limpeza étnica nos balcãs

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Ano lectivo: 2013/2014 2ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa Limpeza étnica nos Balcãs Análise crítica ao artigo “Etnic Cleansing in the Balkans- Why did it happen and could it happen again?”,(2013) de Paul Mojzes, por Cicero Foundation Great Debate Paper 1 Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032 Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Limpeza étnica nos Balcãs

Análise crítica ao artigo “Etnic

Cleansing in the Balkans- Why

did it happen and could it

happen again?”,(2013) de Paul Mojzes, por

Cicero Foundation Great Debate Paper

1Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Índice

2Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

1. Introdução- Origem e enquadramento do

texto (pp.3-7)

2. 1º capítulo- Descrição do texto (pp.

8-12)

3. 2º capítulo- Análise crítica ao

texto e ao tema (pp.13-16)

4. 3º capítulo- Conclusão (pp.17-18)

5. Bibliografia (página 19)

3Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Introdução

Foi-me colocada a opção de escolher, para a realização

deste trabalho, uma temática ou problema que envolvesse os

conteúdos da disciplina de História das Relações

Internacionais, disciplina esta que gira em torno dos

acontecimentos que datam desde o fim da segunda guerra

mundial até ao atentado ocorrido contra os Estados Unidos

da América, a 11 de Setembro de 2001. Sem dúvida que são

milhares de acontecimentos históricos com um relevo

político, social e económico mas fiquei imediatamente com

curiosidade de conhecer melhor toda a história, ou pelo

menos parte dela, relativa aos povos “irmãos” situados na

região dos Balcãs, região esta que sempre ouvi falar pelos

conflitos étnicos e militares aí existentes, seja ao nível

do desporto, religião ou política.

4Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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Tal como é visível na capa deste trabalho, o artigo que me

foi atribuído para elaborar uma análise crítica prende-se

com a temática da limpeza étnica no Balcãs, as suas causas

e se esta se poderá voltar a repetir num futuro próximo.

Considero, portanto, antes de qualquer enquadramento

histórico ou social, pertinente fazer um pequena biografia

do autor do artigo e falar um pouco sobre a fundação que o

publicou.

Desta forma:

Paul Mojzes, nascido a 10 de Novembro de 1936, em Osijek,

Croácia (antiga Jugoslávia) é um conceituadíssimo professor

e autor sobre as temáticas que abordam os países da Europa

do Leste Europeu. Naturalizado cidadão dos Estados Unidos

da América em 1965, é um profundo conhecedor das temáticas

religiosas, tendo um Ph.D em História da Igreja (na sua

grande maioria da Europa de Leste) e um mestrado em

Religião, atribuído pelo Florida Southern College. Devido ao seu

passado jugoslavo é fluente em 4 línguas (Inglês, Servo-

Croata, Alemão e Russo) e tem algum conhecimento noutras 4

(Húngaro, Esloveno, Macedónio e Búlgaro).

Apesar das inúmeras participações como co-editor ou mesmo

apenas como parte contribuinte em capítulos, Mojzes tem um

conjunto bibliográfico assinalável, composto por:

“Christian-Marxist Dialogue in Eastern Europe” (1981);

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“Church and State in Postwar Eastern Europe” (1987);

“Religious Liberty in Eastern Europe and the USSR: Before and After the Great

Transformation” (1992);

“Yugoslavian Inferno: Ethnoreligious Warfare in the Balkans” (1994);

“The Study of Religion in an Age of Global Dialogue” (2000);

“Balkan Genocides: Holocaust and Ethnic Cleansing in the Twentieth Century”

(2011)

Findada esta pequena biografia sobre o autor, resta-me

agora fazer uma pequena referência à fundação que apoiou e

publicou a elaboração do artigo “Ethnic Cleansing in the Balkans-

why did it happen and could it happen again?”, a Cicero Foundation

Great Debate Paper, uma fundação pró-europeia e pró-

Atlântico sem fins lucrativos que produz investigação sobre

variadíssimos temas, desde político social e estratégica,

passando pela economia, tecnologia, cultura, entre outros.

