TEREZINHA ELISABETH WADOUSKI SILVA
FATORES OBSTACULIZANTES NO PROCESSO DE
DESENVOLVIMENTO DOS PORTADORES DE ALTAS HABILIDADES
Monografia apresentada para Conclusao do Cursode Espedalizayao em Pedagogia Terapeutica,Centro de P6s-Graduacao Pesquisa e Exlensao daUniversidade Tuiu!i do Parana.Orientadora: ProF. Dr." Marli Dockharn Lemke
2000
Curitiba
Especiais agradecimentos asupervisao da ProF. DLs MarliDockhorn Lemke, e a todosque tornaram este trabalhopossivel.
RESUMO
A superdota~o loi um tema considerado de pequena relevancia ate
pouco tempo. Acreditava-se por um lado que os superdotados nao
necessitariam de aten~o especial, vindo a desenvolver seus potenciais,
independentemente de qualquer estimulo exterior Outrossim, acreditava-se
que dar enfase aos especial mente aquinhoados, criaria uma c1asse de
pessoas superiores distanciadas dos seus pares. Acontece, que a educa9ao e
urn direito de todos e cada indivfduo deve desenvolver suas potencialidadesde acordo com suas caracterlsticas inatas. Verificou-se que, inumerascrian~s e adolescentes excepcionalmente bem dotadas, ficavam perdidos no
meio do caminho. Tinham suas potencialidades detidas. Outras entretanto,
avanc;avam e desenvolviam suas habilidades, confirmando 0 prognostico depais e mestres no tocante a grandes realiza90es futuras.
Intrigou-me sempre "0 porque~dessas diferenc;as de trajetorias. Varias
hipoteses loram surgindo, explicando em parte, resultados Hio dispares. Sem
pretensao de encerrar as questionamentos, frente a complexidade da
questao, levantei as principais hip6teses que contribuiriam para deter 0desenvolvimento dos portadores de altas habilidades ou superdotados.
E preciso ter sempre em conta, que 0 superdotado, pelo lato de 0 ser,
naD deixa de ser crianc;aou adolescente igual aos Qutros, com as mesmasnecessidades pSicol6gicas e emocionais, aspectos esses que jamais devemser negligenciados par aqueles que com eles convivem e os orientam.
SUMARIO
RESUMO
I lNTRODUCAO .. . 01
2 OS PORTADORES DE ALTAS HABlLIDADES QUEM SAO ELES.....02
2.1 PRECOCIDADE ... . 03
2.2 UMA INSISTENCIA EM FAZER AS COISAS A SEU MODO 03
2.3 UMA FURIA POR DOMJNAR 04
3ALGUNS MITOS QUE CERCAM 0 SUPERDOTADO 06
3.1 MITO I SUPERDOTACAOGLOBAL .... . 06
3.2 MJTO 2 TALENTOSAS, MAS NAO SUPERDOTAS..... . 06
3.3 MJTO 3 QI EXCEPCIONAL... .
3.4 MJTO 4 E 5 BIOLOGlA X MEIO AMBIENTE .....
3.5 MJTO 6 0 PAl CONDUTOR .....
3.6 MHO 7 SAUDA VEIS PSICOLOGlCAMENTE ..
. 06
. 07
. 07
. 08
3.7 MJTO 8 TODAS AS CRINACAS SAO SUPERDOTADAS 08
3.8 MITO 9 AS CRIANCAS SUPERDOTAS SE TORNAM ADULTOS
EMlNENTES ... . 09
4 INTELIGENCIA UMA NOVA ABORDAGEM !O
5 FATORES OBSTACULIZANTES ...
5.1 A ESCOLA ...
. 14
. 14
5.1.1 A ESCOLA Eo MESMO lMPORTANTE NA EDUCACAO DOS
SUPERDOTADOS? ... . 16
5.2 A FAMiLIA E 0 SUPERDOT ADO ...........•................................. 17
5.2.1 PAlS MUlTO EXIGENTES ..... . 18
5.2.2 PERSONALlDADE 19
5.2.3 TRABALHO: MOTIVACAO E DESAFIO ... . 19
5.2.4 SENSIBlLlDADE AGUCADA. ..
5.2.5 SOLlDAO ...
5.3 0 MEIO SOCIAL .....
. .20
. 20
. 21
6 ESTUDO DE CASO ..
7 QUESTJONA.R10 I PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM
SUPERDOTASOS ...
. .25
. 29
7.1 RESUL TADO DA PESQVISA COM PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM
SVPERDOTADOS... . 30
8 QUESTJONA.ruO 2 PROFESSORES ...
8. I RESULT ADO DAS ENTREVIST AS REALlZADAS COM OS
PROFESSORES ...
. 32
. 33
9 QUESTJONA.R10 3 ALUNOS SUPERDOTADOS 34
9.1 RESVL TADO DAS ENTREVlSTA COM ALVNOS SVPERDOTADOS 35
10 QUESTJONA.RIO 5 PAIS DE SUPERDOTADOS ... . 36
10.1 RESULTADO DAS ENTREVISTA REALIZADAS COM OS PAIS.. . 37
II CONSIDERA<;:OES FINAlS.. . 39
REFERENCIAS BmLIOGRA.FICAS
1 INTRODUi;AO
Varios fatores sao objeto de estudo desta pesquisa, no tocante as
infiuencias obstaculizantes no desenvolvimento do portador de altas habilidades,
tais como: a escola, a familia, a personalidade do individua, 0 meio social.
No referente a escola, procuraremos estabelecer ate que ponto tem ela
fun9aO decisiva na forma<;iio de um superdotado, a ponto de determinar seu
sucesso futuro.
Quanto a familia pesquisou-se a influencia principalmente dos pais, como
fator preponderante no desenvolvimento do filho portador de altas habilidades ou
superdotado.
No terceiro fator, 0 meio social foi enfatizado, buscando-se causas latentes
no meio ambiente do superdotado, explicando os resultados positives eu negatives
de sua atua~o posterior.
Per ultimo e nao menos importante, a personalidade do indivfduo
superdotade fei fecalizada, visande estabelecer diferen98s de trajetorias a partir
desse fater.
Portanto, esta monografia tern a finalidade de equacionar 0 que ocorre no
transcurso das vidas de muitas crianc;as e adolescentes superdotados que
determina 0 declinie de suas habilidades partinde das seguintes hipoteses:
a) Os portader de altas habilidades devem ser estimulades adequadamente
para terem urn born desenvolvimento
b) 0 meio ambiente inftuencia 0 desempenho dessas criangas e
adolescentes de forma decisiva.
c) A familia e especificamente as pais, devem estar muito bern preparados
para lidar adequadamente com um superdotado.
d) A escola e fator preponderante no futuro sucasso dos portadores de altas
habilidades.
e) A personalidade do superdotados em ultima instancia, seria 0 fator
decisivQ no born desenvolvimento de suas habilidades.
o trabalho de pesquisa para esta monografia, foi conduzido atraves de
reuni6es e entrevistas com profissionais especializados atuando na cidade de
Curitiba, com experiencia na area de superdotados. Pais de crian~as e
adolescentes com altas habilidades tambem foram objeto de nosso trabalho, bem
como seus respectivos filhos superdotados.
o criteria de sele~o das crianC;8s e adolescentes, obedeceu aos seguintes
criterios:
a) indicagao da escola
b) indicagaodo professor
c) indicac;ao de algum profissional atuando junto a superdotados.
