língua portuguesa 3

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Centro Educacional Evolução Credenciado pela Portaria nº. 264/2009 SEDF Tel: (61) 3562 0920 / 3046 2090 C-1 Lote 1/12 sobreloja 1 Edifício TTC Taguatinga-DF www.centroevolucao.com.br Língua Portuguesa 3

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Centro Educacional Evolução

Credenciado pela Portaria nº. 264/2009 SEDF

Tel: (61) 3562 0920 / 3046 2090

C-1 Lote 1/12 sobreloja 1 Edifício TTC

Taguatinga-DF

www.centroevolucao.com.br

Língua Portuguesa 3

1

Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA 3 ............................................................................................................. 2

CONCORDÂNCIA ....................................................................................................................... 2

REGÊNCIA ................................................................................................................................ 6

REGÊNCIA VERBAL ................................................................................................................................. 6

REGÊNCIA NOMINAL............................................................................................................................... 7

PERÍODO COMPOSTO ................................................................................................................ 9

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO .............................................................................................. 10

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO ............................................................................................. 11

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO ................................................................... 15

ORAÇÕS REDUZIDAS ............................................................................................................... 16

SEMÂNTICA ............................................................................................................................ 18

COESÃO E COERÊNCIA ............................................................................................................ 20

PRODUÇÃO DE TEXTO ............................................................................................................. 23

DISSERTAÇÃO ...................................................................................................................................... 23

PRÉ-MODERNISMO .................................................................................................................. 25

EUCLIDES DA CUNHA ............................................................................................................................ 25

LIMA BARRETO ..................................................................................................................................... 26

MONTEIRO LOBATO ............................................................................................................................... 26

GRAÇA ARANHA .................................................................................................................................... 26

AUGUSTO DOS ANJOS ........................................................................................................................... 27

MODERNISMO NO BRASIL ........................................................................................................ 28

MOVIMENTOS MODERNISTAS ................................................................................................................. 30

FASES MODERNISTAS ........................................................................................................................... 31

PRODUÇÕES CONTEMPORÂNEAS .............................................................................................. 32

2 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

LÍNGUA PORTUGUESA 3

CONCORDÂNCIA

A sintaxe de concordância faz com que as palavras

dependentes concordem, nas suas flexões, com as palavras

de que dependem na frase.

A concordância pode ser Verbal ou Nominal, depende dos

elementos que estiverem se relacionando.

Em todas as nossas aulas, temos visto estruturas oracionais

simples, com o objetivo de que você entenda como pensar

a gramática e, assim, aplicá-la a qualquer estrutura que

venha a ser cobrada em suas provas – lembre-se de que há

textos com linguagem direta e outros com estruturas mais

elaboradas.

CONCORDÂNCIA VERBAL

A concordância verbal trata das alterações do verbo, para

se acomodar ao seu sujeito.

Como regra geral o verbo concorda com o seu sujeito em

pessoa e número:

Ex: As crianças comeram muito chocolate. sujeito: 3ª pessoa verbo: 3ª pessoa

do plural do plural

Certas situações de concordância verbal provocam dúvidas.

Vejamos as principais:

Sujeito composto:

Anteposto: nesse caso o verbo vai para o plural.

Ex: A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o

caos.

Posposto: o verbo fica no plural ou concorda com o

elemento que estiver mais próximo.

Ex: Passarão o céu e a terra. verbo: plural sujeito composto Passará o céu e a terra. verbo: singular sujeito composto

concordando com céu

Elementos identificados semanticamente: quando os

núcleos do sujeito são palavras que pertencem ao mesmo

grupo significativo o verbo fica no singular.

Ex: Alegria e felicidade nos acompanha constantemente. núcleos sinônimos verbo singular

Com elementos ligados por 'ou':

• Se a conjunção cria relação de exclusividade, o verbo fica

no singular.

Ex: José ou João será eleito presidente.

• Se a conjunção não cria relação de exclusividade, o verbo

vai para o plural.

Ex: Correr ou nadar exigem bom preparo físico.

Com elementos em gradação, o verbo concorda com o

elemento mais próximo:

Ex: O vento, a chuva, o frio não os inquietava. núcleos organizados em gradação verbo no singular.

Com as expressões um e outro / nem um nem outro, o

verbo pode ficar no singular ou plural.

Ex: Nem um nem outro dormiu.

Nem um nem outro dormiram.

Verbo com o pronome apassivador 'se'.

O verbo acompanhado pelo pronome apassivador se,

concorda normalmente com o sujeito.

Ex: Vendem-se tapiocas fresquinhas.

Vende-se uma casa na praia.

Verbo com índice de indeterminação do sujeito.

Quando o verbo é acompanhado pelo índice de

indeterminação do sujeito esse fica na 3ª pessoa do

singular.

Ex: Assistiu-se à demonstração de dança.

Pronome de tratamento

Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai

sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural).

Ex: Vossa Alteza atendeu ao nosso pedido.

Vossas Altezas atenderam ao nosso pedido.

Coletivo

O verbo fica no singular quando o sujeito é um coletivo no

singular.

Ex: O bando visitava a cidade deserta.

Porcentagem

O verbo concorda com o sujeito quando esse é um número

expresso em porcentagem, sem especificação.

Ex: Um por cento não compareceu à aula.

Noventa por cento não compareceram à aula.

Quando o sujeito vem especificado o verbo concorda com

esse:

Ex: Dois por cento dos alunos não compareceram à aula.

Dez por cento do alunado está em dia com as

mensalidades.

Há situações em que o número percentual é considerado:

a) O partitivo se apresenta antes da porcentagem.

Ex: Dos alunos, dez por cento estão em dia com as

mensalidades.

b) Quando o verbo se apresenta antes da porcentagem.

3 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Ex: Não compareceu um por cento dos alunos.

c) Quando a porcentagem vem determinada:

Ex: Aqueles vinte por cento do Senado não votaram.

Nomes usados só no plural

Quando o sujeito é constituído por nomes próprios que só

têm plural, o verbo fica no plural se esse nome vier

precedido de artigo plural, caso contrário, fica no singular.

Ex: Campinas fica no Estado de São Paulo.

Os Estados Unidos lideram o movimento.

CONCORDÂNCIA NOMINAL

É a concordância em gênero e número do adjetivo, artigo,

numeral e pronome com o substantivo a que se referirem.

Vamos rever regras básicas de concordância. Você

precisará aplicar seus conhecimentos de morfologia e

sintaxe dos termos da oração.

O adjetivo, com função de adjunto adnominal, referindo-se

a dois ou mais substantivos:

a) posposto, referindo-se a mais de um substantivo de

gênero e número diferentes, o adjetivo concordará no

masculino plural ou com o substantivo mais próximo.

Amiga e amigo sincero (s).

Amigo e amigas sinceras (os).

b) anteposto, referindo-se a mais de um substantivo, o

adjetivo concordará com o substantivo mais próximo.

Sincera amiga e amigo.

Sincero amigo e amiga.

A função sintática e a posição do adjetivo irão influenciar na

concordância, tal qual visto em exemplos anteriores,

continue atento.

Concordância do adjetivo predicativo do sujeito

O adjetivo predicativo concorda com o sujeito em

gênero e número.

Exemplo: A lua estava cheia.

Se o sujeito for composto e for do mesmo gênero, o

predicativo concordará no plural e no gênero dos

sujeitos, se estiver posposto.

Exemplo: A lua e o céu estavam maravilhosos.

Se o predicativo estiver anteposto:

Exemplo: Estava maravilhosa a lua e o céu. Estavam

maravilhosos a lua e o céu.

Já em relação ao adjetivo, com função de predicativo do

objeto, a gramática indica outro procedimento: este ficará

sempre no plural, quando se referir a mais de um

substantivo, núcleos do objeto.

Concordância do predicativo do objeto

Julguei inadequados seu comportamento e sua fala.

Julguei seu comportamento e sua fala inadequados.

Algumas construções apresentam dificuldades no cotidiano.

Não raro aparecem problemas nessas estruturas, veja:

Nas construções do tipo é bom, é preciso, é necessário, é

proibido, o adjetivo predicativo ficará no masculino singular,

se não houver determinante para o sujeito.

É necessário paciência.

A paciência é necessária.

É proibido entrada a menores de 18 anos.

É proibida a entrada de menores de 18 anos.

Entrada proibida.

Se há estruturas como essas que deixam muita gente em

dúvida, também há palavras que causam a mesma

sensação...Você é uma mulher e vai agradecer a um

homem – diz:

“Muito obrigada” ou “Muito obrigado”?

E o inverso? O homem que irá agradecer à mulher?

As palavras anexo/ obrigado/ mesmo/ incluso/ quite/ leso,

quando acompanham substantivos são adjetivos, portanto,

devem concordar com o nome a que referem:

Analise os documentos anexos.

Elas mesmas faziam suas roupas.

Muito obrigada, disse Juliana ao amigo.

Atente a duas palavras que são invariáveis, o quer dizer

que, mesmo se referindo a substantivos, essas palavras não

serão flexionadas. Alerta e menos são invariáveis:

Segundo a polícia, houve menos pessoas na passeata.

Os soldados estavam alerta.

Há palavras que merecem atenção, por poderem estar na

oração com função de adjetivo ou de advérbio, dependendo

da palavra a que estiverem se referindo.

Bastante, meio, só: podem ser adjetivos ou advérbios.

Como advérbios serão invariáveis:

Ela estava meio chateada. (um pouco)

Comeram meia caixa de bombons. (metade)

Compramos bastantes roupas na liquidação. (muitas)

Algumas situações são bastante difíceis. (muito)

Elas só fizeram o que pedimos. (somente)

Elas, sós, fizeram o que pedimos. (sozinhas)

A palavra só será adjetivo, ou pronome adjetivo, ou

numeral adjetivo de estiver ligada a um substantivo.

Também fique atento (a) a expressões que apresentarem a

palavra possível. Essa é fácil de você guardar: observe a

presença do artigo:

4 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Encontrou desculpas as mais estranhas possíveis.

Apresentou argumentos o mais improváveis possível.

Possível concorda com o artigo do início da expressão.

Bem, por fim, vale uma observação quanto às cores:

aquelas que derivarem de um substantivo serão sempre

invariáveis, certo? Quanto às outras cores, você já sabe o

que fazer: concorde com o substantivo.

Caso sejam cores indicadas por adjetivos compostos,

proceda da seguinte forma: flexione o último elemento se

este se tratar de adjetivo (claro/ escuro); ou se se tratar de

adjetivos compostos, com o segundo elemento substantivo,

não flexione qualquer um deles:

Comprou blusas amarelas.

Comprou blusas cinza/laranja/abóbora.

Comprou blusas amarelo-limão.

ESTUDO DIRIGIDO

1. (CESGRANRIO) Há erro de concordância em:

a) atos e coisas más

b) dificuldades e obstáculo intransponível c) cercas e trilhos

abandonados

d) fazendas e engenho prósperas

e) serraria e estábulo conservados

2. (MACK) Indique a alternativa em que há erro:

a) Os fatos falam por si sós.

b) A casa estava meio desleixada.

c) Os livros estão custando cada vez mais caro.

d) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.

e) Era a mim mesma que ele se referia, disse a moça.

3. (PUCCAMP) A frase em que a concordância nominal está

correta é:

a) A vasta plantação e a casa grande caiados há pouco

tempo eram o melhor sinal da prosperidade familiar.

b) Eles, com ar entristecidos, dirigiram-se ao salão onde se

encontravam as vítimas do acidente.

c) Não lhe pareciam útil aquelas plantas esquisitas que ele

cultivava na sua pacata e linda chácara do interior.

d) Quando foi encontrado, ele apresentava feridos a perna

e o braço direitos, mas estava totalmente lúcido.

e) Esses livro e caderno não são meus, mas poderão ser

importante para a pesquisa que estou

fazendo.

4. (FAFIPAR) Todas as alternativas, abaixo, estão corretas

quanto à concordância nominal, exceto:

a) Conserve limpos as mãos e os pés.

b) O jovem, ao completar dezenove anos, deve estar quite

com o serviço militar.

c) As edições extras dos jornais sempre trazem notícias

interessantes.

d) No café da manhã deste hotel, servem-se geléia e pão

torradinhos.

e) Deste lado da rua há menos casas, por isso precisamos

ficar mais alerta.

5. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância

nominal:

a) Os torcedores traziam em cada mão bandeira e flâmula

amarela.

b) Um e outro aplicador indecisos desistiram do negócio.

c) Tinha as mãos e o rosto coloridos de púrpura.

d) Escolheste ótima ocasião e lugar para o churrasco.

e) Ele estava com o braço e a cabeça quebradas.

6. Assinale a alternativa errada:

a) Ao voltar do passeio, encontrou o portão e a janela

arrombados.

b) Os cavalarianos desfilavam com porte e garbo altivos.

c) O aluno destacava-se pelo raciocínio e objetividade

aguçados.

d) Não podemos concordar com tantas máquinas e artifícios

bélicos.

e) Belos poesias e discursos marcaram o encerramento do

ano letivo.

7. Assinale a alternativa errada:

a) O escritor e o mestre alemães admiravam o belo quadro.

b) Estudaram o idioma francês e espanhol.

c) O ministro e os deputados alagoanos votaram contra o

projeto.

d) As opiniões e argumentos expostos não agradaram à

plateia.

e) Considero fácil as questões e testes propostos na prova.

8. (UNIMES) Está perfeitamente correta a concordância

nominal apenas na frase:

a) Eles se moviam meios cautelosos.

b) O relógio da igreja bateu meio-dia e meio.

c) Seus apartes eram sempre o mais pertinentes possíveis.

d) Os resultados falam por si só.

e) Chegada a sua hora e a sua vez, intimidou-se.

9. (INATEL) Fazia _____________ elogios, embora as

saudações fossem agora _______________ enfáticas para

uns e talvez evasivas para outros.

A opção que completa corretamente as lacunas da frase

acima é:

a) bastante / menos / meio;

b) bastantes / menas / meia;

c) bastante /menos / meia;

d) bastantes / menas / meio;

e) bastantes / menos / meio.

10. (UNIV.EST.PARANAVAÍ) Assinale a alternativa que

preencha corretamente os espaços em branco:

"Ainda _____________ furiosa, mas com

__________violência, proferia injúrias _________ para

escandalizar os mais arrojados."

a) meia – menas – bastantes;

b) meia – menos – bastantes;

c) meio – menos – bastante;

d) meio – menos – bastantes;

e) meia – menas – bastantes.

11. Assinale a alternativa em que há erro de concordância

nominal:

a) Com opinião e propostas claras desfez as dúvidas que

pairavam sobre a questão.

b) Tenho por mentirosos o réu e seu cúmplice.

5 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

c) Por que os namorados preferem andar só, detestando as

companhias?

d) Sua atitude, seu olhar, seu gesto suspeito chamou a

atenção da polícia.

e) Não temos razões bastantes para impugnar sua

candidatura.

12. Assinale a alternativa em que a concordância nominal

está de acordo com a norma culta.

a) A moça mesmo me disse que andava meia aborrecida

com a vida.

b) O Presidente visitou as novas instalações da escola. Sua

Excelência estava bem disposto e bem-humorado.

c) A declaração de bens foi mandada anexo ao processo,

pode verificar.

d) Sabemos que é necessário a paciência da mãe para

suportar manha de criança.

e) Consegui comprar o que queria: um carro zero e um

terreno próximos à praia

13. (UNIV. MARÍLIA) Assinale a alternativa gramaticalmente

incorreta.

a) Todos, parentes, amigos e vizinhos permaneceram

juntos.

b) Seguem inclusas as certidões solicitadas.

c) As alunas foram ao teatro juntas com o professor de

Educação Artística.

d) Patrícia e Luís, esquecidos de si próprios, cuidavam da

filha.

e) Muito obrigados ficamos a você, por acompanhar-nos ao

local do vestibular.

