dossie norma culta 1.3

Upload: cesar-shu

Post on 08-Apr-2018

252 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    1/51

    Clique aqui para comear a impressoRetirar foto para impresso Retirar foto para impressoTerra Magazine Colunistas Sirio Possenti

    SuponhamosQuinta, 26 de maio de 2011, 21h12

    O livro Por uma vida melhor, do MEC,contm trecho sobre usar a expresso "oslivro"25 de maio de 2011

    Divulgao

    Srio PossentiDe Campinas (SP)

    reduzir tamanho da fonte tamanho de fonte normal aumentar tamanho da fonte

    Para fazer a denncia das aventuras de Palocci, um jornal conta ao leitor queanalisou documentos, fez clculos etc. Nos dias seguintes, revela maisdetalhes, cita os desmentidos, os desmentidos dos desmentidos, novosnomes, novos nmeros. Retoma-se o caso Francenildo etc.

    27/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5149998-EI8425, 1/4

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5149998-EI8425,00-Suponhamos.html

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    2/51

    Suponhamos que a mdia tratasse da mesma forma o caso livro do MEC. Emuma pgina, encontra duas ou trs passagens das quais suspeita. Ento, l ocaptulo, depois, l o livro. Acha que tem alguma coisa estranha. Vai maisfundo: considera o fato de que se trata de um livro aprovado e distribudo peloMEC. Obviamente, querer saber se h mais algum implicado. Analisa outroslivros de portugus abonados pelo Ministrio. Encontra coisas semelhantes,

    pelo menos em um captulo em cada manual. Desconfiada, porque nunca ouviufalar disso (s conhecia o manual da redao), decide investigar se coisa doPT. Avana sobre os livros de portugus distribudos no governo anterior, nacerteza de que no encontrar nada disso (imagina!). Mas encontra. Tentadescobrir que conversa essa.

    O reprter pede uma diria extra, ou pede socorro sucursal e ganha umreforo (parece ser coisa que vale a pena...). Lem os Parmetros

    Curriculares, do primeiro governo FHC (e que so um pouco confusos, masdeixa pra l). Encontram passagens como "A discriminao de algumasvariedades lingusticas, tratadas de modo preconceituoso... Por isso mesmo,

    o preconceito lingstico...". Ficam apavorados. Verificam quem so osculpados. Consultam a bibliografia e encontram uma lista de autores, nacionaise estrangeiros, uns mais antigos, outros mais recentes. Do umas googladas(linguistic prejudice etc). Acham os temas meio complicados! Incrdulos,conferem os "crditos": Presidente da Repblica: Fernando Henrique Cardoso

    (continuaria comunista?); Ministro da Educao: Paulo Renato Souza.

    Como tm interesse em apurar a verdade, procuram Paulo Renato, que foi o"ministro dos PCNs". Querem entender melhor essa coisa estranha. Eleinforma que vrios dos que trabalharam na elaborao dos Parmetros sopaulistas, e fizeram um trabalho semelhante durante o governo Montoro (umpetista doente!). Basta ir CENP, rgo da Secretaria da Educao do Estado,e ver os documentos, ele diz. Vo. Descobrem os textos do Projeto IP (como

    so radicais!), que foram distribudos a todas as escolas do Estado,distribuio seguida de numerosos cursos para professores de portugus, emdiversas cidades do Estado e, na capital, para coordenadores pedaggicos ecoordenadores da rea. Est escrito: Governador: Montoro; Secretrio daEducao: Paulo Renato. Dois criptocomunistas, eles pensam. Mas era apenaso primeiro governo democrtico do Estado depois dos interventores!

    Na CENP, encontraro tambm, e lero (acredito na imprensa livre e objetiva!),uma PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE LNGUAPORTUGUESA - 1 GRAU. Descobrem que mais radical do que o livro doMEC. E que o documento de 1991. Governador? Fleury Filho, notrioesquerdista. Secretrio de Educao? Fernando Morais (escreveuA Ilha, xii!!),

    27/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5149998-EI8425, 2/4

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    3/51

    um dos que falaram mal do livro do MEC na ISTO da semana. Pode-se suporque leu pelo menos o documento da Secretaria que comandava, secretriocompetente e responsvel que era.

    No intervalo, lem reportagem da FSP, ao lado da qual est um texto clarssimode Thas Nicoletti. Decidem no levar em conta (concluem que a FSP tambm

    est recheada de comunas). Souberam de um artigo de Hlio Schwarztman naFolha.com, que disseminava as idias stalinistas de Noam Chomsky (ele sechama Noam Avram, suspeito!) e as leninistas de Steven Pinker. No gostam;sentem-se mais confortveis com Augusto Nunes e Alexandre Garcia.

    Podero ler tambm Criatividade e gramtica, assinado por Carlos Franchi,que de 1998 (o governador era o xiita Mrio Covas e a Secretria daEducao, a maosta Teresa Neubauer da Silva!), um documento dirigido a

    professores, que, entre outras coisas, reduz a p algumas anlises gramaticaisque fazem sucesso, por serem simples... e erradas (pode-se demonstrar, no questo de ideologia, e dizem respeito a categorias como advrbio, sujeito,no variao lingustica, esse tema de extrema esquerda). Do mesmo autor,podero ler um fascculo breve, menor que o registro de uma empresa, euacho (mas nunca vi um), chamado Mas o que mesmo "gramtica"?, capazde desasnar uma pessoa (que o deseje) em pouco mais de uma hora.

    Na CENP, algum lembra vagamente que houve um primeiro movimento nessadireo j durante o governo do amigo de comunistas Paulo Egydio (que oseguinte, de Paulo Maluf, enterrou; ele gostava mais da ROTA). Pedemreforo. O jornal poderia enviar um especialista como faz quando o furo(barriga?) relativo a um tema um pouco menos bvio?

    Por que este caso no foi rastreado?

    No entendi

    No entendi (mesmo!) a bronca em relao ao livro Por uma vida melhor. Numtexto que escrevi para o cadernoAlis (Estado, 22/05), cheguei a dizer que ocaptulo era conservador. Reafirmo que . Por isso, no consigo mesmo atinarcom a origem da estrondosa reao. Afinal, o prof. Pasquale ministroucentenas de aulas do mesmo tipo na TV Cultura. A diferena principal que ele"partia" de letras de msica nas quais identificava um "erro" e, em seguida, diziaqual era a regra que deveria ser seguida "no formal". Mas ele nunca corrigiu as

    letras das msicas. Nenhuma diferena de fundo, portanto. Foi a palavra"preconceito"? Foi "pode"?

    27/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5149998-EI8425, 3/4

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    4/51

    Srio Possenti professor associado do Departamento de Lingustica da

    Unicamp e autor de Por que (no) ensinar gramtica na escola, Os humores dalngua, Os limites do discurso, Questes para analistas de discurso e Lngua naMdia.

    Fale com Srio Possenti: [email protected]

    Opinies expressas aqui so de exclusiva responsabilidade do autor e no necessariamente esto de acordo com osparmetros editoriais de Terra Magazine.

    Terra MagazineLeia esta notcia no original em:Terra - Brasilhttp://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5149998-EI8425,00.htmlClique aqui para comear a impresso

    Retirar foto para impresso Retirar foto para impresso

    27/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5149998-EI8425, 4/4

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    5/51

    Clique aqui para comear a impressoRetirar foto para impresso Retirar foto para impressoTerra Magazine Colunistas Sirio Possenti

    Variao e mudana

    Quinta, 27 de novembro de 2008, 20h07

    Srio Possenti

    De Campinas (SP)

    reduzir tamanho da fonte tamanho de fonte normal aumentar tamanho da fonte

    A maioria absoluta dos brasileiros - talvez no s os brasileiros - alfabetizadosou letrados tem uma idia completamente equivocada do que seja uma lngua.Para eles, lngua a que a escola ensina, ou o que est nos manuais do tipo

    "no erre mais". O resto erro. Todos consideram que as variantes so erros.

    Ocorre que o que a escola ensina tambm mais ou menos variado. Edepende muito tambm do desempenho lingstico dos professores. Comoeles so membros da sociedade, so afetados pelas mudanas que a lnguasofre com o correr do tempo, de forma que seu "portugus" , de algumaforma, o portugus de seu tempo. O que no necessariamente ruim.

    Isto quer dizer que o portugus que os professores falam e mesmo o queescrevem no necessariamente o portugus dos livros adotados nasescolas. O que vale para professores de portugus vale tambm para os dasoutras disciplinas, claro. E vale tambm para os jornalistas e para aspersonalidades que eles entrevistam, tenham elas a formao que tiverem (emgeral, so especialistas em alguma coisa, sempre especialistas). s ouvir osdebates ou os programas de entrevistas para verificar isso.

    Dou dois exemplos banais. Duvido que haja 10% de professores ou falantesletrados que profiram o dito futuro (aplicareiminha poupana em aes daempresa X). Todos dizem "vou aplicar". Outro exemplo? Quase ningum diz"ns". Diz-se "a gente". Como pouco se diz "tu", exceto em algumas regies, a

    20/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI3355716-EI8425, 1/3

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3355716-EI8425,00-Variacao+e+mudanca.html

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    6/51

    conjugao verbal do futuro

    Eu vou aplicar

    Voc vai aplicar

    Ele/ela vai aplicar

    A gente vai aplicar

    Vocs vo aplicar

    Eles/elas vo aplicar.

    Ou no ? Quem no fala assim que atire a primeira pedra. No vou dizer (!!)

    que todos falam sempre assim porque sei que uma lngua sempre apresentavariao. Alguns entrevistados, ou jornalistas, diro (!!), talvez, de vez emquando, no meio da conversa, "falaremos disso na prxima entrevista", claro,sendo mais formais. Em compensao, alguns tambm diro "vamo fal dissona prxima veiz", sendo bem mais informais. E ningum nota que falou erradodurante a entrevista. Por que? Porque ningum fala errado mesmo! Isso no erro. Esse o portugus falado culto do Brasil hoje. um fato. S isso.

    Numa certa ocasio, fui entrevistado por uma emissora de TV (eu no estdio eum folclorista em outra cidade). Argumentava que a linguagem popular no tinhanada de errado, era s diferente, e era enfrentado pela apresentadora que"defendia nossa lngua". Para dobr-la, s me restou um recurso: ficar atentoao que ela dizia e citar os "erros" que ela ia cometendo, segundo os prprioscritrios dela. Ficou meio sem jeito, e eu tive que insistir que ela falavacorretamente... o portugus real (e que aquele que ela defendia no existemais, pelo menos na fala).

    O que muita gente no entende - ou no quer entender, porque significariaperder uma boa teta! - que a variao tem tudo a ver com a mudana. Todosacham normal que aquila tenha derivado para guia, que asinus tenhaderivado para asno (tem muita coisa mudada a, mas o bsico que a palavralatina proparoxtona se torna paroxtona), mas acha ridculas formas comofosfro (para fsforo), corgo (para crrego),xicra e chacra (paraxcara echcara), embora a regra antiga que explica a mudana e a atual que explica avariao sejam a rigor a mesma (os falantes seguem regras, no erram!!!),sem contar que dizem, numa boa, sem se dar conta do que fazem,xicrinha echacrinha. Qu!

    Variao tem tudo a ver com mudana. Mas, se entendssemos isso, muita

    20/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI3355716-EI8425, 2/3

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    7/51

    gente perderia uma grana preta!!

