documento reservado

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Os tucanos João Cláudio Derosso e Gustavo Fruet vão disputar, no voto, a vaga para uma eventual candidatura do PSDB à Prefeitura de Curitiba. Luciano Ducci (PSB) corre na paralela, com apoio dentro do próprio ninho tucano Safra cheia e bons preços animam agricultores do Paraná CAMPO MINADO FRUET E DEROSSO NA DISPUTA POR CURITIBA PARA MARCAR Sanepar vai investir R$ 2 bilhões para elevar para 72% da população o serviço de coleta e tratamento de esgoto CHAGA ABERTA A tragédia provocada pelas chuvas de março no Litoral deixa cicatrizes e mostra o despreparo para enfrentar a situação REVISTA DOCUMENTO RESERVADO Nº 35 - MARÇO/2011 - R$ 5,00 www.documentoreservado.com.br

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Campo minado

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Os tucanos João Cláudio Derosso e Gustavo Fruet vão disputar, no voto, a vaga para uma

eventual candidatura do PSDB à Prefeitura de Curitiba. Luciano

Ducci (PSB) correna paralela, com apoio

dentro do próprioninho tucano

Safra cheia e bons preços animam

agricultores do Paraná

CAMPO MINADO FRUET E DEROSSO NA DISPUTA POR CURITIBA

PARA MARCARSanepar vai investir R$ 2 bilhões

para elevar para 72% da população o serviço de coleta e tratamento de

esgoto

CHAGA ABERTAA tragédia provocada pelas chuvas

de março no Litoral deixa cicatrizes e mostra o despreparo para enfrentar a

situação

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 35 - MARÇO/2011 - R$ 5,00www.documentoreservado.com.br

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2Documento Reservado / Março 2011

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3Documento Reservado / Março 2011

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4Documento Reservado / Março 2011

Jornalista responsável e editor-chefePedro Ribeiro

Coordenação Geral e EdiçãoSilvio Oricolli

RedaçãoNorma Corrêa, Pedro Ribeiro, Silvio Oricolli e Lucian Haro

RevisãoNilza Batista Ferreira

ComercialJunior Ribas [email protected]

FotosShutterstock

IlustraçõesDavidson

DiagramaçãoAlves Martins

ImpressãoAjir Gráfica

Tiragem10.000 exemplares Impresso em papel couché fosco LD 150 g, com verniz UV (capa) e couché fosco LD 90 g (miolo)

EndereçoRua João Negrão, n0. 731 Cond. New York Building - 120. andar - sl. 1205 - CEP 80010-200 - Curitiba - PR

Telefones(41) 3322-5531 / 3203-5531

[email protected]

REVISTA DOCUMENTO RESERVADONº 35 - MARÇO/2011

expediente

Me enganaeditorial

O médico que se senta na cadeira da mesa de negociações de entidades representativas da categoria, pode ser o mesmo profissional que está do outro lado da mesa, discutindo o mesmo assunto. Quer dizer: a classe médica paralisa as atividades, por um dia, na tentativa de pressionar os médicos, ou seja, eles mesmos, para uma remuneração melhor nas consultas em consultórios e hospitais. Explico. Ou tento. As cooperativas, entre elas a Unimed, são constituídas por médicos. Eles são donos e, pasmem, reivindicam aumento de salário só que jogam a população no meio do imbróglio caseiro.

Portanto, o que nos reserva a paralisação dos médicos credenciados a empresas do ramo de saúde que ameaçam dar um basta ao mercantilismo e a ganância dessas cooperativas – ou dos próprios médicos - que não remuneram os profissionais com dignidade? O que nós – ou nossas empresas – temos a ver com essa briga de cachorro grande? Acho que devemos apenas esperar, como sempre esperamos, para sermos atendidos nos consultórios médicos, até que o atendimento seja imparcial, trazendo tranquilidade e satisfação para todos nós, que pagamos por esses serviços e apenas queremos recebê-los da melhor maneira possível.

Podemos até entender a reivindicação dos médicos que há mais de dez anos lutam contra os empresários por uma remuneração melhor. O que não podemos aceitar é o não atendimento ou o descredenciamento em massa dos hospitais. Já pensaram como ficaria a saúde privada no País, já que o sistema público, como todos conhecem, é precário e moribundo? Se já existem filas em hospitais públicos, imaginem se os privados também fecharem as portas ou apenas atenderem sob o regime de pagamento no ato. Estamos, portanto, mais uma vez, diante de um grave problema que pode afetar ainda mais a saúde do brasileiro.

Nossa reportagem acompanhou passo a passo o drama das pessoas vítimas das enchentes no litoral paranaense, em especial nos municípios de Morretes e Antonina e descreve a angústia dessas famílias que ficaram desabrigadas. Acompanhamos também os efeitos das chuvas que vem ocorrendo com maior frequência no País, suas principais causas e o que está sendo feito pelo poder público para amenizar o impacto nos equipamentos de infraestrutura das cidades e principais vias de acesso.

Na política, continuam as medidas de moralização na Assembléia Legislativa. O fato mais recente é a determinação do Ministério Público para que ex-presidentes e ex-primeiros secretários da casa, além de diretores, devolvam aos cofres públicos os desvios de dinheiro que somam mais de R$ 200 milhões. Acompanhamos também as CPIs que não levam a nada a não ser à criação de factóides para desvios de atenção.

Para a agricultura o horizonte está mais que azul: safra cheia, recorde na produção de soja, ganho de produtividade nas duas principais commodities – milho e soja -, e mercado firme e remunerador, a ponto de cobrir os custos totais dessas duas culturas e ainda sobrar um bom dinheiro ao agricultor.

Pedro Ribeiro

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5Documento Reservado / Março 2011

índice

08Coração e razãoafastado de suas funções no TrF-4, o desembar-gador edgar Lippmann Júnior, há cerca de dois anos abraçou a luta contra o crack em Porto alegre e agora, quer espalhar essa cruzada pelo País, por meio do projeto “Gota de esperança”

18PLano ousadoCom estratégia pronta para a reconquista de credibilidade junto à população, a sanepar quer levar o serviço de coleta e tratamento de esgoto a 72% da população até 2014, ante os atuais 62%, com investimentos de r$ 2 bilhões

20ÁGuas revoLTaso PsdB, em Curitiba, parece viver o que se chama de “inferno astral” ocasionado pelo dilema de quem apoiar à Prefeitura da Capital em 2012. Protagonizam a disputa pela indicação Gustavo Fruet e João Cláudio derosso, com possibilidade de apoio a Luciano ducci (PsB)

26a oLhos visTos o presidente e o primeiro-secretário da as-sembleia Legislativa do Paraná, valdir rossoni (PsdB) e Plauto Miró (deM), respectivamente, têm sido incansáveis na execução do plano de austeridade e recuperação da imagem da Casa. Com resultados

32Guerra à oMissãovereadores de apucarana, inconformados com a falta de informações sobre o destino de recursos pela Prefeitura e com o aumento da dívida pública, já acima de r$ 250 milhões, decidem esclarecer a situação por meio de uma Comissão Parlamentar de inquérito

34desPreParadosum mês após a tragédia natural que dizimou o Litoral do estado, especialistas afirmam que o País não está preparado para enfrentar esse tipo de situação. Por isso, defendem a criação de políticas públicas de prevenção a desastres climáticos

38Fora de ConTroLe especialistas estimam que serão necessários dezenas de anos para o Litoral se recuperar dos estragos provocados pelas chuvas intensas do início de março. a situação se agrava, com a ocupação desordenada das áreas de risco

42na uTiem protesto pela baixa remuneração que recebem das operadoras dos planos de saúde, médicos fazem um dia de greve e ameaçam com descre-denciamento coletivo. o movimento corporativo, porém, afeta mais os usuários dos planos, em geral, muito caros

44seMana sanTano período da Quaresma muita gente se lembra de incluir os peixes e frutos do mar nas refeições. Muito nutritivos e sempre recomendados pelos nutricionistas, que alertam que esses alimentos exigem uma atenção especial na hora da compra

46Fazendo a CaBeçaalém de distúrbio genético, a calvície estraçalha a autoestima de milhões de pessoas. Mas há avanços satisfatórios de implante capilar que repõem os fios de cabelo com certa natura-lidade, como o microimplante que já chegou ao Paraná

48saFra CheiaCom produção estimada em 32,23 milhões de toneladas de grãos, puxada principalmente com o recorde de 14,67 milhões de toneladas da soja, o Paraná se mantém como principal produtor agrícola nacional em um mercado remunerador, no momento

50inovaçãosão José dos Pinhais, na rMC, inova no sistema de transporte coletivo urbano, com novo terminal, mais linhas e o cartão integração, o que deixou o sistema mais eficiente e econômico ao usuário, a ponto de elevar a demanda

54Faz BeMJá bem difundido no País, o stand up Comedy tem conquistado cada vez mais adeptos em Curitiba. Com a cara, coragem e talento, o artista vale-se de assuntos do dia a dia para arrancar gargalhadas do exigente curitibano

58oBsTinadoo Professor Luizão, petista de carteirinha, em dois anos de mandato como prefeito de Pinhais, na rMC, tem se destacado como “tocador de obras” como: asfalto, bosque, hospital e escolas no município. e não esconde: tem muito mais coisas vindo por aí

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sintonia fina

voto declaradoCom Fernanda richa, primeira-dama do estado, não tem enrolação. Bem articulada politicamente e uma das principais responsáveis pelos votos conquistados pelo governador Beto richa, nos grotões e regiões mais pobres do Paraná, declarou seu voto ao prefeito de Curitiba, Luciano ducci, candidato à reeleição. e manifestou a intenção de colocar seu nome para vice. um balde de água fria no tucano Gustavo Fruet.

Mundinho políticoo governador Beto richa será o presidente estadual do PsdB. valdir rossoni, atual presidente, ficará com a vice-presidência. richa se licencia e rossoni assume. durval amaral (deM) deixará a Casa Civil por uma vaga no Tribunal de Contas do estado e rossoni assumirá a Casa Civil para se candidatar ao senado. Leitura nos bastidores da política paranaense nos corredores do Palácio das araucárias e assembleia Legislativa.

Tem boi na linhanão adianta esconder. valdir rossoni, presidente da assembléia Legislativa, e Plauto Miró Guimarães, primeiro-secretário, já não estão mais de tapinhas nas costas. Pelas declarações de ambos em entrevistas à rádios e jornais, se percebe que o clima já não é o do início da gestão. Parece que o primeiro tem ficado só com o bônus da jornada de moralização do Legislativo, enquanto o segundo só com o ônus.

dono do aviárioFaz um longo tempo que Beto richa e Gustavo Fruet não se falam. Como richa deu preferência ao prefeito Luciano ducci para a candidatura à Prefeitura de Curitiba, Fruet ficou a ver navios, inclusive, com secretarias prometidas. só resta ao tucano depenado buscar outro ninho para se alojar. É, hoje, o noivo mais cobiçado por todos os partidos. Menos o seu que, em Curitiba, já tem dono e seu proprietário chama-se João Cláudio derosso.

Foto: Divulgação

Fora da casinha

aliados do Governo do estado, dizem que Fruet perdeu o juízo, pois, quando foi para

o PsdB, já sabia do compromisso do

partido com o então vice-prefeito e hoje prefeito de Curitiba,

Luciano ducci. e apostam: se sair do

PsdB certamente perderá a eleição.

Mas há alternativa: composição com

ducci, como vice, e prefeito na próxima.

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7Documento Reservado / Março 2011

Pedro Ribeiro

saindo das gavetasem apucarana, os vereadores

trabalham... trabalham... e nada... Todas as leis dos últimos anos

foram engavetadas. agora, o presidente da Câmara, alcides

ramos Júnior (deM), está promulgando mais de 20 dessas

leis que estavam paradas no Legislativo. “não tem sentido

um projeto se tornar lei, representando o interesse e a

vontade da população, e depois ficar mofando dentro da gaveta da presidência”, afirma. Todas as leis que estão sendo sancionadas são ainda da gestão do ex-presidente

Mauro Bertoli (PTB).

de Lara in Londono megaempresário Wilson de Lara, um dos sócios da américa Latina Logística (aLL), deixará, por uns tempos, os gramados do Malutrom, no Parque Barigui. está de malas prontas para uma temporada em Londres, onde aperfeiçoará seu inglês. de olho, é claro, nos trens. sua despedida foi realizada por grupo de amigos no escritório do presidente do Paraná Banco, Jorge nacli.

Metro em Curitibaestá previsto para este segundo semestre, o lançamento do jornal Metro em Curitiba, uma parceria do grupo sueco com a Band Tv. hoje já circula em são Paulo, santos, aBC Paulista e rio de Janeiro. depois vai para rio Grande do sul e Minas Gerais. nova frente de leitura e de trabalho na capital paranaense.

Melhor preçodesembarca no dia 20 de abril, em Curitiba,um grupo de empresários norte-americanos que estão interessados em parcerias com empreendedores brasileiros. os empresários não vêm para vender, mas para comprar. Querem adquirir empresas brasileiras. a primeira reunião será com o presidente do Grupo J. Malucelli, Joel Malucelli.

Carteiraçoninguém entendeu a queixa do deputado estadual, artagão de Mattos Leão (PMdB), quando usou da tribuna para criticar um funcionário da diretran de Curitiba, que multava um veículo estacionado em vaga reservada para idosos e que não constava da autorização do órgão competente. ao dar uma “dura” no agente de trânsito, ao qual chamou de Guarda Municipal, Mattos Leão defendia um amigo que tinha usado a vaga. ainda bem que ninguém lhe deu ouvidos, pois estava defendendo uma irregularidade.

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cidadania

Da togaao combate aoJuiz desenvolve com sucesso projeto para combater o vício do crack entre jovens menores de 14 anos, em Porto Alegre. A intenção é trazer a proposta para Curitiba, numa primeira iniciativa e, depois, espalhá-la pelo Paraná

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Norma Corrêa

CRACk

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saúde

Difícil imaginar que um juiz, admirador de leis e da ordem democrática, acos-tumado a tomar de-cisões polêmicas e a conviver entre as paredes frias de um

Triunal, tire a gravata e a toga e vá às comu-nidades carentes para trabalhar o emocional de crianças e adolescentes, na esperança de impedir que elas engrossem as estatísticas dos usuários de uma das mais terríveis drogas do momento: o crack ou a “droga da morte”, que a cada dia aumenta o número de vítimas em todas as camadas da sociedade brasileira. Pois é nesse meio que fomos encontrar o desembargador Edgar Lippmann Júnior, que há quase dois anos luta para evitar que jovens, até os 14 anos, se percam no consumo do crack ou outras drogas. Foi por suas mãos que nasceu a ONG Gota de Esperança, que atua em bairros pobres de Porto Alegre (RS), onde ele atua como juiz no Tribunal Regional Federal (TRF-4). Atualmente

ele está afastado das funções por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“O crack devasta a vida dos usuários e acaba com os sonhos dos mais novos. Em apenas cinco minutos de ação no cérebro, a droga provoca sensação rápida, intensa, viva de euforia e po-der, mas com poder destrutivo avassalador, e começa causando depressão, ansiedade e agres-sividade, até que os resultados devastadores no corpo aparecem. Por que, então, expor nossos jovens a esses perigos?”, questionou Lippmann Júnior que informou sobre a sua pretensão de implantar o projeto em Curitiba, e afirmou estar disposto a reunir um grupo de voluntários para combater a epidemia das drogas, com “ações positivas, nos atos de contribuição voluntária de um grupo de pessoas na prevenção do uso de drogas por crianças e adolescentes”.

O desembargador chamou a atenção para o fato de que a Justiça trabalhista brasileira impede o trabalho infantil antes dos 16 anos, mas são exatamente estas crianças, oriundas de famílias pobres e desestruturadas, que formam também a força de trabalho ativa dos trafican-

tes. E contou que o “esquema” do traficante é, em primeiro lugar, viciar crianças em número cada vez maior, já que a expectativa de vida de quem consome crack é cerca de 6 meses. “E contam com o problema da deses-truturação familiar para ter sucesso. E geralmente têm. Depois disso, com as crianças viciadas, é fácil para eles [traficantes] trocar o trabalho dessas crianças, como aviões ou mulas, pela droga. Enfrentamos casos [em Porto Alegre], em que crianças eram vítimas de abusos sexuais por parte de padrastos e agressões. Então, são jovens com este perfil, os mais fragi-lizados e suscetíveis ao vício”, relatou.

Segundo ele, no momento em que o jovem está drogado, ele não enxerga a pessoa que está à sua

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saúde

frente, mas vê a fisionomia do seu agressor, da pessoa que o humilhou. “A sociedade não pode empregar esses jovens, mas quem está empregando são os traficantes. Por isso, de-senvolvemos esse projeto, por entender que devemos debater com a sociedade o problema, que angustia centenas de famílias brasileiras. Acreditamos que cada um de nós pode dedicar um pouco do seu tempo para ajudar tirar esses jovens das ruas e do ostracismo. Agindo assim, no futuro, teremos servido com uma ‘gota’, que, propagada, em pouco tempo se tornará uma corrente de amor e esperança para a sociedade brasileira. Ao menos estaremos fazendo a nossa parte”, disse o juiz, confirmando a sua intenção de se aposentar do TRF, em Porto Alegre, onde atua há mais de 13 anos.

Lippmann Júnior adiantou que o desenvol-vimento do projeto no Paraná ainda está em fase embrionária, mas garantiu a firme determinação de intensificar os esforços para estender esse trabalho de prevenção do uso do crack às cida-des paranaenses. No início de março, ele esteve na Assembleia Legislativa, para pedir apoio do presidente, deputado Valdir Rossoni (PSDB), por entender que o Poder Legislativo pode ser um grande parceiro, alimentando a esperança de um futuro melhor para centenas de jovens. “O crack está mais perto do que qualquer um de nós imagina. Essa droga destrói famílias e intensifica a violência”, acrescentou, lembran-do que o Ministério da Saúde estima que 600 mil jovens sejam dependentes desta droga no Brasil. Porém, segundo ele, existe uma corrente de estudiosos que contestam e calculam que esse número é o dobro, prenunciando uma verdadeira “epidemia de crack no Brasil, sem barreiras socioeconômicas”.

