limpeza étnica nos balcãs
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Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Limpeza étnica nos Balcãs
Análise crítica ao artigo “Etnic
Cleansing in the Balkans- Why
did it happen and could it
happen again?”,(2013) de Paul Mojzes, por
Cicero Foundation Great Debate Paper
1Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Índice
2Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
1. Introdução- Origem e enquadramento do
texto (pp.3-7)
2. 1º capítulo- Descrição do texto (pp.
8-12)
3. 2º capítulo- Análise crítica ao
texto e ao tema (pp.13-16)
4. 3º capítulo- Conclusão (pp.17-18)
5. Bibliografia (página 19)
3Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Introdução
Foi-me colocada a opção de escolher, para a realização
deste trabalho, uma temática ou problema que envolvesse os
conteúdos da disciplina de História das Relações
Internacionais, disciplina esta que gira em torno dos
acontecimentos que datam desde o fim da segunda guerra
mundial até ao atentado ocorrido contra os Estados Unidos
da América, a 11 de Setembro de 2001. Sem dúvida que são
milhares de acontecimentos históricos com um relevo
político, social e económico mas fiquei imediatamente com
curiosidade de conhecer melhor toda a história, ou pelo
menos parte dela, relativa aos povos “irmãos” situados na
região dos Balcãs, região esta que sempre ouvi falar pelos
conflitos étnicos e militares aí existentes, seja ao nível
do desporto, religião ou política.
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Tal como é visível na capa deste trabalho, o artigo que me
foi atribuído para elaborar uma análise crítica prende-se
com a temática da limpeza étnica no Balcãs, as suas causas
e se esta se poderá voltar a repetir num futuro próximo.
Considero, portanto, antes de qualquer enquadramento
histórico ou social, pertinente fazer um pequena biografia
do autor do artigo e falar um pouco sobre a fundação que o
publicou.
Desta forma:
Paul Mojzes, nascido a 10 de Novembro de 1936, em Osijek,
Croácia (antiga Jugoslávia) é um conceituadíssimo professor
e autor sobre as temáticas que abordam os países da Europa
do Leste Europeu. Naturalizado cidadão dos Estados Unidos
da América em 1965, é um profundo conhecedor das temáticas
religiosas, tendo um Ph.D em História da Igreja (na sua
grande maioria da Europa de Leste) e um mestrado em
Religião, atribuído pelo Florida Southern College. Devido ao seu
passado jugoslavo é fluente em 4 línguas (Inglês, Servo-
Croata, Alemão e Russo) e tem algum conhecimento noutras 4
(Húngaro, Esloveno, Macedónio e Búlgaro).
Apesar das inúmeras participações como co-editor ou mesmo
apenas como parte contribuinte em capítulos, Mojzes tem um
conjunto bibliográfico assinalável, composto por:
“Christian-Marxist Dialogue in Eastern Europe” (1981);
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“Church and State in Postwar Eastern Europe” (1987);
“Religious Liberty in Eastern Europe and the USSR: Before and After the Great
Transformation” (1992);
“Yugoslavian Inferno: Ethnoreligious Warfare in the Balkans” (1994);
“The Study of Religion in an Age of Global Dialogue” (2000);
“Balkan Genocides: Holocaust and Ethnic Cleansing in the Twentieth Century”
(2011)
Findada esta pequena biografia sobre o autor, resta-me
agora fazer uma pequena referência à fundação que apoiou e
publicou a elaboração do artigo “Ethnic Cleansing in the Balkans-
why did it happen and could it happen again?”, a Cicero Foundation
Great Debate Paper, uma fundação pró-europeia e pró-
Atlântico sem fins lucrativos que produz investigação sobre
variadíssimos temas, desde político social e estratégica,
passando pela economia, tecnologia, cultura, entre outros.
Tem as suas sedes nas cidades de Paris e de Maastricht e
possui um programa escolar especial com estas mesmas
cidades, atribuindo bolsas aos melhores jovens
investigadores de forma a que estes participem nas
conferências da Fundação.
Funciona regularmente com a publicação de artigos como o
que neste trabalho é analisado (Great Debate Papers),
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mantendo-se activa através de doações de indivíduos,
rejeitando qualquer tipo de donativos de governos, lobbies
empresariais e organizações internacionais, de forma a
manter a sua independência.
