investigaÇÃo da prÁtica de tai chi chuan entre

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM GERONTOLOGIA INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN ENTRE IDOSOS MESTRADO EM GERONTOLOGIA LEANDRO ASSIS TEIXEIRA São Paulo 2008

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

GERONTOLOGIA

INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN ENTRE IDOSOS

MESTRADO EM GERONTOLOGIA

LEANDRO ASSIS TEIXEIRA

São Paulo 2008

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO

PROGRAMA DE ESTUDOS PÓS-GRADUADOS EM

GERONTOLOGIA

INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN ENTRE IDOSOS

Dissertação apresentada à Banca Examinadora do Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia, da Pontifica Universidade Católica de São Paulo, como exigência parcial para a obtenção do título de Mestre em Gerontologia, sob orientação da Profª Drª Vera Lúcia Valsecchi de Almeida.

LEANDRO ASSIS TEIXEIRA

São Paulo 2008

O que mais incomoda é ver os nossos sonhos frustrados.

Mas permanecer no desânimo não ajuda em nada para a

concretização desses sonhos. Se ficarmos assim, nem vamos

a busca dos nossos sonhos, nem recuperamos o bom humor!

Este estado de confusão, propício ao crescimento da ira,

é muito perigoso. Temos de nos esforçar e não permitir

que a nossa serenidade seja perturbada. Quer estejamos

vivenciando um grande sofrimento, ou já

o tenhamos experimentado,não há razão para

alimentarmos o sentimento de infelicidade.

Dalai Dalai Dalai Dalai LamaLamaLamaLama

Dedicatória

Dedico esta dissertação a minha esposa Andréa, pelo apoio

incondicional, companheirismo e dedicação ao nosso amor.

Aos meus pais, Erineo (em memória) e Leonice, que me deram vida,

amor e uma compreensão da importância espiritual da simplicidade. Às

minhas irmãs Sonia e Sandra e ao meu irmão Pedro, pelo afeto em todos os

momentos. E a toda minha família.

À lembrança de meu Mestre Liu Pai Lin, por ter transmitido seus

conhecimentos de Medicina Tradicional Chinesa, e por tudo que realizou

como Mestre nas Artes Chinesas.

Ao meu Mestre Liu Chih Ming, pelo esforço de divulgar a Cultura

Chinesa no Brasil, e por ser a minha motivação em desvendar os

significados mais sutis do contexto taoísta.

Aos meus Ancestrais e Mentor Espiritual.

Agradecimentos

Agradeço ao Universo, por me conceder paciência e tranqüilidade

para concretizar todos os sonhos e tarefas até agora realizados.

À Prof.ª Dra. Vera Lúcia Valsecchi de Almeida, pela orientação,

cumplicidade e paciência em transmitir conhecimentos tão preciosos, e por

acreditar nessa proposta desde o início. “O sábio não se exibe, e vejam

como é notado! Renuncia a si mesmo e jamais é esquecido” (Lao Tse).

Aos meus alunos de Tai Chi Chuan, pelo carinho e dedicação em

todas as aulas, o meu agradecimento a todos vocês. “A vida ideal seria

aquela em que os jovens soubessem o que os velhos sabem e em que os

velhos pudessem o que os jovens podem” (populário pariense)

À Prof.ª Silvana T. Felice Leal, pelo apoio de mais de 10 anos de

dedicação e amor pela arte do Tai Chi Chuan.

Minha gratidão pelo apoio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer

da Prefeitura de Santo André - SP.

Agradeço aos professores da PUC – SP, pelos conhecimentos

transmitidos todos esses anos.

Aos meus verdadeiros amigos! “Para encontrar um amigo devemos

fechar um olho. Para conservá-lo devemos fechar os dois” (Norman Douglas).

Nada teria sentido se no caminho não estivessem a família, os

professores, os amigos e os colegas. Existe uma grande razão que permitiu

nos encontrarmos. A todos vocês que tanto me ensinaram, ajudaram e

apoiaram em cada momento fica o meu sincero agradecimento.

BANCA EXAMINADORA

______________________

______________________

______________________

Autorizo, exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a

reprodução total ou parcial desta dissertação/tese por processos

fotocopiadores e/ou meios eletrônicos.

Assinatura do (a) autor________________________________________

Data____/____/____

Resumo

Este trabalho buscou investigar a prática de Tai Chi Chuan entre

idosos, a partir da participação em grupos abertos, em programas de saúde

realizados pela Prefeitura no município de Santo André SP. Em minha

experiência como professor das artes corporais chinesas, em especial o Tai

Chi Chuan, observei que apesar de ser uma arte marcial chinesa milenar,

que encoraja a concentração mental e o controle dos movimentos corporais,

a mesma atua como forma preventiva, minimizando os efeitos das doenças

degenerativas e propiciando bem estar psicológico. O envelhecimento é,

sem dúvida, um processo de descobertas e transformações vividas em um

ritmo ordenado de acontecimentos. A atividade física é capaz de beneficiar

pessoas de todos os grupos etários; ela é especialmente importante para a

saúde dos idosos. A prática do Tai Chi Chuan desenvolve a capacidade

física e mental do indivíduo, para que tenha uma vida longa e com saúde.

Desta forma, procurei transformar uma realidade que me é próxima em

objeto de investigação e análise. Como instrumento para avaliação do perfil

da Qualidade de Vida, foi utilizado o Questionário SF36® (The Medical

Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey), traduzido e validado no

Brasil por CICONELLI. O presente estudo não visou esgotar o assunto Tai

Chi Chuan ou as técnicas terapêuticas, utilizadas durante o processo de

envelhecimento, mas proporcionar uma nova visão complementar para os

profissionais da área da saúde. O Tai Chi Chuan é um conjunto de

exercícios disciplinares chineses, que visam a harmonia do corpo, da mente

e do espírito.

Palavras-chave: idoso, envelhecimento, Tai Chi Chuan, atividade física.

Abstract

This work sought to investigate the practice of Tai Chi Chuan among

elderly people, based on their participation in open groups of health

programs organized the municipality of Santo André, State of São Paulo,

Brazil. In my experience as a teacher of Chinese martial arts, especially the

Tai Chi Chuan, I noticed that in spite of being a Chinese millennial art, which

encourages mental concentration and control of body movements, it

performs a preventive action, reducing the effects of degenerative diseases

and providing psychological welfare. Aging is, doubtless, a process of

discoveries and transformations experienced in an orderly rhythm of facts.

Physical activity can benefit people of all ages; it is especially important to

elderly people health. The practice of Tai Chi Chuan develops physical and

mental capacity so that the individual can have a long and healthy life. Thus,

I attempted to transform a real situation that is close to me into an object of

investigation and analysis. As a survey instrument of the quality-of-life profile,

the SF36® Form was used (The Medical Outcomes Study: 36-Item Short

Form Health Survey), translated and validated in Brazil by CICONELLI. This

study did not intend to exhaust the subject of Tai Chi Chuan or the

therapeutic techniques used during aging process but provide a new

complementary view for health professionals. Thai Chi Chuan is a set of

Chinese disciplinary exercises that seek harmony of body, mind and spirit.

Keywords: elderly people, aging, Tai Chi Chuan, physical activity.

1

Sumário

Introdução.............................................................................................. 03

Capítulo I: Da Velhice: considerações iniciais....................................... 08

1. Impacto Demográfico.................................................................... 08

2. Envelhecimento e Velhice............................................................. 11

3. Significados do Envelhecer........................................................... 13

Capítulo II: Envelhecimento e Atividade Física..................................... 16

1. Avaliação das Atividades da Vida Diária na Velhice..................... 18

2. Atividade Física: benefícios fisiológicos........................................ 19

3. Atividade Física: benefícios emocionais....................................... 21

4. Atividade Física: benefícios sociais............................................... 21

Capítulo III: O Envelhecimento e a Prática do Tai Chi Chuan............... 23

1. O Tai Chi Chuan e a Perspectiva do Movimento Natural............... 23

2. Tai Chi Chuan: incursões históricas............................................... 26

2.1. Estilos do Tai Chi Chuan.......................................................... 29

3. Benefícios do Tai Chi Chuan......................................................... 31

4. Fundamentos da Medicina Tradicional Chinesa........................... 36

5. Mestre Liu Pai Lin: o pioneiro do Tai Chi Chuan no Brasil............ 38

5.1. Mestre do Tao....................................................................... 39

5.2. Iniciação no Taoísmo............................................................ 40

5.3. Formação em Tai Chi Chuan................................................ 41

Capítulo IV: Tai Chi Pai Lin................................................................... 42

Capítulo V: A Pesquisa de Campo........................................................ 48

1. Procedimentos Metodológicos...................................................... 48

2. A Coleta de Dados........................................................................ 50

3. Dos Sujeitos da Pesquisa............................................................. 51

4. Resultados..................................................................................... 52

Considerações Finais............................................................................ 66

Bibliografia............................................................................................. 68

Anexo I: Questionário de Qualidade de Vida (SF-36)........................... 81

2

Anexo II: Relatos dos Entrevistados...................................................... 87

Anexo III: Cálculo dos Scores do Questionário de Qualidade de Vida. 97

Anexo IV: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................... 100

Anexo V: Modelos de Exercícios........................................................... 101

Anexo VI: Fotos..................................................................................... 104

3

INTRODUÇÃO

A visão fragmentada do ser humano é resultado nítido da existência

de paradigmas que, social e historicamente construídos, resultaram na

dificuldade de pesquisar temas tão abrangentes como o envelhecimento, a

qualidade de vida e o papel da atividade física, em especial a prática do Tai

Chi Chuan.

O envelhecimento é a um só tempo, um fenômeno bio-fisiológico,

psicológico, sociocultural e existencial. Apesar da variabilidade de seus

marcadores cronológicos refere-se, em termos gerais e no plano biossocial a

perdas e regressões claramente observáveis em todos os seres vivos e que,

presentes ao longo da vida, resultam da ação de diferentes variáveis, a

exemplo das genéticas, dos danos acumulados e do estilo de vida, além das

alterações psicoemocionais (GUEDES 2001). Como tal, é um fenômeno

altamente complexo e variável, comum a todos os membros de uma

determinada espécie, envolvendo mecanismos deletérios que afetam a

capacidade de desempenhar um grande número de funções (HEIKKINEN

1998). Trata-se de um processo multidimensional e multidirecional, pois há

grande variabilidade na taxa e direção das mudanças (ganhos e perdas) em

diferentes características, em cada indivíduo e entre indivíduos (HEIKKINEN

1998).

A relação entre atividade física, saúde, qualidade de vida e

envelhecimento vem sendo cada vez mais discutida e analisada.

Atualmente, há um consenso entre os profissionais da área da saúde, que a

atividade física é um fator de sucesso do processo do envelhecimento.

(OKUMA, 1998).

O Tai Chi Chuan é uma modalidade de Ginástica Chinesa que,

segundo estudo desenvolvido no Canadá, apresenta-se como a segunda

atividade de maior aderência entre os praticantes idosos, sendo superada

4

apenas pela musculação, numa lista de 12 atividades ofertadas durante três

anos (ECCLESTONE et al, 1998).

Entre idosos, o Tai Chi Chuan tem sido citado como capaz de

incrementar ganhos de condicionamento físico, força e equilíbrio, ajudando

também na prevenção de quedas (FEDER et al, 2000). Entretanto, por se

tratar de uma modalidade que só recentemente começou a ser investigada,

não existe ainda consenso na literatura quanto aos padrões de intervenção,

o que dificulta a análise e a replicação dos estudos publicados (OLIVEIRA et

al, 2001).

YAN E DOWNING (1998) citam que o Tai Chi Chuan proporciona a

seus praticantes uma variedade de benefícios físicos e psicológicos, como

melhoras na aptidão cardiovascular, no controle motor, na redução do

estresse, da ansiedade e da depressão. Desta forma, esta prática é

particularmente apropriada para indivíduos idosos e, por ser individualizada,

não cansativa e de natureza não competitiva, facilita a aceitação e

aderência.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (WORLD HEALTH

ORGANIZATION – WHO 2004) existiam, em 1998, 390 milhões de pessoas

com idade igual ou maior de 65 anos; estima-se que em 2025 essa

população estará duplicada. Em muitos países em desenvolvimento,

especialmente na América Latina e Ásia, é esperado um aumento de 300%

na população idosa, chegando a 2 bilhões de pessoas com idade igual ou

acima de 60 anos, até 2025.

No Brasil, a população de idosos era de 19 milhões em 20061; estima-

se que em 2020 o número de pessoas com 60 anos ou mais de idade, na

1 De acordo com a Síntese dos Indicadores Sociais/2007, os dados do PNAD/2006 revelam a existência de 17.077.000 milhões de idosos no Brasil, o que representa 10,2% da população total. (IBGE; 2007; Rio de Janeiro).

5

população brasileira, terá crescido 16 vezes em relação a 1950. Entre nós, o

Índice de Envelhecimento2 saltou de 9,5% em 1940, para 28,9% em 20003.

Hoje o envelhecimento é visto como uma fase de desenvolvimento

humano e não como período exclusivamente de perdas e incapacidades. É

um processo que acompanha todo o percurso de vida. Ser velho significa

“ter muitos anos”, ter vivido e ter envelhecido (HARMAN, 1998).

Como fenômeno mundial, o envelhecimento populacional levanta

questões importantes, tanto do ponto de vista individual, como do ponto de

vista coletivo (social, cultural, econômico, de saúde, etc.); questões que são

interdependentes. Segundo SPIRDUSO (1989), uma das questões mais

importantes é saber se o ciclo de vida aumentado pode ser vivido com

qualidade, ou se constitui apenas um período de maior prevalência de

estados patológicos e de morbidades que precedem à morte.

O envelhecimento traz, como uma de suas conseqüências, a

diminuição do desempenho motor na realização das atividades da vida diária

(AVD), o que, entretanto, não leva as pessoas a se tornarem,

necessariamente, dependentes de outros. Embora cerca de 25% dos idosos

cheguem ao estado de dependência para realizar tarefas cotidianas

(SPIRDUSO, 1989), o que é uma parcela considerável da população, essa

situação não se aplica à totalidade dos idosos, nem é uma condição que

todos enfrentarão quando envelhecerem. Não obstante, as avaliações físicas

da capacidade funcional de idosos são, até o momento, predominantemente

dirigidas a pessoas com baixa condição física e com dificuldades para

realizar as atividades de vida diária. Isto acarreta uma lacuna,

particularmente para o profissional de Educação.

2 Segundo o IBGE, o “Índice de Envelhecimento” “a razão entre o grupo de idosos (idade igual ou superior a 65 anos) e o grupo infanto-juvenil (menores de 15 anos). A população é considerada envelhecida se esta razão superior a 1”. (2007:250) 3 Dados obtidos junto à publicação Tendências Demográficas: uma análise da população com base nos resultados dos Censos Demográficos 1940 e 2000. IBGE; Rio de Janeiro, 2007.

6

Segundo MATSUDO (2001), cada vez mais se pesquisam formas de

deter ou retardar o processo de envelhecimento através de estratégias que

garantem a manutenção da capacidade funcional e a autonomia nas últimas

décadas de vida.

O envelhecimento acentua-se à medida que a idade cronológica

avança. As pessoas se tornam menos ativas, suas capacidades físicas

diminuem e, com as alterações psicológicas que acompanham a idade

(sentimento de velhice, estresse, depressão), existe ainda uma diminuição

maior da atividade física que, conseqüentemente, facilita a aparição de

doenças crônicas que contribuem para comprometer o processo de

envelhecimento. Mais que a doença crônica, é o desuso das funções

fisiológicas que pode criar mais problemas.

O processo de envelhecimento envolve aspectos relacionados às

muitas alterações na vida e no próprio corpo. Segundo LOPES, R. &

CALDERONI.

Ao envelhecer, o indivíduo é forçado a se deparar com alterações físicas e psicológicas, em si próprio, e também com mudanças nas suas possibilidades de atuação no mundo, especialmente no que se refere o seu lugar na estrutura familiar. (2002: 99).

