doencas venosas revista
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A revista dos clientes VENOSAN® VENOFIT®
Das Magazin für gesunde und schöne Beine
Edição especial
Doenças vasculares em resumo
Adeus, pernas pesadas!
VE
NOSAN® VENOFIT®
Medical Stockings
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FIchA TécNIcAEditor: Salzmann MEDICO, Rorschacher Strasse 304, 9016 St.Gallen,
Telefone 071 282 12 12, Fax 071 282 12 10, www.salzmann-group.chImpressão e layout: TypoRenn, Atelier für visuelle Kommunikation, St.Gallen
Ilustração: Sonja Burger, HemmentalTiragem: 17000 Ref: 995282 PT
VENOSAN® and VENOFIT® are registered trademarks © 2007 by SALZMANN AG, St.Gallen, Suíça
EDITORIAL
Caros leitores e leitoras VENOZIN
VENOSAN® e VENOFIT® , deixem-me saudá-los nesta no-
va edição de VENOZIN, a única revista na Suíça que publica
regularmente contributos plurifacetados e informativos sobre
o tema (pernas saudáveis). Nos últimos meses, inúmeros lei-
tores escreveram-nos a pedir que nos debruçássemos sobre
termos médicos especializados no âmbito das veias/artérias e
suas doenças. Ficámos muito satisfeitos com esta enorme re-
percussão! Com leitores tão interessados e activos, é para nós
um grande estímulo procurar sempre temas novos e cativan-
tes, recolher opiniões de leitores e dar-lhes resposta logo que possível nas
edições seguintes.
Assim, a ideia desta edição especial também se deve a si, aos seus imen-
sos feedbacks e à sua activa participação.
Em especial, congratulámo-nos pela rápida aceitação por parte do Dr.
Bruno P. Schwarzenbach (Médico Especialista em Doenças Vasculares e
Chefe do Centro Vascular de Hirslanden Zürich-Bellevue), por ter dado a es-
te número de VENOZIN um contributo adequadamente especializado, fun-
damentado e versado. Particularmente, debruça-se sobre o tema das doen-
ças vasculares e possibilidades de terapia. Explica as expressões especiali-
zadas mais importantes e esclarece, de forma perceptível, a função/contex-
to de veias e artérias.
Dê-nos a sua opinião! Esta edição especial agradou-lhe? Encontrou a res-
posta para as suas perguntas? Entre em contacto connosco, a sua resposta
é para nós muito importante!
Recomende VENOZIN ao seu grupo de amigos e conhecidos. E comuni-
que-nos, através do postal de resposta anexo, a quem deveremos enviar a
VENOZIN, de futuro. Gratuitamente.
Agora, desejamos-lhe uma leitura interessante e enriquecedora!
Alain SidlerGestor de produto
Bem-vindo ... à edição especial de VENOZIN
2
2 3 RESumO3
Doenças vasculares em resumo
1 Artérias
Pág. 5
1.1 Generalidades1.2 Doenças das artérias e suas complicações1.2.1 Estreitamento e oclusão1.2.2 Etiologia da arterio- sclerose1.2.3 Outras etiologias1.3 Sintomas dos distúr- bios circulatórios arteriais1.3.1 Arteriopatia obliterante periférica (AOP)1.3.2 Embolia 1.4 Doença concomitante1.5 Dilatação1.6 Exame1.7 Terapia (conserva- dora/invasiva)1.8 Profilaxia1.9 Perigos menospreza- dos
2 VeiasPág. 8
2.1 Generalidades2.2 Varizes2.2.1 Generalidades2.2.2 Frequência2.2.3 Causas2.2.4 Sintomas2.2.5 Complicações2.2.6 Exame2.2.7 Terapia2.3 Oferta de terapias2.3.1 Generalidades2.3.2 Terapia conservadora2.3.3 Operação2.3.4 Por onde flui o sangue depois da operação?2.3.5 Varizes reincidentes de- pois de terapia cirúrgica2.4 Processos modernos e técnicas novas2.4.1 Terapia a laser/ondas de rádio2.4.2 Conclusão2.5 Profilaxia2.6 Telangiectasias2.6.1 Generalidades2.6.2 Causas e frequência2.6.3 Obliteração das telangiectasias2.6.4 Obliteração por laser/ por microespuma
3 Trombose venosa
Pág. 13
3.1 Trombose venosa e embolia pulmonar3.1.1 Trombose venosa superficial3.1.2 Trombose venosa profunda nas pernas/ complicações3.2 Frequência3.3 Sintomas3.4 Exame3.5 Trombose no caso de imobilização/ trombose do viajante3.6 Terapia da trombose venosa profunda3.7 Terapia moderna3.8 Profilaxia
4 Úlcera da perna
Pág. 16
4.1 Generalidades4.2 causas4.3 Exame da úlcera das pernas4.4 Terapia4.5 compressas modernas4.6 Terapia de com- pressão
5 medidas cirúrgicas
Pág. 17
5.1 Thiersch5.2 Enxerto5.3 Transferência de válvulas5.4 Operação segundo Palma5.5 Bypass de plástico
Dr. med. Bruno P. SchwarzenbachMédico Especialista em Doenças Vasculares
(Flebologista pela Sociedade Suíça de Flebologia)
Chefe do Centro Vascular de Hirslanden Zürich-Bellevue
Theaterstrasse 16
Eingang St.Urbangasse 2
8001 Zürich-Bellevue
Telefone 044 251 43 00
INTRODuÇÃO
Doenças vasculares
Generalidades Para que o complexo sistema de artérias e veias funcione
na perfeição até uma idade avançada e preserve as funções
vitais, temos que proteger o sistema vascular atempada-
mente de influências nocivas.
4
Foto 1: Vista geral do preparado anatómico de artérias (a vermelho) e veias (a azul) com as válvulas (v). O sangue venoso flui de válvula em válvula, contra a gravidade, de volta para o coração.
Os vasos sanguíneos: artérias e veias
Generalidades Tanto as artérias como as veias são designadas por vasos
sanguíneos e, por isso, são muitas vezes confundidas pelos
pacientes. Isso causa frequentemente insegurança e receio.
No entanto, as funções de umas e outras são completamen-
te distintas.