Especialistas e estudiosos do fenômeno, ainda recente no País – a droga da morte surgiu no Brasil na década de 90 –, asseguram que é falsa a afirmação de que os usuários de crack sejam de origem social pobre. Lippmann acrescentou que os usuários, “especialmente os

A dependência moderada do crack provoca diarréia, vômito, confusão mental e pânico. Com o uso prolongado, o dependente aumentará as chances de perder a capacidade de raciocínio, tornar-se agressivo e passar a ter crises de alucinações. O usuário ainda corre o risco de arritmias cardíacas, hipertensão, complicações vasculares, excesso de transpiração, tremores, calafrios, convulsão e morte.

AlumíniO - O Centro de Pesquisa em Álcool e Droga da universidade do Rio Grande do Sul (uFRS) chegou à conclusão que os usuários de crack, inalado a partir do aquecimento de latas de alumínio, correm o risco de terem ossos enfraquecidos e até mal de Alzheimer precoce. Os pesquisadores constataram que um em cada cinco viciados tinha maior quantidade de alumínio no organismo do que os valores máximos toleráveis (6 microgramas por litro de sangue).

CAnAviAiS - Há notícias que alguns cortadores de cana estão usando crack para supostamente aumentar o desempenho físico na lavoura. no fim do ano passado, 30 trabalhadores rurais na região de Ourinhos (SP), desmaiaram num único dia sob suspeita de terem consumido a droga. isto pode estar contribuindo para o aumento da violência nas vilas e cidades onde esses trabalhadores passaram a residir.

Identificandoas reações

de classe média, evitam comprar a droga direta-mente dos traficantes, preferindo o serviço das ‘mulas’ ou ‘aviõezinhos’, como são chamados os jovens pobres, que trabalham para o tráfico para financiar o próprio vício”, comentou.

As estatísticas são ainda mais duras com a realidade: nos últimos cinco anos, o número de dependentes de crack no Brasil, com renda acima de 20 salários mínimos (mais de R$ 10 mil), cresceu 155%. Só no Rio de Janeiro, estima-se que cerca de 40% dos usuários per-tençam à classe média. E esse surpreendente resultado é decorrência da política mundial de repressão ao tráfico de cocaína, que deu lugar a um subproduto tão ou mais lesivo e nocivo que a coca, porém, muito mais barato e acessível. “A situação parece incontrolável, porque, a partir do momento que nós, cidadãos, há muitos anos nos convencemos da impossi-bilidade de, individualmente, mantermos uma sociedade segura, justa e solidária, delegamos as nossas aflições a um ente abstrato chamado de Estado (Executivo, Legislativo e Judiciário). Transferimos a eles (Poderes) nossos anseios e angústias, esperando solução para as nossas ne-cessidades básicas, como habitação, educação, saúde, transporte, justiça, segurança, etc. E, em troca, nos comprometemos a pagar impostos, taxas, contribuições e outras contraprestações, além de cumprir as leis editadas”, explicou, acrescentando que, diante da excessiva carga tributária, esses serviços públicos são prestados de maneira deficiente e precária ou não existem.

Mas, conforme Lippmann Júnior, as pesso-as, em vez de exercerem o seu direito de cobrar a efetividade das políticas públicas, preferem apenas criticar o Estado pela ausência de ser-viços que, por sua vez, justifica a sua inércia, alegando muita sonegação ou evasão fiscal. “Enquanto isso, os problemas com a inseguran-ça se avolumam. Qual cidadão comum não fica chocado com a imagem de pais acorrentando os próprios filhos drogados? Quando chegam, até, ao extremo de sacrificar a vida desses filhos?

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Norma Corrêa

Em apenas 2 anos, a Prefeitura de Pinhais inaugurou o novo Bosque Municipal e o Centro de Convivência do Idoso, realizou a reforma e reabertura do Hospital Maternidade, implantou a nova Guarda Municipal, realizou a reforma e ampliação de 10 escolas e creches e já asfaltou mais de 40 quilômetros de ruas e avenidas. E isto é só o começo, porque novas obras e melhorias serão realizadas em todos os bairros.

P I N H A I S . P R . G O V. B R

MAIS LAZER COM O NOVO BOSQUE MUNICIPAL.

PINHAIS. UMA CIDADEEM TRANSFORMAÇÃO.

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saúde

Quem de nós desconhece casos de dependentes químicos entre amigos e familiares? O que dizer, ainda, da crescente onda de atos de vandalismo e até agressões a alunos e professores em escolas públicas e privadas?”, perguntou, citando um advogado criminalista, que disse: “Em nossa sociedade moderna, temos, hoje, duas classes sociais: a dos que não comem e a dos que não dormem, porque têm medo dos que não comem.”

FUNDAMENTO CONSTITUCIONALPara justificar o seu empenho em desenvolver o projeto, Lippmann Júnior disse que

fundamenta a sua proposta na Constituição Federal, que diz que é dever do Estado e da sociedade, assegurar absoluta prioridade a efetividade, entre outros, dos direitos à vida,

saúde, educação, esporte, a dignidade dos menores e dos adolescentes, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral e o preparo para a cidadania, além de prevenir a ocorrência de ameaça ou violação desses direitos (artigos 227 da Constituição Federal de 88, e os parágrafos 3º, 4º, 53º e 70º, do Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei 8.069/90, o ECA). “Esse projeto, portanto, pretende estimular, fomentar e desenvolver atividades de orientação e prevenção ao uso de drogas, que tem respaldo na Política Nacional de Drogas [PNAD], cujo objetivo se assemelha ao previsto pelo Sistema Nacional de Políticas Públicas Sobre Drogas [SISNAD]”, disse, afirmando que, seja em razão do comando constitucional, em razão do sensível

“Dizem que o crack é a raspa da canela do Diabo. E é verdade. Em abril [do ano passado], caminhei um dia inteiro com meu namorado (um ex-presidiário) para vender o que tinha. Pelo cra-ck a gente faz de tudo, inclusive tentar roubar até na frente da polícia.” Este é o depoimento de uma adolescente escrava de drogas, cuja confissão mostra a dimensão do problema que o crack representa para a sociedade. Composta por cocaína, bicarbonato de sódio e espessantes ma-léficos, o crack é basicamente a cocaína fumada, com uma diferença: enquanto a coca é absorvida pela mucosa do nariz, metabolizada pelo fígado e liberada gradualmente pelo cérebro, o crack é absorvido pelo pulmão e enviado diretamente ao cérebro, provocando efeitos muito mais intensos, porém menos duradouros, o que explica o seu poder viciante. A primeira reação é a liberação de dopamina, um neurotransmissor responsável pela sensação de prazer que, por vias naturais,

Os perigos do cracké liberada pelo organismo na relação sexual e pelos alimentos.

A letalidade da droga está no fato de o cérebro reagir a tanta euforia e tentar controlar a liberação de dopamina. Com o uso prolongado da droga, fica difícil cada vez para o organismo liberar o neurotransmissor sem o crack, o que compromete o funcionamento dos neurônios, acelera o coração e aumenta a pressão arterial. O viciado, além de ter danificada a área frontal do cérebro, responsável pelo planejamento, pensamento e controle dos impulsos, ainda corre o risco de ser vítima de um infarto ou parada cardíaca. O tratamento requer acompanhamento psicoterapêutico e remédios, principalmente tranquilizantes.

Jovens, muitas vezes orientados por valores cada vez mais decadentes, a cada dia sofrem com os efeitos devastadores da drogadição. A combinação “preço baixo e sensação de delírio”

se converteu na principal motivação para jovens trocarem o crack pela cocaína. Segundo dados da Secretaria Nacional Antidrogas, cerca de 0,7% dos estudantes da rede pública já admitiram ter experimentado o crack, com reflexos danosos para o rendimento escolar, relações familiares e aumento da criminalidade. Outro agravante é que a combinação de efeitos nocivos reduz a expectativa de vida de um usuário desta droga a um ano, na melhor das hipóteses. É na fase da depressão e quando o dependente sente a vontade incontrolável de sentir de novo os efeitos do “falso barato”, é que o usuário tende a ser violento, desorganizado e, em estágio mais avançado do consumo, relapso com sua higiene pessoal.

Um estudo feito pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), em 3.950 cidades brasi-leiras (71% do total), apontou para um quadro desalentador: o crack tomou proporção de grave problema de saúde pública no País, envolvendo os diversos segmentos da sociedade. De acordo com o estudo, o problema já atinge 98% das

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15Documento Reservado / Março 2011

Norma Corrêa

valor espiritual ou da interpretação que se dê para a teoria da “contratualidade” [Estado e cidadão], é razoável dizer que cabe a cada um dos cidadãos brasileiros tentar quebrar o natural imobilismo e buscar colaborar para amenizar o problema da “epidemia do crack, que atinge a sociedade como um todo.

“Não impressiona a alegação de que esta situação, que podemos dizer de calamidade pública, deva ser debitada única e exclusivamente ao Estado. Ou que a consequência do crescimento da criminalidade deva ser atribuída à família ou às escolas. Devemos ter em mente que também é nossa responsabilidade dar uma resposta solidária para essas crianças e adolescentes, especialmente àqueles que ainda não tiveram contato com esta terrível droga ou àqueles que ainda não são dependentes dela”, explicou.

De acordo com Lippmann Júnior, o objetivo do “Gota de Esperança” é se inserir como instrumento de ajuda, para suprir as deficiências dos responsáveis legais, como família, Estado e outros, “buscando resgatar a autoestima destes pequenos seres humanos, muitos dos quais expostos às condições de estímulo que se iniciam na perigosa aventura das dro-gas, para que possam se tornar cidadãos saudáveis, dignos, capazes e colaboradores com nosso Estado Democrático de Direito”. Para ele, o maior tesouro da terra é o ser humano. “E servir à humanidade é a maior obra de uma vida. Assim, se cada um fizer a sua parte, por mais modesta que pareça, representa uma ‘gota de esperança’ para podermos sonhar com um futuro melhor, não apenas para as nossas crianças e adolescentes, mas para toda a sociedade brasileira”, completou.

cidades brasileiras. A situação hoje é alarmante, principalmente em estados como São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Ceará, além do Rio de Janeiro, onde os trafi-cantes tentaram impedir a entrada da droga, no início, por acreditarem que ela poderia diminuir o lucro obtido com a maconha e a cocaína. Hoje, porém, o tráfico que representava 5%, chega a 25% do comércio de drogas, e quase empata com o roubo, no quesito infração. No entanto, os especialistas asseguram que os casos mais crônicos e graves, envolvendo adolescentes

em situação de criminalidade, estão vinculados ao crack. Lembram também que o crescimento do tráfico, aumenta as causas de internação de jovens infratores. O outro lado da moeda é que esses adolescentes que roubam para comprar a droga, na outra ponta, aparecem como vítima, uma vez que são assassinados por causa de dívidas com traficantes.

A ameaça velada que o crack representa à juventude ainda sadia, levou o Governo Federal a anunciar o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack, com a intenção de dobrar o número de leitos para dependentes químicos em hospitais do SUS. A proposta prevê também a criação de novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) e a transformação dos atuais 110 Centros em unidades 24 horas. Foi a partir de 2002, depois da reforma psiquiátrica, que substituiu os antigos hospícios ou manicômios por esses centros, que passaram a receber financiamento do Ministério da Saúde. Em 1990, eram apenas 12 CAPs no País. Hoje, conforme informações de junho do ano passado, o número saltou para 1.541.

- mantenha com os filhos um diálogo aberto e permanente sobre os perigos das drogas, ressaltando as consequências a médio e longo prazos;

- Desconfie quando seu filho apresentar um súbito desejo de isolar-se; queda repentina no rendimento escolar; desleixo com o asseio pessoal: odor característico e intensa necessidade de vender (ou trocar) objetos domésticos;

- Caso descubra que seu filho é um usuário de crack, obtenha informações sobre o assunto e busque tratamento o quanto antes possível;

- Segundo especialistas, as crianças que usam crack sofrem danos no organismo ainda mais devastadores que um adulto, aumentando o risco de overdose;

- A Polícia militar mantém gratuitamente em algumas escolas o Proerd (Programa Educacional de Resistência à violência e às Drogas), destinado a ensinar crianças de 4ª a 6ª séries a evitar o mundo das drogas;

- As escolas desempenham uma função social importante e por isso, devem ampliar a discussão em torno do tema, enfatizando que uso de drogas continua sendo crime na lei penal brasileira.

Dicas úteis

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Norma Corrêasaúde

Um juiz polêmicoNa certeza de que a injustiça é o mal

maior para uma sociedade e que o silêncio, muitas vezes, é a expressão da sabedoria, o desembargador

Edgar Lippmann Júnior disse que encontrou no projeto “Gota de Esperança”, a paz que precisa-va, depois que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou o seu afastamento do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre. Ele ainda responde a processo administrativo por denúncias de venda de sentença, mas ga-rantiu que a verdade prevalecerá e a Justiça será feita. Cidadão honorário em todos os municípios onde atuou, inclusive, Londrina, Foz do Iguaçu e Cascavel, ele tem em seu currículo profissional posicionamentos polêmicos, como, em 1987, no início de sua carreira como juiz federal, quando julgou, em Rondônia, um ruidoso caso em que a primeira-dama do Estado, Polina Santana, foi acusada de desvio de recursos da Fundação de Assistência Social. Lippman Júnior decidiu pelo bloqueio das contas bancárias da mulher. Em 1989, em Foz do Iguaçu, ele se destacou na luta contra a criminalidade impune que as-solava a região. O destaque ficou por conta do julgamento e condenação do “Dezinho”, maior contrabandista conhecido do Brasil.

Em 1990, Lippmann Júnior foi ágil no desfecho ao caso Martinez. Depois da perícia científica, que apontou que a assinatura, alegada por José Carlos Martinez como sendo de Rober-to Requião, era falsa. Assim, o desembargador assegurou a solução rápida do processo, favore-cendo a posse do governador Roberto Requião, em 1991. No ano seguinte, ele proíbe o canal aberto, CNT, de exibir em horário nobre, o filme considerado pornográfico (Calígula), que ficou famoso por suas ousadas cenas de nudismo e sexo explícito, inadequado para menores de 18 anos. Em 1993, também em sentença inédita, o juiz impôs aos fabricantes de bebidas alcoólicas a inclusão, nos rótulos das embalagens, as mensagens alertando sobre os malefícios dos

produtos, procurando proteger a sociedade e a juventude. Em 1994, o INSS edita a portaria nº 1.477, regularizando as atualizações dos proven-tos (aposentadorias e pensões). O responsável, no Paraná, não cumpre a portaria, repassando somente 1/3 do valor correto para reajuste, prejudicando os aposentados. Lippmann Júnior agiu prontamente e ordenou a prisão do supe-rintendente do INSS, regularizando a situação.

Em 2001, foi ação de Lippmann Júnior que suspendeu o processo de privatização da Copel e, por isso, foi homenageado e aclamado pela corajosa decisão, até mesmo pelo então senador Roberto Requião que, anos depois, viria a ser seu algoz e um dos responsáveis por seu afastamento do TRF-4. Em 2003, anulou um decreto do presidente Itamar Franco, que exonerava um funcionário público injustamente. “Na verdade, o decreto foi assinado por outra pessoa, de má fé, e sem que o presidente da República soubesse”, explicou, dizendo que o caso é inédito no Direito Pátrio. Em 2005, uma Ação Civil Pública do Ministério Público Federal (MPF) questionava a não aplicação de recursos destinados à duplicação da BR 101 – entre Pa-lhoça (SC) e Osório (RS) – que somavam mais de R$ 1 bilhão e que há décadas eram desviados

para outros fins. Em Jaraguá do Sul, ele ordenou o início das obras em 90 dias, com a destinação correta dos recursos.

Entre 2005 a 2007, sob coordenação de Lippmann Júnior, foram implementadas na 4ª Região da Justiça Federal (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul) soluções inovadoras na administração judiciária. Ele implantou o siste-ma eletrônico processual (virtual), em todas as 120 varas do Juizado Especial, além de incluir a obrigatoriedade de planejamento estratégico em todas as varas de juizado especial, estipulando, inclusive, o prazo de um ano para o término dos processos.

Lippmann Júnior é o desembargador do TRF4, que julga os casos do Paraná, Santa Ca-tarina e Rio Grande do Sul, e foi de sua lavra a decisão, em janeiro de 2009, de proibir o então governador Roberto Requião (PMDB) de utilizar a programação da Rádio e Televisão Educativa do Paraná (RTVE) para autopromoção ou ataques a pessoas ou instituições, na Escola de Governo, onde o peemedebista utilizava a reunião de sua equipe, às terças-feiras, e transmitida ao vivo pela RTVE, para criticar adversários ou instituições como a Justiça e a imprensa, por decisões ou notícias que não o agradavam. Requião foi alertado várias vezes pelo Ministério Público Federal (MPF) que, então, entrou com Ação Civil Pública contra ele na Justiça Federal. A ação caiu nas mãos de Lippmann Júnior. A sua decisão de impedir que Requião usasse a RTVE para promoção pessoal e ataques a desafetos políticos, revoltou o governador, que dizia estar sendo censurado pelo desembargador. Cada vez que descumprisse a determinação judicial, Requião teria de pagar multa de R$ 50 mil e, na reincidência, o valor pularia para R$ 200 mil. Por causa de suas transgressões, essas multas devem somar quase R$ 1 milhão. Por isso, o peemede-bista fez ataques pesados ao desembargador e prometeu mostrar ao País quem era o juiz que o estava impedindo de externar sua opinião.