    ***

    Pode at ser que o preconceito racial diminua com o tempo ou que venha a semanifestar de forma diferente, menos agressiva, mais "cordial" (como sugere o

    caderno especial da Folha de 23/11/2008). Mas o preconceito lingstico estmais firme do que nunca (mais ou menos sutil): Fernando de Barros e Silvaescreveu na Folha (24/11/2008) que o "pobrema" mais embaixo. Por queuma forma lingstica popular representa um problema mais embaixo? lembaixo que est o povo? E o colunista diz isso logo em uma poca em queficou claro que o problema bem mais em cima!!

    A FSP, alis, useira e vezeira em referir-se a autoridades menos letradascomo "otoridade" e a polticos nordestinos como aqueles que exercem o"pud". No se d conta do que h nisso de preconceito? E de burrice?

    Srio Possenti professor associado do Departamento de Lingstica da

    Unicamp e autor de Por que (no) ensinar gramtica na escola, Os humores dalngua e de Os limites do discurso.

    Fale com Srio Possenti: [email protected]

    Opinies expressas aqui so de exclusiva responsabilidade do autor e no necessariamente esto de acordo com osparmetros editoriais de Terra Magazine.

    Terra MagazineLeia esta notcia no original em:Terra - Brasilhttp://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3355716-EI8425,00.htmlClique aqui para comear a impresso

    Retirar foto para impresso Retirar foto para impresso

    20/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI3355716-EI8425, 3/3

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    8/51

    Clique aqui para comear a impressoRetirar foto para impresso Retirar foto para impressoTerra Magazine Colunistas Sirio Possenti

    Aceitam tudo

    Quinta, 19 de maio de 2011, 21h22

    Trecho do livro "Por uma Vida Melhor" apresenta a pergunta "posso falar'os livro'?"

    18 de maio de 2011Reproduo

    Srio PossentiDe Campinas (SP)

    reduzir tamanho da fonte tamanho de fonte normal aumentar tamanho da fonte

    De vez em quando, algum diz que lingistas "aceitam" tudo (isto , que achamcerta qualquer construo). Um comentrio semelhante foi postado na semanapassada. Achei que seria uma boa oportunidade para tentar esclarecer de novoo que fazem os linguistas.

    19/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5137669-EI8425, 1/5

    http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5137669-EI8425,00-Aceitam+tudo.html

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    9/51

    Mas a razo para tentar ser claro no tem mais a ver apenas com aquelecomentrio. Surgiu uma celeuma causada por notas, comentrios, entrevistasetc. a propsito de um livro de portugus que o MEC aprovou e que ensinariaque certo dizerOs livro. Perguntado no espao dos comentrios, quandofiquei sabendo da questo, disse que no acreditava na matria do IG, primeirafonte do debate. Depois tive acesso indigitada pgina, no mesmo IG, e

    constatei que todos os que a leram a leram errado. Mas aposto que muitos acomentaram sem ler.

    Vou tratar do tal "aceitam tudo", que vale tambm para o caso do livro.

    Primeiro: duvido que algum encontre esta afirmao em qualquer texto delingustica. uma avaliao simplificada, na verdade, um simulacro, da posiodos linguistas em relao a um dos tpicos de seus estudos - a questo da

    variao ou da diversidade interna de qualquer lngua. Vale a pena insistir: dequalquer lngua.

    Segundo: "aceitar" um termo completamente sem sentido quando se trata depesquisa. Imaginem o ridculo que seria perguntar a um qumico se ele aceitaque o oxignio queime, a um fsico se aceita a gravitao ou a fisso, a umornitlogo se ele aceita que um tucano tenha bico to desproporcional, a umbotnico se ele aceita o cheiro da jaca, ou mesmo a um linguista se ele aceitaque o ingls no tenha gnero nem subjuntivo e que o latim no tivesse artigodefinido.

    No s no se pergunta se eles "aceitam", como tambm no se pergunta seisso tudo est certo. Como se sabe, houve poca em que dizer que a Terragira ao redor do sol dava fogueira. Semmelveis foi escorraado pelos mdicosque mandavam em Viena porque disse que todos deveriam lavar as mosantes de certos procedimentos (por exemplo, quem viesse de uma autpsia efosse verificar o grau de dilatao de uma parturiente). No faltou quem

    dissesse "quem ele para mandar a gente lavar as mos?"

    Ou seja: no se trata de aceitar ou de no aceitar nem de achar ou de no acharcorreto que as pessoas digam os livro. Acabo de sair de uma fila desupermercado e ouvi duas lata, dez real, trs quilo a dar com pau. Eu deveriamandar esses consumidores calar a boca? Ora! Estvamos num caixa desupermercado, todos de bermuda e chinelo! No era um congresso cientfico,nem um julgamento do Supremo!

    Um linguista simplesmente "anota" os dados e tenta encontrar uma regra, isto ,uma regularidade, uma lei (no uma ordem, um mandato).

    19/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5137669-EI8425, 2/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    10/51

    O caso manjado: nesta variedade do portugus, s h marca de plural noelemento que precede o nome - artigo ou numeral (os livro, duas lata, dezreal,trs quilo). Se houver maias de dois elementos, a complexidade pode sermaior (meus dez livro, os meus livro verde etc.). O nome permaneceinvarivel. O linguista v isso, constata isso. No s na fila do supermercado,mas tambm em documentos da Torre do Tombo anteriores a Cames.

    Portanto, mesmo na lngua escrita dos sbios de antanho.

    O linguista tambm constata the books no ingls, isto , que no h marca deplural no artigo, s no nome, como se o ingls fosse uma espcie de avessodo portugus informal ou popular. O linguista aceita isso? Ora, ele no temalternativa! um dado, um fato, como a combusto, a gravitao, o bico dotucano ou as mars. O linguista diz que a escola deve ensinar formas como oslivro? Esse outro departamento, ao qual volto logo.

    Fao uma digresso para dar um exemplo de regra, porque sei que umconceito problemtico. Se dizemos "as cargas", a primeira slaba destasequncia "as". O "s" final surdo (as cordas vocais no vibram para produziro "s"). Se dizemos as gatas", a primeira slaba a "mesma", mas nspronunciamos "az" - com as cordas vocais vibrando para produzir o "z". Por quedizemos um "z" neste caso? Porque a primeira consoante de "gatas" sonora,e, por isso, a consoante que a antecede tambm se sonoriza. No acredita? V

    a um laboratrio e faa um teste. Ou, o que mais barato, ponha os dedos nasua garganta, diga "as gatas" e perceber a vibrao. Tem mais: se dizemos"as asas", no s dizemos um "z" no final de "as", como tambm reordenamosas slabas: dizemos as.ga.tas e as.ca.sas, mas dizemos a.sa.sas ("as" sedividiu, porque o "a" da palavra seguinte puxou o "s/z" para si). Dividimos "asas"em "a.sas", mas dividimos "as asas" em a.sa.sas.

    Volto ao tema do linguista que aceitaria tudo! Para quem s teve aula de certo /

    errado e acha que isso tudo, especialmente se no tiver nenhuma formaohistrica que lhe permitiria saber que o certo de agora pode ter sido o erradode antes, pode ser difcil entender que o trabalho do linguista completamentediferente do trabalho do professor de portugus.

    No "aceitar" construes como as acima mencionadas ou mesmo algumasmais "chocantes" , para um linguista, o que seria para um botnico no"aceitar" uma gramnea. O que no significa que o botnico paste.

    Proponho o seguinte experimento mental: suponha que um descendente seunasa no ano 2500. Suponha que o portugus culto de ento inclua formascomo "A casa que eu moro nela mais os dois armrio vale 300 cabral" (achoque no ser o caso, mas s um experimento). Seu descendente nunca

    19/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5137669-EI8425, 3/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    11/51

    saber que fala uma lngua errada. Saber, talvez (se estudar mais do quevoc), que um ancestral dele falava formas arcaicas do portugus, como 300cabrais.

    Outro tema: o linguista diz que a escola deve ensinar a dizerOs livro? No.Nenhum linguista prope isso em lugar nenhum (desafio os que tm opinio

    contrria a fornecer uma referncia). Alis, isso no foi dito no tal livro, emboratodos os comentaristas digam que leram isso.

    O linguista no prope isso por duas razes: a) as pessoas j sabem falaroslivro, no precisam ser ensinadas (observe-se que ningum falao livros, o queno banal); b) ele acha - e nisso tem razo - que mais fcil que algumaprenda os livros se lhe dizem que h duas formas de falar do que se lhedizem que ele burro e no sabe nem falar, que fala tudo errado. H muitos

    relatos de experincias bem sucedidas porque adotaram uma postura diferenteem relao fala dos alunos.

    Enfim, cada campo tem seus Bolsonaros. Merecidos ou no.

    PS 1 - todos os comentaristas (colunistas de jornais, de blogs e de TVs) queeu ouvi leram errado uma pgina (sim, era s UMA pgina!) do livro que deuorigem celeuma na semana passada. Minha pergunta : se eles defendem alngua culta como meio de comunicao, como explicam que leram to mal umtexto escrito em lngua culta? no teste PISA que o Brasil, sempre temfracassado, no ? Pois , este foi um teste de leitura. Nosso jornalismo seriareprovado.

    PS 2 - Alexandre Garcia comeou um comentrio irado sobre o livro emquesto assim, no Bom Dia, Brasil de tera-feira: "quando eu TAVA naescola...". Uma carta de leitor que criticava a forma "os livro" dizia "ensinam osalunos DE que se pode falar errado". Uma professora entrevistada que criticou

    a doutrina do livro disse "a lngua ONDE nos une" e Monforte perguntou"Onde FICA as leis de concordncia?". Ou seja: eles abonaram a tese do livroque estavam criticando. S que, provavelmente, acham que falam certinho! Nose do conta do que acontece com a lngua DELES mesmos!!

    Srio Possenti professor associado do Departamento de Lingustica da

    Unicamp e autor de Por que (no) ensinar gramtica na escola, Os humores dalngua, Os limites do discurso, Questes para analistas de discurso e Lngua naMdia.

    19/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5137669-EI8425, 4/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    12/51

    Fale com Srio Possenti: [email protected]

    Opinies expressas aqui so de exclusiva responsabilidade do autor e no necessariamente esto de acordo com osparmetros editoriais de Terra Magazine.

    Terra MagazineLeia esta notcia no original em:

    Terra - Brasilhttp://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI5137669-EI8425,00.htmlClique aqui para comear a impressoRetirar foto para impresso Retirar foto para impresso

    19/05/2011 Terra - Sirio Possenti

    terra.com.br//0,,OI5137669-EI8425, 5/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    13/51

    T E R A - F E I R A , 1 7 D E M A I O D E 2 0 1 1

    "Por uma vida melhor": por que abolir os conceitosde certo e errado.

    Por Daniela Jakubaszko*

    A polmica que se cr iou em torno do livro Por uma vida melhor, da

    coleo Viver, aprender, adotado pelo MEC, intil e representa um

    retrocesso para a Educao.

    Como lingista e professora de portugus defendo ardorosamente a

    utilizao do livro. Vou explicar, mas antes fao alguns esclarecimentos:

    1. A escola o lugar por excelncia da norma culta, l que devemos

    aprender a utiliz-la, isso ningum discute, fato.

    2. O livro NO est propondo que o aluno escreva ns pega como

    esto divulgando por a - ele est apenas constatando a existncia da

    expresso no registro popular. Do ponto de vista cotidiano, a expresso

    vlida porque d conta de comunicar o que se prope. E ela mais que

    comum e, sejamos sinceros, a linguagem que o leitor dessa obra usa e

    entende. Ser que inteno da escola se comunicar com ele de

    verdade? Se for, ela tem que usar um livro que consiga fazer isso. Umagramtica cheia de exemplos eruditos e termos que o aluno no consegue

    nem memorizar, com certeza, no vai conseguir.