Após apresentar, muito brevemente, a fundação responsável
pelo artigo que aqui vou analisar, parto para o trabalho
propriamente dito, onde começarei por fazer um
enquadramento histórico da temática aqui abordada: de uma
forma muito geral: os Balcãs.
Não se pode negar: a Península montanhosa dos Balcãs é
palco de guerras entre povos desde a Antiguidade. Mas
porquê? A primeira união dos povos bálticos remonta às
conquistas romanas, o que provocou grandes transformações
geográficas e culturais na região. Típico do império
romano, esta região foi alvo de imensas obras rodoviárias
com a construção de estradas e pontes e, consecutivamente
de cidades, o que intensificou a circulação de mercadorias,
homens e , mais importante, de ideias e ideais. Como é do
conhecimento geral em 330, o imperador Constantino fundava
a segunda Roma, Constantinopla (antiga cidade de Bizâncio),
uma orientação imperial que levou mais importância militar
e política para a região dos Balcãs, região esta que
funcionaria agora como uma ponte entre Roma e
Constantinopla. Desta forma, do ponto de vista cultural e7
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religioso, estes dois centro de poder competiam entre si
pela evangelização dos povos bárbaros, o que pouco a pouco,
formou uma divisão clara na Europa: de um lado, o mundo
ortodoxo, do outro, o mundo católico. E é deste forma que
se começa a falar de uma zona circundante aos Balcãs de
constante tensão. Contudo, esta tensão era também interior,
sendo que três dos povos do Império Bizantino constituíam
uma verdadeira ameaça: os búlgaros, os sérvios e os turcos.
Após o século VI, tribos eslavas, leia-se servos e croatas,
atravessaram o Danúbio rumo aos territórios balcânicos do
império, levando desta forma a que grande parte do mesmo se
eslavizasse.
Após a queda de Constantinopla em 1453, os Balcãs, apesar
de divididos entre Estados gregos, latinos e eslavos,
recuperaram a paz, ignorando a multiculturalidade étnica e
religiosa, por esta significar um risco para a
universalidade imperial e eclesiástica. Neste momento,
apenas duas comunidades religiosas foram reconhecidas: os
muçulmanos sunitas e os cristãos ortodoxos.
O enfraquecimento do estado que conduziu a derrotas
militares obrigaram a que o chefe de estado de Istambul
abrisse o império à economia ocidental, que trouxe também
consigo a introdução de ideias revolucionárias e aspirações
nacionais que contribuíram para a destabilização no
interior do império otomano. Em 1877, já a grande maioria
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dos povos balcânicos se tinha tornado independente e
autónomo (Sérvia, 1815; Bósnia-Herzegovina, 1875 são
exemplos).
Após o grande apoio dado pela Rússia na luta contra os
turcos, ao lado da Sérvia e do Montenegro, esta tornou-se a
“mãe” dos Balcãs. E, como na grande maioria dos mais
importantes acontecimentos geopolíticos, sempre que a
Rússia entra em cena é confrontada pela Europa Ocidental,
mais concretamente a Alemanha. Com o tratado de Berlim
(1878), dirigido por Bismarck, os Balcãs sofreram mais um
duro revés na tentativa de se tornarem estados
independentes, com a Macedónia a integrar o império Otomano
e a Bósnia- Herzegovina o império Austro- Húngaro. E assim
entram os Balcãs divididos no século XX, século que como
veremos mais à frente foi bem mais violento e aterrorizador
que os anteriores, onde os ancestrais conflitos étnicos e
religiosos voltaram à tona.
Após a 1ª Guerra Mundial, os impérios Otomano e Austro-
Húngaro colapsaram o que, consequentemente, levou à criação
de imensas nações. A 1 de Dezembro de 1918, o Reino dos
Sérvios, Croatas e Eslovenos anunciaram a sua existência
sob a formação de uma monarquia. Contudo, muitos foram os
problemas, tanto na forma de governo (se os sérvios
preferiam um sistema mais centrado em Belgrado, croatas,
eslovenos e bósnios preferiam um governo mais do tipo
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federal) como nas consequências da I Guerra ( depressão
económica, agrícola e social que levou alguns elementos
mais extremistas a usarem a intimidação e, até mesmo, o
assassinato alguns casos). De forma a combater esta crise,
o rei Alexandre I tentou controlar e estabilizar a situação
com a primeira criação da Jugoslávia (“Eslávia do Sul”) em
Janeiro de 1929. Contudo, em 1934, o rei é assassinado e a
violência e instabilidade agravam-se ainda mais.
