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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE EAD NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL EM PETRÓLEO E GÁS Por: Leocyr Paula Neves Orientadora Professora MSC. Andréa Villela Mafra da Silva Rio de Janeiro 2011 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

EAD NA FORMAÇÃO PROFISSIONAL

EM PETRÓLEO E GÁS

Por: Leocyr Paula Neves

Orientadora

Professora MSC. Andréa Villela Mafra da Silva

Rio de Janeiro

2011

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IREIT

O AUTO

RAL

AGRADECIMENTOS

...a minha esposa Vânia, que sempre

me apoiou nos momentos difíceis, mas

superáveis.

...aos mestres do IAVM, que

entendendo as minhas limitações,

nunca aceitaram que eu parasse em

minha empreitada.

DEDICATÓRIA

...dedico a minha esposa, irmã, pais e

filhos queridos,...

RESUMO

Em um mercado carente de profissionais brasileiros qualificados, procuro aqui enaltecer a utilidade do ensino à distância na qualificação de técnicos na área de produção de petróleo e gás. Assim, no capítulo I tracei um histórico do EAD no Brasil e as distorções entre o seu uso aqui e no exterior, principalmente no tocante à conceituação da educação. Depois, procuro no capítulo II mostrar que as Tecnologias de Informação e Comunicação vieram iniciar uma nova era, a do conhecimento. Falo ai também da importante influência de John Dewey buscando uma forma de fazer educação experiencial, reflexiva e consciente. No capítulo III procuro traçar um cenário de como a qualificação em produção de petróleo e gás se dá no Brasil e no mundo e como a educação à distância pode auxiliar na diminuição das diferenças entre as diversas carências da formação profissional e as necessidades das empresas atuantes no mercado, que são as principais interessadas nos profissionais qualificados.

PALAVRAS CHAVES: qualificação profissional- educação experiencial-

empregabilidade.

METODOLOGIA

A iniciativa surgiu da experiência de quase trinta anos na área de produção de

petróleo e gás, e da Pesquisa de Campo em empresas petrolíferas que

mostrou suas dificuldades em conseguirem profissionais qualificados e da

importância da EAD no processo de treinamento desses profissionais.

Pesquisa de Campo, segundo a Wikipédia (2008), é a observação de fatos e

fenômenos exatamente como ocorrem no real, à coleta de dados referentes

aos mesmos e, finalmente, à análise e interpretação desses dados, com base

numa fundamentação teórica consistente, objetivando compreender e explicar

o problema pesquisado.

Também foi utilizada Pesquisa Bibliográfica, que segundo a Wikipédia (2008),

abrange a leitura, análise e interpretação de livros, periódicos, documentos

mimeografados ou xerocopiados, mapas,fotos, manuscritos, etc. Todo material

recolhido deve ser submetido a uma triagem, a partir da qual é possível

estabelecer um plano de leitura, que, eventualmente, poderão servir à

fundamentação teórica do estudo.

Os nomes dos principais autores e teóricos que foram utilizados para a

realização deste trabalho foram John Dewey (1948) e Edgar Morin (1921).

LISTA

Tabela 1, página 24:

Elementos Elementos Formas de configuração

Objetivos de aprendizagem Não prescritivos e lineares permitindo a negociação entre alunos e professores

Estratégias pedagógicas com tratamento inter-relacionado das diversas áreas do conhecimento

Desenvolver competências e habilidades necessárias à ação docente, acompanhadas de atividades colaborativas e cooperativas que propiciem a metacognição, ao invés de propor uma lista de disciplinas isoladas.

Natureza dos Componentes curriculares

Apropriados à prática real dos alunos no tratamento e seleção dos conteúdos, incorporando construtivamente dados do contexto sociocultural dos aprendizes e do seu entorno pela marca da diversidade cultural e social.

Materiais didáticos e recursos tecnológicos

Explicitar a função pedagógica das escolhas didáticas e tecnológicas, instigando o processo de metarreflexão sobre os recursos tecnológicos e usos no ensino.

Metodologias de avaliação do processo de aprendizagem

Contemplem e instiguem o registro dos processos individuais e coletivos de aprendizagem, mediados pela tecnologia, e orientados para o fazer docente e a identidade profissional em construção.

Organização do processo de aprendizagem

Composição de módulos interdisciplinares interdependentes e correlacionados, propiciando uma visão sistêmica e holística do campo teórico.

Explicitação das concepções de ensino e aprendizagem que alicerçam o projeto pedagógico.

Ao adotar determinadas concepções de ensino e aprendizagem explicitá-las para os cursistas, de forma que possam ter uma dupla aprendizagem, sobre o tema e sua aplicação no ensino.

Concepções de ensino e aprendizagem x a configuração do ambiente de aprendizagem

Guardar coerência entre os princípios de ensino e as opções de configurações do ambiente.

Concepções construtivistas e sociointeracionistas baseadas na aprendizagem significativa.

Ambiente tecnológico de alta interação, contextualização e realização de ciclos de aprendizagem recorrentes e recursivos apoiados na aprendizagem significativa.

Construção do conhecimento como um fenômeno social, construído no embate, compartilhamento e negociação de significados, num processo recursivo de atribuir significados e ressignificar.

Formação de comunidades de aprendizagem baseadas na interação cooperativa e colaborativa, intencional e consciente entre todos os membros da comunidade, com permeabilidade e visibilidade para os hábitos culturais, história de vida x história de grupos x história da humanidade, regras, leis e procedimentos.

Estratégias pedagógicas de metacognição do aluno-professor

Recursos de autoria, momentos de reflexão, uso de diários ou memoriais

Todos aprendem, professores e alunos.

Recursos de autoria que propiciem os alunos e professores a ensinarem os colegas.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - A História do EAD no Brasil 11

CAPÍTULO II - Tecnologia Educacional no Brasil 26

CAPÍTULO III – Profissionais qualificados 34

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA 48

WEBGRAFIA 49

ÍNDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

INTRODUÇÃO

Segundo a ABED (Associação Brasileira de Ensino à Distância), as

empresas cada vez mais têm percebido a utilidade do e-learning no

desenvolvimento do seu capital humano. E ao mesmo tempo em que a procura

por essa modalidade de ensino tem aumentado, os custos relativos têm caído

significativamente. Mas a ABED também ressalta que o EAD acelera a

construção do conhecimento, pois em geral permite que isso aconteça com

menor custo financeiro e um menor emprego de tempo. Por utilizar tecnologias

inovadoras e incentivar o autodesenvolvimento, o EAD insere os educandos no

contexto da construção do conhecimento, permitindo que interajam em

diferentes locais e realidades. Mas o capital humano também fica evidenciado

pela ABED pois afirma que o Ensino à distância precisa essencialmente de

profissionais capacitados que busquem a inovação, o aprendizado e ousem

mudar e encarar o novo, estando abertos ao conhecimento globalizado e

conectado, literalmente.

Mas, no Brasil, ainda temos muito preconceito de profissionais que,

não conhecendo profundamente essa modalidade de ensino, preferem agir

resistivamente. Porém, como em toda mudança há uma profunda quebra de

paradigmas, ela tende a retirar as pessoas da inércia. E assim se dá toda

evolução humana, com bastante resistência.

Como no Brasil existe uma enorme distância entre aquilo que as

empresas desejam e os profissionais que hoje estão sendo formados, a EAD

vêm servir de ponte entre os dois lados, diminuindo as distâncias. Como

apregoa o Prof. Celso João Ferreti, pesquisador da área de educação, em

artigo do site SGS do Brasil, ao se falar em formação profissional, deve-se

enfocar as novas demandas que emergem na sociedade atual. Para isso, um

dos pontos de destaque é justamente rever e dimensionar as relações entre o

sistema de formação profissional e o sistema educacional. Esta formação é

pensada, na grande maioria, dentro do ensino superior, o que nos remete ao

ensino presencial tradicional. E a Profª. Ana Bock, uma das pesquisadoras

mais respeitadas no campo da Psicologia no Brasil, a partir de um referencial

histórico cultural, defende que as diferentes profissões devem ser concebidas

como em constante transformação, acompanhando as mudanças da realidade

social, ou seja, pondera que as pessoas vão se transformando à medida que

interagem com outras pessoas e outros grupos. Dessa forma, a interação é um

dos pilares da EAD, uma interação mediada por uma série de ferramentas e

atores que, mais do que diminuir as distâncias, operam no sentido de

proporcionar novas formas de contato e desenvolvimento, ou seja, em um

movimento de transformação. Esse contexto amplia sua importância ao

constatarmos que, a depender da qualidade da metodologia de ensino à

distância utilizada, desenvolve-se no aluno, além dos conteúdos dos cursos

ministrados, um novo comportamento de aprendizado, mais autônomo, com

maior capacidade de prosseguir de forma independente.