    3. O que o livro est propondo trocar as noes de certo e errado

    por adequado e inadequado. E isso mais que certo. Vou explicar a

    seguir.

    4. A questo : como ensinar a norma culta num pas de tradio oral, e

    no qual existe um abismo entre a lngua oral e a lngua escrita? Como

    fazer isso com jovens adultos que j apresentam um histrico de

    fracasso em seu processo formal de educao e, muito provavelmente,na aquisio dos termos da gramtica e seus significados. Se esse jovem

    no assimilou at o momento em que procurou o EJA (Educao de Jovens

    e Adultos) a concordncia de nmero, como o professor vai faz-lo usar

    a crase? Isso para mencionar apenas um dos tpicos mais fceis da

    gramtica e que a maioria das pessoas, inclusive as mais cultas e

    graduadas, algumas at mesmo com doutorado, ainda no sabem

    explicar quando ela necessria.

    Por que abolir os conceitos de certo e errado?

    Vou mencionar apenas 3 razes, para no cansar demais o leitor, masexistem muitas outras, quem se interessar pode perguntar que eu passo a

    bibliografia.

    1. Primeiro, por uma questo de honestidade com o aluno. A lngua viva,

    Mulheres deFibraO blog Somos Mulheres de Fibraparticipa do movimento deblogueiros progressistas que

    procuram contribuir, de formaresponsvel, para ademocratizao e a pluralidade dainformao e da comunicao nasociedade brasileira. Nosso blogse apresenta como um espaoaberto a debates sobre temasdiversos como poltica nacional einternacional, questes de gnero,atividades culturais emanifestaes de diferentescategorias sociais.

    S O B O C U D EB R A S L I A

    Foto de Rinaldo Arruda

    Cad a to falada liberdade deexpresso?

    V I S I T A N T E S D E S T E

    Compartilhar Denunciar abuso Prximo blog Criar um blog Login

    18/05/2011 Mulheres de Fibra: "Por uma vida melh

    blogspot.com//por-uma-vida-melh 1/5

    http://somosmulheresdefibra.blogspot.com/2011/05/por-uma-vida-melhor-por-que-abolir-os.html

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    14/51

    assim como a cultura, e no pode ser dirigida, por mais que tentem. Por

    isso, no existe nem certo nem errado: as regras so convenes e

    so alteradas de tempos em tempos por um acordo entre pases falantes

    de uma mesma lngua. O que era errado h alguns anos, hoje pode ser

    certo. Agora correto escrever lingstica sem trema - o que discordo -

    e ideia sem acento. Assim, o que existe o adequado norma culta e o

    inadequado norma culta. E essa norma uma conveno, no uma lei

    natural e imutvel. Alm disso, por mais que a escola seja representante

    da norma culta, isto no significa que ela deva ficar surda diante dos

    demais nveis de fala. A lngua portuguesa ou qualquer lngua nopode ser reduzida sua variante padro. To pouco as aulas de portugus

    devem ficar. Afinal, se numa narrativa aparece um personagem, por

    exemplo, pescador e analfabeto, como o aluno dever escrever uma fala

    (verossmil) para ele? Escrever de forma inverossmil certo? Alis, o que

    seria dos poetas e escritores se no fosse o registro popular da lngua?

    Acho que Guimares Rosa nem existiria.

    Com certeza a crtica ao livro parte de setores conservadores e

    normativos. Eu, como lingista e professora, no apoio a retirada dos

    livros porque no acho justo falar para o aluno que o jeito que ele fala

    errado, at porque no , s no est de acordo com a norma culta, o que muito diferente. Depois que voc explica isso para o aluno que ele

    entende o que est fazendo naquela aula. Essa troca faz toda a diferena.

    2. Segundo, porque quando voc diz para um aluno sucessivas vezes que

    o que ele fez est errado voc passa por cima da subjetividade dele e

    acaba com toda a naturalidade dessa pessoa. Da, ela no fala certo e

    tambm no sabe quando fala errado. Assim, quando na presena de

    pessoas que ela julga mais letradas que ela prpria, no tenha dvida, vai

    ficar muda. A formao da identidade do sujeito passa obrigatoriamente

    pela aquisio da linguagem, viver apontando os erros desconsiderar a

    experincia de vida daquela pessoa, diminu-la porque ela no teve

    estudo. E no se engane: ela pode se tornar at uma profissional mais

    desejada pelo mercado por usar melhor a norma culta, mas no

    necessariamente vai se tornar uma pessoa melhor.

    3. Em terceiro, porque urgente trocar o ponto de vista normativo pelo

    cientfico. A lingstica reconhece que a lngua tem seu curso e muda

    conforme o uso e a cultura: j foi muito errado falar (e escrever) "voc",

    por exemplo. A lingstica tambm reconhece que a lngua instrumento

    de poder, por isso, nada mais importante do que desmistificar a gramtica

    normativa. Isto no significa deix-la de lado, mas precisamos exercitar

    uma viso mais cr tica. Esse aluno sente na pele a discriminao social

    devido ao seu nvel de fala, nada mais natural que ele rejeite a normaculta e considere pedante a pessoa que fala segundo a norma padro.

    compreensvel, ainda, que ele no entenda grande parte do que se diz em

    sala de aula. O que no compreensvel o professor, ou melhor, a

    Escola, no entender a razo de isso acontecer.

    Em nenhum momento foi dito que a professora e autora do livro em

    questo no iria corrigir ou ensinar a norma culta aos alunos, s ficou

    validado o registro oral. Os alunos precisam entrar em contato com o

    distanciamento cientfico. E os lingistas no saem por a corrigindo

    ningum, eles observam, e voc, leitor, bem sabe como funciona a cincia

    - e um aluno de pelo menos 15 anos j precisa comear a ouvir falar dopensamento cientfico. Alm disso, muito bom que eles percebam se o

    nvel de fala que usam tem prestgio ou no, e o porqu.

    Por que ignorar o estudo da lngua oral em sala de aula? Eu fazia um

    trabalho nesse sentido com os meus alunos e s depois de transcrever

    Luis Nassif Online

    A invaso dos carroschineses

    Tijolao - O Blog do

    Brizola NetoBrizola, assim , tirariaeste sapato

    Richard Jakubaszko"Por umavidamelhor":por queabolir osconceitos

    de certoe errado.

    Cloaca NewsNSROUBEMOASPALAVRADE OUTROBLOG

    Viomundo - O que

    voc no v na mdiaMarcos Bagno :

    Discusso sobre livrodidtico s revelaignorncia da grandeimprensa

    CartaCapitalMarcha LGBT quer reunir

    B L O G

    blog counter

    Diseo WebImprenta Sevilla

    G E N T E D E F I B R A

    Google Friend Connect

    Seguidores (47) Mais

    J um membro? Fazer login

    Seguir

    L E I A T A M B M

    18/05/2011 Mulheres de Fibra: "Por uma vida melh

    blogspot.com//por-uma-vida-melh 2/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    15/51

    entrevistas orais eles conseguiam ouvir a si mesmos e tomar conscincia

    de seu registro lingstico: nossa como eu falo gria! Eu nem percebia!.

    A sim eles entendem que, com o amigo, com os pais, eles podem dizer

    "os peixe", mas que na prova preciso escrever "os peixes", no seminrio

    preciso dizer os peixes, mas ele precisa estar vontade para fazer

    isso. A realidade em sala de aula que os alunos no entendem onde

    esto errando. Quando voc explica o conceito de norma culta eles

    entendem. Cria-se um parmetro e no uma tbua de salvao

    inatingvel. aceitando o registro desse interlocutor e apresentando mais

    uma possibilidade de uso da lngua para ele que vai surgir o esforo paraaprender. Se voc insistir no certo e no errado ele vai ficar com raiva

    e rejeitar o novo. Quer apostar?

    Ter uma boa comunicao no sinnimo de usar bem as regras da

    gramtica. Para ensinar os conceitos de "gramtica natural" e "gramtica

    normativa" temos de dar esses exemplos. Os conservadores se arrepiam

    porque eles partem do princpio que voc nunca pode escrever ou falar

    nada errado na frente do aluno. Para mim isso hipocrisia: o aluno tem

    direito de saber que o registro que ele usa em casa diferente daquele

    que ele usa na rua, no estdio de futebol, na escola, no trabalho, em

    frente ao juiz. E tem o direito de saber que o correto se define poraquele que tem mais prestgio social. Essas so s as primeiras noes de

    sociolingstica, para quem quiser abr ir a cabea e saber. Ou ser que a

    lngua portuguesa se aprende descolada da realidade? isso que se est

    tentando mudar. to difcil assim perceber isso?

    Quando me perguntam qual a funo do professor de portugus na

    escola, eu respondo: oferecer ao aluno um grau cada vez mais elevado de

    conscincia lingstica; oferecer instrumentos para que ele possa transitar

    conscientemente entre os diversos nveis de linguagem. S depois de

    realizada essa operao o aluno vai conseguir escrever conforme as

    regras da norma culta. E falar a norma padro com naturalidade. Ou,

    ainda, escolher falar conforme o ambiente em que cresceu e formou a sua

    subjetividade (Lula que o diga, comunica-se muito bem, sem camuflar as

    suas origens). bom ficar claro que a funo do professor no se reduz a

    "corrigir" o aluno. Isso, o google, at o word, pode fazer. Ajudar o aluno a

    ter conscincia de seu nvel de fala outra histria...

    O problema no uma pessoa dizer ns pega, o problema ela no

    entender que esse uso no adequado em determinados contextos, o

    problema no saber dizer ns pegamos. Ou sequer compreender

    porque no pode falar ns pega... , leitor, tem muito aluno que no

    entende porque precisa aprender uma lista de nomes difceis que nada

    significam para ele e que ele no enxerga a relao direta entre uso danorma culta e como esta vai ajud-lo a melhorar de vida.

    Conheo quilos, ou toneladas, de gente formada, ps-graduada, que fala

    seje e no tem conscincia de que est falando assim, e ainda critica

    quem fala menas. Ouvir a si mesmo uma das coisas mais difceis de

    fazer. E como ajudar o aluno a fazer isso?

    O primeiro passo , sem dvida, abolir o certo e o errado. Enquanto o

    professor for detentor da caneta vermelha, o aluno vai tremer diante dele

    e nada do que ele disser vai entrar na cabea dessa pessoa preocupada

    em acertar uma coisa que no entende, tem vergonha de dizer que noentende, ento no pergunta, faz que entendeu, erra na prova e o

    resultado ela se achar cada vez mais burra e desistir de estudar. Ufa...

    Puxa, ningum estuda mais psicologia da educao? Isso bsico!

    E ento, leitor, o que mais honesto com esse aluno que chega no EJA

    30 mil pessoas emfrente ao Congresso

    Blog da CidadaniaPor gentileza, vo sesodomizar

    Metal Cadente

    Joaquim Fernandes

    Neto

    O DEVENIR E A LEI DARENNCIA

    GonzumFria, fria, contra amorte da luz

    A Moeda

    Conversa Afiada

    A R Q U I V O D O B L O G

    2011 (51) Maio (7)

    Para 57% dos franceses odiretor do FMI foivtima...

    "Por uma vida melhor":por que abolir osconceitos...