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saneamento

Empresa pretende ampliar de 62% para 72% os serviços de coleta, remoção e tratamento de esgotos sanitários no Estado e voltar a atender a todos os municípios. Atualmente, 55 estão fora do sistema

SANEPARAo herdar a empresa com uma série de

problemas administrativos internos e sem qualquer projeto de curto, médio ou longo prazo, o presidente da Com-

panhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Fernando Eugênio Ghignone, fez um completo diagnóstico da situação e hoje, depois de 90 dias, já tem pronta a estratégia para reconquistar a credibilidade da companhia junto à população paranaense e ao País. Reestruturou a área admi-nistrativa, com a criação de mais duas Gerências Gerais Regionais, contemplando os municípios de Maringá, Cascavel e Paranaguá, que se somam às de Curitiba e Londrina. Criou, também, gerên-cias para atendimento em pequenas comunida-des, com foco na área rural e destacou uma força tarefa para a realização de projetos emergenciais, com o foco voltado principalmente para os resíduos sólidos – lixo urbano.

O maior problema da atualidade está na coleta e tratamento de esgoto sanitário e, para sanear essa deficiência, o Governo do Estado fará um megainvestimento, estimado em R$ 2 bilhões, para ampliar esses serviços a 72% da população urbana até 2014. Hoje, 62% dos paranaenses contam com o serviço, frente à média nacional de 50,6%, explicou Ghignone. Os municípios que mais sofrem com a falta dos serviços de coleta, remoção e tratamento de esgotos são os que possuem menos de 50 mil habitantes. Dos 399 municípios paranaenses, apenas 55 não são atendidos pela companhia e todos, segundo a Sanepar, estão com sérios pro-blemas de esgoto, com tratamento inadequado que pode afetar a saúde da população, alertou Ghignone. “Nosso objetivo é reconquistar todos esses municípios que estão fora da companhia para atender 100% do Estado, tanto em captação e distribuição de água tratada, como em coleta,

remoção e tratamento de esgotos”, acrescentou.

MERCADO DO LIxOAo relatar os propósitos da Sanepar em

participar efetivamente no mercado de gestão dos resíduos sólidos, Ghignone explicou que parte do princípio do ciclo do saneamento, classificado em água, esgoto, resíduos sólidos e drenagem urbana. Uma das primeiras medidas da nova diretoria da empresa foi criar a Gerência de Resíduos Sólidos, como o primeiro passo para a empresa lançar-se em novos mercados. A Sanepar já trabalha na área desde 2002. Por exemplo, em Cianorte, faz a coleta e destinação final do lixo

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Pedro Ribeiro

quer reconquistar municípios fora do sistema

Fernando Ghignone, diretor-presidente da Sanepar, é o novo vice-presidente para a Região Sul da Associação das Empresas de Saneamento Básico Estaduais (Aesbe). Ghignone foi indicado durante reunião que elegeu a nova diretoria e os membros do Conselho Fiscal da associação. “As empresas estão unidas na busca por mais investimentos em saneamento e na desoneração fiscal do setor”, afirmou Ghignone. Como presidente da Aesbe foi mantido o presidente da Empresa Baiana de Água e Saneamento (Embasa), Abelardo de Oliveira Filho, que ficará no cargo por mais um ano. A nova diretoria vai trabalhar por mais investimentos em saneamento, desoneração de impostos como o PiS/Cofins e, também, para que o setor tenha uma definição quanto à titularidade dos serviços de água e esgoto, processo que atualmente se encontra sob análise do Supremo Tribunal Federal.Aesbe - A Aesbe congrega as 25 empresas estaduais prestadoras dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário. Criada em 1985, é a instituição que representa as companhias estaduais de saneamento básico e apoia essas empresas em questões institucionais, técnicas de interesse comum.

Ghignone na Aesbe

urbano; em Apucara-na, é responsável pela gestão do aterro, e para os municípios de Terra Boa e São Tomé, presta os serviços de destinação final dos resíduos sólidos urbanos. “Temos todas as condições de crescer também nesse mercado, numa atividade complementar aos serviços que já prestamos”, argumentou. Segundo o presidente da compa-nhia, hoje não se pode mais admitir o depósito de lixo no solo. “É preciso transformá-lo em energia, fertilizante e matéria-prima. E estamos bem próximo disso”, adiantou.

Para transformar o lixo, a Sanepar buscará

parcerias em órgãos públicos, nas esferas estadual, federal e municipal, além da iniciativa privada. A diretoria da empresa tem consciência de que a tecnologia para essa transformação é cara, mas, segundo Ghignone, “temos capacidade de investimentos e acesso a fontes externas de finan-ciamento”. Com as enchentes de março, no Litoral paranaense, a Sanepar mostrou que tem respostas rápidas para socorrer a população. Disponibilizou cinco caminhões de água para os municípios de Morretes e Antonina e outros 14 para Paranaguá. Atendeu a todos os caminhoneiros que ficaram nos estacionamentos da BR 276, com a distribuição de mais de 200 mil copos de água tratada.

Ghignone: “temos capacidade de investimentos

e acesso a fontes externas de financiamento”

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Começa a esquentar os ânimos no ninho tucano e nos bastidores da política paranaense, com vistas às eleições para a Prefeitura de Curitiba, no próximo ano. Gustavo Fruet, que abriu mão da reeleição a deputado federal para se

aventurar numa perigosa eleição ao Senado, foi derrotado, ficou alijado do processo de reconstrução do Estado e agora esperneia. Dono de um considerável número de elei-tores – na eleição para o Senado fez mais de 650 mil votos em Curitiba – se lança candidato a candidato pelo PSDB à Prefeitura de Curitiba, mas encontra reações do próprio grupo político que teria firmado compromisso com o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB) e se transforma no pivô de um imbróglio político.

política

Começa a

GUERRANo mesmo dia em que respirava um pouco mais aliviado,

por ter tido a informação de que o governador Beto Richa não iria interferir em sua postura de candidato, vem um balde de água fria. O presidente da Câmara de Vereadores de Curitiba, João Cláudio Derosso, também do PSDB, coloca seu nome como candidato à prefeitura da capital. Com base em seu trabalho, como presidente do diretório municipal do partido e pelo seu sucesso na conquista de 14 vereadores para a base do partido na Câmara, se diz credenciado a disputar a vaga na convenção. E ironiza: “Ouvi falar que um tal de Francischini e o Gustavo Fruet querem ser candidatos. Sou melhor que eles, também quero”, disse.

Se Derosso se lançou candidato a candidato, com a in-tenção de neutralizar as ações de bastidores de Fruet, já que

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Pedro Ribeiro

pela Prefeitura de

CURITIBAsempre manifestou apoio a Luciano Ducci (PSB), no andar da carruagem vamos ficar sabendo. O que não dá para esconder é um racha no partido, onde, na Câmara dos Vereadores, o próprio Derosso diz, em tom de injúria, que quem “manda no partido é o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni”. Fruet, por sua vez, afirma que o PSDB não tem mais identidade em Curitiba, cutucando o ex-presidente do diretório, o próprio Derosso.

Já as lideranças do PSDB, ligadas ao governador Beto Richa, dizem que Gustavo Fruet “perdeu o juízo”, porque já sabia, quando entrou no partido, que o grupo político tinha

acertado apoio à reeleição de Ducci à Prefeitura de Curitiba, devido ao apoio deste durante a campanha ao Governo do Estado. Para desatar esse nó, entrou na discussão a primeira-dama do Paraná, Fernanda Richa, que se mani-festou, publicamente, estar ao lado de Ducci na campanha do próximo ano. Rossoni, com o fardo de presidente do partido, aposta em um consenso antes da convenção e até, quem sabe, num bate-chapa entre Fruet e Derosso. Mas, é claro, que a decisão passará pelas mãos do governador. A repórter Norma Correia de Paula, da revista Documento Reservado, conta toda essa história, nos mínimos detalhes.

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política

Nova briga tucana,xO ex-deputado Gustavo Fruet, enfrenta pela segunda vez em sua vida política, uma luta interna pela candidatura própria. Primeiro foi no PMDB que, sob o comando de Requião, viu o seu sonho de ser prefeito de Curitiba ruir. Agora, uma nova luta: quer ser candidato à Prefeitura pelo PSDB, mas para isso tem que tirar as pedras do sapato

FRUETCerta está dona Ivete, quando

diz que o filho, Gustavo, cumpre um verdadeiro carma ao ter que enfrentar a indecisão do partido

quanto a assumir, ou não, candidatura própria à Prefeitura de Curitiba. Foi assim em 2004, quando Gustavo Fruet, então no PMDB, teve que encarar a família Requião, que preferiu deixar de lançar candidato próprio para se abraçar ao PT na disputa pela Prefeitura de Curitiba. Esse foi o ponto nevrálgico que o levou a mudar-se para o PSDB. Agora passa por situação parecida no ninho tucano, que ainda não havia se decidido pela candidatura própria até o vereador e presidente da Câmara de Curitiba, João Cláudio Derosso, declarar-se disposto a concorrer à indicação do partido na disputa pelo Executivo municipal. Não fosse a intervenção da executiva estadual, o diretório municipal já teria realizado a convenção e definido apoio ao atual prefeito Luciano Ducci (PSB). Mas, não será por falta de convite e conversações que Fruet não será candidato a prefeito da Capital. Até agora, seis partidos abriram as portas para ele, prometendo apoio incondicional, apostando na importância po-lítica que representa na Capital, onde fez mais de 650 mil votos, nas eleições do ano passado, quando foi candidato, na última hora, a uma

das vagas ao Senado. PDT, PSC, PV, PPS, o PMDB (quer o ex-

deputado de volta), sem contar que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), também quer Fruet no PSD, partido que está fundando. Aliás, já deram como certa sua saída do PSDB e a sua filiação ao PSD. Há quem afirme ainda que está tudo certo para seu retorno ao PMDB. Fruet diz se divertir com essas informações, desmentindo todas, afirmando que, além da discussão estar sendo precipitada, antes de tomar uma decisão, precisa resolver a questão interna no PSDB que, para ele, sofre com a falta de identidade política. “Sou realista e sem cons-trangimento, digo que tenho disposição de ser candidato pelo PSDB. Porém, antes, o partido

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Norma Corrêa

xDEROSSOem Curitiba precisa decidir seu problema de identidade, porque o diretório hoje, não tem perfil partidário. Nunca reclamei, nunca me queixei, e agora quero saber se tem espaço para mim ou não no partido. Se não tiver, tudo bem, que digam então. Acontece que o partido em Curitiba não existe, porque tem uma visão orgânica. Burocraticamente o PSDB de Curitiba existe, mas politicamente, não tem vida. A minha tranquilidade a este respeito é que está irritando algumas lideranças, porque não estou indo atrás, já que não é um projeto pessoal”, disse Fruet, mandando recado com endereço certo: o presidente do PSDB de Curitiba, vereador João Cláudio Derosso, que até há pouco tempo resistia à ideia de o partido

disputar a eleição contra o prefeito Luciano Ducci, amigo do governador Beto Richa que aliás, está numa situação difícil – está entre a cruz e a espada, isto é, entre o apoio ao amigo Luciano Ducci, que foi seu vice, e Fruet, que também é amigo e tem sido um “soldado” no partido – e já anunciou que pretende ficar fora dessa discussão o maior tempo possível.

PROBLEMA DECOMUNICAçãO

Na Assembleia Legislativa, uma das lide-ranças tucanas vem dizendo que Fruet está “agindo como um bebê chorão. Ele tem que parar de reclamar e reunir o partido todo para dizer a que veio. O que não dá, é para ele se reunir à tarde com o PDT e à noite, conosco”, fulmina. No entanto, ao contrário dessas afirmações, Fruet assegura que man-tém conversações intensas dentro do partido. Disse que já conversou com os três deputados federais (Luiz Carlos Hauly - atual secretário da Fazenda no Governo do Estado -, Alfredo Kaefer e Fernando Francischini), com os nove deputados estaduais e, dos 14 vereadores de Curitiba, nove atenderam ao seu chamado. “Tentaram asfixiar o PSDB para definir apoio a Ducci. Mas, do outro lado, não podemos esperar junho chegar para decidir e na última

hora, me transformarem em candidato, como num passe de mágica. Fui vítima disso no ano passado, quando decidiram (diretório estadual, que esperava uma resposta do senador Osmar Dias, do PDT, ao convite para ser candidato ao Senado, mas ele preferiu arriscar e concorrer ao Palácio Iguaçu), em cima da hora, me transformar em candidato ao Senado”, avalia Fruet, que não pretende passar pela mesma experiência, de novo.

“O discurso sobre a eleição do ano que vem começou muito cedo, porque o diretório municipal do PSDB partiu para a tentativa de consumar o apoio do partido ao prefeito Luciano Ducci (PSB). Por isso quero saber se o PSDB tem uma proposta para o ano que vem, porque a eleição de 2012, certamente trará consequências para 2014. Se o partido não tiver projeto próprio, consequentemente poderá, por exemplo, ver diminuir a bancada municipal e até se ressentir na redução de deputados na Assembleia Legislativa. Temos que encarar essa questão como um movimento natural do partido. Não como um leilão, porque o assunto é sério”, pondera Fruet.

As mágoas do ex-deputado federal não se limitaram apenas ao constrangimento de ser escolhido como candidato ao Senado, na última hora. Ele também não se sentiu muito

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confortável com o oferecimento, pelo gover-nador Beto Richa, de uma Secretaria Especial. “Não fui convidado para participar de nenhu-ma secretaria pelo governador Beto Richa. Ele queria, quase no final das nomeações, me dar uma Secretaria Especial e eu achei que não seria correto, porque parecia ser um cargo de acomodação e isso não faz o meu perfil”, diz, ao afirmar que não tem obsessão por cargos e por isso, está sereno e tranquilo quanto ao seu futuro político.

Sobre as movimentações no PMDB para tê-lo de volta, Fruet aconselha que, primeiro, o partido deveria passar por um processo de reformulação, em razão da forte presença do ex-governador Roberto Requião, que imprime sua personalidade nas decisões da legenda, às vezes com consequências desagradáveis, exatamente por causa dessa influência requianista. “Estou amadurecido. Havia muita cobrança para assumir candi-datura [à Prefeitura de Curitiba]. Pois bem, assumi e agora, o partido tem que dar uma resposta, porque serei candidato se tiver apoio partidário. Se é para ser sadomasoquis-ta, vamos ser, mas por enquanto, não estou admitindo outra possibilidade. Não dá para ser romântico”, avalia.

MExENDO NO IMAGINáRIO Para Gustavo Fruet, as discussões em

torno da possibilidade de mudança de partido, desenvolveram ponderações reais e outras que mexem com o imaginário das pessoas. Ele não esconde que foi procurado por dirigentes de vários partidos, citando Carlos Lupi, Osmar Dias, Jorge Bernardi, e Wilson Picler, no PDT; Ratinho Júnior, deputado federal pelo PSC; Gilberto Kassab, que deixou o DEM, mas que está movimentando as peças para criar – e aí se comenta que, a pedido da presidente Dilma Rousseff, que quer colocar todos os descontentes dos outros partidos, numa só agremiação, para fortalecer o seu Governo – o Partido Social Democrático (PSD); Rubens Bueno, deputado federal pelo PPS; deputados do PMDB e até várias lideranças do PV. Ele disse que, com Kassab a conversa não avançou, uma vez que existe a possibilidade de o PSD se aliar com o PSB, o que inviabilizaria, conse-

quentemente, a sua candidatura a prefeito de Curitiba, já que Luciano Ducci é o candidato natural do PSB à reeleição. E, no PMDB, ele entende que os dirigentes “não estão fazendo operação casada ou sendo articulados”. Ele quer dizer que, ao mesmo tempo em que os peemedebistas batalham pela destituição da atual diretoria municipal, capitaneada por Doático Santos, o fiel escudeiro de Roberto Requião, em outra frente se movimentam para mudar a convenção estadual para permitir a filiação de Fruet no partido.

O prazo da Justiça Eleitoral para filiação partidária é 30 de setembro deste ano. A bancada de deputados estaduais que está na direção do PMDB, está tentando, via executiva nacional, adiantar a convenção que aconteceria somente em novembro, para junho ou julho. “Os peemedebistas não estão mais aceitando Roberto Requião ou até mesmo Orlando Pessuti como comandantes do barco. No entendimento de muitos peemedebistas, está na hora de os deputados assumirem as rédeas, para que as lideranças tenham voz e vez, por entender que partido não tem dono e Requião e Pessuti monopolizavam o partido”, reage Stephanes Júnior, que diz que por enquanto, se mantém como pré-candidato do PMDB – e

Gasolina no fogoPara acirrar ainda mais os ânimos, o presi-dente da Câmara de Curitiba, vereador João Claudio Derosso, que até o dia 17 de março era presidente do diretório municipal do PSDB, decidiu participar mais ativamente da já conturbada política na Capital paranaense e anunciou que também é candidato a can-didato a prefeito. Depois que o diretório foi dissolvido, conta Derosso, não houve a de-vida nomeação de uma comissão provisória, o que poderá ser definido na convenção do partido, marcada para o dia 17 de abril. Tam-bém será nesta oportunidade que o PSDB

vai optar pela candidatura própria, e deve escolher entre Gustavo Fruet e João Cláudio Derosso; ou pelo apoio ao prefeito Luciano Ducci (PSB). “Agora não sei mais nada sobre o PSDB, quem manda no partido é o Rossoni [deputado Valdir, presidente da Assembleia Legislativa]. O dono do PSDB, agora, é Valdir Rossoni”, disse, com tom de injúria.Derosso defende sua candidatura colocando na mesa o trabalho que fez no partido, como a bancada tucana na Câmara de Curitiba que é de 14, das 38 cadeiras, enquanto que em São Paulo, maior colégio eleitoral do País, o PSDB tem apenas 13, dos 54 vereadores.