14. (ACAFE) Preencha as lacunas das frases abaixo. Vocês

estão _________ com a tesouraria.

As janelas _________ abertas deixavam entrar a leve brisa.

Vai _________ à presente a relação dos livros solicitados.

As matas foram _________ danificadas pelo fogo.

É _________ a entrada de animais.

A alternativa contendo a sequência verdadeira, de cima

para baixo, é:

a) quite – meia – anexa – bastantes – proibida;

b) quites – meia – anexa – bastantes – proibida;

c) quite – meio – anexo – bastante – proibido;

d) quites – meio – anexa – bastante – proibida;

e) quites – meio – anexo – bastante – proibido.

15. Assinale a alternativa incorreta quanto à concordância.

a) No calor, água é bom para refrescar.

b) Deficiências de verbas não é o suficiente para

desencorajar novas atividades técnico-científicas.

c) Sambistas os mais brilhantes possível participaram dos

desfiles.

d) Houve atitudes o mais belas possível.

e) Houve atitudes as mais belas possíveis.

16. Assinale a alternativa em que a frase está

gramaticalmente correta quanto à concordância nominal.

a) Eles estão só.

b) Não gostei dos seus ternos azul-celestes.

c) Pimenta não é bom, mas no momento é prato propício.

d) Vendeu dois meio ingressos para o teatro.

e) Só as meninas estão meias sonolentas.

17. (UNIV. EST. PARANAVAÍ) Assinale a alternativa

incorreta quanto à concordância nominal:

a) Foram previstas grandes safras para o próximo ano.

b) O juiz deu por terminada a audiência e foi para a outra

sala.

c) Todas as estatísticas que comprovam meus argumentos

estão anexas a esta monografia.

d) Não revele tais segredos. Ainda é necessário essa

discrição.

e) Entretidos com seus brinquedos, Guido e suas irmãs nem

olharam para mim.

18. (UNIV. FED. VIÇOSA) Assinale a alternativa em que o

vocábulo destacado, segundo a norma gramatical, poderia

igualmente aparecer flexionado em outro gênero.

a) "... permite que uns meninos boêmios e esquisitos

toquem música [...] nas suas missas."

b) "... começa a [...] abrir novas portas e janelas."

c) "... e também pelas minhas leituras e opiniões."

d) "... nós apegávamos a tesouros e pompas terrenos."

e) "Esse é o caso de muitos escritores e pensadores

católicos..."

19. (FUND. EST. DE MATO GROSSO) Todas as alternativas

estão corretas quanto à concordância nominal, exceto em:

a) Todos os executivos da empresa optaram por

champanha francês.

b) Homens e mulheres sindicalizados reivindicavam

segurança no trabalho.

c) É proibido entrada de pessoas não identificadas naquele

recinto.

d) O garimpeiro comemorou a descoberta de quinhentas

gramas de ouro.

e) Durante o debate, a plenária permaneceu meio

silenciosa.

GABARITO

1. d

2. d

3. d

4. d

5. e

6. e

7. e

8. e

9. e

10. d

11. c

12. b

13. c

14. d

15. c

16. c

17. d

18. d

19. d

6 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

REGÊNCIA

A regência ocupa-se do estudo da relação entre os verbos e

os elementos que possam ser regidos por eles, sejam estes

objetos, ou, ainda, adjuntos adverbiais; e há verbos que

não querem nenhum complemento, os intransitivos.

Também os nomes – substantivos, adjetivos e advérbios –

escolhem qual a preposição que desejam (ou se não a

desejam) para seu complemento nominal ou adjunto

adnominal.

Iremos rever alguns verbos e nomes, atentando para a

diferença que há no uso cotidiano de alguns dos

verbos que veremos e o que prega a norma culta.

Você chega a sua casa ou à sua casa?

Você assiste o filme ou ao filme?

São muitos os verbos, assim, faremos um estudo daqueles

que apresentam mais de um sentido e/ou que na

linguagem coloquial são usados outra forma.

Estão separados segundo sua transitividade; vale reforçar,

portanto, que alguns verbos aparecerão em mais de

um grupo (repare!), pois a transitividade também está

relacionada ao sentido que apresentem em determinado

enunciado.

Também há uma lista de nomes para sua consulta.

REGÊNCIA VERBAL

A) VERBOS INTRANSITIVOS

1. ASSITIR = residir: exige a preposição em para iniciar o

adjunto adverbial de lugar.

Ex: O empresário assiste em lugar nobre da cidade.

2. CHEGAR – IR – DIRIGIR-SE: exigem a preposição a para

iniciar o adjunto adverbial de lugar de direção ou destino.

Ex: “Você já foi à Bahia?“

3. PROCEDER = ter fundamento.

Ex: Seu argumento não procede.

4. SUCEDER = ocorrer.

Ex: Sucedeu que não foi necessária a intervenção do juiz.

B) VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS

1. ASPIRAR = inalar.

Ex: Nós aspirávamos o ar diferente do campo.

2. ANSIAR = angustiar.

Ex: A demora do filho ansiava a mãe.

3. ESQUECER/LEMBRAR

Ex: Esqueceu suas luvas.

4. IMPLICAR = trazer como conseqüência.

Ex: A seca implica miséria.

5. PERDOAR – PAGAR – AGRADECER - referindo-se a

“coisa”.

Ex:

Perdoou suas ofensas.

Pagou dívidas bancárias.

Agradeceu os cuidados recebidos.

6. VISAR = apontar ou pôr visto.

Ex:

Macunaíma visou o animal.

O Cônsul visou seu passaporte.

C) VERBOS TRANSITIVOS INDIRETOS

1. ANTIPATIZAR /SIMPATIZAR com

Ex: A professora simpatiza com seus novos alunos.

2. AGRADAR a = ser agradável a.

Ex: As belas praias brasileiras agradam aos turistas.

3. ANSIAR por = almejar.

Ex: Os alunos anseiam por uma vaga na faculdade.

4. ASPIRAR a = pretender.

Ex: Os alunos aspiram a uma vaga na faculdade.

5. ASSISTIR a = presenciar.

Ex: A peça a que assistimos foi interessante.

6. CUSTAR a = ser difícil (observe que o sujeito é aquilo

que se afirma ser custoso; o objeto indireto representa a

quem determinada coisa custa, é difícil).

Ex: Custou ao namorado entender as razões do término do

relacionamento.

7. IMPLICAR com = ter implicância.

Ex: Ele implicava com todos os meus textos.

8. ESQUECER-SE de/LEMBRAR-SE de

Ex: A fala de que o ator se esqueceu não interferiu na

narrativa.

9. OBEDECER/DESOBEDECER a

7 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Ex: O Código de Trânsito, a que poucos motoristas

obedecem, deve ser mais divulgado.

10. PERDOAR – PAGAR – AGRADECER a com objeto

“pessoa”.

Ex: Os sonegadores a quem o Fisco não perdoa sempre

caem na “malha fina”.

11. PROCEDER de = originar-se.

Ex: Nosso sobrenome procede da Polônia.

PROCEDER a = dar início.

Ex: O diretor procedeu à leitura do regimento.

D) VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS

1. INFORMAR/AVISAR/CERTIFICAR (admitem OD “coisa” ou

“pessoa", sendo o mesmo para o OI).

Ex: O jornal informou o leitor sobre a greve de ônibus.

O jornal informou a greve de ônibus ao leitor.

2. PREFERIR

Ex: Prefiro cinema a teatro.

Algumas observações quanto à regência

1. Alguns verbos não aceitam o pronome átono lhe como

complemento verbal, tais como: ansiar, aspirar, assistir

(no sentido de presenciar).

2. O sentido do verbo influi diretamente em sua regência;

3. Conhecer a regência dos nomes e dos verbos é parte

essencial para que se possa entender o fenômeno da

CRASE.

REGÊNCIA NOMINAL

Afável a, com

Alheio a

Ansioso de, para

Anterior a

Ávido de

Cobiçoso de

Comum a, de

Contente com, de, em, por

Contrário a

Dócil a

Dotado de

Diverso de

Dúvida, a cerca de, em, sobre

Essencial para

Fraco para, com, de, em

Grato a

Hábil em,

Habituado a,

Ida a

Idêntico a,

Impróprio para,

Inacessível para,

Indulgente com, para com

Leal a

Mau com, para com

Nocivo a

Orgulhoso com, para com

Parecido a, com

Proeminência sobre,

Pronto para, em

Próximo a, de

Querido de, por

Sito em

Situado a, em, entre

Solícito com

Visível a

ESTUDO DIRIGIDO

1. (CESGRANRIO) Assinale a opção cuja lacuna não pode

ser preenchida pela preposição entre parênteses:

a) uma companheira desta, ____ cuja figura os mais velhos

se comoviam. (com)

b) uma companheira desta, ____ cuja figura já nos

referimos anteriormente. (a)

c) uma companheira desta, ____ cuja figura havia um ar de

grande dama decadente. (em)

d) uma companheira desta, ____ cuja figura andara todo o

regimento apaixonado. (por)

e) uma companheira desta, ____ cuja figura as crianças se

assustavam. (de)

2. (UF-PR) Assinale a alternativa que substitui corretamente

as palavras sublinhadas:

1. Assistimos à inauguração da piscina.

2. O governo assiste os flagelados.

3. Ele aspirava a uma posição de maior destaque.

4. Ele aspirava o aroma das flores.

5. O aluno obedece aos mestres.

a) lhe, os, a ela, a ele, lhes lhes

b) a ela, os, a ela, o, lhe

c) a ela, os, a, a ele, os

d) a ela, a eles, lhe, lhe,

e) lhe, a eles, a ela, o, lhes

3. (FUVEST) Assinale a alternativa gramaticalmente

correta:

a) Não tenham dúvidas que ele vencerá.

b) O escravo ama e obedece o seu senhor.

c) Prefiro estudar do que trabalhar.

d) O livro que te referes é célebre.

e) Se lhe disserem que não o respeito, enganam-no.

8 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

4. (PUC) Assinale a alternativa que preencha corretamente

as lacunas abaixo:

1. Veja bem estes olhos ____ se tem ouvido falar.

2. Veja bem estes olhos ____ se dedicaram muitos

versos.

3. Veja bem estes olhos ____ brilho fala o poeta.

4. Veja bem estes olhos ____ se extraem confissões e

promessas.

a) de que - a que - sobre o qual - dos quais

b) que - que - sobre o qual - que

c) sobre os quais - que - de que - de onde

d) dos quais - aos quais - sobre cujo - dos quais

e) em quais - aos quais - a cujo - que

5. (FUVEST) Destaque a frase em que o pronome relativo

está empregado corretamente:

a) É um cidadão em cuja honestidade se pode confiar.

b) Feliz o pai cujos filhos são ajuizados.

c) Comprou uma casa maravilhosa, cuja casa lhe custou

uma fortuna.

d) Preciso de um pincel delicado, sem o cujo não poderei

terminar meu quadro.

e) Os jovens, cujos pais conversei com eles, prometeram

mudar de atitude.

6. (FMU) Observe o verbo que se repete: "aspirou o ar" e

"aspirou à glória". Tal verbo:

a) apresenta a mesma regência e o mesmo sentido nas

duas orações.

b) embora apresente regências diferentes, ele tem sentido

equivalente nas duas orações

c) poderia vir regido de preposição também na primeira

oração sem que se modificasse o sentido dela.

d) apresenta regência e sentidos diferentes nas duas

orações.

e) embora tenha o mesmo sentido nas duas orações, ele

apresenta regência diferente em cada uma delas.

7. (UM-SP) Complete:

I - Certifiquei-o ____ que uma pessoa muito querida

aniversaria neste mês;

II - Lembre-se ____ que, baseada em caprichos, não

obterá bons resultados;

III - Cientificaram-lhe ____ que aquela imagem refletia a

alvura de seu mundo interno.

De acordo com a regência verbal, a preposição de cabe:

a) nos períodos I e II

b) apenas no período II

c) nos períodos I e III

d) em nenhum dos três períodos

e) nos três períodos

8. (FMU) Assinale a única alternativa incorreta quanto à

regência do verbo:

a) Perdoou nosso atraso no imposto.

b) Lembrou ao amigo que já era tarde.

c) Moraram na rua da Paz.

d) Meu amigo perdoou ao pai.

e) Lembrou de todos os momentos felizes.

9. (TTN) Considere o texto abaixo:

- "Eu queria saber é quem está no aparelho.

- Ah, sim. No aparelho não está ninguém.

- Como não está, se você está me respondendo?

- Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe

ninguém.

- Engraçadinho! Então, quem está ao aparelho?

- Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo."

(C. Drummond de Andrade)

Marque o par de verbos com problema de regência idêntico

ao do texto:

a) Meditar um assunto - meditar sobre um assunto.

b) Sentar à mesa - sentar na mesa.

c) Estar em casa - estar na casa.

d) Assistir o doente - assistir ao doente

e) Chamar o padre - chamar pelo padre

10. (SANTA CASA) Observe as frases seguintes:

I - Pedro pagou os tomates.

II - Pedro pagou o feirante.

III - Pedro pagou os tomates ao feirante.

Assinale a alternativa que teve considerações corretas

sobre tais frases:

a) Estão corretas apenas a I e II porque o verbo pagar é

transitivo direto.

b) II está errada, porque pagar tem por objeto um nome de

pessoa, é transitivo indireto (o certo seria "ao feirante").

c) Apenas a I está correta.

d) A frase III é a única correta e pagar é transitivo direto

nesta frase.

e) Todas as frases estão construídas conforme as regras de

regência do verbo pagar.

11. (FUVEST) Complete:

I. A arma ____ se feriu desapareceu.

II. Estas são as pessoas ............ que lhe falei.

III. Aqui está a foto ............ que me referi.

IV. Encontrei um amigo de infância ............ nome

não me lembrava.

V. Passei por uma fazenda ............ se criavam

búfalos.

a) que, de que, à que, cujo, que

b) com que, que, a que, cujo qual, onde

c) com que, das quais, a que, de cujo, onde

d) com a qual, de que, que, do qual, onde

e) que, cujas, as quais, do cujo, na cuja

12. (UFV-MG) Assinale a alternativa correta:

a) Preferia antes morrer que fugir como covarde.

b) A cortesia mandava obedecer os desejos da minha antiga

dama.

c) A legenda ficou, mas a lição esqueceu.

d) O país inteiro simpatizou-se com esse princípio.

e) Jesus perdoou o pecador.

13. (UEPG-PR) A alternativa incorreta de acordo com a

gramática da língua culta é:

a) Obedeça o regulamento.

b) Custa crer que eles brigaram.

c) Aspiro o ar da montanha.

d) Prefiro passear a ver televisão.

e) O caçador visou o alvo.

9 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

14. (TTN) Assinale o trecho que apresenta sintaxe de

regência correta:

a) A rigorosa seca que assola os estados do Nordeste

impede que essa região desenvolva e atinja os níveis de

crescimento sócio-econômicos desejados.

b) Se o Brasil tornasse independente dos empréstimos

externos, poderia voltar a crescer no mesmo ritmo de

desenvolvimento das décadas anteriores.

c) Surpreende-nos o fato de o Estado de São Paulo, que

muito se difere do sul do país, ter engrossado as

estatísticas favoráveis à criação de um Brasil do sul.

d) É reducionista atribuirmos apenas à seca a razão que

leva a população do norte e nordeste a se migrar para o

sul.

e) A pretendida separação que pleiteiam os estados do sul

acarretará, se vier a se concretizar, a perda da identidade

nacional.