2 OS PORTADORES DE AL TAS HABILIDADES - QUEM SAO ELES
Crianc;as superdotadas sempre existiram, provocando urn misto de fascinia,
espanto e inveja. Winner (1998, p. 12) num livro fundamental sobre 0 assunto,
descreve tres caracteristicas basicas dessas crianc;as:
2.1 PRECOCIDADE
As crian""s superdotadas sao precoces. Apresentam habilidade
excepcional em alguma area desde muito cedo. Tambem progridem rapidamente
no dominic desta area, porque a aprendizagem oearre com facHidade.
Por area entenda-se urna estera organizada de conhecimentos como
linguagem, matematica, musica, artes, xadrez, bridge, bale, ginastica, temis OU
patina9aO.
2.2 UMA INSISTENCIA EM FAlER AS COISAS A SEU MODO
As crian""s superdotadas a";m de aprender mais rapido do que a media,
tambem aprendem de uma forma qualitativamente diferente. Gostam de fazer as
eoisas a seu modo. Quase naD necessitam de orienta980 dos adultos na area em
que possuem especial aptidao. As descobertas que VaG fazendo, as motivam para
continuar tentando, levando-as ao passo seguinte. Frequentemente, descobrem
maneiras originais de resolver quaisquer problemas relacionados a area de sua
escolha.
Constatamos entao que as crianyas superdotadas, sao criativas isto e,
fazem descobertas por conta propria e resolvem problemas de formas original.
Porem devemos fazer uma ressalva: somente urn adulto criativo pode transformar
o dominio da forma de maneira definitiva. Isto com pelo menos 10 anos de trabalho
para 0 dominio da area.
2.3 UMA FURIA POR DOMINAR
As crianc;as superdotadas exibem urn interesse fora do comum pela area
que desejam dominar. Quando estao absorvidas no assunto de sua predile,ao
apresenlam um estado de absOr9aOtotal, perdendo a n09aOdo mundo externo.
o interesse obsessivo par uma area aliada a facilidade em aprender conduz
a um alto desempenho.
Crian<;as inleligentes com pais interessados podem apresentar grande
habilidade em varias areas tais como xadrez, musica au espartes. No entanto, 0
que as distingue das superdotadas, e a facilidade com que as ultimas aprendem e
o fata de serem intrinsecamente motivadas, nao necessitando de estimulo externo.
As demais crianyas ainda que muito inteligentes, necessitam de suporte adulto tais
como instru~o, apoio, e encorajamento para progredir. Elas nao fazem
descobertas no ambito de sua area, nao apresentam solU90es originais na
resoluyao de problemas e nao apresentam a furia intrinseca par dominar,
demonstrada pelas crian9as superdotadas.
As areas em que sao rnais comumente encontradas crianc;as altamente
dotadas sao duas areas academicas; linguagem e matematica e duas areas
artisticas: artes visuais e musica.
o motivo da maior afluencia de crianc;assuperdotadas nestas areas, e que
sao atraentes para elas.
Outra raZ80 e que estas areas podem ser dominadas com uma quantidade
relativamente pequena de principios forma is.
o interessante a observar e que quanto mais formal e regida por regras for
a area, mais a possibilidade de produzir crian9as superdotadas.
Matematica e musica classica, areas com regras claras estabelecidas sao
exemplos do que falamos.
A linguagem tambem e outro campo onde encontramos grande ntimeros de
crianc;assuperdotadas. Par conseguinte, tam bern e altamente estruturada e formal.
Na escrita criativa, entretanto, ja encontramos muito menos crianc;as
linguisticamente superdotadas.
Outras areas como xadrez, bridge, bale, ginastica, patina9iio, tEmis ou
nata9iio produzem muitos prodigios ou pelo menos muitos superdotados.
o cinema sempre produziu crianc;asprodigios como Shirley Temple, Mickey
Rooney, Judy Garland, ou mais recentemente Mac Caulay Culkin.
A biologia tambem produziu seus prodigios tais como: Charles Darwin, Jean
Piaget e Edward O. Wilson que nos mostram habilidade excepcional nesta area
desde crian~s.
3 ALGUNS MITOS QUE CERCAM OS SUPERDOTADOS
3.1 MITO: 1 SUPERDOTAi;Ao GLOBAL
A suposi<;iiomais comum e que os superdotados possuem um intelecto que
possibilita a superdota<;iioem tudo.
Entretanto, 0 que se ve comumente e uma capacidade excepcional numa
area e fracD desempenho, inclusive com problemas de aprendizagem em Qutras.
3.2 MITO: 2 TALENTOSAS, MAS NAo SUPERDOTADAS
Quando nos referimos as crian9C3s altarnente habilidosas em areas
academicas, dizemos que sao superdotadas.
No ambito das artes visuais, musicas danya ou alguma modalidade atletica
as denominamos talentosas.
Talentosas au Superdotadas, am bas sao a mesma COiS8. a que vai
enquadra-Ias serao tres caracteristicas de personalidade que definem um
superdotado.
3.3 Mito: 3 Q.1.Excepcional
Superdota<;iioquase sempre envolve Q.1.alto.
Os testes de Q.1.medem uma estrita gama de habilidades, principalmente
academicas como as relacionamentos, a linguagem e a matematica.
Fonte: WINNER (1998,pag.1S)
Nas areas artisticas sobretudo, nao ha evidencias de Q.1.
mais), sobretudo se considerarmos que alguns superdotados denominados idiots
savant, (idiotas sabios), sao frequentemente artistas, com 0.1. na extensao de
retardo e habilidades extraordinarias em dominios especificos.
3.4 MITO:4 e 5 BIOLOGIA X MEIO AMBIENTE
Alguns psic610gosacham atualmente que Superdota9ao, e simplesmente
urna questao de estimulo intensive e que toda crianc;abern treinada possa vir a ser
um prodigio. Este enfoque ignora 0 poderoso papel da biologia, que determina a
predisposi9iio, que sera desenvolvida pelo ambiente.
3.5 MITO: 6 - 0 PAl CONDUTOR
Comum tambem e a cren9a de que as crian9as superdotadas sao
"fabricadas " por pais interessados na fama ou estrelato do filho. Os pais
advertidos a nao empurrar os filhos, sendo censurados quando estimulam demais
suas crianc;as.
Sao aconselhados a deixa-Ios terem urna infancia "normal". Entretanto, nem
os pais mais esforc;ados conseguiriam alavancar urna crian9a que nao fosse
superdotada, nem ha necessidade disso, porque como ja foi explicitado
anteriormente, as crianc;assuperdotadas sao automotivadas.
Fonle: WINNER (1998, pag.16)
3.6 MITO:7 SAuoAvEIS PSICOLOGICAMENTE
Os psic6logos popularizam um quadro de crian9as superdotadas como
sendo populares, bern ajustadas, excepcionalmente morais, esbanjando saude,
fisica e psicol6gica.
No entantc frequentemente essas crian~as enfrentam ridiculariza~o e
escarnio par serem "crentes," isto no caso dos superdotados academicamente
superiores. Consequentemente, a par de sua alta sensibilidade, as crian~s
superdotadas sao isoladas e infelizes, a menes que encontre Qutras como alas.
A visao da crian98 superdotada bem ajustada se aplica as moderadamente
bem dotadas, deixando de fora os extremos.