Para a alimentação e fornecimento de oxigénio ideais a
todos os órgãos humanos, é necessária uma irrigação san-
guínea saudável e contínua. Tanto o influxo (artérias) como
o defluxo (veias) tem de estar assegurado. As Artérias trans-
portam o sangue rico em oxigénio do coração para a peri-
feria. Em sentido contrário, o sangue utilizado, pobre em
oxigénio, é transportado pelas Veias (fig. 7) de volta para o
coração. (foto 1)
Fig. 7: circulação venosa. As veias transportam o sangue utilizado da periferia, de volta () para o coração (c) e os pulmões (P).
cP P
VV
V
V
1. Artérias
1.1 GeneralidadesO coração bombeia, a alta pressão, o sangue enriquecido
com oxigénio nos pulmões através das artérias para a artéria
principal (aorta). Daí, o sangue é transportado a pulsar atra-
vés das saídas das artérias da aorta para a cabeça (cérebro),
braços, abdómen (órgãos abdominais) e para as pernas
(fig. 1).
1.2 Doenças das artérias e suas complicações1.2.1 Estreitamento e oclusãoArteriosclerose
Devido à calcificação crescente (arteriosclerose) das arté-
rias, estas podem estreitar (fig. 2) e, na pior das hipóteses,
subitamente fechar por completo. Entre os leigos, esta
doença é conhecida, por exemplo, pela designação «artrite
tabagística, claudicação intermitente». Caso não existam
circuitos suficientes de derivação, as células vitais morrem
em pouco tempo devido à falta de oxigénio. Na maioria dos
casos, isso leva a danos irreparáveis como, por exemplo, en-
farte do miocárdio ou cerebral ou à morte das extremidades.
Apenas a abertura imediata das oclusões agudas consegue
impedir a continuação da morte das células.
1.2.2 Etiologia da arterioscleroseOs principais factores de risco para a formação da arterios-
clerose nas pernas são a nicotina (consumo de tabaco), a
diabetes mellitus, a tensão arterial elevada (hipertonia arte-
rial), o elevado teor de gordura no sangue (hipercolesterine-
mia) e a idade. A combinação de vários factores aumenta o
risco de forma considerável. Enquanto as mulheres jovens,
graças às hormonas, estão claramente mais protegidas de
uma arteriosclerose do que os homens, com a idade tam-
bém vão perdendo esta vantagem.
1.2.3 Outras etiologias Mais raramente, desenvolve-se uma oclusão aguda das
artérias devido a uma embolia (coágulo de sangue) (fig.4),
uma inflamação da parede dos vasos ou uma compressão
sobre os vasos a partir de fora, o chamado síndrome de
entrapment (tendões, músculos, tumor, etc.).
5 ARTéRIAS
Fig. 2: As artérias estreitam devido à calcificação crescente (estenose [est]) e acabam por fechar (oclusão [O]).
Fig. 1: circulação arterial. O coração (c) bombeia sangue rico em oxigénio (a vermelho) para toda a circulação sanguínea ().
Fig. 4: um êmbolo (E) fecha o vaso.
Túnica adventícia
media
Endotélio
Endotélio
E
est
O
1.3 Sintomas de distúrbios da circulação arterial 1.3.1 Arteriopatia obliterante periférica (AOP)A maior parte das vezes, a arteriosclerose vai evoluindo sem
provocar queixas. Só quando a alimentação do sangue arte-
rial às pernas deixa de ser suficiente, no caso de um esforço,
é que surgem as primeiras queixas. Na maioria dos casos, o
paciente ao andar queixa-se de dores musculares, as quais
perdem intensidade rapidamente assim que há imobiliza-
ção. À medida que a arteriosclerose evolui, o paciente sente
dores mesmo em repouso e queixa-se de pés frios ou desco-
rados (esbranquiçados). Se o processo patológico avançar,
pode levar à morte dos tecidos, inicialmente apenas em pon-
tos de pressão como os calcanhares, o antepé e o dedo gran-
de do pé, mas mais tarde à morte de toda a extremidade.
1.3.2 EmboliaNo caso de uma oclusão por embolia (entupimento por um
coágulo) de uma artéria principal da perna, surgem súbita e
intensamente as primeiras dores sem sintomas prévios. Ao
contrário do que acontece na arteriosclerose, de evolução
lenta, neste caso a perna não tem tempo para formar os
circuitos de derivação necessários (contralaterais) (fig. 4). O
êmbolo é levado, por exemplo, da cavidade cardíaca ou de
uma artéria dilatada (aneurisma, fig. 3) para a perna e fica
preso nas ramificações dos vasos (fig. 4). Em muitos casos,
os pacientes sentem-se saudáveis até ao surgimento súbito
das queixas. Tipicamente, não existem factores de risco
conhecidos da arteriosclerose.
1.4 Doença concomitanteA arteriosclerose pode afectar qualquer artéria no corpo. Por
isso, pode partir-se do princípio que a arteriosclerose – uma
vez iniciada – está presente em todas as artérias do corpo,
com maior ou menor intensidade. Onde a arteriosclerose se
faz sentir primeiro no corpo depende de que vasos são espe-
cialmente afectados. Assim, num paciente podem ser pri-
meiro afectados com a arteriosclerose principalmente os va-
sos cardíacos, noutros pacientes podem ser os vasos que
alimentam o cérebro ou os músculos das pernas. Estudos
abrangentes revelaram que, em pacientes com arterioscle-
rose avançada das artérias das pernas (P), 90 % também são
afectados nas artérias coronárias (Cor) e 70 % também nas
artérias carótidas (vasos cerebrais [Car]). Da mesma forma,
podem ser afectadas as artérias renais (Ri) (fig. 5).
Na prática, isso significa que, em pacientes com distúr-
bios circulatórios nas pernas, existe um risco manifestamen-
te mais elevado de enfarte do miocárdio, de AVC e de limita-
ção da função renal. Este facto realça a necessidade de tra-
tar os pacientes não apenas dos distúrbios circulatórios das
pernas como também de outros perigos da circulação menor
em todo o corpo, reduzindo assim o risco de enfarte do mio-
cárdio ou de AVC.
ARTéRIAS 6
Fig. 3: Aneurysma. Erweiterte Arterie. Oftmals Bildung von einem Thrombus am Rand.
Fig. 5: A arteriosclerose pode afectar todos os órgãos importantes. P = vasos das pernas, car = artérias carótidas, cor = artérias coronárias, Ri = artérias renais
cor
car
Ri
P
7 ARTéRIAS
1.5 DilataçãoAs artérias podem não só estreitar e fechar como também
podem dilatar de forma perigosa. Neste caso, fala-se de um
aneurisma (fig. 3). Através da pressão arterial pulsátil ele-
vada, a parede dilatada pode sofrer uma ruptura súbita. Na
maioria dos casos, as hemorragias causadas não conse-
guem ser estancadas devido à elevada pressão.