15. (FATEC) Indique a alternativa que completa

corretamente as lacunas das frases abaixo:

1. Não foi essa a pessoa ____ aludi.

2. Há certos acontecimentos ____ nunca nos esquecemos.

3. Itaipu foi uma das obras ____ construção mais se

comprometeu o orçamento nacional.

4. A conclusão ____ chegou não tem o menor fundamento.

5. O conferencista, ____ conhecimentos desconfiávamos,

foi infeliz em suas colocações.

a) à qual, de que, em cuja, a que, de cujos

b) à que, que, cuja, à que, em cujos

c) a qual, dos quais, com cuja, a qual, dos quais

d) a quem, que, em cuja, à qual, em cujos

e) a que, de que, cuja, à que, de cujos

GABARITO

1.E

2.B

3.E

4.D

5.A

6.D

7.A

8.E

9.B

10.C

11.C

12.C

13.A

PERÍODO COMPOSTO

Coordenação e Subordinação

Quando um período é simples, a oração de que é

constituído recebe o nome de oração absoluta.

Por Exemplo:

A menina comprou chocolate.

Quando um período é composto, ele pode apresentar os

seguintes esquemas de formação:

a) Composto por Coordenação: ocorre quando é constituído

apenas de orações independentes, coordenadas entre si,

mas sem nenhuma dependência sintática.

Por Exemplo:

Saímos de manhã e voltamos à noite.

b) Composto por Subordinação: ocorre quando é

constituído de um conjunto de pelo menos duas orações,

em que uma delas (Subordinada) depende sintaticamente

da outra (Principal).

Por Exemplo:

Não fui à aula porque estava doente.

Oração Principal Oração Subordinada

c) Misto: quando é constituído de orações coordenadas e

subordinadas.

Por Exemplo:

Fui à escola e busquei minha

irmã

que estava

esperando.

Oração

Coordenada

Oração

Coordenada

Oração

Subordinada

OBSERVAÇÃO:

Qualquer oração (coordenada ou

subordinada) será ao mesmo tempo

principal, se houver outra que dela dependa.

Exemplo:

Fui ao mercado e comprei os

produtos

que estavam

faltando.

Oração

Coordenada (1)

Oração

Coordenada (2)

(Com relação à

1ª.) e Oração

Principal (Com

relação à 3ª.)

Oração

Subordinada (3)

10 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Já sabemos que num período composto por coordenação as

orações são independentes e sintaticamente equivalentes.

Observe:

As luzes apagam-se, abrem-se as cortinas e começa o

espetáculo.

O período é composto de três orações:

As luzes apagam-se;

abrem-se as cortinas;

começa o espetáculo.

As orações, no entanto, não mantêm entre si dependência

gramatical, são independentes. Existe entre elas,

evidentemente, uma relação de sentido, mas do ponto de

vista sintático, uma não depende da outra. A essas orações

independentes, dá-se o nome de orações coordenadas, que

podem ser assindéticas ou sindéticas.

A conexão entre as duas primeiras é feita exclusivamente

por uma pausa, representada na escrita por uma vírgula.

Entre a segunda e a terceira, é feita pelo uso da conjunção

"e".

As orações coordenadas que se ligam umas às outras

apenas por uma pausa, sem conjunção, são chamadas

assindéticas. É o caso de "As luzes apagam-se" e "abrem-se

as cortinas". As orações coordenadas introduzidas por uma

conjunção são chamadas sindéticas.

No exemplo acima, a oração "e começa o espetáculo" é

coordenada sindética, pois é introduzida pela conjunção

coordenativa "e".

Classificação das Orações Coordenadas Sindéticas

De acordo com o tipo de conjunção que as introduz, as

orações coordenadas sindéticas podem ser: aditivas,

adversativas, alternativas, conclusivas ou explicativas.

a) Aditivas

Expressam ideia de adição, acrescentamento. Normalmente

indicam fatos, acontecimentos ou pensamentos dispostos

em sequência. As conjunções coordenativas aditivas típicas

são "e" e "nem" (= e + não). Introduzem as orações

coordenadas sindéticas aditivas.

Por Exemplo:

Discutimos várias propostas e analisamos possíveis

soluções.

As orações sindéticas aditivas podem também estar ligadas

pelas locuções não só... mas (também), tanto...como, e

semelhantes. Essas estruturas costumam ser usadas

quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda

oração. Veja:

Chico Buarque não só canta, mas também (ou como

também) compõe muito bem.

Não só provocaram graves problemas, mas (também)

abandonaram os projetos de reestruturação social do país.

OBSERVAÇÃO:

Como a conjunção "nem" tem o valor da

expressão "e não", condena-se na língua

culta a forma "e nem" para introduzir

orações aditivas.

Por Exemplo:

Não discutimos várias propostas, nem (= e não) analisamos

quaisquer soluções.

b) Adversativas

Exprimem fatos ou conceitos que se opõem ao que se

declara na oração coordenada anterior, estabelecendo

contraste ou compensação.

"Mas" é a conjunção adversativa típica. Além dela,

empregam-se: porém, contudo, todavia, entretanto e as

locuções no entanto, não obstante, nada

obstante. Introduzem as orações coordenadas sindéticas

adversativas.

Veja os exemplos:

"O amor é difícil, mas pode luzir em qualquer ponto da

cidade." (Ferreira Gullar)

O país é extremamente rico; o povo, porém, vive em

profunda miséria.

Tens razão, contudo controle-se.

Janaína gostava de cantar, todavia não agradava.

O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a

vitória.

c) Alternativas

Expressam ideia de alternância de fatos ou escolha.

Normalmente é usada a conjunção "ou". Além dela,

empregam-se também os pares: ora...ora, já...já,

quer...quer..., seja...seja, etc. Introduzem as orações

coordenadas sindéticas alternativas.

Exemplos:

Diga agora ou cale-se para sempre.

Ora age com calma, ora trata a todos com muita

aspereza.

Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.

OBSERVAÇÃO:

Nesse último caso, o par "quer...quer" está

coordenando entre si duas orações que, na

verdade, expressam concessão em relação a

"Estarei lá". É como disséssemos: "Embora

você não permita, estarei lá".

d) Conclusivas

Exprimem conclusão ou consequência referentes à oração

anterior. As conjunções típicas são: logo, portanto e pois

(posposto ao verbo).

11 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Usa-se ainda:

Então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em

vista disso, etc.

Introduzem as orações coordenadas sindéticas conclusivas.

Exemplos:

Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.

A situação econômica é delicada; devemos, pois, agir

cuidadosamente.

O time venceu, por isso está classificado.

Aquela substância é tóxica, logo deve ser manuseada

cautelosamente.

e) Explicativas

Indicam uma justificativa ou uma explicação referente ao

fato expresso na declaração anterior. As conjunções que

merecem destaque são: que, porque e pois

(obrigatoriamente anteposto ao verbo). Introduzem as

orações coordenadas sindéticas explicativas.

Exemplos:

Vou embora, que cansei de esperá-lo.

Vinícius devia estar cansado, porque estudou o dia

inteiro.

Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO

Classificação das Orações Subordinadas

As orações subordinadas dividem-se em três grupos, de

acordo com a função sintática que desempenham e a classe

de palavras a que equivalem. Podem ser substantivas,

adjetivas ou adverbiais. Para notar as diferenças que

existem entre esses três tipos de orações, tome como base

a análise do período abaixo:

Só depois disso percebi a profundidade das palavras dele.

Nessa oração, o sujeito é "eu", implícito na terminação

verbal da palavra "percebi". "A profundidade das palavras

dele" é objeto direto da forma verbal "percebi".

O núcleo do objeto direto é "profundidade". Subordinam-se

ao núcleo desse objeto os adjuntos adnominais "a" e "das

palavras dele”.

No adjunto adnominal "das palavras dele", o núcleo é o

substantivo "palavras", ao qual se prendem os adjuntos

adnominais "as" e "dele". "Só depois disso" é adjunto

adverbial de tempo.

É possível transformar a expressão "a profundidade das

palavras dele", objeto direto, em oração. Observe:

Só depois disso percebi que as palavras dele eram profundas.

Nesse período composto, o complemento da forma verbal

"percebi" é a oração "que as palavras dele eram

profundas".

Ocorre aqui um período composto por subordinação, em

que uma oração desempenha a função de objeto direto do

verbo da outra oração.

O objeto direto é uma função substantiva da oração, ou

seja, é função desempenhada por substantivos e palavras

de valor substantivo. É por isso que a oração subordinada

que desempenha esse papel é chamada de oração

subordinada substantiva.

Pode-se também modificar o período simples original

transformando em oração o adjunto adnominal do núcleo

do objeto direto, "profundidade". Observe:

Só depois disso percebi a "profundidade" que as palavras dele

continham.

Nesse período, o adjunto adnominal de "profundidade"

passa a ser a oração "que as palavras dele continham".

O adjunto adnominal é uma função adjetiva da oração, ou

seja, é função exercida por adjetivos, locuções adjetivas e

outras palavras de valor adjetivo. É por isso que são

chamadas de subordinadas adjetivas as orações que, nos

períodos compostos por subordinação, atuam como

adjuntos adnominais de termos das orações principais.

Outra modificação que podemos fazer no período simples

original é a transformação do adjunto adverbial de tempo

em uma oração. Observe:

Só quando caí em mim, percebi a profundidade das palavras dele.

Nesse período composto, "Só quando caí em mim" é uma

oração que atua como adjunto adverbial de tempo do verbo

da outra oração.

O adjunto adverbial é uma função adverbial da oração, ou

seja, é função exercida por advérbios e locuções adverbiais.

Portanto, são chamadas de subordinadas adverbiais as

orações que, num período composto por subordinação,

atuam como adjuntos adverbiais do verbo da oração

principal.

FORMA DAS ORAÇÕES SUBORDINADAS

Observe o exemplo abaixo de Vinícius de Moraes:

"Eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto."

Oração Principal Oração Subordinada

Observe que na Oração Subordinada temos o verbo

"existe", que está conjugado na terceira pessoa do singular

do presente do indicativo. As orações subordinadas que

apresentam verbo em qualquer dos tempos finitos (tempos

do modo do indicativo, subjuntivo e imperativo), são

chamadas de orações desenvolvidas ou explícitas.

Podemos modificar o período acima. Veja:

Eu sinto existir em meu gesto o teu gesto.

Oração Principal Oração Subordinada

Observe que a análise das orações continua sendo a

mesma: "Eu sinto" é a oração principal, cujo objeto direto é

a oração subordinada "existir em meu gesto o teu gesto".

Note que a oração subordinada apresenta agora verbo no

infinitivo. Além disso, a conjunção que, conectivo que unia

12 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

as duas orações, desapareceu. As orações subordinadas

cujo verbo surge numa das formas nominais (infinitivo -

flexionado ou não, gerúndio ou particípio) chamamos

orações reduzidas ou implícitas.

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS

A oração subordinada substantiva tem valor de substantivo

e vem introduzida, geralmente, por conjunção integrante

(que, se).

Por Exemplo:

Suponho que você foi à biblioteca hoje.

Oração Subordinada Substantiva

Você sabe se o presidente já chegou?

Oração Subordinada Substantiva

Os pronomes interrogativos (que, quem, qual) também

introduzem as orações subordinadas substantivas, bem

como os advérbios interrogativos (por que, quando, onde,

como). Veja os exemplos:

O garoto perguntou qual era o telefone da moça.

Oração Subordinada Substantiva

Não sabemos por que a vizinha se mudou.

Oração Subordinada Substantiva

Classificação das Orações Subordinadas Substantivas

De acordo com a função que exerce no período, a oração

subordinada substantiva pode ser:

a) Subjetiva

É subjetiva quando exerce a função sintática de sujeito do

verbo da oração principal.

Veja algumas estruturas típicas que ocorrem na oração

principal:

1- Verbos de ligação + predicativo, em construções do tipo:

É bom - É útil - É conveniente - É certo - Parece certo - É claro -

Está evidente - Está comprovado

Por Exemplo:

É bom que você compareça à minha festa.

2- Expressões na voz passiva, como:

Sabe-se - Soube-se - Conta-se - Diz-se - Comenta-se - É sabido -

Foi anunciado - Ficou provado

Por Exemplo:

Sabe-se que Aline não gosta de Pedro.

3- Verbos como:

convir - cumprir - constar - admirar - importar - ocorrer - acontecer

Por Exemplo:

Convém que não se atrase na entrevista.

Obs.: quando a oração subordinada substantiva é subjetiva,

o verbo da oração principal está sempre na 3ª. pessoa do

singular.

b) Objetiva Direta

A oração subordinada substantiva objetiva direta exerce

função de objeto direto do verbo da oração principal.

Por Exemplo:

Todos querem sua aprovação no vestibular.

Objeto direto

Todos querem que você seja aprovado. (Todos querem

isso)

Oração Principal Oração Subordinada Substantiva Objetiva

Direta

As orações subordinadas substantivas objetivas diretas

desenvolvidas são iniciadas por:

1 - Conjunções integrantes "que" (às vezes elíptica) e "se":

Por Exemplo:

A professora verificou se todos alunos estavam

presentes.

2 - Pronomes indefinidos que, quem, qual, quanto (às vezes

regidos de preposição), nas interrogações indiretas:

Por Exemplo:

O pessoal queria saber quem era o dono do carro

importado.

3 - Advérbios como, quando, onde, por que, quão (às vezes

regidos de preposição), nas interrogações indiretas:

Por Exemplo:

Eu não sei por que ela fez isso.

c) Objetiva Indireta

A oração subordinada substantiva objetiva indireta atua

como OBJETO INDIRETO do verbo da oração principal.

Vem precedida de preposição.

Por Exemplo:

13 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Meu pai insiste em meu estudo.

Meu pai insiste em que eu estude. (Meu pai insiste

nisso)

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

Obs.: em alguns casos, a preposição pode estar elíptica na

oração.

Por Exemplo:

Marta não gosta (de) que a chamem de senhora.

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta

d) Completiva Nominal

A oração subordinada substantiva completiva nominal

completa um NOME que pertence à oração principal e

também vem marcada por preposição.

Por Exemplo:

Sentimos orgulho de seu comportamento.

Complemento Nominal

Sentimos orgulho de que você se comportou. (Sentimos

orgulho disso.)

Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

e) Predicativa

A oração subordinada substantiva predicativa exerce

papel de PREDICATIVO DO SUJEITO do verbo da oração

principal e vem sempre depois do verbo ser.

Por Exemplo:

Nosso desejo era sua desistência.

Predicativo do Sujeito

Nosso desejo era que ele desistisse. (Nosso desejo era

isso.)

Oração Subordinada Substantiva Predicativa

Obs.: em certos casos, usa-se a preposição expletiva "de"

para realce. Veja o exemplo:

A impressão é de que não fui bem na prova.

f) Apositiva

A oração subordinada substantiva apositiva exerce função

de APOSTO de algum termo da oração principal.

Por Exemplo:

Fernanda tinha um grande sonho: a chegada do dia de seu

casamento.

(Fernanda tinha um grande sonho: isso.)

Fernanda tinha um grande sonho: que o dia do seu

casamento chegasse.

Oração Subordinada Substantiva Apositiva

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Uma oração subordinada adjetiva é aquela que possui valor

e função de adjetivo, ou seja, que a ele equivale. As

orações vêm introduzidas por pronome relativo e exercem a

função de adjunto adnominal do antecedente. Observe o

exemplo:

Esta foi uma redação bem-sucedida.

