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1 2 Coríntios 2.1217 A razão pela qual Paulo incluiu estas informações nestes versos de transição (1213), parece ter sido a de ajudar os leitores a apreciarem a sua preocupação ansiosa pelo seu bemestar. Foi, ainda, para explicar a razão de seus movimentos. Paul não deixou Trôade, porque ele estava agindo sobre as emoções do momento, mas, porque ele tinha uma profunda preocupação com os Coríntios. Esta é a último explicação de Paulo de sua conduta nesta epístola”. 1 12 jElqw;n de; eij" th;n Trw/avda eij" to; eujaggevlion tou' Cristou' e[rcomai trw/av" eujaggevlion Cristov" Ptc. 2 o Aor. At. Nom. MS Con. Co. Ad. Prep. Ac. Ac. FS Prep. Ac. Ac. NS Gen. MS quando cheguei e até Trôade para o evangelho de Cristo Uso adverbial temporal do particípio Genitivo indicando Objeto Direto kai; quvra" moi ajnew/gmevnh" ejn kurivw/, quvra ejgwv ajnoivgw kuvrio" Con. Co. Ad. Gen. FS Pron. 1 a Dat. S Ptc. Perf. Pass. Gen. FS Prep. Dat. Dat. MS e porta para mim uma que foi aberta pelo Senhor Uso Adjetivo do particípio, não articulado, acompanhado por substantivo anartro. Paulo havia saído de Éfeso, depois de resolver (não completamente) um grande conflito ali com Demétrio (Atos 19.2341), e foi para Trôade a 300 km, uma jornada de mais de 10 dias de caminhada, o que também podia ser feito de barco em uma viagem de 5 dias. E de Trôade para a Macedônia, provavelmente Filipos, são mais 400 km a pé, o que é improvável Paulo ter feito pela distância e dificuldade da viagem, o normal seria ir de barco, o que seria de 2 a 3 dias de viagem. O texto não fala exatamente quanto tempo demorou para Tito chegar na Macedônio, o fato é que a angústia de Paulo com certeza durou algumas semanas. Temos claro aqui que o propósito da estada de Paulo em Trôade era a pregação do evangelho, oportunidade que ele entendia ter sido dada por Deus: “O Senhor Cristo é tanto o conteúdo da mensagem do apóstolo como também a esfera de sua oportunidade”. 2 Diferente dos homens descritos no vs. 17 desta passagem, que visavam o lucro, e por isso pregavam a Palavra de maneira distorcida, Paulo entendia o que a oportunidade era dada por Deus e por isso tinha como intenção pregar o evangelho verdadeiro de Cristo, ou seja que procede de Cristo. Paulo não pregaria nunca o que lhe fosse particularmente interessante ou lucrativo, sua opinião particular, ou qualquer coisa sabia que iria agradar as pessoas. Pelo contrário, quando estudamos a história vemos que, de certo modo, humanamente, Paulo só teve a perder com a pregação do evangelho, inclusive todo o tormento emocional que cerca esta passagem era porque ele havia pregado o evangelho de Cristo aos Coríntios. 1 CONSTABLE, Thomas. In: http://www.soniclight.com/constable/notes/htm/NT/2%20Corinthians/2Corinthians.htm 2 HUGHES, Philip Edgcumbe. Commentary on the Second Epistle to the Corinthians. The New International Commentary on the New Testament. Grand Rapids: Eerdmans, 1977: Logos Bible Software.

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Page 1: 2 Coríntios 2.12-17 - · PDF file“Arazão"pela"qual"Paulo"incluiu"estas"informações"nestes"versos"de ... Comunidade"de"Corinto,"por"meio"de"umavisão"adequadado"evangelho"e"arejeição

    1  

2  Coríntios  2.12-­‐17    

“A  razão  pela  qual  Paulo   incluiu  estas   informações  nestes  versos  de  transição  (12-­‐13),  parece  ter   sido  a  de  ajudar  os   leitores  a  apreciarem  a  sua  preocupação  ansiosa  pelo   seu  bem-­‐estar.  Foi,   ainda,   para   explicar   a   razão   de   seus   movimentos.   Paul   não   deixou   Trôade,   porque   ele  estava   agindo   sobre   as   emoções   do   momento,   mas,   porque   ele   tinha   uma   profunda  preocupação   com   os   Coríntios.   Esta   é   a   último   explicação   de   Paulo   de   sua   conduta   nesta  epístola”.1  

 

12  

jElqw;n de; eij"

th;n Trw/avda eij"

to; eujaggevlion tou' Cristou' e[rcomai trw/av" eujaggevlion Cristov"

Ptc.  2o  Aor.  At.  Nom.  MS   Con.  Co.  Ad.   Prep.  Ac.   Ac.  FS   Prep.  Ac.   Ac.  NS   Gen.  MS  

quando  cheguei   e   até   Trôade   para   o  evangelho   de  Cristo     Uso  adverbial  temporal  

do  particípio           Genitivo  indicando  Objeto  Direto  

 

kai; quvra" moi ajnew/gmevnh"

ejn kurivw/,

quvra ejgwv ajnoivgw kuvrio" Con.  Co.  Ad.   Gen.  FS   Pron.  1a  Dat.  S   Ptc.  Perf.  Pass.  Gen.  FS   Prep.  Dat.   Dat.  MS  

e   porta   para  mim   uma  que  foi  aberta   pelo   Senhor     Uso  Adjetivo  do  particípio,  não  articulado,  acompanhado  por  substantivo  anartro.      

    Paulo   havia   saído   de   Éfeso,   depois   de   resolver   (não   completamente)   um   grande   conflito   ali   com  Demétrio  (Atos  19.23-­‐41),  e  foi  para    Trôade  a  300  km,  uma  jornada  de  mais  de  10  dias  de  caminhada,  o  que   também   podia   ser   feito   de   barco   em   uma   viagem   de   5   dias.   E   de   Trôade   para   a   Macedônia,  provavelmente   Filipos,   são   mais   400   km   a   pé,   o   que   é   improvável   Paulo   ter   feito   pela   distância   e  dificuldade  da  viagem,  o  normal   seria   ir  de  barco,  o  que  seria  de  2  a  3  dias  de  viagem.  O   texto  não   fala  exatamente  quanto  tempo  demorou  para  Tito  chegar  na  Macedônio,  o  fato  é  que  a  angústia  de  Paulo  com  certeza  durou  algumas  semanas.     Temos   claro   aqui   que   o   propósito   da   estada   de   Paulo   em   Trôade   era   a   pregação   do   evangelho,  oportunidade  que  ele  entendia  ter  sido  dada  por  Deus:  “O  Senhor  Cristo  é  tanto  o  conteúdo  da  mensagem  do  apóstolo  como  também  a  esfera  de  sua  oportunidade”.2     Diferente  dos  homens  descritos  no  vs.  17  desta  passagem,  que  visavam  o  lucro,  e  por  isso  pregavam  a  Palavra  de  maneira  distorcida,  Paulo  entendia  o  que  a  oportunidade  era  dada  por  Deus  e  por   isso   tinha  como  intenção  pregar  o  evangelho  verdadeiro  de  Cristo,  ou  seja  que  procede  de  Cristo.  Paulo  não  pregaria  nunca  o  que  lhe  fosse  particularmente  interessante  ou  lucrativo,  sua  opinião  particular,  ou  qualquer  coisa  sabia  que  iria  agradar  as  pessoas.  Pelo  contrário,  quando  estudamos  a  história  vemos  que,  de  certo  modo,  humanamente,  Paulo  só  teve  a  perder  com  a  pregação  do  evangelho,  inclusive  todo  o  tormento  emocional  que  cerca  esta  passagem  era  porque  ele  havia  pregado  o  evangelho  de  Cristo  aos  Coríntios.                          