“Isso é prova que o meu trabalho me dá esse direito [de concorrer à Prefeitura]. Além do mais, ouvi dizer que um tal de Francischi-ni [deputado federal, Fernando Francischini] também quer ser prefeito de Curitiba; esse Gustavo Fruet também quer ser candidato a prefeito. Então, como sou melhor que eles, tenho o direito de me candidatar a prefeito. Se é para por o partido nas mãos de um gato pingado, que seja eu, então. O trabalho que fiz no partido me dá a tranquilidade mo-ral e competência para pleitear a Prefeitura”, atirou, sem medo de acertar a canela de quem quer que seja.

política

O deputado Valdir Rossoni, presidente da Assembleia Legislativa e presidente estadual do PSDB, diz que a convenção vai decidir sobre apoios

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mostra disposição em lutar por isso – à Prefei-tura de Curitiba, mas já adiantou que abre mão da disputa somente para Fruet, apostando que o tucano pode voltar a respirar novos ares.

O certo, porém, neste momento, é que Fruet é candidatíssimo às eleições de 2012, em qualquer circunstância. Ele espera apenas o resultado da convenção do PSDB, que ainda não tem data definida para acontecer, para decidir o que fará. Diz que, até agora, o que se tem são apenas especulações e que não há nada certo, mas há quem assegure que, nos bastidores, a sua troca de partido está sendo negociada com cautela e precisão cirúrgica.

ALTERAçãO DA CONVENçãONo PMDB, o presidente do diretório

paranaense da agremiação, deputado Waldyr Pugliesi, encaminhou ao presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp (RO), um ofício para saber da possibilidade de o partido antecipar as convenções municipais no Estado. No documento, o peemedebista diz que a intenção é promover as convenções munici-pais no dia 17 de julho de 2011, justificando a medida como necessária para a renovação no partido, visando às futuras eleições municipais de 2012. “Há, portanto, a necessidade de filia-ção de novas lideranças, não se esquecendo de que as mesmas deverão ser feitas em até um ano antes das eleições de 2012 [30 de setembro de 2011]”, informa Pugliesi, pedindo que o diretório nacional se manifeste sobre a possibilidade de antecipação das convenções, que, se for autorizada, poderá acontecer ape-nas em Curitiba.

As investidas do prefeito Gilberto Kassab, de São Paulo, não ficaram porém, restritas a Gustavo Fruet. Ele tem na manga, para a sua nova sigla, o PSD, uma relação de políticos com “boa bagagem” eleitoral no Paraná. Também fo-ram alvos de sondagens os deputados estaduais Stephanes Júnior (PMDB), Ney Leprevost (PP), Marcelo Rangel (PPS), Osmar Bertoldi (DEM); e no cenário nacional, já foram mantidos

Decisão no voto O presidente da Câmara disse ainda que a sua intenção já foi, inclusive, oficializada ao governador Beto Richa, que teria levado um susto e teria dito: “Se é isso que você quer, corra atrás. Você fez um bom trabalho no PSDB e tem competência política e administrativa para isso.” Questionado se ele iria “bater de frente” com Luciano Ducci (PSB), a quem sempre manifestou apoio, até porque a convenção que deveria ser realizada no dia 20 de março, estava sendo preparada para bater o martelo em apoio ao atual prefeito, Derosso foi categórico: “Por que não?”.

O deputado Valdir Rossoni, presidente do PSDB do Paraná, disse que esse impasse será decidido no voto, nas convenções marcadas para o dia 17 de abril. Ele continua com a opinião de que existem dois bons e fortes candidatos à Prefeitura de Curitiba – Luciano Ducci e Gusta-vo Fruet –, que pertencem ao mesmo grupo político e, portanto, que o voto dos convencionais é que vai decidir “essa queda de braço”. Fruet, por sua vez, preferiu não comentar o fato novo, porque, segundo ele, “todo dia tem um [fato novo]”.

contatos com o deputado federal Sandro Alex (PPS), o ex-deputado Ricardo Barros, atual secretário de Indústria e Comércio do Governo do Estado. A articulação, no Paraná, coube ao ex-deputado federal, Alceni Guerra, que está trocando o DEM pelo PSD. Ele diz que a sua lista de convidados passa de 50, entre prefeitos, vereadores, ex-prefeitos e deputados estaduais e federais que, nos próximos dias, devem ouvir o canto da sereia chamando por eles. Além de Fruet, que já adiantou que a “conversa” com Kassab não prosperou e que não há futuro, Ricardo Barros também afirmou que não tem interesse em mudar de legenda, assegurando que está muito bem no PP, onde preside o diretório estadual e é vice-presidente nacional da legenda. Mas, quem conhece o prefeito paulistano, sabe que ele não é de desanimar fácil e não desiste de uma boa luta. Ele quer montar uma legenda forte e competitiva, com capacidade e densidade eleitoral, para

Norma Corrêa

alimentar seu ousado projeto político de ser governador de São Paulo e, depois, presidente da República. Parece que Kassab não quer per-der combustíveis como estes e não pretende desistir de levar para o PSD os grandes nomes da política paranaense.

O jogo político para fortalecer o PSDB é consistente e, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, em Brasília, o presidente do DEM, senador José Agripino Maia (RN), reclama que o Palácio do Planalto está pressionando governadores e parlamentares de vários parti-dos para acompanhar o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, no projeto de formação do PSD. “O Planalto está atuando pessoalmente. É uma luta desigual”, critica. A cúpula do DEM afirma que o Governo está pressionando não só políticos do partido, como a deputada Nice Lobão (MA), mulher do ministro Edison Lobão (Minas e Energia), como de outras legendas. Os dirigentes citam os casos do governador Omar Aziz (AM) e do senador Sérgio Petecão (AC), ambos do PMN, e do prefeito de Manaus, Amazonino Mendes (PTB). Por essa avaliação, o plano do Governo seria inflar o PSD para fortalecer a nova legenda e, com isso, balançar a resistência dos integrantes do DEM que hesita-ram em migrar para o futuro partido de Kassab.

O governador Beto Richa está entre a cruz e a espada, quando o assunto é seu apoio ao candidato à Prefeitura de

Curitiba

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26Documento Reservado / Março 2011

No final de março, a nova direção da Assembleia Legislativa do Paraná completou 60 dias no comando da Casa, comemorando os resultados

conseguidos até agora. Mas, conforme o presi-dente, deputado Valdir Rossoni (PSDB) e o 1º secretário, deputado Plauto Miró (DEM), ainda há muito que fazer para dar à Assembleia “uma nova cara”. A equipe, capitaneada pelo tucano, continua com a vassoura nas mãos disposta a fazer a “faxina” necessária para retomar a mora-lidade no Legislativo paranaense. E não foram poucas as conquistas que, até janeiro deste ano,

política

Com a mão no vespeiro

A mesa executiva na Assembleia Legislativa tem apresentado quase que diariamente resultados

das medidas moralizadoras que foram desenhadas especialmente para colocar um ponto final nos

escândalos que se sucediam na Casa

ninguém podia imaginar que o “poço sem fundo”, onde se acumulavam ir-regularidades, de todos os tamanhos e matizes, pudesse ser fechado. Rossoni e Plauto não se intimidaram diante das ameaças e das pressões. Arregaçaram as mangas e colocaram as mãos no vespeiro e, aos poucos, estão dando o contorno daquilo que promete-ram que aconteceria em seis meses. Começaram pelo setor de segurança, onde servidores efetivos e comissionados davam o tom de comando, formando um “poder paralelo” no Legislativo. “Esse foi o passo crucial para que nossas medi-das moralizadoras pudessem ser adotadas. As pessoas que se diziam seguranças da Assembleia tinham mais poderes do que qualquer diretor e até mesmo que o presidente. Nada poderia ser feito se essas pessoas não fossem retiradas de lá”, disse Rossoni, lembrando as agruras que a mesa executiva da AL passou para acabar com

a situação.A partir daí, as coisas

foram acontecendo. Em apenas um mês a Casa

Valdir Rossoni, presidente, enfrenta

desafios, cada dia maior, no comando do

Legislativo paranaense

Foto: Nani Gois

Plauto Miró, primeiro-secretário, tem se debruçado sobre toneladas de papéis para colocar a Casa em ordem

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27Documento Reservado / Março 2011

Norma Corrêa

Com a mão no vespeiro

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economizou R$ 3,6 milhões com as medidas ado-tadas, como a diminuição “linear” da quota de combustível destinada à administração da Casa, que está sendo reduzida em R$ 40 mil por mês. A revisão dos contratos administrativos da AL, coordenada por Plauto, também tem garantido a redução das despesas. “Estamos revisando todos os contratos mantidos pela Casa com fornecedo-

res e prestadores de serviços. Os contratos ven-cidos estão sendo licitados e todos aqueles que ainda estão em vigor estão sendo renegociados”, informa. Segundo o deputado, como ordenador de despesas e responsável por um orçamento de R$ 324,4 milhões da Assembleia Legislativa, “é preciso ter cautela com o gasto de dinheiro público”. A abertura de um edital, no último dia 18, também garantirá a redução de custos com a compra de passagens aéreas e terrestres. O serviço passará a ser oferecido pela empresa Web Trip, com desconto de 6,55% sobre as tarifas. O contrato anterior, vencido no último mês de janeiro, era firmado com a empresa Trípoli, que oferecia um desconto de 1% sobre as tarifas e acabou sendo desclassificada no novo processo de licitação, por não atender exigências do edital. A novidade é, conforme Plauto, que negociações garantiram a redução de 44,67% no valor do seguro dos três prédios que abrigam o Poder Legislativo, em Curitiba. No pregão eletrônico n.° 003/2011, realizado no dia 17 de março, a Assembleia contratou o serviço por 12 meses a um preço de R$ 43 mil, totalizando uma parcela mensal de R$ 3.583,33. Na contratação anterior, ocorrida em 4 de dezembro do ano passado, a

Casa pagou R$ 19.425,62 por três meses de cobertu-ra, o que resultou no valor

mensal de R$ 6.475,21. Os cortes continuam alimentando a econo-

mia e premiando esforços. “Todos os serviços que precisam ser mantidos serão licitados e, por isto, estamos em fase de preparação de processos licitatórios”, explica Plauto, citando como exem-plo a produção dos conteúdos da TV Sinal, que divulga as atividades do Poder Legislativo. Plauto já determinou nova licitação para escolha da empresa que ficará responsável pelo trabalho. Até que o processo seja concluído, os serviços continuarão sendo prestados pela produtora GW Paraná Comunicação Ltda. A previsão é que essa licitação seja concluída em 90 dias. No acordo de prorrogação de contrato, a Assembleia também reduziu o valor pago à GW. O serviço custava à Casa R$ 398 mil mensais, valor que no mês que vem seria reajustado em 11%, mas com as negociações o custo foi reduzido para R$ 360 mil por mês. O democrata lembrou que a revisão dos contratos possibilitará uma grande redução de gastos e que todo dinheiro economizado será devolvido ao Poder Executivo, que poderá usá-lo em projetos que atendam a população, principalmente nas áreas da saúde, educação e segurança. “Essa redução de valores ajudará na economia que a Assembleia pretende atingir. Nossa meta é devolver ao Poder Executivo todo o dinheiro que sobrar nos cofres da Casa. Esses recursos serão mais úteis ao Governo do Estado que poderá usá-los em projetos que atendam a população, principalmente nas áreas da saúde, educação e segurança”, diz.

FUNCIONáRIOSValdir Rossoni e Plauto Miró também me-

xeram em outro problema antigo: a real neces-sidade do número de médicos e dentistas que atendem os funcionários da Assembléia. Rossoni contou que alguns destes profissionais recebem mais de R$ 10 mil mensais, para trabalhar quatro horas por dia. “É um valor muito acima do que é pago na maioria dos hospitais. E a quantidade de médicos é superior à demanda de consultas

Plauto Miró e Valdir Rossoni mostram os primeiros resultados conquistados e a economia que foi feita graças às medidas adotadas

política

Foto: Nani Gois

Deputados, no plenário, vivem um novo momento, com regras novas, tudo pela credibilidade da Casa

Foto: Nani Gois

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somente para atender funcionários da Assem-bleia”, disse, adiantando que o quadro efetivo da Casa conta com 24 médicos e 9 dentistas. De acordo com Rossoni, quatro médicos seriam suficientes para atender as necessidades da Casa. O presidente informou, ainda, que o controle da freqüência dos médicos é feito por meio do ponto biométrico. “Aquele que não aparecer para trabalhar ou não cumprir a carga horária terá desconto em seu salário”, disse, ao informar que existe a possibilidade de colocar o excedente à disposição do Governo do Estado, ou para atender nos postos de saúde de Curitiba. “Vamos ver o que é possível fazer para não ficarmos com mais profissionais do que o necessário”, avalia.

O presidente da AL disse ainda que espera resolver o problema do funcionalismo antes do final de abril. Ele tem que solucionar a questão dos 45 funcionários efetivos que estão ociosos, rondando pelos corredores, tomando cafezinho ou no plenarinho jogando conversa fora. Estas pessoas não encontraram colocação e, agora, “as-sombram” os corredores. A intenção, conforme Rossoni, é ceder estes servidores à Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania (Seju) e à Procuradoria Geral do Estado (PGE). “Acredito que, dentro de mais 20 dias, regularizamos essa situação, e os servidores que querem receber seu salário dignamente vão aceitar ir para uma Secretaria, para um órgão do Governo, desempe-nhar sua função como todo cidadão paranaense e brasileiro”, diz. Por sua vez, o procurador-geral da Casa, Luiz Carlos Caldas, explicou de que forma será feita a cessão de 45 servidores efetivos da Casa que não estão sendo aproveitados em nenhum setor, para o Governo do Estado. Caldas

“A Secretaria da Justiça e a Procuradoria do Estado, via Governo do Estado, vão encaminhar o pedido para a cessão de funcionários à presidência da Assembleia. E nós, que já tínhamos essa intenção, vamos cedê-los ao Poder Executivo”

Luiz Carlos Caldas, Procurador Geral

disse que os Poderes Legislativo e Executivo devem celebrar, em breve, um convênio para viabilizar a proposta. “A Secretaria da Justiça e a Procuradoria do Estado, via Governo do Esta-do, vão encaminhar o pedido para a cessão de funcionários à presidência da Assembleia. E nós, que já tínhamos essa intenção, vamos cedê-los ao Poder Executivo”, informa.

Caldas afirma também que, apesar de legal-mente não existir nenhuma referência a aceitação ou não da transferência pelo funcionário, seria uma “boa medida” para o momento aderir à iniciativa. “A legislação, especialmente a Cons-tituição Estadual, prevê a possibilidade daquele funcionário que não esteja sendo utilizado, ser colocado em disponibilidade (afastado tempo-rariamente de suas funções, porém recebendo um salário reduzido). Então, nós vamos avaliar isso”, avisa.

Foto: Nani Gois

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A Câmara de Vereadores de Apucarana decidiu apertar o Executivo municipal com a finalidade de cobrar ações administrativas e informações sobre gastos com o dinheiro público. À frente desse movimento está o presidente da casa, Alcides Ramos Junior, que exige explicações sobre a dívida do município que já ultrapassa os R$ 250 milhões e conso-me R$ 9,2 milhões com o pagamento de juros, restando apenas R$ 6 milhões do orçamento anual de R$ 158 milhões para investimentos em infraestrutura, saúde, educação e segu-rança pública. “Infelizmente, nossa cidade não vive um bom momento, pois estamos com problemas na área da saúde, com falta de médicos, na educação, com déficit de creches, e não há investimentos de fora”, pondera o presidente.

Como a Prefeitura se recusa a oferecer informações sobre o montante da dívida pú-blica para a Câmara, os vereadores aprovaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de abrir essa “caixa preta” e informar a sociedade como está sendo gasto o dinheiro público. A CPI é presidida pelo vereador Sebastião Ferreira Martins Junior (PDT) e tem como relator o também vereador Marcos Antonio Martins (PTC). “A Câmara

Pedro Ribeiro

Câmara de APUCARANA abre guerracontra omissão do poder executivo

deixará de ser omissa e fiscalizará os atos do governo municipal”, garante o presidente da Casa, Alcides Junior. ”Nós estamos fazendo a lição de casa ao reduzir gastos e economizar 25% com folha de pagamento e despesas gerais”, observa.

MáQUINA PESADAA própria Câmara de Vereadores já fez

sugestões ao Poder Executivo para cortar gastos com funcionários, depois de comparar a Prefeitura a uma máquina “pesada e em situação delicada”, de acordo com relato do presidente do Legislativo. Atualmente, a Prefeitura de Apucarana não consegue roçar mato nas escolas, o que motivou a formação de um mutirão de empresários que compra-

Alcides Junior: “queremos que nossa cidade volte a ter vida”

ram quatro roçadeiras para contribuir com a limpeza nas escolas. “Nós, da Câmara, esta-mos preocupados com o futuro dos jovens e queremos que a cidade volte a ter vida, com as pessoas bem tratadas, principalmente na área da saúde pública”, acrescentou.

Segundo Alcides Junior, “o município cresce de forma desordenada com a ins-talação do Fórum Judicial em um bairro residencial, o Fórum Eleitoral em área de preservação, não há investimentos na malha viária da cidade que está cheia de buracos, além de outros descasos com a própria cidade e seus cidadãos”. E acrescenta: “Queremos recuperar a autoestima do nosso povo que, infelizmente, está desacreditado com a classe política.”