3.7 MITO: - 8 TOOAS AS CRIANi;AS SAO SUPEROOTAOAS
Muitos educadores afirmam que todas as crian98s tem um potencial igual
para aprender. Afirmam tambsm que em alguma area todas as crianyas tern um
potencial igual para aprender. Afirmam tambem que em alguma area todas as
crian9as tem alguma habilidade especial. Quando se trata entao da area artistica,
existe a tend€mcia de considerar todos as alunos superdotados. Existe 0 receio de
inibir a criatividade da maiaria das criany8s ao selecionar algumas como
especialmente dotadas em artes.
Consequentemente, naD hit especial incentivo aos superdotados nesta area
dentro da escola.
Fonte: (WINNER 1998,)
3.8 MIT09 AS CRIANCAS SUPERDOTADAS SE TORNAM ADUL TOS
EMINENTES.
Espera-se que as crianyas superdotadas se tornem pessoas eminentes e
criativas.
Vista que normalmente sao muito criativas e tern urn born Q.I., e de supor
que na sua malaria sejam adultos exitosos. Mas naD e issa que aconteee. Com as
prodigios e muito grande 0 grau de malogro na vida adulta. Muitos superdotados
acabam par S8 dedicar a Qutras areas de interesse, alheia a area especffica de as
superdotac;ao. Consequentemente, devemos concluir que existem Qutros fatores
interferindo no exito futuro dos superdotados.
41NTELIGENCIA - UMA NOVA ABORDAGEM
Urn conceito acelta de forma am pia para inteligemcia seria: a capacidade de
resolver problemas au elaborar produtos que sejam valorizados em urn au mais
ambientes Gutturais QU comunitarios.
Tentando medir a inteligencia, na tentativa de predizer 0 grau de sucesso de
criany8s matriculadas nas series primarias das escotas parisienses, Binet criou em
1900, um teste que ficaria mundialmente lamoso dai por diante: 0 teste de
inteligencia ou de Q.I.. Por que lez tanto sucesso este teste? 0 fator principal a
capacidade de prever de maneira cientifica 0 potencial de alguem. Se antigamente,
a intuig80 seria 0 principal instrumento de avalia9ao, aeerca do sucesso futuro de
urn individuD, doravante a inteligencia seria mensuravel. Havia urn instrumento
capaz de ordenar a capacidade mental de todas as pessoas.
Assim, com essa visao de inteligemcia, se desenvolv8U tambem urn modele
de escota uniforme, com urn curricula basieD, avaliayoes regula res com uma serie
de fatos (conteudos) que devem ser conhecidos e assimilados.
Ainda que insatisfat6rios sob inumeros aspectos, foi assim que funcionou ao
longo do seculo XX.
Alguns pesquisadores sempre se insurgiram com 0 conceito de 0.1. e com
as vis6es unitarias de inteligencia.
Vemos entao, surgir Howard Gardner, e sua teoria das Inteligencias
Multiplas.
11
Se uma das caracterlsticas basicas da inteligencia seria a capacidade de
resolver problemas, os marinheiros dos mares do sui viajando tendo somente as
estrelas como orientar;ao, seriam inteligentes?
Cad a profissao nae exigia urn tipo especffico de habilidade e
conseqCrentemente de inteligencia?
NaD haveria entao varios tipos de intelige!ncia?
Gardner (1995) diz que sim e lista sete inteligEmcias:
1) verbo-lingu;stica
2) logico-matematica
3) espacial
4) musical
5) corporal-cinestesica
6) interpessoal
7) intra pessoal
Conforme ainda Gardner (1995), esses sete tipos de inteligencias teriam as
seguintes caracteristicas:
1) Verbo- lingu;stica
Capacidade de ter fluencia verbal e escrita, apresentando urn pensamento
elaborado, rico, criativD, e original. Exibida pelo escritores e paetas.
2) Logico- matematica
12
Capacidade excepcional de pensar, elaborar e discernir ideias importantes,
integrando 0 conteudo significativQ com procedimentos eficazes na resoluyao de
problemas.
3) Espacial
Capacidade de formar um modelo mental de um mundo espacial e de ser capaz
de manobrar e operar utilizando esse modelo. Exibida especialmente pelos
marinheiros, engenheiros, cirurgioes, escultores e pintores.
4) Musical
Capacidade de ler, interpretar, produzir sons de maneira excepcional.
Musicos, compositores e maestros exibern-na de forma especial.
5) Corporal- cinestesica
Capacidade de resolver problemas ou de elaborar produtos utilizando 0 corpo
inteiro ou partes do corpo. Oan~arinos, atletas, cirurgioes e artistas, apresentam
inteligencia corporal cinestesica altarnente desenvolvida.
6) Interpessoal
Capacidade de compreender outras pessoas: 0 que as motiv8, como elas
trabalham, como trabalhar cooperativamente com elas. Vendedores, politicos,
professores, clinicas (terapeutas) e lideres religiosos, todos certamente tern a
inteligencia interpessoal em alto grau.
7) Intra pessoal
Capacidade de compreender, formar um modelo e veridico de si mesmo e de
utilizar esse modelo para operar efetivamente na vida.
Cfpp<Estas sete inteligencias ainda segundo Gardner (1995) podem se
subdivididas au reorganizadas. 0 que ele procura deixar bern claro e a pluralidade
do intelecto. Ainda que as inteligencias verbo-lingi.Hsticas e 16giea - matematicas
sejam mais enfatizadas quando pensamos em aferic;aode Q.1. au em termos de
urn individuo superdotado, todas as demais inteligencias iraQ ser importantes no
desenrolar da vida desse individuo.
Inclusive, (Goleman,1995), nos fala da inteligencia emocional, como
fundamental para a exito pessoal, social e profissional. Esse tipo de inteligencia
teria caracteristicas tais como: poder controlar 0 impulso emocional, lidar
tranqullamente com relacionamentos, saber interpretar as sentimentos mais
fntimas de outrem. E a mesma Goleman, em referindo-se a inteligencia emocional
cita Aristoteles: "Qua/quer urn pode zangar-se, isso e tacil. Mas zangar-se com a
pessoa cerla, na hara certa, pelo motiva certo e da maneira certa - nao e facit."
5 FATORES OBSTACULIZANTES
5.1 ESCOLA
A escola tem sido um fator considerado de suma importancia na aquisi9iio
de conhecimento bem como no plena desenvolvimento da capacidade de nossas
crian!Y8se adolescentes.
Gardner (1998) nos fala de um modelo de escola que tem sido privilegiado:
a chamada "escola uniforme" onde existem avaliac;oes regula res com 0 usa de
instrumentos como lapis e papel. Existe urn curricula basico, uma serie de fatos
que todos devem conhecer e muito poucas disciplinas eletivas. Essas escola
atende os alunos de forma massificada. Ainda que teoricamente, pretenda que
seja dado atendimento diferenciado, respeitando as diferen~s individuais,
raramente isso e respeitado. Endossando Gardner, diriamos que nosso modelo de
escola, atende 0 aluno padrao, preocupando-se ainda no diagnostico e
encaminhamento dos alunos com deficiencia em algumas areas, mas dando pouca
ou nenhuma aten9iio aos altamente dotados.