1.6 Exame Os distúrbios na circulação arterial das pernas são, na práti-
ca, examinados por manometria e fluxometria (ultra-sono-
grafia colorida) e curvas de oscilografia (diafragma insuflável
das pernas com transmissão da pulsação para um monitor).
Se necessário, são usados o exame de ultra-sonografia colo-
rida ou a arteriografia (meio de contraste e radiografia).
1.7 Terapia (conservadora/invasiva)Hoje em dia, a terapia das disfunções circulatórias arteriais
das pernas é variada e necessita, frequentemente, da cola-
boração interdisciplinar de vários médicos especialistas. Em
princípio, primeiro decide-se com que rapidez a terapia de-
verá ser iniciada. Na prática, distingue-se entre arteriopatia
obliterante periférica aguda e crónica. Se uma perna está
ameaçada por falta de circulação, necessita de uma reaber-
tura imediata dos vasos fechados, a fim de evitar uma ampu-
tação. Se, pelo contrário, um paciente apresenta queixas
constantes e de longa duração nas pernas, são executados
os exames necessários num período de tempo adequado. A
terapia ideal é combinada com o paciente e planeada com
calma.
Por princípio, estão disponíveis duas possibilidades de
terapia: Uma terapia conservadora, com treino de marcha e
medicamentos (por exemplo, inibidores das plaquetas, pros-
taglandina) ou uma terapia invasiva com reabertura dos
vasos por intermédio de um catéter de balão (fig. 6a), ou
uma operação de bypass (fig. 6b).
1.8 Profilaxia Em todos os casos, os factores de risco como tabagismo,
valores elevados de pressão arterial, etc. têm de ser afasta-
dos e tem de ser seguido um tratamento contínuo dss per-
nas e dos pés. É que mesmo lesões mínimas podem evoluir
para feridas crónicas com complicações associadas (p. ex.,
infecções). Especialmente ameaçados estão os pacientes
com diabetes mellitus. Além disso, têm de ser realizados
os exames de controlo, muitas vezes lamentavelmente
negligenciados.
1.9 Perigos menosprezados Muitos pacientes menosprezam uma disfunção da circula-
ção nas pernas, por não verem nela nenhuma ameaça direc-
ta à sua vida. No entanto, essa doença deve ser absolu-
tamente levada a sério. Afinal, uma terapia negligenciada
pode levar à amputação da perna.
Fig . 6a: Reabertura do vaso com um catéter de balão (cb).
Fig. 6b: Ponte de uma oclusão (O) com um bypass (BP).
cb
BP
O
VEIAS 8
2 Veias
2.1 GeneralidadesAs veias transportam o sangue utilizado, pobre em oxigénio,
do corpo de volta para o coração (fig. 7). Para poder vencer
a gravidade, precisa de válvulas que funcionam como válvu-
las de retorno nas veias saudáveis.
O sangue flui com a ajuda das válvulas das veias, as quais
impedem o refluxo do sangue de volta ao coração e aos pul-
mões (fig. 8). Nos pulmões, o sangue volta a ser enriquecido
com oxigénio e é reconduzido ao circuito arterial. Se as
válvulas já não estão intactas no desempenho da sua função,
o sangue flui na direcção errada (fig. 9).
Este processo patológico leva ao aumento da pressão nas
veias da periferia (pernas) e, dessa forma, a consequências
nocivas. Nesse processo, no caso de um sistema com válvu-
las defeituosas, as pernas são as mais afectadas, porque a
pressão venosa é mais elevada quando se está de pé.
2.2 Varizes2.2.1 GeneralidadesAs varizes são veias defeituosas, dilatadas e muitas vezes
serpenteantes que se destacam debaixo da pele como «nó-
dulos» (fig. 9), cuja função valvular (válvulas de retorno) está
danificada. As varizes são muitas vezes encaradas errada-
mente como um mal meramente estético (foto 2). 2.2.2 FrequênciaAs varizes são um problema bastante frequente. Como
doença, são muitas vezes levadas pouco a sério. De acordo
com os resultados de um estudo venoso efectuado em
Bona, datado de 2004, um em cada seis homens e uma
em cada cinco mulheres sofrem de varizes com gravidade
clinicamente significativa. Ao analisar todos os graus de gra-
vidade da doença, o número de afectados situa-se acima
dos 50 %.
2.2.3 Causas Na maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que já os avós ou pais sofriam de uma debilidade das
válvulas venosas, com doença varicosa posterior e suas
complicações. Especialmente ameaçadas e muitas vezes
afectadas precocemente com varizes são as mulheres
durante ou depois da gravidez. A elevada pressão do útero
sobre as veias da bacia e o aumento da pressão condicio-
nado por esse facto sobre as veias das pernas, assim como
o aumento dos valores hormonais, influenciam considera-
velmente o risco da doença.
Fig. 7: circulação venosa. As veias transportam o sangue utilizado da periferia, de volta para o coração e os pulmões.
Foto 2: Varizes na perna.
Fig. 8: Veia com válvula intacta (Vi). O sangue flui de válvula em válvula, contra a gravidade, de volta para o coração.
Fig. 9: Varizes. Válvulas defeituosas (Vd). O sangue flui na direcção errada.
Vi
Vd
9 VEIAS
2.2.4 Sintomas Podem surgir queixas como pernas pesadas, cansadas e
agitadas ou cãibras nocturnas, prurido, etc. Os pacientes
podem também não ter dores, apesar das varizes extensas.
2.2.5 Complicações Graças ao sistema defeituoso das válvulas e, por consequên-
cia, à pressão venosa elevada (por refluxo do sangue para
as pernas), a evolução da doença varicosa conduz muitas
vezes a complicações. Entre estas contam-se tromboses
venosas superficiais, eczemas, coloração acastanhada
(foto 3), endurecimento da pele e, por fim, úlcera da perna
(do latim Ulcus cruris). Na pior das hipóteses, devido ao
crescimento das tromboses superficiais no sistema venoso
profundo das pernas, podem ocorrer tromboses venosas
profundas das pernas com embolias pulmonares fatais.
