o cinema e a representação da infância nos séculos xix e xx
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Uma História de histórias: o cinema e a representação da infância nos séculos
XIX e XX
Elisangela Araujo dos Santos de Siqueira1
Orientador: Prof. Dr. Roberto Carlos Massei2
Resumo: Este artigo, Uma História de histórias: o cinema e a representação da infância nos séculos
XIX e XX, é o resultado final do PDE, Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado de Educação do Paraná, ocorrido durante os anos de 2016 e 2017, para os alunos do 7º ano B da Escola Estadual João Alfredo Costa – Município de Ibaiti. Essa produção teve como finalidade refletir sobre a prática da leitura da fonte fílmica em sala de aula. Em síntese, teve como objetivo despertar o interesse dos alunos pela leitura histórica e suas fontes e, consequentemente, pela disciplina de História, levando os alunos não somente a conhecerem a história do cinema, desde seu surgimento no final do século XIX e início XX, mas também a condição socioeconômica das crianças nesse período por meio da utilização do filme como fonte para o estudo dos conteúdos de história. Também se constituiu intenção deste trabalho, colocar os alunos em contato, cada vez mais, com os dispositivos eletrônicos e seus recursos disponíveis dentro ou fora da escola. Principalmente por existirem professores que apresentam dificuldades em lidar com estes dispositivos, privando com isso os alunos que vivem numa sociedade totalmente midiática, o acesso a esses dispositivos. O artigo apresenta as reflexões teóricas, a implementação em sala de aula, bem como as discussões e contribuições do GTR (Grupo de Trabalho em Rede).
Palavras-chave: História. Fonte Histórica. Cinema. Infância.
1. INTRODUÇÃO
O desinteresse dos alunos pela leitura histórica, suas fontes e,
consequentemente, pela disciplina de História, bem como a pouca utilização, pelos
professores, dos dispositivos eletrônicos como computadores, internet, data show, tv
pendrive, dvd, note book, câmera fotográfica e outros disponíveis que a escola
possui tem sido discutido por professores da área nas escolas durantes reuniões ou
até mesmo durante a hora atividade. Por isso, se fez necessário aprofundar o estudo
de uma fonte com um tema que leve o aluno a utilizar a tecnologia, bem como os
professores a terem alternativas de metodologias diversificadas a serem
empregadas na sua sala de aula, uma vez que a dificuldade por parte deles em lidar
com esses dispositivos tem privado os alunos ao acesso aos dispositivos, em
descompasso com a sociedade totalmente midiática em que vivemos.
Diante dessa problemática, destaca-se o fato de que a História, como área do
1 Professora do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE 2016/2017, NRE de Ibaiti - PR. Bacharelado em História pela UFPR, com Especialização em Magistério da Educação Básica pelo Campus Universitário Bezerra de Menezes – Faculdades Integradas “Espírita”, e Educação Especial: Atendimento as Necessidades Especiais, pelas Faculdades Integradas do Vale do Ivaí (UNIVALE) 2 Doutor em História Social/PUC-SP. Professor adjunto – Colegiado de História. Centro de Ciências Humanas - Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP)/Campus Jacarezinho.
conhecimento, trabalha na compreensão e na utilização do filme como fonte para o
estudo dos conteúdos de História vez que, a partir do século XX, a História, além de
buscar novos objetos de estudo e sua ampliação, reconhece também a utilização de
outras fontes na pesquisa historiográfica e o auxílio de outras disciplinas. Essa
relação abriu a possibilidade dos alunos, juntamente com o professor de História, a
se tornarem leitores e pesquisadores da fonte fílmica, a produzir materiais didáticos
que facilitam a aprendizagem, levando-os, ainda, a descobrirem um dos lados
positivos da exploração da História como disciplina do conhecimento humano e a
desfrutarem deste conhecimento para o resto de sua formação, com um novo olhar a
qual se propôs junto à disciplina por meio de atividades que levem a reflexões de
vieses políticos, econômicos, cultural e social e à problematização do contexto de
qualquer conteúdo a ser estudado.
Essas relações no ensino de História para a produção do conhecimento
histórico são também ressaltadas na Diretriz Curricular Estadual (DCE) de História
(PARANÁ, 2008, p. 68-69).
O artigo tem ainda por objetivo mostrar que todo o trabalho está voltado para
os alunos que estão cada vez mais em contato com os dispositivos eletrônicos.