Prefeitura não informa o Legislativo sobre o montante da dívida pública, que passa dos R$ 250 milhões, e vereadores resolvem cobrar postura com uma CPI

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As fortes chuvas que castigaram o Litoral do Estado, no começo de março, pro-vocaram enxurradas e uma série de deslizamentos, que arrastaram casas,

invadiram terrenos e bloquearam os principais acessos rodoviários aos municípios da região. Pelo menos 32 mil pessoas foram atingidas, centenas ficaram desabrigadas e quatro mor-reram, no que foi considerado um dos piores desastres naturais da história do Paraná. Os locais mais afetados pela força da água foram Paranaguá, Guaratuba, Morretes e Antonina, estes dois últimos chegando a decretar estado de calamidade pública.

Num primeiro momento, a maior preocupa-ção era prestar atendimento às vítimas, trabalho feito de maneira incansável por milhares de voluntários, que arrecadaram mantimentos, cozinharam, acolheram e transportaram os desabrigados, segundo informações da Coor-denadoria Estadual da Defesa Civil do Paraná (Cedec-PR). No entanto, um mês depois do acontecido, chegou a hora de refletir sobre o episódio e tentar entender o que teria ocasio-nado as pancadas torrenciais, até então nunca vistas por aqui.

De acordo com pesquisadores, o desastre no Litoral do Estado, mesmo que em menores proporções, se assemelha à da região serrana do Rio de Janeiro, no começo do ano, a maior

Enchente nos municípios litorâneos do Paraná mostra que sem um sistema de monitoramento

eficaz, todos estão expostos à tragédias climáticas cada vez mais frequentes

catástrofe natural já registrada no País, e a outras tragédias climáticas que acontecem pelo mundo. Para eles, o frequente registro de eventos mete-orológicos extremos confirma a hipótese de que o planeta está se aquecendo e esta precipitação seria a responsável pelas incidências devastado-ras. O Instituto Tecnológico Simepar revelou, por exemplo, que em apenas dois dias choveu o equivalente a 340 milímetros na região litorânea paranaense. A média prevista para todo o mês de março era de 270 milímetros, mas em apenas três horas desabaram quase 100 milímetros de água. Os meteorologistas do Simepar afirmaram, também, que um vento constante alimentou durante vários dias a formação da nebulosidade na Serra do Mar, provocando uma precipitação sem rajadas de vento ou raios, mas com grande capacidade destrutiva, como foi comprovado.

Nem tudo, porém, é culpa da natureza. O geólogo e diretor do Centro de Apoio Científico em Desastres (Cenacid) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Renato Lima, levantou outra possível causa da enchente, esta bem mais huma-nizada. Segundo ele, a falta da permeabilidade do solo, a extinção de vias naturais de escoamen-to e a ocupação irregular de encostas ajudam a explicar as inundações. “O que nós percebemos em vários pontos do Litoral, principalmente nas áreas rurais, foram desastres muito extensos e em grande parte das vezes resultantes da evo-

Nas mãos do tempomeio

ambiente

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Lucian Haro

Nas mãos do tempoFotos: Orlando Kissner

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lução natural do solo modificado. Ou seja, em alguns pontos fica clara a intervenção humana, mas em outros apenas a força da natureza”, explicou o geólogo.

Interferência humana ou causa natural, fato é que a implicação lógica das mudanças climáticas reflete na necessidade de haver alternativas de prevenção para esses casos. E pelo que ficou claro, neste ano, nem o Paraná e mesmo o Brasil estão prontos para o pior. O chefe da Seção Operacional da Defesa Civil Estadual, capitão Eduardo Gomes Pinheiro, não exime do Governo do Estado a responsabilidade de criar políticas públicas para prevenção de tragédias naturais como essa. Revelou, porém, que a atu-ação das coordenadorias municipais é essencial ao processo. “Se os desastres têm endereço, o endereço deles é o município, que tem o dever, pela legislação, de dar a primeira resposta, mas não só após os estragos,” disse o capitão.

Lima, por sua vez, acrescentou que também é função do município atuar como principal responsável pela distribuição, revi-são e ocupação de sua área. Segundo ele, a elaboração de um mapeamento de risco, a integração dos órgãos responsáveis e a pro-dução de planos diretores satisfatórios, são outras atribuições interinamente municipais.

Sobre as ações já existentes no País, o geólogo afirmou que são “totalmente incipien-tes” e que o Brasil ainda precisa avançar em conhecimento científico para evitar e prevenir esse tipo de fenômeno. Tanto o especialista em catástrofes climáticas quanto o oficial da Defesa Civil insistem na necessidade de criação de uma pasta no setor público voltada exclusivamente à proteção da população, com profissionais melhores capacitados e especializados no as-sunto. “A ideia é organizar equipes distritais que estejam preparadas para atuar nas situações de risco e desenvolver planos de monitoramento sem falhas,” afiançou Lima. Falhas, aliás, que foram consideradas responsáveis pelas dimen-sões atingidas pela catástrofe carioca. Segundo ele, três dias antes das precipitações atingirem

a Serra do Rio, elas haviam sido detectadas pelos instrumentos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O grande problema foi fazer o alerta chegar ao Estado e depois até os municípios, muitos deles sem um setor de defesa civil organizado.

Por aqui, um esforço conjunto entre en-genheiros da Minerais do Paraná (Mineropar), Defesa Civil e Corpo de Bombeiros conseguiu retirar algumas famílias de áreas de risco de Antonina, antes dos deslizamentos. Morretes e Paranaguá não tiveram a mesma sorte.

DIMENSãO DOS ESTRAGOS Constatada a falta de políticas públicas

para prevenção de catástrofes climáticas e a exposição nacional às situações de risco, os

estragos vivenciados no litoral do Estado não foram poucos. Os locais mais afetados pelas enxurradas e deslizamentos de terra foram Morretes e Antonina, onde mais de 2.300 pessoas ficaram desabrigadas e três morreram.

O prefeito de Antonina, Carlos Augusto Machado, o Canduca, disse não saber pre-cisar quanto dinheiro será necessário para reparar os danos no município, mas garantiu que o trabalho será grande. “É praticamente como construir uma cidade nova,” lamentou, lembrando-se do bairro Laranjeiras, um dos locais mais atingidos e que provavelmente nem

meioambiente

Canduca: “os estragos foram grandes.É praticamente como construir uma cidade nova”

MapeaMento de riscoA Coordenadoria Estadual de Defesa Civil do Paraná (Cedec-PR) disponibiliza, na página oficial do órgão na Internet (www.defesacivil.pr.gov.br), a primeira fase do processo de mapeamento dos riscos de desastres no Estado. A iniciativa seria uma das maneiras de prever o surgimento de precipitações que pudessem gerar estragos. Nesta primeira etapa, foram trabalhados os dados referen-tes às tragédias já ocorridos ao longo dos últimos 31 anos – período que compreende o banco de dados existente no Sistema Infor-matizado da Cedec/PR.

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voltará a existir. Canduca afirmou que, ao tomar conhecimento das dimensões atingidas pela catástrofe, reconheceu que a estrutura organi-zacional da cidade não daria conta de resolver o problema sozinha. A saída, segundo ele, foi decretar estado de calamidade e solicitar apoio dos governos do Estado e Federal. Medida adotada, também, pelo prefeito Amilton de Paula, em Morretes.

Segundo de Paula, as correntezas que atingiram Morretes varreram tudo o que havia pelo caminho, de carros a pontes, algo nunca visto pelos moradores do município desde

as enchentes de 1969, 1972 e 1989 - que não chegam nem perto desta. “Nunca havíamos vivenciado uma enchente desta magnitude, foram atingidas residências, plantações e terrenos,” disse. O grande problema, segundo ele, foi o fato de todos os rios que passam pelo litoral terem enchido ao mesmo tempo. Quanto aos custos para recuperar Morretes, o prefeito calcula que devem ficar na casa dos R$ 11 milhões, uma quantia considerável se levada em conta a capacidade produtiva da cidade. Já a Defesa Civil estadual calcula prejuízos materiais de R$ 104,6 milhões, levando em consideração a avaliação parcial de danos e os relatórios encaminhados por todos os lugares atingidos no Estado. O Governo admitiu, no entanto, que este número pode ser ainda maior.

ECONOMIAMais do que casas, ruas e estradas, a chu-

varada dizimou, também, a economia dessas cidades. áreas rurais usadas para agricultura, pecuária e ecoturismo, garantindo o sustento de muitas famílias, foram arrasadas, visto que a água as atingiu com maior intensidade. As atividades do turismo de aventura, grande vo-cação de Antonina e Morretes que são pobres em indústrias, ficaram comprometidas pelo bloqueio da BR-277. Em Paranaguá, o pátio de triagem do porto também foi afetado pela interrupção da rodovia e chegou a receber apenas 2% do movimento de caminhões que normalmente circulariam por lá neste período.

Mesmo que altos, os danos materiais levan-tados pela Defesa Civil não chegam nem perto do sofrimento das famílias de quatro pessoas que perderam a vida nessas enchentes. Três das quatro mortes foram registradas no Litoral: uma em Morretes, onde uma mulher teria se afogado dentro de casa e depois sido arrastada pela correnteza e duas em Antonina - um idoso e uma mulher teriam morrido soterrados pelo deslizamento de uma encosta. O quarto caso aconteceu em Honório Serpa, no Sudoeste do Estado, também por afogamento.

desastres HistÓricosRelembre algumas das maiores enchentes registradas no Paraná, nos últimos 30 anos:

Cheias do Rio BelémEm maio de 1983, as fortes chuvas caídas na região Sul de Curitiba provocaram a cheia do Rio Belém, trazendo verdadeira calamidade pública. 200 pessoas ficaram desabrigadas e centenas de casas foram destruídas. O então governador José Richa foi obrigado a decretar estado de emergência e calamidade pública em 133 municípios, inclusive na capital.enChente do Rio iguaçu Também em 1983, o Paraná (e todo o Sul do País) viveu a maior enchente do século XX. O Rio Iguaçu e seus afluentes foram castigados pelas cheias do mês de julho. As águas invadiram cidades e vilas, destruindo casas, indústrias e estabelecimentos comerciais e públicos. Milhares de pessoas ficaram desabrigadas. enxuRRadas em PaRanaguáEm 2008, uma forte enchente atingiu Paranaguá, no Litoral paranaense. Um dos bairros mais afetados foi a Colônia Santa Rita. Em algumas casas, a água e a lama chegaram a atingir um metro e meio de altura, causando muitos prejuízos para várias famílias, que receberam cestas básicas, camas e colchões. Mais de 200 pessoas foram afetadas.enChente em sengésEm fevereiro de 2010, uma sequência de enxurradas devastou Sengés, no interior do Estado. Os 20 mil habitantes da cidade ficaram praticamente isolados e passaram dias de agonia sem água e sem telefone. Cinco pessoas morreram.

De Paula: “Calculamos que o nossoprejuízo chegue a R$ 11 milhões”

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meioambiente

Recuperação ambientalEm poucos dias, os municípios litorâneos foram prejudicados por grande

quantidade de chuva prevista para cair durante um mês inteiro

40 anos. Esse é o tempo que as áreas ambientais devastadas pelas fortes chuvas que atingiram o litoral parana-

ense no mês de março podem levar para se recuperar totalmente. Esse é um dos maiores desastres naturais no estado, que prejudicou principalmente os municípios de Morretes, Antonina e Paranaguá.

A tragédia paranaense que deixou mor-tos, muitos desabrigados e vários deslizamen-tos de morros foi bem menor que a registrada no início de 2011, na região serrana do Rio de Janeiro. Porém, os dois casos apresentam algumas semelhanças. A principal é que as duas localidades atingidas fazem parte da mesma serra do mar e têm a mesma formação geológica. O número de vítimas só não foi maior porque o trecho de serra paranaense possui mais áreas florestadas, em relação ao Rio de Janeiro.

Segundo a bióloga e professora da Universidade Federal do Paraná, Marcia Marques, eventos como esses são naturais no verão, mas a situação é agravada quando a

população se instala perto das áreas de risco. “Devido a um nível de precipitação maior que o usual, muitas encostas desmoronam e rios enchem rapidamente com a chuva, causando problemas para a população. Os desmorona-mentos, mesmo de áreas florestadas, fazem parte da dinâmica destes sistemas. Quando há saturação de água no solo as camadas mais superiores acabam sendo carregadas junto com ela. O problema surge quando há

população próxima às áreas de instabilidade”, explica a especialista.

Ocupação desordenada e falta de planeja-mento contribuem para tragédias parecidas. Há uma legislação ambiental brasileira, que faz parte do Código Florestal, que prevê que as áreas de preservação permanente, como regiões de morros e rios, não sejam habitadas, mas em muitos pontos ela não é cumprida. A bióloga afirma que a situação

Fotos: Orlando Kissner

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Lorena Malucelli Pelanda

Recuperação ambientalno litoral do Paraná pode durar décadaspode piorar, com uma possível mudança na lei. “Muitas áreas foram desmatadas, ocupadas e desrespeitam os limites. O que nos preocupa mais neste momento é que esta legislação poderá ainda ser modificada - e para pior - pois está havendo uma forte pressão da bancada ruralista para que áreas de preservação sejam passíveis de ocupação. Ou seja, se já há problemas agora, imagine se o substitutivo do Código Florestal for

aprovado”, lamenta. Em casos como estes, em que as pessoas

já estão em áreas de risco e não há como retira-las, é necessário fazer um mapeamen-to, para evitar possíveis desastres. O Paraná ainda prepara o levantamento, previsto para ser concluído ainda neste ano. O estudo mo-nitora o número de pessoas e as áreas em que o risco de problema é eminente. Também é analisada a situação do solo e das encostas

para saber se o local é seguro para morar. As primeiras informações dão conta que

em menos de três dias o Paraná registra um desastre, seja ele natural ou humano.

E para se recuperar deste desastre no litoral, principalmente na área do meio ambiente, são necessárias várias medidas de recuperação, que podem durar décadas. Se-gundo a bióloga da UFPR, essa demora pode chegar até 40 anos. “De maneira geral, depois de 20 a 40 anos as áreas de desmoronamento vão sendo “cicatrizadas”, mas é apenas ao longo prazo que as interações ecológicas são totalmente reestabelecidas. Isto, é claro, depende da freqüência com que distúrbios como este aconteçam”, explica.

áGUAS DE MARçOA chuva em excesso foi a responsável

pelos estragos sentidos na região. Em apenas um dia choveu 230 milímetros, o total que foi previsto para todo o mês de fevereiro, segundo o Instituto Tecnológico Simepar.

O metereologista Fernando Mendes afirma que a Serra do Mar contribui com o

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Lucian Haro política

aumento das chuvas. “No histórico do litoral paranaense, nos últimos anos, o alto volume de chuva sempre ocorre. A região permite, principalmente pela função da proximidade com a serra do mar e o oceano”, diz Mendes. Segundo ele, dificilmente se pode prever grande quantidade de chuva que nem ocor-reu no litoral.

Para o Instituto Nacional de Pesqui-sas Espaciais (INPE) os principais fatores responsáveis pelo aumento dos desastres naturais em todo o mundo são o crescimento populacional, a segregação sócio-espacial (aumento das favelas e bolsões de pobreza), a acumulação de capital em áreas de risco (ocupação da zona costeira), e as mudanças climáticas, como o aquecimento global.

RECONSTRUIR COM PRóPRIA TRAGÉDIA

Toda a madeira das árvores que caíram durante as enxurradas no litoral paranaense será comercializada para ajudar na recons-trução dos municípios atingidos. A ideia é do Instituto Ambiental do Paraná que vai monitorar, com a ajuda das prefeituras, a re-moção do material que pode ser aproveitado para construção de novas moradias.

A licença ambiental para a venda do pro-duto é concedida apenas para os proprietários do terreno de onde a madeira foi extraída. De acordo com o presidente do IAP, Luíz Tarcísio Mossato Pinto, a partir de agora, a liberação também será dada a uma entidade social que ficará responsável pela distribuição de renda. “A madeira será utilizada em benefício da co-munidade. Depois de cortado, o material será apreendido e doado a uma entidade. O grupo ficará responsável pela comercialização legal da madeira e pelo repasse do lucro ou até mesmo da madeira, aos moradores e aos trabalhadores que ajudaram na retirada do material”, conta o presidente.

Desastres por todo o BrasilO ano de 2011 começou marcado com o maior desastre natural do Brasil, na Região Ser-

rana do Rio de Janeiro. As fortes chuvas que atingiram a região deixaram mais de 800 mortos e 24 mil pessoas desabrigadas. Nova Friburgo foi a cidade mais atingida, com 423 mortos pelos deslizamentos de terra.

O estado de Minas Gerais também foi castigado pelos temporais. 70 cidades ficaram alagadas e mais de um milhão de moradores foram prejudicados.

Já em 2008, 60 municípios de Santa Catarina ficaram inundados pelos fortes temporais que atingiram o estado. Foram pouco mais de 140 vítimas fatais e 5 mil pessoas que tiveram as suas casas danificadas.

Os desastresnaturais no Brasil são associados a inundações

(51%) e deslizamentos

(15%), sendo que estes apresentam o maior número de

mortes.

O aproveitamento da madeira também vai ajudar na limpeza dos rios e bairros devastados. O presi-dente do IAP garante que há grande quantidade de árvores caídas que poderão ser utilizadas. “O volume é muito alto, e passa de 15 metros cúbicos de madeira”.

A fiscalização será intensificada para impedir que algumas pessoas se aproveitem da situação para derrubar as árvores nas florestas.

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Com foco na transparência, Prefeitura de AlmiranteTamandaré se moderniza

A Administração Pública de Almirante Tamandaré vem se modernizando e assumindo medidas, com foco na transparência, na busca de uma maior qualidade e eficiência na prestação de serviços de interesse público. Dentre as medidas para modernização da gestão, cum-primento da legislação e transparência, a Prefeitura vem realizando o Pregão Eletrônico como modalidade mais utilizada nos processos de licitação, além de estar implementando o Portal de Transparência.