Segundo SÉRGIO PASCHOAL, envelhecer sem incapacidade é fator

indispensável para a manutenção de boa qualidade de vida; Este autor

acrescenta:

A trajetória que o declínio funcional toma, mais lenta ou mais rápida, depende de uma série de fatores: da constituição genética, dos hábitos e estilos de vida, do meio ambiente, do contexto sócio econômico, cultural, e até mesmo, da sorte de nascer numa sociedade mais ou menos desenvolvida e numa família mais ou menos abastada [...] Incidentes críticos, como doenças e

7

acidentes, colocam o indivíduo numa inclinação mais profunda de sua curva de declínio funcional. (1996:315)

8

Capítulo I

Da Velhice: considerações iniciais

1. Impacto Demográfico

No Brasil, as transições demográfica e epidemiológica são claramente

heterogêneas; encontram-se associadas, em grande parte, às desiguais

condições sociais e econômicas observadas no país. A população idosa

constitui um grupo altamente diferenciado entre si e em relação aos demais

grupos etários, tanto do ponto de vista das condições sociais, quanto dos

aspectos demográficos e epidemiológicos. Qualquer que seja o enfoque

escolhido para estudar o envelhecimento, esse grupo populacional se

mostra bastante expressivo nos diferenciais por gênero, idade, renda,

situação conjugal, educação, atividade econômica, etc. (VERAS, 1994).

Segundo o Censo 2000, a população de 60 anos ou mais de idade, no

Brasil, era de 14.536.029 de pessoas, contra 10.722.705 em 1991. O peso

relativo da população idosa no início da década representava 7,3%,

enquanto, em 2000, essa proporção atingia 8,6%. Neste período, por

conseguinte, o número de idosos aumentou em quase 4 milhões de

pessoas, fruto do crescimento vegetativo e do aumento gradual da

esperança de vida. Trata-se, certamente, de um conjunto bastante elevado

de pessoas, com tendência de crescimento nos próximos anos (IBGE,

2007).

Até 2025, segundo a OMS (1999), o Brasil será o sexto país do

mundo em número de idosos. Ainda é grande a desinformação sobre a

saúde do idoso e as particularidades e desafios do envelhecimento

populacional para a saúde pública em nosso contexto social. Entre 1980 e

2000, a população com 60 anos ou mais cresceu 7,3%, totalizando mais de

4,5 milhões em 2000. A expectativa média de vida também aumentou

9

acentuadamente no país. Este aumento do número de anos de vida, no

entanto, precisa ser acompanhado pela melhoria ou manutenção da saúde e

qualidade de vida.

Estudos sobre as conseqüências do processo de envelhecimento

populacional nos países em desenvolvimento são bastante escassos;

concentram-se mais nos aspectos ligados às condições de saúde,

aposentadoria e arranjos familiares para o suporte dos idosos, MOREIRA

(1997).

Segundo DEBERT (1999), a preocupação em descrever o modo pelo

qual a velhice é transformada em um problema que preocupa a sociedade

vai se constituindo em um campo de saber especializado. Um campo com

experts encarregados de definir não apenas as reais necessidades dos

idosos e os problemas que enfrentam, como de formar outros especialistas

para atender ao segmento idoso da população.

Gráfico 1

Projeção de crescimento da proporção da população de 60 anos ou mais de idade, segundo

o sexo - Brasil - 2000-2020.

Fonte: Projeto IBGE/Fundo de População das Nações Unidas UNFPA/BRASIL (BRA/98/P08), Sistema Integrado

de Projeções e Estimativas Populacionais e Indicadores Sociodemográficos, Projeção preliminar da população do

Brasil por sexo e idade 1980-2050, revisão 2000.

10

Gráfico 2

População residente de 60 anos ou mais de idade, por grupos de idade - Brasil - 1991/2000

Fonte: Censo demográfico 1991: resultados do universo: microdados. Rio de Janeiro: IBGE, 2002. 21 CD-ROM;

IBGE, Censo Demográfico 2000.

O aumento de expectativa de vida de uma população está

intimamente vinculado à melhoria das condições de vida, de educação ou

escolaridade e de atenção à saúde. Diferentemente dos países

desenvolvidos, que tiveram quedas nas taxas de mortalidade e aumento da

expectativa de vida devido a seu progresso social e econômico, os países

em desenvolvimento reduziram a mortalidade por doenças infecto

contagiosas pela importação de tecnologias, vacinas, de antibióticos e de

aparelhos, entre outras coisas (PASCHOAL, 1996).

1.1. A Feminização da Velhice

A expectativa de vida é maior para mulheres do que para homens,

fato que é observado tanto nos países desenvolvidos, como nos em

desenvolvimento (PASCHOAL, 1996).

11

A razão de sexo da população idosa é bastante diferenciada, sendo

bem maior o número de mulheres. Em 1991, as mulheres correspondiam a

54% da população de idosos, passando para 55,1% em 2000. Isto significa

que para cada 100 mulheres idosas havia 81,6 homens idosos, relação que,

em 1991, era de 100 para 85,2. Tal diferença é explicada pelos diferenciais

de expectativa de vida entre os sexos, fenômeno mundial, mas que é

bastante intenso no Brasil, haja visto que as mulheres vivem, em média, oito

anos mais que os homens (IBGE, 2007).

A feminização do processo de envelhecimento confere peculiaridades

às políticas públicas, pois uma grande parte das mulheres são viúvas, vivem

sozinhas e não se encontram (ram) vinculadas ao mercado formal trabalho.

No entanto, nem sempre a maior longevidade das mulheres é vista como

uma vantagem. A maior esperança de vida faz com que muitas mulheres

idosas passem pela experiência de debilitação biológica devido a patologias

crônicas, enquanto os homens declinam para a morte NOGALES (1998).

Quando comparada aos homens, as mulheres têm uma proteção

relativamente maior contra doenças cardiovasculares; porém, após a

menopausa, elas tendem a perder essa proteção e, em torno dos 75 anos,

a incidência dessas doenças se iguala nos dois sexos (CABOT, 2000).

A perspectiva dos gerontólogos é mais otimista quando afirmam que

para as idosas de hoje a velhice e a viuvez podem representar um momento

de independência e realização DEBERT (1999).

2. Envelhecimento e Velhice

A Organização Mundial da Saúde - OMS - define a população idosa

como aquela a partir dos 60 anos de idade, mas faz uma distinção quanto ao

local de residência dos idosos. Este limite é válido para os países em

12

desenvolvimento, subindo para 65 anos de idade quando se trata de países

desenvolvidos.

O termo “envelhecimento ativo” foi adotado pela Organização Mundial

da Saúde no final dos anos 90. Ele procura transmitir uma mensagem mais

abrangente do que “envelhecimento saudável”, uma vez que reconhece,

além dos cuidados com a saúde, outros fatores que afetam o modo como os

indivíduos e as populações envelhecem (KALACHE e KICKBUSCH, 1997).

Ao processo de envelhecimento estão associadas perdas sociais,

cognitivas, neuromotoras e metabólica capazes de comprometer seriamente

a qualidade de vida do indivíduo idoso, levando-o à perda de autonomia e à

dependência física, psicológica e econômica com relação à família e à

sociedade (MAZZEO et al, 1998).

É de fundamental importância distinguir o processo de

envelhecimento normal dos processos patológicos que são freqüentes nessa

fase da vida (PICKLES et al, 2000).

BLAZER (1998) caracteriza o processo de envelhecimento em três

fases distintas: o primário (senescência), que é um processo biológico

caracterizado pela genética do organismo, produzindo alterações prejudiciais

relacionadas ao tempo; o secundário (senilidade), relacionado aos efeitos e

às incapacidades causados pelos fatores ambientais, em particular o trauma

e a doença e, por último, as patologias relacionadas ao envelhecimento.

Baseado no declínio biológico, o processo de envelhecimento reveste-

se, entre nós, de fortes estereótipos negativos. A análise da velhice mostra

que existem vários caminhos para se envelhecer; um deles é modificando a

relação do indivíduo consigo mesmo, com os outros, com o mundo e com o

tempo (OKUMA, 1998).

13

Nas sociedades históricas, de acordo com os documentos

disponíveis, o papel social do velho dependeu sempre da ideologia vigente

em dado momento. De modo geral, esta ideologia vem determinada pelos

adultos jovens produtivos. Em algumas situações, como na Roma antiga, a

velhice mereceu grande prestígio. As palavras GERIATRIA e

GERONTOLOGIA originam-se de GERA, GERON, que significam privilégio

da idade (OKUMA, 1998).

Um segundo significado de envelhecimento refere-se à progressão de

uma série de mudanças biológicas associadas à passagem do tempo, a

exemplo da diminuição da taxa de filtração glomerular nos rins e a perda de

neurônios no cérebro. Este complexo de mudanças é comumente chamado

envelhecimento, anteriormente citado (HARMAN, 1998).

Um terceiro uso para o termo envelhecimento inclui sistemas não

biológicos. Tudo envelhece, pedras, cadeias de montanhas, carros (alguns

mais rápidos do que outros). Como os sistemas biológicos são governados

pelas mesmas leis de Física e Química que regem sistemas inanimados,

qualquer teoria biológica de envelhecimento precisa incluir mecanismos que

também se aplicam aos sistemas inanimados, apesar de não se limitarem a

tais sistemas (HARMAN, 1998).

3. Significados do envelhecer

O envelhecimento pode ser definido como a fase final do todo

continuum que é a vida, iniciando com a concepção e terminando com a

morte. Ao longo desse continuum é possível identificar fases como

desenvolvimento, puberdade e maturidade; fases que podem ser

evidenciadas por marcadores biofisiológicos que representam pontos de

transição. O envelhecimento é o período da vida que, segundo alguns

autores, sucede à fase da maturidade, sendo caracterizado pelo declínio das

funções orgânicas e por comprometimentos cognitivos que podem acarretar

14

maior predisposição à eclosão de doenças que terminam por levar à morte.

A incapacidade funcional4 é caracteristicamente linear em função do tempo.

Por outro lado, não é possível explicitar com precisão o ponto de transição

com a fase precedente, dada à inexistência de um marcador biofisiológico

eficaz e confiável. Outra noção importante para este trabalho é o de que o

envelhecimento é baseado na capacidade funcional, caracterizando-se por

uma redução da capacidade de adaptação homeostática às situações de

sobrecarga funcional (PAPALÉO, 2001).

A velhice deve ser considerada, como uma meta e uma meta positiva da existência. Deve-se tender para a velhice e não se resignar a ter que um dia afrontá-la. É ela, com suas formas próprias e seus valores próprios, que deve polarizar todo o curso da vida. (FOUCAULT; 2001: 106).

Ao chegar à velhice é comum que o indivíduo contemple realidades

vividas, reveja o caminho percorrido, os projetos realizados e os sonhos

não concretizados ou realizados de modo diverso do esperado,

reconstituindo, neste movimento, sua história.

Para MACIVER & PAGE,

O homem depende da sociedade para proteção, conforto, alimentação, educação, equipamento, oportunidade e o sem-número de serviços definidos que a sociedade proporciona. Ele depende dela para satisfazer seus pensamentos, seus sonhos, suas aspirações e até mesmo muitas de suas doenças do espírito e do corpo. Seu nascimento na sociedade traz consigo a própria necessidade absoluta da sociedade. (1973:121).

4 A incapacidade funcional define-se pela presença de dificuldades no desempenho de certos gestos e de certas atividades da vida cotidiana ou mesmo pela impossibilidade de desempenhá-las.

15

Em FRANKL lemos que

O que importa não é questionar se a atividade capaz de conferir à existência humana um sentido e um conteúdo se vincule, ou não, a razões de ordem econômico-financeira. Essencial e decisivo, sob o aspecto psicológico, são única e exclusivamente que tal atividade desperte no homem, por mais avançada que seja a sua idade, o sentimento de existir para algo – para algo ou para alguém. (1991: 52).

O fenômeno do envelhecimento está presente, cada vez mais, no

mundo atual; com isto, torna-se necessário estudar de maneira profunda e

abrangente os mecanismos que possam ajudar os idosos a ter uma vida

mais digna e de qualidade.

Segundo OKUMA (1998), a qualidade de vida dos idosos está

melhorando. Vários fatores têm contribuído para isto, a exemplo dos

econômicos, sociais e psicológicos e, principalmente, dos programas de

atenção à saúde que vêem sendo oferecidos à população idosa. Dentre

estes programas incluem-se os de atividade física; nele, o idoso passa a

estabelecer novas e estimulantes relações de trocas sociais e de

sociabilidade.

Na medida em que o ser humano é um ser de linguagem e de símbolos, os fenômenos que lhe dizem respeito não podem ser compreendidos sem os significados que ele atribui ao mundo, aos outros e a si próprio: em outras palavras, não podem ser elucidados no âmbito estritamente biológico. (PACHECO FILHO, 2002: 73).

16

Capítulo II

Envelhecimento e Atividade Física

A Organização Mundial da Saúde definiu, em 1958, saúde como um

estado de completo bem-estar, físico, mental e social, ou a capacidade de

funcionar de modo ideal num ambiente individual (adaptação ao meio), e não

em função da ausência de doença ou enfermidade. A carta de Ottawa para a

promoção da saúde (1986) desenvolve o conceito de saúde positiva,

propondo uma assistência aos indivíduos a fim de aumentar o controle sobre

sua saúde física e psíquica. A noção de saúde integra dois outros termos

complementares: o bem-estar social e a qualidade de vida (MANIDI, 2001).

“Bem-estar social” ou a “saúde social” são expressões que tratam do

meio ambiente do indivíduo em termos relacionais, interpessoais e de

participação social. A atividade física insere-se na saúde social na medida

em que a pessoa participa mais em grupo do que individualmente (OKUMA,

1998).

Considerada de forma diferente por cada pessoa, a qualidade de vida,

reflete um conjunto de conhecimentos, experiência, percepções e valores.

Inclui o estado funcional (hábitos de vida saudáveis, mobilidade, condição

física), os componentes corporais e físicos (nível de dor, doença e

tratamento dos sintomas, por exemplo), os componentes psíquicos

(capacidade de adaptação, emoções,), os componentes sociais (o local das

relações, a integração comunitária) e, enfim, os valores existenciais e

espirituais, tais como o amor, o respeito e a liberdade (CHANDLER, 1996).

O homem é um ser em movimento e a atividade física exerce um

papel importante em relação aos idosos nos aspectos de saúde, vitalidade e

sociabilidade (LEITE, 2000).

17

Vários estudos evidenciam a atividade física como recurso importante

para minimizar a degeneração provocada pelo envelhecimento,

possibilitando ao idoso manter uma qualidade de vida ativa (OKUMA, 2002).

De todos os grupos etários, as pessoas idosas são as mais

beneficiadas pela atividade física. O risco de muitas doenças e problemas de

saúde comuns na velhice (doenças cardiovasculares, câncer, hipertensão

arterial, depressão, osteoporose, fraturas ósseas e diabetes) diminui com a

atividade física regular (NIEMAN, 1999).

Os programas de exercício para os idosos melhoram a função

cardiorespiratória e ajudam na manutenção da integridade óssea. Quando

associados à oportunidades de socialização, observa-se porque os

exercícios são importantes na vida, da juventude à velhice (POWERS;

HOWLEY, 2000).

Segundo LEITE (2000), a atividade física bem estruturada e

elaborada para idosos pode recuperar o ritmo e a expressividade do corpo,

agilizar os reflexos e adequar os gestos a diferentes situações.

A atividade física regular e sistemática aumenta ou mantém a aptidão

física da população idosa e tem o potencial de melhorar o bem-estar

funcional e, conseqüentemente, diminuir a taxa de morbidade e de

mortalidade entre essa população (OKUMA, 2002).

Alguns conceitos (CASPERSEN et al., 1994) têm sido utilizados em

discussões relacionadas à saúde. Especialistas na área chegaram a alguns

consensos. Dentre os principais, os conceitos que merecem especial

atenção são:

18

a) Atividade física: definida como qualquer movimento corporal

produzido em conseqüência da contração muscular que resulte em

gasto calórico.

b) Exercício: definido como uma subcategoria da atividade física que

é planejada, estruturada e repetitiva, resultando na melhora ou

manutenção de uma ou mais variáveis da aptidão física.

c) Aptidão física: considerada não como um comportamento, mas

como uma característica que o indivíduo possui ou atinge, como a

potência aeróbica, endurance muscular, força muscular, composição

corporal e flexibilidade.