Tem as suas sedes nas cidades de Paris e de Maastricht e

possui um programa escolar especial com estas mesmas

cidades, atribuindo bolsas aos melhores jovens

investigadores de forma a que estes participem nas

conferências da Fundação.

Funciona regularmente com a publicação de artigos como o

que neste trabalho é analisado (Great Debate Papers),

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mantendo-se activa através de doações de indivíduos,

rejeitando qualquer tipo de donativos de governos, lobbies

empresariais e organizações internacionais, de forma a

manter a sua independência.

Após apresentar, muito brevemente, a fundação responsável

pelo artigo que aqui vou analisar, parto para o trabalho

propriamente dito, onde começarei por fazer um

enquadramento histórico da temática aqui abordada: de uma

forma muito geral: os Balcãs.

Não se pode negar: a Península montanhosa dos Balcãs é

palco de guerras entre povos desde a Antiguidade. Mas

porquê? A primeira união dos povos bálticos remonta às

conquistas romanas, o que provocou grandes transformações

geográficas e culturais na região. Típico do império

romano, esta região foi alvo de imensas obras rodoviárias

com a construção de estradas e pontes e, consecutivamente

de cidades, o que intensificou a circulação de mercadorias,

homens e , mais importante, de ideias e ideais. Como é do

conhecimento geral em 330, o imperador Constantino fundava

a segunda Roma, Constantinopla (antiga cidade de Bizâncio),

uma orientação imperial que levou mais importância militar

e política para a região dos Balcãs, região esta que

funcionaria agora como uma ponte entre Roma e

Constantinopla. Desta forma, do ponto de vista cultural e7

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religioso, estes dois centro de poder competiam entre si

pela evangelização dos povos bárbaros, o que pouco a pouco,

formou uma divisão clara na Europa: de um lado, o mundo

ortodoxo, do outro, o mundo católico. E é deste forma que

se começa a falar de uma zona circundante aos Balcãs de

constante tensão. Contudo, esta tensão era também interior,

sendo que três dos povos do Império Bizantino constituíam

uma verdadeira ameaça: os búlgaros, os sérvios e os turcos.

Após o século VI, tribos eslavas, leia-se servos e croatas,

atravessaram o Danúbio rumo aos territórios balcânicos do

império, levando desta forma a que grande parte do mesmo se

eslavizasse.

Após a queda de Constantinopla em 1453, os Balcãs, apesar

de divididos entre Estados gregos, latinos e eslavos,

recuperaram a paz, ignorando a multiculturalidade étnica e

religiosa, por esta significar um risco para a

universalidade imperial e eclesiástica. Neste momento,

apenas duas comunidades religiosas foram reconhecidas: os

muçulmanos sunitas e os cristãos ortodoxos.

O enfraquecimento do estado que conduziu a derrotas

militares obrigaram a que o chefe de estado de Istambul

abrisse o império à economia ocidental, que trouxe também

consigo a introdução de ideias revolucionárias e aspirações

nacionais que contribuíram para a destabilização no

interior do império otomano. Em 1877, já a grande maioria

8Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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dos povos balcânicos se tinha tornado independente e

autónomo (Sérvia, 1815; Bósnia-Herzegovina, 1875 são

exemplos).

Após o grande apoio dado pela Rússia na luta contra os

turcos, ao lado da Sérvia e do Montenegro, esta tornou-se a

“mãe” dos Balcãs. E, como na grande maioria dos mais

importantes acontecimentos geopolíticos, sempre que a

Rússia entra em cena é confrontada pela Europa Ocidental,

mais concretamente a Alemanha. Com o tratado de Berlim

(1878), dirigido por Bismarck, os Balcãs sofreram mais um

duro revés na tentativa de se tornarem estados

independentes, com a Macedónia a integrar o império Otomano

e a Bósnia- Herzegovina o império Austro- Húngaro. E assim

entram os Balcãs divididos no século XX, século que como

veremos mais à frente foi bem mais violento e aterrorizador

que os anteriores, onde os ancestrais conflitos étnicos e

religiosos voltaram à tona.

