1
2 Coríntios 2.12-‐17
“A razão pela qual Paulo incluiu estas informações nestes versos de transição (12-‐13), parece ter sido a de ajudar os leitores a apreciarem a sua preocupação ansiosa pelo seu bem-‐estar. Foi, ainda, para explicar a razão de seus movimentos. Paul não deixou Trôade, porque ele estava agindo sobre as emoções do momento, mas, porque ele tinha uma profunda preocupação com os Coríntios. Esta é a último explicação de Paulo de sua conduta nesta epístola”.1
12
jElqw;n de; eij"
th;n Trw/avda eij"
to; eujaggevlion tou' Cristou' e[rcomai trw/av" eujaggevlion Cristov"
Ptc. 2o Aor. At. Nom. MS Con. Co. Ad. Prep. Ac. Ac. FS Prep. Ac. Ac. NS Gen. MS
quando cheguei e até Trôade para o evangelho de Cristo Uso adverbial temporal
do particípio Genitivo indicando Objeto Direto
kai; quvra" moi ajnew/gmevnh"
ejn kurivw/,
quvra ejgwv ajnoivgw kuvrio" Con. Co. Ad. Gen. FS Pron. 1a Dat. S Ptc. Perf. Pass. Gen. FS Prep. Dat. Dat. MS
e porta para mim uma que foi aberta pelo Senhor Uso Adjetivo do particípio, não articulado, acompanhado por substantivo anartro.
Paulo havia saído de Éfeso, depois de resolver (não completamente) um grande conflito ali com Demétrio (Atos 19.23-‐41), e foi para Trôade a 300 km, uma jornada de mais de 10 dias de caminhada, o que também podia ser feito de barco em uma viagem de 5 dias. E de Trôade para a Macedônia, provavelmente Filipos, são mais 400 km a pé, o que é improvável Paulo ter feito pela distância e dificuldade da viagem, o normal seria ir de barco, o que seria de 2 a 3 dias de viagem. O texto não fala exatamente quanto tempo demorou para Tito chegar na Macedônio, o fato é que a angústia de Paulo com certeza durou algumas semanas. Temos claro aqui que o propósito da estada de Paulo em Trôade era a pregação do evangelho, oportunidade que ele entendia ter sido dada por Deus: “O Senhor Cristo é tanto o conteúdo da mensagem do apóstolo como também a esfera de sua oportunidade”.2 Diferente dos homens descritos no vs. 17 desta passagem, que visavam o lucro, e por isso pregavam a Palavra de maneira distorcida, Paulo entendia o que a oportunidade era dada por Deus e por isso tinha como intenção pregar o evangelho verdadeiro de Cristo, ou seja que procede de Cristo. Paulo não pregaria nunca o que lhe fosse particularmente interessante ou lucrativo, sua opinião particular, ou qualquer coisa sabia que iria agradar as pessoas. Pelo contrário, quando estudamos a história vemos que, de certo modo, humanamente, Paulo só teve a perder com a pregação do evangelho, inclusive todo o tormento emocional que cerca esta passagem era porque ele havia pregado o evangelho de Cristo aos Coríntios.
1 CONSTABLE, Thomas. In: http://www.soniclight.com/constable/notes/htm/NT/2%20Corinthians/2Corinthians.htm 2 HUGHES, Philip Edgcumbe. Commentary on the Second Epistle to the Corinthians. The New International Commentary on the New Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1977: Logos Bible Software.
2
13
oujk e[schka a[nesin tw/' pneuvmati mou ouj e[cw a[nesi" pneu'ma ejgwv
Part. Neg. 1a S Perf. Ind. At Ac. FS Dat. NS Pron. 1a Dat. S
de jeito nenhum (eu) tive alívio ao espírito meu O Perfeito funciona como um Pretérito Perfeito (português)3, Aoristo (grego), acentuando a preocupação crescente de
Paulo com Tito, até sua chegada. Robertson discute essa percepção:
“... é possível que, tenhamos aqui um presente perfectivo = pretérito pontilear (cf. ἐξῆλθον), possível, mas não com certeza. Paulo pode ter desejado acentuar a tensão de sua ansiedade até o momento da chegada de Tito. O aoristo não teria levado a esta percepção. E o imperfeito não levaria à percepção de que esta ansiedade teve fim. A ação almejada aqui foi durativa e pontilear. Somente o pretérito perfeito e o presente perfeito podem fazer estas duas coisas. A experiência pode ter sido tão vívida para Paulo que o pretérito perfeito não foi suficiente para explicar. Por isso, ele usa o (histórico dramático) presente perfeito. Esta é certamente uma interpretação possível da sua ideia”.4
Uso locativo do Dativo apontando o lugar da falta de alívio, a mente de Paulo. Robertson5 sugere um Dativo de interesse. O texto paralelo em 7.5b: “oujdemivan e[schken a[nesin hJ sa;rx hJmw'n” (de jeito nenhum nós tivemos alívio à nossa carne),
acrescenta que o sofrimento não era só espiritual, mas também físico (carne), e que não era individual, mas também coletivo (1a Pessoa do Plural).