Com a explosão, em 1939, da II Guerra Mundial, o caos
instalou-se na Jugoslávia, tanto pelo conflito
internacional que estava a decorrer como também com a
implosão de guerras civis nos territórios balcânicos. A
guerra civil na Jugoslávia é difícil de descrever visto que
uns lutavam contra a ocupação germânica, outros eram seus
aliados, uns lutavam por trazer o antigo regime, enquanto
outros lutavam pela imposição de um novo tipo de governo.
Finalmente, um grupo de resistentes liderados por Josip
Broz, que se auto denominou de Tito, de seu nome Partizans,
prevaleceu ao ajudar a derrotar os alemães e estabelecendo
o controlo sobre os outros movimentos que procuravam o
controlo da Jugoslávia.
Esta nova Jugoslávia, de índole comunista, era uma
federação de seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovénia,
Montenegro, Macedónia e Bósnia Herzegovina; e duas regiões
autónomas (ambas em território sérvio): Kosovo e Voivodina.
10Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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Durante a década de 50 e de 60, a Jugoslávia parecia ter
encontrado o seu caminho de independência e autonomia, não
necessitando mais de ajudas externas para se manter
politicamente coesa. Contudo, isto não passou de uma
fachada, visto que Tito, com plano de fundo o Partido
Comunista, mantinha a nação unida através de políticas
autoritárias e agressivas, desde a censura, à repressão e à
intimidação por parte da polícia política, ao invés de
solucionar as graves crises económicas que a Jugoslávia
atravessava desde o fim da segunda guerra. Parecia que
apenas a morte de Tito traria uma mudança real na
Jugoslávia e no seu funcionamento ou seria a morte de Tito
também a morte da Jugoslávia?
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1º Capítulo- Descrição do texto
Aquando a elaboração do seu livro Balkans Genocides: Holocaust
and Ethnic Cleansing in the Twentieth Century, Paul Mojzes decidiu
seguir a definição de genocídio, de 1948, da Convenção das
Nações Unidas na Prevenção e Castigo do Crime de Genocídio.
Por não a conhecer na sua totalidade e por considerar
pertinente a sua inclusão no trabalho, aqui está, citada da
mesma Convenção, a definição de genocídio:
“Art.II- Entenda-se por genocídio qualquer dos seguintes actos, cometidos com
intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, social ou
religioso, tal como:
- (a) assassinato de membros do grupo;
- (b) dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo;
- (c) submissão intencional do grupo a condições de existência que lhes causem
a destruição física total ou parcial;
12Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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- (d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;
- (e) transferência forçada de menores do grupo para outro grupo”
É partindo desta definição que o autor define quais dos
imensos conflitos existentes no Balcãs durante o século XX
foram, de facto, crimes de genocídio. A conclusão a que
Mojzes chega, como resultado da sua investigação, é que
houve três grandes ondas de genocídio: a primeira ocorreu
durante a I e a II Guerras Balcânicas; a segunda durante a
II Guerra Mundial e, finalmente, a terceira durante as
guerras de desmembramento da Jugoslávia nos anos 90. Outra
curiosa conclusão que pode daqui ser retirada é que tanto o
primeiro como o último crime de genocídio europeu, do
século XX, tiveram lugar nos Balcãs.
As Guerras Balcânicas de 1912-1913: Um Genocídio não
reconhecido (não traduzo como “irreconhecível” porque não
me parece ser a expressão mais correcta nesta
circunstância) – esta onda crimes de genocídio é
considerada pelo autor como múltipla e mútua, ou seja, que
todos os intervenientes foram vítimas e agressores. Os seus
grande participantes foram o Império Otomano e os
recentemente países libertados, Bulgária, Grécia,
Montenegro e Sérvia, que tinham como objectivo levar os
otomanos para fora dos Balcãs. Contudo, pouco foram os
13Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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historiadores que deram atenção à violência horrenda que as
populações civis sofreram, centrando-se sim, no aspecto
militar da mesma. Com o grande objectivo de remover o
exército otomano e as populações (muçulmanos, turcos,
albaneses, eslavos e gregos muçulmanos) dos seus
territórios nativos, de forma a tornarem-nos seus, foram
cometidas atrocidades como mortes, torturas, violações,
deportações, entre outras asquerosidades. Esta primeira
guerra acabou com a intervenção dos grandes poderes com o
Tratado de Londres (1913).