                                                                                                               1  CONSTABLE,  Thomas.  In:  http://www.soniclight.com/constable/notes/htm/NT/2%20Corinthians/2Corinthians.htm    2  HUGHES,  Philip  Edgcumbe.  Commentary  on  the  Second  Epistle  to  the  Corinthians.  The  New  International  Commentary  on  the  New  Testament.  Grand  Rapids:  Eerdmans,  1977:  Logos  Bible  Software.  

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    2  

13  

oujk e[schka a[nesin tw/' pneuvmati mou ouj e[cw a[nesi" pneu'ma ejgwv

Part.  Neg.   1a  S  Perf.  Ind.  At   Ac.  FS   Dat.  NS   Pron.  1a  Dat.  S  

de  jeito  nenhum   (eu)  tive   alívio   ao  espírito   meu     O   Perfeito   funciona   como   um   Pretérito   Perfeito   (português)3,   Aoristo   (grego),   acentuando   a   preocupação   crescente   de  

Paulo  com  Tito,  até  sua  chegada.  Robertson  discute  essa  percepção:      

“...  é   possível   que,   tenhamos   aqui   um  presente   perfectivo   =   pretérito   pontilear   (cf.   ἐξῆλθον),   possível,  mas  não  com  certeza.  Paulo  pode  ter  desejado  acentuar  a  tensão  de  sua  ansiedade  até  o  momento  da  chegada  de  Tito.  O  aoristo  não  teria  levado  a  esta  percepção.  E  o  imperfeito  não  levaria  à  percepção  de  que  esta  ansiedade  teve  fim.  A  ação  almejada  aqui  foi  durativa  e  pontilear.  Somente  o  pretérito  perfeito  e  o  presente  perfeito  podem  fazer  estas  duas  coisas.  A  experiência  pode  ter  sido  tão  vívida  para  Paulo  que  o  pretérito  perfeito  não  foi  suficiente  para  explicar.  Por  isso,  ele  usa  o  (histórico  dramático)  presente  perfeito.  Esta  é  certamente  uma  interpretação  possível  da  sua  ideia”.4  

 Uso  locativo  do  Dativo  apontando  o  lugar  da  falta  de  alívio,  a  mente  de  Paulo.  Robertson5  sugere  um  Dativo  de  interesse.  O  texto  paralelo  em  7.5b:  “oujdemivan e[schken a[nesin hJ sa;rx hJmw'n”  (de  jeito  nenhum  nós  tivemos  alívio  à  nossa  carne),  

acrescenta  que  o  sofrimento  não  era  só  espiritual,  mas  também  físico  (carne),  e  que  não  era  individual,  mas  também  coletivo  (1a  Pessoa  do  Plural).  

 

tw/' mh; euJrei'n me Tivton to;n ajdelfovn mou

euJrivskw ejgwv Tivto" ajdelfov" ejgwv Dat.  NS   Dat.  NS   2o  Aor.  Inf.  At.   Pron.  1a  Ac.  S   Ac.  MS   Ac.  MS   Pron.  1a  Dat.  S  

(por)   não   encontrar   me   (com)  Tito   o  irmão   meu  Uso  articulado  do  Infinitivo  no  Dativo  acompanhado  por  partícula  negativa,  funcionando  na  oração  como  adjunto  adverbial  

do   verbo   no   Perfeito.   Taylor6,   sugere   um   Infinitivo   instrumental:   “não   tive   alívio...   por   (pela   instrumentalidade   de)   não  encontrar  Tito”,  Robertson7  aponta  para  um  Dativo  de  Interesse  acompanhado  de  um  Infinitivo  instrumental:  “não  tive  alívio...  porque  (motivado  por)  não  encontrei  Tito”.  

O   Perfeito   na   oração   anterior,   junto   com   o   Aoristo   culminante   no   Infinitivo,   somado   com   o   Dativo   (que   expressa   forte  interesse  pessoal),  descreveriam  a  forte  tensão  da  expectativa  de  Paulo  por  notícias,  a  cerca  da  situação  da  Igreja  de  Corinto,  que  se  agravou  grandemente  quando  Paulo  não  encontrou  Tito  em  Trôade  (como  seria  o  combinado).  

 

ajlla; ajpotaxavmeno" aujtoi'" ejxh'lqon

eij" Makedonivan.

ajpotavssw aujtov" ejxevrcomai Makedoniva Conj.  Co.  Adv.   Ptc.  1o  Aor.  Med.  Nom  MS   Pron.  3a  Dat.  MP   1a  S  1o  Aor.  Ind.  At.   Prep.  Ac.   Ac.  FS  

contudo   despedindo-­‐me   deles   (eu)  fui   para   a  Macedônia       Vemos   que   o   uso   do   perfeito   é   sempre   uma   decisão   difícil,   no   entanto,   creio   que   Paulo   aqui   está  expressando  aquela  sensação  de  pernas  bambas,  coração  disparado,  respiração  forte,  pele  fria  e  trêmula,  mesmo  depois  de  ter  passado  o  susto  e  estar  em  segurança.  Ou  seja,  ele  já  tinha  encontrado  Tito,  já  tinha  recebido   a   notícia   do   quebrantamento   dos   Corintos,   mas   escreve   como   se   ainda   estivesse   sentido   os  efeitos   da   tensão   anterior   ao   encontro,   e   isto,   de   tão   preocupado   que   ficou   com   a   circunstância   do  desencontro.    

“Para  o  Apóstolo  significava  dizer  que  este  era  um  desses  assaltos  violentos  sobre  as  energias  vitais  que  vêm  sobre  nós  em  certos  estados  da  mente  e  do  corpo,  quando  acontecem  por  um  longo  tempo  de  terrores  e  falta  de  descanso,  etc...  agitações  poderosas  que  afetam  a  própria  sede  pela  vida”.8  

     

                                                                                                               3  TAYLOR,  W.  C.  Introdução  ao  Estudo  do  Novo  Testamento  Grego:  Gramática.  9a  Ed.  Rio  de  Janeiro:  Editora  Batista  Regular,  1990.  §742,  p.  331.  

