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Licenciatura em Psicopedagogia – 3º Ano – 1º Semestre 2015/2016
Trabalho de Campo
UC: Diagnósticos Psicopedagógicos
Docente: Prof. Vítor Reis Discentes: Camila Pereira Nº 8856 Paula Guiomar Nº 8872
Catarina Madail Nº 9109
Trabalho de Campo
UC: Diagnósticos Psicopedagógicos/ Licenciatura em Psicopedagogia
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Camila Pereira Nº 8856 - Paula Guiomar Nº 8872 - Catarina Madail Nº 9109
Índice Introdução ..................................................................................................................................... 3
Primeira Etapa - Informação ......................................................................................................... 4
Método de Recolha: .................................................................................................................. 4
Inquiridos: ................................................................................................................................. 4
Resultado do Inquérito.............................................................................................................. 4
ENTENDER A PSICOPEDAGOGIA ............................................................................................ 6
O Papel do Psicopedagogo: ....................................................................................................... 7
Segunda Etapa – Decisão .............................................................................................................. 8
Analise dos Contextos - Área de Atuação do Psicopedagogo ................................................... 8
Grupo Privilegiados para Intervenção Psicopedagógica ......................................................... 10
Terceira Etapa – Ação .................................................................................................................. 10
Praticas Psicopedagógicas ....................................................................................................... 10
Avaliação - Diagnóstico- Intervenção: ................................................................................. 10
Reflexão ....................................................................................................................................... 12
Bibliografia .................................................................................................................................. 13
Web site ...................................................................................................................................... 13
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Introdução
O estudo tem como preocupação central investigar o reconhecimento das condições de
trabalho do Psicopedagogo no Agrupamento de Escolas, em uma Empresa e numa Instituições
para Terceira Idade. A recolha de dados foi feita através de questionários dirigidos a alguns
profissionais que atuam nestas áreas há algum tempo. O estudo aponta a perceção destes
profissionais para o papel do Psicopedagogo em Portugal, o seu contributo e as áreas de
atuação.
Numa segunda fase, é feita uma análise dos contextos e identificação de grupos privilegiados
para a intervenção psicopedagógica. Citamos as áreas deficitárias nestas instituições, onde
conseguimos identificar a necessidade de atuação psicopedagógica.
Numa última fase, abordamos algumas práticas psicopedagógicas na área da avaliação,
diagnóstico e intervenção.
Findamos o nosso trabalho com uma reflexão sobre a psicopedagogia, e a visão da atuação nas
variadas instituições inquiridas.
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Primeira Etapa - Informação
Método de Recolha: Foi utilizado um questionário com duas perguntas diretas, nas quais foram dirigidas a
profissionais que atuam a alguns anos no Agrupamento de Escolas José Estêvão, na Empresa
Bosch de Aveiro e na Instituição da Terceira idade Lar da Vera Cruz. Um total de 11
profissionais participou do inquérito.
Perguntas do Questionário:
1. Como entende o papel do Psicopedagogo?
2. Qual o lugar que o Psicopedagogo poderia ocupar no seu contexto profissional?
Inquiridos:
Resultado do Inquérito Lar da Vera Cruz
Presidente:
1. São profissionais preparados para atender crianças, adolescentes com problemas de
aprendizagem, e atuam na sua prevenção, diagnóstico e tratamento. Penso que o
trabalho psicopedagógico com o idoso visa estimular para uma melhor qualidade de
vida, através de atividades e exercícios mentais. Também passa por proporcionar uma
maior autoestima, otimizando o tempo e a vida da pessoa idosa.
2. Um papel importante como membro da equipa, os nossos idosos precisam deste tipo
de serviço. Seriam bem-vindos.
Psicóloga:
1. Penso que o Psicopedagogo, através do diagnóstico, irá identificar as causas dos
problemas de aprendizagem. Orientar os professores na melhor forma de ajudar, em
sala de aula o aluno com dificuldades. Como profissional ligado à aprendizagem na
terceira idade, a sua atuação como terapeuta será o de aceitar, respeitar e legitimar a
história de cada idoso numa dinâmica de trocas e de possibilidades de inserção na
Lar da Vera Cruz Bosch Aveiro AE José Estêvão
Presidente Psicóloga
6 Funcionários na área
dos Recursos Humanos
foram inquiridos.
Responderam: Um
Funcionário de Gestão
RH e o Psicólogo
2 Prof. Educação Especial
Terapeuta Ocupacional
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realidade. Proporcionar estímulos para auxiliar o idoso a manter ativa sua memória,
sua função intelectual e capacidade para resolver problemas. É manter as funções do
idoso em prol de uma melhor qualidade de vida.
2. Um papel com relevante importância, como membro da equipa.
Bosch Aveiro
Gestão dos Recursos Humano
1. Para mim na organização esta pessoa é o Manager (GrL, HoD, ADM);O papel deve ser de mentor no desenvolvimento dos seus colaboradores. Trata-se de um relacionamento contínuo de aprendizagem, diálogo e desafio, em que tanto o manager como o colaborador aprendem a partir de um relacionamento de partilha e confiança. Transferência de conhecimento entre ambos; Inspirar e motivar os colaboradores a melhorar as suas capacidades, através da troca de experiências com o mentor. O manager atua como conselheiro, dando apoio e suporte no desenvolvimento do colaborador na Organização. No fundo, o manager é como um mestre orientador para o seu aprendiz/seguidor. Está é a minha visão.
2. Nas funções deles coloca gestão de recursos humanos, eles têm outra designação na função, mas é apenas percetível à não realidade organizacional.
Responsável Comunicação Interna
Relativamente à tua questão, não sei se serei a pessoa mais indicada para te responder. A psicopedagogia, não é uma área que eu domine e está mais ligada à psicologia do que ao trabalho que eu fazia nos RH. Por este motivo, não tenho muito como fundamentar uma resposta que te possa ajudar. O que poderias fazer seria falar com o nosso psicólogo. Talvez ele tenha mais informação e know-how sobre este tema. Lamento não conseguir ser útil
Psicólogo
Como a Psicopedagogia, procura perceber (estudar) o processo de construção do conhecimento nos indivíduos, podemos dizer que o papel do Psicopedagogo numa organização, poderá ser o de contribuir de maneira eficiente na administração da aprendizagem individual e organizacional, diagnosticando e propondo soluções para os problemas relacionados à aprendizagem na empresa. Este deverá ser sempre um trabalho interdisciplinar pois poderá atuar em diversas áreas e projetos da empresa (à semelhança da Psicologia). As funções de um Psicopedagogo podem ser (entre outras): integração de novas admissões, integração de expatriados, avaliação de desempenho, planos de formação, gestão de conflitos.
Em contexto profissional o lugar que o Psicopedagogo poderá ocupar/contribuir numa organização é na área dos Recursos Humanos, dado a multiplicidade de atuação e mais-valia que poderá ser nesta área.
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AE José Estêvão
Terapeuta Ocupacional:
1. O psicopedagogo para além de intervir nas dificuldades de aprendizagem já
referenciadas pelas escolas, trabalha em duas perspetivas: A perspetiva de caracter
preventivo, que esclarece sobre as características das dificuldades nas várias etapas do
desenvolvimento; A perspetiva de carater terapêutico, que identifica, analisa e elabora
o diagnóstico e tratamento das dificuldades de aprendizagem
2. Poderia fazer parte da equipa multidisciplinar
Professora da Educação Especial:
1. O Psicopedagogo é um elo. Ao deslindar as dificuldades de aprendizagem do aluno,
desmonta as mesmas percebendo onde estão as suas origens.
2. O Psicopedagogo refaz a construção social, educacional, cognitiva e emocional do
aluno. Esta reconstrução é feita por intermedio da “ponte” de comunicação entre
professores, escola e família
Professora da Educação Especial:
1. A mais-valia do psicopedagogo é o facto de articular áreas como a psicologia,
sociologia e a pedagogia entre outras com o objetivo de que o aluno retome o seu
processo de ensino/aprendizagem. Tenta também por meio de varias estratégias, fazer
renascer o desejo de aprender e não somente a melhora do rendimento escolar.
2. O psicopedagogo numa escola é como um investigador que tenta compreender o
processo de aprendizagem e a relação do aluno com a mesma.
ENTENDER A PSICOPEDAGOGIA
Entende-se que a Psicopedagogia não é uma Ciência, é ainda uma práxis, ou seja, prática que
se fundamenta em referenciais teóricos, possui um conhecimento extenso, pelo seu caráter
multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar, atua de forma preventiva e curativa,
institucionalmente e clinicamente, tem como foco as dificuldades de aprendizagem do ser
cognoscente, considerando-o em sua totalidade (Bossa, 2000a). “[...] um campo de
conhecimento e atuação em Saúde e Educação que lida com o processo de aprendizagem
humana, seus padrões normais e patológicos, considerando a influência do meio – família,
escola e sociedade - no seu desenvolvimento, utilizando procedimentos próprios.” (Schroeder
& Mecking, 2003, parag. 1).
A Psicopedagogia não é somente a associação da Psicologia com a Pedagogia, pois esta se
propõe a pesquisar e resolver os problemas de aprendizagem através de um intercâmbio dos
conhecimentos de outras áreas. Por que além de ser a simples junção dos conhecimentos
originários da Psicologia e da Pedagogia, é também um campo do conhecimento que se
propõe a integrar conhecimentos e princípios de diferentes Ciências Humanas com a meta de
adquirir uma ampla compreensão sobre variados processos essenciais a aprendizagem
humana (Visca, 1987).
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O Papel do Psicopedagogo: O psicopedagogo atua de modo a sanar o problema de aprendizagem do ser cognoscente,
sendo muitas vezes necessário o acompanhamento de outros profissionais de áreas diversas,
tendo entre seus objetivos, de acordo com Sisto, Oliveira, Fini, Souza e Brenelli (1996), o
estabelecimento de uma “investigação cuidadosa, que permite levantar hipóteses indicadoras
das estratégias capazes de criar a situação terapêutica que facilite uma vinculação - Aline
Paiva Pacheco Perceções dos Psicopedagogos Clínicos Relativa aos Casos de Dificuldades de
Aprendizagem Escolar 42 - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias/Instituto de
Educação satisfatória mais adequada para a aprendizagem”. Neste contexto, ainda procura
desenvolver ou mesmo reestabelecer a autoestima e a vontade deste ser aprendente em
tornar-se sujeito-agente de seu processo de aprendizagem (Coll & Martí, 2004).
Em Portugal o papel do Psicopedagogo ainda confunde-se com a Psicologia Educacional. Os
Psicopedagogos têm sido discriminados no ingresso ao mercado de trabalho, na progressão de
carreira e no acesso a determinadas Licenciaturas. Ainda não foi publicado o Código de Ética
do Psicopedagogo, segundo dizem, existe um atraso na Classificação Internacional de
Profissões.
Em Portugal - (Texto enviado pela APP à PerClass - entidade que colaborava com a Revisão de
2006 da CNP, 10-04-2006, Pág. 98) (Portal do Psicopedagogo)
Tarefas e funções do Psicopedagogo:
Elaborar e aplicar programas pedagógicos para a alteração de comportamentos para a
saúde, exigindo métodos educacionais específicos e adaptando o método clinico à
pedagogia.
Executar diagnósticos das condições de aprendizagem de determinada pessoa, grupo
ou instituição;
Adaptar metodologia pedagógica para o contexto da saúde e do comportamento;
Utilizar metodologia pedagógica para programas terapêuticos de
ensino/aprendizagem;
Aplicar programas de educação para a saúde, psicoeducação e pedagogia terapêutica
nas situações em que as pessoas vejam diminuídas as suas capacidades adaptativas,
por razões de saúde;
Elaborar e aplicar programas comunitários de prevenção de comportamentos de risco
e de promoção de comportamentos saudáveis;
Intervém em hospitais e outras instituições de saúde, integrando equipas
multidisciplinares de saúde, saúde mental e do comportamento;
Integra equipas e colabora com outros profissionais de ensino, em contextos
educativos que exijam programas de educação para a saúde, psicoeducação e
pedagogia terapêutica;
Elaborar métodos e programas pedagógicos em contextos de reabilitação psicossocial,
formação e outros programas de reabilitação para pessoas em recuperação de doença;
Elaborar relatórios de condições terapêuticas de ensino/aprendizagem e outras
comunicações;
Coordenar projetos que exijam equipas profissionais.
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Segunda Etapa – Decisão
Analise dos Contextos - Área de Atuação do Psicopedagogo Na Escola
Na escola, o psicopedagogo poderá contribuir no esclarecimento de dificuldades de
aprendizagem que não têm como causa apenas deficiências do aluno, mas que são
consequências de problemas escolares, tais como (Visca, 1987):
1. Organização da instituição
2. Métodos de ensino
3. Relação professor/aluno
4. Problemas de aprendizagem condicionados pela escola:
a) Pelo professor;
b) Pela relação professor-aluno;
c) Pela relação entre os alunos;
d) Pelos métodos didáticos.
4. Problemas de aprendizagem condicionados pela situação familiar.
5. Problemas de aprendizagem condicionados pela personalidade do Aluno.
6. Problemas de aprendizagem condicionados por dificuldades de educação.
Poderá atuar preventivamente junto aos professores:
1. Explicitando sobre habilidades, conceitos e princípios para que ocorra a
aprendizagem;
2. Participando na formação contínua dos professores;
3. Na reflexão de currículos e projetos junto com a coordenação pedagógica;
4. Atuando com a família/alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem.
5. Apoio sobre uma visão holística, levando-o a aprender a lidar com seu próprio
modelo de aprendizagem, considerando que esses problemas podem ser
derivados de suas estruturas cognitivas, questões emocionais, resistência em
lidar com o novo ou outra derivação que possa se apresentar.
2. Na Terceira Idade
Quanto à atuação do psicopedagogo na área da gerontologia, pouco se tem pesquisado ou
escrito sobre o tema. Cabe ao psicopedagogo reunir conhecimentos através de profissionais de
diversas áreas, com o objetivo de compreender o trabalho de mediação e de assessoria aos
idosos e aos seus grupos.
“Trabalhar na área da gerontologia exige um projeto educativo que ajude o idoso a buscar um
saber relacionado com seu viver cotidiano, de modo a que possa refletir sobre seus afazeres
sem deixar de respeitar a si mesmo e aos outros.” (Mafalda Duarte,2015)
A intervenção psicopedagógica, visa à inserção do idoso à sociedade, incentivando-o a
reintegrar sua vida, por meio de estímulos que despertem seu desejo pelo saber. Todas as
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pessoas têm a capacidade de aprender durante sua existência, para isso, precisam ser
motivadas. A falta de estimulação intelectual leva a estagnação cognitiva.
Nas sessões semanais com o idoso, o psicopedagogo promove desafios intelectuais por meio
de jogos, conversas, leituras e “troca de saberes” a fim de capacitar, reavivar e promover um
grande bem-estar pessoal. As áreas de intervenção psicopedagógicas visam:
Estimular a memória visual;
Estimular a memória auditiva;
Estimular a memória táctil;
Estimulação cerebral através de desafios diversificados, para proporcionar novas;
sinapses e produção de neurônios;
Realizar atividades corporais de natureza leve;
Articular com diversas respostas sociais da instituição;
Apoio a cuidadores e familiares.
3. Na área Empresarial
A principal atuação do psicopedagogo na empresa é na área dos Recursos Humanos.
Frequentemente, a realização deste trabalho ocorre em conjunto com outros profissionais que
atuam na empresa. As principais atuações psicopedagógicas consistem:
Na elaboração do planeamento estratégico,
Na seleção de pessoal,
No plano de integração,
Na formação dos funcionários,
Em projeto para plano de carreira,
Na avaliação de desempenho,
Na comunicação interna,
Na prevenção de acidentes de trabalho,
Na cultura organizativa,
No ensino a distância, entre outros.
É necessária uma formação complementar para que o psicopedagogo possa
desenvolver com níveis satisfatórios a sua função nas empresas. São poucos os
trabalhos publicados nessa área, porém o potencial de atuação do psicopedagogo nas
empresas, em Portugal, é desconhecido.
O psicopedagogo poderá ainda, intervir no gerenciamento dos conflitos pessoais que
acompanham os colaboradores até a empresa, provenientes da má ou insuficiente
formação escolar, influência familiar e social. São nestas áreas que são construídas as
bases para a atuação profissional. Também pode auxiliar na mediação de conflitos
entre funcionários, para que não venham afetar o desempenho das atividades na
empresa e a qualidade de vida do colaborador, pois entende-se que a vida pessoal,
financeira e profissional, não são dissociados.
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Neste sentido, SOARES (2000, p.1)
“Há algum tempo acreditava-se que a educação fazia parte de algumas agências
institucionais como: a família e a escola; agia-se na prática como se a empresa e a
sociedade em geral não fosse atingida diretamente pelo processo da educação,
esperavam que o sujeito ao sair da escola estivesse pronto para atuar no mercado de
trabalho e que assim ele deveria devolver a sociedade o que ela investiu nele, através
da sua produção, da sua qualificação profissional.”
Grupo Privilegiados para Intervenção Psicopedagógica
Crianças
Jovens
Adultos
Idosos
Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados
Educadores/Formadores
Autarquias, IPSS’s
Instituições Educativas
Centros de Estudo
Hospitais
Empresas
Sendo em Portugal, as áreas conhecidas para intervenção psicopedagógica:
Instituições Educativas
Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados
Centros de Estudo e
Clinicas de Psicologia
Terceira Etapa – Ação
Praticas Psicopedagógicas
Avaliação - Diagnóstico- Intervenção:
O psicopedagogo, através do diagnóstico, identifica as causas dos problemas de aprendizagem.
Para isto, ele utiliza instrumentos para avaliar, tais como:
Anamnese, uma entrevista inicial (Bossa, 2000).
Anamnese é uma entrevista feita com os pais ou responsáveis do sujeito que está sendo
diagnosticado. A depender da linha de trabalho, realiza-se no início ou no final do diagnóstico,
sendo mais frequente, a realização no início da avaliação terapêutica. (Sukiennik, 2000).
Provas operatórias (baseadas em Piaget),
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De acordo com Piaget (1998), as provas operatórias partem de um método clínico, de conversa
livre com a criança sobre um tema dirigido pelo interrogador. Após as respostas da criança, o
interrogador pede a mesma que justifique a sua resposta.
Entrevista Operativa Centrada na Aprendizagem (EOCA),
A EOCA deve ser realizada geralmente no início do diagnóstico, antes da aplicação das provas.
De acordo com Visca, o que nos interessa observar na EOCA são: “seus conhecimentos,
atitudes, destrezas, mecanismos de defesa, ansiedades, áreas de expressão da conduta, níveis
de operacionalidade, mobilidade horizontal e vertical etc.” (Visca, 1987, p.73).
É útil observar a organização da comunicação e conteúdo da criança a partir de uma perspetiva
do seu desenvolvimento.
Provas projetivas (os desenhos),
Os testes projetivos são instrumentos utilizados com a finalidade de proporcionar um meio
concreto para que as crianças projetem conteúdos que estão presentes em seu inconsciente,
com o objetivo de identificar a modalidade de aprendizagem do paciente. É isso que difere os
testes projetivos utilizados pelos psicopedagogos dos usados por psicólogos e psiquiatras, pois
esses objetivam investigar a personalidade do paciente (Paín, 1985).
Observação Sistemática
Desenvolvimento Físico e Neurológico (postura, marcha, equilíbrio, coordenação motora fina
e grossa, qualidade da fala, tom de voz, etc.);
Humor (comportamento da criança, contexto de sua fala, expressões);
Capacidade para Relacionamentos Humanos (interação em sala de aula, relacionamento com
pares e adultos, etc.);
Afetos e Ansiedades (as diferentes emoções exibidas pela criança, apreensão, hesitação,
preocupação ciúmes, medos, rivalidade com irmãos, etc.)
Uso do ambiente (o modo como a criança utiliza o ambiente, a sala de espera, a sala de jogos,
brinquedos, como integra diferentes elementos);
Desenvolvimento Temático – Dirá muito sobre a estrutura de carater da criança e conflitos
específicos, nos dará indicadores para o curso apropriado de tratamento (não apenas o
conteúdo verbal, mas também o modo como a criança comunica-se através de gestos,
desenhos, jogos e outras atividades);
Reações Subjetivas – Os sentimentos gerais que a criança evocou e as fantasias durante a
entrevista (Weiss, 2002)
O diagnóstico possui uma grande relevância tal como o tratamento.