E é justamente esse jeito autônomo de agir e aprender, que cada vez

mais as empresas vêm buscando em seus profissionais. Principalmente nos

setores de alta tecnologia agregada como a área de energia.

CAPÍTULO I

A História da Educação à Distância no Brasil

Segundo Maia (2007), a educação à distância somente começou a ser

possível após o uso de símbolos que pudessem ser transmitidos ao longo do

tempo a outras pessoas. Com o advento das pinturas rupestres e mais tarde,

da escrita, as mensagens puderam ser disseminadas no tempo e no espaço.

Com o desenvolvimento dos meios de transporte e comunicação, surge

efetivamente a EAD, oferecendo cursos por correspondência em meados do

século XIX. Numa segunda geração da EAD, houve o acréscimo de novas

mídias como televisão, rádio, fitas de áudio e vídeo e o telefone. Numa terceira

geração, com o advento das tecnologias de informação e comunicação (TIC)

vimos surgir a EAD online com o uso essencial da internet. Hoje em dia, a EAD

é utilizada em várias partes do mundo, das formas mais variadas possíveis. As

variações da EAD vão desde os cursos semipresenciais até os feitos

totalmente à distância.

No Brasil, a EAD comportou-se de forma similar ao restante do mundo,

mas com diferenças significativas. Por exemplo, iniciou-se aqui a oferta de

cursos por correspondência, passando com bastante sucesso pelo rádio e pela

televisão. Mas a utilização da EAD em Universidades Abertas iniciou-se

recentemente pela criação da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

Mas buscando uma fundamentação maior sobre a educação, para

orientar nossa utilização da EAD, podemos citar o ilustre John Dewey (1948)

que dizia que a educação é de suma importância na sociabilização dos novos

membros da sociedade, mas a escola não é o único meio de isso acontecer:

“A sociedade existe através de um processo de transmissão

como numa vida biológica. Essa transmissão ocorre pela

comunicação de hábitos de como fazer, como pensar e sentir

dos mais experientes para os mais novos. Sem essa

comunicação de ideais, expectativas, normas e opiniões

desses membros da sociedade, esse convívio social não

sobreviveria... As escolas são, na verdade, um importante

método de transmissão para os novos membros da sociedade,

mas apenas um dos diversos métodos disponíveis.” (DEWEY,

1948, p.5) ”Tradução nossa”.

E não podemos também esquecer que por ser uma área formadora de

outros conceitos no País, a educação, em não sendo adequada, influenciará

negativamente toda economia, pois foi planejada com os mestres formados da

mesma forma! Veremos a seguir o que pensa Edgar Morin.

Segundo Jorge Wertheim, representante da UNESCO no Brasil, ao

apresentar a versão traduzida para o português do livro de Edgar Morin: Os

sete saberes necessários a educação do futuro, essa entidade cumpriu mais

uma vez a sua missão ética e seu compromisso com a educação integral e de

qualidade. Pois assim, as cegueiras do conhecimento segundo Edgar Morin,

que são: o erro e a ilusão; os princípios do conhecimento pertinente; ensinar a

condição humana; ensinar a identidade terrena; enfrentar as incertezas;

ensinar a compreensão; e a ética do gênero humano se descortinou para um

País que hoje sofre principalmente por não ter uma educação de qualidade e

identidade. E que segundo esse autor, essa má educação pode ser de forma

intencionalmente orquestrada. E como se pode quebrar com essas barreiras e

se alcançar a meta da educação de qualidade? Com certeza absoluta, o ensino

à distância pode cumprir esse papel! Através da Educação à Distância,

podemos alçar vôos cada vez mais altos, em busca da autonomia democrática

do conhecimento e não ficarmos atrelados a situação que nos é apresentada.

Mas antes de vermos a utilidade da EAD, precisamos saber o que é

pertinente ao nosso conhecimento e como fazer uso dele no desenvolvimento

da sociedade na qual vivemos. Segundo Morin (1921) acentua, nos princípios

do conhecimento pertinente:

“Existe um problema capital, sempre ignorado, que é o da

necessidade de promover o conhecimento capaz de apreender

os problemas globais e fundamentais para neles inserir os

conhecimentos parciais e locais. A supremacia do

conhecimento fragmentado de acordo com as disciplinas

impede freqüentemente de operar o vínculo entre as partes e a

totalidade, e deve ser substituído por um modo de

conhecimento capaz de apreender os objetos em seu contexto,

sua complexidade, seu conjunto.” (MORIN, 1921, p.13).

Justamente essa conexão, na maioria das vezes inexistente, entre o

conhecimento fragmentado pela ênfase nas disciplinas e especializações e a

aplicação dos mesmos em problemas globais, pode ser visto como um dos

motivos pela pouca conscientização dos agentes da educação no Brasil.

Outra questão que dificulta a construção de uma consciência mais

integradora talvez esteja na nossa própria legislação educacional. O sistema

pedagógico nascido da premissa “educação para o trabalho” segundo

preconiza o artigo 22 da LDB (Educação Básica e Educação Profissional

Projetos em Disputa, p. 01) cria uma questão difícil de ser respondida! Seria o

momento adequado a pessoa ser preparada para o trabalho já no ensino

médio, uma vez que na maioria das vezes não se tem consciência do que seja

certo ou errado, e pode estar se deixando levar pelas circunstâncias?

Mas, em se tratando de ensino à distância, o que já foi desenvolvido

até aqui, permitiria a interiorização dessa consciência? Vejamos os passos a

seguir.

1.1- Breve histórico do Ensino à Distância no Brasil

Podemos observar nos fatos colocados abaixo, que em nenhum

momento houve um projeto de levar o educando a alçar vôo além do que se

preconizava nos ensinos regulares, de forma a que esses agentes buscassem

o aprimoramento do processo educativo brasileiro. As pessoas, beneficiadas

pelo processo descrito abaixo, naturalmente já ficavam por demais satisfeitas

em terem algum tipo de educação e não se preocupavam se isso estava sendo

feito de forma correta. Segundo o site telebrasil.org, vejamos como se deu a

EAD no Brasil:

1923 – Fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro.

1936 – Doação da Radio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da

Educação e Saúde.

1937 – Criação do Serviço de Radiodifusão Educativa do Ministério da

educação.

1959 – Início das escolas radiofônicas em Natal (RN).

1960– Inicio da ação sistematizada do Governo Federal em EAD;

contrato entre o MEC e a CNBB:expansão do sistema de escolas radiofônicas

aos estados nordestinos, que faz surgir o MEB –Movimento de Educação de

Base – sistema de ensino a distância não-formal.

1965 – Inicio dos trabalhos da Comissão para Estudos e Planejamento

da Radiodifusão Educativa.

1966 a 1974 – Instalação de oito emissoras de televisão educativa: TV

Universitária de Pernambuco, TV Educativa do Rio de Janeiro, TV Cultura de

São Paulo, TV Educativa do Amazonas, TV Educativa do Maranhão, TV

Universitária do Rio Grande do Norte, TV Educativa do Espírito Santo e TV

Educativa do Rio Grande do Sul.

1967 – Criada a Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de

São Paulo com o objetivo de promover atividades educativas e culturais

através do rádio e da televisão (iniciou suas transmissões em 1969);

constituída a Feplam (Fundação) Educacional Padre Landell de Moura),

instituição privada sem fins lucrativos, que promove a educação de adultos

através de teleducação por multimeios.

1969 – TVE Maranhão/CEMA – Centro Educativo do Maranhão:

programas educativos para a 5" serie, inicialmente em circuito fechado e a

partir de 1970 em circuito aberto, também para a 6" serie.

1970 – Portaria 408 – emissoras comerciais de rádio e televisão:

obrigatoriedade da transmissão gratuita de cinco horas semanais de 30

minutos diários, de segunda a sexta– feira, ou com 75 minutos aos sábados e

domingos. É iniciada em cadeia nacional a serie de cursos do Projeto Minerva,

irradiando os cursos de Capacitação Ginasial e Madureza Ginasial, produzidos

pela Feplam e pela Fundação Padre Anchieta.

1971 – Nasce a ABT – inicialmente como Associação Brasileira de

Tele–Educação, que já organizava desde 1969 os Seminários Brasileiros de

Teleducação atualmente denominados Seminários Brasileiros de Tecnologia

Educacional. Foi pioneira em cursos à distância, capacitando os professores

através de correspondência.

1972 – Criação do Prontel – Programa Nacional de Teleducação – que

fortaleceu o Sinred – Sistema Nacional de Radiodifusão Educativa.

1973 – Projeto Minerva passa a produzir o Curso Supletivo de 1º Grau,

II fase, envolvendo o MEC, Prontel, Cenafor e secretarias de Educação.