4  ROBERTSON,  A.  T.  A  Grammar  of  the  Greek  New  Testament  in  the  Light  of  Historical  Research.  Logos  Bible  Software,  1919.  p.  900  5  ROBERTSON,  A.  T.  Word  Pictures  in  the  New  Testament:  2Co  2.12.  Nashville,  TN:  Broadman  Press,  1933:  Logos  Bible  Software.  6  TAYLOR,  W.  C.,  §790,  (e).,  p.  364.  7  ROBERTSON,  Idem  Ibid.  8  KLING,  Christian  Friedrich.  A  commentary  on  the  Holy  Scriptures:  2  Corinthians.  WING,  Conway  P.  (Trad.).  Bellingham,  WA,  2008.  p.  38–39:  Logos  Bible  Software.  

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    3  

  O  relato  de  Atos  20  nos  dá  alguns  detalhes  sobre  essa  ida  a  Trôade:    

“Cessado  o  tumulto  [em  Éfeso],  Paulo  mandou  chamar  os  discípulos  e,  depois  de  encorajá-­‐los,  despediu-­‐se  e  partiu  para  a  Macedônia  [passando  por  Trôade  onde  houve  o  desencontro  com  Tito   –   fim   de   56   começo   de   57   d.C.].  Viajou  por  aquela   região,   encorajando  os   irmãos   com  muitas  palavras   [quando  escreveu  2   Coríntios]  e,  por   fim,  chegou  à  Grécia   [terceira   visita   a  Corinto  –  Fim  de  57  d.C.],  onde  ficou  três  meses.  Quando  estava  a  ponto  de  embarcar  para  a  Síria,  os  judeus  fizeram  uma  conspiração  contra  ele  [conflito  semelhante  ao  de  Corinto];  por  isso  decidiu  voltar  pela  Macedônia,  sendo  acompanhado  por  Sópatro,  filho  de  Pirro,  de  Beréia;  Aristarco  e  Secundo,  de  Tessalônica;  Gaio,  de  Derbe;  e  Timóteo,  além  de  Tíquico  e  Trófimo,  da  província   da  Ásia.   Esses   homens   foram  adiante   e   nos   esperaram   em   Trôade.  Navegamos   de  Filipos,  após  a  festa  dos  pães  sem  fermento,  e  cinco  dias  depois  nos  reunimos  com  os  outros  em  Trôade,  onde   ficamos   sete  dias   [Paulo,   depois   de   resolver   os  motivos   de   sua   preocupação,  volta  para  aproveitar  a  porta  que  o  Senhor  tinha  aberto  ali,  mas  que  a  preocupação  com  os  Coríntios  interrompeu  abruptamente]  ”  (Atos  20.1-­‐6,).  

    Foi  neste  tempo  conflituoso,  mas  ao  mesmo  tempo  vitorioso,  na  Macedônia,  que  Paulo  escreveu  esta  carta,  e  foi  na  Macedônia  também  que  recebeu  a  visita  de  Tito  com  boas  notícias  sobre  os  Coríntios:    

“Pois,  quando  chegamos  à  Macedônia,  não  tivemos  nenhum  descanso,  mas  fomos  atribulados  de   toda   forma:   conflitos   externos,   temores   internos.   Deus,   porém,   que   consola   os   abatidos,  consolou-­‐nos   com   a   chegada   de   Tito,   e   não   apenas   com   a   vinda   dele,   mas   também   com   a  consolação  que  vocês   lhe  deram.  Ele  nos   falou  da   saudade,  da   tristeza  e  da  preocupação  de  vocês  por  mim,  de  modo  que  a  minha  alegria  se  tornou  ainda  maior”  (2  Coríntios  7.5-­‐7).  

    Bem  provavelmente,  recordando  aos  fatos  deste  período,  Paulo  ilustra  o  que  aconteceu  com  a  marcha  triunfal   que   se   segue.   Lembrando  que  as   conquistas   apresentadas  em  uma  procissão   triunfal   é   fruto  de  inúmeras   e   duras   batalhas,   ou   seja,   nenhuma   marcha   triunfal   é   feita   sem   muitas   cicatrizes   físicas   e  emocionais.  E  de  fato,  isto  é  o  que  torna  a  marcha  ainda  mais  triunfal,  a  grandeza  da  batalha,  e  da  vitória  decorrente.  É  justamente  esta  imagem  dupla  apresentada  aqui,  enquanto  o  cortejo  caminha  o  soldado  se  lembra  quão  dura  e  difícil  foi  a  batalha,  mas  também  se  alegra  pela  grandiosidade  da  vitória,  ainda  que  a  tensão  e  marcas  da  batalha  continuem  latentes.     Mesmo  diante  de  uma  oportunidade,  a  preocupação  com  Tito  e  os  Corintos  foi  maior,  de  certo  modo,  pensando   com   a   limitação   humana,   a   desobediência   dos   Coríntios   era   tamanha,   que   interferiu   no  propósito  de  Deus  em  Trôade,  e  no  ministério  apostólico  de  Paulo,  prejudicando  os   irmãos  de  Trôade,  e  impedindo   a   oportunidade   que   Deus   abrira   ali.   Inclusive,   isto,   a   perda   da   oportunidade   aberta,   com  certeza,  aumentou  a  tristeza  e  a  aflição.     Esse   tipo   de   situação   é   comum   ao   ministério,   muitas   vezes   os   cuidados   com   os   crentes   imaturos,  desgastam   tanto   os   pastores,   e   ocupa   tanto   seu   tempo,   que   rouba   assim,   muitas   vezes,   ótimas  oportunidades  de  bênção  para  novos  convertidos  ou  para  novas  conversões.     Por  outro  lado,  a  prioridade  dada  os  Coríntios,  pode  ocultar  outra  preocupação  como  bem  lembrado  por  KLING:    

“Quando  a   Igreja   está   sofrendo  alguma  grande  aflição,   devemos,   cada  um  em  nosso  devido  lugar,   alegremente   lhe   dar   o   nosso   melhor   para   ajudar,   para   que   Satanás   não   derrube   em  poucos  dias  o  que  foi  sendo  construído  com  a  labuta  de  muitos  anos”.9  

    Medo,   ansiedade   e   solidão   são   coisas   suficientemente   fortes   para   derrubar   mesmo   as   almas   mais  fortes.  Suportar  provações,  quando  não  há  ninguém  para  nos  confortar  e  que  possa  nos  ajudar  a  carregar  o  fardo,  torna  qualquer  tempestade  ainda  maior.  Por  isso,  o  desejo  de  Paulo  de  estar  o  mais  rápido  com  Tito,  não  só  pela  notícia  em  si,  mas  pelo  apoio,  pelo  fortalecimento  ou  pelo  sentimento  de  companheirismo  na  