Continuando, Gardner, cita um tipo diferente de escola, baseada numa
visao pluralista da oo9ni98o, reconhecendo que as pessoas tern fon;as cognitivas e
8stil05 de aprendizagem diferenciadas. Esta escola sena basicamente centrada no
individuo, que considera seriamente esta visao multifacetada de inteligencia. Este
modelo de escola baseia-s8 em parte, nos achados cientificos que ainda nao
15
existiam no tempo de Binet: a cianCI8 cognitiva (o estudo da mente) e a
neurociencia (0 estudo do cerebro).
Este modele de escola teria 0 proposito de desenvolver as inteligencias e
ajudar as pessoas a atingirem objetivos de ocupa~ao e passatempo adequados ao
seu espectro particular de inteligencia.
Winner(1998) cita principalmente os problemas que as crian~s
superdotadas enfrentam ao iniciar sua escolarizac;ao.
Conforme ela observa: uTodos as pais e crianrras que estudei enfrentaram
uma crise de algum tipo, quando as crian~s estavam prontas para a escola. D
Cada crian~a tinha habilidade e desejos que as escolas comuns nao podiam
acomodar prontamente. Solu~6es diferentes :
1) acelerayao dos estudos atraves da escola
2) programa especial de educa~ao individualizado, com a crian~a sendo mantida
em sala de aula de acordo com sua faixa eta ria.
3) escolha de urna escola mais desafiadora entre as disponiveis
4) complementa~ao da educa~ao formal com leitura extensiva e instru~o
particular nas areas de superdota~ao.
Esta realidade descrita par Winner, refera-s8 aos Estados Unidos, cnde heuma maior abertura no que S8 refere ao atendimento das crianvas superdotadas.
No Brasil, ha mais rigidez quanto a educa~ao dessas crian~as. Ha um curriculo
basieD a ser seguido, tudo condicionado a faixa etaria da crian<;8 ou adolescente.
Existe muita divergemcia quanta a melhor alternativa de educayaa a ser aferecida
aos superdotados. no entanto, 0 que predomina e a de considerar de suma
16
importancia a escolarizal'ao dos superdotados num contexto padrao, sendo
atendidos em alguma atividade extra-classe em horario alternado ou delegando a
familia a responsabilidade pelo desenvolvimento do potencial dessas crianl'as,
conforme Ihes aprouver.
5.1.1 A ESCOLA E MESMO IMPORTANTE NA EDUCACAO DOS
SUPERDOTADOS?
Considerando as caracteristicas dos estudantes superdotados, nao e de
admirar que em sua grande maioria nao haja born entrosamento nas suas
respectivas escolas. Segundo ainda Winner (1998), inumeros genios superdotados
tais como superdotados tais como, Pablo Picasso, Charles Darwin, Mark Twain,
Edvard Grieg, Stephen Vincent Binet, Oliver Goldsmith e William Buther Yeats na~
gostavam da escola. Winston Churchill, quase foi expulso de Harrow, uma escola
britanica de elite. Como essas criany8s nao se enquadram nos para metros da
"normalidade," sao urn desafio para seus professores pais freqOentemente, sabem
mais que eles e sao consideradas arrogantes, teimosas desatentas au
desmotivadas.
Talvez porque as criant;:as e jovens superdotados tern autonomia, vontade e
inconformismo, elas se recusam a submeter-se a qualquer tarefa que nao as
mobilizem. Como resultado terminam rotuladas como hiperativas ou com
transtornos de deficit de atenyao. Com freqClenciasao dificeis de manejar em sala
de aula. Assim como sao criticas consigo mesmas, tambem serao crfticas com as
17
demais pessoas, mesmo que sejam seus professores, principalmente quando se
percebem mais capazes do que eles.
5.2 A FAMILIA E 0 SUPERDOTADO
o ambiente familiar pareee ser sumamente importante para a crians:a
superdotada ter urn born desempenho futuro. Com frequencia pais de crianyas com
alto potencial tern sido acusados de foryar 0 progresso dessas crianyas e
adolescentes movidos pela ambiyiio desenfreada. Argumenta-se que a
superestimula~oe altas exigemcias impediriam a frui~o de uma infancia normal.
Winner (1998) salienta 0 fato de haver de modo geral baixas expectativas
quanta aD desempenho de nossas crianyas em geral. Em paises asiaticos
entretanto, considera-se conseqOencia natural urn born desempenho academico. A
autera lista a seguir algumas caracteristicas do ambiente familiar de criam;as
altamente dotadas:
1) Crianyas Superdotadas sao frequentemente primogenitos ou filhos unicos,
2) Suas familias sao centradas no filho superdotado.
3) Os pais modelam e estabelecem padroes muito altos para os filhos e em
especial para 0 tilhe altarnente detado.
4) 0 superdotado alem de estimulado pelos pais, tern consideravel independencia
para criar e pesquisar dentro da area do seu interesse.
5) 0 ambiente familiar com frequencia e muito Wenriquecido," interessante, variado,
estimulante.
18
Crian9as superdotadas podem certamente surgir em familias sem muitos
recursos. porem seu descobrimento depende em grande parte de urn ambiente
familiar em que S8 valoriza a educac;ao.
5.2.1 PAIS MUlTO EXIGENTES
Winner (1998) assinala a problema criado pelos pais excessivamente
exigentes e crfticos que S8 preocupam apenas com dons das crianc;as, sem
estimular a crianya inteira, podem terminar conduzindo 0 filho a problemas diversos
como ressentimento, desestimulo e depressao como represalia a tanta pressao.
Em familia de prodigios principalmente em areas como a musica, cinema au
esportes como a ginastica olimpiea, sao muitas vezes lesades pelos pais com a
enorme exigencia de conquistas.
Winner (1998) relata a titulo de ilustrac;iio, inumeros casas e crianyas
prodigios altarnente exigidas pelos pais, com conseqOencias desastrosas. Cita 0
caso de urn menina, Willian James Sidis, filho de urn psicologo que dirigia a
crianya de forma impiedosa, acreditava que enos primeiros anos de vida que 0
cerebra e mais capaz de aprender. Desaprovava todos os interesses do filho que
Inao fossem os academicos. Aos onze anos Willian James Sid is, ja deu uma
palestra na Universidade de Harvard, onde estava matriculado. (pag.1S9). Formou-
se aos 15 anos em matematica "summa cum laude" na mesma Universidade, que
levou a previsao de que seria um brilhante matematico de classe mundial. No
entanto, ap6s um infcio tao promissor, Sidis perdeu todo 0 interesse em
19
matematica. Tentou fazer urn curso de direito, desinteressou-se tambem e acabou
assumindo trabalhos de escrit6rio que nao exigiam responsabilidade nem
inteligencia especial.
5.2.2 PERSONALIDADE
Em tres esferas a estrutura da personalidade e a experiencia social e
emocional do superdotado diferem da norma, conforme a apreciagao de
Winner(1998):
1) As crianyas superdotadas sao altarnente motivadas a atingir dominios na area
de sua especial habilidade. Encontram prazer nos desafios e usualmente ate a
adolesc€mcia tern urn sentimentos de que sao e do desejam fazer no futuro.
2) Sao ferozmente independentes e inconformistas.
3) Tendem a ser mais introspectivDs e solitarios do que a criang8 media, tanto
porque tern poueD em comum com seus pares, como porque precisam e
desejam ficar a sos para desenvolver seus talentos.
5.2.3 TRABALHO: MOTIVACAo E DESAFIO
Como ja enunciamos a crianya superdotada €I autamativada e persevera no
seu objetivo de alcangar dominio e alto desempenho em sua arJa de talento.
Elas trabalham porque amam fazer isso, nao porque I sejam obrigadas.
Desafias que fazem a maio ria das pessaas desistirem au pelo menos provocam
ansiedade, sao os que trazem mais satisfa9ao para as crianyas e jovens
superdatados.
20
Em estado de fiuxa, relatam alta cancentra9aa, lacilidade de cancentra9aa e
perda de autoconsciencia. Esses estados de fluxo sab decisivos para
. . . Idesenvalvlmenta de talentas. Em media despendem 13 par centa de suas haras de
vigilia em sua area de talento. IS50 signifiea cerea de treze hJas par semana au
aproximadamente duas horas par dia.
5.2.4 SENSIBILIDADE AGUCADA
As crianc;as superdotadas sao comumente descritas como extremamente
observadoras.
sensivels e alertas, mesma quando ainda bebes. IS50 signifiea que sao altarnente
Tambem e fata que sao extrema mente sensfveis a estimulaC;8o, seja
sensorial ou emocional.
5.2.5 SOLIDAo
A maiaria das crianc;as e jovens superdotados com 0.1. moderadamente
alta, tem geralmente prablemas narmais da inlancia, ainda Jue agravadas pela
. . . . Idlficuldade em encontrar Qutros IgU8IS, entre seus pares. Parem, as extremamente
superdotados encontram problemas sefios de relacionamento 6entro de sua faixa
etaria, seja em sala de aula au lara dela. Muitas individuas ,minentes recardam
solidao extrema quanda crian9as Winner (1998 pg.177), cita Terman e suas
.. d '"0 .. I dcnanc;asobJetode seu estudo on e se Ie: S sUjelfos de Terman com escores e
170 ou mais em testes de Q.I. foram ditas ter "um das preblelas mais dificeis de
I ~
...'-...".-""~/-~81 ~"""i~·~~~!.~.f,!,.~
ajuste social que qualquer humano e capaz de encontrar." ADS 14 anos, 60 l·,· p~
cento dos men inos com O.ls altos e 73 par cento das meninas Iforam descritos par
seus professores como solitarios e com dificuldades de relacionar-se com as
Qutros.
Muitos outros estudos recentes confirmaram 0 quadro da crianya altamente
superdotada socialmente alienada.
Essas criangas sao descritas como introvertidas, autorltarias, impopulares,
ansiosas, deprimidas, inseguras, com tendencia ao isolamento.
Hollilngworth outro pesquisador cita que essas crian9as seriam assim
porque "tinham 0 intelecto de um adulto com 0 corpo e as em090es de uma
criang8,"
Outrossim, uma crianc;a superdotada tern peueD em comum com seus
pares. Seus brinquedos, hobbies e interesses sao multo diJrerentes das demais
crianyas.
ConseqOentemente, 0 superdotado com freqO€mCiaitem amigos mais
5.30 MEIO SOCIAL
velhos, de outra faixa etaria.
Muitos paises tem dificuldade no aspecto politico e ideol6gico bem como na
disponibilidade de recursos destinados a educ8C;80 como urn todo... . I .o superdotado deve ser Identlficado e atendldo 0 quanto mals cedo
possivel. Muito talento fica perdido por falta de atendimento late de identificac;ao
num meio ambiente desestimulante. r
22
Comentando essa problematica Santos (1988), considera fundamental 0
d . d .1esenvolvlmento a comunldade, mantendo-a sempre bern Tformada sabre as
objetivos e metodos dos programas envolvidos em rela\'iio a superdota9iio.
Muito comumente, principal mente nos paises do terceiro mundo au em fase
de desenvolvimento e enfatizada a amplia9iio qualitativa I e quantitativa de
programas de atendimento as pessoas portadoras de deficiemciasem detrimento a.. . I. ..mdlvlduos superdotados, conslderando-se como de menor ImportancI8 esse
atendimento em face de problemas tao mais cruciantes e prementes na area da
Ainda conforme Santos (1988), no Brasil, ainda que Imuito incipiente ha
preocupa\'iio com 0 tema, que e objeto de estudos estj normatizado pelo
Ministerio da Educa9iio atraves de prescri,oes legais, registrados nos documentos
"Subsldios para a Organiz8yao e Funcionamento de Serviyos de Educac;ao
Especial - area da Superdota\'iio ( CENESP·MEC):
- Mobilizar a participaC;8o de todos os segmentos da sociedade, de forma a
. . - .1 . _assumirem sua responsabilidade na ldentlficay8o, atendlmento e Integrac;ao
desses educandos.
• Expandir a oferta da Educa9iio Especial, buscando·se novas alternativas,
respeitando-se as suas peculiaridades e valorizando-se a cultura do povo, como
elemento basico do processo educacional. I
23
- Ampliar oportunidades de atendimento educacional adequados aos superdotado,
nos diversos niveis e modalidades do sistema regular de ensina, a tim de enviar
maiores contingentes da populac;:ao.
- Integrar programas especiais, projetos experimentais, utilizando recursos
disponfveis de diversas agencias e organizac;6es, sobretudo quanta ao
atendimento a popula\'iio mais carente do ponto de vista socio-cultural.
- Envolver instituic;oes, agemcias comunitarias e empresas numa 8yao coordenada,
a fim de atenderem aos superdotados com uma proposta de educa9iio permanente
e criativ8.
- Implantar estimular os procedimentos de identificayao e experimentar novas
tecnicas, visando a identificac;ao precoce dos diversos tipos de superdotados.
- prever aperfeic;:oamento continuo a professores e especialistas, a tim de que S8
possam utilizar adequadamente, instrumentos de identifica\'iio, bem como
estrah§gias e ensina, inovadoras e validas .
- Favorecer a realizavao de estudos de investigaryao e de pessoas nessa area, que
tragam contribui\'iio cientifica valida e atualizada.
Ainda que a politica educacional no Brasil, ja de mostras e preocupa9iio
com os superdotados, 0 que ja e urn grande passo, a irnplernenta~o de avam;os
nesse setor ainda e muito lenta. Nosso pais e muito vasto, existern comunidades
distantes e isoladas on de as dificuldades sao imensas para crianyas e
adolescentes terem acesso a escola, a urn ensino formal, quanto mais a uma
educac;ao especial centrada no individuo. Nos meies s6cie-econ6micos mais
privilegiados os superdotados tem sem duvida possibilidade de atendimento
24
precoce e mais eficiente, vista contarem com recursos humanos e tecnologicos
que as auxiliam no desenvolvimento de suas potencialidades. Entretanto, como ja
foi citado anteriormente, 0 mesma naD sucede com criant;as e adolescentes de
camadas sociais inferiores, cnde ha menes recursos, e ate a educa9Bo padrao
nem sempre, e efetuada a contento.
6 ESTUDO DE CASO
R.W.S. Idade atual: 26 anos
Filho mais velho de 3 irmaos.
Ambiente familiar: pais com instruyiio de nivel superior.
Desde a mais tenra idade manifestou capacidades IingOisticas aeirna das
crianyas de sua faixa etckia.
Falou cedo e com cerca de 2 anos, tinha vocabulario extremamente rice e
expressivo. Muito tempo depois da idade dos "porques," ainda persistia
perguntando, querendo saber, conhecer 0 mundo que 0 cercava. Perguntava ate
cansar as adultos. S6 parava quando ficava satisfeito com a resposta.
Alfabetizou-se espontaneamente antes de completar 4 anos. Escrevia e lia
praticamente sem erros.
Nesta epoca ganhou da av6 uma pequena maquina de escrever e ali ficava
muito tempo, escrevendo bllhetes para as pessoas do seu convivia, au copiando
textos que 0 interessavam.
Aos 2 anos tinha uma radiola portatil e dezenas de discos cem suas
musicas preferidas, cantigas de roda e hist6rinhas infantis. Sabia onde ficava cada
musica, cada historia. Identificava com rapidez cada disco, assinalando a faixa que
26
Aos 2 anos tinha uma radiola portatil e dezenas de discos com suas
musicas preferidas, cantigas de roda e hist6rinhas infantis. Sabia anda ficava cada
musica, cada historia. Identificava com rapidez cada disco, assinalando a faixa que
queria que fosse executada. Numa pilha de cerca de 50 discos, localizava
exatamente 0 que que ria. 1550 antes de aprender a ler e escrever.
Muito perspicaz, dava respostas muito profundas e encontrava soluyoes
muito criativas frente a urn problema aparentemente complexo e de dificil soluryao.
Muito querido pelos companheiros, tinha muitos amigos e exercia lideranya sobre
sua Uturma". Seus companheiros de brincadeiras eram na maieria bern mais
velhos, sendo freqGenteele aos 7/8 anos ter amizade com meninos de 10/12 anos.
Sempre leu muito, passando inclusive ncites acordado com leituras as mais
diversas. Frequentou sempre bons colegios, sendo excelente aluno em LIngua
Portuguesa, Ingles e Historia e mediano nas demais matarias.
Terminava antes suas taretas em sala de aula, usando a tempo restante
para conversar com as colegas, passear pela sala ou fazer pela sala au fazer
atividade alheia ao que estava sendo estudado no momenta.
Esse comportamento, acarretava com frequencia medidas punitivas. A mae
era chamada com freqOenda para entrevistas com a orientadora educacional em
todos as cohagios onde estudou. Era definido como born aluno, mas irrequieto e
falador. Tambem corrigia muitas vezes a professora e dava respostas em voz alta
antes dos demais alunos, nas matarias de que mais gostava.
Aos 10 anos transferiu-se de colegio por vontade propria, sendo dai em
diante observada uma diminui9aO do seu rendirnento escolar como um todo.
Apesar de ter escolhido, niio gostou do colegio onde cursou a 5' a 8'.
dessa epaca, vckias reda96es onde critica 0 sistema e regulamentos da referida
escola.
Deu-se os primeiros sinais de desinteresse pela escola e pelos estudos. Ate
entaD era promovido com facilidade e ia para a escola com satisfar;ao. Porem
nessa fase, ficou apatico e desmotivado. Em nova tentativa fa; transferido para
Dutra eseela, ende cursou, a 7a, a Sa series.
Novamente naD houve entrosamento com a escola. Comeryou a fazer
terapia por um espa90 de tempo, notando-se alguma melhora, porem nada
significativo. Passou a ser muito quieta, retraido. Sua letra S8 tornou microscopica.
Apesar de toda a problematica, nunca reprovou. Dar uma rapida olhada nos
conteudos de urna materia era suficiente para que alcan~sse a media necessaria.
Nesta epoca paramo 56 estudava para atingir a nota suficiente para ser aprovado.
Terminou 0 2° grau dentro da faixa etaria prevista, sempre dentro do mesmo
esquema de s6 estudar para passar.
Prestou vestibular para Direito sendo aprovado na primeira tentativa.
Durante 0 curso acima mencionado, percebeu que nao era exatamente 0
que queria. Passou a frequentar 0 curso sem muito entusiasmo, porem nada fez
para remediar a situayao. Muitas vezes nao ia a Faculdade (estudava a noite),
ficando com os amigos ate altas horas. Continuava lendo muito, 5e interessava por
assuntos variados, desde Filosofia, Arqueologia, Biografias, ate temas espirituais,
mfsticos.
28
Deixou de freqilentar a curso de Direito por algum tempo. No presente
momento, voltou a Faculdade, porem naD S8 sabe S8 ira concluir 0 referido curse.
Fala pouco de si, confessando hi! pouco tempo que gostaria de cursar
Comunica~o Social com enfase em Jornalismo.
Entretanto, nada faz para realizar sua aspirat;;ao. Note-se que 0 curso de Direito foi
escolha sua e as pais naD S8 oporiam que fizesse Qutra opyao posterior, desde
que ficasse feliz e realizado.
No presente momento trabalha com urn tio, nurn setor que naD exige muito no que
se refere as habilidades intelectuais.
Nas horas vagas assiste muitos ftlmes, conhecendo a obra completa de
alguns cineastas famosos, analisando esse filme com espirito critleD e paixao.
Segundo ele, cinema seria sua outra alternativa de trabalho. Indagado por que nao
o fez, diz que no Brasil naD tern campo para ser urn cineasta.
Continua tendo uma alta capacidade verbal, se depreendendo par seus
comentarios ter uma alta gama de conhecimentos em diversas areas.
E sempre aprovado em exames diversos, porem ate agora tem dado um jeito de
nao assumir 0 cargo ou funyao. Permanece solteiro, ainda que tenha uma
namorada fixa a mais de 2 anos. Muito namorador anteriormente, era cortejado
pelas mulheres dada a sua boa aparemciae personalidade cativante.
Carismatico, atrai as pessoas que logo se encantam com ele. No entanto
parece nao se aperceber dessas caracteristicas. E bom filho, educado e respeitoso
com as pessoas de seu convivio. Gosta muito de crianc;ase animais.
7 QUESTIONARIO I
PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM SUPERDOTADOS
I. Na sua obselVa,ao, por que algumas crian,as com potencial excelente, tern
suas altas habilidades detidas no transcorrer da vida?
2. 0 meio socio-cultural teria muita influencia sobre essas crianC;;8s?
3. A escola de modo gera tern colaborado no desenvolvimento das
potencialidades dessas criany8s?
4. 0 papel dos pais e relevante nesse desenvolvimento?
5. Os fatores emocionais teriam muita importancia?
6. Os portadores de altas habilidades sob sua obselVayao teriam quais
caracteristicas principais?
7. Em quais areas e mais comum aparecerem super dotados, segundo seus
criterios?
8. Que conselhos voce daria para as pais e professores de crianc;as e
adolescentes superdotados?
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7.1 RESULTADO DA PESQUISA COM PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS COM
SUPERDOTADOS
Em resposta ao quesito 1, 80% dos profissionais entrevistados disse ser
extremamente dificil preyer quais crianyas superdotadas serao bern sucedidas no
futuro.
Apontaram desde erras na educayao ate problemas emocionais e
deficiencias inerentes a pr6pria personalidades do superdotado.
A escola foi, sempre lembrada como fator importante no pleno desabrochar
desses individuos. Quanto ao meio s6cio-cultural (item 2), maioria entende que
ainda que um ambiente adequado favorec;a0 desenvolvimento dos superdotados,
nao e determinante, face a inumeros exemplos advindos de camadas sociais
inferiores. A escola foi apontada como de maneira gera! como muito deficiente no
atendimento aos superdotados, sendo cancebida para atender uma clientela
escolar uniforme, islo e, dentro do que se entende como padrao medic. Nao esta
previsto portanto, a desenvolvimento da potencialidade de individuos situ ados
al8m desse padrao.
31
Quanta aos pais, entendem como multo importante 0 apaio e estimulo que
deem ao filho superdotado. Observa-se um engajamento muito grande nos pais de
urn nivel s6cio-cultural born.
Apontam alguns erros de educa~o, como a estimula~o em demasia, e 0
esquecimento dos aspectos emocionais que envolvem 0 superdotado. Alias, 0
emocional e sempre lembrado como fator importante no desenvolvimento do
superdotado. A grande maioria dos portadores de altas habilidades sao vistos
como criativDS, hiperativos I cansando-se de tarefas repetitivas, curiosos e ao
mesma tempo interessados 56 naquila que tern real interesse. A superdotaC;80
aparece com mais frequencia na area cognitiva: Matematica e expressao verbal.
Houve consenso quanta a estimula~o ser urna fator decisive no
desenvolvimento dos superdotados, tendo as pais a tarefa de cuidarem para que
as aspectos emocionais dessas crianyas e adolescentes naD sejam
negligenciados.
8 QUESTIONARIO II
PROFESSORES
I. Como voce encara urn portador de altas habilidades na sua sala de aula?
2. Voce tern familiaridade com 0 terna? Fez algum curso OU participou de
alguma palestra ou semina rio sabre superdotados?
3. Qual a orienta9iio que a escola Ihe da no caso de urn superdotado estas em
sua (s) turrna (s) no transcorrer do ano?
4. A escola tern algurn prograrna especial para superdotados?
5. Os superdotados com quem voce entrou em cantata sao de tacit convivio?
6. No case de desajuste, 0 que voce professor e a escola como urn todo, estao
fazendo para minorar 0 problema?
7. Na sua opiniiio, porque acontece de urna crian~ ou adolescente
excepcionalmente dotado, fracassar no desenvolvimento de suas
potencialidades?
8. Que sugestao voce darla para auxiliar no trabalho com superdotados?
33
8.1 RESULTADO DAS ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS PROFESSORES
A grande malaria dos professores tern ainda bastante desconhecimento
sabre a maneira adequada de interagir com urn superdotado em sala de aula.
Existe tambem muitos questionamentos referentes ao tema, ja que a quase
totalidade dos professores nunca fez curso au assistiu palestra especificas sabre
superdotados.
Os prolessores em quase sua totalidade niio ficam muito a vontade
quando recebem em sala de aula um portador de altas habilidades, ja que ha um
consenso sabre as transtornos que causam ,par serem quase sempre
hiperativos, curiosos, lideres e de dilicil manejo. Quando existem problemas mais
serios que a escola, atraves da orientaC;80 escolar naD consegue resolver, os
pais sao inteirados da problematica e sao tamadas outras providemcias como 0
encaminhamento a profissionais especializados no atendimento de crianyas e
adolescentes, prelerencialmente, com experiencia em superdotados.
Os motivQsapontados pelos professores como causadores do fracasso de
urn superdotado, sao inurneros, entre eles principalmente problemas emocionais
e desinteresse pelos estudos motivado pela falta de estirnulayao adequada.
Quanto as sugestoes para auxiliar no trabalho com superdotados,
salientaram-se algumas como: maior mobilizaC;8o da sociedade, reestruturaC;8o
da escola e reciclagem dos professores e profissionais envolvidos com crianc;as
e adolescente, no sentido de dar uma educa9iio mais adequado ao portador de
altas habilidades.
9 QUESTIONARIO III
ALUNOS SUPERDOTADOS
Os alunos objeto deste questionario foram selecionados obedecendo as seguintes
criterios.
a) Historia Escolar.
b) Teste de Q.1.
c) Indica<;iio dos professores.
I. Voce sabe 0 que e ser um individuo superdotados ou portador de altas
habilidades?
2. Voce se enquadra neste contexto? Explique porque?
3. Por que voce escolheu esta escola para estudar?
4. Nesta escola voce encontrou tudo 0 que precisava?
5. Para voce, como seria a eseela ideal?
6. Os conteudos sao trabalhados de forma agradilvel?
7. Na sua escola voce sente que suas potencialidades sao valorizadas? Como?
8. Existe Iii dentro algum profissional diretamente designado para lidar com os
superdotados?
9. Voce participa na escola de alguma atividade extra-classe diretamente ligada
a sua especial habilidade?
10. Voce tem claro suas pretensoes para 0 futuro?
11.Como e seu relacionamento com as colegas e professores?
35
9.1 RESULTADO DAS ENTREVISTAS COM ALUNOS SUPERDOTADOS
Os superdotados a partir dos 10112 anos ja tem conscieneia do que e ser
superdotado, prineipalmente atraves da observa9ao dos adultos pais e
professores. Sabem que tern alguma habilidade a mais que as destaca dos seus
pares. as menores, de maneira geral ainda naD sabem exatamente 0 que significa
ter altas habilidades. A eseola geralmente e eseolhida pelos pais. Os adolescentes
optam pela eseola que melhor Ihes eonvem. Devido a deseoberta de seu potencial,
muitas vezes bern precocemente, as pais procuram uma eseela que alam de um
ensino de qualidade, tenha um bom dialogo com a familia, tendo em vista as
partieularidadesdo atendimento aDssuperdotados. Para estes, a eseola ideal seria
a que proporcionasse liberdade para que escolhessem as assuntos que Ihe
agradassem. Mais de 50% tem algum problema de adapta9ao eseola, seja pelos
metodos de ensina, seja pela adaptay80 aD convivio com as colegas.
Deseonheeema existencia de algum profissional diretamente engajado com
superdotados, com exee9ao dos alunos do Colegio Militar de Curitiba, que
inclusive tern oficinas de trabalho extra-curricular, cnde sao estimulados a S8
expressarem livre mente. De maneira geral, tem claro suas pretensoes para 0
futuro, principal mente aqueles com inclinac;oes artisticas. 0 relacionamento com
professores e eolegas, oseila conforme 0 temperamento do superdotado. Quanto
mais extrovertido mais facil 0 relacionamento.
Os hiperativos geralmente tem problemas quanto a diseiplina. De modo
gera, procuram a amizade de colegas compativeis com eles.
10 QUESTIONARIO V
PAIS DE SUPERDOTADOS
Os pais escolhidos para responder este questionario, sao as mesmas cujos
filhos superdotados tambem foram entrevistados.
I. Como Eo para vOcEis ter urn filho rotulado como superdotados?
2. Quando voces perceberam esse potencial?
3. 0 que voces fazem para auxilia-Io a desenvolver seu potencial?
4. Como e 0 relacionamento da familia x seu filho?
5. Como ele S9 relaciona com as irmaos ?
6. No caso de desajuste 0 que voces estao fazendo para sanar 0 problema?
7. Na sua opiniao, 0 que ocasionou 0 desajuste de seu filho ? (se houver)
8. 0 que voces esperam do seu filho? (como pessoa, como profissional)
9. Se pudessem mudar algo na eduCa9aO de seu filho, 0 que mudariam?
10. Voce considera seu filho uma pessoa ajustada, feliz?
37
10.1 RESULTADO DAS ENTREVISTAS REALIZADAS COM OS PAIS
Os pais relatam a difieuldade de ter um filho superdotado, principalmente
par desconhecerem como lidar com essa crianC;8. Na idade escolar, comec;am as
problemas relacionados com a escolha do local mais adequado para 0 inicio de
seus estudos. Nas camadas sociais mats altas, e percebido muito ceda 0 potencial
difereneiado do superdotado. Crianyas de poueos meses ja ehamam a atenc;iio dos
pais pel a precocidade em varias areas. Falar mutto antes do habitual, vocabulario
rico e extenso tambem sao bastante relatados. Os pais de um born nivel cultural,
fazem 0 passivel para auxiliar 0 desenvolvimento das potencialidades de seu filho.