O diagnóstico poderá confirmar ou não as suspeitas do psicopedagogo, relacionado a
problemas de aprendizagem. Neste caso, ele indicará um tratamento psicopedagógico. Caso
identifique outros problemas, deverá encaminhar para outro profissional, a depender do caso
(Visca, 1991).
Quando surge a necessidade de intervenção:
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O psicopedagogo solicitará à criança, algumas vezes, as tarefas escolares, para observar
cadernos, olhar a organização e os possíveis erros, ajudando-o a compreendê-los e a encontrar
a melhor forma de estudar e organizar-se, para adquirir um modelo de aprendizagem. O
profissional poderá contactar o professor, para obter informações que possam ajudar no
tratamento. Por vezes será necessário recorrer a outro profissional para conversar, trocar
ideias, pedir opiniões, ou seja, fazer uma supervisão psicopedagógica (Fernandez, 2001).
Reflexão No trabalho de campo, percebemos através das respostas dadas, que a psicopedagogia vem
sendo cada vez mais procurada como resposta aos problemas de aprendizagens, os mesmos
aparecem com maior frequência no âmbito institucional, relacionado ao baixo rendimento ou
fracasso escolar. Já nas Empresas os profissionais na sua maioria, não reconhecem a atuação
do psicopedagogo no contexto, apresentaram muitas dificuldades para responder o
questionário. Já o psicólogo da empresa, procurou enquadrar o papel do psicopedagogo de
forma semelhante ao seu, assegurando o seu papel no departamento de recursos humanos da
empresa. No Lar da Terceira Idade, a psicopedagogia é mais conhecida, mas ainda pouco
utilizada. Os inquiridos valorizaram o trabalho técnico do psicopedagogo com os idosos.
Sabe-se que os problemas de aprendizagem é uma situação real dentro das instituições
escolares, como também, a necessidade de que todos os envolvidos no processo de ensino
realizem pesquisas que possibilitem conhecer melhor as suas causas. Quando professores e
técnicos escolares fazem uma reflexão psicopedagógica sobre sua prática de ensino,
compreendem a razão pela qual o aluno não consegue aprender.
(Maturana, 2002), ao questionar a educação, pergunta a si próprio:
“Como posso aceitar-me e respeitar-me se não aprendi a respeitar meus erros e a tratá-los
como oportunidades legítimas de mudança, por que fui castigado por equivocar-me?”
Já Alícia Fernandez no seu livro “A Inteligência aprisionada - abordagem psicopedagógica
clínica da criança e sua família, nos diz:
“Antes de falarmos de dificuldades, devemos falar de capacidades. Somente assim,
poderemos realizar duas tarefas: tratar dos problemas e evitar que apareçam. Todo
aprender é problemático, porque inclui no mínimo três sujeitos: o aprendente, o ensinante e
o social.”
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Bibliografia Maturana, H (2002) - Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte: UFMG. Chamat, L. S. J. (2004) – Técnicas de Diagnóstico Psicopedagógico. São Paulo: Vetor Editora Psico-Pedagogia Ltda. Weiss, M.L. L. (2012) – Psicopedagogia Clinica uma visão diagnóstica dos problemas de aprendizagem escolar (14ª ed.). Rio de Janeiro: Lamparina Editora. Paín, S. – Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem: São Paulo: Artmed Editora S.A. Bossa, N. A. (2000) - Dificuldades de Aprendizagem: o que são e como tratá-las. Porto Alegre: Artmed Editora S.A. Visca, J. (1996). Psicopedagogia: teoria, clínica e investigação. (2. ed.). Buenos Aires: Edição do Autor. Fernandez, A. (1990). - A Inteligência aprisionada: abordagem psicopedagógica clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas. Duarte,M. (2015). - Fragilidade em Idosos. Lisboa: ed. Coisa de Ler
Web site Portal do Psicopedagogo
https://sites.google.com/site/portaldopsicopedagogo/apresentacao
Associação Portuguesa de Psicopedagogos
http://psicopedagogia-curativa.blogspot.pt/2008/03/associao-portuguesa-de-
psicopedagogos.html