                                                                                                               9  Idem.  

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    4  

obra  foi  mais  importante  para  Paulo  no  momento  do  que  a  oportunidade  aberta  em  Trôade.10  Talvez,  sem  as  notícias  e  o  conforto  trazidos  por  Tito,  Paulo  poderia  pôr  a  perder  a  porta  aberta  em  Trôade.     Evidentemente,  os  planos  de  Deus  não  são  frustrados,  e  a  “porta”  (oportunidade)  continuou  aberta,  e  Paulo  posteriormente  volta  à  Trôade.  Chegando  lá,  os  crentes  de  Trôade  estavam  tão  sedentos  de  ensino  que  passaram  a  madrugada  inteira  ouvindo  Paulo.  Veja  que  contraste  enorme,  Paulo  dando  toda  atenção  e  preocupadíssimo   com   os   cristão   carnais,   desinteressados   e   questionadores   de   sua   autoridade   como  apóstolo,  enquanto  outros,  inicialmente  deixados  de  lado  por  Paulo,  buscavam  aprender  e  aproveitando  os  ensinos  de  Paulo  além  dos  limites  humanos,  haja  visto  o  caso  de  Êutico.  Com  certeza,  esta  percepção  dá  cores  ainda  mais  forte  para  o  triunfo  da  Graça  que  segue  no  texto.    

“A  passagem  que  se  segue   (2.14  –  7.4)  é  a  mais   longa  secção  dentro  de  2  Coríntios  e  é,  sem  dúvida,   o   ponto   central   de   toda   a   carta.   No   entanto,   não   é   independente,   mas   uma  continuação  do  pensamento  que  a  precede”.11  

    Carlos  Osvaldo  apoia  Barnett  e  Martin12  nesta  percepção,  vendo  o  que  se  segue  não  com  uma  simples  digressão13,  mas  como  o  tema  principal  da  carta.  Se  o  foco  desta  carta  está  na  restauração  da  alegria  da  Comunidade  de  Corinto,  por  meio  de  uma  visão  adequada  do  evangelho  e  a   rejeição  dos   falsos  mestres  que  estavam  influenciando-­‐os.  Então,  a  sequencia  do  texto  não  é  uma  digressão  de  fato,  mas  sim  a  fórmula  usada  por  Paulo  tanto  para  solucionar  suas  preocupações  e  tristeza  quanto  aos  Coríntios,  espantando  toda  tensão  expressa  nos  vs.  12-­‐13,  e  serviria  na  medida  para  a  comunidade  de  Corinto  também.  Deste  modo  há  uma  perfeita  ligação  entre  o  começo  da  carta  e  o  que  se  segue.                                                    

                                                                                                               10  CHRYSOSTOM,   John.  The  Homilies  of   St.   John  Chrysostom,  Archbishop  of  Constantinople:  On   the   Second  Epistle  of   St.   Paul   the  Apostle  to  the  Corinthians.  A  Library  of  a  Fathers  of  the  Holy  Catholic  Church.  London:  F.  and  J.  Rivington,  1848.  p.  68.  

11  BARNETT,  Paul.  The  Second  Epistle  to  the  Corinthians.  The  New  International  Commentary  on  the  New  Testament  series.  Grand  Rapids:  Wm.  B.  Eerdmans  Publishing  Co.,  1997.  p.  137.  

12  MARTIN,  Ralph  P.  2  Corínthians.  Word  Biblical  Commentary.  Vol.  40.  Waco:  Thomas  Nelson,  1985.  p.  xxxvii.  13  O  efeito  de  romper  a  continuidade  de  um  discurso  com  uma  mudança  de  tema  intencionada.  Pode  ser  uma  reflexão  da  volta  do  passado,  um  flash-­‐back  refletivo,  por  exemplo.  É  um  flash  back,  ou  seja,  uma  volta  no  tempo,  e  uma  quebra  cronológica  temporal,  uma  vez  que  não  obedece  uma  ordem  lógico  e  sequencial.  

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    5  

14  

Tw/' de; qew/'

cavri" qeov"

Dat.  MS   Conj.  Co.  Adv.   Dat.  MS   Nom.  FS  

(à)   mas   Deus   Graça    

tw/' pavntote qriambeuvonti hJma'"

ejn tw/' Cristw/'

qriambeuvw hJmei'" Cristov" Dat.  MS   Adver.   Ptc.  Pres.  At.  Dat.  MS   Pron.  1a  Ac.  P   Prep.  Dat.   Dat.  MS  

(o)   sempre   que  conduz  em  triunfo   a  nós   em   Cristo  Ambos   os   Particípios   no   Presente:   “qriambeuvonti”   e   “fanerou'nti”,   qualificam   o   Advérbio  pavntote.   Quer   dizer   que   tanto   a   nossa   condução   em   triunfo   quanto   a   nossa  manifestação  da  fragrância  do  conhecimento  de  Cristo  são  constantes.    O  acusativo  não  apresenta  o  sujeito  do  triunfo,  mas  o  objeto  da  vitória.  

   

 

kai; th;n ojsmh;n th'" gnwvsew" aujtou'

ojsmhv gnw'si" aujtov" Conj.  Co.  Ad.   Ac.  FS   Gen.  FS   Pron.  3a  Gen.  MS  

e   a  fragrância   do  conhecimento   dele  

   Genitivo  de  aposição,  ou  seja,  a  fragrância  é  o  próprio  conhecimento  de  Cristo,  que  é  também  o  triunfo  e  o  triunfante.  “Nós”  somos  apenas  propagadores  desta  fragrância.  

 

fanerou'nti dij hJmw'n ejn

panti; tovpw/: fanerovw diav hJmei'" pa'" tovpo"

Ptc.  Pres.  At.  Dat.  MS   Prep.   Pron.  1a  Gen.  P   Prep.  Dat.   Adj.  Dat.  MS   Dat.  MS  

manifestando   através   de  nós   em   todo   lugar  Claramente  Paulo  está  se  movendo  do  específico  (Tito,  Trôade,  Macedônia)  para  o  geral  (sempre  ...  em  todo  lugar).14  

    O   vs.   14   começa   com   a   Conjução   Adversativa,   que   contrasta   a   expectativa   temerosa   de   Paulo,   por  causa  do  desencontro  com  Tito,  com  a  Graça  de  Deus  que  leva  à  vitória.  Esta  é  a  vida  cristã,  mesmo  diante  de   nossas   fraquezas   e   piores   temores,   mesmo   diante   de   nossos   atos   precipitados,   gerados   por   nossa  ansiedade,  como  a  saída  abrupta  de  Paulo  de  Trôade,  Deus  contorna  tudo  isso  com  Sua  Graça  e  nos  conduz  (ato  passivo),   sem  méritos  nossos,   à   vitória.   E   esta   é  uma   vitória   que  não  nos   eleva,   pelo   contrário  nos  humilha,  e  cumpre  os  propósitos  de  Deus,  e  remete  à  Ele  a  glória  da  vitória.    