A Prefeitura Municipal de Almirante Tamandaré, desde junho de 2005, vem utilizando a modalidade de licitação denominada “Pregão Eletrônico”, dispo-nibilizando pelo Banco do Brasil através do site www.licitacoes-e.com.br, para aquisição de “Bens e Serviços Comuns”. De acordo a pregoeira Sandra Maria Cumin, em 2010, aproximadamente 90,15% das licitações re-alizados pelo setor de compras e licitações foram pela modalidade de pregão eletrônico. Como resultado, a Prefeitura teve uma economia de mais de R$ 4,5 milhões.

Por meio dessa modalidade, destacam-se alguns exemplos de aquisição dos quais se obteve uma economia acima do esperado no ano passado, como a aquisição de utensílios e equipamentos de cozinha, em que o valor máximo da proposta era de R$ 489 mil e o valor final foi de R$ 269 mil, gerando economia de R$ 220 mil para o município; a aquisição de uniformes escolares para fornecimento no corrente ano, com valor proposto de R$ 565 mil e valor final de R$ 295 mil reais, perfazendo uma economia de R$ 270 mil; mochilas escolares onde o valor proposto era de R$ 210 mil e o valor final foi de R$ 61 mil, com R$ 149 mil de economia, entre outros.

Essa modalidade de licitação, que é também uma disputa pelo fornecimento de “bens e serviços comuns”, acontece por meio da internet e é uma das medidas que veio para facilitar e modernizar a rotina do administrador público de Almirante Tamandaré. “O Pregão Eletrônico, além da economia, oferece outras vantagens tais como: Agilidade, segurança, otimização de pessoal, transparên-cia e modernidade nas licitações do Município”, afirmou o Prefeito Vilson Goinski.

Prefeito Vilson Goinski

Para visualizar o portal do município, acesse o site

www.tamandare.pr.gov.br

Transparência e modernidade também são as palavras de ordem no novo sistema que será adotado pela Prefeitura, em fase de implementação no portal eletrônico do município. De acordo com a Lei Complementar nº 101, em vigor desde maio de 2009, municípios com população entre 50.000 e 100.000 habitantes tem o prazo de 2 anos para a adoção do sistema.

De acordo com dados do IBGE de 2010, o município tem uma população de 103.245 habitantes. No entanto, em 2009, quando a lei entrou em vigor, o município possuía população estimada pelo IBGE de 97.523 habitantes, tendo portanto até maio deste ano para se adequar as normas da lei.

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saúde

quem puderMédicos de todo o Brasil, que prestam serviços para operadoras de planos de saúde, suspendem suas atividades por um dia em protesto contra a baixa remuneração

SAlvE-SEA partir deste 7 de abril, Dia Mundial da

Saúde, quando os médicos cooperados ou conveniados com o sistema privado, cruzam os braços, ameaçando o descre-

denciamento, em função da má remuneração, interferência na autonomia dos profissionais e vícios na contratação, poderá ser desencadea-do no País mais um retrocesso no já precário atendimento na área da saúde: os médicos não realizarão consultas e nem outros procedimen-tos. Os pacientes previamente agendados serão atendidos em nova data. Todos os casos de urgên-cia e emergência receberão a devida assistência.

O primeiro hospital paranaense a se retirar do sistema cooperado foi o de Ibiporã, no Norte do Estado. As entidades representativas dos médicos acreditam que outros hospitais adotarão a mesma medida. O movimento de descreden-ciamento tem seu motivo na defasagem nos valores dos repasses referentes a consultas e procedimentos clínicos, em percentual médio de 156%, pois algumas operadoras de planos de assistência à saúde ainda praticam referenciais de honorários de 1992, explica o Conselho Regional de Medicina (CRM). Para as entidades médicas cooperadas, os grupos privados tem uma visão exclusivamente mercantilista, de ganharem muito dinheiro em troca de serviços cheios de restrições regulamentares e remuneração médica inadequada.

“Ao mesmo tempo em que assistimos ao aumento progressivo dos custos na área, viven-ciamos uma fragilidade cada vez maior na relação entre médicos e planos de saúde, com prejuízos

inaceitáveis aos pacientes”, destaca o presidente da Associação Paranaense de Medicina, Jorge Carlos Machado Curi. “Por isso, iniciamos uma grande campanha, desde o ano passado, com as nossas regionais e Sociedades de Especialidade, incluindo as pesquisas do Instituto Datafolha, que se tornaram instrumentos de denúncia, e a ferramenta do cálculo do valor efetivo recebido pela consulta”, observa.

DENúNCIA SOCIALPara o presidente do Sindicato dos Médicos

no Estado do Paraná (Simepar), Mário Antônio Ferrari, a paralisação é só mais uma ação da luta que a classe estabeleceu por honorários dignos, instituição nos contratos de cláusulas de reajus-tes, além de exigir um melhor relacionamento dos planos e seguros saúde no exercício da medicina. Na sua opinião, o movimento serve, também, como denúncia social sobre as condi-ções nas quais muitos médicos se submetem a trabalhar por esses convênios. “Há mais de dez anos os profissionais que atendem pelos planos de saúde não têm o reajuste que efetivamente merecem. Enquanto eles recebem no máximo R$ 30,00 por consulta, nós defendemos a bandeira de R$ 100,00 a consulta. A intenção é recuperar o equilíbrio e compensar estes valores,” afirma Ferrari, ao lembrar que a manifestação foi refe-rendada pela Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM), Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e pelo conjunto das sociedades de especialidades médicas, sendo defendida, também, a melhora na qualidade do

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Pedro Ribeiro

atendimento aos pacientes nos centros médicos.Quanto ao posicionamento dos centros

hospitalares e clínicas médicas nesta disputa, o presidente da Associação dos Hospitais do Paraná (Ahopar), Benno Kreisel, afirma que a categoria não tomou partido nas discussões, mas é favorável às reivindicações apresentadas pelos profissionais da saúde. “Hoje é complica-do, pois vemos que muitos médicos acabam até fechando seus consultórios por conta da baixa remuneração que recebem dos planos e isso acaba sendo sentido, também, nos hospitais que já vivem a falta de atendimento em algumas especialidades”, justifica. Kreisel, que também integra o Departamento de Saúde Suplementar do Conselho Nacional de Saúde (CNS), diz que o valor repassado atualmente a um médico por consulta atendida é de R$ 15,00, em média, e chega a ser vergonhoso para a classe. “O valor é menor do que qualquer barbeiro cobra por um corte de cabelo por aí”, ironiza. O presidente da Ahopar lembra ainda, que um dos empresários mais ricos do País é dono do grupo de Assistência Médica Amil, o que demonstra, segundo ele, não ser baixo o faturamento dessas empresas.

CONCEITO DUVIDOSOPesquisa nacional encomendada pela Asso-

ciação Paulista de Medicina e pela Associação Mé-dica Brasileira, com apoio do Conselho Federal de Medicina, revela que as operadoras, planos e seguros de saúde não gozam de bom conceito junto à população e aos médicos. Os médicos atribuem, em média, nota 5 aos convênios,

numa escala de zero a 10. Os médicos (92%) denunciam que sofrem sempre algum tipo de interferência em seu trabalho. As principais são a glosa de procedimentos e tratamentos (78%), limitação de exames e procedimentos (75%), restrição ao tratamento de doenças preexistentes (70%) e restrição dos auditores a exames e pro-cedimentos clínicos e cirúrgicos (70%).

Segundo o Conselho Regional de Medicina do Paraná, os honorários médicos são aviltan-tes. Não há reajustes dignos e reais há mais de dez anos, resultando em perdas significativas na remuneração. “A saúde suplementar, planos e seguros, foram criados para diminuir a pro-cura de serviços estatais. Se as normas fossem obedecidas, isto de fato acabaria ocorrendo. Infelizmente, não é o que acontece devido às restrições impostas pelos convênios ao traba-lho médico”, reclama o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul, Fernando Weber Matos.

“A situação é mais do que grave. Precisamos de uma ação contundente, efetiva. Quanto mais divulgarmos o movimento em nossas redes, cons-cientizando o maior número possível de colegas e de pacientes, maior será nossa chance de obter avanços”, afirma o presidente da APM, Jorge Curi. “A população precisa conhecer a realidade do setor e os órgãos competentes devem tomar as devidas providências”, acrescenta.

Florisval Meinão, 1º vice-presidente da APM e diretor da Associação Médica Brasileira, lembra que a passeata e a suspensão do atendimento, em 7 de abril, fazem parte de um cronograma de

ações. “É importante que os médicos orientem suas secretárias a explicar aos usuários o motivo da remarcação das consultas e procedimentos para outras datas, e também divulguem a Carta Aberta à População em seus consultórios e con-versem com os pacientes sobre o tema, afinal são eles quem pagam os planos de saúde”, destaca.

Para o diretor de Defesa Profissional da APM, Tomás P. Smith-Howard, este grito de alerta é um momento muito singular. “É importantíssima a força de mobilização das Sociedades de Espe-cialidade e Regionais para tornar emblemática a passeata em São Paulo. Precisamos contagiar médicos, pacientes e toda a opinião pública com nossa indignação”, conclama.

INVESTIGAçãOA Promotoria de Justiça de Defesa do Consu-

midor, do Ministério Público do Paraná, instaurou inquérito civil para investigar as operadoras de planos privados de assistência à saúde quanto ao comprometimento dos serviços prestados aos usuários, que decorre da ameaça de descreden-ciamento dos médicos cooperados, conveniados ou referenciados face à má remuneração, interfe-rência na autonomia dos profissionais e vícios na contratação, dentre outros motivos.

Segundo a Assessoria de Comunicação do Conselho Regional de Medicina do Paraná, o órgão recebeu ofício da Promotoria de Justiça, assinado pelos promotores de Justiça Clayton de Albuquerque Maranhão e Cristina Corso Ruaro, dando ciência da ação e destacando as providên-cias imediatas, incluindo a requisição imediata de esclarecimentos por parte de 27 operadoras, bem como manifestações das suas entidades representativas, como Abramge, Fenasaúde e Unimed do Brasil.

O MP também estendeu o comunicado da investigação às Promotorias do Estado. No ofício para conhecimento dirigido ao CRM, Procon-PR e Associação dos Hospitais do Paraná, a Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor destaca que o movimento regional de descredenciamento por parte da classe médica é justificado pela defasagem nos valores dos repasses referentes a consultas e procedimentos clínicos, em percen-tual médio de 156%, e que algumas operadoras de planos de assistência à saúde ainda praticam referenciais de honorários de 1992.

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saúde

Para evitar imprevistos, consumidor deve ficar atento à “cara” do peixe

OlhO vIvOCom a aproximação da Semana Santa,

os peixes e frutos do mar começam a assumir o lugar das carnes ver-melhas nos supermercados e lares

brasileiros. O consumo desses alimentos é recomendado aos cristãos, principalmente nesta época do ano, por representar o jejum e a abstinência – práticas comuns de devoção na fase da Quaresma –, mas fora isso, eles estão presentes o ano inteiro nas orientações dos nutricionistas para quem deseja ter uma “saúde de ferro”. Antes do consumo, porém, deve vir o cuidado. A maioria desses produtos exige do consumidor uma atenção especial, desde o momento da compra até a hora de serem levados à mesa.

O nutrólogo Maximo Asinelli defende que por possuírem baixo teor de gordura, os peixes deveriam ser consumidos pelo menos duas vezes por semana e não apenas nos dias que antecedem a Páscoa, como habitualmente ocorre. Ele explica que a ingestão desses ali-mentos faz bem ao organismo e garante uma alimentação saudável e balanceada. “O teor de gordura nos peixes é muito mais baixo que nas carnes vermelhas e, paradoxalmente, os animais mais gordos são os mais nutritivos por terem maior quantidade de ômega 3 e gordura poliinsaturada, substâncias auxiliadoras no combate à doenças cardiovasculares,” informa, ao esclarecer que “mas, assim como são mais nutritivos, os animais mais gordos são mais calóricos, também”.

Segundo Asinelli, o ômega 3 presente nos peixes é um complexo que quando unido a um outro tipo de gordura, anula os efeitos prejudiciais dos ácidos graxos saturados e, por

isso, previne as doenças do coração e colabora na redução da pressão ar-terial, dos triglicerídeos e do colesterol. Os pescados que apresentam maior quantidade deste complexo são os de água fria e salgada, como o atum, o salmão e a sardinha, facilmente encontrados no mercado.

O nutrólogo afirma ainda que os nutrientes desses alimentos diminuem, também, o risco do Mal de Alzheimer, das doenças circulatórias e dos distúrbios do sono, além de possuírem ação antiinflamatória, ajudarem na produção da massa muscular magra, atuarem na regeneração dos neurônios e no desenvolvimento cerebral. Aliás, por conta deste último benefício, o consu-mo dos peixes é muito indicado para as crianças. Neste caso, porém, as mães devem preferir as espécies sem espinhas para evitar acidentes. “Um bom exemplo de peixe para ser consumido na infância é o cação,” indica. Quanto à quantia recomendada para consumo do alimento em uma refeição, Asinelli é categórico e afirma que, como qualquer outra carne, os pescados devem

Ana Valéria: “condições de armazenamento e

higiene do produto”

denuncieCaso encontre alguma irregularidade nos

peixes e frutos do mar ou em qualquer outro tipo de alimento, o consumidor

deve denunciar o fato à Vigilância Sanitária Municipal pelo telefone 156,

inclusive nos finais de semana.

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Lucian Haro

OlhO vIvOser ingeridos com moderação. “Se for frito, deve-se consumí-lo com atenção, já que a fritura implica no aumento das gorduras”, adverte. O ideal, segundo ele, é optar pelas versões grelha-das, assadas, ensopadas e ao molho.

Mas antes de correr para o supermercado, feira livre ou peixaria, com água na boca, a coordenadora da Vigilância Sanitária de Ali-mentos da Secretaria de Saúde de Curitiba, Ana Valéria Carli, recomenda que os consumidores estejam atentos à aparência e conservação do produto, para evitar problemas. Segundo ela, os cuidados devem começar já na chegada ao local da compra. “A principal preocupação dos consumidores deve ser em relação às condições de armazenamento e higiene do produto,” res-salta. “No supermercado, o pescado deve estar exposto em balcão frigorífico e na feira, envolto em gelo picado, sempre protegido do sol e de insetos,” completa. Diz ainda que o feirante ou vendedor deve estar usando luvas e avental ao manusear o produto e que é preciso ficar atento à utilização de toldos vermelhos nas barracas e peixarias. A técnica, segundo ela, é usada em

alguns lugares para “maquiar” a cor do peixe e fazer o alimento parecer mais fresco.

OUTRAS DICAS DE ANA VALÉRIA: - Para verificar o frescor do alimento, pres-

sione a barriga do peixe com os dedos e constate a firmeza da carne. Veja se os olhos dele estão brilhantes e salientes. Lembre-se de checar se as guelras estão rosadas ou vermelhas (lembrando do truque do toldo vermelho que pode alterar a cor do peixe). Certifique-se, também, se as escamas estão presas ao corpo do animal.

- Fique atento à temperatura de conserva-ção nos balcões frigoríficos, que deve variar de -2ºC a +2ºC para pescados frescos e de -25ºC a -18ºC para congelados. Cheque se há presença de água no balcão, pois isso pode indicar que o aparelho foi desligado ou teve a temperatura reduzida – o que põe em risco a qualidade do alimento.

- Apesar de salgado, o bacalhau também pre-cisa de atenção na hora de ser comprado. Como os demais peixes, ele deve estar sob refrigeração quando vendido em pedaços. Peças inteiras pre-cisam estar nas caixas de origem, onde devem constar, também, outras informações sobre o produto. Manchas brancas, marrons ou aver-melhadas denunciam a deterioração do peixe.

Ana Valéria lembra, ainda, que os cuida-dos não param por aí. Depois de comprar os pescados de boa qualidade, o consumidor não pode deixar de zelar pela conservação deles na geladeira ou freezer. Não recongelar o produto e protegê-lo do contato com outros alimentos, por exemplo, são medidas importantes para garantir a conservação do pescado e o bem-estar de quem vai consumí-lo.

O médico maximo Asinelli revela que os peixes mais consumidos no País são os de água salgada, entre eles: sardinha, tainha, robalo, cação, linguado e badejo. Segundo ele, há várias divisões para determinar a qualidade da carne do produto, nos quesitos sabor e textura e a quantidade de gordura e proteínas. Entre os peixes mais gordurosos, aqueles que possuem gordura espalhada por toda extensão da carne, estão o atum, a anchova, o salmão, a sarda, a sardinha, a moréia, o espadarte, a enguia, a cavala, a lampreia e o arenque. Já entre os peixes magros, que possuem a gordura concentrada apenas no fígado, estão o bacalhau, a corvina, o dourado, a garoupa, o linguado, o peixe espada, a pescada, o pregado, o robalo, o salmonete, além da tainha, truta, carpa e do carapau.no quesito qualidade da carne e sabor mais apurado, os peixes são divididos em quatro linhagens:1º - merluza, namorado, badejo, cherne, linguado e robalo;2º - Abrótea, albacora, atum, cioba, dourado, enchova, espadarte, garoupa, marlim, mero, michole, pargo, pescada, sargo-de-dente, tira-vira e trilha;3º - Batata, baúna, bicuda, bujupirá, bonito, cação, caranha, cavala, corvina, goete, olhete, olho-de-boi, olho-de-cão, pampo, pescadinha, pira, piraúna, raia, sernambiguara, serra, sororoca, tainha, vermelho, viola, xaréu, xerelete e xixarro;

4° - Bagre, baiacu, carapicu, cavalinha, coco-roca, congro, galo, espada, manjuba, moréia, parati, peixe-porco, piranjica, sardinha e ubarana.

