lp008 2012

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1 Textos em Contexto: Jornalismo, Publicidade, Trabalho, Literatura e Artes/Mídias Tópico: Um início de conversa Introdução ________________________________________________________________________________________ Olá, Professor(a)! Estamos iniciando a disciplina LP008 do Módulo 4 do Curso de Especialização em Língua Portuguesa. Nesta disciplina, vamos, em primeiro lugar, conversar com você sobre a necessidade de planejar o seu ensino. Embora improvisemos em muitos âmbitos de nossas vidas, nossas atividades profissionais não devem ser pautadas por improvisações, não é verdade? Por esse motivo, vamos refletir junto com você, no Tema 1, sobre como planejar e organizar sequências didáticas de modo a poder trabalhar com gêneros textuais/discursivos, sistemática e produtivamente, em sala de aula. Nos Temas 2 e 3, vamos tentar contribuir para que você seja bem sucedido na elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) que deverá submeter no final do Curso de Especialização em Língua Portuguesa REDEFOR/LP. Em um primeiro momento, vamos criar situações que contribuam para que você possa definir, dentro da(s) esfera(s) que escolheu para focalizar no TCC (Jornalismo, Publicidade, Trabalho/Estudo, Literatura e/ou Artes/Mídias), os gêneros, os textos, os objetivos e as atividades que vão constituir a sequência didática que cada um de vocês irá elaborar. Por último, pretendemos discutir algumas das características dos textos acadêmicos, focalizando especificamente o gênero TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). Esperamos ser bem sucedidas nessa tarefa... Bons estudos a tod@s! Clique aqui 1 para assistir ao vídeo de introdução da disciplina. 1 Fonte: http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/video/W62UMO6B1BHA/, acesso em 01/06/2011.

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Textos   em   Contexto:   Jornalismo,   Publicidade,   Trabalho,  Literatura  e  Artes/Mídias    Tópico:  Um  início  de  conversa      

Introdução  ________________________________________________________________________________________    Olá,  Professor(a)!      

Estamos   iniciando   a   disciplina   LP008   do   Módulo   4   do   Curso   de  Especialização  em  Língua  Portuguesa.      Nesta  disciplina,  vamos,  em  primeiro  lugar,  conversar  com  você  sobre  a  necessidade  de  planejar  o  seu  ensino.      Embora   improvisemos   em   muitos   âmbitos   de   nossas   vidas,   nossas  atividades  profissionais  não  devem  ser  pautadas  por  improvisações,  não  é  verdade?  Por  esse  motivo,  vamos  refletir  junto  com  você,  no  Tema  1,  

sobre   como   planejar   e   organizar   sequências   didáticas   de   modo   a   poder   trabalhar   com   gêneros  textuais/discursivos,  sistemática  e  produtivamente,  em  sala  de  aula.      Nos  Temas  2  e  3,  vamos  tentar  contribuir  para  que  você  seja  bem  sucedido  na  elaboração  do  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso  (TCC)  que  deverá  submeter  no  final  do  Curso  de  Especialização  em  Língua  Portuguesa  -­‐  REDEFOR/LP.      Em  um  primeiro  momento,  vamos  criar  situações  que  contribuam  para  que  você  possa  definir,  dentro  da(s)  esfera(s)   que   escolheu   para   focalizar   no   TCC   (Jornalismo,   Publicidade,   Trabalho/Estudo,   Literatura   e/ou  Artes/Mídias),  os  gêneros,  os  textos,  os  objetivos  e  as  atividades  que  vão  constituir  a  sequência  didática  que  cada  um  de  vocês  irá  elaborar.      Por   último,   pretendemos   discutir   algumas   das   características   dos   textos   acadêmicos,   focalizando  especificamente  o  gênero  TCC  (Trabalho  de  Conclusão  de  Curso).      Esperamos  ser  bem  sucedidas  nessa  tarefa...    Bons  estudos  a  tod@s!      Clique  aqui1  para  assistir  ao  vídeo  de  introdução  da  disciplina.        

1 Fonte: http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/video/W62UMO6B1BHA/, acesso em 01/06/2011.

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Tema:  1.  Sequências  Didáticas:  uma  unidade  de  trabalho  Tópico  1  -­‐  Por  que  planejar?    

Um  início  de  conversa...  ________________________________________________________________________________________  Como  (re)apresentar  aos  alunos  a  língua  viva  e  dinâmica  em  que  vivem  desde  que  começaram  a  fazer  parte  deste   nosso  mundo  de   linguagem?   É   possível   trazer   essa   língua   para   a   escola   sem  que   se   percam,   nessa  passagem,  os  saberes  e  sabores  que  nela  estão  impregnados?    

   Para  responder  a  essas  perguntas,  vamos  conversar  sobre  a  importância  do  trabalho  de  cada  professor(a)  na  sala  de  aula  de  ensino  de  Língua  Portuguesa.  Vamos  falar  ainda  sobre  a  possibilidade  de  tornar  esse  trabalho  mais   e  mais   efetivo,   fundamentado   sempre   em   seu  desejo   de   ensinar   e   nas   capacidades   de   seus   alunos;  capacidades  que  muitas  vezes  eles  simplesmente  não  sabem  que  possuem.      Os   "muros   da   escola"   são   reais,   mas   é   entre   eles   que   é   preciso   recriar   um   mundo   possível   para   cada  cidadão.   É   por   isso   que   acreditamos   na   possibilidade   de   trazer   a   língua   viva   para   a   escola:   a   língua   das  narrativas,  das  conversas,  das  poesias,  dos  debates,  das  canções...      E  é  essa  língua  que  precisa  ser  ensinada,  porque,  como  diz  a  letra  da  canção2:  "as  coisas  estão  no  mundo,  só  que  eu  preciso  aprender"...    ________________________________________________________________________________________    

2 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=V60YWH8ZelA, acesso em 10/04/2011.

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Ponto  de  partida  ________________________________________________________________________________________    Para   fazer   um   "Planejamento   Estratégico",   é   preciso   identificar,   analisar,   estruturar   e   coordenar  metas   e  ações  que  permitam  estabelecer  o  caminho  a  ser  seguido  pelo  indivíduo,  pela  organização  ou  instituição.    Para  ser  eficaz  e  alcançar  os  objetivos  propostos,  pensar  a  sua  forma  de  execução  é  essencial.    Veja  um  exemplo  surpreendente!      

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3Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=xva5B4vx1R4, acesso em 10/04/2011.

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Mãos  à  obra  ________________________________________________________________________________________    No   vídeo   que   vocês   acabaram   de   ver   -­‐   que   é   bastante   utilizado  para   motivar   gestores   de   empresas   -­‐,   o   menino   sente   o  desconforto  de  não  ter  com  quem  jogar  futebol  (qual  é  a  graça  de  fazer   um   gol   sem   um   goleiro   tentando   pegar   a   bola?)   e   percebe  que  algo  precisa  ser  feito  para  resolver  esse  problema.  Ele  poderia,  perfeitamente,   fazer   nada   e   esperar   pela   solução.  Mas,   não!   Ele  decide  agir,  considerando  os  recursos  que  tem  a  sua  disposição.  O  jantar   à   luz   de   velas,   o   quarto   dos   pais   à   meia-­‐luz,   o   bocejo  simulando  estar  com  sono...  tudo  isso  é  muito  bem  PLANEJADO.  E,  por  isso,  dá  certo.      Se   é   bem   verdade   que,   no   exercício   da   maior   parte   das   profissões,   o   planejamento   é   considerado  fundamental   para   o   sucesso,   quando   o   que   está   em   jogo   é   o   exercício   da   docência,   é  muito   comum   as  pessoas  pensarem  que  para  ser  um  bom  professor  basta  "ter  talento"  ou  "ter  nascido  pra  coisa"...  Muitos  professores  também  acham  isso:  acreditam  tanto  em  suas  boas  ideias  e  intuições,  que  julgam  desnecessário  planejar  seu  ensino.        

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Leia,  inicialmente,  a  afirmação  abaixo,  retirada  de  um  texto  de  Rojo  (2001,  p.   332)4.   Nesse   trecho,   a   autora,   referindo-­‐se   ao   comportamento   de   um  grupo  de  professores  por  ela  analisado,  afirma:      [...]   o   professor   abriu  mão   de   uma   de   suas   atribuições   básicas   -­‐   a   de   ser  dono  da  voz,  isto  é,  a  de  planejar  seu  ensino  de  acordo  com  as  necessidades  e  possibilidades  de  seus  alunos  -­‐,  em  favor  do  que  é  feito  pelos  autores  dos  livros  didáticos.        Agora,  preste  atenção  às  palavras  da  canção  "A  Voz  do  Dono  e  o  Dono  da  Voz"5,  composta  em  19816,  por  Chico  Buarque  de  Hollanda.  Veja  a  letra7.      Considere  a  citação  e  a  canção  de  Chico  e  discuta  com  sua  turma  a  pergunta  abaixo,  no  Fórum  de  Discussão  agendado  para  esta  semana:      

O  material  didático  também  é  o  dono  da  sua  voz?          

4 ROJO, R. H. R. Modelização didática e planejamento: duas práticas esquecidas do professor? In: KLEIMAN, A. B.

(Org.) “A Formação do Professor: Perspectivas da Lingüística Aplicada”. Campinas: Mercado de Letras, 2001. Pp. 313-335.

5 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=c8RWQCz4Ma4, acesso em 10/04/2011. 6 Fonte: http://www.chicobuarque.com.br/construcao/mestre.asp?pg=avozdo_81.htm, acesso em 10/04/2011. 7 Fonte: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/45102/ , acesso em 10/04/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    Alguns  professores,  perdendo  toda  e  qualquer  autonomia  para  gerir  suas  disciplinas,  ficam  mesmo  reféns  de  livros  e  materiais  didáticos  -­‐  escolhidos  ou  não  por  eles  próprios  -­‐  e  têm  que  conviver,  algumas  vezes  a  duras  penas,  com  suas  limitações  e  lacunas,  especialmente  no  que  tange  a  seus  alunos  e  a  projetos  específicos.      

   Muitos,  no  entanto,  entendendo  que  todo  material  didático  (inclusive  os  mais  bem  avaliados!)  é  elaborado  tendo   em   mente   um   aluno   e   um   professor   idealizados,   percebem   a   necessidade   de   adaptá-­‐lo   ao   seu  contexto   de   ensino.   Eles,   então,   fazem  um  uso   parcial,   seletivo   do   livro/material   didático8   e   investem  na  elaboração   de   unidades   de   trabalho   que   vão,   mais   diretamente,   ao   encontro   dos   interesses   dos   seus  próprios  alunos,  ou  que  dizem  respeito  a  temas  mais  atuais.      Mas,  convenhamos,  elaborar  uma  unidade  de  ensino  não  é  tarefa  banal,  como  veremos  mais  adiante.      Ao  contrário,  para  que  o  professor  seja  bem  sucedido  nessa  tarefa,  é  preciso  que  ele   tenha  muita  clareza  quanto  aos  objetivos  que  pretende  alcançar  e  quanto  aos  passos  necessários  para  atingir  esses  objetivos.  Sem  que  ele  faça  um  bom  PLANEJAMENTO,  suas  chances  de  sucesso  serão  pequenas...          

8 "O professorado se mostra capaz de perceber, nas lacunas e limitações do LD, possibilidades de investir na produção de

alternativas mais compatíveis com o nível de seus alunos e com suas necessidade de consistência pessoal [...] No conjunto dessas intenções e contradições, a certeza maior do professor é a de que o livro didático – escolhido ou não por ele próprio – é instrumento auxiliar e não exclusivo ou excludente. Na maioria dos casos, seu uso é parcial, sujeito à complementações e substituições – sejam elas pontuais ou globais - sempre em função da preservação da congruência pessoal, em nome da qual ele justifica qualquer transgressão.” (COSTA VAL, M. G. et al., 2005, p. 111).

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    

Não  podemos,  no  entanto,  esquecer-­‐nos  de  que      ...o  dono  prensa  a  voz,  a  voz  resulta  um  prato  que  gira  para  todos  nós.      Ou  seja,  embora  se  trate  -­‐  entre  as  práticas  de  sala  de  aula,  o  currículo  e  os  materiais  didáticos  disponíveis  -­‐  de  uma  relação  de      entrega  e  de  abandono    de  guerra  e  paz    contras  e  prós    

 é  dessa  relação  que  resulta  o  que  "gira  para  todos  nós",  isto  é,  o  cidadão  e  a  pessoa  que  seu  aluno  poderá  se  tornar.  Pois  seu  aluno  é  um  projeto  de  futuro  que  "gira  para  todos  nós".  Assim,  embora  às  "vozes",  Deus  só  tenha  dado  "seu  dó",  é  preciso  que,  com  essa  pequena  nota  central,  busquemos  construir  uma  sinfonia.      Considerando  o  que  foi  discutido  neste  tópico,  assista  ao  vídeo:      

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9 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=SkxCEh1af2g, acesso em 10/04/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4  ________________________________________________________________________________________    Então,  reflita:      1.  Apresentar  propostas  para  superar  uma  situação-­‐problema  escolar  sem  conhecer  com  clareza  a  sua  causa  é  o  mesmo  que  receitar  um  remédio  sem  ter  o  diagnóstico  da  doença.    Concordo10.    Discordo11.      2.   Alguns   professores   percebem   a   importância   de   planejar   suas   atividades,   embora   façam   restrições   ao  modo  como  o  planejamento  vem  sendo  feito  na  escola.    Concordo12.  Discordo13.    3.  Os  livros  e  outros  materiais  didáticos  são  elaborados  tendo  em  mente  um  grupo  de  alunos  e  um  professor  fictícios.  Concordo14.  Discordo15.    

       

10 Correto: toda proposta pedagógica deve estar pautada em uma análise cuidadosa das raízes do problema que se propõe a

superar. 11 Incorreto: sem que se tenha compreendido bem a origem de um dado problema escolar é impossível adotar medidas

eficazes para combatê-lo. 12 Correto: um professor pode não estar satisfeito com a forma como os planejamentos são feitos em sua escola, mas isso

não significa que não perceba a importância de planejar. 13 Incorreto: fazer críticas às formas vigentes de planejamento não significa, necessariamente, ser contra planejamentos

escolares. 14 Correto: todos os livros didáticos e materiais – avaliados e não avaliados – são elaborados tendo em vista professores e

alunos idealizados. 15 Incorreto: somente os materiais didáticos elaborados por um professor para uma turma especifica não terão por

referência uma situação de ensino imaginária.

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Finalizando  ________________________________________________________________________________________    

16  Neste   primeiro   tópico,   argumentamos   que,   assim   como   costumam   fazer   muitos   profissionais   de   outras  áreas,  o(a)  professor(a)  deve  planejar,  cuidadosamente,  suas  atividades  de  ensino.  Claro  que  com  isso  não  estamos  querendo  dizer  que  esse  seu  planejamento  deva  funcionar  como  uma  camisa-­‐de-­‐força,  impedindo-­‐o   de   tirar   proveito,   em   sua   sala   de   aula,   de   fatos   e   situações   originalmente   não   previstas.   Tampouco  estamos   querendo   dizer   que   um   bom   planejamento   de   atividades   de   ensino   é   suficiente   para   garantir   a  aprendizagem.      Sabemos  que  há  outras  variáveis  em  jogo,  como,  por  exemplo,  as  condições,  por  vezes  bastante  precárias,  de  trabalho  do(a)  professor(a)  da  rede  pública  brasileira.  No  entanto,  ainda  que  um  bom  planejamento  não  seja  suficiente  para  assegurar  um  ensino  eficiente,  ele  é  uma  condição  absolutamente  necessária  para  que  isso  possa  ocorrer!            

16 Fonte: http://www.sxc.hu/, acesso em 10/06/2011.

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Tópico   2   -­‐   Revisitando   os   conceitos   de   esfera   de  comunicação  e  de  gêneros  textuais/discursivos  Ponto  de  partida  ________________________________________________________________________________________    Com   frequência,   quando   nos   vemos   frente   a   uma   tarefa   desafiadora,   tendemos   a   procrastinar17   a   sua  realização   -­‐  Amanhã   eu   faço   isso!   -­‐   valendo-­‐nos   das   mais   variadas   formas   de   desculpas,   tal   como   faz   o  personagem  do  vídeo  abaixo:        

18    Como  você,  professor(a),  precisa  elaborar  um  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso   (TCC)  e   submetê-­‐lo  a  uma  avaliação,  melhor  começarmos  a  planejá-­‐lo  agora...  Como  dissemos  na  apresentação  desta  disciplina,  uma  de   nossas   expectativas   é   poder   contribuir   para   que   você   possa   tomar   decisões   informadas   acerca   do  conteúdo  do  seu  TCC,  no  qual  você  deverá  propor  e  analisar  uma  Sequência  Didática  (SD)  para  o  ensino  de  Língua  Portuguesa  em  seu  contexto  de  atuação,  tendo  em  mente  as  necessidades  de  aprendizagem  de  seus  alunos.      As  Sequências  Didáticas  (SDs)  trabalham  com  um  ou  mais  gêneros  específicos  de  uma  (ou  mais)  esfera(s)  de  comunicação   (por  exemplo,   jornalismo,  publicidade,   literatura,  artes  e  mídias,   trabalho/estudo  etc.).  Você  escolherá  uma  dessas  esferas  que  estão  propostas  no   título  desta  disciplina  e  um  ou  alguns   gêneros  que  nelas  circulam  para  fazer  seu  projeto  de  ensino  no  formato  de  Sequência  Didática  (SD).      Para  isso,  é  melhor  refletirmos  um  pouco  mais  sobre  como  os  gêneros  textuais/discursivos  funcionam,  sobre  como  são  dinâmicos,  híbridos  e  muito  complexos.      _____________________________________________________________________________________    

17 procrastinar pro.cras.ti.nar (lat procrastinare) vtd 1 Deixar para outro dia, ou para um tempo futuro, por motivos

repreensíveis; adiar: Procrastinar tarefas. vtd 2 Delongar, demorar, retardar: Procrastinar uma decisão. vint 3 Usar de delongas: Detestamos procrastinar. Antôn: abreviar. (Michaelis – Moderno Dicionário de Língua Portuguesa).

18 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=j73RmSNqeGM , acesso em 06/05/2011.

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Mãos  à  obra  ________________________________________________________________________________________    Pare  e  pense:  em  quais  das  atividades  abaixo  você  esteve  envolvido  na  última  semana?      

   

No  nosso  dia  a  dia,  à  medida  que  nos  comunicamos,   fazemos  uso  de  gêneros,  pois   tudo  o  que   falamos  e  escrevemos,   todos   os   nossos   discursos   têm   a   forma   de   textos   que   materializam,   concretizam   gêneros  diversos.  Basta  sairmos  de  casa,  encontrar  um  vizinho  e  cumprimentá-­‐lo,  para  estarmos  engajados  em  uma  interação   que   constitui   o   gênero   "cumprimento".   Em   seguida,   quando   buscamos   informações   sobre   o  itinerário  de  um  ônibus,  estamos,  novamente,  envolvidos  com  um  gênero  (mapa),  que  informa  e  instrui.    Enfim,  se  pararmos  para  pensar,  os  gêneros  estão,  o  tempo  todo,  modelando  nossas  práticas  comunicativas.      

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Os   gêneros   textuais   circulam   em   esferas   comunicativas.   Cada   esfera   da   atividade   humana   (cotidiana,  escolar,   literária,  científica,   jornalística,  publicitária  etc.)  possui  um  repertório  de  gêneros  que  ela  constrói,  em  função  de  suas  finalidades,  orientando  nossas  ações  de  linguagem  em  cada  uma  delas.  Há  gêneros,  por  exemplo,  que  circulam  na  esfera  religiosa  (orações,  hinários,  certificado  de  batismo  etc.),  mas  não  na  esfera  jurídica,   em   que   vão   circular   outros   gêneros   (petição,   depoimento,   escritura,   discurso   de   defesa   e   de  acusação,  sentença,  certidão  de  nascimento  etc.).    Assim,  o(a)  professor(a)  precisa  definir  a(s)  esfera(s)  e  o(s)  gênero(s)  que  a  ela(s)  pertence(m)  com  os  quais  pretende  trabalhar  no  seu  TCC.  Contudo,  é   importante  considerar  que,  se  é  bem  verdade  que  cada  esfera  determina   seus   gêneros,   também   é   verdade   que   um   gênero   pode   circular   em   mais   de   uma   esfera  comunicativa,  como  veremos  mais  adiante.                              