Após a 1ª Guerra Mundial, os impérios Otomano e Austro-

Húngaro colapsaram o que, consequentemente, levou à criação

de imensas nações. A 1 de Dezembro de 1918, o Reino dos

Sérvios, Croatas e Eslovenos anunciaram a sua existência

sob a formação de uma monarquia. Contudo, muitos foram os

problemas, tanto na forma de governo (se os sérvios

preferiam um sistema mais centrado em Belgrado, croatas,

eslovenos e bósnios preferiam um governo mais do tipo

9Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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federal) como nas consequências da I Guerra ( depressão

económica, agrícola e social que levou alguns elementos

mais extremistas a usarem a intimidação e, até mesmo, o

assassinato alguns casos). De forma a combater esta crise,

o rei Alexandre I tentou controlar e estabilizar a situação

com a primeira criação da Jugoslávia (“Eslávia do Sul”) em

Janeiro de 1929. Contudo, em 1934, o rei é assassinado e a

violência e instabilidade agravam-se ainda mais.

Com a explosão, em 1939, da II Guerra Mundial, o caos

instalou-se na Jugoslávia, tanto pelo conflito

internacional que estava a decorrer como também com a

implosão de guerras civis nos territórios balcânicos. A

guerra civil na Jugoslávia é difícil de descrever visto que

uns lutavam contra a ocupação germânica, outros eram seus

aliados, uns lutavam por trazer o antigo regime, enquanto

outros lutavam pela imposição de um novo tipo de governo.

Finalmente, um grupo de resistentes liderados por Josip

Broz, que se auto denominou de Tito, de seu nome Partizans,

prevaleceu ao ajudar a derrotar os alemães e estabelecendo

o controlo sobre os outros movimentos que procuravam o

controlo da Jugoslávia.

Esta nova Jugoslávia, de índole comunista, era uma

federação de seis repúblicas: Sérvia, Croácia, Eslovénia,

Montenegro, Macedónia e Bósnia Herzegovina; e duas regiões

autónomas (ambas em território sérvio): Kosovo e Voivodina.

10Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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Durante a década de 50 e de 60, a Jugoslávia parecia ter

encontrado o seu caminho de independência e autonomia, não

necessitando mais de ajudas externas para se manter

politicamente coesa. Contudo, isto não passou de uma

fachada, visto que Tito, com plano de fundo o Partido

Comunista, mantinha a nação unida através de políticas

autoritárias e agressivas, desde a censura, à repressão e à

intimidação por parte da polícia política, ao invés de

solucionar as graves crises económicas que a Jugoslávia

atravessava desde o fim da segunda guerra. Parecia que

apenas a morte de Tito traria uma mudança real na

Jugoslávia e no seu funcionamento ou seria a morte de Tito

também a morte da Jugoslávia?

11Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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1º Capítulo- Descrição do texto

Aquando a elaboração do seu livro Balkans Genocides: Holocaust

and Ethnic Cleansing in the Twentieth Century, Paul Mojzes decidiu

seguir a definição de genocídio, de 1948, da Convenção das

Nações Unidas na Prevenção e Castigo do Crime de Genocídio.

