processos, fácies e geometria do sistema turbidítico da

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas Campus de Rio Claro PROCESSOS, FÁCIES E GEOMETRIA DO SISTEMA TURBIDÍTICO DA FORMAÇÃO TACIBA / MEMBRO RIO SEGREDO, FAIXA AFLORANTE NORTE CATARINENSE LYGIA RODRIGUES DE MORAES DE ANDRADE Orientador: Prof. Dr. Joel Carneiro de Castro Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geociências – Área de Concentração em Geologia Regional, para obtenção do título de Mestre em Geociências (Área de Análise e Evolução de Bacias Sedimentares). Rio Claro (SP) 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Instituto de Geociências e Ciências Exatas

Campus de Rio Claro

PROCESSOS, FÁCIES E GEOMETRIA DO SISTEMATURBIDÍTICO DA FORMAÇÃO TACIBA / MEMBRO

RIO SEGREDO, FAIXA AFLORANTENORTE CATARINENSE

LYGIA RODRIGUES DE MORAES DE ANDRADE

Orientador: Prof. Dr. Joel Carneiro de Castro

Dissertação de Mestrado elaborada junto ao Programa de Pós-Graduação em Geociências – Área de Concentração em Geologia Regional, para obtenção do título de Mestre em Geociências (Área de Análise e Evolução de Bacias Sedimentares).

Rio Claro (SP) 2010

Andrade, Lygia Rodrigues de Moraes de Processos, fácies e geometria do sistema turbidítico daFormação Taciba/Membro Rio Segredo, faixa aflorante nortecatarinense / Lygia Rodrigues de Moraes de Andrade. - RioClaro : [s.n.], 2010 85 f. : il., figs., quadros, fots., mapas + mapa

Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista,Instituto de Geociências e Ciências Exatas Orientador: Joel Carneiro de Castro

1. Geologia estratigráfica. 2. Turbidito argiloso. 3.Turbidito arenoso fino. 4. Ciclo de fácies. 5. Sistemadeposicional. 6. Sequência de alta frequência. I. Título.

551.7A553p

Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESPCampus de Rio Claro/SP

i

Comissão Examinadora

Prof. Dr. Joel Carneiro de Castro (UNESP) - Orientador

Prof. Dra. Maria Rita Caetano Chang (UNESP)

Prof. Dr. Luiz Carlos Weinschütz (UnC)

Lygia Rodrigues de Moraes de AndradeMestranda

Rio Claro, 17 de Abril de 2009

Resultado: APROVADA

ii

Dedicatória

Agradeço aos meus pais, Luiz Eduardo e Lígia Maria, pela

educação e incentivo ao estudo; afinal, foram meus

principais educadores! Eles me ensinaram o que nenhuma universidade

jamais agregará a ninguém... Saberei retribuir e passar a frente todo o

amor, carinho e respeito recebidos até hoje. Só tenho a dizer que os amarei para

sempre.

Ao Gustavo Dorota Carreiro de Mello por todos

esses anos de cumplicidade. Por ele, me embrenhei numa nova

vida de felicidade diversa, amor incondicional e superação a todo instante.

À primeira vista, apenas caronas passageiras que, por fim, resultaram em

sua presença assídua dentro do meu coração. Assim... o amor chegou para mim.

Por fim, ao pequeno grande Chapplin... Quem me conhece irá entender...

iii

Agradecimentos A confecção de uma dissertação de mestrado exige grande dedicação e amor

ao que se faz e, como muitos pensam, não é elaborada por apenas uma pessoa e sim

por uma massa de gente, cada qual trabalhando ao seu modo e tempo para a obtenção

de um resultado primoroso. Devo a todos, desde os que me contemplaram com um

simples sorriso emanando empolgação pela manhã até os que vivenciaram em tempo

integral o meu humor inconstante, um imenso obrigado. Sem a ajuda e o apoio de

pessoas que nos prezam, pode-se ter certeza, a decadência é um rumo certo.

A Deus por todas as graças alcançadas, saúde e paz de espírito.

Á Agência Nacional do Petróleo (ANP) por intermédio do PRH-05 (Programa de Recursos Humanos), na concessão da bolsa de estudo e de todo o investimento financeiro

implantado em etapas de campo. Sem coletas de dados, não haveria trabalho algum.

Ao orientador Prof. Dr. Joel Carneiro de Castro que me acolheu como sua pupila. Comprovei toda a dedicação que esse profissional tem pela geologia e não me esquecerei

da seguinte frase: “Dou aos meus orientandos trabalhos que eu mesmo gostaria de realizar”.

A todos os queridos amigos (graduandos e pós-graduandos) conquistados ao longo desses dois anos. Em especial a Simone Ferreira Diniz e Letícia Hirata Godoy pela ajuda na reta

final desta dissertação.

Em especial às amigas. Eloiza Squisato, Jacqueline Peixoto Neves e Sâmia Passarela. Amizades como essas enriquecem e enobrecem a existência de qualquer pessoa.

Aos companheiros de campo Luah Walsh, Liliane Maia Tcacenco e Luiz Carlos Weinschütz. Além da competência e ensinamentos agregados, ajudaram-me muito

contrabalançando os humores.

Ao grande amigo Osmair Santos Ferreira pela importante ajuda e estímulo desde a época de graduação. Agradeço também ao Iata Anderson de Souza que mesmo passando por

difíceis momentos me deu provas da sua amizade.

Aos educadores Dimas Brito e Maria Rita Caetano Chang pelos meus desabafos fora de hora. Suas orientações foram de grande valia e de suma importância na conquista do título

de mestre.

A todos os colegas, funcionários e professores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento desta dissertação.

Eu agradeço

iv

"Um diamante é um pedaço de carvão que se saiu bem sob pressão."

(Anônimo)

"Existem apenas duas maneiras de ver a vida. Uma é pensar

que não existem milagres e a outra é que tudo é um milagre."

(Albert Einstein)

“É graça divina começar bem. Graça maior persistir na

caminhada certa. Mas a graça das graças é não desistir nunca."

(Dom Hélder Câmara)

"Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol."

Provérbio Chinês.

v

Resumo Os membros Lontras (Formação Campo Mourão) e Rio Segredo (Formação Taciba) constituem

uma sucessão marinha de folhelhos e arenitos turbidíticos, que está encaixada entre diamictitos

glaciais daquelas formações. O folhelho Lontras tem uma centena de metros na faixa aflorante

norte catarinense, contendo em sua porção superior a fácies “folhelho várvico”, na verdade um

estrato com gradação de siltito a folhelho (Tde) em escala milimétrica e que é considerado como

sendo o turbidito distal da sucessão. O turbidito Rio Segredo tem de 15 a 25 m e consiste de

estratos gradacionais portando sequência Bouma em diversas escalas: muito delgado

(1 a 3 cm; Tde e Tcde), delgado (3 a 10 cm; Tcde e Tbcde), médio (10 a 30 cm; Tbcde e Tabcde),

espesso (30 a 100 cm; Tabc) e muito espesso (acima de 1,0 m; Tabc). Há ainda uma divisão

“superior” do Membro Rio Segredo normalmente com 10 a 20 m de espessura, que contém

turbiditos areno-argilosos muito delgados (Tcde e Tde).

Foram levantados sete perfis faciológicos de detalhe, escala 1:50, de modo a registrar turbiditos

com até 5 cm de espessura (1 mm no perfil). Posteriormente, quatro desses perfis foram

cronocorrelacionados em uma seção norte-sul: Forcação, Wiegand, Laeisz e Dona Emma,

numa extensão de 28 km. A esta seção foi acrescido o perfil Taiózinho, localizado

30 km a oeste do Forcação, entre os dois últimos (semelhança faciológica com o Laeisz).

Identificaram-se sete sistemas deposicionais, com uma média de 3 m de espessura por sistema

e contidos em três sequências de alta frequência.

Os sistemas deposicionais são formados por ciclos turbidíticos de origem marinha, encontrados

principalmente nos perfis Laeisz e Taiózinho, com uma organização ascendente de

adelgaçamento e granodecrescência. Outros ciclos turbidíticos, esses de origem deltaica,

são encontrados nos perfis Forcação e Dona Emma, possuindo organização de espessamento

e granocrescência ascendente. Neste caso, incluem-se estratos espessos até “gigantes” (6 m)

com feições indicativas de água rasa ou deformação plástica em sua base, associada a cortes

erosivos de canal, além de rara estratificação cruzada tabular.

Um possível análogo são os turbiditos de textura fina e geometria em lençol da Bacia

Tanqua-Karoo, Neopermiano do sul da África, com uma arquitetura similar ao Membro

Rio Segredo, porém, tendo cinco ciclos progradantes de lobos turbidíticos sobre folhelhos

baciais. Esta unidade de turbiditos ocorre em uma área de dimensão comparável

(650 km2), mas tem espessura muito maior (350 m), e é considerada toda de água profunda.

Palavras-chave: 1. Turbidito argiloso, 2. Turbidito arenoso fino, 3. Ciclo de fácies,

4 Sistema deposicional, 5. Sequência de alta frequência.

vi

Abstract The Lontras shale and overlying Rio Segredo sandstone are members of Campo Mourão

and Taciba formations, corresponding to shelf marine and turbidite deposits; they are

encased in glacial diamictites of those formations. The Lontras shale is 100 m thick in

northern Santa Catarina outcrop belt and it displays a “varved shale” facies in its upper

portion. In reality, it represents many mm-scale beds with Bouma sequence Tde, and

therefore distal, argillaceous turbidites. The Rio Segredo Member is 15 to 25 m thick and

contain beds of different thicknesses: very thin (1 to 3 cm; Tde and Tcde), thin (3 to 10 cm;

Tcde and Tbcde), and medium beds (10 to 30 cm; Tbcde and Tabcde). Also, thick (30 to 100 cm)

and very thick beds (thicker than 1 m) displays massive or graded sandstones with disperse

laminations and cross-laminations resembling Ta, Tb and Tc intervals of Bouma sequence.

There is also a Rio Segredo “upper” division with 10 to 20 m thick, consisting of very thin

turbidites (Tcde and Tde).

Seven detailed facies logs were constructed at 1:50 scale, to represent even

5 cm thin beds (1 mm). Later, four of the logs were put in a north-south stratigraphic section

(28 km in length): Forcação, Wiegand, Laeisz and Dona Emma, in a 28 km extension. A fifth

log, Taiózinho (distant 30 km west of Forcação), was added to the section between the last

two logs, because of its facies similarity with Laeisz log. Seven depositional systems are

identified, averaging 3 m thick in, thickness, and they belong to high frequency sequences.

The systems are composed of turbidite cycles of marine origin, found mainly in Laeisz and

Taiózinho logs: they form thinning- and fining-upward cycles. Turbidite cycles of deltaic

origin are observed in Forcação and Dona Emma logs as thickening-up and coarsening-up

cycles. In the latter, are included “giant beds” (6 m thick) with shallow water features or

plastically deformed, basal turbidite beds closely associated with erosive channels, besides

a rare occurrence of tabular cross-bedded sandstone.

A possible analogue is found in the blanket, fine-grained Tanqua-Karoo turbidites,

south Africa (Late Permian). They have similar stratigraphic architecture with Rio Segredo

Member but with five prograding turbidite lobes over basinal shales. The turbidite unit

occurs in a reasonable size area (650 km2), but is thicker (350 m) and considered to be

deposited into deep water.

Key words: 1. Argillaceous turbidite, 2. Fine-grained sandy turbidite, 3. Facies cycle,

4. Depositional system, 5. High-frequency sequence.

vii

Lista de Figuras Figura 1: Quadro estratigráfico (parcial) da Bacia do Paraná enfatizando o

folhelho Lontras (LNT) e o arenito Rio Segredo (RSE) dentro do Grupo Itararé.

Modif. Milani et al. (1994). .......................................................................................... 2

Figura 2: Mapa geológico da faixa aflorante do norte catarinense, com

localização dos sete perfis levantados neste trabalho. Modif. Santos et al. (1986) –

Projeto borda leste da Bacia do Paraná (DNPM/CPRM). .......................................... 6

Figura 3: (A) Perfil-tipo da Formação Taciba para os estados do PR e SP.

(B) Seção estratigráfica BB’, Santa Catarina, destacando a distribuição, em

sub-superfície, do folhelho Lontras e dos membros da Formação Taciba.

Datum: topo do Grupo Itararé (modif. FRANÇA; POTTER, 1988). ......................... 10

Figura 4: Painel estratigráfico para a borda leste da Bacia do Paraná, do

sul de Santa Catarina (Criciúma) ao leste de São Paulo (Imbicatu). Notar a divisão

tripartite (inferior, médio e superior) proposta para o Grupo Itararé e o progressivo

onlap sul dessas unidades. T – Membro Triunfo, S – Membro Siderópolis

(modif. MEDEIROS; THOMAZ-FILHO, 1973). ......................................................... 10

Figura 5: Perfil-tipo da Formação Rio do Sul, destacando-se o folhelho

Lontras sotoposto ao arenito Rio do Sul (Membro Rio Segredo). Fonte: Modif.

Schneider et al. (1974). ............................................................................................ 11

Figura 6: Seção estratigráfica da Formação Rio do Sul em Santa Catarina,

com seus cinco sistemas deposicionais. Em destaque, o arenito Rio do Sul

(RS – Membro Rio do Segredo). Modif. Gonçalves; Tommasi (1974). .................... 12

Figura 7: (A) Isópacas da Formação Rio do Sul com seus três sistemas

marinhos profundos (modif. CASTRO, J. C., 1980a). (B) Isópacas e províncias

deposicionais da Formação Rio do Sul (modif. CASTRO, J. C., 1980b). ............... 14

Figura 8: Seção estratigráfica do centro (BN-1-SC) ao sul catarinense

(PB-15). Destaca-se a seção marinha profunda com turbiditos espessos a delgados

(Membro Rio Segredo), que terminam ao sul do poço RL-4 (modif. CASTRO, J. C.,

1991)........................................................................................................................ 14

viii

Figura 9: Arcabouço estratigráfico da sucessão Taciba – Triunfo (RB-T), da

borda (poços BN-1 a PN-2) ao interior-oeste da Bacia do Paraná (MB-1 a TV-2). O

folhelho Lontras (Lt) forma um ciclo com o arenito Rio Segredo (R. Seg), ou este

forma a base de uma sequência deposicional (SI). 1 = varvito; 2 = folhelhos e

turbiditos finos; 3 = diamictito; 4 = arenito/turbidito e 5 = arenito deltaico. CS,

RS = membros Chapéu do Sol e Rio do Sul. R0 e R1 = deltas iniciais. Fonte: modif.