    O MEC, os Linguistas e aLngua Portuguesa.

    Hoje, a partir de 19h,noite de abertura do#RioBl...

    Algum tramou o directordo FMI? - Mundo -PUBLICO...

    Nem todos os moradoresde Higienpolis sesentem r...

    Pedro Tobias a nova facedo PSDB

    Abril (10)

    Maro (3)

    Fevereiro (27)

    Janeiro (4)

    2010 (265)

    Q U E M S O M O S

    dalva teodorescu

    mulheres de fibra

    18/05/2011 Mulheres de Fibra: "Por uma vida melh

    blogspot.com//por-uma-vida-melh 3/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    16/51

    com a autoestima l em baixo? Comear falando a lngua dele e depois

    traz-lo para a norma padro ou comear de cara a humilh-lo com uma

    lngua que ele no entende?

    muito srio quando pessoas leigas comeam a emitir, levianamente,

    juzos de valor sobre assuntos que no dominam. Alguns jornalistas,

    blogueiros e opineiros de planto, por exemplo, sem conhecimento dos

    conceitos e tcnicas de ensino em lingstica, sem a menor noo do que

    est acontecendo nas salas de aula desse pas, comeam a querer dizer

    para os professores o que eles tm de fazer, como eles tm de ensinar!Isto sim, nivelar por baixo! detonar, mais ainda, a autoridade do

    professor, j to desprezada no pas. Ah, e ainda fazem isso sem

    perceber que freqentemente cometem erros crassos; eu estou cansada

    de l-los em blogs, jornais e revistas, e ouvi-los na televiso. No que

    precisem, ou usamos com eles os mesmos critrios que defendem?

    E ento, qual mesmo o tipo de educao que o Brasil precisa?

    * Daniela Jakubaszko bacharel em lingstica e portugus pela FFLCH-

    USP, mestre e doutora pela ECA-USP. Desistiu de ser professora depois dedar aula por 15 anos e virou redatora porque no agentava mais ouvir:

    "voc trabalha alm de dar aulas?"

    ** Ah, eu tenho uma dvida: at quando eu posso usar otrema? At 2012?

    Postado por mulheres de fibra s 15:53

    0 comentrios:

    Postar um comentri o

    No publicamos comentrios de annimos. Registre seu nome no"escolher perfil" e no texto da sua mensagem. No publicamos ofensaspessoais e palavras de baixo calo. Aguarde moderao da suamensagem.

    18/05/2011 Mulheres de Fibra: "Por uma vida melh

    blogspot.com//por-uma-vida-melh 4/5

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    17/51

    mdia, economia e cultu ra por Glauco Cortezmdia, economia e cultu ra por Glauco Cortez

    Outra proposta para o ensino degramtica

    Alngua um fenmeno curioso. Nela, existe algum mistrio que est alm do simples certo ou errado, alguma fora maior que a

    faz viver em movimento constante, de forma mltipla e particular. Ao falar sobre questes lingusticas deveria se ter mais

    cuidado, um mnimo de conhecimento e, principalmente, uma postura no daquele que julga, mas daquele que antes busca

    conhecer.

    A distribuio do livro Por uma vida melhor, da professora Helosa Ramos, com supostos erros gramaticais pelo Programa

    Nacional do Livro Didtico, do Ministrio da Educao, tem feito muito barulho e dentro de todo esse barulho muita coisaequivocada foi dita. O livro busca dar maior importncia linguagem oral, contemplando-a juntamente com a linguagem escrita

    e sua norma culta, neste sentido, leva em considerao que frases como ns pega o peixe poderiam ser consideradas corretas

    em certos contextos.

    Os defensores da gramtica e da norma erudita condenaram o livro e a sua linha de proposta

    pedaggica dizendo que isso um desrespeito lngua portuguesa, que agora se ensina erradonas prprias escolas, que se est jogando a toalha e a educao no vale mais nada. Enfim, eles

    temem pela lngua.

    A questo ser que h mesmo algo a temer pela lngua? Ser que ela precisa mesmo de

    tantos jornalistas, gramticos e escritores atacando as formas da linguagem oral porque esta

    pode destruir a norma culta e a sim seremos um pas de pessoas analfabetas que no sabem

    escrever e falar corretamente? H um medo absurdo em toda essa crtica que chega ao

    desespero tpico dos que matam uma nova forma, para no mexer no esquema das antigas.

    Em primeiro lugar, deve ser dito que muitos dos jornalistas que esto criticando o livro

    didtico e sua proposta ao falarem e redigirem seus textos cometem muitos dos erros que

    eles tanto condenam, sem dizer que, a maioria no tem conhecimento mnimo de lingustica

    para sair falando e revestem seu discurso de tanto preconceito que no h espao para

    qualquer tipo de reflexo.

    Em segundo lugar, deve se lembrar de que os gramticos tm muita dificuldade em lidar com

    as formas novas da lngua, afinal, elas exigem mudanas nos sagrados manuais, assim, elesabraam a causa de uma lngua que supostamente deve ser defendida a todo custo, inclusive da prpria lngua. Pois faz parte do

    movimento da lngua introduzir formas novas como os livro.

    Alm disso, ao dizer os livro, por exemplo, no h um problema comunicacional, possvel entender o que se diz, a construono est de todo equivocada, o problema que existe a de outra ordem e obviamente deve ser estudado, no entanto,

    importante sim que as gramticas e os livros didticos contemplem essas novas formas explicando por que uma lngua permiteque surjam construes como essa e dizendo, obviamente, qual a norma culta, a forma consagradamente correta de dizer.

    Sem dvida, a gramtica que for dinmica como a prpria lngua, ser uma gramtica muito mais completa e eficiente, afinal,

    quando simplesmente se aponta uma forma como errada, perde-se muito mais do que quando se procura entender quais

    mecanismos mentais e sociais propiciaram que aquela forma existisse. Por isso, pode-se dizer que esse livro didtico ao invs de

    pisotear a norma culta est colocando-a no mais alto patamar, pois no se aprende uma lngua sem abrir-se para a sua totalidade.

    Se fssemos levar em considerao todas essas crticas que tm sido feitas, um escritor como Guimares Rosa poderia ser

    apedrejado em praa pblica por inventar palavras e frases que desmerecem a sagrada norma culta. No entanto, muitos dos

    ornalistas, escritores e membros da Academia que esto agora condenando o livro didtico da professora Helosa Ramos, rendem

    ao escritor vastas homenagens. E o incrvel que com os escritos de Guimares a lngua no parece ter se perdido, muito pelo

    contrrio.

    Abaixo, alguns trechos de notcias e comentrios que saram na imprensa sobre o assunto:

    MEC lava as mos no caso dos livros com erros

    18/05/2011 LIVRO APROVADO PELO MEC ALVO

    glaucocortez.com//livro-aprovado-p 1/3

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    18/51

    Mande aos amigos:3

    BLOGUEIROS ESTO SE ORGANIZANDO POR TODO PAS EM TORNO DE PROPOSTAS COMO A REGULAO DA

    MDIA E A BANDA LARGA PBLICA

    PEDIDO DE IMPEACHMENT DE GILMAR MENDES, MINISTRO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, J EST NO SENADO

    Do Globo

    Por Cssio Bruno

    Escritores e educadores criticaram ontem a deciso de distribuir o livro, tomada pelos responsveis pelo Programa Nacional do Livro Didtico. Para Mrian

    Paura, professora do Programa de Ps-graduao em Educao da Uerj, as obras distribudas pelo MEC deveriam conter a norma culta:

    - No tem que se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular, no erudita, como se fosse um dialeto.

    Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito.

    Na obra Por uma vida melhor, da coleo Viver, aprender, a autora afirma num trecho: Posso falar os livro? Claro que pode, mas dependendo da

    situao, a pessoa pode ser vtima de preconceito lingustico. Em outro, cita como vlidas as frases: ns pega o peixe e os menino pega o peixe.

    Autor de dezenas de livros infantis e sobre Machado de Assis, o escritor Luiz Antnio Aguiar tambm contra a novidade:

    - Est valendo tudo. Mais uma vez, no lugar de ensinar, vo rebaixar tudo ignorncia. Esto jogando a toalha. Isso demonstra falta de competncia para

    ensinar. (Texto completo)

    Livro adotado pelo MEC defende erro

    Da redao O Estado de S.Paulo

    Ns pega o peixe ou os menino pega o peixe. Para os autores do livro de lngua portuguesa Por uma Vida Melhor, da Coleo Viver, Aprender, adotado

    pelo Ministrio da Educao (MEC), o uso da lngua popular ainda que com seus erros gramaticais vlido.

    A obra tambm lembra que, caso deixem a norma culta, os alunos podem sofrer preconceito lingustico.

    Diz um trecho do livro, publicado pela Editora Global: Voc pode estar se perguntando: Mas eu posso falar os livro? Claro que pode. Mas fique atento,

    porque, dependendo da situao, voc corre o risco de ser vtima de preconceito lingustico. Muita gente diz o que se deve e o que no se deve falar e

    escrever, tomando as regras estabelecidas para a norma culta como padro de correo de todas as formas lingusticas. (Texto completo)

    Os livro mais interessante esto emprestado

    Coluna do Augusto Nunes

    A meno a leituras informa que a frase reproduzida no ttulo do post no foi pinada de alguma discurseira de Lula. Mas os autores do livro didtico Por uma

    vida melhor, chancelado pelo MEC, decerto se inspiraram na oratria indigente do Exterminador do Plural para a escolha de exemplos que ajudem a ensinar

    aos alunos do curso fundamental que o s no fim das palavras to dispensvel quanto um apndice supurado. O certo falar errado, sustenta o papelrio

    inverossmil.

    A lio que convida ao extermnio da sinuosa consoante um dos muitos momentos cafajestes dessa abjeta louvao da norma popular da lngua

    portuguesa. No preciso aplicar a norma culta a concordncias, aprendem os estudantes, porque o fato de haver a palavra os (plural) j indica que se

    trata de mais de um livro. Assim, continuam os exemplos, merece nota 10 quem achar que ns pega o peixe. E s podem espantar-se com um medonho

    Os menino pega o peixe os elitistas incorrigveis.

    Muita gente diz o que se deve e o que no se deve falar e escrever tomando as regras estabelecidas para norma culta como padro de correo de todas

    as formas lingusticas, lamenta um trecho da obra. Por isso, o estudante que fala errado com bastante fluncia corre o risco de ser vtima de preconceito

    lingustico. A isso foram reduzidos pelo Brasil de Lula e Dilma os professores que efetivamente educam: no passam de preconceituosos lingusticos. (Textocompleto)

    Leia mais em Educao Poltica:

    PROJETO DE LEI NO RS REVELA OBSESSO POR UMA LNGUA PURA

    ESCOLA PBLICA RESERVA UM TEMPO PARA O APRENDIZADO DA CULTURA POPULAR BRASILEIRA POR MEIO

    DA TRADIO ORAL

    AS PALAVRAS E SEUS SIGNIFICADOS DIZEM ADEUS AO PAPEL E MIGRAM PARA AS TELAS DIGITAIS

    VEJA AS PALAVRAS E EXPRESSES MAIS USADAS COM HFEN, DE ACORDO COM A NOVA ORTOGRAFIA

    AGNCIA EP, NOTCIA Brasil, CULTURA, EDUCAO, escrita, gramtica, Jornalismo, lngua, norma popular, normal culta, NOTCIA, oralidade

    18/05/2011 LIVRO APROVADO PELO MEC ALVO

    glaucocortez.com//livro-aprovado-p 2/3

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    19/51

    Aguardamos voc com caf e torradas aqui e com maiores intimidades direita. ==>>

    Sergio Leo

    Arte, cultura, jornalismo, para quem tem mais a fazer com o prprio tempo

    Skip to Content

    Home

    Sobre

    Mentiras do Rio

    Lobato entra de sola na nova polmica com o MEC

    May 18th, 2011

    bysleo.