1973-74 – Projeto SACI conclusão dos estudos para o Curso Supletivo

"João da Silva", sob o formato de telenovela, para o ensino das quatro

primeiras séries do lº grau; o curso introduziu uma 2a inovação pioneira no

mundo, um projeto – piloto de tele – didática da TVE, que conquistou o prêmio

especial do Júri Internacional do Prêmio Japão.

1974 – TVE Ceará começa a gerar tele–aulas; o Ceteb – Centro de

Ensino Técnico de Brasília – inicia o planejamento de cursos em convênio com

a Petrobras para capacitação dos empregados desta empresa e do projeto

Logus II, em convênio com o MEC, para habilitar professores leigos sem

afastá–los do exercício docente.

1978 – Lançado o Telecurso de 2 Grau, pela Fundação Padre Anchieta

(TV Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas televisivos

apoiados por fascículos impressos, para preparar o tele-aluno para os exames

supletivos.

1979 – Criação da FCBTVE – Fundação Centro Brasileiro de Televisão

Educativa/MEC; dando continuidade ao Curso "João da Silva", surge o Projeto

Conquista, também como telenovela, para as ultimas séries do primeiro grau;

começa a utilização dos programas de alfabetização por TV – (MOBRAL), em

recepção organizada, controlada ou livre, abrangendo todas as capitais dos

estados do Brasil.

1979 a 1983– É implantado, em caráter experimental, o Posgrad – pós-

graduação Tutorial à Distância – pela Capes – Coordenação de

Aperfeiçoamento do Pessoal de Ensino Superior – do MEC, administrado pela

ABT – Associação Brasileira de Tecnologia Educacional – com o objetivo de

capacitar docentes universitários do interior do pais.

1981 – FCBTVE trocou sua sigla para FUNTEVE: Coordenação das

atividades da TV Educativa do Rio de Janeiro, da Radio MEC-Rio, da Radio

MEC-Brasília, do Centro de Cinema Educativo e do Centro de Informática

Educativa.

1983/1984– Criação da TV Educativa do Mato Grosso do Sul. Inicio do

"Projeto Ipê", da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e da

Fundação Padre Anchieta, com cursos pura atualização e aperfeiçoamento do

magistério de 1º e 2º Graus, utilizando–se de multimeios.

1988 – "Verso e Reverso – Educando o Educador": curso por

correspondência para capacitação de professores de Educação Básica de

Jovens e Adultos/ MEC Fundação Nacional para Educação de Jovens e

Adultos (EDUCAR), com apoio de programas televisivos através da Rede

Manchete.

1991 – 0 "Projeto Ipê" passa a enfatizar os conteúdos curriculares.

1991 – A Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação

Básica e secretarias estaduais de Educação implantam o Programa de

Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do ensino

fundamental e alunos dos cursos de formação de professores. Na segunda

fase, o projeto ganha o titulo de "Um salto para o futuro".

1992 – 0 Núcleo de Educação a Distância do Instituto de Educação da

UFMT (Universidade Federal do Mato Grosso), em parceria com a Unemat

(Universidade do Estado do Mato Grosso) e a Secretaria de Estado de

Educação e com apoio da Tele-Universite du Quebec (Canadá), criam o projeto

de Licenciatura Plena em Educação Básica: 1º a 4º series do 1º grau, utilizando

o EAD. 0 curso é iniciado em 1995.

1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Regulamenta a EaD no

Brasil.

1.2- Objetividade do EAD no Brasil.

Segundo Moran (2007) uma das maiores razões para que o EAD sofra

muita discriminação é o fato desse sistema de ensino ter sido ostensivamente

utilizado como ferramenta do ensino técnico. Como exemplo ele cita o Instituto

Monitor e o Instituto Universal Brasileiro. Ele também diz que no início a EAD

tinha como principal objetivo a capacitação de professores em serviço. Ora,

assim como as pessoas no ensino médio, geralmente não têm discernimento

profissional e social, o mesmo também pode estar acontecendo com

professores com formação deficitária.

Senão vejamos: quem precisa avaliar o projeto político pedagógico das

escolas e fazer as devidas correções, se necessárias? Isso em escolas

particulares, pois em escolas públicas, geralmente o Projeto Político

Pedagógico (PPP) já vem pronto e tem de ser assumido pela instituição e não

pode, muitas das vezes, ser alterado.

Então, onde terá lugar o bom senso de se verificar se o PPP está de

acordo com as necessidades da sociedade onde a escola está inserida? Se os

professores e outros profissionais de educação, nas instituições em que atuam,

não puderem fazer alguns ajustes de rumo, estaremos sujeitos sempre a seguir

em frente, sem saber para onde estamos indo?

Sobre os aspectos da EAD, Moran (2007) que é avaliador do MEC para

cursos superiores à distância, tem ouvido testemunhos positivos de

profissionais de educação como professores e coordenadores sobre o impacto

positivo de bons cursos de educação à distância nos cursos presenciais. Eles

trazem a experiência de agirem como tutores, onde focam suas atenções no

aluno, para a sala de aula onde, em média, o foco é no conjunto, e notam que

lá poderia haver, como na EAD, uma maior elaboração de planejamentos. O

material de aula poderia ser mais adequado e as avaliações não deveriam ir

tantas vezes sendo aplicadas ao sabor dos acontecimentos. Ele também

observa que nos cursos presenciais poderia haver um mix de informação,

pesquisa (individual ou em grupo), e auto-estudo. E a internet pode ajudar

nesse processo, pois ela traz a flexibilidade de acesso junto com a

possibilidade de interação e participação. Combina o melhor do ensino off-line,

do acesso quando a pessoa quiser com o on-line, com a possibilidade de

conexão, de estar junto, de orientar, de tirar dúvidas e de trocar resultados.

Além do mais, a EAD nos mostra a importância do auto-estudo, da

aprendizagem dirigida. Assim, o professor não precisa se concentrar tanto na

transmissão da informação. Ele pode disponibilizar materiais para leitura

individual e realização de atividades programadas de pesquisa, projetos,

combinando o seu papel de informador com o de mediador e o de

contextualizador. Também, Moran (2007) enfatiza que:

“A educação on-line de qualidade reafirma um princípio por

demais conhecido de que o foco principal está na

aprendizagem mais do que no ensino. E o faz concentrando

toda a proposta pedagógica em que o aluno aprenda sozinho e

em grupo, com leituras, pesquisas, projetos e outras atividades

propostas de forma equilibrada, progressiva e bem dosada ao

longo do curso. Assim, na EAD, a maior parte do tempo do

professor não é gasto em lecionar, mas acompanhar, gerenciar,

supervisionar e avaliar o que está acontecendo ao longo do

curso. O papel do professor muda claramente: orienta mais do

que explica”. (MORAN, 2007, pg.8).

Concordando com esse aspecto de uma ação mais orientadora do que

explicadora do professor, Todorov (2009) nos brinda com uma relação

fundamental entre a EAD e um sistema de ensino chamado de Sistema

Personalizado de Ensino. Segundo esse autor, o também conhecido PSI, ou

Personalized System of Instruction, foi amplamente utilizado nos anos 1970

pela Universidade de Brasília e com bastante sucesso. O PSI rompe com

modelos tradicionais de ensinar, assim como na EAD. Nos dois modelos o

centro critico é o aluno e não a transmissão do conhecimento pelo professor.

Assim, nesse processo o professor passa a acompanhar aprimorar, treinar e

gerenciar. Exatamente como acontece na educação à distância de qualidade.

Mas, Todorov (2009) nos lembra que ainda hoje continuamos a repetir padrões

educacionais que foram inovadores em outras épocas, mas que nos dias de

hoje parecem estar resultando em baixa produtividade.

Ele exemplifica:

“Não acreditamos mais, por exemplo, que a Terra equilibra-se

sobre criaturas demoníacas e gigantescas, nem supomos

mais que os raios de uma tempestade ocorrem por vontade

divina. Entretanto, ainda acreditamos que o comportamento

humano é o resultado de forças internas intangíveis, como

vontades, desejos, motivações e inteligência, e, por isso,

inatingíveis. Assim, facilmente chama-se de “desmotivado” o

aluno que não tira boas notas ou que vem frequentando

pouco a sala de aula, julga-se “menos inteligente” o aluno que

não acompanha o ritmo dos colegas e apresenta

continuamente dificuldades de entendimento da matéria.

Culpabilizar o aluno foi e continua sendo uma prática

corriqueira em instituições de ensino.” (TODOROV, 2009,

p.2).

Daí talvez possamos vislumbrar a razão da resistência à EAD,

ainda apresentada por muitos agentes da educação no Brasil. Pois, no

fundo, precisamos é que sejam mudados os paradigmas construídos por

algumas pessoas. Esses paradigmas criaram uma situação de conforto para

as mesmas, e isso elas têem receio de mudar.

1.3 – Diferenças básicas entre Pedagogia e Andragogia.

Segundo artigo de José Chotguis (2009), apesar de o projeto

pedagógico ter persistido durante décadas no Brasil, não podemos fazer

projetos da mesma forma para crianças e adultos, pois cada um tem motivação

independente do outro.

Na educação de adultos, existem conceitos que precisam ser seguidos

como:

A necessidade de saber: os adultos precisam saber a razão de estarem

aprendendo;

Auto-conceito do aprendiz: os adultos entendem que são responsáveis

por suas vidas;

O papel da experiência dos aprendizes: quanto mais experiências de

vida forem utilizadas no seu processo educacional, o adulto o assimila e junta a

sua própria experiência de vida.

Prontos para aprender: os adultos estão prontos para aquilo que

poderão utilizar em sua vida real.

Orientação para aprendizagem: diferentemente das orientações

centradas no conteúdo escolar, na educação para o adulto essa educação

precisa ser centrada na vida.

Motivação: os adultos atendem motivações externas como a

possibilidade de melhor emprego, realização profissional e pessoal, auto-

estima, qualidade de vida, enfim eles tendem a continuar crescendo e se

desenvolvendo.

Notamos então que o adulto teria mais condições de refletir sobre as

suas necessidades educacionais. Então precisamos entender primeiro o que é

esse termo: reflexão.

Seguindo a linha de José Chotguis (2009), vamos encontrar o ilustre

John Dewey como uma de suas maiores influências e que irá nos ajudar a

esclarecer o que é reflexão. E no site em sua homenagem vamos encontrar o

manual “Facilitating Reflection- A Manual for Leaders and Educators, onde

podemos ver que a capacidade de reflexão é essencial para quem trabalha

com educação, seja como aluno, professor ou dirigente educacional.

Primeiramente precisaremos entender o que é reflexão e por que ela é tão

necessária. Depois, verificarmos que ela, a reflexão, muitas vezes não é

aplicada no processo educacional brasileiro.

A palavra reflexão deriva do termo latino “reflectere” significando aquilo

que o espelho reflete e que é aparente para os outros e um mistério para nós.

No trabalho educacional, nós devemos buscar desenvolver processos que

permitam um olhar para trás em nossas mentes. Pensarmos o que são as

nossas experiências. O que as nossas experiências vêem, conhecem e

precisam para fazer o que é mais necessário em primeiro lugar. O ato de refletir

torna-se então uma ponte crucial entre as nossas experiências e a

aprendizagem.

Mas, por que a reflexão não é tão utilizada pelos players da área

educacional no Brasil? Para buscarmos essa resposta, podemos levantar a

questão do nosso descobrimento enquanto pais-colônia. Desde aquelas

remotas eras, nosso Pais foi usado como morada, ou refúgio, de pessoas não

interessadas no bem do Brasil enquanto Pais. Eles queriam apenas tirar daqui

tudo àquilo que conseguissem para depois irem aproveitar essas “aquisições”

em seus países. Comparando essa situação com a colonização dos E.U.A.,

onde pessoas com suas famílias para lá se mudaram na esperança de

construírem novas vidas, vemos uma situação desproporcional. Claro que não

podemos justificar as ações atuais pelo que aconteceu no passado. Mas muitos

ainda têm uma ação imediatista e não reflexiva sobre os seus atos. Mas essa

reflexão pode ser exercida na EAD? Buscando responder a essa questão,

Souza(2009) diz:

“... a formação dos professores em ambientes de

aprendizagem on-line deve se dar considerando os espaços de

suas práticas de estudos e aprendizagem como o lugar da

ação-reflexão-ação, para que eles consigam mais do que saber

usar as tecnologias de maneira adequada ao seu processo de

aprendizagem, usar a tecnologia numa postura crítica e

reflexiva empregando o próprio fazer como aluno para refletir

como docente.” (SOUZA,2009,p.47)

E como isso se processa? Souza (2009) prossegue:

“...por meio de ferramentas disponíveis nos ambientes de

aprendizagem a distância, eles podem relatar os efeitos de sua

ação(reflexão sobre a ação) e receber os comentários de seus

formadores e colegas cursistas, além de buscar um referencial

teórico para subsidiar sua próxima ação(reflexão sobre a

reflexão na ação)”. (SOUZA,2009, p.47).

Segundo Filatro (2004) em seu livro “Design Instrucional

Contextualizado” (p.96), também Malcom S. Knowles entendia que a educação

do adulto é totalmente oposta a da criança! Daí que na educação para adultos,

precisa haver um direcionamento prático. Sendo assim, a aprendizagem do

adulto precisa:

Reconhecer suas necessidades de estudo;

Formular objetivos para o estudo;

Selecionar conteúdos;

Projetar estratégias de estudo;

Arranjar materiais e meios didáticos;

Identificar fontes humanas e materiais adicionais e deles fazer uso;

Organizar, dirigir, controlar e avaliar o processo de aprendizagem.

1.4 – Entendendo as diferenças.

Então, conforme diversos autores citados anteriormente concordam, a

educação da criança precisa ser diferenciada da do adulto! O Ensino à

distância também se apresenta como uma importante ferramenta nesse

desenvolvimento, mas sendo assim, precisa ser projetado para adultos, com

suas particularidades e necessidades.

Buscando essa diferenciação entre a pedagogia e a andragogia, como

a educação à distância pode ajudar nesse processo?

A EAD, segundo Ghedine (2007), define-se basicamente em cinco

elementos:

1- a separação física entre o professor e o estudante existe na maior

parte do tempo.

2- utilização de uma mídia educacional para unir professor e

estudante e transportar o conteúdo do curso.

3- a existência de uma comunicação de mão dupla, permitindo que o

estudante possa se beneficiar de um diálogo e da possibilidade de

iniciativas de comunicação (síncrona e assíncrona).

4- separação também entre professor e estudante na questão do

espaço e do tempo.

5- o aprendizado é controlado pelo estudante e não pelo professor.

Essas cinco definições mostram o grau elevado de discernimento que o

estudante em EAD precisa apresentar. Nos quatro itens iniciais, temos as

questões técnicas para que haja a EAD, mas no último vemos o principal e de

maior dificuldade no processo. Ou seja, para controlar aquilo que está

estudando e saber se é útil para seus propósitos, o estudante deve estar

consciente que não é mais o professor, ou seu chefe na empresa, que devem

buscar o seu aprimoramento pessoal e profissional. Mas isso é uma mudança

radical na forma como o estudante via a sua formação enquanto criança, sendo

orientada pela pedagogia. Agora, pela andragogia o estudante precisa

demonstrar maior autonomia, algo ignorado no processo pedagógico. Em se

tratando de educação para uma pessoa adulta, pela andragogia, a EAD pode

ajudar nesse processo de que forma? Ela também pode ajudar nessa

conscientização?

Segundo Souza(2009), a prática da EAD precisa ser construtivista:

“...todos os mecanismos de mediatização que utilizamos na

EAD, a seleção de conteúdos e as inserções que fazemos nos

materiais que produzimos devem vir acompanhados de uma

reflexão crítica, constante do seu uso e do seu significado para

nós e de como esse irá atingir os estudantes. A prática da EAD

é uma prática construtivista. Os canais de interação utilizados

devem estar contextualizados e as nossas inserções devem

estar baseadas na certeza de que somos apenas mediadores

de conhecimento, pois, é o sujeito autônomo que irá utilizar de

todo seu conhecimento prévio e do que disponibilizamos para

construir sua aprendizagem.” (SOUZA, 2009, p.49)

Mas Souza (2009), também diz que esse processo não é rápido demais, e nem pode ser:

“A prática apoiada no construtivismo demonstra que o

desenvolvimento do saber transpor ( a tomada de consciência

sobre a própria prática) não acontece em curto prazo. A

construção do conhecimento sobre mediação e transposição

pedagógica no âmbito da Educação à Distância é um processo

lento, que se realiza num movimento reflexivo contínuo de

experiência a experiência, a partir dos conhecimentos

individuais dos participantes.” (SOUZA, 2009, p.49).

Assim, Souza (2009), propõe a existência de alguns elementos essenciais para a construção de ambientes de aprendizagem em EAD, reforçando assim o enfoque da andragogia: vide Tabela 1- Lista

CAPÍTULO II

Tecnologia Educacional no Brasil

Um dos assuntos mais discutidos hoje em dia é sobre as TICs, ou

Tecnologias de Informação e Comunicação! Elas são essenciais num País de

dimensões tão extensas como o Brasil, e ajudam em muito na diminuição

dessa distância!

No primeiro capítulo mostramos como se deram as experiências de

ensino à distância no Brasil, utilizando quase que integralmente algumas

tecnologias como materiais impressos, rádio e televisão. Agora, veremos o

desdobramento desse processo nas TICs. Elas são utilizadas comumente em

nossos dias quando, por exemplo, passamos um e-mail ou participamos de um

blog. Mas iniciaremos com algumas importantes definições, para depois

focarmos no cenário educacional.

2-1 Definindo as Tecnologias de Informação e Comunicação:

Primeiramente, vamos procurar definir os termos: tecnologia,

informação e comunicação. Segundo a Wikipédia, Tecnologia, do grego tekhné

para ofício, significando arte, artesanato; e logia significando estudo. Em

termos gerais, tecnologia é um corpo de conhecimentos que usa o método

científico para manipular o ambiente, realizando uma fusão entre ciência e

técnica. Mas, generalisticamente falando, tecnologia é todo instrumento que

pode ser utilizado para a realização de alguma tarefa. Sendo assim, tudo que

usamos pode ser considerada uma tecnologia, desde um simples lápis até o

mais moderno computador.

Para definirmos melhor o termo “informação”, segundo Filatro (2004, p.

41) as suas tecnologias podem ser definidas como processos de produção,

armazenamento, recuperação, consumo e reutilização de informações

dinâmicas e em constante atualização. São exemplos dessa tecnologia da

informação, o hipertexto que é um conjunto de nós ligados por conexões onde

os nós podem ser as palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de

gráficos.

E comunicação? Como podemos defini-la? Segundo o dicionário

Aurélio, ela pode ser entendida como o “processo de emissão, transmissão e

recepção de mensagens por meio de métodos e/ou sistemas convencionados”.

Mas também é, segundo o mesmo dicionário, “a capacidade de trocar ou

discutir idéias, de dialogar, com vista ao bom entendimento entre pessoas”.

Como principal agente das TICs eu apontaria a última, a comunicação.

Isto porque não adiantaria em nada termos as tecnologias corretas e as

informações a serem passadas se não conseguíssemos fazer a comunicação

existir. A comunicação, sendo exercida em sua plenitude, permite a construção

de projetos em todas as áreas, mas o nosso objetivo aqui será a área de

educação.

2-2 Reflexão no uso das TICs:

No primeiro capítulo, busquei fazer um resumo de como é o Ensino a

Distância no Brasil, falei da discriminação que ele sofre, principalmente pelos

próprios profissionais de educação. Citei também as diferenças básicas entre

pedagogia e andragogia, bem como o que John Dewey chamou de “reflexão”.

Aqui, aprofundarei mais essa questão de se refletir sobre o que se está

fazendo e para quê, bem como de que forma isso é visto principalmente na

educação moderna. Nesse contexto, as TICs têm um papel fundamental.

Elas, as TICs, representam a forma como o conhecimento é tratado

nos dias atuais. Mas sem termos sensibilidade para refletir, somos

“atropelados” por informações e objetivos que muitas vezes não ajudam em

nada o desenvolvimento nosso e da sociedade em que vivemos.

Observando que em passado recente, o aluno era apenas visto como

um receptor das informações do professor e que, hoje, ele precisa fazer parte

da construção de conhecimento, isso se dá através da reflexão do aluno

enquanto agente ativo da sua realidade. Mas desde cedo esse discernimento

precisa ser trabalhado nas pessoas. Hoje, vemos pessoas facilmente

direcionadas para irem de encontro ao interesse de poucos. Seja beneficiando

políticos ou pessoas inescrupulosas, esse modo de se deixar conduzir seria

mais difícil se tivéssemos em nossa educação fundamentos filosóficos mais

enraizados.

Na filosofia educacional mais atual, vemos que o educador norte-

americano John Dewey tem uma influência bastante abrangente. Ele buscava

que os alunos tivessem uma reflexão sobre a sua realidade e dizia que eles

deveriam buscar aquilo que realmente representasse algo para suas vidas.

Mas não algo imposto, precisaria que fosse algo que os alunos realmente

achassem interessante. Assim, segundo Carlesso (2009), John Dewey lançou

as bases de uma educação experiencial baseada em dois princípios

fundamentais: a continuidade e a interação. A continuidade ou a atividade em

si, que seria o conceito daquilo que é assimilado pelo ser humano após passar

por alguns fatos em sua vida. Ter passado por esses fatos, que geralmente são

positivos ou negativos, dispersivos, centrífugos e dissipadores, não garante

necessáriamente a construção de uma experiência. Já a experiência tem como

característica o fluxo e o refluxo alimentados de significação. E a interação, ou

experiência significativa, complementa essa idéia e explica como as

lembranças do passado interagem com a situação atual.

Carlesso (2009) diz que Dewey enfatizava que os professores

deveriam buscar entender os seus estudantes com suas experiências únicas,

para contextualizarem seus conteúdos de forma a representarem algo

interessante para os mesmos. Então ele perguntava, com uma questão bem

atual no Brasil: “Por que tantos estudantes odeiam a escola? Parece óbvio,

mas muitos educadores ainda ignoram a individualidade de seus alunos. E os

alunos estarem a cumprir currículos que não os estimula em nada, além de

prestar-se a um mal enorme, cria também pela experiência de vida do aluno,

uma concepção que todo conhecimento é ruim, pois é imposto

autoritariamente.

Essa aprendizagem pela experiência ou experiencial é subdividida em

dois tipos:

1- Aprender por si mesmo, que pode ser chamado de modo “natural de

aprendizagem”, ocorre como reflexão dos eventos naturais da vida. Essa

educação experiencial por si mesmo, seria como os alunos organizariam a sua

própria aprendizagem.

2- Já a educação experiencial, ocorre quando o programa e atividades

de aprendizagem são estruturados por outras pessoas.

O papel do educador na educação experiencial é organizar e facilitar

experiências diretas sobre um determinado fenômeno. Isso muitas vezes

requer também exercícios preparatórios de reflexão.

A educação experiencial é freqüentemente oposta ao ensino didático,

onde o papel do professor é dar a informação e conhecimento ao aluno e

prescrever o estudo de exercícios que carregariam o objetivo principal do

conhecimento. O que vemos normalmente ocorrendo em nosso processo

educacional é o segundo caso, onde o educador assume totalmente para si a

responsabilidade de encaminhar aquilo que ele próprio acha válido na

condução do processo. Enquanto que na educação experiencial há uma ação

efetiva do principal interessado no processo, o aluno.

E onde podemos encontrar momentos que poderiam ser utilizados

como de ensino? Geralmente, esses momentos são memoráveis, como as

primeiras experiências no amor, no trabalho e na vida em geral. São momentos

que ficam facilmente armazenados em nossas memórias. Mas, com certeza,

esses momentos não podem ser confortáveis. Eles precisam criar um

desconforto para que haja certo confronto entre o novo e aquilo que havia até

então. E não pode ser plenamente realizado para que haja certo potencial a ser

ainda atingido.

Segundo Maia (2007, p.5), também no Brasil, a pedagogia política de

Paulo Reglus Neves Freire não está centrada no professor ou no aluno, mas na

experiência dialogada e compartilhada das pessoas mediada pelo mundo

histórico-social. Na pedagogia de Paulo Freire existe uma grande resistência

ao que ele chama de prática bancária, onde o aluno é o depositário do

conhecimento depositado pelo depositante professor. E ele complementa que

enquanto a prática bancária utiliza a imersão dos conhecimentos como uma

espécie de anestesia, inibindo o poder criador dos educandos, por sua vez uma

educação problematizadora, de caráter autenticamente reflexivo, implica um

constante ato de desvelamento da realidade. Então, enquanto a primeira busca

a imersão, a segunda por sua vez traz a emersão das consciências resultando

numa inserção crítica na realidade. Assim Maia (2007) complementa que:

“O diálogo, segundo Freire, pressupõe o amor ao outro. Sem

diálogo não há comunhão; sem comunhão não há educação.

Educar (e ser educado) é um ato de co-laborar: trabalhar em

conjunto. Por isso, enquanto a educação bancária está

associada à idéia de um programa, a educação

problematizadora está associada à idéia de um diálogo....Por

outro lado, os modelos que não prezam o diálogo precisam

insistir na estrutura: reforço dos níveis hierárquicos e da

centralização das decisões, conteúdo pré-programado,

atividades pré-programadas, predomínio de atividades

individuais em relação às interativas, a decretação da falta de

sentido para o conceito de “turma” etc.” (MAIA,2007,p.5).

Essa concepção construtivista de educação de Paulo Freire, como

vimos, serve muito bem para a reflexão sobre o significado da EAD.

Voltando a questão entre a EAD e a comunicação, como sendo o principal

fator das TICs, sem uma educação experiencial bem aprofundada, a utilidade

do ensino à distância não é percebida. Fica parecendo que a EAD é algo a ser

utilizado apenas por aqueles menos afortunados que não podem acessar o

conhecimento de forma mais ortodoxa e presencial. Mas a EAD tem uma face

que não é tão divulgada, que é a possibilidade de se avançar além das

informações passadas pelos meios usuais como educadores ou livros.

Com isso, podemos alçar vôos bem mais ambiciosos de conhecimento

infinito. Afinal, segundo Romão (2000,p.33), foi isso que disse Paulo Freire,

sustentando-se no conceito de aprendizagem significativa, enfatizava o

aprender a aprender, ou seja, a autonomia. Conceito esse que depois foi

adotado pela UNESCO em seus quatro pilares da educação para o século XXI.

Os pilares são os quatro re-aprenderes:

a)aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da

compreensão;

b)aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente;

c) aprender a conviver, a fim de participar e cooperar com os outros em

todas as atividades humanas;

d) aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes.

Muitos dos educadores de hoje em dia precisariam se reciclar, no que

diz respeito a ser o centro do conhecimento para os seus alunos. Na verdade,

como apregoam os grandes teóricos da educação, estamos vivendo na

“Sociedade da Aprendizagem” e não devemos descartar os conhecimentos

provenientes dos nossos maiores mestres do dia a dia, nossos alunos. Pois se

há uma certeza no processo educativo é a de que estamos todos inconclusos.

Segundo Romão (2000, p. 33), sobre essa inconclusão Paulo Freire dizia: “Na

verdade, o inacabamento do ser ou sua inconclusão é próprio da essência vital.

Onde há vida, há inacabamento.”

A UNESCO, órgão das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a

Cultura assinala em sua página na web, que apesar do Brasil ter avançado na

questão do ensino fundamental obrigatório, ainda apresenta deficiências no

acesso à educação para a primeira infância e ensino médio. Além de ressaltar

que a qualidade no processo educativo deixa muito a desejar, pois não

incentiva o desenvolvimento de habilidades cognitivas de importância essencial

para a vida cotidiana. Bem como evidencia debilidades no fomento à formação

de valores que capacitem os cidadãos a uma participação ativa na sociedade, e

também na promoção do desenvolvimento humano sustentável. Ela, a

UNESCO, também tem buscado sensibilizar os governos para a necessidade

de diversificar estruturas, expandir a oferta do Ensino Médio-inclusive por meio

do uso das tecnologias de comunicação e informação, valorizarem a profissão

docente e a formação de profissionais de educação competentes e atualizados.

Como novas tecnologias de comunicação e informação, podem ser

consideradas as diversas ferramentas disponíveis para o ensino a distância.

2-3 Uso da EAD pela UNESCO:

Como exemplo do uso da EAD com apoio da UNESCO, posso citar a

Cátedra UNESCO de educação a distância da Universidade de Brasília, que

desde junho de 1994 vem trabalhando com os seguintes objetivos:

1- Apoiar a reflexão, pesquisa e experimentação no uso pedagógico

das tecnologias da informação e da comunicação (TIC);

2- Favorecer o congraçamento e a sinergia entre as diferentes

iniciativas da UnB;

3- Contribuir para a democratização do acesso ao conhecimento,

fortalecendo iniciativas de educação aberta e continuada por meio das TICs.

A sociedade em que vivemos que pode ser chamada de “sociedade do

conhecimento” depende da capacidade dos indivíduos usarem e aplicarem

TICs para facilitar a aquisição, transferência e assimilação desse

conhecimento. Nelas emerge os novos paradigmas de aprendizagem e em que

se faz necessário um investimento extraordinário, tanto intelectual quanto

financeiro, em novos aprendizados. Para isso, dependem de aprendizagem e

educação de qualidade para todos. Dessa forma, a UNESCO levou à Cúpula

Mundial da Sociedade da Informação em Genebra, em 2003 a mensagem de

que o conhecimento, por meio da educação e do aprendizado, é fundamental

para promover prosperidade e segurança humana. E que nos últimos anos tem

havido um investimento global maciço no uso de TICs como meio de atingir

necessidades críticas para o desenvolvimento.

CAPÍTULO III

Profissionais Qualificados

No capítulo I foi feito um resumo da evolução do EAD no Brasil e, no

capítulo II, abordei o cenário educacional no país. Nesse capítulo procurarei

fazer um aprofundamento sobre a questão profissional em petróleo e gás no

país, como é feita a sua qualificação e como a EAD pode auxiliar nesse

processo.

Normalmente, quando as empresas multinacionais da área de petróleo

e gás chegam ao país, já trazem seus profissionais experientes e de confiança,

para ocuparem as melhores vagas em seus quadros. Somente mais tarde, com

a admissão de quadros nacionais de funcionários, estando esses qualificados,

é que acontece uma substituição gradativa. Mas o que esses novos

profissionais precisam apresentar para serem considerados “qualificados” pelas

empresas?

Procurando responder a essa última indagação, buscamos em Maia

(2007, p.83) as formas como os profissionais podem buscar sua qualificação

através da EAD. Hoje em dia, independentemente da localização geográfica

ou dos horários em que os alunos possam estar disponíveis para freqüentarem

os cursos, a EAD traz novas e as mais diversas possibilidades e oportunidades

de aprendizagem. Com a internet, um aluno de qualquer lugar do planeta pode

complementar sua aprendizagem, formal ou informalmente, por intermédio de

disciplinas, conteúdos e cursos à distância. Apresentando-se assim um novo

tipo de aluno, o universal. Trata-se de um aluno que pode, morando no Brasil,

por exemplo, fazer disciplinas de informática no MIT (Massachusetts Institute of

Tecnology), administração em Harvard, hotelaria em universidades suiças, etc.

São muitas e variadas as oportunidades disponíveis para quem quer se

aperfeiçoar em alguma área do conhecimento.

Se todo esse acesso ao conhecimento fosse feito no formato

convencional, ou seja, de forma presencial, haveria uma enorme quantidade de

dificuldades como: locomoção, hospedagem, alimentação, etc.

Assim Maia (2007), nos apresenta um novo conceito, o de heutagogia:

“...aprendizagem autodirecionada em que o aluno é o gestor e

programador de seu processo de aprendizagem- o que nos

lembra muito Paulo Freire trazendo a realidade do aluno para

dentro do espaço da aprendizagem. A proposta da heutagogia

na EAD é que os recursos e tecnologias existentes possibilitem

ao aluno essa autonomia no design de sua aprendizagem,

contando sempre, é claro, com o suporte de professores

especialistas nos assuntos tratados. Espera-se, nesse novo

cenário, que o aluno monitore e regule seu próprio estudo”.

(MAIA ,2007, p. 85).

Mas será que essa preparação profissional autodirecionada será eficaz

na comprovação de certa qualificação profissional perante as empresas que

porventura estejam contratando?

Primeiramente veremos o que podemos chamar de qualificação

profissional. Segundo a Wikipédia, ela significa:

Qualificação profissional é a preparação do cidadão através de

uma formação profissional para que ele ou ela possa aprimorar

suas habilidades para executar funções específicas

demandadas pelo mercado de trabalho. A qualificação

profissional não é uma formação completa. Ela é utilizada como

complemento da educação formal podendo ser aplicada nos

níveis básico, médio ou superior. Sua carga horária vai

depender da necessidade de aprendizagem. Seu objetivo

principal é a incorporação de conhecimentos teóricos, técnicos

e operacionais relacionados à produção de bens e serviços,

por meio de processos educativos desenvolvidos em diversas

instâncias (escolas, sindicatos, empresas, associações).

No mundo atual e globalizado que vivemos, o mercado de

trabalho mostra-se cada vez mais exigente, e a busca por uma

colocação profissional não é mais uma questão de empenho ou

de sorte, e sim de qualificação. A qualificação profissional deve

ser vista como fator determinante para o futuro daqueles que

estão buscando uma colocação no mercado de trabalho, sendo

ainda de suma importância aos que buscam manter a posição

ocupada, alimentando chances reais de crescimento nas

corporações, o que nos leva a crêr que a medida que o tempo

passa e o mundo evolui, muito além da experiência, adquirir e

renovar conhecimento torna-se inevitável.

E o que as empresas podem entender como pessoal qualificado?