tw/' mh; euJrei'n me Tivton to;n ajdelfovn mou
euJrivskw ejgwv Tivto" ajdelfov" ejgwv Dat. NS Dat. NS 2o Aor. Inf. At. Pron. 1a Ac. S Ac. MS Ac. MS Pron. 1a Dat. S
(por) não encontrar me (com) Tito o irmão meu Uso articulado do Infinitivo no Dativo acompanhado por partícula negativa, funcionando na oração como adjunto adverbial
do verbo no Perfeito. Taylor6, sugere um Infinitivo instrumental: “não tive alívio... por (pela instrumentalidade de) não encontrar Tito”, Robertson7 aponta para um Dativo de Interesse acompanhado de um Infinitivo instrumental: “não tive alívio... porque (motivado por) não encontrei Tito”.
O Perfeito na oração anterior, junto com o Aoristo culminante no Infinitivo, somado com o Dativo (que expressa forte interesse pessoal), descreveriam a forte tensão da expectativa de Paulo por notícias, a cerca da situação da Igreja de Corinto, que se agravou grandemente quando Paulo não encontrou Tito em Trôade (como seria o combinado).
ajlla; ajpotaxavmeno" aujtoi'" ejxh'lqon
eij" Makedonivan.
ajpotavssw aujtov" ejxevrcomai Makedoniva Conj. Co. Adv. Ptc. 1o Aor. Med. Nom MS Pron. 3a Dat. MP 1a S 1o Aor. Ind. At. Prep. Ac. Ac. FS
contudo despedindo-‐me deles (eu) fui para a Macedônia Vemos que o uso do perfeito é sempre uma decisão difícil, no entanto, creio que Paulo aqui está expressando aquela sensação de pernas bambas, coração disparado, respiração forte, pele fria e trêmula, mesmo depois de ter passado o susto e estar em segurança. Ou seja, ele já tinha encontrado Tito, já tinha recebido a notícia do quebrantamento dos Corintos, mas escreve como se ainda estivesse sentido os efeitos da tensão anterior ao encontro, e isto, de tão preocupado que ficou com a circunstância do desencontro.
“Para o Apóstolo significava dizer que este era um desses assaltos violentos sobre as energias vitais que vêm sobre nós em certos estados da mente e do corpo, quando acontecem por um longo tempo de terrores e falta de descanso, etc... agitações poderosas que afetam a própria sede pela vida”.8
3 TAYLOR, W. C. Introdução ao Estudo do Novo Testamento Grego: Gramática. 9a Ed. Rio de Janeiro: Editora Batista Regular, 1990. §742, p. 331.
4 ROBERTSON, A. T. A Grammar of the Greek New Testament in the Light of Historical Research. Logos Bible Software, 1919. p. 900 5 ROBERTSON, A. T. Word Pictures in the New Testament: 2Co 2.12. Nashville, TN: Broadman Press, 1933: Logos Bible Software. 6 TAYLOR, W. C., §790, (e)., p. 364. 7 ROBERTSON, Idem Ibid. 8 KLING, Christian Friedrich. A commentary on the Holy Scriptures: 2 Corinthians. WING, Conway P. (Trad.). Bellingham, WA, 2008. p. 38–39: Logos Bible Software.
3
O relato de Atos 20 nos dá alguns detalhes sobre essa ida a Trôade:
“Cessado o tumulto [em Éfeso], Paulo mandou chamar os discípulos e, depois de encorajá-‐los, despediu-‐se e partiu para a Macedônia [passando por Trôade onde houve o desencontro com Tito – fim de 56 começo de 57 d.C.]. Viajou por aquela região, encorajando os irmãos com muitas palavras [quando escreveu 2 Coríntios] e, por fim, chegou à Grécia [terceira visita a Corinto – Fim de 57 d.C.], onde ficou três meses. Quando estava a ponto de embarcar para a Síria, os judeus fizeram uma conspiração contra ele [conflito semelhante ao de Corinto]; por isso decidiu voltar pela Macedônia, sendo acompanhado por Sópatro, filho de Pirro, de Beréia; Aristarco e Secundo, de Tessalônica; Gaio, de Derbe; e Timóteo, além de Tíquico e Trófimo, da província da Ásia. Esses homens foram adiante e nos esperaram em Trôade. Navegamos de Filipos, após a festa dos pães sem fermento, e cinco dias depois nos reunimos com os outros em Trôade, onde ficamos sete dias [Paulo, depois de resolver os motivos de sua preocupação, volta para aproveitar a porta que o Senhor tinha aberto ali, mas que a preocupação com os Coríntios interrompeu abruptamente] ” (Atos 20.1-‐6,).