    Est divertido ver a patrulha do gramaticalmente correto ( qual perteno, alis, embora no

    entre na histeria atual) contra um livro distribudo pelo MEC para educao de jovens e adultos. Dizem at que o livro quer impor a fala das ruas eavacalhar a norma culta, quando ele faz o contrrio, tentando dar o conhecimento da norma culta a quem conhece pouco mais que o linguajar popular,

    como se v no captulo polmico, AQUI.

    (Se voc estava preso em uma mina no Chile, s agora foi salvo e no est entendendo do que falamos aqui no Stio, o tema desse post o que bem

    esclarece esse blogue AQUI).

    18/05/2011 Lobato entra de sola na nova polmica

    opsblog.org//lobato-entra-de-sola- 1/6

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    20/51

    Divertida a polmnica porque pouco tempo atrs metiam o pau no MEC acusando o governo de querer censurar Monteiro Lobato porque um

    conselho pediu cuidado com os trechos racistas do escritor, ao distribuir seus livros nas escolas. Agora querem censurar o livro Por uma vida melhor

    do MEC, que tem uns trechos que me fizeram lembrar Lobato, embora menos agressivo em suas propostas do que os escritos do velho escritor

    paulista.

    Esclareo que no perteno turma que acha a defesa da norma culta um preconceito lingustico; j falei disso aqui no Stio. Autores como Marcos

    Bagno (popularssimos hoje em dia nas escolas de letras) apontam questes relevantes, como a necessidade de reconhecer o valor da fala popular, mas

    misturam isso num caldeiro ideolgico para acusar a norma culta de ser apenas um instrumento de dominao, seleo e controle de classe. Para mim

    evidente que no isso, mas seria assunto para outro post. (Nada contra a ideologia tambm, , apenas contra certos usos dela).

    Os trechos a seguir esto no livroPrefcios e Entrevistas, ltimo tomo das obras completas do autor, editora Brasiliense, de 1949. Falei dele aqui noStio, antes .Vamos ao Lobato, pois, to defendido pelos articulistas que hoje acham coisa de maluco da Al Qaeda dizer que no errado dizer

    pescar os peixe:

    Essa lngua descende da que os portugueses introduziram e que alijou a lngua geral ento existente nesses territrios: o tupu-guarani. Ficou a lngua

    portuguesa sendo a lngua geral do Brasil e at hoje o . E por que o ? Porque aprendemos o portugus de duas maneiras, de ouvido e de leitura. Se

    o aprendessemos s de ouvido, como acontece com o jeca, a nossa lngua geral estaria hoje to distanciada da lngua portuguesa que um portugus

    no a entenderia. O que conserva as lnguas e impede que caminhem com velocidade excessiva pela tentadora estrada da evoluo a escrita.

    Mas como o jeca nunca soube ler nem escrever, a evoluo da lngua portuguesa em sua boca se fez a galope

    Por que nossos fillogos no extraem a gramtica dessa lngua do jeca? Que interessante seria! Quanta mutao vocabular, quanta variao de

    sintaxe, da prosodia, de tudo! Troca do b pelo v: cumbrsa, brso, cuvrta o lh substitudo pelo i: abia, pia, mia (malha) O ou

    reduzido a : fum, bot, junt Quantos aspectos!

    Devamos fazer a gramtica da interessantssima lngua do jeca como os franceses fizeram a gramtica da lngua de oc; e devamos enviar essa

    gramtica s escolas, lado a lado com a gramtica portuguesa Que vantagem haveria nisso? Oh, grande _ podermos falar com os 15 milhes de

    jecas que h no territrio brasileiro.

    A evoluo da lngua curiosssima e inteligentssima, como todas as evolues no atrapalhadas pelos breques dos artificialismos. A forma escrita das

    lnguas um artificalismo tremendamente embaraador da evoluo natural das lnguas. To emperrado que, no ingls, a

    lngua falada est pra c e a escrita est pra l. Mr Churchill escreve enough e diz inf. O jeca teve a felicidade de no saber ler nem escrever, de

    no se preocupar com a Academia de Letras, de usar dos jornais unicamente o papel _ e graas a isso evoluiu a lngua portuguesa s de ouvido esempre de acordo com as injunes da lei do menor esforo e da lei da melhor compreenso. E como suprimiu besteiras inteis! Os verbos, por

    exemplo. Ns, por causa da tirania da escrita, ainda estamos com tantas variaes quanto o latim. Di8zemos: Eu tenho, Tu tens, Ele tem, Ns temos,

    Vs tendes, Eles tm. H um grave defeito aqui. Se opronome j indica a pessoa do verbo, por que indic-la de novo com a variao do verbo?

    Redundncia, bobagem perda de esforo. O jeca, porque vive na maior das penpurias, diz: Eu tenho, vanc tem, ele tem, ns tem, Vnces tem, eles

    tem. O ingls diz: I have, You have, He has, We have, You have, they have e tanto o jeca como o ingls exprimem perfeitamente a pessoa que tem,

    18/05/2011 Lobato entra de sola na nova polmica

    opsblog.org//lobato-entra-de-sola- 2/6

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    21/51

    sem estarem latinescamente variabndo o pobre verbo.

    O jeca forma os seus plurais com a mesma inteligncia e economia do ingls; diz, por exemplo, as casa, os home, as

    mu, em vez de dizer redudantemente como o portugus, as casas, os homens, as mulheres. O ingls diz the men, the women, the houses

    a mesma coisa que o jeca, s que invertido. Se pondo apenas o artigo no plural a frase fica perfeitamente clara, para que botar no plural tambm o

    substantivo? pensa com muita razo o jeca e o ingls faz o mesmo raciocnio quando pluraliza o substantivo e no mexe no artigo.

    Mais adiante, no livro, que tem rpefcios a granel, muitos para livros obscuros dos amigos do escritor, como o caso do Nho Bento que motivou essa

    pea de lingustica amadora de Lobato:

    o mesmo direito que tiveram os portugueses de corromper o latim e transform-lo em lnguaportuguesa temos ns, letrados, de

    corromper a lngua portuguesa e transform-la na lngua brasileira; e tem o iletrado jeca de evolu-la em outro rumo. maiscientificamenter, podemos dizer que a lngua portuguesa bno Brasil est sofrendo duas variaes: uma lenta, de gente que sabe ler e

    escrever e outra rpida, de gente da roa segregada do urbanismo , do livro, do jornal e do rdio o abenoadop jeca que tem a sorte de

    no ler os jornais do governo nem da oposio e de no ouvir a Hora do Brasil.

    Quem condena como coisa errada o modo de falar ou a lngua do jeca revela-se curto de miolo. Os modos de avriao duma lngua so

    fenmenos naturais, en no h erro nos fenmenos naturais. Erro coisa humana. Temos de estudar essas variaes em vez de tolamente

    conden-las, pois conden-las equivale, por exemplo, a condenar os anis de Saturno em nome dos planetas que no tem anis.

    Tem mais. Sei no, acho que, contra toda censura, deveriam distribuir esse texto do Lobato nas escolas.

    18/05/2011 Lobato entra de sola na nova polmica

    opsblog.org//lobato-entra-de-sola- 3/6

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    22/51

    Share and Enjoy:

    Posted in: Uncategorized.

    A encomenda de Chvez que era do assessor do assessor

    0 Comentrio on Lobato entra de sola na nova polmica com o MEC

    Deixe um comentrio

    Csar Schirmer dos Santos Nome (required)

    [email protected] Email (required) (will not be published)

    Website (optional)

    Enviar

    Assine o nosso Feed via RSS

    Armazm do Stio _posts antigos

    Select Month

    Mentiras do Rio

    18/05/2011 Lobato entra de sola na nova polmica

    opsblog.org//lobato-entra-de-sola- 4/6

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    23/51

    EsclarecimentossobreolivroPorumavidamelhor,paraEducaodeJovenseAdultosUma frase retirada de seu contexto na obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidadepedaggica da Ao Educativa, vem gerando intensa repercusso na mdia. Diante da

    enormequantidadede informaes incorretasou imprecisasque foramdivulgadas, aAo

    Educativa se coloca disposio dos rgos de imprensa para promover um debatemais

    qualificado,eesclarece:

    1. Escreverdiferentedefalar.Comooprprionomedocaptuloindica,osautoressepropem,emumtrechoespecficodolivro,aapresentaraoestudantedamodalidade

    deEducaodeJovenseAdultos(EJA)asdiferenasentreanormacultaeasvariantes

    queeleaprendeuatchegarescola,ouseja,variantespopularesdoidioma.

    2. Os autores no se furtam, com isso, a ensinar a norma culta. Pelo contrrio, alinguagem formal ensinada em todo o livro, inclusive no trecho em questo.No

    captulomencionado,osautoresapresentamtrechosinadequadosnormacultapara

    que o estudante os reescreva e os adeque ao padro formal, de posse das regras

    aprendidas.Por isso, levianaaafirmaodequeo livrodesprezaanormaculta.

    Aindamaisincorretaaafirmaodequeolivrocontmerrosgramaticais.

    3. Para que possa aprender a utilizar a norma culta nas mais diversas situaes, oestudanteprecisa ter conscinciadamaneira como fala.Apartirdeento,poderescolher amelhor forma de se expressar. Saber, assim, que no dilogo com uma

    autoridadeouemumconcursopblico,porexemplo,deveusaravariantecultada

    lngua.Masnoquerdizerquedevaabandonlaaofalarcomosamigos,ououtras

    situaesinformais.

    4. importantefrisarqueolivrodestinadoEJAEducaodeJovenseAdultos.Aofalar sobre o tema, muitos veculos omitiram este detalhe e a mdia televisiva

    chegouailustrarVTscomsalasdecrianas. Nessamodalidade,necessriolevarem

    consideraoabagagemculturaldoadulto,construdaporsuasvivnciasebiografias

    educativas.

    5. OlivroPorumavidamelhorfazpartedoProgramaNacionaldoLivroDidtico.Pormeio

    dele,

    o

    MEC

    promove

    a

    avaliao

    de

    dezenas

    de

    obras

    apresentadas

    por

    editoras,submeteasavaliaodeespecialistasedepoisofereceasaprovadaspara

    quesecretariasdeeducaoeprofessoresfaamsuasescolhas.Olivroproduzidopela

    Ao Educativa foi submetido a todas essas regras eescolhido,pois se adequa aos

    parmetroscurricularesdoMinistrioeaosmaisavanadosparmetrosdaeducao

    lingustica.

    6. AAoEducativatemlargaexperincianotema,eacoleoViver,Aprenderumdosdestaques da rea. Seus livrosj foram utilizados como apoio escolarizao de

    milhesdejovenseadultos,antesdeseradotadopeloMEC,emvriosestados.

    Conheaolivro!Leiaocaptulonantegra,empdf,aqui.

    http://www.acaoeducativa.org.br/downloads/ESCLARECIMENTOS_AE.pdf2011-04-18

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    24/51

    LeiatambmartigodeVeraMasago,coordenadorageraldaAoEducativa,sobreocaso

    (pgina3).