Em quantidadee qualidade

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A queda de cabelo não representa apenas um distúrbio genético, mas um abalo na autoestima das pessoas. “Hoje, quando olho no

espelho, vejo que posso apresentar não só a mim mesmo, como aos outros, uma imagem influenciada pelas características cosméticas do meu rosto e na cabeça. Antes, totalmente calvo, ou careca mesmo, me sentia deses-timulado no convívio social. Agora, depois de uma restauração capilar, faço questão de me apresentar ao público.” Assim, como faz questão de afirmar, ganhou uma nova vida o advogado curitibano, Sergio Almeida Castro, 43 anos, ao passar a mão na cabeça e exibir cabelos.

A exemplo de Castro, centenas de parana-enses estão se submetendo à mais moderna técnica de microtransplante capilar, para a calvície, sobrancelhas e cílios, realizados com microscópios, fio a fio. “Operamos com microscópios, lâminas de diamante, com anestesia local, com ou sem sedação, obtendo resultados da melhor qualidade e naturali-dade”, explica o médico e cirurgião plástico Marcelo Evandro dos Santos. Com mais de três mil cirurgias plásticas e centenas de mi-crotransplante capilar, o médico paranaense, que atende no Hospital Griffon, de Curitiba, acaba de retornar de um treinamento, na Sociedade Internacional de Cirurgia Restau-radora de Cabelo, em Orlando, nos Estados Unidos, onde participou do maior “Congresso Mundial de Cirurgias ao Vivo”, trazendo, para o Brasil, as técnicas mais avançadas para estas cirurgias.

Com a evolução, o microtransplante capilar permite dar uma naturalidade jamais vista. Nesse sentido, Santos acrescenta que: “fazemos a reposição dos cabelos exatamente como eles nascem no couro cabeludo, que

Pedro Ribeirosaúde

No Paraná, a mais modernatécnica para IMPlANTE CAPIlAR

são as unidades foliculares, colocando-as uma a uma com alta densidade”. E, com o uso de microscópios estereoscópicos, “realizamos intervenções em uma linha frontal natural com os fios colocados um a um”, explica. Essa técnica, segundo ele, foi usada em atores norte-americanos como John Travolta, Nicolas Cage e outros.

Santos: “fazemos a reposição dos cabelos exatamente como eles nascem no couro cabeludo”

“John Travoltae Nicolas Cage usaram essamoderna técnica”

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agricultura

Paraná colhe safra cheia e, o mais importante, em momento em que a cotação dos principais produtos agrícolas estão em alta

Até o final de março, a maioria dos produtores de soja e de milho, espe-cialmente do Paraná, em sua maioria, não tinha do que se queixar: o desen-

volvimento das lavouras transcorreu bem, com recuperação da produtividade e, o melhor, com horizonte sinalizando mercado firme e remune-rador. Tanto que o valor pago pela soja e o milho cobria o custo total de produção destas com-modities. A engenheira agrônoma Margorete Demarchi, do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), ratifica que estes dois produtos passam por bom momento no mercado, sustentado pelos fatores produção e custo dentro da normalidade e crescimento da produtividade, favorecida pela adoção de

tecnologia e também pelo clima. Com isso, o agricultor tem embolsado boa renda com a venda da produção.

Passado o efeito do tsunami no Japão, apesar dos temores ainda pre-sentes de possível contaminação de áreas, inclusive agrícolas, devido ao vazamento radiativo em usinas nucle-ares abaladas pelos tremores de terra naquele país, o que encaminha um pouco da preocupação para a questão da segurança alimentar, a economia mundial se mantém aquecida. Mas, no momento, a atenção dos produtores rurais brasileiros está voltada para o Hemisfério Norte, à espera dos núme-

ros da safra norte-americana, que devem ser divulgados no início de abril. Este é um fato muito forte, que influencia a cotação dos pro-dutos agrícolas no mundo: se houver redução do volume de grãos quanto à expectativa do mercado, os preços sobem; se houver aumento, os valores caem.

Segundo o Deral, o preço dos dois princi-pais produtos do Paraná tem sido praticado bem acima dos patamares realizados há um ano, com a vantagem de que os valores cobrem todos os custos de produção e ainda deixa boa margem de lucro ao agricultor. Por exemplo, a saca de 60 quilos da soja, no final do dia 29 de março, estava sendo vendida a R$ 43,93, com aumento de 42% sobre o valor médio recebido pelo produtor em março de 2010, de R$ 31,15. Tomando como referência a produção de 50 sacas por hectare (três toneladas), o custo total de produção da saca da oleaginosa, pelo levantamento de feve-reiro, estava em R$ 33,62. Isso significa que o sojicultor fechou março com lucro de R$ 10,55 por saca. O preço da saca do milho, levando em consideração a produção de 120 sacas por hecta-re (7,2 toneladas), de R$ 23,73 representava alta de 71% em relação ao valor médio praticado em março do ano passado, de R$ 13,84. Em fevereiro último, o gasto total de produção de uma saca do cereal estava em R$ 19,26. “Portanto, o que se constata, até o momento, é que o agricultor tem sido bem remunerado”, analisa Margorete.

SAFRA CHEIASustentada principalmente pela soja, com

produção recorde de 14,67 milhões de tone-ladas, com aumento de 5% sobre o volume anterior, a safra 2010/11 do Paraná deve fechar em 32,23 milhões de toneladas. E apesar de ser 2% menor que os 32,76 milhões de toneladas do ano agrícola anterior, o volume é suficiente para manter o Estado como principal produtor nacional de grãos. Até o penúltimo dia de mar-ço, os sojicultores tinham colhido 82% dos 4,5 milhões de hectares ocupados pela lavoura. E mesmo com o aumento da área em 3%, o índice está dentro da média de colheita da cultura para o período, de acordo com Margorete. A produti-

Tudo no

Margorete: “o que se constata, até o momento, é que o agricultor tem sido bem remunerado”

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Sílvio Oricolli

vidade da soja é de 3,26 toneladas por hectare, frente às 3,19 toneladas da safra passada.

No entanto, a colheita do milho está atrasada em relação à média dos últimos três anos, de 65% da área. Até o dia 30 de março, os agricultores haviam colhido 55% da lavoura que ocupa 741 mil hectares, mesmo sendo a menor área desde a década de 1960, uma vez que houve redução de 17%. “Isso é uma decisão do produtor que tem optado pelo cultivo na soja no período de verão, devido à liquidez ao preço desta commodity, preferindo investir no milho da segunda safra”, esclarece a agrônoma do Deral, ao acrescentar que a produção estimada é de 5,71 milhões de toneladas, com redução de 16% em relação à safra anterior. E o atraso na colheita, não deve ser interpretado como problema, pois a atividade tem se concentrado na região Centro-Sul do Estado neste período, com variedades mais tardias. A produtividade do cereal deve fechar em 7,71 toneladas por hectare, frente às 7,56 toneladas em idêntica área obtida da safra passada.

Por outro lado, como o Brasil depende do suprimento do milho da segunda safra, os agricultores paranaenses estão semeando 1,62 milhão de hectares, área 19% maior que a do ano passado. A produção esperada é de 7,1 milhões de toneladas, superando em 5% os 6,78 milhões de toneladas obtidos na safrinha 2009/10. Apesar de o prazo de semeadura ter sido prorrogado até o próximo dia 10, no final de março faltavam apenas 4% da área a ser plantada.

Quanto ao trigo, segundo o Deral, tinham sido semeados 3% de 1,04 milhão de hectares previstos para a atual safra, área 11% menor que a do ano passado. Em consequência disso estima-se colheita de 2,88 milhões de toneladas, 16% a menos que os 3,04 milhões de toneladas do período anterior.

AZUl

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50Documento Reservado / Março 2011

Uma das prioridades na gestão do prefeito Ivan Rodrigues, a recupera-ção da malha viária de São José dos Pinhais, tem superado as expectati-

vas da população e da própria Prefeitura. Com mais de 300 quilômetros de ruas revitalizadas, em pouco mais de dois anos, o município vem recebendo melhorias em todas as regiões.

O Revitaliza já levou à diversos bairros da cidade asfalto definitivo, antipó e o superantipó – um tipo de pavimentação de alta qualidade e durabilidade, muito semelhante ao asfalto. Entre algumas ações do programa, está o re-capeamento das ruas centrais da cidade. Neste ano, foi feita a recuperação de várias ruas nos bairros Afonso Pena, Guatupê, São Marcos, xin-gú, Borda do Campo, Boneca do Iguaçu, Campo Largo da Roseira, Jardins Eldorado, Alvorecer, Potiguara, Habitat e Ícaro, entre outros.

A quantidade de vias revitalizadas superou até mesmo os planos iniciais da administração de São José dos Pinhais. “Iniciamos o trabalho com uma projeção de 200 quilômetros, mas com o tempo, conseguimos aumentar esse nú-mero para mais de 300 quilômetros, resultado muito positivo que pode ser visto por toda a cidade”, afirma Rodrigues.

cidades

Obras por toda partePrograma de

revitalização da malha viária supera expectativa da própria Prefeitura de

São José dos Pinhais

Obras na Rua Antônio Singer

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51Documento Reservado / Março 2011

Da redação

Obras por toda parteNeste ano, obras importantes

foram realizadas em São José dos Pinhais, como a rotatória na trin-cheira da Avenida Rui Barbosa com

a BR-277, que liberou o tráfego no local, que registrava mais de 20 minutos de espera nos horários de pico. Outro exemplo é a Avenida Guatupê, onde se encontra em fase final de implantação 1,8 quilômetros de pavimentação definitiva. Além disso, foram recapeados seis quilômetros na Rua Antônio Singer, em Campo Largo da Roseira, e oito ruas do bairro no xingu receberam o superantipó, totalizando 1.786 me-tros de benefício para a população. São apenas alguns exemplos entre muitas obras efetuadas simultaneamente.

“Essa revitalização era esperada em vários bairros, e seguimos ampliando a quantidade de obras”, destaca o secretário municipal de Viação e Obras Públicas, Nivaldo Carneiro.

Mesmo com muitas obras já realizadas no município, o Revitaliza São José continu-ará fazendo parte da vida da população são-joseense. O programa continua melhorando a infraestrutura de diversos bairros da cidade, não apenas com obras de pavimentação, mas também em saúde, segurança, educação e em várias outras áreas.

“Quando assumimos a Prefeitura, nos comprometemos a melhorar a vida dos cida-dãos de São José dos Pinhais. No programa Revitaliza São José, levamos as obras para todo o município. E é assim que pretendemos agir, identificando quais os principais problemas e atuando ofensivamente para que a população possa ter orgulho de morar nesta cidade”, acrescenta o prefeito.

Rotatória na trincheira da Av. Rui Barbosa com BR-277

Obra na Rua Candido Alves da Rocha

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52Documento Reservado / Março 2011

Gabriela Gatti

um exemplode mulherDurante o mês que é comemorado o dia das mulheres, fiquei pensando que personalidade eu poderia falar na coluna. É inevitável cometer o erro de não citar grandes mulheres paranaenses que contribuem para a nossa sociedade, mas uma entre tantas, eu não poderia deixar de falar. Menina, mulher, esposa, mãe e administradora pública são características da curitibana Fernanda Richa. Em conversa com Fernanda, perguntei a ela como poderíamos defini-la e ela me respondeu: eu sou o que todos me conhecem! É, cheguei à conclusão que não podemos limitar uma resposta de quem sempre nos surpreende positivamente. Esposa do Governador Beto Richa e mãe de três filhos pretende à frente da futura secretaria da Família e Desenvolvimento Social promover as famílias paranaenses a exemplo do grande trabalho realizado na capital, quando presidiu a Fundação de Ação Social (FAS). Quando não está cumprindo agenda - até mesmo nos finais de semana – Fernanda dedica seu tempo à família, faz aulas de inglês e francês e pratica tênis.

Gonzales y Garcia lança Festival

espanhol O sucesso foi um dos elementos

principais do lançamento do Festival Gastronômico Espanhol, na última

quinta-feira (24), no bar e restaurante Gonzales y Garcia. Com a casa lotada, o chef do Grupo Taco El Pancho, Marcos

Ravaglio, preparou ao vivo no deck do estabelecimento - estilo cozinha show - uma deliciosa paella negra. A ideia inédita dos proprietários Gustavo Hass e Marcelo Santana agradou a todos pela proximidade que os clientes ficam ao

preparo do prato. O menu também ofereceu montaditos e tapas (tradicionais aperitivos espanhóis) e a tradicional sangria. A partir de abril, o evento será realizado toda a última quinta-feira do mês, sempre com um chef convidado e um novo prato espanhol. Uma proposta que veio para ficar, acompanhada

de um belo ambiente que reflete com perfeição a cultura hispânica. Mais informações www.gonzalesygarcia.com.br

Março is the new Janeiro Uma das maiores manifestações culturais já realizadas em Curitiba este ano

foi, sem dúvidas, a virada do ano em 18 de março de 2011. Isso mesmo! Em plena Praça da Espanha, os amigos

Iuri Castelo, Isbella Fonseca e Nat Petry propuseram a oficialização de

um pensamento incorporado na nossa cultura: a de que o ano só começa

depois do carnaval. E conseguiram! “A divulgação foi feita exclusivamente por

redes sociais em quatro dias, com mais de 5 mil confirmações de presença na página do evento no Facebook. Utilizamos também o Tumblr, onde

registramos mais de 16 mil visitas, vindas de 136 cidades do Brasil e outros 34 países”, contou Castelo, em entrevista a esta colunista. E quem foi, entrou

mesmo no clima com roupas brancas, espumantes e uvas. A meia noite era possível ver aquele “mar de gente” desejando Feliz Ano Novo. Ainda há

tempo, um ótimo 2011 pra você.

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53Documento Reservado / Março 2011

Fernando Pires e as Mulheres de Curitiba No elegante coquetel realizado no sábado (26), na casa noturna Liqüe, em Curitiba, foi

lançado o editorial “Mulheres de Curitiba”, promovido pela empresária Maribel Souza, proprietária da House of Shoes by Fernando Pires. No evento, que contou com a presença

do próprio Fernando Pires e da atriz Isadora Ribeiro – madrinha da noite -

Maribel contou que a produção tem como propósito homenagear as mulheres da capital. “Selecionamos doze mulheres

normais da nossa sociedade, de 30 a 70 anos, que foram fotografadas com modelos de sapatos criados e produzidos pelo Fernando Pires”.

Para explicar o sucesso que sua marca faz por aqui, Pires deixa o recado. “A mulher curitibana é

charmosa, se veste bem, tem estilo, gosta de produtos confortáveis e é exigente. Gosta e procura sempre o melhor”. O editorial foi publicado na Revista Blooming.

outono na Forum

A empresária Christiane Wasilewsky, franqueada da

Forum em Curitiba, recebeu na terça-feira (15), na loja do

Park Shopping Barigui, clientes e amigos para o lançamento da coleção outono-inverno. A coleção “Metrópolis” tem

como embaixatriz da marca em Curitiba, a socialite Jandirinha Khury. A campanha de outono

tem como destaques o ator Rodrigo Santoro e a modelo

Adriana Lima. A coleção é assinada pela estilista Marta Ciribelli. Vale a pena conferir!

Parabéns Curitiba! O prefeito Luciano Ducci, que assim como Curitiba, também fez aniversário no mês de março, falou a esta colunista sobre os 318 anos da Capital. Aos 56 anos, Ducci disse que ele se orgulha de administrar a cidade. “Todos nós temos que cuidar desta cidade maravilhosa que é Curitiba. Somos todos responsáveis pelas as transformações, que são referências para todo o país, nos últimos sete anos. Tudo que é feito para melhor às condições de todos é fruto do trabalho entre a população e a administração pública”, disse. No domingo (27), o prefeito comemorou a data ao lado de 45 mil pessoas, no Parque Barigüi.

iMG chega ao Brasil pelo Paraná A empresa americana de seguros IMG (International Medical Group), presente em 170 países, chega ao Brasil

pelas mãos do paranaense e especialista em seguros Adriano Valente Rocha - responsável por gerenciar o processo, que segundo ele, deve movimentar aproximadamente dois milhões de dólares apenas em 2011.

Segundo Rocha, a IMG apresenta novas propostas ao mercado. “A empresa tem como norte seguros médicos internacionais para viagens pessoais e empresariais, e como grande diferencial, o turismo médico, que consiste

em um plano especial de saúde para eventuais procedimentos no exterior”.

Dieg

o Pisa

nte

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54Documento Reservado / Março 2011

humor

A arte do Cada vez mais o humor stand up conquista o público e revela mais talentos

Uma visão dos problemas diários em versão bem humorada. Essa é a proposta do Stand Up Comedy. O estilo de humor norte-americano

que, há mais de cinco anos, faz sucesso entre os curitibanos, porque há muito público e também talentos para este estilo. O Stand Up Comedy tem como característica principal o humor da cara limpa, em que o artista sobe ao palco só com o microfone, sem a ajuda de figurinos e outros acessórios.

Geralmente, o repertório da apresentação é de histórias do cotidiano que fazem com que o público se identifique e, é claro, ria dos problemas. Entre os temas vistos com mais freqüência estão política, relaciona-mento amoroso e fama. Fama que, quem

faz humor com este gênero, quer alcançar. E a trajetória não é fácil, já que arrancar gargalhada do público requer muito talento e dedicação.

Para descobr ir e a té mesmo dar chance aos novos

profissionais, o Curitiba Comedy Club, casa especializada neste tipo de apresentação, pro-move semanalmente um show de Calouros de Stand Up. Toda terça-feira os candidatos podem participar do concurso, cujo objetivo é conquistar os risos do público.

Conhecido como muito exigente, o curitibano também quer selecionar a melhor pessoa que o faz rir. É o que diz o mestre de cerimônia do concurso, Emerson Ceará, que também trabalha como garçom e humorista na casa. Ele conta que frequentemente muitos

participantes não conseguem ter um bom desempenho diante da plateia curitibana. “Sempre há pessoas que não conseguem arrancar risos, mas oriento e digo que só por ele ter coragem de subir ao palco já é alguma coisa”, aconselha.