Substantivo Adjetivo (Adjunto Adnominal)

Note que o substantivo redação foi caracterizado pelo

adjetivo bem-sucedida. Nesse caso, é possível formarmos

outra construção, a qual exerce exatamente o mesmo

papel. Veja:

Esta foi uma redação que fez sucesso.

Oração Principal Oração Subordinada Adjetiva

Perceba que a conexão entre a oração subordinada adjetiva

e o termo da oração principal que ela modifica é feita pelo

pronome relativo que. Além de conectar (ou relacionar)

duas orações, o pronome relativo desempenha uma função

sintática na oração subordinada: ocupa o papel que seria

exercido pelo termo que o antecede.

Obs.: para que dois períodos se unam num período

composto, altera-se o modo verbal da segunda oração.

ATENÇÃO:

Vale lembrar um recurso didático para reconhecer

o pronome relativo que: ele sempre pode ser

substituído por:

o qual - a qual - os quais -as quais

Por Exemplo:

Refiro-me ao aluno que é estudioso.

Essa oração é equivalente a:

Refiro-me ao aluno o qual estuda.

Forma das Orações Subordinadas Adjetivas

Quando são introduzidas por um pronome relativo e

apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as

orações subordinadas adjetivas são chamadas

desenvolvidas. Além delas, existem as orações

subordinadas adjetivas reduzidas, que não são introduzidas

por pronome relativo (podem ser introduzidas por

preposição) e apresentam o verbo numa das formas

nominais (infinitivo, gerúndio ou particípio).

Por Exemplo:

Ele foi o primeiro aluno que se apresentou.

Ele foi o primeiro aluno a se apresentar.

No primeiro período, há uma oração subordinada adjetiva

desenvolvida, já que é introduzida pelo pronome relativo

"que" e apresenta verbo conjugado no pretérito perfeito do

indicativo. No segundo, há uma oração subordinada

adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e

seu verbo está no infinitivo.

Classificação das Orações Subordinadas Adjetivas

Na relação que estabelecem com o termo que caracterizam,

as orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas

maneiras diferentes. Há aquelas que restringem ou

especificam o sentido do termo a que se referem,

individualizando-o. Nessas orações não há marcação de

pausa, sendo chamadas subordinadas adjetivas restritivas.

14 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Existem também orações que realçam um detalhe ou

amplificam dados sobre o antecedente, que já se encontra

suficientemente definido, as quais denominam-se

subordinadas adjetivas explicativas.

Exemplo 1:

Jamais teria chegado aqui, não fosse a gentileza de um

homem que passava naquele momento.

Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

Nesse período, observe que a oração em destaque restringe

e particulariza o sentido da palavra "homem": trata-se de

um homem específico, único. A oração limita o universo de

homens, isto é, não se refere a todos os homens, mas sim

àquele que estava passando naquele momento.

Exemplo 2:

O homem, que se considera racional, muitas vezes age

animalescamente.

Oração Subordinada Adjetiva Explicativa

Nesse período, a oração em destaque não tem sentido

restritivo em relação a palavra "homem": na verdade, essa

oração apenas explicita uma ideia que já sabemos estar

contida no conceito de "homem".

SAIBA QUE:

A oração subordinada adjetiva explicativa é

separada da oração principal por uma pausa, que,

na escrita, é representada pela vírgula. É comum,

por isso, que a pontuação seja indicada como

forma de diferenciar as orações explicativas das restritivas: de fato,

as explicativas vêm sempre isoladas por vírgulas; as restritivas, não.

Obs.: ao redigir um período escrito por outrem, é

necessário levar em conta as diferenças de significado que

as orações restritivas e as explicativas implicam. Em muitos

casos, a oração subordinada adjetiva será explicativa ou

restritiva de acordo com o que se pretende dizer.

Exemplo 1:

Mandei um telegrama para meu irmão que mora em

Roma.

No período acima, podemos afirmar com segurança que a

pessoa que fala ou escreve tem, no mínimo, dois irmãos,

um que mora em Roma e um que mora em outro lugar. A

palavra "irmão", no caso, precisa ter seu sentido limitado,

ou seja, é preciso restringir seu universo. Para isso, usa-se

uma oração subordinada adjetiva restritiva.

Exemplo 2:

Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em

Roma.

Nesse período, é possível afirmar com segurança que a

pessoa que fala ou escreve tem apenas um irmão, o qual

mora em Roma. A informação de que o irmão more em

Roma não é uma particularidade, ou seja, não é um

elemento identificador, diferenciador, e sim um detalhe que

se quer realçar.

OBSERVAÇÕES:

As orações subordinadas adjetivas podem:

a) Vir coordenadas entre si;

Por Exemplo:

É uma realidade que degrada e assusta a sociedade.

e = conjunção

b) Ter um pronome como antecedente.

Por Exemplo:

Não sei o que vou almoçar.

o = antecedente

que vou almoçar = Oração Subordinada Adjetiva

Restritiva

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Uma oração é considerada subordinada adverbial quando se

encaixa na oração principal, funcionando como adjunto

adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas

e classificadas de acordo com as circunstâncias que

exprimem. Podem ser: causais, comparativas, concessivas,

condicionais, conformativas, consecutivas, finais,

proporcionais e temporais.

- causais: indicam a causa da ação expressa na oração

principal.

As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma

vez que, posto que, etc.

Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.

- consecutivas: indicam uma conseqüência do fato referido

na oração principal.

As conjunções consecutivas são: que (precedido de tal, tão,

tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc.

Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.

- condicionais: expressam uma circunstância de condição

com relação ao predicado da oração principal. As

conjunções condicionais são: se, caso, desde que, contanto

que, sem que, etc.

Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em

casa.

- concessivas: indicam um fato contrário ao referido na

oração principal. As conjunções concessivas são: embora, a

menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, etc.

Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado,

ocorreram vários imprevistos.

15 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

- conformativas: indicam conformidade em relação à ação

expressa pelo verbo da oração principal. As conjunções

conformativas são: conforme, consoante, como, segundo,

etc.

Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.

- comparativas: são aquelas que expressam uma

comparação com um dos termos da oração principal. As

conjunções comparativas são: como, que, do que, etc.

Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).

- finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se declara

na oração principal. As conjunções finais são: para que, a

fim de que, que, porque, etc.

Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse

ouvir melhor.

- temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo

expresso pelo verbo da oração principal. As conjunções

temporais são: quando, enquanto, logo que, assim que,

depois que, antes que, desde que,...

Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da

minha casa.

- proporcionais: expressam uma idéia de proporcionalidade

relativamente ao fato referido na oração principal. As

conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção

que, quanto mais...tanto mais, quanto mais...tanto menos,

etc.

Ex: Quanto menos trabalho, tanto menos vontade tenho

de trabalhar.

Algumas orações subordinadas adverbiais podem

apresentar-se na forma reduzida, com o verbo no infinitivo,

no gerúndio ou no particípio. São:

causais: Impedido de entrar, ficou irado.

concessivas: Ministrou duas aulas, mesmo estando

doente.

condicionais: Não faça o exercício sem reler a

proposta.

consecutivas: Não podia olhar a foto sem chorar.

finais: Vestiu-se de preto para chamar a minha

atenção.

temporais: Terminando a leitura, passe-me o texto.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO E

SUBORDINAÇÃO

Num período podem aparecer orações que se relacionam

pela coordenação e pela subordinação. Assim, tem-se um

período misto.

Por Exemplo:

O atleta entrou na piscina e pediu que todos saíssem.

1ª Oração: Oração Coordenada Assindética

2ª Oração: Oração Coordenada Sindética Aditiva (em

relação à 1ª oração) e Oração Principal (em relação à 3ª

oração).

3ª Oração: Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta

(em relação à 2ª Oração).

Observe outro exemplo:

Eram alunas que tiravam boas notas, mas não

estudavam.

1ª Oração: Oração Principal

2ª Oração: Oração Subordinada Adjetiva Restritiva

3ª Oração: Oração Coordenada Sindética Adversativa (em

relação à 2ª oração) e Oração Subordinada Adjetiva

Restritiva (em relação à 1ª oração).

ESTUDO DIRIGIDO

1. Verifique o código em evidência, empregando-o

corretamente de acordo com os casos expressos pelas

orações a seguir:

A – coordenada aditiva

B – coordenada adversativa

C – coordenada alternativa

D – coordenada explicativa

E – coordenada conclusiva

a) Não fomos ao aniversário, porém trouxemos o

presente.

b) Ou tentas se qualificar melhor, ou serás demitido.

c) Conseguimos obter um ótimo resultado, pois nos

esforçamos bastante.

d) A garota não compareceu à aula porque estava doente.

e) Viajamos muito e chegamos exaustos.

f) Não vejo importância neste tema, portanto

encerraremos a reunião.

g) Não gosto de sua atitude, todavia não lhe trato mal.

2. Relacione a segunda coluna de acordo com a primeira e

assinale a sequência correta:

(1) oração subordinada objetiva direta

(2) oração subordinada completiva nominal

(3) oração subordinada objetiva indireta

(4) oração subordinada subjetiva

(5) oração subordinada predicativa

( ) Ninguém desconfiava de que as decisões já estavam

tomadas.

( ) Chegamos à conclusão de que nosso passeio não

acontecerá.

( ) O problema é que não confio em você.

( ) O barulho constante não permite que os moradores

vivam tranquilos.

( ) Decidiram-se que as novas mercadorias teriam um

novo valor.

a) 1-2-3-4-5

b) 5-4-3-2-1

c) 3-2-5-1-4

d) 2-1-5-4-3

e) 4-3-2-5-1

16 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

3. Analise as orações destacadas de acordo com o código

abaixo:

A) Oração subordinada adverbial proporcional.

B) Oração subordinada adverbial temporal.

C) Oração subordinada adverbial concessiva.

D) Oração subordinada adverbial consecutiva.

E) Oração subordinada adverbial final.

F) Oração subordinada adverbial causal.

G) Oração subordinada adverbial condicional.

H) Oração subordinada adverbial comparativa

I) Oração subordinada adverbial conformativa.

J) Oração principal.

( ) Quando o deputado chegou, todos o vaiaram.

( ) Mal o jogo terminou, os torcedores comemoraram.

( ) O povo vaiou tanto que o vereador saiu mais cedo.

( ) O prefeito pediu silêncio a fim de que pudesse falar.

( ) O jogador marcou o gol conforme prometera.

( ) Este jogador é arisco como um gato.

( ) Caso Neymar jogue, convide-me para o jogo.

( ) Embora estivesse sem ânimo, o goleiro fez belas

defesas.

( ) Uma vez que o jogador não marcou o gol, os

torcedores saíram angustiados.

( ) À medida que o governador falava, o povo vaiava.

4. Ponha R para as orações restritivas e E para as

explicativas.

a) ( ) A mãe, que era surda, estava na sala com ela.

b) ( ) Ele próprio desculpou a irritação com que lhe

falei.

c) ( ) É preciso gozarmos a vida, que é breve.

d) ( ) Esse professor de que falo era um homem

magro e triste.

e) ( ) O vulcão, que parecia extinto, voltou a dar

sinal de vida.

f) ( ) A dor que se dissimula dói mais.

GABARITO

1. B,C,D,D,A,E,B

2. C

3. B- J - D - E - I - H - G - C - F – A

4.

A (E)

B (R)

C (E)

D (R)

E (E)

F (R)

ORAÇÕS REDUZIDAS

Observe as frases abaixo:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.

Ouvimos uma criança chorando na praça.

Comprada a casa, a família mudou-se.

Veja que as orações em destaque não são introduzidas por

conjunção. Além disso, os verbos estão em suas formas

nominais (infinitivo, gerúndio e particípio). As orações que

apresentam essa forma recebem o nome de Orações

Reduzidas.

Para reconhecer mais facilmente o tipo de oração que está

sob a forma reduzida, podemos desenvolvê-la da seguinte

maneira:

1) Substitui-se a forma nominal do verbo por um tempo do

indicativo ou do subjuntivo;

2) Inicia-se a oração com um conectivo adequado

(conjunção ou pronome relativo), de modo que apenas a

forma da frase seja alterada, e não o seu sentido.

Observe agora como seria o desenvolvimento das orações

já vistas:

Ao terminar a prova, todo candidato deve aguardar.

Forma Desenvolvida: quando terminar a prova, todo

candidato deve aguardar.

Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal

reduzida de infinitivo.

Ouvimos uma criança chorando na praça.

Forma Desenvolvida: ouvimos uma criança que chorava na

praça.

Análise da Oração: oração subordinada adjetiva restritiva

reduzida de gerúndio.

Comprada a casa, a família mudou-se.

Forma Desenvolvida: Assim que comprou a casa, a família

mudou-se.

Análise da Oração: oração subordinada adverbial temporal

reduzida de particípio.

Obs.: dependendo do contexto, as orações reduzidas

podem permitir mais de um tipo de desenvolvimento.

Orações Reduzidas Fixas

Esteja atento às orações reduzidas fixas, pois não são

passíveis de desdobramento.

Exemplos:

Tenho muita vontade de comprar este vestido.

17 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Este homem enriqueceu vendendo pastéis.

Orações Reduzidas de Infinitivo

Podem ser:

1 - Subordinadas Substantivas

a) Subjetivas: Não é conveniente comprar todos estes

materiais.

b) Objetivas Diretas: Quanto ao José, dizem ter viajado

para a Europa.

c) Objetivas Indiretas: O sucesso da tua carreira depende

de teres dedicação.

d) Predicativas: A única alternativa é estudarmos no

exterior.

e) Completivas Nominais: Jorge tinha grande necessidade

de passar no concurso.

f) Apositivas: Diante deste vexame, só nos resta uma

saída: ficarmos calados.

2 - Subordinadas Adjetivas

Quando saí de casa, encontrei o vizinho a tropeçar no meio

da rua.

3 - Subordinadas Adverbiais

a) Causais: Não te procurei novamente por encontrar-me

doente.

b) Concessivas: Apesar de ter chorado, sorriu a todos os

convidados.

c) Consecutivas: O professor se atrasou tanto a ponto de

não termos aula naquele período.

d) Condicionais: Meus filhos não ganham sobremesa sem

almoçar direito.

e) Finais: Estamos aqui para convidá-la para nossa festa.

f) Temporais: Ao rever o amigo, deu-lhe um longo abraço.

ESTUDO DIRIGIDO

1. (UM-SP. Adaptada) Leia os períodos a seguir:

A. Sua palavra foi a primeira a perder o significado naquele

agitado contexto.

B. Tenho necessidade de me apoiares nesta complicada

situação.

C. Antes de repelir seus mestres, procure compreendê-los.

Analisando os períodos A, B e C, concluímos que as frases

neles destacadas são três orações reduzidas. Desdobrando-

as, obteremos, respectivamente:

a) uma adjetiva, uma substantiva e uma adverbial

b) uma adjetiva, uma adverbial e uma substantiva

c) três adverbiais

d) uma adjetiva e duas adverbiais

e) uma adverbial e duas adjetivas

2. (UEPG-PR. Adaptada) Marque a alternativa em que se

encontra a oração reduzida de infinitivo, substantiva

objetiva direta:

a) Tenho esperança de seres aprovado.

b) Ao chegar, o candidato foi ovacionado.

c) Nada me impedirá de ir embora.

d) Recomendo-te seres paciente.

e) Saindo de casa, fui surpreendido por um acidente.

3. A oração reduzida presente na tira pode ser representada

como desenvolvida, com o mesmo sentido, como:

a) Demorou, logo o homem aprendeu a usar o cérebro.

b) Demorou, por isso o homem aprendeu a usar o cérebro.

c) Demorou, aprendendo, o homem, a usar o cérebro.

d) Demorou até que o homem aprendesse a usar o cérebro.

e) Demorou até o homem ter aprendido a usar o cérebro.