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2    Você   já   se   pegou   cantando   uma  música   sem   saber   bem   de   onde   ela   veio?   E   uma  música  de  propaganda,  um  "jingle"?  Uma  daquelas  que  você  ouve  e  não  esquece  e  que  gruda  na  orelha?  Que  tal  aquela  receita  cantada  dos  "dois  hambúrgueres,  alface,  queijo,  molho  especial,  cebola  e  picles  num  pão  com  gergelim"  (que  virou  uma  aula  sobre  o  plural  das  paroxítonas  terminadas  em  "r")?  Ou  as  lembranças  que,  nos  shows  de  final  de  ano,  o  Rei  Roberto  traz  de  volta,  com  seus  "detalhes"  e  "emoções"?  Você  já   pensou   no   que   essas   músicas   têm   em   comum?   Qual   a   finalidade   de   cada   uma  delas?  A  quem  se  dirigem?    Clique  na  imagem  e  escute  "Pela  Internet",  uma  canção  de  Gilberto  Gil.  Preste  atenção  à  letra19:    

20    Agora,  clique  na  imagem  e  veja  como  essa  canção  aparece  em  um  comercial  do  "Itaú  Bankline":    

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19 Fonte: http://letras.terra.com.br/gilberto-gil/68924/, acesso em 17/04/2012. 20 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=7ysEoKtfU2I, acesso em 06/05/2011. 21 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=nJ95ICyvrBE, acesso em 06/05/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    Álvaro   Caretta   (2008)22   descreve   o  modo   como   "Pela   Internet",   de  Gilberto  Gil,   gênero   "canção   popular"  concebido  inicialmente23  na  esfera  artística,  é  deslocado,  no  segundo  vídeo  a  que  você  assistiu,  para  a  esfera  publicitária.  O  autor   chama  a  atenção  para  o   fato  de  que,  embora  mantenha   sua   forma  composicional,   a  canção  adquire  características  específicas  nessa  esfera  discursiva  (p.  20).    Seguindo  a  trilha  sonora  desse  autor  é  possível  observar,  entre  outras  coisas24,  que  o  que  distingue  o  gênero  "canção  popular"  é  a   sua   forma  composicional:   "texto  curto,   cantado,   formado  pela   relação   entre   letra   e   música,   dividida   em   partes   A   e   B,  constituídas  por  versos,  organizados  em  estrofes"  (p.  21).  Sua  finalidade  é  provocar  um  efeito  estético,  marca  registrada  dos  gêneros  da  esfera  artística.  Por  outro  lado,  o  "jingle"  feito  para  o   comercial   do   Itaú  Bankline,   construído   com   base   na   forma  de  composição  da  canção,  tem  uma  finalidade  diferente,  uma  vez   que   agora   faz   parte   de   outra   esfera   de   comunicação   (a  esfera   publicitária):   o   que   se   almeja   com   ele   é   anunciar   um  produto  oferecido  pelo  banco  e   levar  o  destinatário  a  utilizá-­‐lo.      Podemos  concluir,  então,  que,  no  info(r)mar  de  nossa  vida  cotidiana,  os  gêneros  podem  "navegar"  de  uma  esfera  para  outra.  O  gênero   "canção  popular",  pertencente  originalmente  à  esfera  artístico-­‐musical,  pode  dialogar  com  outras  esferas,  servindo  de  modelo  para  outros  gêneros,  como  o  "jingle"  na  esfera  publicitária  aqui   analisado.   Com   base   nisso,   é   importante   compreendermos   que   um   dado   gênero   deve   ser   sempre  observado  levando-­‐se  em  conta  as  particularidades  de  sua  esfera  de  circulação.        ________________________________________________________________________________________    

22 Fonte: http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/37/EL_V37N3_02.pdf, acesso em 13/05/2011. 23 A canção “Pela Internet”, de Gilberto Gil, foi gravada, em 1997, no CD duplo “Quanta”. 24 Veja a análise detalhada em CARETTA, A. As formas da canção nas diversas esferas discursivas. "Estudos

Linguísticos, v. 37, n.3": 17-24, São Paulo, 2008. Também disponível em http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/37/EL_V37N3_02.pdf, acesso em 13/05/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4  ________________________________________________________________________________________    Uma   simples   olhada   para   essa   imagem   amarelada   de   um   fusca  modelo  antigo  basta  para  reconhecer  (ou  ao  menos  supor),  mesmo  antes  de  ler  o  texto  completo,  que  se  trata  de  um  antigo    anúncio,  um  gênero  produzido  na/pela  esfera  publicitária.      Produzido   na   década   de   60,   é   quase   certo,   porém,   que   esse   anúncio  jamais   seria   veiculado   em   um   jornal   ou   revista   contemporâneos   com   a  mesma   finalidade.   Por   quê?   Podemos   dizer,   imediatamente,   que   faltam  cores   à   imagem,   que   o   produto   sofreu   diversas   mudanças   e   que   o  consumidor   desse   tipo   de   produto   também   é   outro:   ele   não   aceitaria   o  teor  machista   do   texto   que   afirma,   categoricamente,   que  mulheres   não  sabem  dirigir   (o  preconceito,  é  verdade,  sobrevive,  mas  sua  exposição  é,  agora,  camuflada).    Na  sociedade  atual,  com  as  novas  tecnologias,  alguns  gêneros  passam  por  mudanças  ainda  mais  profundas  e  rápidas.  Hoje  quase  não  escrevemos  cartas.  As  notícias,  que  chegavam  a  cavalo  ou  por  navio,  chegam  via  satélite,  em  tempo  real.  Quase  não  vemos  cartões  postais.  Quase  nunca  compramos  selos  (a  não  ser  para  colecionar).  O  e-­‐mail  pode   funcionar  como  um  correio  eletrônico   -­‐  uma   forma  de   transporte  por  meio  da  qual  podemos  enviar  um  documento,  uma   foto,  um   livro,  e  pode  ser   também  um  gênero   textual   como  o  bilhete.    

   

Entendemos,  assim,  por  que  Marcuschi  (2006)  afirma  que  os  gêneros  não  são  categorias  estáticas,  formas  prontas   e   acabadas,   e   são   sempre   produzidos   de   acordo   com   as   necessidades   e   exigências   sociais   e  históricas  de   cada   comunidade  discursiva.  O  gênero,  portanto,   se   transforma,  mas  mantém  sempre  uma  tensão  entre  essas  inovações  e  a  regularidade  que  nos  permite  reconhecê-­‐lo.          ________________________________________________________________________________________    

25 Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/tag/fusca/, 05/06/2011.

(Clique  na  imagem25  para  ampliá-­‐la)  

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  5  ________________________________________________________________________________________    

Veja   o   vídeo26   ao   lado   e   tente   descobrir   quantos   gêneros   (orais   e  escritos)  você  consegue  reconhecer  nesse  comercial.  Observe  que  ele  dura   apenas   47   segundos   e   que,   se   quisermos   entender   sua  composição,   temos   que   parar   o   vídeo   algumas   vezes   (assim   como  lemos  várias  vezes  um  conto  ou  um  artigo  para  analisá-­‐lo).    

 

 

Você  deve   ter  observado  que  a   tela   se  divide   com  base  no  gênero  história  em  quadrinhos   (HQs),  de   cuja  composição   se   vale   para   compor   a   narrativa,   com   duas   legendas,   com   a   voz   do   narrador   e   com  onomatopéias  gráficas  (que  lemos  enquanto  ouvimos  a  música).      Um   dos   quadros   traz   uma   lista   escrita   de   tarefas.   Já   na   rua,   o   personagem   encontra   algumas   garotas   e  conversa   com   elas   e   ficamos   sabendo,   pela   imagem   de   um   mapa,   a   localização   de   uma   "festa".   Várias  pessoas   são   convidadas   pelo   telefone.   Um   relógio   aparece   no   canto   da   sala,   enquanto   os   próprios  quadrinhos   se   deslocam   junto   com   os   móveis   e   uma   legenda   indica   que   se   passaram   10   horas.   Aos   28  segundos,  o  produto  volta  a  ganhar  destaque  e  até  o  vizinho  que  geralmente  reclama  do  barulho,  pensa  que  é  uma  boa  ideia.    O   narrador   fala   apenas   10   segundos   ("os   melhores   planos   começam   quando   pode   ser   aberto   um   barril  de...")  e  a  narrativa  termina  com  o  anúncio  "continuará",   tal  como  se  anuncia  o  próximo  capítulo  de  uma  novela.  O  que  importa  enfatizar  é  que,  muitas  vezes,  gêneros  têm  formas  de  composição  híbridas,  nas  quais  textos   e   imagens   se   mesclam,   modalidades   de   linguagem   se   alternam   e   vários   outros   gêneros   são  convidados   para   compô-­‐los.   Isso,   entretanto,   não   impede   que   o   reconheçamos   como   um   determinado  gênero:  no  caso  do  vídeo  que  acabamos  de  analisar,  com  apenas  6  segundos  já  sabemos  que  se  trata  de  um  comercial   de   bebida   e   nos   dispomos   a   continuar   a   ler/ouvir   essa   história   narrada   de   forma   tão  surpreendente.    ________________________________________________________________________________________    

26 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=jyCyctAH8pM, acesso em 14/05/2011.

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Finalizando  ________________________________________________________________________________________    Os gêneros constituem um espaço central não só de comunicação e de informação, mas de reconstruções de identidades. Portanto, saber transitar entre os gêneros, de acordo com as esferas a que pertencem ou entre as quais se deslocam e estando atentos para as formas como nos moldam é fundamental para a vida na sociedade contemporânea. Neste Tópico, procuramos retomar brevemente o que foi discutido em várias disciplinas do seu Curso de Especialização em Língua Portuguesa, no que se refere aos conceitos de "esfera de atividade humana" e de "gênero textual/discursivo". O vídeo abaixo serve para reforçar várias das questões por nós abordadas neste segundo tópico do Tema 1 de nossa disciplina. Clique na imagem para assisti-lo.

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27 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=OQPw-xUK_tk , acesso em 24/06/2011

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Atividade  Autocorrigível  1  ________________________________________________________________________________________    As  afirmações  abaixo  são  corretas  ou  incorretas?      I28.   Em   nossa   vida   cotidiana,   os   gêneros   são   as   formas   naturais   pelas   quais   usamos   a   língua   para   nos  comunicar.  Na  escola,  os  alunos  precisam  dominar  apenas  os  gêneros  considerados  secundários  e,  portanto,  escritos.    II29.  Na  construção  de  uma  SD  para  o  ensino  de  um  gênero,  o  professor  deve  levar  em  conta  o  que  os  alunos  já  sabem  sobre  esse  gênero.  Caso  o  aluno  não  saiba,  por  exemplo,  o  que  significa  o  termo  "infografia",  esse  gênero  não  pode  ser  ensinado.    III30.  Cada  esfera  determina  seus  gêneros,  de  acordo  com  suas  finalidades,  e  são  eles  que  em  nosso  dia  a  dia  orientam  nossas  ações  de  linguagem.  Embora  as  "cartas  de  amor"  possam  ser  bastante  diferentes  umas  das  outras,  elas   têm  aspectos  bastante  conhecidos  e  que  permitem  seu   reconhecimento   imediato.  É  por  essa  razão  que  cada  gênero,  para  ser  reconhecido,  precisa  circular  em  uma  única  esfera  comunicativa.    IV31.  Os  aspectos  conhecidos  garantem  a  estabilidade  dos  gêneros.  Essa  estabilidade,  no  entanto,  é  relativa,  uma  vez  que  os  gêneros  podem  se  modificar  com  o  passar  do  tempo,  devido  a  diferentes   fatores  como  o  desenvolvimento  de  novas  tecnologias,  etc.  E  pode  até  mesmo  ocorrer  de  haver  um  gênero  dentro  de  outro,  por   exemplo:   uma   carta   de   amor   na   qual   você   cita   um   poema;   um   conto   dentro   do   qual   o   personagem  escreve  uma  carta  de  amor.      Agora,  passe  o  cursor  para  conferir  sua  resposta.        

28 Incorreta. Os gêneros secundários podem ser escritos e também orais como debate regrado, peça teatral, exposição oral,

seminário, etc. 29 Incorreta. Nesse caso, o professor começaria por explicar que esse é um tipo especial de texto icônico-verbal (mescla

texto e imagem) da esfera jornalística que facilita a compreensão de dados da realidade ou de acontecimentos. 30 Incorreta. Renato Russo e Erasmo Carlos cantam “A carta” em http://www.youtube.com/watch?v=5TQ44MnpY2o

Transformada em canção, gênero que pertence à esfera artístico-musical, a carta nela contida não deixa de ser reconhecida como uma “carta de amor”.

31 Correta. Os gêneros são heterogêneos. Alguns são mais estáveis – é o caso de uma carta comercial – e outros estão sempre mudando – o anúncio publicitário, por exemplo.

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Tópico  3  -­‐  O  que  o  professor  precisa  saber  para  ensinar?  Ponto  de  Partida  ________________________________________________________________________________________    No mundo em que vivemos hoje, o conhecimento circula em quantidade e velocidade cada vez maiores e em todos os meios de comunicação: na televisão e no rádio, nos jornais e revistas, em sites, e-mails, blogs, redes sociais etc. Nesse cenário, o grande desafio para os professores é refletir sobre essa realidade e escolher quais conhecimentos acumulados ao longo da História podem e devem ser transformados em conhecimento escolar ou, em outras palavras, podem e devem converter-se em objetos de ensino. A essa transformação/conversão dá-se o nome de transposição didática32. No caso específico do professor de Língua Portuguesa, o desafio é escolher, dentre as práticas de linguagem adquiridas e acumuladas em diferentes situações de interação social, isto é, dentre os gêneros discursivos/textuais33, os objetos de ensino mais adequados a seus alunos e às suas metas. O trabalho pedagógico com os gêneros (orais, escritos ou multimodais) dá ao aluno a oportunidade de reconstruir essas práticas de linguagem e de se apropriar delas. Essa apropriação se torna efetiva a partir do momento em que o aluno é capaz de dominar um gênero e compreendê-lo/produzi-lo de forma adequada, de modo a poder participar ativamente da comunidade a que pertence.  ________________________________________________________________________________________    

32 A expressão "transposição didática" foi introduzida, em 1975, pelo sociólogo Michel Verret e, posteriormente, teorizada

por Yves Chevallard no livro "La Transposition Didatique: Du savoir savant au savoir enseigné" (Paris, Ed. La Penseé Sauvage, 1991). Segundo esse autor, “um conteúdo de saber que tenha sido definido como saber a ensinar, sofre, a partir de então, um conjunto de transformações adaptativas que irão torná-lo apto a ocupar um lugar entre os objetos de ensino. O ‘trabalho’ que faz de um objeto de saber a ensinar um objeto de ensino é chamado de transposição didática” (CHEVALLARD, 1991, p. 39).

33 Segundo Bronckart (1999, p. 173), o gênero textual é resultado da “atividade de linguagem em funcionamento permanente nas formações sociais: em função de seus objetivos, interesses e questões específicas, essas formações elaboram diferentes espécies de textos, que apresentam características relativamente estáveis”.

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Mãos  à  obra  Para  trabalhar  com  gêneros  discursivos/textuais,  é  fundamental  que  o  professor  domine  as  características  dos   gêneros   que   escolhe   como   objetos   de   ensino,   as   condições   em   que   eles   são   produzidos   e  o   que   é  possível  ensinar  a  partir  deles.    Agora,  considere  a(s)  esfera(s)  e  os  gêneros  que  você  selecionou  como  objetos  de  ensino  para  a  Sequência  Didática  (SD)  que  comporá  o  seu  TCC  e  reflita:  1)  Você  conhece  bem  o  funcionamento  dessa(s)  esfera(s)34?  Se  não,  onde  poderá  buscar  informações  a  esse  respeito?    2)   Você   conhece   bem   as   características     desses   gêneros35?   Seria   capaz   de  descrevê-­‐las?  Se  não,  onde  poderá  buscar  informações  a  esse  respeito?    3)   Você   sabe   as   condições   em   que   os   textos   desses   gêneros   são,   em   geral,  produzidos36?    

• Quem  os  produz?    • Para  quem?    • Em   que   modalidades   de   linguagem   (verbal   -­‐   oral   ou   escrita;   imagem   estática;  

imagem  em  movimento;  áudio  -­‐  música  ou  efeitos  sonoros  etc.)?    • Para  circular  em  que  mídias37?  Em  que  suportes38?    • Com  que  finalidades  ou  propósitos?    • Em  que  campo  social39  esses  textos  são  produzidos?  

 Se  você  não  tem  essas  respostas,  onde  poderá  procurar  informação  a  respeito?  4)   Você   tem   ideia   a   respeito   do   que   seus   alunos-­‐alvo   sabem   sobre   esses   gêneros?   Sobre   seu  funcionamento?   Sobre   suas   características?   Se   não,   que   medidas   poderá   tomar   para   avaliar   o   que   seus  alunos-­‐alvo  sabem  ou  não  a  respeito?    5)  A  partir   do  que  você   sabe  que  eles   já   sabem,  quais  de   seus  aspectos  escolheria  para  ensinar?  Em  que  eixos  de  ensino  (leitura/escuta,  produção,  análise  da  língua  e  das  linguagens)?    Conforme  você  for  fazendo  essas  reflexões,  vá  anotando  em  um  arquivo  Word  as  providências  que  tem  de  tomar   para   iniciar   o   trabalho   com   a   SD   que   planejou   inicialmente.   Elabore   um   breve   plano   de   ação,  elencando   todas  as  ações  e  medidas  que  deve   tomar  para   iniciar   seu   trabalho.   Salve   seu  arquivo  Word  e  poste-­‐o  no  Diário  de  Bordo  desta  semana.    ________________________________________________________________________________________    

34 Você deve lembrar que, para Bakhtin (2003[1952-53/1979]), a esferas de atividade humana ou de circulação dos

discursos são setores da sociedade (jornalístico, publicitário, científico, artístico, literário, escolar etc.) que têm um funcionamento regrado e uma distribuição de atividades e poderes específica, que regulam as relações entre os participantes dessa esfera ou campo, na qual circula um conjunto particular de gêneros discursivos que garantem, a um só tempo, seu funcionamento e as relações entre os participantes dessa esfera ou campo.

35 Como vimos em outras disciplinas desta Especialização, os gêneros de discurso são formas relativamente estáveis de enunciados (textos), que circulam em esferas/campos sociais específicos e que apresentam temas, formas de composição e estilos próprios a cada um deles (BAKHTIN, 2003[1952-53/1979]).

36 As condições ou situações sociais de produção dos enunciados/textos - situação de enunciação - envolvem os participantes da interação social (locutor/autor - interlocutores/audiência), seus lugares sociais e poderes, as finalidades ou propósitos da interação, o funcionamento sócio-histórico da esfera de atividade humana específica e, mais recentemente, as mídias de circulação dos textos/discursos.

37 Podemos considerar mídias como meios de transmissão e veiculação dos enunciados/textos, tais como as mídias impressa, radiofônica, televisiva, digital.

38 Podemos definir suporte como a superfície em que os enunciados/textos se afixam: o papel, no texto escrito manuscrito ou impresso; as películas e telas dos cinemas, TVs, computadores e dispositivos móveis como celulares e tablets etc.

39 ou esfera de atividade humana

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Dissemos  que,  para  trabalhar  com  gêneros  textuais/discursivos,  é  fundamental  que  o  professor  domine  as  características  dos  gêneros  que  escolhe  como  objetos  de  ensino,  as  condições  em  que  eles  são  produzidos  e  o  que  é  possível  ensinar  a  partir  deles.    Tendo   esse   domínio,   o   professor   deve,   então,   elaborar   um   roteiro   de   ações,   como   o   que   você   fez,   que  desemboque  em  uma  Sequência  Didática,  isto  é,  em  "um  conjunto  de  atividades  escolares  organizadas,  de  maneira  sistemática,  em  torno  de  um  gênero  textual  oral  ou  escrito"40  ou  multimodal.    Esse  conjunto  de  atividades,  ligadas  entre  si,  permite  que  os  alunos  dominem  as  características  próprias  do  gênero  em  estudo  e  tenham  condições  de  ler,  escrever  ou  falar  cada  vez  melhor.    

As  Sequências  Didáticas,  organizadas  de  acordo  com  os  objetivos  que  o   professor   pretende   alcançar,   apresentam   pelo   menos   duas  vantagens:  uma  delas  é  que  o  professor  de  Língua  Portuguesa  pode  ensinar  os  alunos  a  dominar  um  gênero  de   texto/discurso  de   forma  gradual,   partindo   dos   níveis   de   conhecimento   que   eles   já   têm   para  chegar  aos  níveis  que  precisam  dominar.  Outra  vantagem  desse  tipo  de   procedimento   é   permitir   o   trabalho   conjunto   de   leitura,   escrita,  oralidade   e   aspectos   gramaticais,   ou   características   das   linguagens,  tornando  o  ensino  menos  artificial.      É   importante   destacar   que   as   Sequências   Didáticas   envolvem   tanto  atividades  de  aprendizagem,  quanto  de  avaliação.      _________________________________________________________

_______________________________    

40 DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um

procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. et al. “Gêneros orais e escritos na escola”. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004[2001], p. 97.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    Como  organizar  uma  Sequência  Didática?    Para  responder  a  essa  pergunta,  vamos  tomar  como  referência  a  proposta  de  Dolz,  Noverraz  e  Schneuwly  (2004[2001])41  que  aparece  representada  na  figura  abaixo42:    

43    Suponhamos   que   um(a)   professor(a)   decida   que   é   importante   que   seus   alunos   dominem   a   escrita   de  convites,   um   gênero   textual   que   hoje   é,   muitas   vezes,   enviado   eletronicamente.   A   organização   de   uma  Sequência  Didática  para  o  ensino  desse  gênero  pode  se  dar  observando  os  passos  descritos  a  seguir.      1.  Apresentação  da  Situação  Nessa  primeira  etapa,  o(a)  professor(a)  apresenta  aos  alunos  uma  situação-­‐problema  para  motivá-­‐los  a  se  engajar  nas  atividades  da  Sequência  Didática  em  questão.  Ele(a)  pode,  por  exemplo,  criar  uma  situação  na  qual  os  alunos  deverão  enviar  um  convite,  por  escrito,  a  atletas  famosos,  convidando-­‐os  para  participar  da  cerimônia  de   inauguração  do  novo  ginásio  da  escola.  É  muito   importante  que  nesse  momento   fique  claro  para  os  alunos  a  situação,  o  gênero  e  o  tema  a  serem  trabalhados.  Se  o(a)  professor(a)  julgar  conveniente,  ele(a)  pode  pedir  que  os  alunos  leiam  e  analisem  um  convite  escrito  para  servir  de  modelo.        

41 DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um

procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. et al. “Gêneros orais e escritos na escola”. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004[2001].

42 p. 98 43 Esquema da Sequência Didática

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3      2.  Primeira  Produção  Textual  Nessa  etapa,  o(a)  professor(a)  deve  propor  que  os  alunos  elaborem  um  primeiro  convite  escrito,  seguindo  as  instruções  dadas  por  ele(a).  Essa  primeira  produção  de  um  convite  escrito  tem  dois  objetivos:  permitir  que  os  alunos  descubram  o  que  já  conhecem  sobre  o  gênero  e  que  o(a)  professor(a)  avalie,  de  maneira  precisa,  as  dificuldades  encontradas  pelos  alunos.  É  a  partir  desse  "diagnóstico"  que  o(a)  professor(a)  determinará  quantos  serão  os  módulos  da  Sequência  Didática  e  quais  serão  seus  conteúdos.      3.  Módulos  Cada   módulo   proposto   deve   contemplar   um   problema   específico   detectado   na   primeira   produção.   Na  situação  fictícia  aqui  apresentada,  os  alunos  podem  ter  mostrado  dificuldade,  por  exemplo,  com  a  abertura  e   o   fechamento   do   convite,   com  o   grau   de   formalidade   exigido   pelo   gênero,   com  o   desenvolvimento   da  argumentação  necessária  para  convencer  o  atleta  a  aceitar  o  convite  etc.  É  importante  que  o(a)  professor(a)  se   preocupe   em   variar   o   tipo   de   atividades   e   de   exercícios   que   irá   propor   em   cada   um   dos  módulos   na  elaboração  dessas  tarefas  e  que  proponha  tarefas  nem  fáceis,  nem  difíceis  demais.      4.  Produção  Final  Após  o  término  dos  módulos,  cada  um  dos  alunos  deverá  elaborar  o  convite  proposto,  demonstrando  o  que  aprendeu   sobre   o   gênero,   o   que   permitirá   à(o)   professor(a)   avaliar   a   eficácia   da   Sequência   Didática   que  planejou.  E  na  passagem  da  produção  inicial  para  a  produção  final  o  aluno  também  aprende  a  importância  de  re-­‐escrever  os  seus  textos.  Essa  produção  final  deve  efetivamente  circular  socialmente,  ou  seja,  os  alunos  deverão,  por  exemplo,  escolher  o  melhor  convite  e  efeivamente  enviá-­‐lo  aos  atletas  convidados.      