Foi neste tempo conflituoso, mas ao mesmo tempo vitorioso, na Macedônia, que Paulo escreveu esta carta, e foi na Macedônia também que recebeu a visita de Tito com boas notícias sobre os Coríntios:
“Pois, quando chegamos à Macedônia, não tivemos nenhum descanso, mas fomos atribulados de toda forma: conflitos externos, temores internos. Deus, porém, que consola os abatidos, consolou-‐nos com a chegada de Tito, e não apenas com a vinda dele, mas também com a consolação que vocês lhe deram. Ele nos falou da saudade, da tristeza e da preocupação de vocês por mim, de modo que a minha alegria se tornou ainda maior” (2 Coríntios 7.5-‐7).
Bem provavelmente, recordando aos fatos deste período, Paulo ilustra o que aconteceu com a marcha triunfal que se segue. Lembrando que as conquistas apresentadas em uma procissão triunfal é fruto de inúmeras e duras batalhas, ou seja, nenhuma marcha triunfal é feita sem muitas cicatrizes físicas e emocionais. E de fato, isto é o que torna a marcha ainda mais triunfal, a grandeza da batalha, e da vitória decorrente. É justamente esta imagem dupla apresentada aqui, enquanto o cortejo caminha o soldado se lembra quão dura e difícil foi a batalha, mas também se alegra pela grandiosidade da vitória, ainda que a tensão e marcas da batalha continuem latentes. Mesmo diante de uma oportunidade, a preocupação com Tito e os Corintos foi maior, de certo modo, pensando com a limitação humana, a desobediência dos Coríntios era tamanha, que interferiu no propósito de Deus em Trôade, e no ministério apostólico de Paulo, prejudicando os irmãos de Trôade, e impedindo a oportunidade que Deus abrira ali. Inclusive, isto, a perda da oportunidade aberta, com certeza, aumentou a tristeza e a aflição. Esse tipo de situação é comum ao ministério, muitas vezes os cuidados com os crentes imaturos, desgastam tanto os pastores, e ocupa tanto seu tempo, que rouba assim, muitas vezes, ótimas oportunidades de bênção para novos convertidos ou para novas conversões. Por outro lado, a prioridade dada os Coríntios, pode ocultar outra preocupação como bem lembrado por KLING:
“Quando a Igreja está sofrendo alguma grande aflição, devemos, cada um em nosso devido lugar, alegremente lhe dar o nosso melhor para ajudar, para que Satanás não derrube em poucos dias o que foi sendo construído com a labuta de muitos anos”.9
Medo, ansiedade e solidão são coisas suficientemente fortes para derrubar mesmo as almas mais fortes. Suportar provações, quando não há ninguém para nos confortar e que possa nos ajudar a carregar o fardo, torna qualquer tempestade ainda maior. Por isso, o desejo de Paulo de estar o mais rápido com Tito, não só pela notícia em si, mas pelo apoio, pelo fortalecimento ou pelo sentimento de companheirismo na
9 Idem.
4
obra foi mais importante para Paulo no momento do que a oportunidade aberta em Trôade.10 Talvez, sem as notícias e o conforto trazidos por Tito, Paulo poderia pôr a perder a porta aberta em Trôade. Evidentemente, os planos de Deus não são frustrados, e a “porta” (oportunidade) continuou aberta, e Paulo posteriormente volta à Trôade. Chegando lá, os crentes de Trôade estavam tão sedentos de ensino que passaram a madrugada inteira ouvindo Paulo. Veja que contraste enorme, Paulo dando toda atenção e preocupadíssimo com os cristão carnais, desinteressados e questionadores de sua autoridade como apóstolo, enquanto outros, inicialmente deixados de lado por Paulo, buscavam aprender e aproveitando os ensinos de Paulo além dos limites humanos, haja visto o caso de Êutico. Com certeza, esta percepção dá cores ainda mais forte para o triunfo da Graça que segue no texto.
“A passagem que se segue (2.14 – 7.4) é a mais longa secção dentro de 2 Coríntios e é, sem dúvida, o ponto central de toda a carta. No entanto, não é independente, mas uma continuação do pensamento que a precede”.11
Carlos Osvaldo apoia Barnett e Martin12 nesta percepção, vendo o que se segue não com uma simples digressão13, mas como o tema principal da carta. Se o foco desta carta está na restauração da alegria da Comunidade de Corinto, por meio de uma visão adequada do evangelho e a rejeição dos falsos mestres que estavam influenciando-‐os. Então, a sequencia do texto não é uma digressão de fato, mas sim a fórmula usada por Paulo tanto para solucionar suas preocupações e tristeza quanto aos Coríntios, espantando toda tensão expressa nos vs. 12-‐13, e serviria na medida para a comunidade de Corinto também. Deste modo há uma perfeita ligação entre o começo da carta e o que se segue.
