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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA NO MERCADO ACIONÁRIO
Por: Vanusa Alvino Ferreira
Orientador
Prof. Luciana Madeira
Rio de Janeiro
2014
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA NO MERCADO ACIONÁRIO
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Planejamento Tributário.
Por: . Vanusa Alvino Ferreira
Rio de Janeiro
2014
AGRADECIMENTOS
O meu agradecimento é totalmente direcionado a todos que de uma
forma ou de outra me ajudaram a chegar ao final desta longa jornada, que é a
conclusão da Pós em Planejamento Tributário. Dificuldades foram superadas e
a vitória está sendo conquistada!
Agradeço muito a Deus por dar força a cada dia para superar
meus próprios medos e obstáculos, são tantos a agradecer, então deixo o
meu singelo muito obrigada!
”Recomeçar, não importa onde você parou, em que momento da vida
você cansou, o que importa é que sempre é possível e necessário
"Recomeçar".
(Paulo Roberto Gaefke)
“Voltarei triunfante, serei vitorioso e aqueles que me viram cair e
especularam minha derrota, me virão de pé como um grande vencedor, não
que eu os tenha que mostrar isso, mas porque o tempo se encarregará de
dizer-lhes o quanto sou forte mesmo quando sobre mim só há cinzas.”
(Renato S. Ferreira)
DEDICATÓRIA
.....Dedico a minha monografia da Pós de
Planejamento Tributário a minha mãe me que
teria orgulho em ver a mulher que me tornei a
meu pai que sempre esteve ao meu lado em
todos os momentos e ao meu marido que hoje
faz parte da minha vida com meu filho.......
RESUMO
Este trabalho tem como base demonstrar como é importante a Auditoria dentro do Mercado Acionista, sabendo que a auditoria sofreu inúmeras mudanças nas normas que a regem, mudanças estás que modificarão a numeração, redação, conteúdo, introdução, objetivo, definições, requisitos, aplicação e outros materiais explicativos e apêndices quando for necessário. As empresas de capital aberto precisão destes relatórios que os auditores fazem para que seja demonstrados para todos que necessitam de informações ligadas as demonstrações contábeis que fazem parte da empresa que está sendo auditada, pois com a opinião da auditoria é demonstrado a todos que precisão utilizar-se de informações que ela disponibiliza através dos seus relatórios, que visam mostrar como está aquela empresa, assim ajudando nas tomadas de decisões. A auditoria ela faz com que o grau de confiança seja maior por partes de todos os usuários isso só é possível com a opinião dos auditores. Compreendendo que o Mercado de Ações é um mercado competitivo e que tem por base emitir uma transparência sobre assuntos que referem-se as empresas que estão dentro deste mercado, aonde o auditor consegue através dos seu trabalho transmitir está transparência tão exigida pelo mercado acionista também oferece uma possibilidade maior de lucro em curto tempo, podendo também ter perdas com esses tipos de investimentos, sabendo que no mundo dos negócios a incerteza é sempre um ítem constante dentro deste Mercado, com isso explicasse o nosso foco em ressaltar como a opinião do auditor é de suma importante para quem quer entrar neste mercado ou quem precisa de informações para decisões dentro da empresa que atua. Com a opinião do auditor os usuários destas informações conseguem ter mais confianças ao negociar ações dentro do mercado acionista, cuja opinião dos auditores não tenha nenhuma adversidade que venha a ser apresentada dentro das demonstrações analisadas, faz com que haja mais transparência no ato da negociação entre as partes interessadas.
METEDOLOGIA
O trabalho é baseado em estudos bibliográficos, onde pesquisou-se em livros,
artigos, site e etc.., buscando sempre o entendimento preciso e claro da importância
do auditor no mercado acionista e o porquê o parecer destes profissionais é tão
importante para este mercado.
Mostrar que o auditor deve sempre estar fundamentado em suas opiniões
perante a publicação das mesmas e para que isso aconteça ele utiliza-se de
técnicas de auditoria, para que seu trabalho fique o mais transparente possível.
É expõem-se, neste trabalho o conhecimento dos tipos de auditoria, papeis de
trabalho, normas, procedimentos, programas de trabalho e o parecer que o auditor
dá no final do seu trabalho.
Sobre o Mercado acionário buscaremos conhecimento da sua estrutura, como
ele funciona e como a auditoria interfere dentro de seu funcionamento.
A pesquisa foi toda baseada em livros referentes a auditoria e mercado de
capitais e nas Leis que compõem todo o escopo contábil que são ( S/A 6404/76,
11638/07 e 11941,09).
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...................................................................................................09
CAPÍTULO I
Introdução á Auditoria.......................................................................................11
CAPÍTULO II
Origem Mercado de Ações...............................................................................13
CAPÍTULO III
Como Operar no Mercado de Ações.................................................................27
CAPÍTULO IV
A Importância da Auditoria para o Mercado Acionário.....................................28
CONCLUSÃO....................................................................................................31
BIBLIOGRAFIA..................................................................................................32
ÍNDICE...............................................................................................................34
INTRODUÇÃO
A maioria das pequenas empresas comerciais não tem demonstrações
contábeis examinadas por auditor independente porque, a exigência legal é para as
empresas de grande porte, que também têm sua auditoria. Porém, sabe-se, então
que quando o dono da empresa é o próprio administrador, ele sabe exatamente o
que está ocorrendo, mas quando surge a figura do administrador profissional, o dono
fica sem saber exatamente o que está ocorrendo. Sendo assim, surge a figura da
auditoria, ou seja, auditar = fiscalizar = controlar.
O principal objetivo da auditoria é emissão da sua opinião acerca das
demonstrações contábeis, ou seja, o auditor irá analisar e verificar se as
demonstrações contábeis estão de acordo com as Normas Brasileiras de
Contabilidade agora convergidas para as normais internacionais (IFRS), conforme a
expansão do mercado e o acirramento da concorrência as demonstrações
contábeis passaram a ter grande valor para os futuros investidores que, passaram a
exigir maior veracidade e credibilidade nas demonstrações contábeis apresentadas
e assim poder avaliar com segurança o seu investimento. Por conseguinte, as Dcs
são úteis e necessárias para os demais usuários da informação.