4. (UM-SP. Adaptada) Assinale o período que contenha uma

oração reduzida com valor de adjetivo:

a) O ônibus parou na rua transversal para assustar

passageiros.

b) Correndo assustado, o menino foi chamar o guarda.

c) Os garotos vestindo camisetas velhas reclamavam

apenas uma penca de bananas meio amassadas.

d) Faça das entranhas coração para obter, um dia, a rara

felicidade dos humanos.

e) Falou-se em mudar os planos.

5. (FUVEST) No período: "É possível discernir no seu

percurso momentos de rebeldia contra a estandardização e

o consumismo", a oração grifada é:

a) subordinada adverbial causal, reduzida de particípio.

b) subordinada objetiva direta, reduzida de infinitivo.

c) subordinada objetiva direta, reduzida de particípio.

d) subordinada substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo.

e) subordinada substantiva predicativa, reduzida de

infinitivo.

GABARITO

1. A

2. D

3. D

4. C

5. D

18 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

SEMÂNTICA

Quanto à significação, as palavras são divididas nas

seguintes categorias:

SINÔNIMOS

As palavras que possuem significados próximos são

chamadas sinônimos. Exemplos:

casa - lar - moradia - residência

longe - distante

delicioso - saboroso

carro - automóvel

Observe que o sentido dessas palavras são próximos, mas

não são exatamente equivalentes. Dificilmente

encontraremos um sinônimo perfeito, uma palavra que

signifique exatamente a mesma coisa que outra.

Há uma pequena diferença de significado entre palavras

sinônimas. Veja que, embora casa e lar sejam sinônimos,

ficaria estranho se falássemos a seguinte frase:

Comprei um novo lar.

Obs.: o uso de palavras sinônimas pode ser de grande

utilidade nos processos de retomada de elementos que

inter-relacionam as partes dos textos.

ANTÔNIMOS

São palavras que possuem significados opostos, contrários.

Exemplos:

mal / bem

ausência / presença

fraco / forte

claro / escuro

subir / descer

cheio / vazio

possível / impossível

POLISSEMIA

Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de

apresentar mais de um significado nos múltiplos contextos

em que aparece.

Veja alguns exemplos de palavras polissêmicas:

cabo (posto militar, acidente geográfico, cabo da

vassoura, da faca)

banco (instituição comercial financeira, assento)

manga (parte da roupa, fruta)

HOMÔNIMOS

São palavras que possuem a mesma pronúncia (algumas

vezes, a mesma grafia), mas significados diferentes. Veja

alguns exemplos no quadro abaixo:

acender (colocar fogo) ascender (subir)

acento (sinal gráfico) assento (local onde se senta)

acerto (ato de acertar) asserto (afirmação)

apreçar (ajustar o preço) apressar (tornar rápido)

bucheiro (tripeiro) buxeiro (pequeno arbusto)

bucho (estômago) buxo (arbusto)

caçar (perseguir animais) cassar (tornar sem efeito)

cegar (deixar cego) segar (cortar, ceifar)

cela (pequeno quarto) sela (forma do verbo selar;

arreio)

censo (recenseamento) senso (entendimento, juízo)

céptico (descrente) séptico (que causa infecção)

cerração (nevoeiro) serração (ato de serrar)

cerrar (fechar) serrar (cortar)

cervo (veado) servo (criado)

chá (bebida) xá (antigo soberano do Irã)

cheque (ordem de pagamento) xeque (lance no jogo de xadrez)

círio (vela) sírio (natural da Síria)

cito (forma do verbo citar) sito (situado)

concertar (ajustar, combinar) consertar (reparar, corrigir)

concerto (sessão musical) conserto (reparo)

coser (costurar) cozer (cozinhar)

esotérico (secreto) exotérico (que se expõe em

público)

espectador (aquele que assiste) expectador (aquele que tem

esperança, que espera)

esperto (perspicaz) experto (experiente, perito)

espiar (observar) expiar (pagar pena)

espirar (soprar, exalar) expirar (terminar)

estático (imóvel) extático (admirado)

esterno (osso do peito) externo (exterior)

19 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

estrato (camada) extrato (o que se extrai de algo)

estremar (demarcar) extremar (exaltar, sublimar)

incerto (não certo, impreciso) inserto (inserido, introduzido)

incipiente (principiante) insipiente (ignorante)

laço (nó) lasso (frouxo)

ruço (pardacento, grisalho) russo (natural da Rússia)

tacha (prego pequeno) taxa (imposto, tributo)

tachar (atribuir defeito a) taxar (fixar taxa)

HOMÔNIMOS PERFEITOS

Possuem a mesma grafia e o mesmo som.

Por Exemplo:

Eu cedo este lugar para a professora. (cedo = verbo)

Cheguei cedo para a entrevista. (cedo = advérbio de

tempo)

ATENÇÃO:

Existem algumas palavras que possuem a

mesma escrita (grafia), mas a pronúncia e o

significado são sempre diferentes. Essas

palavras são chamadas de homógrafas e são

uma subclasse dos homônimos.

Observe os exemplos:

almoço (substantivo, nome da refeição)

almoço (forma do verbo almoçar na 1ª pessoa do

sing. do tempo presente do modo indicativo)

gosto (substantivo)

gosto (forma do verbo gostar na 1ª pessoa do

sing. do tempo presente do modo indicativo)

PARÔNIMOS

É a relação que se estabelece entre palavras que possuem

significados diferentes, mas são muito parecidas na

pronúncia e na escrita. Veja alguns exemplos no quadro

abaixo.

absolver (perdoar, inocentar) absorver (asprirar, sorver)

apóstrofe (figura de linguagem) apóstrofo (sinal gráfico)

aprender (tomar conhecimento) apreender (capturar, assimilar)

arrear (pôr arreios) arriar (descer, cair)

ascensão (subida) assunção (elevação a um cargo)

bebedor (aquele que bebe) bebedouro (local onde se bebe)

cavaleiro (que cavalga) cavalheiro (homem gentil)

comprimento (extensão) cumprimento (saudação)

deferir (atender) diferir (distinguir-se, divergir)

delatar (denunciar) dilatar (alargar)

descrição (ato de descrever) discrição (reserva, prudência)

descriminar (tirar a culpa) discriminar (distinguir)

despensa (local onde se

guardam mantimentos) dispensa (ato de dispensar)

docente (relativo a professores) discente (relativo a alunos)

emigrar (deixar um país) imigrar (entrar num país)

eminência (elevado) iminência (qualidade do que está

iminente)

eminente (elevado) iminente (prestes a ocorrer)

esbaforido (ofegante, apressado) espavorido (apavorado)

estada (permanência em um

lugar)

estadia (permanência temporária

em um lugar)

flagrante (evidente) fragrante (perfumado)

fluir (transcorrer, decorrer) fruir (desfrutar)

fusível (aquilo que funde) fuzil (arma de fogo)

imergir (afundar) emergir (vir à tona)

inflação (alta dos preços) infração (violação)

infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)

mandado (ordem judicial) mandato (procuração)

peão (aquele que anda a pé,

domador de cavalos) pião (tipo de brinquedo)

precedente (que vem antes) procedente (proveniente; que tem

fundamento)

ratificar (confirmar) retificar (corrigir)

recrear (divertir) recriar (criar novamente)

20 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

soar (produzir som) suar (transpirar)

sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)

sustar (suspender) suster (sustentar)

tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)

vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)

COESÃO E COERÊNCIA

A LIGAÇÃO LÓGICA DAS IDÉIAS

Uma das características do texto é a organização sequencial

dos elementos linguísticos que o compõem, isto é, as

relações de sentido que se estabelecem entre as orações,

frases e parágrafos que constituem um texto, fazendo com

que a interpretação de um elemento linguístico qualquer

seja dependente da interpretação de outro(s).

Os principais fatores que determinam esse encadeamento

lógico são a articulação, a referência, a substituição

vocabular ou lexical e a elipse.

A coesão textual presente nas frases e nas orações é

constituída por preposições, conjunções, pronomes e

advérbios que tem a função de criar um sistema de

referências retomadas no interior do texto. Portanto, a

coesão textual faz a ligação entres os elementos presentes

no texto, produzindo sentido e coerência.

1 - A ARTICULAÇAO

Os articuladores (nexos, conectores ou conectivos) são

conjunções, advérbios e preposições responsáveis pela

ligação entre si das idéias de um texto. Eles exprimem os

diferentes tipos de interdependência de sentido nas frases

de um texto.

a) Relação de adição

Os nexos articulam argumentos que se adicionam a favor

de uma mesma conclusão. Trata-se dos articuladores e,

também, não só... como (mas) também, tanto...como,

além de, além disso, ainda, nem.

Exemplos:

Ele trabalha e estuda.

A reunião foi um fracasso. Não se chegou a nenhuma

conclusão, nem se discutiu o problema central.

OBSERVAÇÃO:

O articulador e é neutro, podendo estabelecer outras rela-

ções de sentido.

Exemplos:

Especialmente ate a 4ª série do primeiro grau, a

escola conta com alunos cuja especialidade é brincar.

E é uma pena que esse enorme conhecimento não

seja aproveitado como conteúdo escolar. (oposição)

Ela sofreu um acidente e ficou paralítica. (causalidade)

b) Relação de oposição

Os conectores articulam proposições cujos conteúdos se

opõem de alguma maneira. Os principais articuladores de

oposição são: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no

entanto, apesar de (que), embora, ainda que, mesmo que,

não obstante.

Exemplos:

Mesmo que chova, iremos à praia.

Os índios são os primeiros americanos, mas, desde a

chegada dos europeus, são condenados a negar sua

identidade.

c) Relação de alternância

As proposições alternativas são articuladas por nexos como:

ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja. O nexo ou pode ser

inclusivo (= e/ou, incluindo as idéias relacionadas), ou

exclusivo (quando é necessária a exclusão de uma das

ideias, por serem incompatíveis num mesmo mundo).

Exemplos:

Você vai comigo ou prefere ficar em casa? (exclusão)

O amor ou o ódio exagerados não levam a boa coisa.

(inclusão)

d) Relação de conclusão

Um enunciado (B) introduzido por portanto, logo, pois,

então, por conseguinte, estabelece uma conclusão em

relação a algo dito em um enunciado anterior (A) . Na

relação conclusiva, há um terceiro enunciado implícito

(premissa maior), que ratifica a coerência do raciocínio.

Exemplos:

O amor é um som, portanto reclama um eco.

O amor é um som. (premissa menor)

Portanto, reclama um eco. (conclusão)

Todo som reclama um eco. (premissa maior -

implícita)

e) Relação de explicação

Os articuladores do tipo pois, que, porque podem introduzir

uma explicação ou justificativa de algo já anteriormente

referido. A segunda proposição visa a justificar aquilo que

foi expresso na primeira proposição.

21 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Exemplo:

Não se preocupe, pois o problema já foi resolvido.

f) Relação de causalidade

A relação de causalidade é expressa pela combinação de

duas proposições, uma das quais encerra a causa que

implica uma determinada consequência. Principais

articuladores: porque, pois, já que, visto que, uma vez que,

como, tão.... que, tanto.. que, por isso.

Exemplos:

Como estava preocupado, não conseguiu dormir.

O discurso foi tão longo, que aborreceu o auditório.

g) Relação de condicionalidade

Esta relação é expressa pelos articuladores se, caso, desde

que, contanto que, que introduzem a condição

(antecedente) a ser satisfeita para que a outra proposição

(consequente) seja verdadeira.

Exemplos:

Se queres vencer na vida, (então) estude.

Se eu tivesse dinheiro, compraria um carro.

0BSERVAÇÃO:

O nexo se pode também expressar uma

oposição de ideias.

Exemplo:

Se uma minoria pode imitar os padrões de vida das

classes altas do Primeiro Mundo, milhões de

brasileiros se debatem num quadro de miséria.

h) Relação de finalidade (ou mediação)

Uma das proposições do período explicita o(s) meio(s) para

se atingir determinado fim expresso na outra.

Articuladores: para, a fim de, para que, a fim de que.

Exemplos:

O advogado usou de todos os recursos a fim de

inocentar o réu.

Basta que cumpramos nosso dever para que

tenhamos a consciência tranquila.

i) Relação de conformidade

A relação de conformidade expressa-se por meio de duas

proposições, através das quais se mostra a conformidade

do conteúdo de uma delas em relação a algo afirmado na

outra.

Articuladores: conforme, segundo, de acordo com, para,

como, consoante.

Exemplos:

Para Paulo Freire, a relação entre educador e

educando deve ser dialógica.

Segundo (conforme, de acordo com) Chomsky, o

falante nativo é capaz de criar e compreender um

número infinito de sentenças de sua língua a partir

de um número finito de regras.

Ela fez a dieta de acordo com a orientação médica.

j) Relação de temporalidade

É a relação por meio da qual se localizam no tempo ações,

eventos ou estados de coisas do mundo real.

Articuladores: quando, sempre que, toda vez que, antes

que, depois de (que), logo que, assim que, mal, no

momento em que, enquanto, ao mesmo tempo que, à

medida que, à proporção que, ao passo que, etc.

Exemplos:

Quando ele chegou em casa, teve uma surpresa.

Enquanto jantavam, assistiam às notícias.

(concomitância de fatos)

A medida que nos aproximávamos da casa paterna,

nossa saudade aumentava. (tempo progressivo)

O campo se despovoa, enquanto a cidade se

congestiona. (concomitância de fatos que se

contrapõem)

Obs.: O nexo enquanto tem, ainda, a função de:

a) relacionar duas ideias opostas ou contrastantes;

Exemplo: A política é a arte de gerir o Estado, segundo

princípios definidos, regras morais, leis escritas ou

tradições respeitáveis, enquanto a politicalha é a

indústria do explorar a benefício de interesses pessoais.

b) delimitar uma palavra ou expressão - função restritiva.

Exemplo: "Enquanto regime político, a democracia

implica uma modalidade de funcionamento do Estado,

segundo a qual este governa por intermédio de

consultas periódicas à população civil." (ZILBERMAN,

Regina. A leitura e o ensino da literatura. São Paulo:

Contexto, 1988, p.21).

l) Relação de comparação

É estabelecida pelos articuladores tanto (tão) ...como,

tanto... quanto, mais... (do) que, menos ... (do) que, assim

como. Para comparar, são necessários polo menos dois

elementos entre os quais se fará o jogo comparativo (dois

ou mais seres - animados ou inanimados - ou dois

elementos referentes ao mesmo ser). Entre eles haverá um

aspecto em comum.

Exemplo:

A bondade é tão importante quanto a inteligência.

IMPORTANTE: Os pronomes relativos

também ajudam a estruturar períodos de

forma coesa e estão presentes nos períodos

compostos por mais de uma oração. Os

exemplos a seguir irão mostrar o quanto a

presença, ou a ausência, dos pronomes

relativos ajudam, ou comprometem, uma

construção textual.

22 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Observe.

Ex: Esta é a profissão de que gosto. (= Esta é a

profissão. Gosto desta profissão.)

Perceba que a presença do pronome relativo QUE torna os

períodos enxutos e conectados entre si, enquanto que a

ausência dele deixará que a repetição de termos no período

se torne inevitável. Então sua importância está,

principalmente, nesse particular.

Todos os pronomes relativos referem-se ao termo

anteriormente citado. A exceção para essa característica

fica somente para o pronome relativo CUJO (e suas

variações) que se refere ao termo posteriormente citado.

ESTUDO DIRIGIDO

1. Reúna as orações usando um articulador adequado.

Faça as adaptações necessárias.

a) Ele me telefonou várias vezes. Ele não conseguiu

comunicar-se comigo.