       

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4      Nos  módulos,  a  seleção  dos  aspectos  do  gênero  a  serem  trabalhados  implica  algumas  decisões  didáticas:    1)  Que   aspectos   da   expressão  oral,   escrita   ou  multimodal   abordar?    2)  Como  construir  um  módulo  para  trabalhar  um  aspecto  particular?    3)  Como  capitalizar  o  que  é  adquirido  nos  módulos?      Para   responder   à   primeira   questão,   os   autores   apontam   a  necessidade  de   trabalharmos   com  aspectos   dos   gêneros   envolvidos  em  diferentes  níveis  de  sua  produção/compreensão:      Representação  da  situação  de  comunicação44.    Elaboração  dos  conteúdos45.    Planejamento  do  texto46.    Realização  do  texto47.      No   que   tange   à   segunda   questão,   aconselha-­‐se   a   variedade   das   atividades   de   ensino-­‐aprendizagem:  atividades   simplificadas   de   produção   de   textos   ou   trechos;     análise   e   observação   de   textos   do   gênero;  construção  de  uma  metalinguagem  compartilhada  entre  professor  e  alunos.      Para   registrar   e   capitalizar   o   conhecimento   adquirido,   cada   Sequência   é   finalizada   com   um   registro   dos  aprendizados  sobre  o  gênero  durante  o  trabalho  nos  módulos,  sob  forma  sintética  de  lista  de  constatações,  ou  de  lembrete,  ou  de  glossário.            

44 "O aluno deve aprender a fazer uma imagem, a mais exata possível, do destinatário do texto (pais, colegas, a turma,

quem quer que seja), da finalidade visada (convencer, divertir, informar), de sua própria posição enquanto autor ou locutor (ele fala ou escreve enquanto aluno ou representante dos jovens? Enquanto pessoa individual ou narrador?) e do gênero visado." (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004[2001], p. 103)

45 "O aluno deve conhecer as técnicas para buscar, elaborar ou criar conteúdos. Estas técnicas diferem muito em função dos gêneros: técnicas de criatividade, busca sistemática de informações relacionadas ao ensino de outras matérias, discussões, debates e tomada de notas, citando apenas os mais importantes." (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004[2001], p. 103)

46 "O aluno deve estruturar seu texto de acordo com um plano que depende da finalidade que se deseja atingir ou do destinatário visado; cada gênero é caracterizado por uma estrutura mais ou menos convencional." (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004[2001], p. 104)

47 "O aluno deve escolher os meios de linguagem mais eficazes para escrever seu texto: utilizar um vocabulário apropriado a uma dada situação, variar os tempos verbais em função do tipo e do plano do texto, servir-se de organizadores textuais para estruturar o texto ou introduzir argumentos." (DOLZ; NOVERRAZ; SCHNEUWLY, 2004[2001], p. 104)

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  5      A   organização   de   Sequência   Didática   que   acabamos   de   descrever,   segundo   Dolz,   Noverraz   e   Schneuwly  (2004[2001],  p.  110),  torna  concretas  as  seguintes  finalidades:      

   

-­‐  preparar  os  alunos  para  dominar  sua   língua  nas  situações  mais  diversas  da  vida  cotidiana,  oferecendo-­‐lhes  instrumentos  precisos,  imediatamente  eficazes,  para  melhorar  suas  capacidades  de  escrever  e  de  falar;    -­‐   desenvolver   no   aluno   uma   relação   consciente   e   voluntária   com   seu   comportamento   de   linguagem,  favorecendo  procedimentos  de  avaliação  formativa  e  de  autorregulação;    -­‐   construir   com  os   alunos   uma   representação   da   atividade   de   escrita   e   de   fala   em   situações   complexas,  como  produto  de  um  trabalho  de  lenta  elaboração.    

 

         

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Atividade   autocorrigível  2________________________________________________________________________________________    A  partir  do  que  estudamos  sobre  Sequência  Didática,  é  correto  afirmar  que:      I.  O  professor  deve  propor  uma  produção  inicial  (oral,  escrita  ou  multimodal),  sem  maiores  estudos  prévios,  que  permita  identificar  o  grau  de  conhecimento  que  os  alunos  já  possuem.  II.  O  professor  deve  planejar  uma  Sequência  Didática  considerando  o  conhecimento  que  os  alunos   já   têm  sobre  o  gênero  a  ser  ensinado.  III.  Embora  seja  importante,  a  avaliação  da  produção  do  aluno  não  está  contemplada  na  Sequência  Didática.    IV.   O   número   de   módulos   necessário   a   cada   Sequência   Didática   é   determinado   pela   quantidade   de  problemas  detectados  na  produção  inicial.  V.  O  ensino  pautado  em  Sequências  Didáticas  focaliza,  sobretudo,  gêneros  escritos.      a)48  apenas  as  afirmações  I,  II  e  III  são  corretas  b)49  apenas  as  afirmações  II,  IV  e  V  são  corretas  c)50  apenas  as  afirmações  I,  II,  III  e  IV  são  corretas  d)51  apenas  as  afirmações  I,  II  e  IV  são  corretas  e)52  todas  as  afirmações  são  corretas            

48 Tente novamente. 49 Tente novamente. 50 Tente novamente. 51 A alternativa d) está correta porque (III) as sequências didáticas contemplam, sim, a avaliação e (IV) focalizam gêneros

orais, escritos ou multimodais. 52 Tente novamente.

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Ampliando  os  conhecimentos  I  ________________________________________________________________________________________    

Para   saber   mais   sobre   sequências   didáticas,   recomendamos   que   você   leia   o  artigo   de   Dolz,   Noverraz   e   Schneuwly   na   íntegra.   Denominado   "Sequências  didáticas   para   o   oral   e   a   escrita:   Apresentação   de   um  procedimento",   ele   foi  publicado,   em   2004,   pela   Editora   Mercado   de   Letras,   na   coletânea   Gêneros  orais  e  escritos  na  escola.      (Para  baixar  o  artigo,  clique  aqui53)      

   

 

 

 Outro  livro  interessante  é  a  coletânea  organizada  por  Angela  Kleiman,  intitulada  A  Formação   do   Professor:   Perspectivas   da   Lingüística   Aplicada,   publicada   em   2001  também   pela   Mercado   de   Letras.   Nela,   voce   poderá   ler   o   artigo   "Modelização  didática  e  planejamento:  Duas  práticas  esquecidas  do  professor?",  de  autoria  de  Roxane   Rojo,   em   que   a   autora   relata   um   episódio   de   planejamento   coletivo  durante  uma  experiência  de  formação  de  professores.    (Acesse  o  artigo,  clicando  aqui54)    

________________________________________________________________________________________    

53Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_conte

xto/DOLZ_NOVERRAZ_SCHNEUWLY_2004.pdf, acesso em 24/06/2011 54Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_conte

xto/ROJO_2001.pdf, acesso em 24/06/2011

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Ampliando  os  conhecimentos  2  ________________________________________________________________________________________    Um  filme  sobre  um  professor  e  seu  ensino  a  que  vale  a  pena  assistir      The  Ron  Clark  Story  (O  Triunfo)      

 Gênero:  Drama  Ano:  2006  Duração:  91  minutos  Origem:  EUA  /  Canadá  Direção:  Randa  Haines  Elenco:   Matthew   Perry   (Ron  Clark),  Hannah  Hodson  (Shameika,   Brandon   Smith  (Tayshawn),  Ernie  Hudson  (Diretor  Turner)      

(Para  ver  o  trailer,  clique  aqui55)  

   

SINOPSE    Snowden,  escola  de  1º  grau,  Aurora,  Carolina  do  Norte,  1994.  Ron  Clark  (Matthew   Perry)   é   um   professor   temporário,   que   experimenta   um  misto  de  nervosismo  e  ansiedade  ao  aguardar  o  momento  de  começar  no   emprego.   Mas,   antes   mesmo   de   iniciar,   demonstra   uma   rara  sensibilidade   ao   saber   se   aproximar   de   um   garoto   que   tinha   sido  colocado  em  um  castigo  humilhante  por  outro  professor.  Após  4  anos,  os   métodos   de   Clark   se   mostraram   mais   do   que   eficientes,   pois  classificou   sua   turma   em   1º   lugar   do   município   pelo   4º   ano   seguido.  Como   uma   singela   forma   de   reconhecimento,   para   se   sentir   mais  permanente,   lhe   deram   uma   vaga   no   estacionamento,   inclusive   com  seu  nome  gravado.  Porém  ele  quer  algo  mais  da  vida  e,  assim,  fala  para  seus  pais  que  deixará  o  lugar,  antes  que  usem  a  vaga  como  seu  túmulo.  Sonhando   grande,   ele   vai   a   Nova   York,   mesmo   sabendo   que   lá  encontrará   desafios   bem   maiores.   Ele   pretende   ser   professor   no  Harlem,  apesar  de  dizerem  que  tem  a  cor  errada.  Ron  tenta  inutilmente  encontrar  emprego  como  professor  e,  para  ter  alguma  renda,  consegue  um   emprego   de   garçom.   Ao   passar   na   porta   da   Inner   Harlem,   uma  escola   de   1º   grau,   vê   um  professor   se   atracando   com  um   aluno.   Este  fato  faz  com  que  o  professor  peça  demissão  e  Clark  consiga  o  emprego.  Mas,  para  a  surpresa  do  diretor,  Ron  quer  ser  professor  da  pior  turma  do   colégio.   Ninguém   sabia,  mas   ele   estava   rescrevendo   não   apenas   a  sua  história,  mas  também  a  de  várias  outras  pessoas.    

________________________________________________________________________________________    

55 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Sd6SFmAaZr8, acesso em 19/04/2011.

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Ampliando  os  conhecimentos  3  ________________________________________________________________________________________    Também  há  algumas  coleções  de  sequências  didáticas  elaboradas  para  Ensino  Fundamental,  com  propostas  de  ensino  baseadas  em  gêneros  de  discurso/texto,  que  você  pode  conhecer:        

   

Coleção   Trabalhando   com   os   Gêneros   do   Discurso56:   esta   é   uma  coleção   de   SDs   voltadas   ao   Ensino   Fundamental   I-­‐II,   na   qual   cada  volume  é  dedicado  a  um  gênero  específico.  Coordenada  pelo  Grupo  Graphe   e   por   Jacqueline   Barbosa   e   publicada   pela   Editora   FTD,   a  coleção  abrange  os  seguintes  gêneros:  receita,  carta  de  solicitação  e  carta  de   reclamação,  notícia,   fábula,   conto  de   fadas  e  narrativa  de  enigma.    

 

Os  Cadernos  de  Apoio   e  Aprendizagem57  da   Secretaria  Municipal   de  Educação  de  São  Paulo  (SME-­‐SP),  destinados  aos  estudantes  dos  nove  anos  do  Ensino  Fundamental  tiveram  como  critérios  para  seleção  das  atividades   as   dificuldades   apresentadas   pelos   alunos   na   Prova   São  Paulo   e   na   Prova   da   Cidade   e   o   desafio   que   envolve   o   alcance   das  expectativas   de   aprendizagem   contidas   nos   documentos   de  Orientações   Curriculares.   Na   área   de   Língua   Portuguesa,   estes  Cadernos   foram   preparados   de   modo   a   contemplar   as   seguintes  esferas  discursivas:   jornalística,   cotidiana,   literária   (prosa  e  poesia)  e  escolar.   Há   cinco   SDs   diferentes   em   cada   um   dos   nove   cadernos  destinados   aos   9   anos   do   EF.   Você   pode   baixá-­‐los,   clicando   no   link  acima.    

   

   

________________________________________________________________________________________    

56Fonte:http://www.ftd.com.br/editora-ftd-colecoes/D75/?colecao=4480, acesso em 15/04/2011.

http://www.ftd.com.br/editora-ftd-colecoes/D75/?colecao=4480 57Fonte:http://portalsme.prefeitura.sp.gov.br/Projetos/BibliPed/Anonimo/Cadernosdeapoio.aspx?MenuID=38&MenuIDA

berto=12, acesso em 17/04/2012.

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   Referências  Bibliográficas  ________________________________________________________________________________________    BAKHTIN,  M.  M.  Os  gêneros  do  discurso.   In:  _____.  Estética  da  criação  verbal.  São  Paulo:  Martins  Fontes,  2003[1952-­‐53/1979].  P.  261-­‐306.  4.  ed.      BRONCKART,  J.-­‐P.  Atividade  de   linguagem,  textos  e  discursos:  Por  um  interacionismo  sociodiscursivo.  São  Paulo:  EDUC,  1999.      CHEVALLARD,   Y.   La   transposition   didatique:   Du   savoir   savant   au   savoir   enseigné.   Paris:   Ed.   La   Penseé  Sauvage,  1991.      DOLZ,  J.  M.;  NOVERRAZ,  M.;  SCHNEUWLY,  B.  Sequências  didáticas  para  o  oral  e  a  escrita:  Apresentação  de  um  procedimento.  In:  SCHNEUWLY,  B.;  DOLZ,  J.  M.  et  al.  Gêneros  orais  e  escritos  na  escola.  Campinas,  SP:  Mercado  de  Letras,  2004.  P.  95-­‐128.  Tradução  e  organização  de  R.  H.  R.  Rojo  e  G.  S.  Cordeiro.      ROJO,   R.   H.   R.   (Org.)  A   prática   de   linguagem   na   sala   de   aula:   Praticando   os   PCNs.   São   Paulo/Campinas:  EDUC/Mercado  de  Letras,  2000.      ROJO,  R.  H.  R.  Modelização  didática  e  planejamento:  Duas  práticas  esquecidas  do  professor?  In:  KLEIMAN,  A.  B.  (Org.)  A  formação  do  professor:  Perspectivas  da  Lingüística  Aplicada.  Campinas,  SP:  Mercado  de  Letras,  2001.  P.  313-­‐335.        

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Tema:  2.  Elaborando  a  sua  SD...    

Tópico  1  -­‐  Elaborando  sua  SD...  Um  início  de  conversa...  ________________________________________________________________________________________    

A imagem ao lado está em um blog na Rede com o título Pausa para um TCC... Isso é o que vamos fazer neste e no próximo Tema de nossa disciplina. O intuito é ajudá-lo(a) a "botar a mão na massa" do seu Trabalho de Conclusão de Curso. No Tema 1, retomamos a ideia de que o ensino de Língua Portuguesa deve focar os gêneros textuais/discursivos que circulam na sociedade, mas que os alunos não dominam, ou dominam apenas parcialmente. Apresentamos, também, uma possibilidade de organização do trabalho com gêneros textuais/discursivos: as chamadas Sequências Didáticas (SDs).

Em seu TCC, como já é de seu conhecimento, você deverá comentar, com base nas teorias sobre as quais vem refletindo ao longo de seu Curso de Especialização, uma proposta de Sequência Didática (SD) sobre um ou mais gêneros de uma dada esfera que você escolheu (dentre cinco possibilidades), no início desta disciplina do Módulo 4, e que deverá aparecer anexada ao final de seu TCC. Neste Tema 2, nosso objetivo é, justamente, ajudá-lo(a) na elaboração dessa sua SD. Para isso, no primeiro Tópico, vamos fornecer orientações de modo que você já consiga dar uma primeira forma a ela. Em seguida, nos Tópicos 2 e 3, vamos analisar partes de duas SDs feitas por colegas seus: uma da esfera jornalística, abordando os gêneros manchete e reportagem, e outra da esfera das artes e mídias, abordando fotonovelas. O que esperamos é que, à medida que formos desenvolvendo nossas análises, você possa ter ideias e suporte para aprimorar a primeira versão de sua SD elaborada, preliminarmente, no Tópico 1. Então, vamos à nossa pausa...  ________________________________________________________________________________________    

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Ponto  de  partida  ________________________________________________________________________________________    No  Tópico  3  do  Tema  1  desta  disciplina,  após  ter  refletido  sobre  várias  questões  que  envolvem  a  elaboração  de  uma  Sequência  Didática  -­‐  clique  aqui  para  visualizar  essas  questões58  -­‐,  você  foi  convidado  a  escrever  um  breve   plano  de   ação,   elencando   todas   as   ações   e  medidas   que   deve   tomar   para   iniciar   seu   trabalho,   e   a  postá-­‐lo  no  seu  Diário  de  Bordo.    

       Assim,  o  caminho  para  a  elaboração  da  SD  que   irá  analisar  no  seu  TCC   já   foi  demarcado.  Agora,  chegou  a  hora   de   você   trilhar   esse   caminho:   chegou   a   hora   de   você   elaborar,   de   fato,   a   sua   SD,   retomando   as  respostas  que  deu  a  essas  questões.        Vamos  botar  a  mão  na  massa,  então?      ________________________________________________________________________________________  

58 Questões propostas no Tema 1.

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Questoes_Tema_1.pdf

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Mãos  à  obra  ________________________________________________________________________________________    

Para   que   você   possa   elaborar   sua   Sequência   Didática,   é  fundamental,   em  primeiro   lugar,   ter   clareza   de   tudo  que   implica  uma  resposta  à  pergunta  abaixo:      

 Para  que  você  mesmo(a)  tenha  bem  claro  o  que  pretende  ensinar  com  a  SD  que  vai  elaborar  neste  Tópico,  recupere  o  que  escreveu  no  Diário  de  Bordo  do  Tópico  3  do   Tema  1  da  nossa  disciplina   e  preencha   a   versão   em   Word,   que   está   disponível   aqui59   e   em  Material  de  Apoio,  do  quadro  ao  lado.  Depois  de  tê-­‐lo  preenchido,  publique-­‐o  no  seu  Portfólio.    

   

   (Clique  aqui60  para  ampliar  o  Quadro)    

 

   

                         

59 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Tabelab_Tp1_TM2_MaO.doc, acesso 12/08/2012

60 Fonte: https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Tabelab_Tp1_TM2_MaO.pdf, acesso 12/08/2012

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Tendo  definido  o  que  pretende  ensinar,  é  chegada  a  hora  de  determinar  como  fazê-­‐lo.      Vimos,  no  Tema  1/Tópico  3,  que  uma  SD  se  organiza  da  seguinte  maneira:      

61    Logo,   ela   se   inicia   pela   apresentação   da   situação   ao   aluno.   Como   vimos,   nessa   apresentação,   o(a  professor(a)   deve   combinar   com   os   alunos   uma   situação-­‐problema   para   motivá-­‐los   a   se   engajar   nas  atividades  da  Sequência  Didática  em  questão,  principalmente  na  produção  final  de  um  enunciado/texto  no  gênero62,  que  terá  efetiva  circulação  social63.  Logo,  para  construir  essa  apresentação  da  situação,  você  deve  decidir  primeiro  qual  será  essa  produção  final  de  efetiva  circulação.        Vimos   também  que,  nesse  momento,   é  muito   importante  que   fiquem  claros  para  os   alunos  a   situação,  o  gênero   e   o   tema   a   serem   trabalhados64.   Se   você   julgar   conveniente,   pode   pedir   que   os   alunos   leiam   e  analisem,  ainda  sem  muito  detalhamento  ou  condução  de  sua  parte,  alguns   textos/enunciados  no  gênero  em  questão,  para  servir  de  modelo  à  produção  inicial  (diagnóstica)  com  que  terminará  essa  apresentação  inicial  da  situação  e  a  partir  da  qual  o(a)  professor(a)  poderia  readequar  os  módulos  inicialmente  propostos,  na  hipótese  de  uma  implementação  da  SD.      Para   fazer   isso,   será   preciso   que   você   já   tenha   levantado   um   corpus65   inicial   de   textos/enunciados  interessantes  no  gênero  em  questão.      Portanto:   ao   trabalho!   Levante   o   conjunto   de     textos/enunciados,   pense   em   uma   situação-­‐problema   que  crie  a  situação  de  produção  dos  textos  dos  alunos  e  vá  redigindo  a  parte  inicial  de  sua  SD.  Proponha  algumas  questões  abertas  para  os  alunos  observarem  os   textos  que  você   trouxe  como  corpus  de  observação.  Veja  um  exemplo,  clicando  aqui66.    ________________________________________________________________________________________    

61 Sequência Didática. Fonte: RedeFor. 62 Na dependência do gênero que você escolheu, este enunciado/texto poderá ser uma produção oral (como um telejornal

ou um seminário escolar), escrita (como uma notícia ou verbete) ou multimodal (como um vídeoclipe, uma apresentação teatral).

63 Ou seja, será uma produção de verdade, que circule fora dos muros da escola, que não seja só para ser corrigida. Pode ser, por exemplo, um jornal para a comunidade em que a escola está situada, um vídeolog a ser montado pela turma na Internet etc.

64 Retome as descrições feitas no Quadro que postou em seu portfólio para orientar as descrições que fará para os alunos. 65 Conjunto representativo de dados que dá base a uma análise. No nosso caso aqui, um conjunto interessante e

representativo de textos/enunciados no gênero que você escolheu para ensinar. 66 O Redefor agradece aos autores a possibilidade de usar este exemplo.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2    

 Lembre-se, professor(a), de que essa primeira atividade de apresentação da situação e de discussão inicial sobre o(s) gênero(s)/esfera(s) escolhidos para ensino deverá culminar em uma primeira produção, por parte dos alunos, do objeto de ensino selecionado, seja ele uma notícia ou reportagem, um videoclipe remixado, uma resenha para fanzine, um debate oral em sala de aula, um rap, um conto, ou quaisquer outros textos/enunciados pertencentes ao(s) gênero(s)/esfera(s) que serão abordados.