Infelizmente, ainda hoje está muito divulgada a opinião
de que apenas varizes dolorosas devem ser operadas. Fre-
quentemente, os pacientes sofrem anos a fio de varizes não
acompanhadas de dores e, só quando ocorrem complica-
ções tardias, como tromboses ou úlceras das pernas, é que
as dores aparecem. Por esse motivo, há que intervir o mais
cedo possível no processo patológico para parar atempada-
mente complicações tardias.
2.2.6 ExameVarizes, tromboses e a causa de úlceras das pernas são
examinadas, em primeira linha, principalmente com a ajuda
de ultra-sonografia a cores (foto 4). Este exame é indolor e
livre de perigo. O diagnóstico pode chegar imediatamente
às mãos de especialistas treinados e pode ser combinada
com o paciente a terapia ideal.
2.2.7 TerapiaRegra geral, varizes grandes e extensas, mesmo que não
provoquem dores, têm de ser operadas. Tudo o resto é «cos-
mética» momentânea e prejudica mais do que beneficia.
Apenas as pequenas varizes (telangiectasias) devem ser tra-
tadas, ainda hoje, com a conhecida terapia obliterante por
injecção. Hoje em dia, a operação às varizes tem obtido bons
resultados, graças aos conhecimentos e a uma moderna
técnica cirúrgica nas mãos de especialistas treinados.
2.3 A oferta de terapias2.3.1 GeneralidadesA oferta de terapias para as varizes deixou de ser dominada
pelos leigos. O paciente fica, sobretudo, inseguro relativa-
mente aos «novos métodos».
Apesar dos muitos contributos em revistas e de inúmeras
palestras, emissões televisivas, etc., as doenças venosas
são alvo de muito menos atenção do que lhe deveria ser
dedicada, em virtude da sua frequência. Um motivo para tal
pode ser o facto de as lesões do sistema venoso superficial
designadas por «varizes» não serem obrigatoriamente
potencialmente fatais e, vulgarmente, serem consideradas
mais um problema cosmético do que de saúde. Nem sempre
as varizes são um problema meramente estético. Caso
ocorram complicações, podem daí advir consequências
graves para a saúde.
Foto 3: coloração acastanhada da pele na região do tornozelo (hiperpigmentação).
Foto 4: ultra-sonografia colorida. Localização exacta e representação do percurso vascular.
VEIAS 10
2.3.2 Terapia conservadoraAs varizes são, na maioria dos casos, herdadas, o que signi-
fica que em cerca de 90 % dos pacientes a predisposição
para as varizes é a causa principal das mesmas. Fazer uma
profilaxia da situação, prescindindo de determinadas activi-
dades, nunca traz o êxito pretendido. Em varizes menores,
fruto de menos queixas, tenta-se uma terapia conservadora
com meias de compressão e medicamentos. No entanto,
dessa forma nunca se consegue a cura mas, em todo o caso,
uma diminuição dos sintomas (p. ex., tendência para tume-
facção).
2.3.3 OperaçãoO princípio do saneamento cirúrgico já foi desenvolvido há
100 anos. Este prevê a remoção das partes patologicamente
alteradas do sistema venoso superficial. Este procedimento,
inicialmente ainda muito grosseiro, viu-se notoriamente
aperfeiçoado sobretudo nos últimos anos, por um lado devi-
do ao desenvolvimento de uma técnica cirúrgica mais refi-
nada, aos instrumentos de maior precisão e, por outro lado,
devido à possibilidade de existirem exames complementa-
res de diagnóstico exactos.
Maioritariamente, através de uma pequena incisão na re-
gião inguinal ou na fossa poplítea, as ramificações principais
das varizes são laqueadas (fechadas) na intersecção ao siste-
ma venoso profundo (fig. 10) e, de seguida, extraídas (o cha-
mado stripping). As varizes secundárias visíveis à superfície
são extraídas através de pequenas incisões com um gancho
especial (flebectomia).
2.3.4 Por onde flui o sangue depois da operação?A remoção das varizes permite um funcionamento normal
do sistema venoso graças ao sistema venoso superficial que
permanece saudável e, sobretudo, ao sistema venoso pro-
fundo. Em princípio, todas as veias superficiais doentes po-
dem ser removidas. É que existe uma distinção entre o siste-
ma venoso superficial e profundo das pernas.
O sistema superficial fica entre a pele e a musculatura
e transporta, no máximo, 10 % do volume sanguíneo. A cor-
rente sanguínea principal (90 %) dá-se no sistema venoso
profundo. Por conseguinte, as veias superficiais (com
poucas excepções) podem ser removidas sem hesitações
(fig. 11).
2.3.5 Varizes reincidentes depois de terapia cirúrgica (recidiva)Mesmo quando as recidivas após cirurgias às varizes se
devem, frequentes vezes,, de acordo com investigações re-
centes, a falhas da intervençãso cirúrgica, esta afirmação
deve ser interpretada com cautela. Igualmente importantes
e influenciadores do resultado são os exames complementa-
res de diagnóstico exactos antes da intervenção cirúrgica
(exame). Este facto sublinha, uma vez mais, que só são al-
cançados os melhores resultados possíveis com uma equipa
de especialistas e cirurgiões vasculares experientes e treina-
dos.
Mas mesmo a equipa mais experiente se deparará com
recidivas, visto que, mesmo com o exame mais optimista e
com uma intervenção cirúrgica, apenas as veias momenta-
neamente doentes são removidas e as muitas veias ainda
saudáveis são preservadas. Sabendo que a doença varicosa
é condicionada geneticamente, existe a possibilidade de as
veias actualmente saudáveis também virem a padecer de de-
bilidade das válvulas, dentro de meses ou anos. A taxa de re-
cidiva é difícil de calcular. Dentro de dois anos, situa-se en-
tre os 2 e os 10 %. Ainda menos fácil de calcular é a frequên-
cia com que a utilização de novos tipos de operação conduz
a insucessos. A fim de se conseguir manter um bom resulta-
do clínico, é muitas vezes necessária uma nova intervenção
cirúrgica. Ocasionalmente, as varizes que surgem de novo
podem também ser obliteradas.
Fig. 10: Intersecção dos troncos venosos (t) superficiais e do siste-ma venoso profundo. Laqueação (L) (oclusão) na intersecção, para que todas as ramificações (r) possam ser retiradas.
Fig. 11: Secção da coxa com sistema venosos superficial (a) e sistema venoso profundo (b).
a
a
a
a
t
a
b
L
11 VEIAS
2.4 Processos modernos e técnicas novas – em comparação com métodos cirúrgicos «comprovados»2.4.1 Terapia a laser / ondas de rádio (VNUS-Closure)Nos últimos anos, foram divulgados repetidamente novos
métodos e técnicas com os melhores resultados. A terapia a
laser e por ondas de rádio (VNUS-Closure) solda as varizes
utilizando temperaturas muito elevadas.