_______________________________________________

_______________________________________________

b) Pesquisou muito. Está em condições de expor o assunto.

_______________________________________________

_______________________________________________

c) Os alunos vieram todos. Não houve aula por falta de

luz.

__________________________________________

__________________________________________

d) O ar era sereno, o mar dormia. Uma vaga inquietação

perseguia a alma do velho marinheiro.

__________________________________________

__________________________________________

e) Este ano choveu pouco na região. A colheita foi muito

boa.

__________________________________________

__________________________________________

f) Recebi o convite. Não pude comparecer à

confraternização.

__________________________________________

__________________________________________

g) João machucou-se. João caiu do cavalo.

__________________________________________

__________________________________________

h) João caiu do cavalo. João não se machucou.

__________________________________________

__________________________________________

i) O passageiro não pôde embarcar. O passaporte do

passageiro extraviou-se.

__________________________________________

__________________________________________

j) Marcos comprou o ingresso com muita antecedência.

Marco queria conseguir um ótimo lugar na plateia.

__________________________________________

__________________________________________

k) O trânsito estava caótico. Ninguém chegou atrasado à

reunião.

__________________________________________

__________________________________________

2. Qual a relação de sentido expressa pelo articulador “para

que” no fragmento abaixo:

Os filósofos antigos costumavam dizer que o corpo é o

“templo de Deus”. Era preciso manter o templo limpo,

tranquilo e bem cuidado, para que pudéssemos ouvir

melhor a voz de Deus.

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

3. Indique as relações de sentidos estabelecidas pelos

articuladores destacados abaixo:

A situação da mulher chinesa, antes da Revolução era

muito pior do que a da mulher Russa. Não só a

bandagem dos pés para impedi-la de fugir, mas

também a impossibilidade de herdar e a obediência

cega ao homem as levaram a três tipos de submissão

da qual não podiam livrar-se durante a vida inteira: ao

pai, ao marido e, depois de viúvas, aos filhos. Muitas

mulheres, então, preferiam o suicídio ao casamento,

que em geral era sinônimo de escravidão. O suicídio de

noivas era tão comum que já não era mais notado.

Assim também o infanticídio feminino. (MURARO, Rose

Marie. A mulher do terceiro milênio. Rio de Janeiro,

1992)

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

__________________________________________

4. Marque a sequência que completa corretamente as

lacunas para que o trecho a seguir seja coerente.

A visão sistêmica exclui o diálogo, de resto necessário

numa sociedade ________ forma de codificação das

relações sociais encontrou no dinheiro uma linguagem

universal. A validade dessa linguagem não precisa ser

questionada, ________ o sistema funciona na base de

imperativos automáticos que jamais foram objeto de

discussão dos interessados.

23 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

(Barbara Freytag, A Teoria Crítica Ontem e Hoje, pág. 61,

com adaptações)

a) em que – posto que

b) onde – em que

c) cuja – já que

d) na qual – todavia

e) já que - porque

PRODUÇÃO DE TEXTO

DISSERTAÇÃO

Os textos dissertativos são aqueles encarregados de expor

um tema ou assunto por meio de argumentações; são

marcados pela defesa de um ponto de vista, ao mesmo

tempo que tenta persuadir o leitor. Sua estrutura textual é

dividida em três partes: tese (apresentação), antítese

(desenvolvimento), nova tese (conclusão).

A linguagem argumentativa/persuasiva/explicativa

Dissertar é desenvolver um pensamento, um conceito, dar

uma opinião. Quem disserta procura explicar os fatos, as

ideias, apresentando causas, efeitos, tecendo comentários,

comprovando seus argumentos, a fim de influenciar,

persuadir (convencer) o leitor ou ouvinte. Para tanto, deve

ter o cuidado na sequencia das ideias, na coesão do texto

ou da fala.

É a modalidade mais prestigiada em concursos e provas

para a contratação de candidatos, pois avalia as habilidades

de um candidato de modo completo, pois:

1. Revela raciocínio lógico, capacidade de argumentar

e de defender teses.

2. Mostra se o candidato é informado, ponderado

(equilíbrio emocional) e se tem capacidade de

reflexão (ver a questão por diversos ângulos).

3. Também revela o espírito crítico (capacidade de

avaliar os argumentos favoráveis e contrários a

determinado tema).

4. Além disso, a dissertação exige do emissor um

amplo conhecimento de mundo (coerência

externa) além de conhecimento da estrutura

retórica e lógica de um texto (coerência interna) e

da coesão.

Para fazer uma dissertação precisamos de:

o Um problema ou questão que mereça ser

analisado. Ele orientará a perspectiva ou o

posicionamento do autor, ou seja, sua tese ou

proposição. Exemplo de problema: A pílula do dia

seguinte é um método abortivo?

o Um emissor com um propósito persuasivo definido,

ou seja, com uma afirmação (proposição, tese)

sobre o tema. Exemplo de tese, tomando como

base o problema acima: A pílula do dia seguinte

não é um método abortivo.

o Um argumento, isto é, um raciocínio transparente

e analítico que tenta demonstrar a verdade da tese

com dados racionais, lógicos, morais, emocionais

ou científicos. Exemplo de argumento para a tese

acima: (pois) a vida começa após a formação do

sistema nervoso, e não no dia seguinte à relação

sexual.

EXEMPLO DE DISSERTAÇÃO

Alto Consumo X Sustentabilidade

Um modo de vida ecologicamente sustentável é o que todos

almejam no século XXI, mas ao mesmo tempo ninguém

quer diminuir o padrão elevadíssimo de consumo atual.

Conciliar esses interesses será a tônica do porvir, porém

dependerá, cada vez mais, de políticas públicas que

eduquem a população, investimento em pesquisas de

produtos menos impactantes ao meio ambiente e também

apostar na promoção da reciclagem ainda mais.

Toda mudança positiva tem que perpassar necessariamente

pela educação e pela cultura. Nada se atinge de objetivo se

não for feito um trabalho sério de políticas públicas voltadas

para o esclarecimento e a mudança de hábitos do povo. É

desde a mais tenra idade que o cidadão aprende a dar

importância ao mundo que o cerca, assim como ao todo.

Por isso, projetos e programas – governamentais e não-

governamentais – implantados nas escolas são urgentes:

elucidarão e criarão novas formas de agir logo nas

primeiras idades.

Além disso, é sumamente interessante que a ciência

mundial encontre alternativas de produtos

industrializáveis/comercializáveis que sejam menos

degradantes ao ambiente. Aperfeiçoamento tecnológico,

pesquisas científicas em universidades e empresas devem

se dar as mãos para lutar por energia limpa, alimentos

orgânicos, ingestão e uso consciente de água potável, entre

tantas outras coisas que beneficiariam as gerações

vindouras.

Da mesma forma, vê-se que o engenho e apetrechos da

reciclagem se encontram incipientes. O trabalho de limpeza

e de reaproveitamento de materiais que seriam destrutivos

à natureza é uma forte saída para diminuir os danos do

consumo mundial, pois alguns compostos inutilizados

demoram-se décadas ou séculos para se decomporem,

como o plástico. Incentivos fiscais a tais empresas,

valorização e reconhecimento profissionais podem dar bons

frutos nas cooperativas de catadores e no setor fabril que

utiliza o material recolhido como matéria-prima.

Enfim, a tendência, daqui para um futuro não muito

distante, é que essa preocupação com a ecologia saia das

pautas do “modismo” naturalista para se tornar uma

necessidade mundial. E aliar isso à compulsão consumista

das massas será realmente o grande desafio do amanhã

que já se aproxima. Enquanto as pessoas não aprenderem

a preservar e a serem conscientes quanto às questões

ecológicas do planeta, o meio ambiente irá agonizar um

pouco mais!

COMENTÁRIO:

No primeiro parágrafo são estabelecidos o tema:

"modo de vida ecologicamente sustentável", e a tese:

"ninguém quer diminuir o nível de consumo". Também

24 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

são apresentados os três argumentos que sustentarão

a tese: 1) políticas públicas que eduquem a população;

2) investimento em pesquisa; e 3) reciclagem.

Nos segundo, terceiro e quarto parágrafos cada

argumento é convenientemente desenvolvido,

aprofundado, com exemplos, fatos, estatísticas, enfim,

com o que o redator quiser utilizar para fundamentar

as ideias secundárias que servirão de marco teórico, de

sustentação argumentativa. O escrevente pode dividir

essa parte em argumento principal, secundários e

contra-argumentos; causa e consequência; prós e

contras; retrospecto histórico etc.

No último parágrafo, o quinto do texto, são retomados

o tema e a tese do início (a ecologia saindo da pauta do

modismo) e é feita uma observação final (críticas ou

soluções), no caso em questão uma crítica (enquanto

as pessoas não aprenderem a preservar e a serem

conscientes quanto às questões ecológicas do

planeta...) Mas o Enem, por exemplo, exige

soluções para o problema, que podem ser dadas tanto

no desenvolvimento quanto na conclusão. Não se

esqueça.

ESTUDO DIRIGIDO

1. Elabore um texto dissertativo-argumentativo apontando

benefícios e prejuízos trazidos pelo o uso do celular, além

de indicar possibilidade(s) de como transformá-lo em uma

ferramenta de trabalho educacional.

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2. A partir da leitura do texto motivador seguinte e com

base nos conhecimentos construídos ao longo de sua

formação, redija texto dissertativo-argumentativo na

modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o

tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”,

apresentando proposta de intervenção, que respeite os

direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma

coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu

ponto de vista.

Qual o objetivo da “Lei Seca ao volante”?

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de

Tráfego (Abramet), a utilização de bebidas alcoólicas é

responsável por 30% dos acidentes de trânsito. E metade

das mortes, segundo o Ministério da Saúde, está

relacionada a uso de álcool por motoristas. Diante deste

cenário preocupante, a Lei 11.705/2008 surgiu com uma

enorme missão: alertar a sociedade para os perigos do

álcool associado à direção.

Para estancar a tendência de crescimento de mortes no

trânsito, era necessária uma ação enérgica. E coube ao

Governo Federal o primeiro passo, desde a proposta da

nova legislação à aquisição de milhares de etilômetros. Mas

para que todos ganhem, é indispensável a participação de

estados, municípios e sociedade em geral. Porque para

atingir o bem comum, o desafio deve ser de todos.

25 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

PRÉ-MODERNISMO

O Pré-Modernismo é um movimento literário tipicamente

brasileiro. Convencionou-se chamar de Pré-Modernismo o

período anterior à Semana de Arte Moderna de 1922.

Didaticamente, esse movimento literário tem início em

1902 com a publicação do livro Os Sertões, de Euclides da

Cunha e com a publicação do livro Canaã de Graça Aranha.

O Pré-Modernismo é um período de transição, pois ao

mesmo tempo em que encontrávamos produções

conservadoras como as poesias parnasianas e simbolistas,

encontrávamos as primeiras produções de caráter mais

moderno, preocupadas com a realidade brasileira da época.

Veja as principais características do Pré-Modernismo

brasileiro:

Ruptura com o passado = As novas produções rompem

com o academismo e com os modelos preestabelecidos

pelas antigas estéticas.

Denúncia da realidade = A realidade não oficial passa a

ser a temática do período.

Regionalismo = São retratados o sertão nordestino, o

interior paulista, os subúrbios cariocas, entre outras

regiões brasileiras.

Tipos humanos marginalizados = Nas obras desse

período, encontram-se retratadas muitas figuras

marginalizadas pela elite, como o sertanejo nordestino,

o caipira, o mulato, entre outros tipos.

Veja os principais autores do Pré-Modernismo brasileiro:

Euclides da Cunha = retratou a miséria do

subdesenvolvido nordeste do país.

Lima Barreto = retratou a vida carioca urbana e

suburbana do início do século XX.

Monteiro Lobato = retratou a miséria dos moradores do

interior do sudeste e a decadência da economia

cafeeira.

Graça Aranha = retratou a imigração alemã no Espírito

Santo.

Augusto dos Anjos * = apresenta uma classificação

problemática, não podendo ser apenas estudado como

um autor pré-modernista. Sua obra apresenta

elementos de várias estéticas. Mas para fins didáticos

costuma-se estudá-lo como pré-modernista.

EUCLIDES DA CUNHA

Euclides da Cunha engenheiro, mas se destacou no cenário

brasileiro do começo do século XX como escritor.

Euclides da Cunha também era jornalista e foi mandado a

Canudos, na Bahia como correspondente do jornal “O

Estado de São Paulo”, com a tarefa de registrar as

operações do exército na revolta baiana.

Essa imagem retrata a grande quantidade de prisioneiros

refugiados. A Guerra de Canudos será o tema principal de

seu livro mais famoso: Os Sertões.

O Livro Os Sertões é um livro que se localiza entre a

sociologia e a literatura, tamanha a riqueza de detalhes e a

preocupação em retratar a realidade da maneira em que ela

se apresentava.

Os Sertões é uma das primeiras obras a romper com a

visão romântica do Brasil enquanto terra paradisíaca. Nesse

livro, Euclides da Cunha construiu uma espécie de narrativa

negativa de um povo massacrado pela miséria e pela

injustiça social. Segundo o autor, a realidade da guerra era

muito diferente da que o governo dizia.

Aparentemente o motivo desencadeador da revolta foi o

fanatismo religioso e o cangaço, mas na realidade os

profundos motivos foram o sistema latifundiário, a servidão

e o abandono social da região.

O livro está dividido em três partes: na primeira, Euclides

descreve a terra, o cenário em que se desenvolverá o

enredo; no segundo, o autor faz uma descrição do homem,

explicando a origem dos jagunços e cangaceiros. Destaca-

se nesse momento a descrição do líder do movimento,

Antônio Conselheiro. Na terceira parte, encontra-se a

grande talvez a maior riqueza do livro, nela Euclides da

Cunha apresenta o conflito em si. Somente depois de várias

expedições é que os revoltados são vencidos. Dos mais de

20 mil brasileiros em Canudos, restaram apenas 4: um

velho, dois homens feitos e uma criança na frente de um

exército de 5 mil homens.

26 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

LIMA BARRETO

Lima Barreto teve uma vida muito atribulada,

principalmente por ser pobre e negro, numa época marcada

por várias formas de preconceito. Ao contrário de Machado

de Assis, que alcançou a notoriedade ainda em vida, Lima

Barreto sofreu muito com o preconceito racial, com o

alcoolismo e com as freqüentes crises depressivas.

Lima Barreto, sentindo as dores do preconceito e da

pobreza, mostrou grande identificação com as pessoas

marginalizadas da sociedade da época, com as quais

sempre conviveu. Sua obra é uma literatura sobre o povo e

para o povo, seus textos apresentam uma linguagem

simples e direta, assemelhando-se à linguagem jornalística,

panfletária. O que lhe causou muitas críticas.

Lima Barreto soube como nenhum outro pré-modernista

retratar com muito realismo a vida dos subúrbios cariocas e

as desigualdades sociais do Rio de janeiro do início do

século XX, uma época de grande desenvolvimento e

transformações.

Entre seus livros mais conhecidos está Triste Fim de

Policarpo Quaresma. Nesse romance narrado em terceira

pessoa, através de uma forte carga humorística, Lima

Barreto conta a história do Major Policarpo Quaresma. O

livro é uma caricatura da vida política brasileira no período

posterior à proclamação da República.

Policarpo Quaresma é um fanático, uma espécie de Dom

Quixote brasileiro. Possuidor de um nacionalismo extremo,

Quaresma tenta evitar a todo custo a influência da cultura

européia na cultura brasileira.

Entre suas várias tentativas de preservar a cultura nacional

o major chega a escrever uma carta ao Congresso Nacional.