Provavelmente, a atividade física é o melhor investimento na saúde

para as pessoas em processo de envelhecimento. Porém, a prática de

atividade física pelos idosos requer cuidados básicos e específicos. Segundo

MATSUDO & MATSUDO (1992; apud DIOGO et al; 2004), o idoso requer

mais tempo para obter os benefícios de um programa regular de atividade

física, devendo ser sempre estimulado e orientado com relação a essa

característica, cuidando para que não se atinjam níveis de fadiga e

exaustão.

1. Avaliação das Atividades da Vida Diária na Velhice

De acordo com KATZ (1983), a avaliação de AVD 5 na velhice é um

assunto que vem sendo estudado desde o final do século XX. No final dos

anos de 1800 e início dos anos de 1900, na Europa e nos Estados Unidos,

informações sobre a capacidade funcional de idosos foram obtidas através

de entrevistas e levantamentos estatísticos, com o objetivo de detectar

enfermidades e doenças que impediam as pessoas de trabalharem. Durante

a década de 40, do século XX, devido ao aumento da prevalência de

5 AVD: Atividade de vida diária

19

doenças crônicas nos Estados Unidos, a Commission of Chronic Illness

começou a estudar o assunto de maneira mais intensa.

Surgiram classificações de incapacidades, limitações e um número

variado de funções como locomoção, cuidados de higiene, comunicação,

atividades manuais, capacidade de alimentar-se e vestir-se começaram a

ser investigadas na população idosa. Nas últimas décadas, metodologias de

mensuração de funções físicas, mentais e sociais expandiram

consideravelmente; uma série de outros instrumentos mais sofisticados

foram desenvolvidos. Em 1972, LAWTON criou um modelo que classificava

as AVD por seu nível de dificuldade: a) atividades básicas da vida diária

(relacionadas a ações básicas do cotidiano e que suprem as necessidades

fundamentais); b) atividades instrumentais da vida diária (tarefas mais

complexas, relacionadas à adaptação do indivíduo no meio ambiente)

(KATZ, 1983).

A participação regular em programas de exercício físico tem sido uma

das alternativas para amenizar o impacto do envelhecimento sobre algumas

funções fisiológicas, pois o sedentarismo prolongado leva a uma diminuição

gradativa da aptidão física.

2. Atividade Física: benefícios fisiológicos

A participação em atividades físicas regulares e moderadas pode

retardar os declínios funcionais, além de “protegerem” o aparecimento de

doenças crônicas em idosos saudáveis. A atividade física regular e

moderada reduz o risco de morte por problemas cardíacos em 20 a 25% em

pessoas com doença do coração diagnosticada (MERZ E FORRESTER,

1997).

A atividade física auxilia na reintegração dos idosos na sociedade,

melhorando o bem estar geral. Segundo CAVALCANTI (1981), as atividades

20

físicas podem atuar diretamente na adaptação do idoso à sociedade e

auxiliar na reorganização da vida social.

Os benefícios imediatos são: melhora do sono, do sistema glicolítico e

ativação de catecolominas. A longo prazo, conforto aeróbico, cardiovascular,

flexibilidade, resistência, força muscular e coordenação (MICHEL, 2001).

Efeitos de curto prazo: Quantidade de glicose: a atividade física

permite estabilizar a quantidade de glicose no sangue. Atividade

catecolaminérgica: a atividade física estimula, ao mesmo tempo, as

quantidades de adrenalina e de noradrenalina, melhora do sono: foi

demonstrado que, independentemente da idade, a atividade física melhora a

qualidade e a quantidade de sono nos indivíduos (MICHEL, 2001).

Efeitos de longo prazo: Endurence, treinamento aeróbio/efeitos

cardiovascular: foram observados progressos persistentes da maioria dos

aspectos da função cardiovascular, durante um treinamento físico adequado,

treinamento da força/fortalecimento da musculatura: os exercícios de

musculação beneficiam os indivíduos de qualquer idade. Durante a velhice,

o treinamento muscular com sobrecarga pode ter um impacto efetivo na

independência (MICHEL, 2001).

Elasticidade: os exercícios físicos nos quais o movimento pode se

desenvolver em toda sua amplitude contribuem para preservar e

restabelecer a mobilidade das articulações. Equilíbrio/coordenação: uma

atividade física regular contribui para a prevenção ou o recuo do declínio do

equilíbrio e da coordenação provocado pela idade, fatores considerados

como uma das principais causas de quedas. Velocidade do movimento: a

diminuição da velocidade comportamental é uma das principais

características ligadas à idade. As pessoas regularmente ativas, podem

retardar o momento de seu aparecimento (MICHEL, 2001).

21

3. Atividade Física: benefícios emocionais

Efeitos em curto prazo: Diminuição do estresse e da ansiedade:

comprovou-se que a prática regular de uma atividade física reduz o estresse

e a ansiedade. Mudança de humor: várias pessoas constataram que ficaram

mais bem humoradas depois de uma prática física adequada (RAMOS,

1999).

Efeitos em longo prazo: Bem-estar geral: foi observada uma melhora

em quase todas as áreas do funcionamento psicológico, após períodos

suficientemente longos de uma prática física. Melhora da saúde mental: a

prática regular de exercícios físicos pode contribuir eficazmente para o

tratamento de várias doenças mentais, inclusive depressão e neurose

(MANIDI, 2001).

Melhoras cognitivas: o exercício físico regular pode contribui para

retardar a diminuição da velocidade do tratamento do SNC e, portanto,

contribuir para melhorar a velocidade de reação. Controle motor e

desempenho: uma prática física regular contribui para prevenir ou retardar

os distúrbios ligados à idade, no desempenho motor fino e amplo (MICHEL,

2001).

Aquisição de novas habilidades: independentemente da idade,

qualquer indivíduo pode aprender novas competências, da mesma forma

como as competências já adquiridas podem ser refinadas (MANIDI, 2001).

4. Atividade Física: benefícios sociais

Efeitos em curto prazo: Reforçar o poder das pessoas idosas: uma

proporção cada vez maior de pessoas idosas vem adotando,

progressivamente, um estilo de vida mais sedentário, o que representa, para

esta faixa etária, uma verdadeira ameaça para a independência e

autonomia. A participação em uma atividade física adaptada pode contribuir

para uma participação social mais ativa. Melhorar a integração social: a

22

prática de programas de atividade física em pequenos grupos e/ou na esfera

social melhora as trocas sociais e interculturais junto a numerosas pessoas

idosas (MADINI, 2001).

Efeitos em longo prazo: Melhor integração social: os indivíduos ativos

estão menos propensos a retirar-se da sociedade; ao contrário, participam

ativamente das relações sociais. Formação de novas amizades: participar de

uma atividade física, especialmente em grupos pequenos e de outros meios

sociais estimula a conquista de novas amizades e companheirismos

(MICHEL, 2001).

Ampliação das relações sociais: freqüentemente, a atividade física

permite ampliar a escolha das relações sociais disponíveis. Conservação de

papéis e aquisição de novos papéis sociais: um estilo de vida ativo conserva

os ambientes estimulantes necessários para a manutenção dos papéis

ativos na sociedade (MADINI, 2001).

23

Capítulo III

O Envelhecimento e Prática do Tai Chi Chuan

1. O Tai Chi Chuan e a Perspectiva do Movimento Natural

Embora suas raízes estejam na antiga China, o Tai Chi Chuan

encontra-se muito difundido no Ocidente. Tem a vantagem de combinar os

exercícios regulares com uma ênfase definida na graciosidade e no ritmo

lento que falta tão conspicuamente à sociedade ocidental. Essa prática pode

representar, especialmente para os que vivem o ritmo veloz das cidades

industrializadas, uma forma de compensação de vida (TEIXEIRA, 2002).

Significado da Palavra: “Tai” - Grandioso e Supremo -, “Chi” - Ápice,

Extremidade, Pólo ou Origem -, “Chuan” - Punho, Movimento, Luta Marcial.

Trata-se de uma arte de meditação para a saúde e longevidade do corpo,

da mente e clareza do espírito. É um sistema de filosofia e meditação que

engloba os aspectos físicos e mentais do homem propiciando, ao praticante,

um estado de relaxamento e serenidade interior, equilibrando e

harmonizando as vibrações do corpo com as da mente, prevenindo e

também curando patologias provenientes ou não do stress físico e mental,

principal causa de cerca de 80% das doenças do homem moderno (CHIA,

2002).

MAZZEO et al, (1998) citam que a maximização da qualidade de vida

e do número de anos vividos em adultos idosos pode ser mais completa

através da inclusão de atividades como caminhada, corrida, natação e

pedalar na bicicleta como um estilo de vida.

A prática do Tai Chi Chuan desenvolve as capacidades física e

mental do indivíduo, objetivando uma vida longa e com saúde. Quem pratica

Tai Chi corrige naturalmente a postura, ativa e fortalece todos os músculos

24

do corpo, gerando saúde ao coração, nossa bomba propulsora de vida.

Beneficia a circulação sanguínea, que passa a irrigar melhor os tecidos e as

articulações. Segundo os princípios da medicina chinesa, da qual o Tai Chi

faz parte, a prática desses movimentos pode prevenir e até auxiliar na cura

de patologias como distúrbios reumatológicos, osteoartrite, osteoartrose,

bursite subacromial; equilibra, também, a pressão arterial. Esses

movimentos são indicados para pessoas de todas as idades, como fonte de

preservação e regeneração da saúde (CHIA, 2002).

O Tai Chi Chuan é uma antiga arte chinesa que consiste em séries de

movimentos lentos, porém contínuos para todas as partes do corpo.

Acredita-se que tais movimentos podem ajudar na prevenção de quedas de

idosos porque incorporam elementos de fortalecimento, equilíbrio,

alinhamento postural e concentração mental (GE WU, 2002).

Apesar de ser uma arte marcial chinesa milenar, que encoraja a

concentração mental e o controle dos movimentos corporais, foi somente

nos últimos anos, que começaram a surgir as primeiras publicações

científicas, sobre os efeitos do Tai Chi Chuan na aptidão física e capacidade

funcional do idoso (CLERY, 2000)

O Tai Chi é um exercício de baixo impacto e velocidade; suas

complicações ortopédicas são mínimas, sendo altamente recomendado

durante o processo de envelhecimento. Além disso, é uma prática de baixa

tecnologia podendo, portanto, ser implantada nas comunidades com baixo

custo (LAN et al, 1998).

BLAIR et al. (1996) citam que existem no mínimo três componentes

da aptidão física que são importantes para preservação das funções em

indivíduos idosos: força muscular, potência aeróbica e equilíbrio, sendo

estas algumas das variáveis que o treinamento de Tai Chi Chuan

desenvolve.

25

Crivado pela cultura, o conceito de saúde é diferente para os

ocidentais e para os orientais. Se para os Ocidentais a saúde é “o estado de

completo bem estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de

doença ou enfermidade” (VERAS, 1998), para os orientais, mais

precisamente os chineses, a saúde está relacionada com o sistema de

energia que deve estar em harmonia com o “mapa” do corpo. Para os

chineses, este “mapa” é a estrutura básica onde a energia é colocada em

primeiro lugar na seqüência que se segue: energia (chi) � sangue � células

� tecidos � órgãos � funções � relações � o todo (KIT, 1996, p. 168).

Nesta acepção, quando um indivíduo fica doente isso significa que seu

sistema de controle não está em ordem (KIT, 1996, p. 169).

TSANG (2003) afirma que uma vida calma para os idosos não

significa necessariamente estagnação física. Sendo assim o Tai Chi pode

ser aprendido e praticado por pessoas de idades avançadas. Este autor cita

diversos efeitos terapêuticos do Tai Chi. A maioria das quedas em idosos,

ocorre em situações como caminhadas, quando os mesmos se viram ou

sobem/descem degraus. Ou seja, em situações em que os idosos

necessitam do equilíbrio em apenas uma perna. Para tal equilíbrio ser eficaz

é necessário haver contração coordenada dos músculos da extremidade

distal das pernas.

De acordo com DESPEUX (1981), o Tai Chi Chuan é uma arte

marcial milenar chinesa que através de movimentos flexíveis e lentos, assim

como da coordenação entre consciência e respiração, promove a

harmonização das energias yin e yang, além de proporcionar a liberação das

tensões corporais de seus praticantes.

Sua prática favorece ainda a concentração mental e o controle de

movimentos de todo o corpo, além de ser prático em sua realização, pois

não são necessários grandes espaços e nem equipamentos (CHENG,

1989).

26

Na medida em que intensifica a habilidade e a confiança, o Tai Chi

pode ser a chave para o decréscimo na incidência de quedas, já que

exercícios e a coordenação podem diminuí-las durante atividades como sair

de banheiras ou sair de automóveis (atividades que envolvem virar-se e

escalar). Isso é importante porque participantes que entram em apnéia6

durante atividades citadas acima, podem estar estressando músculos e

articulações; já movimentos hesitantes podem demonstrar medo de quedas

ou vertigem (TUNG, 1981).

Seu princípio, assim como outras variantes dessa prática médica

chinesa é: “assegurar ao idoso o domínio de seu corpo por uma boa

reeducação respiratória” (HUARD E WORG, 1971, p. 118).

2. Tai Chi Chuan: incursões históricas

O Tai Chi Chuan surgiu há aproximadamente 700 anos, através do

mestre taoísta Chang San Feng. Este nome lhe foi atribuído por ocasião de

sua realização no TAO (Iluminação) e é traduzido como “Mestre dos Três

Picos”. O nome tem um significado marcante, pois seu trabalho em busca

da iluminação foi realizado numa montanha chamada Tsu Nam, que tem três

picos cujos altos cumes se erguem majestosamente em direção ao céu (LIN,

1998).

Um dia Chang San Feng observou da sua janela a luta entre uma

serpente e um grou (espécie de ave). Sob a luz de seu sábio olhar observou

muitas coisas que ao homem comum são invisíveis e passariam

despercebidas. Chang San Feng observou que esta luta englobava todos os

elementos do conhecimento taoísta sobre a natureza, do qual ele tinha uma

6 O termo Apnéia designa a suspensão voluntária ou involuntária da respiração, ou a interrupção da comunicação do ar atmosférico com as vias aéreas e pulmões.

27

compreensão profunda. Observou nos movimentos da serpente e do grou o

Yin (Negativo, recolhimento) e o Yang (positivo, expansão), a sua evolução e

mutação. A observação dessa luta foi um fato marcante que culminou na

elaboração do Tai Chi Chuan, em mandarim Taiji Quan (LIU, 2000).

Chang San Feng uniu, relacionou e organizou todo conhecimento que

já se tinha sobre a natureza, as leis da mutação, o Yin e o Yang etc. Ao

precioso produto que surgiu ele deu o nome de Tai Chi Chuan (LIU, 2000).

O Tai Chi Chuan é, portanto, o vivenciar através dos movimentos. Na

circularidade e serenidade dos seus movimentos somos ao mesmo tempo

atores e espectadores deste maravilhoso e mágico processo de criação, que

se realiza a cada instante em nosso corpo (LIN, 1998).

Historicamente, o Tai Chi Chuan (Quadro 1) passou por três fases

distintas: a primeira de estruturação, nos templos; a segunda de

disseminação laica, nas famílias de praticantes e, finalmente, a terceira de

formalização como exercício físico e esporte de competição, sob supervisão

profissional (GOMES, 2004).

Quadro 1 – Evolução Histórica do Tai Chi Chuan, TUNG (1981)

Fase Período Local Fase Período

Local Fase Período Local

Fase Período Local Fase Período Local

Estruturação Séc. VIII a XVII d. C. Templos Monges Arte marcial,

Disseminação Séc. XVII a XX d. C. Famílias Mestres

Formalização 1956 Escolas, Parques, Academias Professores

A estruturação do Tai Chi Chuan só ocorreu entre os séculos VIII e

XIII d.C. como uma arte marcial derivada do Kung Fu praticado no templo

budista de Shaolin. Este Kung Fu foi primeiramente denominado “Tai Chi

Chuan Wudang” devido ao fato de ter sido sistematizado no templo taoísta

de Wudang, onde foi praticado como arte marcial associada ao treinamento

religioso taoísta (KIT, 1996).