A diferença em relação à operação clássica reside no fac-
to de os troncos venosos não serem extraídos, mas sim atro-
fiados pela condução de energia. Todas estas formas de te-
rapia abandonam o princípio longamente comprovado da ci-
rurgia às varizes. Nas operações clássicas na região inguinal,
todas as ramificações venosas são minuciosamente separa-
das da intersecção para o sistema venoso profundo (fig. 10),
a fim de evitar o mais possível um ressurgimento (recidiva)
das varizes através das ramificações preservadas. Porém,
em todos os outros métodos, as ramificações individuais são
deixadas na intersecção pois, com a obliteração a quente,
não se pode chegar muito perto das veias profundas, devido
ao perigo de uma trombose venosa profunda nas pernas,
com todas as complicações daí resultantes. Por este motivo,
é implicitamente aceite um aparecimento rápido de novas
varizes.
2.4.2 ConclusãoPor experiência própria, os métodos cirúrgicos actuais mais
aperfeiçoados – mesmo em termos de resultados cosméti-
cos –, nas mãos de especialistas treinados, ainda são os mé-
todos que dão melhores resultados. É actualmente desade-
quado um favorecimento especial das novas técnicas relati-
vamente aos processos cirúrgicos, visto que os resultados
dos novos métodos de tratamento só deficitariamente são
avaliáveis. Mantemo-nos fiéis ao princípio segundo o qual,
para obter bons resultados, são seguidos os métodos com-
provados e seguros.
2.5 ProfilaxiaNa maioria dos casos, as varizes são hereditárias. Isso signi-
fica que não é possível levar a cabo uma verdadeira profila-
xia. Quando uma pessoa transporta em si os genes da debi-
lidade das válvulas, as varizes acabam por aparecer, mais
cedo ou mais tarde. Gravidezes, actividades de pé ou senta-
das, sauna, banhos quentes, efeito do sol, etc. poderão
acelerar o desenvolvimento das varizes. O uso de meias de
compressão medicinais reduz as queixas, sobretudo duran-
te a gravidez, no calor ou em períodos longos em posição
de pé ou sentada.
2.6 Telangiectasias2.6.1 GeneralidadesAs telangiectasias são a forma mais pequena de varizes e
localizam-se na pele. Por esse motivo, são muito visíveis
(foto 5). Apenas em alguns casos têm se ser sujeitas a tera-
pia. Por exemplo, quando uma variz maior for a causa das
telangiectasias. Caso contrário, são um problema meramen-
te cosmético.
2.6.2 Causas e frequênciaPraticamente cada uma em duas a três mulheres sofre de te-
langiectasias, cosmeticamente desagradáveis. Na maioria,
as telangiectasias são inofensivas e surgem subitamente
na puberdade, durante a gravidez ou simplesmente com a
idade. A causa é fundamentalmente genética. Em mais de
90 % das mulheres afectadas, já a mãe ou a avó sofriam de
varizes, maiores ou menores. Mesmo as top-models com
pernas magras e desportivas, sem peso a mais e sem fumar,
não são poupadas às telangiectasias, caso tenham predispo-
sição para tal. Visto que as telangiectasias surgem frequen-
temente em zonas de congestionamento de varizes grandes
doentes (troncos venosos superficiais), antes de cada oblite-
ração há que excluir, por ultra-sonografia colorida, que a
causa da formação das telangiectasias é uma variz super-
ficial maior. Neste caso, a obliteraç não serviria de nada. As
telangiectasias voltariam a aparecer rapidamente.
Foto 5: Telangiectasias na coxa.
VEIAS 12
2.6.4 Obliteração por laser / microespuma Laser
Seja onde for que se proponham e apliquem terapias a laser
contra as telangiectasias, esta é a melhor terapia de todas
que pode ser sugerida aos pacientes. Mas atenção porque,
mesmo hoje, não existem ainda resultados verdadeiramente
bons. Portanto, quem se deixar seduzir pela publicidade, de
que as operações a laser são muito mais fáceis e ideais, fica-
rá certamente desiludido.
Obliteração por espuma
No esclerosamemto por espuma, as varizes são obliteradas
com um meio obliterante convencional, com a única diferen-
ça de que o meio obliterante não adiciona bolhas de ar. As
bolhas de ar criam um vazio de sangue no vaso. Dessa for-
ma, o meio obliterante pode estender, por mais tempo e em
maior concentração, o efeito sobre a parede da veia. Expli-
cando de uma forma mais simples, o meio obliterante con-
vencional é injectado nas veias com ar, para se conseguir
uma concentração maior. À partida, é errado dizer que se
trata de um novo método. Esta técnica foi introduzida já em
1950, por Egmont Orbach. Entretanto, reconheceu-se que,
mesmo com concentrações muito pequenas se obtém
um resultado óptimo e que os efeitos secundários (p. ex., en-
farte cutâneo = necroses; cicatrizes, etc., foto 6) surgem
com muito menos frequência. A experiência da técnica obli-
terante com menor concentração, há longos anos compro-
vada, recomenda precisamente o contrário dos métodos
anunciados como «novos».
Foto 6: Necrose cutânea após terapia obliterante com espuma.
Fig. 12: Terapia obliterante. O meio obliterante é injectado nas veias e inflama a parede do vaso.
2.6.3 Obliteração das telangiectasiasTécnica
As telangiectasias são tratadas por obliteração.. Para isso, é
aplicada uma solução especial na veia (fig. 12), a qual altera
a parede interna da veia, de forma inflamatória. Inicialmente
com uma ligadura de pressão e, mais tarde, com meias de
compressão, a parede inflamada da veia volta a colar. A
telangiectasia deixa de ser irrigada e, assim, deixa de se ver.
Aplicando a técnica correcta, as dores da terapia por obli-
teração são mínimas. Sente-se a pequena picada da fina agu-
lha, seguida de um breve ardor na zona das telangiectasias,
as quais são inundadas com um líquido obliterante. Ocasinal-
mente, os maiores «ninhos de telangiectasias» têm de ser ob-
literados várias vezes, a fim de se obter um bom resultado.