Não satisfeita com as decisões tomadas no Tratado de
Londres relativamente à divisão de territórios, a Bulgária
atacou, nesse mesmo ano, a Grécia e a Sérvia com o
propósito de ocupar territórios que considerava
historicamente seus. Esta guerra não envolveu apenas esta
três forças, visto que também o império Otomano e a Roménia
consideraram ter uma palavra a dizer nesta luta de
conquistas. É importante salientar que esta segunda guerra
foi ainda mais macabra (pareceu me a melhor tradução para
“gruesome”) do que a primeira porque não envolveu apenas
militares. O imperativo era colocar as todas as populações
adversárias ou fora da região de combate ou matá-las e,
neste constante vitória e perda de territórios começou a
ser perceptível que não só os grupos militares organizados
combatiam, também o comum civil combatia o vizinho, se
14Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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necessário (“(…) the worst atrocities were not due to regular soldiers…The
population themselves killed each other.” Pág.4). Para além dos crimes
já acima descritos, também os lugares e objectos sagrados
foram praticamente destruídos, tanto pelos cristãos como
pelos Muçulmanos. Por muitos considerado como a guerra mais
violenta até à data, poucos suspeitaram que uns meses
depois também devido a um homicida dos Balcãs ir-se-ia
despoletar a I grande Guerra Mundial. O que é também de
salientar destas guerras é que para além de serem de
carácter genocida, em nenhuma delas houve um pedido de
desculpas, essa “arma” que tanto pode ser meramente formal
como pode acabar com grandes guerras, nem de um lado nem do
outro.
Genocídios Múltiplos da II Guerra Mundial: 1941-1945 e
Depois – É impossível determinar a quantidade de crimes de
genocídio que os Balcãs foram alvo durante a II Guerra
Mundial, visto que a Jugoslávia estava dividida em 10
partes e em que algumas ou estavam directamente anexadas ou
colonizadas e em que outras eram marionetas dos regimes
fascistas, tanto alemão como italiano. A resistência armada
tornou-se tão profunda nas suas raízes étnicas e
ideológicas que o conflito internacional tornou-se
rapidamente um conflito de clima de guerra civil. Como
sabemos, os judeus tornaram-se o primeiro e principal alvo
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da exterminação, onde, estima-se, que 95% dos judeus nos
Balcãs foram vítimas de genocídio, tendo a maioria
perecido. Também os sérvios em território croata e em
partes das Bósnia foram subjugados a campos de
concentração, com os maiores homicídios em massa naquele
território a decorrem em Jasenovac ( uma espécie de
Auschwitz para os Balcãs). Muitos foram também os crimes
religiosos aqui cometidos com a conversão forçada de muitos
sérvios ortodoxos ao catolicismo. Contudo, os sérvios não
foram apenas vítimas e, apesar dos seus crimes e das suas
vítimas serem em menor número, não é menos verdade que os
seus paramilitares (Cetniks) expressaram verbalmente o
desejo de limpar etnias como os muçulmanos ou os croatas
católicos. Também Tito e a sua guerrilha armada os Partizans
assassinaram muita gente mas não tanto com o objectivo de
limpeza étnica mas sim, primeiramente, aqueles que lutavam
pela queda do regime, estrangeiros ou jugoslavos.
A guerra acaba em Maio de 1945 com a vitória dos Aliados e
com Tito seguramente no controlo. Contudo, as mortes, os
presos políticos, as torturas não pararam. Nos três anos
seguintes à guerra, o governo de Tito massacrou todos os
que se lhe opunham, massacrando-os e assassinando-os. Foi o
que fez com todos os alemães que estavam no território
jugoslavo após a II Guerra Mundial, os que não conseguiram
fugir, foram enviados para campos de concentração,
16Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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torturados, mortos, famintos e sem água, destinados a
trabalharem até morrer.
Ao contrário das duas primeiras guerras, desta vez, um
número muito largo de inquéritos foi levado a cabo por
crimes de guerra e por crimes contra a humanidade, contudo,
muitos destes foram apenas “(…)show trials (…)” (pág.7).
O autor defende ser importante deixar esta mensagem: O
legado não resolvido da II Guerra Mundial, a perseguição à
religião e a falta de direitos humanos no regime comunista
de Tito resultaram nas guerras e na 3ª e última grande onda
de genocídios.