28

Depois que saiu do templo Wudang, no século XVII d.C., o Tai Chi

Chuan evoluiu em várias direções. Nos primeiros tempos foi aplicado como

arte marcial pura, sendo que resquícios desta época ainda estão presentes

na forma de competições de luta de Tai Chi Chuan em Cingapura e Hong

Kong. Apesar disso, o ramo que mais se desenvolveu foi o do Tai Chi Chuan

como atividade física para a saúde, que incorporou conceitos da filosofia, da

medicina e de outras ginásticas e práticas terapêuticas chinesas, sem

descartar completamente o aspecto de arte marcial (D’ANGINA, 1995).

Há, pelo menos, quatro estilos descendentes diretos do Tai Chi

Chuan Wudang (Chen, Yang, Wu, e Sun) e incontáveis estilos menores

(HUANG, 1979), praticados sem metodologia uniforme e com ênfase na

forma, como parte do patrimônio da cultura chinesa. Em 1956, o Comitê

Esportivo Nacional Chinês (órgão equivalente ao Ministério dos Esportes)

reuniu professores de educação física e médica para desenvolverem uma

seqüência curta do Tai Chi Chuan contendo elementos de vários estilos, no

intuito de regulamentar, popularizar e facilitar a prática, tanto terapêutica

quanto desportiva da modalidade (LEE, 1995).

A Seqüência Curta do Tai Chi Chuan ou Tai Chi Chuan Simplificado e

os exercícios que compõem esta prática foram publicados numa série de

cadernos pedagógicos oficiais, posteriormente reunidos e traduzidos para os

principais idiomas ocidentais com o nome de WUSHU – Guia Chinês para a

Saúde e o Preparo Físico da Família. Este guia para professores descreve e

ilustra, em pormenores, as diversas técnicas disponíveis para o

planejamento da prática do Tai Chi Chuan (TUNG, 1981).

O Tai Chi possibilita o desbloqueio do corpo, a ativação dos

movimentos orgânicos e a harmonia mental; destes resultados consegue-se

recuperar a coordenação motora, desenvolver a intuição e sensibilidade

suficiente para perceber as manifestações a nossa volta, não nos expondo,

por descuido a movimentos que possam quebrar esse estado (DESPEUX,

1999).

29

A suavidade, leveza e naturalidade são as essências dos movimentos

do Tai Chi. A tonicidade, firme e suave como a mão que segura um pássaro;

os gestos circulares imitam os movimentos do universo, lembrando as

águas, ventos, árvores, animais, a mecânica celeste e a interação entre os

elementos da natureza (DESPEUX, 1999).

2.1. Estilos do Tai Chi Chuan

O Tai Chi Chuan possui quatro estilos: Chen, Yang (o mais praticado),

Wu e Sun.

� O estilo Chen

O estilo Chen é conhecido devido a seus aspectos marciais; seus

movimentos se assemelham aos do kung-Fu shaolin. Foi desenvolvido por

Chen Wang Ting (1600-1680), e apresenta 83 padrões (KIT, 1996, p. 198). É

o estilo mais antigo de Tai Chi (LAN et al, 2002).

Há duas teorias que podem explicar a origem deste estilo. A primeira

seria a de que o estilo se baseia no kung-fu wudang (ou tai chi chuan

wudang), fundado por Wang Zong Yue, pois este ficou hospedado

durante muito tempo na aldeia da família Chen; também porque ele foi o

autor do Tratado de Tai Chi Chuan, que descreve a filosofia e as técnicas

de Tai Chi Chuan. A segunda afirma que Chen Wang Ting aprendeu sua

arte no exército, através de um general da dinastia Ming (KIT, 1996, p. 39-

40).

O estilo Chen apresenta três variações: a velha forma, a nova forma e

a pequena forma. A velha forma é caracterizada por movimentos amplos,

que ocorrem do corpo para os braços, sendo a força o fator mais

importante. Por exemplo, ao dar um soco, primeiro o indivíduo precisa

ajeitar a postura, para depois mover o corpo.

Na nova forma os movimentos ocorrem dos braços para o corpo, ela

possui um repertório menor de movimentos, sendo mais rápida e própria

para o combate. Por exemplo, ao dar um soco, inicialmente apenas

30

movimenta-se o braço, para depois mover o corpo. Já na pequena forma,

o movimento do corpo é substituído por um movimento circular dos

braços, produzindo uma força em espiral e melhorando a eficiência no

combate, pois é mais forte, mais rápida e apresenta menor número de

movimentos (KIT, 1996, p. 41-2).

Segundo os mestres de Tai Chi, os praticantes deverão iniciar a

prática pela Velha Forma (considerada básica), para depois passar pela

Nova e por último pela Pequena Forma, garantindo-lhes assim aumentar

a força, a velocidade e o equilíbrio (KIT, 1996, p. 42).

� O estilo Yang

Desenvolvido por Yang Lu Chan (1799-1872). Por ser o mais

praticado, algumas pessoas acreditam ser o único estilo de Tai Chi.

Originalmente, esse estilo era constituído por 108 posições; número que

foi reduzido para 85 posturas, pelo mestre da terceira geração Yang Deng

Fu (KIT, 1996, p. 218-219).

Segundo KIT (1996, p. 42-43), Yang Lu Chan vendeu todas as suas

terras e foi trabalhar para a família Chen visando aprender e “roubar” os

segredos do estilo, criando o seu próprio.

O estilo Yang demanda flexão de joelho constante, com base de

apoio alargada e baixa velocidade. A descarga de peso propiciada nesta

postura requer força e flexibilidade dos músculos da extremidade inferior.

Sendo assim, o estilo Yang pode ser um bom exercício para o

fortalecimento da musculatura da perna (WANG, 2000).

� O estilo Wu

Há dois estilos de Wu: o de Wu Yu Xiang e de Wu Chuan You.

O estilo de Wu Yu Xiang (1812-1880) é uma combinação da Velha

Forma de Yang com a Nova Forma de Chen (KIT, 1996, p. 43-5). Possui

31

movimentos circulares, porém curtos, e apresenta 85 padrões (KIT, 1996,

p. 243).

Já o estilo de Wu Chuan You (1834-1902) é próprio para o combate e

para a saúde, e tem 83 padrões. Ele é caracterizado por posturas de

apoio mais altas, base de apoio mais estreita e passo mais lento. Como

possui postura de apoio mais instável do que o estilo Yang, o estilo Wu

pode ser um exercício melhor para o equilíbrio. Contudo, nos estudos de

Tai Chi Chuan relacionados a equilíbrio ou quedas o estilo mais utilizado

foi o Yang (WU, 2002).

� O estilo Sun

Este estilo foi desenvolvido por Sun Lu Tang (1861-1932), que

absorveu os estilos Chen, Yang e Wu, criando um novo estilo que se

aproxima mais de Wu Yu Xiang, já que seu mestre era adepto de Wu.

Constitui-se de pequenos movimentos circulares e posturas altas;

apresenta 97 padrões (KIT, 1996, p. 266-67).

3. Benefícios do Tai Chi Chuan

Conforme afirmado anteriormente, a prática do Tai Chi Chuan

desenvolve a capacidade física e mental do indivíduo, para que tenha uma

vida longa e com saúde. Quem pratica Tai Chi corrige naturalmente a

postura, ativa e fortalece todos os músculos do corpo, gerando saúde ao

coração, nossa bomba propulsora de vida. Beneficia a circulação sanguínea,

que passa a irrigar melhor os tecidos e as articulações. Segundo os

princípios da medicina chinesa, que da qual o Tai Chi faz parte, a prática

desses movimentos pode prevenir e até auxiliar na cura de patologias tais

como: problemas reumatológicos, osteoartrite, osteoartrose, bursite;

equilibra a pressão arterial. Esses movimentos são indicados para pessoas

32

de todas as idades como fonte de preservação e regeneração da saúde

(CHIA, 2002).

O Tai Chi Chuan é uma modalidade de atividade física, muito

praticada entre idosos. Além de proporcionar benefícios motores e

fisiológicos, como aumento de coordenação motora, flexibilidade e aptidão

cardiovascular, proporcionam uma série de benefícios psicológicos

importantes no processo de envelhecimento como a redução da ansiedade,

depressão e estresse (WOLF et al. 1996).

Essa atividade representa uma alternativa de atividade efetiva e

funcional, particularmente para os idosos em situação de risco decorrente de

problemas associados ao envelhecimento, como artrite, disfunção

neurológica, declínio geral do equilíbrio, coordenação e função locomotora.

Isso se deve à sua natureza de respeito ao ritmo da própria pessoa, assim

como à sua habilidade de economizar tempo, espaço e equipamento (YAN

et al. 1998).

Nos exercícios de Tai Chi Chuan costuma-se recorrer, com muita

freqüência ao emprego de técnicas de respiração, geralmente com o auxílio

da música de relaxamento e uma disciplinada concentração nos

movimentos. Esses aspectos psicológicos do Tai Chi são extremamente

importantes para a sua eficácia, pois, de acordo com o que nos confirma

SEVERINO (1991, p. 46)

“No Tai Chi Chuan existe a necessidade de um estado mental tranqüilo, total devoção,

ou concentração espiritual nos movimentos durante os exercícios”.

Enquanto se executa a parte externa dos movimentos, a prática

correta do exercício Tai Chi Chuan exige muita paz e tranqüilidade interior.

Ao contrário, o indivíduo que medita, precisa utilizar a respiração e a

33

concentração mental para movimentar a energia vital através dos canais

psíquicos, enquanto permanece extremamente em repouso (HONG et al.,

2000).

Como afirmado antes, o Tai Chi foi desenvolvido originalmente, como

uma forma de arte marcial e está sendo usado há séculos na China, como

exercício para a saúde; entre outros aspectos, leva em consideração a

idade. O exercício básico de Tai Chi constitui-se de uma série de

movimentos individuais, reunidos de modo contínuo e que fluem suavemente

de um movimento para outro. Os movimentos do corpo são lentos, suaves e

bem coordenados, mantendo o centro de gravidade baixo conforme varia a

forma de execução dos exercícios. Devido à natureza da sua performance, o

Tai Chi tem se revelado muito favorável na flexibilidade, no controle do

equilíbrio e na melhora cardiorespiratória, em pessoas idosas, depois de um

longo período de exercícios (HONG et al., 2000).

Em recentes investigações, LAN et al. (2002) observaram que a

prática a longo prazo do Tai Chi pode atenuar o declínio das funções físicas

relacionadas à idade, sendo, portanto um exercício apropriado para

indivíduos de meia idade e idosos. O Tai Chi pode ser prescrito como um

programa alternativo. A intensidade do exercício de Tai Chi depende do

estilo, da postura e da duração do treinamento. Os participantes podem

escolher executar uma seqüência completa de Tai Chi ou movimentos

selecionados de acordo com suas necessidades.

O Tai Chi combina os movimentos com a circulação da energia vital,

respiração, e técnicas de alongamento. Trata-se de um exercício de

corpo/mente, ideal para a saúde, relaxamento, flexibilidade, meditação, força

e defesa pessoal. É internacionalmente popular por seus efeitos e benefícios

na saúde (WANG et al., 2000).

Na literatura, o primeiro estudo a documentar as respostas fisiológicas

do Tai Chi Chuan, disponível em língua inglesa, foi publicado em 1989, por

34

BROWN. Desde então, os potenciais efeitos benéficos do Tai Chi Chuan têm

sido investigados tanto do ponto de vista físico, quanto psicológico (SUN

1989).

Com relação ao programa de treinamento, apesar de haver trabalhos

reconhecendo que o Tai Chi Chuan é uma modalidade bastante

heterogênea (WOLF, 1996), apenas quatro estudos o descrevem

completamente em suas metodologias (Quadro 2), citando estilo, duração,

freqüência, intensidade e fases da aula.

35

Quadro 2 – Trabalhos com metodologias completamente descritas (WOLF, 1996),

Lan et al.

N = 84 (TCC) 39 (controle). Idade = 64. Duração: 2 anos. Programa: estilo Yang; Freqüência 5 vezes por Semana; Intensidade 53-57% FCmax; Plano 20 min. Aquecimento; 24 min. Treinamento; 10 min. Relaxamento. Variáveis: VO2

Prática regular Tai Chi Chuan pode atrasar o declínio da função cardiorrespiratória em idosos. Tai Chi Chuan pode ser prescrita como atividade aeróbica para idosos.

Lan et al.

N = 20 (TCC) 18 (controle). Idade = 58-70. Duração: 1 ano. Programa: estilo Yang; Freqüência 5 vezes por semana; Intensidade 52-63% FCmax; Plano 20 min. Aquecimento; 24 min. Treinamento; 10 min. Relaxamento. Variáveis: VO2, sentar-e-alcançar, flexão e extensão joelho.

Tai Chi Chuan é um programa eficiente de condicionamento físico para idosos.

Lan et al.

N = 41 (TCC) 35 (controle). Idade = 69,3. Duração: 1 ano. Programa: estilo Yang; Freqüência 5 vezes por semana; Intensidade 70% FCmax; Plano 20 min. Aquecimento; 24 min. Treinamento; 10 min. Relaxamento Variáveis: VO2, inclinometria lombar eletrônica, percentual de gordura.

Tai Chi Chuan obteve maior VO2, maior flexibilidade lombar e menor percentual de gordura.

Lan et al.

N = 32 Idade = 61,1 Duração: 6 meses. Programa: estilo Yang; Freqüência 5 vezes por semana; Intensidade 70% FCmax; Plano 20 min. Aquecimento; 24 min. Treinamento; 10 min. Relaxamento Variáveis: torque isocinético joelhos.

Tai Chi Chuan melhora a força muscular dos extensores de joelhos de idosos.

36

4. Fundamentos da medicina tradicional chinesa

� Yin e Yang

A teoria de Yin-Yang é um dos aspectos do materialismo simples e da

dialética que datam da China Antiga. A Medicina Tradicional Chinesa

emprega estas teorias para explicar as funções fisiológicas do organismo, as

mudanças patológicas e as relações internas dos órgãos e também para

explicar as leis gerais do diagnóstico e do tratamento (YAMAMURA, 1999).

� Teoria Yin e Yang

O conceito de Yin e Yang representa as duas partes opostas e

complementares dos fenômenos da natureza; partes que se relacionam

mutuamente. Podem representar tanto os dois fatores opostos, assim como

duas partes que compõem a essência de um aspecto (YAMAMURA, 1999).

� Como podemos classificar todas as coisas em yin e

yang?

Todas as coisas com tendência a fluir para cima, para fora, o aspecto

de claridade, mobilidade, excitação, vitalidade, calor, atividades funcionais,

rápidas e claras, pertencem ao Yang. Ao contrário, todas as coisas com

tendência para fluir para baixo, para dentro, obscuridade, tranqüilidade,

inibição, astenia, esfriamento, coisa substancial e pesada, pertencem ao Yin

(exemplos nas tabelas 01 e 02) (YAMAMURA, 1999)

37

Tabela 1: Características de Yin e Yang - Fonte: (Yamamura, 1999).

Natureza Corpo Humano

Características das Doenças

YANG

Sol, Céu, Dia, Homem, Verão, Calor, Sul, Norte.

Externo, Superfície, Região de cima, Vísceras.

Agitada, Forte, Quente, Seca, Hiperfuncionamento, Aguda.

YIN

Lua, Terra, Noite, Mulher, Inverno, Frio, Leste, Oeste.

Interno, Profundo, Região de baixo, Órgãos.

Calma, Fraca, Fria, Úmida, Hipofuncionamento, Crônica.

Tabela 2: Características da polaridade energética

Fonte: (Yamamura, 1999).

