junto com seu irmão. Elerecorda que após cair no solo sentiu quehavia lhe pegado pelos braços e o levadopara dentro da nave. “Ele descreveu a

nave como sendo um objeto circular. Asportas se abriram como abas e ele foi con-duzido para dentro”, lembra Gevaerd.

JM descreveu as criaturas do interior danave como sendo parecidas com os sereshumanos, mas elas não falavam com a

boca, toda a comunicação era feita por te-lepatia. Os alienígenas apresentaram oscompartimentos da nave para o rapaz.“Ele descreveu tudo como sendo limpo esem cheiro” lembra o ufólogo. “Naquelaépoca o JM era um eletricista sem maio-res instruções. As criaturas levaram-noaté uma sala onde ficava o motor danave. Ele descreveu como sendo duasogivas metálicas, que ele chamou na épo-ca de bicos de balas [de arma de fogo]. Oeletricista reparou também que não haviafios, nem botão no motor”, conta Gevaerd.

SEXO COM ETA parte mais impressionante da história

de JM está nas experiências que ele foi sub-metido pelos alienígenas. Foram coletadasamostras de seu sangue, pele e cabelo. Osextraterrestres, os quais foram descritoscomo sendo semelhantes aos humanos, co-locaram em seu pênis um aparelho de suc-ção. O mecanismo parecia ser feito de pa-pel celofane. “Provavelmente foi uma reti-rada de líquido seminal”, avalia Gevaerd.Em seguida, os extraterrestres deixaramJM sozinho em uma sala. Na seqüênciaentrou uma mulher, de altura entre 1,70 e1,80 metro, pele clara e cabelo preto liso,na altura dos ombros. O eletricista a des-creveu como sendo “bonita”.

A extraterrestre acariciou primeiro orosto do rapaz, depois o tórax. Ela abriua parte inferior da sua roupa e deixoubem claras as suas intenções com o ab-duzido. Os dois fizeram sexo, mas emmomento algum a alienígena mostrouestar empolgada com a situação.

A reportagem do Hoje teve acesso na tar-de da última sexta-feira ao livro ainda nãopublicado que contém as entrevistas feitaspelo médico Osvaldo Alves com JM, sobhipnose. O rapaz descreveu a relação coma extraterrestre da seguinte forma: “Subiem cima dela e mandei brasa. Mas estavasem graça, não tinha sensação, não tinhanada. Era um prazer frio, mas cheguei aoorgasmo. Ela me empurrou e eu me levan-tei. Começamos uma conversa e ela medisse : ‘Tomara que a semente germine’ ”.

O irmão mais novo de JM também foisubmetido a seções de hipnose, mas nãose lembra de ter passado pelas situaçõesdescritas por seu irmão.

Tanto o ufólogo Gevaerd quanto o dr.Osvaldo informaram à reportagem doHoje que o pivô da história, o eletricistaJM, ainda deve residir em Maringá. Areportagem não conseguiu localizá-lodurante toda a última semana, períododa produção desta matéria.

OS ALIENS EM MARINGÁDe acordo com o editor da revista UFO,

na década de 70 eram freqüentes os avista-mentos de objetos não identificados sobre-voando os céus de Maringá. “No começo,o pessoal acreditava até que era por cau-sa da catedral. As pessoas falavam na-quela época que a quantidade de ferroutilizada na estrutura da Catedral estavaatraindo os discos voadores”, conta Geva-erd. “Mas, isso não tem nada a ver. É queaquela construção faz as pessoas olharempara o céu. E reparando no céu, as pes-soas vêem o que está passando”, explica.

Como a abdução em Maringá mudou a vida destas pessoasJoão Mário Goes

Ademar José Gevaerd, 42anos, editor da revista UFO

Ademar José Gevaerd, 42 anos,nasceu em Maringá, estudou no Insti-tuto de Educação e seu interesse porufologia começou ainda aos 11 anos,quando ouvia as conversas da mãecom uma amiga que falava sobre ex-traterrestres. “Foi em Maringá que eucomece a minha atividade”, lembra.

Sua primeira experiência com umcaso ufológico foi justamente o “Casodo Jardim Alvorada”. Gevaerd soubeda abdução de JM pelos jornais, foiatrás do assunto e isso mudou suavida. Ele enviou todas as informaçõeslevantadas para o ufólogo norte-ameri-cano Wendelle C. Stevens, que aca-bou publicando o livro UFO Abducti-on at Maringá (Abdução em Maringápor OVNI), com créditos para o Geva-erd. Com o livro, o caso do rapto dosdois irmãos maringaenses foi conheci-do mundialmente, principalmentepelo fato mais inusitado: um dos abdu-zidos alega que manteve relações se-xuais com uma alienígena.