Castro, J. C. (1995). ................................................................................................. 15

Figura 10: Correlação estratigráfica dos perfis Rio do Chapéu e

Bonsucesso/Dr. Pedrinho. O folhelho Lontras (f) é sucedido pelo turbidito

Rio Segredo, com estratos espessos e delgados (te, td). Sistemas:

DG – deglaciação, D – deltaico, G – glacial e F – fluvial. Fonte: modif. de

Castro, M. R. (1998). ............................................................................................... 16

Figura 11: Correlação estratigráfica N-S entre Dona Emma (P1) e Lontrinha

(P4), mostrando o 1° ciclo com folhelho várvico Lontras (Fr) e “ritmito” = turbidito

Rio Segredo (Rd, Rm, Re; perfil P1), e o 2° ciclo, com fácies glaciais (De, Dcg,

ASd; perfil P1) passando lateralmente a turbiditos mais novos que os do

Rio Segredo = 1°ciclo (SILVA, 2005)....................................................................... 18

Figura 12: Fácies da porção superior do Membro Lontras: folhelho “várvico”

(A, B e C), portando cone-in-cone (B), e turbiditos delgados (D e E). A foto F ilustra

varvito com abundantes dropstones na base do Membro Lontras, sucedidos por

folhelhos normais. Turbiditos muito delgados (1 a 3 cm) na “divisão superior” do

Membro Rio Segredo (G e H). Escalas: caneta e lápis = 15 cm; martelo = 27,7 cm e

enxada = 1,10 m. ..................................................................................................... 22

Figura 13: Estratos e fácies de turbiditos arenosos (ver texto). Escalas:

martelo = 27,7 cm; régua = 30 cm; prancheta = 33 cm e enxada = 1,10 m. ............ 25

Figura 14: Perfil faciológico dos turbiditos do Membro Rio Segredo nas

proximidades do rio Forcação e ilustrações de seus principais estratos e fácies

(ver texto). Fotos A a F: grande afloramento ao lado da rodovia. Fotos G e H: outro

afloramento, levantado estrada acima, se sobrepondo ao anterior. Notar a união

entre os perfis faciológicos, a 10,15 m. ‘‘e’’ = deformação sinsedimentar,

‘‘a’’ = ‘‘alto’’ do folhelho Lontras. Escalas: martelo = 27,7 cm e enxada = 1,10 m. .. 29

ix

Figura 15: Perfil faciológico dos turbiditos do Membro Rio Segredo nas

proximidades do rio Vigante (Wiegand) e ilustrações de seus principais estratos

e fácies (ver texto). Escalas: lápis = 15 cm; martelo = 27,7 cm; régua = 30 cm e

prancheta = 34 cm. .................................................................................................. 33

Figura 16: Perfil faciológico dos turbiditos do Membro Rio Segredo nas

proximidades do ribeirão da Laje (Laeisz) e ilustrações de seus principais estratos e

fácies (ver texto). Notar lâminas inclinadas assintóticas (seta vermelha) na foto G.

Escala: martelo = 27,7 cm. ...................................................................................... 37

Figura 17: Perfil faciológico dos turbiditos do Membro Rio Segredo nas

proximidades do ribeirão Taiózinho e ilustrações de seus principais estratos e fácies

(fotos A a I). Na foto J, contato “transicional” Lontras/Rio Segredo no ribeirão da

Prata. Escala: martelo = 27,7 cm. ............................................................................ 41

Figura 18: Fotos A e B: Visão geral do afloramento/perfil Dona Emma, com

seus dois ciclos folhelho várvico/arenito: Fv-I/RS-I e Fv-II/RS-II (vide perfil e fotos de

detalhe na Figura 19). Fotos C e D: Ciclo inferior do perfil Dona Emma,

representado por folhelho várvico milimétrico (Fv-I) e turbidito delgado a espesso do

Membro Rio Segredo (RS-I). Afloramentos (fotos C e D) localizados pouco adiante

da grande pedreira (fotos A e B), no sentido Dona Emma da rodovia SC-421. ....... 45

Figura 19: Perfis faciológicos Dona Emma - ciclo II e ilustrações de seus

principais estratos e fácies. No perfil e fotos, ci = crevasse inferior; cs = crevasse

superior (fotos D e E); as, at = arenito sigmoidal e de topo (fotos D a F e C, H, L);

tmd = turbidito muito delgado (foto G). Escalas: martelo= 27,7 cm e

enxada = 1,10 m. ..................................................................................................... 48

Figura 20: Perfil Boa Vista, com seus estratos e fácies constituintes. ....... 52

Figura 21: Afloramentos do perfil Mirador (rodovia Presidente Getúlio -

Mirador). Escala: martelo = 27,7 cm. ....................................................................... 54

Figura 22: Correlação cronoestratigráfica entre os perfis selecionados.

Datum, contato Lontras/Rio Segredo. Sete ciclos (I-A a III-B) e três seqüências de

alta freqüência (I, II e III). MK = marker.................................................................... 57

Figura 23: A – Mapa de localização da área de estudo, no canto sudeste

da Bacia Karoo, vizinha à Faixa Dobrada do Cabo (CFB) (modif. de

GRECULA et al., 2003). B – Áreas dos dois complexos de leque de assoalho

de bacia, Tanqua e Laingsburg, com o transporte de sedimentos a partir dos dois

ramos da CFB (modif. de JOHNSON et al., 2001). .................................................. 58

x

Figura 24: Cartas estratigráficas das Bacias Tanqua – Karoo (A) e

Laingsburg – Karoo (B), com a posição dos turbiditos das formações

Skoorsteenberg e Laingsburg (Neopermiano), do Grupo Ecca (A – modif. de

BOUMA; WICKENS, 1994; B – modif. de GRECULA et al., 2003). ......................... 59

Figura 25: Variações no padrão de empilhamento e fácies típicas de um

ciclo deposicional, em diferentes elementos arquiteturais de um sistema turbidítico

channel-overbank (GRECULA et al., 2003). ........................................................... 61

Figura 26: A – Diagrama ilustrativo do sistema de canais do leque 3 (modif.

de JOHNSON et al., 2001). B – Mapa de isópacas do leque 3, integrando

afloramentos e poços (intervalo de contorno, 5 metros; HODGSON et al., 2006). .. 62

Figura 27: Reconstruções paleogeográficas dos contornos de sistemas do

leque 2 e 3. Linhas tracejadas mais espessas representam a base (estimada)

do talude (HODGSON et al., 2006). ......................................................................... 62

Figura 28: Painel N-S de correlação de três leques de assoalho de bacia

(2, 3, 4) e do sistema de talude sobreposto (unidade 5), em sete poços com

testemunhos e perfis Raio Gama (à direita de cada poço). Unidades sílticas

separam os leques arenosos, e o tamanho máximo de grão é areia fina (modif. de

HODGSON et al., 2006). ......................................................................................... 63

Figura 29: Leque 3, destacando a correlação de seções condensadas

(verde), e usando a base do leque como datum. Notar geometrias clinoformais das

seções condensadas mergulhando para a bacia (norte), e a geometria lobada

da unidade arenosa mais inferior (JOHNSON et al., 2001). .................................... 64

Figura 30: Sumário da estratigrafia dos elementos arquiteturais e

geometrias em seções dip e strike, e das posições estratigráficas dos sistemas de

leque, talude e plataforma da Bacia Tanqua-Karoo (JOHNSON et al., 2001). ....... 65

xi

Índice

PáginaCapítulo 1 – Introdução ............................................................................................ 1

1.1 Objetivos ................................................................................................. 3

1.2 Justificativa ............................................................................................. 3

1.3 Localização e Acessos ............................................................................ 4

1.4 Dados e Métodos .................................................................................... 7

Capítulo 2 – Formação Taciba / Membro Rio Segredo ............................................ 9

Capítulo 3 – Sucessão dos Membros Lontras e Rio Segredo ............................... 20

3.1 Análise Sedimentológica ....................................................................... 20

3.1.1 Fácies lamítica dos “folhelhos” encaixantes ............................ 20

3.1.2 Turbiditos Arenosos ................................................................. 23

Capítulo 4 – Estratigrafia ....................................................................................... 26

4.1 Perfis Estratigráficos ............................................................................. 26

4.1.1 Perfil Forcação ........................................................................ 26

4.1.2 Perfil Wiegand (Rio Vigante) ................................................... 31

4.1.3 Perfil Laeisz (Ribeirão da Laje) ................................................ 35

4.1.4 Perfil Taiózinho ........................................................................ 39

4.1.5 Perfil Dona Emma ................................................................... 43

4.1.5.1 Perfil Dona Emma – ciclo I ......................................... 43

4.1.5.2 Perfil Dona Emma – ciclo II ........................................ 46

4.1.6 Perfil Boa Vista ........................................................................ 50

4.1.7 Perfil Mirador ........................................................................... 53

4.2 Correlação Estratigráfica ....................................................................... 55

Capítulo 5 – Turbiditos da Bacia Tanqua-Karoo: um Análogo? ............................. 58

Capítulo 6 – Conclusões ........................................................................................ 66

Capítulo 7 – Referências Bibliográficas ................................................................. 68

APÊNDICE A – Mapa de Pontos ............................................................................ 75

APÊNDICE B – Tabela de Pontos .......................................................................... 76

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 1

CAPÍTULO 1

Introdução

A Formação Taciba, terço superior do Grupo Itararé, é constituída por um

grande ciclo de afinamento ascendente, composto por conglomerado/arenito,

diamictito e ritmito/siltito/folhelho, atribuídos aos membros Rio Segredo,

Chapéu do Sol e Rio do Sul (FRANÇA; POTTER, 1988). Em 1994, Milani et al.

modificaram, em sua coluna geológica (Figura 1), a cicloestratigrafia de

França e Potter (op. cit.) ao eliminar o Membro Lontras do topo do terceiro ciclo

de afinamento ascendente.

O Membro Rio Segredo é representado por turbiditos pertencentes a dois

sistemas distintos, ocorrentes na borda leste da Bacia do Paraná, setor catarinense:

leque canalizado ou confinado na porção central de Rio do Sul, e leque em lençol ou

espalhado na área norte catarinense, este último, objeto de estudo da presente

Dissertação (Figura 2).

Anteriormente, o “folhelho Lontras” juntamente ao intervalo sobreposto de

turbiditos arenosos e areno-argilosos, posicionados na porção inferior da Formação

Rio do Sul (SCHNEIDER et al., 1974), eram conhecidos como unidades de

mapeamento “argilito várvico” e “ritmito” nos levantamentos de superfície

da Petrobras ao sul do Paraná e em Santa Catarina. Aquela formação, como um

todo, correspondia ao “intervalo superior” do Grupo Itararé (TOMMASI;

RONCARATI, 1970; MEDEIROS et al., 1970). Assim, a Formação Rio do Sul de

Schneider et al. (1974) corresponde à Formação Taciba de França e Potter (1988),

exceto quanto ao Membro Lontras, posicionado por estes autores na parte superior

da Formação Campo Mourão.

Em sua Dissertação de Mestrado, Castro, M. R. (1998) identificou o sistema

marinho não glacial dos membros Lontras e Rio Segredo como um ciclo de

progradação (1° ciclo), encaixado em sistemas glaciais da Formação Mafra

(sotoposto) e um 2° ciclo da Formação Rio do Sul (litoestratigrafia de

SCHNEIDER et al., 1974).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 2

O presente trabalho também se preocupa com a identificação de análogos

para o sistema turbidítico em lençol do Membro Rio Segredo. Dois modelos

clássicos do Permiano foram avaliados, porém, esses apresentam um contexto

tectônico divergindo assim do cenário cratônico encontrado na Bacia do Paraná.

No caso da Bacia Delaware (margem passiva), a Formação Bone Spring apresenta

reservatórios turbidíticos de baixa qualidade, produzindo em campos como o

North Young (MONTGOMERY, 1997). Em superfície, o sistema turbidítico da

Formação Brushy Canyon, imediatamente acima da Formação Bone Spring, foi

documentado em publicação especial da revista American Association of Petroleum

Geologists – AAPG (BEAUBOUEF et al., 1999).

O segundo caso provém da África do Sul, de idade neopermiano:

as sub-bacias Tanqua e Laingsburg, tipo foreland, na margem sudoeste da grande

Bacia Karoo. Apesar desse contexto pouco usual para turbiditos, quando comparado

ao intracratônico da Bacia do Paraná, tal modelo é o que apresenta maiores

semelhanças com a sucessão Lontras/Rio Segredo (ver Capítulo 5).

Figura 1: Quadro estratigráfico (parcial) da Bacia do Paraná enfatizando o folhelho Lontras (LNT) e o arenito Rio Segredo (RSE) dentro do Grupo Itararé. Modif. Milani et al. (1994).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 3

1.1 Objetivos

O enfoque principal do trabalho baseia-se na caracterização da arquitetura

estratigráfica detalhada do sistema turbidítico do Membro Rio Segredo que compõe

o terço inferior da Formação Taciba dentro do Grupo Itararé.

Para consecução dessa proposta, foi definido um escopo de atividades e

metas cujo desenvolvimento veio a nortear o andamento da pesquisa, quais sejam:

Caracterização das fácies, ciclos e geometrias dos sistemas turbidíticos

dos membros Lontras (Formação Campo Mourão) e Rio Segredo

(Formação Taciba), em um arcabouço cronoestratigráfico de sequências

deposicionais; e

Comparação com sistemas análogos da literatura, principalmente o do

Permiano do sudeste sul africano.

1.2 Justificativa

Turbiditos sensu strictu constituem um dos principais reservatórios de

campos gigantes, em bacias de margem passiva, como Campos (Neocretáceo e

Cenozóico), Mar do Norte (Paleogeno) e Costa do Golfo (Neogeno,

em “bacias” intra-sal). Turbiditos estão associados a leques submarinos de base de

talude sendo os primeiros modelos fornecidos por Mutti e Ricci Lucchi (1975) e

Normark (1970; 1978). No primeiro caso, os autores propuseram um sistema de

canal ou leque interno (canalizado), “desconectado” de um lobo deposicional ou

leque externo (lobado). Já Normark, baseando-se em exemplos recentes, criou um

modelo de leque suprafan, com canal “conectado” a lobos.

Tendo como base casos da literatura, geólogos da Shell também

propuseram três tipos de reservatórios (CHAPIN et al., 1994): “canal-dique”

(channel-levee), canal (channel) e lençol (sheet), este último, dividido em

amalgamado e estratificado (amalgamated, layered) os quais correspondem ao

modelo suprafan de Normark et al. (1979) e canal-lobo de Mutti e Normark (1987).

No que diz respeito às bacias de Campos e Espírito Santo, Moraes et al. (2006)

apresentaram uma classificação de reservatórios marinhos profundos baseando-se

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 4

em três tipos: “canais discretos”, “canais amalgamados” e “canais e lobos”. Nota-se

uma correspondência aproximada entre as classificações de Moraes et al. (2006) e

Chapin et al. (1994).

Na Estratigrafia de Sequência proposta pela Exxon (VAN WAGONER et al.,

1988), os turbiditos ocorrem em três sistemas relacionados ao trato de mar baixo:

(a) leque de assoalho de bacia (basin-floor fan), (b) leque de talude (slope fan)

equivalente ao sistema de canal-dique (channel-levee) e (c) na base de clinoformas

sigmoidais progradantes de deltas de margem de plataforma.

1.3 Localização e Acessos

A área de interesse foi delimitada em território brasileiro, na margem oriental

da Bacia do Paraná, amplamente conhecida pela sua vasta faixa aflorante composta

por diferentes unidades litoestratigráficas.