“Cristo  assumiu  uma  batalha  que  não  lhe  pertencia  por  direito,  nós  partilhamos  em  um  triunfo  que  não  nos  pertence  por  direito”.15  

      Ou  seja,  a  pesar  da  saída  abrupta  de  Paulo,  posteriormente  os  habitantes  de  Trôade  são  abençoados  com  7  dias  de  longas  pregações  e  ensinos.  E  ao  mesmo  tempo,  Paulo  se  encontra  com  Tito  na  Macedônia  e  tem  seu  coração  tranquilizado  quanto  situação  em  Corinto.  Podendo  inclusive  abençoar  várias  cidades  da  Macedônia  com  a  Graça,  e  a  própria  cidade  de  Corinto,  antes  fruto  de  preocupação,  mas  agora  motivo  de  alegria  em  sua  terceira  visita.  Deus  conduz  Paulo  e  Sua  Igreja  à  vitória,  mesmo  sendo  eles  pecadores.     O  termo  “conduz  em  triunfo”  é  bem  explicado  por  BARRETT  e  HUGHES:  

 “O  General  romano  vitorioso  marchava  adentro  da  cidade  em  uma  longa  procissão,  precedida  pelos   magistrados   da   cidade.   Eles   eram   seguidos   pelos   trombeteiros,   depois   os   espólios  tomados   do   inimigo,   seguido   pelo   bezerro   branco   destinado   ao   sacrifício,   depois   os   cativos  liderados   pelo   rei   do   país   conquistado,   e   depois   os   oficiais   do   exército   vitorioso   e   músicos  cantando   e   dançando,   e,   por   fim,   o   próprio   general   em   cuja   honra   estava   se   fazendo   a  procissão...   Paulo   representa   a   si   mesmo   como   um   dos   soldados   do   general   vitorioso,  partilhando  da  glória  de  seu  triunfo”.16    

                                                                                                               14  HARRIS,  Murray  J.  The  Second  Epistle  to  the  Corinthians:  a  commentary  on  the  Greek  text.  Grand  Rapids,  MI;  Milton  Keynes,  UK:  W.B.  Eerdmans  Pub.  Co.;  Paternoster  Press.,  2005.  p.  242–248.  

15  Idem.  Ibid.  p.  10:332.  16  BARRETT,  Charles  Kingsley.  The  Second  Epistle  to  the  Corinthians.  London:  Continuum,  1973.  p.  93-­‐96:  Logos  Bible  Software.  

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    6  

“Era   costumeiro   nas   procissões   triunfais   se   fazer   acompanhar   por   aromas   agradáveis   de  queima  de  plantas  aromáticas  nas  ruas”.17  

    Além  disso,  Meyer18  ainda  nos  lembra  que  a  vitória  sempre  é  de  Deus.  Ele  é  o  sujeito  ativo  do  triunfo,  de  certo  modo,  o  triunfo  foi  de  Deus,  também  sobre  Paulo,  também  sobre  os  Coríntios,  pois  Ele  sobrepujou  seus   pecados   com   a   Graça   vencendo   seus   pecados   e   usando-­‐os   inclusive   para   cumprir   seus   propósitos  Soberanos.  A  procissão  triunfal  tem  como  general  Deus,  nós  estamos  colocados  nela,  sujeitos  à  Ele,  simples  peões   de   Seu   tabuleiro   da   história,   inclusive   também   apresentados,   como   conquistados   por   Ele.   Todo  general  conquistou  o  direito  sobre  seu  exército.      Portanto,  a  ansiedade,  temor  e  precipitação  de  Paulo  aqui  são  uma  declaração  de  rendição,  e  de  sua  necessidade  desta  Graça,  e  a  notícia  recebida,  através  de  Tito,  na  Macedônia  somente  enfatiza  ainda  mais  essa   realidade,  os  Coríntios   foram  quebrantados  pela  Graça.  Por   isso,  Paulo   lembra  que  a   fragrância  é  o  aroma  de  conhecer  a  Deus  e  Sua  vontade,  e  não  de  reconhecer  a  Paulo  e  sua  autoridade.     Não  foi  Paulo  que  prevaleceu  sobre  os  Coríntios,  não  foi  uma  vitória  do  pensamento  de  Paulo  sobre  o  pensamento   dos   judaizantes,   não,   nada   disso,   a   vitória   foi   que   tanto   Paulo,   quanto   os   Coríntios   e   os  judaizantes,  sentiram  a  fragrância  de  Cristo,  conheceram  e  reconheceram  a  Deus,  e  declaram  a  vitória  de  Deus  sobre  si  mesmos  e  sobre  as  circunstâncias  de  seus  conflitos  e  opiniões  pessoais.     Paulo   também   dando   um   passo   em   direção   ao   alívio,   mesmo   antes   de   receber   notícias   de   Tito,  tomado  pela  Graça  levanta  seus  olhos  de  sua  tribulação  temporária  e  vislumbra  a  ação  sempre  triunfante  de  Deus  na  história  e  em  seu  ministério.  Paulo  traz  a  memória  aquilo  que  lhe  traz  esperança,  enche-­‐se  de  convicções  sólidas  a  cerca  de  Deus  e  se  entrega  a  Ele,  certo  de  que  por  onde  quer  que  já  tenha  passado  experimentou  a  Graça  e  o  triunfo  de  Deus,  não  seria  agora,  que  seria  diferente.     E  esta  convicção  de  quem  Deus  é,  de  como  Ele  age,  das  promessas  dEle  enfim,  toma  a  mente  de  Paulo,  e  mesmo  na  pior  angústia  ainda  assim,  o  faz  espalhar  a  fragrância  de  Cristo.  Ou  seja,  não  são  as  tribulações,  os   contratempos,   os   desencontros,   ou   as   incertezas   que   nos   impedem   de   continuar   espalhando   Cristo.  Paulo  aqui  parece  apontar  o   caminho  onde  encontrou  alívio.  Não  em   ter   as   resposta   trazida  por  Tito,  o  alívio  não  veio  na  solução  aparente  do  problema  mas  da  Graça,  das  convicções  a  cerca  da  pessoa  de  Deus,  e  das  experiências  já  vividas  com  Ele.       O  alívio  do  cristão  vem  de  três  fontes:      

1. Da  Graça  salvadora  por  meio  da  fé,  que  testifica  o  amor  de  Deus  para  conosco  em  Cristo  Jesus.  2. Da  certeza  da  vitória  de  Jesus  Cristo,  quer  a  vitória  temporal  na  história,  por  meio  da  certeza  de  

que  Ele  cumpre  suas  promessas,  quer  a  vitória  final  na  esperança  da  ressureição.  3. Da   intimidade   com  Deus,   de  maneira   empírica   por   uma   vida   de   relacionamento   com   Ele,   e   das  

experiências  passadas  da  ação  dele,  em  nossa  vida  pessoal,  ou  de  outros  filhos  de  Deus.                                                                                                                                                17  HUGHES,  Philip  Edgcumbe.  Op.  Cit.  18  MEYER,  H.  A.  W.  Critical  and  Exegetical  Handbook  to  the  Epistles  to  the  Corinthians.  Vol.  2.  DICKSIN,  W.  P.  (Org.).  Edinburgh:  T&T  Clark,  1879:  Logos  Bible  Software.  