Com o reconhecimento, Gevaerdpassou a ser convidado para conferên-cias internacionais, já somando maisde 120 viagens internacionais e 39 pa-lestras pelo mundo. No Brasil, foram

centenas de palestras sobre ufologia,estudo ao qual ele passou a dedicar-seexclusivamente em 1986, quando dei-xou de dar aulas de Química.

Em 1983 Gevaerd fundou oCentro Brasileiro de Pesquisas deDiscos Voadores (CBPDV), queatualmente é a maior entidade dogênero do hemisfério sul.

Em 1985, fundou a Revista UFO emCampo Grande (MS), da qual é editor.A publicação é a única sobre Ufologiaexistente no país, com quase 20 anosde duração, e uma das poucas emtodo o mundo. A revista UFO possuitiragem mensal de 40 mil exemplarese circula em todo o Brasil, sendo amais antiga em atividade no mundo.

“Os alienígenas são seres de umacivilização mais avançada. Eles visi-tam a Terra com freqüência”, explicao ufólogo. “A cada dia os astrônomosdescobrem uma estrela nova. É certoque há civilizações mais avançadas emais atrasadas”, conta o ufólogo.“Mas,uma coisa curiosa é que 99% dosextraterrestres dos quais temos relatospossuem formato humano, com cabe-ça, tronco e membros”, acrescenta.

Gevaerd também é coordenador da

campanha UFOs – Liberdade de In-formação Já! “Chega de sigilo sobreUFOs, presidente!”. A campanha jácomeçou a dar resultados. No dia 20de maio, a Comissão Brasileira deUfólogos (CBU) foi recebida por mi-litares da Aeronáutica e conseguiuter acesso a documentos do gover-no. “Mostraram parte do que nós jásabíamos, só para adoçar nossaboca”, conta o ufólogo. A campanhatem recolhido assinaturas por todoo país com a finalidade de que o go-verno federal libere o acesso dospesquisadores a documentos secre-tos sobre casos ufológicos.

A vida do médico Osvaldo Alves,hoje com 70 anos, mudou completa-mente após seu contato com o caso daabdução no Jardim Alvorada.

Foi ele o responsável pelas sessõesde hipnose nos irmãos JM e RC. “Mi-nha primeira experiência com umcaso de extraterrestres foi com o JM”,lembra o dr. Osvaldo, que atualmen-te reside em Mandaguari e é líder dacomunidade Social Cristã Beneficen-te, a qual tem, entre as exigências aosparticipantes, o desprendimento dosbens materiais, o “cumprimento detodas as leis de Deus” e a prática daalimentação vegetariana.

Foi através do ufólogo Gevaerd quedr. Osvaldo conheceu JM e passou aentrevistá-lo por hipnose regressiva.

O médico conta que na época emque estudou a abdução do Jardim Al-vorada, também hipnotizou a mãede JM. Ela teria feito relatos aindamais surpreendentes do que seu pró-prio filho. De acordo com as investi-gações de dr. Osvaldo, a mãe de JMtinha um histórico de diversas abdu-ções em sua vida.”Dos 9 aos 60 anosa mãe dele [JM] foi abduzida e co-nheceu diversos planetas”, lembra

dr. Osvaldo. Conforme o médico,assim como o filho, a mãe não lem-brava conscientemente de suas expe-riências com alienígenas. “Foram 12fitas gravadas com sessões de hipno-se da mãe de JM”, explica o médico.

Após as revelações obtidas com osrelatos da mãe de JM, dr. Osvaldodecidiu mudar de vida. “Eu mudei ra-dicalmente meu comportamento. Euera ateu. Decidi viver uma vida espi-ritual e simples”, explica o médico.“Foi um marco na minha vida a histó-ria do JM e de sua mãe”.

Em 1980, dr. Osvaldo fundou emMaringá o Centro de Estudos de Ex-traterrestres. A instituição durou doisanos. “Cada um seguiu seu caminhode pesquisa e eu fiquei sozinho”,lembra. “As pessoas estão muito preo-cupadas em investigar os discos voa-dores. Eu estou preocupado com opiloto, com o fabricante”.

Para o dr. Osvaldo, os extraterrestressão guardiões da Terra. “A distânciaentre nós e eles [os alienígenas] émuito maior do que entre os índios daAmazônia e a Nasa”, compara,

O médico também tem uma visãoprópria a respeito das razões que le-

varam uma extraterrestre a ter rela-ções sexuais com um maringaense.“As aparições são simbólicas. Os ex-traterrestres não têm nada o queaprender conosco porque são muitoevoluídos. Eles quiseram transmitirque têm um comportamento pareci-do com o nosso, que possuem umaanatomia como a nossa. Quiserammostrar que estão presentes”, avalia.

Osvaldo Alves, 70, médicoque hipnotizou osmaringaenses abduzidos noJardim Alvorada

João Mário Goes

Top Related