YIN YANG

Tendências

Escuro Contração Ascendente Passivo Frio Negativo Pesado Interior Côncavo

Claro Expansão Descendente Ativo Quente Positivo Leve Periferia Convexo

Manifestações

Água Elétron Vegetal K, Ca, N, P,... Vitamina C Verdura S.N Parassimpático Fêmea Espaço

Fogo Próton Animal H, Na, Cl, Mn,... Vitamina D, K Cereal S.N Simpático Macho Tempo

Dados Sintomáticos

Hipotensão Arterial Processos Crônicos Bradicardia Sonolência Pessimismo Flacidez Hipersensibilidade a tempo úmido Falta de reação Medo

Hipertensão Arterial Processos Agudos Taquicardia Insônia Otimismo Espasmos Hipersensibilidade a tempo seco Reação Excessiva Raiva

� Oposição

A oposição entre Yin e Yang significa que todo fenômeno ou fato da

natureza tem ao mesmo tempo dois aspectos opostos, ou seja, duas

contrárias: Yin e Yang. Por exemplo, o céu, o dia, a parte superior, o

exterior, o movimento, subir, fogo, calor etc.; são características de Yang,

enquanto a terra, à noite, a parte inferior, o interior, a quietude, descer, água,

frio etc.; são características do Yin (HONG, 2001).

38

� Interdependência entre yin e yang

A relação de crescimento – decrescimento entre Yin e Yang significa

que as duas partes opostas de todas as coisas ou fenômenos encontram-se

em movimento e mudança constantes. Se uma parte cresce, a outra diminui;

se uma avança, a outra retrocede, de tal forma que mantenham sempre

equilíbrio dinâmico. Se o equilíbrio relativo entre Yin e Yang é destruído por

excesso ou deficiência de uma das partes, ocorrerá então a enfermidade

(YAMAMURA, 1999).

5. Mestre Liu Pai Lin: o pioneiro do Tai Chi Chuan no Brasil

Mestre Liu Pai Lin (劉百齡)

(reprodução autorizada pelo Cemetrac 7)

Mestre Liu Pai Lin nasceu na China (Tianjin), em 8 de dezembro de

1907 - e faleceu em São Paulo - Brasil no dia 3 de fevereiro de 2000. Foi um

dos introdutores da Medicina Tradicional Chinesa no Brasil. Divulgou por

7 Cemetrac: Centro de Estudos de Medicina Tradicional e Cultura Chinesa

39

todo o país a prática do Tai Chi Pai Lin, oferecendo também cursos de

formação em Massagem Tui Na e Meditação Tao Yin (LIN 1998).

Naturalizado brasileiro, Liu Jen Yu é o nome que constava em seus

documentos. O Mestre adotou o nome Pai Lin (bailing), que em chinês

significa cem anos, para expressar seu desejo de que todas as pessoas

possam ter uma vida longa e saudável: "Não é só o meu próprio nome, mas

o de todos que se dediquem de coração a essas práticas." Mestre Liu Pai

Lin, 1992 (LIN 1998).

5.1. Mestre do Tao

BIZERRIL (2005; vol.11 nº.24) destaca que: "A idéia de conhecimento

no taoísmo baseia-se em uma noção pragmática: conhece-se por

experiência pessoal corporificada o legado da tradição”. Assim, afirma que

nas linhagens taoístas "as conquistas da longevidade, da saúde, da

graciosidade, da vivacidade do espírito e da espontaneidade são índices de

compreensão do Tao, de realização espiritual. O mestre literalmente encarna

a sabedoria."

Falando especificamente sobre o Mestre Liu, BIZERRIL

(2005;vol.11 nº.24 ) faz o seguinte depoimento:

Aos noventa e poucos anos, Liu Pai Lin era idoso, mas sem sinais visíveis de decrepitude: a pele e os músculos ainda firmes, as articulações e tendões flexíveis, os dentes em bom estado. Os olhos brilhantes transpareciam uma inteligência viva e rápida. Capaz de trabalhar por horas a fio como médico ou palestrante, aparentemente sem se esgotar. Parte de seu prestígio derivava daquilo que ele expressava constantemente pelo corpo.

O título de Mestre que Liu Pai Lin recebeu, não se refere apenas ao

seu trabalho de ensino ou ao grau de realização que atingiu nas práticas

taoístas; é também um reconhecimento dado pelos mestres das linhagens a

que pertence quem assume a missão de divulgar o conhecimento do Tao.

40

5.2. Iniciação no Taoísmo8

Ainda criança, Pai Lin começou a estudar as artes taoístas com seu

tio-avô Liu Yunpu (Liu Yuen Pu), reconhecido na China como um Grande

Mestre Taoísta. Catherine Despeux, em sua tradução do Tratado de

Alquimia e Medicina Taoísta de Zhao Bichen, comenta que o Mestre autor

deste tratado foi o segundo discípulo do Mestre Liu Yunpu, que era

originário da cidade de Titou, próxima a Tianjin, na província de Hebei. Em sua juventude praticou artes marciais e viajou muito por todo o país pondo em prática o espírito cavalheiresco chinês. Se estabeleceu durante um tempo como comerciante no distrito de Changpin. Faleceu com 93 anos. (LIN 1998; p.8-12).

O Mestre Liu comentava que ler notícias da divulgação sobre o

conhecimento de Tui Na no Ocidente a partir de ocidentais que aprenderam

a técnica com alunos de seu tio-avô foi um dos motivos que o levou a se

dedicar à transmissão deste tipo de terapia no Brasil (LIN 1998).

Prosseguindo seus estudos, o Mestre Liu foi iniciado nas seguintes

linhagens taoístas (Lin 1998):

• Pertence à 11ª geração da linhagem da Porta do Dragão (龍門派)

(Longmen pai), famosa escola de alquimia interior da tradição do

norte da China. Foi discípulo direto do Mestre Liao Kun (Liaokong

Shizun);

• Representa a 5ª geração da linhagem da Montanha Dourada (金山派)

(Jinshan pai). A foto do Mestre Tanbai (Laisheng zhenren) era uma

das presentes em seu espaço de treino;

8 Taoísmo é uma religião e filosofia chinesa, atribuídas tradicionalmente a Lao Tsé, que resumiu seu pensamento no Tao Te Ching. Juntamente com o Confucionismo e o Budismo, forma a base da Religião Tradicional Chinesa (LEE 1995).

41

• Kun Lun Chien Shan (崑崙派). Em Taiwan, foi discípulo direto do

Mestre Liu Peizhong (劉培中).

• e Fuchow.

Mestre Liu enfatizava que o Taoísmo praticado e divulgado por ele

não é o Taoísmo religioso, nem se trata da prática de uma seita. Sua

transmisão é um conhecimento de natureza espiritual, onde a tradição de

uma linhagem e a iniciação são tratadas de forma laica. Esta distinção entre

o Taoísmo enquanto religião (Taochiao) e enquanto filosofia de vida

(Taochia) é uma questão antiga na cultura chinesa (DESPEUX; 1981).

5.3. Formação em Tai Chi Chuan

No Tai Chi Chuan o mestre Liu Pai Lin foi discípulo de dois Grandes

Mestres:

• Yang Chengfu (楊澄甫), (1883-1936), com quem estudou o Estilo

Yang;

• e Chang Chin Ling (Zhang Qin Ling, 張欽霖) (1887-1967~), que lhe

ensinou além do Estilo Yang, um outro estilo taoísta (LIN 1998).

A vinda do Mestre Liu para o Brasil em 1975 e sua obra de divulgação

do Tai Chi Chuan pode ser considerada como parte de uma diáspora que

divulgou esta tradição por todo o mundo. O Mestre Liu Pai Lin recebeu em

1993 o título de Presidente de Honra da Associação Internacional de Tai Chi

Chuan de Taiwan (ROC), diploma oferecido pelos famosos Mestres Yang Yu

Zhen e Wang Yen Nien (LIN 1998).

42

Capítulo IV

Tai Chi Pai Lin

O Tai Chi Pai Lin (em chinês 太極百齡) é o conjunto de práticas de

origem taoísta que foram introduzidas no Brasil pelo Mestre Liu Pai Lin.

Entre elas se destacam o exercício integrado da medicina tradicional

chinesa, da meditação taoísta e dos movimentos suaves do Tai Chi Chuan e

do chi kung (LIN, 2002).

Em chinês, Pai Lin significa literalmente "cem anos"; significado que,

em termos mais amplos, indica o caminho de cultivo da saúde e

longevidade. O Mestre Liu Pai Lin adotou este nome para si e para todos

que se dedicam de coração às práticas taoístas que trouxe para o Brasil

(LIN, 1998):

Para que uma vida longa? Para que toda a potencialidade do ser humano, possa se desenvolver física e espiritualmente. O valor da vida deve ser expresso; o seu brilho só é visto quando se reflete nos outros. (Lin, 2002; pg. 5)

� Tao Kung Quan

O Mestre Liu perguntava em suas palestras: numa época em que

metralhadoras, armas químicas e bombas atômicas são os instrumentos da

guerra, que sentido pode ter aprender o Tai Chi Chuan apenas para ser

capaz de derrotar outra pessoa? (LIN, 2002).

Ele destacava o desequilíbrio interior como nosso maior inimigo,

considerando o aspecto mais importante da prática do Tai Chi seu papel

como um instrumento para a preservação da saúde e do equilíbrio

emocional, mental e espiritual (LIN, 2002).

43

"Tao Kung Chuan", a prática de treinamento do Tao, é outro nome

que utilizava para se referir ao conjunto de práticas taoístas que ensinou no

Brasil (LIN, 2002). .

Coerente com esta postura, o estudo dos aspectos marciais do Tai

Chi Chuan é realizado pelos praticantes de Tai Chi Pai Lin, principalmente

com a finalidade de compreender a natureza dos movimentos desta arte e

desenvolver sua sensibilidade na interação com as outras pessoas. Assim, o

treinamento da aplicação dos movimentos do Tai Chi Chuan a dois,

conhecido como Tui Shou (traduzido literalmente "mãos coladas") ou

"empurrar com as mãos", é realizado com tranqüilidade, procurando manter

a atitude de meditação e evitando cultivar uma postura competitiva (LIN,

2002).

� Práticas Fundamentais

O Mestre Liu Pai Lin, transmitiu diversas formas de treinamento

voltadas mais especificamente para o bem estar dos praticantes. Hoje, seu

filho, Mestre Liu Chih Ming, transmite os treinamentos herdados de seu pai,

das mesmas linhagens taoístas citadas anteriormente, dentre eles (LIN,

2002):

• Abraçar o Tai Chi.

• Abraçar a Árvore (Postura do Universo).

• Treinamento Interior do Tai Chi.

• Treinamento de Geração da Água Sagrada

• Treinamento da Circulação do Pequeno Universo

• Treinamento da Rede Celeste.

• Oito formas de alongamento dos tendões.

• Formas contínuas de alongamento dos tendões (remar).

• Respiração dos 6 sons.

• Exercícios para flexibilização das 9 dobras do corpo.

44

• Exercícios para a Saúde dos 12 Órgãos Internos (panos de seda).

• Respiração da tartaruga.

• Respiração do grou.

• Doze Formas de Chi Kung (Treinamento de Energia).

• Maravilha das maravilhas ("miao miao"): balanços; palmadas e

mãos cruzadas.

• Caminhada Tai Chi.

• Nove formas para restaurar a vitalidade (auto massagem).

• Sequência de auto massagem na cabeça.

As formas introduzidas no Brasil pelo Mestre Liu Pai Lin e pelo

Mestre Liu Chih Ming (LIN, 2002) foram:

• Forma de Tai Chi Chuan Pai Lin curta (37 movimentos).

• Forma de Tai Chi Chuan Pai Lin longa (108 movimentos).

• Forma de Espada Tai Chi (54 movimentos).

• Forma de Pa Kua Tsan curta (8 palmas).

• Forma de Pa Kua Tsan longa (64 palmas).

• Forma de Espada Pa Kua com duas espadas (8 palmas).

• Forma de Espada Pa Kua com uma espada.

� Mestre Liu Chih Ming – Entrevista concedida e

autorizada

Mestre Liu Chih Ming é Vice-Presidente da Federação Mundial de

Acupuntura e Moxabustão (WFAS), diretor do comitê de provas desta

importante organização internacional, membro do Conselho Executivo da

Federação Mundial das Sociedades de Medicina Chinesa (WFCMS) e

Consultor da Academia de Medicina Tradicional Chinesa de Hong Kong. É

Doutor em Acupuntura com nível "A" Internacional, fornecido pelo Centro

de Exame Internacional de Acupuntura de Pequim, sendo que poucas

pessoas possuem tal graduação no mundo. É formado pelo China Medical

45

College, uma das mais conceituadas escolas em Taiwan, possuindo

também, entre outros, o "Curso Avançado de Acupuntura", pelo Instituto

de Acupuntura da Academia de Medicina Tradicional Chinesa de Pequim.

No ano de 2007, no mês de outubro, recebeu da WFAS um dos 57

prêmios "The contribuition award" distribuídos para as maiores

contribuições pessoais para acupuntura no mundo, durante as

celebrações do 20º aniversário da fundação dessa federação, realizado

em Pequim, China.

Filho do Grande Mestre Taoísta Liu Pai Lin, por quem foi iniciado em

uma linhagem Taoísta de Mestres com grande conhecimento na Arte

Antiga da Medicina Tradicional Chinesa e Alquimia Interna do Corpo.

É discípulo do renomado Mestre Chinês Hsiu Yan Tsai, pertencente

a tradicional linhagem Chinesa "Agulha de Ouro" e do famoso Mestre

Yang Yu Chen (ex-presidente da Associação de Tai-Chi-Chuan de

Taiwan); também pertence à linhagem Taoísta Gin San (Montanha

Dourada) e a Long Men (Porta do Dragão). Estas linhagens são muito

conhecidas na China, por serem descendentes da famosa linhagem Do

Norte, que teve como Grandes Mestres, entre outros, Fú Shi, Huang Ti (o

Imperador Amarelo) e Lao Tzu.

“O homem é dotado de capacidades naturais, tão logo a sua energia se exaure, poderá o mesmo cultivar a essência absoluta de preservação, obtendo assim um caminho suave para a longevidade”. Soprar e aspirar, expelindo o velho e assimilando do novo, para tornar-se forte como um urso e vivo como um pássaro. (Entrevista concedida)

46

� Mestre Liu Pai Lin fala sobre o Tai Chi (transcrição de uma palestra do Mestre Liu Pai Lin de 1987, gravada em vídeo)

“Agora vou apresentar o que é o Tai Chi Chuan: É uma prática para a longevidade e o sentimento do amor. O Tai Chi Chuan é a reunião destas duas práticas, o que o torna uma prática do Tao. Tao é chi ou energia vital; existe na Natureza uma energia criativa – duas energias distintas, o yin e o yang que se unem num movimento pulsante fazendo surgir todas as coisas na Natureza. Todo ser vivo, inclusive o ser humano, possui nos seus centros de energia, sistemas orgânicos, tendões e células, a energia original da vida, doada pelo Céu e pela Terra.

Este sopro de energia vital constitui-se no que possuímos de verdadeiro e original.

Esta energia no nosso corpo, quando concentrada e plena, pode prolongar a nossa vida; dispersada rapidamente, o bonito se torna feio, o jovem fica velho, vem à doença e a morte. Ou seja, a vida do homem depende da concentração ou dispersão dessa energia; não dar atenção a essa energia é não dar importância à vida.

No macrocosmo, as energias do Céu e da Terra se unem diariamente; o Sol, a Lua, e as Estrelas do Céu se unem com o Fogo, a Água, e o Vento da Terra mantendo e fazendo surgir todas as coisas existentes na Terra. O Homem é um microcosmo: o Céu fica na nossa cabeça, e o baixo ventre é a nossa Terra.

Quando relaxamos, o Sol desce e ilumina a nossa Terra; esta é a união do yin e do yang no Homem.

Esta união gera no nosso corpo nova energia, novo sangue, novas células, suprindo dessa forma o nosso cérebro, nossa energia espiritual, e a saúde do nosso corpo físico.

47

O Tai Chi Chuan é uma prática do sentimento do amor, pois segue os princípios da natureza.

Encontramos no I Ching a descrição destes princípios:

‘O Universo, em circulação incessante, constrói’;

‘O sábio exercita a sua natureza, cultivando-a sem cessar’. Observe o movimento de rotação da Terra: ele constrói diariamente o frescor de vida nova.

Nesta observação, o Homem aprende o caminho da espontaneidade: é como se a Terra estivesse fazendo o Tai Chi Chuan, renovando o ar, impregnando novo frescor a todas as coisas, pois a maior virtude da Natureza é fazer nascer vida nova. O Ser Humano pertence à Natureza: obtendo ar puro, o sangue se renova, e o espírito fica límpido, e desta forma obtemos este sentimento de amor à Natureza.