A Auditoria é um conjunto de procedimentos técnicos e legais que visam
propiciar a emissão de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, no sentido
de verificar se estas refletem adequadamente a posição patrimonial ou financeira, e
o resultado das operações da empresa auditada. A auditoria verifica também, se as
demonstrações seguem os princípios contábeis e se esses princípios foram
aplicados com uniformidade em relação ao exercício anterior.
É através deste trabalho que se pretendes falar sobre a importância do
auditor no mercado acionista, mostrando como sua atuação é de fundamental
importância para dar veracidade as demonstrações contábeis publicadas
anualmente, pois estas publicações necessitam do parecer do auditor para serem
consideradas idôneas e aceitas.
Ao conjunto das demonstrações contábeis almeja-se focar do Balanço
Patrimonial, em que se tem uma demonstração estática das contas que envolvem a
empresa e falar também da demonstração de resultado, que mostra uma situação
dinâmica revelando um lucro ou um prejuízo no período a ser estruturada como
também, analisar o relatório de opinião do Auditor no que concerne a opinião acerca
dessas demonstrações contábeis.
Pretende-se ao estudar estás duas demonstrações contábeis mostrar a
importância da auditoria independente como juramenta que objetiva examinar os
controles internos das organizações, objetivando emitir uma opinião, que é feita
através de um relatório em atendimento as normas de contabilidade relacionadas a
auditoria.
As companhias abertas são empresas que democratizam o seu capital,
buscando novos acionistas junto ao público investidor. O grande envolvimento com o
mercado de capitais exige o amadurecimento de sua gestão, sobretudo naquilo que
se refere à capacidade e necessidade de prestar contas de sua evolução.
As empresas de capital aberto precisam transmitir credibilidade nas
informações publicadas. Com isso, o trabalho que será apresentado busca mostrar a
“Importância da Auditoria nas Empresas Acionistas”, de acordo com as normas da
Comissão de Valores Imobiliários (CVM), já que se trata de empresas que têm uma
grande preocupação com o aperfeiçoamento da administração e isso se torna
fundamental para a obtenção de melhores resultados beneficiando toda a sua
estrutura.
A auditoria externa tem um papel fundamental nas companhias abertas, ela
busca a veracidade das demonstrações contábeis publicadas, através das
aplicações de procedimentos de auditoria e o papel de trabalho do auditor. De
acordo com o resultado obtido, o auditor emitirá o parecer com sua opinião de forma
clara e objetiva. O parecer contribuirá para a transparência, a credibilidade e maior
segurança aos acionistas, quanto à qualidade das informações publicadas.
Pelo exposto acima, justifica-se o estudo a ser desenvolvido sobre esse tema
de suma importância para os usuários internos e externos da informação contábil.
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1. INTRODUÇÃO À AUDITORIA
1.1 Evolução da Auditoria
O surgimento da auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por
parte dos investidores e proprietários quanto à realidade econômico-financeira
espelhada no patrimônio das empresas investidas e, principalmente, em virtude do
aparecimento de grandes empresas distribuídas e simultâneo ao desenvolvimento
econômico que propiciou participação acionária na formação do capital de muitas
empresas.
A atividade de auditoria é originária da Inglaterra que, como dominadora dos mares e do comércio em épocas passadas, teria iniciado a disseminação de investimentos em diversos locais e países e, por consequência, o exame dos investidores mantidos naqueles locais(ATTIE, 2009, p.7).
Em 1934, com a criação da Security and Exchange Comission (SEC), nos
Estados Unidos, a profissão do auditor criou um novo estímulo, pois as companhias
que transacionavam ações na Bolsa de Valores foram obrigadas a utilizar-se dos
serviços de auditoria, para dar maior credibilidade às suas demonstrações
financeiras.
1.2 Evolução da Auditoria no Brasil
No Brasil, o desenvolvimento da auditoria teve influência de filiais e
subsidiárias de firmas estrangeiras; financiamento de empresas brasileiras através
12
de entidades internacionais; crescimento das empresas brasileiras e necessidade de
descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; evolução do
mercado de capitais; criação das normas de auditoria promulgadas pelo BACEN
(Banco Central do Brasil) em 1972, e criação da Comissão de Valores Mobiliários e
da Lei de Sociedades Anônimas em 1976.
A Lei das Sociedades por Ações determinou que as companhias abertas,
além de observarem as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários,
serão obrigatoriamente auditadas por auditores independentes registrados na
mesma comissão.
A Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976, criou a comissão de Valores Mobiliários e estabeleceu a disciplina e fiscalização para as atividades de auditoria das companhias abertas, dando à referida Comissão atribuição de examinar a seu critério os registros contábeis, livros ou documentos dos auditores independentes. Segundo a referida lei, somente as empresas de auditoria contábil ou os auditores contábeis independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários poderão auditar as demonstrações contábeis de companhias abertas e das instituições, sociedades ou empresas que integram o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. Além disso, estabeleceu que as empresas de auditoria contábil ou auditores independentes responderão, civilmente, pelos prejuízos que causarem a terceiros em virtude de culpa ou dolo no exercício de suas funções. Segundo Attie (2009, p.10).
O exercício da auditoria independente ainda não é aplicável à todas as
empresas, está condicionado as empresas integrantes do Mercado de Capitais e as
do Sistema Financeiro. Geralmente as demais empresas realizam o exercício de
auditoria quando a pedido de seus acionistas, proprietários ou por acordos firmados
com terceiros como financiadores ou fornecedores, etc.
1.3 O que é Auditoria
13
Segundo Attie (2009, p.5) “Os exames de auditoria obedecem às normas de
auditoria e incluem procedimentos de comprovação dos dados em estudo
caracterizados por uma atitude de reflexão competente.”
A auditoria contábil é um conjunto de atividades técnicas e procedimentos,
exercidas de forma sistematizada numa entidade, compreendendo a avaliação e
exame dos procedimentos e das operações praticadas, com vistas a apurar a
exatidão dos registros contábeis e a realidade das operações, e sobre estes emitir
uma opinião. Realiza inspeções e busca informações de fontes internas e externas,
tudo relacionado com o controle patrimonial da entidade auditada.
Conforme Crepaldi (2008, p.3) “Pode-se definir auditoria como o
levantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos,
operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma entidade.”
A atividade de auditoria é bastante dinâmica e está em permanente mutação,
portanto, requer maior atenção dos órgãos específicos ligados a essa área, no
sentido de padronizar e estabelecer os procedimentos, fortalecer o sistema de
auditoria e mercado de capitais, como consequência, darem maior credibilidade aos
investidores, nas Companhias de Capital Aberto.