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    7  

15  

o{ti Cristou'

eujwdiva ejsme;n tw/' qew/'

Cristov" eijmiv qeov" Conj.  Sub.  Causal   Gen.  MS   Nom.  FS   1a  P  Pres.  Ind.  At.   Dat.  MS  

porque   de  Cristo   aroma   (nós)  somos   para  Deus         Em  todo  NT,  apenas  aqui  e  Filipenses  4.18  e  Efésios  5.2.      

 

ejn toi' sw/zomevnoi"

kai; ejn toi'" ajpollumevnoi",

sw/vzw ajpovllumi Prep.  Dat.   Ptc.  Pres.  Pass.  Dat.  MP   Conj.  Co.  Ad.   Prep.  Dat.   Ptc.  Pres.  Pass.  Dat.  MP  

em   àqueles  que  são  salvos   e   em   àqueles  que  são  destruídos  Há  uma  correlação  entre  os  dois  Particípios  aqui,  ambos  sentem  o  mesmo  aroma  de  Cristo  por  meio  dos  apóstolos.  

 

  Neste   sentido,   tendo   Cristo   triunfado   sobre   nós,   conhecedores   dEle   que   nos   tornamos,   então  passamos  a  exalar  esse  perfume,  como  se  nós  fossemos  um  perfume  produzido  por  Ele.  Sendo  assim,  não  apenas   um   Genitivo   Possessivo,   indicando   nosso   pertencimento   a   Cristo   (ainda   que   isto   também   seja  verdade),  mas  muito  mais  um  Genitivo  Objetivo,  “de  Cristo”,  ou  seja  procedente  de  Cristo,  feitura  dEle,  no  fato  de  Cristo  ter  feito  de  nós  um  bom  perfume  para  o  Pai.       Devemos  nos  lembrar  que  os  resultados  de  nosso  ministério  dependem  de  Deus  e  não  de  nós,  e  que  somos  amados,  queridos  e  aprazíveis  à  Deus  por  causa  de  Cristo,  não  por  causa  de  nossas    obras.  Somos  bom  perfume  porque  estarmos  perfumando,  cumprindo  o  “Ide”  em  obediência  à  Ele,  e  não  por  causa  dos  resultados   “positivos”   (em   geral   isso   quer   dizer   “numéricos”),   de   nosso   ministério.   Porque   as   pessoas  gostam  do  perfume  de  Deus  ou  não.  Neste  sentido,  nossa  preocupação  deve  ser,  se  estamos  perfumando  ou  não,  e  não  se  gostam  do  perfume  ou  não.    

“Aqueles   que   pregam   o   evangelho   são   agradáveis   a   Deus   (perfume   de   Cristo   para   Deus),  independentemente  da  resposta  de  quem  ouve”.19  

 

16  

oi|" me;n ojsmh; ejk

qanavtou eij"

qavnaton, o{" qanatov" qanatov"

Pron.  Rel.  Dat.  MP   Part.  Alt.   Nom.  FS   Prep.  Gen.   Gen.  MS   Prep.  Ac.   Ac.  MS  

para  aqueles   de  um  lado   fragrância   de   morte   para   a  morte     Os  genitivos  aqui  e  o  seguinte,  que  é  semelhante,  deve  ser  tomado  como  genitivo  qualitativo.  Ou  seja,  uma  fragrância  mortal,  

que  leva  à  morte  e  uma  fragrância  vivificante,  que  dá  vida.    

oi|" de; ojsmh; ejk

zwh'" eij"

zwhvn. o{" zwhv zwhv

Pron.  Rel.  Dat.  MP   Conj.  Co.  Adv.   Nom.  FS   Prep.  Gen.   Gen.  FS   Prep.  Ac.   Ac.  FS  

para  aqueles   de  outro  lado   fragrância   de   vida   para   a  vida    

kai; pro;" tau'ta

tiv" iJkanov"; ou|to" Conj.  Co.  Ad.   Prep.  Ac.   Pron.  Dem.  Ac.  NP   Pron.  Inter.  Nom.  MS   Adj.  Nom.  MS  

e   para   estes   quem?   adequado  (apropriado,  suficiente  habilitado)    

  Ainda  pensando  na  imagem  da  procissão  triunfal  Kruse  afirma:    

“O   cheiro   do   incenso   queimado   perante   os   deuses   numa   procissão   triunfal   romana   teria  conotações  diferentes  para  pessoas  diferentes.  Para  o  general  vitorioso  e  seus  soldados,  bem  como   para   as  multidões   que   o   aplaudem  dando   boas-­‐vindas,   o   perfume   estaria   associado   à  alegria  da  vitória.  Todavia,  para  os  prisioneiros  de  guerra  tal  perfume  só  poderia  associar-­‐se  à  fatalidade  da  escravidão  ou  morte  que  os  aguardava...  Na  procissão  Romana  comemorativa  da  vitória,   o   incenso   era   oferecido   aos   deuses,   embora   fossem   as   pessoas   que     sentissem   a  fragrância”.20  

 

                                                                                                               19  CONSTABLE,  Thomas.  Op.  Cit.  20  KRUSE,  Colin.  II  Coríntios  Introdução  e  Comentário.  Série  Cultura  Bíblica.  São  Paulo:  Vida  Nova,  1994.  p.  93.  

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    8  

  Este  aroma  feito  por  Cristo  que  exala  a  Cristo  tem  dois  efeitos  em  quem  o  sente,  ou  vida  (salvação),  ou  morte  (destruição):    

“Disse   Jesus:   ‘Eu   vim  a   este  mundo  para   julgamento,   a   fim  de   que  os   cegos   vejam  e   os   que  veem  se  tornem  cegos’”  (João  9.39).    “Que  diremos,  então?  Os  gentios,  que  não  buscavam  justiça,  a  obtiveram,  uma  justiça  que  vem  da   fé;  mas   Israel,   que   buscava   uma   lei   que   trouxesse   justiça,   não   a   alcançou.   Por   que   não?  Porque   não   a   buscava   pela   fé,  mas   como   se   fosse   por   obras.   Eles   tropeçaram   na   ‘pedra   de  tropeço’.  Como  está  escrito:  ‘Eis  que  ponho  em  Sião  uma  pedra  de  tropeço  e  uma  rocha  que  faz  cair;  e  aquele  que  nela  confia  jamais  será  envergonhado’”.  (Romanos  9.30-­‐33  cf.  Isaías  8.14  e  28.16).  