Baseando-se em trabalhos anteriores (CANUTO, 1994; CASTRO M. R.,

1998; SILVA, 2005), pôde-se observar que as melhores exposições de rochas

turbidíticas (Membro Rio Segredo), apresentando uma boa continuidade lateral,

estão localizadas no norte catarinense. A partir daí, foram escolhidas duas

áreas-alvo: a primeira englobando os municípios de Vitor Meireles, Witmarsum,

Dona Emma, José Boiteux e Presidente Getúlio; e uma segunda, de menor

extensão, entre os municípios de Dr. Pedrinho e Bonsucesso (Figura 2 e/ou

Apêndice A).

Em termos de localização geográfica, de acordo com as Unidades

Transversas de Mercator – UTM, a área está situada nas coordenadas centrais

629.110 kmE / 7032.925 kmN ou entre os paralelos 26° 30’ e 27° 00’ de latitude Sul

e os meridianos 50° 00’ e 49° 30’ de longitude Oeste.

O rio Itajaí do Norte, também conhecido como rio Hercílio, constitui a

drenagem mais importante da área estudada. A união desse grande tributário aos

rios Itajaí do Sul, Itajaí do Oeste e Itajaí-Mirim gera a Bacia Hidrográfica do

rio Itajaí-Açu, considerada como sendo a maior bacia totalmente inserida no

estado catarinense. A oeste, a escarpa da Serra Geral se faz presente atuando

como notável divisor de água. Com isso, o sistema de drenagem Itajaí-Açu

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 5

permanece inteiramente ligado à vertente litorânea, desaguando diretamente no

oceano Atlântico.

Inúmeros são os afluentes do rio Hercílio: ribeirão da Laje

(Laeisz), rio Vigante (Wiegand), rio da Prata, rio Taiózinho entre outros.

Em razão das cheias que impactavam frequentemente a área, foi erguida no

município de José Boiteux, próxima da foz do rio Dollmann, a grande barragem do

rio Itajaí do Norte.

O acesso a partir do estado de São Paulo se dá pelas rodovias SP-127 e

SP-258. Esta última, ao adentrar no estado do Paraná, recebe a denominação

de PR-151. Prosseguindo até a divisa estadual do Paraná com Santa Catarina,

atinge-se a cidade de Mafra onde, pegando o sentido Itaiópolis pela estrada em

estágio de pavimentação SC-421, alcança-se a região do rio Hercílio. Esta estrada

secundária, que segue ao longo do vale, finaliza ao atingir a rodovia BR-470,

em Ibirama.

Uma malha moderada de estradas secundárias corta o fundo do vale do

rio Hercílio facilitando a chegada aos locais desejados. Quanto à região englobando

Dr. Pedrinho e Bonsucesso, o acesso pode ser tanto vindo do noroeste, saindo de

Itaiópolis rumo a Itaió pela rodovia BR-477, quanto oriundo de leste, a partir

de Pomerode e Timbó, e do sul, pela BR-470 até se conectar com a BR-477 depois

de passar pelo município de Ascurra.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 6

Figura 2: Mapa geológico da faixa aflorante do norte catarinense, com localização dos sete perfis levantados neste trabalho. Modif. Santos et al. (1986) – Projeto borda leste da Bacia do Paraná (DNPM/CPRM).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 7

1.4 Dados e Métodos

Os dados foram obtidos em afloramentos, cortes de estrada e pedreiras dos

membros Lontras e Rio Segredo (porções “superior” da Formação Campo Mourão e

“inferior” da Formação Taciba; FRANÇA; POTTER, 1988), em rodovias e estradas

acompanhando o vale do rio Hercílio e alguns de seus afluentes, bem como pela

BR-477, paralela ao rio Forcação (Tabela de Pontos – Apêndice B).

Alguns afloramentos foram descritos com mais detalhe buscando a

elaboração de perfis faciológicos verticais em escala 1:50, de modo a registrar

turbiditos com até 5 centímetros de espessura (1 milímetro no perfil).

Posteriormente, cinco dos sete perfis levantados (localização na Figura 2e/ou Apêndice A) foram cronocorrelacionados por meio de uma seção estratigráfica,

com datum estipulado no contato entre os membros Lontras e Rio Segredo

(Figura 22).Mapearam-se as seguintes unidades/sistemas: uma sequência composta

pelo folhelho várvico do Membro Lontras (turbidito em escala milimétrica), e dois

sistemas dentro do Membro Rio Segredo. Estes últimos, representados por turbiditos

arenosos com espessura estratal variando de poucos centímetros a mais de

um metro, ou areno-argilosos com espessura centimétrica a decimétrica. Com base

em medidas de paleocorrentes, razão arenito:folhelho, espessuras e

texturas/estruturas, mapeou-se a proveniência e distribuição dos turbiditos na área.

Também é importante destacar que o folhelho Lontras possui intercalações de

turbiditos areno-argilosos em sua porção superior (espessuras variando entre

centimétricas até poucos decímetros), o que sugere uma certa gradualidade

(progradação) na passagem para o arenito Rio Segredo.

O método telescópico (zoom) hierarquiza as unidades cronoestratigráficas:

Camada (Bed) ou Estrato (Stratum, pl. Strata), arenosa ou argilosa, neste

caso correspondendo às fácies de ARENITO (turbidito com

sequência Bouma) e FOLHELHO (“várvico” ou milimétrico, sequência Tde

de Bouma);

Ciclo de Fácies (Facies cycle – CF), formado pelo par ARENITO (turbidito

arenoso) e FOLHELHO (turbidito “argiloso”);

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 8

Conjunto de Ciclo de Fácies (Facies Cycle Set – CCF), com padrões

estrato-decrescentes (thinning-upwards) de ciclos de fácies. Corresponde

a um sistema turbidítico; e

Sequência Turbidítica, formada por um ou mais sistemas. Neste trabalho,

foram identificados quatro sequências, uma no Membro Lontras e três no

Membro Rio Segredo.

Para o CF e o CCF, é possível a aplicação dos predicados “progradante”,

“agradante” e “retrogradante”, conforme o sentido da movimentação relativa do ciclo

das fácies e do conjunto dos ciclos de fácies: para a frente, para cima e para trás.

No caso dos sistemas turbidíticos dos membros Lontras e Rio Segredo, as fácies,

trato de fácies e sistema deposicional são facilmente aplicáveis, conforme

Mutti e Normark (1987). As fácies turbidíticas convencionais são formadas

por estratos (semelhantes), contendo texturas e estruturas gradacionais

(graded bedding), desde arenito até folhelho. A classificação de fácies se faz a partir

da espessura estratal e respectivas texturas granodecrescentes: estratos delgados

têm arenito gradando a folhelho, enquanto estratos médios e espessos são

dominados por arenitos ou arenitos amalgamados com os intervalos Tabc e Tab da

sequência Bouma. Os conjuntos de ciclos progradantes e retrogradantes têm

respectivamente as espessuras dos ciclos de fácies turbidíticas aumentando

(thickening) ou diminuindo (thinning) nos sentidos vertical (ciclo) e horizontal (trato).

Os sistemas progradante, agradante e retrogradante dos membros Lontras e

Rio Segredo compõem um grande ciclo ou sequência, conforme a proposta desta

Dissertação; à semelhança da Formação Skoorsteenberg (Neopermiano) da

Bacia Tanqua-Karoo, sudoeste da África do Sul (BOUMA; WICKENS, 1994).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 9

CAPÍTULO 2

Formação Taciba / Membro RioSegredo

Em seu estudo de sub-superfície do Grupo Itararé (Neocarbonífero a

Eopermiano), França e Potter (1988) identificaram e mapearam três grandes ciclos

de granodecrescência ascendente, formados por conglomerado/arenito, diamictito,

ritmito e siltito/folhelho. Esses ciclos receberam o status de Formação – Lagoa Azul,

Campo Mourão e Taciba – nomes de localidades paulistas e paranaense. No caso

do ciclo mais novo, Formação Taciba, suas litofácies foram formalizadas como

membros Rio Segredo, Chapéu do Sol e Rio do Sul, nomes provindos de

poços/localidades paranaenses exceto o último, da cidade homônima em

Santa Catarina (FRANÇA; POTTER, 1988). A Figura 3-A apresenta a coluna da

Formação Taciba proposta por França e Potter (1988) no poço-tipo 2-TB-1-SP.

Essa estratigrafia representada por espesso arenito Rio Segredo e diamictito

Chapéu do Sol (150 metros cada) é típica para São Paulo e Paraná; os depósitos

finos do Membro Rio do Sul só ocorrem em Santa Catarina. Uma seção

estratigráfica neste Estado sugere uma cronocorrelação dos membros

Chapéu do Sol e Rio do Sul, assim como uma geometria tabular e espessura

reduzida do Membro Rio Segredo (30 a 40 metros; Figura 3-B), bem menor que nos

poços de São Paulo e Paraná.

Deve-se mencionar outra unidade de suma importância para este trabalho.

Trata-se da litofácies síltico-argilosa do Membro Lontras, que encerra o

ciclo/Formação Campo Mourão (cidade vizinha a Rio do Sul). Esta unidade,

formalizada por França e Potter (1988), foi reconhecida inicialmente em

mapeamento de sub-superfície da Petrobras (TOMMASI; RONCARATI, 1970;

GONÇALVES; TOMMASI, 1974).

Medeiros et al. (1970) e Medeiros e Thomaz Filho (1973) apresentaram os

resultados do Projeto Rio Bonito, obtidos através do levantamento e correlação de

perfis de afloramentos na borda leste da Bacia do Paraná. Apesar de não constar

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 10

nenhum perfil levantado na área de interesse desta Dissertação, deve-se destacar

aqui o painel cronoestratigráfico resultante daquele projeto (Figura 4): a divisão do

Grupo Itararé em três intervalos (inferior, médio e superior) se baseou nas unidades

“argilito basal”, “arenito” e “argilito várvico + ritmito” dos trabalhos de mapeamento

da Petrobras (TOMMASI; RONCARATI, 1970). Esses intervalos vieram a constituir

as formações Campo do Tenente, Mafra e Rio do Sul (SCHNEIDER et al., 1974;

GONÇALVES; TOMMASI, 1974).

Figura 3: (A) Perfil-tipo da Formação Taciba para os estados do PR e SP. (B) Seção estratigráfica BB’, Santa Catarina, destacando a distribuição, em sub-superfície, do folhelho Lontras e dos membros da Formação Taciba. Datum: topo do Grupo Itararé (modif. FRANÇA; POTTER, 1988).

Figura 4: Painel estratigráfico para a borda leste da Bacia do Paraná, do sul de Santa Catarina (Criciúma) ao leste de São Paulo (Imbicatu). Notar a divisão tripartite (inferior, médio e superior) proposta para o Grupo Itararé e o progressivo onlap sul dessas unidades. T – Membro Triunfo, S – Membro Siderópolis (modif. MEDEIROS; THOMAZ-FILHO, 1973).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 11

A progressiva expansão para sul das unidades mais novas do Grupo Itararé,

previamente conhecida pela Petrobras, também ficou caracterizada no trabalho de

sub-superfície de França e Potter (1988): a Formação Lagoa Azul (Campo do

Tenente) está restrita aos estados de São Paulo e Paraná, a Formação Campo

Mourão (Mafra) avança até o norte catarinense, e a Formação Taciba (Rio do Sul)

alcança o centro de Santa Catarina. Na verdade, esta última se estende de modo

descontínuo, confinada a depressões ou paleovales, até o sul catarinense e

Rio Grande do Sul (Figuras 3, 4). Para a Formação Rio do Sul, Schneider et al.

(1974) citam uma espessura máxima de 350 metros, tendo o folhelho basal Lontras

ou Camada Guaraúnas (seu equivalente no Paraná), uma espessura uniforme em

torno de 50 metros, enquanto o intervalo sobreposto de arenito e diamictito

(equivalente ao Membro Rio Segredo) variando entre 40 e 200 metros (Figura 5).

Figura 5: Perfil-tipo da Formação Rio do Sul, destacando-se o folhelho Lontras sotoposto ao arenito Rio do Sul (Membro Rio Segredo). Fonte: modif. Schneider et al. (1974).

Gonçalves e Tommasi (1974) realizaram o mapeamento do Grupo Itararé

em Santa Catarina, apoiando-se em estudos fotogeológicos e afloramentos da área

em complemento a cinco sondagens rasas. Foi gerado um painel estratigráfico que

relaciona lateralmente oito perfis colunares da Formação Rio do Sul (indo de

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 12

Grão Pará até Baía do Itajaí), onde foram identificados cinco sistemas deposicionais

(Figura 6). Os autores concluíram:

As cinco colunas estratigráficas levantadas na Formação Rio do Sul

revelaram espessura de 320 metros;

O folhelho Lontras possui uma espessura uniforme com 50 metros,

desaparecendo ao sul de Aurora e Vidal Ramos;

Uma espessa lente arenosa (160 a 200 metros) ocorre logo acima do

folhelho Lontras sendo designada como “arenito Rio do Sul”

(RS; Figura 6), na região de Aurora – Laurentino;

Foi identificada a proveniência de leste para o arenito Rio do Sul de

Schneider et al.;

Espessos depósitos de diamictitos e arenitos na porção superior da

Formação Rio do Sul foram mapeados, configurando os flancos norte

(alto vale do rio Hercílio) e sul (Alfredo Wagner) de uma bacia marinha

contendo folhelhos e ritmitos e centrada em torno de Rio do Sul

(depressão de Rio do Sul); e

Proveniências de nordeste e sudeste para os diamictitos e arenitos.

Na seção estratigráfica da Figura 6, destacam-se o folhelho Lontras,

amplamente distribuído no centro-norte catarinense, e o arenito Rio do Sul, com

geometria lenticular e distribuição no eixo Aurora – Laurentino.

Figura 6: Seção estratigráfica da Formação Rio do Sul em Santa Catarina, com seus cinco sistemas deposicionais. Em destaque, o arenito Rio do Sul (RS – Membro Rio do Segredo). Modif. Gonçalves; Tommasi (1974).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 13

Diversos trabalhos abordaram o Membro Rio Segredo na área aflorante

central de Santa Catarina. Castro, J. C. (1980a; 1980b) utilizou os grandes cortes

proporcionados pelo alargamento e asfaltamento da rodovia Rio do Sul – Ituporanga,

bem como os dados das sondagens BN-1 e PA-1 (Petrobras) e Aurora – Laurentino

(GONÇALVES; TOMMASI, 1974), além dos levantamentos de superfície do

Projeto Rio Bonito (MEDEIROS et al., 1970), para propor um modelo marinho

“relativamente profundo” de leque submarino dirigido para noroeste e alimentado por

arenitos e folhelhos caóticos de escorregamento em talude (Figura 7-A). Deve-se

ressaltar, em afloramento do arenito Rio do Sul, uma espessa intercalação de

diamictito acunhando sobre o lobo arenoso prévio (CASTRO; MEDEIROS, 1980).

Machado (1989) estudou a “província” de Alfredo Wagner, onde contou com

os poços RL-4 e RL-3 (Rio Laranjeiras), que testemunharam e perfilaram toda a

Formação Rio do Sul/Taciba (200 metros de espessura), e as notáveis exposições

da rodovia BR-282 (Florianópolis – Lages) na região de Alfredo Wagner. A evolução

daquela unidade se processa através de três (tratos de) sistemas deposicionais,

glacioproximal (subglacial “afogado” até proglacial), marinho profundo

(turbidito Rio Segredo) a raso, e glacial (diamictito)/deglaciação (arenito a varvito)

(Figura 08, perfil RL-4).

Juntando os dados da área de Alfredo Wagner com o

poço RL-4 (MACHADO, 1989), Castro, J. C. (1991) pôde apresentar um painel

cronoestratigráfico mais detalhado da evolução dos sistemas glacial, marinho e

deltaico das formações Rio do Sul e Rio Bonito/Membro Triunfo. O autor identificou

cinco províncias deposicionais entre Rio do Sul e Lauro Müller, do centro ao

sul catarinense. Todas apresentam, sobre o embasamento, um delgado intervalo

(glacioproximal) de deglaciação, com espessura equivalente a 10 metros, o qual é

transgressivo no tempo (Figuras 7-B, 8). As três primeiras, já identificadas

anteriormente pelo autor (CASTRO, J. C., 1980b), representam um contexto

turbidítico – marinho – deltaico (província Rio do Sul, RS), enquanto na província

Alfredo Wagner – Rio Laranjeiras (RL-4, AW) o contexto pós-turbidítico é marinho e

glaciomarinho/deglaciação; a província do poço PN-15 e Ituporanga – Alfredo

Wagner (I-AW) é transicional entre as anteriores (Figura 7-B). Nota-se, na Figura 8,

o acunhamento do turbidito Rio Segredo (arenito Rio do Sul) para sul do RL-4,

e o espesso intervalo de turbiditos delgados (thin bedded) sobreposto o qual

também termina para sul.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 14

Figura 7: (A) Isópacas da Formação Rio do Sul com seus três sistemas marinhos profundos (modif. CASTRO, J. C., 1980a). (B) Isópacas e províncias deposicionais da Formação Rio do Sul (modif. CASTRO, J. C., 1980b).

Figura 8: Seção estratigráfica do centro (BN-1-SC) ao sul catarinense (PB-15). Destaca-se a seção marinha profunda com turbiditos espessos a delgados (Membro Rio Segredo), que terminam ao sul do poço RL-4 (modif. CASTRO, J. C., 1991).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 15

Castro, J. C. (1995) apresentou um arcabouço cronoestratigráfico para a

Formação Rio do Sul, ligando a área sub-aflorante de Rio de Sul – Lauro Müller

(poços BN-1 a PN-2) com poços da bacia a oeste, MB-1 a TV-2 (Figura 9). A seção

revelou 350 metros (BN-1) a 270 metros (TV-2) para o intervalo da Formação

Rio do Sul – delta basal do Membro Triunfo, que é formado por três ciclos (C1 a C3)

regressivos e granocrescentes (folhelho, diamictito e arenito) ou por três sequências

deposicionais (SI a SIII) de glaciação (diamictito) e deglaciação (arenito, diamictito,

varvito, folhelho). Estas últimas correspondem ao igual número de episódios glaciais,

caracterizados por corpos de diamictito de 110 metros, 90 metros e 30 metros

(adelgaçamento para o topo). Nota-se que o turbidito Rio Segredo, na base da SI,

tem 80 metros de espessura no BN-1, e adelgaça para oeste (30 metros) nos poços

MB-1 e TG-1, e para o sul (15 metros) no RL-4, na província de Alfredo Wagner

(Figura 9). Três intervalos de folhelhos e folhelhos várvicos marinhos,

cronoequivalentes aos diamictitos, mostram espessuras de 75 metros no MB-1 e

110 metros e 80 metros no BN-1 (membros Lontras e Rio do Sul). Nesse último,

ocorre a SIII com o delta basal (R1) do Membro Triunfo e o marco regional (M2) de

tempestito marinho (Figura 9).

Figura 9: Arcabouço estratigráfico da sucessão Taciba – Triunfo (RB-T), da borda (poços BN-1 a PN-2) ao interior – oeste da Bacia do Paraná (MB-1 a TV-2). O folhelho Lontras (Lt) forma um ciclo com o arenito Rio Segredo (R. Seg), ou este forma a base de uma sequência deposicional (SI). 1 = varvito; 2 = folhelhos e turbiditos finos; 3 = diamictito; 4 = arenito/turbidito e 5 = arenito deltaico. CS, RS = membros Chapéu do Sol e Rio do Sul. R0 e R1 = deltas iniciais. Fonte: modif. Castro, J. C. (1995).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 16

A presente Dissertação dá continuidade ao trabalho de Castro, M. R. (1998),

que estudou a Formação Rio do Sul e a porção inferior do Membro

Triunfo/Formação Rio Bonito no norte de Santa Catarina (vale do rio Hercílio). A

autora reconheceu três ciclos deposicionais, dois deles com granocrescência

ascendente (Figura 10): (I) ciclo inferior, formado pelo folhelho Lontras e o turbidito

Rio Segredo; (II) ciclo médio, glacial, com espesso diamictito e varvito; (III) ciclo

superior, formado por espessa seção de folhelho marinho

(Cf. Membro Rio do Sul de FRANÇA; POTTER, 1988) passando “gradacionalmente”

ao arenito deltaico basal do Membro Triunfo (contato “concordante – correlato” entre

os membros Rio do Sul e Triunfo).

Figura 10: Correlação estratigráfica dos perfis Rio do Chapéu e Bonsucesso/Dr. Pedrinho. O folhelho Lontras (f) é sucedido pelo turbidito Rio Segredo, com estratos espessos e delgados (te, td). Sistemas: DG – deglaciação, D – deltaico, G – glacial e F – fluvial. Fonte: modif. de Castro, M. R. (1998).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 17

Destacam-se neste trabalho os dois ciclos iniciais, de origem marinha (I) e

glacial (II). A fácies folhelho - f (Cf. “argilito várvico” do Lontras em TOMMASI;

RONCARATI, 1970) mostra espessura entre 50 e 70 metros. A fácies ritmito

espesso (te) tem 20 metros e é sobreposta por ritmito delgado (td), com 18 a

50 metros (Figura 10). No segundo ciclo, o intervalo de diamictito do

Membro Chapéu do Sol mostra expressivo adelgaçamento de norte (perfis da

margem esquerda do rio Hercílio) para sul (perfis da margem direita - sul). Tal

adelgaçamento (120 para 45 metros) é compensado pelo espessamento de folhelho

do ciclo III na porção sul (mais de 50 metros; Membro Rio do Sul de FRANÇA;

POTTER, 1988), enquanto na margem esquerda esta litologia é praticamente

inexistente. Em resumo, o Membro Rio do Sul, marinho, sucede o Membro Chapéu

do Sol, glacial.

Canuto (1993) propôs a evolução de três tratos de sistema deposicionais,

no preenchimento da depressão de Rio do Sul, entre Alfredo Wagner e a

barragem Dollmann: (1) sistema sub-glacial (com estrias em seu contato com o

embasamento) que é sobreposto, na borda sul, por um sistema glaciomarinho

proximal (espessura de 5 metros); (2) sistema marinho profundo (espessura total

entre 120 e 200 metros), contendo sistemas de leques marinhos com arenitos e

diamictitos maciços, fácies A1 e D3. Tais leques provêm de sudeste (Cf. leque

submarino de CASTRO, J. C., 1980b) e em sua maioria de nordeste, preenchendo

um vale submarino; o sistema profundo é sucedido, ou passa updip a (3) sistema

glaciomarinho proximal (Alfredo Wagner, com 95 metros). Na rodovia BR-470 é o

sistema de leque submarino que por sua vez é sucedido pelo mesmo glaciomarinho

proximal (espessura, 75 metros). Um sistema deposicional marinho raso com

espessura de até 55 metros encerra a sedimentação Rio do Sul (Cf. fácies “flaser”

de GONÇALVES; TOMMASI, 1974) l.

Silva (2005) utilizou os ciclos de Castro, M. R. (1998), desenvolvidos no

vale do rio Hercílio, para o mapeamento da Formação Rio do Sul/Taciba na área de

Rio do Sul. Em sua seção estratigráfica AA’ (Figura 11), Silva mostra a significativa

mudança que ocorre entre as duas áreas:

Os turbiditos Rio Segredo, parte superior do 1° ciclo e objeto deste

estudo, já não ocorrem ao sul de Presidente Getúlio, perfil P2. O mesmo

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 18

ocorre com o sistema glacial do 2° ciclo, que adelgaça para sul e

não ocorre no perfil P4 (ribeirão Lontrinha); e

Um sistema turbidítico desenvolve-se no 2° ciclo, conforme pode-se notar

nos perfis Cobras e Lontrinha, P3 e P4. Tal sistema é mais novo que o do

rio Hercílio, já que está diretamente sotoposto ao folhelho do Membro

Rio do Sul.

Segundo o Prof. Joel C. de Castro (informação verbal), imediatamente ao sul

de Lontras, ao longo da rodovia para Presidente Nereu, os 50 metros do folhelho

Lontras passam lateralmente a espesso diamictito, sucedido por arenito fluvial e,

depois, por delgado folhelho (sucessão de deglaciação?). Só a partir desta última

litologia, vão ocorrer os turbiditos equivalentes ao perfil Lontrinha (P4). Sendo assim,

o sistema turbidítico dos perfis Cobras – Lontrinhas e Lontras – Presidente Nereu é

mais novo que o do Membro Rio Segredo da área de CASTRO, M. R. (1998).

Figura 11: Correlação estratigráfica N-S entre Dona Emma (P1) e Lontrinha (P4), mostrando o 1° ciclo com folhelho várvico Lontras (Fr) e “ritmito” = turbidito Rio Segredo (Rd, Rm, Re; perfil P1), e o 2° ciclo, com fácies glaciais (De, Dcg, ASd; perfil P1) passando lateralmente a turbiditos mais novos que os do Rio Segredo = 1°ciclo (modif. de SILVA, 2005).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 19

Inicialmente, foi proposta por Daemon e Quadros (1970) uma

idade kunguriana para a Formação Rio do Sul. Posteriormente, Daemon (1974)

integrou os dados paleontológicos e palinológicos da Bacia do Paraná,

caracterizando os horizontes marinhos das formações Rio do Sul e Rio Bonito nos

sub-intervalos I1 (folhelho Lontras e Camada Guaraúna), I2 (folhelho Passinho) e

I3 (arenito Taió – Formação Rio Bonito), do Kunguriano (Cf. MEDEIROS;

THOMAZ FILHO, 1973). A idade da Formação Taciba, dada pelas biozonas H2 a I4passou a Artinskiano-Kunguriano (FRANÇA; POTTER, 1988). Mais recentemente,

Souza (2005) posicionou aquela formação nas biozonas H3, I1, I2+I3+I4, atribuindo-as

ao Asseliano-Sakmariano.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 20

CAPÍTULO 3

Sucessão dos Membros Lontras e Rio Segredo

3.1 Análise Sedimentológica

Na análise sedimentológica das fácies arenosas do Membro Rio Segredo,

também devem ser levadas em conta as unidades “lamíticas” encaixantes: o

folhelho Lontras sotoposto, e um intervalo “superior” de turbiditos muito delgados,

acima do arenito Rio Segredo.

Tais unidades lamíticas são ligadas geneticamente aos estratos

areno-argilosos do Membro Rio Segredo. Esses também são considerados turbiditos

com textura/estrutura gradacional, porém, com espessura milimétrica que empresta

um aspecto “várvico” (Membro Lontras) ou de poucos centímetros (Membro

Rio Segredo “superior”). Assim, a litologia e a espessura dos estratos são

fundamentais à caracterização das suas fácies.

3.1.1 Fácies lamítica dos “folhelhos” encaixantes

O termo lamito, ou mudstone, tem textura variando de silte à argila (muitos

autores de língua inglesa utilizam mudstone indistintamente de shale, folhelho).

O termo “folhelho várvico”, antigamente usado para o Membro Lontras, torna-se

bastante característico da sua porção superior, sotoposta ao Membro Rio Segredo.

Neste caso, ocorrem lâminas gradacionais (escala milimétrica) de siltito a folhelho,

normalmente mais resistentes ao intemperismo que os folhelhos “argilosos” normais

do Lontras (Figuras 12-A, 12-B e 12-C). Divergindo destes últimos, o

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 21

folhelho várvico apresenta concreções carbonáticas com estrutura cone-in-cone

(Figura 12-B).

Em sua porção superior “progradante” para o arenito Rio Segredo, foram

reconhecidas três associações faciológicas aonde o folhelho várvico Lontras vem

acompanhado de raros estratos areno-argilosos episódicos de espessuras

crescentes para o topo. Tais estratos eventuais alcançam espessuras de

1 a 3 centímetros (Figura 12-D) ou de 5 a 10 centímetros (Figura 12-E), sendo

caracterizados como turbiditos muito delgados a delgados, respectivamente.

Na porção basal do Membro Lontras, imediatamente acima do diamictito

Campo Mourão, o folhelho várvico vem acompanhado de clastos “caídos”

(dropstone), diminuindo de frequência para cima e desaparecendo em poucos

metros, dando lugar aos folhelhos normais do Lontras (Figura 12-F). Caso similar foi

observado nos lamitos da Formação Campo do Tenente, onde a ausência de clastos

caídos identifica um folhelho várvico, enquanto sua presença caracteriza um varvito

(WEINSCHÜTZ; CASTRO, 2005).

Na “divisão superior” lamítica do Membro Rio Segredo, são característicos

turbiditos muito delgados, com espessura estratal entre 1 e 3 centímetros e

intervalos Tde e Tcde da sequência Bouma (Figuras 12-G e 12-H).

Nas fácies identificadas por Castro, M. R. (1998), tais turbiditos

(“divisão superior”) são classificados como “delgados” (fácies td, Figura 10),

enquanto os turbiditos Rio Segredo (“divisão inferior”) são considerados como sendo

“espessos” (fácies te, Figura 10).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 22

Figura 12: Fácies da porção superior do Membro Lontras: folhelho “várvico” (A, B e C), portando cone-in-cone (B), e turbiditos delgados (D e E). A foto F ilustra varvito com abundantes dropstones na base do Membro Lontras, sucedidos por folhelhos normais. Turbiditos muito delgados (1 a 3 cm) na “divisão superior” do Membro Rio Segredo (G e H). Escalas: caneta e lápis = 15 cm; martelo = 27,7 cm e enxada = 1,10 m.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 23

3.1.2 Turbiditos Arenosos

Os turbiditos areno-argilosos e arenosos podem ser classificados de acordo

com a espessura de seus estratos:

Muito delgado – 1 a 3 centímetros;

Delgado – 3 a 10 centímetros;

Médio – 10 a 30 centímetros;

Espesso – 30 a 100 centímetros;

Muito espesso – 1 a 3 metros; e

“Gigante” – acima de 3 metros.

O turbidito muito delgado, pelo seu aspecto “argiloso” e sua freqüente

associação com o folhelho várvico Lontras, foi apresentado no item anterior

(Figuras 12-G, 12-H). Nos turbiditos delgados, as sequências Bouma Tcde e Tbcde

acabam geralmente sendo observadas, enquanto nos turbiditos médios e espessos

podem-se apresentar as sequências Tabcde e Tabc.

Turbiditos espesso e muito espesso possuem uma geometria tabular;

entretanto, podem apresentar estruturas incomuns como aquelas presentes nos

estratos 69 (Laeisz; Figura 16) e 23 (Wiegand; Figura 15). No perfil Laeisz,

foi coletada amostra de uma delgada camada inclinada e com terminação

assintótica, a qual revelou uma gradação com sequência Tcde. Além disso, essa

mesma camada apresenta uma deformação posterior originando uma espécie de

pseudonódulo “elipsoidal” (Figura 13-C). No caso do perfil Wiegand, o término

tangencial da camada 23 é bastante evidente (Figura 13-D); estas feições são mais

apropriadas a um contexto sigmoidal – deltaico, como observado na área de

Vidal Ramos, Santa Catarina central.

Turbiditos muito espessos tendem a ter uma extensão lateral menor

com uma espessura variável devido à tectônica sinsedimentar ou sobrecarga. É o

caso do arenito de topo do perfil Dona Emma – Ciclo II (Figura 13-E). Este mesmo

arenito pode ter na base um nível de arenito muito fino (40 centímetros) com

laminação cruzada clino-ascendente, mais apropriado a um contexto deltaico.

Provavelmente é o que se observa na base do arenito “gigante” (mais de 6 metros)

no perfil da subida de José Boiteux – Boa Vista. Neste, ocorre um intervalo mais fino

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 24

na base, com menos de 1 metro de espessura, cujo aspecto lenticular também pode

ser interpretado como laminação cruzada clino-ascendente. (Figura 13-F).

Também devem ser mencionadas duas formas de canal erosivo, observadas

no perfil Forcação: uma delas é um estrato elipsoidal na base do canal,

com “sigmóides” em seu interior (Figura 13-G; Cf. Figura 14) que foram

rotacionados entre si por deformação plástica; a outra é uma deformação ainda mais

complexa ocorrendo no “canal erosivo” superior (Figura 13-H).

Por fim, outra ocorrência inusitada em turbiditos clássicos é a presença de

depósitos tracionais, arenito com estratificação cruzada tabular, que aparece pouco

acima da feição anterior (Figura 13-H, canto noroeste).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 25

Figura 13: Estratos e fácies de turbiditos arenosos (ver texto). Escalas: martelo = 27,7 cm; régua = 30 cm; prancheta = 33 cm e enxada = 1,10 m.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 26

CAPÍTULO 4

Estratigrafia

4.1 Perfis Estratigráficos

4.1.1 Perfil Forcação

O perfil Forcação foi levantado na rodovia BR-477 entre Dr. Pedrinho e

Bonsucesso, trecho este que acompanha a margem direita do rio Forcação.

É formado por dois segmentos, sendo o primeiro um paredão vertical clássico

distante 16 quilômetros de Dr. Pedrinho (1° segmento, camadas 1 a 27), onde

10 metros do Membro Rio Segredo estão em contato brusco com o folhelho Lontras.

Após um trecho de 90 metros totalmente coberto pela vegetação, a estrada continua

subindo e possibilita empilhar outros 10 metros essencialmente arenosos

(2° segmento, camadas 1 a 16). Fotos históricas (arquivo pessoal do Prof. Joel

Carneiro de Castro) sugerem que este segundo segmento recobre o primeiro e,

portanto, podem ser considerados aproximadamente 20 metros de espessura total

(Figura 14). Sucedem ainda, 12 metros de folhelho várvico com turbidito muito

delgado, até uma pequena cachoeira, onde foram observadas soleiras de diabásio.

O restante da coluna de interesse se estende até o quilômetro 19 da rodovia, onde

uma extração de folhelho revelou 12 metros adicionais de turbiditos muito delgados

com granulometria muito fina. Com os dados do altímetro, foram calculados em torno

de 45 metros de espessura para a divisão “superior” mais fina e distal do Membro

Rio Segredo.

Serão descritos os dois segmentos do Membro Rio Segredo ilustrados na

Figura 14 pelas fotos A a F (1° segmento), e G a H (2° segmento).

No paredão inicial foram reconhecidos quatro sistemas deposicionais

(perfil faciológico da Figura 14), formados por turbiditos areno-argilosos (I-A e II-A)

recobertos por turbiditos arenosos (I-B e II-B), que podem ser agrupados em pares

de sistemas (tipos I-A/I-B e II-A/II-B), gerando duas sequências de alta frequência.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 27

Na base de cada um dos quatro sistemas, observam-se feições de canal, que serão

descritos a seguir.

O sistema I-A, estratos 1 a 11, inicia-se com dois estratos areno-argilosos

espessos, tendo o arenito do estrato 1 forma lenticular (Figura 14-C), enquanto o

arenito 2, um formato tabular. Entretanto, ambos terminam em onlap contra um

pequeno “alto” síncrono e divisor do folhelho Lontras (“o”; Figura 14-A). Os demais

estratos foram medidos e inseridos na classificação como médios a delgados

(perfil faciológico da Figura 14).

O sistema I-B, estratos 12 a 18, é arenoso e revela localmente um

acentuado relevo erosivo fazendo com que os arenitos se deformem por

escorregamento e assumam formas elipsoidais (corte transversal com diâmetro

maior que 2 metros). Internamente, tal forma revela um conjunto de três blocos

rotacionados por uma deformação sinsedimentar (“e”, Figura 14-C).

O terceiro sistema II-A, no início da segunda sequência (II), estratos

19 a 23, é portador de turbiditos areno-argilosos assim como o sistema I-A, porém,

se difere deste por sua arquitetura estratal com a formação de um expressivo

intervalo dobrado, espessura de 1,20 metro e extensão de 13 metros. Nas margens

desse intervalo notam-se rampas de escorregamento e dois estratos areno-argilosos

espessos, além de um estrato médio sem deformação (Figura 14-D, -E).

Certamente, a presença de um espesso folhelho pertencente ao turbidito

antecedente (Figura 14-B) veio a favorecer o escorregamento, e a camada

turbidítica, ainda semi-consolidada, acabou por deslizar resultando nessa

deformação. É um caso interessante de deformação tectônica sinsedimentar, sem

nenhuma relação com glaciotectonismo.

O quarto sistema (II-B), estratos 24 a 27, é arenoso assim como o segundo,

todavia difere do anterior por apresentar estratificação cruzada tabular (espessura

de 1,20 metro), estrutura essa não usual em turbiditos, a qual foi gerada em frente a

superfícies erosivas inclinadas que cortam estratos turbidíticos amalgamados.

Completam o sistema II-B, as duas camadas iniciais 1 e 2 do 2° segmento

(porção superior do perfil; Figura 14)

Assim, são dois pares de sistemas de turbiditos areno-argilosos (I-A e II-A)

e arenosos (I-B e II-B), com espessuras de 6,5 metros e 5,0 metros

respectivamente, associados a feições erosivas de canal originadas por

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 28

escorregamento de massas semi-consolidadas formadas por turbiditos areno-

argilosos.

O segmento superior, possui 10 metros de espessura e uma constituição

amplamente arenosa, sucedendo lateralmente o primeiro afloramento inferior,

vertical. Seus estratos são classificados como médios a espessos, e de geometria

tabular (Figura 14-G).

Em toda a coluna levantada para o segundo segmento, apenas um turbidito

com 5 centímetros de folhelho no topo foi encontrado (estrato 2, topo do

sistema II-B). Esse elevado teor arenoso do segmento superior é também

observado no parque ao lado do afluente do rio Forcação lateral à escarpa

analisada, em um intervalo sobreposto ao perfil frontal, porém, de difícil acesso.

Isso confirma a sobreposição dos dois perfis levantados na rodovia.

Além do final do sistema II-B, camadas 1 e 2, o segmento superior abriga os

sistemas II-C (camadas 3 a 10), III-A (camadas 11 a 15) e, por fim, III-B

(camada 16).

O estrato 10, com 40 centímetros, é formado de cinco estratos

menores (8 centímetros cada) e, portanto, delgados, cada qual com a sequência

Bouma Tcde (Figura 14-H). Estes representam turbiditos distais e transgressivos do

topo do sistema II-C.

No sistema III-A, ocorre estrato em forma de canal (estrato 13 cortando

o 12), ou mesmo de pequeno canal no topo do estrato 12 (Figura 14-H).

Assim, o perfil Forcação está bastante completo quanto ao arenito

Rio Segredo, com uma espessura total de mais de 20 metros. Ou seja, os sete

sistemas identificados fazem parte de três sequências deposicionais de

alta freqüência (4° ordem ?), designadas I (sistemas I-A e I-B), II (II-A, II-B e

II-C) e III (III-A e III-B).

mentar, a = alto do folhelho Lontras. Escalas: martelo = 27,7 cm e enxada = 1,10 m.

Continuação da Figura 14

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 31

4.1.2 Perfil Wiegand (Rio Vigante)

A rodovia que acompanha o rio Vigante (margem esquerda) possibilita

identificar uma expressiva coluna do folhelho Lontras, com mais de 100 metros,

e um espetacular afloramento contínuo que permite empilhar quase 22 metros do

arenito Rio Segredo. Um extenso e elevado paredão (inacessível) permite visualizar

uma variação lateral de espessura no turbidito basal do Rio Segredo, de espesso

passando a médio, espessura essa confirmada quando a estrada cruza esse mesmo

nível (subindo uma centena de metros). O contraste entre os turbiditos

Rio Segredo e Lontras, representado em sua porção superior por folhelho várvico

com turbidito muito delgado (espessura 1 a 3 centímetros), caracteriza um contato

abrupto e planar.

Foram identificados sete intervalos cronoestratigráficos ou sistemas

deposicionais (perfil faciológico da Figura 15).

Os dois primeiros são parecidos, exceto pela ocorrência de um turbidito

espesso na base e maior conteúdo arenoso do intervalo superior. Assim, o intervalo

turbidítico basal I-A, representado pelos estratos 1 a 10, apresenta turbiditos de

espessura média (sua maioria) e delgada a média (Figura 15-A). Observou-se com

grande frequência a sequência Bouma Tbcde, além de alguns níveis arenosos

“liquefeitos” (slurry) portando clastos de folhelho e matriz síltica (Figura 15-B, acima

dos estratos 2 e 3). Freqüentes marcas de sola, na grande maioria marcas de

arraste (grooves), são observadas nos estratos 5 a 7 (Figura 15-C), e indicam fluxos

para sudoeste (210º a 240º). A proporção de arenito e folhelho, com turbiditos muito

delgados ou ocasionalmente folhelho várvico como o Lontras, é bem equilibrada

neste intervalo (Figura 15-B, -C).

O segundo intervalo (I-B), camadas 11 a 20, é constituído por turbidito

espesso na base, médio (maioria) e delgado/médio. Há um maior teor de arenito em

relação ao folhelho, diferenciando este do primeiro intervalo mencionado.

Assim como no estrato 3 do sistema I-A, foi detectado um folhelho mais espesso em

I-B (estrato 17) que permite interpretar os dois intervalos iniciais como uma

sequência de alta freqüência, I, cada qual com os tratos transgressivo e de nível de

mar alto (Figura 15-A, -D).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 32

O terceiro e quarto intervalos (II-A e II-B) são essencialmente arenosos,

com seus estratos 21/22 e 23 a 26 (Figura 15-E, -F) formados por turbiditos muito

espesso, espesso (maioria) e médio. Na base do mais espesso, estrato 23,

observa-se uma estratificação inclinada com término assintótico, feição esta não

característica em turbiditos (Figura 13-D, Capítulo 3).

O quinto intervalo (II-C), estratos 26 a 35, é formado por turbiditos delgado e

delgado a médio com sequência Bouma Tcde, sendo o folhelho predominante em

relação ao arenito. Interpreta-se esses três intervalos como sequência II, tendo os

turbiditos muito espessos 21, 23 e 27 na base dos mesmos.

O sexto intervalo (III-A) conta com os estratos 36 a 48, constituído por

turbiditos espesso na base (37), médio na maioria, e raro delgado; a sequência

Bouma Tbcde é comum e o teor de arenito é superior ao de folhelho (Figura 15-G).

A presença de espesso folhelho (estrato 37c) sobre o turbidito basal, sugere um trato

transgressivo inicial seguido de trato (agradacional) de mar alto (sequência III;

Figura 15).

Finalmente, a base de um novo sistema III-B é representada pelo estrato

arenoso espesso 49 que se encontra mal preservado por estar localizado no topo da

escarpa (Figura 15-H). Sendo assim, a sequência III pode estar incompleta neste

sistema.

Continuação da Figura 15

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 35

4.1.3 Perfil Laeisz (Ribeirão da Laje)

O perfil Laeisz foi levantado numa estrada secundária transversal à principal,

que acompanha a margem esquerda do ribeirão da Laje. Constitui um excelente

conjunto de turbiditos, com 22 metros de espessura em um contexto até mais distal

que outro similar, o Taiózinho. O perfil se estende morro acima, porém, pobremente

exposto; assim, a espessura do arenito Rio Segredo supera aquelas observadas

anteriormente. O “substrato” Lontras, com 80 metros, está bem representado por

afloramentos principalmente em sua porção superior (últimos 25 metros).

O arenito Rio Segredo é formado por três sequências, sendo a inferior, I,

formada de dois sistemas menores, I-A e I-B. A sequência II é formada de

três sistemas, II-A a II-C, enquanto na sequência III destacam-se os

sistemas III-A e III-B (perfil faciológico da Figura 16).

O sistema I-A e parte do I-B, estratos 1 a 7, são constituídos por arenitos

(turbiditos arenosos) espessos separados por folhelhos (turbiditos argilosos) de

espessura média (10 a 30 centímetros), sendo que no topo do estrato 7 ocorre um

folhelho mais espesso, com 35 centímetros. As fotos A e B da Figura 16 ilustram o

intervalo, destacando a estratificação convoluta do turbidito basal, estrato 1.

O sistema II-A, com 3,0 metros, é formado por aproximadamente

19 estratos (11 a 29), com espessura média de 15 centímetros, pouco acima do

limite delgado – médio; a sequência Bouma Tcde é dominante (Figura 16-D). Tal

característica retrogradacional do II-A sugere um trato transgressivo e, portanto,

tal sistema pode ser considerado como sendo uma sequência de alta frequência.

O sistema II-B envolve os estratos 30 a 55. Os estratos 30 a 32

destacam-se no intervalo por apresentarem estratificação convoluta no estrato basal

(30) do turbidito, já considerado espesso (40 centímetros; Figura 16-E). Esta mesma

situação ocorre no sistema I-A com o estrato 1, donde o estrato 30 consolida a

posição como base de sequência e, acompanhado dos estratos 31 e 32, também

manifesta uma condição transgressiva – retrogradante (Figura 16). Os estratos

33 a 55 mostram tendência retrogradante de maior permanência. Esse intervalo

pode ser dividido em dois sistemas menores, 33 a 44 e 45 a 55, sendo que

o segundo constitui um marco estratigráfico, conforme será visto no perfil Taiózinho

(vide item 4.1.4).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 36

O sistema II-C mostra uma distribuição irregular de seus arenitos e

folhelhos. Seus turbiditos variam de delgado (8 centímetros, estrato 56) a espesso

(60 centímetros, estrato 60), e seguem um comportamento estratocrescente

(thickening-up) (Figura 16-F). Em direção ao topo, o sistema II-C apresenta uma

situação de afogamento transgressivo, do estrato 62 ao espesso folhelho

(45 centímetros) do estrato 66, e a partir daí uma ligeira tendência agradante,

estratos 67 e 68 (Figura 16-G). Assim, considera-se tal sistema como progradante –

retrogradante – agradante.

A sequência III envolve os sistemas III-A e III-B, respectivamente

contendo os estratos 69 a 78 e 79 a 81.

O sistema III-A registra a chegada dos turbiditos mais espessos à

área Laeisz: o estrato 69 tem 60 centímetros de arenito, enquanto o estrato 70 tem

1,70 metro. O estrato 69, entretanto, mostra característica distinta dos turbiditos, pois

em sua porção inferior apresenta dobras complexas e mesmo uma feição elipsoidal.

Uma amostra revelou laminação cruzada clino-ascendente gradando a siltito, o que

configura um pequeno turbidito Tcde incompatível com o tamanho do estrato

(Figura 16-G, ver seta). Somado ao fato desta camada estar na base, levanta-se a

possibilidade de se tratar de uma estrutura sigmoidal em um contexto mais raso,

provavelmente deltaico. O próximo estrato reforça esta tendência mais proximal,

pela sua espessura.

Para o topo, o sistema III-A, rico em pelitos, indica uma subida do

nível de base; nele estão intercalados turbiditos delgados e médios, com

sequências Bouma Tcde e Tbcde (Figura 16-H).

Por fim, os estratos analisados do sistema III-B têm início com o espesso

turbidito tabular 79 e o subsequente folhelho também espesso (Figura 16-I).Seguem dois estratos areno-argilosos, 80 e 81, com turbiditos delgado e médio.

Interpretam-se os sistemas III-A e III-B como uma sequência de

alta frequência III, com os tratos de mar baixo e transgressivo – mar alto.

Continuação da Figura 16

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 39

4.1.4 Perfil Taiózinho

O afloramento foi proporcionado por um corte de estrada secundária,

transversal à estrada principal (na margem direita do rio Hercílio) e que dá acesso a

uma unidade de geração de energia hidroelétrica. Por se tratar de um afloramento

novo, é provavelmente um dos melhores para o estudo dos turbiditos na área.

Neste afloramento, foi identificado um pequeno ciclo na porção superior do

Membro Lontras (LS, Figura 17): quatro eventos de turbiditos delgados

(camadas 1 a 4) são afogados por folhelhos (camadas 1a a 4a), os quais, na

realidade, contem uma ou mais camadas de turbiditos muito delgados. O estrato

basal tem 11 centímetros de espessura e sequência Bouma Tbcde, enquanto os

demais só mostram estratificação gradacional (graded bedding).

No Membro Rio Segredo foram caracterizados seis sistemas agrupados em

três sequências de alta frequência (I, II e III; Figura 17):

Sistema III-A – camadas 43 a 46;

Sistema II-C – camadas 30 a 42;

Sistema II-B – camadas 21 a 29;

Sistema II-A – camadas 13 a 20;

Sistema I-B – camadas 09 a 12; e

Sistema I-A – camadas 05 a 08

Os sistemas I-A e I-B têm, cada um, dois ciclos maiores de fácies. O

sistema I-A tem em sua base turbiditos médio/espesso e espesso, seguidos de

turbiditos de espessura média; e também um teor de arenito maior que de folhelho.

O sistema I-B apresenta nas bases turbiditos espessos, seguidos de turbiditos

espesso, médio/delgado e delgado, com quantidade de arenito semelhante à de

folhelho (Figura 17-B, -C). Nota-se uma diminuição de energia para cima, em cada

um dos sistemas. A sequência Bouma Tbcde ocorre nos dois sistemas, enquanto que

turbiditos Tcde são predominantes no segundo sistema.

Os três sistemas II-A, II-B e II-C (sequência II) se apresentam da seguinte

maneira: o sistema II-A apresenta turbiditos de espessura média na base e acima,

com quantidade de arenito equivalente a de folhelho. Os sistemas II-B e II-C são

constituídos por turbiditos espessos/médios na base, e médios passando a

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 40

médios/delgados para o topo. Além disso, há uma proporção de arenito maior ao de

folhelho na base de ambos e quantidade de arenito semelhante (II-B)/inferior (II-C)

ao folhelho para o topo (Figura 17-C até -H).

Um destaque deve ser dado ao ciclo da parte superior do sistema II-B,

camadas 25 a 29, posicionado bem no meio da sequência II (Figura 17-F). Tal ciclo

mostra impressionante equilíbrio e perfeição na organização de seus cinco estratos,

segundo o quadro abaixo:

Quadro 1 – Organização dos estratos do ciclo superior no sistema II-B

Estrato Arenito – A (cm) Folhelho – F (cm) A+F (cm) A:F

29 5 15 20 A<F

28 13 10 23 A~F

27 21 4 25 A>F

26 10 10 20 A~F

25 18 5 23 A>F

Apesar da espessura total de todos os estratos areno-argilosos ser

constante (20 a 25 centímetros), há um número variável de pequenas camadas em

cada estrato. O estrato 25 possui espessura média com A > F; o 26 tem duas

camadas de espessura delgada/média e A ~ F; enquanto isso, os estratos 27, 28, 29

têm, cada um, três camadas menores (delgadas) e argilosidade crescente para o

topo (A > F, A ~ F e A < F, respectivamente) (Figura 17-F). Assim, ocorrem notáveis

adelgaçamento e afinamento ascendente (thinning-up, fining-up), sendo que tais

características tornam o ciclo de cinco estratos, 25 a 29 (na verdade, 1 + 2 + 3 + 3

+ 3 = 12 camadas), um marco estratigráfico identificado também no perfil Laeisz.

Parte do sistema III-A levantado no perfil Taiózinho exibe espesso estrato

basal (estratos 43 a 44), seguido de dois estratos areno-argilosos (camadas 45 e 46;

Figura 17). O afloramento encontra-se um pouco alterado, o que dificulta o seu

detalhamento.

Em outro afloramento, localizado na margem esquerda do ribeirão da Prata

(4 quilômetros de sua foz junto ao rio Hercílio), pode-se observar um raro contato

transicional entre o folhelho Lontras e o arenito Rio Segredo (Figura 17-J).

martelo 27,7 cm.

Continuação da Figura 17

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 43

4.1.5 Perfil Dona Emma

A via asfaltada SC-421, de Presidente Getúlio a Dona Emma, proporciona

excelentes afloramentos da sucessão Lontras – Rio Segredo em seus primeiros

dez quilômetros (1° ciclo de CASTRO, M. R., 1998), sendo que o quilômetro 11

já expõe depósitos glaciais sobrepostos (2° ciclo de CASTRO, M. R., 1998).

Foram calculados, para o folhelho Lontras, 110 metros de espessura em

perfil transversal à rodovia (informações verbais do Prof. Joel Carneiro de Castro).

Recentemente, uma grande pedreira (extração do folhelho do

Membro Lontras para pavimentação de estradas secundárias) foi reativada, expondo

um excepcional corpo arenoso em sua porção superior, com pelo menos 10 metros

de espessura. Com isso, ficaram caracterizados dois importantes ciclos do folhelho

Lontras seguido de arenito Rio Segredo: o primeiro, já reconhecido anteriormente, é

aqui tratado como perfil Dona Emma – ciclo I, e o segundo como perfil Dona Emma

– ciclo II. Como a rodovia “sobe” na Estratigrafia no sentido Dona Emma (mergulho

regional), o primeiro ciclo é mais acessível pela rodovia SC-421, um quilômetro

adiante da pedreira (Figura 18-C, -D). O acesso ao segundo ciclo, grande exposição

ilustrada na Figura 18, fotos A e B, é proporcionado por um caminho aberto por

trator para acesso dos trabalhadores à pedreira numa cota elevada.

4.1.5.1 Perfil Dona Emma – ciclo I

Na pedreira já mencionada, sua frente inicial expõe o primeiro ciclo tendo o

folhelho Lontras “normal”, sobreposto por 15 metros de folhelho “várvico” com raras

intercalações de turbiditos muito delgados (Fv-I) e, por sua vez, recoberto

com 6 a 7 metros de turbiditos (RS-I; Figura 18-A).

Na “clássica” exposição relativamente mais acessível da rodovia, foi

esboçado um perfil estratigráfico estimando as espessuras do turbidito inferior –

ciclo I (RS-I). Em seus aproximados 7,5 metros, o perfil textural revelou uma

sucessão inicial de adelgaçamento dos corpos tabulares, seguida de um

espessamento (Figura 18). Nota-se que essa tendência é inversa àquela

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 44

proporcionada pelos perfis descritos anteriormente, lembrando aquele do perfil

Forcação.

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21.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 46

4.1.5.2 Perfil Dona Emma – ciclo II

Esta notável exposição acabou sendo prejudicada pelo desabamento de

grandes blocos de arenito, bem como de uma avalanche de lama e blocos que

segmentou ao meio a grande exposição, impossibilitando um acesso minimamente

seguro ao setor esquerdo da mesma (Figura 19).

Do lado direito da pedreira, o substrato é composto por folhelho várvico e

turbiditos muito delgados encoberto por detritos. Sucedem dois afloramentos

arenosos, provavelmente da parte inferior do arenito – ciclo II (RS-II), apenas

registrados fotograficamente (Figura 19-A, -B).

O principal objeto de estudo é a porção superior do corpo arenoso do

ciclo II, com espessura de aproximadamente 4 metros (além de outros 4 metros

sotoposto a ele) e que forma uma frente contínua e visível (Figura 19-C).

Abaixo do arenito acima referido, encontram-se três fácies distintas

agrupadas em dois níveis estratigráficos. Abaixo, uma fácies areno-argilosa à

esquerda dá lugar lateralmente a uma fácies arenosa espessa, semelhante ao

arenito de topo (à direita); acima, em posição superior, uma fácies “argilosa” recobre

as anteriores e está sotoposta ao arenito de topo.

A primeira das três, areno-argilosa (ci, cs; Figura 19), é formada de dois

pequenos ciclos de espessura semelhante, 1,5 metro cada, e uma geometria em

cunha com topo plano (Figura 19-D ilustra o término das duas cunhas do lado

direito). Cada ciclo revela uma sucessão granocrescente, de arenitos com

laminação cruzada clino-ascendente e siltito, para um arenito fino/muito fino

com laminação plano-paralela e cruzadas clino-ascendentes.

A segunda fácies, arenito (Figura 19-D, -F, -H; fácies as), é posicionada à

direita da fácies anterior: consiste de um corpo arenoso de forma circular

(parte superior, aparentemente resultado de uma deformação rotacional posterior,

Figura 19-D) e que apresenta base tangencial, com lentes arenosas maciças ou

deformadas plasticamente, bem como provável intercalação de arenito e siltito da

fácies da cunha (ci) na sua porção basal (Figura 19-E).

A terceira fácies de folhelho várvico com turbidito muito delgado (tmd) se

sobrepõe às anteriores e é bem distribuída sob o grande arenito de topo

(at; Figura 19-G, -H). Esta possui uma espessura uniforme, com quase 1 metro,

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 47

que só se reduz por erosão ou deformação das camadas pelo arenito de topo

(Figura 19-H).

Esse arenito do topo forma uma escarpa contínua e, portanto, uma

geometria tabular, que é interrompida na altura do seu 4° bloco (Figura 19-C, -H).

Neste, é observado um adelgaçamento para a direita, devido ao “anteparo”

representado pelo corpo arenoso (at) anterior ao marco de folhelho várvico/turbidito

muito delgado (tmd) (Figura 19-H, -D). Em compensação, o arenito at apresenta

falha de crescimento em seu canto esquerdo, observável na face perpendicular ao

trend geral (Foto 19-C, -H) e ilustrada na Figura 19-L. Aqui a falha sindeposicional

afeta o terço inferior do arenito, e “injeta” apêndices arenosos como “diques” e

“soleiras” no folhelho várvico sotoposto.

Outra observação no arenito do topo provém de sua extremidade esquerda

acessível, entre o 1° e 2° blocos (Figura 19-B). Uma superfície inclinada, sigmoidal,

recebe depósitos areno-lamíticos escorregados (Figura 19-I) que sugerem uma

migração lateral (para a direita) do corpo arenoso de topo. Um último bloco de

arenito, à esquerda (inacessível), completa o quadro estratigráfico (Figura 19-J).

A Figura 19-K mostra a parte superior de um bloco caído, com intraclastos de

folhelho e laminação cruzada clino-ascendente em seu topo. Esse mesmo bloco,

com 5 metros, exibe na sua base prováveis laminações cruzadas clino-ascendentes,

que lhe confere um aspecto sigmoidal mais adequado para um contexto deltaico.

Em síntese, o perfil Dona Emma é bastante diferente dos anteriores, e o

tratamento em forma de ciclos é adequado (folhelho + arenito I e II).

No Capítulo 5 (correlação) “amarra-se” tais ciclos aos sistemas e sequências

observados.

se inferior; cs = crevasse superior (fotos D e E); as, at = arenito sigmoidal e de topo (fotos D a F e C, H, L);o muito delgado (foto G). Escalas: martelo= 27,7 cm e enxada = 1,10 m.

Continuação da Figura 19

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 50

4.1.6 Perfil Boa Vista

O perfil Boa Vista foi levantado em um único afloramento, com acesso pela

rodovia Presidente Getúlio – Dona Emma. Utilizou-se uma estrada que sai à direita e

que cruza o ribeirão Krauel, subindo a serra com destino a José Boiteux

(outro lado da serra), topando o afloramento pouco adiante (Figura 02).

O perfil, de 13,5 metros, tem início com o folhelho várvico Lontras, contendo

uma camada bem tabular arenosa (arenito 1, Figura 20-A). Sucede um pequeno

ciclo de aumento do teor de arenito, quando o folhelho várvico passa a turbidito

areno-argiloso e a turbidito arenoso. A sucessão apresenta no total 5 metros de

espessura, sendo 4 metros do folhelho várvico e 1 metro das fácies arenosas

(turbiditos 2 e 3, Figura 20-B, -C). Observou-se uma segunda ocorrência do folhelho

várvico (1 metro) sobreposto por um corpo arenoso, com quase 6 metros de

espessura (Figura 20-D). Este último compreende dois conjuntos, o dos arenitos

4 e 5 com granodecrescência ascendente, e os estratos muito espessos 6 e 7, em

forma de caixa (Figura 20-C, -D).

Todos os estratos se assemelham a turbiditos, inclusive o arenito 5, com

laminações horizontais e clastos de folhelho, indicando processos de suspensão

(Figura 20-E, -F).

O perfil Boa Vista é correlacionável com o perfil Dona Emma – ciclo I,

2 quilômetros a oeste (ver mapa de localização na Figura 2 e/ou Apêndice B), em

relação à escarpa dos arenitos 4 a 7. Entretanto, o intervalo contendo os

arenitos 1 e 2/3 não foi observado em Dona Emma. Tal arenito de 4 a 7, incluindo

o folhelho várvico Lontras sob o mesmo, corresponde ao arenito Rio Segredo –

ciclo I de Dona Emma (Figura 18-D). Ou seja, os turbiditos 2 e 3 com

espessamento ascendente diferem daqueles de uma fase transgressiva inicial

igualmente posicionados na base do Membro Rio Segredo (ver perfis anteriores,

Figuras 14 a 17). Outro fato que comprova esta conexão, e, portanto, identifica

um contexto Boa Vista – Dona Emma, é a ocorrência, em Dona Emma – ciclo II,

de outro espesso folhelho várvico sotoposto aos arenitos com estratos gigantes –

RS-II (Figura 19). Fácies semelhante a esses estratos gigantes, e em posição

estratigráfica similar, são encontradas na rodovia Boa Vista – José Boiteux, sentido

descida para José Boiteux (Figura 2 e/ou Apêndice B). Tais estratos arenosos

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 51

gigantes estão pouco abaixo de depósitos glaciais, que delimitam superiormente o

Membro Rio Segredo.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 52

Figura 12: Perfil Boa Vista, com seus estratos e fácies constituintes.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 53

4.1.7 Perfil Mirador

Este perfil é composto por três afloramentos isolados na rodovia

Presidente Getúlio – Mirador, ao largo da margem direita do ribeirão da Onça.

Nele são encontrados os últimos pontos do turbidito Rio Segredo, que praticamente

não é mais visto ao sul. Como exemplo, na rodovia entre Presidente Getúlio e

Rio do Sul, via serra, diamictito glacial sobrepõe-se diretamente ao folhelho Lontras.

O primeiro grande afloramento, junto ao parque aquático, revela um corpo

principal de arenito inserido dentro do folhelho Lontras, semelhante ao

arenito Rio Segredo – ciclo I de Dona Emma (Figura 21-A; Cf. Figura 18).

Os dois pontos seguintes, no sentido Mirador, mostram inicialmente bancos

arenosos de espessura média e delgada, e significativas mudanças laterais de

espessura. O folhelho várvico interpõe-se entre esses arenitos e aqueles mais

para o topo do afloramento: estes se apresentam como pseudonódulos e outras

deformações ligadas a escorregamentos e corte erosivo de superfícies

(Figura 21-B).

O último ponto mostra arenitos espessos e praticamente tabulares,

interrompidos por falhas normais, aparentemente progradando sobre os folhelhos,

num contexto que lembra uma deposição mais proximal, sob influência deltaica

(Figura 21-C).

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Lygia R. de M. de Andrade (2010) 55

4.2 Correlação Estratigráfica

Quatro dos cinco perfis estratigráficos apresentados na Figura 22dispõem-se aproximadamente na direção N-S, numa distância de 28 quilômetros,

sendo que os perfis Forcação e Dona Emma são mais arenosos e próximos da área

fonte, respectivamente a norte e sul. O perfil Laeisz é o mais areno-argilo e distal,

enquanto o Wiegand tem características intermediárias entre o Forcação e Laeisz.

Assim, tal seção N-S é orientada no sentido do mergulho deposicional. O perfil

Taiózinho fica 40 quilômetros a noroeste do Laeisz, com o qual guarda bastante

semelhança faciológica e deposicional. Assim, pode-se inferir um strike NO-SE para

a “bacia” turbidítica, donde a projeção do perfil Taiózinho na seção N-S.

Cálculos de razão arenito:folhelho (sand:shale) e frequência das espessuras

dos estratos foram realizados em escritório. A visualização dos perfis Forcação,

Wiegand e Laeisz já fornece um sentido proximal – distal, confirmado pela maior

razão arenito:folhelho e frequência dos turbiditos espessos no sentido do Forcação.

A grande espessura do folhelho Lontras entre os dois turbidíticos arenosos do

perfil Dona Emma também serve como indicativo da maior variação paleoambiental

desta área sul.

Conclui-se, com base nos perfis estudados, que todo o estrato ou ciclo

turbidítico apresenta granodecrescência ou adelgaçamento ascendente. O marco da

parte média da sequência II é um bom exemplo (Figura 22) e também configura um

tipo intermediário entre turbiditos arenosos e argilosos, ou seja, o marco é

constituído de turbiditos areno-argilosos comportando espessuras médias e

delgadas. Pelo contrário, no caso dos arenitos, a tendência é de progradação,

refletido no seu padrão clássico de granocrescência e espessamento ascendente.

Corresponde na seção ao padrão “funil”, o qual ocorre cinco vezes no perfil

Forcação e quatro vezes no perfil Dona Emma (Figura 22).

O primeiro sistema (I-A) mostra um padrão marinho distal na área norte, e

um formato de “caixa” arenosa no perfil Dona Emma (proveniência principal sul).

Para o sistema I-B, a porção norte (Forcação) também já atua como área fonte

(Figura 22).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 56

A sequência II registra a maior expansão do sistema marinho para o sul; a

Figura 22 revela o afinamento textural do Forcação (arenoso) para o Dona Emma

(argiloso).

Finalmente, a sequência III revela uma contribuição deltaica da borda sul,

com prováveis lobos sigmoidais, e a presença, para o topo, de turbiditos de

espessura “gigante”, indicando também características mais rasas de frente deltaica.

Tal condição mais rasa também ocorre na parte norte, porém com menor

importância.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 57

Figura 22: Correlação cronoestratigráfica entre os perfis selecionados. Datum, contato Lontras/Rio Segredo. Sete ciclos (I-A a III-B) e três seqüências de alta freqüência (I, II e III). MK = marker.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 58

CAPÍTULO 5

Turbiditos da Bacia Tanqua-Karoo: um Análogo?

No extremo sudoeste da Bacia Karoo, localizada no sul do continente

africano (Figura 23-A), imediatamente a norte da Faixa Dobrada do Cabo

(CFB, Cape Foldbelt), desenvolveram-se duas sub-bacias, Tanqua e Laingsburg

(Figura 23-A), com intervalos de turbiditos de leque de assoalho de bacia.

Sua geometria em lençol e praticamente nenhuma deformação (Tanqua) torna-os

possíveis análogos para o Membro Rio Segredo.

A Bacia Karoo desenvolveu-se como uma bacia foreland, sendo bordejada

pela Faixa Dobrada do Cabo, que forma uma cadeia montanhosa ao longo de sua

margem sudoeste. Os dois ramos da CFB (Figura 23-B), um com orientação

noroeste e outro leste-oeste, se encontram em uma área sintáxica onde se

desenvolveu um par de anticlinais com orientação N-E. A formação incipiente desse

par anticlinal resultou no desenvolvimento das duas sub-bacias sendo a forma

alongada da Bacia Laingsburg devida a anticlinais com eixo E-W associado ao

desenvolvimento do cinturão dobrado (BOUMA; WICKENS, 1994; GRECULA et al.,

2003).

Figura 23: A – Mapa de localização da área de estudo, no canto sudeste da Bacia Karoo, vizinha à Faixa Dobrada do Cabo (CFB) (modificado de GRECULA et al., 2003). B – Áreas dos dois complexos de leque de assoalho de bacia, Tanqua e Laingsburg, com o transporte de sedimentos a partir dos dois ramos da CFB (modificado de JOHNSON et al., 2001).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 59

A coluna pós-Whitehill (equivalente a Formação Irati no Brasil) é composta

das formações Collingham e Tierberg/Vischckil, a primeira com turbiditos delgados

intercalados com tufos vulcânicos, e a Tierberg com 600 metros de folhelhos baciais

(Bacia Tanqua) ou Vischckil (Bacia Laingsburg), com 150 metros de siltitos-turbiditos

distais. Próximo ao topo desta última ocorrem feições de deslizamento e

escorregamento (espessura de 20 a 30 metros), que podem refletir a primeira fase

de deformação na bacia (Figura 24).

Figura 24: Cartas estratigráficas das Bacias Tanqua – Karoo (A) e Laingsburg – Karoo (B), com a posição dos turbiditos das formações Skoorsteenberg e Laingsburg (Neopermiano), do Grupo Ecca (A – modif. de BOUMA; WICKENS, 1994; B – modif. de GRECULA et al., 2003).

Sucedem as unidades turbidíticas das formações Skoorsteenberg,

com 450 metros de espessura (Bacia Tanqua; Figura 24-A), e Laingsburg, 800

metros de espessura (bacia homônima; Figura 24-B). A primeira ocupa uma área de

650 quilômetros quadrados e é composta de cinco leques de assoalho de bacia

(números 1 a 5) e um sexto leque de talude, separado entre si por folhelhos baciais

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 60

(BOUMA; WICKENS, 1994). A segunda Formação/sub-bacia apresenta seis

intervalos ricos em turbiditos arenosos, separados por unidades argilosas com 10 a

90 metros de espessura (GRECULA et al., 2003).

Em seguida, na sub-bacia Tanqua, tem-se as formações Kookfontein e

Koedoesberg, com depósitos argilosos de prodelta/talude e arenosos de frente

deltaica. Na sub-bacia Laingsburg, as unidades correspondentes são as formações

Fort Brown e Waterford.

Na sub-bacia Tanqua, dois leques de assoalho de bacia mostram

complexos de canal com depósitos de dique e extravasamento (levee-overbank), ou

seja, leque médio, que mudam mergulho abaixo para lobos não canalizados, em

lençol (leque externo). Os outros três leques de assoalhos de bacias contêm lobos

de leques externos (BOUMA; WICKENS, 1994).

Na sub-bacia Laingsburg, os seis leques são designados de A a F

(Figura 24-B), sendo o leque A um complexo de leque de assoalho de bacia,

seguido pelos leques B a F, que exibem intervalos canalizados com amalgamento

interno, depositados em talude e base de talude (GRECULA et al., 2003).

Os preenchimentos de canais no leque B são agrupados em complexos, que criam

uma rede entrelaçada flanqueada por depósitos (em lençol) de extravasamento,

estendendo-se por 40 quilômetros mergulho abaixo. Este caso é documentado por

Grecula et al. (2003) na localidade Skeiding. A Figura 25 mostra o

padrão de empilhamento e as fácies típicas de um ciclo deposicional, em

elementos arquiteturais de um sistema turbidítico de canal – extravasamento

(channel-overbank): destaque para a diminuição de energia (adelgaçamento –

thinning e granodecrescência – fining) do eixo para a margem do canal e daí para o

lençol de extravasamento (GRECULA et al., 2003).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 61

Figura 25: Variações no padrão de empilhamento e fácies típicas de um ciclo deposicional, em diferentes elementos arquiteturais de um sistema turbidítico channel-overbank(GRECULA et al., 2003).

Dois trabalhos mais recentes se ocuparam dos turbiditos da Bacia Tanqua.

Johnson et al. (2001) mapearam cinco leques submarinos (1 a 5), sendo os

quatro primeiros de assoalho de bacia, e o quinto de talude; o leque 3 é ilustrado na

Figura 26-A. Nota-se o padrão de leque canalizado, com a distribuição radial

dos canais e as paleocorrentes se dirigindo para NNE. Hodgson et al. (2006)

mapearam quatro leques submarinos, com o apoio de sete poços

testemunhados/perfilados. Em seu mapa de isópacas do leque 3, observa-se

um depocentro de 50 metros e orientação inicial das curvas E-W passando a N-S,

refletindo paleocorrentes para leste e depois norte (Figura 26-B). A Figura 27(HODGSON et al., 2006) mostra a paleogeografia dos leques 2 e 3: é nítida a

progradação, para leste e norte, do leque 3 relativamente ao de número 2.

Os autores também interpretam o leque 3 formando-se a partir da base do talude.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 62

Figura 26: A – Diagrama ilustrativo do sistema de canais do leque 3 (modif. de JOHNSON et al., 2001). B – Mapa de isópacas do leque 3, integrando afloramentos e poços (intervalo de contorno, 5 metros; HODGSON et al., 2006).

Figura 27: Reconstruções paleogeográficas dos contornos de sistemas do leque 2 e 3. Linhas tracejadas mais espessas representam a base (estimada) do talude (HODGSON et al., 2006).

O painel N-S de correlação dos poços testemunhados mostra os três leques

(2, 3, 4), os folhelhos e siltitos separando os leques (interfan, siltstone), além do

leque de talude (unidade 5). Destaca-se na Figura 28 (HODGSON et al., 2006) que:

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 63

Cada leque arenoso prograda sobre o siltito interleque, no sentido norte;

Usando o siltito interleque da base do leque 4 como datum, pode ser

observada uma geometria sigmóide do mesmo, refletindo também no

drape síltico do topo do leque 4, que realça o perfil clinoformal

da progradação; e

O máximo do tamanho de grão é areia fina, motivo pelo qual tais leques

turbidíticos são diferenciados (fine-grained turbidites).

Figura 28: Painel N-S de correlação de três leques de assoalho de bacia (2, 3, 4) e do sistema de talude sobreposto (unidade 5), em sete poços com testemunhos e perfis Raio Gama (à direita de cada poço). Unidades sílticas separam os leques arenosos, e o tamanho máximo de grão é areia fina (modif. de HODGSON et al., 2006).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 64

A Figura 29 mostra o empilhamento do leque 3 em seção estratigráfica

elaborada por Johnson et al. (2001). Nota-se, como foi feito na Figura 28, que o

datum está na base do leque, e portanto, também vai se evidenciar a geometria

clinoformal do referido leque submarino. Destacam-se três ciclos menores de

granocrescência, cada um com o respectivo siltito – folhelho (suas “seções-

condensadas” e, portanto, “transgressivas”). Há uma nítida progradação desses

“sub-leques” para a esquerda (norte). Os autores também mencionam uma

geometria lobada na unidade arenosa mais baixa (Figura 28; vide a geometria do

leque 3 na Figura 26-A).

Figura 29: Leque 3, destacando a correlação de seções condensadas (verde), e usando a base do leque como datum. Notar geometrias clinoformais das seções condensadas mergulhando para a bacia (norte), e a geometria lobada da unidade arenosa mais inferior (JOHNSON et al., 2001).

Johnson et al. (2001) ilustram esquematicamente na Figura 30 a evolução

da sedimentação turbidítica profunda (Formação Skoorsteenberg) para marinha rasa

(formações Kookfountain e Koedoesberg – ver Figura 24-A). Nota-se os leques de

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 65

assoalho de bacia (1 a 4), leque de talude (5) e sistema alimentador de talude

(unidade 6).

Esse modelo de turbidito (de base de talude) alimentado por delta de

margem de plataforma se assemelha a alguns sistemas Mesozóicos, como a

Formação Itajaí/Membro Ilhabela (Turoniano – Santoniano) da Bacia de Santos

(PEREIRA, 1990). O sistema de leque canalizado, na verdade se assemelha ao do

Neogeno do grande Cone do Amazonas, quando a melhor opção seria o modelo

de supraleque (suprafan), ou seja, canal conectado com lobo (NORMARK, 1978).

Todavia, o importante são as analogias desses sistemas turbidíticos

Tierberg/Skoorsteenberg ou Vischknil/Laingsburg com o sistema de água profunda

Lontras/Rio Segredo. Enquanto que aqui se tem apenas um ciclo de progradação,

na sub-bacia Tanqua são cinco leques arenosos, sendo o leque inferior (1) sobre o

folhelho bacial, o que mais se identifica com este caso. No sul africano, a ciclicidade

está relacionada ao contexto foreland da Bacia Tanqua – Karoo, manifestando uma

tectônica ativa com a sedimentação do Grupo Ecca (GRECULA et al., 2003).

Figura 30: Sumário da estratigrafia dos elementos arquiteturais e geometrias em seções dip e strike, e das posições estratigráficas dos sistemas de leque, talude e plataforma da Bacia Tanqua-Karoo (JOHNSON et al., 2001).

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 66

CAPÍTULO 6

Conclusões Turbiditos “arenosos” (espessos) e “argilosos” (folhelhos “várvicos”

milimétricos) formam um par ou ciclo de fácies arenito + folhelho, tendo o contato

brusco entre os dois componentes.

Um ciclo “intermediário” é representado por uma sucessão de turbiditos

médios a delgados gradando a folhelho. Um exemplo é o caso do marker

(sequência II), um conjunto de camadas turbidíticas (bedsets) que mostra uma

tendência de decrescência ascendente de suas texturas e espessuras.

O folhelho participa como intervalo Te da sequência Bouma, incluindo o Tde,

centimétrico ou milimétrico, este último equivalente ao folhelho várvico Lontras. A

fácies “folhelho”, cor verde nos perfis desta Dissertação, abriga turbiditos muito

delgados (1 a 3 centímetros) e é considerada como sendo outra fácies. Assim, um

par turbiditico, arenito de base e folhelho de topo, constitui um ciclo de duas fácies,

seja ele espesso ou delgado.

Na seção estratigráfica N-S, nota-se um aumento da razão arenito:folhelho,

sendo o perfil Forcação o mais arenoso em relação aos demais. Nele também são

detectados vários ciclos de estratocrescência, que corroboram uma interpretação

deltaica.

Na margem sul, a sucessão Lontras – Rio Segredo representa uma

deposição turbidítica de plataforma segundo dois ciclos arenosos maiores, sendo

que no ciclo superior já se tem evidências deltaicas de água rasa.

Um importante alto de embasamento delimita as “bacias” do norte

(rio Hercílio – Presidente Getúlio) e centro catarinense (Rio do Sul – Alfredo

Wagner). Esse alto serviu como área fonte local para explicar a proveniência sul do

perfil Dona Emma.

A Bacia Tanqua – Karoo, localizada no sul da África, tem uma área de

abrangência semelhante (600 quilômetros quadrados) além de turbiditos em lençol

que também progradam sobre folhelhos marinhos, os quais são sucedidos por

depósitos de talude/prodelta e deltaico. Devido ao contexto mais subsidente de

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 67

bacia foreland, esses turbiditos apresentam uma espessura bem maior em relação

aos turbiditos Rio Segredo, englobando até cinco ciclos progradantes.

A cronoestratigrafia de detalhe, em nível de estrato genético, trouxe

resultados surpreendentes; quanto à constituição e arquitetura de turbiditos de

plataforma marinha. Recomenda-se este intervalo estratigráfico, no norte de

Santa Catarina, para a formação de recursos humanos.

Lygia R. de M. de Andrade (2010) 68

CAPÍTULO 7

Referências Bibliográficas BEAUBOUEF, R. T.; ROSSEN, C.; ZELT, F. B.; SULLIVAN, M. D.; MOHRIG,

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PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

3064

0,79

7 X

7024

,521

P

aral

elo

ao ri

o da

Laj

e Fo

lhel

ho p

assa

ndo

para

turb

idito

s.

Late

ralm

ente

tem

um

a so

leira

de

diab

ásio

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

3163

5,75

X 7

029,

6 P

aral

elo

ao ri

o V

igan

te

Aflo

ram

ento

de

folh

elho

com

15

m d

e al

tura

M

b. L

ontra

s

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

3265

1,8

X 70

40,1

E

stra

da N

ova

Rod

eio

II –

Dr.

Ped

rinho

Ped

reira

com

4 m

de

folh

elho

sob

repo

sto

por e

15 m

de

diam

ictit

o Fm

. Cam

po M

ourã

o

3365

1,4

X 70

41,9

E

stra

da N

ova

Rod

eio

II –

Dr.

Ped

rinho

P

edre

ira a

tiva

com

40

m d

e di

amic

tito

Fm. C

ampo

Mou

rão

3464

9,4

X 70

43,7

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Ped

reira

com

7 m

de

diam

ictit

o Fm

. Cam

po M

ourã

o

3564

5,4

X 70

40,6

8

km d

e D

r. P

edrin

ho –

Par

alel

o ao

rio F

orca

ção

Ped

reira

com

20

m d

e di

amic

tito

Fm. C

ampo

Mou

rão

3664

4,3

X 70

40,9

9

km d

e D

r. P

edrin

ho –

Par

alel

o ao

rio F

orca

ção

Ped

reira

com

25

m. D

iam

ictit

o \ a

reni

to?

Fm. C

ampo

Mou

rão

3764

3,7

X 70

41,1

10

km

de

Dr.

Ped

rinho

– P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Ped

reira

com

23

m s

endo

20

m d

e di

amic

tito,

1 m

de

folh

elho

e 2

m d

e ar

enito

Fm

. Cam

po M

ourã

o

3864

3,4

X 70

41,2

10

,5 k

m d

e D

r. P

edrin

ho –

Par

alel

o

ao ri

o Fo

rcaç

ão

2 m

de

aren

ito e

m m

eio

ao d

iam

ictit

o Fm

. Cam

po M

ourã

o

3964

3,1

X 70

41,2

11

km

de

Dr.

Ped

rinho

– P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

2 m

de

aren

ito e

m m

eio

ao d

iam

ictit

o Fm

. Cam

po M

ourã

o

Lygi

a R

. de

M. d

e A

ndra

de (2

010)

8

1

PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

4064

1,1

X 70

40,9

13

km

de

Dr.

Ped

rinho

– P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

3 m

de

ritm

ito (2

– 4

mm

o p

ar) c

om p

inga

dos

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

4163

9,9

X 70

40,1

15

km

de

Dr.

Ped

rinho

– P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

5 m

de

ritm

ito fi

no

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

4263

9 X

7040

,1

16 k

m d

e D

r. P

edrin

ho –

Par

alel

o

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

Con

tato

do

folh

elho

vár

vico

com

os

turb

idito

s

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

4363

8,6

X 70

40,2

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

Topo

dos

are

nito

s (2

°tur

bidi

to).

Cal

culo

u-se

31 m

de

turb

idito

s

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

4463

8,4

X 70

40,2

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

C

onta

to (?

) ent

re tu

rbid

itos

finos

e e

spes

sos

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

4563

8,7

X 70

40,0

5 P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

B

ase

do ri

tmito

sup

erio

r M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

4663

8,3

X 70

40,3

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

Fi

m d

os tu

rbid

itos

espe

ssos

(?)

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

4763

7,6

X 70

40,5

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

4

m d

e tu

rbid

itos

finos

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

4863

7,3

X 70

40,5

P

aral

elo

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

Tu

rbid

itos

finos

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

Lygi

a R

. de

M. d

e A

ndra

de (2

010)

8

2

PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

4963

6,6

X 70

40,5

19 k

m d

e D

r. P

edrin

ho -

Par

alel

o

ao ri

o Fo

rcaç

ão

Per

fil “F

orca

ção”

Ped

reira

com

12

m d

e al

tura

. Fol

helh

o

turb

idíti

co n

a ba

se p

assa

ndo

para

turb

idito

espe

sso.

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

5063

4,67

4 X

7016

,865

Jo

sé B

oite

ux –

Par

alel

o ao

rio

Itaja

í

do N

orte

/Her

cílio

Topo

da

seçã

o co

m 1

40 m

de

folh

elho

.

Sob

repo

sto

tem

turb

idito

s (d

ifíci

l ace

sso)

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

5163

5,21

X 7

017,

142

José

Boi

teux

– A

fluen

te d

o rio

Itaj

do N

orte

/Her

cílio

Fo

lhel

ho

Bas

e do

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

5263

3,7

X 70

24,0

A

fluen

te d

o rio

Itaj

aí d

o

Nor

te/H

ercí

lioB

ase

(?) d

o fo

lhel

ho

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

5363

5,15

2 X

7027

,713

P

aral

elo

ao ri

o V

igan

te

10 m

de

folh

elho

M

b. L

ontra

s

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

5463

5,8

X 70

29,6

P

aral

elo

ao ri

o V

igan

te

Per

fil “W

iega

nd”

Ped

reira

com

25

m d

e fo

lhel

ho c

om tu

rbid

itos

no to

po. F

oram

leva

ntad

os 1

00 m

de

folh

elho

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

5563

5,9

X 70

29,6

P

aral

elo

ao ri

o V

igan

te

Per

fil “W

iega

nd”

Folh

elho

(10,

5 m

) \ tu

rbid

ito

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

5663

6,46

X 7

030,

29

Par

alel

o ao

rio

Vig

ante

Per

fil “W

iega

nd”

21 m

de

turb

idito

med

ido

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

Lygi

a R

. de

M. d

e A

ndra

de (2

010)

8

3

PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

5763

9,35

X 7

034,

20

Par

alel

o ao

rio

Vig

ante

– Id

a pa

ra a

rese

rva

Indí

gena

3

m d

e va

rvito

(?)

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

5863

9,38

X 7

034,

45

Par

alel

o ao

rio

Vig

ante

– Id

a pa

ra a

rese

rva

Indí

gena

22

m d

e ar

enito

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

5961

2,9

X 70

43,8

P

aral

elo

ao ri

o da

Pra

ta

Ped

reira

com

ritm

ito \

turb

idito

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

6061

1,2

X 70

52,7

P

aral

elo

ao ri

o Ita

jaí d

o

Nor

te/H

ercí

lio

Folh

elho

/turb

idito

com

10

m d

e al

tura

. Tem

uma

sole

ira d

e di

abás

io n

a ba

se.

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

6163

6,8

X 70

15,4

5 Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) 5

m d

e ar

enito

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

6263

6,5

X 70

15,6

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) 7m

de

ritm

ito (1

– 2

cm

o p

ar)

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

6363

6,4

X 70

15,3

5 Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) R

itmito

(6 m

) \ tu

rbid

ito (5

m)

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

6463

6,4

X 70

15,3

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

)

Turb

idito

com

est

ratif

icaç

ão c

onvo

luta

e m

arca

de a

fund

amen

to

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

6563

6,50

X 7

015,

1 Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) D

iam

ictit

oM

b. C

hapé

u do

Sol

(Fm

. Tac

iba)

6663

5,4

X 70

15,3

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) V

arvi

to

Mb.

Cha

péu

do S

ol

(Fm

. Tac

iba)

Lygi

a R

. de

M. d

e A

ndra

de (2

010)

8

4

PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

6763

5,25

X 7

015,

6 Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a su

bida

) V

arvi

to

Mb.

Cha

péu

do S

ol

(Fm

. Tac

iba)

6863

3,5

X 70

16,7

5 Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

Ped

reira

com

8 m

de

ritm

ito (p

ares

mili

mét

ricos

)

Mb.

Rio

do

Sul

(Fm

. Tac

iba)

6963

2,65

X 7

014,

85

José

Boi

teux

– B

oa V

ista

(Per

fil d

a de

scid

a)

Dia

mic

tito

aren

oso

asso

ciad

o co

m a

reni

to

Mb.

Cha

péu

do S

ol

(Fm

. Tac

iba)

7063

2,8

X 70

13,8

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a de

scid

a)

Dia

mic

tito

Mb.

Cha

péu

do S

ol

(Fm

. Tac

iba)

7163

2,8

X 70

13,6

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a de

scid

a)

Folh

elho

com

lam

inas

sílt

icas

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

7263

2,9

X 70

13,6

Jo

sé B

oite

ux –

Boa

Vis

ta

(Per

fil d

a de

scid

a)

Con

tato

folh

elho

\ tu

rbid

ito

Mb.

Rio

Seg

redo

(Fm

. Tac

iba)

7363

2,5

X 70

04,8

R

ibei

rão

do F

erro

P

edre

ira c

om 1

2 m

de

folh

elho

M

b. L

ontra

s

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

7463

3,15

X 7

005,

7 M

arge

m e

sque

rda

do ri

o do

s Ín

dios

Per

fil “M

irado

r”

Turb

idito

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

7563

1,9

X 70

06,9

5 M

arge

m e

sque

rda

do ri

o do

s Ín

dios

Per

fil “M

irado

r”

Turb

idito

M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

7663

3,1

X 70

06,6

6 M

arge

m d

ireita

do

rio d

os Ín

dios

Per

fil “M

irado

r”

Fora

m m

edid

os 7

0 m

de

folh

elho

M

b. L

ontra

s

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

Lygi

a R

. de

M. d

e A

ndra

de (2

010)

8

5

PON

TO

(Con

t.)C

OO

RD

ENA

DA

S -

UTM

LOC

ALI

ZAÇ

ÃO

D

ESC

RIÇ

ÃO

SIN

TETI

ZAD

A

UN

IDA

DE

(FR

AN

ÇA

; PO

TTER

, 198

8)

7763

3,25

X 7

006,

3 M

arge

m d

ireita

do

rio d

os Ín

dios

Per

fil “M

irado

r”

Ped

reira

mos

trand

o o

cont

ato

folh

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\

turb

idito

com

sol

eira

de

diab

ásio

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

7863

1,3

X 70

14,0

P

erfil

“Don

a E

mm

a” –

cic

lo I

Turb

idito

(6 m

) sob

re o

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elho

/ritm

ito

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

7963

2,35

X 7

013,

55

Per

fil “D

ona

Em

ma

– ci

clo

I”Fo

lhel

ho c

om le

ntes

car

boná

ticas

(est

rutu

ra

cone

-in-c

one)

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po M

ourã

o)

8063

1,45

X 7

013,

1 P

erfil

“Don

a E

mm

a –

cicl

o II

”P

edre

ira d

e fo

lhel

ho \

turb

idito

Mb.

Lon

tras

(Fm

. Cam

po

Mou

rão)

\ M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

8162

5,85

X 7

024,

85

Witm

arsu

m /

barr

agem

Dol

lman

n

Aflu

ente

do

ribei

rão

Dol

lman

n R

itmito

def

orm

ado

Mb.

Cha

péu

do S

ol

(Fm

. Tac

iba)

8262

6,0

X 70

24,9

5 W

itmar

sum

/ ba

rrag

em D

ollm

ann

Aflu

ente

do

ribei

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Dol

lman

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itmito

sem

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orm

ação

(~ tu

rbid

itos

finos

) M

b. R

io S

egre

do

(Fm

. Tac

iba)

8362

7,3

X 70

25,2

W

itmar

sum

/ ba

rrag

em D

ollm

ann

Aflu

ente

do

ribei

rão

Dol

lman

n Fo

lhel

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