Sendo assim, esta implementação tornou-se pertinente pois permitiu romper
paradigmas entre a teoria e a prática, propondo aos alunos, após o estudo sobre o
cinema e a condição socioeconômica das crianças retratada na fonte fílmica, um
trabalho fotográfico e de filmagem sobre o cotidiano da cidade, visando à formação
de sujeitos autônomos, críticos e participativos na construção do conhecimento.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A IMAGEM E A REPRESENTAÇÃO
Este trabalho utilizou-se de teóricos relevantes que possibilitaram o estudo da
imagem enquanto representação. Estas imagens já eram representadas desde o
início da humanidade e a leitura destas permanece até hoje no ensino de História,
como bem lembra Stecz:
O homem sempre procurou representar o movimento e através dele o mundo e a vida. Estas formas de representação são encontradas desde a pré-história nas pinturas das cavernas, nos murais gregos, nos relevos egípcios e romanos, nas miniaturas medievais e nas inúmeras formas de representação do movimento encontradas pelo homem (STECZ, 1988, p. 22).
Mas é preciso repensar as metodologias empregadas para a utilização dessas
imagens, com o intuito de despertar nos alunos o interesse da pesquisa e,
efetivamente, pela disciplina de História, principalmente porque a imagem visual hoje
passa a ter grande destaque aos olhos deles, possibilitando entenderem as relações
sociais, compreenderem o papel de cada sujeito na história e até mesmo
construírem seus conceitos, resgatando o significado da história e acompanhando
as transformações que a sociedade vem passando ao longo do tempo.
Por isso, a história do cinema torna-se fonte de pesquisa abrindo espaço para
uma visão investigativa, não somente para o contexto histórico, mas para “A fábrica
de ilusão” (BRANDÃO, 1994, p.11) que este mecanismo passa a representar, lugar
em que um mundo fictício pode interferir no imaginário das pessoas e de seus
criadores fazendo com que estas representem nas imagens aquilo que querem ver,
mesmo que pareça ser o real. Cabe ainda lembrar que essa trajetória do cinema
começa com a fotografia levando ao seu surgimento que, a princípio, era apenas um
mecanismo para a descoberta de novas invenções mas, aos poucos, se torna um
reprodutor de imagens.
Ao analisar a imagem da condição socioeconômica das crianças no século
final do XIX e início do XX na fotografia e no filme tem-se por finalidade observar um
tempo passado, eternizado por sua representação. Com isso, percebe-se que, por
muitas vezes, “Passou-se a preferir o registro espontâneo do acontecimento a se
relato: as imagens vividas chegam a ofuscar a pálida realidade” (NEIVA JUNIOR,
1994, p. 64).
A fotografia antes fazia parte da vida de determinada pessoa ou classe mas,
aos poucos, torna-se uma cultura de massa, permitindo, com isso, uma análise
econômica e também social dos que se permitem fotografar. Segundo Kubrusly,
A fotografia trazia em si vários aspectos democratizantes. Primeiro, um número muito maior de pessoas podia empreender uma aventura, antes restrita a uma elite: a transformação de suas emoções, seus pensamentos, seu modo de ver numa imagem passível de ser difundida, analisada e criticada. [...] Em segundo lugar, a fotografia tornou possível a qualquer pessoa a posse de imagens, e de início assumiu uma importância decisiva a posse de sua própria imagem-seu retrato (KUBRUSLY, 1991, p. 10-11).
Essa nova invenção, a fotografia, trouxe outras novidades como o
cinematógrafo e, consequentemente, o cinema, que propiciou uma nova visão, uma
nova apreensão e compreensão do real:
de há muito dispomos, nós historiadores e cientistas sociais, dos meios tecnológicos e linguísticos para criar novas formas de narrar, explicar e representar os fenômenos sobre os quais nos debruçamos, sem que ainda tenhamos tirados todas as consequências desse fato e, particularmente de um: o cinema ajudou a materializar as condições para a emersão de um “novo” paradigma que denominamos de razão poética (NÓVOA, 2009, p. 161, grifo do autor).
Com esta nova maneira de interpretar e de compreender tais transformações
é que se imaginava estar a história passando por uma crise. Em 1988, notava-se
que havia questionamentos, debates e algumas discussões em busca desses novos
objetos de estudo. Uma renovação, em suma. Isso leva à reflexão de que se passa a
dar importância às formas de pensamento e à vivência do momento e, com isso,
cabe ao historiador resgatar as representações, tendo o cuidado de não fazer uma
leitura errada dos pensamentos antigos. Quando a pretensão é representar uma
pessoa ou determinado fato, é preciso que essa representação fique mais clara
possível para as próximas gerações. Por sua vez,
A história era então vista como uma disciplina ainda sadia e vigorosa, atravessada no entanto, por incertezas devido ao esgotamento de suas aliadas tradicionais (com a geografia, a etnologia, a sociologia) e ao apagamento das técnicas de tratamento como modos de inteligibilidade que davam unidade a seus objetos e a seus procedimentos. O estado de indecisão que a caracterizava seria, portanto, como o próprio inverso de uma vitalidade que, de maneira livre e desordenada, multiplicou os campos de trabalho, as experiências, os encontros (CHARTIER, 2002, p. 61).