No entanto, com o crescimento da função de auditoria, faz-se também
necessário um desenvolvimento prospectivo e mais estrito da norma que regula sua
aplicação com a finalidade de permitir garantia aos usuários de uma informação com
todas as suas características, desde o ponto de vista das ciências das
comunicações; ou seja, uma informação clara, acessível, confiável, com conteúdo,
formato e que adquira valor quando se faça uso dela, devendo ser organizada para
poder ser ajustada às necessidades daqueles que utilizam.
Para dar melhores esclarecimentos falaremos no tópico adiante sobre uma
das grandes mudanças da Contabilidade que são as NBC TA, que fez com que a
contabilidade venha a ser modificada para ter atingir ao objetivo de uma
contabilidade Mundial.
2. ORIGEM MERCADO DE AÇÕES
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Antes da década de 60, os brasileiros investiam principalmente em ativos
reais (imóveis), evitando aplicações em títulos públicos ou privados. A um ambiente
econômico de inflação crescente - principalmente a partir do final da década de
1950 - se somava uma legislação que limitava em 12% ao ano a taxa máxima de
juros, a chamada Lei da Usura, também limitando o desenvolvimento de um
mercado de capitais ativo. Essa situação começa a se modificar quando o Governo
que assumiu o poder em abril de 1964 iniciou um programa de grandes reformas na
economia nacional, dentre as quais figurava a reestruturação do mercado financeiro
quando diversas novas leis foram editadas. Entre aquelas que tiveram maior
importância para o mercado de capitais podemos citar a Lei nº 4.537/64, que instituiu
a correção monetária, através da criação das ORTN, a Lei nº 4.595/64, denominada
lei da reforma bancária, que reformulou todo o sistema nacional de intermediação
financeira e criou o Conselho Monetário Nacional e o Banco Central e,
principalmente, a Lei nº 4.728, de 14.04.65, primeira Lei de Mercado de Capitais,
que disciplinou esse mercado e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento.A
introdução da legislação acima referida resultou em diversas modificações no
mercado acionário, tais como: a reformulação da legislação sobre Bolsa de Valores,
a transformação dos corretores de fundos públicos em Sociedades Corretoras,
forçando a sua profissionalização, a criação dos Bancos de Investimento, a quem foi
atribuída a principal tarefa de desenvolver a indústria de fundos de investimento.
Com a finalidade específica de regulamentar e fiscalizar o mercado de
valores mobiliários, as Bolsa de Valores, os intermediários financeiros e as
companhias de capital aberto, funções hoje exercidas pela CVM, foi criada uma
diretoria no Banco Central - Diretoria de Mercado de Capitais.
Ao mesmo tempo, foram introduzidos alguns incentivos para a aplicação no
mercado acionário, dentre as quais destaca-se destacam os Fundos 157, criados
pelo Decreto Lei nº 157, de 10.02.1967. Estes fundos eram uma opção dada aos
contribuintes de utilizar parte do imposto devido, quando da Declaração do Imposto
de Renda, em aquisição de quotas de fundos de ações de companhias abertas
administrados por instituições financeiras de livre escolha do aplicador.
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Com o grande volume de recursos carreados para o mercado de acionário,
principalmente em decorrência dos incentivos fiscais criados pelo Governo
Federal, houve um rápido crescimento da demanda por ações pelos investidores,
sem que houvesse aumento simultâneo de novas emissões de ações pelas
empresas. Isto desencadeou o "boom" da Bolsa do Rio de Janeiro quando, entre
dezembro de 1970 e julho de 1971, houve uma forte onda especulativa e as
cotações das ações não pararam de subir.
Após alcançar o seu ponto máximo em julho de 1971, iniciou-se um
processo de realização de lucros pelos investidores mais esclarecidos e
experientes que começaram a vender suas posições. O quadro foi agravado
progressivamente quando novas emissões começaram a chegar às bolsas,
aumentando a oferta de ações, em um momento em que muitos investidores,
assustados com a rapidez e a magnitude do movimento de baixa, procuravam
vender seus títulos.
O movimento especulativo, conhecido como "boom de 1971", teve curta
duração mas suas conseqüências foram vários anos de mercado deprimido, pois
algumas ofertas de ações de companhias extremamente frágeis e sem qualquer
compromisso com seus acionistas, ocorridas no período, geraram grandes
prejuízos e mancharam de forma surpreendentemente duradoura a reputação do
mercado acionário.
Apesar disso, notou-se uma recuperação das cotações, a partir de 1975,
devido a novos aportes de recursos (as reservas técnicas das seguradoras, os
recursos do Fundo PIS/PASEP, adicionais do Fundo 157 e a criação das
Sociedades de Investimento Decreto Lei nº 1401 para captar recursos externos e
aplicar no mercado de ações), além de maiores investimentos por parte dos
Fundos de Pensão.
Ao longo do tempo, vários outros incentivos foram adotados visando
incentivar o crescimento do mercado, tais como: a isenção fiscal dos ganhos
obtidos em bolsa de valores, a possibilidade de abatimento no imposto de renda
de parte dos valores aplicados na subscrição pública de ações decorrentes de
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aumentos de capital e programas de financiamento a juros subsidiados efetuados
pelo BNDES - Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social aos
subscritores de ações distribuídas publicamente.
Foi dentro desse quadro de estagnação e tentativa de recuperação do mercado
acionário que, em 1976, foram introduzidas duas novas normas legais, ainda em
vigor: a Lei nº 6.404/76, nova Lei das Sociedades Anônimas que visava
modernizar as regras que regiam as sociedades anônimas, até então reguladas
por um antigo Decreto-Lei de 1940 e a Lei nº 6.385/76, segunda Lei do Mercado
de Capitais que, entre outras inovações, que criou a CVM e introduziu no
mercado uma instituição governamental destinada exclusivamente a regulamentar
e desenvolver o mercado de capitais, fiscalizar as Bolsa de Valores e as
companhias abertas.
Não obstante todos esses incentivos, o mercado de capitais não teve o
crescimento esperado, ainda que em alguns momentos tenha havido um aumento
na quantidade de companhias abrindo seu capital e um volume razoável de
recursos captados pelas empresas através de ofertas públicas de ações tenha
ocorrido durante a década de 1980.