10 CHRYSOSTOM, John. The Homilies of St. John Chrysostom, Archbishop of Constantinople: On the Second Epistle of St. Paul the Apostle to the Corinthians. A Library of a Fathers of the Holy Catholic Church. London: F. and J. Rivington, 1848. p. 68.
11 BARNETT, Paul. The Second Epistle to the Corinthians. The New International Commentary on the New Testament series. Grand Rapids: Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1997. p. 137.
12 MARTIN, Ralph P. 2 Corínthians. Word Biblical Commentary. Vol. 40. Waco: Thomas Nelson, 1985. p. xxxvii. 13 O efeito de romper a continuidade de um discurso com uma mudança de tema intencionada. Pode ser uma reflexão da volta do passado, um flash-‐back refletivo, por exemplo. É um flash back, ou seja, uma volta no tempo, e uma quebra cronológica temporal, uma vez que não obedece uma ordem lógico e sequencial.
5
14
Tw/' de; qew/'
cavri" qeov"
Dat. MS Conj. Co. Adv. Dat. MS Nom. FS
(à) mas Deus Graça
tw/' pavntote qriambeuvonti hJma'"
ejn tw/' Cristw/'
qriambeuvw hJmei'" Cristov" Dat. MS Adver. Ptc. Pres. At. Dat. MS Pron. 1a Ac. P Prep. Dat. Dat. MS
(o) sempre que conduz em triunfo a nós em Cristo Ambos os Particípios no Presente: “qriambeuvonti” e “fanerou'nti”, qualificam o Advérbio pavntote. Quer dizer que tanto a nossa condução em triunfo quanto a nossa manifestação da fragrância do conhecimento de Cristo são constantes. O acusativo não apresenta o sujeito do triunfo, mas o objeto da vitória.
kai; th;n ojsmh;n th'" gnwvsew" aujtou'
ojsmhv gnw'si" aujtov" Conj. Co. Ad. Ac. FS Gen. FS Pron. 3a Gen. MS
e a fragrância do conhecimento dele
Genitivo de aposição, ou seja, a fragrância é o próprio conhecimento de Cristo, que é também o triunfo e o triunfante. “Nós” somos apenas propagadores desta fragrância.
fanerou'nti dij hJmw'n ejn
panti; tovpw/: fanerovw diav hJmei'" pa'" tovpo"
Ptc. Pres. At. Dat. MS Prep. Pron. 1a Gen. P Prep. Dat. Adj. Dat. MS Dat. MS
manifestando através de nós em todo lugar Claramente Paulo está se movendo do específico (Tito, Trôade, Macedônia) para o geral (sempre ... em todo lugar).14
O vs. 14 começa com a Conjução Adversativa, que contrasta a expectativa temerosa de Paulo, por causa do desencontro com Tito, com a Graça de Deus que leva à vitória. Esta é a vida cristã, mesmo diante de nossas fraquezas e piores temores, mesmo diante de nossos atos precipitados, gerados por nossa ansiedade, como a saída abrupta de Paulo de Trôade, Deus contorna tudo isso com Sua Graça e nos conduz (ato passivo), sem méritos nossos, à vitória. E esta é uma vitória que não nos eleva, pelo contrário nos humilha, e cumpre os propósitos de Deus, e remete à Ele a glória da vitória.
“Cristo assumiu uma batalha que não lhe pertencia por direito, nós partilhamos em um triunfo que não nos pertence por direito”.15
Ou seja, a pesar da saída abrupta de Paulo, posteriormente os habitantes de Trôade são abençoados com 7 dias de longas pregações e ensinos. E ao mesmo tempo, Paulo se encontra com Tito na Macedônia e tem seu coração tranquilizado quanto situação em Corinto. Podendo inclusive abençoar várias cidades da Macedônia com a Graça, e a própria cidade de Corinto, antes fruto de preocupação, mas agora motivo de alegria em sua terceira visita. Deus conduz Paulo e Sua Igreja à vitória, mesmo sendo eles pecadores. O termo “conduz em triunfo” é bem explicado por BARRETT e HUGHES:
“O General romano vitorioso marchava adentro da cidade em uma longa procissão, precedida pelos magistrados da cidade. Eles eram seguidos pelos trombeteiros, depois os espólios tomados do inimigo, seguido pelo bezerro branco destinado ao sacrifício, depois os cativos liderados pelo rei do país conquistado, e depois os oficiais do exército vitorioso e músicos cantando e dançando, e, por fim, o próprio general em cuja honra estava se fazendo a procissão... Paulo representa a si mesmo como um dos soldados do general vitorioso, partilhando da glória de seu triunfo”.16
14 HARRIS, Murray J. The Second Epistle to the Corinthians: a commentary on the Greek text. Grand Rapids, MI; Milton Keynes, UK: W.B. Eerdmans Pub. Co.; Paternoster Press., 2005. p. 242–248.
15 Idem. Ibid. p. 10:332. 16 BARRETT, Charles Kingsley. The Second Epistle to the Corinthians. London: Continuum, 1973. p. 93-‐96: Logos Bible Software.
6
“Era costumeiro nas procissões triunfais se fazer acompanhar por aromas agradáveis de queima de plantas aromáticas nas ruas”.17
Além disso, Meyer18 ainda nos lembra que a vitória sempre é de Deus. Ele é o sujeito ativo do triunfo, de certo modo, o triunfo foi de Deus, também sobre Paulo, também sobre os Coríntios, pois Ele sobrepujou seus pecados com a Graça vencendo seus pecados e usando-‐os inclusive para cumprir seus propósitos Soberanos. A procissão triunfal tem como general Deus, nós estamos colocados nela, sujeitos à Ele, simples peões de Seu tabuleiro da história, inclusive também apresentados, como conquistados por Ele. Todo general conquistou o direito sobre seu exército. Portanto, a ansiedade, temor e precipitação de Paulo aqui são uma declaração de rendição, e de sua necessidade desta Graça, e a notícia recebida, através de Tito, na Macedônia somente enfatiza ainda mais essa realidade, os Coríntios foram quebrantados pela Graça. Por isso, Paulo lembra que a fragrância é o aroma de conhecer a Deus e Sua vontade, e não de reconhecer a Paulo e sua autoridade. Não foi Paulo que prevaleceu sobre os Coríntios, não foi uma vitória do pensamento de Paulo sobre o pensamento dos judaizantes, não, nada disso, a vitória foi que tanto Paulo, quanto os Coríntios e os judaizantes, sentiram a fragrância de Cristo, conheceram e reconheceram a Deus, e declaram a vitória de Deus sobre si mesmos e sobre as circunstâncias de seus conflitos e opiniões pessoais. Paulo também dando um passo em direção ao alívio, mesmo antes de receber notícias de Tito, tomado pela Graça levanta seus olhos de sua tribulação temporária e vislumbra a ação sempre triunfante de Deus na história e em seu ministério. Paulo traz a memória aquilo que lhe traz esperança, enche-‐se de convicções sólidas a cerca de Deus e se entrega a Ele, certo de que por onde quer que já tenha passado experimentou a Graça e o triunfo de Deus, não seria agora, que seria diferente. E esta convicção de quem Deus é, de como Ele age, das promessas dEle enfim, toma a mente de Paulo, e mesmo na pior angústia ainda assim, o faz espalhar a fragrância de Cristo. Ou seja, não são as tribulações, os contratempos, os desencontros, ou as incertezas que nos impedem de continuar espalhando Cristo. Paulo aqui parece apontar o caminho onde encontrou alívio. Não em ter as resposta trazida por Tito, o alívio não veio na solução aparente do problema mas da Graça, das convicções a cerca da pessoa de Deus, e das experiências já vividas com Ele. O alívio do cristão vem de três fontes:
1. Da Graça salvadora por meio da fé, que testifica o amor de Deus para conosco em Cristo Jesus. 2. Da certeza da vitória de Jesus Cristo, quer a vitória temporal na história, por meio da certeza de
que Ele cumpre suas promessas, quer a vitória final na esperança da ressureição. 3. Da intimidade com Deus, de maneira empírica por uma vida de relacionamento com Ele, e das
experiências passadas da ação dele, em nossa vida pessoal, ou de outros filhos de Deus. 17 HUGHES, Philip Edgcumbe. Op. Cit. 18 MEYER, H. A. W. Critical and Exegetical Handbook to the Epistles to the Corinthians. Vol. 2. DICKSIN, W. P. (Org.). Edinburgh: T&T Clark, 1879: Logos Bible Software.
7
15
o{ti Cristou'
eujwdiva ejsme;n tw/' qew/'
Cristov" eijmiv qeov" Conj. Sub. Causal Gen. MS Nom. FS 1a P Pres. Ind. At. Dat. MS
porque de Cristo aroma (nós) somos para Deus Em todo NT, apenas aqui e Filipenses 4.18 e Efésios 5.2.
ejn toi' sw/zomevnoi"
kai; ejn toi'" ajpollumevnoi",
sw/vzw ajpovllumi Prep. Dat. Ptc. Pres. Pass. Dat. MP Conj. Co. Ad. Prep. Dat. Ptc. Pres. Pass. Dat. MP
em àqueles que são salvos e em àqueles que são destruídos Há uma correlação entre os dois Particípios aqui, ambos sentem o mesmo aroma de Cristo por meio dos apóstolos.
Neste sentido, tendo Cristo triunfado sobre nós, conhecedores dEle que nos tornamos, então passamos a exalar esse perfume, como se nós fossemos um perfume produzido por Ele. Sendo assim, não apenas um Genitivo Possessivo, indicando nosso pertencimento a Cristo (ainda que isto também seja verdade), mas muito mais um Genitivo Objetivo, “de Cristo”, ou seja procedente de Cristo, feitura dEle, no fato de Cristo ter feito de nós um bom perfume para o Pai. Devemos nos lembrar que os resultados de nosso ministério dependem de Deus e não de nós, e que somos amados, queridos e aprazíveis à Deus por causa de Cristo, não por causa de nossas obras. Somos bom perfume porque estarmos perfumando, cumprindo o “Ide” em obediência à Ele, e não por causa dos resultados “positivos” (em geral isso quer dizer “numéricos”), de nosso ministério. Porque as pessoas gostam do perfume de Deus ou não. Neste sentido, nossa preocupação deve ser, se estamos perfumando ou não, e não se gostam do perfume ou não.
“Aqueles que pregam o evangelho são agradáveis a Deus (perfume de Cristo para Deus), independentemente da resposta de quem ouve”.19
16
oi|" me;n ojsmh; ejk
qanavtou eij"
qavnaton, o{" qanatov" qanatov"
Pron. Rel. Dat. MP Part. Alt. Nom. FS Prep. Gen. Gen. MS Prep. Ac. Ac. MS
para aqueles de um lado fragrância de morte para a morte Os genitivos aqui e o seguinte, que é semelhante, deve ser tomado como genitivo qualitativo. Ou seja, uma fragrância mortal,
que leva à morte e uma fragrância vivificante, que dá vida.
oi|" de; ojsmh; ejk
zwh'" eij"
zwhvn. o{" zwhv zwhv
Pron. Rel. Dat. MP Conj. Co. Adv. Nom. FS Prep. Gen. Gen. FS Prep. Ac. Ac. FS
para aqueles de outro lado fragrância de vida para a vida
kai; pro;" tau'ta
tiv" iJkanov"; ou|to" Conj. Co. Ad. Prep. Ac. Pron. Dem. Ac. NP Pron. Inter. Nom. MS Adj. Nom. MS
e para estes quem? adequado (apropriado, suficiente habilitado)
Ainda pensando na imagem da procissão triunfal Kruse afirma:
“O cheiro do incenso queimado perante os deuses numa procissão triunfal romana teria conotações diferentes para pessoas diferentes. Para o general vitorioso e seus soldados, bem como para as multidões que o aplaudem dando boas-‐vindas, o perfume estaria associado à alegria da vitória. Todavia, para os prisioneiros de guerra tal perfume só poderia associar-‐se à fatalidade da escravidão ou morte que os aguardava... Na procissão Romana comemorativa da vitória, o incenso era oferecido aos deuses, embora fossem as pessoas que sentissem a fragrância”.20
19 CONSTABLE, Thomas. Op. Cit. 20 KRUSE, Colin. II Coríntios Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo: Vida Nova, 1994. p. 93.
8
Este aroma feito por Cristo que exala a Cristo tem dois efeitos em quem o sente, ou vida (salvação), ou morte (destruição):
“Disse Jesus: ‘Eu vim a este mundo para julgamento, a fim de que os cegos vejam e os que veem se tornem cegos’” (João 9.39). “Que diremos, então? Os gentios, que não buscavam justiça, a obtiveram, uma justiça que vem da fé; mas Israel, que buscava uma lei que trouxesse justiça, não a alcançou. Por que não? Porque não a buscava pela fé, mas como se fosse por obras. Eles tropeçaram na ‘pedra de tropeço’. Como está escrito: ‘Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e uma rocha que faz cair; e aquele que nela confia jamais será envergonhado’”. (Romanos 9.30-‐33 cf. Isaías 8.14 e 28.16).
Se é pregada alguma palavra, que todos gostam, que todos facilmente aceitam, que reúne todos, então não é a Palavra de Cristo que está sendo pregada. Pois sempre que a Palavra de Cristo for pregada, haverá rejeição, perseguição, conflito, e pessoas se sentirão condenadas, acusadas, e se sentido em direção à morte e ao inferno, porém muitas vezes incrédulos, endurecidos, rebeldes e revoltados com esta realidade. O que normalmente acontece com a maioria. Ao mesmo tempo, sempre que houver alguma palavra, e não houver arrependimento, não houver quebrantamento, não houver confissão de pecado, não houver amor e Graça, não houver alegria da salvação, libertação e nova vida, não é a palavra de Cristo. Pois sempre que a Palavra de Cristo for pregada, haverá vida, e vida abundante, haverá festa no céu, e na terra, por vidas que nascem de novo, haverá rios de águas vivas fluindo do interior dos homens, haverá cânticos, hinos de louvor nos lábios, haverá corações se voltando a Deus, ainda que seja em uma pequena minoria.
“Eu carrego para todos o aroma doce de Cristo, apesar de nem todos os que o sentem alcancem a salvação. Assim como a luz é nociva para os olhos doentes, mas não é o sol quem causa a doença. Diz-‐se que os abutres evitam a fragrância de mirra, porém, a mirra não é menos mirra por ser evitada pelos abutres. Do mesmo modo, a pregação da salvação tende a salvar aqueles que crêem, embora leve à perdição, quem não acreditar”.21
“Quando o mundo está descontente com a palavra, e aqueles que não se tornam cristãos sinceros se tornam piores, se tornam mais contrário à verdade, podemos estar certos de que a palavra pregada é genuíno. É assim que os Apóstolos pregavam: a fim dos homens sentirem o seu poder, obrigando-‐os a receber uma fragrância que naturalmente abominam. Mas quando os homens maus gostam de ouvir e louvar nossos sermões, ou quando tudo é chato e ninguém cresce em graça no âmbito de nosso ministério, é um sinal de que não há o que saborear e o evangelho é diminuído em seu poder. O evangelho não pode converter todos os que ouvi-‐lo, mas ele vai produzir homens empolgados com ele e homens maus que irão proporcionalmente odiá-‐lo”.22
“Sempre que a verdade e a mentira estão mais expostos, o cristianismo tem seus maiores triunfos; e isso geralmente acontece quando ele [o cristianismo e a verdade pregada por ele] é mais severamente atacado”.23
Esta pergunta retórica final é inquietante, e parece ter apenas uma resposta: “ninguém é”. Mas, a Conjunção Explicativa que inicia o versículo seguinte parece apresentar uma resposta. Ninguém de si mesmo pode ser este perfume, mas se esta pessoa provém de Cristo, algo que não é mérito seu, mas pela
21 JACKSON, B. The Life and Writings of the Blessed Theodoretus, Bishop of Cyrus. In: SCHAFF, Philip. e WACE, Henry. (Ed.): Nicene and Post-‐Nicene Fathers: Série II -‐ Theodoret, Jerome, Gennadius, Rufinus: Historical Writings, etc. Vol. 3. New York: Christian Literature Company, 1892. Logos Bible Software.
22 SPENER. In: KLING, Christian Friedrich. Op. Cit. 23 KLING, Christian Friedrich. Op. Cit.
9
Graça, e fala não sua opinião, mas a de Deus, então ele está apta a ser este perfume. É certo que um perfume improvável, mas ainda assim perfume. Me recordei agora que os perfumes mais caros e que apresentam maior duração em nosso tempo usam essências sintéticas baseadas nos odores mais improváveis de alguns animais, como a Civetona retirada da glândula anal de felinos, mais precisamente do gato de algália, animal parecido com o gambá, ou o Âmbar Cinza, retirado do vômito da Baleia Cachalote.
10
17
ouj gavr ejsme;n
wJ" eijmiv
Part. Neg. Conj. Co. Exp. 1a P Pres. Ind. At. Part. Comp.
não pois (nós) somos como
oiJ polloi; kaphleuvonte" to;n lovgon tou' qeou', poluv" kaphleuvw lovgo" qeov"
Nom. MP Adj. Nom. MP Ptc. Pres. At. Nom. MP Ac. MS Gen. MS
(estes) muitos uns que alteram (lucrativamente) a Palavra de Deus O artigo aqui é demonstrativo24, e destina-‐se a apontar a um grupo de pessoas conhecidas dos Coríntios. Talvez, os judaizantes que haviam se levantado contra Paulo.
kaphleuvw (kapēléuō) – Um varejista, mascatear. Ganhar dinheiro pela venda de algo. Conseguir ganho sórdido por meio de qualquer tipo de negócio, fazer algo para ganhos ilícitos. Negociar com palavra de Deus. Tentar conseguir ganho ilícito pelo ensino da verdade divina. Corromper, adulterer. Mascates tinham o hábito de adulterar suas mercadorias para aumentar os seus lucros.
ajll j
wJ" ejx eijlikrineiva",
ajllav ejk eijlikrivneia Conj. Co. Adv. Part. Comp. Prep. Gen. Gen. FS
mas como desde sinceridade (pureza, simplicidade)
ajll j wJ"
ejx qeou' katevnanti
ajllav ejk qeov" Conj. Co. Adv. Part. Comp. Prep. Gen. Gen. MS Prep. Gen.
mas como desde Deus perante
qeou' ejn
Cristw/' lalou'men. qeov" Cristov" lalevw
Gen. MS Prep. Dat. Dat. MS 1a P Pres. Ind. At.
da parte de Deus em Cristo (nós) falamos É verdade que a Bíblia ensina que quem vive da pregação da Palavra deve ser sustentado (1 Coríntios 9.1-‐18 e 1 Timóteo 5.17-‐18), ou seja, não é um erro receber por pregar a Palavra, pelo contrário é um privilégio. No entanto, o coração do obreiro não deve estar no lucro, e sim no privilégio de pregar a Palavra. Pois, se o coração do obreiro estiver no lucro, ele, inclusive, distorcerá a Palavra para manter seu ganho. Em contra partida, se o obreiro tem seu coração na Palavra, ele nunca abrirá mão da Palavra, pode abrir mão até do sustento de sua família, mas nunca da verdade da Palavra. É justamente essa sinceridade e pureza, o temor da presença de Deus, e a convicção de estar falando somente aquilo que procede de Deus, que está sendo posta por Paulo aqui. Alguns obreiros nos tempos de Paulo (e nos nossos também), com medo de que pessoas sejam condenadas por não gostarem da mensagem, ou que levantem uma perseguição, ou ainda com medo de não ter sustento para suas famílias, eram tentados a pregar um evangelho agradável, um evangelho pela metade, que não implicava em condenação, que anunciava somente a vida, mas não anunciava a morte decorrente da rejeição da mensagem, que anunciava somente os benefícios do céu, sem anunciar os sacrifícios desta vida, que anunciava o que Cristo fez por nós, sem anunciar o compromisso que agora temos que ter com Cristo, enfim, um evangelho ralo, como o vinho que era misturado com água para dar mais lucro a seus vendedores.
24 Idem.
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“‘Portanto, o significado do texto aqui é, os que lidam desonrosa e enganosamente com a palavra de Deus, adulterando-‐a, misturando-‐a com as opiniões dos homens’ (Crisóstomo)... Está implícito que o Evangelho tinha sido vilipendiado e adulterado por ser misturado com opiniões judaizantes, e também com o objetivo sórdido de obter algum lucro pessoal, aplausos ou autoridade (comp. Romanos 16.17; Filipenses 3.19; Gálatas 6.12; 2 Pedro 2.1-‐13)”.25
Paulo deixa claro que estas pessoas não estão exalando a fragrância de Cristo, que elas não procedem de Cristo, nem anunciam o evangelho de Cristo, pois não estão em Cristo. Não foram feitos perfume para Deus, por isso, não exalam o verdadeiro aroma de Jesus para as pessoas. Sua falta de sinceridade, também aponta para o fato de que estes homens não têm real interesse nas pessoas, mas somente usam as pessoas como fonte de lucro (1 Timóteo 6.3-‐10; 2 Pedro 2.1-‐3). Temos aqui três verdades que devem estar em todo pregador da Palavra:
1. Pureza, com relação a seus motivos, sua doutrina e seu comportamento; 2. Ser nascido de Deus, e viver na presença de Deus, com todo o respeito e zelo, sentindo que Deus
está sempre presente e é o maior de todos os seus ouvintes; 3. Estar seguro de agir e pregar como Cristo, falando e fazendo somente aquilo que está certo de que
ele faria ou diria.
25 Idem Ibid.
Restaurando a Alegria 2 Coríntios 2.12-17
“Quando a Igreja está sofrendo alguma grande aflição, devemos, cada um em nosso devido lugar, alegremente lhe dar o nosso melhor para ajudar, para que Satanás não derrube em poucos dias o que foi sendo construído com a labuta de muitos anos”.
Christian Friedrich Kling
A marcha triunfal cristã acontece por causa Da Graça salvadora Por meio da fé Como prova do amor de Deus Em Cristo Jesus.
A marcha triunfal cristã acontece por causa Da certeza da vitória de Jesus Cristo POIS Ele cumpriu todas as suas promessas
A marcha triunfal cristã acontece por causa Da intimidade com Deus Através do relacionamento com Ele Que testifica seu cuidado com os seus
“Cristo assumiu uma batalha que não lhe pertencia por direito, nós partilhamos em um triunfo
que não nos pertence por direito”
Murray J. Harris
Distorção Alteração
Suavização Beneficiação
Desqualificação
“O texto aqui fala dos que lidam com desonra e enganosamente com a palavra de Deus, adulterando-a, misturando-a com as opiniões dos homens... ”.
João Crisóstomo
“Quando o mundo está descontente com a palavra, e aqueles que não se tornam cristãos sinceros se tornam piores, se tornam mais contrários à verdade, podemos estar certos de que a palavra pregada é genuína... Mas quando os homens maus gostam de ouvir e louvar nossos sermões, ou quando tudo é chato e ninguém cresce em graça no âmbito de nosso ministério, é um sinal de que não há o que saborear e o evangelho é diminuído em seu poder. O evangelho não pode converter todos os que ouvi-lo, mas ele vai produzir homens empolgados com ele e homens maus que irão proporcionalmente odiá-lo”. Philipp Jakob Spener