Veja com que objetivo:

“Policarpo Quaresma, cidadão brasileiro, funcionário

público, certo de que a língua portuguesa é emprestada ao

Brasil; certo também de que, por este fato, o falar e o

escrever em geral, sobretudo no campo das letras, se vêem

na humilhante contingência de sofrer continuamente

censuras ásperas dos proprietários do língua; sabendo,

além, que, dentro de nosso país, os escritores, com

especialidade os gramáticos, não se entendem no tocante à

correção gramatical, vendo-se, diariamente, surgir azedas

polêmicas entre os mais profundos estudiosos do nosso

idioma, usando o direito que lhe confere a Constituição,

vem pedir que o Congresso Nacional decrete o tupiguarani

como língua oficial e nacional do povo brasileiro”.

Depois de muita confusão Quaresma é internado como

louco. Ao sair do hospício seu nacionalismo parece ter

diminuído um pouco, mas se lança em outra batalha,

desejava reformar a agricultura do país.

MONTEIRO LOBATO

Monteiro Lobato foi uma figura muito polêmica, ao contrário

da impressão que a maioria das pessoas tem hoje a seu

respeito. Hoje, falar em Lobato é lembrar do escritor de

livros infantis e criador do Sítio do Pica-pau Amarelo, mas

sua produção não se limita a esse gênero.

Monteiro Lobato foi um escritor que retratou como ninguém

o atraso das regiões interioranas de São Paulo. Ele foi o

criador de um dos símbolos do atraso e da ignorância do

caipira. Ele é o criador da figura do Jeca Tatu.

Lobato tinha um gênio muito forte, desde criança mostro-se

rebelde. Foi um dos primeiros a dizer que havia petróleo em

terras brasileiras, chegando a ser preso por isso, durante o

período da ditadura militar. Seu jeito explosivo foi

responsável por um dos motivadores do movimento

modernista. Monteiro Lobato, num artigo intitulado

“Paranóia ou mistificação?”, faz duras críticas ao trabalho

modernista da pintora Anita Malfatti.

Veja o tom de suas palavras:

“Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que vêem

normalmente as coisas e em conseqüência fazem arte pura,

guardados os eternos ritmos da vida, e adotados, para a

concretização das emoções estéticas, os processos clássicos

dos grandes mestres (...)

A outra espécie é formada dos que vêem anormalmente a

natureza e a interpretam à luz de teorias efêmeras, sob a

sugestão estrábica excessiva. São produtos do cansaço e do

sadismo de todos os períodos de decadência; são frutos de

fim de estação, bichados ao nascedoiro (...)

Embora eles se dêem como novos precursores duma arte a

vir, nada é mais velho do que a arte anormal ou

teratológica: nasceu com a paranóia e com a mistificação

(...)

Sejamos sinceros; futurismo, cubismo, impressionismo e

tutti quanti não passam de outros tantos ramos da arte

caricatural (...)”

GRAÇA ARANHA

27 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Graça Aranha é o autor de Canaã,

que juntamente com Os Sertões,

dá início ao Pré-Modernismo

brasileiro. Nessa obra Graça

Aranha narra o processo de

colonização alemã no Espírito

Santo.

José Pereira Graça Aranha nasceu

em 21 de junho de 1868, na cidade

do Maranhão. Nascido em uma

família tradicional, formou-se em direito na Faculdade do

Recife, onde foi lecionado por Tobias Barreto, que mais

tarde marcaria sua vida. Exerceu cargos de juiz de Direito,

no Rio de Janeiro e no interior do Espírito Santo, onde

conseguiu materiais para montar seu romance Canaã.

Também atuou como diplomata na Europa. Teve grandes

influências de movimentos pré-simbolistas europeus. Em

1902, sua obra mais conhecia foi publicada: Canaã,

considerada como o primeiro romance ideológico brasileiro,

pois discute o histórico político do Brasil. Muito consagrado

dentro da elite intelectual brasileira, escreveu um drama

que fora encenado em Paris, não fez apenas contribuições

para a Semana da Arte Moderna: em 1924, em uma

conferência na Academia, manifestou que ter fundada a

mesma foi um erro, alegando a não aceitação das idéias

modernistas. Depois disto não influência mais sobre grupo

modernista. No dia 26 de janeiro de 1932, falece no Rio de

Janeiro.

Obras:

Canaã - 1902

Malazarte - 1911

A Estética da Vida - 1921

Espírito Moderno - 1925

Futurismo (manifesto de Marinetti e seus

companheiros) - 1926

A Viagem Maravilhosa - 1929

O manifesto dos mundos sociais - 1935

AUGUSTO DOS ANJOS

Augusto Carvalho Rodrigues dos

Anjos foi um poeta brasileiro pré-

modernista, nascido no ano de

1884, na Paraíba. Em 1900

escreveu o seu primeiro soneto:

“Saudade”. No ano de 1903,

Augusto dos Anjos ingressou na

Faculdade de Direito do Recife,

onde se formou, porém retornou

à Paraíba e começou a lecionar Literatura Brasileira em

João Pessoa. Em 1910, o poeta casou-se com Ester Fialho.

Nesse mesmo ano, foi afastado do seu cargo de professor

do Liceu Paraibano e mudou-se para o Rio de Janeiro, onde

começou a lecionar no Colégio Pedro II.

Augusto dos Anjos, como já foi visto, apresenta uma

classificação problemática. Ele era conhecido como o autor

do pessimismo, do mau gosto, do escarro e dos vermes.

Veja um de seus textos:

Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênese da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância...

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme – este operário das ruínas –

Que o sangue podre das carnificinas

Come e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!

ESTUDO DIRIGIDO

1. (FUVEST) No romance Triste Fim de Policarpo Quaresma,

o nacionalismo exaltado e delirante da personagem

principal motiva seu engajamento em três diferentes

projetos, que objetivam “reformar” o país. Esses projetos

visam, sucessivamente, aos seguintes setores da vida

nacional:

a) escolar, agrícola e militar;

b) linguístico, industrial e militar;

c) cultural, agrícola e político;

d) linguístico, político e militar;

e) cultural, industrial e político.

2. (Mackenzie) “Adotando o modelo determinista, segundo

o qual o meio determina o homem, a obra divide-se em três

partes. Sua publicação foi relevante para a época:

primeiramente porque foi a primeira obra brasileira a

retratar um fato histórico contemporâneo com o rigor

interpretativo da Ciência; em segundo lugar, porque,

colocando-se nitidamente a favor dos homens da região, o

autor situa o fenômeno como um problema social,

decorrente do isolamento político do Nordeste em relação

ao resto do país”.

Assinale a alternativa em que aparece o nome da obra a

que se refere o texto acima:

a) Grande Sertão: Veredas

b) Os Sertões

c) Vidas Secas

d) Seara Vermelha

e) O sertanejo

3. (Juiz de Fora) Leia atentamente o fragmento de texto

abaixo:

“E, bem pensando, mesmo na sua pureza, o que vinha a ser

a Pátria? Não teria levado toda a sua vida norteado por uma

ilusão, por uma idéia a menos, sem base, sem apoio, por

um Deus ou uma Deusa cujo império se esvaía?”

28 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

(BARRETO, Lima. Triste Fim de Policarpo Quaresma. RJ:

Ediouro, s/d, p.131)

No fragmento transcrito percebe-se:

a) o desdém de Policarpo Quaresma pela idéia de Pátria ou

de nação;

b) a recusa de Policarpo em aderir à idéia de patriotismo ou

defesa do país;

c) a intransigência de Policarpo Quaresma em relação aos

que queriam vender a Pátria e os princípios;

d) a consciência de Policarpo a respeito do idealismo

abstrato que sempre o leva à ação;

e) a indecisão de Policarpo Quaresma diante da necessidade

de servir ao governo florianista.

4. (Juiz de Fora) O personagem Policarpo Quaresma, do

romance de que se transcreveu o trecho (questão anterior),

é:

a) venal, sempre disposto a se vender a qualquer aceno;

b) quixotesco, buscando soluções ideais e abstratas para

problemas concretos;

c) desiludido, mantendo-se indiferente a todos os

acontecimentos a sua volta;

d) psicótico, levando ao extremo soluções sangrentas para

qualquer problema; preocupado apenas com seus livros,

suas músicas e suas danças;

e) apático.

5. (UNIP) A obra reúne uma série de artigos, iniciados com

“Velha Praga”, publicados em O Estado de S. Paulo em 14-

11-1914. Nestes artigos o autor insurge-se contra o

extermínio das matas da Mantiqueira pela ação nefasta das

queimadas, retrógrada prática agrícola perpetrada pela

ignorância dos caboclos, analisa o primitivismo da vida dos

caipiras do Vale do Paraíba e critica a literatura romântica

que cantou liricamente esses marginais da civilização.

a) Contrastes e Confrontos (Euclides da Cunha);

b) Urupês (Monteiro Lobato);

c) Idéias de Jeca Tatu (Monteiro Lobato);

d) À Margem da História (Euclides da Cunha);

e) Triste Fim de Policarpo Quaresma (Lima Barreto).

GABARITO

1. c

2. c

3. d

4. b

5. b

MODERNISMO NO BRASIL

CONTEXTO HISTÓRICO

Muito influenciadas pelos movimentos da Vanguarda

Europeia e pelo Modernismo português, as manifestações

modernas no Brasil começam a aparecer muito antes de

1922.

Nesse período São Paulo era considerada a cidade mais

moderna de todo o Brasil. Moderna em todos os sentidos,

tanto nos aspectos positivos, quanto nos aspectos

negativos da modernidade. Já nessa época mostrava uma

grande desigualdade: de um lado os grandes proprietários

de indústrias, a alta sociedade cafeeira, símbolos da

riqueza, e de outro os operários, os imigrantes, símbolos da

miséria e da exploração.

O marco inicial do Modernismo brasileiro foi a Semana de

Arte Moderna de 1922, que ocorreu na cidade mais

avançada, mais moderna da época:

Teatro Municipal de São Paulo

Os dias 13, 15 e 17 de fevereiro de 1922, entraram para a

história da literatura brasileira , eles formam a conhecida “A

Semana de Arte Moderna”, que ocorreu no teatro Municipal

de São Paulo.

Entretanto, é importante observamos que o Modernismo

brasileiro não começou a partir desse evento. Vários fatos e

trabalhos foram responsáveis pelo o que ocorreu na

Semana. Entre os principais antecedentes da semana de 22

estão: a volta de Oswald de Andrade da Europa, onde

entrou em contato com as inovações propostas pela

Vanguarda Europeia, principalmente com o Futurismo de

Marinetti; a primeira exposição dos quadros expressionistas

de Lasar Segall, chocando-se com a pintura acadêmica da

época; a fundação da Revista Orpheu, símbolo do

Modernismo em Portugal; a publicação de vários livros dos

autores que participariam mais tarde da Semana de 22 e o

grande estopim e a grande mola propulsora do

Modernismo, segundo muitos estudiosos, a exposição da

pintora Anita Malfatti, que como já vimos recebeu uma forte

crítica de Monteiro Lobato, no artigo intitulado Paranóia ou

Mistificação?

A SEMANA DE 22

Veja os principais participantes da Semana:

29 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

LITERATURA:

Mário de Andrade

Oswald de Andrade

Ronald de Carvalho

PINTURA:

Anita Malfatti

Tarsila do Amaral

Di Cavalcanti

MÚSICA:

Heitor Villa-Lobos

A Semana foi patrocinada pelas pessoas da elite paulistana

e contou até com a presença de um autor já consagrado,

membro da Academia Brasileira de Letras. Graça Aranha,

pré-modernista autor do livro Canaã, foi o responsável pela

cerimônia de abertura.

Veja os cartazes da época sobre o evento, ambos

desenhados por Di Cavalcanti:

Cartaz da Semana de 22

Catálogo da Exposição de Artes Plásticas

O evento não foi apenas literário, vários artistas da música,

da pintura, da escultura e de outras áreas, puderam

mostrar seus trabalhos.

Mas qual foi a reação da sociedade da época? Veja os

comentários dos principais jornais da época:

“Foi como se esperava, um notável fracasso a récita de

ontem na pomposa Semana de Arte Moderna, que melhor e

mais acertadamente deveria chamar-se Semana de Mal –

às Artes”.

Jornal Folha da Noite, fevereiro de 1922

“As colunas da secção livre deste jornal estão à disposição

de todos aqueles que, atacando a Semana de Arte Moderna,

defendam o nosso patrimônio artístico”.

Jornal O Estado de São Paulo, fevereiro de 1922

“É preciso que se saiba que nos manicômios se produzem

poemas, partituras, quadros e estátuas, e que essa arte de

doidos tem o mesmo característico da arte dos futuristas e

cubistas que andam soltos por aí”.

Jornal do Comércio, fevereiro de 1922

A Semana foi verdadeiramente um choque, uma afronta

direta aos autores e à sociedade da época. Em outras

palavras a Semana foi um escândalo público.

Mas o que será que aconteceu de tão diferente nessa

semana?

Logo no primeiro dia, depois da abertura de Graça Aranha,

o músico Villa-Lobos tem sua apresentação interrompida

por vários assobios e vaias da plateia. No segundo dia, a

confusão foi ainda maior.

Ronald de Carvalho ao declamar o poema “Os Sapos”, de

Manuel Bandeira, leva o público à loucura, repetindo

bravamente o refrão do texto que se assemelha ao coaxar

dos sapos. Mário de Andrade, quebrando todas as

formalidades, recita, entre vaias, um poema nas escadarias

do teatro e, para fechar a noite com chave de ouro, Villa-

Lobos entra no palco de casaca, chinelos e guarda-chuva. A

plateia escandalizada quase parte para a agressão física.

Dizem as más línguas que entre “famílias direitas” não se

comentavam os acontecimentos da Semana na presença de

crianças e mulheres, tamanha sorte de barbaridades que lá

aconteceram e que sobre a atitude de Villas-Lobos, na

realidade não era uma afronta, mas um calo que o impedia

de calçar sapato.

Diante do acontecido, os organizadores ficaram felicíssimos,

pois conseguiram o que queriam, ou seja, chocar a

sociedade, destruir as estéticas tradicionais e

conservadoras.

Veja a célebre foto do grupo organizador, tirada no almoço

de confraternização logo após o encerramento da semana:

30 Centro Educacional Evolução EJA – Língua Portuguesa 3

Veja um fragmento do poema considerado uma espécie de

hino do Modernismo:

Os sapos

Enfunando os papos,

Saem da penumbra,

Aos pulos, os sapos.

A luz os deslumbra.

Em ronco que aterra,

Berra o sapo-boi:

_ “Meu pai foi à guerra!”

_ “Não foi! _ “Foi!” _ “Não foi!”

O sapo-tanoeiro,

Parnasiano aguado,

Diz: _ “Meu cancioneiro

É bem martelado.

Vede como primo

Em comer os hiatos!

Que arte! E nunca rimo

Os termos cognatos.

O meu verso é bom

Frumento sem joio.

Faço rimas com

Consoantes de apoio.

(...)

Que soluças tu,

Transido de frio,

Sapo-cururu

Da beira do rio ...

Manuel Bandeira

Os Sapos, de Manuel Bandeira é uma paródia do conhecido

poema Profissão de Fé, do parnasiano Olavo Bilac. É um

poema-piada, satirizando a extrema preocupação

parnasiana com a forma, ou seja, com as rimas com a

seleção vocabular. É crítica uma aos parnasianos.

A expressão sapo tanoeiro é uma referência direta a Bilac,

pois tanoeiro é um artesão. Lembre-se de que Bilac

comparava a tarefa do poeta à do artesão. E sapo-cururu é

o poeta moderno, autêntico, simples, sem artificialismos.