Por não a conhecer na sua totalidade e por considerar

pertinente a sua inclusão no trabalho, aqui está, citada da

mesma Convenção, a definição de genocídio:

“Art.II- Entenda-se por genocídio qualquer dos seguintes actos, cometidos com

intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, social ou

religioso, tal como:

- (a) assassinato de membros do grupo;

- (b) dano grave à integridade física ou mental de membros do grupo;

- (c) submissão intencional do grupo a condições de existência que lhes causem

a destruição física total ou parcial;

12Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

- (d) medidas destinadas a impedir os nascimentos no seio do grupo;

- (e) transferência forçada de menores do grupo para outro grupo”

É partindo desta definição que o autor define quais dos

imensos conflitos existentes no Balcãs durante o século XX

foram, de facto, crimes de genocídio. A conclusão a que

Mojzes chega, como resultado da sua investigação, é que

houve três grandes ondas de genocídio: a primeira ocorreu

durante a I e a II Guerras Balcânicas; a segunda durante a

II Guerra Mundial e, finalmente, a terceira durante as

guerras de desmembramento da Jugoslávia nos anos 90. Outra

curiosa conclusão que pode daqui ser retirada é que tanto o

primeiro como o último crime de genocídio europeu, do

século XX, tiveram lugar nos Balcãs.

As Guerras Balcânicas de 1912-1913: Um Genocídio não

reconhecido (não traduzo como “irreconhecível” porque não

me parece ser a expressão mais correcta nesta

circunstância) – esta onda crimes de genocídio é

considerada pelo autor como múltipla e mútua, ou seja, que

todos os intervenientes foram vítimas e agressores. Os seus

grande participantes foram o Império Otomano e os

recentemente países libertados, Bulgária, Grécia,

Montenegro e Sérvia, que tinham como objectivo levar os

otomanos para fora dos Balcãs. Contudo, pouco foram os

13Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

historiadores que deram atenção à violência horrenda que as

populações civis sofreram, centrando-se sim, no aspecto

militar da mesma. Com o grande objectivo de remover o

exército otomano e as populações (muçulmanos, turcos,

albaneses, eslavos e gregos muçulmanos) dos seus

territórios nativos, de forma a tornarem-nos seus, foram

cometidas atrocidades como mortes, torturas, violações,

deportações, entre outras asquerosidades. Esta primeira

guerra acabou com a intervenção dos grandes poderes com o

Tratado de Londres (1913).

Não satisfeita com as decisões tomadas no Tratado de

Londres relativamente à divisão de territórios, a Bulgária

atacou, nesse mesmo ano, a Grécia e a Sérvia com o

propósito de ocupar territórios que considerava

historicamente seus. Esta guerra não envolveu apenas esta

três forças, visto que também o império Otomano e a Roménia

consideraram ter uma palavra a dizer nesta luta de

conquistas. É importante salientar que esta segunda guerra

foi ainda mais macabra (pareceu me a melhor tradução para

“gruesome”) do que a primeira porque não envolveu apenas

militares. O imperativo era colocar as todas as populações

adversárias ou fora da região de combate ou matá-las e,

neste constante vitória e perda de territórios começou a

ser perceptível que não só os grupos militares organizados

combatiam, também o comum civil combatia o vizinho, se

14Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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necessário (“(…) the worst atrocities were not due to regular soldiers…The

population themselves killed each other.” Pág.4). Para além dos crimes

já acima descritos, também os lugares e objectos sagrados

foram praticamente destruídos, tanto pelos cristãos como

pelos Muçulmanos. Por muitos considerado como a guerra mais

violenta até à data, poucos suspeitaram que uns meses

depois também devido a um homicida dos Balcãs ir-se-ia

despoletar a I grande Guerra Mundial. O que é também de

salientar destas guerras é que para além de serem de

carácter genocida, em nenhuma delas houve um pedido de

desculpas, essa “arma” que tanto pode ser meramente formal

como pode acabar com grandes guerras, nem de um lado nem do

outro.