Evolução / complicações
Em alguns casos, devido à obliteração, ocorre inicialmente
uma coloração acastanhada da pele. Isso pode ser contraria-
do usando meias de compressão após o tratamento oblite-
rante, durante um longo período. Necroses cutâneas (e pos-
terior cicatrização), com formação inicial e dolorosa de bo-
lhas e inflamação da pele, alguns dias após o tratamento
obliterante, ocorrem às mãos de médicos inexperientes,
quando utilizam um meio obliterante altamente concentra-
do, em caso de intolerância ao meio obliterante e com a obli-
teração com espuma (foto 6).
Em casos raros, à volta da zona obliterada formam-se zo-
nas entrançadas. Estas são as telangiectasias mais pequenas
de todas, as quais permanecem visíveis obstinadamente, por
muito tempo. Em princípio, o paciente tem de ser liter-almen-
te paciente aquando da obliteração. O resultado positivo é vi-
sível, muitas vezes, só ao fim de aproximadamente 3–6 me-
ses, nomeadamente quando a coloração acastanhada desa-
parece e as zonas entrançadas regridem. Tomar banho de
chuveiro, praticar desporto, trabalhar, etc. é permitido e mes-
mo recomendado, imediatamente após a obliteração. Ape-
nas a luz do sol deve ser evitada nas zonas obliteradas, caso
contrário a coloração acastanhada dura muito mais tempo.
Por conseguinte, é vantajoso iniciar a obliteração o mais
cedo possível (no Outono), para que a coloração acastanha-
da desapareça até ao Verão.
3 Trombose venosa
3.1 Trombose venosa e embolia pulmonar Em princípio, a trombose venosa das pernas distingue a su-
perficial da profunda.
3.1.1 Trombose venosa superficialNa trombose venosa superficial, como o nome indica, só são
afectadas pela trombose as veias superficiais. Na maioria
dos casos, o paciente sente uma dor forte, principalmente
ao longo de uma variz que já tenha há muito tempo. Esta en-
durece, torna-se avermelhada e muito sensível à pressão.
Uma operação imediata às varizes e a remoção do trombo,
ou uma diluição do sangue, impedem que a trombose super-
ficial se espalhe pelo sistema venoso profundo.
3.1.2 Trombose venosa profunda nas pernas / complicaçõesAs tromboses venosas profundas nas pernas são, na sua
maioria, ao contrário das varizes, condicionadas por reduzi-
da mobilidade (p. ex., em viagens de avião, estado acamado)
ou são, em parte, de origem genética (familiar). Devido a um
congestionamento de sangue nas pernas, este coagula no
sistema venoso profundo (fig. 13). O fluxo sanguíneo reduzi-
do forma um trombo (coágulo sanguíneo). As tromboses ve-
nosas profundas das pernas ocorrem, na sua maioria, subi-
tamente e, no estado inicial, muitas vezes sem dor. No en-
tanto, rapidamente se desenvolve uma tumefacção e dores
das pernas. Se um pedaço do trombo (coágulo sanguíneo) é
arrastado, fala-se de embolia (fig. 13). O trombo é levado pa-
ra o coração e bombeado para os pulmões, onde fica preso
nos vasos pulmonares (embolia pulmonar). Quando isso
ocorre, é impedida a troca vital de oxigénio. Esta transferên-
cia dos vasos pulmonares é, regra geral, potencialmente fa-
tal e pode levar, na pior das hipóteses, à morte: quer pela fal-
ta de troca de oxigénio quer por uma insuficiência cardíaca.
Um distúrbio do fluxo na perna causa uma pressão forte-
mente elevada no sistema venoso profundo e actua, assim,
até aos vasos cutâneos de menor dimensão. Mesmo quando
o coágulo sanguíneo se volta a soltar ao fim de alguns
meses, as válvulas nas veias profundas estão defeituosas
(fig. 18 a2). Ocorre então o chamado «síndrome pós-trom-
bótico», com alterações cutâneas de rápido crescimento
(foto 3) até à úlcera da perna. Além disso, devido à elevada
corrente de refluxo sanguíneo para a perna, ocorre uma
tumefacção maciça da perna, que exige o uso constante
de meias de compressão.
13 TROmBOSE VENOSA
Fig. 13: : trombo (t) na veia. um pedaço da extremidade do trombo soltou-se e flui como êmbolo (e) em direcção ao coração e aos pulmões.
t
e
a1 a2
Fig. 18: (a1) veia saudável da perna direita, (a2) válvula defeituosa das veias depois de uma trombose.
3.2 FrequênciaNão estão disponíveis dados fiáveis sobre a frequência da
ocorrência de tromboses. Calcula-se que aproximadamente
1–2 em cada 1000 pessoas sofram anualmente uma trom-
bose.
3.3 SintomasFrequentemente, ocorre uma dor indistinta e uma tumefac-
ção na barriga da perna ou na coxa, acompanhada de uma
coloração acastanhada da perna. A suspeita de uma trom-
bose venosa da perna pode ser, assim, clinicamente con-
firmada.
3.4 Exame Para confirmar uma trombose venosa profunda da perna, é
sempre necessário um exame efectuado por um médico es-
pecialista para, por um lado, evitar uma diluição desnecessá-
ria e perigosa do sangue – caso não se trate de uma trombo-
se –, por outro lado, para recomendar a terapia ideal – quan-
do em presença de uma trombose. O método mais seguro e
rápido para comprovar ou excluir uma trombose venosa da
perna e da bacia está nas mãos de médicos especialistas
treinados em ultra-sonografia colorida. Apenas no caso de
incertezas é que se recorre, hoje em dia, ao exame radiográ-
fico com meio de contraste (flebografia).
A determinação de uma trombose a partir dos valores
do hemograma (D-Dimer) não é segura. Apenas valores
D-Dimer negativos ajudam, visto excluírem uma trombose
venosa profunda das pernas. Em caso de valores elevados o
diagnóstico não é certo, pois muitas doenças estão associa-
das a um valor elevado.
3.5 Trombose no caso de imobilização / trombose do viajanteFundamentalmente, quando há imobilização das pernas (p.
ex., em longos períodos de acamamento, imobilização com
gesso e longos períodos sentado), o perigo de surgir uma
trombose é muito maior. Não é de admirar que muitas pes-
soas, antes de longas viagens de avião, tenham receio de
sofrer de uma trombose venosa das pernas, com o perigo
de uma embolia pulmonar. Para chegarem ao destino, os
viajantes fazem muitas vezes grandes percursos de avião,
carro ou comboio. Sentados durante horas, sem fazerem
movimentos,, sem bombearem os músculos e com as per-
nas dobradas, o sangue pode não conseguir retornar, sem
impedimentos, das pernas para o coração (fig. 14). O fluxo
sanguíneo torna-se mais lento. Dentro dos vasos (veias)
ocorre uma coagulação mais elevada do sangue o que, na
pior das hipóteses, dá origem à formação de uma trombose.