Apesar da experiência pioneira para atrair capitais externos para aplicação
no mercado de capitais brasileiro, representada pelo Decreto-Lei nº 1.401/76, o
processo de internacionalização do mercado chega ao país no final da década de
1980, sendo seu marco inicial a edição da Resolução do CMN nº 1.289/87 e seus
anexos.A partir de meados da década de 1990, com a aceleração do movimento
de abertura da economia brasileira, aumenta o volume de investidores
estrangeiros atuando no mercado de capitais brasileiro. Além disso, algumas
empresas brasileiras começam a acessar o mercado externo através da listagem
de suas ações em bolsas de valores estrangeiras, principalmente a New York
Stock Exchange, sob a forma de ADR'-s - American Depositary Reciepts com o
objetivo de se capitalizar através do lançamento de valores mobiliários no exterior.
Ao listar suas ações nas bolsas americanas, as companhias abertas brasileiras
foram obrigadas a seguir diversas regras impostas pela SEC - Securities and
Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais norte-americano,
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relacionadas a aspectos contábeis, de transparência e divulgação de
informações, os chamados "princípios de governança corporativa". A partir daí, as
empresas brasileiras começam a ter contato com acionistas mais exigentes e
sofisticados, acostumados a investir em mercados com práticas de governança
corporativa mais avançadas que as aplicadas no mercado brasileiro. Ao número
crescente de investidores estrangeiros soma-se uma maior participação de
investidores institucionais brasileiros de grande porte e mais conscientes de seus
direitos.Com o passar do tempo, o mercado de capitais brasileiro passou a perder
espaço para outros mercados devido à falta de proteção ao acionista minoritário e
a incertezas em relação às aplicações financeiras. A falta de transparência na
gestão e a ausência de instrumentos adequados de supervisão das companhias
influenciavam a percepção de risco e, conseqüentemente, aumentavam o custo
de capital das empresas.Algumas iniciativas institucionais e governamentais
foram implementadas nos últimos anos com o objetivo de revitalizar o mercado
brasileiro de capitais, aperfeiçoando a sua regulamentação, e assegurando maior
proteção ao investidor e a melhoria das práticas de governança das empresas
brasileiras. Destacam-se entre elas a aprovação da Lei nº 10.303/01 e a criação
do Novo Mercado e dos Níveis 1 e 2 de Governança Corporativa pela Bolsa de
Valores de São Paulo (Bovespa).
2.1 A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas
A Lei 6.404/76 passou por uma reforma significativa em 2001, empreendida
pela Lei 10.303, de 31 de outubro. As alterações ocorridas tocam em alguns temas
fundamentais do direito societário, em especial no que diz respeito às companhias
abertas. Dentre os mais importantes, citaríamos os seguintes:
- nova proporção entre ações ordinárias e preferenciais (art. 15, §2º)
- alteração no regime de preferências e vantagens atribuídas às ações
preferenciais (art. 17)
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- reforço da disciplina relativa aos acordos de acionistas (art. 118, §§ 6º a 11);
- retorno do direito dos titulares de ações ordinárias à oferta pública obrigatória
quando da alienação de controle (tag along), ao preço de 80% do valor pago por
ação integrante do bloco de controle (art. 254-A)
- necessidade de realização de oferta pública obrigatória para fechamento de
capital de companhia aberta (art. 4º, §§ 4º e 5º e art. 4-A)
- direito de certas minorias acionárias detentoras de determinado percentual de
participação elegerem, por votação em separado, representantes no Conselho de
Administração e Fiscal (art. 141, §§ 4º a 8º e art. 161, §4º).
Um dos principais objetivos da reforma da lei foi o fortalecimento dos direitos
das minorias acionárias. É interessante observar que a maior parte das empresas
que vieram a mercado a partir de 2004, ano que marcou a retomada das
emissões de valores mobiliários, não se limitou às novas disposições trazidas
pela reforma. Com efeito, grande parte dessas empresas terminou por consagrar
em seus estatutos, voluntariamente, dispositivos ainda mais benéficos, sob o
ponto de vista dos acionistas minoritários, do que aqueles introduzidos pela
reforma de 2001. Assim, por exemplo, a quase totalidade das novas companhias
tem seu capital composto exclusivamente por ações ordinárias e, quando existem
ações preferenciais, estas freqüentemente dispõem de vantagens financeiras
superiores às exigidas pela legislação, além do direito de voto em certas
operações fundamentais, como é o caso das re-estruturações societárias. Da
mesma forma, é cada vez mais comum que os estatutos aumentem para 100% o
direito ao tag along conferido aos acionistas ordinaristas e, em alguns casos,
também aos preferencialistas.
2.2 O Novo Mercado
No final dos anos 90 era evidente a crise de grandes proporções pela qual
passava o mercado de ações no país. A título de exemplo, o número de
companhias listadas na Bovespa tinha caído de 550 em 1996 para 440 em 2001. O
volume negociado após atingir US$ 191 bilhões em 1997, recuara para US$ 101
bilhões em 2000 e US$ 65 bilhões em 2001. Além disso, muitas companhias
fechavam o capital e poucas abriam.
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É nesse cenário que a Bovespa cria o Novo Mercado como um segmento especial
de listagem de ações de companhias que se comprometam voluntariamente a
adotar as boas práticas de governança corporativa. Numa necessária adaptação à
realidade do mercado de ações brasileiro, são criados dois estágios intermediários:
Níveis I e II, que, juntos com o Novo Mercado, estabelecem regras que envolvem
melhorias na divulgação de informações, nos direitos dos acionistas e na
governança das companhias.
A idéia que norteou a criação do Novo Mercado tem seu fundamento na
constatação de que entre os diversos fatores que contribuíam para a fragilidade do
mercado de capitais brasileiro, destacava-se a falta de proteção aos acionistas
minoritários.
A percepção, por parte dos investidores, de que corriam riscos que não eram
apenas aqueles associados ao negócio da companhia, por não estarem
adequadamente protegidos pela regulamentação, fazia com que eles aplicassem
pesados descontos sobre os preços das ações, reduzindo o seu valor de mercado.
Isso elevava o custo de capital das empresas e gerava um ciclo vicioso, pois
também as afastava do mercado.
Entendeu-se que a valorização e a liquidez das ações negociadas no mercado
seriam influenciadas positivamente pelo grau de segurança que os direitos
adicionais concedidos aos acionistas poderiam oferecer e pela qualidade das
informações prestadas ao mercado pelas empresas.