Genocídios Múltiplos da II Guerra Mundial: 1941-1945 e

Depois – É impossível determinar a quantidade de crimes de

genocídio que os Balcãs foram alvo durante a II Guerra

Mundial, visto que a Jugoslávia estava dividida em 10

partes e em que algumas ou estavam directamente anexadas ou

colonizadas e em que outras eram marionetas dos regimes

fascistas, tanto alemão como italiano. A resistência armada

tornou-se tão profunda nas suas raízes étnicas e

ideológicas que o conflito internacional tornou-se

rapidamente um conflito de clima de guerra civil. Como

sabemos, os judeus tornaram-se o primeiro e principal alvo

15Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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da exterminação, onde, estima-se, que 95% dos judeus nos

Balcãs foram vítimas de genocídio, tendo a maioria

perecido. Também os sérvios em território croata e em

partes das Bósnia foram subjugados a campos de

concentração, com os maiores homicídios em massa naquele

território a decorrem em Jasenovac ( uma espécie de

Auschwitz para os Balcãs). Muitos foram também os crimes

religiosos aqui cometidos com a conversão forçada de muitos

sérvios ortodoxos ao catolicismo. Contudo, os sérvios não

foram apenas vítimas e, apesar dos seus crimes e das suas

vítimas serem em menor número, não é menos verdade que os

seus paramilitares (Cetniks) expressaram verbalmente o

desejo de limpar etnias como os muçulmanos ou os croatas

católicos. Também Tito e a sua guerrilha armada os Partizans

assassinaram muita gente mas não tanto com o objectivo de

limpeza étnica mas sim, primeiramente, aqueles que lutavam

pela queda do regime, estrangeiros ou jugoslavos.

A guerra acaba em Maio de 1945 com a vitória dos Aliados e

com Tito seguramente no controlo. Contudo, as mortes, os

presos políticos, as torturas não pararam. Nos três anos

seguintes à guerra, o governo de Tito massacrou todos os

que se lhe opunham, massacrando-os e assassinando-os. Foi o

que fez com todos os alemães que estavam no território

jugoslavo após a II Guerra Mundial, os que não conseguiram

fugir, foram enviados para campos de concentração,

16Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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torturados, mortos, famintos e sem água, destinados a

trabalharem até morrer.

Ao contrário das duas primeiras guerras, desta vez, um

número muito largo de inquéritos foi levado a cabo por

crimes de guerra e por crimes contra a humanidade, contudo,

muitos destes foram apenas “(…)show trials (…)” (pág.7).

O autor defende ser importante deixar esta mensagem: O

legado não resolvido da II Guerra Mundial, a perseguição à

religião e a falta de direitos humanos no regime comunista

de Tito resultaram nas guerras e na 3ª e última grande onda

de genocídios.

Genocídios durante as Guerras do Desmembramento da

Jugoslávia dos anos 90- Uma década após a morte de Tito

(1980), todo sistema comunista soviético colapsou e se

parecia que a Jugoslávia iria ter a mais fácil das

transições para o pós-comunismo, os líderes políticos que

emergiram só agravaram os problemas. Resultado: uma década

de sangue e mortos, pautada por cinco guerras diferentes.

São elas:

1. Guerra na Eslovénia, Junho de 1991 – com carácter não-

genocida, durante apenas duas semanas mas que levou à

secessão e consequente independência da Eslovénia;

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2. Guerra na Croácia, 1991- 1995/1998 – após a

independência da Croácia, os sérvios da região

começaram uma guerra civil com o apoio do exército

jugoslavo. Intensa limpeza étnica, praticamente total,

dos sérvios na região. Termina após a entrada das

Nações Unidas;

3. Guerra na Bósnia-Herzegovina, 1991-1995- Guerra entre

sérvios, croatas e bósnios muçulmanos, com constantes

mudanças de alianças, considerada a mais sangrenta e

suja de todas, com a participação de mercenários e de

voluntários estrangeiros dos três lados. 100 mil

mortos e mais de 4 milhões de exilados. Com muitos dos

crimes a serem cometidos em nome da religião como os

homicídios, as torturas, as violações, a destruição de

monumentos e objectos sagrados, os bósnios muçulmanos

foram dos três, o povo que mais sofreu, por ser também

o menos preparado. Escusado será dizer, que nenhuma

destas etnias religiosas admite ser a culpada dos

crimes tendo agindo em legítima defesa,

responsabilizando sempre as outras duas envolvidas.