Torna-se potencialmente fatal quando partes do trombo (êm-
bolo) são levadas até aos pulmões. Mas atenção: não só os
viajantes correm perigo de sofrer de trombose! Existem
muitas mais causas que podem originar uma trombose e
uma embolia pulmonar: p. ex., uma operação recente, vari-
zes, infecções, acamamento, doença oncológica,, a pílula
anticoncepcional, uma trombose anterior ou distúrbios ge-
néticos da coagulação.
TROmBOSE VENOSA 14
Fig. 14: Trombose do viajante. corrente de refluxo das veias diminuída devido à posição sentada.(a).
a
15 TROmBOSE VENOSA
Fig. 15: Remoção cirúrgica de uma trombose venosa profunda das pernas. catéter de balão (B), trombose (T).O trombo é parcialmente dissolvido com um medicamento (m) para esse efeito. Pedaços que não se dissolvem são removidos com o balão (B).
T
Bm
3.6 Terapia da trombose venosa profunda Para evitar uma difusão maior da trombose pelas veias
profundas das pernas e da bacia e a dissolução de uma par-
te do coágulo – podendo resultar na temida e potencialmen-
te fatal embolia pulmonar –, o sangue tem de ser diluído o
mais rapidamente possível. Além disso, as secções de veia
não afectadas pela trombose têm de ser protegidas. É que,
para além da embolia pulmonar – como complicação preco-
ce –, também podem ocorrer complicações posteriores
como, p. ex., o síndrome pós-trombótico com danos cutâne-
os (úlcera da perna, em latim Ulcus cruris), a formação das
chamadas «varizes internas e externas» e a tumefacção
maciça das pernas.
3.7 Terapia modernaAlém da conhecida anti-coagulação e da consequente utiliza-
ção de meias de compressão, normalmente para a vida intei-
ra, existem hoje técnicas cirúrgicas novas para remover a
trombose precoce e objectivamente das veias das pernas e
bacia. O cirurgião liberta as secções de veia afectadas por
tromboses profundas através de catéteres de balão e medi-
camentos que dissolvem o trombo (trombólise local, uroqui-
nase) (fig. 15). Os exames revelam que, em muitos casos,
graças à intervenção invasiva rápida, as frágeis válvulas das
veias continuam funcionais, evitando assim complicações
futuras. São vários os factores que determinam quem bene-
ficia de cada terapia. Um exame clínico especializado e a
determinação da terapia ideal fazem, por conseguinte, todo o
sentido em cada trombose. Se esta terapia for efectuada num
estadio precoce, as frágeis válvulas podem ser preservadas
e as complicações posteriores podem ser evitadas (p. ex.,
úlcera da perna, coloração acastanhada, tendência para
tumefacção, sensação de pernas pesadas).
3.8 ProfilaxiaA mais importante profilaxia para evitar uma trombose é a
mobilidade. Dessa forma, é acelerado o fluxo sanguíneo nas
veias. Igualmente, uma meia de compressão pode exercer
uma aceleração do fluxo e, adicionalmente, reduzir o risco
de trombose.
16ÚLcERA DA PERNA
4 Úlcera da perna
4.1 Generalidades A úlcera da perna (em latim Ulcus cruris) manifesta-se em
0,2–2 % da população europeia. Trata-se de uma doença
crónica e há que contar com muitas recidivas. Graças às
modernas compressas para feridas, nos últimos anos conse-
guiram reduzir-se notoriamente os períodos de cicatrização
das mesmas.
4.2 causasEm 70–90 % dos casos, a causa principal da úlcera da perna
é uma doença venosa, ou seja, a existência de varizes, uma
anterior trombose venosa profunda da perna ou, de uma for-
ma geral, um fluxo reduzido com pressão venosa conse-
quentemente elevada. Em outros 5–15 %, as artérias que
transportam o sangue fresco para a perna, alteram-se de
forma patológica, por exemplo, por meio de uma arterioscle-
rose (como consequência de colesterol elevado, tabagismo
ou diabetes mellitus.). Em cerca de 5 %, são responsáveis
causas raras.
4.3 Exame da úlcera das pernasVisto que, na maioria dos casos, uma doença venosa causa
úlcera nas pernas, é efectuada uma ultra-sonografia colorida
(foto 4), combinada com um exame adicional das artérias
(manometria Doppler/curvas de oscilografia) e, conforme o
diagnóstico, mais exames (p. ex. com meio de contraste
por radiográfico, análises ao sangue, etc.), para procurar a
causa.
4.4 TerapiaO primeiro passo é sempre a reparação da causa que lhe
está na base. Se a úlcera da perna resultou de uma doença
de base que possa ser tratada com métodos conservadores
ou invasivos, estas medidas têm de ser aplicadas em pri-
meiro lugar.
Numa segunda fase, há que efectuar uma terapia local e/
ou sistémica da ferida para acelerar a cicatrização. A terapia
local de feridas crónicas, é hoje em dia, em muitos casos, o
tratamento húmido. A secreção da ferida é mantida sob a
compressa, o que acelera a cicatrização da mesma… Porém,
em muitos casos é necessário actuar exactamente no senti-
do contrário, nomeadamente com compressas secas!
4.5 compressas modernasEspera-se sempre, ou há disso relatos, que as novas com-
pressas venham fazer «milagres». Mas há que advertir con-
tra as falsas expectativas relativamente às compressas mais
recentes. As propriedades da pele são diferentes de pacien-
te para paciente e necessitam de uma terapia individual. A
melhor compressa de nada serve se a doença de base não
for tratada.
4.6 Terapia de compressãoNo caso de úlcera condicionada por doenças venosas, o pi-
lar principal e mais importante é a correcta terapia de com-
pressão, juntamente com a cirurgia. As meias de compres-
são devem ser usadas, na maioria dos casos, também na se-
quência da operação.
Mesmo em linfedemas, a terapia de compressão é o
mais importante. O refinado sistema linfático é responsável
pelo transporte da linfa. Como as veias, os vasos linfáticos
também transportam o seu conteúdo contra a gravidade, de
volta para o coração. Se esse fluxo for impedido, p. ex., se os
vasos linfáticos faltarem ou estiverem desviados (p. ex., de-
pois de infecções ou cortes da pele), a linfa congestiona
no pé e na perna, o que causa linfedemas.