Genocídios durante as Guerras do Desmembramento da
Jugoslávia dos anos 90- Uma década após a morte de Tito
(1980), todo sistema comunista soviético colapsou e se
parecia que a Jugoslávia iria ter a mais fácil das
transições para o pós-comunismo, os líderes políticos que
emergiram só agravaram os problemas. Resultado: uma década
de sangue e mortos, pautada por cinco guerras diferentes.
São elas:
1. Guerra na Eslovénia, Junho de 1991 – com carácter não-
genocida, durante apenas duas semanas mas que levou à
secessão e consequente independência da Eslovénia;
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2. Guerra na Croácia, 1991- 1995/1998 – após a
independência da Croácia, os sérvios da região
começaram uma guerra civil com o apoio do exército
jugoslavo. Intensa limpeza étnica, praticamente total,
dos sérvios na região. Termina após a entrada das
Nações Unidas;
3. Guerra na Bósnia-Herzegovina, 1991-1995- Guerra entre
sérvios, croatas e bósnios muçulmanos, com constantes
mudanças de alianças, considerada a mais sangrenta e
suja de todas, com a participação de mercenários e de
voluntários estrangeiros dos três lados. 100 mil
mortos e mais de 4 milhões de exilados. Com muitos dos
crimes a serem cometidos em nome da religião como os
homicídios, as torturas, as violações, a destruição de
monumentos e objectos sagrados, os bósnios muçulmanos
foram dos três, o povo que mais sofreu, por ser também
o menos preparado. Escusado será dizer, que nenhuma
destas etnias religiosas admite ser a culpada dos
crimes tendo agindo em legítima defesa,
responsabilizando sempre as outras duas envolvidas.
4. Guerra no Kosovo, 1999- Foi nesta região sérvia que as
guerras, que levaram ao fim da Jugoslávia, começaram,
com níveis de intensidade baixos entre os sérvios
ortodoxos do Kosovo (a minoria) e os Albaneses
muçulmanos (a maioria),ainda nos anos 80. Esta torna-
se um guerra a todo gás em 1999 com o ataque da forças18
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aéreas da NATO sobre a Sérvia, ataques esses que
culminam com a rendição do Presidente sérvio
Milosevic, levando à secessão do Kosovo e à sua
independência final, em 2006.
5. Guerra de baixa intensidade na Macedónia, 2001/2002-
Acontece quando os albaneses do Kosovo e da Macedónia
tentaram uma insurreição contra o sistema da República
da Macedónia em 2001, o que levou à expulsão e à morte
de alguma população. Contudo, não teve carácter de
genocídio, devido ao diálogo internacional e inter-
religioso que teve lugar naquele país. O autor
considera importante salientar esta guerra por isso
mesmo, por ser um exemplo de como o diálogo pode ser
profícuo a fim de evitar conflitos armados.
19Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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2º Capítulo- Análise crítica ao
texto e ao tema
Antes de começar, considero fundamental referir os factores
que o autor Paul Mojzes apresenta, já no final do artigo,
como os que levaram aos genocídios e à limpeza étnica nos
Balcãs:
A explosão de sentimentos de frustração, derivados de
longos séculos de ocupação por vizinhos imperiais, deixando
um sentimento continuado de desejo de vingança;
Ascensão tardia do nacionalismo emanado da Europa
Ocidental;
Surto de massacres, crimes de guerra e crimes contra a
humanidade, nunca ,e em dimensão tão elevada,
experimentados nem vividos por ninguém (até metade do
século XX)
20Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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Até à criação das duas Jugoslávias sucessivas (1919-
1941 e 1945-1990), a liderança política nunca
conseguiu resolver a questão nacional ao nível da
multinacionalidade e das multi-religiões, presentes em
cada estado;
Manipulação dos sentimentos etno-religiosos por
políticas rivais e elites religiosas (Milosevic,
Tudjman, Izetbegovic), condenando a transição do
socialismo de Tito para o pós socialismo;
Cumplicidade ,neste processo destrutivo, de
estudiosos, da imprensa e dos media, das forças
armadas, dos serviços de inteligência nacionais e dos
criminosos de guerra levou a um apoio popular nas
guerras dos anos 90;
Olhando para estes factores, que resposta poderá ser dada à
pergunta que é parte integrante do título deste artigo:
Poderá acontecer outra vez? Apesar de compreender a
resposta do autor, que assume que não é futurologista nem
profeta e que, por essa ordem de ideias, não sabe dar uma21
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resposta concreta, oponho-me a ela, arriscando uma
resposta: um sim, que esta é um possibilidade para os
Balcãs, uma possibilidade bem viva e que ao mínimo deslize
por parte de um dos países envolvidos tudo isto pode ser,
novamente, despoletado. Digo isto, porque considero que os
sentimentos ultra-nacionalistas, anti diversidade de
culturas e de religiões, xenófobos, racistas e homofóbicos
estão todos presentes ainda, em grande parte da população
Balcânica.