Não podemos dizer que foi exatamente por uma crise que a história passou.
Havia se esgotado o campo de exploração política e econômica do momento, mas
esse esgotamento serviu para a busca de outros objetos de estudo, em territórios
alheios. Como destaca Chartier,
A resposta dos historiadores foi dupla. Eles puseram em ação uma estratégia de captação lançando-se nas frentes abertas por outros. De onde o aparecimento de novos objetos em seu questionamento: as atitudes diante da vida e da morte, os rituais e as crenças, as estruturas de parentesco, as formas de sociabilidade, os
funcionamentos escolares, etc. – o que significa constituir os novos territórios do historiador por meio da anexação do território dos outros (etnológicos, sociológicos, demográficos) (CHARTIER, 2002, p. 63).
Chartier continua: “A operação foi, como se sabe, um franco sucesso,
estabelecendo uma aliança estreita entre a história e as disciplinas que, numa
época, haviam parecido suas mais perigosas concorrentes” (CHARTIER, 2002, p.
64). Isso demonstra que, no século XX, não são mais discutidos a quem pertencem
os fenômenos e os pensamentos. Mas pôde-se contar com outras ciências para a
realização de um trabalho em conjunto, em que passa a “existir uma ‘troca’ entre
‘proprietários’ de territórios científicos sem que se busque a fusão dos saberes”
(NÓVOA, 2009, p.169).
2.2 TECNOLOGIAS E A HISTÓRIA DO CINEMA
Hoje, o conceito que se tem de tecnologia está ligado à evolução de
máquinas. Na verdade, essa é uma ideia que vem desde os primórdios. A partir do
momento em que o homem utilizou o cérebro para se comunicar e se desenvolver,
começou a criar um sistema de linguagem, iniciando uma revolução. Essa resultou
em tudo o que está em nosso cotidiano como cadeira, caderno, papel, giz, livro e os
dispositivos eletrônicos. A maneira como são fabricados e como lidamos com tais
objetos são chamados de técnicas.
O interesse pelas invenções tecnológicas também se associa à busca pelo
movimento começando no Renascimento, com a fotografia, e no século XIX, com a
Segunda Revolução Industrial, levando ao surgimento do cinema. Um exemplo disto
aconteceu quando,
o inglês Muybridge monta um complexo equipamento com vinte e quatro câmaras para analisar o galope de um cavalo. E o francês Marey cria um “fuzil fotográfico” capaz de tirar doze fotos em um segundo, o que ele usa para fotografar e analisar o voo de pássaro (BERNARDET, 2006, p.14).
Antes das primeiras fotos, o que na verdade se tinha eram as pinturas de
retratos, em sua maioria de família e de objetos, instalando tais representações em
uma perspectiva renascentista. Segundo Ariès, “esses retratos de família datados
eram documentos de história familiar” (ARIÈS, 1986, p.32). Esses registros que vêm
“do século XIV, seriam encontrados, quase idênticos, em gravuras de natureza mais
popular, mais familiar que subsistiram do século XVI até o início do XIX, com
pouquíssimas mudanças” (ARIÈS, 1986, p. 40).
Quanto à transmissão de imagens, ela já acontecia no século XVII com um
“foco de luz gerado pela chama de querosene” (COSTA, 2006, p. 18). Com a busca
pelo aperfeiçoamento da fotografia com a utilização do feixe de luz é que surgiram
as primeiras exibições de imagens – quando Thomas A. Edison registrou nos EUA a
patente de seu quinetoscópio. Ele tinha o seu lugar de filmagem nos fundos de seu
laboratório, um lugar escuro com uma fenda que contava somente com a entrada da
luz do sol e que acompanhava este para obter o máximo de sua luz. Segundo Costa,
“o primeiro salão de quinetoscópio, com dez máquinas, cada uma delas mostrando
um filme diferente, iniciou suas atividades em abril de 1894 em Nova York” (COSTA,
2006, p. 19).
No século XIX, algumas invenções tecnológicas foram produzidas para
divertir e acabaram despertando o interesse e a curiosidade das pessoas. Entre
essas invenções estava o cinematógrafo, criado em Paris, pelos irmãos Lumière. A
dupla retratava o cotidiano das pessoas por meio da fotografia e depois as
transmitiam em uma sala. A chegada do cinematógrafo traz questionamentos quanto
à arte que representa a realidade.
O cinematógrafo “era ao mesmo tempo uma câmera de tomada de vistas, um
projetor e uma copiadora resumia todos os inventos anteriores” (SANTOS, 1997,
p.5). Os irmãos Lumière viram o invento como algo lucrativo. Por isso, sua exibição,
para além de Paris, se espalhou por todo o mundo. O cinematógrafo se torna um
misto de medo, perspectiva e deslumbramento, pois “era a primeira vez que as
pessoas tinham a possibilidade de ver imagens reais em movimento, projetadas
sobre uma tela grande” (NAPOLITANO, 2010, p. 69).