Por isso, é esperado que as companhias cujas ações estejam listadas em algum
dos segmentos diferenciados de governança corporativa, nas quais os riscos não
ligados ao negócio são minimizados, apresentem prêmios de risco
consideravelmente reduzidos, implicando valorização do patrimônio de todos os
acionistas.
2.3 O que é Mercado de Ações
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Quando falamos em Mercado de Ações já associamos está palavra a bolsas de
valores que são locais onde são negociados os títulos emitidos por empresas sejam
elas com capitais públicos, mistos ou privados.
A bolsa de valor centraliza as operações do chamado mercado capital, podemos
fazer uma analogia a uma feira onde ao invés de vermos vendedores oferecendo
verduras, frutas e legumes são negociados ações de compras ou vendas. Estas
ações são títulos que representam pequenas parcelas de uma companhia
(empresa).
Neste caso, ao comprar uma parte destas ações, o comprador torna-se um pouco
dono da empresa, sendo assim passa a ter direito aos lucros obtidos da empresa.
Uma empresa em fase de crescimento necessita de recursos para financiar seus
projetos de expansão. O ideal seria que a empresa tivesse acumulado superávits no
passado para poder financiar suas expansões com recursos próprios. Entretanto,
muitas vezes esta condição não pode ser satisfeita.
O financiamento desses projetos pode, então, ser obtido através de empréstimos.
Contrair empréstimos junto a uma instituição financeira envolve o pagamento de
juros e prazo determinado para saldar o montante financiado. Os pagamentos são
compulsórios, independente da empresa operar com lucro ou prejuízo.
Outra possibilidade para a empresa manter seu programa de investimento sem se
submeter ao mercado de crédito é a abertura de seu capital pela emissão de ações.
Os recursos oriundos de emissão de ações são devolvidos ao investidor através da
distribuição de dividendos e da retenção de lucros que, se forem adequadamente
reaplicados, valorizarão o preço das ações no mercado. O mercado de ações,
segmento do mercado de capitais que opera com títulos de renda variável, objetiva
canalizar recursos para as empresas através do capital de risco .
O mercado acionário encerrou o ano de 1995 apresentando uma rentabilidade real
acumulada baixa, mesmo após ter registrado índices de valorização bastante
elevados em determinados meses. O desempenho geral observado no ano anterior
foi fundamentalmente um reflexo do período de adaptação pelo qual está passando
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a economia brasileira sob os efeitos das medidas introduzidas pelo programa de
estabilização econômica.
Esse comportamento pode ser interpretado como um momento de ajustamento do
mercado às novas diretrizes do governo. Em decorrência da quebra das receitas
inflacionárias, a estrutura especulativa baseada nas altas taxas de inflação revelou-
se insustentável. A queda anunciada dos juros também é relevante na perspectiva
de um investidor de longo prazo, que observa hoje juros muito menores que aqueles
praticados no passado. Assim, para tornar-se mais competitivo, técnico e compatível
com o novo cenário de estabilidade, o mercado de ações teve que buscar novas
estratégias e produtos para se adaptar à nova realidade.
Apesar dos contratempos enfrentados no ano passado, onde a desaceleração do
programa de privatização causou forte impacto, o mercado brasileiro se coloca entre
os quatro mercados mais rentáveis do mundo neste primeiro trimestre. Desta forma,
a retomada do crescimento econômico aliado ao processo de privatização das
estatais, tendem a impulsionar o mercado com uma maior dispersão acionária e a
consolidação do hábito de poupar através do mercado de ações.
Diante de uma situação onde se verifica a demanda por modelos de previsão que
possam auxiliar no gerenciamento do risco envolvido na aplicação de recursos em
ações, surgem instituições detentoras de conhecimento específico para avaliar o
comportamento do mercado acionário.
2.3.1 Definição de Ação
A ação é um título representativo da fração unitária do capital social de uma
sociedade anônima ou companhia, denominação deste tipo de empresa na
legislação brasileira, conferindo a seu proprietário o direito de participação nessa
sociedade [CASTRO1979].
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2.3.2 Espécies de Ações
Quanto à espécie, as ações normalmente são classificadas em :
• Ações Ordinárias : as ações ordinárias conferem direito de voto a seu titular
nas deliberações das assembléias de acionistas - autoridade máxima da
companhia -, além da participação nos lucros da sociedade. Normalmente, a
cada ação corresponde um voto . Conseqüentemente, o proprietário de ações
ordinárias tem responsabilidades e obrigações correspondentes ao montante
de ações possuídas [OLIVEIRA1986].
• Ações Preferenciais : as ações preferenciais normalmente não dão direito de
voto, característica das ações ordinárias reconhecida pelos diversos sistemas
jurídicos . Entretanto, possuem vantagens e preferências em relação às
ações ordinárias, protegendo seus titulares contra decisões tomadas nas
assembléias de acionistas . Essas preferências consistem em prioridade na
distribuição de dividendos, no reembolso de capital no caso de dissolução da
empresa e na acumulação destas vantagens .
A legislação brasileira ainda prevê a existência de ações de fruição, ou de gozo,
ou ainda partes beneficiárias, apesar de essas formas acionárias não serem objeto
de negociação em mercados organizados.
2.3.3 Forma das Ações
classifica as ações ordinárias e preferenciais quanto à forma de circulação em
nominativas e escriturais.
• Ações Nominativas : são aquelas cujos certificados identificam seu titular,
também inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas . A transferência
entre titulares exige o expresso consentimento do acionista vendedor e a
inscrição do acionista comprador no Livro de Transferência de Ações
Nominativas [OLIVEIRA1986] .
23
• Ações Escriturais : não são representadas por certificados, sendo títulos
mantidos em conta de depósito, em nome de seus titulares, na instituição
financeira que o estatuto da empresa designar . A propriedade da ação
escritural é presumida pelo registro na conta de depósito de ações. Esta
modalidade de ação objetiva difundir a propriedade de ações nominativas,
facilitar a circulação - proporcionada pela transferência mediante ordem à
instituição financeira e registro dessa transação -, e eliminar os custos com a
emissão de certificados .
2.3.4 Direitos conferidos pelas Ações
A Lei N° 6.404/76, que regulamenta o funcionamento das sociedades anônimas,
confere aos acionistas o recebimento de dividendos e bonificações, e direitos de
subscrição no caso de a empresa pretender aumentar seu capital pela captação de
novos recursos .