    Contexto:outrostrechos,domesmocaptulo,nomencionadosnacoberturadaimprensaAlnguaescritanoosimplesregistrodafala.FalardiferentedeescreverComoalinguagempossibilitaacessoamuitassituaessociais,aescoladevesepreocuparemapresentaranormacultaaosestudantesAnormacultaexistetantonalinguagemescritacomonalinguagemoral,ouseja,quandoescrevemosumbilheteaumamigo,podemosserinformais,porm,quandoescrevemosumrequerimento,porexemplo,devemosserformais,utilizandoanormacultaAlgosemelhanteocorrequandofalamos:conversarcomumaautoridadeexigeumafalaformal,enquantonaturalconversarmoscomaspessoasdenossafamliademaneiraespontnea,informal.Assim,osaspectosquevamosestudarsobreanormacultapodemserpostosemprticatantooralmentecomoporescrito

    Fontes:Paraobteroscontatosdosespecialistaslistadosabaixo,falecomnossaAssessoriadeImprensa:(11)31512333ramal160(Ana)ou170(Fernanda)

    VeraMasagoDoutoraemeducao,CoordenadoraGeraldaAoEducativaHelosaCerriRamosumadasautorasdolivroAlgumasfontesconceituadasnocampolingusticopodemserconsultadassobreotema:

    MarcosBagnoDoutoremLingusticapelaUSPeprofessordaUnB

    MagdaBeckerSoaresProfessoraemritadaUFMG,especialistaemalfabetizaoeletramento

    SrioPossentiProfessorassociadonoDepartamentodeLingusticadoInstitutodeEstudosda

    Linguagem(IELUnicamp)

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    25/51

    MarcoAntniodeOliveiraDoutoremLingusticapelaUniversidadedaPennsylvania,professordaPUCMG

    EgonRangeldeOliveiraProfessordoDepartamentodeLingusticadaFaculdadedeComunicaoeFilosofiada

    PUCSP

    RodolfoIlariProfessordesemnticadaUnicamp

    MiltondoNascimentoDoutoremLingusticapelaUniversidadedeParisVIII,St.Deniseprofessorde

    LingusticadaPUCMG MariaCecliaMollica

    ProfessoratitulardeLingusticadaUFRJ AtalibadeCastilho

    ProfessortitulardaUniversidadedeSoPaulo(USP) MariaJosNbrega

    Consultora

    especialista

    em

    ensino

    de

    lngua

    portuguesa

    ABRALINAssociaoBrasileiradeLingustica

    ARTIGOLivroparaadultosnoensinaerros

    UmafraseretiradadaobraPorumavidamelhor,cujaresponsabilidadepedaggicadaAoEducativa,vemgerandoenormerepercussonamdia.AobradestinadaEducaode

    JovenseAdultos,modalidadeque,pelaprimeiraveznesteano,teveaoportunidadede

    receberlivrosdoProgramaNacionaldoLivroDidtico.Pormeiodele,oMinistrioda

    Educaopromoveaavaliaodedezenasdeobrasapresentadasporeditoras,submeteas

    avaliaodeespecialistasedepoisofereceasaprovadasparaquesecretariasdeeducaoe

    professoresfaamsuasescolhas.

    O

    trecho

    que

    gerou

    tantas

    polmicas

    faz

    parte

    do

    captulo

    Escrever

    diferente

    de

    falar.

    No

    tpicodenominadoconcordnciaentrepalavras,osautoresdiscutemaexistnciade

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    26/51

    variedadesdoportugusfaladoqueadmitemquesubstantivoeadjetivonosejam

    flexionadosparaconcordarcomumartigonoplural.Namesmapgina,osautorescompletam

    aexplanao:nanormaculta,overboconcorda,aomesmotempo,emnmero(singularplural)

    e

    em

    pessoa

    (1

    2

    3)

    com

    o

    ser

    envolvido

    na

    ao

    que

    ele

    indica.

    Afirmam

    tambm:anormacultaexistetantonalinguagemescritacomonaoral,ouseja,quando

    escrevemosumbilheteaumamigo,podemosserinformais,porm,quandoescrevemosum

    requerimento,porexemplo,devemosserformais,utilizandoanormaculta.

    Podeseconstatar,portanto,queosautoresnoestosefurtandoaensinaranormaculta,

    apenasindicamqueexistemoutrasvariedadesdiferentesdessa. Aabordagemadequada,

    poisdiversosespecialistasemensinodelngua,assimcomoasorientaesoficiaisparaarea,

    afirmamquetomarconscinciadavariantelingusticaqueseusaeentendercomoa

    sociedadevalorizadesigualmenteasdiferentesvariantespodeajudarnaapropriaoda

    norma

    culta.

    Uma

    escola

    democrtica

    deve

    ensinar

    as

    regras

    gramaticais

    a

    todos

    os

    alunos

    semmenosprezaraculturaemqueestoinseridosesemdestituiralnguaquefalamdesua

    gramtica,aindaqueestanoestejacodificadaporescritonemsejasocialmenteprestigiada.

    Defendemosaabordagemdaobraporconsiderarquecabeescolaensinarregras,massua

    funomaisnobredisseminarconhecimentoscientficosesensocrtico,paraqueaspessoas

    possamsaberporqueequandouslas.

    Odebatepblicofundamentalparapromoveraqualidadeeequidadenaeducao.

    preciso,entretanto,tomarcuidadocomadivulgaodematriascomintuitospolticospouco

    educativoseafirmaesdesrespeitosasemrelaoaoseducadores.AAoEducativaest

    disposta

    a

    promover

    um

    debate

    qualificado

    que

    possa

    efetivamente

    resultar

    em

    democratizaodaeducaoedacultura. Valelembrarquepolmicascomoessaocupama

    imprensadesdequeoModernismobrasileiroem1922incorporoualinguagempopular

    literatura.Felizmente,desdeento,opasmudoubastante.Muitaspessoastemconscincia

    dequenosedevediscriminarningumpelaformacomofalaoupelolugardeondeveio.Tais

    mudanassopossveis,semdvida,porquecadavezmaisbrasileirospodemirescolatanto

    paraaprenderregrascomoparardesenvolverosensocrtico.

    VeraMasagoRibeirodoutoraemEducaoecoordenadorageraldaAoEducativa

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    27/51

    pesquisar... ok

    quarta, 18 de maio de 2011

    Incio

    Quem somos

    Programas

    Notcias

    Pesquisas

    Biblioteca

    Boletins

    Legislao

    Imprensa

    Agenda

    Videoteca Virtual

    Ponto de CulturaPeriferia no Centro

    Editais abertos

    Contato

    Espaol

    English

    Busca

    Nota Pblica: Livro para adultos no ensina e rros

    Posicionamento institucional da Ao Educativa sobre a polmica envolvendo livro distribudo peloMEC.

    Uma frase retirada da obra Por uma vida melhor, cuja responsabilidade pedaggica da AoEducativa, vem gerando enorme repercusso na mdia. A obra destinada Educao de Jovense Adultos, modalidade que, pela primeira vez neste ano, teve a oportunidade de receber livros do

    Programa Nacional do Livro Didtico. Por meio dele, o Ministrio da Educao promove a avaliaode dezenas de obras apresentadas por editoras, submete-as avaliao de especialistas edepois oferece as aprovadas para que secretarias de educao e professores faam suasescolhas.

    O trecho que gerou tantas polmicas faz parte do captulo Escrever diferente de falar. Notpico denominado concordncia entre palavras, os autores discutem a existncia devariedades do portugus falado que admitem que substantivo e adjetivo no sejam flexionadospara concordar com um artigo no plural. Na mesma pgina, os autores completam a explanao:na norma culta, o verbo concorda, ao mesmo tempo, em nmero (singular plural) e em pessoa(1 2 3) com o ser envolvido na ao que ele indica. Afirmam tambm: a norma culta existetanto na linguagem escrita como na oral, ou seja, quando escrevemos um bilhete a um amigo,podemos ser informais, porm, quando escrevemos um requerimento, por exemplo, devemos serformais, utilizando a norma culta.

    Pode-se constatar, portanto, que os autores no esto se fur tando a ensinar a norma culta,apenas indicam que existem outras var iedades diferentes dessa. A abordagem adequada, poisdiversos especialistas em ensino de lngua, ass im como as orientaes oficiais para a rea,afirmam que tomar conscincia da variante lingustica que se usa e entender como a sociedadevaloriza desigualmente as diferentes variantes pode ajudar na apropriao da norma culta. Umaescola democrtica deve ensinar as regras gramaticais a todos os alunos sem menosprezar acultura em que esto inseridos e sem destituir a lngua que falam de sua gramtica, ainda que estano esteja codificada por escrito nem seja socialmente prestigiada. Defendemos a abordagem daobra por considerar que cabe escola ensinar regras , mas sua funo mais nobre disseminarconhecimentos cientficos e senso c rtico, para que as pessoas possam saber por que e quandous-las.

    O debate pblico fundamental para promover a qualidade e equidade na educao. preciso,entretanto, tomar cuidado com a divulgao de matrias com intuitos polticos pouco educativos e

    afirmaes desrespeitosas em relao aos educadores. A Ao Educativa est disposta apromover um debate qualificado que possa efetivamente resultar em democratizao daeducao e da cultura. Vale lembrar que polmicas como essa ocupam a imprensa desde que oModernismo brasileiro em 1922 incorporou a linguagem popular literatura. Felizmente, desdeento, o pas mudou bastante. Muitas pessoas tem conscincia de que no se deve discriminarningum pela forma como fala ou pelo lugar de onde veio. Tais mudanas so possveis, semdvida, porque cada vez mais brasileiros podem ir escola tanto para aprender regras como paradesenvolver o senso crtico.

    Acesse o captulo do livro na ntegra

    Imprensa: Acesse aqui um kit de informaes sobre o caso.

    Ao na Justia

    Educao de Jovens e

    Adultos

    Juventude

    Ao na escola

    Divers idade, raa eparticipao

    Observatrio daEducao

    Espao de Cultura

    18/05/2011 Ao Educativa - Nota Pblica: Livro p

    acaoeducativa.org.br/portal/index.php 1/1

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    28/51

    Captulo 1 Escrever diferente de falar 11

    Captulo 1

    Escrever diferente de falar

    Preciso entregar esse texto e queria que voc

    lesse antes, para ver se est bom.

    A frase acima traduz uma situao bastante

    comum. Mesmo algum experiente na leiturae na escrita sente necessidade da avaliao de

    outra pessoa sobre o que escreve. Escritoresconsagrados, do passado e da atualidade, tam-

    bm mantiveram, e mantm, o hbito de trocarcorrespondncias sobre sua obra.

    H momentos em que surgem dvidas sobre

    a graa das palavras (se tm acento, se levam ums ou dois...), sobre a pontuao, o emprego de

    maisculas etc. s vezes, somos dominados poruma insegurana que nos impede at mesmo

    de saber ao certo qual nossa dvida. Sentimosque falta algo no texto, mas no sabemos o que

    . Isso natural, pois se trata de uma diculda-de enfrentada por todos que esto aprendendoo

    funcionamentoda lngua escrita. medida queampliamos nosso conhecimento sobre ela, essas

    sensaes vo sendo superadas.

    A lngua escrita no o simples registro da

    fala. Falar diferente de escrever. A fala es-pontnea, por exemplo, menos planejada,apresenta interrupes que no so retomadas.