Se praticarmos o Tai Chi diariamente, cultivamos a nossa natureza criadora, ligando-nos à Natureza; conservamos com naturalidade o amor no coração e retornamos à pureza do ser. Por isso o Tai Chi é uma prática para o sentimento do amor.

48

Capítulo V

A Pesquisa de Campo

1. Procedimentos Metodológicos

Longe de desconsiderar a importância da metodologia qualitativa –

tão utilizada no Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia, da

PUC/SP, a opção pela metodologia quantitativa resultou da consideração de

que como minha intenção sempre foi aplicar o questionário SF/36, estarei

lidando basicamente com números. Como afirmam BAUER, GASKELL &

ALLUM, “a pesquisa quantitativa lida com números, usa modelos estatísticos

para explicar dados, e é considerada pesquisa hard” (2002: 22/23). No

entanto, os mesmos autores lembram que não existe quantificação sem

qualificação, análise estatística sem interpretação. Isto porque “os dados não

falam por si mesmos, mesmo que sejam processados cuidadosamente, com

modelos estatísticos sofisticados” (2002:24).

Segundo BECKER (1999), a pesquisa está relacionada à imagem de

um mosaico sendo que, à medida que cada peça é acrescentada, torna-se

possível a compreensão do quadro como um todo; a inter-relação das

subjetividades – pesquisado, pesquisador – favorece essa construção.

Como instrumento para avaliação do perfil da Qualidade de Vida já

mencionado anteriormente, utilizou-se o Questionário SF36® (The Medical

Outcomes Study 36-item Short Form Health Survey), traduzido e validado no

Brasil por CICONELLI, em 1997, e indicado pela autora como bem

desenhado, multidimensional, útil para este tipo de avaliação, de fácil

aplicação e compreensão. Este questionário é considerado um índice de

percepção do status geral de saúde que incorpora padrões

comportamentais. O SF36® é formado por 36 itens que englobam nove

49

escalas: Capacidade Funcional (CF) com 10 itens; Desempenho Físico (DF)

com 04 itens; Dor (DR) com 02 itens; Estado Geral de Saúde (EGS) com 05

itens; Vitalidade (VT) com 04 itens; Aspectos Sociais (AS) com 02 itens;

Aspectos Emocionais (AE) com 03 itens; Saúde Mental (SM) com 05 itens e

Evolução do Estado de Saúde (EV), que se refere à avaliação comparativa

entre as condições de saúde atual e a de um ano atrás, com 01 item. Essa

última escala serve, por sua vez, apenas de referência, prevalecendo com

isso oito domínios a serem analisados.

Assim, os dados primários (fontes primárias), foram coletados através

da aplicação do questionário SF/36 (anexo 1); a eles somaram-se

informações obtidas por meio de fontes secundárias (bibliografia, busca

virtual etc.). Como afirma SANTAELLA “[...] a procura cuidadosa e paciente,

por vezes até mesmo obstinada, de fontes documentais ou bibliográficas é

imprescindível” (2001:167), para montar nosso “mosaico”.

Para SANTAELLA (2001), a pesquisa sempre está relacionada às

inquietações do pesquisador; assim, sujeito e objeto estão próximos. Desta

maneira, a decisão sobre o que seria pesquisado teve origem nas

experiências de minha formação pessoal e profissional.

Durante o processo de construção dessa dissertação pude observar

uma relação positiva entre o envelhecimento, a prática regular de atividade

física e as questões que envolvem todo cenário da gerontologia. Passar do

que constituía uma “certeza” ainda impressionista para a investigação foi o

desafio que se impôs; desafio que resolvi assumir desde meu ingresso no

mestrado em gerontologia.

Dessa forma, foi a partir de um exercício pessoal de reflexão que

cheguei ao que realmente me interessava: Envelhecimento e o Tai Chi

Chuan.

50

2. A coleta de dados

Os dados empíricos foram coletados através da aplicação do

Questionário de Qualidade de Vida SF – 36.

As informações obtidas com esse questionário, provêm diretamente

do informante, tendo para ele um significado específico. Com ele temos

dados basicamente quantitativos.

A investigação teve início em Janeiro de 2007, com a revisão

bibliográfica e a busca de fontes documentais. No segundo semestre de

2007 e início de 2008 aplicamos o questionário.

A pesquisa de campo se iniciou com uma triagem de praticantes de

Tai Chi Chuan; para tanto, priorizamos algumas características, tais como:

idade, sexo, ocupação e tempo de prática.

Todas as dúvidas relacionadas aos itens contidos no questionário

foram elucidadas durante o processo de caracterização da pesquisa, sendo

o aluno auxiliado quando solicitado, mas sem qualquer interferência nas

respostas dadas. O tratamento dos dados respeitou a correspondência de

cada item ou questão à sua respectiva escala, ou seja, os dados brutos

obtidos nas respostas foram convertidos em dados ponderados, nos quais

os escores dos itens de cada escala foram somados, os quais

correspondiam às respostas das entrevistadas. Na etapa seguinte,

procedeu-se a transformação de cada score numa escala de 0 a 100 (0 =

pior 100 = melhor resultado) pelo cálculo de Raw Scale (Escala Bruta), do

valor mínimo e valor máximo possível para cada item, em cada escala. Os

scores entre esses valores representaram a porcentagem possível de ser

alcançada, sendo calculada a média de cada questão.

51

3. Dos sujeitos da Pesquisa

Os sujeitos foram selecionados e convidados a participar da

pesquisa a partir do universo representado pelos 110 alunos9 que praticam

Tai Chi Chuan há mais de um ano e que estavam inscritos no Programa de

Qualidade de Vida intitulado “Saúde nos Parques”; a atividade ocorre duas

vezes por semana e cada encontro tem a duração de 60 minutos. Foram

incluídos apenas sujeitos do sexo feminino que participaram dos 12 meses

do programa com freqüência superior a 75% nas sessões de atividade

física. Foram excluídos aqueles que não compareceram em uma ou mais

avaliações físicas realizadas no início e no decorrer do programa. Disto

resultou a seleção de 95 mulheres, com idade média de 64,60 anos. Todas

as participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(TCLE); o preenchimento do instrumento foi realizado na presença do

pesquisador. Em um diário foram registradas expressões faciais, gestos,

comentários e outras informações não verbais.

Após a aplicação do questionário foi realizada a análise e a

interpretação do material coletado, seguidas da formatação dos gráficos que,

pelo que entendemos, permitem a melhor visualização dos resultados.

Cabe sublinhar que a análise dos dados obedeceu a categorias

construídas a partir da primeira “filtragem” dos mesmos. Esta “filtragem”

respeitou critérios estatísticos. Quanto ao instrumento (questionário),

ressalto que, na condição de já “validado”, prescinde de análise fatorial.

Os doze meses do programa consistiram em atividades físicas

seguidas alongamentos, de exercícios de resistência, de exercícios de força,

potência e resistência adaptados, de coordenação, agilidade e flexibilidade;

de exercícios respiratórios, coreografias, relaxamento e atividades lúdicas

relacionados ao Tai Chi Chuan. Além destas atividades foram realizadas 9 O Número mencionado corresponde aos alunos praticantes, inscritos no programa “Saúde nos Parques” e que estavam dentro do perfil da pesquisa.

52

palestras que enfatizaram a importância da atividade física e da nutrição

para a saúde. Todos os participantes eram capazes de locomoverem-se

independentemente para o local de realização do programa. As sessões

foram ministradas por mim e professores assistentes previamente treinados.

4. Resultados

� Interpretação do questionário genérico de avaliação de

qualidade de vida

Gráfico 1: Em geral você diria que a sua saúde é:

2 ,0 0 %

2 9 ,0 0 %

4 9 ,0 0 %

2 0 ,0 0 %

0 ,0 0 %

1 0 ,0 0 %

2 0 ,0 0 %

3 0 ,0 0 %

4 0 ,0 0 %

5 0 ,0 0 %

6 0 ,0 0 %

7 0 ,0 0 %

8 0 ,0 0 %

9 0 ,0 0 %

1 0 0 ,0 0 %

M u ito Ru im B o a M u ito B o a Ex c e le n te

P e r g u n ta 1

Comentário: Dos sujeitos, quase 100% consideram sua saúde excelente

(20%), muito boa (49%) ou boa (29%); apenas 2% a consideram muito ruim.

53

Gráfico 2: Comparada há um ano atrás, como você classificaria sua saúde em geral, agora?

21,00%

46,00%

29,00%

4,00%0,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

A) B) C) D) E)

Pergunta 2

Comentário: Dos entrevistados, 21% consideram sua saúde muito melhor

agora que há um ano atrás; 46% um pouco melhor agora do que há um ano

atrás, 29% quase a mesma de um ano atrás e 4% um pouco pior do que há

ano atrás. Nenhum sujeito respondeu que sua saúde está muito pior agora

do que há um ano atrás.

54

Gráfico 3: Devido a sua saúde, você tem dificuldades para executar suas

atividades diárias?

Comentário: Dos entrevistados, 95,5% responderam que a saúde não

dificulta, de modo algum, a execução das suas atividades da vida diária

(AVDs); 5,0% responderam ela dificulta um pouco e 0% responderam que

as condições de saúde dificultam muito.

0,00% 5,00%

95,5%

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

a) Sim dificulta muito b) Sim dificulta um pouco c) Não. Não dificulta de modo algum

Pergunta 3

55

Gráfico 4: Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como

conseqüência de sua saúde física?

Pergunta 4

11,50%

88,50%

15,50%

84,50%

11,50%

88,50%

8,00%

92,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

A) B) C) D)

Sim Não

Comentário: Dos praticantes entrevistados, 88,50% responderam que não

diminuíram a quantidade de tempo que dedicavam ao seu trabalho e a

outras atividades; 11,50% responderam que diminuíram; 84,50%

responderam que não realizaram menos tarefas do que gostariam e 15,50%

responderam que sim. 88,50% responderam que não estiveram limitados no

seu trabalho ou em outras atividades e 11,50% responderam que sim.

92,00% responderam que não tiveram dificuldades na realização no trabalho

ou outras atividades e apenas 8% responderam que sim.

56

Gráfico 5: Durante as últimas 4 semanas você teve algum dos seguintes

problemas com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como

conseqüência de algum problema emocional (como sentir-se deprimido ou

ansioso)?

Pergunta 5

12,70%

87,30%

27,20%

72,80%

20,00%

80,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

A) B) C)

SimNão

Comentário: Dos entrevistados, 87,30% responderam que não diminuíram a

quantidade de tempo que se dedicavam ao seu trabalho ou as outras

atividades e 12,70% responderam que diminuíram; 72,80% responderam

que não realizaram menos tarefas do que gostariam e 27,20% responderam

que sim; 80,00% responderam que não trabalharam ou não fizeram qualquer

das atividades com tanto cuidado como realmente fazem e 20,00%

responderam que sim.

57

Gráfico 6: Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física

ou problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais,

em relação à família, vizinhos, amigos ou em grupo?

Pergunta 6

60,00%

20,00%

11,00% 7,00%2,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

De forma Alguma Ligeiramente Moderadamente Bastante Extremamente

Comentário: Dos entrevistados, 60,00% responderam que a saúde física ou

problemas emocionais não interferiram, de forma nenhuma nas atividades

sociais normais; 20,00% afirmaram que interferiram ligeiramente, 11,00%

moderadamente, 7,00% bastante e apenas 2,00% extremamente.

58

Gráfico 7: Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

32,00%26,00% 24,00%

16,00%

2,00% 0,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Nenhuma Muito Leve Leve Moderada Grave Muito Grave

Pergunta 7

Comentário: Dos entrevistados, 32,00% responderam nenhuma dor;

26,00% dor muito leve; 24,00% dor leve; 16,00% dor moderada; 2,00% dor

grave e 0,00% dor muito grave.

59

62,00%

25,00%

9,00%4,00% 0,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

De maneiraalguma

Um pouco Moderadamente Bastante Extremamente

Pergunta 8

Gráfico 8: Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu

trabalho normal (incluindo tanto o trabalho, fora e dentro de casa)?

Comentário: Dos entrevistados, 62,00% responderam de maneira alguma;

25,00% um pouco; 9,00% moderadamente; 4,00% bastante e 0,00%

extremamente.

60

Gráfico 9: Em relação a sua vitalidade, como você se sente e como tudo

tem acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão,

dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se sente.

Pergunta 9

Comentário: Dos entrevistados, 90,00% responderam que se sentiam cheios

de vigor, vontade e de força a maior parte do tempo e 10,00% uma boa parte

do tempo. 85,00% responderam que se sentiam muito nervosos uma

pequena parte do tempo e 15,00% alguma parte do tempo. 85,00%

responderam que se sentiam deprimidos uma pequena parte do tempo,

10,00% alguma parte do tempo e 5,00% nunca. 92,00% responderam que

se sentiam calmos e tranqüilos a maior parte do tempo, 8,00% uma boa

parte do tempo. 90,00% responderam que se sentiam com muita energia a

maior parte do tempo, 8,00% uma boa parte do tempo e 2,00% alguma parte

do tempo. 98,00% responderam que nunca se sentiam desanimados e

90,0%

10,0% 15,0%

85,0%

10,0%

85,0%

5,0%

92,0%

8,0%

90,0%

8,0%

2,0% 2,0%

98,0%

3,0%

97,0%

11,0%

85,0%

4,0% 2,0%

98,0%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

90,0%

100,0%

A) B) C) D) E) F) G) H) I)

Todo tempo A maior parte do tempo Uma boa parte do tempo Alguma parte do tempo Uma pequena parte do tempo Nunca

61

abatidos e 2,00% uma pequena parte do tempo. 97,00% responderam que

nunca se sentiam esgotados e 3,00% uma pequena parte do tempo. 85,00%

responderam que se sentiam pessoas felizes a maior parte do tempo,

11,00% todo o tempo e 4,00% uma boa parte do tempo. 98,00%

responderam que nunca se sentiam cansados e 2,00% uma pequena parte

do tempo.

62

Gráfico 10: Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua

saúde física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades

sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)?

60,00%

31,00%

5,00% 4,00% 0,00%

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

90,00%

100,00%

Nenhuma partedo tempo

Pequena partedo tempo

Alguma parte dotempo

Maior parte dotempo

Todo tempo

Pergunta 10

Comentário: Dos entrevistados, 60,00% responderam nenhuma parte do

tempo; 31,00% uma pequena parte do tempo; 5,00% alguma parte do

tempo; 4,00% a maior parte do tempo e 0,00% todo o tempo.

63

Gráfico 11: O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para

você?

Comentário: Dos entrevistados, 97,00% responderam que é definitivamente

falsa a questão de adoecerem mais facilmente que as outras pessoas,

3,00% a maioria das vezes falsa. 74,00% responderam que era

definitivamente verdadeiro estarem saudáveis em relação a qualquer pessoa

que conheciam e 26,00% a maioria das vezes verdadeiro. 83,00%

responderam que era definitivamente falsa a questão de que a sua saúde

iria piorar naquele momento, 17,00% a maioria das vezes falsa. 93,00%

responderam que sua saúde era excelente a maioria das vezes e 7,00%

definitivamente verdadeiro.

3,00%

97,00%

74,00%

26,00%

17,00%

83,00%

7,00%

93,00%

0,00%

10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00%

100,00%

A) B) C) D)

Pergunta 11

Definitivamente verdadeiro A maioria das vezes verdadeiro Não sei A maioria das vezes falsa Definitivamente falsa

64

94,16%

95,47%

94,00%

92,10%

85,79%

79,55%

73,50%

62,56%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Aspectos Sociais

Estado Geral de Saúde

Vitalidade

Saúde Mental

Dor

Limitação por AspectosEmocionais

Limitação por Aspectos Físicos

Capacidade Funcional

Gráfico 12: Relação dos valores médios dos indicadores de Qualidade de

Vida de mulheres idosas praticantes de Tai Chi Chuan há um ano (cálculo

do Raw Scale).

Comentário: pode-se constatar que o maior valor encontrado ocorreu no

domínio Capacidade Funcional (95,47%) e o menor score foi obtido no

domínio Aspectos Sociais (62,56%).

Segundo OKUMA (1998), a capacidade funcional é definida como a

capacidade do indivíduo desempenhar as atividades da vida diária (AVD’s),

que são as atividades de cuidados pessoais básicos como vestir-se, banhar-

se, levantar-se da cama e sentar-se, utilizar o banheiro, comer e caminhar

pequenas distâncias, mantendo assim a sua autonomia.

Através da aplicação do questionário de qualidade de vida SF-36

obtivemos um resultado estatístico significativo; de sua interpretação

constatou-se que, em um score médio 84,64%, a prática de Tai Chi Chuan

65

beneficia a saúde física e mental de seus praticantes, como também em

aspectos relacionados à questão social.

CICONELLI (1999) afirma que existe, atualmente, um crescente

interesse de médicos e pesquisadores em transformar o construto

“qualidade de vida” em uma medida quantitativa que pode ser usada em

ensaios clínicos e em modelos econômicos; afirma, ainda, que tais

resultados podem ser comparados entre diversas populações e até mesmo

entre diferentes patologias.

A avaliação de qualidade de vida tem sido cada vez mais utilizada na área da saúde, principalmente depois que suas propriedades de medida foram comprovadas como um parâmetro válido e reprodutível. (CICONELLI, 2003, p.IX).

Assim, SAMULSKI E LUSTOSA (1996) revelam que o exercício físico

afeta diretamente, no processo de envelhecimento, a qualidade de vida (por

extensão, os anos vividos na condição de “idoso”), ficando evidente que a

atividade física regular melhora o humor e alivia as tensões de natureza

psicológica, exercendo uma influência benéfica nos aspectos psicológicos e

no bem-estar mental.

66

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um envelhecimento satisfatório depende do equilíbrio entre as

limitações e as potencialidades do indivíduo, ajudando-o a lidar com as

perdas inevitáveis decorrentes desse processo de forma autônoma e

independente, proporcionando-lhe ganhos em qualidade de vida.

A presente pesquisa teve como objetivo principal a investigação dos

significados da prática de Tai Chi Chuan entre idosos e a conscientização do

movimento corporal durante o processo de envelhecimento.

No Brasil, que ainda caminha a passos lentos, a atividade física

continua sendo um assunto importante para ser estudado e promovido em

busca do equilíbrio físico, mental, social e cultural, numa constante reflexão

sobre a efetividade do exercício como veículo de qualidade de vida para o

idoso.

A atividade física faz parte do fazer humano, com um elevado

significado para o desenvolvimento pessoal e coletivo da humanidade. Cabe,

portanto, ser entendida em todas as suas dimensões, pois só assim levará à

reflexão, à crítica, à mudança, ao questionamento e à transformação pessoal

e social.

Pelos dados obtidos observamos que a prática regular do Tai Chi

Chuan contribui (em média 84,64%) para a melhoria da qualidade de vida de

mulheres idosas, principalmente na multidimensionalidade representada

pelos diversos domínios (físicos, psíquicos e sociais), valores positivos

(mobilidade) e negativos (dor e limitações físicas e emocionais).

A prática de exercícios como o Tai Chi Chuan deve, portanto, ser

entendida como expressão e desenvolvimento pessoal num vasto grupo

populacional, ou seja, a integração e reintegração do homem como ser

67

social, onde emergem como realmente significativos o direito à escolha e o

exercício da liberdade de opção.

OKUMA (1998) enfatiza a necessidade de prevenir ou retardar o

desenvolvimento das doenças crônicas que acometem a população idosa,

através da manutenção do bem-estar funcional. Para esta autora, a atividade

física tem sido associada à diminuição da incidência de morbidade e

mortalidade produzidas por doenças crônicas.

Além do significativo impacto que a atividade física regular pode ter sobre a prevenção e o tratamento de doenças crônico-degenerativas em idosos, ela tem efeitos importantíssimos na manutenção da capacidade funcional, mesmo na presença de doenças. (OKUMA, 1998:54)

Todas as informações obtidas na pesquisa nos levaram a perceber o

quanto a prática de Tai Chi Chuan pode ser uma alternativa especialmente

importante em termos de saúde pública, para minimizar os efeitos

relacionados às perdas relativas ao processo de envelhecimento, assim

como para melhorar outras variáveis da aptidão física relacionadas à saúde

e à qualidade de vida de indivíduos idosos.

Através do trabalho corporal, os indivíduos entram em contato consigo

mesmos, fazendo descobertas, conhecendo seus limites, experimentando

movimentos e, por fim, mantendo sua capacidade funcional e participando

ativamente de seu próprio envelhecimento.

.

68

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80

ANEXOS

81

ANEXO I

QUESTIONÁRIO DE QUALIDADE DE VIDA (SF – 36)

SF – 36 PESQUISA EM SAÚDE

INSTRUÇÕES: Esta pesquisa questiona você sobre sua saúde. Estas

informações nos manterão informados de como você se sente e quão bem

você é capaz de fazer suas atividades de vida diária. Responda cada

questão marcando a resposta como indicado. Caso você esteja inseguro em

como responder, por favor, tente responder o melhor que puder.

1. Em geral você diria que a sua saúde é:

(circule uma)

*Excelente.......................................................................................................1

*Muito Boa.................................................................................................................2 *Boa.................................................................................................................3

*Muito Ruim....................................................................................................4

2. Comparada há um ano atrás, como você classificaria sua saúde em

geral, agora?

(circule uma)

*Muito melhor agora que há um ano atrás..................................................1

*Um pouco melhor agora do que há um ano atrás....................................2

*Quase a mesma de um ano atrás...............................................................3

*Um pouco pior agora do que há um ano atrás..........................................4

*Muito pior agora do que há um ano atrás..................................................5

82

3. Os seguintes itens são sobre atividades que você poderia fazer

atualmente durante um dia comum. Devido a sua saúde, você tem

dificuldades para fazer essas atividades? Neste caso, quanto?

(circule um número em cada linha)

Atividades

Sim.

Dificulta

Muito

Sim.

Dificulta

Um

pouco

Não. Não

Dificulta

De modo

algum

a) Atividades vigorosas, que exigem muito esforço, tais

como, correr, levantar objetos pesados, participar em

esportes árduos.

1 2 3

b) Atividades moderadas, tais como, mover uma mesa,

passar aspirador de pó, jogar bola, varrer a casa.

1 2 3

c) Levantar ou carregar mantimentos

1 2 3

d) Subir vários lances de escada.

1 2 3

e) Subir um lance de escada

1 2 3

f) Curvar-se, ajoelhar-se ou dobrar-se.

1 2 3

g) Andar mais de 1 quilômetro.

1 2 3

h) Andar vários quarteirões.

1 2 3

i) Andar um quarteirão

1 2 3

j) Tomar banho ou vestir-se

1 2 3

83

4. Durante as últimas 4 semanas, você teve algum dos seguintes

problemas co o seu trabalho ou com alguma atividade diária regular, como

conseqüência de sua saúde física?

(circule uma em cada linha)

Sim Não

a) Você diminuiu a quantidade de tempo que se

dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria

1 2

c) Esteve limitado no seu tipo de trabalho ou em

outras atividades

1 2

d) Teve dificuldade de fazer seu trabalho ou

outras atividades (p. ex: necessitou de um

esforço extra)?

1 2

5.durante as últimas 4 semanas você teve algum dos seguintes problemas

com o seu trabalho ou outra atividade regular diária, como conseqüência de

algum problema emocional (como se sentir deprimido ou ansioso)?

(circule uma em cada linha)

Sim Não

a) Você diminuiu a quantidade de tempo que se

dedicava ao seu trabalho ou a outras atividades

1 2

b) Realizou menos tarefas do que você gostaria?

1 2

c) Não trabalhou ou não fez qualquer das atividades

com tanto cuidado como realmente faz

1 2

84

6.Durante as últimas 4 semanas, de que maneira sua saúde física ou

problemas emocionais interferiram nas suas atividades sociais normais, em

relação a família, vizinhos, amigos ou em grupo?

(circule uma)

*De forma nenhuma ......................................................................................1

*Ligeiramente.................................................................................................2

*Moderadamente............................................................................................3

*Bastante........................................................................................................4

*Extremamente...............................................................................................5

7. Quanta dor no corpo você teve durante as últimas 4 semanas?

(circule uma)

*Nenhuma.......................................................................................................1

*Muito leve......................................................................................................2

*Leve...............................................................................................................3

*Moderada......................................................................................................4

*Grave.............................................................................................................5

*Muito grave...................................................................................................6

8. Durante as últimas 4 semanas, quanto a dor interferiu com o seu

trabalho normal (incluindo tanto o trabalho, fora e dentro de casa)?

(circule uma)

*De maneira alguma......................................................................................1

*Um pouco......................................................................................................2

*Moderadamente............................................................................................3

*Bastante........................................................................................................4

*Extremamente...............................................................................................5

85

9. Estas questões são sobre como você se sente e como tudo tem

acontecido com você durante as últimas 4 semanas. Para cada questão,

por favor, dê uma resposta que mais se aproxime de maneira como você se

sente. Em relação às 4 últimas semanas?

(circule um número para cada linha)

Todo

tempo

A maior

parte do

tempo

Uma

boa

parte do

tempo

Alguma

parte do

tempo

Uma

pequena

parte do

tempo

Nunca

a) Quanto tempo você tem se

sentido cheio de vigor,

cheio de vontade, cheio de

força?

1 2 3 4 5 6

b) Quanto tempo você tem se

sentido uma pessoa muito

nervosa?

1 2 3 4 5 6

c) Quanto tempo você tem se

sentido tão deprimido que

nada pode animá-lo?

1 2 3 4 5 6

d) Quanto tempo você tem se

sentido calmo e tranqüilo?

1 2 3 4 5 6

e) Quanto tempo você tem se

sentido com muita energia?

1 2 3 4 5 6

f) Quanto tempo você tem se

sentido desanimado e

abatido?

1 2 3 4 5 6

g) Quanto tempo você tem se

sentido esgotado?

1 2 3 4 5 6

h) Quanto tempo você tem se

sentido uma pessoa feliz?

1 2 3 4 5 6

i) Quanto tempo você tem se

sentido cansado?

1 2 3 4 5 6

86

10. Durante as últimas 4 semanas, quanto do seu tempo a sua saúde

física ou problemas emocionais interferiram com as suas atividades

sociais (como visitar amigos, parentes, etc.)?

(circule uma)

*Todo o tempo................................................................................................1

*A maior parte do tempo...............................................................................2

*Alguma parte do tempo...............................................................................3

*Uma pequena parte do tempo.....................................................................4

*Nenhuma parte do tempo............................................................................5

11. O quanto verdadeiro ou falso é cada uma das afirmações para você?

(circule um número em cada linha)

Definitiva-

mente

verdadeiro

A maioria

das vezes

verdadeiro

Não sei A maioria

das

vezes

Definitiva-

mente

falsa

a) Eu costumo adoecer um

pouco mais facilmente

que as outras pessoas?

1 2 3 4 5

b) Eu sou tão saudável

quanto qualquer pessoa

que conheço

1 2 3 4 5

c) Eu acho que minha

saúde vai piorar

1 2 3 4 5

d) Minha saúde é excelente

1 2 3 4 5

87

ANEXO II

Relatos dos entrevistados

N.F:

71 anos, “Pratico Tai Chi Chuan há 6 anos. Sofro de mal degenerativo a

artrite reumatóide aos 15 anos. Fiz vários tratamentos aconselhados por

médicos, inclusive a hidroginástica e natação. Houve melhoras mas com o

tempo começa a regredir, as inflamações, as dores, o inchaço, tudo voltam

novamente. Certo dia lendo um livro de um autor japonês, explicando sobre

vários problemas e vi pessoas acometidas de reumatismos, e ótimo a prática

do Aiki-do ou Tai Chi Chuan. A opção foi por Tai Chi Chuan , hoje não tenho

dores nem inchaço nas articulações, os dedos das mãos ficaram um pouco

deformados, o joelho esquerdo é mais complicado, preciso ter muito

cuidado, faço caminhada sem problemas e posso até dar uma corridinha.,

devagar.

O Tai Chi Chuan estimula os órgãos a se harmonizarem, o físico fica mais

leve, melhora os reflexos, a concentração, o sentir fica mais sensível,

melhora a pele, enfim, são inúmeros benefícios. Os medicamentos ingeridos

para tratamento, com a prática do Tai Chi Chuan a eficiência é muito maior.

O Tai Chi Chuan foi uma descoberta muito importante para mim. Sou grata

ao professor Leandro Assis Teixeira de ter despertado em mim a força do

Tai Chi Chuan, e do Universo pela oportunidade.”

M.I.A.F:

61 anos, “Se eu praticasse Tai chi há muitos anos acreditaria seriamente

que seria muito mais saudável e equilibrada. Como pratico apenas há um

ano, percebo que o Tai chi me ajuda a retomar o equilíbrio emocional e a

saúde física e me eleva o espírito (alma), porque em contato com a

natureza, estou em contato com Deus (essência)”.

88

I.Z.F:

81 anos, “Depois do Tai Chi, tive uma melhora fantástica”.

L.R.C:

55 anos, “Estou melhorando gradativamente, conhecer a Arte de poder usar

as forças e energias tem me equilibrado dia a dia”.

Quando meu filho suicidou-se, fiquei sem o chão, o ar, a vida, mas

redescobri tudo novamente com este grupo, o equilíbrio está bem mais

acentuado e me sinto mais viva, agora danço, canto, dou risadas e sou feliz.

Com essa mudança estou mais segura dos meus atos e a cada dia “afirmo”.

“Não tenho, não posso, não quero ter nada com o que meu filho praticou, ele

teve seu motivo e momento, mas agora eu é que precisava desta ajuda e

estou recebendo e a ele, que Deus lhe ajude”.

N.F:

70 anos, “O Tai Chi mantêm um equilíbrio emocional constante.

Mesmo com problemas de dores tem me mantido num bom padrão de

energia.

É uma arte saudável e me proporciona alegria”..

R.A.M

56 anos, “Gosto muito e me faz bem”.

L.B.C:

55 anos “Adoro Tai Chi”.

M.P:

52 anos, “Depois que comecei a prática Tai Chi eu senti várias diferenças

que aconteceram ao longo do tempo, melhora do estado geral do corpo,

mais leveza nos movimentos executados no dia a dia, melhora do estado

emocional, mais flexibilidade pra lidar com eu mesma e com as pessoas,

mais paciência, maior respeito com meu corpo que é meu Templo Sagrado,

89

aprender a respeitar meus limites tantos físicos quanto emocionais eu diria

que com a prática do Tai Chi meus estado de saúde, emocional e espiritual

melhorou muito com os conhecimentos adquiridos ao largo desse tempo.

Eu só tenho à agradecer tudo isso que eu conquistei”.

E.G:

80 anos, “Me sinto muito bem, estou sempre disposta.

Aguardo ansiosa a quarta-feira, dia de minha aula. Desde que comecei a

fazer Tai Chi Chuan me sinto mais saudável e disposta”.

D.G.S

70 anos, Eu depois que conheci o Tai Chi Chuan fiquei uma pessoa

diferente emocionalmente pois antes do Tai Chi era uma pessoa difícil no

relacionamento com outras pessoas neste sentido melhorou muito eu me

equilibrei muito no corpo, saúde e espírito então recomendo o Tai Chi para

outras pessoas pois é a uma coisa ao e natural que encontrei neste planeta

terra.

A.R.L:

59 anos, “Gosto muito”.

P.R.F:

56 anos, “Pratico Tai Chi Chuan há mais ou menos 1 ano e meio. Comecei a

praticar por necessidade de uma atividade que trabalhasse não só com o

físico, mas também o emocional, a parte energética do corpo.

Tive um acidente há três anos atrás onde quebrei o punho esquerdo em três

partes. Tive o que se chama de Síndrome de Sudek: Não sei bem explicar

esta síndrome, mas o meu corpo reagiu mal à fratura. Nunca parava de

doer, inchava e impedia a movimentação do punho, dos dedos, do cotovelo

e ombro. Fiquei com aparelho de contenção por mais ou menos 4 meses.

Fiz muitas tentativas para melhorar, desde fisioterapia 2 vezes por dia,

acupuntura e massagem, banhos, óleos, etc. Acupuntura foi a que mostrou

90

um forte porém se eu não fizesse 1 semana, não podia nem segurar direito

um livro ou outro objeto com aquela mão. Após os exercícios e práticas do

Tai Chi essa necessidade cessou. Não sinto mais dores e também o

emocional se consertou”.

G.B:

63 anos, “A prática do Tai Chi tem apresentado bons resultados na minha

saúde física e emocional. Sinto-me mais flexível, calma e com energia mais

equilibrada. Os exercícios eliminaram as dores musculares e desbloqueiam

a energia trazendo um grande bem estar físico e muita tranqüilidade.

Posso afirmar que o Tai Chi Chuan só trouxe benefícios para minha vida”.

M.M.L:

52 anos, “Eu comecei praticar o Tai Chi e me senti muito bem, me relaxa,

me deixa calma, tranqüila e paciente, tenho vários problemas emocionais e

tenho me sentido muito melhor, fico esperando chegar o domingo para

descarregar e voltar aliviada. Eu estava para operar um cisto no ovário e não

foi preciso, graças ao Tai Chi sem falar que eu tinha pressão descontrolada

e hoje estou bem”.

T.S.R:

59 anos, “Eu me sinto muito melhor agora do que antes de fazer o Tai Chi.

Principalmente com relação ao equilíbrio energético e emocional.

Sinto que a prática do Tai Chi melhorou minha condição física, e mais ainda,

a minha condição emocional, a forma com que enxergo a mim e ao mundo

e, em conseqüência, o meu posicionamento frente à vida.

Sinto-me mais equilibrada e tranqüila e mais preceptiva quanto às minhas

emoções, sentimentos e energias.

Meu auto - conhecimento, então, facilitou muito minha vida e minha relação

comigo mesma e com as pessoas”.

91

S.A.P.A:

52 anos, “O Tai Chi tem ajudado muito em minha saúde, e gosto muito

também de fazer, como estou na pré-menopausa, algumas alterações físicas

e emocionais estão acontecendo e o Tai Chi tem me ajudado muito.

Se algumas respostas no momento estão negativas é por causa desta

alteração, mas logo vão passar.

E tem mais, o meu ortopedista até sugerir para eu fazer Tai Chi que é um

esperte leve e por estar com um problema leve no joelho, estes exercícios

só irão ajudar.

Espero fazer ainda por muito tempo, e se possível ter uma maior

especialização no Tai Chi”.

C.W.P:

54 anos, “Desde que comecei a praticar o Tai Chi de lá para cá tenho me

sentido mais flexível na realizações diárias e com mais disposição e energia.

Também não apresentei nenhuma crise de tendinite ou dores na coluna.

Quando estou na aula, consigo me desligar do mundo, o que para mim tem

sido muito bom.

Adoro o Tai Chi e o meu corpo também”.

L.A:

69 anos, “Quando faço Tai Chi sinto-me muito bem, durmo melhor e faço as

coisas com melhor desempenho. Depois que comecei o Tai Chi minha

concentração e memória melhorou bastante.

Fiquei mais calma e menos ansiosa. Meu corpo está mais flexível e consigo

me alongar com mais facilidade. O Tai Chi tem sido muito bom para mim”.

I.S:

56 anos, “Antes de praticar o Tai Chi me sentia muito cansada e

desanimada. Após o período desta prática me sinto mais animada e

disposta.

92

Praticar o Tai Chi é ter um momento que dedico a minha pessoa a mim

mesma, tendo oportunidade de relaxar e de me desligar das preocupações e

do corre-corre do dia-a-dia.Também passei à ter noites de sono mais

tranqüilas e as dores de cabeça que eram freqüentes, diminuíram

consideravelmente”.

M.Z.A:

58 anos, “Comecei a fazer Tai Chi pela beleza dos movimentos. Sou uma

pessoa agitada, As aulas me tranqüilizam um pouco. Sou muito ansiosa e

estou tentando me tentando me controlar.

Faço as aulas por ser apaixonada e curiosa pelas culturas orientais. Sobre a

flexibilidade do corpo fique ainda mais”.

E.M.J:

57 anos, “Não tenho maiores problemas com minha saúde física, mas tenho

tido problemas com a saúde emocional em decorrência de problemas no

trabalho, tais como cansaço, pressão, ansiedade, desgaste físico e

emocional.

Tenho freqüentado as aulas de Tai Chi porque trazem tranqüilidade. Senti

também melhoras na flexibilidade do corpo e no senso de direção após

freqüentar a as aulas”.

G.S.C:

59 anos, “Foi excelente para mim saí do fundo do poço, minha vida era

cheia de perturbações, doenças e maldições, fisicamente era um fracasso.,

estou bem melhor, mais leve e com vontade de dançar ou melhor viver pois

eu tinha perdido a razão de viver. Obrigada, vou melhorar muito mais”.

M.R.V:

54 anos, “Encontrei no Tai Chi um lugar bom para somar a saúde física e

emocional, de forma prazerosa, sem esforço. A parte da meditação,

relaxamento e massagens são fundamentais em minha vida.

93

A sensação de todos fazendo o mesmo trabalho juntos é muito gostosa e a

seriedade com que o assunto é levado dá um ótimo respaldo.

A fluidez dos movimentos dá uma leveza durante a semana, nos trabalhos

do di-a-dia. Existem vários ouros benefícios. Obrigada por tudo”.

R.W:

64 anos, “Pratico o Tai Chi e é extremamente gratificante, me sinto bem

mais calma, disposta, aprendi a respirar melhor, tenho uma visão diferente

das práticas chinesas é bem suave, e relaxante adoro praticar, pena não ter

começado antes”.

M.D.R:

61 anos, “O Tai Chi contribui para que eu encontre o equilíbrio necessário

para o desenvolvimento de minhas atividades, se refletindo em minha saúde.

Através deste equilíbrio consigo administrar melhor as dificuldades que são

normais nos relacionamentos e nas atividades que fazem parte de minha

vida. Assim sendo, considero o Tai Chi como uma terapia , uma filosofia que

contribui para minha saúde e o meu equilíbrio em todos os sentidos”.

F.F:

80 anos, “Eu adoro o Tai Chi e faço com gosto. Sinto às vezes quando não

posso vir”.

S.A.S:

58 anos, “Gosto muito do Tai Chi Chuan. Faço à algum tempo e desde que

comecei me sinto muito bem. Hoje já não sei como seria viver sem o Tai

Chi”.

Y.F:

72 anos, “Há algum tempo faço esse agradável Tai Chi, para mim só traz

benefícios, pois quando venho para o encontro, volto mais tranqüila,

94

animada sem pensar nos problemas. Sinto-me bem fisicamente e

emocionalmente”.

S.R.R.D:

70 anos, “Considero-me uma pessoa muito feliz e realizada, pratico o Tai

Chi e aprendi a cuidar melhor da minha saúde física e espiritual, a curtir mais

a natureza e as pessoas e procuro contar aos amigos os benefícios da

prática do Tai Chi. Percebi que tenho mais paciência, mais calma do que

antes. Minha energia física aumentou. Enfim, estou contente em ter tido

oportunidade de praticar Tai Chi”.

C.L.P.P:

59 anos, “Sempre gostei de práticas que incluem o movimento do corpo

associada ao conteúdo filosófico que o acompanha. Vejo isto no Tai Chi e

como ele é ensinado. Durante a prática observei que a necessidade de

desacelerar o movimento corporal, já que os movimentos são lentos, ajuda

também a contenção de ansiedade física e mental. Aprendemos a olhar para

dentro e para si isto acalma e centraliza”.

B.G.E:

74 anos, “Eu pratico o Tai Chi e o meu estado físico melhorou muito, e o

meu emocional também. Gosto muito das aulas e espero praticar o Tai Chi

por muito tempo”.

I.A.C:

58 anos, “Mudanças sensíveis aconteceram durante as aulas de Tai Chi:

melhora da minha flexibilidade, diminuiu a minha ansiedade, aprendi com os

exercícios diminuir o meu estresse durante o trânsito por exemplo”.

95

E.S.H:

55 anos, “O Tai Chi para mim é uma oportunidade de fazer exercícios

físicos, pois tenho uma vida sedentária. Exercitar-se foi uma recomendação

médica, pois apresento sopro, além disso, às vezes tenho dores na coluna.

Aproveito o Tai Chi por ser uma forma leve de me exercitar fisicamente, vejo

muitos resultados, acho que isso deve se expandir”..

M.B.S:

56 anos, “O principal motivo que me levou a buscar o Tai Chi foi uma

depressão profunda. A infelicidade em várias áreas de minha vida,

principalmente profissional, deixou-me numa situação que não fazia mais

nada, a prática aos poucos permitiu que eu realizasse as mudanças

necessárias. Aprendi a diminuir meu nervosismo, a tristeza também

diminuiu. Com a prática do Tai Chi hoje consigo melhorar bastante meu

estado apenas me concentrando na respiração. Gostaria de poder praticar o

Tai Chi todos os dias”.

S.T.F.L

51 anos, “Comecei a prática do Tai Chi em fevereiro de 1998, na busca pelo

equilíbrio para melhorar a saúde física e emocional. Nessa época sofria com

problemas uroginecológicos, com fluxo menstrual alterado, cólicas ( clássica

dismenorréia ) e cistites de repetição.

Tinha também um diagnóstico médico de hipoglicemia, mas não confirmado

no exame de curva glicêmica. O sistema imunológico não era fortalecido,

com episódios de herpes labial que debilitava muito.

No lado emocional era muito introvertida, ansiosa, preocupada, e não

conseguia despertar o lado profissional, mesmo tendo formação em

Psicologia.

Fui persistente com a prática de Tai Chi durante esses anos e obtive muitos

benefícios. Melhorei a flexibilidade e postura corporal, as crises de cistite

ficaram para trás e obtive sucesso no fortalecimento da imunidade. Além

disso, com a dinâmica dos exercícios, melhorei o nível de concentração e

atenção.

96

Há três anos ministro aulas dessa prática que só me traz sensação de

plenitude e bem estar.

Hoje, posso afirmar que o Tai Chi me faz mais consciente, aprendi a ouvir as

necessidades de meu corpo e me sinto mais equilibrada.

Procurava algo que me completasse e consegui aspectos positivos com

essa “ARTE”. Agradeço “de coração ao Prof. Leandro que me mostrou um

caminho tão antigo e ficar nesta época tão moderna”.

97

ANEXO III

Cálculo dos scores do questionário de qualidade de vida

Fase 1: Ponderação dos dados

Questão

Pontuação

01 Se a resposta for

1

2

3

4

5

Pontuação

5,0

4,4

3,4

2,0

1,0

02 Manter o mesmo valor

03 Soma de todos os valores

04 Soma de todos os valores

05 Soma de todos os valores

06 Se a resposta for

1

2

3

4

5

Pontuação

5

4

3

2

1

07 Se a resposta for

1

2

3

4

5

6

Pontuação

6,0

5,4

4,2

3,1

2,0

1,0

98

08 A resposta da questão 8 depende da nota da questão 7

Se 7 = 1 e se 8 = 1, o valor da questão é (6).

Se 7 = 2 a 6 e se 8 = 1, o valor da questão é (5).

Se 7 = 2 a 6 e se 8 = 2, o valor da questão é (4).

Se 7 = 2 a 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (3).

Se 7 = 2 a 6 e se 8 = 4, o valor da questão é (2).

Se 7 = 2 a 6 e se 8 = 3, o valor da questão é (1).

Se a questão 7 não for respondida, o escorre da questão 8 passa a ser o seguinte:

Se a resposta for (1), a pontuação será (6).

Se a resposta for (2), a pontuação será (4,75).

Se a resposta for (3), a pontuação será (3,5).

Se a resposta for (4), a pontuação será (2,25).

Se a resposta for (5), a pontuação será (1,0).

09 Nesta questão, a pontuação para os itens a, d, e, h, deverá seguir a seguinte orientação:

Se a resposta for 1, o valor será (6).

Se a resposta for 2, o valor será (5).

Se a resposta for 3, o valor será (4).

Se a resposta for 4, o valor será (3).

Se a resposta for 5, o valor será (2).

Se a resposta for 6, o valor será (1).

Para os demais itens (b, c, f, g, i), o valor será mantido o mesmo.

10 Considerar o mesmo valor.

11 Nesta questão os itens deverão ser somados, porém os itens b e d deverão seguir a seguinte pontuação:

Se a resposta for 1, o valor será (5).

Se a resposta for 2, o valor será (4).

Se a resposta for 3, o valor será (3).

Se a resposta for 4, o valor será (2).

Se a resposta for 5, o valor será (1).

Fase 2: Cálculo do Raw Scale

Fase de conversão dos valores das questões anteriores em notas de

8 domínios que variam de 0 (zero) a 100 (cem), onde 0 = pior e 100 =

melhor para cada domínio. É chamado de raw scale porque o valor final

não apresenta nenhuma unidade de medida.

99

Domínio:

• Capacidade funcional

• Limitação por aspectos físicos

• Dor

• Estado geral de saúde

• Vitalidade

• Aspectos sociais

• Aspectos emocionais

• Saúde mental

Fórmula para o cálculo de cada domínio:

Domínio:

Valor obtido nas questões correspondentes – Limite inferior x 100

Variação (Score Range)

Na fórmula, os valores de limite inferior e variação (Score Range) são

fixos e estão estipulados na tabela abaixo.

Domínio Pontuação das questões

correspondidas

Limite inferior Variação

Capacidade funcional

03 10 20

Limitação por aspectos físicos

04 4 4

Dor 07 + 08 2 10

Estado geral de saúde

01 + 11 5 20

Vitalidade 09 (somente os itens a + e + g + i)

4 20

Aspectos sociais 06 + 10 2 8

Limitação por aspectos

emocionais

05 3 3

Saúde mental 09 (somente os itens b + c + d + f + h)

5 25

100

Anexo IV

Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Eu,..................................................................., portador ª do R.G n.º..............,

Declaro, para os devidos fins de direito, que concordo com que os dados

que resultarem da minha participação na pesquisa intitulada

“INVESTIGAÇÃO DA PRÁTICA DE TAI CHI CHUAN ENTRE IDOSOS”,

realizada por Leandro Assis Teixeira (Telefone para contato – 011

43673150), na entrevista e preenchimento concedida, sejam utilizados para

divulgação de trabalho científico (Dissertação de Mestrado), desde que meu

nome seja mantido em sigilo absoluto.

Sem mais, firmo o presente,

Atenciosamente,

___________________________

São Paulo,......, de.......... de 2007.

101

ANEXO V

Modelo de exercícios praticados no Tai Chi Chuan

102

103

Fonte: (Arquivo pessoal, N.Fujii- 71 anos - 2008 – autorizado).

Esse modelo de programa exercícios apresentado baseia-se no

conceito da Medicina Tradicional Chinesa, onde não apenas se preconiza o

cultivo do corpo físico, e sim, o desenvolvimento das inter-relações psíquicas

e sem dúvida, fisiológicas.

104

ANEXO VI

Fotos

Figura 1: Alunos do Projeto “Saúde nos Parques”, Santo André – SP – Brasil, 2000.

Figura 2: Mestre Liu Pai Lin Figura 3: Mestre Liu Chih Ming

Fonte: (Arquivo pessoal, 1999/2002).

105

Aulas de Tai Chi Chuan em Santo André SP – (Projeto Saúde nos Parques)

Figura 4 Figura 5

Figura 6 – Especialização em medicina tradicional chinesa – Beijing – China / 2005

Figura 7 Figura 8 Figura 9

106

Praticantes de Tai Chi Chuan – Santo André SP

Figura 10 Figura 11

Figura 12 Figura 13

Figura 14 Figura 15

Fonte: (Arquivo pessoal, 2006).

107

Figura 16 Figura 17

Figura 18 – Foto registrada em Beijing – China 2005

“Ao nascer, o Homem é suave e flexível;

Na sua morte, é duro e rígido.

Plantas verdes são tenras e úmidas;

Na sua morte, são murchas e secas.

Um arco rígido não vence o combate.

Uma árvore que não se curva, quebra.

O duro e o rígido tombarão.

O suave e o flexível sobreviverão.”

Dao De Jing

Verso 76