4. Guerra no Kosovo, 1999- Foi nesta região sérvia que as

guerras, que levaram ao fim da Jugoslávia, começaram,

com níveis de intensidade baixos entre os sérvios

ortodoxos do Kosovo (a minoria) e os Albaneses

muçulmanos (a maioria),ainda nos anos 80. Esta torna-

se um guerra a todo gás em 1999 com o ataque da forças18

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aéreas da NATO sobre a Sérvia, ataques esses que

culminam com a rendição do Presidente sérvio

Milosevic, levando à secessão do Kosovo e à sua

independência final, em 2006.

5. Guerra de baixa intensidade na Macedónia, 2001/2002-

Acontece quando os albaneses do Kosovo e da Macedónia

tentaram uma insurreição contra o sistema da República

da Macedónia em 2001, o que levou à expulsão e à morte

de alguma população. Contudo, não teve carácter de

genocídio, devido ao diálogo internacional e inter-

religioso que teve lugar naquele país. O autor

considera importante salientar esta guerra por isso

mesmo, por ser um exemplo de como o diálogo pode ser

profícuo a fim de evitar conflitos armados.

19Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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2º Capítulo- Análise crítica ao

texto e ao tema

Antes de começar, considero fundamental referir os factores

que o autor Paul Mojzes apresenta, já no final do artigo,

como os que levaram aos genocídios e à limpeza étnica nos

Balcãs:

A explosão de sentimentos de frustração, derivados de

longos séculos de ocupação por vizinhos imperiais, deixando

um sentimento continuado de desejo de vingança;

Ascensão tardia do nacionalismo emanado da Europa

Ocidental;

Surto de massacres, crimes de guerra e crimes contra a

humanidade, nunca ,e em dimensão tão elevada,

experimentados nem vividos por ninguém (até metade do

século XX)

20Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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Até à criação das duas Jugoslávias sucessivas (1919-

1941 e 1945-1990), a liderança política nunca

conseguiu resolver a questão nacional ao nível da

multinacionalidade e das multi-religiões, presentes em

cada estado;

Manipulação dos sentimentos etno-religiosos por

políticas rivais e elites religiosas (Milosevic,

Tudjman, Izetbegovic), condenando a transição do

socialismo de Tito para o pós socialismo;

Cumplicidade ,neste processo destrutivo, de

estudiosos, da imprensa e dos media, das forças

armadas, dos serviços de inteligência nacionais e dos

criminosos de guerra levou a um apoio popular nas

guerras dos anos 90;

Olhando para estes factores, que resposta poderá ser dada à

pergunta que é parte integrante do título deste artigo:

Poderá acontecer outra vez? Apesar de compreender a

resposta do autor, que assume que não é futurologista nem

profeta e que, por essa ordem de ideias, não sabe dar uma21

Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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resposta concreta, oponho-me a ela, arriscando uma

resposta: um sim, que esta é um possibilidade para os

Balcãs, uma possibilidade bem viva e que ao mínimo deslize

por parte de um dos países envolvidos tudo isto pode ser,

novamente, despoletado. Digo isto, porque considero que os

sentimentos ultra-nacionalistas, anti diversidade de

culturas e de religiões, xenófobos, racistas e homofóbicos

estão todos presentes ainda, em grande parte da população

Balcânica.