• Dividendo : de acordo com, os dividendos são decorrentes da distribuição de
uma parcela do lucro da empresa aos acionistas, sendo pagos em dinheiro. O
dividendo se constitui na renda do investimento em ações, contribuindo
decisivamente para o valor da ação .
• Bonificação : em decorrência do aumento do capital da sociedade anônima,
realizado com a incorporação de reservas ao capital da empresa, é feita uma
distribuição de ações aos acionistas na forma de bonificação . A bonificação
distribuída aos acionistas é efetuada na proporção de sua participação no
capital social da companhia e normalmente na mesma espécie das ações
possuídas , representando a atualização da cota de participação do acionista
no capital da empresa. A decisão da empresa em efetuar uma bonificação
não implica em qualquer variação patrimonial, apesar de que o anúncio de
bonificação pode, eventualmente, provocar a valorização das ações da
companhia no mercado .
24
• Subscrição : a subscrição corresponde ao direito garantido aos acionistas
ordinários e preferenciais na prioridade de aquisição de ações da empresa,
quando esta aumentar o seu capital social pela emissão de novos títulos.
Através da subscrição de ações é facultado aos acionistas, adquirirem, pelo
preço de emissão, uma parcela das novas ações proporcional àquelas
possuídas. Normalmente o aumento de capital pela subscrição de novas
ações é realizado quando as condições de mercado se apresentarem
favoráveis, permitindo, então, que os acionistas ao subscreverem ações,
ganhem a diferença entre o preço de mercado e o valor da emissão do título
[OLIVEIRA1986].
2.4 Análise do Preço das Ações
O investimento no mercado acionário advém da expectativa de ganhos decorrentes
do rendimento das ações adquiridas e de sua valorização no mercado. "Quem
compra ações, mesmo inconscientemente, especula sobre a possibilidade de
rendimentos futuros, o comportamento do mercado e a possibilidade de valorização
do papel" [OLIVEIRA1986].
A avaliação do investimento em ações é explicada pelas correntes fundamentalista e
técnica . Na realidade, os métodos defendidos por estas correntes de pensamento
são complementares e dificilmente utiliza-se exclusivamente um dos dois métodos .
É usual o emprego simultâneo destas técnicas, onde: a análise fundamentalista é
adequada para a seleção daquelas ações que devem ser compradas, enquanto a
análise técnica serve para determinar a ocasião em que devem ser compradas. Pela
combinação destes métodos, mais precisas serão as possibilidades de maximizar
ganhos e minimizar perdas em uma carteira de ações.
25
2.4.1. Análise Fundamentalista
A hipótese admitida pela análise fundamentalista é a existência de um valor natural
ou intrínseco para cada ação, define o valor intrínseco de uma ação como sendo
aquele dado pela remuneração efetiva mais a remuneração potencial do
investimento; desta forma, o valor intrínseco de uma ação está correlacionado com o
desempenho da companhia emissora.
Em muitas situações, o preço de mercado para a ação não coincide com seu valor
intrínseco devido às imperfeições e ineficiência do mercado na avaliação desse
título. O problema consiste, então, em determinar se o mercado está avaliando
corretamente o preço da ação; ou seja, verificar se os preços desses títulos refletem
adequadamente o verdadeiro valor dos direitos de propriedade de uma sociedade
anônima. Neste sentido, a análise fundamentalista, através da identificação e estudo
de fatores que influenciam no desempenho das empresas, procura determinar o
valor intrínseco de uma ação, favorecendo a tomada de decisão dos investidores do
mercado acionário. Normalmente a estimação desse valor é encontrada pelo cálculo
do valor atual das ações em função do fluxo dos lucros por ação efetivamente
distribuídos em um determinado intervalo de tempo, refletindo a política de
distribuição da empresa e sua capacidade de gerar lucro. As demonstrações
financeiras e outras informações relevantes que ilustrem o comportamento passado
e presente da sociedade, são instrumentos importantes para se realizar a projeção
da evolução futura da empresa. A conjuntura econômica e considerações políticas
adotadas também devem ser analisadas, pois exercem influência no preço e valor
das ações negociadas . Assim, para os fundamentalistas, o preço de uma ação
depende do desempenho da empresa no seu contexto econômico e que somente
pela avaliação deste desempenho é possível a estimação do preço da ação .
Como o preço justo - valor intrínseco - de uma ação se fundamenta na
expectativa de lucros futuros, coloca que o momento adequado para a compra de
uma ação é quando o preço deste título estiver baixo e para a venda, quando estiver
alto. Assim, se o investidor achar que a cotação da ação está acima do preço
considerado justo, não é opção de investimento; caso contrário, avaliado o risco
envolvido na aquisição e na manutenção dessa ação, poderá vir a sê-la.
26
Os defensores da escola fundamentalista colocam que teoricamente os
valores e os preços de mercado deveriam ser iguais . A não observância de tal fato
se deve a subestimativas ou superestimativas do preço da ação, que sofre
influências de toda ordem, inclusive de caráter psicológico, provocando oscilações
rápidas de maior ou menor amplitude, quanto mais ineficiente e desinformado for o
mercado .
Entretanto, os preços das ações tendem a se movimentar em torno do seu valor
intrínseco. Assim, a longo prazo, o mercado, apesar de suas imperfeições, avalia
corretamente o valor de uma ação .
2.4.2. Análise Técnica
A análise técnica assume que os preços das ações apresentam tendência de
movimento condicionada a uma dependência significativa dos preços observados no
passado. Baseada na hipótese de que "a história se repete" , essa abordagem
procura explicar as oscilações dos preços dos títulos pela própria evolução desses
preços no mercado, realizando previsões sobre o comportamento futuro da
precificação das ações .
Segundo os defensores da escola técnica, a oscilação nos preços é
determinada pela interpretação dada pela massa de investidores a fatores
fundamentais que, a princípio, influenciam a variação dos preços das ações e que se
modificam constantemente . Para interpretar o desempenho das ações e do
mercado, a análise técnica utiliza artifícios gráficos de forma a ilustrar a série
histórica de preços, permitindo a identificação de tendências e formações na cotação
das ações, traduzindo o comportamento do mercado e avaliando a participação de
massas de investidores na indução dessas oscilações.
Através da análise das tendências observadas nos gráficos é possível estabelecer
oportunidades mais precisas de negociação. As formações, sinais gráficos
decorrentes de oscilações nos preços das ações, são utilizadas como instrumentos
de previsão das cotações pela constatação empírica de que após o aparecimento
dessas, normalmente, os preços apresentam comportamento evolutivo idêntico ao
observado. A análise técnica assume que as ações são avaliadas de acordo com os
27
caprichos do mercado e não de acordo com qualquer valor resultante da
rentabilidade potencial e de risco da empresa. A sua preocupação está centrada na
busca de características consideradas recorrentes no tempo, sobre as quais define
probabilidades de ocorrência no futuro, associando níveis de incerteza à realização
da previsão .
3. COMO OPERAR NO MERCADO DE AÇÕES
Operar no mercado de ações pode parecer como apostar em um jogo de
azar, mas posso garantir que não é. Existem maneiras de operarmos no mercado de
ações de maneira planejada, uma delas é através da análise técnica (ou análise
gráfica), conhecida também pela sigla AT. A AT será o objeto deste estudo. Nosso
intuito é apresentar ao leitor os conceitos básicos de AT, dando maior segurança às
suas operações.
A linguagem a ser empregada será a mais simples possível, uma vez que
temos como objetivo prover informações ao iniciante na bolsa de valores, a
ferramenta para dar suporte às nossas análises será o software Metatrader 4.0 ( que
pode ser “baixado”gratuitamente no site do fornecedor Metaquotes), em sessão
específica estaremos passando todas as “dicas” necessárias.
Não é necessário nenhum conhecimento prévio sobre finanças ou mercado
financeiro, o foco de nosso estudo é demonstrar que é possível ter um perfil do
mercado através da análise gráfica, identificando pontos de entrada e saída de
operações.
Tenham em mente que o bom “trader” (negociador) deve estar sempre estudando,
buscando informações, realmente “antenado” no que está acontecendo no Brasil e
no mundo.
Ação é a menor parte de uma empresa (quando a mesma é de capital aberto, ou
seja uma SA, isto é , Sociedade Anônima).
As ações podem ser basicamente de dois tipos:
ON – Ordinárias Nominais – com direito a voto nas assembléias deliberativas, e
28
PN - Preferenciais Ordinárias – que oferecem preferência na distribuição de
resultados ou no reembolso do capital em caso de liquidação da companhia, não
concedendo o direito de voto, ou restringindo-o. Se multiplicarmos o número de
ações de uma empresa por seu respectivo valor de face teremos o valor de mercado
da empresa. As ações são negociadas através da bolsa de valores, tendo como
intermediários os bancos e corretoras de valores. Não estaremos entrando em
detalhes quanto ao processo de liquidação e custódia das ações, estaremos focados
no processo de negociação. Em geral são negociadas na quantidade de 100 ações
(lote padrão), quantidades inferiores ao lote padrão são negociadas no mercado
denominado fracionário, sempre é interessante operar com o lote padrão !!!! Nosso
objetivo é prover informações para negociar ações utilizando homebroker e análise
técnica.
4. A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA PARA O MERCADO
ACIONÁRIO.
Ao longo dos anos, a função do auditor independente se consolida como peça
importante no cenário empresarial. Tal fato se deve ao desenvolvimento dos
negócios, que tornou a opinião de auditoria indispensável para o público investidor,
em razão de assegurar a qualidade das informações contábeis divulgadas pelas
empresas. O relatório de auditoria, cuja finalidade é divulgar a opinião do auditor
sobre a fidedignidade das demonstrações contábeis, assim desempenhando uma
função de apoio à tomada de decisão do investidor.
Para se comunicarem com o público em geral, as empresas utilizam as
demonstrações contábeis. Estas, adequadamente elaboradas, constituem elemento
de grande valia para a tomada de decisão por parte de seus usuários,
particularmente os investidores. Sendo as demonstrações contábeis peças
importantes para o investidor, a fidedignidade das informações nelas contidas é
fundamental, pois o investidor, baseado em tais demonstrações, toma importantes
decisões financeiras. O principal benefício oferecido pela opinião de auditoria ao
investidor reside no fato de a opinião do auditor, contida no relatório proporciona
29
àquela segurança de que essas demonstrações se encontram isentas de erros que
possa comprometer suas decisões envolvendo a empresa.
Hugo Rocha Braga, ao apresentar a obra Relatórios e Pareceres de Auditoria,
do professor Julio Sérgio de Souza Cardozo, resumiu que: “ (...) a opinião do auditor
é um documento de inestimável valor para a segurança das decisões de credores e
investidores, a medida que a sua função profissional é zelar pela fidedignidade e
confiabilidade das demonstrações contábeis”.
Como se observa, a opinião do auditor proporciona a garantia de que as
informações contábeis divulgadas pelas empresas são confiáveis, o propósito do
relatório do auditor independente limitá-se tão somente a divulgar a opinião do
auditor acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis colocadas à
disposição desses investidores.
A auditoria tende a ser de suma importância para o mercado acionário pelos
relatórios e opiniões que ela expressa sobre determinada empresa que faz parte do
mercado de ações, fazendo que todo as suas Demonstrações sejam analisadas
para expressar uma opinião que ratifica a situação da empresa perante este
mercado tão competitivo e cercado de riscos enorme. Com o trabalho destes
profissionais podemos nos basear para tomada de decisões dentro de uma
empresa, futuras compras de Ações cuja empresa esteja adequada aos
procedimentos contábeis.
O destinatário das opiniões do as auditores independentes que em condições normais, a opinião é dirigida aos acionistas, cotistas, ou sócios ao conselho de administração ou à diretoria da entidade, ou outros órgãos equivalentes, segundo a natureza desta. (HERNANDEZ, 2010, 157p.)
Pontos forte onde a Opinião do Auditor ajuda o mercado acionista no
desenvolvimento das suas operações de compra e venda de ações, cujo futuro
acionista tende a se informar através das opiniões dos auditores como está
determinada empresa. A opinião dos auditores tem muita credibilidade no mercado
acionista pois com ela podem se analisar se as empresas tem:
30
• Transparência da empresa auditada.
• Confiança na estabilidade da empresa perante o mercado.
• Comprometimento da empresa com as normas contábeis existentes.
• Clareza nas demonstrações auditadas, ajudando na veracidade da
opinião do auditor.
• Credibilidade perante o marcado acionista.
• Liquidez favorável
• Entre outros...
Os auditores tem plena formação para que suas opiniões expressas através
dos seus relatórios tenham um impacto totalmente relevante dentro do mercado de
ações, pois com essas opiniões os usuários dessas informações tendem a tomar
inúmeras decisões que podem ou não afetar o patrimônio da empresa.
O mercado de ações mexe com inúmeros patrimônios de inúmeras empresas,
cujo todas elas tem que passar pela opinião do auditor e, para poder permanecer
dentro deste enorme mercado, está é uma das exigências de se fazer parte do
mercado de ações, pois só com esses relatórios da auditoria podemos ter a idéia de
como está a situação da empresa que for analisada.
Sem está exigência de uma opinião dada por um profissional legalmente
habilitado, as empresas dentro do mercado de ações talvez não teria tanto cuidado
em respeitar as normas da contabilidade em seus inúmeros negócios.
Cumpre salientar que as Normas de Auditoria são enfáticas ao afirmarem que
a opinião do auditor não representa garantia de viabilidade futura da empresa
auditada. Normas da Auditoria compreendem as diretrizes básicas que regem as
atividades do auditor e por conseguinte, estabelecem os padrões de auditoria, cuja
observância se torna obrigatória por parte do auditor. Impo-se ter em mente que
sendo as demonstrações contábeis peças fundamentais para o mercado financeiro
31
mobiliário, sua fidedignidade é fator determinante para evitar que decisões
equivocadas sejam tomadas pelos investidores, em virtude de informações
contábeis distorcidas. Impedir fenômenos dessa natureza é indubitavelmente, papel
basilar da opinião da auditoria i.
5. CONCLUSÃO
Conclui-se que quanto maior é a instabilidade do mercado de mais
importância são as opiniões emitidas pelos auditores nos seus relatórios, fazendo
com que suas opiniões sejam analisadas para tomada de decisão em aspectos que
envolvam empresas de capital aberto ou outras empresas que mesmo não estando
dentro do Mercado de Ações tendem a comprar ações de outras empresas para
investimentos futuros.
Os relatórios de auditoria trazem em seu contexto informações ou opiniões de
como está a empresa. Os auditores trabalham em cima das demonstrações
contábeis que a empresa apresenta a esses profissionais e com isso os mesmo
fazem seus programas e testes de auditoria para saber se todos os procedimentos
contábeis estão sendo respeitados conforme a Legislação e se as informações da
empresa tem veracidade com comprovação de documentos entre outros relatórios
específicos de cada empresa. Uma Opinião negativa de um auditor de uma
empresa que esteja dentro do mercado de ações, faz com que as ações da mesma
desvalorizem, pela empresa não apresentar talvez estabilidade econômica.
Com isso concluí-se que os olhos dos novos investidores dentro do mercado de
ações, devem estar voltados para as opiniões destes profissionais que se utilizam
de métodos e critérios rigorosos para emitirem suas opiniões através de seus
Relatórios de Auditoria .
Por final, enfatiza-se a importância da Auditoria ao Mercado acionário, pois
através de suas opiniões emitidas os investidores em potencial, poderão adquiri
ações mais rentáveis.
32
6. BIBLIOGRAFÍA
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Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ARAÚJO, I.P.; ARRUDA, D.G.; BARRETTO, P.H.T.; - Auditoria Contábil: Enfoque
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2009.
CREPALDI, Silvio Aparecido. - Auditoria Contábil: Teoria e Prática - 4° Ed. São
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CREPALDI, Silvio Aparecido. - Auditoria Contábil: Teoria e Prática - 5° Ed. São
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FORTUNA, Eduardo. - Mercado financeiro: produtos e serviços - 16ª Ed. Rio de
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Auditoria das demonstrações contábeis - 1° Ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
PINHEIRO, Juliano Lima. - Mercado de Capitais: fundamentos e técnicas - 4ª Ed.
São Paulo: Atlas, 2008.
33
SOUZA, B.F.; PEREIRA, A.C.; - Auditoria Contábil: Abordagem Prática e
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PEREZ JUNIOR, José Hernandes – Auditoria de Demonstrações Contábeis: Normas e Procedimentos – 4° Ed. São Paulo: Atlas, 2010.. ARAÚJO, Francisco José – Finalidade e Utilidade do Parecer de Auditoria Independente para os Investidores - RBC – RJ, n° 123, p. 21 -23. Sites: http://cfc.org.br http://portaldecontabilidade.com.br/nbc/resoluçoes.php http://www.cosif.com.br http://www.ibracon.com.br http://www.normaslegais.com.br www.bovespa.com.br
34
INDÍCE
FOLHA DE ROSTO................................................................................................1
AGRADECIMENTO.................................................................................................3
PENSAMENTO...................................................................................................... 4
EDICATÓRIA.......................................................................................................... 5
RESUMO.................................................................................................................. 6
METODOLOGIA....................................................................................................... 7
SUMÁRIO.................................................................................................................. 8
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 9
1. INTRODUÇÃO À AUDITORIA ............................................................................. 11
1.1 Evolução da Auditoria .................................................................................. 11
1.2 Evolução da Auditoria no Brasil .................................................................. 11
1.3 O que é Auditoria ......................................................................................... 12
2. ORIGEM MERCADO DE AÇÕES ......................................................................... 13
2.1 A Reforma da Lei das Sociedades Anônimas ............................................ 17
2.2 O Novo Mercado ............................................................................................ 18
2.3 O que é Mercado de Ações ........................................................................... 19
2.3.1 Definição de Ação .................................................................................. 21
2.3.2 Espécies de Ações .................................................................................. 22
2.3.3 Forma das Ações ................................................................................... 22
2.3.4 Direitos conferidos pelas Ações ............................................................ 23
2.4 Análise do Preço das Ações ......................................................................... 24
2.4.1. Análise Fundamentalista ....................................................................... 25
2.4.2. Análise Técnica ...................................................................................... 26
3. COMO OPERAR NO MERCADO DE AÇÕES .................................................... 27
4. A IMPORTÂNCIA DA AUDITORIA PARA O MERCADO ACIONÁRIO. .............. 28
5. CONCLUSÃO ....................................................................................................... 31
6. BIBLIOGRAFÍA .................................................................................................... 32
ÍNDICE...............................................................................................................34
35