    Alm disso, conta com outros recursos, como osgestos, o olhar, a entonao. J a escrita possui

    muitas convenes. Ela precisa ser mais cont-nua, sem os cortes repentinos da fala, e mais

    exata, porque geralmente no estamos perto do

    leitor para lhe explicar o que queremos dizer.

    Voc, que falante nativo de portugus,

    aprendeu sua lngua materna espontaneamen-te, ouvindo os adultos falarem ao seu redor. O

    aprendizado da lngua escrita, porm, no foiassim, pois exige um aprendizado ormal. Ele

    ocorre intencionalmente: algum se dispe aensinar e algum se dispe a aprender. Geral-

    mente h local, momento e material prpriospara isso. Obviamente, em algumas ocasies,

    possvel improvisar: um irmo mais velho pode

    ensinar o que j aprendeu na escola para o ir-mo mais novo, por exemplo. De qualquer for-

    ma, dicilmente aprendemos a ler e a escreverpor acaso, sem ter a inteno disso.

    Outro ponto importante: da mesma formaque uma criana aprende a falar observando os

    outros falarem, o aprendizado da lngua escritarequer acesso a textos escritos, ou seja, apren-

    demos a ler lendo e a escrever escrevendo.A lei-tura e a escrita necessitam de prtica. Por isso,

    mesmo que uma ou outra atividade de escrita

    lhe oferea diculdade, voc deve se empenhar

    ao mximo para realiz-la. Procure reler e revi-sar o que foi escrito, e, quando necessrio, pas-se o texto a limpo. No comeo, voc pode achar

    difcil, mas os resultados compensaro.Neste captulo, vamos exercitaralgumas ca-

    ractersticas da linguagem escrita. Alm disso,vamos estudar uma variedade da lngua portu-

    guesa: a norma culta. Para entendero que ela

    V6_un1_CS4.indd 11 1/27/11 1:10 PM

    Ao Educativa - Por uma vida melhor - MEC, 2011

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    29/51

    Unidade 1 Lngua Portuguesa12

    e a sua importncia, preciso antes conhecer

    alguns conceitos.Em primeiro lugar, no h um nico jeito de

    falar e escrever. A lngua portuguesa apresenta

    muitas variantes, ou seja, pode se manifestarde diferentes formas. H variantes regionais,prprias de cada regio do pas. Elas so per-

    ceptveis na pronncia, no vocabulrio (fala-se

    pernilongo no Sul e murioca no Nordeste,por exemplo) e na construo de frases.

    Essas variantes tambm podem ser de ori-gem social. As classes sociais menos escolari-

    zadas usam uma variante da lngua diferenteda usada pelas classes sociais que tm mais es-

    colarizao. Por uma questo de prestgio vale lembrar que a lngua um instrumento de

    poder , essa segunda variante chamada de variedade culta ou norma culta, enquanto aprimeira denominadavariedade popular ounorma popular.

    Contudo, importante saber o seguinte: as

    duas variantes so ecientes como meios decomunicao. A classe dominante utiliza a nor-

    ma culta principalmente por ter maior acesso

    escolaridade e por seu uso ser um sinal deprestgio. Nesse sentido, comum que se atri-

    bua um preconceito social em relao varian-te popular, usada pela maioria dos brasileiros.

    Esse preconceito no de razo lingustica,

    mas social. Por isso, um falante deve dominaras diversas variantes porque cada uma tem seu

    lugar nacomunicao cotidiana.

    Como a linguagem possibilita acesso a mui-tas situaes sociais, a escola deve se preocuparem apresentar a norma culta aos estudantes,

    para que eles tenham mais uma variedade

    sua disposio, a m de empreg-la quando fornecessrio.

    H ainda mais um detalhe que vale a penalembrar. A norma culta existe tanto na lingua-

    gem escrita como na linguagem oral, ou seja,quando escrevemos um bilhete a um amigo,

    podemos ser informais, porm, quando es-crevemos um requerimento, por exemplo,

    devemos ser formais, utilizando a norma cul-

    ta. Algo semelhante ocorre quando falamos:conversar com uma autoridade exige uma fala

    formal, enquanto natural conversarmos comas pessoas de nossa famlia de maneira espon-

    tnea, informal. Assim, os aspectos que vamosestudar sobre a norma culta podem ser postos

    em prtica tanto oralmente como por escrito.

    Neste captulo, vamos ler dois textos. Eles per-mitiro aprofundar questes relativas escrita

    e maneira formal de as pessoas se expressa-rem em portugus.

    Convite leitura

    O primeiro texto um pargrafo produzido por um aluno.

    A violncia em nosso pais esta a cada dia que passa se acentuando mais, isto devido a diversos atores

    podemos citar o ator economico a ganancia do homem pelo dinheiro, o desemprego dos pais, a alta de

    moradias, alimentao e educao impedem o de criar seus flhos dignamente dai a grande violencia

    da sociedade o menor abandonado, que sozinho sem ter uma mo frme que o conduza pela vida, parte

    para o crime o roubo na tentativa de sobreviver.

    VAL, Maria da Graa Costa. Redao e textualidade. 2. ed. So Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 75. (Fragmento.)

    V6_un1_CS4.indd 12 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    30/51

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    31/51

    Unidade 1 Lngua Portuguesa14

    Emprego de alguns pronomes

    Na lngua, alguns pronomes so usados para evitar repeties de

    palavras, ou seja, eles substituem substantivos ou expresses mencio-nados antes. Alguns esto apresentados a seguir:

    a) O rapaz entregou o dinheiro ao comerciante.Ele entregou o dinheiro ao comerciante. (Ele substitui quem entrega.)

    b) O rapaz entregou o dinheiro ao comerciante.

    O rapaz entregou-o ao comerciante. (O substitui o que foi entregue.)c) O rapaz entregou o dinheiro ao comerciante.

    O rapaz entregou-lhe o dinheiro. (Lhe substitui a pessoa para quem foientregue.)

    Os pronomes ele e o substituem termos masculinos no singular e eles

    e os substituem termos masculinos no plural. Para os termos femininos,empregam-se ela e a no singular, e elas e as no plural.

    Os pronomes lhe e lhes servem para os dois gneros.

    comum na linguagem in-formal o emprego de ele e ela no

    lugar de o e a. As pessoas dizem,por exemplo, Minha irm viu

    ele l. Na norma culta, a fraseseria: Minha irm viu-o l, por-

    que o pronome o est substi-

    tuindo quem foi visto.

    Observao: H casos em que ospronomes o, os, a, as passam poralgumas adaptaes a m de ter suapronncia facilitada.a) Um dos casos quando o verbo

    termina em -r. Veja o que ocorre:

    Encontraram a aluna e foram chamar aaluna.Encontraram a aluna e foram cham-la.O verbo chamar perde o -r nal e opronome passa a ser la, em vez de a.

    b) Outro caso de adaptao ocorre quandoo verbo termina em -m. Examine:

    Procuraram as meninas e encontram asmeninas no parque.Procuraram as meninas e encontraram-nas no parque.O pronome passa a ser nas em vez de as.

    A concordncia entre as palavras

    A concordncia entre as palavras uma importante caracterstica da lin-

    guagem escrita e oral. Ela um dos princpios que ajudam na elaborao deoraes com signicado, porque mostra a relao existente entre as palavras.

    Verique como isso funciona:

    V6_un1_CS4.indd 14 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    32/51

    Captulo 1 Escrever diferente de falar 15

    Alguns insetos provocam doenas, s vezes, fatais populao ribeirinha.

    insetos (masculino, plural) alguns (masculino, plural)

    doenas (feminino, plural) fatais (feminino, plural)

    populao (feminino, singular) ribeirinha (feminino, singular)

    As palavras centrais (insetos, doenas, populao) so acompanhadas

    por outras que esclarecem algo sobre elas. As palavras acompanhantes

    so escritas no mesmo gnero (masculino/feminino) e no mesmo nme-ro (singular/plural) que as palavras centrais.

    Essa relao ocorre na norma culta. Muitas vezes, na norma popular, aconcordncia acontece de maneira diferente. Veja:

    Os livro ilustrado mais interessante esto emprestado.

    livro (masculino, singular) os (masculino, plural) ilustrado (masculino, singular)

    interessante (masculino, singular)

    emprestado (masculino, singular)

    Voc acha que o autor dessa frase se refere a um livro ou a mais de

    um livro? Vejamos:O fato de haver a palavra os (plural) indica que se trata de mais de um

    livro. Na variedade popular, basta que esse primeiro termo esteja no plu-

    ral para indicar mais de um referente. Reescrevendo a frase no padro danorma culta, teremos:

    Os livros ilustrados mais interessantes esto emprestados.

    Voc pode estar se perguntando: Mas eu posso falar os livro?.Claro que pode. Mas que atento porque, dependendo da situao,

    voc corre o risco de ser vtima de preconceito lingustico. Muita gentediz o que se deve e o que no se deve falar e escrever, tomando as regras

    estabelecidas para a norma culta como padro de correo de todas as

    formas lingusticas. O falante, portanto, tem de ser capaz de usar a va-riante adequada da lngua para cada ocasio.

    Existe outro tipo de concordncia:a que envolve o verbo. Observe seu

    funcionamento:

    Na norma culta, o verbo concorda,ao mesmo tempo, em nmero (singu-

    lar/plural) e em pessoa (1./2./3.) com o ser envolvido na ao que ele

    indica.

    O menino pegou o peixe.menino singularpegou singular

    Os meninos pegaram o peixe.meninos pluralpegaram plural

    O menino pegou o peixe.menino 3. pessoapegou 3. pessoa

    Eu peguei o peixe.eu 1. pessoapeguei 1. pessoa

    V6_un1_CS4.indd 15 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    33/51

    Unidade 1 Lngua Portuguesa16

    Na variedade popular, contudo, comum a concordn-

    cia funcionar de outra forma. H ocorrncias como:Ns pega o peixe.

    ns 1. pessoa, plural

    pega

    3. pessoa, singularOs menino pega o peixe.

    menino 3. pessoa, ideia de plural (por causa do os)pega 3. pessoa, singular

    Nos dois exemplos, apesar de o verbo estar no singular,

    quem ouve a frase sabe que h mais de uma pessoa envol-vida na ao de pegar o peixe. Mais uma vez, importante

    que o falante de portugus domine as duas variedades eescolha a que julgar adequada sua situao de fala.

    Observao: Quando se refere concordncia, a palavrapessoano tem o sentido de ser humano.Nesse contexto,pessoa refere-se aosenvolvidos no ato de fala, que no

    precisam ser indivduos. Existe aqueleque fala (1. pessoa), aquele com quemse fala (2. pessoa) e aquele de quem sefala (3. pessoa). Exemplos:

    No vi sua revista, me.(1. pessoa: o lho; 2. pessoa: a me;3. pessoa: a revista).

    Mas eu a deixei aqui!(1. pessoa: a me; 2. pessoa: o lho;3. pessoa: a revista)

    Slaba e acento grfco

    Para entender o sistema de acentuao grca, preciso conhecer al-guns conceitos. Um deles o de slaba.

    Repare que, quando falamos uma palavra, nossa pronncia marca-da por impulsos sonoros. Preste ateno em como pronunciamos as pa-

    lavras. Observe: pa la vra. Cada som que voc pronunciou em uma s

    emisso de voz representa uma slaba. Assim, palavra tem trs slabas.Atente separao de slabas: vogais idnticas, rr, ss, sc, xc cam separados na

    escrita.Exemplos: ca-a-tin-ga; co-or-de-na-o; car-ro; as-sa-do, nas-ci-men-

    -to, ex-ce-o etc.Slaba tnica aquela pronunciada com mais intensidade. O acento

    grfco o sinal que marca a slaba tnica de algumas palavras na escrita.Os acentos mais empregados com essa nalidade so o acento agudo ()

    e o acento circunexo (^).