      Se   é   pregada   alguma   palavra,   que   todos   gostam,   que   todos   facilmente   aceitam,   que   reúne   todos,  então  não  é  a  Palavra  de  Cristo  que  está  sendo  pregada.  Pois  sempre  que  a  Palavra  de  Cristo  for  pregada,  haverá   rejeição,   perseguição,   conflito,   e   pessoas   se   sentirão   condenadas,   acusadas,   e   se   sentido   em  direção  à  morte  e  ao  inferno,  porém  muitas  vezes  incrédulos,  endurecidos,  rebeldes  e  revoltados  com  esta  realidade.  O  que  normalmente  acontece  com  a  maioria.     Ao  mesmo   tempo,   sempre   que   houver   alguma   palavra,   e   não   houver   arrependimento,   não   houver  quebrantamento,   não   houver   confissão   de   pecado,   não   houver   amor   e   Graça,   não   houver   alegria   da  salvação,  libertação  e  nova  vida,  não  é  a  palavra  de  Cristo.  Pois  sempre  que  a  Palavra  de  Cristo  for  pregada,  haverá  vida,  e  vida  abundante,  haverá  festa  no  céu,  e  na  terra,  por  vidas  que  nascem  de  novo,  haverá  rios  de  águas  vivas  fluindo  do  interior  dos  homens,  haverá  cânticos,  hinos  de  louvor  nos  lábios,  haverá  corações  se  voltando  a  Deus,  ainda  que  seja  em  uma  pequena  minoria.    

“Eu   carrego   para   todos   o   aroma   doce   de   Cristo,   apesar   de   nem   todos   os   que   o   sentem  alcancem  a  salvação.  Assim  como  a  luz  é  nociva  para  os  olhos  doentes,  mas  não  é  o  sol  quem  causa   a   doença.   Diz-­‐se   que   os   abutres   evitam   a   fragrância   de  mirra,   porém,   a  mirra   não   é  menos  mirra  por  ser  evitada  pelos  abutres.  Do  mesmo  modo,  a  pregação  da  salvação  tende  a  salvar  aqueles  que  crêem,  embora  leve  à  perdição,  quem  não  acreditar”.21  

 “Quando   o   mundo   está   descontente   com   a   palavra,   e   aqueles   que   não   se   tornam   cristãos  sinceros  se  tornam  piores,  se  tornam  mais  contrário  à  verdade,  podemos  estar  certos  de  que  a  palavra  pregada  é  genuíno.  É  assim  que  os  Apóstolos  pregavam:  a  fim  dos  homens  sentirem  o  seu  poder,  obrigando-­‐os  a  receber  uma  fragrância  que  naturalmente  abominam.  Mas  quando  os  homens  maus  gostam  de  ouvir  e  louvar  nossos  sermões,  ou  quando  tudo  é  chato  e  ninguém  cresce  em  graça  no  âmbito  de  nosso  ministério,  é  um  sinal  de  que  não  há  o  que  saborear  e  o  evangelho  é  diminuído  em  seu  poder.  O  evangelho  não  pode   converter   todos  os  que  ouvi-­‐lo,  mas  ele  vai  produzir  homens  empolgados  com  ele  e  homens  maus  que  irão  proporcionalmente  odiá-­‐lo”.22  

 “Sempre   que   a   verdade   e   a   mentira   estão   mais   expostos,   o   cristianismo   tem   seus   maiores  triunfos;  e  isso  geralmente  acontece  quando  ele  [o  cristianismo  e  a  verdade  pregada  por  ele]  é  mais  severamente  atacado”.23    

  Esta   pergunta   retórica   final   é   inquietante,   e   parece   ter   apenas   uma   resposta:   “ninguém   é”.  Mas,   a  Conjunção   Explicativa   que   inicia   o   versículo   seguinte   parece   apresentar   uma   resposta.   Ninguém   de   si  mesmo  pode  ser  este  perfume,  mas  se  esta  pessoa  provém  de  Cristo,  algo  que  não  é  mérito  seu,  mas  pela  

                                                                                                               21  JACKSON,  B.  The  Life  and  Writings  of  the  Blessed  Theodoretus,  Bishop  of  Cyrus.   In:  SCHAFF,  Philip.  e  WACE,  Henry.  (Ed.):  Nicene  and   Post-­‐Nicene   Fathers:   Série   II   -­‐   Theodoret,   Jerome,  Gennadius,   Rufinus:   Historical  Writings,   etc.   Vol.   3.   New   York:   Christian  Literature  Company,  1892.  Logos  Bible  Software.  

22  SPENER.  In:  KLING,  Christian  Friedrich.    Op.  Cit.  23  KLING,  Christian  Friedrich.    Op.  Cit.  

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    9  

Graça,   e   fala   não   sua   opinião,  mas   a   de  Deus,   então   ele   está   apta   a   ser   este   perfume.   É   certo   que   um  perfume  improvável,  mas  ainda  assim  perfume.       Me   recordei   agora   que   os   perfumes  mais   caros   e   que   apresentam  maior   duração   em  nosso   tempo  usam   essências   sintéticas   baseadas   nos   odores   mais   improváveis   de   alguns   animais,   como   a   Civetona  retirada  da  glândula  anal  de  felinos,  mais  precisamente  do  gato  de  algália,  animal  parecido  com  o  gambá,  ou  o  Âmbar  Cinza,  retirado  do  vômito  da  Baleia  Cachalote.                                                                                                

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    10  

17  

ouj gavr ejsme;n

wJ" eijmiv

Part.  Neg.   Conj.  Co.  Exp.   1a  P  Pres.  Ind.  At.   Part.  Comp.  

não   pois   (nós)  somos   como    

oiJ polloi; kaphleuvonte" to;n lovgon tou' qeou', poluv" kaphleuvw lovgo" qeov"

Nom.  MP   Adj.  Nom.  MP   Ptc.  Pres.  At.  Nom.  MP   Ac.  MS   Gen.  MS  

(estes)   muitos   uns  que  alteram  (lucrativamente)   a  Palavra   de  Deus  O   artigo   aqui   é   demonstrativo24,   e  destina-­‐se  a  apontar  a  um  grupo  de  pessoas   conhecidas   dos   Coríntios.  Talvez,   os   judaizantes   que   haviam  se  levantado  contra  Paulo.  