5 medidas cirúrgicas especiais das doenças venosas
5.1 ThierschÉ retirada a pele saudável do paciente, cortada com uma
máquina especial e aplicada sobre a zona problemática da
pele (fig. 16).
5.2 EnxertoO defeito cutâneo na perna é coberto com um enxerto cutâ-
neo das costas e os vasos são unidos aos vasos da perna,
para que o enxerto seja irrigado. (fig. 17).
5.3 Transferência de válvulas Neste caso, uma válvula saudável da perna saudável (fig. 18
a1) é transferida para a perna doente (fig. 18 b1) e vice-versa
(fig. 18 a2, b2). Assim, reduz-se a pressão venosa elevada
pela doença nas veias afectadas.
5.4 Operação segundo PalmaA pressão venosa elevada, que resulta da oclusão das veias
da bacia, é reduzida, desviando o sangue venoso através de
um bypass para o lado oposto corrente (fig. 19).
5.5 Bypass de plásticoEm casos indicados, um bypass pode contornar a oclusão
das veias da bacia. Para isso, é implantada uma prótese de
plástico das veias da perna para as veias da barriga.
17 mEDIDAS cIRÚRGIcAS
a1 a2
Fig. 18: Transferência das válvulas com (veia saudável da perna direita a1), (válvula venosa defeituosa da perna esquerda a2), válvula doente aplicada (b1) e válvula saudável aplicada (b2), de novo funcionais.
b1 b2
Fig. 16: Thiersch. Fig. 17: Enxerto. Artéria (A), veia (V).
A
V
Abb. 19: Operação segundo Palma. Oclusão da veia da bacia (b).
B
Antes da operação Depois da operação
Fácil de calçarDevido à reduzida curva de força / alongamento, as meias
conseguem calçar-se com pouco esforço (sobre a articula-
ção do pé / tornozelo) e adaptam-se perfeitamente a todos
os contornos. Com o nosso prático sistema de 4 tamanhos,
cobrimos a maioria das medidas do perímetro. (VENOSAN®
4000 und 5000).
materiais modernosOs fios são produzidos na nossa própria fábrica Salzmann
STRETCH. Graças a uma técnica de tecelagem futurista,
conseguimos associar exigências medicinais e estéticas de
forma ideal. O seu benefício: compressão progressivamente
decrescente e maior conforto ao usar.
Tactel® (Nylon/ poliamida)Fibras sintéticas modernas capazes de transportar a humi-
dade para o exterior, como no moderno vestuário despor-
tivo. (In VENOSAN® 4000 und 5000)
Lycra® (elastano)Fibras de borracha sintética. Responsável pela reduzida
curva força/alongamento (= calçar mais fácil). Ao contrário
da borracha natural (latex), a Lycra® não causa alergias e
é amplamente resistente contra influências ambientais. (Em
todas as VENOSAN®)
AlgodãoEsta fibra natural é responsável por uma agradável sensação
de utilização e não causa quaisquer irritações na pele. (Na
VENOSAN® 2000 e 5000)
X-Static® – silberfaser™ (fibra de Nylon revestida a prata)A VENOSAN® 5000 é a primeira meia de compressão do
mundo com X-Static®! Esta fibra de alta tecnologia actua de
forma antibacteriana, anti-odores, funcional em termos
compensatórios (reguladora da temperatura e da humidade)
e anti-estática. Num estudo científico recentemente publica-
do, foi indicado que a VENOSAN® 5000 ainda estimula a
microcirculação da pele.
18VENOSAN
VENOSAN®
5000
VENOSAN®
2000
VENOSAN®
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VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSAN TRAVEL SOCKS
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Alongamento
Calçar sobre o calcanhar
30%
Kraft
pequeno
grande
Alongamento
Calçar sobre o calcanhar
30%
Kraft
Esforço ao calçar uma VENOSAN® 4000/5000
Bons motivos para você se decidir por uma meia de compressão VENOSAN®
Esforço ao calçar um produto da concorrência
A VENOSAN® 5000 reúne a naturalidade do algodão com
as propriedades antibacterianas, funcionais (em termos
compensatórios) e anti-estáticas dos fios de alta tecnologia
X-Static® e Tactel®. Um produto de ponta, desenvolvido para
pessoas activas dos dois sexos.
Estimula a microcirculaçãoComprovado por estudos na Universidade da Basileia,
Departamento de angiologia (Prof. Dr. K. Jäger)!
Anti-odoresX-Static® afasta as bactérias e impede, assim, odores desa-
gradáveis.
Funcional em termos compensatóriosConforto ideal de utilização pela combinação da fibra reves-
tida a prata X-Static® (devido à elevada condutibilidade,
a prata compensa as oscilações térmicas) e a microfibra
Tactel® (efectua um transporte rápido para o exterior da
humidade da pele).
Anti-estáticaX-Static® liberta-o de descargas eléctricas, graças à elevada
condutibilidade da prata.
19 VENOSAN
A magia da prata VENOSAN®
5000
VENOSAN®
2000
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VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSAN TRAVEL SOCKS
VENOSAN®
AES
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material40 % Tactel® Poliamida 30 % Lycra® Elastano 20 % Algodão 10 % X-Static® – a SilberfaserTM
Acção do X-Static®
OdorLões de prata
Aumentado 30 x
Marrocos
México
Preto
Qualidade de vida
VENOSAN®
5000
VENOSAN®
2000
VENOSAN®
4000
VENOSAN®
LEGLINE
VENOSANCOTTON SUPPORT SOCKS
VENOSAN TRAVEL SOCKS
VENOSAN®
AES
VENOSAN®
100
®
®
®
VENOSAN® 4000 é fabricada numa requintada estrutura
em sanduíche e é a primeira meia de compressão mundial
distinguida com o rótulo «Tactel® climate effect».
Respiração activaO «Tactel® climate effect», com o transporte da humidade
para o exterior, proporciona um excelente conforto de
utilização.
Extremamente maleávelFácil de calçar devido à reduzida curva força/alongamento
da malha.
confortávelO material e a elegância visual proporcionam o máximo
conforto de utilização.
Evaporação
Lado externoTactel® micro touch
Lado internoTactel® multisoft
humidade
Pele
material71 % Tactel® Poliamida 29 % Lycra® Elastano
Marrocos
México
Preto
20