Matricula 0 em aulas e atividades variadas, procuram ter em casa todo 0 material e
equipamentos necessaries relacionados a area de interesse da crianya.
Os pais de urn nivel s6cia-cultural inferior, muitas vezes percebem que seus
filho e "diferente: entretanto poueo fazem para auxilia-Io, eereados que estao pela
ignorancia do meio em que vivem ate de conceitos preconceituosos em que a
crianga superdotada e vista como endemoniada ou coisa semelhante. Acontecem
entao os desajustes entre a erianya superdotada e a familia. Respondendo aos
[tens 4 e 5, a maioria dos pais oscilou entre dizer que 0 relacionamento filho
superdotado x familia e superdotado x irrnaos era born ou razoavel ate bastante
hostil, visto as naturais divergeneias entre irmaos, agravadas pelo fato de estarem
lidando eom um ser de comportamento diferente do padrao. Quando ocorre do
superdotado ter muito sucesso escolar, he. 0 ciume dos irmaos menos
privilegiados.
38
A familia como um todo termina por se estabelecer em torno dessa crian~a
au adolescente altarnente dotado, que de urn modo au de outro fica sendo 0 centro
das aten~6es. Quando ocorrem desajustes mais s"rias, geralmente " feito
encaminhamento a profissionais tais como neuropediatra, psicopedagogo e
psic610gona tenlativa de resolver a problemi!tica. Os pais com freqG,mcia relatam
desajustes relacionados a escola. Quando a demanda do portador de altas
habilidades, freqGentemente hi! conflitos resultantes. Na tentativa de solu~ao,
muitos pais, procuram outra escola para seu filho, nao sendo melhor alternativa
com muita frequencia, pois de modo geral a escola como urn todo nao esta
preparada para 0 atendimento ao superdotado. De modo geral, os pais esperam
muito de um filho superdotado. Variam da admira~o ao orgulho em rela~o ao
filho tao especial. Depositam muita esperan~a em seu futuro. Acreditam que uma
correta estimulayao, levan3. essa crianya au adolescente ao sucesso futuro. A
maiaria acredita que seu filho e razoavelmente feliz dentro das possibilidades que
Ihe sao oferecidas pelo seu meio ambiente.
11 CONSIDERACOES FINAlS
Ao longo da presente pesquisa, procurou-se demonstrar os fatores que
obstaculizam 0 desenvolvimento do portador de altas habilidades. Partindo de
algumas hip6tese, analisamos as mesmas como determinantes do sucesso futuro
de uma crian,," ou adolescente superdotado. 0 meio social, a escola, a familia e a
personalidade do superdotado, foram assim enfatizados. Constatamos que a
superdota980 ainda e urn tema complexo e quase desconhecido para a grande
maiaria das pessoas, inclusive para aqueles diretamente envolvidos com a
educa980. Ainda que exista legisla980 do M.E.C., regulamentando 0 atendimento a
essa clientela escolar, na pratica naD constamos muitos avangos nesse
atendimento, dentro do universo pesquisado, isto e a grande Curitiba. Programas
especificos de suporte ao superdotado, s6 fomos encontrar no Colegio Militar de
Curitiba. Profissionais diretamente envolvidos com a superdotayao, com excec;a,o
do Departamento de Educa980 Especial da S.E.E.D., fomos encontrar somente a
professora Maria Lucia Sabatella com seu Centro para Otimiza980 da
Aprendizagem, realizando urn trabalho especifico de atendimento e esclarecimento
aos pais de Superdotados, media980 junto as escolas e direta orienta980 ao
Superdotado.Ainda que cerca de 1% da popula980 sejam de superdotados, grossa
em torna dos profissionais envolvidos dlretamente com crian~s e adolescentes
urn grande conhecimento em rela980 ao tema em pauta. He dificuldade para
identificar urn superdotado, que muitas vezes S9 apresenta entre aqueles de baixo
40
rendimento escolar, e consequentemente nao e tao facilmente reconhecivel. Ainda
que identificado, nao ha capacita~ao suficiente para maneja-Io convenientemente e
produtivamente. Em que pese a existencia de legisla~ao do MEC. pertinente ao
Superdotado, ela e muito generica. Matricula antecipada, acelerac;ao de estudos e
outras atitudes de ordem pratica , que sao corriqueiras em outros paises como os
Estados Unidos, Binda estao lange da nossa realidads, a nao ser nos casas
especiais em que he. autorizayao especial para tais procedimentos. Atendimentos
extracurricular, priorizando 0 potencial de cada superdotado tambem nao foj tao
facilmente encontrado, com exce~ao do exemplo do Colegio Militar de Curitiba,
anteriormente ja citado. Esse atendimento inclusive, e realizado somente com
alunos de 5as, e 6as, series do 10 grau do referido colegio.
Fai referido inicialmente 0 conjunto de fatores basicos a serem levados em
conta na abordagem do superdotado: a familia, a escola, 0 meio social e a
personalidade do portador de altas habilidades. Segundo nossas conclusoes, a
escola sobressai de importimcia seja como fator positiv~ ou negativo. E
fundamental que 0 superdotado seja reconhecido 0 mais cedo possivel e que
precocemente receba os estimulos necessarios ao desenvolvimento de suas
potencialidades. Ainda que outros fatores possam contribuir decisivamente para 0
futuro sucesso do Superdotado, e na escola que repousa a tarefa maior de dar
esse suporte de forma adequada. Muitas vezes, nos meios sociais mais
desfavorecidos, a (mica fonte de atendimento a uma crianc;a ou adolescente
altamente dotados sera somente a escola. Visto que 0 superdotado pode se
apresentar sob inumeras facetas, vemos a magnitude do problema. Entendemos
4\
entaD, que ha urn largo caminho a percorrer, muitas deficiemcias a serem vencidas.
Ha que buscar urna maior conscientiz8y80 da sociedade, urn maior preparo dos
educadores, uma legislagiio rnais objetiva e pnjtica. Campanhas de
esclarecimento. seminarios, cursos, palestras, tornariam 0 tema "superdotados"
mais acessivel iI populagiio em geral, que deixaria de ve-los como seres
excentricos e privilegiados que se fazem sozinhos. Pelo contn3rio, e preciso que S8
entendaque a criangaou adolescentesuperdotadonaoe urnprodutoacabado. Ele
S8 fazem a medida que sao auxiliados pela familia, pelo meio social e
principal mente pela escola a desenvolver seus potenciais, para que aflorem em
toda a sua exuberancia.
As crianyas e adolescentes talent050$ de hoje, serao as adultos criativos de
amanha, responsaveis pela evolu980 de todas as areas do desenvolvimento
humano. Nenhum pais, nenhuma comunidade pode negligenciar tamanho
potencial.
42
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Medicas, 1999
GARDNER, Howard. Inteligl!mcias multiplas - A teoria na Pratica. Porto Alegre:
Artes Medicas, 1995
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Paulo: Atlas, 1979