       

 

kaphleuvw   (kapēléuō)   –  Um  varejista,  mascatear.  Ganhar  dinheiro  pela  venda  de  algo.  Conseguir  ganho  sórdido  por  meio  de  qualquer   tipo  de  negócio,   fazer   algo  para   ganhos   ilícitos.  Negociar   com  palavra  de  Deus.  Tentar  conseguir  ganho  ilícito  pelo  ensino  da  verdade  divina.  Corromper,  adulterer.  Mascates  tinham  o  hábito  de  adulterar  suas  mercadorias  para  aumentar  os  seus  lucros.  

ajll j

wJ" ejx eijlikrineiva",

ajllav ejk eijlikrivneia Conj.  Co.  Adv.   Part.  Comp.   Prep.  Gen.   Gen.  FS  

mas   como   desde   sinceridade  (pureza,  simplicidade)    

ajll j wJ"

ejx qeou' katevnanti

ajllav ejk qeov" Conj.  Co.  Adv.   Part.  Comp.   Prep.  Gen.   Gen.  MS   Prep.  Gen.  

mas   como   desde   Deus   perante    

qeou' ejn

Cristw/' lalou'men. qeov" Cristov" lalevw

Gen.  MS   Prep.  Dat.   Dat.  MS   1a  P  Pres.  Ind.  At.  

da  parte  de  Deus   em   Cristo   (nós)  falamos       É  verdade  que  a  Bíblia  ensina  que  quem  vive  da  pregação  da  Palavra  deve  ser  sustentado  (1  Coríntios  9.1-­‐18   e   1   Timóteo   5.17-­‐18),   ou   seja,   não   é   um  erro   receber   por   pregar   a   Palavra,   pelo   contrário   é   um  privilégio.   No   entanto,   o   coração   do   obreiro   não   deve   estar   no   lucro,   e   sim   no   privilégio   de   pregar   a  Palavra.  Pois,  se  o  coração  do  obreiro  estiver  no  lucro,  ele,  inclusive,  distorcerá  a  Palavra  para  manter  seu  ganho.  Em  contra  partida,  se  o  obreiro  tem  seu  coração  na  Palavra,  ele  nunca  abrirá  mão  da  Palavra,  pode  abrir  mão  até  do  sustento  de  sua  família,  mas  nunca  da  verdade  da  Palavra.  É  justamente  essa  sinceridade  e  pureza,  o   temor  da  presença  de  Deus,  e  a  convicção  de  estar   falando  somente  aquilo  que  procede  de  Deus,  que  está  sendo  posta  por  Paulo  aqui.     Alguns   obreiros   nos   tempos   de   Paulo   (e   nos   nossos   também),   com   medo   de   que   pessoas   sejam  condenadas  por  não  gostarem  da  mensagem,  ou  que  levantem  uma  perseguição,  ou  ainda  com  medo  de  não  ter  sustento  para  suas  famílias,  eram  tentados  a  pregar  um  evangelho  agradável,  um  evangelho  pela  metade,  que  não   implicava  em  condenação,  que  anunciava  somente  a  vida,  mas  não  anunciava  a  morte  decorrente   da   rejeição   da   mensagem,   que   anunciava   somente   os   benefícios   do   céu,   sem   anunciar   os  sacrifícios   desta   vida,   que   anunciava   o   que   Cristo   fez   por   nós,   sem   anunciar   o   compromisso   que   agora  temos  que  ter  com  Cristo,  enfim,  um  evangelho  ralo,  como  o  vinho  que  era  misturado  com  água  para  dar  mais  lucro  a  seus  vendedores.          

                                                                                                               24  Idem.  

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“‘Portanto,   o   significado   do   texto   aqui   é,   os   que   lidam   desonrosa   e   enganosamente   com   a  palavra   de   Deus,   adulterando-­‐a,   misturando-­‐a   com   as   opiniões   dos   homens’   (Crisóstomo)...  Está   implícito   que   o   Evangelho   tinha   sido   vilipendiado   e   adulterado   por   ser   misturado   com  opiniões  judaizantes,  e  também  com  o  objetivo  sórdido  de  obter  algum  lucro  pessoal,  aplausos  ou  autoridade  (comp.  Romanos  16.17;  Filipenses  3.19;  Gálatas  6.12;  2  Pedro  2.1-­‐13)”.25  

    Paulo  deixa  claro  que  estas  pessoas  não  estão  exalando  a  fragrância  de  Cristo,  que  elas  não  procedem  de  Cristo,  nem  anunciam  o  evangelho  de  Cristo,  pois  não  estão  em  Cristo.  Não  foram  feitos  perfume  para  Deus,  por  isso,  não  exalam  o  verdadeiro  aroma  de  Jesus  para  as  pessoas.  Sua  falta  de  sinceridade,  também  aponta   para   o   fato   de   que   estes   homens   não   têm   real   interesse   nas   pessoas,   mas   somente   usam   as  pessoas  como  fonte  de  lucro  (1  Timóteo  6.3-­‐10;  2  Pedro  2.1-­‐3).     Temos  aqui  três  verdades  que  devem  estar  em  todo  pregador  da  Palavra:    

1. Pureza,  com  relação  a  seus  motivos,  sua  doutrina  e  seu  comportamento;  2. Ser  nascido  de  Deus,  e  viver  na  presença  de  Deus,  com  todo  o  respeito  e  zelo,  sentindo  que  Deus  

está  sempre  presente  e  é  o  maior  de  todos  os  seus  ouvintes;  3. Estar  seguro  de  agir  e  pregar  como  Cristo,  falando  e  fazendo  somente  aquilo  que  está  certo  de  que  

ele  faria  ou  diria.  

                                                                                                               25  Idem  Ibid.  

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Restaurando a Alegria 2 Coríntios 2.12-17

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“Quando a Igreja está sofrendo alguma grande aflição, devemos, cada um em nosso devido lugar, alegremente lhe dar o nosso melhor para ajudar, para que Satanás não derrube em poucos dias o que foi sendo construído com a labuta de muitos anos”.

Christian Friedrich Kling

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A marcha triunfal cristã acontece por causa Da Graça salvadora Por meio da fé Como prova do amor de Deus Em Cristo Jesus.

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A marcha triunfal cristã acontece por causa Da certeza da vitória de Jesus Cristo POIS Ele cumpriu todas as suas promessas

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A marcha triunfal cristã acontece por causa Da intimidade com Deus Através do relacionamento com Ele Que testifica seu cuidado com os seus

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“Cristo assumiu uma batalha que não lhe pertencia por direito, nós partilhamos em um triunfo

que não nos pertence por direito”

Murray J. Harris

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Distorção Alteração

Suavização Beneficiação

Desqualificação

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“O texto aqui fala dos que lidam com desonra e enganosamente com a palavra de Deus, adulterando-a, misturando-a com as opiniões dos homens... ”.

João Crisóstomo

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“Quando o mundo está descontente com a palavra, e aqueles que não se tornam cristãos sinceros se tornam piores, se tornam mais contrários à verdade, podemos estar certos de que a palavra pregada é genuína... Mas quando os homens maus gostam de ouvir e louvar nossos sermões, ou quando tudo é chato e ninguém cresce em graça no âmbito de nosso ministério, é um sinal de que não há o que saborear e o evangelho é diminuído em seu poder. O evangelho não pode converter todos os que ouvi-lo, mas ele vai produzir homens empolgados com ele e homens maus que irão proporcionalmente odiá-lo”. Philipp Jakob Spener