    Toda palavra com mais de duas slabas apresenta uma slaba tnica,que poder ser a ltima, a penltima ou a antepenltima. Exemplos:

    modernomo-der-no (a slaba tnica der)modernssimomo-der-ns-si-mo (a slaba tnica ns)

    modernizarmo-der-ni-zar (a slaba tnica zar)Portanto:Modernizartem a ltima slaba tnica; moderno tem a penlti-

    ma; modernssimo tem a antepenltima.Veja ao lado a classicao que essas

    palavras recebem, de acordo com a po-

    sio da slaba tnica.

    ltima slaba a tnicaPenltima slaba a tnica

    Antepenltima slaba a tnica

    OxtonaParoxtonaProparoxtona

    V6_un1_CS4.indd 16 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    34/51

    Captulo 1 Escrever diferente de falar 17

    Existem algumas regras que orientam o emprego dos acentos agudo e cir-

    cunexo. Vamos estudar quatro delas.

    1. Toda palavra proparoxtona tem a slaba tnica marcada com acento.

    Exemplo: pssaro (ps-sa-ro); lmpada (lm-pa-da).

    2. Quando palavras paroxtonas ou oxtonas terminam em a, ocorre o seguin-te: as oxtonas tm a slaba tnica acentuada; as paroxtonas, no.

    Paroxtonas sem acento

    Oxtonas com acento

    Essa regra permite marcar a pronncia diferente de palavras escritascom as mesmas letras. Exemplos:

    Eu no sabia de nada. (sa-bi-a paroxtona terminada em a: no

    acentuada)Um sabi pousou no galho da laranjeira. (sa-bi- oxtona termina-

    da em a: acentuada)Na semana anterior, ele comprara o material. (com-pra-ra parox-

    tona terminada em a: no acentuada)Na prxima semana, ele comprar o material. (com-pra-r oxtona

    terminada em a: acentuada)

    3. Quando a vogal i estiver sozinha em uma slaba tnica, ela acentuada.

    Exemplos:

    A chuva cai sem parar. (cai letra i no est sozinha: no acentuada)Eu ca na escada. (ca- letra i est sozinha na slaba tnica: acentuada)

    Essa regra permite marcar a pronncia diferente depalavras escritas com as mesmas letras.

    Observaes: Se houver nh na slaba seguinte letra i, que est sozi-

    nha na slaba tnica, ela no acentuada. o que ocorre

    com rainha (ra-i-nha letra i sozinha na slaba tnica,seguida de nh: no acentuada).

    Se houver apenas is na slaba tnica, haver acento. oque ocorre com: egosta (e-go-s-ta apenas is na slaba

    tnica: acentuada).

    4. Quando uma palavra paroxtona tem na ltima slaba ditongos como-ia, -ie, -io, -ua, -ue etc., ela acentuada.Exemplos:

    histria his-t-ria (paroxtona terminada em ia: acentuada)

    srie s-rie (paroxtona terminada em ie: acentuada)gua -gua (paroxtona terminada em ua: acentuada)

    incndio in-cn-dio (paroxtona terminada em io: acentuada)

    Com o ltimo Acordo Ortogrco, osacentos relativos ao item c so vlidosse, na slaba anterior a um i paroxtono,houver apenas uma vogal. Havendoditongo, no se acentua. Exemplos:

    Chei-i-nho (Letra i tnica e estsozinha, mas paroxtona e antes delah o ditongo ei. Por isso, a palavra norecebe acento.)

    Pi-au- (Ocorre o mesmo, mas a letra i oxtona. Por isso, recebe acento.)

    onda on da revista re vis ta economia e co no mi a

    sof so f guaran gua ra n tamandu ta man du

    V6_un1_CS4.indd 17 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    35/51

    Unidade 1 Lngua Portuguesa18

    Essa regra permite marcar a pronncia diferente de palavras escritas

    com as mesmas letras. Exemplos:A notcia chegou. (no-t-cia paroxtona terminada em ia:

    acentuada)

    O jornal noticia as mortes. (no-ti-ci-a

    paroxtona terminada em a,no em ia: no acentuada)

    Explorandoo universotextual

    Voc examinou apenas o primeiro pargrafo de um texto escrito por

    um aluno. Mesmo assim, ver que esse trecho possibilita muitas observa-es e descobertas a respeito da lngua escrita. Releia-o:

    A violncia em nosso pais esta a cada dia que passa se acentuando mais,

    isto devido a diversos atores podemos citar o ator economico a gananciado homem pelo dinheiro, o desemprego dos pais, a alta de moradias,

    alimentao e educao impedem o de criar seus flhos dignamente dai a

    grande violencia da sociedade o menor abandonado, que sozinho sem ter

    uma mo frme que o conduza pela vida, parte para o crime o roubo na

    tentativa de sobreviver.

    Voc deve ter observado que o tema do texto a violncia, pois isso ca

    claro logo no incio. Mas o texto no facilita o trabalho do leitor, e voc,que tentou l-lo, deve saber por qu. A diviso do texto em perodos,

    marcados com ponto, no ocorreu.Em uma das partes, o leitor consegue determinar onde poderia estar

    o ponto:

    A violncia em nosso pas est a cada dia que passa se acentuando mais,

    isto devido a diversos atores podemos citar [...]

    Nesse trecho, percebe-se que a inteno do autor era escrever:A violncia em nosso pas est a cada dia que passa se acentuando mais.

    Isto devido a diversos atores. Podemos citar [...]

    Porm, a partir da, o leitor no detecta com facilidade o que o autor

    quis dizer. De todas as possibilidades, vamos optar por uma que parea

    coerente a m de prosseguir em nossa anlise:Podemos citar o ator econmico, a ganncia do homem pelo dinheiro. O

    desemprego dos pais, a alta de moradias, alimentao e educao impedem

    o de criar seus flhos dignamente. Da a grande violncia da sociedade.

    Esse trecho permite-nos constatar que uma cuidadosa diviso em per-odos decisiva para a clareza dos textos escritos. A lngua oral conta com

    gestos, expresses, entonao de voz, enquanto a lngua escrita precisacontar com outros elementos. A pontuao um deles.

    V6_un1_CS4.indd 18 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    36/51

    Captulo 1 Escrever diferente de falar 19

    Vamos analisar outro aspecto: a relao entre alguns elementos do

    texto. Releia o trecho acima, atentando expresso impedem o de criarseus lhos. Impedem quem de criar os lhos? A quem se refere a palavra

    o? Pelo sentido que o texto tem, voc provavelmente responder que

    impedem os pais. Como a expresso os pais j foi usada anteriormen-te, o autor no precisa mesmo repeti-la; ele pode empregar um pronomeno lugar dela. Repare que a expresso os pais est no plural, por isso

    deve ser substituda por um pronome plural, como vimos anteriormente;

    no caso, os, no o. Observe:O desemprego dos pais, a alta de moradias, alimentao e educao os impedem

    de criar seus flhos dignamente. Da a grande violncia da sociedade.

    H ainda outra ocorrncia bastante comum em textos longos: o au-

    tor parece perder a sequncia do raciocnio. Vamos examinar um trechopara tornar a questo mais perceptvel:

    O menor abandonado, que sozinho sem ter uma mo frme que o conduzapara a vida, parte para o crime o roubo na tentativa de sobreviver.

    Voc notou que o perodo comeou e no terminou? O que se passa

    com esse menor? Falta completar.Uma maneira de corrigir esse trecho seria eliminando a palavra que. Veja:

    O menor abandonado, que sozinho sem ter uma mo frme que o conduza

    para a vida, parte para o crime o roubo na tentativa de sobreviver.

    E, depois, com a incluso de trs vrgulas:

    O menor abandonado,que sozinho, sem ter uma mo frme que o conduza

    pela vida, parte para o crime, o roubo, na tentativa de sobreviver.

    O trecho original ainda necessita de algumas alteraes. A primeira con-siste em escrever moradia, no singular, porque trata-se da condio de

    morar, no geral, no de residncias especcas. Outra mudana que podecontribuir para a clareza do texto o uso da palavra e, em vez da vrgula,

    para ligar dois elementos (fator econmico + ganncia do homem). Almdesse acrscimo, convm fazer outro no trecho em que se indicam as ca-

    rncias: falta de moradia, de alimentao e de educao. Convm repetir

    a palavra de antes de alimentao e educao, caso contrrio, pode parecerque a presena de alimentao e educao impede a criao digna.

    No texto original, h erros de acentuao grca. Com base nas regrasque voc estudou, possvel acompanhar as correes: pas (no pais);

    da (no dai); est (no esta); econmico (no economico); ganncia eviolncia (noganancia e violencia).

    Se juntarmos tudo que foi revisado, teremos:

    A violncia em nosso pas est a cada dia que passa se acentuando mais.

    Isto devido a diversos atores. Podemos citar o ator econmico e a ganncia

    do homem pelo dinheiro. O desemprego dos pais, a alta de moradia, de

    V6_un1_CS4.indd 19 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    37/51

    Unidade 1 Lngua Portuguesa20

    principe:

    tucano:

    magico:

    cupuau:

    maximo:

    japonesa:

    grafco:

    tecnologia:

    tecnologico:

    onibus:

    alimentao e de educao os impedem de criar seus flhos dignamente.

    Da a grande violncia da sociedade. O menor abandonado, sozinho, sem

    ter uma mo frme que o conduza pela vida, parte para o crime, o roubo,

    na tentativa de sobreviver.

    Roda deescrita

    1. Separe as slabas das palavras destacadas, analise se elas precisam

    ou no de acento e reescreva as rases corretamente.

    a) Eu percebia uma vantagem na troca de horario.

    b) A inancia parecia ter terminado.

    c) No inicio a leitura porque no h claridade.

    d) A cerimonia j teve inicio.

    e) A erida no doia mais.

    f) Ns caimos na conversa dele.

    2. Leia as palavras da lista abaixo. Reescreva-as dividindo suas slabas, circule a slaba tnica

    de cada uma e acentue quando necessrio.

    3. Reescreva as rases e, se necessrio, acentue as palavras destacadas.a) Ser que at amanh ela descobrira a resposta?

    b) Esta caneta sua ou minha?

    c) Antes de terminar o prazo ela j descobrira a resposta.

    Lembre-se: todas as palavras proparoxtonas so acentuadas.

    V6_un1_CS4.indd 20 1/27/11 1:10 PM

  • 8/6/2019 Dossie norma culta 1.3

    38/51

    Captulo 1 Escrever diferente de falar 21

    Observao: os pronomeso, a, os, as podem aparecer

    nas formas lo, la, los, las,no, na, nos, nas.

    d) Voc fca irritado quando esta com sono?

    4. Leia as rases abaixo e reescreva-as substituindo a palavra

    repetida, que est sublinhada, por um dos seguintes pronomes:

    ele ela o a lhe; eles elas os as lhes.a) Minha amiga uma pessoa maravilhosa. Minha amiga

    sabe como manter as amizades.

    b) O rapaz mudou-se, mas o carteiro localizou o rapaz.

    c) O rapaz mudou-se, por isso o carteiro no conseguiu localizar o rapaz.

    d) Descobriram as ormigas e eliminaram as ormigas.

    e) Fui casa de meus avs e apresentei minha noiva para meus avs.

    f) Comprei os livros e en