E muitos não desistem. “A pessoa vem uma vez, gosta e vai se aperfeiçoando em cada apresentação. É necessário ter dedicação, e ficar atento em todos os acontecimentos na sociedade, para repercutir os assuntos no palco”, afirma Ceará.

Uma dessas pessoas é a estudante de arquitetura, Juliana Marques. Ela começou a frequentar o concurso em janeiro, prin-cipalmente para ajudar a aliviar o estresse. Juliana conta que passou a gostar do estilo e até pensa em conciliar a futura profissão com o humor. “Sempre que posso faço stand up, preciso me manter no meio para fazer contatos e saber das novidades”, diz.

Por ser uma das poucas mulheres a fazer humor, Juliana acredita que falta ousadia. “Alguns textos ficam bem com a interpretação da mulher. Geralmente os homens gostam de falar mal do sexo feminino, e quando subo no palco eles se surpreendem quando sabem que faço um show bem feminista”, comenta.

Toda semana as casas noturnas de Curiti-ba oferecem algum tipo de apresentação no formato Stand Up Comedy. Jefferson Todor trabalha há cerca de quinze anos com teatro, e há três com stand up. Ele comanda um show de humor às terças-feiras no bar Era Só o Que Faltava, junto com o grupo Comédia Brasil. E explica que a concorrência é grande e que é necessário se aperfeiçoar para se manter na carreira. “Como em todas as profissões, existe muita competição, e apenas os que têm garra

Toda semana Jefferson Todor apresenta o show “Comédia do Sétimo

Dia”, no Era Só o Que Faltava

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Lorena Malucelli Pelanda

RISO

Ghignone: “temos capacidade de investimentos

e acesso a fontes externas de financiamento”

sionais da área usam a cidade como teste do trabalho. “Muitos humoristas testam textos em Curitiba, pois o público é o mais crítico do País. Justamente pela originalidade do texto e por falarmos do que vivemos, o curitibano é a melhor plateia para saber se o texto está bom”, garante Todor.

TALENTOS CURITIBANOSO estilo Stand Up Comedy cresce cada

vez mais no Brasil. E Curitiba tem revelado talentos, que hoje também fazem sucesso em outros pontos do país. Diogo Portugal, Marco Zeni, Fábio Lins, Alisson Diniz e Fábio Silvestre, entre outros, começaram a carreira na capital paranaense e atualmente se apre-sentam com frequência em outras cidades, como São Paulo e Rio de Janeiro.

O Festival de Teatro de Curitiba, um dos principais do País, também destaca o estilo com os shows do Risorama. O evento reúne os principais humoristas brasileiros, com o objetivo de fazer os outros rirem.

CEARENSE OU NORTE-AMERICANO?O humor cearense é o mais conhecido no

Brasil, e difunde principalmente as característi-cas da região, em formato de personagens. Entre os principais nomes estão: Tom Cavalcante, Chico Anysio, Wellington Muniz e Rossicléia. Mesmo com a vinda do estilo norte-americano para o Brasil, o cearense ainda mantém o seu espaço para divertir o público.

HUMORISTA OU COMEDIANTE?O comediante interpreta textos que

outros criaram. Já o humorista, além de re-presentar, também escreve e cria repertórios que irá apresentar.

sobrevivem. As idéias fluem para todos, sendo que a regra básica do Stand Up é não copiar textos e evitar usar algo parecido com seus colegas de profissão. Precisamos sempre estar antenados com os textos de blogs e vídeos”, afirma Todor.

O humorista curitibano tem a facilidade de ter “a sua própria terra natal” como ava-liadora de seus textos, já que muitos profis-

Emerson Ceará é responsável por apresentar o show de calouros no Curitiba Comedy Club. Além de mestre de cerimônia,

ele também é humorista da casa

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agenda

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ExPOSIçõES

o Fantástico corpo HumanoPermanece aberta até o dia 19 de abril, no Shopping Palladium, a exposi-ção “O Fantástico Corpo Humano”, que exibe dez corpos humanos reais e completos, além de cerca de 150 órgãos divididos em nove galerias, de acordo com o sistema do corpo ao qual pertencem. Informações: (41) 3092-3601 e http://fantasticocorpohumano.com.br

a sensibilidade da abstraçãoAté o dia 20 de abril, a exposição “A Sensibilidade da Abstração” pode ser vista no Museu de Arte da UFPR (Musa). A mostra reúne 35 obras entre pinturas, gravuras e esculturas de mais de 18 artistas relacionados ao abs-tracionismo e à arte paranaense. Há peças produzidas entre 1950 e 1980, além de uma reprodução de uma gravura do russo Kandinsky. A mostra comemora três eventos: os 80 anos dos artistas Fernando Velloso e Domicio Pedroso, um século da criação da primeira obra abstrata, de Kandinsky e as quatro décadas do Museu de Arte Contemporânea do Paraná.Informações: (41) 3310-2603 e http://www.proec.ufpr.br/links/musa.htm

entre espaçosAté o dia 21 de abril, o Espaço Cultural BRDE mantém aberta a exposição “Entre Espaços”, de Charly Techio. Formada em Publicidade e Propaganda e Pós-Graduada em

Fotografia e História da Arte Moderna e Contemporânea, Charly tira fotos do espaço e de pessoas e faz uma associação entre as imagens, ligando a pessoa ao mundo em que vive. Informações: (41) 3219-8056.

di FerraPermanece aberta até o dia 22 de abril, no Espaço Cultural VITA Batel, a exposição do artista plástico paranaense Di Ferra. A mostra é composta por uma série de painéis de MDF pintados com tinta acrílica.

Harmonia com a naturezaFica aberta até o 23 de abril, no Bar Folha Seca, a exposição “Harmonia com a Natureza”, de Leslie Tibúrcio Jacob. Informações: (41) 3343-5632.

sonhos e MúsicaO Centro Europeu expõe até 29 de abril “Sonhos e Música”. A mostra é composta por 19 imagens produzidas pelos formandos do curso de Foto-grafia da instituição, atividade comandada pelas fotógrafas Charly Techio e Tânia Buchmann. Informações: (41) 3222–6669.

cyber artAté o dia 1º de maio, a Galeria da CAIXA mostra “Cyber Art”, do artista fran-cês Zaven Paré. A exposição, que funde a arte com tecnologia, apresenta seis obras (marionetes eletrônicas, robôs e esculturas), 50 desenhos e uma vídeoinstalação. O artista mistura experiências em mecânica, ótica e acústica, por meio de dispositivos eletroeletrônicos, para a criação de obras que interagem com o público. Informações: (41) 2118-5114.

Uma Homenagem à arte paranaenseAté o dia 21 de maio, o Centro Cultural Sistema Fiep mantém aberta a exposição “Uma Homenagem à Arte Paranaense”, composta por obras da escultora contemporânea Vera Lilia, e também obras de doze mestres das artes plásticas do Paraná. Na relação de artistas clássicos do Paraná, estão Alfredo Andersen, Arthur Nísio, Erbo Stenzel, Estanislau Trape, Frederico Lange de Morretes, Guido Viaro, João Turin, João Zaco Paraná,

Leonor Lea Botteri Genehr, Oswald Lopes, Theodoro de Bona e Waldemar Curt Freysleben. Essa primeira exposição surpreende o público ao retratar com tecnologia holográfica as obras de artistas clássicos que compõem a paisagem urbana da cidade e convivem com os curitibanos há várias gerações, como as calçadas de Curitiba, projetadas por Lange de Morretes. Informações: 0800 6480088

publicações de artistasAté 22 de maio, o Solar do Barão mantém aberta a exposição “Publicações de Artistas”, organizada por Paulo Reis e Ana González. A mostra reúne projetos de arte elaborados por artistas de diversos pontos do Brasil e de outros países. As publicações de artistas são consideradas proposições artísticas por si só. Resultam da pesquisa, das experimentações e dos processos que levam à concretização final da obra.

MoB – 22 artistas e a MobilidadePode ser vista até o dia 22 de maio, no Centro Cultural Solar do Barão, a exposição “MOB - 22 Artistas e a Mobilidade”, que reúne obras de 22 artistas em reflexões sobre o tempo, o espaço, a bicicleta, a rua e os deslocamentos. Além da mostra, uma programação extra inclui oficina mecânica básica para bicicletas, oficina de serigrafia, performances musicais, ciclecine e conversas com os artistas. Informações: (41) 3321-3360.

Minha cidade Vira Moda – inspiração curitibaAté o dia 29 de maio, fica em cartaz na Casa João Turin a exposição “Minha Cidade Vira Moda – Inspiração Curitiba”, que reúne nove looks finalistas do VIII Prêmio João Turin de Incentivo aos Novos Designers de Moda, inspira-dos em Curitiba. O concurso, direcionado aos cursos de Moda do Paraná, estimula a pesquisa em temas da cultura do Estado no desenvolvimento de roupas e acessórios. Informações: (41) 3223-5715.

de coré-etuba a curitibaAté o dia 29 de maio, fica em cartaz na Casa João Turin a exposição “De Coré-etuba a Curitiba”. A mostra traz a obra Pedra Fundamental, um baixo-relevo de João Turin que representa a lenda da criação da Vila, onde hoje é a capital paranaense. A proposta do espaço é trabalhar, nas duas mos-

tras, a memória de Curitiba antiga e da atual. Informações: (41) 3223-5715.

HíbridoAté o dia 19 de junho, o Centro de Criatividade de Curitiba mantém aberta a exposição de artes visuais “Híbrido”, uma performance do artista italiano Göla e do artista curitibano Paulo Auma. Na exposição, cores gritantes, formas inimagináveis e seres fantásticos alertam para as rápidas transformações da atualidade e sobre os avanços tecnológicos obtidos em nome do progresso, do conforto, da vaidade e da riqueza.

LuzescritaAté o dia 19 de junho, permanece aberta no Paço da Liberdade abriga a exposição “Luzescrita”, que reúne 29 trabalhos criados a partir do resultado de experiências com luz e poesia, assinados por Arnaldo Antunes, Walter Silveira e Fernando Laszlo. São dois poetas e um fotógrafo que se unem para criar soluções originais e transformar poemas em imagens. Informações: (41) 3234-4200.

curitiba(nós)Até o dia 4 de dezembro, pode ser vista na Casa Romário Martins a exposi-ção “Curitiba(nós)”. A mostra, ao mesmo tempo em que traz dados atuais de Curitiba, revela a diversidade de sua gente, sua música, suas cores, sua culinária, sua arquitetura, entre outros aspectos da vida na capital paranaense. Informações: (41) 3321-3255 | www.curitiba-nos.blogspot.com

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57Documento Reservado / Março 2011

57Documento Reservado / Fevereiro 2011

ESPETÁCULOS

MiguilimAté o dia 17 de abril, o Grupo de Teatro Tanahora/PUCPR apresenta no TUCA o espetáculo “Miguilim”, conto de Guimarães Rosa adaptado pelo ator e dramaturgo Edson Bueno. A peça conta a história de um garoto pobre, de uma família sofrida do interior de Minas Gerais. Em meio aos problemas de educação, miséria e conflitos familiares, Miguilim mostra a força de vontade, a esperança calcada em sonhos que vão além fronteiras. Na região em que mora, há um Monte que não poderia ser ultrapassado. E Miguilim sonhava em descobrir o que a vida reservava para ele do lado de lá.

comédia do sétimo diaO Era Só O Que Faltava recebe todos os sábados, até dia 30 de abril, o espetáculo “Comédia do Sétimo Dia”, comandado por Jefferson Todor, que reúne stand-up comedy e personagens humorísticos. O elenco conta com Diego Paiva, Thiago de Souza e Ismael Christino. Novos humoristas também se revezam no palco, no quadro “Open-Mic”. Informações: (41) 3342-0826 e www.faltava.com.br*Inscrições “Open-Mic”: Entrar em contato pelo telefone (41) 9167-0311 ou e-mail: [email protected]

LabutariaNos dias 29 e 30 de abril e 1º de maio, o humorista Marco Luque apresenta seu novo espetáculo “Labutaria”, no Grande Auditório do Teatro Positivo. Informações: (41) 3315-0808.

alice no país das MaravilhasAté o dia 15 de maio, fica em cartaz no Teatro Regina Vogue o espetáculo “Alice no País das Maravilhas”, um musical com 11 atores tocando ao vivo, cantando, dançando e interpretando, repleto de efeitos visuais para todas as idades. Informações: (41) 2101-8292.

Kid abelhaNo dia 14 de abril, a banda Kid Abelha retorna a Curitiba e apresenta no Guairão o show “Glitter de Principiante”. Informações: (41) 3304-7914.

skankNo dia 15, a banda mineira Skank realiza única apresentação no Curitiba Master Hall. Informações: (41) 3315-0808.

roupa novaNos dias 15 e 16, a banda Roupa Nova apresenta o show “Roupa Nova 30 anos”, no Grande Auditório do Teatro Positivo. Informações: (41) 3315-0808.

ney MatogrossoNo dia 16, o cantor Ney Matogrosso apresenta o show “Beijo Bandido”, no Guairão. (41) 3304-7914.

MotörheadNo dia 17, a banda de rock inglesa Motörhead realiza único show no Curitiba Master Hall. Informações: (41) 3315-0808.

p.o.dNo dia 19, a banda cristã de new metal americana P.O.D (Payable On Death) se apresenta no Curitiba Master Hall. Informações: (41) 3315-0808.

chimarrutsNo dia 20, a banda de reggae gaúcha realiza show no Curitiba Master Hall. Informa-ções: (41) 3315-0808.

30H!3No dia 22, a dupla norte-americana 30H!3 se apresenta no Curitiba Master Hall. Informações: (41) 3315-0808.

destructionTambém no dia 22, a banda alemã de thrash metal Destruction retorna a Curitiba e se apresenta no Music Hall. Informações: (41) 3315-0808.

ponto de equilibrioNo dia 7 de maio, a banda de reggae Ponto de Equilibrio realiza show no Curitiba Master Hall. A abertura fica por conta da banda Namastê. Informações: (41) 3315-0808.

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58Documento Reservado / Março 2011

O prefeito de Pinhais, cidade localizada a apenas oito quilôme-tros do centro de Curitiba, é mais um “pé vermelho” – ele nasceu em Jandaia do Sul, no Norte do Paraná - que abraçou

a política como profissão e vem se destacando no serviço público, como tocador de obras. Luiz Goulart Alves, o Luizão, é petista de carteirinha e não nega sua ideologia. De origem humilde, trabalhou duro na roça até aos 15 anos de idade, foi mecânico e motorista de caminhão, quando ingressou na magistério, depois de se formar em Filosofia na Universidade Federal do Paraná.

Após uma passagem pelo Seminário, Luizão participou de grupos de jovens e da Pastoral da Juventude por vários anos. Iniciou-se na política partidária em 1987, sendo já em 1988 candidato a prefeito de Piraquara pelo PT. Concluiu a Faculdade em 1990 e começou a lecionar História no Colégio Semiramis. Prestou concurso ao Estado em 1991 para disciplina de História, sendo aprovado, tornando-se professor estatutário, na área Metropolitana Norte. Em 1992 começou a lecionar na Vila Amélia.

Na política, Luizão ocupou em 2001 e 2002, a presidência da Câmara de Vereadores e em 2006 conquistou a primeira suplência na eleição para deputado estadual, assumindo uma cadeira na Assembleia Legislativa por 1 ano e 3 meses. Em 2008, foi eleito o novo prefeito de Pinhais, obtendo 39.438 votos - o equivalente a 64,20% do total válido, sendo o primeiro petista a ser eleito prefeito na cidade.

Em apenas dois anos à frente da Prefeitura de Pinhais, Luizão já asfaltou mais de 40 quilômetros de ruas e avenidas, inaugurou o novo Bosque Municipal e o Centro de Convivência do Idoso, realizou a reforma e a reabertura do Hospital Maternidade, implantou a nova Guarda Mu-nicipal e fez ampliações em dez escolas e creches. O tocador de obras de Pinhais avisa: “Isto é só o começo, porque novas obras e melhorias serão realizadas em todos os bairros.”

Pedro Ribeiro

Professor Luizão

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Fotos: Divulgação

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59Documento Reservado / Março 2011

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PÓS-GRADUAÇÃO IBPEXNão importa o tamanho do desafio.

Inscrições abertas!

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60Documento Reservado / Março 2011

NOVO SISTEMA DE TRANSPORTE Transportando benefícios para o cidadão.Depois de melhorias nas ruas e avenidas, escolas, postos de saúde, segurança, saneamento e meio ambiente, o Programa Revitaliza chega à área de transportes de São José dos Pinhais.

E para marcar esta nova fase, nada melhor do que um novo terminal de ônibus, mais amplo, seguro e com uma localização que permitirá maior fluidez dos coletivos e do trânsito em geral.

O sistema de informatização dos ônibus também foi ampliado, o que tornou ainda mais eficiente o VEM (Vale Eletrônico Municipal), que agora pode ser recarregado nos próprios ônibus. Foram criadas ainda novas linhas, como a Linha da Saúde, que facilita o acesso da população às unidades de atendimento da cidade.

Tudo para garantir mais agilidade, conforto e segurança no transporte do nosso cidadão. É o Programa Revitaliza São José dos Pinhais investindo em transporte para construir um futuro melhor para todos.

Onde adquirir gratuitamente o seu cartão VEM:

• Rua Marcelino Nogueira, 278, Centro• Terminal Central de São José dos PinhaisCruzamento da Av. das Américas com a Rua Claudino dos Santos.

Mais informações: www.vemsaojose.com.br ou (41) 3035-3075.

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• NOVAS LINHAS• RENOVAÇÃO DA FROTA• MAIS RAPIDEZ• PONTUALIDADE• CONFORTO• MAIS FACILIDADE COM O VEM

EMBARQUE E DESEMBARQUE

( VALE ELETRÔNICO MUNICIPAL )