Ora vejamos, a actual divisão da Jugoslávia em sete países
independentes criou aglomerados bastantes consideráveis de
cidadãos descontentes, devido ao estado em que foram
colocados a viver e que, em grande parte, preferiam viver
nos estados adjacentes, cuja população seria aquela com
quem partilhariam as suas raízes étnicas. Pego nas palavras
do autor que diz que muitos sérvios residentes na Bósnia
preferiam, como lhes é legítimo, viver no seu país; assim
como croatas herzegóvinos, ou os sérvios a viver no Kosovo,
ou os albaneses a residir na Sérvia, entre muitos outros,
todos eles, em princípio, gostariam de viver no seu país de
origem. O perigo não é o facto de haver população a viver
em países que não são o seu de origem (vejamos o caso dos
EUA ou da União Europeia em que isso acontece, com muito
menos sobressalto), pois a isso chama-se
emigração/imigração, o real problema é que estes factos
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podem conduzir a uma manipulação política pelos extremistas
nacionais, basta observar o recente reforço dos partidos
nacionalistas, alguns até pró-fascistas com o lema directo
ou indirecto “Chega de imigrantes!”, em eleições
autárquicas ou europeias, em países historicamente
democráticos (França, Bélgica, Dinamarca, Portugal, etc..).
E isto é um perigo real para este tipo de países (leia-se,
Balcãs) que para além das fronteiras serem historicamente
muito dúbias, são países onde há uma grande percentagem de
população não originária, ou seja, estrangeira. Ora vejamos
estes dados que me parecem ser muito esclarecedores do que
estou a tentar mostrar:
“SLOVENIA • Slovenia is the most homogenous of the
republics, with a population that is 88% Slovene. Other
groups represented are Croat 3%, Serb 2%, Bosniak 1% and
approx. 6% other groups. (1991) • The primary religious
affiliation is Roman Catholic at 70.8% of the population.
CROATIA • Croatia has a population that reflects a
majority of 78.1% ethnic Croats. The largest minority is
the 12.2% Serb population. Bosniaks, Hungarians, Slovenes,
Czechs, Albanians and other groups make up a small portion
of the population. (1991) • The religious affiliations are
divided roughly along the same ethnic lines, with 76.5%
Roman Catholic, 11.1% Orthodox and 1.2% Muslim.
23Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
BOSNIA AND HERZEGOVINA • Bosnia and Herzegovina has the
most diverse population. The population reflects three
major ethnic groups: 48% Bosniak, 37.1% Serb and 14.3%
Croat. (2000) • 40% Muslim, 31% Orthodox, 15% Roman
Catholic, 4% Protestant and 10% other religions and
atheists.
SERBIA AND MONTENEGRO • The federal republic as a whole is
62.6% Serb, 16.5% Albanian and 5% Montenegrin, however the
individual republics and provinces have popula- tions
within their borders that reflect their own ethnic
majorities: Serbia is mainly Serb, Montenegro is strongly
Montenegrin. Within Serbia, the province of Kosovo is
almost exclusively ethnic Albanian and Vojvodina is a very
diverse region made up of Serbs, Hungarians, Yugoslavs, and
many other groups. (1991) • Orthodox Christianity is
practiced by 65% of the population. Muslims (19%), Roman
Catholics (4%) and Protestants (1%) also practice.
MACEDONIA • Macedonia is mainly ethnic Macedonian (66%),
but there is a large ethnic Albanian (22.7%) minority.