Buscando responder a essa pergunta, a revista do CREA RJ entrevistou o

diretor geral da ONIP( Organização Nacional da Indústria do Petróleo), Eloi

Fernández y Fernández. A revista perguntou inicialmente se ele achava que

existia deficiência na capacitação de profissionais. Ele respondeu que:

“Na capacitação não, porque há investimento na qualificação

dos alunos e profissionais que estão, ou ainda ingressarão, no

setor. Temos excelentes universidades, excelentes cursos

técnicos e profissionalizantes, mas uma coisa que o Brasil

precisa aprender a fazer é criar um sistema de cooperação

entre as unidades que trabalham para o mesmo fim. Em vez de

as universidades fazerem concorrência com as empresas de

engenharia, elas devem cooperar. Uma boa parte dos projetos

do setor, hoje, está concentrada nas universidades. Acho que

precisa haver uma divisão de mercados. As empresas se

beneficiariam com isso.”(FERNANDEZ,E.,Revista do CREA-RJ,

2008,p.32)

Depois a revista do CREA-RJ perguntou qual era a expectativa da

ONIP com relação à mão de obra e o aumento dos postos de trabalho? Eloi

respondeu:

“O mercado está superaquecido, não só no Brasil, mas no

mundo inteiro, em todos os setores. A demanda por mão-de-

obra qualificada é muito grande. As oportunidades estão

intensas e, daqui para frente, vão ser tão melhores quanto mais

bem qualificados for o profissional. A tendência é que as

demandas por profissionais especializados no setor de petróleo

e gás aumentem cada vez mais. O segredo é a qualificação.”

(FERNANDEZ,E.,Revista do CREA-RJ, 2008,p.32)

E foi perguntado também se há mão-de-obra qualificada para operar

nos próximos anos? Então ele respondeu que:

“Como o mercado está superaquecido, ainda existe uma

disputa muito grande por profissionais. E ainda há espaço. Os

jovens devem observar esses mercados e se direcionarem. As

universidades estão abrindo novos cursos, há uma preparação

das escolas técnicas e dos cursos profissionalizantes. A

indústria nacional do petróleo está se movimentando. Esse

processo está em curso também para as áreas de siderurgia,

papel celulose, para as áreas que estão gerando riqueza e

desenvolvimento para o mercado nacional. Todos podem ser

beneficiados ao longo da cadeia produtiva, em todos os

segmentos. Basta saber aproveitar essa chance.”

.(FERNANDEZ,E.,Revista do CREA-RJ, 2008,p.32)

3-1 Situação no Brasil

Existem cursos técnicos especializados, várias faculdades de

engenharia de petróleo e gás, mas dificilmente o novo profissional, seja ele de

nível médio ou superior em começo de carreira, será admitido em uma função

que não seja a de Trainee, ou aprendiz. Primeiramente pela condição de ser

um novo colaborador, a empresa não tem como saber se aquele profissional se

adaptará ao ambiente de trabalho offshore, principal locus ou à suas atividades

rotineiras em regime de confinamento. Em segundo lugar, aquele novo

colaborador pode não ter as competências específicas necessárias para

desempenhar aquela função. As competências gerais, para desenvolverem

suas funções, normalmente são apreendidas nos cursos de ensino médio ou

superior, mas as específicas da área de petróleo e gás, ainda dependem de

maior aprofundamento. Até porque, até 1997 as atividades na área de

produção de petróleo somente eram exercidas por pessoal recrutado e treinado

pela Petrobrás, detentora desse monopólio no Brasil.

Buscando um maior aprofundamento, vamos ver que o Ministério do

trabalho e Emprego, tem o seu Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO) e lá

existem todas as funções regulamentadas no País e os seus perfis

profissionais.

Pelo Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO), podemos perceber que

existe uma determinada quantidade de competências que os profissionais

precisam apresentar. Mas antes de vermos as competências, o CBO fala, por

exemplo, sobre a formação profissional de um operador de produção com

código 8115, da seguinte forma:

Essas ocupações são exercidas por trabalhadores com

formação de ensino médio, com qualificação profissional em

operação de produção e refino de petróleo, obtida em centros

de treinamentos da própria empresa ou em convênio com

instituições de formação profissional. O exercício pleno da

atividade se dá após três ou quatro anos de experiência

profissional, auxiliando um profissional titular. O desempenho

das funções requer qualificação contínua, durante toda a vida

profissional, dada as mudanças que ocorrem nos processos de

produção, nos sistemas de controle e na organização do

trabalho.

E as competências pessoais que esse profissional precisa apresentar

são:

1- Demonstrar capacidade de percepção de anomalias no processo;

2- Demonstrar iniciativa;

3- Demonstrar criatividade;

4- Demonstrar atenção auditiva (saber ouvir);

5- Buscar o auto-desenvolvimento;

6- Demonstrar comportamento pró-ativo;

7- Controlar emoções em situações de risco e anormalidades;

8- Trocar experiências com outros profissionais;

9- Demonstrar comprometimento com resultados;

10- Demonstrar capacidade de organização e planejamento;

11- Demonstrar senso de responsabilidade;

12- Trabalhar em equipe;

13- Demonstrar capacidade de comunicação oral e escrita;

14- Tomar decisões;

15- Demonstrar prudência;

16- Atualizar-se profissionalmente;

17- Manter princípios éticos;

18- Demonstrar raciocínio lógico;

Como podemos perceber muitos dos ítens apontados pelo MTE

(Ministério do Trabalho e Emprego), também são objetivos da EAD. Como

exemplo, podemos citar:

- buscar o autodesenvolvimento e atualizar-se profissionalmente, são

itens que nos remetem aos conceitos da andragogia e que por sua vez é um

condição que todo aluno na EAD precisa demonstrar. E como diz a Prof.a Ana

Bock na introdução deste trabalho, os profissionais precisam encarar suas

profissões como em constante transformação e aperfeiçoamento.

- trocar experiências denota a interação entre as pessoas e é um dos

pilares da EAD. E, além disso, como já vimos no item 1.3, as experiências de

vida são assimiladas construindo a própria vida dos alunos-aprendizes-

profissionais.

Pelo exposto, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) espera então

que os profissionais que irão operar equipamentos de processo de petróleo e

gás apresentem características que a EAD incentiva e caracteriza como sendo

de qualidade.

3-2- Situação do trabalhador na Petrobrás

No caso da Petrobrás, a maior empresa da América Latina em

produção de petróleo e gás, segundo o projeto de pesquisa “Perfil do homem

offshore” feito anteriormente a quebra do monopólio, o segundo fator mais

importante e que afeta negativamente o trabalho em plataformas, é a

dificuldade de se continuar com os estudos. Mais importante que esse ponto,

foi a dificuldade que as pessoas embarcadas têm para resolverem problemas

pessoais de ordem prática e emocional. Quando também são perguntados se

teriam sugestões para melhoria da situação do trabalhador offshore, eles

apontam, além de outros, a diminuição dos cursos presenciais que são feitos

nas folgas. Esses cursos, que na maioria das vezes são feitos em locais

distantes de suas residências, obrigam os trabalhadores a aumentarem ainda

mais o tempo longe do seu convívio familiar e social. Baseando-se nessa

pesquisa anterior a quebra do monopólio, vemos com clareza a predisposição

a se utilizar o ensino à distância de forma bem acentuada.

Após a quebra do monopólio, a Petrobrás passou a atuar como

empresa privada, tendo que disputar eficientemente cada investimento feito.

Esse fato levou a Petrobrás a ter uma eficácia operacional excelente e sem a

proteção desestimuladora do Estado Brasileiro.

Hoje, a Petrobrás é um exemplo do Brasil para o mundo,

principalmente pelo lado tecnológico. E na valorização de seus recursos

humanos, ela sempre visou o aperfeiçoamento contínuo, daí o nível de

qualidade internacional atingido pela empresa. Nessa valorização e

aperfeiçoamento constante, a Petrobras criou a Universidade Corporativa. Essa

foi a forma encontrada pela empresa para fazer frente à gestão do

conhecimento, tão importante na competitividade empresarial no período pós-

Globalização.

O conhecimento pode ser entendido como a transformação de

informações em algo útil para si ou para a organização. As pessoas fazem uso

correto de informações, para a sustentação enquanto ser humano e o

crescimento da sociedade onde atua. Construindo assim um conhecimento

coletivo. E na Petrobrás, a Universidade Corporativa veio fazer uma gestão

estratégica dessas pessoas. A estratégia pode ser entendida como uma forma

de alinhar os interesses das pessoas com os da organização empresarial.

Assim ela consegue uma sustentabilidade excelente, na medida em que

direciona esforços de tempo e recursos para alcançar seus objetivos.

Na Universidade corporativa alem dos programas de convênios com

instituições de ensino a nível técnico e superior, ela tem na educação a

distância, ou e-learning, uma ferramenta indispensável. Na UC da Petrobrás,

as ferramentas de ensino-aprendizagem formam um misto -blend- de forma

que vão desde as convencionais salas de aulas presenciais até os baseados

em intranet e internet. O e-learning diminui as distâncias e encurta as etapas

da construção e desenvolvimento do conhecimento coletivo da organização.

A Universidade corporativa da Petrobras tem as suas ações de EAD

centradas no Campus Virtual, na TV Digital e no Canal Universitário. No caso

da UC da Petrobras, foram criados, por exemplo, alguns grupos atuantes em

“comunidades virtuais” de desasfaltação, dessalgação, diesel, estratigrafia,

lubrificantes, parafinas, sinergia-comercialização, sinergia-finanças, sinergia-

manutenção, tecnologia de pigging, destilação, ensino a distância, elétrico,

gasolina, GLP, higiene industrial, recursos humanos, sinergia-

empreendimentos, sinergia-material, solventes e tanques de armazenamento.

Esses foram exemplos de como o conhecimento pode ser direcionado

para as questões relativas aos negócios e que interessam ao bem estar da

organização.

3-3- Empresas privadas no Brasil

Na área das empresas multinacionais atuantes em perfuração de

petróleo no Brasil, podemos observar algumas que seguem as determinações

de entidades como IADC (International Association of Drilling Contractors) e o

API (American Petroleum Institute).

Na área de produção de petróleo, essas empresas procuram seguir as

determinações também do API, mas considerando as recomendações da

OPITO (Offshore Petroleum Industry Training Organization) quando forem tratar

de algo relativo a treinamento e qualificação de mão-de-obra.

Com relação ao ensino à distância, temos vários exemplos utilizados

por essas instituições nos dias de hoje. A seguir citarei alguns e as suas

particularidades.

O American Petroleum Institute (API) possui a API University onde

podemos encontrar uma excelente especialização profissional em manutenção

elétrica, mecânica e instrumentação.

Esses cursos são à distância e outros que tratam de normatizações

específicas são oferecidos somente em regime presencial.

Para tratar das demais áreas relativas ao petróleo, a API tem as mais

variadas opções de cursos e certificações. Nos exemplos citados

anteriormente, o API prepara profissionais iniciantes e experientes. Mas

também possui programas de educação para crianças e jovens, na área de

energia. Lá podem ser encontrados, por exemplo, algumas ferramentas para

serem utilizadas em sala de aula pelos professores.

Notamos que o API preocupa-se com a educação em energia desde a

idade infantil, e não apenas nos cursos profissionalizantes como vemos no

Brasil. Por que será que isso é feito dessa forma nos EUA e não no Brasil? A

educação na área de energia precisaria ser apreendida desde a tenra idade

pelos futuros profissionais da área!

Conceitos como conservação ambiental e energética precisam ser

internalizadas o quanto antes para formarem uma base profícua aos avanços

tecnológicos cada vez mais urgentes na vida moderna. Mas, no Brasil, os

cursos profissionalizantes são utilizados aparentemente como ferramentas

desconectadas do universo da sociedade. Dessa forma, eles não são

percebidos como de real valor a ser agregado aos bens e serviços produzidos

pela sociedade ou, não são totalmente aproveitados em sua totalidade.

3-4 Formação técnica no Brasil

Percebendo que a demanda maior das empresas por contratações está

focada no nível técnico, pretendo reforçar esse aspecto tratando da sua

formação educacional no Brasil. Segundo Pedrosa (2001), a Câmara de

Educação Básica e o Conselho Nacional de Educação deliberaram em 1998

sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio e Educação

Profissional de Nível Técnico, após consulta a muitas e variadas vertentes.

Pedrosa (2001) interpretou sob dois aspectos o conteúdo desses

textos, que tinham em vista a organização do ensino médio no Brasil:

- “a imagem que eles apresentam da sociedade e da educação

brasileiras, das formas de relação do Brasil com os países ricos e das formas

como tem sido viabilizada a reestruturação produtiva;”

- “a concepção que eles apresentam do homem, do trabalhador e da

sociedade contemporânea e dos lugares que o trabalho e o mercado de

trabalho ocupam na organização da vida social.”

Na primeira parte, existe uma base comum entre o diagnóstico da

sociedade brasileira e de suas relações com a mundialização do capital. Essa

demonstra a ruptura com uma estrutura de sociedade industrial e aponta para

outra onde os rápidos processos de produção e difusão do conhecimento e da

técnica são os elementos centrais. Mas também nessa primeira parte existe

uma grande diferenciação entre a educação geral, voltada a uma formação

acadêmica, e a do ensino profissionalizante.

Ou seja, vê-se ai uma dualidade entre um aspecto humanista-

generalista e o aspecto prático-econômico. Enquanto alguns se preparam para

conduzir os destinos das pessoas, os preparados pelo ensino profissionalizante

apenas são induzidos a seguirem as orientações dos primeiros.

No Brasil, a qualificação da mão-de-obra para atuação no mercado de

petróleo e gás dá-se por meio de escolas técnicas, faculdades e entidades do

setor. As escolas e faculdades estão voltadas aos aspectos básicos da

formação profissional, enquanto que as entidades ligadas às empresas do

setor procuram fornecer aos profissionais àquelas competências específicas ao

exercício daquelas atividades.

Mas de que forma o EAD pode facilitar esse acesso ao conhecimento?

O ensino a distância estreita mais a distância entre a fonte do conhecimento e

quem necessita dele.

Mas esse acesso não é tão fácil assim no Brasil! Segundo Amorim

(2001), existe uma série de dificuldades a serem vencidas no Brasil.

Começando pela exclusão digital, que pode ser entendida como a situação na

qual um indivíduo ou grupo de pessoas se encontram impossibilitados de

utilizar as mais recentes tecnologias digitais, o que por sua vez as impede de

se integrarem a nova sociedade da informação. E essa falta de uso das

tecnologias digitais pode restringir até mesmo o acesso das pessoas ao

mercado de trabalho, por não poderem enviar e-mails, etc.

Outra questão, que segundo Amorim (2001) e limitadora de acesso a

Internet, é o acesso nas residências. Essa limitação vai desde a falta de

eletricidade até o oferecimento de conexões em banda larga.

Mas o alto custo da tecnologia, seja de software ou de hardware,

também apontado por Amorim (2001), tem sido objeto de iniciativas

governamentais como a do uso do Fundo de Universalização das

Telecomunicações na construção de um computador de baixo custo.

E Amorim (2001), conclui que por mais que a educação a distância

baseada em internet, possa permitir o acesso continuado a uma aprendizagem

de qualidade, na prática teremos de resolver problemas talvez mais complexos

do que o da simples disponibilização de computadores de baixo custo para as

camadas de menos poder aquisitivo da população.

E na educação continuada de profissionais nas empresas, o Ensino a

Distância pode ser a ponte interligando as diversas necessidades desses dois

lados que não necessariamente precisam ser antagônicos.

CONCLUSÃO

A qualificação profissional é um problema complexo, podendo ser

desenvolvido pelas escolas ou pelas empresas. Ela varia no tempo e no

espaço, de acordo com as necessidades dos indivíduos e das empresas. Os

profissionais qualificados já foram considerados como aqueles que apenas

sabiam cumprir as determinações dos superiores. Mas hoje precisam também

desenvolver competências colaborativas para o sucesso das organizações.

Afinal, se as mesmas não obtiverem sucesso, as pessoas perderão seus

empregos. Dessa forma, empregadores e empregados podem, cada um a sua

maneira, buscar na EAD a forma de reduzir as suas carências de formação

profissional. Ela, a EAD, como toda ferramenta tem tudo para ser boa ou ruim,

dependendo das intenções das partes envolvidas.

Com este trabalho, visamos identificar os aspectos do uso da EAD,

bem como a importância dessa educação para o trabalho.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 1

AGRADECIMENTO 2

DEDICATÓRIA 3

RESUMO 4

METODOLOGIA 5

LISTA 6

SUMÁRIO 8

INTRODUÇÃO 9

CAPÍTULO I A história do EAD no Brasil 11

1.1 – Breve histórico da EAD no Brasil 14

1.2 – Objetividade do EAD no Brasil 17

1.3 – Diferenças entre Pedagogia e Andragogia 20

1.4 – Entendendo as diferenças 23

CAPÍTULO II Tecnologia educacional no Brasil 26

2.1 – Definições das TICs 26

2.2 – Reflexão no uso das TICs 27

2.3 – Uso da EAD pela UNESCO 32

CAPÍTULO III Profissionais qualificados 34

3.1– Situação no Brasil 38

3.2 – Situação do trabalhador na Petrobrás 41

3.3– Empresas privadas no Brasil 43

3.4– Formação Técnica no Brasil 44

CONCLUSÃO 47

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 48

WEBGRAFIA 49

ÍNDICE 52

FOLHA DE AVALIAÇÃO 53

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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