Por meio dessa produção inicial, o(a) professor(a) poderá ter uma maior clareza a respeito do que seus alunos já sabem sobre o objeto de ensino e de quais os módulos mais importantes para melhorar suas capacidades discursivas nesses gêneros. Essa primeira produção confirmará ou não as previsões que você fez ao responder hipoteticamente, em sua tabela, à questão:

O que os alunos-alvo em potencial já saberiam sobre esse(s) gênero(s)?

Com base nessa produção, os próprios alunos já começarão a perceber o que precisam aperfeiçoar em termos de conhecimentos e práticas de produção dos gêneros selecionados.

Seria interessante também que essa produção inicial já fizesse parte de alguma maneira da situação-problema que rege a produção final, ou a ela estivesse ligada.

Vejamos um exemplo: se o projeto for um fanzine do grupo ou da turma, você pode solicitar uma primeira resenha crítica de uma banda, filme, minissérie ou game de que o aluno seja fã, pois a resenha e apreciação crítica é um gênero muito importante na composição dos fanzines.67

Ao final das atividades de apresentação da situação, você precisa elaborar uma instrução bem clara para essa produção inicial.

     

67 "Fanzine é uma abreviação de 'fanatic magazine', mais propriamente da aglutinação da última sílaba da palavra

'magazine' (revista) com a sílaba inicial de 'fanatic' [fã]. Fanzine é, portanto, uma revista editada por um fan (fã, em português). Trata-se de uma publicação despretensiosa, eventualmente sofisticada no aspecto gráfico, dependendo do poder econômico do respectivo editor ('faneditor'). Engloba todo tipo de temas, assumindo usualmente, mas não necessariamente, uma determinada postura política, com especial incidência em histórias em quadrinhos (banda desenhada), ficção científica, poesia, música, feminismo, vegetarianismo, veganismo, cinema, jogos de computador e vídeo-games, em padrões experimentais." (Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanzine, acesso em 11/05/2012)

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3    

 

Agora, passemos aos Módulos que vão compor, cada um deles, uma seção de sua SD. Com as respostas às questões:

O que os alunos-alvo em potencial já saberiam sobre esse(s) gênero(s)?

e

Quais aspectos desse(s) gênero(s) seriam ensinados?

você já delimitou, preliminarmente, quantos e quais Módulos serão necessários. Mas é claro que poderá modificar sua escolha ao longo da elaboração de sua SD.

Em várias disciplinas de seu Curso de Especialização você viu que os gêneros textuais/discursivos circulam em certas esferas/situações de comunicação e, nelas, organizam as interações das pessoas, abordando certos temas (e não outros) e apresentando uma forma de composição e estilo relativamente estáveis. É importante que o aluno construa, em seu aprendizado sobre o gênero, uma representação consciente desses aspectos centrais do gênero em questão:

1) Como funcionam as situações de produção68 desse gênero em sua(s) esferas de circulação?

2) Quais temas69 são comumente abordados nesse gênero?

3) Como os textos/enunciados no gênero frequentemente se organizam70 ou se estruturam?

4) Que elementos de linguagens ou da língua71 são importantes para organizá-los assim?

5) Que estilos ou variedades de língua/linguagens72 costumam ser usados nesses textos /enunciados?

68 Muitas vezes, o conhecimento da história do gênero ajuda nessa abordagem do funcionamento da esfera e da situação. 69 Aquilo que é possível dizer em um enunciado desse gênero nesse contexto. O conteúdo temático mais frequente desses

gêneros. Por exemplo, nos fanzines são certos tipos de produtos culturais que são avaliados pelo fã-editor. Nos artigos de opinião, são questões sociais atuais polêmicas e controversas. Nos anúncios, produtos ou serviços que se pretende levar a audiência a consumir etc.

70 Ou seja, sua forma de composição: nas resenhas críticas que compõem os fanzines, essa forma será argumentativa, assim como nos artigos de opinião, pois ambos pretendem convencer o leitor a respeito de um ponto de vista ou posição. Nos anúncios, serão usadas imagens, cores, designs, slogans, para seduzir e persuadir o leitor a consumir produtos e serviços. Nos poemas e letras de canção, frequentemente se recorrerá a versos (métrica e rima) para provocar certos efeitos estéticos etc.

71 Aqui, entramos em uma análise propriamente linguística ou semiótica de elementos da língua ou das linguagens que compõem os enunciados do gênero; ou seja trabalhamos com uma gramática descritiva dos enunciados do gênero. Na argumentação - presente de formas diferentes nas resenhas críticas dos fanzines e nos artigos de opinião, certamente serão importantes a seleção do léxico, as modalizações e as modalidades apreciativas, os articuladores argumentativos. No anúncio, será necessária uma gramática da imagem, que leve em conta o valor das cores, os planos de tomada etc.

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6) Que elementos de linguagens ou da língua73 são importantes para estilizá-los assim?

Você deverá distribuir essas análises e reflexões em atividades de leitura crítica de enunciados do gênero, de análise das formas e estilo dos gêneros e de produção de enunciados no gênero. Vejamos como isso pode ser feito!

     

72 Certos gêneros apresentam estilos muito rígidos e inflexíveis, como é o caso na esfera burocrática (formulários,

certidões, atas etc.) ou jurídica (artigos de lei, contratos, sentenças etc.). Nesses casos, podemos explorar essas escolhas fixas na língua padrão (verbos no imperativo, modalidades deônticas, etc.). Outros gêneros serão extremamente flexíveis à estilização, como é o caso dos gêneros das esferas cotidiana e artísticas (literária, musical, pictórica, cinematográfica). Nesses casos, deveremos analizar as propriedades estilísticas específicas de cada enunciado: as escolhas de léxico e variedade desempenham um grande papel na construção linguística do estilo de textos verbais; as escolhas de traços, preenchimentos, diagramação, montagem, por sua vez, dominam a estilização das imagens estáticas e em movimento; as escolhas de ritmo têm grande papel na música e assim por diante.

73 Novamente aqui, passamos a uma análise linguística ou semiótica desses elementos citados.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4    

 Você   se   lembra   do   comercial   de   cerveja74   que   viu   no   Tópico   2   do   Tema   1   (clique   no   link   para   revê-­‐lo)?    Suponha  que  ele  faz  parte  do  corpus  que  você  origanizou  para  trabalhar  com  o  gênero  anúncio  televisivo.  Após   situar   o   aluno   quanto   à   análise   das   condições   de   produção   de   um  anúncio   desse   tipo75,   você   pode  direcionar  o  olhar  dos   alunos,   por  meio  de   suas  perguntas,   para  os   aspectos  do  gênero  que   tornam  esse  anúncio   tão   interessante.  Dado  o   tema,   o  que  há  na   forma  de   composição  do   vídeo  e   em   seu  estilo   que  torna  o  anúncio  envolvente?      

     

       

 O   tema   é   o   produto   a   ser   consumido   a   partir   da  propaganda.   O   que   seduz   o   consumidor   é   não   somente   o  produto   em   si   (imagem   do   copo   gelado   em   que   se   coloca  cerveja)  e  a  praticidade  do  barril  para  um  contexto  de  festa,  mas,   principalmente,   a   caracterização   da   festa:   pessoas  jovens,   bonitas,   elegantes   e   ricas   (sacolas   de   compras   das  moças),  em  uma  festa  animada.    

   

     Chama  a  atenção  a  forma  de  composição  do  vídeo:  em  vez  de   um   simples   vídeo   da   festa,   opta-­‐se   por   uma   página  diagramada   como   HQ,   com   as   características   da   forma   de  composição   da   HQ   (diagramação   em   quadros,  onomatopeias,   recordatórios   como   o   da   imagem   ao   lado:  "10   horas   depois...").   Só   que,   em   vez   de   desenhos,   temos,  nos   quadrinhos,   fotos   e   vídeos   concomitantes.   A   canção  tema76  também  compõe  a  forma  do  anúncio.    

   

     O   que   torna   o   estilo   do   comercial   tão   chamativo   é  justamente   essa   hibridação   de   HQ   (forma   de   composição)  com   vídeo   (estilização).   Além   disso,   as   escolhas   de  diagramação  dos  quadros  são  também  estilosas,  como  você  pode   ver   na   imagem  ao   lado.  O   ritmo  da  batida   constante  da  canção  também  sugere  atividade,  movimento,  cotidiano  ou  uma  festa  com  este  tipo  de  batida  (beat).    (Clique  nas  imagens  para  ampliá-­‐las)    

 

74 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=jyCyctAH8pM, acesso em 11/05/2012. 75 Trata-se de uma anúncio da campanha de lançamento da Heineken Barril. Por isso, nele, é tão importante - como tema -

a organização e o desenrolar da festa, ocasião em que se consome maiores quantidades de cerveja e em que um barril pode ser prático.

76 A canção é "Tired", da jovem cantora inglesa Adele, cuja a marca registrada é a batida pop.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  5      

Naturalmente, não é o caso de você expor aos alunos uma análise como essa (ou qualquer outra), mas de conduzí-los nessa análise por meio de perguntas como:

• Qual a diagramação que se escolheu para este comercial?

• É própria de que gênero? • Qual a diferença entre o comercial e os textos

desse gênero? E assim por diante... Para conduzir uma análise de corpus é preciso apresentar alguns exemplares de textos/enunciados no gênero; convidar os alunos a uma leitura crítica78 desses textos/enunciados; analisar seus aspectos principais (linguísticos79 ou semióticos80). Portanto, suas seções da SD devem conter subseções de leitura, análise crítica e produção. Lembre-se também de que tudo na sua SD deve conduzir a um objetivo: o de fazer que seus alunos tenham condição de realizar a produção final. Quanto a isso, vimos no Tema 1/Tópico 3 que, para poder fazê-lo, os alunos deverão construir:

• uma representação da situação de comunicação da produção do

enunciado/texto; • uma elaboração mais densa dos conteúdos/temas que irão abordar em sua produção; • um planejamento de seu texto, que especifique todos os passos necessários • Isso inclui, quando se tratar de textos ou objetos digitais, o domínio das ferramentas de produção

(editores de texto, áudio, imagem e vídeo, etc.), que, caso não tenham, os alunos deverão ser orientados a buscar. para a produção;

• para finalmente chegarem à realização do texto/enunciado da produção final. Para que possam fazê-lo, você deverá propor atividades e um tempo (número de aulas) específicos.

Finalmente, essa produção também deve efetivamente ser publicada (dada a público), de acordo com a situação proposta inicialmente, seja na comunidade em que a escola se situa, seja na WWW.    

77 Fonte: http://ordinarycomics.blogspot.com.br/, acesso em 11/05/2012. 78 Para conduzir uma leitura crítica dos textos/enunciados, você poderá se apoiar nos temas da LP004. 79 Para uma análise dos aspectos verbais ou linguísticos dos textos nos gêneros, você pode se beneficiar do que está

estudando na LP007, mas também, na dependência dos gêneros que escolheu, do que aprendeu nas LP002, LP003, LP004 e LP006.

80 Para esses, você pode se valer dos conteúdos da LP005.

(Clique na imagem77 para ampliá-la)

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Finalizando...      Bem,   esperamos   que,   ao   longo   desta   semana   e   da   leitura   deste   primeiro   Tópico   do   Tema   2,   você   tenha  escrito  uma  primeira  versão,  ainda  que  provisória  ou  parcial,  de  sua  SD.        Ao   longo   da   semana,   você   também   pode   se   valer   do   Fórum   de  Dúvidas     para   discutir   com   seus   colegas   e   tutor(a)   as   eventuais  dúvidas   ou   problemas   que   tenham   surgido.     No   Fórum   agendado  para  esta  semana,  participe  tendo  em  mente  as  questões  abaixo:    

1. Que   dificuldades   você   vem   enfrentando   na   tarefa   de  planejar  a  SD  que  irá  analisar  no  seu  TCC?    

2. Como  você   tem  tentado  ou  espera   tentar  contornar  essas  dificuldades?    

   Se  não  conseguiu  escrever  a  primeira  versão  de  sua  SD  a  contento  durante  a  semana,   invista  seu   final  de  semana   nisso,   pois,   nos   dois   próximos   Tópicos,   vamos   analisar   duas   SDs   feitas   por   colegas   seus   (uma   da  esfera   jornalística   -­‐  manchetes  e   reportagens   -­‐  e  outra  da  esfera  de  artes  e  mídias   -­‐   fotonovela)  para  que  você  possa  ir  tendo  ideias,  completando,  revendo  e  detalhando  sua  própria  SD,  inspirado(a)  nessas  análises.      Ao  final  do  terceiro  Tópico,  ao  invés  de  uma  dissertação  -­‐  como  sempre  faz  -­‐  você  postará  em  seu  Portfólio  essa   primeira   versão   revista   de   sua   SD   para   avaliação   pelo   seu/sua   tutor(a).   LEMBRE-­‐SE,   sua   SD   tem  um  limite  máximo  de  20  páginas.  Por  isso,  coragem,  mão  na  massa  e  bom  trabalho!          

 

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Tópico  2  -­‐  Sequência  Didática  na  Esfera  Jornalística  Ponto   de  partida________________________________________________________________________________________    No  início  desta  disciplina,  na  primeira  semana,  cada  um  de  vocês  foi  convidado  a  escolher  o(s)  gênero(s)  que  circulam   em   uma   dada   esfera   para   compor   a   sequência   didática   que   será   descrita   e   comentada   em   seu  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso  (TCC).          Os   livros   didáticos   sempre   trouxeram   textos   para   leitura   e   análise.  Nos  mais   antigos,   só   entravam   textos  literários,  considerados  representantes  legítimos  da  norma  culta,  do  bem  escrever  e  que  permanecia  como  um   ideal   até  mesmo   para   a  modalidade   oral.   Essa   realidade   passou   por   várias  mudanças   e  muitos   livros  didáticos,  nos  últimos  anos,  vêm  trazendo  vários  gêneros  de  textos,  buscando  familiarizar  os  alunos  com  o  extremamente  diversificado  mundo  de  textos  em  que  ele  vive.      

   Contudo,   na   maioria   das   vezes,   esses   textos   são   apresentados   como   modelos   que   o   aluno   certamente  reconhece  (principalmente  pela  forma,  pela  diagramação...),  mas  não  chega  a  ter  deles  uma  leitura  crítica.  Essa   capacidade,   que   demanda   a   interpretação   do   conteúdo   segundo   as   condições   de   produção   de   cada  texto   (Quem   escreve?   Para   quem?   Com   que   finalidade?   Usando   qual  meio?)   é   facilitada,   em  muito,   por  outra  experiência  fundamental:  a  experiência  de  produzir  um  texto  semelhante.      É   produzindo   que   o   aluno   descobre   que   pode  viver   a   experiência   de   "ser"   um   jornalista,   um   poeta,   um  publicitário  e  aprende  a  avaliar  a  produção  de  cada  um  desses  profissionais.      

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Mãos  à  obra  ________________________________________________________________________________________    Para   que   possamos   desenvolver   adequadamente   este   Tópico,   vocês   devem   ler,   obrigatoriamente,   a  Sequência  Didática  "O  jornal  e  as  suas  diferentes  linguagens",  bem  como  o  "Manual  do  Educador"  que  a  acompanha  -­‐  ambos  postados  no  Teleduc.  Essa  SD  foi  elaborada  por  professores  de  Língua  Portuguesa  em  formação81.      As   autoras   tinham   em   mente   uma   turma   de   alunos   do   primeiro   ano   do  Ensino  Médio  que  não  tinham  domínio  dos  diferentes  gêneros  que  circulam  na   esfera   jornalística,   particularmente   aqueles   veiculados   por   jornais  impressos.      Veja,  em  primeiro   lugar,  o  Quadro  de  Análise  desta  SD82,  para  observar  as  descrições  que  nele  foram  feitas.  Para  acessá-­‐lo,  clique  aqui83.    Considerem,  em  sua  leitura  desta  SD,  as  seguintes  questões:      Como  as  autoras  justificam  a  escolha  da  esfera  focalizada  nessa  SD?    Que  gênero(s)  da  esfera  jornalística  as  autoras  privilegiam?  Que  aspectos  específicos  desse(s)  gênero(s)  elas  escolheram  para  ensinar?    Em  que  eixos  de  ensino  (leitura/escuta,  produção,  análise  da   língua  e  das   linguagens)  esses  aspectos  se  enquadram?          

81 A sequência didática “O jornal e as suas diferentes linguagens” foi elaborada, em 2008, durante as disciplinas Estágio

Supervisionado I e II do Curso de Letras da Unicamp. De autoria de Ana Paula Armelin Ninci, Angélica Cagnan e Roberta Caroline Silva Salomão, à época graduandas desse curso, a SD é composta por duas unidades e um manual de orientação. O REDEFOR agradece às autoras pela permissão para utilização desse material no seu Curso de Especialização em Língua Portuguesa.

82 Este Quadro de Análise retoma aquele que você elaborou, no Tópico 1 deste Tema 2, para planejar e iniciar sua SD. Use-o para comparar com o seu e completá-lo/retocá-lo, caso seja necessário.

83 Tabela 2 - SD da esfera jornalística

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Segundo  Rodrigues  (2000,  p.  214),          

                                a   entrada   dos   diferentes   gêneros   jornalísticos   na   escola   como   objetos   de  ensino/aprendizagem   encontra   seu   respaldo   na   necessidade   de  compreensão  e  domínio  dos  modos  de  produção  e  significação  dos  discursos  da   esfera   jornalística,   criando   condições   para   que   os   alunos   construam   os  conhecimentos   linguístico-­‐discursivos   requeridos   para   a   compreensão   e  produção  desses  gêneros,  caminho  para  o  exercício  da  cidadania.  

           

     

84        Os   gêneros     da   esfera   jornalística   circulam   essencialmente   em   jornais   (impressos   e   digitais),   em   revistas  (impressas   e   digitais)   e   em  programas   de   rádio   e   de   televisão.  O   que   determina   o   pertencimento   de   um  gênero  a  essa  esfera  é,  principalmente,  o  fato  de  ele  ter  o  propósito  de   informar  e  de  formar  opinião.  Os  gêneros   característicos   dessa   esfera   são:   manchete,   notícia,   reportagem,   entrevista,   editorial,   artigo,  resenha,  crônica,  classificados,  charge,  caricatura,  carta  do  leitor,  tirinha  etc.        ________________________________________________________________________________________    

84 Fonte: http://www.sxc.hu/photo/340487, acesso em 17/06/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    

Como  vocês  observaram  em  sua  leitura,  as  autoras  privilegiam  dois  dos  principais  gêneros  que  compõem  o  jornal  impresso:  a  manchete  e  a  reportagem.      Vejamos,   em   primeiro   lugar,   os   aspectos   específicos   do   gênero  manchete  que  as  autoras  escolheram  para  ensinar:      

• elas  chamam  a  atenção  dos  alunos  para  a  diagramação  da  primeira   página   do   jornal   na   qual   se   encontram   as  manchetes   (ver   p.   8   da   SD),   que   são   os   títulos   de   maior  destaque   e   que   têm   por   função   despertar   o   interesse   do  leitor   para   as   notícias   e   reportagens  mais   importantes   do  dia,  antecipando,  de  forma  resumida,  seus  conteúdos.  

• com  base  em  dois  jornais  bastante  conhecidos  da  região  de  Campinas,  São  Paulo,  as  autoras  destacam,  de  forma  contextualizada  (ver  p.  3),  a  maneira  como  as  linguagens  verbal  e  não-­‐verbal  utilizadas  em  manchetes   funcionam  como   índices  que  contribuem  para  indicar  o  público-­‐alvo  de  cada  jornal.  

• por   fim,   elas   exploram   a   linguagem   de   algumas   manchetes,   convidando   os   alunos   a   refletir,  criticamente,   sobre  as  diferentes  posições  assumidas  pelos   jornais,  ainda  que  não  explicitamente  (ver  p.  5  e  6).  

• no  primeiro  conjunto  de  manchetes  (p.  5),  uma  delas  é  destacada  para  que  se  discuta  um  problema  relevante  e  frequente,  não  apenas  em  manchetes  de  jornais  -­‐  a  ambiguidade  -­‐,  que  os  alunos  são  chamados  a  desfazer,  re-­‐escrevendo  o  pequeno  texto.  

• uma  questão   linguística  explorada  é  o  efeito  de  sentidos  provocado  pelo  uso,  em  uma  manchete  específica,  do  operador  argumentativo  "até"  e  o  seu  papel  no  grau  de  (im)parcialidade  do  jornal.  

 Os  aspectos  do  gênero  manchete   trabalhados  pelas  autoras  são  retomados  na  atividade  "Descobrindo  em  Grupos"   (p.  7):  nela,  os  alunos  são   levados  a  refletir  sobre  a   linguagem  utilizada  em  manchetes  acerca  de  uma  mesma  notícia,   de  modo   a   verificar,   a   partir   de   elementos   linguísticos   e   extralinguísticos,   o   grau   de  objetividade  e  (im)parcialidade  de  cada  um  dos  jornais  escolhidos  pelos  grupos.    

 

 

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    Na   SD   "O   jornal   impresso   e   suas   diferentes   linguagens",   as   autoras  trabalham,  além  do  gênero  manchete,  o  gênero  reportagem.      Como  estratégia  de  apresentação  do  gênero,  a  reportagem  é  introduzida  por  meio   de   uma   atividade   interativa.   Em   seguida   à   leitura   da   primeira  reportagem   escolhida,   "Espectador   prefere   filme   dublado"   (p.   2),   as  autoras  propõem  uma  atividade  em  grupo  orientada  por  perguntas.          Observem   que   as   perguntas   dirigidas   aos   alunos   destacam   o  propósito  comunicativo  da  reportagem.  Além  de  manterem  o  foco  no  tema,  levam  cada   grupo   a   assumir   atitudes   responsivas,   a   se   posicionar   como  espectador  capaz  de  opinar  sobre  o  tema  da  reportagem  e  de  verificar  de  que   forma   está   contemplado   nas   estatísticas   que   confirmam   a  preferência   destacada   no   título.   A   última   pergunta,   agora   individual,  retoma   a   questão   da   importância   do   jornal   impresso,   destacada   na  abertura  da  SD.    Com   base   na   segunda   reportagem   (p.   4),   as   autoras   destacam   as   características   do   gênero:   recuperar  informações   atualizadas   e   detalhadas   sobre   fatos   recentes   e   de   grande   repercussão   ou   sobre   temas   de  interesse   do   público-­‐alvo   do   jornal.   A   atividade   proposta   tem   por   objetivo   levar   o   aluno   a   identificar  características  da  reportagem;  o  uso  de   fontes   -­‐  especialistas,  material  coletado,  pessoas  envolvidas   -­‐  que  conferem  veracidade  e  credibilidade  à  matéria  jornalística.      A   questão   da   veracidade   e   da   credibilidade   pode   ser   debatida   a   partir   do   filme   sugerido   pelas   autoras:  Todos  os  homens  do  presidente  -­‐  uma  reportagem  investigativa  que  se  transforma  em  denúncia,  provocando  a  queda  do  presidente  dos  Estados  Unidos.      Finalizando  a  SD,  as  autoras  pedem  aos  alunos  que  escolham  uma  notícia  atual  e  componham,  em  grupos,  uma  pequena  reportagem,  em  uma  atividade  de  produção  de  texto.          