DESDOBRAMENTOS MODERNISTAS

Veja os desdobramentos da semana:

Os acontecimentos da semana ganham expressão nacional.

As idéias modernistas aos poucos foram ganhando adeptos

por todo o país.

No período de 1922 a 1930, conhecido como a primeira

fase modernista, a fase heroica, a fase de provocação de

ruptura, de inovação, vários grupos, manifestos e revistas

difundiram-se no cenário cultural brasileiro. Entre as

revistas destacaram-se:

REVISTAS

Klaxon (São Paulo)

Estética (Rio de Janeiro)

Festa (Rio de Janeiro)

A Revista (Minas Gerais)

Revista Antropofagia (São Paulo)

A revista Klaxon foi a primeira a circular. Seu nome vem do

termo em francês buzina, numa aproximação com o que ela

queria realmente provocar: barulho, muito barulho. Seus

artigos eram inovadores, exaltavam o progresso e

recusavam “a arte vista como cópia da realidade”. Os

principais organizadores da Semana participaram

ativamente de sua elaboração.

As revistas Estética e Festa, divulgaram as ideias

modernistas no Rio de Janeiro. A primeira, a partir de um

forte nacionalismo, buscou uma arte genuinamente

brasileira. A segunda, ao contrário da maioria, apresentou

um caráter mais espiritualista, identificado com os valores

simbolistas. Uma das principais colaboradoras da revista

Festa, foi a poetisa Cecília Meireles.

A Revista, foi uma publicação mineira de periodicidade

irregular e que contou, em seu primeiro número, com a

colaboração de Carlos Drummond de Andrade.

A mais polêmica de todas foi sem dúvida a R e v i s t a

Antropofagia, que segundo seus criadores apresentou duas

“dentições”, ou seja, duas fases. A primeira com

publicações mensais e a segunda com publicações

semanais.

Juntamente com as revistas, vários manifestos foram

escritos, de acordo com a ideologia adotada pelos grupos.

MOVIMENTOS MODERNISTAS

Veja os principais movimentos ou correntes desse período:

MOVIMENTO PAU-BRASIL

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MOVIMENTO VERDE-AMARELO

MOVIMENTO ANTROPOFÁGICO

MOVIMENTO ESPIRITUALISTA

O movimento Pau-brasil, criado por Oswald de Andrade,

tinha como objetivo a redescoberta e revalorização da

cultura primitiva brasileira.

Oswald queria uma poesia de exportação, daí o nome Pau-

Brasil, nome do primeiro produto exportado pelo Brasil.

O movimento Verde-Amarelo foi um movimento de reação

ao movimento Pau-Brasil, pois ao contrário do primeiro,

propunha uma arte livre das influências europeias,

buscando uma identidade realmente nacional. Para seus

adeptos, o nacionalismo de Oswald era um nacionalismo

importado.

O movimento Antropofágico origina-se no trabalho da

pintora Tarsila do Amaral.

Veja uns de seus quadros:

Abaporu é um termo indígena que significa “aquele que

come gente, “antropófago”. Segundo uma crença indígena,

comer o inimigo significava assimilar suas qualidades.

Esses quadros fazem parte da chamada galeria

antropofágica de Tarsila. E é com o quadro Abaporu, que

tem início o movimento.

Segundo a própria pintora, a ideia do movimento surgiu

quando ela resolveu dar esse quadro de presente ao então

marido Oswald de Andrade.

O movimento antropofágico queria justamente isso,

“devorar” a cultura estrangeira, para reelaborá-la com

autonomia.

O movimento espiritualista, como o próprio nome já sugere,

voltou-se para o interior do ser humano, para o misticismo

e a religião, mostrando-se um pouco distante da

irreverência dos outros movimentos. Buscava uma

conciliação entre o passado e o futuro.

Há também uma corrente regionalista, voltada para a

valorização da cultura regional, especialmente a nordestina.

FASES MODERNISTAS

Costuma-se dividir o Modernismo brasileiro em três grandes

fases. Veja quais são:

1ª Fase (1922-1930) - HERÓICA

• Oswald de Andrade

• Mário de Andrade

• Manuel Bandeira

• Alcântara Machado

2ª Fase (1930-1945) - CONSOLIDAÇÃO

POESIA:

• Carlos Drummond de Andrade

• Cecília Meireles

• Vinícius de Moraes

PROSA:

• José Lins do Rego

• Graciliano Ramos

• Jorge Amado

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3ª Fase (1945 em diante) - REFLEXÃO

• Guimarães Rosa

• Clarice Lispector

• João Cabral de Melo Neto

A primeira fase, conhecida como heroica, compreende o

período de 1922 a 1930 e apresenta o desejo de liberdade,

de ruptura e de destruição do passado como características

marcantes. Essa fase foi predominantemente poética. Seus

autores pregavam, entre outras ideias, a negação do

passado, a valorização poética do cotidiano, o nacionalismo

e a liberdade linguística, basicamente através da

incorporação da linguagem coloquial e o Anarquismo. Os

principais autores são: Oswald de Andrade, Mário de

Andrade, Manuel Bandeira e Alcântara Machado.

A segunda se estende de 1930 a 1945 e é conhecida como

a fase da consolidação das conquistas anteriores. Os

autores não apresentavam mais o caráter destruidor e

irreverente de antes. Devido à grande produção,

didaticamente, essa segunda fase subdivide-se em dois

grupos: a poesia, em que se destacam: Carlos Drummond

de Andrade, Cecília Meireles e Vinícius de Moraes e a prosa,

representada entre outros autores, por José Lins do Rego,

Graciliano Ramos e Jorge Amado.

A terceira fase, de 1945 em diante, é conhecida como a

fase da reflexão e da universalidade temática. Os principais

autores desse período são: Guimarães Rosa, Clarice

Lispector e João Cabral de Melo Neto.

ESTUDO DIRIGIDO

1. (USF) Considere as seguintes afirmações:

I. A semana de Arte Moderna foi, ao mesmo tempo, o

ponto de confluência da várias tendências modernas

que desde a Primeira Grande Guerra se vinham

firmando em São Paulo e no Rio, e a plataforma que

permitiu a consolidação de grupos, a publicação de

livros, revistas e manifestos.

II. A denominação de Modernismo abrange, em nossa

literatura, três fatos intimamente ligados: um

movimento de rupturas, uma estética renovadora e

um período de frutificações.

III. A Semana de Arte Moderna foi um marco para um

estado de espírito anterior e geral, do qual faziam

parte numerosos jovens intelectuais e artistas que

não participaram da Semana, mas vieram a ter papel

de relevo no Modernismo.

Pode-se afirmar que:

a) Apenas I está correta.

b) Apenas II está correta.

c) Apenas I e III estão corretas.

d) Apenas II e III estão corretas.

e) I, II e III estão corretas.

2. (PUCCAMP) Assinale a alternativa em que se encontram

preocupações estéticas da Primeira Geração Modernista.

a) “Não entrem no verso culto o calão e o solecismo, a

sintaxe truncada, o metro cambaio, a indigência das

imagens e do vocabulário, a vulgaridade do pensar e

do dizer”.

b) “Vestir a Idéia de uma forma sensível que, entretanto,

não terá seu fim em si mesma, mas que, servindo para

exprimir a idéia, dela se tornaria submissa”.

c) “Minhas reivindicações? Liberdade. Uso dela; não

abuso”. “E não quero discípulos. Em arte: escola =

imbecilidade de muitos para vaidade dum só”.

d) “Na exaustão causada pelo sentimentalismo, a alma

ainda trêmula e ressoante da febre do sangue, a alma

que ama e canta porque sua vida é amor e canto, o

que pode senão fazer o poema dos amores da vida

real?”

e) “o poeta deve ter duas qualidades: engenho e juízo;

aquele, subordinado à imaginação, este, seu guia,

muito mais importante, decorrente da reflexão. Daí não

haver beleza sem obediência à razão, que aponta o

objetivo da arte: a verdade”.

GABARITO

1. e

2. c

PRODUÇÕES CONTEMPORÂNEAS

A última aula do nosso curso tem como tema as principais

produções contemporâneas em Portugal e no Brasil.

Agustina Bessa-Luís é considerada pela crítica uma das

grandes revelações da moderna Literatura Portuguesa.

Ficou conhecida no meio literário a partir de sua vitória num

concurso promovido por uma importante editora

portuguesa, seu livro foi escolhido por unanimidade entre

mais de trinta outros concorrentes.

O livro A Sibila conta a história de três gerações da família

Teixeira, com destaque para as figuras femininas da casa,

em especial para Quina, uma mulher forte e decidida. A

palavra sibila do título refere-se à Quina e significa, pessoa

com inquietação espiritual, uma espécie de feiticeira.

Veja a imagem de José Saramago, outro importante autor

português contemporâneo:

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Nos últimos tempos, José Saramago é um dos escritores

portugueses mais lidos e traduzidos para outras línguas,

tanto que em 1999, ganhou o Prêmio Nobel de Literatura.

Entre suas principais obras estão: O evangelho segundo

Jesus Cristo e Memorial do Convento.

O livro O evangelho segundo Jesus Cristo, provocou um

grande escândalo na época em que foi publicado, dizem as

más línguas que Saramago só não foi excomungado pela

igreja católica porque era ateu. Nesse livro, Saramago

reconta o evangelho de Jesus Cristo, sob um outro prisma,

a narrativa é toda construída a partir de um processo de

humanização da figura de Jesus Cristo, em detrimento de

seu caráter divino.

O livro Memorial do Convento é uma narrativa histórica que

investiga o período da Inquisição (séculos XVII e XVIII) em

Portugal. De uma maneira geral, predominam na obra de

Saramago os parágrafos longos e uma extrema

preocupação vocabular.

Veja as principais Vanguardas da poesia modernista no

Brasil:

Concretismo

Poesia-Práxis

Poesia Social

Poesia Marginal

A poesia concreta, acreditando que o verso tradicional já

estava ultrapassado, propôs uma poesia voltada para os

aspectos materiais da palavra, ou seja, para seus recursos

gráficos. Nessa concepção a palavra é tida como objeto,

como coisa concreta.

Veja os três representantes dessa poesia:

Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos

foram os idealizadores da poesia concretista. Suas idéias

começaram a circulara a partir da revista Noigandres

(palavra de origem provençal que significa “antídoto contra

o tédio”). Mas essa poesia só foi lançada oficialmente em

1956, por ocasião da Exposição Nacional de Arte Concreta,

realizada no Museu de Arte Moderna de São Paulo.

O poema Beba Coca-Cola é um dos símbolos da poesia

concretista:

O poema de Décio Pignatari transforma, a partir do jogo de

palavras e significados, uma das mais conhecidas

propagandas do mundo numa antipropaganda.

A poesia-práxis surgiu em consequência de alguns

desentendimentos entre os concretistas. Alguns poetas

abandonaram o grupo e voltaram-se para a força

energética da palavra. Segundo eles, a palavra era capaz

de gerar outras palavras e significados. Nessa concepção a

palavra é tida como energia, como um corpo vivo. O termo

práxis vem do grego e significa ação.

Mário “Chami” foi o principal representante da poesia-

práxis, veja um de seus textos:

Agiotagem

um

dois

três

o juro: o prazo

o pôr / o cento/ o mês/ o ágio

p o r c e n t á g i o.

dez

cem

mil

o lucro: o dízimo

o ágio/ a moral/ a monta em péssimo

e m p r é s t i m o.

muito

nada

tudo

a quebra: a sobra

a monta/ o pé/ o cento/ a quota

h a j a n o t a

agiota.

Mário Chamie

Os poetas que se dedicaram à poesia social, contrários aos

exageros formais do concretismo, buscaram um retorno ao

verso mais tradicional, à linguagem simples e às questões

sociais da época.

Veja o poema Não há vagas, de Ferreira Gullar.

Não há vagas

O preço do feijão

não cabe no poema. O preço

do arroz

não cabe no poema.

Não cabem no poema o gás

a luz o telefone

a sonegação

do leite

da carne

do açúcar

do pão.

O funcionário público

não cabe no poema

com seu salário de fome

sua vida fechada

em arquivos.

Como não cabe no poema

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o operário

que esmerila seu dia de aço

e carvão

nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,

está fechado:

“não há vagas”

Só cabe no poema

o homem sem estômago

a mulher de nuvens

a fruta sem preço

O poema, senhores,

não fede

nem cheira.

Ferreira Gullar

A poesia marginal recebe essa denominação porque não era

publicada pelas grandes editoras, ou seja, estava à margem

delas. Na maioria das vezes os próprios poetas produziam

as cópias para serem distribuídas em locais públicos. Com o

passar do tempo muitos dos chamados poetas marginais

tiveram suas obras aceitas pelas mesmas editoras que no

passado recusavam-nas.

Veja o poema O assassino era o escriba, de Paulo Leminski,

um ex-marginal:

Meu professor de análise sintática era do tipo

sujeito inexistente.

Um pleonasmo, o principal predicado da sua vida,

regular com paradigma da 1ª conjugação.

Entre uma oração subordinada e um adjunto

adverbial, ele não tinha dívidas: sempre achava

um jeito assindético de nos torturar com um

aposto.

Casou com a regência.

Foi infeliz.

Era possessivo como um pronome.

E ela era bitransitiva.

Tentou ir para os EUA.

Não deu.

Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.

A interjeição do bigode declinava partículas

expletivas, conectivos e agentes da passiva, o

tempo todo.

Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

Paulo Leminski

ESTUDO DIRIGIDO

1. (PUCCAMP) São as seguintes as características da poesia

concreta:

a) A unidade poética deixa de ser a palavra e passa a ser o

verso; busca-se adequação da forma poética às

características do mundo moderno.

b) A palavra é explorada quanto aos aspectos semântico,

sintático, sonoro e gráfico (visual); o espaço “papel” passa

a integrar o significado do poema.

c) Cada palavra refere-se às palavras circunvizinhas verbal,

vocal ou visualmente; respeita-se a distribuição linear da

linguagem verbal.

d) Evita-se o imediatismo da comunicação visual; utilizam-

se cores, tipos diferentes de letras, recursos de outras artes

e linguagens.

e) O poema é uma aventura de palavras no espaço;

defende-se uma poesia a serviço da manifestação da pura

subjetividade.

2. (FUVEST) É correto afirmar que no poema dramático

Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto:

a) A sucessão de frustrações vividas por Severino faz dele

um exemplo típico de herói moderno, cuja tragicidade se

expressa na rejeição à cultura a que pertence.

b) A cena inicial e a final dialogam de modo a indicar que,

no retorno à terra de origem, o retirante estará munido das

convicções religiosas que adquiriu com o mestre Carpina.

c) O destino que as ciganas prevêem para o recém-nascido

é o mesmo que Severino já cumprira ao longo de sua vida,

marcada pela seca, pela falta de trabalho e pela retirada.

d) O poeta buscou exprimir um aspecto da vida nordestina

no estilo dos autos medievais, valendo-se da retórica e da

moralidade religiosa que os caracterizavam.

e) O “auto de natal” acaba por definir-se não exatamente

num sentido religioso, mas enquanto reconhecimento da

força afirmativa e renovadora que está na própria natureza.

3. (UNITAU) Segundo o poeta Mário Chamie, o movimento

poético que “opõe à palavra-coisa, do concretismo, a

palavra-energia, que não considera o poema como um

objeto estático e fechado e, sim, como um produto

dinâmico passível de transformação pela influência ou

manipulação do leitor”, é:

a) O hermetismo.

b) O cubismo.

c) O simbolismo.

d) O dadaísmo.

e) A poesia-práxis.

GABARITO

1. b

2. e

3. e