Ora vejamos, a actual divisão da Jugoslávia em sete países

independentes criou aglomerados bastantes consideráveis de

cidadãos descontentes, devido ao estado em que foram

colocados a viver e que, em grande parte, preferiam viver

nos estados adjacentes, cuja população seria aquela com

quem partilhariam as suas raízes étnicas. Pego nas palavras

do autor que diz que muitos sérvios residentes na Bósnia

preferiam, como lhes é legítimo, viver no seu país; assim

como croatas herzegóvinos, ou os sérvios a viver no Kosovo,

ou os albaneses a residir na Sérvia, entre muitos outros,

todos eles, em princípio, gostariam de viver no seu país de

origem. O perigo não é o facto de haver população a viver

em países que não são o seu de origem (vejamos o caso dos

EUA ou da União Europeia em que isso acontece, com muito

menos sobressalto), pois a isso chama-se

emigração/imigração, o real problema é que estes factos

22Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

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podem conduzir a uma manipulação política pelos extremistas

nacionais, basta observar o recente reforço dos partidos

nacionalistas, alguns até pró-fascistas com o lema directo

ou indirecto “Chega de imigrantes!”, em eleições

autárquicas ou europeias, em países historicamente

democráticos (França, Bélgica, Dinamarca, Portugal, etc..).

E isto é um perigo real para este tipo de países (leia-se,

Balcãs) que para além das fronteiras serem historicamente

muito dúbias, são países onde há uma grande percentagem de

população não originária, ou seja, estrangeira. Ora vejamos

estes dados que me parecem ser muito esclarecedores do que

estou a tentar mostrar:

“SLOVENIA • Slovenia is the most homogenous of the

republics, with a population that is 88% Slovene. Other

groups represented are Croat 3%, Serb 2%, Bosniak 1% and

approx. 6% other groups. (1991) • The primary religious

affiliation is Roman Catholic at 70.8% of the population.

CROATIA • Croatia has a population that reflects a

majority of 78.1% ethnic Croats. The largest minority is

the 12.2% Serb population. Bosniaks, Hungarians, Slovenes,

Czechs, Albanians and other groups make up a small portion

of the population. (1991) • The religious affiliations are

divided roughly along the same ethnic lines, with 76.5%

Roman Catholic, 11.1% Orthodox and 1.2% Muslim.

23Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

BOSNIA AND HERZEGOVINA • Bosnia and Herzegovina has the

most diverse population. The population reflects three

major ethnic groups: 48% Bosniak, 37.1% Serb and 14.3%

Croat. (2000) • 40% Muslim, 31% Orthodox, 15% Roman

Catholic, 4% Protestant and 10% other religions and

atheists.

SERBIA AND MONTENEGRO • The federal republic as a whole is

62.6% Serb, 16.5% Albanian and 5% Montenegrin, however the

individual republics and provinces have popula- tions

within their borders that reflect their own ethnic

majorities: Serbia is mainly Serb, Montenegro is strongly

Montenegrin. Within Serbia, the province of Kosovo is

almost exclusively ethnic Albanian and Vojvodina is a very

diverse region made up of Serbs, Hungarians, Yugoslavs, and

many other groups. (1991) • Orthodox Christianity is

practiced by 65% of the population. Muslims (19%), Roman

Catholics (4%) and Protestants (1%) also practice.

MACEDONIA • Macedonia is mainly ethnic Macedonian (66%),

but there is a large ethnic Albanian (22.7%) minority.

(1994) • 67% of the population practices Macedonian

Orthodox Christianity, and 30% are Muslim. “

(Source: CIA World Factbook; dates indicate most recent

census data and mainly reflects pre-war status)

24Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Contudo, e apesar de pensar que ainda há uma grande

probabilidade do ressurgimento de guerras, também considero

que este é um problema que tem uma grande probabilidade de

ser muitíssimo bem combatido, por 3 grandes razões:

Um passado histórico muito semelhante e que deveria

significar e ser abordado mais vezes quando se fala

desta temática, porque a verdade é que esta distinção

entre grupos étnicos é relativamente moderna, visto

que a maioria da população da região é eslava,

descendentes dos eslavos do sul que migraram para a

região nos séculos VI e VII. Foi com o passar dos anos

que os diferentes grupos começaram a desenvolver

diferenças ao nível da cultura, da religião e da

língua. Considero importante observar que talvez haja

mais características que unem os povos dos Balcãs do

que as que os separam;

Um passado que mostra que a guerra não resolve os

problemas, estando a democracia a caminhar em frente

nesta região, liderados pela Eslovénia e Croácia,

membros da EU, e que muitos vêem como o exemplo a

seguir. (É importante aqui referir que o autor defende

que este também pode ser um problema, por não resolver

25Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

os problemas das minorias étnicas que possuem taxas de

crescimento da população menores);

Imposição de condições legais para participar na NATO

e na União Europeia, pode obrigar a que as elites

políticas tenham de se conter nas rivalidades étnicas.