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4    As   atividades   da   SD   "O   jornal   e   as   suas   diferentes   linguagens",   envolvendo   os   gêneros   manchete   e  reportagem,   se   enquadram,   como   se   pode   perceber,   nos   eixos   de   ensino   leitura,   análise   de   língua   e   de  linguagens  e  produção  de  textos  escritos.          No   entanto,   é   preciso   atentar   para   o   fato   de   que   suas   autoras   não   negligenciam   o   desenvolvimento   da  competência  para  a  compreensão  e  para  uso  da  língua  portuguesa  em  sua  modalidade  oral:  no  seu  plano  de  ensino,  os  alunos  são  convidados,  em  vários  momentos,  a  discutirem,  em  grupos,  questões  referentes  aos  textos   lidos.   Além   disso,   a   partir   do   visionamento   de   um   documentário   sobre   a   polêmica   acerca   da  substituição  dos  jornais   impressos  por   jornais  on-­‐line,  os  alunos  são  também  estimulados  a  debater  e  a  se  posicionar,   oralmente,   sobre   o   assunto   (ver   p.   7   da   SD   e   p.   5   do  Manual   para   Educadores).   Assistam,   a  seguir,  ao  vídeo  gerador  do  debate  sugerido  pelas  autoras:          

85          

85 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=v999vDX0ma4&feature=related , acesso 07/05/2011.

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Atividade   Autocorrigível  3________________________________________________________________________________________    A  partir  do  que  lemos  na  sequência  didática  O  Jornal  e  as  suas  diferentes  linguagens,  é  correto  afirmar  que,  nessa  SD,  as  autoras:             I.  focalizam  todos  os  gêneros  que  circulam  na  esfera  jornalística    II.  procuram  abarcar  alguns  dos  aspectos  passíveis  de  serem  ensinados  sobre  os  gêneros  que  escolheram  para  focalizar    III.   tentam   fazer   com  que  os  alunos  percebam  como  a   linguagem  empregada  por  diferentes   jornais   em  suas  manchetes  produzem  diferentes  efeitos  de  sentido    IV.  privilegiam  apenas  o  ensino  da  língua  portuguesa  em  sua  modalidade  escrita    V.  abordam  o  ensino  de  marcadores  argumentativos  de  forma  descontextualizada        

a)86  apenas  as  afirmações  I,  II  são  corretas;  b)87  apenas  as  afirmações  II  e  IV  são  incorretas;    c)88  apenas  as  afirmações  II  e  III  são  corretas;    d)89  apenas  as  afirmações  IV  e  V  são  corretas  e)90  todas  as  afirmações  são  corretas.        

86 Tente novamente. 87 Tente novamente. 88 A alternativa c) está correta porque (II) as autoras procuram ensinar alguns aspectos dos gêneros com os quais

decidiram trabalhar (manchete e reportagem) e (III) fornecem evidências de que as manchetes de jornais não são enunciados neutros; ao contrário elas orientam a leitura da matéria que anunciam.

89 Tente novamente. 90 Tente novamente.

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Finalizando...  ________________________________________________________________________________________    Certamente,   a   SD   que   analisamos   não   é   perfeita   -­‐   afinal,   ela   foi   elaborada   por   alunas   de   um   curso   de  graduação!  Mas,  ela   tem   inúmeras  qualidades.  Esperamos  que  você   tenha  se   inspirado  nessas  qualidades  para  retocar  e  ampliar  sua  própria  SD.      Na   SD   que   estudamos   neste   Tópico,   o   ensino   de   Língua   Portuguesa   é   todo   contextualizado   -­‐   não   há  nenhuma  tentativa  de  ensinar  qualquer  aspecto  da  língua  fora  de  um  contexto  de  uso.      Outra   qualidade   é   que   ela   foca   o   jornal   impresso,   apresentando-­‐o   como  um  meio   cultural   de   difusão   de  informação  e  conhecimento   importantes  na  vida  contemporânea.  E  a  seleção  que  se   fez  dos  gêneros  que  circulam   em   jornais   impressos   foi   muito   feliz:   sempre   que   paramos   em   qualquer   banca   de   jornal,  automaticamente,  a  maior  parte  das  pessoas  lê  as  manchetes  e,  se  por  elas  se  interessarem,  vão  em  busca  das  reportagens,  que  elas  anunciam.  Hoje  em  dia,  também  buscamos  notícias  e  entretenimentos  em  outras  mídias  como  a  TV,  o  rádio  e  a  mídia  digital.      Mesmo  com  o  advento  das  novas  tecnologias,  o  jornal  impresso  continua  importante,  ainda  que  por  outros  motivos  que  não  o  explicitado,  com  muito  humor,  no  vídeo  abaixo.      

91    

91 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=bflf-l5FG7U , acesso em 07/05/2011.

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Tópico  3  -­‐  Sequência  Didática  na  Esfera  Artes/Mídias  Ponto  de  Partida  ________________________________________________________________________________________    

A   fotonovela   -­‐  um  gênero  voltado  para  o  entretenimento  e   tradicionalmente  publicado  em  revistas  populares  destinadas  ao  público  feminino  -­‐  foi,  durante  muito   tempo,   mal   recomendada   e,   por   isso   mesmo,   vista,   por   educadores,  como   indigna  de  ser  objeto  de  ensino.  Veja,  clicando  aqui92,  o  que  o  verbete  "fotonovela"   no   E-­‐dicionário   de   Termos   Literários   tem   a   dizer   sobre   esse  gênero.      Observe   a   forma   como   sua   linguagem   e   seu   público   são   qualificados:  personagens   e   roteiros   estereotipados,   público   pouco   exigente,   com   pouca  formação  e  de  baixo  poder   econômico,   linguagem   redundante,   fotografia   de  baixa  qualidade  artística  devido  à  preocupação  dos  editores   com  o   consumo  rápido  das  revistas  e  com  o  lucro  fácil.      

Esse   tipo   de   caracterização,   segundo   Joanilho   e   Joanilho   (2008,   p.   531),   fortalece   a   noção,   assumida   por  muitos,   de   que   a   fotonovela   é   "a   prima   pobre   dos   subgêneros   literários"   e,   quando   citada   em   trabalhos  acadêmicos,  funciona                                                          [...]  como  contra-­‐exemplo,  uma  não  literatura,  ou  meramente  um  produto  da  cultura  

de   massa,   que   não   tem   outro   objetivo   além   de   caçar   níqueis   nas   carteiras   de  consumidores  desavisados  ou  não  suficientemente  educados  para  evitar  produto  tão  enganoso.   Ainda   tem   um   lado   mais   perverso:   funcionar   como   anestésico   da  consciência  popular.  

                   

Os  autores  entendem  que  essa  caracterização  obedece  à  dicotomia  simplista,   proposta   por   uma   elite,   entre   arte   erudita   e   arte  popular93.   E,   mais   ainda,   ressaltam   que   devemos   fugir   de   uma  simples   rejeição   do   gênero,   já   que   ele   se   presta   a   análises  sociológicas   e   históricas   acerca   de   "práticas   culturais   que   podem  muito  bem  nos  explicar  formas  de  organização  social  e  modo  de  agir  no  cotidiano"  (p.  547).  Se  você  quiser  -­‐  logo  de  saída  -­‐  ter  elementos  para   rebater   as   opiniões   depreciativas   sobre   o   gênero   fotonovela,  clique   na   imagem   do   trailer   da   fotonovela   digital   "O   último  cigarro"94,  de  Fabiano  Vianna  (FABZ),  ao  lado.    

   

   

 

___________________________________________________________________________________    

92 Fonte: http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=213&Itemid=2, acesso em

18/05/2011. 93 Fonte: http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=213&Itemid=2, acesso em

18/05/2011. 94 O último cigarro - Trailler. Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=DH3BAl3dS5w, acesso em 14/05/2012.

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Mãos  à  obra  ________________________________________________________________________________________    Mas  e  do  ponto  de  vista  pedagógico?  Como  justificar  a  utilização  do  gênero  fotonovela  para  compor  uma  sequência  didática?  Que  forma  uma  SD  como  essa  pode  ter?  Esse  são  os  temas  que   iremos  discutir  neste  Tópico  de  nossa  disciplina.    Para  que  possamos  discutir  uma  possibilidade  interessante  de  trabalho  com  a  fotonovela  na  sala  de  aula  de  Língua  Portuguesa,  vocês  devem  ler,  agora,  o  texto  Oficina  de  Fotovela,  postado  no  Teleduc.  Elaborado  pelo  professor   Eduardo   de   Moura   Almeida95,   em   colaboração   com   Jacqueline   Peixoto   Barbosa,   esse   texto  apresenta   uma   Sequência   Didática   voltada   para   alunos   de   7ª   e   8ª   séries   (8º   e   9º   anos)   do   Ensino  Fundamental.      Como  no  Tópico  2,   também  elaboramos  um  Quadro  de  Análise  desta   SD  para  que   você  possa   contrastar  com  seu  Quadro  de  planejamento  de  sua  SD.  Para  visualizá-­‐lo,  clique  aqui96.  Considerem,  em  sua  leitura  desta  SD,  as  seguintes  questões:      

• Que  aspectos  específicos  desse  gênero  os  autores  escolheram  para  ensinar?    • Em   que   eixos   de   ensino   (leitura/escuta,   produção,   análise   da   língua   e   das   linguagens)   esses  

aspectos  se  enquadram?  

   ________________________________________________________________________________________    

95 Agradecemos aos autores por nos permitirem utilizar este trabalho no Curso de Especialização em Língua Portuguesa

do Programa REDEFOR. 96 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Tabela3_Tp3_TM2_MaO.pdf, acesso em 12/08/2012

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    Embora   as   fotonovelas   circulem   na   esfera   jornalística   (revistas),   elas   não   são   propriamente   um   produto  dessa  esfera  (não  informam,  não  formam  opinião),  mas  servem  ao  entretenimento  e  à  apreciação  estética.  Assim,  a  fotonovela  pode  ser  caracterizada  como  um  gênero  da  esfera  das  ARTES  (da  imagem)  e  das  MÍDIAS  (impressa/digital).      A  escolha  desse  gênero  no  ensino  de  Língua  Portuguesa  justifica-­‐se  porque  ele  permite  o  desenvolvimento  da   capacidade   de   leitura/produção   de   textos   multimodais,   isto   é,   de   textos   que   utilizam   diferentes  linguagens,  e  possibilita  que  os  alunos  entrem  em  contato  com  diferentes  manifestações  artísticas,  como  a  fotografia,   o   cinema,   a   novela   e   os   quadrinhos.   E   é   justamente   devido   a   essas   características   que   esse  gênero  tende  a  mobilizar  fortemente  os  alunos.  Além  disso,  trazer  para  o  interior  da  sala  de  aula  práticas  de  letramento  nas  quais  alunos,  principalmente  aqueles  provenientes  das  camadas  populares,  efetivamente  se  engajam  fora  da  escola  é  algo,  como  argumentam  Rojo  e  Moura  (2011)97,  em  que  a  escola  precisa  investir.  A  esse  respeito,  Ribeiro  Junior  (2011),  em  seu  texto  "O  audiovisual  na  escola:  Dominação  ou  transformação"  -­‐  clique  aqui98  para  lê-­‐lo  na  íntegra  -­‐  afirma  que,    [...]   em   uma   sociedade   na   qual   a   comunicação   audiovisual  tornou-­‐se   uma   hegemonia,   não   haverá   competência  comunicativa  se  os  códigos  da  expressão  audiovisual  não  forem  dominados.   O   ideal   seria   que   os   alunos   fossem   capazes   não  somente  de   compreendê-­‐los   em  profundidade,  mas   também  de  expressar-­‐se  por  intermédio  deles.    

________________________________________________________________________________________    

97Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T2_I35.jpg, acesso em 12/08/2012

98Fonte:http://www.ufscar.br/rua/site/?p=3885, acesso em 12/08/2012

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    Para  o  autor,  o  diálogo  entre  cultura  escrita  e  audiovisual   revela  a  educação  como  "um  processo  crítico  e  humanizador  em  sintonia  com  a  contemporaneidade".      É  claro  que  a  inclusão  de  fotonovelas  -­‐  assim  como  de  qualquer  outro  gênero  que  envolva  não  apenas  textos  escritos  mas   também   outras   formas   de   linguagem,   outras   formas   de   comunicação   -­‐   no   rol   de   gêneros   a  serem  trabalhados  na  sala  de  aula  exige  do  profissional  da  educação  uma  "virada  pedagógica".  Tal  mudança  envolve   uma   predisposição   do   professor   para,   livrando-­‐se   do   "porto   seguro"   representado   pelo   livro  didático   e   colocando   os   alunos   no   papel   de   autores   e   protagonistas   de   seu   processo   de   aprendizagem,  incorporar   propostas   pedagógicas   que   podem,   muitas   vezes,   "escapar   de   seu   controle".   Essa   "perda   de  controle",  no  entanto,  pode  ser  extremamente  salutar,  como  atesta  a  experiência  descrita  no  vídeo  abaixo.    

99 ________________________________________________________________________________________  

99 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=1lKi7zqBnko&feature=related , acesso em 07/05/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    Para  deixar  mais  clara  a  forma  como  a  "Oficina  de  Fotonovela"  está  organizada,  vamos,  ao  longo  da  análise  desse  material,   ilustrar  o  modo  como  as   seções  e  atividades  propostas   se  encaixam  na  proposta  de  Dolz,  Noverraz   e   Schneuwly   (2004),   discutida   no   Tópico   3   do   Tema   1   desta   disciplina,   e   cujo   esquema   (p.    98)  adaptamos  para  a  SD  estudada  agora.      Após   apresentarem,   com   clareza,   os   objetivos   da   tarefa   proposta   aos   alunos   -­‐   a   elaboração   de   uma  fotonovela   -­‐,  os  autores  elencam  as  5   seções  e  8  atividades  que  compõem  a   sequência  didática   (por  eles  denominada  "oficina").      A  primeira   seção   prevê   2   atividades   que  permitem  avaliar   o   que  os   alunos   já   sabem   sobre  o   gênero:   na  Atividade  1,  pede-­‐se  que  eles  digam,  oralmente,  o  que  acham  que  as  fotonovelas  têm,  ou  não,  em  comum  com   os   quadrinhos   e   as   novelas   de   TV   e,   em   seguida,   solicita-­‐se   que   escrevam   suas   próprias   definições  desse  gênero.  A  Atividade  2  procura  aferir  o  que  os  alunos  conhecem  sobre  a   linguagem  dos  quadrinhos.  Para   tanto,   os   autores   solicitam   um   exercício   de   preenchimento   de   balões   e   quadros   de   uma   pequena  sequência  narrativa  de  fotonovela.    

(Clique aqui100

para ampliar a imagem)    ________________________________________________________________________________________  

100 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T2_T3_P5_zoom.jpg, acesso em 12/08/2012

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4  ________________________________________________________________________________________  

(Clique  aqui101

 para  ampliar  a  imagem)  

 As   seções   II   e   III   são   dedicadas   ao   ensino   de   aspectos   do   gênero   fotonovela   propriamente   dito.   As  Atividades   3,   4   e   5   da   seção   II   trabalham,   com   base   nos   quadrinhos   já   apresentados   e   de   forma   lúdica,  temas,  personagens,  dramas  e  conflitos  que  caracterizam  uma  fotonovela.  Simulando  uma  novela  televisiva,  o  professor  apresenta  os  personagens  e  conta  parte  da  narrativa,  que  suspende  com  o  anúncio  "Não  perca  as  cenas  das  próximas  aulas".  São  sugeridas  atividades  de   leitura  de   fotonovelas   (duas  atuais  e  uma  mais  antiga)   na   Internet   -­‐   que   funcionam   como   modelos   para   os   alunos   -­‐   e   um   exercício   voltado   para   a  construção  e  descrição  (nomes  e  características  psicológicas)  dos  personagens  da  fotonovela  que  os  alunos  vão   criar.   Esse   exercício   culmina   com  uma  produção  escrita.  Na  Atividade  5,   o   foco   é   a   apresentação  do  conflito   da   fotonovela   em   elaboração.   Orientados   por   perguntas   feitas   em   tom   novelesco,   os   alunos  discutem  em  grupo  possíveis  rumos  na  construção  do  conflito.      A  Atividade  6  (Seção  III)  trabalha  possibilidades  de  planos  fotográficos  a  partir  de  três  enquadramentos  da  protagonista   da   fotonovela.   Observe-­‐se   que   a   aquisição   desse   novo   conhecimento   será   útil   para   que   os  alunos  possam   "ler"   criticamente   imagens   estáticas   (fotos   e   desenhos  ou   ilustrações)   também  em  outros  contextos,  como  em  filmes  e  HQs.    ________________________________________________________________________________________  

101Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_cont

exto/LP_D8_T2_T3_P5_zoom.jpg,acesso em 12/08/2012

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  5  ________________________________________________________________________________________    Na  Seção   IV,  os  alunos  recebem  orientações,  passo  a  passo,  para  a  tarefa  de  produzir,  eles  mesmos,  uma  fotonovela.      A   Atividade   7   refere-­‐se   à   construção   dos   elementos   textuais   e   narrativos   desse   gênero.   Para   isso,   são  retomadas   as   atividades   já   realizadas   (a   criação   dos   personagens   e   a   construção   do   conflito)   que   serão,  agora,  mais  detalhadas.  Os  alunos  devem  escolher  os  colegas  que  vão  "posar"  como  personagens,  pensar  os  cenários   que   também   serão   fotografados,   de   acordo   com   a   narrativa   planejada,   criando,   por   fim,   o   seu  desfecho  (é  nesse  momento  que  os  alunos  vão,  finalmente,  saber  como  termina  a  história  que  o  professor  vem  contando  enquanto  ensina).      Na  Atividade  8,  prevê-­‐se  que  os  alunos  façam  uma  atividade  de  escrita  produzindo  o  roteiro  e    uma  prévia  em  quadrinhos   -­‐   ou   storyboard102   -­‐   da   fotonovela  que  eles  mesmos   irão  produzir.   Instruções   sobre   como  montar  digital  ou  manualmente  essa  fotonovela  são  dadas  em  seguida.    

(Clique aqui

103 para ampliar a imagem)

   

102 Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Storyboard, acesso em 18/05/2011. 103 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T2_T3_P7_zoom.jpg, acesso em 18/05/2011

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  6  ________________________________________________________________________________________                

   

(Clique  aqui104  para  ampliar  a  imagem)    Por  fim,  os  autores  propõem  uma  última  seção  -­‐  a  Seção  V   -­‐  com  o  objetivo  de  possibilitar  três  formas  de  avaliação.   Na   primeira,   os   alunos   têm   a   oportunidade   de   se   autoavaliar,   refletindo   sobre   o   processo   de  aprendizagem   que   vivenciaram.   Em   seguida,   eles   avaliam   os   trabalhos   realizados   pelos   colegas   e,   por  último,  a  própria  oficina  da  qual  participaram.      Ah...  e  ficam  sabendo  o  que  aconteceu  com  José  Augusto  e  Maria  das  Dores...    

   

104 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T2_T3_P8_zoom.jpg, acesso em 18/05/2011

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Finalizando________________________________________________________________________________________    Nos  Tópicos  2  e  3  deste  Tema,  analisamos  duas  Sequências  Didáticas,  na  expectativa  de  que  essas  análises  pudessem   servir   de   apoio   para   que   você,   professor(a),   pudesse   inspirar-­‐se   e   tomar   decisões   acerca   da  Sequência  Didática  que  está  elaborando  para  seu  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso  (TCC).      Você,  certamente,  trabalhou  duro,  nas  três  semanas  deste  Tema  2,  para  dar  forma  a  uma  primeira  versão  da  SD  que  será  analisada  no  seu  TCC.  Agora  é  hora  de  você  fazer  uma  última  revisão  em  sua  proposta,  adicionar  as  imagens  -­‐  clique  aqui105  para  ver  um  tutorial  de  edição  de  imagens  no  Word  -­‐,  diagramá-­‐la  e  postá-­‐la  em  seu  Portfólio  para  ser  comentada  e  avaliada  por  seu/sua  tutor(a).      

   ATENÇÃO:  Sua  SD  no  formato  final  não  deve  extrapolar  o  limite  de  20  páginas  A4.      ________________________________________________________________________________________  

105 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/TUTORIAL_Imagens_SD.pdf, acesso em 18/05/2011

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 Ampliando  os  conhecimentos  1  ________________________________________________________________________________________    

     A  seleção  de  anúncios  publicados  no  Jornal  O  Estado  de  S.  Paulo  desde  1876  feita  pelo  jornalista  Cley  Scholz106  e  reunida  em  um  vídeo  reflete  as  diversas  mudanças  culturais  e  históricas  em  nosso  país  que   fizerem  com  que  o  gênero  "anúncios  de  produtos"   tenha   se   modificado   significativamente.   Veja   esse   vídeo   clicando  aqui107.      A  Revista  Nova  Escola  de  setembro  de  2004  traz  uma  matéria   ("Jornal   na   sala   de   aula:   leitura   e  assunto   novo   todo   dia")   que   oferece   boas  "dicas"   de   como   utilizar   o   jornal   em   aulas   de  Língua   Portuguesa.   Se   quiser   ler   essa   matéria,  

clique  aqui108.          Aprenda  mais  sobre  a  utilização  do  gênero  reportagem  em  sala  de  aula,   lendo   o   artigo   de   Conceição   Aparecida   Kindermanm  intitulado   "A  produção   textual   a  partir   do   gênero   reportagem:  O  jornal  na  sala  de  aula"  e  publicado  nos  Anais  do  6º  Encontro  Celsul  -­‐  Círculo  de  Estudos  Lingüísticos  do  Sul.  Clique  aqui109  para  baixar  esse  artigo.      

 Veja  uma  outra  experiência,  desta  vez  em  aula  de  História,  que  se  utilizou  do  gênero  fotonovela  para  ensinar  História  Antiga,  clicando  aqui110.      ________________________________________________________________________________________    

106 Fonte: http://blogs.estadao.com.br/reclames-do-estadao/category/industria-nacional/, acesso em 24/06/2011. 107 Fonte: http://blogs.estadao.com.br/renato-cruz/reclames-do-estadao/, acesso em 18/05/2011. 108 Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/jornal-sala-aula-423555.shtml, acesso em

18/05/2011. 109 Fonte: http://www.celsul.org.br/Encontros/06/Individuais/28.pdf, acesso em 20/05/2011. 110 Fonte: http://educaja.com.br/2011/02/fotonovela-em-aula-de-historia.html, acesso em 18/05/2011.

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Ampliando  o  conhecimento  2  ________________________________________________________________________________________    

O Preço de uma Verdade Título original: (Shattered Glass) Lançamento: 2003 (EUA) Direção: Billy Ray Atores: Hayden Christensen, Peter Sarsgaard (Charles Lane) Chloë Sevigny, Rosario Dawson, Melanie Lynksley. Duração: 103 min Gênero: Drama Sinopse Stephen Glass (Hayden Christensen) é um jornalista que consegue entrar para a equipe principal do jornal The New Republic, de Washington. Entretanto, dos anos em que trabalha na redação, mais da metade dos textos de sua autoria ou foram inventados ou copiados, o que não impede seu crescimento. Porém sua fama vai por água abaixo após sua farsa ser descoberta. Para ler uma resenha sobre o filme, clique aqui111. Para ver o trailer, clique aqui112. Janela Indiscreta Título original: (Rear Window) Lançamento: 1954 (EUA) Direção: Alfred Hitchcock Atores: Grace Kelly, Wendell Corey, Thelma Ritter, Raymond Burr. Duração: 107 min Gênero: Ficção Sinopse Em Greenwich Village, Nova York, L. B. Jeffries (James Stewart), um fotógrafo profissional, está confinado em seu apartamento por ter quebrado a perna enquanto trabalhava. Como não tem muitas opções de lazer, vasculha a vida dos seus vizinhos com um binóculo, quando vê alguns acontecimentos que o fazem suspeitar que um assassinato foi cometido. Para ler uma resenha sobre o filme, clique aqui113. Para ver o trailer, clique aqui114.  

________________________________________________________________________________________    

111 Fonte: http://www.canaldaimprensa.com.br/canalant/cultura/quarent2/cultura1.htm, acesso em 11/05/2012. 112 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=FRfNHzQlOus, acesso em 11/05/2012. 113 Fonte: http://cynemaikrytyka.blogspot.com.br/2010/11/resenha-critica-dos-filmes-janela.html, acesso em 11/05/2012. 114 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=rcRHVQop4BM, acesso em 18/05/2011.

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Referências  bibliográficas  1  ________________________________________________________________________________________    ALMEIDA, E. M.; BARBOSA, J. P. Oficina de fotonovela, 2010. Disponível em:<http://www.rededosaber.sp.gov.br/contents/seguranca/GestaoPesquisa/main/file_dmp/PraticasPedag2009/LP_EF_J.pdf>, acesso em: 14/05/2011.

CARETTA, A. A. As formas da canção nas diversas esferas discursivas. Estudos Linguísticos, v.37, n.3, p. 17-24. São Paulo: GEL, 2008. Disponível em:<http://www.gel.org.br/estudoslinguisticos/volumes/37/EL_V37N3_02.pdf>, acesso em: 14/05/2011.

DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências Didáticas para o oral e a escrita: Apresentação de um procedimento. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. et al. (Orgs.) Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. P. 95-128.

GULGUEIRA, G.; BUSNARDO, C. R.; MODENEZ, J. C.; TONINI, N. S. Folhetos de Cordel. Excerto de SD em elaboração para a disciplina de Estágio Supervisionado do Curso de Letras-Noturno do IEL/UNICAMP, inédito.

JOANILHO, A. L.; JOANILHO, M. P. G. Sombras Literárias: A fotonovela e a produção cultural. Revista Brasileira de História, v. 28, n. 56, p. 529-548. São Paulo, 2008. Disponível em : <http://www.scielo.br/pdf/rbh/v28n56/13.pdf>, acesso em: 14/05/2011. NINCI, A. P. A.; CAGNAN, A.; SALOMÃO, R. C. S. O jornal e suas diferentes linguagens. Campinas: IEL/UNICAMP, 2008. Trabalho de final de estágio (inédito).

MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: Configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKY, A. M.; GAYDECZKA, B.; BRITO, K. S. (Orgs.) Gêneros textuais: Reflexões e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. P. 23-36.

   

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Referências  bibliográficas  2  ________________________________________________________________________________________    RIBEIRO   JUNIOR,   D.   O   audiovisual   na   escola:   Dominação   ou   transformação,   2011.   Disponível   em:  <http://www.ufscar.br/rua/site/?p=3885>,  acesso  em:  08/05/2011.    RODRIGUES,  R.  H.  O  artigo  jornalístico  e  o  ensino  da  produção  escrita.  In:  ROJO,  R.  H.  R.  (Org.)  A  Prática  de  linguagem  em  sala  de  aula:  Praticando  os  PCNs.  São  Paulo:  EDUC;  Campinas,  SP:  Mercado  de  Letras,  2000.  P.  207-­‐220.    ROJO,  R.  H.  R.;  MOURA,  E.  Vidding:  Uma  leitura  subversiva  do  cânone,  2011  (no  prelo).    SODRÉ,  M.  Best-­‐seller:  A  literatura  de  mercado.  São  Paulo:  Ática,  1985.      

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Tema:  3.  Redigindo  e  apresentando  o  TCC...    

Tópico  1  -­‐  A  composição  do  TCC    Um  início  de  conversa  1  ________________________________________________________________________________________    Quantas   vezes  não   falamos   tranquilamente  para  nossos   alunos:   "Agora,   vamos   fazer   uma   redação!"    Não  são  poucos  os  que  reclamam  dessa  tarefa  porque  quase  nada  é  muito  simples  de  ser  traduzido  em  palavras  escritas...  No  entanto,  escrever  é  preciso.      É   provável   que   vários   de   vocês,   neste   final   de   curso,   estejam   preocupados,   receosos,   nervosos   com   a  "redação"  que  deverão  nos  entregar  em  poucos  meses.    

   Mas   será   mesmo   que   elaborar   esse   TCC   precisa   ser   algo   tão   estressante,   algo   que   os   deixe   tão  preocupados?  Afinal   de   contas,   trata-­‐se   de   apresentar   e   discutir   um  planejamento   de   unidade  de   ensino  (Sequência   Didática)   de   uma   disciplina   que   é   a   de   vocês.   Temos   certeza   de   que,   apoiados   em   sua  experiência,   dedicação   ao   curso   e   uma   boa   dose   de   disciplina   e   organização,   a   tarefa   será   muito   mais  tranquila  do  que  esperam.      E   para   tranquilizá-­‐los   ainda  mais,   vamos   conversar   com   vocês,   nos   dois   primeiros   tópicos   deste   Tema   3,  sobre  algumas  orientações  que  devem  seguir  ao  redigir  o  seu  TCC.      Essas  orientações  estão  de  acordo  com  as  principais  recomendações  fornecidas  pela  Biblioteca  do  Instituto  de   Estudos   da   Linguagem   da   UNICAMP   -­‐   que   vocês   já   conhecem   de   outras   disciplinas   -­‐   e   seguem   as  orientações  da  ABNT  -­‐  Associação  Brasileira  de  Normas  Técnicas115.  No  Tópico  1,  vamos  focalizar  o  que  deve  constar   nas   páginas   iniciais   do   trabalho   (os   "paratextos").   Considerações   sobre   a   redação   do   texto  propriamente  dito  e  das  Referências  Bibliográficas  é  o  que  nos  propomos  a  fazer  no  Tópico  2.      ________________________________________________________________________________________    

115

Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I06.jpg, acesso em 18/05/2011

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Um  início  de  conversa  2  ________________________________________________________________________________________    Finalmente,  no  Tópico  3,  vamos  discutir  a  elaboração  de  resenhas  e  a  confecção  do  pôster  que  deverá  ser  apresentado  nos  Encontros  de  Apresentação  do  TCC.      Com   tudo   isso,   esperamos   convencê-­‐los,   como   bem   nos   lembra   a   canção116   do   vídeo   abaixo,   que   a  elaboração  do  seu  TCC  não  é  motivo  para  desesperar...  jamais!      

117    ________________________________________________________________________________________    

116 Fonte: http://letras.terra.com.br/ivan-lins/258963/#selecoes/258963/, acesso em 01/07/2011. 117 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=d5QWcGh9aPo, acesso em 24/05/2011.

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Ponto   de  partida________________________________________________________________________________________    Para  redigir  o  seu  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso,  você  precisa,  em  primeiro  lugar,  conhecer  a  forma  como  esse  tipo  de  texto  acadêmico  se  estrutura.  A  figura  abaixo  sintetiza  essa  estruturação:          

118    Todas  as  páginas  do  seu  TCC,  exceto  a  capa,  deverão  ser  numeradas.  As  páginas  iniciais  (da  folha  de  rosto  ao  sumário)   deverão   ser   numeradas   utilizando-­‐se   algarismos   romanos   em   sua   forma  minúscula.   A   partir   da  Introdução  até  o  final  do  trabalho,  incluindo  as  referências  e  o  anexo,  devem  ser  numeradas  em  arábico.  Os  números  das  páginas  deverão  figurar  ao  pé  da  página  e  centralizados,  como  no  que  segue:        

119    

(Clique  nas  imagens120  para  ampliá-­‐las)        Observe  que  o  seu  TCC  deve  ter  no  máximo  20  páginas,  contadas  a  partir  da  Introdução  (sem  considerar  as  referências  e  o  anexo  -­‐  sua  SD).  Neste  primeiro  Tópico,  vamos  focalizar  as  páginas  iniciais  do  TCC,  tudo  bem?      

118 Estrutura do TCC 119 Páginas iniciais 120/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I07.png ;

/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I05.png

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    A   capa   do   seu   TCC   deve   conter   o   nome   (e   o   logotipo)   da   instituição   e   da   unidade   onde   o   trabalho   será  defendido,  a  autoria  e  o  seu  título,  bem  como  o  local  e  o  ano  em  que  ele  foi  completado.  A  folha  de  rosto,  por  outro  lado,  deve  incluir  informações  acerca  do  nível  e  do  curso  efetuado.      

 

   

 

(Clique  nas  imagens121  para  ampliá-­‐las)    Se  quiser,  você  pode  utilizar  as  "máscaras"  dessas  duas  páginas  iniciais  que  estão  disponíveis  no  TELEDUC.      

121/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I08.jpg ;

/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I09.jpg

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    Caso   queira   incluir   outras   páginas   iniciais   (dedicatória122,   agradecimentos123   e   epígrafe124),   você   deve  diagramá-­‐las  de  modo  semelhante  às  diagramações  dos  exemplos  abaixo.        

 

   

 

     

 (Clique  nas  imagens  125para  ampliá-­‐las)  

   

122 Esse é um texto curto no qual o autor geralmente presta uma homenagem a alguém a quem dedica o trabalho. 123 Página em que o autor agradece a pessoas e instituições que colaboraram para a execução do trabalho. Aqui,

necessariamente, deve-se agradecer à SEE-SP/Escola de Formação/REDEFOR, que subsidiou financeiramente o Curso. 124 Nessa página, pode-se incluir um pequeno texto na forma de citação, significativo para o autor e que, de alguma forma,

“traduz o espírito” do trabalho. 125https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_0

4/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I10.jpg ; https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I11B_rev.jpg ; https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I12.jpg

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    Agora,  vamos  pensar  um  pouco  sobre  o  resumo  do  seu  TCC...      Segundo  as  orientações  da  Biblioteca  do   IEL/UNICAMP,  o  resumo  deve  fornecer  ao   leitor  uma  síntese  das  informações  mais  relevantes  do  trabalho  e  deve  ser  escrito  em  linguagem  clara,  concisa  e  direta.  O  resumo  serve  também  para  divulgar  seu  trabalho:  o  leitor  lê  o  resumo  para  decidir  se  o  que  você  escreveu  é  ou  não  o  que  ele  procura.    Há  dois   tipos  básicos  de   resumo:  o   resumo   informativo,   considerado  o  mais  adequado  para   trabalhos  de  conclusão  de  curso  e  monografias;  o  resumo  descritivo,  que  tem  como  foco  as  razões  pelas  quais  o  trabalho  foi  elaborado.  Todas  as  informações  contidas  no  resumo  devem  fazer  parte  do  TCC  -­‐  trata-­‐se  do  resumo  de  um  trabalho  já  realizado,  motivo  pelo  qual  deve  ser  feito  por  último.      

   O   texto   deve   conter   um   único   parágrafo   e   não   deve   ultrapassar   500   palavras.   Imediatamente   após   o  resumo,  você  deve  indicar  as  palavras-­‐chave126.      Algumas  dicas  para  a  organização  do  seu  resumo:      

• apresente   o   tema   -­‐   esfera   e   gêneros   escolhidos   para   a   construção   da   Sequência   Didática   -­‐,  justificando  brevemente  sua  escolha  e  os  objetivos;  

• indique,  em  poucas  palavras,  os  passos  seguidos  para  a  organização  da  SD;  • finalmente,  teça  suas  considerações  sobre  o  processo,  dando  ao  texto  um  tom  conclusivo.  

   

126 Do tipo: "sequência didática - fotonovelas - Língua Portuguesa".

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4  ________________________________________________________________________________________    Abaixo, incluímos um resumo bem elaborado para servir de exemplo. Analise, com cuidado, o conteúdo do texto. Em seguida, preste atenção em como deve ser a formatação da página em que o resumo aparece.

(Clique na imagem127 para ampliá-la)

________________________________________________________________________________________    

127https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modul

o_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I19.jpg

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Mãos   à   obra  1________________________________________________________________________________________    Agora   leia   os   dois   resumos   abaixo   referentes   a   um  mesmo  TCC.   Por   que  o   segundo  não   é   tão   adequado  quanto  o  primeiro?            

   

     (Clique  nas  imagens128  para  ampliá-­‐las)  

   

128https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modul

o_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I22.jpg ; https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I23.jpg

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Mãos   à   obra  2________________________________________________________________________________________    

   A   primeira   coisa   que   chama   a   atenção   é   o   fato   de   o   segundo   resumo   ter  mais   de   um   parágrafo,   o   que  contraria  as  normas.  Além  disso,  no   fechamento  do   texto,  o  autor   faz   referência  a   categorias  gramaticais  que  não  mencionou  antes.  Outro  problema  é  a  inclusão  de  "Ensino  de  Leitura",  entre  as  palavras-­‐chave:  o  objetivo  declarado  da  SD  é  trabalhar  com  a  modalidade  oral  e  escrita  da  língua!    

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  5  ________________________________________________________________________________________    Para   designar   essa   parte   do   TCC,   usa-­‐se   o   termo  SUMÁRIO  (e  não  índice)  escrito  em  letras  maiúsculas  (caixa   alta),   centralizado   na   página,   tal   como   no  exemplo  ao  lado.      O   sumário   indica   o   conteúdo   do   documento,   suas  principais   divisões   e   seções,   na   mesma   ordem   em  que  aparecem  no  texto.      Cada   parte   do   sumário   é   seguida   pelo   número   da  página   em   que   se   inicia.   As   subdivisões   devem   vir  em   tamanho   menor,   com  maiúsculas   e   minúsculas  (caixa  baixa).                            ________________________________________________________________________________________  

129https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modul

o_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I20.jpg

(Clique na imagem129 ara ampliá-la)

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Atividade  Autocorrigível  4    ________________________________________________________________________________________    Leia  o  sumário  abaixo.  Em  seguida,  passe  o  cursor  na  alternativa  que  indica  todas  as  partes  incorretas    

 (Clique  na  imagem130  para  ampliá-­‐la)  

 (a)  Título;  resumo;  item  1;  item  4.  (b)  Item  1;  item  2.2;  item  4.1;  item  5.  (c)  Título;  item  1;  item  2;  item  4.  (d)  Título;  resumo;  item  4.1;  item  5.      ________________________________________________________________________________________    

130https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modul

o_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I21.jpg

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Finalizando________________________________________________________________________________________    Viu  como  nem  tudo  é  tão  difícil?  Que  tal  deixar  essa  parte  inicial  preparada,  esperando  apenas  para  fazer  o  resumo  no  final?      Tente  fazer  um  sumário...  Você  provavelmente  irá  modificá-­‐lo,  mas  ele  já  servirá  de  guia  para  a  redação  do  texto  propriamente  dito  e  para  o  controle  do  número  de  páginas  em  cada  parte.      Agradeça!  Agradecer  é  bom!      E   caso   decida   incluir   uma   epígrafe,   escolha   um   poema,   uma   letra   de   música,   uma   frase   que   reflita   sua  perspectiva  sobre  alguma  coisa  importante.  Afinal,  o  trabalho  está  começando  a  ser  construído  e,  como  diz  o  díto  popular,  seu  TCC  vai  "dar  samba"  e  "da  melhor  qualidade"131.      

132      ________________________________________________________________________________________    

131 Fonte: http://letras.terra.com.br/sururu-na-roda/1593301/, acesso em 24/05/2011. 132 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=JO-9hQgoKv4, acesso e, 11/07/2011

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 Tópico  2  -­‐  Citações,  paráfrases  e  referências    Ponto   de   partida  1________________________________________________________________________________________    Em vários sites da Internet, você vai encontrar textos que estabelecem, de forma divertida, uma relação entre a rapadura e o trabalho acadêmico. Clique aqui133 para ler um deles. Muitas vezes o texto é difícil porque não fala daquilo que conhecemos melhor. A brincadeira com a rapadura baseia-se no conhecimento especializado, no público a quem o texto se dirige e na sua finalidade. Pense nisso na hora de escrever seu trabalho. Lembre-se de que o seu TCC é um trabalho acadêmico e que, portanto, deve seguir as convenções desse gênero. Mas, lembre-se, também, de que seguir as convenções do gênero "trabalho acadêmico" não significa complicar desnecessariamente o modo de expor suas ideias, como muitos acreditam... Neste Tópico, vamos conversar com você sobre como deve elaborar o que vem após as páginas iniciais (assunto que discutimos no Tópico 1) do seu TCC. Além da organização geral dessa parte do texto - Introdução, Desenvolvimento, Considerações Finais, Referências e Anexo - pretendemos demonstrar de que forma os textos que você leu e que usará para justificar e/ou sustentar teoricamente o seu TCC devem ser referenciados. Como as normas para referência e citações variam de acordo com as instituições ou de acordo com as editoras, vamos seguir, no TCC do Redefor, o conjunto de convenções recomendado pela Biblioteca do IEL/UNICAMP (clique aqui134 para baixá-las) e que estão em sintonia com o que é recomendado pela ABNT.    

133 Fonte: http://www.humornaciencia.com.br/laboratorio/simples.htm, acesso em 01/07/2011. 134 Fonte: http://www.iel.unicamp.br/biblioteca/arquivos/Normalizacao_Monografia_Bib_IEL_122008.pdf, acesso em

01/07/2011.

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Ponto   de   partida  2________________________________________________________________________________________    Era  uma  vez  um...  TCC.    Pena  que  o  gênero  que  você  vai  escrever  não  é  conto  de  fadas  e,  portanto,  não  se  pode  começar  com  essa  fórmula  que  abre  as  portas  para  o  mundo  da  ficção.  Na   Introdução  do  seu  trabalho  (que  virá   logo  após  o  Sumário),   você   deve   começar   falando,   brevemente,   sobre   o   que   o   motivou   a   selecionar   a   esfera   e   o(s)  gênero(s)  que  escolheu  para  compor  a  Sequência  Didática  que  irá  propor  no  seu  TCC.  Em  seguida,  você  deve  descrever,  sucintamente,  essa  SD:  diga  como  ela  está  organizada  de  um  modo  geral  e  para  que  tipo  de  aluno  ela  foi  pensada.      Na  seção  que  corresponde  ao  Desenvolvimento  propriamente  dito  dessa  parte  do  seu  TCC,  apresente,  em  primeiro   lugar,   a   fundamentação   teórica   do   trabalho   e,   depois,   a   análise   da   SD   que   preparou.   Para   a  fundamentação  teórica,  você  deve  consultar  o  que  foi  discutido,  nas  diferentes  disciplinas135  do  seu  Curso  de   Especialização,   sobre   a   esfera   e   o(s)   gêneros   que   escolheu   focalizar   (lembre-­‐se   de   recuperar   as  informações   que   levantou   a   esse   respeito   no   Tema   2   desta   disciplina).   Para   a   análise   da   SD,   você   deve  resumir,   no   corpo   do   trabalho,   cada   uma  das   partes   que   pretende   analisar   e,   então,   discuti-­‐la   (inclua   no  Anexo  a  SD  completa  e  formatada).      Após  ter  feito  a  análise  da  sua  SD,  elabore  suas  Considerações  Finais.  Aqui  você  deve  fazer  uma  síntese  do  que  foi  feito  no  trabalho  como  um  todo.  Nesse  momento,  aproveite  para  preparar  e/ou  revisar  o  Resumo  (que  deve  vir  antes  do  Sumário).      Ah,  não  se  esqueça  de  incluir,  antes  do  Anexo,  as  suas  Referências  Bibliográficas...        

135Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I15.png ,acesso em 17/07/2011

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Mãos   à  obra________________________________________________________________________________________  Comprar  um  TCC  prontinho  na  Internet?  Nada  mais  fácil  hoje  em  dia...  veja,  por  exemplo,  o  anúncio  abaixo:      

136    Claro  que  ninguém  duvida  que  essa  é  uma  prática  eticamente  condenável.  No  entanto,  quando  o  que  está  em  jogo  é  o  roubo  de  ideias  ou  palavras  em  trabalhos  acadêmicos,  também  conhecido  como  plágio137,  várias  pessoas   -­‐   incluindo  aquelas  que   jamais   considerariam   roubar  um  carro  ou  uma  carteira  de  alguém!   -­‐  não  parecem  se  sentir  nem  um  pouco  constrangidas  em  fazê-­‐lo!  Leia  mais  sobre  esse  assunto,  clicando  aqui138.      Podemos   dizer   que,   na   maioria   das   vezes,   o   plágio   é   mesmo   intencional   (simples   copiar   e   colar   que  configura  uma  fraude).  Contudo,  é  possível  que  isso  aconteça  sem  que  o  autor  do  texto  acadêmico  tenha  de  fato   a   intenção   de   plagiar.   Ele   pode   simplesmente   não   saber   como   e   quando   citar   as   fontes   -­‐   ideias   e  palavras  de  autores  que  utilizou  em  seu  trabalho.  Para  evitar  esse  tipo  de  plágio,  sem  intenção,  preparamos  o  que  vem  a  seguir.        ________________________________________________________________________________________    

136 Fonte: http://goiania.olx.com.br/monografia-no-estado-de-goias-tcc-em-goias-tcc-no-estado-de-goias-monografia-em-

goias-iid-146366222, acesso em 31/05/2011. 137O termo “plágio” (do grego “plagios” ao latim “plagiu”) significava, na sua origem, o mesmo que “dissimulado”,

“trapaceiro”. 138 Fonte: www.cecc.eng.ufmg.br/cartilha_sobre_plagio_academico.pdf, acesso em 13/05/2012.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    É importantíssimo que você faça referência a todas as fontes em que se baseou para escrever o seu TCC. Não apenas porque fazê-lo é uma questão de integridade acadêmica - as pessoas nas quais você se baseou para escrever sobre o tema do seu trabalho merecem crédito por aquilo que fizeram antes de você, não é? -, mas também porque fazer referência a outros autores indica que você tem familiaridade com a sua área, mostra ao leitor que você sabe o que está acontecendo no seu campo de atuação... Vejamos, agora, como isso pode e deve ser feito.

Suponhamos que o texto A literatura no Ensino Médio: quais os desafios do professor?139, de Martins (2006), tenha se revelado muito importante para fundamentar a Sequência Didática que você pretende propor, particularmente no que se refere ao trecho abaixo, que se encontra na página 91 do artigo em questão: Há duas maneiras de dar crédito ao que a autora afirma nesse trecho: ou você faz uma referência direta (citação) às palavras que ela usou ou você faz uma referência indireta (paráfrase) ao que ela disse.      

139 MARTINS, I. A literatura no Ensino Médio: quais os desafios do professor? In: BUNZEN, C.; MENDONÇA, M.

(Orgs.). Português no Ensino Médio e formação do professor. São Paulo: Parábola, 2006, p. 83-102.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    Se  você  quiser  citar  literalmente  as  palavras  do  autor  e  se  o  trecho  citado  for  pequeno  (até  3  linhas  de  texto  no  máximo),  você  deve  incluir  a  citação,  entre  aspas,  no  próprio  parágrafo  em  que  ela  é  comentada,  como  nos  exemplos  abaixo  (leia-­‐os  com  atenção!):      

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  3  ________________________________________________________________________________________    E  se  você  quiser  citar  um  trecho  mais  longo  desse  mesmo  texto140?  Nesse  caso,  você  deve  deslocar  a  citação  4  cm.  para  a  direita,  em  um  outro  parágrafo,  sem  aspas.  Insira  a  citação  em  espaçamento  e  número  de  fonte  menor  do  que  usou  no  restante  do  texto,  como  no  exemplo  abaixo.      

   Se  preferir,  você  pode  incluir  o  nome  do  autor  em  caixa  alta  ao  final  no  trecho  citado.  Veja  como  clicando  aqui141.    E  se  você  quiser  citar  o  trecho  do  texto  de  Beach  e  Marshall  (1991)  que  aparece  no  texto  de  Martins  (2006)?  Como  você  não  leu  o  texto  desses  autores,  você  deve  indicar  a  fonte  de  onde  retirou  a  citação.  Veja,  abaixo,  como  fazê-­‐lo:      

   Observe   que   a   palavra   apud   -­‐   uma   palavra   de   origem   latina   que   significa   "citado   por"   -­‐   deve   aparecer  sempre  em  itálico.    

140 Fonte (adaptação): RedeFor.

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP008_Tm3_T2_P4.jpg

141 Fonte (adaptação): RedeFor. https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/LP008_Tm3_T2_P6C.jpg

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  4  ________________________________________________________________________________________    Na  seção  anterior,  vimos  como  citar  trechos  de  autores  que  lemos  em  trabalhos  acadêmicos.  Nesta  seção,  vamos  demonstrar  como  é  possível  reescrever  com  nossas  próprias  palavras  -­‐  ou  seja,  parafrasear  -­‐  as  ideias  de   outras   pessoas.   Para   tanto,   vamos   nos   basear   no   mesmo   trecho   retirado   de   Martins   (2006,   p.   91),  reproduzido  novamente  abaixo.      

 Veja  como  todo  esse  trecho  pode  ser  adequadamente  parafraseado:      

 Observe   que,  muito   embora   não   tenhamos   reproduzido   exatamente   as   palavras   da   autora,   ainda   assim,  demos  crédito  a  ela  por  suas  ideias.  Caso  incluíssemos  o  que  segue  em  um  trabalho  acadêmico,  estaríamos  plagiando-­‐a!  

     

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  5________________________________________________________________________________________    Para  que  você  se  sinta  mais  seguro(a)  acerca  do  modo  como  deve  citar  ou  parafrasear  os  autores  que  leu,  discutimos  novamente  esses  procedimentos,  agora  tendo  por  base  trechos  de  um  outro  texto:  Quadrinhos  e  arte  sequencial142.  Essa  discussão  está  postada,  para  consulta,  no  Teleduc.  Para  conhecê-­‐la  neste  ambiente  em  que  estamos,  clique  aqui143.      Ao  final  do  trabalho,  você  deve  incluir  uma  lista  de  todas  as  publicações  e  fontes  que  você  leu  e  usou  para  chegar  às  conclusões  que  chegou  no  seu  TCC.      Porque   a   Associação   Brasileira   de   Normas   Técnicas   (ABNT)  reconhece  como  aceitáveis  diferentes  possibilidades,  há  variações  no   modo   como   as   referências   bibliográficas   podem   ser  apresentadas.   Um   livro   pode   ser   referenciado,   a   depender   da  escolha   de   convenções   feitas   pelo   autor,   pela   editora,   pelo  periódico   ou   pela   universidade   de   modos   distintos,   como   por  exemplo:      

• GNERRE,   M.   (1994).   Linguagem,   escrita   e   poder.   São  Paulo:  Martins  Fontes.  

• GNERRE,   M.   Linguagem,   escrita   e   poder.   São   Paulo:  Martins  Fontes,  1994.      

 Como  já  explicamos,  no  seu  TCC  você  deve  seguir  as  recomendações  da  Biblioteca  do  IEL/UNICAMP  quando  for  incluir  as  referências  bibliográficas  que  utilizou  -­‐  nesse  caso,  vale  somente  o  segundo  exemplo  (GNERRE,  M.  Linguagem,  escrita  e  poder.  São  Paulo:  Martins  Fontes,  1994.).  Para  facilitar  o  seu  trabalho,  fizemos  uma  síntese  dessas  convenções,  destacando  os  pontos  mais  importantes.  Clique  aqui144  para  conhecê-­‐la.      Lembre-­‐se   de   que   você   não   tem   que   memorizar   essa   síntese!   Ela   está   disponível   no   TelEduc   -­‐   basta  consultá-­‐la  quando  chegar  a  ocasião...        ________________________________________________________________________________________  

142 EISNER, W. Quadrinhos e arte sequencial. São Paulo: Martins Fontes, 2001. Tradução de Luís Carlos Borges. 143 Fonte:

https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Falando_um_pouco_mais_sobre_citacoes_e_parafrases3-1.pdf, acesso em 15/07/2011

144 Fonte: https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_contexto/Referencias_Bibliograricas_-_sintese_das_orientacoes_da_Biblioteca_da_UNICAMP_-_REDEFOR2.pdf, acesso em 15/07/2011

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  6________________________________________________________________________________________    

 E   se   você   precisar   referenciar   outras   produções   culturais   (CDs,   videoclips,  filmes...)?  Você  vai  poder  fazer  de  qualquer  jeito?  Claro  que  não...  Também  nesses  casos  você  precisará  seguir  as  convenções  fornecidas  pela  Biblioteca  do  IEL/Unicamp.                

Ao  final  da  síntese  que  fornecemos  você  vai  poder  ver  como  referenciar  outros   tipos   de   produção,   que   não   bibliográficas:   produções   de  imagens   em  movimento   (filmes,   documentários,   clips,   videocasts...)   e  de  documentos  sonoros  (discos,  CDs,  fitas  cassetes...).        Caso   precise   referenciar   outras   produções   que   não   estão   incluídas  nessa   síntese,   procure   orientações   nas   próprias   normas   da   Biblioteca  que  você  baixou.    

   

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Atividade  Autocorrigível  5a    ________________________________________________________________________________________    A   partir   das   convenções   explicadas   neste   Tópico,   e   de   acordo   com   as   recomendações   do   Manual   da  Unicamp,  é  correto  afirmar  que:  

     

I.  Em  um  trabalho  acadêmico,  toda  citação,  seja  ela  retirada  de  livros,  revistas,  Internet,  panfletos  etc.,  deve  ser  referenciada  no  corpo  do  texto  e  no  final  do  trabalho.    II.  No  caso  de  uma  citação  de  até  3  linhas,  ela  fica  no  corpo  do  texto,  com  aspas,  e   não   é   necessária   a   indicação   da   página,   embora   a   obra   deva   constar   das  referências.    III.  Uma  vez  que  se  resolva  parafrasear  o  texto  de  um  autor,  sem  fazer  citação  direta   desse   trabalho,   não   é   preciso   indicar   a   data   nem   a   página   da   obra  consultada.    IV.  No  caso  de  a  citação  ultrapassar  3  linhas,  é  preciso  recuar  o  trecho  citado  e  diminuir   a   fonte   (menor   que   a   fonte   usada   no   corpo   do   trabalho).   É   preciso  sempre  indicar  a  data  e  a  página  da  obra  consultada.      V.  No  caso  de  trechos  de  textos  que  você  não  leu,  mas  que  são  citados  por  um  autor  que  você  está  consultando,  não  é  preciso  indicar  as  fontes,  já  que  não  há  como  fazê-­‐lo.  

Qual  das  alternativas  abaixo  é  correta?  Passe  o  cursor  para  conferir  sua  resposta.  a)145  apenas  as  afirmações  I,  II  são  corretas  b)146  apenas  as  afirmações  II  e  IV  são  incorretas  c)147  apenas  as  afirmações  III  e  V  são  corretas  alternativa  corretas  d)148  apenas  as  afirmações  I  e  IV  são  corretas  e)149  todas  as  afirmações  são  corretas      

145 Toda e qualquer citação, seja qual fora a sua origem, deve ser referenciada. A afirmativa II está incorreta, porque no

caso de citações diretas a indicação da página é obrigatória. 146 A afirmativa II está incorreta, porque no caso de citações diretas a indicação da página é obrigatória. A afirmativa IV

está correta e considera a formatação e a indicação das referências 147 A afirmativa III está incorreta, porque, mesmo no caso de paráfrases, é preciso indicar a data da obra consultada. A

afirmativa V está incorreta: devemos citar trechos referenciados por outros autores usando o termo apud. 148 A afirmativa I está correta porque toda e qualquer citação, seja qual fora a sua origem, deve ser referenciada. A

afirmativa IV também está correta e considera a formatação e a indicação das referências. 149 A afirmativa II está incorreta, porque no caso de citações diretas a indicação da página é obrigatória. A afirmativa III

também está incorreta, porque, mesmo no caso de paráfrases, é preciso indicar a data da obra consultada. Finalmente, se considerarmos as recomendações da UNICAMP, a afirmativa V está incorreta.

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Atividade  Autocorrigível  5a    ________________________________________________________________________________________    Analise,   cuidadosamente,   o   que   aparece   na   caixa   de   texto   abaixo.   Considere   a   síntese   que   fizemos   das  orientações   fornecidas   pela   Biblioteca   do   IEL/UNICAMP   para   a   entrada   de   referências   bibliográficas   em  Trabalhos  de  Conclusão  de  Curso  e  tente   identificar  os  erros  existentes  em  cada  uma  das  entradas.  Para  facilitar  o  seu  trabalho,  numeramos  cada  uma  delas.    

   

(Clique  na  imagem150  para  ampliá-­‐la)    Agora,   passe  o   cursor   sobre  os  números   abaixo  para   verificar   se   você   conseguiu   identificar   corretamente  todos  esses  erros.      [1]151  [2]152  [3]153  [4]154  [5]155      

150Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/imagemanager/files/lingua_portuguesa/modulo_04/textos_em_c

ontexto/LP_D8_T3_T2_P11.PNG, acesso em 17/07/2011 151 • O prenome do autor está aparecendo por extenso, diferentemente de como os prenomes aparecem nas demais

entradas. • O subtítulo do livro não deveria aparecer em negrito. • Depois do nome da cidade da editora deve-se colocar “dois pontos” e não “vírgula”.

152 • O título do documento deve aparecer em negrito, não em itálico. • “Ministério de Educação” deveria aparecer logo após “BRASIL” e não antes do nome da cidade.

153 • A entrada está no lugar errado. Deveria aparecer depois de Fleuri, 2003. • Faltou indicar o nome da cidade da editora (Porto Alegre: Editora Sulina). • A referência às páginas do artigo está incorreta e no lugar errado. Deveria aparecer assim: Porto Alegre: Editora Sulina, 1996, p. 137-169.

154 • O nome do artigo não deveria estar entre aspas. • Não deveria aparecer “In:” antes do nome do periódico. • Os números das páginas do artigo não foram incluídos. • Faltou indicar a data de acesso à versão on-line do artigo.

155 • Os nomes dos organizadores da coletânea deveriam aparecer assim: SILVA, F.; MOURA, H. (Orgs.). • O título da coletânea (O direito à fala) deveria aparecer em negrito. • Faltou indicar as páginas do artigo.

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Finalizando...  ________________________________________________________________________________________    Nosso  objetivo,  neste  Tópico,  foi  contribuir  para  que  vocês  possam  elaborar  a  parte  de  seu  TCC  que  deve  ser  incluída   após   o   Sumário.  Discorremos   sobre   o   que  deve   constar   na   Introdução,   no  Desenvolvimento,   nas  Considerações  Finais  e  no  Anexo  do  trabalho.      Também  explicamos   como   citar  ou  parafrasear   textos  de  outros   autores   e   como   listar   as   referências  que  utilizaram  ao  final  do  trabalho,  de  modo  a  impedir  que  vocês  incorram,  mesmo  que  sem  querer,  em  roubo  de  palavras  e/ou   ideias.  Porque  o  plágio  é  uma  prática  muito  presente  hoje  no  ambiente  universitário  no  mundo   inteiro,   a   Universidade   de   Bergen,   na   Noruega,   se   deu   ao   trabalho   de   produzir   um   vídeo   que  focaliza,  de  forma  bem  humorada,  esse  problema  tão  sério.  Vamos  vê-­‐lo?          

156        

156 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=IpC9cfZzC_Y, acesso em 02/06/2011.

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Tópico  3  -­‐  Resenhas  e  pôsteres    Ponto   de  partida________________________________________________________________________________________    Neste  Tópico   -­‐  o  último  do  Tema  3  e  desta  disciplina   -­‐  vamos   focalizar  a  escrita  de  resenhas  acadêmicas,  uma  competência  necessária  para  que  você  possa  elaborar  um  bom  Trabalho  de  Conclusão  de  Curso,  e  a  diagramação  e  a  impressão  do  pôster  que  irá  apresentar  no  encontro  reservado  para  a  defesa  do  seu  TCC.      

Como   já   vimos   em   nosso   curso,   todo   gênero   discursivo/textual  desempenha   uma   função   na   sociedade   e   apresenta   determinadas  características  que  nos  permitem  reconhecê-­‐lo  quando  o  encontramos.  É  o   caso,   por   exemplo,   de   uma  manchete,   de   uma   carta   pessoal,   de   uma  receita  de  comida  ou  de  remédio  (bula),  de  uma  entrevista.        Reconhecemos   como   textos   do   gênero   acadêmico   resumos,   resenhas,  artigos,  ensaios,  teses,  dissertações,  monografias,  trabalhos  de  conclusão  de   cursos   etc.   E   é   justamente   a   resenha   -­‐   um   gênero   que   circula   não  apenas  na  esfera  escolar,  mas   também  na  esfera   jornalística  e   literária   -­‐  que  pretendemos  discutir  aqui.    

 Neste  momento  em  que  a  preocupação  mais   imediata  é  a  escrita  do  TCC,  você   certamente   irá   buscar   apoio   em   livros   e   artigos   que   tenham   como  temas   a   esfera   e   o(s)   gênero(s)   que   escolheu   para   abordar   no   trabalho   e  precisa   ser   capaz   de   resenhá-­‐los   adequadamente.   Ser   capaz   de   elaborar  boas   resenhas   significa,   em   síntese,   saber   explicitar,   de   forma   clara,   sua  compreensão   global   e   crítica   dos   textos   lidos,   bem   como   resumir   e  comentar  os  aspectos  mais  relevantes  dessas  obras  para  o  seu  trabalho.      Também   a   elaboração   de   um   pôster   de   divulgação   científica   requer   o  desenvolvimento   de   algumas   habilidades   específicas.   É   preciso   ter   em  mente  alguns  cuidados  para  que  ele  consiga  atingir  seus  objetivos.  Esse  será  o  assunto  sobre  o  qual  discorreremos  ao  final  deste  Tópico.      ________________________________________________________________________________________    

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Mãos   à  obra________________________________________________________________________________________    Toda  resenha  deve  ter  por  finalidade  fazer:      (i)  uma  síntese;    (ii)  uma  análise  e    (iii)  um  julgamento  de  um  texto  ou  de  partes  dele.      Ao  elaborá-­‐la,  o  resenhista  precisa  ser  seletivo:  não  é  possível  resumir,  analisar  e  emitir  opinião  sobre  todas  as   partes   relevantes   de   uma   obra.   A   não   ser   que   o  façamos   de   forma   superficial,   como   procura  evidenciar,  de  forma  bem  humorada,  um  conjunto  de  resenhas  de  obras   clássicas  da   literatura  que  circula,  adaptado   de   um   livro157,   pela   internet   (clique   na  imagem   para   conhecer   uma   de   suas   versões,   em  vídeoclipe).158    É   importante,   assim,  que  você   selecione  os  pontos  que  considera  básicos  no(s)   texto(s)  que  vai   resenhar:  Que   argumento(s)   ou   conceito(s)   nele(s)   utilizado(s)   precisa(m)   ser   focalizado(s)   em   seu   Trabalho   de  Conclusão  de  Curso?      Vamos   supor   que   você   queira   discutir,   em   seu   TCC,   o   conceito   de   "gênero"   tal   como   apresentado   por  Marcuschi   (2006)  ou  Rojo   (2001).  A  primeira   coisa  a   ser   feita  é   localizar,   nesses   textos,   as  passagens  que  trazem  considerações  a  respeito  desse  conceito.  Depois  de  lê-­‐las  com  atenção,  você  deve  elaborar  um  outro  texto  no  qual  essas  passagens  aparecem  resumidas159,  comentadas  e  bem  articuladas  entre  si.      Antes  de  redigir  sua  resenha,  certifique-­‐se  de  que  compreendeu  os  trechos  do(s)  texto(s)  que  vai  resenhar.    ________________________________________________________________________________________        

157 OTA, H. L. Noventa livros clássicos para apressadinhos. RJ: Galera Record, 2010. 158Fonte da imagem: RedeFor. Fonte do

vídeo:http://www.youtube.com/watch?v=41ntu4aew7Q&feature=channel&list=UL, acesso em 04/07/2012. 159 Toda resenha contém resumos de partes do texto lido. Nem todo resumo, entretanto, é uma resenha. Para configurar-se

como tal, um resumo deve vir acompanhado de uma análise e, de certa forma, de um julgamento sobre o que se leu.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  1  ________________________________________________________________________________________    A  elaboração  de  uma  boa  resenha  depende  diretamente  dessa  compreensão:  é   impossível  resenharmos  o  que  não  compreendemos  muito  bem!  Alguém  que  pretendesse,  por  exemplo,  fazer  uma  resenha  sobre  um  texto   que   discorre   sobre   a   complexidade   da   letra   do   nosso   Hino   Nacional   Brasileiro,   iria   muito  provavelmente  se  deparar  com  análises  dos  vários  versos  em  ordem  indireta  ("do  que  a  terra  mais  garrida",  "se  ergues  da  justiça  a  clava  forte"...)  e  de  termos  pouco  conhecidos  ("fúlgido",  "impávido",  "lábaro"...)  que  nele   aparecem.   O   primeiro   passo   do   resenhista   deveria   ser,   portanto,   ir   em   busca   de   fontes   que   o  ajudassem   a   entender   essas   construções   e   esse   vocabulário.   Um   dicionário   certamente   seria   útil,   mas  também   na   Internet   é   possível   encontrar   ajuda.   Veja   algumas   interpretações   no   nosso   Hino   Nacional,  clicando  nos  vídeos  abaixo:          

 160   161        

162      

160 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=gy3hx2l0X1Q, acesso em 04/07/2011. 161 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=JwOr0wpIqSY, acesso em 04/07/2011. 162 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Txn2p7gIh74, acesso em 04/07/2011.