O cinematógrafo, no entanto, era uma ilusão. O que existia eram fotogramas
que projetavam as imagens em curtos intervalos, cuja produção teve intervenções,
dando a impressão de que as imagens eram reais. Quanto a isso diz Bernardet: “A
imagem que vemos na tela é sempre imóvel” (BERNARDET, 2006, p. 18). As
fotografias passam tão rápido que criam a impressão de que ocorre o movimento.
Essa sensação se desfaz quando ocorre um aumento ou diminuição da velocidade
do que foi filmado pode-se observar que o movimento é criado com efeitos
realizados com a máquina (BERNARDET, 2006, p. 18).
Até o final do século XIX não se tinha a preocupação quanto aos lucros com a
exibição de um filme, mas no início do XX passa-se a pensar nos direitos para as
exibições e cópias. É por isso que há a preocupação de criar um enredo (história)
desde o século XIX, visando o mercado nacional e estrangeiro. Em outras palavras,
O cinema tornava-se como que o herdeiro do folhetim do século XIX, que abastecia amplas camadas de leitores, e estava-se preparando para se tornar o grande contador de estórias da primeira metade do século XX. A linguagem desenvolveu-se, portanto, para tornar o cinema apto a contar estórias (BERNARDET, 2006, p. 32-33).
Hoje, devido à quantidade de multimeios, percebe-se que não seria possível
deixar o cinema de fora da pesquisa, tornando-se um objeto de estudo da sociedade
contemporânea neste século XXI. Pois, “[...] para a história imediata, a verdadeira
fonte de massa é a televisão, em particular nos domínios onde ela substitui o cinema
(os noticiários), ou tende a superá-los (documentários)” (LAGNY, 2009, p. 101).
2.3 A REPRESENTAÇÃO DA CONDIÇÃO SOCIOECÔMICA DAS CRIANÇAS
(FINAL DO SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX)
O início do cinema vai ser acompanhado pelas transformações que a
sociedade passava com a Segunda Revolução Industrial que, além de contar com
várias invenções, trouxe consigo um alto nível de desemprego, causado pela
substituição de trabalhadores pela máquina e pela migração dos habitantes do
campo para a cidade. Tudo isto traz consequências para as crianças que passam a
viver em condições de extrema miséria produzida pelo desemprego dos pais ou por
se tornarem órfãs. Essa condição socioeconômica das crianças também pode ser
analisada pelos filmes que contam a história do cinema: “até por volta do século XII,
a arte medieval desconhecia a infância ou não tentavam representá-la. [...] É mais
provável que não houvesse lugar para a infância nesse mundo” (ARIÈS, 1986, p.
52).
Ao analisar a história do cinema e seu surgimento, o aluno pode identificar e
compreender que, dentro desse objeto de estudo, existe outra narrativa a ser
contada: a das crianças e suas condições no período em estudo. Recupera-se,
assim, uma parte dessa infância que ficou por muito tempo no anonimato, sendo
representada na figura de adultos em miniaturas, esquecendo que essas crianças
também brincavam, frequentavam escolas e, principalmente, tinham obrigações
religiosas. Há filmes (ou trechos de) em que é possível caracterizar obrigações e
comportamentos que as crianças possuem e que deveriam pertencer a um adulto,
mas as necessidades do momento e a organização da sociedade na época as
obrigavam a isso. Essas características são observadas também nas pinturas e
fotografias. Os próprios artistas se encarregavam de deixá-las assim, desde o vestir
à postura, sendo representadas, por vezes, de forma insignificante, sem a sua real
representação da infância. A propósito, sobre esta representação, Ariès ressalta que
De criancinha pequena, ela se transformava imediatamente em homem jovem, sem passar pelas etapas da juventude, que talvez fossem praticadas antes da Idade Média e que se tomaram aspectos essenciais das sociedades de hoje (ARIÈS, 1986, p. 10).
As crianças das classes inferiores na Europa não tinham valor na sociedade
até por volta do século XVII. A partir do XVIII até o século XX, elas ganham
importância devido às transformações socioeconômicas pelas quais os países
desenvolvidos vinham passando. Com a Revolução Industrial passa-se a pensar
nessas classes, agora operárias, com o intuito de buscar a preparação delas como
mão de obra para as indústrias que surgiam.
O convívio com os adultos acabava por levar as crianças a aprenderem os
ofícios que cabiam aos mais velhos. Em alguns casos, os pais restringiam sua
permanência e participação nas atividades devido à classificação da idade, como
bem lembra Ariès: “é certo que essas classificações persistiram no que se refere à
vigilância sexual e à organização das festas” (ARIÈS, 1986, p. 17).
Sendo assim, vale ressaltar que o olhar para a infância começa no final do
século XIX, principalmente quando a quantidade de crianças mortas nas fábricas da
Europa é grande. Esse novo olhar faz com que a insignificância delas, exploradas
nas fábricas como mão de obra barata, diminua e elas se tornem seres que, sob a
perspectiva do Estado, sejam vistas como sujeitos que necessitam de condições
sociais dignas e, portanto, do direito à infância. A criança passa, então, a ser vista
como sujeito histórico e cultural. Mas a exploração infantil permanece até hoje, no
século XXI, e, por isso, surgem os programas de governo e as Leis que procuram
proteger nossas crianças.
2.4 A IMPORTÂNCIA DE NOVAS METODOLOGIAS
Diante das mudanças tecnológicas, com a Revolução Industrial, a história vai
se apropriar dessas transformações para a análise das formas de ler, interpretar
textos e de representar através das fontes (fotografias, imagens, gravuras, crônicas,
literatura, entre outras). Com um trabalho de valorização da produção do
conhecimento sem abandonar a historiografia ou até mesmo ir contra a antiga
história intelectual, busca-se conhecer a história do cinema para fazer a leitura de
um filme e, então, através de uma metodologia adequada para a pesquisa histórica,
trabalhar de forma com que os alunos tenham a atenção apreendida. Levando
assim, o cinema a
tornar-se um mecanismo essencial para que o aluno possa apropriar-se de um olhar consciente para sua própria sociedade e para si mesmo. Ciente de que o conhecimento é provisório, o aluno terá condições de exercitar nos procedimentos próprios da História: problematização de questões propostas, delimitação do objeto, exame do estado da questão, levantamento e tratamento adequado das fontes, percepção dos sujeitos históricos envolvidos (indivíduos, grupos sociais), estratégias de verificação e comprovação de hipóteses, organização dos dados coletados, refinamento dos conceitos (historicidade), proposta de explicação para os fenômenos estudados, elaboração da exposição, redação de textos. Dada a complexidade do objeto de conhecimento, é imprescindível que seja incentivada a pratica interdisciplinar (BEZERRA, 2015, p. 42).
Ao analisarem a fonte fílmica, os alunos poderão identificar as simbologias
que a cercam em vários âmbitos, como o social, o político, o econômico e o cultural.
Poderão, ainda, perceber que por trás de um filme há toda uma indústria preparada
para levá-los ao consumo. São inúmeros os objetos de estudo levantados pelos
historiadores. Com isso, segundo Barros,
a metodologia de análise histórica que toma para objeto a fonte fílmica deve atentar muito sistematicamente para as relações do filme com aquilo que não é propriamente o filme. Assim em torno da película que se toma para análise, há de se considerar o autor, o sistema de produção que o substancia, o público ao qual se dirige e que se reprocessa diversificadas leituras do filme consumido (BARROS, 2012, p. 83).
Pode-se dizer, ainda, que outros significados surgirão à medida que os alunos
fizerem outras vezes a leitura do filme a partir do momento que o transformam em
documento e objeto de estudo. Diante de tantos significados, o professor poderá
contar com o auxílio de outras fontes e de outras disciplinas para um estudo
interdisciplinar, uma vez que o filme possibilita uma análise multidiversificada:
O cinema é antes de tudo um espetáculo e, salvo exceções, o filme não é concebido para ser um documento histórico. É feito em primeiro lugar para ser vendido e não para ser conservado num museu, ainda menos em arquivos (LAGNY, 2009, p. 111).
Portanto, é preciso que o professor e seus alunos questionem o filme, para
poder tomá-lo como objeto da pesquisa histórica. Assim, ele poderá se tornar um
documento. Em algumas situações, é necessário analisá-lo sem questões pré-
estabelecidas para ir muito além do que se procura. E ainda compreenderem,
através de um olhar contemporâneo, quais as funções que ele desempenhava na
época em que foi produzido na Europa, pois, às vezes, sua produção esteve voltada
para uma determinada finalidade e o que foi transmitido teve outra função. Só assim
os alunos poderão analisar um fato histórico através da teoria e da prática.
Os filmes são colaboradores para a realização da pesquisa no ensino de
História, ampliando a quantidade de documentos históricos. Cabe ao professor ter
cuidado ao trabalhar os conteúdos através da imagem, fotografia, literatura, filme,
internet, entre outros, para não transformar essas fontes um meio somente para se
transmitir informação. Estas devem ser contextualizadas, ou seja, o professor tem
que ter claro o que e como ensinar (KARNAL, 2015). Diante disso, podemos afirmar
que o
Compromisso com o passado não significa estudar o passado pelo passado, apaixonar-se pelo objeto de pesquisa por ser a nossa pesquisa, sem pensar no que a humanidade pode ser beneficiada com isso. Compromisso com o passado é pesquisar com seriedade, basear-se nos fatos históricos, não distorcer o acontecido, como se esse fosse uma massa amorfa à disposição da fantasia de seu manipulador. Sem o respeito ao acontecido a História vira ficção. Interpretar não pode ser confundido com inventar. E isso vale tanto
para os fatos como para processos (PINSKY; PINSK, 2015, p. 24).
Como os alunos estão cada vez mais em contato com dispositivos
eletrônicos, disponíveis dentro ou fora da escola, deve-se ter o cuidado para não
propiciar uma mediação inadequada desses, evitando o uso de metodologias
equivocadas no estudo das fontes para não acabar levantando uma barreira entre os
alunos e os conhecimentos da disciplina de história. De acordo com Kenski,
na ação do professor na sala de aula e no uso que ela faz dos suportes tecnológicos que se encontram à sua disposição, são novamente definidas as relações entre o conhecimento a ser ensinado, o poder do professor e a forma de exploração das tecnologias disponíveis para garantir melhor aprendizagem pelos alunos (KENSKI, 2012, p.19).
3. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
O Projeto “Uma História de histórias: o cinema e a representação da infância
nos séculos XIX e XX” foi implementado com os alunos do 7º ano B do Fundamental
II da Escola Estadual João Alfredo Costa – Município de Ibaiti – NRE de Ibaiti.
Ele foi apresentado aos alunos na primeira semana de aula da seguinte maneira:
Apresentação no data show sobre o porquê do projeto e como ele seria
trabalhado; em seguida, foi pedido aos alunos que respondessem algumas
perguntas sobre fontes históricas para que fosse verificado o quanto sabiam e
conheciam sobre o assunto. Alguns questionamentos foram levantados; o objetivo
foi o de coletar informações para subsidiar o trabalho com filmes. O resultado
percebido foi que, mesmo não sabendo como realizar a leitura de um filme, os
alunos demonstraram interesse e entusiasmo com o tema.
As respostas foram favoráveis em aprender a contextualizar um fato histórico
através da utilização de filmes; também acharam o material bem atrativo. Assim,
iniciou-se o trabalho com uma conversa sobre fontes históricas; depois, explicou-se
como se deu o surgimento do cinema e em que momento; por fim, foi feita uma
pequena explanação dos séculos XIX e XX.
Na aula seguinte iniciou-se o Projeto propriamente dito, com a apresentação
para os alunos do “Livro Ata” (este livro compreende o registro dos alunos sobre
tudo o que produzirem. É um dos Materiais didáticos que têm a finalidade de reforçar
o ensino aprendizagem). Foi explicado que este Livro deveria receber um nome
escolhido por eles, pensando no que foi explanado anteriormente, sobre o que seria
trabalhado durante a Implementação do Projeto. Os alunos criaram vários nomes
para o livro. Por meio de votação foi escolhido “O caminho da História leva ao
conhecimento”. Os alunos gostaram do Livro Ata, pois ali poderiam expressar sua
criatividade com desenhos, recortes, colagens e produções textuais. Houve
questionamentos quanto ao livro didático. Em seguida fiz os comentários com
relação à pesquisa histórica, onde podemos estudar a História através de um objeto
de estudo que era o nosso caso. Mas percebi que não se deram totalmente por
satisfeitos.
Após realizar os comentários sobre a importância da leitura, e de
gerenciarmos nosso tempo hoje em um mundo globalizado, onde a leitura “abre
portas para novas oportunidades, e que a Universidade pode ser uma delas”, os
alunos foram incentivados a descrever a importância da leitura para eles.
Ao término da leitura das produções textuais, foi retomado, juntamente com
os alunos, o conceito e a importância da leitura. Em seguida, foi entregue a eles uma
folha para confeccionarem um relógio com a divisão das vinte e quatro horas e na
legenda colocarem como e no que usam o seu tempo. O objetivo foi verificar se os
alunos reservam algum tempo para a leitura fora do ambiente escolar. Assim que
terminaram o relógio, o professor de matemática confeccionou com os alunos um
gráfico em que visualizaram a distribuição do tempo, fazendo com que eles
percebessem ainda que a leitura não tem sido prioridade e nem faz parte do tempo
deles fora da escola. O professor também utilizou o relógio e o gráfico para motivar
os alunos na leitura de problemas e de outras atividades de matemática. Na aula
seguinte ocorreram comentários do gráfico e a avaliação, que consistiu na descrição
da relevância da leitura para o futuro.
A atividade seguinte ocorreu após realizarmos os comentários sobre o século
XIX, período em que a Revolução Industrial contribuiu para a propagação de
inventos, entre eles o dos irmãos Lumière, o cinematógrafo. Ela consistiu na leitura
de textos e análise de gravuras, uma vez que os computadores da sala de
informática apresentaram problemas e os alunos não puderam realizar a pesquisa
sobre o contexto histórico do século XIX. Então, a partir da análise das fotos e
gravuras algumas questões para debate foram levantadas. Com isso, os alunos
puderam perceber que durante esse período as diferenças sociais e o trabalho
infantil eram o foco da burguesia e não existia lei que valorizassem o trabalhador e
que proibissem o trabalho infantil. No dia seguinte, como avaliação, cada aluno
descreveu sobre a relevância da leitura para o seu futuro.
O trabalho deveria ter continuado no laboratório de informática, mas como
este ainda apresentava problemas, os alunos foram levados a observar e analisar
outras gravuras sobre o contexto do século XIX, que mostravam a condição de
trabalho infantil e feminino. Em círculo, eles debateram a representação da infância
e as invenções tecnológicas do período em estudo.
Quando os alunos chegaram à aula seguinte, encontraram o ambiente
preparado com tapete e almofadas. Foi entregue para eles a sinopse do filme “A
invenção de Hugo Cabret”. Realizados os comentários e assistido o filme no data
show (a professora de Arte também assistiu), um novo ambiente foi preparado no
fundo da sala e, ao se sentarem em círculo no chão, os alunos receberam algumas
questões para debaterem.
Esse debate serviu para que em seguida produzissem um texto em que
descreveram como deveria ser a infância na visão deles e como eles perceberam no
filme o surgimento do cinematógrafo e que este deu origem ao cinema. Os alunos
realizaram outras atividades: a Releitura do filme “A invenção de Hugo Cabret”,
através de recorte e colagem juntamente com o professor de Língua Portuguesa, e a
Produção de um texto com o título “A infância na minha visão”.
Outro filme que os alunos assistiram, em companhia do professor de Língua
Portuguesa, foi “Cinema Paradiso”: após a entrega da sinopse e os comentários teve
início o filme. Os alunos continuaram a assistir em outra aula, com levantamentos de
questões; houve alguns comentários e perguntas por parte dos alunos. Como
atividade, realizaram uma pesquisa no Laboratório de Informática sobre o
surgimento do cinema, estabelecendo uma comparação com a narrativa contada
pelo filme “A invenção de Hugo Cabret”. O interessante foi que eles perceberam que
ambos os filmes retratavam o trabalho infantil e a condição social das crianças.
No filme “Cinema Paradiso”, o personagem principal começa filmar o seu
cotidiano. A partir daí, os alunos utilizaram-se dos celulares e de tablets para
realizarem filmagens e fotografias no centro comercial do Município de Ibaiti, na Rua
Paraná, a fim de capturar o cotidiano da cidade. Os alunos estavam acompanhados
das professoras de História, Artes e Língua Portuguesa e de duas funcionárias da
Escola. Esta atividade levou os alunos ao Laboratório de Informática para a edição
das filmagens e das fotografias e foram usados além dos computadores, notebooks
e celulares dos alunos.
A ação seguinte foi a produção de texto, em que foram descritas as
diferenças percebidas entre o cinematógrafo no filme “A invenção de Hugo Cabret” e
o cinema no filme “Cinema Paradiso”. Ocorreu, também, a produção das narrativas
sobre o cotidiano da cidade para apresentação aos colegas.
Para o desenvolvimento da atividade seguinte, os alunos receberam a
sinopse do filme “Daens: um grito de justiça”. Na sequência, foram feitos
comentários sobre filme. Em seguida, os alunos puderam assistir a alguns trechos,
com o objetivo de analisarem a representação da infância nas fábricas e sua vida
fora delas. Assim que terminou o recorte do filme, foram entregues algumas
questões para um debate e outras para que pudessem descrever a representação
da infância observada nos três filmes.
A última atividade proposta foi primeiramente a leitura de trechos da
Constituição que fala sobre a infância; em seguida os alunos foram levados a montar
cartazes sobre a condição econômica das crianças no filme e como deveria ser a
infância na visão deles. Por fim, apresentaram os trabalhos para concluir nossa
implementação.
Encerramos a implementação do Projeto com as apresentações e relatos das
produções.
4. A CONTRIBUIÇÃO DO GTR
No primeiro semestre de 2017, mais precisamente em abril, teve início o GTR
(Grupo de Trabalho em Rede), em que os professores da Rede Estadual, da
disciplina de História, puderam compartilhar conhecimentos, sugestões, discutir o
Projeto de Intervenção, a Produção Didático-Pedagógica, o Relato de
Implementação e trocar experiências. A socialização com os colegas de área
contribuiu para o enriquecimento dessa proposta.
Os professores, além de tecerem comentários quanto a Produção Didático-
Pedagógica e as metodologias utilizadas, também deram sugestões de outras
atividades que poderiam fazer parte da proposta. Discutimos que toda e qualquer
atividade, a mais simples que seja, faz a diferença no processo de ensino-
aprendizagem e contribui para que os objetivos sejam alcançados. Isso se deve
também a escolha de determinados filmes. É o que coloca uma das cursistas,
“Realmente sempre devemos analisar o filme como um todo e com carinho. Uma vez
que sua compreensão dentro do filme é delicada. Esta postura faz com que nós
professores ao escolhermos um filme devemos analisá-lo de acordo com o conteúdo
e o objetivo que queremos alcançar”.
Foi discutido ainda a importância do uso de filmes, mas com um
planejamento, uma vez que se deve ter o cuidado com a representação dentro
deles. Isso foi reforçado por uma das cursistas. “Como você, acredito que para
obtermos sucesso em atividades realizadas para nossos alunos precisamos de
planejamento. Os filmes não fogem à regra: assistir, analisar, elaborar críticas e ver
o que queremos atingir antes de passar um filme é essencial”. Outra cursista
continua, ainda, “[...] A exibição de filmes inseridos no contexto do conteúdo
trabalhado pode, sim, criar outras formas de percepção e de relacionamento dos
alunos com a História, se transformando em um valioso instrumento motivador do
interesse do aluno à pesquisa, além de formador de uma consciência crítica,
apresentando inúmeras possibilidades de análise, propiciando atividades práticas”.
Portanto, o professor de História deve buscar novas metodologias e romper
paradigmas, para mostrar aos alunos como realizar uma pesquisa. É preciso que se
faça uso das tecnologias para que os alunos não desanimem diante das constantes
aulas expositivas. Um dos cursistas também faz essa ressalva: “Infelizmente, apesar
do acelerado desenvolvimento da comunicação, das tecnologias e produção de
novas linguagens, o ensino de História continua excessivamente centrado em aulas
expositivas na maioria das escolas públicas, caracterizado pela apresentação
sistematizada dos conteúdos pelo professor. Aulas ministradas dessa forma só
contribuem para que o aluno permaneça passivo”.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo teve a finalidade de mostrar que a fonte fílmica desperta
nos alunos o interesse pela pesquisa e leitura histórica e, consequentemente, pela
disciplina de História, utilizando como objeto de estudo a história do cinema e da
representação da infância nos séculos XIX e XX. Essa metodologia permitiu ao
aluno conhecer as transformações tecnológicas pelas quais passou a Europa nesse
período, que culminaram em várias invenções que mudaram a vida da sociedade.
Com a pesquisa sobre esses inventos – nesse caso, o cinematógrafo e o cinema –
dá-se oportunidade de os alunos estarem em contato com os dispositivos eletrônicos
que a escola e que eles mesmos possuem e a perceberem que o uso adequado
destes, mediados pelo professor, tornam-se importantes ferramentas para a
produção do conhecimento na pesquisa e na leitura dos conteúdos de História.
As atividades realizadas permitem que o aluno seja produtor de
materiais/modelos didáticos significativos para o ensino de História, capazes de
motivar e desenvolver no educando o interesse pela leitura, com autonomia e
autocrítica, tornando-o, assim, um sujeito integral. Dessa forma, é possível
diagnosticar que as metodologias empregadas para a leitura da fonte fílmica levam a
aprendizagem com competência e habilidade, uma vez que o aluno apresenta uma
percepção mais detalhada pelas imagens. É claro que o fato de o trabalho ter sido
realizado em uma turma pequena e com um grau de interesse e desempenho muito
grande contribui para que a apropriação do ensino aprendizagem fosse satisfatória.
Com o desenvolvimento do trabalho, as metodologias utilizadas para a leitura
e pesquisa histórica, levaram os alunos entenderem as relações sociais,
compreenderem o papel de cada sujeito na História e até mesmo construírem seus
conceitos, resgatando o significado da história, acompanhando as transformações
que a sociedade vem passando ao longo do tempo. Foi possível constatar, ainda,
que as metodologias são uma abertura para que a utilização dos dispositivos
eletrônicos se torne uma ferramenta para professores que apresentam dificuldades
em lidar com tais dispositivos, pois essa inaptidão priva o aluno ao acesso às
tecnologias. Afinal, a maioria já faz uso de smartphones, tablets e outros aparelhos
eletro-eletrônicos. Esses recursos/dispositivos devem ser utilizados para que o aluno
entenda o que são, como surgiram e quais suas aplicações. Certamente, isso
contribuirá para que não se torne alheio e alienado às transformações sociais.
6. REFERÊNCIAS
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