Se a NATO e a União Europeia (sempre com a ajuda

militar dos EUA) mantiverem a sua presença, poderemos

vir a assistir a uma integração gradual efectiva na

comunidade Europeia, onde também os países já

pertencentes poderiam ser influenciados e tocados pela

criatividade, pelas capacidades, pelas maravilhas dos

Balcãs, deixando esta região de ser o patinho feio da

Europa, para poder passar a ser um local de

hospitalidade e amizade.

Conclusão

26Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Em jeito de conclusão, irei tocar nos pontos que considero

mais importantes a reter neste trabalho:

A Península montanhosa dos Balcãs é palco de guerras entre

povos desde a Antiguidade;

Houve três grandes ondas de genocídios na região Balcânica:

• -As Guerras Balcânicas de 1912-1913: Um Genocídio não

reconhecido

• - Genocídios Múltiplos da II Guerra Mundial: 1941-1945 e

Depois

• - Genocídios durante as Guerras do Desmembramento da

Jugoslávia dos anos 90, período dividido em cinco

guerras diferentes;

Os grandes factores que levaram a este tipo de

acontecimentos:

• Ascensão tardia do nacionalismo;

• Surto de massacres, crimes de guerra e crimes contra a

humanidade, nunca ,e em dimensão tão elevada,

experimentados nem vividos por ninguém;

• Até à criação das duas Jugoslávias sucessivas (1919-1941

e 1945-1990), a liderança política nunca conseguiu

resolver a questão nacional ao nível da

multinacionalidade e das multi-religiões;

27Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

• Manipulação dos sentimentos etno-religiosos por

políticas rivais e elites religiosas;

• Apoio popular nas guerras dos anos 90

Em termos pessoais, considero haver ainda uma grande

probabilidade do ressurgimentos de guerras nas regiões

balcânicas, por ainda serem muito vivos os sentimentos

ultra-nacionalistas, anti diversidade de culturas e de

religiões, xenófobos, racistas e homofóbicos. Contudo, como

também referi, é possível combater esse tipo de sentimentos

e impedir que estas guerras voltem a acontecer. Para isso

considero fundamentais, estes três parâmetros de análise:

• Um passado histórico muito semelhante entre países da

Região dos Balcãs;

• Um passado que mostra que a guerra não resolve os

problemas;

• Imposição de condições legais para participar na NATO

e na União Europeia

28Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

Bibliografia

• http://www.cicerofoundation.org/lectures/

Paul_Mojzes_Ethnic_Cleansing_In_The_Balkans.pdf ;

• http://www.unc.edu/depts/europe/teachingresources/

balkan-crisis.pdf ;

29Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira

Ano lectivo: 2013/20142ºsemestre Histórias das Relações Internacionais Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, Universidade Nova de Lisboa

• http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/

entre_imperios.html ;

• http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/

bibliotecavirtual/instrumentos/genocidio.htm ;

• http://www2.uol.com.br/historiaviva/reportagens/

a_breve_iugoslavia.html ;

• http://journal.jesdialogue.org/fileadmin/content/

Mojzes_CV.Sept._2011.pdf ;

• Diana Johnstone, “Cruzada de Cegos”, publicado pela primeira

vez em 2002 pela Pluto Press, tradução de António

Pescada, Editorial Caminho, Lisboa, 2005.

30Trabalho realizado por: Diogo Maia, aluno nº 41032Docente: Professor Manuel Filipe Canaveira