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Colocando  os  conhecimentos  em  jogo  2  ________________________________________________________________________________________    A  resenha  é  um  texto  sobre  outro  texto,  de  outro  autor.  É  então  natural  que  haja  menções  ao  texto  original  e  é  muito  importante  que  o  leitor  perceba  claramente  quando  quem  "fala"  é  você,  o  produtor  da  resenha,  ou  o  autor  do  texto  resenhado.  Sempre  que  fizer  uma  paráfrase  ou  uma  citação  direta  do  que  está  dito  no  texto  original,  não  se  esqueça  de  dar  o  devido  crédito  (como  vimos  no  Tópico  2  deste  Tema).    Em  resenhas  acadêmicas,  há  "modos  de  dizer"  as  coisas  que  são  típicos  -­‐  há  convenções  que  precisam  ser  observadas.   A   seguir,   vamos   dar   alguns   exemplos   desses   "modos   de   dizer",   imaginando  uma   situação   na  qual  um  resenhista  pretendesse  abordar  um  texto  que  discute  o  analfabetismo  funcional  (AF).    Se  seu  interesse  recaísse  sobre  a  definição  de  AF  apresentada  pelo  autor,  o  resenhista  poderia,  por  exemplo,  dizer:    

 Caso   se   interessasse   pela   crítica   do   autor   ao   analfabetismo   funcional   (AF),   o   que   vem   abaixo   seria   uma  opção:    

 Para  focalizar  o  ponto  de  vista  do  autor  sobre  o  AF,  o  resenhista  poderia  afirmar:    

   

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  3________________________________________________________________________________________    O   resenhista   também   pode   querer   destacar   a   importância   do   tema,   citando   uma   justificativa   do   autor.  Nesse  caso,  seria  preciso  indicar  a  página  do  texto  original  em  que  isso  é  feito:  

   Caso  interesse,  o  autor  da  resenha  pode  apresentar  uma  síntese  do  conteúdo,  destacando  os  pontos  mais  importantes  do  artigo.  Nesse  caso,  é  preciso  discutir  esse  conteúdo  e  apresentar  argumentos,  posicionando-­‐se  com  relação  à  questão  tratada:  

   A  avaliação  ou  apreciação  do  artigo  se  caracteriza  pelas  marcas  subjetivas  -­‐  emprego  da  primeira  pessoa  do  singular  ou  do  plural163  -­‐  e  por  palavras,  expressões  de  conotação  valorativa.      

     

163 Lembre-se de que qualquer que seja a sua escolha – primeira pessoa do singular ou do plural – você deve ser

consistente ao redigir sua resenha.

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  4________________________________________________________________________________________    Caso  o  resenhista  queira  se  distanciar  do  texto,  ele  pode  empregar  o  verbo  em  terceira  pessoa  do  singular  acompanhado  do  pronome  "se".  Veja  como  isso  é  feito:    

   Ele  pode  concluir  a  resenha,  fazendo  uma  síntese  do  que  foi  discutido:    

   Finalmente,   é   importante   observar   que   as   convenções   que   regem   a   escrita   de   resenhas   acadêmicas  permitem  que  o  seu  autor  recomende  (ou  desaconselhe!)  a  leitura  do  texto  resenhado:    

   Com   o   que   vimos   dizendo,   de   forma   resumida,   pretendemos   demonstrar   que   a   escrita   de   resenhas  acadêmicas  não  é  um  "bicho  de  sete  cabeças"...  Basta  apenas  você  selecionar  os  textos  que  são  relevantes  para   o   seu   TCC,   lê-­‐los   com   bastante   atenção   para   se   certificar   de   que   os   entendeu   bem,   identificar   os  trechos  que  pretende  parafrasear  ou  citar   literalmente  e  ficar  atento,  na  hora  de  escrever,  aos  "modos  de  dizer"  específicos  desse  gênero  textual.      E   para   que   você   se   sinta   ainda  mais   confiante   na   realização   dessa   tarefa,   é   importante   agora   ler   o   texto  "Resenha:  o  que  é,  como  se  faz"164,  disponibilizado  na  Internet  pelo  professor  Ronaldo  Martins.        

164 Fonte: http://www.ronaldomartins.pro.br/materiais/resenha.htm, acesso em 19/06/2011.

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  5________________________________________________________________________________________    A   partir   de   agora,   vamos   fazer   algumas   considerações   sobre   a   elaboração   do  pôster   que   vocês   deverão  apresentar  nos  Encontros  de  Defesa  dos  Trabalhos  de  Final  de  Curso.      A   primeira   coisa   a   enfatizar   é   que   a   função   desse   pôster   é   a   de  sintetizar,   de   forma   clara   e   objetiva,   as   informações   mais  relevantes  contidas  no  seu  trabalho.      Lembre-­‐se  de  que  as  pessoas  que  irão  conversar  com  você  durante  esse  encontro  vão   se  deparar  não  apenas   com  o   seu  pôster,  mas  com   vários   outros   que   provavelmente   terão   interesse   em  conhecer.   E   é   por   isso   que   elas   devem   ser   capazes   de   ler   e  compreender   todas   as   informações   que   você   quer   transmitir   em  pouco  tempo.  E  é  por   isso,   também,  que  o  seu  pôster  precisa  ser  capaz  de  chamar  a  atenção  dos  presentes...      Pense  nele  como  uma  propaganda  do  seu  trabalho!  Boas  propagandas  são  sempre  atraentes  para  quem  as  vê,  não  é?  Caso  contrário,  elas  passariam  despercebidas...      Para  que  o  seu  pôster  seja  visualmente  atraente  e  rapidamente  compreensível,  você  precisa  pensar  muito  bem  na  sua  diagramação.  A  "poluição"  visual  -­‐  excesso  de  textos  e  de  imagens  -­‐  afasta  os  leitores,  que  não  se  sentem  convidados  a  "entrar"  no  trabalho.      Além  do  excesso  de  informação,  outro  erro  muito  comum  na  elaboração  de  um  pôster  é  a  falta  de  destaque  dado   ao   título   e   às   suas   diferentes   seções.   Para   evitar   que   isso   ocorra,   procure   estabelecer   um   bom  equilíbrio   entre   espaço   livre,   texto   e   imagens.   Clique   aqui165   para   ver   um   exemplo   de   um   pôster  recomendável  e  aqui166  para  ver  o  de  um  pôster  não   recomendável  nesse   sentido.  Esses  exemplos   foram  retirados  de  um  material  instrucional  utilizado  pela  Diretoria  de  Apoio  Didático,  Científico  e  Computacional  da  Faculdade  de  Medicina  da  UNICAMP.      

165Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I30.jpg, acesso em 17/07/2011 166Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/LP_D8_T3_I32.jpg, acesso em 17/05/2011

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  6________________________________________________________________________________________    Vejamos  agora  o  que  você  deve  considerar  quando  for  elaborar  cada  uma  das  partes  do  seu  pôster.    

1.   CABEÇALHO   O   cabeçalho   deve   conter,   nesta   ordem:   o   título   do  trabalho,   o   nome   do   autor   (adicione   o   seu   e-­‐mail   para   contato),   os  nomes   das   instituições   (UNICAMP,   REDEFOR   e   Secretaria   de   Educação  do   Estado   de   São   Paulo)   e   palavras-­‐chave.   Essas   informações   devem  estar  centralizadas  e  devem  vir  uma  abaixo  das  outras.  Dê  destaque  ao  título   -­‐  que  não  deve  ser   longo  demais!   -­‐  utilizando  uma   fonte  grande,  como,  por  exemplo,  60  pontos  ou  um  pouco  mais.  Empregue  fontes  um  pouco  menores  para  o  restante  das  informações.  Ao  lado  dos  nomes  das  instituições,   coloque   os   seus   logotipos.   Separe   as   palavras-­‐chave   por  hífen.      2.   TEXTO   Um   bom   pôster   tem   apenas   cerca   de   60%   do   seu   espaço  preenchido   por   texto   -­‐   o   resto   é   ocupado   por   imagens,   diagramas   ou  fotografias.   Lembre-­‐se:   pôsteres   compostos   só,   ou   principalmente,   de  textos  são  ótimos...  para  espantar  leitores!  Portanto,  é  importantíssimo  que  você  se  empenhe  em  escrever  o  texto  para  o  seu  pôster  de  forma  sucinta   e   objetiva   de   modo   a   ter   espaço   para   ilustrações.   Use   frases  curtas   e   diretas   -­‐   evite   orações   longas   e   estruturas   complexas,   porque  elas   não   convidam   à   leitura.   Utilize   espaçamento   duplo   entre  parágrafos.      

Organize  o  seu  texto  em  tópicos.  Destaque,  com  números  ou  cores,  cada  um  deles  para  guiar  o  leitor.  Ah!  E  não   use   letras  muito   pequenas   (o   ideal   é   que   elas   tenham   entre   24   a   36   pontos).   Lembre-­‐se   de   que   as  pessoas  devem  ser  capazes  de  ler  o  seu  pôster  confortavelmente  a  cerca  de  1,5m  de  distância167.  A  inclusão  de  referências  bibliográficas  é  opcional,  mas,  se  decidir  fazê-­‐lo,  inclua,  em  letras  menores,  apenas  as  obras  mais  relevantes  para  o  trabalho.        

167Para saber se o texto está legível a essa distância, coloque o zoom a 100% dele e afaste-se 1,5m da tela. Se você

conseguir lê-lo com facilidade, o tamanho das letras é suficiente.

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Colocando   os   conhecimentos   em   jogo  7________________________________________________________________________________________    3.  IMAGENS  Lembre-­‐se  de  que  uma  boa  imagem  pode  valer  mais  do  que  mil  palavras!  Mas,  para  que  isso  possa  ocorrer,  ela  tem  que  ser  elucidativa  -­‐  tem  que  exprimir  algo  pertinente  ao  trabalho  -­‐  e  não  ser  uma  mera  "decoração"  no  seu  pôster.  Por  isso,  capriche  na  hora  de  escolhê-­‐las.    Se  utilizar  fotografias,  certifique-­‐se  de  que  elas  sejam  nítidas,  tenham  bom   contraste   e   alta   resolução   (mínimo   de   300   dpi)168.   Cuidado  também   com   o   tamanho   das   fotos   e   imagens:   se   forem   pequenas  demais   não   será   possível   perceber   com   clareza   o   que   elas  representam.      Sobretudo,  não  exagere.  Evite  saturação  de  cores,  muitos  enfeites  e  firulas  e   concentre-­‐se  na  objetividade  das   informações.  Clicando  no  vídeo  ao  lado,  você  irá  perceber  que,  quando  se  faz  o  contrário,  o  resultado  pode  não  ser  muito  bom...  Para   facilitar   o   seu   trabalho,   preparamos  um   template   (um  modelo)   de  pôster   elaborado  no  Power  Point  (você   também   pode   fazer   o   seu   próprio   modelo   utilizando   o   programa   Corel   Draw,   se   preferir).   Clique  aqui169   para   baixá-­‐lo.   Você   pode   "brincar"   com   esse   template   de  modo   a   personalizar   o   seu   pôster.   Nós  fizemos  isso,  modificando  as  cores  e  fontes,  numerando  e  "preenchendo"  as  caixas  de  texto  dos  subtítulos,  rearranjando  a  disposição  de  textos  e  imagens.  Veja  o  resultado  clicando  aqui170.  Ficou  bem  diferente,  não  é?  Caso  você  precise  aprender  como  fazer  essas  modificações,  clique  neste  tutorial171.    Não  deixe  a  elaboração  do  seu  pôster  para  o  último  minuto...  Inclusive  porque  será  necessário  levá-­‐lo  para  plotar172   com   antecedência.   Redija   versões   preliminares   dos   textos   que   pretende   incluir.   Comece   a  selecionar   imagens   ou   fotos   relevantes.   Vá   rabiscando,   em   uma   folha   de   papel,   diferentes   modos   de  diagramá-­‐lo  antes  de  trabalhar  no  template.      Assim  que  você  estiver  satisfeito(a)  com  o  resultado  obtido,  leve  o  arquivo  a  uma  gráfica  especializada  para  que  ele  possa  ser  plotado173.  Ah,  não  se  esqueça  de  informar  à  pessoa  responsável  pela  plotagem  que  o  seu  pôster  deverá  ter  90cm  de  largura  e  1m  de  altura!        

168 Cuidado! Fotos que, quando pequenas, parecem perfeitamente nítidas, se ampliadas, podem parecer, a depender de sua

resolução, “granuladas”. 169Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/POSTER_TEMPLATE_1-1.ppt, acesso em 17/07/2011 170Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/POSTER_TEMPLATE_2-1.ppt, acesso em 17/05/2012 171Fonte:https://autoria.ggte.unicamp.br/tinymce/plugins/filemanager/files/lingua_portuguesa/mod

ulo_04/textos_em_contexto/PASSO-A-PASSO.pdf, acesso em 17/05/2012 172 Imprimir em um suporte. 173 “Plotar” significa “imprimir em grande formato”.

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Finalizando________________________________________________________________________________________    Neste   Tópico,   nos   propusemos   a   discutir   com   vocês   a   elaboração   de   resenhas   e   pôsteres   acadêmicos.  Esperamos  que  o  que  dissemos  seja  útil,  agora  que  estão  na  reta   final  do  seu  Curso  de  Especialização  em  Língua  Portuguesa,  prontos  para  começar  a  dar  a  forma  final  ao  seu  TCC...      Nesta   disciplina   LP008,   buscamos   discutir   pontos-­‐chave   para   a   elaboração   de   seu   TCC:   a   necessidade   de  planejamento   de   suas   ações   didáticas;   as   SDs   como   um   dispositivo   de   planejamento   de   ações   didáticas;  como  elaborá-­‐las;  o  formato  geral  de  um  TCC  e  suas  normas;  as  formas  de  citar,  parafrasear  e  resenhar  e,  finalmente,   como   elaborar   seu   pôster   para   a   defesa.   Esperamos   que   você   tenha   aproveitado   essas  explicações  para  dar  um  bom  impulso  ao  seu  trabalho,  que  poderá  agora  ser  finalizado  nos  próximos  meses.      Gostaríamos,  nesta  ocasião,  de  agradecer  a  todos  por  terem  nos  acompanhado  nesta  jornada,  na  qual,  não  tenham  dúvidas,  também  aprendemos  muito.  Em  nome  de  todos  os  participantes  do  Curso,  queremos  nos  despedir  dizendo  que  foi  uma  honra  e  um  grande  prazer  tê-­‐los  conosco  neste  caminho.  Desejamos  a  vocês  muito  sucesso  e  esperamos  re-­‐encontrá-­‐los  em  breve!      Em   um   Curso   como   este,   em   que   tivemos   oportunidade   de   falar   de   língua,   de   línguas,   de   dialetos,   de  linguagens,  de  imagens  e  canções,  de  textos  e  de  pessoas  que  escrevem    

e   crescem,   talvez   uma   boa   despedida   seja   o   vídeoclipe  da   canção   Uma   palavra174,   de   Chico   Buarque,  interpretado  por  Clara   Sandroni,   fazendo  votos  de    que  nossas   e   suas   palavras   sejam   sempre   palavras   de  "habitar  fundo  o  coração  do  pensamento".      Forte  abraço  a  todos  e  todas!        

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174 Fonte: http://letras.terra.com.br/chico-buarque/86075/, acesso em 14/05/2012. 175 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=UEw6sSuEi2c, acesso em 21/06/2011.

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Ampliando   o   conhecimento  1________________________________________________________________________________________    

 

O   livro   de   autoria   de   Maria   Lúcia   C.   V.   O.   Andrade,   também   intitulado   "Resenha",  oferece   subsídios   para   que   você  possa   aprofundar   seu   conhecimento   sobre   a   escrita  desse  gênero,  um  dos  mais  solicitados  não  apenas  em  textos  acadêmicos,  mas  também  em  publicações  referentes  a  produções  teatrais,  música,  cinema  e  literatura.  Publicado  pela  Editora  Paulistana  em  2006,  ele  faz  parte  da  coleção  "  Aprenda  a  Fazer".    

     

 

O   professor   Airton   Cattani,   da   Universidade   Federal   do   Rio   Grande   do   Sul,  disponibilizou,  na  internet,  uma  apresentação  sobre  a  elaboração  de  pôsteres  científicos.   Nela,   você   vai   encontrar   várias   dicas   de   como   diagramá-­‐lo   de  forma  criativa.  Conheça  essa  apresentação177,  clicando  aqui178.  

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176 Fonte: http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-sobre-plagio-academico.pdf, acesso em 21/06/2011. 177 Disponível em http://www.propesq.ufrgs.br/eventos/documentos/posterSIC2005.ppt, acesso em 14/06/2011. 178 Fonte: www.propesq.ufrgs.br/eventos/documentos/posterSIC2005.ppt, acesso em 21/06/2011.

 

De   autoria   de   Anna   Rachel   Machado   (Coord.),    Lília   S.   Abreu-­‐Tardelli   e   Eliane   Lousada,   o   livro   "Resenha",   publicado   pela   Parábola  Editorial   em   2004,   fornece   orientações   sobre   a   escrita   desse   gênero.   A   obra   é   o  segundo  volume  de  "Leitura  e  Produção  de  Textos  Acadêmicos",  uma  coleção  que  visa  suprir  a  falta  de  material  didático  para  a  produção  dos  gêneros  textuais  utilizados  no  ensino  médio  e  no  meio  universitário.    

 (clique  aqui176  para  baixá-­‐la)    

Para  entender  melhor  a  questão  do  plágio  acadêmico,  leia  a  cartilha  "Nem  tudo  o  que  parece  é:  Entenda  o  que  é  plágio",  uma  publicação  on-­‐line   da  Universidade  Federal  Fluminense.  Além  de  descrever  os  diferentes  tipos  de  plágio   e   discorrer   sobre   suas   implicações   éticas   e   legais,   essa   cartilha  também   explica   o   que   é   o   conjunto   de   licenças   Creative   Commons,   um  modelo  alternativo  ao  sistema  tradicional  de  copyright.    

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Ampliando  o  conhecimento  2  ________________________________________________________________________________________    De   forma   instigante,   o   filme   abaixo   nos   faz   pensar   sobre   as   dificuldades   enfrentadas   por   todos   que  escrevem,  inclusive  sobre  a  possibilidade  de  plágio...    

     Clique  aqui179  para  assistir  a  um  trailer  comentado  do  filme.    

Janela  Secreta    Título  original:  Secret  Window  Lançamento:  2004  (EUA)  Direção:  David  Koepp  Atores:  Johnny  Depp,  John  Turturro,  Maria  Bello,  Timothy  Hutton.  Duração:  106  min.  Gênero:  Ficção    Sinopse  Mort   Rainey   (Johnny   Depp)   é   um   escritor   em   crise,   que   acaba   de   se  separar   de   sua   esposa   (Maria   Bello)   após   tê-­‐la   flagrado   com   outro  homem.  Mort  decide  se  isolar  em  uma  cabana  à  beira  do  lago  Tashmore,  em   busca   de   tranquilidade.   Porém   lá   aparece   John   Shooter   (John  Turturro),   que   começa   a   atormentá-­‐lo   ao   acusá-­‐lo   seguidamente   de  plágio.      

 Não  deixe,  também,  de  assistir  ao  filme  abaixo  (já  sugerido  neste  curso...),  porque  ele  nos  faz  refletir  sobre  ética  e  produção  de  conhecimento.        

A  Rede  Social  Título  original:  (The  Social  Network)  Lançamento:  2010  (EUA)  Direção:  David  Fincher    Atores:  Jesse  Eisenberg,  Andrew  Garfield,  Justin  Timberlake,  Rooney  Mara.  Duração:  121  min.  Gênero:  Drama    Sinopse:  Em  uma  noite  de  outono  em  2003,  Mark  Zuckerberg  (Jesse  Eisenberg),  analista  de  sistemas  graduado  em  Harvard,  se  senta  em  seu  computador  e  começa  a  trabalhar  em  uma   nova   ideia.   Apenas   seis   anos   e   500  milhões   de   amigos  mais   tarde,   Zuckerberg   se  torna   o   mais   jovem   bilionário   da   história   com   o   sucesso   da   rede   social   Facebook.   O  sucesso,  no  entanto,  leva  a  complicações  em  sua  vida  social  e  profissional.    

   Clique   aqui180   para   assistir  ao  trailer.  

 

179 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=Fjgq9EY_G0U, acesso em 05/07/2011. 180 Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=6VtX6przSlI, acesso em 05/07/2011.

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Referências  Bibliográficas  ________________________________________________________________________________________    ANDRADE,  M.  L.  C.  V.  O.  Resenha.  São  Paulo:  Editora  Paulistana,  2006.      ASSOCIAÇÃO   BRASILEIRA   DE   NORMAS   TÉCNICAS.   NBR   14724:   Informação   e   documentação   trabalhos  acadêmicos  -­‐  apresentação  em  documentos  apresentação.  Rio  de  Janeiro,  2005.      COMISSÃO  DE  AVALIAÇÃO  DE  CASOS  DE  AUTORIA.  Departamento  de  Comunicação  Social  -­‐  Instituto  de  Arte  e   Comunicação   Social   (IACS)   da   Universidade   Federal   Fluminense.   Cartilha   "Nem   tudo   o   que   parece   é:  Entenda   o   que   é   plágio".   Disponível   em   <http://www.noticias.uff.br/arquivos/cartilha-­‐sobre-­‐plagio-­‐academico.pdf>,  acesso  em  15/04/2011.      EISNER,  W.  Quadrinhos  e  arte  sequencial.  Tradução  de  Luís  Carlos  Borges.  São  Paulo:  Martin  Fontes,  2001.      MACHADO,  A.  R.;  ABREU-­‐TARDELLI,  L.  S.;  LOUSADA,  E.  Resenha.  São  Paulo:  Parábola  Editora,  2004.      MARCUSCHI,   L.   A.   Gêneros   textuais:   Configuração,   dinamicidade   e   circulação.   In:   KARWOSKI,   A.   M.;  GAYDECZKA,  B.;  BRITO,  K.  S.  (Orgs.).  Gêneros  textuais:  Reflexões  e  ensino.  Rio  de  Janeiro:  Lucerna,  2006,  p.  23-­‐36.      MARTINS,  I.  A  literatura  no  Ensino  Médio:  Quais  os  desafios  do  professor?  In:  BUNZEN,  C.;  MENDONÇA,  M.  (Orgs.).  Português  no  Ensino  Médio  e  formação  do  professor.  São  Paulo:  Parábola,  2006,  p.  83-­‐102.      MARTINS,   R.   T.   Resenha:   O   que   é,   como   se   faz.   Disponível   em  <http://www.ronaldomartins.pro.br/materiais/resenha.htm>,  acesso  em  19/06/2011.