(1994) • 67% of the population practices Macedonian
Orthodox Christianity, and 30% are Muslim. “
(Source: CIA World Factbook; dates indicate most recent
census data and mainly reflects pre-war status)
24Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Contudo, e apesar de pensar que ainda há uma grande
probabilidade do ressurgimento de guerras, também considero
que este é um problema que tem uma grande probabilidade de
ser muitíssimo bem combatido, por 3 grandes razões:
Um passado histórico muito semelhante e que deveria
significar e ser abordado mais vezes quando se fala
desta temática, porque a verdade é que esta distinção
entre grupos étnicos é relativamente moderna, visto
que a maioria da população da região é eslava,
descendentes dos eslavos do sul que migraram para a
região nos séculos VI e VII. Foi com o passar dos anos
que os diferentes grupos começaram a desenvolver
diferenças ao nível da cultura, da religião e da
língua. Considero importante observar que talvez haja
mais características que unem os povos dos Balcãs do
que as que os separam;
Um passado que mostra que a guerra não resolve os
problemas, estando a democracia a caminhar em frente
nesta região, liderados pela Eslovénia e Croácia,
membros da EU, e que muitos vêem como o exemplo a
seguir. (É importante aqui referir que o autor defende
que este também pode ser um problema, por não resolver
25Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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os problemas das minorias étnicas que possuem taxas de
crescimento da população menores);
Imposição de condições legais para participar na NATO
e na União Europeia, pode obrigar a que as elites
políticas tenham de se conter nas rivalidades étnicas.
Se a NATO e a União Europeia (sempre com a ajuda
militar dos EUA) mantiverem a sua presença, poderemos
vir a assistir a uma integração gradual efectiva na
comunidade Europeia, onde também os países já
pertencentes poderiam ser influenciados e tocados pela
criatividade, pelas capacidades, pelas maravilhas dos
Balcãs, deixando esta região de ser o patinho feio da
Europa, para poder passar a ser um local de
hospitalidade e amizade.
Conclusão
26Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
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Em jeito de conclusão, irei tocar nos pontos que considero
mais importantes a reter neste trabalho:
A Península montanhosa dos Balcãs é palco de guerras entre
povos desde a Antiguidade;
Houve três grandes ondas de genocídios na região Balcânica:
• -As Guerras Balcânicas de 1912-1913: Um Genocídio não
reconhecido
• - Genocídios Múltiplos da II Guerra Mundial: 1941-1945 e
Depois
• - Genocídios durante as Guerras do Desmembramento da
Jugoslávia dos anos 90, período dividido em cinco
guerras diferentes;
Os grandes factores que levaram a este tipo de
acontecimentos:
• Ascensão tardia do nacionalismo;
• Surto de massacres, crimes de guerra e crimes contra a
humanidade, nunca ,e em dimensão tão elevada,
experimentados nem vividos por ninguém;
• Até à criação das duas Jugoslávias sucessivas (1919-1941
e 1945-1990), a liderança política nunca conseguiu
resolver a questão nacional ao nível da
multinacionalidade e das multi-religiões;
27Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
• Manipulação dos sentimentos etno-religiosos por
políticas rivais e elites religiosas;
• Apoio popular nas guerras dos anos 90
Em termos pessoais, considero haver ainda uma grande
probabilidade do ressurgimentos de guerras nas regiões
balcânicas, por ainda serem muito vivos os sentimentos
ultra-nacionalistas, anti diversidade de culturas e de
religiões, xenófobos, racistas e homofóbicos. Contudo, como
também referi, é possível combater esse tipo de sentimentos
e impedir que estas guerras voltem a acontecer. Para isso
considero fundamentais, estes três parâmetros de análise:
• Um passado histórico muito semelhante entre países da
Região dos Balcãs;
• Um passado que mostra que a guerra não resolve os
problemas;
• Imposição de condições legais para participar na NATO
e na União Europeia
28Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
Bibliografia
• http://www.cicerofoundation.org/lectures/
Paul_Mojzes_Ethnic_Cleansing_In_The_Balkans.pdf ;
• http://www.unc.edu/depts/europe/teachingresources/
balkan-crisis.pdf ;
29Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira
Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa
• http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/
entre_imperios.html ;
• http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/
bibliotecavirtual/instrumentos/genocidio.htm ;
• http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/
a_breve_iugoslavia.html ;
• http://journal.jesdialogue.org/fileadmin/content/
Mojzes_CV.Sept._2011.pdf ;
• Diana Johnstone, “Cruzada de Cegos”, publicado pela primeira
vez em 2002 pela Pluto Press, tradução de António
Pescada, Editorial Caminho, Lisboa, 2005.
30Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira