e paramedicos - alma mater

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SEMANARIO , DE ASSUNTOS MEDICOS , E PARAMEDICOS VOL. XXVII (Nova série) Publica.se à. Quintas.feira. XIV ANO - N.· 613 30 d e M a lod e 1 963 I I DIRECTOR B EDITait. MÁRIO CARDIA ---- --------- R .... Adlll. AV. OOS ALaDOS, 41-PORTO-TEL. 24907 I LISBOA: R. Quirino da FOMeca,2·C-I."-Tel. 52074 I Prop. da SOPIME·Soei.dod. d. Publieaçõ ... Inidatiy•• M'die ... , L". VercoDdiçOel de u.iDaturu e outras indicações DB 2." pá�. I PREÇO AVULSO: 6$00 I Composro e impresso Da TIpografia Sequeira Lods PORTO R. Jo.é Falcão, 122 Telel. 2"64 Especialmente activo contra as estirpes resistentes de "ESTAFILOCOCCUS AUREUS" * Um produto preparado pelo Instituto Luso-Fármaco LISBOA Sob Licença da Brlstol Laboratories Inc. Síracnsa-New- York -------- w __ COMENTÁRIO DA SEMANA �03 �04 SUMARIO SEMANA A SEMANA CI1i:NCIAS lII:eDICAS CLtNICA ARTIGOS ORIGINAIS J. M. SANTOS MOTA Doseamento ,nicrobiológico das vitaminas do complexo B-1 Queijo flamengo JEAN THOYER-ROZAT Celioscopia e esterilidade 406 418 CORRENTES DO TEMPO A Psicanálise " o Concílio �2D MOVIMENTO MÉDICO lTasculopatia e ulcerações cutâneomucosas pág. 422; Tratamento da lombociática pág, 425; Lipideos totaiS, colesterol e l'ipo proteínas sanguineas na arteriosclerose pág. 426; DilataÇão gást1'ica aguda, após vagotomia pâg. 426. QUE DFJSEJA S.4BERr Vagina ar'tificial e coito pâg. 428; Os cardíaco8 c at< viagens aéreas pâg. 428. Sum(Í!'ios da Imsirensa Médica Nactonal 428 DOCUMENTARIO �29 ASSUNTOS GERAIS F, PROFISSIONAIS A. O!'ga>tização Mundial de Saúde fez justiça a Portugal declam cm GeMbra o Mini3tro da Saúde e ,A8sisUncia EOOS E COMENTÁRIOS MENDONÇA E MOURA �30 432 Assi8tência na doença aos servidores elo Estado 43�, Novas E8pecialidades Farmacêuticas NOTICIARIO NACIONAL __, O ensino da anatomia patol6gica no Porto - pág. 438: Acidentes de tráfego e 8ua importância Médico-Social pág, 441. Diver808. 436

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SEMANARIO,

DE ASSUNTOS MEDICOS,

E PARAMEDICOS

VOL. XXVII (Nova série)Publica.se à. Quintas.feira.

XIV ANO - N.· 613

30 d e M a lod e 1 9 6 3 I IDIRECTOR B EDITait.

MÁRIO CARDIA---- ---------

R.... Adlll. AV. OOS ALaDOS, 41-PORTO-TEL. 24907 I LISBOA: R. Quirino da FOMeca,2·C-I."-Tel. 52074 I Prop. da SOPIME·Soei.dod. d. Publieaçõ... Inidatiy•• M'die ... , L".VercoDdiçOel de u.iDaturu e outras indicações DB 2." pá�. I PREÇO AVULSO: 6$00 I Composro e impresso Da TIpografia Sequeira Lods - PORTO - R. Jo.é Falcão, 122 - Telel. 2"64

Especialmente activo contra as

estirpes resistentes de

"ESTAFILOCOCCUS AUREUS"*

Um produto preparado peloInstituto Luso-Fármaco - LISBOA

Sob Licença da

Brlstol Laboratories Inc.Síracnsa-New-York

-------- w__

COMENTÁRIO DA SEMANA �03

�04

SUMARIO

SEMANA A SEMANA ..

CI1i:NCIAS lII:eDICAS - CLtNICA

ARTIGOS ORIGINAIS

J. M. SANTOS MOTA - Doseamento ,nicrobiológico das vitaminasdo complexo B-1 - Queijo flamengo .

JEAN THOYER-ROZAT - Celioscopia e esterilidade .

406

418

CORRENTES DO TEMPO

A Psicanálise " o Concílio . �2D

MOVIMENTO MÉDICO

lTasculopatia e ulcerações cutâneomucosas - pág. 422; Tratamentoda lombociática - pág, 425; Lipideos totaiS, colesterol e l'ipo­proteínas sanguineas na arteriosclerose � pág. 426; DilataÇão

gást1'ica aguda, após vagotomia � pâg. 426. QUE DFJSEJAS.4BERr - Vagina ar'tificial e coito - pâg. 428; Os cardíaco8c at< viagens aéreas - pâg. 428.

Sum(Í!'ios da Imsirensa Médica Nactonal .. 428

DOCUMENTARIO . �29

ASSUNTOS GERAIS F, PROFISSIONAIS

A. O!'ga>tização Mundial de Saúde fez justiça a Portugal - declamcm GeMbra o Mini3tro da Saúde e ,A8sisUncia .

EOOS E COMENTÁRIOS - MENDONÇA E MOURA .

�30432

Assi8tência na doença aos servidores elo Estado 43�,Novas E8pecialidades Farmacêuticas .

NOTICIARIO NACIONAL __, O ensino da anatomia patol6gica no

Porto - pág. 438: Acidentes de tráfego e 8ua importânciaMédico-Social - pág, 441. Diver808.

436

· .'.

-,

....... ',o

Inovo.

Representantes:Prod. Quim. e Farm. Paracélsia, Lda,Porto - R. Cândido dos Reis, 130Lisboa 1 - Av. Almirante Reis, 30

Semanário de assuntos medicose paramédicos

XIV ANO - N.o 613

Vol. XXVII (Nova série)

30 de Maio de 1963

DIRECTOR E EDITOR:MÁRIO CARDIA

SECIŒTÁRIO DA DIRECÇÃO: Guedes Guimarães- Médico do Inst. da Ass. Psiquiátrica.

CONSELHO DE REDACÇÃO: Luís A. DuarteSantos - Prof. da Fac. de Med. (Coimbra);Fernando Nogueira - Prof. da Fac. deMed. e médico dos H. C. L. e José AndresenLeitão - Dir. do Inst. Nac. de EducaçãoFísica - 1.° Assístente da Fac. de Med.(Lisboa); Álvaro Mendonça e Moura­Dir. da Cir. Sanit. da Zona Norte e

Waldemar Pacheco - Médico no Porto.Delegado no Brasil - Hilário Veiga deCarvalho - Prof. da Fac. de Med. da Uni-

versidade de S. Paulo.

ADMINIS1'RADOR: Manuel dos Santos

CONDIÇÕES DE ASSINATURA(Pagamento adiantado):

Portugal Continental e Insular: um ano- 180$00; Ultramar, Brasil e Espanha:um ano - 240$00; Outros países: um

ano- 300$00

Ass�natura anual de cO MÉDICO> em

conjunto com a «Acta Gynæcologica etObstetrica Hispano-Lusitana>:

Portugal Continental e Insular - 220$00:Ultramar - 290$00

As asamaturas começam em Janeiro: no

deC?rrel io ano '(só para cO MÉDIéo>1acel�am-se assínaturaa a inicia)' em

Abnl, Julho e Outubro (respectivamente120$00, 90$00 e 60$00),

,

RED. ADM.: Av. dos Aliados. 41-4.·- PORTOTelefone 24907

LISBOA: Rua Quirino da Fonseca, 2-C.-1,°Telefone 52074

DF.L. Ell ConmRA : Casa do Calltelo­R. da Sofia, 49

Composição e impTE'Bsão:TIPOGRAFIA SEQUEIRA, L.DA

R. J osé Falcão, 122 - PORTO

Telefone 24664

*

Prop. da SOPIME - Sociedade de Publi­cações e Iniciativas Médicas, L.da

*

VENDA AVULSO Distribuidores ex­

elusívcs: Editorial Organização, L.da­L.. Trindade Coelho, 9 - 2.· - Lisboa

Telefone 27607

ESTE

SEMANARIOCDÉ TRANSPORTADOPARA TODO O PAisNOS COMBOIOS DA

Não conhecemos ainda as no­

vas instalações do Instituto Mater­nal de Coimbra, que o Chefe doEstado inaugurou recentemente, e

que o Presidente do Conselho visi­tou em antecipação do facto.

Pelas notícias que nos chegam,é obra de vulto, não só na partearquitectónica como na do apetre­chamento. Bom é que assim seja!

'Resumidamente, sabemos que o

conjunto, obra e apetrechamento,orçou em cerca de 25 mil contos,o que pode dar-nos uma imagemdo vulto do empreendimento agorainaugurado. Aliás, as instalações doInstituto Maternal de Coimbra bemo exigiam.

Na obra, nem tudo foi estrita­mente funcional, já que o aspectodecorativo em painéis terá dado

aspectos de magnificência ao con­

junto.Repetimos, somos quase contra

c e.cclusivamente funcional, enten­

demos que as obras têm tambémde ser enriquecidas com valoresartísticos que moderem, ou transii­gurem os aspectos meramente téc­nicos. Não sabemos, contudo, se

em Coimbra houve exageros, quan­do tão necessitados estamos de

aproveitar todas as nossas possibi­lidades para trazer a nossa assis­tência ao doente para um plano de

eficiência pela quantidade de meiosde que ainda necessita. Não se digaque em todos os países há [aüassemelhantes às nossas. Faltas sem­

pre as haverá, mas é necessário um

mínimo de apetrechamento em su­

perfície e em profundidade, queestamos lonçe de atingir, muito par­ticularmenie em relação ao pri­meiro. Em termos de descentrali­

zação assistencial, reconheça-se qU'3Coimbra tem grandes dificuldades.Há que lhe dar meios para bem

poder executar a missiio diferen­ciada que lhe está atribuída: assis­tência diferenciada ao doente, assis­tência quantitativa ao mesmo - to­

dos sabemos da escassez de camas

que aí se verifica por mais de uma

causa - acção preparadora de qua­dros que lhe cumpre desenvolver,acção de investigação a que é obri­

gada pela existência da sua Facul­dade. Se esta não tiver os quadrosde que necessita, nas condições quea investigação moderna exige de

entrega do investigador à exclusivi­dade da sua tarefa, por melhores

que sejam os elementos do seu

corpo-e são-np!-não se lhes podepedir que dêem mais do que o muito

que já têm dado e que, através deartiços deste jornal, se pode teste­

munhar, já que felizmente ele ébastante bom espelho da actividadecientífica das nossas Faculdadesmercê até do prestígio que dela�tem recebido, ao honrarem-no com

a colaboração dos seus melhores.Desenuoloem-se naquela Mater­

nidade vários aspectos da assistên­cia, tanto quanto nos é dado conhe­cer: a Obstetrícia primeiramente, a

Ginecologia depois, uma pequenaunidade de prematuros, uma escolade enfermagem, uma creche ou ni­nho e todos os serviços auxiliares

que estas unidades exigem. Não sa­

bemos se esta Maternidade foi con­cebida com a dimensão exigívelpara as necessidades que vão sobreela recaír. Não sabemos do númerode leitos que possui nas duas dife­rentes funções. Somente sabemos

que possui uma unidade de pre­maturos para oito crianças. Mes­mo que em Coimbra exista qualquercoisa para este fim eam dimensãomais ampla, parece-nos, dado a fun­ção «piloto» que aquela Materni­dade terá, que é pequena a grandezado serviço de prematuros. Poderá

chegar para os próprios, sejam os

que nasçam aí, mas é certamente

insuficiente para todos aqueles quenão têm para onde recorrer.

Todos sabemos que tais serviçosterão de ser oficiais, pois a inicia­tiva privada não se permitiu, até

hoje, aceitar ou suportar a pequenacompensação para tão âesperuiioscserviço. Estamos certos que as ne­

cessidades mínimas de Coimbrasem qualquer ponta de excesso, s�definem para uma população obs­tétrica residente até à distância- transporte de seis horas, já se

não aceitando o tempo melhor dastrês. Até porque será naquela Ma,iernuiaâe, onde se consagra no

nome a obra assistencial do Prof.Bissaia Barreto, que se procederáaos estudos que irão determinarpormenorizadamente as conveniên­cias da assistência materno-infantildas populações dependentes da zona

centro do Instituto Maternal. A pro­pósito, cabe perguntar para quandohaverá normalização dos territóriosde influência dos diferentes institu­tos e da Direcção-Geral âos Hospi­tais, pois não se encontram razões.particulares que defendam a não

correspondência de áreas. Parece­-nos uma coisa simples que nãocusta dinheiro!

A.B.

A GINECOLOGIA MODERNAE A LUTA CONTRA O CANCRO

No último número da prestí­giosa revista - que tem grande pro­jecção em todo o Mundo - «Gyne­cologie Pratique», o Dr. Mária Car­dia publicou um artigo com o título«A Ginecologia moderna e a lutacontra o cancro», Do habitual «edi­torial» em que o director da revista,o Dr. J. E. Marcel, costuma referir­-se aos artigos publicados em cadanúmero, transcrevemos o seguinte:«Mário Cardia, com o objectivo dese instruir, e, também, com o fimde realizar no seu país, o nobrePortugal, uma organização gineco­lógica modelo, tem visitado todosos grandes centros ginecológicos de4 Continentes. É, sem dúvida, o gi­necologista mais bem informadosobre o que se passa nos vários

países. Foi provavelmente por isso

que a UPI'GO - leiam: União Pro­fissional Internacional de Ginecolo­

gistas e de Obstetricistas - o encar­

regou de estudar os problemas de

ESPECIALIZAÇÃO EM GINE­COLOGIA E OBSTETRÍCIA

Ainda a respeito do artigo, refe­rido na nota anterior, que o Dr.Mário Candia há pouco publicouem «Gynecologie Pratique», diz o

Dr. Marcel: «É-me agradável verifi­car que a óptica do Dr. Mário Car­dia se ajusta à minha, que defendidesde sempre. Com efeito, é curiososalientar que a Ginecologia, que o

público considera como uma espe­cialidade bem definida, bastando-sea ela própria, encontra em toda a

parte obstáculos para adquirir a

sua independência, tanto mais legí­tima numa época em que os meiosde exploração, como as terapêuti­cas, se têm multiplicado e compli­cado. Creio que a concepção alemãde índíspensável conjugação de Obs­tetrícia e de Ginecologia impõe o

seu diktat em muitos países, ainda.Nós próprios devemos-lhe provável­mente a oficialização do título «Gi­

necologísta-Obstetrícista» que que­ria monopolizar a 'Ginecologia. Ora,é de notar que, em todas as clínicasmistas que me foi dado visitar, os

Chefes são, na maior parte das ve­

zes, Ginecologistas-Cirurgiões, que,devido à falta de tempo e por ques­tão de gosto, abandonam, aos seus

assistentes, a prática obstétrica».

O CANCRO UTERINO

Do artigo assinado pelo Dr. Mar­cel, atrás referido, respigamos maiso seguinte, ainda a respeito do tra­balho que publicou o Dr. MárioCardia na revista francesa «Gyne­cologie Pratique»: «Mária Cardiaencara o problema da Ginecologia,disciplina independente, sobretudono que diz respeito ao diagnósticoprecoce do cancro do colo, cujaimportância é actualmente muitogrande. O que ele diz merece ser

considerado e em parte é seme­

lhante ao que, num artigo de Ayreque teve grande repercussão, o gran­de campeão do diagnóstico precocepor meio dos esfregaços vaginaisescreveu, nesta revista, no últimoano».

IX CONGRESSODA SOCIEDADE EUROPEIADE HEMATOLOGIA

O Prof. Carlos Trincão e o Dr.Januário de Melo, da comissãoorganizadora do IX Congresso daSociedade Europeia de Hematolo­gia, que se reune em Lisboa, em

Agosto próximo, avistaram-se, no

passado dia 2, com o Prof. GaIvão

Teles, Ministro da Educação Nacio­nal, a quem deram conhecimentoda agenda de trabalhos e convida­ram para fazer parte da respectivacomissão de honra.

MINISTRO DA SAúDEDO BRASIL

Em trânsito para Genebra, pas­sou há dias por Lisboa o Dr. PauloPinheiro Chagas, Ministro da Saúdedo Brasil, acompanhado pelos Drs.Mário de Magalhães e Adelmo de

Mendonça, os quais iam partícíparnos trabalhos da assembleia da

Organização Mundial de Saúde.O Dr. Paulo Pinheiro Chagas decla·l'OU que a assembleia da Organiza­ção Mundial de Saúde tem este ano

particular interesse para o Brasil,pois o Dr. Marcolino Candor seráreeleito director-geral da importanteinstituição, e por unanimidade.

E sublinhou: «A minha presençacomo chefe da missão brasileiraassume neste momento caráctermuito particular, pois o PresidenteGoulart desejou que o Governo bra­sileiro manifestasse no plenário da­

quela organização o seu agradeci-

menta e o do povo do Brasil peladistinção com que o Dr. MarcolinoCandor foi honrado pela terceiravez. Acompanham-me duas altas au­

toridades sanitárias do Brasil- osDrs. Mário de Magalhães e Adelmo

Mendonça. Com ambos vou levar a

cabo uma obra profícua e de grandeinteresse científico para o Brasil e

mesmo para a Organização Mundialde Saúde».

REORGANIZAÇÃO HOSPITALAR- LUTA CONTRA O CANCRO

Entre artigos e notícias que a

falta de espaço nos obriga a adiar

para próximos números.conta-se a

referência à posse da comissão hos­

pitalar, que se realizou no dia 23 do

corrente, sob a presidência do SnI'.Ministro da Saúde e Assistência.No próximo número, daremos o

merecido relevo a esse aconteci­

mento, que despertou grande inte­

resse, publicando, na íntegra, os

discursos proferidos pelos Profs.Soares Martinez e Lobato Guima­rães. Também inseriremos o anun­

ciado artigo sobre a luta contra o

cancro (referente ao relatório docomité de peritos da OrganizaçãoMundial de Saúde).

AGENDAPORTO

Conferências na sede da Ordem dosMédicos (Rua de Álvares Cabral, 76):Sobre terapêutica com fármacos psico­-activos: dia 31 de Maio, às 21,15, «Intro­dução à farmacodinamia 'dos medica­mentos psicotrópicos modernos» (Prof.Jean Reusse, de Bruxelas); às 22,30 h.,«Personalídade e Psico-fármacos» (Prof.Baraona Fernandes). Sobre perturbaçõesda circulação periférica: dia 1 de Junho,às 17 horas, «Bases fisiológicas da me­

dicação vasodilatadora» (Prof. Jean Reu­

se); às 18,30, «A isquemia aguda» (Prof.João Cid dos Santos); às 21,30, «Algunsaspectos de diagnóstico e tratamento dosaneurismas arteríovenosos» (Prof. A. deSousa Pereira).

 direcção de cO Médico ;.não assume a responsabilidadedos artigos assinados pelos seus

coIGboradore•.

bóníco, álcool e ácido acético (estirpes heterofermenta­tivas), Das primeiras utilizámos, para os nossos dosea­

mentos, as seguintes (indicando também as referênciasda American Type Culture Collection):

L. casei E - ATCC n.s 7469L. arabinosus 17j5-ATCC. n.O 8014L. leichmannii 313 - ATCC n." 7830

São estirpes que suportam bem a acidez final domeio de cultura e cuja temperatura óptima de desenvol­vimento está compreendida entre 28° e 32° C, exceptopara a estirpe indicada de L. casei a qual parece preferir41 °-42° ·C.

.

Das segundas, apenas utilizamos o

L. fermentum 36·- ATCC n.s 9338

É sensível a uma acidez acentuada do meio de cul­tura e a temperatura óptima de crescimento situa-seentre 35° e 40° C.

São todas microaerófilas, desenvolvendo-se melhora um pH compreendido entre 5,5 e 6,5 (33).

Além destes microrganismos, servimo-nos. aindados seguintes:

. Streptococcus [aecalis R - ATCC n." 8043 - bacté­ria ovóide, disposta geralmente em pares ou em cadeiascurtas Gram positivo, aeróbia e facultativamente anae­

róbia, 'pertencente ao grupo .D de Lancefield. As suas

temperaturas limites de crescimento são de 10° e de40° C. Também produz ácido a partir da glicose ..

. Saccharomyces carlsbergensis - ATCC n.s ,4228-células grandes, redondas ou ovais, fermentando a gli­cose e vários outros açúcares, desenvolvendo-se em

anaerobiose mas, de preferência, sob condições aeróbías,suportando amplas variações do pH sendo, no entanto,O' mais favorável, o de 5,0 (33). A temperatura óptimade incubação é de 25°-26° C, não devendo ultrapassaros 30° C (57).

As estirpes atrás referidas eram conservadas em

meio sólido (I), com passagens quinzenais. O meio des­tinado à cultura do L. fermentum era enriquecido eam

100 fLg de vitamina BI por 100 ml, já que esta bactériatem tendência a modificar o seu metabolismo quandoem presença de doses fracas daquela vitamina, deixandode a exigir como factor de crescimento (17).

2. O meio-base

Como já foi dito, o meio-base deverá conter as

substâncias necessárias ao crescimento do agente quese vai utilizar em quantidades pelo menos óptimas, paraobstar a que o extracto possa ir suprir outras deficiên­cias além das da vitamina que se pretende dosear.

. Bàsicamente, será constituído por uma fonte deenergia, ácidos aminados e polipeptídeos, vitaminas,minerais e um amortecedor.

. . - Estes meios são . geralmente de composição com­

plexa-e de preparação morosa, pelo que .a .sua. comer­cíalízação veio'. simplífícar .grandemente '0 . trabalho arealízar.,

. .. -

. Seryimo-nos . dos meios dos Laboratórios Dijco,específicos .para o .doseamento. de cada vitamina, e quemais adiante. serão nomeados. .

.-

- -- _-"�"._-' - ::.. � .. .. . - - - -

...

(I) Usamos, para Lodas as estirpes" corn excepção diiL: lCíëhmann.ii, o meio' dós "Labcratórlos Diico «Bacto - MicroAssay Culture Agar». Para aquela bactéria servimo-nos do meiodos mesmos Laboratórios «Bacto - B12 .Ihoc.ulum Broth USP»,adicionado de 1,� g - de· gelose por 100 ml, e que contém' 10 'Jclé .sumo de tomate, O que se verificou ir estimular o seu cres-cimento (43).· .

O M É D I C O _. 4ú7

3. O soluto-padrão da vitamina

O soluto-padrão da vitamina a empregar deveráter uma concentração tal que os volumes que dele se

podem utilizar (na técnica que empregamos de 0,0 a

5,0 ml) contenham as quantidades de vitamina que per­corram a gama de sensibilidade do agente.

Habitualmente, prefere-se a preparação dum soluto­-base, que se armazena no frigorífico ao abrigo da l�ze sob tolueno, a partir do qual se faz a preparaçaoextemporânea do soluto-padrão.

4. O extracto

Dado que na Natureza as vitaminas se apresentammuitas vezes não só sob forma livre mas também sobforma combinada e que os microrganismos nem sem­

pre conseguem efectuar a sua hidrólise; e visto que,mesmo quando capazes de utilizar qualquer destas for­

mas, 2. sua resposta para umas e para outras _é �uita�vezes diferente é necessário preparar a substância em

causa de modo' a poder fornecer às estirpes a vitaminasob forma livre.

Na generalidade, o modo de extracção dun:a vita­mina está sobretudo dependente das suas propriedadesfísico-químicas. Assim, se é resistente ao calor e aos

ácidos, como é o caso da niacina e da piridoxina, dar-se-àpreferência à extracção por meio da auto�lav�gem .emmeio ácido; se o é apenas moderadamente (tiamina, ribo­flavina), far-se-à uma extracção ácido-térmica ligeira queserá completada por intermédio de enzimas; se é sen­

sível, como sucede com o ácido pantoténico e com o

ácido fólico, ter-se-ão de utilizar enzimas.

Quando se trabalha com substâncias sólidas ou

semi-sólidas, é necessário, porém, reduzi-las a fragmen­tos tão pequenos quanto possível, de modo a poderobter-se uma suspensão que permita a mais eficaz acçãodo agente hidrolizante e a libertação da vitamina.A homogeneização do nosso material foi realizada adi­cionando, na tina dum homogeneizador «VIRTIS», a 30 gde queijo 30 ml de água e submetendo a mistura, durante2 minutos, a 30 000 r. p. m. Do homogeneizado resultanteretiravam-se 10 g, o que correspondia a 5 g de queijo.

Os extractos obtidos podem, no entanto, conterdiversas substâncias que, influenciando o crescimentodo microrganismo, venham falsear os resultados. Istoé particularmente verdadeiro com os ácidos gordos, quepodem ter um efeito estimulante ou inibidor consoanteo ácido e ou a sua concentração· (79,88). Esta acçãoestá ainda dependente da vitamina em causa e doagente utilizado, sendo o L. casei particularmente sensí­vel, e verifica-se sobretudo nas primeiras horas deincubação, dado que o pH óptimo para a sua actuaçãoé aproximadamente de 6,0, donde a vantagem de usar

períodos de incubação longos.. WEGNER, KEMMERER e FRAPS (83) e STRONG e CAR'

PENTER (79) aconselham a eliminação destas substân­cias interferentes por filtração do extracto a pª 4,5,seguida de três extracções pelo .éter (15 ml _deste porcada 25 ml de extracto) e .nós adoptamos sempre esteprocedimento .

. Há posteriormente necessidade de levar o extractoFt

..um

.. pH .idêntico. ao �·pH. do meio....�Se

.

nestafase _ reaparece um precípitado, procede-se a nova fil­tração. A obtenção .dum extracto tão límpido quantopossível é, duma .maneíra geral, de boa técnica, e degrande impõrtâncía quando se pretende fazer a avaliaçãodo. crescimento por nefelometria. Acerta-se igualmenteo extracto a uma diluição que a experiência tenha mos­

trãdo.. convéniente �pára que ?- sua concentração na vita­mina a' 'dosear "se aproxime da da solução-padrão .

5. O inóculo

J',rô dia anterior ao da inoculacão, faz-se uma passa­gem para 'meio líquido do agente que se pretende utilizar.Aconselha-se que este meio tenha uma composição idèn-

o M Ê D I C O - 408

tica à do meio-base que se empregar no doseamento,enriquecido, porém, da vitamina em causa (1).

Os meios deverão ser seguidamente incubados a

37° C durante 18 a 20 horas, não devendo este períodoultrapassar as 24 horas já que, após ele, os microrga­msmos mostram frequentemente tendência a atenuaro seu crescimento, o que se irá reflectir numa escassa

resposta, uma vez em face da vitamina a dosear.

6. Orientação do doseamentoSementeira e incubação

Vários procedimentos têm sido propostos. Nósusamos o seguinte, mais geralmente utilizado:

Numa série de pares de tubos de ensaio conve­

nientemente lavados, esterilizados e numerados, dístri­buem-se volumes crescentes do soluto-padrão de vita­mina, não variando em menos de 0,5 ml, de maneiraa que o primeiro par corresponda a 0,0 ml deste soluto(tubos que, na prática, são designados por «brancos»e que deverão, após sementeira e incubação, apresentarum crescimento muito ligeiro ou, até, nulo) e o penúl­timo à quantidade máxima de vitamina que caia dentroda gama de sensibilidade do agente. Nos dois últimostubos, deitar-se-à este mesmo volume mas não serãoinoculados, destinando-se a servirem de testemunhade esterilidade do meio.

Noutra série deitam-se volumes crescentes doextracto, quatro ou cinco, também não variando em

menos de 0,5 ml.A cada tubo adicionam-se seguidamente 5,0 ml do

meio de cultura prèviamente preparado (meio-base).E, para que, no final, cada um contenha um volumetotal idêntico [o que evitará a influência sobre o cres­

cimento do microrganismo de volumes diferentesinfluência constatada por HEGSTED e ALVISTUR (34)]'ajustar-se-à a 10 ml com água destilada.

'

Estes autores, no entanto, tendo verificado quevariações de 2 ml, ou menores, num volume final de10 �l! pouco afectavam os resultados obtidos, propõema utilização de 8 ml de meio-base e de volumes de soluto­-padrão de vitamina e de extracto até 2 ml, evitandoassim, a adição de água,

,

.

Com a mesma finalidade ADRIAN (1), seguindo o

procedimento já referido por MCMAHAN e SNELL (51) para8, arginina e valina, serve-se dum soluto-padrão e dum

cx�racto dez vezes mais concentrados (e, por conse­

gumte, de volumes dez vezes menores) e em todos os

tubos deita lO ml de meio base, diluído a metade em

relação à técnica que utilizamos.Baseando-se em que a utilização dos processos

acima. referidos tor?a os doseamentos dispendiosos pelaquantidade de meio-base que é necessário empregar,r.EVY El P?LON�VSKY (46) propõem um método em que o

volume fmal e de 2 ml. LOWRY e BESSEY (48) usam um

volume ainda menor: 0,2 ml. Estes autores empregamtambém solutos de vitamina e de extracto nas diversasconcentrações requeridas o que, permitindo deitar sem­

pre o me�mo volume em todos os tubos, èvita igualmentea operaçao de uniformização do volume final.

À semelhança do que se faz para o doseamentodos antibióticos, alguns autores, como BACHARACH e

CUTHBERTSON (7), servem-se duma placa de Petri con­

tendo um meio idêntico ao meio-base para a 't¢cnicaem tubo mas adicionado de gelose e prèvíamente ino­culado. Sobre ele deixam cair volumes idênticos mas

d� concentração crescente, quer do soluto-padrão devitamina quer do extracto. Após incubação, medem a

superfície de crescimento que será, em princípio,proporcional à quantidade de vitamina depositada.

_

(1) Excepção feita para o L. leichmannii para o qual, pelasrazoes já apontadas, nos �ervimos do «Bacto - BI2 InoculumBroth USP», usamos o meio dos mesmos Laboratórios «Bacto- Micro Inoculum Broth»,

No entanto, como os próprios autores reconhecem, o

método tem-se revelado pouco preciso.Esquematizando o procedimento que escolhemos

teremos, no final, por exemplo:

1." série de tubos:

Volumes

Tubos

Ide soluto-de água I-padrãe de meio Total

1 (I) 0,0 ml 5,0 mlI

5,0 ml 10,0 ml2 0,0 ml 5,0 ml 5,0 ml 10,0 ml

3 0,5 ml 4,5 ml 5,0 ml 10,0 ml4 0,5 ml 4,5 ml 5,0 ml 10,0 ml

•• o- o ••• . .. - .....

.... o ••• . ... . ....

17 5,0 ml 0,0 ml 5,0 ml 10,0 ml18 5,0 ml 0,0 ml 5,0 ml 10,0 ml

2: série de tubos:

Volumes

Tubos

de extracto de água de meio Total

1 E 1,0 ml 4,0 ml 5,0 ml 10,0 ml2 E 1,0 ml 4,0 ml 5,0 ml 10,0 ml

5,0 ml5,0 ml

10,0 ml10,0 ml

7 E8 E

1,0 ml1,0 ml

4,0 ml

4,0 ml

('.) Embora os tubos 1 e 2 pertençam, efectivamente, tanto à sériedo padrão como à do extracto, para facilid8lde de' esquematização prete­rrmos incluí-los só na primeira.

Consoante é geralmente aconselhado, os tubosdeverão ser, depois, esterilizados na autoclave a 121°Cdurante 15 minutos. Porém, na prática, achamos sufi­ciente o seu aquecimento em banho-marta ferventedurante 15 minutos. Dispondo de dois tubos-testemunha

que sofrem as mesmas manipulações que os demais mas

que não serão inoculados, a ausência de crescimentoneles pareceu-nos afirmação suficientemente válida denão inquinação dos outros.

Para a inoculação, deíxar-se-á caír em cada tubo,por intermédio duma pípeta de Pasteur, uma gota doínóculo.

Após agitação, os tubos são colocados na estufa.A temperatura óptima para a incubação da estirpe seria,como é óbvio, aquela que se deveria utilizar. Porém,dado que quase todas crescem bem a 37° C, foi desta

temperatura que nos servimos como regra a que fize­

ram, no entanto, excepção o S. carlsbergensis e o St.

taecalis que foram incubados o primeiro a 25° C e o

segundo a 30 -c.A duração da incubação dependeu do procedimento

escolhido para avaliação do crescimento· do agente.Quando se utilizou a acidometria, deu-se preferência a um

período de 70-72 horas, pois não só a produção de 'ácido é,então, máxima, como a possível ínfluêncíá no doseamentode outras substâncias que não a vitamina é menos acen­

tuada. Quando se fez a leitura por nefelometria, prefe­riu-se não prolongar a incubação por mais de 20-24 horas

já que, após este período, a turvação tern tendência a

diminuir (75).

7. Avaliação do crescimento do microrganismo

.

Para a avaliação do cresciment.o do microrganismo,servíamo-nos quer da neutralização do ácido produzidoquer da turvação do meio de cultura. Outros métodos

o M É D I C O - 409

AA:mS VEJÁ O vetSO�

. ------------- ............ ----

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Drageias.

o

�tem sido propostos e utilizados, como a contagem directaIdas células, a medida do volume ocupado pelas células.centrífugadas e a determinação do pH do meio. Os que'empregamos são, porém, os mais simples, não só pela.técníca como pela aparelhagem e reagentes necessários.

A determinação da quantidade de ácido produzida.era feita por títulaçâo com OHNa D,IN, em presença«íum indicador, a solução alcoólica de azul de bromoti­:mol a 2,5 %. A média dos valores encontrados para os

itubos-testemunha era tomada como «zero».

Para a leitura da turvação, usávamos um coloríme­tro fotoeléctrico «EEL», com filtro vermelho, e quenos dava directamente as densidades ópticas. Grandenúmero destes aparelhos dão, porém, os resultados em

percentagem de transmitância. Caso se deseje, pode-se,neste caso, transformar este valor naquele, pela apli­-cação da fórmula

D= 2-log T,

cem que D é a densidade óptica e T a percentagem detransmitância (lO). O «zero» do colorímetro era acer­

tado com o meio dos tubos-testemunha.

Depois de avaliado o crescimento verificado, mar­.cávamos, num sistema de ordenadas e de abscissas res­

pectivamente os volumes de OHNa D,IN gastos ou as

densidades ópticas encontradas e os volumes do soluto­

-padrão de vitamina e do extracto utilizados.

Obtínhamos, assim, uma série de pontos que uni­·dos constituiam duas curvas: a correspondente ao

soluto-padrão (curva-padrão) e a correspondente ao

extracto. Por interpolação gráfica, calculávamos entãoa quantidade de vitamina contida em cada uma dasquantidades de extracto utilizadas que, em seguida,·exprimíamos em relação a 1 ml. Usando as médiasobtidas para este volume e conhecendo a diluição a

que tinha sido levado o peso inicial da substânciaanalisada, fácil nos era determinar a quantidade devitamina existente em 100 g dessa substância.

Este procedimento, porém, não é seguido por todos-os autores.

Assim, WOOD (90) propõe a utilização apenas da por­-ção inicial da curva-padrão, geralmente rectilínea e, con­siderando que a origem da curva do extracto será a

'mesma e que também terá idêntica configuração, faz a

determinação da concentração vitamínica da substãn­

c:ia analisada por comparação dos coeficientes angula­res. Dado que os volumes mais baixos do extracto, nor­malmente utilizados, são, por este método, desprezados,a influência de factores estranhos seria menos susceptí­vel de se manifestar.

"Mais tarde, o mesmo autor (91) propõe novo

'método que reputa de mais rigoroso em relação ao queutilizamos, e pelo qual a concentração do extracto édada pelo número cujo logaritmo é igual à soma do loga­ritmo da concentração do soluto-padrão de vitamina'com a distância, na horizontal, que separa as duas'linhas. O paralelismo destas seria, ainda, uma provavisual rápida da validade do doseamento.

Com o fim de simplificar o método, e continuandoa pressupor rectilinea a resposta do agente, pode-se fazerapenas a determinação de cinco pontos para o traçadodas curvas (três pontos para a curva-padrão, um dosquais correspondente aos «brancos», e dois para a doextracto) - método dos cinco pontos, zero comum - ou

de seis (três para cada curva, desprezando os «brancos»).A grande crítica que estes métodos sofrem é a de

que a resposta do microrganismo' não é necessàría­mente rectílínear-e se o é, é-o só para os primeiros tubos'e não tarda a encurvar .. se para atingir um nivel a partirdo. qual se dispõe em planalto, nivel esse relacionadocorn a quantidade máxima de vitamina a que-o orga-nismo se mostrou sensível.

.

O MtDICO - 411

B. MÉTODOS PARTICULARES

I - RIBOFLAVINA

O primeiro método microbiológico a ser propostopara o doseamento da riboflavina foi o de SNELLe STRONG (75), utilizando o L. casei E. Mais tarde KOCHER(39) emprega o St. iaecalis, KORNBERG, LANGDON e CHEL­DELIN (41) o L. mesenteróides e CAMPBELL e HUCKER (l3)a estirpe de Lactobacillus n.s 7993, todos estes agentescom a vantagem duma maior sensibilidade que o

L. casei. O método de SNELL e STRONG continua, porém,a ser o mais utilizado; por isso o preferimos por umaquestão de uniformidade com outros autores e pelaexistência de meios «estandartízados» para aquelemicrorganismo.

Preparação do extracto (')

A autoclavagem em meio aquoso foi o método ini­cialmente empregado (75). Propôs-se também a utiliza­ção de enzimas, particularmente a «Taka-diastase» e a

papaína (16,22). ADRIAN (l), porém, aconselha uma extrac­ção dupla: autoclavagem em meio ácido seguida daacção de enzimas.

Seguindo este critério, suspendíamos 5 g de queijoem 50 ml de CIH D,IN, e autoclavávamos durante 20minutos a 120° C. Após arrefecimento, acertávamos o

pH a 4,5, 'com acetato de sódio, ádícíonávamos 100 mgde «Taka-diastase» (Parke, Davis & C.O) e 100 mg depapaína e incubávamos a 37° C, sob tolueno, duranteuma noite. Na manhã seguinte, aquecíamos o extracto,em banho de água a 100° C durante 10 minutos parainactivação dos fermentos.

'

II - NIACINA

A maioria das espécies do género Lactobacillusparece ter necessidade desta vitamina como factor decrescimento, mas, dados os bons resultados obtidos porSNELL e WRIGHT (76) com o L. arabinosus 17/5, as demaisnão têm sido pràticamente investigadas neste sentido.FILDES (27) e LWOFF e QUERIDO (50) propõem o Pro­teus X19. DORFMAN et al. (25) referem a possíbilídadede utilização da Shigella paradysenteriae.

Preparação do extracto

A hidrólise ácida parece ser a mais eficaz (18)e KREHL, STRONG e ELVEHJEM (42) aconselham a utiliza­ção de S04H2 ou de CIH lN.

Nós realizámos a extracção adicionando a 5 g dequeijo 50 ml de CIH IN e autoclavando a mistura,purante 30 minutos, a 120° C.

'

III - BIOTINA

Uma grande variedade de métodos microbiológicostem sido proposta para o doseamento da biotina. O pri­meiro foi o de KOGL e TONNIS (40) utilizando a estirpede levedura «Rasse M». SNELL, EAKIN e WILLIAMS (74)propõem o Saccharomyces cerevisiae, HODSON (35) a

mutante «cholineless» de Neurospora crassa, LAMPEN,BAHLER e PETERSON (44) o Clostridium Butylicum 21e WEST e WOGLOM (86) o Rhizobium tri/alii 205.

A verificação feita por SNELL e WRIGHT (76) de quea substítuíção da bíotina pelo ácido nicotínico no meiopor eles proposto para o doseamento deste pelo L. ara­binosus tornava possível o doseamento daquela, abriucaminho à utilização dos Lactobacillus. Assim, SHULL,HUTCHINGS e PETERSON (69) descrevem um métodoposteriormente modificado por SHULL e PETERSON ,(70):

,) ,

(1) As restantes características da técnica seguida para o

doseame�to não só desta vitamina como das demais, estãoesquematizadas no Quadro I.

ç, . M É D I C ,O - 41,2

Q LI A D R O, I·

SINOPSE DAS TÉCNICAS UTILIZADAS (1).... , f "'-

'vitaminá r agente-

"

meio-baseconcentração (a) temperatura duração avallação

do .. , In6culo de da do..

r�� .:- soluto-padrão incubação incubação crescímento .

. 'r· .. ·"·,.f" il

"

Bacto -

70 - í2riboflavíua L. casei IS RIBOFLAVIN 100 mf.Lg ImI 10 - 20 ml 370 C acídímètrica,

ASSAY MEDIUM horas

"

,,'

(b)niacina L. arabinous 1/15

Baeto100 mug ImI la - 20 ml 37° C 70-72 acldímètricaNIACIN horas

ASSAY MEDIUM

-

:

Bacto -

70 - 72bíotina L. arabinous 17/5 BlOTIN 02 mug I ml ioo ml 37" C acidimétricaASSAY MEDIUM horas

(c) 1 ml por cada 2Bacto -

piridoxina S, carlsberqensis PIRYDOXINE 10 mf.LgjmI gotas duma pri- 250 C 20 -�2 nefelométricaASSAY meira suspensão horas

- MEDIUM Y em lO ml (d)------ -

I (

Bacto -

18tiamina L. fermentum 36 THIAMINE 10 ml�g'/mi 40 - 50 ml 37° C nefelométrica

ASSAY MEDIUM horas

----

ácidoBacto -

16 - 18St. faecalis R FOLIC ACID 2 mf.Lg / IPI : O ml 300 C nef'elométricafólico ASSAY MEDIUM1horas

-

Bacto -

ácidoL. arabinous 17;5 PANTOTHENATE 50 mi�g 11)11 .

- -·IOOmi 370 C 18 - 20 nefelomètricapantotèníco MEDIUM USPhoras

- "

" r. , I

Bacto -

70 -72cobalaminas Lo leichmannii 313 BI2 ASSAY 0,05 mf.Lg I ml 400 ml 370 C acidimétricaMEDIUM USP horas

-r:

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(') A técnica para ci preendimento dos tubos encontra-se esquematizada na página 5,(al Os volumes indicados referem-se ao volume aproxima do 'do soro fisiológico no qual foi suspenso o centr-ifugado obtido' ':'" ",'

apôs ylavagem. Como já foi referido, a Inoculação fez-Se- com uma gota de ínóculo assim preparado para todas as vitaminas, com excepçãodé pir-Idcecinas. para a qual se usou 1,0 ml.

,;,1.:::,':"

, , (b) Este meio baseia-se na modificação introduzida no d e SNElLL e WRIGHT (76) por' BARTON-WRIGHT (8), ", ',1':" j,: .:(c) Os Laboratórios Di/co substituiram o meio inicialmente proposto por ATKIN, SCHUUTZ, WILLIAMS e F'REY (5) pelo

de CAMPLING e NIXON (14) com as modificações necessárias à s ua aplicação para o doseam.ento desta vitamina,'

,(d ) Esla técnica indicada por A!DR'IAN (1), mais simples do que' a geralmente aconselhada (3), deu-nos sempre bons

resultados,,

.

utilizando o L. casei e WRIGHT e 8KEGGS (93) servem-sedo L. arabinosus. Foi este método que fundamental­mente seguimos.',{

,

Preparação do extracto',"l"

(:,,' Duma maneira geral, conquanto a extracção 'enzi­mática forneça por vezes valores altos, a hidrólise­ácida é normalmente necessária para uma libertaçãocompleta' (33). A: melhor técnica parece ser a que usa

a. autoclavagem da amostra em meio 804Hz ou CIH 6N,durante'duas horas; a 1200 C (56) e dela nos servimos.

IV - PIRIDOXINA

o agente primeiramente proposto para o dosea­mënto da -píridoxína foi a mutante «pyrídoxíníess» da

Neurospora sitophila (78) mas este microrganismo tema desvantagem da dificuldade de avaliação do seu cres­

cimento, que tem de ser feita ponderadamente, e de quea incapacidade para sintetizar a vitamina só se verifica

namedida em ,que o pH do' meio 'se mantenha ínreríora"6,0. WILLIAMS, EAKIN e MCMAHAN (8.'0 usaram oS. cere-

uisiae, estirpe «Gebrüder Mayer», mas os valores obtidosforam bastante inferiores aos fornecidos pelos métodos

químicos e biológicos (20).'0 método mais utilízado.tem,sido o de ATKIN, SCHULTZ, WILLIAMS e FREY (5), com.o­S. carlsbergensis.

,

Preparação do extracto l')'

As primeiras extracções fizeram-se por meio I deácidos fortes a concentrações altas, mas verificado quecom baixas concentrações se obtinham resultados supe­riores (52), passou a utilizar-se a extracção por autocla­vagem, a 1250 C, durante 5 horas, em meio 804Hz ouCIH O,055N (62). .r.r I'!'

Seguindo esta técnica, nós realizávamo-la adicín­nando 'a 5 g de queijo 1 ml de CIN ION e 179 ml de,OHie autoclavando a mistura, a 1250 C, durante 5 horas.

Nota: ".;

,

Com o fim de evitar a contínua agitação dos tubos,durante a. incubação, para fornecer ao S. carlsberçensisas condições de aerobiose mais favoráveis ao dosea-.

mento, substituímos, no nosso trabalho, os tubos deensaio por balões de Erlenmeyer de 50 ml.

, Dildo, também, que a inoculação com a técnica

· que usamos, de preparação do inóculo e que adiantese indica foi feita não com uma gota como para as

· demais yitaminas mas com 1 ml, distribuído por inter­médio duma pipeta graduada, e para conservar o volume

· Iinal de 10 ml, o volume máximo de soluto-padrão 'queutilizamos foi de 4,0 ml.

v- TIAMINA

Dos vários métodos descritos para o doseamento

-microbiológico da tiamina, o primeiro a ter larga acei­

tação foi o de SCHOPFER e, JUNG (65), baseado no cresci­mento do Phycomyces Blakesleanus.'Ô método pecava,

porém, pelo longo período de incubação que reque­ria (lO dias) e pela necessidade de determinação do

peso do micélio como técnica para avaliação do cres­

cimento do microrganismo.' SCHULTZ, ATKIN e FREY

(66,67) servem-se da quantidade de anidrido car­

bónico e JACQUOT e THIVOLLE (37) da de álcool pro-'duzidos pelo S. cerevisiae, WOOLLEY (92) usa o Endomy­ces vernalis; GAINES e STAHLY (30) propõem o L. mesen­teroides e SILVERMAN e WERKMAN (71) o Propiônibacte­rium pentosaceum. WEST e WILSON (85) usam o Staphy­lococcus aureus, mas o facto do agente poder ser pato­génico para 'o homem obriga a cuidados especiais·durante o doseamento. EMMERIQUE-BLUM e LWOFF (26)usam um ciliado,' o Glaucoma piriformis e NIVEN e

SMILEY (54) servem-se do St. salivarius S20 B.

Porém, o método hoje mais utilizado é o de SARETTe CHELDELIN (64), com o L� fermentum 36, que é defácil realização e não exige cuidados particulares.

, ,

Preparação do extracto

nado que a vitamina é termolábil, ter-se-à derecorrer a processos enzimáticos. Porém, como estasensibilidade é, sobretudo, evidente em meio alcalinoou neutro, � possível uma extração inicial ligeira peloaquecimento a 100° C, durante 30 minutos, em meio

ácido, extracção que será, depois, completada pela acçãode fermentos, nomeadamente a «Taka-diastase» e a

papaíne (64).Nós suspendíamos 5 g de queijo em 50 ml de CIR

D,IN e aquecíamos, durante 30 minutos, em banho-mariafervente. Após arrefecimento, levávamos o pH a 4,5 pelaadição de acetato de sódio e adicionávamos 250 mg de'«Taka-diastase» e· 25O"mg de papaína. Após incubação,durante uma noite, sob tolueno e a 37° C, aquecíamos,na manhã seguinte, o extracto a 100° C durante 10 minu­tos para inactivar os fermentos.

..

Nota:

Quando se utiliza o L. fermentum, é conveniente

que a incubação se não prolongue por mais de 18-20

horas, já 'que após este período a bactéria pode começar.a aproveitar também a pirimidina e o tiazol (64).

VI - .4.cIDO FÓLICO

O primeiro método a fornecer resultados satis­fatórios foi o de MITCHELL e SNELL (53) uti­lizando o St. faecalis R, logo seguido pelo deLANDY e DICKEN (45) servindo-se do L. caseiLUCKEY, BRIGGS e ELVEHJEM (49), voltando a

'empregar o St. [aecalis, propõem novo meio-base, ten­tando aumentar o fraco crescimento que se verificava'Com o de MITCHELL e SNELL, mas resultados ainda supe­

.riores são obtidos por TEPLY e ELVEHJEM (80).l

Preparação do extracto

A sensibilidade desta vitamina obsta a que se

recorra a uma extracção, ácida ou alcalina, prolongada.Dos fermentos, verificou-se inicialmente que a

«Taka-diastase» e a papaína libertavam ácido fólico

O M l!: D I C O '--;-. 413

activo para os microrganismos usados nos doseamen­tos (16,49), mas esta hidrólise não se mostrou completa(9,63). As conjúgases, que seguidamente se propuseram,podem distribuir-se por dois grupos: as que, como a

existente no pâncreas de galinha, têm uma actividademáxima a pH 7,0-8,0 e aquelas, presentes na maior partedos tecidos animais, mas sobretudo no fígado e nos

rins, para as quais o' pH óptimo é de aproximada­mente 4,5.

Qualquer destes tipos foi empregado isoladamente.

Porém, SREENIVASAN et al. (77) verificaram que tal pro­cedimento originava uma hidrólise incompleta e pro­põem o seu emprego sucessivo. Assim, a 5 g de queijo,adicionávamos 5 ml de tampão acetato a 1 %, depoisd.e termos acertado o pH a 4,5, e 50 mg de extracto derim de porco e incubávamos, sob tolueno, a 37° C,durante 20 horas. Levávamos depois o pH a 7,0 e adi­cionávamos 5 ml de tampão fosfato M/5 e 50 mg deextracto de pâncreas de galinha e incubávamos, tambémsob tolueno e a 37° C, durante 8 horas, após as quaisaqueciamos o extracto durante 10 minutos, a 100° C,para inactivar os fermentos.

VII - ÁCIDO PANTOTÉNICO

O método de WILLIAMS e SAUNDERS (89) tem hojeapenas interesse histórico. ATKIN, WILLIAMS, SCHULTZe FREY (4) utilizam, com bons resultados, o S. carlsber­

çensis, enquanto que PEYNAUD e LAFOURCADE (61) ensaiamoutras espécies, particularmente o S. ellipsoideus e o

S. chevalieri. PELCZAR e PORTER (58) propõem o Proteusmorganii 21 e CARNERI (15) publica recentemente novo

método baseado no crescimento da mutante 99-1 daEscherichia coli.

Do género Lactobacillus, só o L. arabinosus 17/5e o L. casei E têm sido utilizados. Assim, PENNINGTON,SNELL e WILLIAMS (60) e depois LIGHT e CLARKE (47)usam o segundo, mas a preferência vai, no entanto,para o método de SKEGGS e WRIGHT (73) com o L. arabi­nosus, não só pelas suas exigências nutritivas serem

menores como também pelos resultados mais coerentesa que conduz.

Preparação do extracto

A sensibilidade desta vitamina impõe a utilizaçãode enzimas para a sua extracção.

Verificou-se logo de início que a papaína, a pan­creatina, a pepsina e a tripsina não apresentavam acti­vidade apreciável (16). Posteriormente, BUSKIRK e DELOR(2) propõem a mílase P, mas observou-se (82) que em

muitos produtos este fermento só libertava uma pequenafracção do ácido pantoténico combinado. NOVELLI,KAPLAN e LIPMANN (55) ;referem, finalmente, a eficáciaduma mistura de fermentos hepáticos e de fosfátaseintestinal, desprovidos de efetio quando actuando iso­ladamente. Desde então, tem sido o processo de extrac­ção aconselhado.

Não conseguimos, no entanto, obter os fermentosnecessários, pelo que nos tivemos de limitar a utilizaro método proposto pela Association of Official Agricul­tural Chemists (2) para o doseamento do ácido panto­ténico na forma livre. Assim, adicionávamos a 5 g dequeijo 50 ml de água, ajustávamos o pH a 5,65 com

acetato de sódio, adicionávamos tampão acetato 0,2Ne autoclavávamos durante 5 a 7 minutos a 120° C.

VII - COBALAMINAS (I)

Os primeiros métodos propostos para- o dosea­mento da vitamina Bu baseiam-se no crescimento da

(I) À cianocobalamina OU vitamina BI2 vieram juntar-seoutros compostos dotados de idêntica actividade vítamínica,como a hidroxicobalamina ou vitamina Bn' e a nitrotocoba­lamina ou vitamina B,2°, pelo que hoje há tendência a designá­-los genéricamente por grupo das vitaminas BJ2 ou, simples­mente, cobalamínas,

o M É D I C O - 414

bactéria que tinha originado a sua descoberta: o L. lactisDorner. Usam-na SHORB e BRIGGS (68). Depois SKEGGS,HUFF, WRIGHT e BOSSHARDT (72) utilizam o L. lei­chrnanni 326, cujas necessidades nutritivas são menos

complexas. Das outras estirpes de L. leichmannii queigualmente foram propostas, a mais sensível parece ser,no entanto, a 313 (31).

'

Além das bactérias do género Lactobacillus" outrosmicrorganismos têm sido propostos. DAVIS e MINGIOLI

(23) e depois BURKHOLDER (11) usam mutantes de Esche­richia coli. FORD (28) preconiza a utilização dum pro-

,

tozoárío, o Ochromonas malhamensis. HUNTNER et al.(36) propõem o emprego duma alga, a Euglena gracilise FRIES (29) sugere a possibilidade de utilizar outra,a Goniotrichum elegans. AYERS (6) refere que váriasbactérias que requerem água do mar na cultura pri­mária, pertencentes aos géneros Achromobacter, Pseu­domonas e Flavobacterium, entre outros, mostram neces­

sidade altamente específica de vitamina B12• No entanto,o agente que continua a ser mais utilizado é o L. lei-

C. RESULTADOS.,,' :." 1

., ,� .

J

No Quadro II resumem-se os resultados obtidos.Destes interessa particularmente comentar os

indicados para a riboflabina, nacina e tiamina, já que. são os únicos para os quais há resultados publicados.no nosso país.

. '"

Para a riboflavina, a média por nós obtida esta,de acordo com o conceito de que este alimento é um

bom fornecedor desta vitamina e com a referida porGONÇALVES FERREIRA e SILVA GRAÇA (32), e permite a

conclusão de que uma quantidade apreciável é retidadurante o processo de coagulação do leite, o que, já,tinha sido observado por DADIDOV et al. (21). I,'

Para a niacina, a média encontrada, se bem quede acordo com a verificação de DADIDOV (21) de queapenas uma pequena percentagem 00,4 %) da vitaminado leite é retida durante a fabricação do queijo, difere:acentuadamente da encontrada por GONÇALVES FERRJ):II;l.f\.e SILVA GRAÇA (32).

' ,

QUADRO 11

Teor em vitaminas do complexo B do queijo fJamengo nacionalcom 45% de gordura

VblJres ancontrados (em I�g por 100 Ir) Precisâo da rr.édíaNumero de t. s-determina- -

(± _XX10O)ções desvio-padrão

maxtmo mínimo média desvio-padrão Xda mèuta (P=O,Y51

riboJlaviua. 12 414,0 300,00 348,1 35.12 1(,139 ± 6,4°'0

uiacínn 17 80,00 46,00 61,67 10,39 2,518 ± 8,7%

biotina 11 1,613 0,960 1,304 0,1823 O,O5�0 ± 9,4%

piridoxinn . 17 71,50 30,70 49,49 13,20 3,202 t 13,7°,'0

tiamina. 14 37,60 16,40 26;45 6,156 1,645 ± J 3,4%

úcido fólico 17 67,50 24,30 47,08 10,389 2,597 ± 11,8%

fa)

ácido pautotéuico , 14 115,00 48,50 83,70 18,66 4,987 ± 13,0°,'0

cohalaminas 16 1,8450 0,9090 1,2902 0,2868 (1,0717 ± 11,8%

(a) - formas livres

chmannii já que é de fácil manejo e dá resultados bas­tante comparáveis aos fornecidos pelos métodos bio­

lógicos.

Preparação do extracto

A extração enzimática, preconizada por PEELER,YACOWITZ e NORRIS (59) com a pepsina e a «Taka-dias­tase» para as amostras de origem vegetal e com a pan­creatína e a tripsína para as de origem animal, foiapoiada por vários autores (81). A extracção hídrica,a frio, foi proposta por COHEN e BENNET (9). Para a

extracção a quente o método mais seguido é o acon­

selhado pela Association oi Otficial Agricultural Che­mists (2), que utilizamos.

Assim, preparávamos primeiro uma mistura extrac­tora contendo, por 1000 ml, 13 g de fosfato dissódico,i2 g de monohidrato de ácido cítrico e 10 g de meta­bissulfito de sódio.

A 5 g de queijo adicionávamos 125 ml desta mis­tura e autoclavávamos, a 1200 C, durante 10 minutos.

Nota:

Usando o L. leichmannii 313 verificamos haver van­

tagem na substituição dos tubos de ensaio, geralmenteutilizados, por outros de maior diâmetro (2,5 cm) jáque a curva do crescimento assim obtido permite uma

mais fácil e precisa interpelação.

Quanto à tiamina, igualmente se verifica grandedisparidade entre os valores indicados por nós e

por aqueles autores. Saliente-se, porém, que os

valores referidos por estes foram obtidos por método,físico. A observação de DEARDEN et al. (24) de que apenas9 a 15 % da tiamina do leite é retida durante a coagula­ção, levaria a esperar, no entanto, um teor vítamí­nico baixo.

D. CONCLUSÕES \'

- O método microbiológico aplicado ao dosea­mento das vitaminas do complexo B do queijo flamengonacional com 45 % de gordura, desde que suficiente­mente ensaiado, é de técnica simples e passível de ser

empregado como método de rotina;- O queijo flamengo nacional com 45 % de gor­

dura contém quantidades apreciáveis de riboflabina,de ácido fólico e de cobalaminas mas é pobre em

níacína, bíotina, piridoxina e tiamina. Aguarda-se a pos­sibilidade dum estudo mais completo no que respeitaao ácido pantoténico;

- A comparação dos resultados por nós obtidoscom os referidos por outros autores portugueses vem

novamente salientar a necessidade de continuação des­tes estudos.

- A comparação com os resultados de autores

estrangeiros (38) confirma que é indíspensável realizarestas determinações em todos os países.

O Mll:DIOO - 415

NAS AFECÇÕES CORONÁRIAS

MELHORA A IRRIGAÇÃO CORONÁRIAAUMENTA O FORNECIMENTO DE

OXIGÉNIO AO MIOCÁRDIO

SULUÇÃO INJECTÃVEL -- Caixa de 6 ampolas de 2 cm"

DRAGE lAS -----�-- Frascos de 25 drageias

LABORATÓRIOS

DEP. DE PROPAGANDA: AV. DEFENSORES DE CHAVES, 31-f.o-LISBOA-TEL. 7.'2588DELEGAQ.lTO NO PORTO: PRAQA DO MUNICIPIO, 287-q.o-D.-TEL. 211,83DELEGAQAO EM COIMBRA: RUA VISCONDE DÃ LUZ, 72-3.·

EXPORTAÇÃO PARA �lAIS DE 50 MERCADOS - FABRICAÇÃO DI PORTUGAL, ESPANHA, URUGUAI, ARGENTINA E PERÚ

O., M � D I C ·0, -:' 416

No tratamento da úlcera' peptica

EllMARe

ElIMAR'AL reunem

as seguintes vantagens:

• Actuam de maneira imediata;

• A eficácia sobre a dor e a imagem radiológica é incontestável;

• Grande simplicidade de tratamento;

• Ausência total de toxicidade e de efeitos secundários, permitindoum tratamento prolongado;

• Amplitude de regime alimentar, evitando simplesmente os excessos

mais graves;

• O EVIMAR e o EVIMAR-AL, pela.sua acção protectora de reves­

timento, não necessitam de medicações associadas tais como anti­

espasmódicos, sedantes, etc.;

• A adição de hidróxido de alumínio assegura, enfim, ao EVIMAR-ALo poder "tampão" dos constituintes alcalinos da mucina frente a

um excesso de acidez gástrica.

IndicaçõesDoença ulcerosa:

Úlceras gástrica s

Úlceras duodenaisÚLceras pépticas post- operatórias

Esofagites por refluxoPi roses

Gastrites:Hi perclorídricasMedicamentosas

Representado por: Fórmula por comprimido:E V I M A R - Polissacarideo sulfa-

--

_1]'�� QUJFABEL t:...-:

I •• o

-

tado . 0,500 grs.

EVHtf�·R ..AL � Polissacarídeo sulfa­tado . 0,500 grs.Gel de Hidróxido de

alumínio 0,350 grs.

Nota:

A comparação da média obtida neste trabalho parao ácido fálico (47,08p.g por 100 g) com a apresentadanum trabalho anterior (l) em que a extracção foi apenasrealizada com extracto de pâncreas de galinha (49,02p.gpor 100 g), levou-nos a pensar, uma vez que a diferençadessas médias não era sígnífícatíva (t=0,487; g. 1.=30;p "",0,60), que não haveria vantagem na utilização duma

extracção dupla para o material com que tínhamost.rabalhado. Para o verificar, determinámos o teor em

ácido fálico em seis amostras diferentes de queijo fla­

mengo, cada uma delas tratada segundo as duas técní­

cas, e obtivemos os resultados seguintes:

(a) (b) diferençaamostra pàncreas de rim de porco + lb a)

galinha pâncreas de galinha (f-Lg p. 100 g)(f-Lg p, 100 g) (11g p, 100 g)

A 30,00 36,00 + 6,00

B :24,46 29,00 + 4,54

C 27,00 36,54 + 9,54-

D 56,70 53,80 - 2,90-

E 34,20 . 31,50 -2,70

F 34,00 36,20 +2,20

média 34,39 37,17 + 2,78

o estudo da variância global destes resultados nãomostrou diferença sígnificatíva entre os valores obtidoscom uma e outra das técnicas de extracção usadas(t=1,974; g. 1.'--=5; P .:><0,10).

RÉSUMÉ

En employant la méthode microbiologique, l'auteur a faitle dosage des vitamines du groupe B dans un fromage portugais,type hollandele fromage flamengo, avec 45 % de matière grasse(matière grasse dans l'extrait sec).

Les moyennes obtenues ont été les suivantes:

vitamine nombre de moyennedeterminations (Ilg par 100 g)

riboflavine. 12 348,1

uiacine . 17 61,67

biotine 11 1,304

pyridoxine . 17 49,4G

thiamine. 14 26,45

acide folique 17 47,08

acide pantothénique . 14 ::13,70

I cobalamines 16 1,2902

Après conclure que, du point de vue des vitamines dugroupe B, ce type de fromage est un aliment d'intérêt pour ce

(I) SANTOS MOTA, J. M. - «Doseamento Microbíológico dasVitaminas do Complexo B do Queijo»; Dissertação para o

acto de licenciatura apresentada à. Faculdade de Medicina,Porto, 1962.

O MÉDICO-4l7

qui concerne la riboflabine, l'acide folique et les cobalamineset pauvre en niacine, biotine, pyridoxine et thiamine (Ia valeur

indiquée pour l'acide pantothénique, le dosage ayant été fait

simplement pour les formes libres, ne permet pas encore des

conclusions), l'auteur remarque la necessité non seulement de

continuer ces études dans son pays mais aussi de les réaliserdans touts ceux intéressés à connaître la composition de leurs

aliments, dû à la diversité de celle-ci.

SUMMARY

The microbiological assay of vitamin B complex was

made in a portuguese Edan like cheese - flamengo cheese,with 45 % of fat (fat in dry extract).

The following results were obtainned:

vitamin number of mean

assays (lli/lOO g)

riboflavin. 12 348,1

niacin 17 61,67

biotin Il 1,304

pyridoxine . 17 49,49

thiamine. 14 26,45

folic acid 17 47,08

pantothenic acid 14 83,70

cobalamins . '1 16 1,2902

The results allow the conclusion that this type of cheeseis of interest as a dietary source of riboflavin, folic acid andcobalamins. Niacin, biotin, pyridoxine and thiamine are present.only in small quantities. The value for pantothenic acid doesnot permit any conclusion since it just represents free formsof the vitamin.

In view of the diferences observed between these resultsand those of other authors, the need for other studies on thissubject in Portugal and the advantage of having his own

results in each country is enhanced.

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CELIOSCOPIA

Desde há alguns anos que a celioscopia se tor­nou num método de exploração ginecológica corrente.Se alguns hesitam por vezes em a praticar, é somentedevido aos imperativos que devem presidir à sua exe­

cução. Este método exige uma hospitalização de 36horas em meio cirúrgico; deve ser executado sob anes­

tesia geral, por um operador experiente na técnica e na

interpretação (às vezes bem difícil) dos aspectos ana­

tómicos da pelve.As grandes indicações da celioscopia são a este­

rilidade e o diagnóstico da gravidez extra-uterina.No estudo das esterilidades, este exame será de prefe­rência praticado quando a permeabilidade das trompasestiver em causa. Sem dúvida que os exames de basesão a insuflação tubar e a salpíngografía, devendo ser

executados em primeiro lugar. Bastam, se não há qual.quer lesão tubar que impeça a migração do ovo. Mas,em certas circunstâncias, aqueles exames não permitemuma investigação completa. Tais, por exemplo, os casos

cm que:

E ESTERILIDADE

JEAN THOYER-ROZAT

- uma obturação tubar, total ou parcial, põe em

questão a oportunidade duma intervenção plástica;- os resultados das explorações clássicas são apa­

rentemente discordantes.Em todas estas celioscopias para a esterilidade de

origem tubar, associamos sistemàticamente a explora­ção endoscópica e a injecção útero-tubar duma soluçãocorada pelo azul de metileno: segue-se a progressão do

líquido por transparência, antes de o vermos difundirà roda dos pavilhões, depois difundir-se na pelve. Prefe­rimos recorrer à injecção duma solução corada do queà insuflação gasosa (as bolhas de gás padern não ser

visíveis enquanto que a difusão do líquido nunca escapaao exame).

ESTERILIDADE TUBAR

Se a sede da obturação das trompas é ao níveldo corno uterino ou do pavilhão, quer seja total querparcial, é necessário verificar o estado das paredos

tubares por uma- celíoscopía antes de se tentar resta­

belecer círùrgícamente a permeabilidade normal.

Primeira eventualidade: a obturação situa-se no

corno uterino. Toda a tentativa de intervenção plásticaestá votada ao fracasso, se o pavilhão e a metade externa

da trompa são sede de lesões; no caso contrário, a

cirurgia plástica encontra uma das suas melhores

indicações.Ora, no total das obturações do corno uterino, ape­

nas um terço corresponde aos casos favoráveis. A celíos­

copia evitará, pois, uma laparotomia inútil em 70 %dos casos de obturação tubar.

Segunda eventualidade: a obturação situa-se no

pavilhão. a) A execução duma salpíngotomia só tem

algumas probabilidades de sucesso, se a parede tubar

não estiver envolvida de aderências, não for a sede de

lesões inflamatórias em evolução, especialmente tuber­

culosas, se, enfim, o ovário não apresenta uma distrofia

e não está atingido ao mesmo tempo que a trompa porum processo de peritonite plástica. Quando a celioscopiadescobre um magma de aderências perítubo-ovárícas

espessas, uma salpingite latente ou granulações perito­neais, devemos renunciar à intervenção: poder-se-acompletar a celioscopia por uma biópsia tubar. Assim,o exame endoscópico terá orientado ùtilmente a tera­

pêutica médica e feito renunciar a uma intervençãoinoportuna. b) É frequente que as explorações clássicas

revelem uma impermeabilidade somente parcial. Radio­

logicamente, a substância opaca difunde imperfeita­mente; à insuflação, a permeabilidade só aparece a uma

pressão elevada e a curva de registo descreve uma

parábola, quando se suspende a administração de gás.É fundamental, nestes casos, explorar o estado

dos pavilhões pela celioscopia. Por vezes, o orifício

tubar reduz-se a uma simples fenda, através da qualse vê uma invaginação das franjas tubares. Noutros

casos, o pavilhão está rodeado, ao mesmo tempo que o

ovário, de aderências filamentosas que, embora não

suprimíndo totalmente a permeabilidade, não deixam

de perturbar gravemente o mecanismo normal da

captação do óvulo e da mígração do ovo.

Discordância aparente entre as provas clássicas de

permeabilidade tubar. Uma imagem de difusão imper­feita da substância opaca pode ir de par com uma

curva de passagem normal do gás à insuflação. Trata-se

aqui também de impermeabilidade parcial e o exame

do pavilhão com óptica de visão lateral esclarecerá as

razões dos resultados discordantes fornecidos pela sal­

pingografia e a insuflação.

Pode-se exigir da celioscopia mais do que uma sim­

ples exploração? Supomos que não. Alguns autores

propõem que se faça no decurso do exame uma insu­

flação gasosa ou uma injecção de líquido a forte pres­são (300 mm de mercúrio) até que apareça, ao nível

dum ponto fraco, uma rotura da parede tubal'. Nós não

admitimos que esta forma de se restabelecer a permea­

bílidade constitua um tratamento eficaz da esterilidade

por obturação tubal'.

o MÉDICÓ - 41Y

O mesmo sucede com as intervenções que se pro­puseram pl'< tical' no decurso da c Iíoscopía, e p cial­mente a secção pela galvanocautério das aderênciasperítubo-ovárícas. Preferimos recorrer a uma laparoto­mia, que dá maior segurança de execução e permitetambém a libertação mais completa dos anexos.

ESTERILIDADE DE ORIGEM UTERINA

OU OVÁRICA

Se a celioscopia é indispensável para se estabele­cer o «bilan» completo duma esterilidade tubal', for­nece muitas vezes ensinamentos interessantes nas este­rilidades relacionadas com uma anomalia uterina ou

ovárica.

No caso de dualidade da cavidade uterina reco­

nhecida à histerografia, a celíoscopia permitirá afirmarse se trata dum útero verdadeiramente duplo (compor­tando dois canais mullerianos independentes), ou dumútero com um tabique formado pela não reabsorção dazona de coalescência dos dois canais primitivos. No úte­tero duplo, os dois hemi-úteros estão nitidamente indi­

vidualizados, enquanto que no segundo caso a morro­

logia externa é normal.

Nas formas intermediárias de útero bicórnio,existe sobre o fundo uterino um sulco mediano maisou menos profundo.

Na mulher estéril portadora duma retrooersãosem obturação tubar, a celioscopia buscará a existência

de aderências perí-útero-anexiais : a sua presença justí­ficaria a cura cirúrgica da retroversão com libertaçãodos anexos.

A exploração dos ovários informar-nos-á sobre o

número de folículos que fazem saliência à superfície,seu grau de maturação e o aspecto do último corpoamarelo. Fará o despiste das distrofias, causas frequen­tes de esterilidade- em consequência de perturbaçõesda ovulação, quer se trate da clássica e imprecisa dege­nerescência esclero-quístíca ou duma hipertecose com

o aspecto de ovários lisos, dum branco-porcelana, tal

como se observa no síndrome de Stein-Leventhal.

A última indicação da celioscopia diz respeito aos

casais nos quais as diferentes explorações não resulta­

ram na descoberta da causa da esterilidade. Temos porvezes a surpresa de descobrir anomalias morfológicasdas trompas, aderências peri-ováricas, uma endome­

triose recente e latente.

Reconheçamos que muitas vezes esta exploraçãonão resolve o problema etiológico da esterilidade. Tem,contudo, o mérito de dar, duma maneira muito simples,informações que, sem ela, apenas nos poderiam ser

fornecidas pela laparotomía exploradora.Em conclusão: a celíoscopia ocupa agora o seu

lugar entre os exames complementares correntemente

praticados nos casos de esterilidade. Deveria precedersempre as intervenções que se podem considerar nos

casos de esterilidade de origem tubar, pois permiteevitar um bom número de laparotomias injustificadas.

(Dos «Entretiens de Bichat»,

Correntesdo Tempo

A,

PSICANALISE

No contexto dos acontecimentos e pensamentoreligiosos do mundo de hoje é óbvia a importância da

«declaração» que abaixo inserimos. Este mesmo jornalpublicou recentemente nas suas páginas um artigo dum

psicoterapeuta católico, que é uma séria tentativa pes­

soal da transposição do golfo existente entre duas áreas

da actividade humana.

Porque nos falta a competência para tecermos

mesmo duas linhas de comentário ao que vai seguir-se,convidamos destas colunas os nossos leitores interessa­

dos, a que o façam.

Entre os elementos da hierarquia católica partiel­pantes no Concílio Ecuménico, foi distribuído um rela­

tório anónimo sobre a psicanálise.A revista «La Pensée Catholique» (número 83)

publicou esse relatório, de que reproduzimos abaixo

alguns extractos - polémica que apresenta a terapêuticacriada por Freud como a verdadeira ciência da alma,universal e definitiva.

A leitura dos dois esquemas sobre a Moral, da

Comissão de Teologia convida a fazer algumas refle­

xões sobre a psicanálise, campo no qual encontraremos

poucos amigos dentro da Igreja.O homem moderno encontra-se, dia a dia, cada vez

mais impregnado de psicanálise. Isto é evidente para

todos aqueles (cujo número vai em crescente aumento)

que, graças às técnicas de grupo, se submetem a análise.

Mas o mesmo se aplica também a todos os que sentem

a influência da psicanálise através da cultura moderna,profundamente marcada por ela. A rejeição ou a des­

confiança da Igreja em face da psicanálise continua

a afastar da Igreja um número cada vez maior de

homens, sobretudo entre as classes dirigentes, porquea Igreja se afasta deles, não os querendo reconhecer

tais como são ...

A história dos últimos séculos deveria abrir-nos

os olhos. As crises provocadas pela crítica bíblica e peloevolucionismo nada são comparadas à crise que se

anuncia, devida à psicanálise. Porquê? Porque, tanto a

crítica bíblica como o evolucionismo apenas afectavam

o «exterior» do homem - embora tendo profundasrepercussões no seu «interior» - mas a psicanáliseatinge directamente o homem no que tem de mais

íntimo ...

É um facto que a psicanálise deve as suas origense o seu primeiro impulso em grande parte ao estudo

dos fenómenos patológicos, mas nisso não difere, aliás,das outras ciências do homem: o anormal provoca o

interesse e permite chegar à compreensão do normal.

o M É D I C O - 420

(Textos de autores que, na imprensa médica ou não méclica,vêm a comentar com autoriúaae e imaginação muitas das questões que Ioram n. medicina).

E,

C O N C I L I O (1)o

Mas é também um facto patente que, no seu estado

actual, a psicanálise ultrapassou estes limites estreitose se tornou numa ciência de «todo o homem» e de

«qualquer homem». É esta a razão porque a psicanálisese apresenta à Igreja como um desafio transcendente.

Todo o substrato humano da moral cristã actual

depende da psicologia descritiva, que foi uma visão dohomem consciente sem inconsciente, ou pelo menos

sem inconsciente que se pudesse reconhecer. Esta psi­cologia descritiva está definitivamente ultrapassada pelapsicologia profunda ou psicanálise, que leva o incons­

ciente em conta e constitui assim uma visão do homem

consciente nascido dum inconsciente que se podeconhecer. Esta revolução no conhecimento do homem

é um facto que se não pode negar ou ignorar; admi­

tindo-o, não lhe podemos negar as consequências.E parece que a atitude da Igreja consiste precisamenteem negá-lo ou ignorá-lo para não aceitar as consequên­cias. Esta consequência é bem simples, e ao mesmo

tempo enorme: é necessário repensar de novo toda a

moral cristã em função da psicologia profunda, de tal

forma que o ensino de Cristo se projecte nesta nova

visão do homem, a única que satisfará o homem de hoje.Ainda que a Igreja se negue a fazer este trabalho

gigantesco, ele far-se-à de qualquer maneira, mesmo

sem a Igreja e talvez contra a Igreja. E então chegar­-se-ía a esta situação paradoxal- que os ensinamentos

sublimes de Cristo, bem inalienáveis da nossa cultura

ocidental, seriam assimilados por uma moral viva, pro­clamada fora da Igreja, enquanto que a Igreja teria

transformado aqueles ensinamentos numa moral de

museu de história comparada das religiões. E o homem

moderno irá, certamente, para onde encontre vida ...

Mas não imaginemos que, para realizar essa obra,bastará reunir teólogos e psicólogos ao corrente da

psicanálise. Se acima dissemos que o nó do problemateórico é a aceitação ou não aceitação da psicanálisecomo uma nova visão do homem na qual é necessário

projectar a palavra de Cristo, podemos agora afirmar

que tocamos aqui o problema prático mais delicado- nomeadamente, que tal trabalho não poderá ser

feito a fundo senão por teólogos e psicólogos psicanalisados. Esta afirmação suscitará, provàvelmente, a

troça ou o cepticismo de muitos. Entretanto, parece

indubitável que o trabalho de repensar a moral cristã

em função da psicologia profunda não poderá ser feito

«a fundo» senão por aqueles que tenham uma expe­

riência pessoal dessa mesma psicologia. Aplica-se aquio mesmo que se pode dizer da mística: só os que

(1) Reproduzida de «Semaine des Hopitaux-r Itüorma­

tians», número de 8 de Maio de 1963.

tenham tido experiência m ística podem falar da

rnístíca com conhecimentõ.-·O-mesmo se- deve dizei" ..da

psicologia profunda que - contràriamente ao quesucede com a psicologia descritiva, a qual se pode con­

tentar até certo ponto com um estudo exterior - requer

forçosamente o aprofundamento interior, que se não

pode obter senão através da análise pessoal ...

É, portanto, necessário que padres e religiosos se

submetam a um tratamento psicanalítico; não padresou religiosos que iriam à psicanálise em virtude de

problemas pessoais, mas padres e religiosos de valor,sem neurose' aparente. Mas para se chegar a esse resul­

tado, será necessário vencer um outro obstáculo, quenão deriva ùnicamente da Igreja, mas também em

grande parte dos psicanalistas - que é a suposta incom­

patibilidade entre psicanálise e religião, ou pelo menos

entre a psicanálise e o homem religioso enquantoreligioso.

Teme-se analisar directamente ex professo a expe­riência religiosa.

Este modo depende directamente das ideias sobre

a natureza e sobrenatureza que prevalecem actualmente

na Igreja; o sobrenatural- e designa-se assim pràtica­mente a vida religiosa do cristão - deve estar ao abrigode toda a investigação humana, pois a análise do «reli­

gioso» pareceria uma profanação do «religioso». Não

se compreendeu ainda que o único antídoto a uma

«profanizaçâo» do religioso não é a separação entre o

natural e o sobrenatural mas uma «religíonízação» do

profano.

Este medo da Igreja pela análise do religioso tem,como contrapartida, a atitude de oposição mantida pormuitos psicanalistas que consideram que uma análise

profunda dum padre ou religioso os levariam necessà­

riamente ao abandono da religião.Mas do lado da Igreja comete-se o erro de se não

saber distinguir claramente entre a técnica e a ciênciapsicanalítica, por um lado, e a filosofia ateísta que algunspsicanalistas, incluindo Freud, pretenderam edificar

sobre esta ciência, embora nada mais fizessem neste

aspecto do que projectar os seus preconceitos ateus na

ciência e por vezes mesmo na técnica psicanalíticas.Do lado da Igreja, comete-se sobretudo o erro de não

se distinguir sufícíentemente entre psicanálise e psica­nalistas, não se dando ela conta de que essa oposiçãodos psicanalistas ao religioso pode-se bem explicar, de

acordo com a própria psicanálise, como a consequên­cia, nos psicanalistas, dum problema religioso não

analisado.

Mas unia crítica da atitude dos psicanalistas não

servirá de muito, comparada com a experiência quedaria a prática, sem inibições falsas, da psicanálise dos

problemas religiosos ...Só então se chegaria a um verdadeira diálogo entre

psicanalistas e crentes católicos, e não à polémicaactual num clima de desconfiança mútua.

Seria um dos diálogos mais fecundos, tanto paraos psicanalistas como para a Igreja ... ».

o MJí:DIÕÓ - 421

-

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o Mt n I C O - 422

SELECÇÃO DE TRABALHOS

VASCULOPATIA E ULCERAÇÕES CUTÂNEOMUCOSAS

Esta publicação tem por fim revelar a existênciadum caso clínico observado pelos autores cujo diagnós­tico suscitou numerosas dúvidas etiológicas que aindanão foram completamente esclarecidas. Trata-se dumenfermo cardiovascular crónico, bem individualizado, noqual apareceram em dado momento de evolução da afec­

ção, úlceras cutâneas e mucosas, de localização variável,de tipo bem caracterizado e cuja origem se tornou difí­cil de estabelecer.

Passemos em revisão:

a) A descrição da enfermidade actual.b) Os dados positivos do exame semiológico.c) A terapêutica instituída.

d) A síntese das diferentes evoluções.e) Os dados fornecidos pelos exames de labo­

ratório.

Em relação com a enfermidade actual diremos queo enfermo se internou nestes serviços em 13-3-63 afir­mando que: «começou há 2 anos com dispneia de esforçoque se foi acentuando cada vez mais. Meses depoisnotou edema nos membros inferiores, apreciável'mudança do carácter e crises breves de palpitações.Consultou o médico que lhe prescreveu CristaíolínaI(XX gotas/dia) e uma ampola de Salirgan por semana.(Não experímentou melhoras, começando nesta altura a

hotar aumento do abdómen, concomitantemente com

insónia e ortopneia. Aumento da astenia e depressão.Em dado momento chegou a ter incontinência de urinae de matérias fecais. Em Março de 1960 foi internado'num hospital onde recebeu diàriamente uma ampolaintravenosa de Kombetin. Permaneceu ali 4 meses sem

grandes melhoras. Disseram-lhe que tinha uma afecçãocardíaca. A tensão arterial havia atingido nesta altura:Mx= 25 mm. Dois meses depois da alta foi obrigadoa internar-se num serviço de cardiologia doutro hospitalpor falta de medicação. Foram-lhe administrados digi­tálicos e diuréticos por via bucal, regime hipocloretado,!repouso, 1 000000 U. de penicilina diàriamente, durante� dias. Esta última terapêutica não se prolongou devido

ao aparecimento de fenómenos de intolerância.I Enquanto esteve internado foi vítitna da formação6 abertura de dois abcessos nadegueiros e do apareci­mento duma ulceração na face dorsal do tornozelo do

membro inferior direito que até ao momento tem sido

rebelde à terapêutica instituída.,

Um mês após estar em casa apareceu-lhe ainda

mais, além do que já tinha anteriormente, uma ulce­

ração no bordo direito da língua, razão pela qual o

especialista que consultou, lhe receitou azul de metileno

e bochechos com água bicarbonatada. A ulceração nãoaumentou após estes tratamentos».

Desde há um mês: ulceração penial, seguida deoutra anal, o que somado ao anterior e devido ao

aumento progressivo fez com que o enfermo se inter­nasse nestes serviços.

Dados positivos do exame semiológico no momento

ROBERTO GINI e outros

de entrada: ortopneia, face pálida, cianose, ansiedade,estado de nutrição deficiente. Pele das mãos e pés com

elasticidade diminuída. Transtornos tróficos acentua­dos nos membros inferiores onde a pele se apresentafria, seca e escamosa, revelando a existência dumaúlcera de forma irregularmente arredondada, de 4 a

5 cm de comprimento, de bordos grossos, com fundo

pálido, exsudativa, pouco dolorosa e localizada na facedorsal e lateral interna do tornozelo direito. Não apre­sentava cheiro. Tecido celular subcutâneo edemaciado,nos membros inferiores e região sacrococcígea. Mús­culos com tonicidade, trofismo e forças diminuídas.

Replecçâo venosa permanente.Aparelho, respiratório: diminuição da sonoridade

das bases.Aparelho circulatório: Choque da ponta visível e

palpável. No foco mitral, percebia-se um sopro holossis­tólico + + +, grave, com propagação para a axila;frémito.

Pulso radial: amplitude moderada, hipotenso, 100por minuto.

T. A.: 120/70. Tempo de Decholin: 16 segundos.Abdómen: Revela em ambos os flancos uma cir­

culação venosa superficial, na qual a corrente sanguíneasegue um trajecto ascendente. Encontra-se ascite. Nãohá pontos dolorosos. Fígado: bordo superior ao nível do5.° espaço intercostal direito e limite inferior três dedostravessos abaixo do rebordo costal.

Sistema urogenital: Úlcera penial na face superiordo pénis. Hipertrofia da próstata.

Terapêutica instituída; Na altura do internamentoprescreveu-se: regime alimentar hipossalino e hípolípí­dico, repouso, Clotride (2 comp, por dia), digitalina(2 unidades por dia) e uma transfusão de 500 C.C. desangue total. De cinco em cinco dias administrava-seintramuscularmente uma ampola de Salirgan. Fez-setambém o tratamento local das ulcerações, primeirocom pomada de antibióticos e depois com Vulnofilin.Poucos dias depois juntou-se: Bexobé, Vi-Syneral e subs­tituiu-se a digitalina por Purodigín. Ao fim dum mês deinternamento em virtude de se pensar numa provávelorigem tuberculosa das ulcerações, devido às suas carae­

terísticas dermatológicas e a um exame minucioso feitoao fundo do olho juntou-se ; medicação anterior: dihi­droestreptomicina (1 g por dia); nicotibina (6 comp.por dia); Decadron (1 comp, cada 12 horas), Benervae Redoxon.

Por 5 vezes se fez uma transfusão de plasma de300 C.C.

Em relação à evolução diremos que durante os

5 meses de internamento o seu estado teve altos e bai­xos. A dispneia e a cianose permaneceram sempre em

maior ou menor grau; os edemas e a ascite foram rebel­des à terapêutica e formavam-se com grande facilidade;o pulso revelou a presença duma fibrilação auricular;a tensão arterial oscilou entre os 12/9 e 12/10; o sopromitral conservou-se sempre com as 'mesmas caracterís­

ticas; o fígado nunca diminuiu; persistência da insóniae nos últimos dias apresentou dispneia no início do sono;intranquilidade.

- .

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Laboratório FIDELIS

As ulcerações não responderam ao tratamento ins­tituído, nem local nem geral e permaneceram estacio­nárias.

Passemos em revisão os dados laboratoriais:

I Hemograrnas : 16 '3 15,6 47

Hemácias 4,290.000 4.410.000 4.520.000

Leucócitos. 13.200 11.800 15.000

Hemoglobina g oo 76 80 73

)em cajado. O O O

Neutrófilossegmentados 77 70 65

Eosinófilos . O O O

Basófilos

:/2 I I

Linfócitcs 13 25 29

Monócitos ·1 8 4 5

�16/3 15/6 4/7

Velocidade de sedimentação 19 mill 34 mm 30 mm

42 uim 58 mm 56 mm

Electroforese: ·1 17/3 23/4 6/7Albuminas: 40°10 41 0/) 40' /0Globulinas: 60 Ofo 59 D/O , 60 %

Io

Rel.�=3�51 Rel.!=3,8Lipoproteínas: .

'I-'. Rel.-=2,5

IX IX IX

Uremia: 1 g. '/OJ (14/3); 0,75 (13,6)Glicemia: 0,90 g. '/0' ( 4/3) ; 0,90 (13/6)Kahn: NegativaUrina: (14/3). Ácida: 1,015. Turva. Vestígios de albumina.

Exame do fundo do olho: (17/3)

Artérias obliteradas, especialmente a nasal e tem­poral inferior. Veias obliteradas. Lesões de endoperiarte­rite e flebite. Retinite proliferante; vasos em neoforma­ção. Antigas e pequenas placas de coroidite. Este quadropode aparecer em casos de etiologia tuberculosa, no

período secundário, tip-o metástase hematógena.

Anatomia patoioçica:

As alterações vasculares runais levam a considerara hipertensão arterial como o processo fisiopatológicotundarnentalno desenvolvimento das lesões encontradas.

Ascite: Exame do líquido obtido por punção:Albumina: 10 g por mil.Rivalta: +

O M:It D I C O - 423

Células: abundantes hemácias. Regular quantidadede leucócitos. Polinucleares: 24 %; Linfócitos: 76 %.

Ziehl.-Neelsen: Negativo.

Hepatcgramas : 20/3 28/4 14/n 10/7 28/7Bilirrubinemia total . 18,8 10 9,2 10,8 9,4Billrrubinemia directa - - - - -

Colesterol total 1,18 1,72 1,74 1,28 1,30Fosfatases alcalinas 4,02 7,24 5,54 4,2n 5,05Reacção do timol . 4,4 2,9 5,34 5,7 3,7Reacção do zinco. . .

.115.414,5 22,9 20,5 11,4

Reacção de cAdmio . . . + + +-+ +++ +++

Reacção do acetato de cobre 3 5,3 14,1 12,3 8,6Protidemia total 67,60 57,96 61.40 55,20 55,20Seroalbnminas. 33,10 32,43 26,91 20 26,20Seroglobulinas. 34,50 25,53 34,50 35,20 29

Relação albumina globulíua 0,96 1,27 0,78 0,56 0,90Urobilirrubina ++ +++ ++++ ++++ ++++

Gamaglobnlina 5,4 4,8 8,4 I 8,4 5,1

Electrólitos.- (2213).-

Sódio: 138 mEql 1.Potássio: 4,7 mEq/l.

Electrocardiograma.- (2213)

Fibrilação auricular: Sob r e c a r g a ventricularesquerda. Hipertrofia ventricular esquerda.

Laparoscopia .'

Ascite livre com aspecto citrino e límpido. Perito­neu parietal sem lesões visíveis. Fígado aumentado e

ptosado. Superfície lisa. Bordo agudo. Cor vermelhoescuro. Congestão passiva. Sangra fàcilmente à punçãocom agulha, o que contra-indica a biópsia.

Rectosigmoidoscopia .-

Na região perineal, às 11 horas, observa-se uma

úlcera cutânea de 0,5 por 1 cm, fundo sujo com pequenas granulações esbranquiçadas, bordos rectilíneos, cor­tados a pico, indolor; sem exsudação.

Exame bacteriológico das úlceras :

úlcera da língua: Abundantes estafilococos. Coló­nias de Candida albicans.

o M � D I C O - 424

úlcera do ânus: Não se observam fungos. Rarosestaf'ilococos. Colónias de Escherichia coli.

Creatínina endógena: 22,39 c.«. p. Ill. (Norrnal :

120 C.c. +- 5).

Creatinemia .'

] ,86 mg por cento (Normal: 0,7 a 1 mg por cento)

Biópsia renal.'

Acentuada degenerescêncía hialina das arteríolaspréglomerulares com engrossamentos capsulares e diver­sos graus de esclerose glomerular. Zonas de escleroseintersticial. Áreas de atrofia tubular. Arterioscleroserenal.

Biópsia cutânea.' úlceras.'

Pele da face dorsal do pénis : Ao nível da dermeobservam-se numerosos vagos arterialares de paredeespessa e luz estreita, alguns com degenerescêncía hialinada média, chegando até à trombose e hornogeneízaçãoacidófila da luz e parede. Há discretos infiltrados linfo­plasmocitários. Moderada reacção papilomatosa da epi­derme marginal. A investigação de amiloidose, bacilosácido-álcool-resistentes e de crescimento atípico resultounegativa.

Pele da zona tibial: É semelhante à anterior; revelaainda proliferação fibrosa e hiperqueratose.

Diagnóstico: Ulceração crónica da pele de provávelpatogenia vascular.

Telerradiografia do tórax: Aumento cardíaco glo­bal com predomínio acentuado de VI'

Verifica-se pelo que ficou transcrito que se tratavaduma insuficiência cardíaca congestiva crónica, com arte­riosclerose e arteriosclerose renal. e periférica.

Transcreve-se ainda o relatório da autópsia.«Coração: Hipertrofia global. Esclerose mitral pós­

. reumática (insuficiência). Arteriosclerose coronária degrau II.

Aorta: Arteriosclerose de grau III.Pulmão D: Aderências pleurais e paquipleurites.

Hidrotórax. Endurecimento. .

Pulmão I: Enfisema. Congestão passiva crónica.Focos broncopneumónicos.

Fígado: Congestão p a s's i v a crónica. Fibrosecardíaca.

Rins: Artéria e arteríolosclerose. Pielonefritecrónica.

Baço: Endurecimento cianótica.Próstata: Hipertrofia adenomatosa»,As dúvidas etiológicas surgiram na segunda metade

de evolução da afecção: saber a que eram devidas as

ulcerações às quais apresentavam um carácter bemdefinido; saber as possíveis relações que teriam com

o padecimento cardiovascular.Estava-se perante uma questão aparentemente

simples mas que na realidade não era assim; basta lercom atenção a classificação detalhada que a seguir se

transcreve sobre úlceras da perna para se verificar o

motivo de tão grande dúvida.

úlceras cutômeomucosas :

Vasculares

Tromboangeite oblíteranteEndarterite obliteranteArteriosclerosePeriarterite nodose

Arteriais Hipertensão arterialPúrpura telangiectóideCapiJarite pnrpúríca e pigmentarAngioma osteohipertróficoVasculite nodular.

Arteriovenosas. Fistulas arteríovenosas.

J Síndromo varicosoVenosas

1Pos-flebitePos-fleboarterlte,

Enfermidades

sanguíneas

'I'ranmátleas

Anemia hemolíttea cougénltaAnemia depranocltica ou falciformeAnemia CooleyAnemia perniciosaPúrpura trombocitopénica idiopáticaPúrpura não trombo cltopénicaPolicítemíaLeucemiaSindromo de Banti

RadioderrniteDecúbitoPicada de insectosÁcidos e alcalis

Pé de trincheiraPerniciosaCrioglobulinemiaGangrena cutâneatrics

Temperaturaambiente

múltipla e símé-

Substâncias químicas Arsénio. Mercúrio.

Acro-dermatite crónica atróficaAtrofia branea de MilliauPapulose atróf'ica maligna de DegósSíndrome de Werner, etc.

IDiabetesCaleiuose cutânea

Metabólicas EscorbutoLipomatose simétricaGota

Parasitarias

Infecções

Alérgicas

!AmibiaseEilarlase

TuberculoseSífilisLepraDifteriaLeishmaniaEstreptococo '

Germes \ Estafílococo (úlcerafagedémica)TularemiaDaerunculoseGangrena gasosaPos-vacinalÚlcera tropicalEtc.

BlastomicoseActinomicoseNocardoseMaduromícoseEsporotricoseCoccidiodimicoseEtc.

Fungos

) Arthus e Sanarelli - SchwartzmanMedicamentosa: iodetos, Brometos, ErgotinaEnfermidade tri-sintomática de Gougerot

Mal perfurante plantar

I )Familiar. Síndromo Thevenaud

Neurotróficas Siringomielia �!�e familiar. Síndr�mo Bureau-Bar�Espinha bífídaPoliomielite

)Lintosarcoma

Neoplásicas EpltelíomeEtc.

Outras

Síndrome de FeltyEsclerodermiaPiodermite gangrenosa

, Dos vélbosGangrenas j Com centros disseminados

Stvens - JohnsonBencetHand - Schüller . ChristianArtrite reumatoideAmiloidose sistematizada primitivaEmbolia cutânea

Esta classificação dá a explicação da grande difi­culdade de estabelecer um diagnóstico etiológico correctode úlceras cutâneomucosas.

Actualmente a opinião geral é considerar a cha-

o M � D I C O - 425

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Estados hemorrágicos agudos e cronicas, qualquerque seja a sua etioloqla. Intervenções operatórias.

mada antiga «úlcera trófíca» ou «úlcera de etiologia inde­terminada» dentro de alguma das variedades atrás trans­critas. Além disso, é importante fixar que o diagnósticodiferencial destas úlceras necessita do conhecimentoprofundo da sua múltipla patogenia assim como tambémdo conhecimento da extrema diversidade de entidades

nosológicas em que pode aparecer, corno possibilidadeevolutiva ou como manifestação preponderante dessaafecção.

(Condens. por Fernando Rebolo de «La PrensaMédica Argentina», n» 1, Janeiro de 1962).

TRATAMENTO

I - CIÁTICA DISCAL COMUM, RECENTE, DEINTENSIDADE MÉDIA, QUE OBRIGA ODOENTE A DIMINUIR OU PARAR A SUAACTIVIDADE.

Em geral trata-se de um adulto jovem com ante­cedentes de lombalgía e de fadiga. Após um esforçoúnico ou uma série deles, surgiu uma fadiga lombaranormal e uma dor no membro inferior no trajectode L, (face ântero-externa da perna, dorso do pé e dedogrande). É mais nítida de pé e torna impossível todoo esforço de carga. Diminui com o repouso e o decúbito.

Alguns sinais são nitidamente a favor dum sofri­mento discal: a atitude antálgíca lateral directa ou cru­

zada, a atenuação da lordose e a provocação da ciáticapor pressão nos espaços L4-Ls.

Há perturbações sensitivas e motoras no territó­rio radicular doloroso. O reflexo aquiliano encontra-seabolido.

Tratamento em plena crise dolorosa

- Repouso em decúbito pelo menos nos primei-ros dias.

- Antálgicos.- Infiltrações de um anestésico com um corticóide.- M e d i c aç ão anti - inflamatória - fenilbutazona.

Os corticóides só se usariam nos tratamentos de ata­

que e nos recrudescimentos dolorosos nocturnos.- Tracções lombares.- Colete gessado nas formas muito dolorosas e

quando são impossíveis o repouso e as tracções. Colo­ca-se durante 15 dias, findos os quais pode tirar-se à

noite, para um mês depois passar à reeducação ginástica.

Tratamento de consolidação em ji.m de crise

Para fazer desaparecer as sequelas da radiculal­

gia: fisioterapia, vitamina B e ganglioplégicos.Tratamento de fundo, preventivo das recaídas:

ginástica vértebro-abdominal e colete durante algunsmeses.

DA L O M B O C I Á T lC A

II-FORMA HIPERÁLGICA QUE NÃO CEDEAO REPOUSO

- Colete lombar.- Analgésicos (pa1fium ou morfina), nas primei-

ras horas.- Tracções vertebrais ..- Infiltrações íritraduraís de hidrocortisona.

III - CIÁTICA PARALISANTE

É rara. Após um início doloroso, muitas vezes bru­

tal, aparece uma paralisia de L, e Sb ao mesmo tempoque a dor ciática acalma. A paralisia é nítida, sendo o

tratamento delicado.Se a paralisia é reconhecida antes de 15 dias e

sobretudo se é de Ls, põe-se a indicação cirúrgica. Se évista mais tarde, usam-se ganglioplégícos, neuroléticos(vitaminas BI e BI2), ionização cálcica e reeduca­ção activa.

IV - CIÁTICA DO ADOLESCENTE

Muitas vezes notável pela importância da atitude

antálgíca. Deve ser tratada como a ciática do adulto,mas como os tratamentos habituais a mais das vezes

falham, a indicação cirúrgica é muitas vezes posta.

V - INDICAÇÕES DA CIRURGIA

A cirurgia é indicada num caso sobre dez. Salvomuitos casos, propõe-se sempre, quando, após trêsmeses de tratamento, não se registam melhoras.

Mais precisamente são a ciática paralisante, as

formas híperálgícas e quando surgem complicaçõesneurológicas não habituais (perturbações esfíncteríanas,sensitivas ou motoras) que evocam um síndromo de

compressão da cauda de cavalo.A intenção dirige-se sobre o disco intervertebral

onde se faz uma curetagem completa.

(Condensado por P. V. de «Le ConcoursMedical» - Março de 1963).

o M Ji: D I C O - 426

LAPíDEOS' TOTAIS, COLESTEROL E LIPOPROTEíNASSANGuíNEAS NA ARTERIOSCLEROSE

)

Nos últimos anos, o estudo da etiopatogenia daarteriosclerose vincula-a à lipidemia, colesterolemia e

lipoproteínas do sangue, já que se comprovou que nesta

afecção há infiltração dos vasos sanguíneos por diver­sas classes de lipídeos que constituem as placas artero­matosas.

Parece estar relacionada com transtornos nutriti­

vos, pois durante a segunda guerra, com a diminuiçãoda ingestão de gorduras, declinou a mortalidade porcoronariopatias. Por outro lado, estas atingem a maior

frequência nos países que utilizam muitos lípídeos na

alimentação.No Peru, estudaram-se também os factores bioquí­

micos da arteriosclerose e deles vamos dar uma síntese.

LIPIDEMIA EM ARTERIOSCLEROSE

Os Iípídeos sanguíneos estão integrados em triglicerídeos ou gorduras neutras que, quando são animaise vegetais hidrogenadas, contêm ácidos gordos satura

dos, que tendem a aumentar a colesterolemia; fosfolipí­deos constituídos por moléculas que possuem fósforoe ácidos gordos que formam com as proteínas, lipopro­teínas e colesterol, o que se deposita nas placas deateroma.

O organismo humano sintetiza 500 mg de coles­terol por dia, enquanto que o fígado sintetiza 1 000 a

1 500 mg díários. Esta síntese regula-se pela absorçãodo colesterol no intestino. Deste, 30 % conjuga-se com

as alfa-lipoproteínas e o resto com as beta-lípoproteínas :

só uma pequena parte se encontra livre no, sangue.Ainda que se vincule o colesterol com a génese

da arteriosclerose, na actualidade estuda-se a relaçãocom as lipoproteínas.

Por análise electroforética, individualizaram-se as

fracções alfa e beta das lipoproteínas que nos indivíduos

aparentemente sãos estão repartidas em 75 % em lípoproteínas beta e 25 % em lípoproteínas alfa; na arte­

ríosclerose, a fracção beta aumenta consideràvelmente,enquanto que a alfa diminui. Interessa determinar quala relação entre esta variação das fracções lipoproteicase a génese da arteriosclerose, mas as comprovações nãoproporcionaram resultados unívocos.

Hueper sugere que as lipoproteínas se mantêm em

DORIS E. RACCA LIMA

(Peru)

solução no sangue, devido a certos estabilizadores como

os fosfatídeos, os ácidos gordos e a heparina ; quandoestes diminuem, a solubilidade das lipoproteínas baixa,formando-se as placas de arteriosclerose.

No plasma normal, a concentração das proteínastotais é de 7 mg por 100 ml, sendo 12 a 15 % lip0-proteínas.

Electroforèticamente, comprova-se que as lípopro­teínas se encontram associadas às seroglobulinasalfa 1 e beta 1.

Nos casos de arteriosclerose, há aumento de uma

fracção específica das lipoproteínas e existe relaçãoentre causa e efeito no desenvolvimento desta doença.Os arterioscleróticos apresentam a relação beta-alfa lípo­proteínas aumentada, ainda que também há casos em

que pessoas sãs apresentam esta relação aumentada.

INVESTIGAÇÕES EFECTUADAS E INTER­PRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Dosearam-se lipídeos, colesterol e lípoproteínas em

52 indivíduos, 25 mulheres e 27 homens, com arte­riosclerose.

Verificou-se que os lipídeos totais e o colesterolestavam dentro das cifras máximas que se aceitam como

normais, enquanto que a lípoproteína beta se encon­

trava aumentada e a alfa diminuída.Os lipídeos totais e o colesterol apresentaram

cifras muito variadas, desde as menores que se julga­vam normais, até às muito aumentadas. Em quas€todos os casos, a fracção beta lipoproteína estavaaumentada e a alfa díminuída e, por conseguinte, a rela­ção BfA também aumentada.

Em relação aos lipídeos e colesterol, as cifras quese encontraram foram as mais variadas, pois dependemda constituição individual e da alimentação. O aumentode lipoproteínas beta corresponde às característicasquantitativas desta fracção lipoproteica, propria da arte­riosclerose, o que prova que se trata de doentes com

esta afecção e que o dado bioquímico possui valorsemiológico, permitindo formular diagnóstico geriátrico.

(Condensado por P. V. de «Clínica y Labo­tarim) - Zaragoza - Março de 1963).

DILATAÇÃO GÁSTRICA

Uma mulher de 34 anos, magra, hipernervosa e

ansiosa, sofre há vários anos duma úlcera duodenal

radiogràficamente confirmada e rebelde ao tratamento.Foi então operada e, devido ao carácter limitado das

lesões, o cirurgião fez só uma vagotomia e uma gastro­-enterostomía transmesocólica. Três dias depois, a doentetem vómitos. Melhora um pouco, mas, passados maisuns dias, os vómitos e o marulho epigástrica reapare­cem. A aspiração digestiva e a rehidratação revelam-seineficazes. Pensa-se em mau funcionamento da bocaanastomótica e a doente é novamente operada. Surgeentão um grande estômago, mas sem obstáculos daboca anastomótica. Reconstrói-se a gastro-enterostomiafazendo passar mesmo uma sonda gastroduodenal.A doente, contudo, não melhora, pois a azotemia atinge2,60 g, a diurese passa a ser quase nula, morrendo

AG U DA, APÓS VAGOTOMIAJ. CL. PATEL

quatro dias depois da reintervenção e 15 dias após o

Dragstedt.Uma outra observação cita também uma dilata­

ção aguda do tubo dígestivo após vagotomia. A bocaanastomótica funcionava também correctamente, e tra­tava-se igualmente dum indívíduo magro, ansioso e

emotivo. A única díferença residíu na víscera atingida,que em vez do estômago foi o intestino.

Assim se acumula.m a.rgumentos contra a opera­ção de Dragstedt. A eficácia da vagotomia sobre a

motilidade gastrointestinal é absolutamente inegável.O carácter explosivo e dramático desta vagotomia tal­vez seja devido à associação com desequilíbrios neuro­

vegetativos, que se encontraram nestes indivíduos.

(Condensado por C. Pina Vaz de «La PresseMédicale» -12-1-1963).

o M É D I C O - 427

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O M É D I C O - 428

QUE DESEJA SABER?Publicamos a seguir traduções de algumas âas «perguntas e respostas» sobre problemas da prática

médica que, semanalmente, aparecem sob a rubrica «Any Questions?» no periódico «British MedicalJournal»; são aqui reproduzidas com autorização do Editor daquela prestigiosa revista.

VAGINA ARTIFICIAL E COITO

P. - Uma rapariga, de 18 anos, não tem nem vaginanem útero. É uma moça saudável, atraente, comseios bem desenvolvidos e pêlos púbicos normais.Os órgãos sexuais externos são normais, exceptopela ausência de vagina. A paciente experimentadesejas sexuais e sente amargamente não podernunca levar a vida normal de casada. Com uma

vagina artificial: a) poderá o marido obter satis­fação no coito; b) e a própria rapariga terá tam­bém satisfação sexual?

R. - Se existir a parte urogenital da vagina, soba forma dum pequeno saco cego por detrás da uretra,como acontece muitas vezes, a própria paciente, exer­

cendo regularmente pressão com um obturador, podemuitas vezes alargar e aprofundar de tal maneira 8

bolsa que será possível um coito razoavelmente satisfa­tório para ambas as partes. Na realidade, tentativasrepetidas de coito poderão dar o mesmo efeito.

Se este tratamento não resultar, apesar de con­

tinuado persistentemente durante vários meses, ou se

não existir vagina urogenital para alargar, pode-se criarcirùrgicamente uma vagina artificial.

O método preferido implica a dissecção dumespaço entre a bexiga e o recto e o seu revestimentocom um enxerto �utâneo transportado num obturadorde plástico, que é depois mantido «in loco» durantetrês a seis meses; para se evitar a contractura, a pacientetem de usar regularmente o obturador até ao estabele­cimento de relações maritais normais. A cura completae o desaparecimento das granulações leva muitas vezes

seis meses (é este o intervalo com que se tem de con­

tar entre a operação e o casamento).Quando não surgirem dificuldades técnicas ou

complicações cirúrgicas, o sucesso de qualquer dessasformas de tratamento depende sobretudo da coopera­ção entusiástica da paciente, dos seus pontos de vistasobre o sexo e a sua determinação em conseguir a efec­

tivação do coito. Qom isso, uma vagina artificial per-

mite um acto sexual satisfatório para ambos os membrosdo casal. Embora faltem as sensações vaginais, a

mulher atinge o orgasmo clitorial normal, e a sua satis­fação não dependerá meramente do cumprimento dosseus deveres de esposa. A causa principal para certaperda de prazer sexual para qualquer deles será o

conhecimento de que é impossível a concepção.Acrescentemos que a criação cirúrgica duma

vagina artificial não deve ser normalmente empreendidaaté que o casamento esteja eminente, e então só com

o conhecimento e consentimento do noivo da paciente.A agenesia do útero e da vagina encontra-se mui­

tas vezes associada a malformações grosseiras dos rinse ureteres; a pielografia endovenosa pode dar informa­ções importantes no respeitante à saúde futura dapaciente. Também pode ter interesse o conhecimentoda cromatina sexual e da distribuição dos cromossomas.

OS CARDÍACOS E AS VIAGENS AÉREAS

P. - Uma mulher solteira, de 46 anos, sofreu há qua­tro anos uma enâocarâite bacteriana subaguda.Desde então apresenta fibrilação (controlada peladigoxina) e suporta malas esforços, mas continuaa exercer as suas funções de projessora. Como vivesó, vai ganhando a vida. Quais os riscos inerentesa uma viagem aérea transatlântica, neste caso?

R. - Embora a reserva cardíaca e a tolerância aos

esforços da paciente sejam limitados, devem contudoser razoáveis, já que ela é capaz de efectuar os seus

trabalhos domésticos e de continuar a exercer como

professora. Sendo assim, não deve haver quaisquerriscos cardiovasculares especiais num voo através doAtlântico, em avião pressurisado.

A quantidade de esforço implicado num dessesvoos será significativamente inferior ao que lhe énecessário para empreender as tarefas ordinárias dodia a dia.

(COLIGIDAS POR G. G.)

, ,

SUMARiaS DA IMPRENSA MEDICA NACIONAL

Dos periódicos ùltimamente aparecidos:

(ARTIGOS ORIGINAIS)

«IMPRENSA MÉDICA»

«JORNAL DO MÉDICO»

08-5-1963): Tratamento ac t u al da intoxicação barbitúrica(ANTERO GUIMARÃES DA PALMA CARLOS).

«COIMBRA MÉDICA»

(4bril de 1963): Trombofilia: diagnóstico Ie terapêutica (JOSÉD:jl: FREITAS TAVARES); Técnica e resultados da operaçãofi$tulisante, tipo Stallard (LEOVEGILDO DE ALBUQUERQUE);O problema da strongyloidose stercorali (IVO JOSÉ DA PIE­DADE NORONHA).

«HOSPITAIS PORTUGUESES})

(Novembro-Dezembro de i962): Té.cnica e caridadè no hospital"de hoje (CORIOLANO FERREIRA); A valorização do patrimó­nio das instituições de assistência (MANUEL MEDEIROS);Comunicações da II Reunião Luso-Espanhola sobre Problemasde Saúde e Assistência.

(Janeiro de 1963): Comunicações da II Reunião Luso-Espanholasobre Problemas de Saûde e Assistência.

CAbril de 1963): A vida e obra do Abade de Faria (RAMIRODA FONSECA); A época actual e a medicina (JOÃO LAZARTE).

«GAZETA MÉDICA PORTUGUESA»

(Setembro-Dezembro de 1962): O parênquima hepático no sín­droma carencial pôs-çastrectomia (ROLANDO MOISÃO); Theutilization of amino acids by normal and cirrhotic liver cells«in vitro» (ÁLVARO COELHO e outros); A electro-ureteroçrajia=cnoia prévia sobre um novo método de estudo da fisiologiado excretor urinário (LEONÍDEO DIAS MENDES MONTEIRO);Anestesia nel taglio qesareo -II parte (CARLO ROSSANO);Citologia medular da doença de Waldenstrom (F. GERALDESBARBA); Étude embruoloçique de ta plaque de Glisson par lométhode de reconstruction de Born (AMADO DOS SANTOSFERREIRA); A pesquisa do factor 11eumatóide como meio diag­nóstico na poliartrite crónica evolutiva (ANTERO GUIMARÃESDA PALMA CARLOS); Arthrodise. lombo-sacrée par voie trans­

-pêritonéale antérieure (JOSÉ DE BORJA ARAúJO); Surtoepidémico de diarreia infantil provocado pelo virus poliomieli­tico num abrigo maierruü (J. R. CARVALHO DE SOUSA e

J. C. TAPADINHAS); Farmacologia das hormonas sexuais-I Parte (MIGUEL A. MENDES ALVES); Um caso dl� fibroseintersticial difusa progressiva dos pulmões (JOSÉ FERNANDOCARNEIRO e LUíS ALBERTO FAGUNDES).

o M J!: D I C O - 429

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O FISIOLOGISTA MA­REY com o seu «revólverrotogrânco». talvez a pri-

1\fr,ejra qãFara" de fiI�lJ.í;l"' r ,

.t:

'1\:

«FAETUS MONITOR PREMA». Este aparelho - criado por urna

finna checoslovaca de aparelhagem médica - destina-se - a auxi­liar os médicos parteiros na apreciação, durante a gravidez, dascontracções uterinas, as pulsações maternas, os tons cardíacose as pulsações do feto. O que vemos na gravura (e que tem o

nome com que iniciamos esta legenda) é um protótipo expert­mental. Este «monitor fetal» permite ao médico seguir as diver­sas fases do nascimento não «à distância» mas por «informações»directas originadas na mãe e no filho.

A MEDICINA COMO MOTIVO DE HUMOR

(L"cJ Semaine des Hopitaux - Informations) (O Médico Moderno)

A MEDICINA COMO MOTIVO FILATÉLICO

Este selo australiano foi emitido para

'coIlle!!)Orar o, centenário .da criação daCruz Vermelha Internacional. A can­deia estilizada que se vê no selo foi

-

adoptada como a imagem simbólica parao centenárío.

As.untos geraise profissionais

A ORGANIZAÇÃO

o M 11: D I C O _' 430

MUNDIAL DE SAÚDE FEZ JUSTiÇA A PORTUGAL

res Martínez formulou os melhoresvotos de progresso e prosperidade.

Or !?res,idente da Delegação Por­

tuguesa dirigiu também saudaçõesa todos os Estados membros, des­tacando os que entraram recente­mente na O.M.S., depois de terem

alcançado a sua independência, comos quais Portugal deseja manter re­

lações de amizade e estreita cola­

boração. Observou a propósito o Mi­nistro Português que o seu paísvárias vezes no decurso da históriatinha sido obrigado a defender a

sua independência, o que lhe per-

Prof. Soares Martinez

mite compreender bem o preço e o

valor da liberdade.

Respondendo a referências an­

teriores do representante do Sene­

gal, o Prof. Soares Martínez lamen­tou que «o representante dum paísvizinho se tenha permitido recordarurn. incidente de fronteiras de que o

Conselho de Segurança já se ocupoue do qual apenas se pode concluir

pela má fé dum governo que rejei­tou a proposta de Portugal no sen­

tido de ser designada uma comis­são de inquérito».

NOS EXCELENTES SERVIÇOS SA­NITÁRIOS DE ANGOLA, MOÇAM­BIQUE E GUINÉ NÃO SE VERI­FICA DISCRIMINAÇÃO RACIAL

Referiu-se desenvolvidamente o

Mínistro da Saúde e Assistência de

Portugal a um relatório elaborado

DECLAROU EM GENEBRA O MINISTRO DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA

recentemente pela O.M.S. sobre as

condições sanitárias em Angola, Mo­çambique e Guiné, pondo em re­

levo a objectivídade e á j"lIstiçà desserelatório, que provam o nível supe­rior dos trabalhos da O.M.S. «Em­bora o referido relatório deva ser

publicado em breve, podendo ser

então lido pelos delegados dos paí­ses a quem interesse especialmente.a importância do documento paraconhecer o sentido em que Portugaltem seguido a sua política sanitá­ria, segundo os princípios da O.M.S.,leva-me a tentar resumir os pontosprincipais que nele se contém»­afirmou o Prof. Soares Martínez.Entre esses pontos principais, o Pre­sidente da Delegação Portuguesadestacou no seu discurso que, se­

gundo o relatório da O.M.S.:

Genebra, 15 - O Presidente da

Delegação Portuguesa à XVI assem­bleia da O.M.S. teve longa interven­

ção na sessão plenária de hoje.O Ministro da Saúde e Assistênciade Portugal, depois de se referir à

honra de representar junto da

O.M.S. o seu país, cujas tradiçõesde caridade, de humanidade e de

luta contínua contra o sofrimento e

a dor tinham tido a maior influência

nas mais recentes realizações ope­radas no sector sanitário, em vista

a obter o mais elevado nível de bem­

-estar material, sublinhou que esse

bem-estar constitui meio índíspen­sável de conseguir os melhores re­

sultados do ponto de vista do desen­

volvimento moral dos povos, que as

instituições sociais nunca devem es­

quecer, sob pena de tornar inúteis,ou até prejudiciais, todos os esfor­

ços desenvolvidos noutros planos.«É o mesmo espírito que desde

há muitos séculos dominou as ins­

tituições portuguesas de assistênciasocial que actualmente orienta a

O.M.S.» - continuou o Ministro por­tuguês - «porquanto esse espírito,eminentemente humanista, aconse­

lha, no momento presente, uma li­

gação estreita entre todos os povos,conscientes da sua ínterdependën­cia, dada a impossibilidade paracada um deles isoladamente de re­

solver os problemas fundamentais

que se situam à escala dos grandesespaços geográficos».

A MÁ FÉ DO GOVERNODO SENEGAL

Seguidamente, o Prof. Soares Mar..

tínez saudou o Presidente da Assem­

bleia, Ministro da Saúde da Nigéria,recordando que «os navegadoresportugueses do século XV foram os

primeiros a estabelecer uma ligaçãoentre os povos de civilização medi­terrânica e os povos da costa oci­dental de África. «E continuou­

«para nós, Portugueses, que não so­

mos apenas europeus mas tambémafricanos, e talvez mais africanos

que europeus, não pode ser indife­rente que tenha sido conferida a

presidência da Assembleia ao Minis­tro Federal da Saúde da Nigéria»,em relação a cujo país o Prof. Soa-

a) As autoridades portuguesasprocederam por forma a que os pe­ritos da O.M.S. tudo pudessem ver,coisa alguma lhes sendo escondidaou dificultado o acesso fosse ondefosse;

b) Há serviços sanitários nas

três grandes províncias ultramarí­nas portuguesas visitadas que mere­

cem ser citadas como exemplo;c) As populações locais têm

plena confiança nos serviços sani­tários;

d) Naquelas províncias é apli­cado rigorosamente o Código doTrabalho Rural, lei que os peritosqualificam de evoluída e que, apli­cando-se indistintamente a todos os

grupos étnicos e culturais, asseguraa assistência médica aos trabalha­dores e suas famílias;

e) A realização dos programasactuais tornará possível obter ràpi­damente um aumento substancialdo nível de vida das populações;f) Naquelas mesmas províncias

há hospitais bem instalados, moder­nos e bem concebidos, de «primeiraordem», segundo a expressão do re­

latório;g) A rede de postos sanitários

permite prestar ràpidamente os pri­meiros socorros em quase toda a

extensão dos territórios;h) O pessoal sanitário é cons­

tituído quase todo por autóctones;

i) não existe qualquer discrími­nação racial nos referidos territó­

rios, encontrando-se nas mesmas

enfermarias, lado a lado, brancos,negros, indianos e amarelos.

«ASPROVíNCIASULTRAMARINAS

PORTUGUESAS, POUCO CONHE­

ClpAS, SURPREENDEM OS VI­

SITANTES PELO SEU DESENVOL­

VIMENTO ECONóMICO E SO·

CIAL» - DIZ-SE NUM RELATÓ-

RIO DA O.M.S.

Depois de referir estes aspectosconstantes do relatório, o Ministro

Português reproduziu textualmente

a conclusão geral que no mesmo se

contém: «As províncias ultramarí­

nas portuguesas, pouco conhecidas,

surpreendem os visitantes pelo seu

desenvolvimento económico e so­

cial». E comentando esta conclusão,.

o Prof. Soares Martínez observou

que este facto, reconhecido pelaO.MS., tem tornado possíveis juízosinfundados a respeito de Portugal,que, para ser bem compreendidoprecisa de ser bem conhecido. Con­

tinuando, afirmou: «Julgo que os

costumes se não tenham modificado

de tal modo que se deva agradecera justiça e a verdade; mas não dei­

xarei de reconhecer que a objecti­vidade que permitiu à O.M.S. pre­

parar um relatório no qual é postoem relevo o esforço realizado pelomeu País nas suas províncias ultra­

marinas constitui mais um serviço

prestada pela O.M.S. à causa da

paz»., «A O.M.S. fez justiça a Portugal;

e nas actuais condições, o facto tem

u�a importância que ultrapassa o

sector sanitário, dadas as relaçõesdo mesmo com todos os aspectosde vida social.»

PORTUGAL LEMBRA A SUA HIS­

TóRIA E AS SUAS TRADIÇÕES,MAS TAMBÉM QUER DISPENSAR

À O.M.S. APOIO LEAL E COLA­

BORA.ÇÃO FIRME NAS SUAS TA-

REFAS PROGRESSISTAS

Referindo-se à falta de pessoalsanitário, que se nota em Portugal,tanto nos territórios africanos como

na Europa, e que constitui na actua­

lidade um problema que preocupa

todos os países, o Prof. Soares Mar­tínez observou que às Universidades

recentemente criadas em Angola e

em Moçambique e à projectada Es­

cola Nacional de Saúde Pública es­

tão reservadas tarefas importantesna preparação de quadros sanitá­

rios. Mais adiante, afirmou: «Não

querendo de modo algum renegara sua história e as suas tradições,Portugal acha-se firmemente deci­

dido a não esquecer, no plano de re­

novação das condições sanitárias,que nos seus territórios europeus,err. plena Idade Média, foram cria­

dos hospitais e outros estabeleci­

mentos de assistência modelares;que 'ern África, já em 1504, no co­

meço do século XVI, os portuguesesabriram um hospital de caridade na

ilha de São Tomé; que a fundaçãodo hospital de Luanda data de 1628

e a do primeiro hospital da Guiné

portuguesa de 1646; que em 1844 foifundada a Escola Médico-Cirúrgicade Goa, certamente a mais antiga es­

cola médica de todo o Oriente. Por­

tugal não quer esquecer também

que o seu Instituto de Higiene de

Lisboa, criado em 1899, é um dosmais antigos do Mundo. Resumindo,no plano sanitário, como em todos,Portugal continuará fiel aos princí­pios essenciais que sempre defen­deu; e esses princípios coincidemcom os da O.M.S" sempre aplicadosno meu país, em todos os tempos.Consequentemente, Portugal nãotem dificuldade em assegurar àO.M.S. a sua colaboração leal e o

apoio da sua longa experiência, sem-

O MÉDICO - 431

pre e em todas as circunstâncias,em ordem a alcançar os fins supe­riores desta Organização.

DAS . UNIVERSIDADES ;PORTU­GUESAS TEEM SAíDO FIGURAS

ILUSTRES, DE RENOME INTER­

NACIONAL, ENTRE AS QUAIS UMPRÉMIO NOBEL, O PROF. EGAS

MONIZ - GLóRIA DA MEDICINaPORTUGUESA.

As três grandes e antigas Uni­versidades portuguesas-continuouo Ministro - prepararam sábios. derenome internacional, entre os quaisum prémio Nobel de Medicina; aíse encontra um capital de culturamuito vasto que está à disposiçãoda O.M.S. e de todas as nações" so­bretudo daquelas que estão em viade desenvolvimento».

Seguidamente, o Ministro Por­

tuguês saudou em termos calorososo Dr. Candau, de nacionalidade bra­

sileira, que foi por unanimidade ree­

leito director-geral da O.M.S., e en­

trou na análise do relatório das acti­vidades da Organização em 1962,que lhe mereceu palavras de muito

apreço.A terminar, o Prof. Soares Martí·

nez pôs em relevo que a diversi­dade de condições das diversas pro­víncias portuguesas exige dos nos­

sos serviços de saúde tanto a defesacontra as doenças característicasdas zonas geográficas mais desen­volvidas como a defesa contra as

doenças características das zonasgeográficas em via de desenvolvi­mento. ,'\

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0, MÉDICO.,..., 432

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COMENTARIOS

NO BOM CAMINHO?

O prometido é devido. Por issoI

mesmo, não constituiu sur­

presa para ninguém a re­

cente regulamentação da assistên­cia na doença ao FuncionalismoPúblico, ,

Anunciada há 5 anos, como partede um complexo de medidas desti­nadas a assegurar aos funcionárioscivis, por parte do Estado, amparoe auxílio que o mesmo Estádo, hámuito já, impusera aos particularesconceder 'aos seus empregados, nãopode deixar de concordar-se com

os dizeres justiceiros do própriopreâmbulo do Decreto, em que se

assevera ter a previdência dos ira­batiuuiores deixado em atraso o

próprio Estado.Loupe-se, contudo, o cuidado

posto na estruturação da nova orgâ­nica agora instituída, para a qualnão terão deixado de dar o seu con­

tributo quer os resultados positivosde experiências anteriores e de ante­cedentes ensaios, quer as decepçõescolhidas em experiências menos fe­lizes, quer os comentário) que umase outras de certo tertio suscitado.

Louve-se, não menos, a integrarção desta nova obra de assistêncianum conjunto concreto de medidasdestinadas a complementar o apoio- íamos a dizer patronal - do Es­

tado pelos seus servidores: abonode família uniforme, independente­mente da hierarquia de remunera­

ções, seguro na tuberculose, aciden­tes do trabalho, habitações económi­cas. Conjunto concreto de medidasválidas em si mesmas, mais valiosaspela anútua interferência dos pro­blemas a que acodem na promoçãoda Saúde.

E louve-se, finalmente, por nãonos poder ser indiferente, que obrade tão vasta projecção e alcance,mas de não menos vastas incidên­cias económicas e financeiras tenhasido programada e vá conc;etizar­-se em período de tão excepcionaisdificuldades da Nação.

*

Estas poderiam ser, até aqui as

litanias de um qualquer portug�êsdirectamente ou não, beneficiári�da obra agora pr.ogramada.

*

. _Como médicos, porém, seja-noslz?_zto apontar novas razões de rego­ZZJO, a que um ou outro travo deamargor - ou de dúvida, où de in­terroçatiua ansiedade - mais nãofarão do que realçar o mérito dasbases em que assenta, "tios meiosque promete, das finalidades queprocura alcançar.

*

Quando, em fins de 1957, o pro-

blema veio à tona da água, logo

pôde notar-se a grandeza de pensa­mento e a largueza de vistas com

que havia sido encarado em nívelgovernamental. E nós já então assimo dissemos.

Mas também, na mesma quadra,loço houve, e em nível ainda muitoalto, quem lhe procurasse planifi­cação que desde logo nos mereceu

reparo. E também assim tempesti­vamente o afirmámos (Boletim daOrdem dos Médicos, 1, 1958).

Por isso m e s m o, ao vermos

agora a definição concreta das ba­ses em que a Assistência aos Fun-

OISNEALINSUPOSITÓRIOS

• EUPNEICO

• BRONQUITE ASMÁTICA

• DISPNEIAS PAROX[STICAS

NOCTURNAS

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LISBOA 5

Delegação DO Norte:RUA GUEDES DE AZEVEDO. 199

PORTO

cionàrios Civis vai assentar, nãopodemos deixar de regozijarmo-no."pelo triunfo das razões que entãoaâueimos.

-

*

Primeiramente, acentuemos o ca­

rácter amplo da assistência progra­mada - médica e cirúrgica, ambu­latória e domiciliária, complemen­tada pelas especialidades médicaspelos meios auxiliares de diagnós:tico, pelo internamento, pelos recur­

sos terapêuticos, pela enfermageme acção social indispensáveis.

De seguida, realcemos a con­

fiança explícita na capacidade doCorpo Médico como tal, como con­

junto de mem b r o s tècnicamenteclassificados, para assegurar esta

assistência, sem o carácter forçadode recurso à superestrutura tão em

moda de «serviços».Do mesmo passo, anotemos com

louvor a não subordinação a esque­mas fixos, a estruturas preâeterrni­nadas, consentindo recorrer aos con­

sultórios dos médicos ou em regraaos serviços já existentes, oficiais ou

particulares indiferentemente, paraaqueles t i p o s de assistência queimperiosamente exijam âetermina­âos recursos.

*

Se os que atrás ficam consti-tuem pontos fulcrais da organizarção a assinalar em primeiro plano,outros há ainda credores do devidorelevo.

Seja a liberdade de escolha domédico; seja o condicionamentomesmo dessa liberdade, de moldea não comprometer o nível da assis­tência prestada, muito embora a

fixação de um mínimo de funcio­nários a cargo de cada médico possaser tido corno entorse de certa gra­vidade potencial em relação ao bom

funcionamento da norma citada.Seja ainda a regulamentação do

recurso aos especialistas e aos meiosde diagnóstico, deixados à indica­ção, evidentemente técnica, do médico assistente, sem prejuízo de li­

b�rdade de escolha do doente; sejaainda a liberdade de escolha do lo­cal de internamento, sem out ra

limitação que não seja a que resultedo nível de encargos respectioos,mesmo esse consentindo ao doente

plena liberdade, desde que assuma

o encarço dos excedentes que a sua

escolha possa determiner,Anote-se, porém, o pequeno re­

paro de se anunciar como menor a

comparticipação oficial, 'quando o

internamento se efectue em estabe­lecimento com que a organizaçãonão tenha contraio firmado.

Aponte-se ainda, como digno de

menção, o princípio de que os fun­cionários suportarão parte âo custodos tratamentos; norma moraliza­dora, capaz de contribuir para evi-

�ar (desmamf,os Er ,a)Jusos� jogaráfundamentalmente -em benefício dodoente, para lhe não facilitar preo­cupação injustificada com o seu

estado de saúde capaz de condicio­nar todos os excessos' de consultas e

de' exames subsidiários na senda fi­naltios cuidados do foropsiquiátricotiintas vezes, ou, quando menos, na'senda de mais uma doença iatrogé­nea. Mas não se deixe de acrescen­

tar quanto o princípio assim defi"'nido carece de ser regulamentado,talvez no sentido de fazer variar tt

parcela a encargo do funcionárioem função directa do seu venci­mento e na razão inversa do tempode doença;' isto para não dizer quetambém, e ainda, em ràzão inuersàdos encargos familiares.

Não deixará de assinalar-se a ra­

zão de ser da gratuitidade de todasas medidas profilàcticas tizcuiuiaspela organização; acrescente-se ape­nas que deve deixar-se a todos, semquebra de qualquer das suas rega­lias, o direito de recusar aquelasprovidências profilácticas de inci­dência directamente pessoal, a me­

'nos que a lei geral lhes preceitue a

obrigação.*

Até aqui, pràticamente, as ra-

zões de louvor e de regozijo, entre­meadas por um ou outro reparo.Seja-nos lícito por igual apontar as

razões de dúvida, de ansiedade, de

inquietação.*

Médicos assistentes remuneradospela organização com gratificaçõesmensais, variáveis consoante o nú­mero de funcionários a seu cargoe complemenios correspondentes àsprestações unitárias âo serviço, paraquê? Se o regime é de livre escolha,um máximo .de inscrições por mé­dico [ustiiica-se (defesa da quali,dade da assistência) mas não pa­rece estar ligado à necessidade desteprincípio de gratificações de base.

Falámos atrás de entorse aos

princípios; queira Deus não seja

esta o princípio da âistorsão fun­cionalizante.

*

De qualquer modo, gratificaçõese complemenios estabelecidos deacordo com a Ordem; especialistasremunerados por tabela com a Or­dem acordada, motivo de louvorquanto às directrizes ainda,' de in­quietação quanto à execução prá­tica.

*

Sem ter definido até hoje - e jálá vão quase cinco lustros âe vida -

tabela de honorários de âmbitonacional (apenas o Porto se mostrouinteressado em concretizar nesse

capítulo seu pensamento atravésdas Tabelas de 946 e de 961), poderáa Ordem defender capazmente os

direitos dos seus membros?Não iremos caír, uma vez mais,

ne improvisação das soluções, na

armadilha das tabelas específicasdesta ou daquela actividade, a pre­texto de econõmicamente débeis ou

de cooperação social, de encargosdo trabalho ou de Companhias deSeguros, como se tosse ao CorpoMédico que cumprisse amamentartodas as debilidades, sanar todasas insuficiências, sustentar todas as

fraquezas?De qualquer modo ainda, e pon­

do a nossa confiança na Ordem uma

vez mais, não será inquietante ver

firmar uma tabela - afinal com o

Estado ...

- sem fixar desde logo os

períodos e as razões da revisão?

*

Regozijo; louvor. Ansiedade, in­

quietação. Factores de viela. De vidaque pretendemos seja vivida portodos, doentes e médicos, na harmonia da confiança perante a consciên­cia, segundo a velha fórmula quedefine e sintetiza o carácter espe­cífico d ess a relação tão íntima,médico/doente.

M.M.

.o, MÉDI,GO � 433

A LIVRE ESCOLHA

No Brasil, desenvolve-se, cadavez com maior intensidade,um movimento destinado a

obrigar os organismos de previdên­cia a aceitarem a livre escolha domédico pelos doentes. Num tios úl­timos números da revista brasileira«O Médico Moderno» vêm publica­das as seguintes declarações 'pelopresidente da Associação MédicaBrasileira (AMB):

«A aprovação pelo Conselho De­liberativo da AMB da livre escoltuié uma fase decisiva na defesa dadignidade da profissão médica e damelhor assistência para o n'ossopovo. Desde o Congresso de Ribei­rão Preto, verificou-se a crescente

polarização da classe médica em

torno deste ideal. Constituiu a linhabásica do programa pelo qual fa.mos eleitos para a direcção da enti­dade máxima. Estamos agora ladoa lado dos demais membros daAssociação Médica Mundial. Aliás,desde 1954, pela chamada «Resolu­ção de Marselha», já haviam as

associações médicas da ComunidadeEuropeia adoptado o princípio dalivre escolha. A Lei Orgânica daPrevidência Social instituiu o regi­me de livre escolha ao taâo dosserviços próprios dos institutos.De agora em diante, estamos em

nova fase de luta. Cabe-nos exigirtios órgãos de previdência o cum­

primento da lei. E nós o faremoscontínua e perseverantemente com

o apoio da maioria da classe mé­dica brasileira. Que ambas as mo­

dalidades - livre esc-olha e serviçospróprios - sejam postas á disposi­ção dos beneficiários da Previdên­cia Social. O futuro mostrará o queé mais oneroso. A imensa burocra­cia interposta entre doente e médico,que eleva o custo da assistência mé­dica dos lAPS ou a simples relaçãodirecta entre o doente e o profissio­nal da sua livre escolha. E tambémesse futuro nos dará a decisão sobe­rana da preferência do POVo».

."

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O Mil:DICO � 434

ASSISTÊNCIA NA

O «Diário do Governo» (L" serie-e­

de 27 de Abril último - publicou o se­

guinte Decreto-Lei:

Tem o Governo procurado dar cum­

primento, em ponderada e sistemática

realização, ao que na lei de autorizaç-ãodas receitas e despesas para o ano de

1958 - Lei n." 2090, de 21 de Dezembro

de 1�57 - ficou programado como pro­vidências em favor do funcionalismo.Ao abono de familia, unificado pelo má­

ximo o seu quantitativo pelo Decreto-Lei

n.s 41 523, de 6 de Fevereiro de 1958, e

revisto o respectivo regime legal pelo De­

creto-Lei n." 41671, de 11 de Junho do

mesmo ano, seguiu-se o Decreto-Lei

n." 42951, de 27 de Abril de 1960, que esta­

belece as condições em que a Caixa Geral

de Depósitos, Crédito e Previdência

(Caixa Nacional de Previdência) podeaplicar os seus capitais afectos ao Fundo

permanente na aquisição e construçãode imóveis destinados aos funcionáriosdo Estado e dos corpos administratívos.

Completa-se agora o programa pro­

posto, estabelecendo a assistência na

doença aos servidores civis do Estado,que o presente diploma define e regula.

Pode dizer-se que a previdência so­

cial, e com ela o seguro-doença, introdu­zidos pelo Estatuto do Trabalho Nacio­

nal e cujos princípios tiveram a sua pri­meira estruturação na Lei ri." 1884, de16 de Março de 1935, deixaram em atraso

o próprio Estado, pelo que respeita à

situação dos seus servidores nas eventua­

lidades da doença. Com efeito, os traba­lhadores das empresas privadas passa­ram a usufruir um esquema de benefícios

muito mais amplo do que o concedido

àqueles que constituem o vasto número

dos servidores do Estado; além de que,desde a publicação da lei citada, se cria­ram múltiplas organizações de assistên­cia e se estimularam as entidades patro­nais, e os grupos proüssíonaís ou de in­

teresses comuns, à acção social protee­tora dos trabalhadores e das suas fa­

mílias.Publicado o Decreto-Lei n." 42046, de

23 de Dezembro de 1958, que reajustou as

condições de remuneração dos servidores

do Estado, vai agora o Governo alargara protecção aos funcionários, fazendo-os

partícípar num esquema de assistência

em todas as formas de doença.

DOENÇA AOS SERVIDORES ESTADO

il: certo que já hoje é possível depararcom urna assistência de tal tipo, pra­ticada ao abrigo das disposições especiaisde um ou outro serviço autónomo. Mas,fora desses casos de excepção, a assis­

tência aos servidores civis do Estado temsido assegurada apenas em razão da tu­

berculose e dos desastres ocorridos em

serviço.Pelo presente decreto-lei estabelece-se

uma protecção na doença, segundo es­

quema cápaz de abranger, com a maior

latitude, as modalidades de assistência

médica e cirúrgica, matemo-infantil, de

enfermagem e medicamentosa, em reali­

zação gradual por todo o Pais, a fim de

abranger a totalidades dos servidores.

Além disso, prevê-se que tais benefícios

possam vir a estender-se aos agregadosfamiliares, e que se institua ainda uma

acção social em ordem a completar o

esquema agora introduzido, no que .se

refere à correcção dos problemas surgi­dos ou interferidos pela doença.

O Governo julga, assim, dar satisfa­

ção, em medida adequada, às necessída­des assístencíais dos servidores civis do

Estado, do mesmo passo que soluciona

um problema por largo tempo situado

na primeira linha das suas preocupações.Desnecessário parece acentuar que é

num período de luta pela sobrevivência

nacional, com todas as consequentes ten­

sões financeiras, que o Governo encara

e procura resolver o problema da assis­tência na doença dos servidores civis do

Estado.

Nestes termos:

Usando da faculdade conferida pela1.' parte do n." 2.° do- artigo-109.0 da Cons­

tituição, o Governo decreta e eu pro­

mulgo, para valer como lei, o seguinte:Artigo 1.0 il: criada a Assistência na

Doença aos Servidores Civis do Estado

(A. D. S. E.), destinada a promover gra­dualmente a prestação de assistência em

todas as formas de doença aos serventuá­rios dos serviços civis do Estado, in­cluindo os dotados de autonomia admí­

nistrativa e financeira, salvo se a sua

legislação própria permitir a existência

de obras sociais susceptíveis de abrangeraquela assistência.

Art." 2.° A A. D. S. E. será urn serviçoadministrativamente autónomo, funcio­nando transítõríamente no Ministériodas Finanças, na dependência directado respectivo Ministro.

DO

Art." 3.° A A. D. S. E. compete:a) Organizar, orientar e fiscalizar a

prestação da assistência referida no ar­

tigo 1.0, sem prejuízo do estabelecido no

Decreto-Lei n." 40365, de 29 de Outubrode 1955, para os funcionários civis tu­

berculosos ;

b) Elaborar e submeter a aprovaçãoministerial programas de actuação se­

gundo as condições do meio em que os

servidores exerçam a sua actividade e

executá-los, uma vez aprovados j"c) Propor as providências que jul­

gar convenientes para a coordenação dosmeios que lhe sejam- atribuídos, em or­

den! à prossecução dos seus fins;d) Celebrar os acordos necessários

à obtenção regular e pronta das presta­ções de serviço que interessem ao desem­

penho da sua missão;e) Tomar as providências índíspen­

sáveis à verificação do rigoroso cumpri­mento dos acordos mencionados na alí­nea anterior;

f) Submeter a aprovação ministerialos planos de vacinação dos servidores, ouos de outras actividades profilácticas, quesejam havidos por convenientes.

Art: 4.° A assistência facultada· aoabrigo deste decreto-lei poderá abrangeras modalidades de assistência médi�"à e

cirúrgica, materno-infantil, de enferma­gem e medicamentosa.

§ 1.0 A assistência médica e cirúr­

gica terá, em princípio, a amplitude se­

guinte:a) Consulas e visitas domiciliárias,

de clínica geral e especialidades;b) Meios auxiliares de diagnóstico;c) Meios de terapêutica;d) Internamentos;e) Intervenções cirúrgicas.§ 2.° O alargamento do esquema

enunciado no parágrafo anterior a quais­quer outros benefícios, ainda que de idên­tica natureza, assim como a sua extensão,no todo ou em parte, ao agregado fami­liar dos servidores do Estado, dependeráde autorização do Ministro das Finanças.

Art,> -5.° A prestação da assistênciamédica e cirúrgica, nos termos deste di­

ploma, pode ser feita por qualquer mé­dico de clínica geral ou especialista, me­

diante- crcumpri-mento--das :formalidadesa estabelecer em regulamento.

Art." 6: A assistência materno-infantilserá assegurada, de preferência, medianteacordos a realizar com estabelecimentos

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e serviços adequados, oficiais ou particula­res, que prestem assistência não só no

parto, como na gravidez e no puerpério,esta última extensiva ao recém-nascido.

Art." 7.° A A. D. S. E. poderá propor­cionar aos servidores do Estado enferma­

gem em regime ambulatório e domiciliá­

ric, para o que celebrará acordos com ser­

viços desta natureza, oficiais ou parti­culares.

Art." S." Os servidores civis do Estado

poderão escolher livremente, de entremédicos de clínica geral, o seu médico

assistente, com a única restrição derivada

do limite máximo estabelecido no § L"

do artigo 15.°.

§ 1.0 A escolha será válida por perío­dos nunca inferiores a um ano, salvo em

casos excepcionais como tais reconheci­

dos pela A. D. S. E., à qual compete ainda

autorizar as alterações no final desses pe­

ríodos, quando justificadas.§ 2.° Em casos de urgência ou de

impedimento do seu médico assistente,pode o servidor recorrer a outro médico,nas condições' que forem regulamentadas,ou às equipas de serviço permanente que

sejam criadas nos grandes centros, ou

ainda aos serviços de idêntica natureza,oficiais ou particulares, com os quais a

A. D. S. E. tenha estabelecido acordos

para esse efeito.

Art," 9.° O recurso a especialistas e a

obtenção de meios auxíliares de diagnés­tico e de meios de terapêutica serão con­

dicionados a indicação dos médicos assis­

tentes, cumpridas as formalidades estabe­

lecidas pela A_ D. S. E., sem prejuízo da

possibilidade de escolha dos servidores.

Art." 10.° Aos servidores civis do Es­

tado é facultado o internamento em esta­

belecimento adequado, a indicar pelaA. D. S. E. de entre os hospitais oficiais,os das Misericórdias e outros estabeleci­

mentos particulares, com os quais tenham

sido celebrados acordos para o efeito.

§ 1.0 O internamento poderá resultar

de indicação do médico assistente ou de

especialista, ou ainda de urgência veri­

ficada nos serviços próprios dos estabele­

cimentos' a que o corpo deste artigo se

refere.

§ 2.° A A. D. S. E. poderá autorizar

o internamento em estabelecimento ofi­

cial ou particular diferente dos mencio­

nados neste artigo, mas em tal caso per­

tencerá inteiramente ao servidor a res­

ponsabilidade pelas respectivas despesas,embora a A. D. S. E. comparticipe nelas,nos termos do § 2.° do artigo 12.°.

Art," 11.° Para as intervenções cirúr­

gicas a que hajam de ser submetidos, os

servidores poderão escolher livremente o

cirurgião, entre os que tenham celebrado

acordo com a A. D. S. E., ou entre os

dos estabelecimentos onde se der o in­

ternamento, quando os regulamentos pri­vativos destes assim o exijam.

§ único. É permitida aos servidores

a escolha de cirurgião diferente dos de­

signados no corpo deste artigo, ficando,porém, a seu cargo o pagamento da dife­

rença entre os valores da tabela apro­vada e o custo efectivo da intervençãohavida e re�an�o-�e !!: _co�p�rtic��ação

da A. D. S. E. pelo disposto no § 2.° do

artigo seguinte.Art." 12.° Os servidores do Estado

suportarão parte do custo dos serviços de

assistência que solicitem, quer se trate

de prestações unitárias, quer de períodosglobais de tratamento.

§ 1.0 As comparticipações a cargo dos

servidores constarão de regulamento e

serão determinadas em função dos ven­

cimentos, para o efeito agrupáveis por

escalões, sem embargo de poder ser tam­bém considerada a composição dos res­

pectívos agregados familiares.

§ 2.° Nos casos previstos no § 2.° do

artigo 10.0 e no § único do artigo anterior,a comparticipação da A. D. S. E. no custo

dos serviços será inferior à que lhe cabe­

ria se os servidores utilizassem as soluçõesreferidas no corpo de cada um daquelesartigos.

Art." 13.0 O custo dos medica.mentos

prescritos pelos médicos será comparti­cipado pela A. D. S. E., sendo fixadas em

regulamento as normas do fornecimento

e os valores da comparticipação.§ L" A compartícípação a que alude

este artigo será igual para todos os pro­

dutos nacionais e para os estrangeiros,a menos que estes tenham similar na in­

dústria nacional, caso em que a compar­

ticipação será inferior.

§ 2.0 Serão gratuitas para os servido­

res as vacinações e outras actividades de

carácter profiláctico cujas campanhastenham sido aprovadas superiormente.

Art." 14.0 As comparticipações dos ser­

vidores, nos termos dos artigos prece­dentes, serão descontadas nos vencimen­

tos, podendo os respectivos pagamentosser fraccionados, consoante o seu mon­

tante e as condições económicas dos

mesmos servidores.

Art." 15." Os médicos assistentes se­

rão remunerados pela A. D. S. E. com

gratificações mensais, variáveis segundo

O M � D I C O - - 435

o número de servidores a seu cargo, e

complementos correspondentes às pres­

tacões unitárias de serviço.§ 1.0 A A. D. S. E. fixará o número

mínimo de servidores a cargo de cada

médico, e, bem assim, o número máximo

que a estes será permitido assistir.

§ 2." A fixação das gratificações e res­

pectivos complementos, bem como dos

limites máximo e mínimo de doentes, a

que este artigo se refere, será feita com

prévia audiência da Ordem dos Médicos.

Art." 16." Os especialistas serão pagos

segundo tabela oficialmente aprovada, ou­vida a Ordem dos Médicos.

Art." 17." Constituem receitas da A.

D. S. E. as dotações anualmente atribuí­

das no Orçamento Geral do Estado, e

bem assim as comparticipações dos servi­

dores no custeio da assistência prestada,além de quaisquer outras cuja cobrançavenha a ser-lhe autorizada.

Art." IS." A organização e o funcio­

namento da A. D. S. E. serão estabeleci­

dos em regulamento a aprovar pelos Mi­

nistros das Finanças e da Saúde e Assis­

têncía, aos quais compete ainda aprovaros quadros e remunerações do pessoale as tabelas dos pagamentos a efectuar

pelos servidores.Art." 19." A A. D. S. E. organizará

um corpo de inspecção ao qual compe­

tirá, sem prejuízo dos princípios deonto­

lógicos, exercer a mais ampla fiscalizaçãodo funcionamento do sistema estabele­

cido neste decreto-lei.

Art." 20." Os médicos que assistam os

servidores do Estado ao abrigo do pre­sente diploma poderão passar os ates­

tados de que estes necessítem para jus­tificação das faltas dadas no serviço de

que dependem.Art." 21." São mantidos todos os bene­

fícios já concedidos aos servidores civis

do Estado e dos organismos autónomos,ao abrigo da legislação em vigor.

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'

g; Hidrolisado de proteínas 3 g;Excipiente q. b. p.' 100 g.

D0geS médias,' Líquido - Adultos,' 1 a 2colheres de sopa, 3 vezes por dia, apósas refeições. Crianças,' 1 a 3 colheresde café, após as refeições. Cápsulas-1 a 3 cápsulas por dia, após as refeições.

Indicações,' Anemias ferropénicas, Ane­mias por hemorragia. Anemias nutri­tivas megaloblásticas e de tipo per­nicioso. Estados de anorexia e desnu­trição. Carências consecutivas às doen­ças hepáticas e hepato-esplénicas. Ane­mias das gastropatias e enteropatias.Fadiga geral. Astenia. Convalescençadas doenças infecciosas.

Apresentação e preços,' Frasco de 20cápsulas 37$50; Frasco de 200 gra.mas 40$00.

ANTIBIOCONES e CORTIOOONES

Fabricante : Laboratórios Atraí

Composição,' Antibiocones - Estreptomi­cina (sob a forma de sulfato) 2,5 mg;Cloranfenicol 2,5 mg; Excipiente fu­sível q. S.Cortiocones-Prednisona álcool 2 mg;Excipiente fusível q. S.

Indicações,' Antibiocones - Furunculose

do conduto auditivo externo. Otitesexternas difusas. Todas as formas deotite média crónica. Tratamento dascavidades de esvasiamento petromas­toideu e das cavidades de tímpanoplas­tia. Profilaxia da infecção após mobi­

lização do estribo.Cortiocones - Eczemas do condutoauditivo externo. Otite externa difusa.Todas as lesões pruriginosas do con­

duto auditivo externo. Tratamento da

«doença do retalho» após tímpano­plastia.

Posologia: De acordo com o critério doclínico, 2 cones por dia, até 48 horasdepois do desaparecimento de sinto­mas. Os Antibiocones e Cortioconesdevem ser introduzidos no canal audi­tivo externo pela extremidade mais

grossa; em seguida, é convenienteobturar a entrada do conduto auditivocom um pouco de algodão.

Apresentação e preços,' Antibiocones­

Caixas com 6 cones 12$50; Cortioco­nes� Caixa com 6 cones 15$00.

GEOMICINA

COMPRIMIDOS VAGINAIS

Fabricante: Laboratórios Atraí

Composição,' Oxitetraciclina.Iruiicações : Profilaxia e tratamento das

vaginites agudas ou crónicas, causadaspor microrganismos sensíveis.

Posologia e modo de administração,'Introdução, na vagina, de um com­

primido ao deitar e outro ao levan-

tar, durante 2 a 4 dias, recomendan­do-se que não se façam lavagens du­rante o período de tratamento.Na cirurgia vaginal, este produto deveser utilizado como agente profiláctico,durante 2 dias antes e 2 dias depoisda intervenção, à razão de 2 compri­midos por dia (um ao deitar e outroao levantar).Na cauterização cervical, também se

recomenda a aplicação imediata de um

comprimido, seguindo-se, por mais 2

dias, o esquema habitual de adminis­

tração.Na vaginite por Trichomonas, o tra­tamento com 2 comprimidos diários(um ao deitar e outro ao levantar)deve ser mantido durante cerca deuma semana, mesmo que se dê o apa­recimento do fluxo menstrual,Em virtude da possibilidade de apa­recimento de micoses resistentes, épreferível a utilização de vários trata­mentos de curta

-

duração do que o

prolongamento de um único trata­mento.É recomendável a administração daforma comprimidos vaginais simultâ­neamente com as formas orais (cáp­sulas ou suspensão oral) de Geo­micina.

Apresentação e preço __ Embalagens de10 comprimidos, contendo cada: elo­ridrato de oxitetraciclina equivalentea 100 mg de oxítetracíclína anidra- 55$00.

TERRAMICINASOLUÇÃO INTRAVENOSA

Fabricante __ Pfizer Corporation de Bru­xelas

Representanie __ Pfizer Portuguesa, Limi­tada - Rua Rodrigo da Fonseca, 139- Lisboa-l

Composição __ Ampola de 3 cc. contendo250 mg de oxitetraciclina, sob a formadum sal complexo de oxitetraciclina,magnésio e amónio.

Indicações __ Infecções susceptíveis à Ter­ramicina quando se pretendem obterimediatamente níveis séricos muitoelevados. Esta forma, que permite a

injecção intravenosa directa, podeigualmente ser aplicada naqueles doen­tes em quem a terapêutica oral não éoportuna ou conveniente.

Posologia __ Adultos: 250 mg a 2 g diáriosconsoante a gravidade e a naturezada infecção. Crianças: 10 a 40 mg/kgdiários igualmente dependentes dagravidade e da natureza da infecção.A Terramicina Solução Intravenosapode ser administrada por injecçãointravenosa directa ou pela métodointravenoso gota-a-gota. A injecçãodirecta deve demorar um a dois mi­nutos e em caso algum deve ser dadaem menos de 30 segundos, a fim deevitar efeitos secundários tais como

perspiração, náuseas e tonturas.

Apresentação e preço __ Ampola de 3 cc.

contendo 250 mg de oxitetraciclina-63$00.

O M É D I C O - 437

VENORUTON Pi

Fabricante __ Zyma, Nyon - SuíçaRepresentantes e distribuidores __ Paracet

sia, L.da - Rua Cândido dos Reis, 130-Porto

Composição __ Vitamina P4 (tri-hídroxie­tilrutosideo ).Gotas - 1 ml Venoruton P4 = 40 mgde vitamina P4 (20 gotas).Cápsulas - 1 cápsula de VenorutcnP4 = 100 mg de Vitamina P4.Pomada a 2 %.

Indicações __ Fase pré-varícosa de insufi­ciência evnosa, sensação de peso nas

pernas, dores, cãibras, parestesias, ede­mas maleolares, varizes constituídas,cordões varicosos dolorosos, doresapós fleboesclerose, complicações dasvarizes, profilaxia e tratamento das

complicações tróficas, etc.

Posologia __ Gotas - 30 a 50 gotas, 3 vezes

por dia.

Cápsulas - 1 cápsula, 3 vezes por dia.Pomada - Pelo menos duas aplicaçõespor dia, fazendo uma ligeira fricçãode baixo para cima, até se dar a

absorção completa. Nas úlceras, apli­car a pomada em torno das lesões.

Apre:;entação e preço __ Gotas - frasco ct�20 ml 34$00; Oápsulas -> frascos de �Oa 100 mg 60$00; Pomada - tubos de40 e 100 g 37$50 e 67$50.

pomada "SPERTI" Hpomada rectal

eficaz dasUma

Um tratamento ideal para hemorroidas deverá não

só aliviar a dor (preferivelmente sem narcóticos) e con­

trolar a irritação, mas deverá também controlar a infec­

ção e, principalmente, promover a cura das lesões.Baseando-se nisto, foi criada a fórmula da pomada«Sperti» H.

Este import ante progresso foi obtido num famosoinstituto dos E. U. A, onde foi demonstrado que as

cél uIas danificadas segregam uma substância que esti­mula o metabolismo celular e assim, promove um cres­

cimento e cura mais rápido. Verificou-se a existênciaduma substância similar nas células da levedura e foidesc�berto um método de e�tracção e concentração.A esta substância deu-se o nome de «BIO-DYNE».

. ,

rnocua paraHemorroidas

tratamento

esta combinação, deram excelentes testemunhos do seu

valor na aceleração da cicatrização de feridas c quet­maduras, não só nos animais, como também no homem.

A última fase na formulação foi a escolha de uma

pomada base, própria para uso rectal, na qual os

ingredientes cicatriz antes pudessem ser incorporados.Escolheu-se uma base apropriadamente suave e isenta dequalquer elemento capaz de provocar irritações locais,que fesse a um tempo ligeiramente anti-séptica, calmantee eficazmente lubrificante.

Ensaios clínicos com esta pomada deram resulta­dos muito favoráveis. Todos os doentes com hemorroidasou outras perturbações ano-rectais, mostraram boa tole-

Dernonstrou-se que o concentrado de Bio-Dyne rância ao tratamento e obtiveram alívio das dores,tinha fortes propriedades estimulantes do metabolismo pruridos e hemorragias. O tamanho das hemorroidascelular e foi descoberto um método de aferição, baseado foi acentuadamente reduzido em quase 90 % dos pacien-no seu poder de aumento da velocidade respiratória da tes. Estes resultados favoráveis têm sido seguidos porpele: do rato.

um rápido aumento na procura de pomada eSperti». HA adição ao Bio-Dyne dum factor estimulante do nos vários países onde este produto se encontra à venda,

crescimento epitelial, extraído do óleo de fígado de e a experiência obtida com o seu crescente uso tem con-

peixe, aumentou a eficiência da preparação e os estu- firmado amplamente não só a sua eficácia como a segu-dos expérimentais, bem como trabalhos clínicos com rança no seu uso.

Um produto de Whitehall Laboratories, NEW YORK, U. S. A.Distribuidores Exclusivos: Soc. F. 1. D. LJa., - Av, Jo Loureiro, 15 - CARCAVELOS

e C. P. 6-ïo4, - LuanJa - Ai\GOLA

O ENSINO DA

A sessão que, no dia 15 do corrente,sie realizou na Faculdade de Medicina doPorto, não foi apenas notável e dignade especial referência pelo facto de 'nelatel' realizado o Prof. Amândio Tavaresuma conferência a que deu o título:«Para a /tistória da Anatomia Patológicano Porto (1863·1963)>>. Essa se-ssão repre­sentou, também, a justa consagração deUm dos mais ilustres mestres que temtido o ensino universitário portuense e

que à sua escola, como também à Uni­versidade em çertü, tem consaçraâo mui·tos anos de. grandes esforços e rara dedi·cação.

Todos os que trabalham em «O Mé·dico», associando·se calorosamente às ho­

mlenagens que foram prestadas ao Prof.Amândio Tavares, membro do Conse­lho CientíficO' desta revista e nosso muitoque1ido amigo, [azem. votos pela sua

saúde e por que, ainda durante muitosanos mais, possa prestar ao ensinomédico e à investigação científica �Iervi·ços tão valiosos como aqueles que, atéagora, tem dispensado, com exemplarisenção.

Dando notícia do que, se passou,«O Médico» regista, nas suas colunas,algumas passagens da conferência doProj. Amândio Tavare� - que, com exce·lente apresentação e editado pelo Insti­tuto de Alta Cultura - é publicada num

volume, muito ilustrado, de 100 páginas.Também publicámos, com o devido

destaque, o discurso que o Prof. Ernestode Morais proferiu durante a visita quese realizou ao Museu de Anatomia Paio­lógica, após a sessão em que o Prof.Amândio Tœuares proferiu a sua notávelconferência.

SESSÃO NA FACULDADE DE MEDI·CINA E VISITA AO MUSEUDE ANATOMIA PATOLÓGICA

No Anfiteatro de Anatomia Patoló­gica, completamente cheio, realizou-se,como dissemos, no dia 15 do corrente,a sessão durante a qual o Prof. AmândioTavares fez, em larga exposição, refe­rência à história, de cem anos, do ensinodaquela . Cadeira, primeiro, na EscolaMédíco-Oírúrgíca, depois, na Faculdadede Medicina, sua continuadora.

Encontravam-se presentes numerosos

membros'do corpo docente da Faculdadede Medicina, entre os quais o seu actualdirector, Prof. Gonçalves de. Azevedo;Profs. Ro.cha Pereira e Ernesto de Mo·rais, antigos directores, o primeiro já[ubílado : prof-essores jubilados Drs. Aze­véda Maia, Carlos Ramalhão e HernâniMonteiro j - todos os assístentes e colabo­radores do Prof. Amândio Tavares, en­tre os quais os professores extraordíná­rios Drs. Daniel Serrão e Amândio Sam­paio Tavares, e muitos 'estudantes, Tam­bém assistiu o nosso director, Dr. MárioCardia, condiscípulo do Prof. AmândioTavares.

O Prof. Amândio Tavare_s, actualprofessor - desde algumas dezenas deanos - de Anatomia Patológica,' falandoem primeiro lugar começou por recordaro falecido Prof. Almeida Garrett, antigo

DA VIDA MÉDICANACIONAL

PORTO

ANATOMIA PATOLÓGICA NO PO RTO

director da Faculdade, o qual instituiuas sessões científicas nas quais era costu­me, por seu desejo expresso, que, na

primeira de cada ano, colaborasse o Ser­

viço de Anatomia Patológica. Este ano,isso não foi possível; porém, como pre­sentemente se completa um século sobrea data da fundação da cadeira na Escola

Médico-Cirúrgica do Porto, o actual director da Faculdade manifestou o desejode que tal colaboração não deixasse deser prestada.

A seguir, o conferente desenvolveu o

seu trabalho, do qual extraímos, a seguir,algumas passagens.

Depois do Prof. Amândio Tavares,falou o director da: Faculdade de Medi­cina, Prof. Gonçalves de Azevedo, que,saudando o conferente, disse que o seu

trabalho, embora muito brilhante, exactoe completo quanto às primeiras dezenasde anos do ensino da Anatomia Patoló­gica no Porto, não estava completo no

que se refere às últimas dezenas de anos.

Devido, certamente, à sua modéstia, o

Prof. Amândio Tavares não deu o de­vido relevo ao que realizou - e foi mui­tíssimo notável - durante os anos em

que regeu a cadeira e muito contribuiupara o equipamento dos serviços quechefia.

Depois, os presentes, sob a orienta­ção do Prof. Amândio Tavares, fizeramminuciosa visita ao Museu de Ana­tomia Patológica e a outras instalações- que muito honram a Universidade doPorto, e onde se verifica o enorme de­senvolvimento que têm tido os serviços,com magnífico equipamento, durante asúltimas dezenas de anos. Os visitantesmuito apreciaram também valiosos do­cumentos, assim como a grande colecçãode livros e outros trabalhos que se devemao Prof. Amândio Tavares e seus cola­boradores.

«PARA A HISTÓRIA DA ANATO­MIA PATOLÓGICA NO PORTO»

é, como dizemos atrás, o título da con­

ferência do Prof, Amândio Tavares, e daqual, aproveitando o máximo de possi­bilidade,s de espaço de que podemos dis­

por neste número, transcrevemos, a se­

guir, algumas passagens:

Detenhamo-nos um pouco no largoperíodo - quase 65 anos - da história daAnatomia Patológica na Escola de Medi­cina Portuense, decorrido desde a indi­

vidualização como cadeira autónoma até

que- o seu -ensíno foi confiado a quem.

hoje a ocupa, Este período correspondea três dos seis- ciclos em que Luís dePina reparte a história da nossa Escola

..- o «científico e literário» 0866 a 1885),Ó «positivo» 0885-1911) e o do «renasci­mento» 0911-1930). Foi recentemente aflo- - .

rado na dissertação de licenciatura de.

Manuel António Couto da Silva Cruz, ao

esboçar a história geral sumária da ana­

tomia patológica através dos tempos.Dez professores tiveram a seu cargo

a referida dísciplina, por lapsos variá­veis de curtos meses a mais de três

décadas; nove ocuparam-na como titula­res ou proprietários, o restante como

simples encarregado de curso, mas queao seu ensino tentou imprimir nova

orientação.A história do que foi, no geral, a vida

da Escola durante esse decurso verda­deiramente heróico está feita e não va­

mos aqui reeditar o que se encontra na

série de publicações do Centenário e nas

obras de Maximiano Lemos, HernâniMonteiro e Luís de Pina, entre mais.Dela reteremos um ou outro aponta­mento que mais de perto se prenda com

a evolução da cadeira cujo centenáriose celebra e que sobressaem na vastaordem de persístentes esforços dos Mes­tres da antiga Escola e da Faculdade,continuados em nossos dias com redo­brado vigor, no sentido de se consegui­rem a criação e apetrechamento de labo­ratórios e melhores condições de trabalhoe ensino, mediante reformas em quefossem devidamente remodelados e am­

pliados os quadros das disciplinas e do

pessoal docente e auxiliar.De longa data se empenharam os

nossos antecessores para poderem intro­duzir no ensino médico a necessáriabase experimental. Mostram-no bem os

relatórios anuais, as orações de Sapientianas sessões solenes de abertura das au­

las, o projecto de reforma de 1881 - deque foi relator Cândido de Pinho -, e o

valioso relatório, tantas vezes citado, daautoria de Ricardo Jorge, apresentadoem 1885 ao Conselho Superior de Ins­

trução Pública e no qual se apontamcom desassombro os defeitos e insuficiências do ensino médico então minis­trado e se indicam os meios adequadospara lhes dar remédio,

Já em 1867, numa exposição ao Go­verno elaborada por Costa Leite, se

pediam meios e condições para tornar

prático e experimental o ensino dalgu­mas disciplinas, como a Fisiologia e a

Anatomia Patológica., e na oração de Sa­

pientia, acima recordada, que AntunesLemos pronunciou em 5 de Outubro de1876, acentua-se : «Á medida que a anato­mia pathologica, a histologia e por ul­timo a physiologia pathologica e a phar­maco-dynamica se foram aperfeiçoando,de sorte que do seu conhecimento resul­tasse benefícios reaes para a medicinapratica, a cultura d'estas disciplinas foitomando uma amplitude e desenvolvi­mento cada vez maior, a ponto de ser

indispensável alargar o quadro dos estu­

dos, dotando a Escola com quatro novas

cadeiras».Por sua vez, Almeida Brandão, no

discurso de 5 de Outubro de 1878, insistenas deficiências dos estudos médicos no

nosso País, «na falta. de trabalho scientifico bem organizado»; pede a reformé'destes e, entre os melhoramentos reputa­dos indispensáveis para a Escola por­tuense, aponta, .além de cadeiras novas,a criação e conveniente apetrechamentode gabinetes e laboratórios apropriados.No ano seguinte, Urbino de Freitasdeclara que-o Conselho julgava essencialdesenvolver os programas de patologia.geral e

_ ete_. ªrlat.9mi�� fisiologia.....lliI-1.olQ-

PALAVRAS DO PROF. ERNESTO MORAIS

Ex.mo Senhor ProfessorDr. Amândio Tavares

Com a conivência dos actuaiscolaboradores de V. Ex." e a auto­rização do Senhor Director, vai que­brar-se o protocolo da comemora­

ção do 1.0 centenário da criação dacadeira de Anatomia Patológica,para se acrescentar uma palavra ao

Esboço Histórico da Anatomia Pato­lógica no Porto, palavra que nãoestá contida no trabalho que acaba­mos de ouvir mas que as circuns­tâncias impõem e todos os colabora­dores de V. Ex.a desejam salientar.

Dividiu V. Ex.a a história dos100 anos da Anatomia Patológica no

Porto em dois períodos. O primeiro,de 65 anos, corresponde aos sonhos,esperanças e realizações dos 10 pro­fessores que o antecederam. Nadaaqui falta: precisão, rigor histórico,veneração pelos nossos maiores,respeito e admiração pela nossa

Casa.O segundo período, de 35 anos,

iniciado entre o «final do Renasci­mento» e o «dealbar do períodoexperimental», abrange a actividadedesenvolvida no Laboratório de Ana­tomia Patológica sob a orientaçãode V. Ex.". Também a história desteperíodo é primorosa de objectivi­dade e de rigor; também se exalta,com palavras de justo agradeci­mento, quem facilitou ou concedeucondições de trabalho, e não se

poupam referências de generosa be­nevolência para todos os colabora­dores de V. Ex.a, do primeiro ao

último, do mais qualificado ao mais

simples.No entanto, o bosquejo histórico

está incompleto por lhe faltar a

palavra que os seus actuais colabo­radores me incumbiram de agorapronunciar.

Na evocação histórica que esta

exposição constitui, na actividade

representada nos diagramas, con­

tém-se integralmente o esforço deum Homem que soube ser Mes­tre, de um professor que criou dis­cípulos, de um cientista que fezEscola.

Ser Mestre, criar discípulos e

fazer Escola exige mais do que ser

Prof. Amândio Tavares

professor, ter instalações e disporde meios de trabalho. É índíspen­sável que o professor, além de cien­tista, seja cuidadoso na selecçãodos colaboradores, profundamentehumano com eles, compreensivo,sempre de espírito preparado paraos ouvir e estimular e, sobretudo,que saiba, pelo exemplo, incutir­-lhes amor pelo trabalho e devoçãopela ciência.

Em seguida, o Prof. Ernesto Mo-

o M Il: D 1 C O - 439

rais recordou alguns pormenoresda sua vivência de mais de 15 anos

no Laboratório de Anatomia Pato­lógica focando a actuação do Mes­tre nos passos mais importantes dasua carreira escolar e concluíu:Pois bem, o que se passou comigorepetiu-se depois com todos os ou­

tros discípulos, que a todos sem­

pre amparou e estimulou e tan­tas vezes recebeu na intimidade doseu Lar, já que o Laboratório cons­

tituía um prolongamento da casa doMestre e os que nele trabalhavamum prolongamento da sua família.

O que acabo de referir - estí­mulo, interesse pelos êxitos acadé­micos ou científicos ou pela vidafamiliar e material dos seus colabo­radores, amizade paternal e exem­

plo de trabalho e de devoção pelaciência - constituíram as qualida­des que permitiram ao Prof. Amân­dio Tavares ser Mestre, criar dis­cípulos e fundar uma Escola.

Esta acção do actual professorde Anatomia Patológica, que nãoestá contida no esboço Histórico dosúltimos 35 anos, não podia ficar noolvido dada a sua transcendente im­portância, pois é a garantia de quepara além do Prof. Amândio Tavarescontinuará a sua Escola, perduraráo seu método de trabalho, contí­nuará o mesmo rigor de observa­ção e a mesma honestidade cientí­fica. Essa acção é também a garantiade que para além do Prof. AmândioTavares a sua Escola progredirá,porquanto os seus actuais colabo­radores - pléiade de moços quetanto deram já à nossa Faculdade­se orgulham de ser seus discípulos.

Neste dia festivo, Senhor Prof.Amândio Tavares, os seus discí­pulos - os actuais e os antigos, dosquais me honro de ser cronologica­mente o primeiro - deviam-lhe es­

tas palavras, para se compreender oseu reconhecimento e a sua grati­dão ao Professor que desejam con­

tinue por muitos mais anos a ser

seu Mestre.

gica gerais, como introdução necessana

ao estudo da patologia especial.Entretanto, enquanto não vinha a

desejada reforma, o então aluno AntónioPlácido da Costa, com o patrocínio doprofessor de Anatomia Patológica, Antu­nes Lemos, inaugurava em 1878 um pe­queno curso particular de histologia.Plácido da Costa matriculara-se em 1874,já com 25 anos, e promovera poucodepois a organízaçâo de uma agremiaçãoestudantil com objectivos científicos - a

Aliança Académica - perante a qual fezuma conferência sobre «O microscópioe suas revelações»; dela resultou, aindaestudante, aquela incumbência ou tenta­tiva, seguida da criação, pela Escola- antecipando-se à iniciativa oficial,que só haveria de registar-se em 1903-,de dois cursos extraordinàrios de histo­logia prática e de doenças do aparelhogénito-urinário, o primeiro dos quaisconfiado a Ricardo Jorge, que o regeuuns poucos de anos, e, mais tarde, a

Plácido da Costa, que, no entanto, pas­saria à história, menos como fisiologistae iniciador dos estudos histológicos no

Porto, do que como oftalmologista com­

petentíssimo.Obedecendo ao mesmo intuito de dar

ao ensino médico feição prática e expe­rimental, cria-se em 1880-1881, por inicia­tiva de Ricardo Jorge, um laboratório dehistologia - onde este professor traba­lhou com entusiasmo e de onde saíramas preparações, desenhadas por Plácidoda Costa, da dissertação de MagalhãesLemos --< «A região psico-motriz» (1882) -

e, anos depois, no serviço de AnatomiaPatológica, já a cargo de Almeida Bran­

dão, um modesto laboratório de histopa­tologia e análises clinicas. Ali desinte­ressadamente trabalhou, retomando em

1890 os estudos de histologia que Plácidoiniciara seis anos antes, Artur CardosoPereira, laureado aluno da Escola, for­mado em 1888 e que em Paris fizera a

sua aprendizagem e estudara técnica his­

tológica com Ranvier.Dura apenas três anos essa activida­

de, mas deixa documentos notáveis em

trabalhos de alunos distintos da Escola

por ele orientados, que ali praticaram e

aprenderam: a parte histopatológica das

valiosas dissertações, inspiradas por Aze­vedo Maia, de António Caetano Ferreirade Castro (<<As salpingites. Ensaio dehistologia pathologíca» (1891), AntónioAugusto de Aguiar Cardoso (<<Contribui­ção para o estudo da anatomia patholo­gica das ovarites» (892) e Eduardo Au­gusto Soares de Freitas (<<As endometri,­tes. Estudo de histologia pathologica»(893) deve-se a Cardoso Pereira, quealiava à sua devoção pelo ensino taisescrúpulos e isenção que nem sequerconsentiu que o primeiro dos autores«citasse a participação que tivera na sua

dissertação inaugural» (Hernâni Mon­teiro).

Foi Director do Laboratório de Aná­lises Clinicas do Hospital Geral de SantoAntónio e, mais tarde, mudou-se paraLisboa. Numa notícia cronológica insertano Portugal Médico (n." 2 de 1941) lê-se,a respeito deste pioneiro dos estudoslaboratoriais em Portugal: «Em Lisboaa sua erudição e probidade foram apro­veitadas na Estação Agronómica, no Ins­tituto de Medicina Legal, de que era

chefe de serviço, e no Instituto Superior

'O', MÉDICO - 440

Técnico, onde foi professor. A Acadenuadas Ciências de Lisboa, de que o Prof.Cardoso Pereira era sócio correspondentede Ln classe, na sessão de 16 de Janeiro,prestou-lhe homenagem, lendo extensas

apreciações os Srs. Profs. Azevedo Nevese Charles Lepierre e proferindo os Srs.Dr. Silva Carvalho e Prof. Moreira Jú­nior, presidente, algumas palavras de

admiração pela obra do erudito ,analistae publícista».

Os aludidos trabalhos contam-se en­

tre numerosos da colecção de teses de1888 a 1895 e aos quais serviram de basepeças colhidas, na maior parte, no ser­

viço do Prof. Azevedo Maia, que no meioportuense lançou a cirurgia moderna,abdominal e ginecológica, ramos malconhecidos nesta cidade. Permitem fazeruma ideia da grande actividade cirúrgicadaquele professor, que tinha em elevadoapreço a importância da. anatomia pato­lógica. Refere o Prof. J. A. Pires de Lima

CI seguinte pitoresco comentário, anteum erro de diagnóstico que cometera e

ao comprová-lo pelo exame necrópsico,rodeado por todo o curso: «A mesa deautópsias tem um sabão que é óptimopara lavar basófias ... ».

Dos estudos de anatomia patológicapromovidos por 'pessoal docente nosanos seguintes dessa época já recuada,merecem especial menção' os realizados,sob a direcção de Ricardo Jorge, por oca­sião da epidemia de peste bubónica, quehavia de motivar o pedido de transfe­rência do eminente higienista para a

Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa: re­

gistam-se na dissertação inaugural deAntónio Balbina Rego (<<Pneumonia pes­tosa. A peste bubónica no Porto» 1899--1900) e na de concurso, já citada deAntónio Joaquim de Sousa Júnior (<<Pestebubónica. Estudos da epidemia do Porto.An�tomill: pathologíca macroscopica. Bac­t�rlOSCopIa: Suas aplicações ao diagnós-.tíco», 1902). •

'Nova fase se abria na' história daAnatomia Patológica na nossa Escola,quase coincidente com o termo do perío­do que Luis de 'Pina, designa de «renas­

cimento», iniciado 'em 1911, e' o dealbardo «período experimental» (1930), em

que o Serviço começa a beneficiar � daacção exercida pela �unta de EducaçãoNacional� então criada pelo, Ministro'Gustavo Cordeiro Ramos - e o Institutode' Alta Cultura, que lhe sucedeu - umae, outro' a estimularem e a subvenciona­,rem «esforços e ensaios de pesquisaçãocientífica da nossa Faculdade, promo­vendo, . assim, inúmeros estudos, auspi­ciando a preparação de pessoal docente,o apetrechamento de laboratórios a

publicação de trabalhos» (Luis de PiiIa).Dessa nova; fase se darão agora uns bre­ves apontamentos., . Como se pode imaginar, de pesadís­símas responsabilidades era o encargocometido ao jovem professor auxiliar,

mormente se atentarmos nas condiçõesem 'que a herança era recebida, entre as

quais avultavam a inexperiência e a

carência de preparação e de auxiliares.Não sãd '

para descrever os embaraçosque se aliaram às canseiras e às preo­cupações do encarregado da regêncianaqueles primeiros anos consumidos numaútodïdactísmo que, se tem incontestá­veis vantagens, não deixa de ter tambémsérios inconvenientes, que melhor se

podem avaliar a esta distância. Não é,pois, para estranhar que o tenha assal­tado, por vezes, o desânimo, só dominadograças ao amparo e estímulo que recebiado Director da Faculdade e de algunsproressores, I

- • - '

Aqui s�, deve' deixar èxarada a grati­dão devida a Alberto de Aguiar - porintermédio de quem, recebera do Conse­lho Escolar, a que então presidia, o hon­rosa e espinhoso encargo, a par' dogeneroso incentivo que havia de quebrar­-lhe a hesitação diante das dificuldadesda missão a curnprir -, Almeida Garrett,que se lhe seguiu na direcção da Facul­daJde, J. A. Pires de Lima, Álvaro TeixeiraBastos e Lourenço Gomes - todos já noeterno descanso - e Hernâni Monteiro,então Secretário e, felizmente, ainda vivo.

De muito valeu o que se fez paraadquirir o que faltava ao encarregado docurso, que ao Laboratório e ao Museu,às instalações e ao ensino se consagrouinteiramente, para dar aos serviços desta

secção basilar da medicina desenvolvi­mento compatível com às parcos recur­sos postos à sua disposição.

O primeiro dos estorvos prendia-seà falta de um serviço de autópsias pri­vativo. Sem cadáveres não eta possívelensinar nem aprender anatomia patoló­gica. Procurou-se vencer essa dificuldadeaproveitando, no Instituto dê MedicinaLegal, as autópsias destftûHfâs de inte­resse médico-legal, de indivíduos faleci­dos sem assistência médica, quer exe­

cutando-as ;>essoa,lmente, auxiliado pordois alunos, corn: autorização do Direc­tor, Prof. Lourenço Gomes, e na presençado Chefe de ,serviço Francisco Coimbraè dos Assistentes Delfim Lècour e Mene­ses e Manuel da Costa Portela, quer de­monstrando, nas, sessões de trabalhospráticos e nas lições, peças ali recolhidas.Aos referidos exercícios assistia, em re­'gra, todo o curso, encarregando-se doisalunos da elaboração do, respectivo rela­,tório, que apresentavam, passados oitodias, .para ser apreciado e discutido.

Desde o começo, tentando fugir à

simples repetição do que vém nos tra­

tados, todos os assuntos das aulas teó­ricas passaram a ser exemplificados com

o auxílio de-cartazes, a projecção de dia­

positivos e de preparações histológicas,peças do Museù e outras frescas. Pro­

curou-se - como hoje se procura - darao ensino uma feição essencialmente

prática, que não tinha, como pratica­mente os alunos tinham, e têm, de pres,tar as suas provas no fim do ano, a im­

plicar a necessidade de uma boa assidui­dade ao curso, porque sempre se houve

CERTEZA DE EXITO... em todo. os çaus e formas d. SIJ.IU.JS..• em todas as doenças INFECCIOSAS e

O�INFLAMATÓRIAS (Aqina.,- �5!F':'"m

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a aprendizagem livresca, isolada, como

incapaz de lhes permitir a aquisição deconhecimentos suficientes para ínterpre­tarem correctamente urna peça que Ihesseja apresentada para descrever ou um

corte histológico que hajam de examinarao microscópio.

No plano geral de estudos constantedo Regulamento de 1928, baseado na re­

forma de 1926 (Decreto 12697, dé 19 de

Novembro), figuram na 3." Secção as

cadeiras de Anatomia Patológica e de

Medicina Legal e, como disciplinas ane­xas à primeira, a Patologia Geral e His­tória da Medicina. Cursada no 3.° ano.competia-lhe um 1.0 assistente, comum à

Patologia Geral, um 2.° assistente e, no

quadro do pessoal auxiliar, urn prepara­dor-conservador (Alberto da Costa Frei­tas, também hábil fotógrafa), um fotó­grafo-desenhador (Manuel Alves Ferrei­ra) e um contínuo (Norbindo da SilvaRibeiro), Destes três auxiliares, apenaso ,prinieiro e o último se ocupavamno Laboratório e Museu de AnatomiaPatológica, pois o segundo foi conside­rado adstrito ao Instituto de Anatomia"onde sempre trabalhou. Norbindo Ri­beiro desempenhava, na realidade, tam­bém funções de ajudante de preparador.

Mais tarde, ao reorganizar-se o qua­dro, em substituição de Manuel Ferreiraé colocado no Laboratório, como dese­

nhador, o Dr. Alberto da Silva e Sousa,que, todavia, continuou a prestar serviçonaquele Instituto até Outubro de 1948.em que foi nomeado Professor da Escolade Belas-Artes do Porto.

Na microscopia, urn único ajudanteda docência, nos primeiros meses de1928: Joaquim Pinto Nunes, Assistentede Histologia, que também ajudava na

execução de urna ou outra das análises,histopatológicas requisitadas pelas Clíni­cas escolares. O número destes exames,nesse ano lectivo, foi de 91 e aumenta­ria ràpidamente nos anos seguintes.

Um dia, já em 1929, foi o Serviço,procurado por um médico recém-forma­do que pretendia o aprendizado iridispen­sável à prática destes exames para irdirigir um laboratório de análises numa

das Ilhas Adjacentes. Ao cabo de urn

estágio voluntário de cerca de um ana"esse jovem e estudioso colega prestavatão útil colaboração e tais qualidadesevidenciava que não se hesitou em suge­rir-lhe a alteração dos seus projectospara ingressar na carreira docente, na

qual havia de exceder a expectativa maisoptímísta : tratava-se de Ernesto BorgesTeixeira de Morais, que, depois de brevepassagem pela Histologia, foi propostopara Assistente do 3." Grupo em Junhode 1930, se doutorou em 1935, prestariaprovas de habilitação ao título de profes­sor agregado do mesmo em 1938, ascen­deria (Julho de 1944) à cátedra de Pato­

logia Geral- que tem ilustrado de modoexemplar - e viria a dirigir, com acertoe dignidade, a nossa Faculdade; numafase difícil da sua existência, em queforam postos à prova os seus superiorespredicados, assim como na qualidade demembro da Comissão Instaladora doHospital Escolar.

À medida que os recursos iam au­

mentando, melhoravam progressivamenteas sessões de trabalhos práticos, que logode começo se organizaram, como se

disse, com autópsias, demonstração depeças, estudo individual, após explicaçãoprévia, de preparações histológicas rela­tivas aos diferentes capítulos da anato­mia patológica e elaboração dos corripe­tentes relatórios.

A estes estudos foi possível dar maiorincremento mediante um curso semestralde Histologia Patológica, a partir de1931. Com efeito, no Decreto n." 19337,de 29 de Janeiro, o quadro das díscipli­nas do curso médico-cirúrgico professadona Faculdade Portuense distribuía-se por15 grupos, compreendendo o 3." 'as cadei­ras de Anatomia Patológica e de Pato­logia Geral e experimental, e os cursosde Histologia Patológica, de Semiótica

Laboratorial e de Semiótica Radiológica,rtcando us dois primeiros, durante algumtempo, a cargo do catedrático cie Anato­mia Patológica, como aliás, a própriaPatologia Geral (de 1934 a 1938), já li­berto da regência de Histologia e Em­briologia, após o regresso de Abel Salazarem 1931. Em Fevereiro de 1936, foi-lhetambém confiada a direcção do Labo­ratório Nobre (a qual exerceu durantepouco mais de oito anos, com a dedi­cada colaboração de Ernesto Morais,que nela lhe sucedeu.

Outra dificuldade a vencer: a dasinstalações.

Logo após a celebração, em 1925, do1.0 Centenário da fundação da RégiaEscola de Cirurgia, precursora da Facul­dade, procurou esta remodelar os seus

serviços, conseguir novas e mais largascondições de trabalho. Em 1927, via en­

fim, atendidas as suas constantes recla­mações de ampliação do edifício e melho­ria de instalações, graças a Alfredo deMagalhães, que orientara com tanto bri­lho aquela comemoração, fora eleitoReitor da Universidade (26 de Junho de1926) e, pouco depois (22 de Novembro),era titular da pasta da Instrução Pública.

- As instalações de Anatomia Patoló­gica não haviam sido - ao que parece­tidas devidamente em conta no planodas obras; apenas se contara com o mu­seu, na ala nascente do andar nobre, deonde a necessidade de recorrer, na alapoente, às dependências destínadas àHigiene. Ali ficou arrumado o Serviço«a título provisório» - mas, na realidadedefinitivamente -, até à transferência d�Faculdade para o actual edifício do Hos­pital Escolar de S. João, na Asprela, maisde trinta anos depois.

Aproveitando o melhor possível oespaço que, deste modo, se lhe cedia,instalou-se o museu, preparou-se umasala de trabalhos práticos de mícroscopia, arranjaram-se dois gabinetes de tra­balho, servindo ao mesmo tempo debiblioteca, para o Professor e Assisten­tes - o destes, mais tarde, subdividido­e um labdratório para preparação de cor­tes histológicos e de peças anatómicas.Num recanto da sala de trabalhos prá­ticos, improvisou-se um pequeno gabinetedestinado às experiências em animais.Para estes (coelhos, cobaias e ratos) con­seguiu-se um biotério rudimentar, adap­tando um acanhado desvão, contíguo ao

gabinete dos Assistentes, no ·ângulo su­doeste do edifício, onde estava a câmarade projecção para o salão nobre.

Dificuldades sem conta tolhiam, comose disse, o ânimo dos que se empenha­vam em cumprir missão de tamanharesponsabilidade como a que lhes foracometida.

Necrotério privativo continuava anão haver. A partir de 1935, mercê dacircunstância de o Professor e o Assis­tente Ernesto Morais trabalharem comoAssistentes no Laboratório de Análisesdo Hospital Geral de Santo António,onde o primeiro tinha a seu cargo osexames histopatológicos, pôde-se apro­veitar também o necrotério do Hospitalpara fazer, sempre que possível, as au­

tópsias de indivíduos falecidos nas clí­nicas, escolares e outras. Durante o anolectivo de 1940-41 já se fizeram 64 autóp­sias, das quais 35 a requisição das ClínicasEscolares e 40 com a assistência e auxíliodos alunos de Anatomia Patológica.

Como em outros centros uníversitá-

O MÉDICO - 441

LISBOA

ACIDENTESESU A I M P O R T ÂNC I A M ÉD I C O - S O C I A L

DE TRÁFEGO

Com demora de alguns dias, vindo deRoma, onde presidira aos trabalhos doI Congresso da Sociedade Internacionalde Medicina dos Acidentes de Tráfego,estève entre nós o Prof. Veiga de Car­valho, figura de grande relevo do corpodocente da Universidade de S. Paulo, umdos fundadores da Sociedade a que acimanos referimos, de que é vice-presidente.

Aproveitando a sua estada em Lisboa,o Auto-Clube Médico Português convi­dou-o para proferir uma conferência, quese realizou no pretérito dia 10.

Ao promover esta sessão, o Auto­-Clube Médico Português associou-se ao

interesse que em todos os países estádesde há muito a despertar o estudo pro­fundo da prevenção e assistência do aci­dente colaborando desta forma para uma

ampl� divulgação dos meios técnicosactualmente conhecidos e que tendem Il

concretízar-se num menor número deacidentes e numa maior e melhor assis­tência ao sinistrado.

Presidiu à sessão o Prof. Ayres deSousa, presidente do Auto-Clube �édicoPortuguês, ladeado pela conïerencísta e

rios - o mal não é peculiar ao nosso-,houve que lutar, por vezes, contra uma

certa resistência de alguns clínicos cede­rem os cadáveres dos doentes falecidosnas suas enfermarias para serem autop­siados pelo pessoal de Anatomia Patoló­gica, preferindo, em alguns casos, assis­tirem como simples espectadores a ne.

crópsias parciais feitas por um simplesempregado, porque o interesse, quandoo havia, não ia além da comprovação dodiagnóstico feito.

Ao mesmo tempo que se promoviao aperfeiçoamento do ensino e da apren­dizagem prática dos alunos, não se des­curava a investigação científica, na aca­nhada medida dos nossos recursos.

Tentou-se fazer alguma coisa com o

pouco que se tinha. Como se disse, a

actividade neste domínio foi grande­mente facilitada pelo auxílio da Juntade Educação Nacional e, depois e sobre­tudo, pelo Instituto de Alta Cultura, seusucessor.

Em Fevereiro de 1941 - depois deuma visita e troca de impressões com o

então Presidente do Instituto, Prof. A.Celestino da Costa -, é criado por esteorganismo um Centro de Estudos deAnatomia Patológica, anexo ao Serviçoe, mais tarde, ampliado com a secção dePatologia Geral, a cargo do Prof. Er­nesto Morais.

Dele foi primeiro bolseiro CarlosAugusto Strecht Ribeiro, que revelaraqualidades raras de investigador e alitrabalhava em estágio voluntário e, de­pois, como 2.° Assistente. Levou-o a

morte na flor dos anos.

pelo Dr. Alfredo Franco, presidente doconselho regional de Lisboa da Ordemdos Médicos, onde aquela se efectuou.Entre a assistência, viam-se, entre outras

individualidades, o comandante-geral da

P.S.P., o director-geral dos 'I'ransportesTerrestres, o comandante da P.V.T. e o

presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.Ao abrir a sessão, o presidente, de­

pois de saudar o Prof. Veiga de Carva­

lho, de quem fez o elogio, referiu-se àacção do Auto-Clube Médico, quanto ao

problema dos acidentes do tráfego.O conferencista, ao iniciar o seu tra­

balho, começou por afirmar que, sendo

O Prof. Veiga de Carvalho

de 400 mil o número de mortos, por ano,devido a acidentes de viação, se impôsa criação de uma Sociedade Internacio­nal de Medicina dos Acidentes de Trá­fego, cujo 1." Congresso se reuniu, de 25a 30 de Abril, em Roma, com a presençade elevado número de médicos de todoo Mundo. Em seguida, o orador descre­veu o que foi esse congresso e as medidasapresentadas pelos vários congressístas,tendo em vista não só promover a di­minuição dos acidentes, como, especial­mente, uma maior eficiência na presta­ção dos socorros aos acidentados.

No final, o Prof. Ayres de Sousa tor­nou pública a resolução dos corpos ge­rentes do Auto-Clube Médico Portuguêsde nomear o Prof. Veiga de Carvalhosócio honorário da agremiação e fez-lheentrega do respectivo diploma e me­

dalha.

Ù Mt Ú I Ú Ó - 442

ACADEMIA DAS CIÊNCIAS

Sob a presidência do Prof. AmorimFerreira, reuniu-se no dia 16 a Classe de

Ciências da Academia das Ciências de

Lisboa, tendo o Prof. Carlos Salazar deSousa apresentado uma comunicação, de

colaboração com os Drs. H. Moreno An­

tunes e F. Teixeira, intitulada «tncon­

venientes dos leites acidificados com

ácido láctico na alimentação dos pre­maturos».

Partindo do facto de ser o valortampão do leite de vaca mais elevadodo que no de mulher, os autores descre­vem as experiências que realizaram a

partir dos trabalhos feitos, em pequenonúmero, por Karelitz, para concluir queo uso de leites acidificados com ácidoláctico na alimentação dos prematurosnão é aconselhável.

SOCIEDADE PORTUGUESADE MEDICINA TROPICAL

Reuniu no passade> dia 17, sob a pre­sidência do Prof. Cruz Ferreira, secreta­riado pelos Drs. Martins da Rocha e

Mário Leão, a Sociedade Portuguesa de

Medicina Tropical (secção da Sociedadedas Ciências Médicas de Lisboa).

Falou, em primeiro lugar, o Prof.Cruz Ferreira, que, em seu nome e no

dos seus colaboradores, apresentou uma

comunicação intitulada «Iodeto de ditía­zanina no tratamento das helmintíases».Tratava-se dos resultados do referido tra­tamento em dois grupos infestados, o

primeiro grupo de doentes internadosna enfermaria escolar do LM.T., e o se­

gundo grupo de doentes tratados em zo­

nas rurais do Estado Português da fndia.A eficácia da terapêutica revelou-se

da ordem dos 80,6 por cento e 26,8 porcento, respectivamente, nos grupos indi­cados, e posto que a tolerância fosserelativamente boa nos primeiros, no se­

gundo grupo observaram-se manifestosefeitos secundários, que interferiram sè­riamente com o progresso do tratamento.

A segunda comunicação, do Dr. M.Gomes Meleiro, apresentava os resulta­dos do estudo feito de colaboração como Prof. Cruz Ferreira e com o Dr. M.Braço Forte Júnior, feito num doenteda Guiné Portuguesa, portador de umsíndroma de hepatoesplenomegalia com

híperesplenismo. Foram estudados osvários aspectos, clínico, bioquímico, imu­noquímico, anátomo-patológico e hísto­químico, no sentido de procurar explicara etiopatogenia deste síndroma tão Ire­quente no africano. Além disso, o casoclínico apresentado reveste ainda parti­cular interesse, por se tratar da primeirareferência a um caso de bilharziase na

Guiné Portuguesa, originada pelo «Shis­tosoma rnansoní».

�R6MULO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA

DË UROLOGIAENel" VIVADE COIMeRA

Reuniu no passado dia 18, em assem­bleia geral, a Associação Portuguesa de

Urologia, que elegeu a seguinte direcçãopara o biénio de 1963-1965:

Presidente, Dr. Matos Ferreira;_

se­

cretários, Drs. 'Pinto de Carvalho e Hen­rique Roquete Bastos; tesoureiro, Dr.Luciano Ravara Alves; vogais, Prof. Car­neiro de Moura e Drs. João Costa, Abíliode Moura e Humberto Fontoura Ma­dureira.

A nova direcção reuniu-se logo apósa eleição e resolveu entabolar negocia­ções com a Sociedade Espanhola de Uro­logia, para a realização de sessões con­

juntas.

-DIVERSAS

DIRECÇÃO�GERALDE SAUDE

DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃOOBRIGATóRIA

Números provisórios de casos e óbi­tos de algumas doenças de notificaçãoobrigatória declaradas em Portugal me­

tropolitano t contínente e ilhas adjacen­tes) e respeitantes ao período de 5 a 11de Maio de 1963:

CASOS ÓBITOS

Difteria _ _....... 40 OEncefalite infecciosa aguda 6 4Escarlatina _ _............ . 6 1Febre tifóide 20 OOutras salmoneloses 2 OHepatite epidémica 8 O

Meningite cérebro-espinal . _; 42 OPoliomielite aguda _..... 5 OTosse convulsa 24 O

DIÃRIO DO GOVERNO(De 17 a 23-V-1963)

Novo professor agregadoDr. José Schneeberger de Ataíde

� concedido o título de professor agre­gado de Psiquiatria pela Faculdade deMedicina da Universidade de Lisboa.

17-V-63INSTITUTO

DE ALTA CULTURA

Dr. Eduardo Carneiro de AraújoCoelho, professor catedrático da Facul­dade de Medicina da Universidade deLisboa � foi concedida missão oficialfora do País durante treze dias, a contarde 18 de Maio de 1963.

21-V-63

Dr. Fernando Pais Coelho Teixeira,médico-analista da Faculdade de Medi­cina da Universidade de Lisboa � foiconcedida equiparação a bolseiro forado País durante catorze dias, a contarde 18 de Maio de 1963.

21-V-63

Dr. Jacinto Croner de Santana e

Vasconcelos Moniz de Bettencourt, pro­fessor catedrático da Faculdade de Me­dicina da Universidade de Lisboa e di­rector de serviço dos Hospitais Civis deLisboa � foi concedida missão oficialfora do País durante doze dias, a contarde 14 de Maio de 1963.

. 21-V-63

Dr. Luís José de Pina Guimarães,professor catedrático da Faculdade deMedicina da Universidade do Porto - foiconcedida missão oficial fora do Paísdurante 30 dias, a contar de 15 de Maiode 1963.

21-V-63

Dr. Manuel Júdice Halpern, segundo­-assistente da Faculdade de Medicina daUniversidade de Lisboa - foi concedidaequiparação a bolseiro fora do País du­rante 29 dias, a contar de 3 de Maio de1963.

21-V-63 .

Dr. Silvério Ferreira Gomes da Cos­ta, professor extraordinário da Faculdadede Medicina da Universidade de Lisboa- foi concedida missão oficial fora doPaís durante doze dias, a contar de 19de Maio de 1963.

21-V-63

Dr. Vítor Hugo Moreira Fontes, pro­fessor catedrático da Faculdade de Me­dicína- da Universidade de Lisboa e· di-

rector do Instituto António Aurélio daCosta Ferreira foi concedida missãooficial fora do Pais durante 31 dias, ;lcontar de 26 de Maio de 1963.

21- V-C3

NOMEAÇOES

Faculdades de Medicina

Dr. José de Gouveia Monteiro�no­meado professor catedrático da disci­plina de Pneumotisiologia da Faculdadede Medicina da Universidade de Coimbra.

23-V-63

Dr. José Monteiro Lopes do EspíritoSanto - nomeado professor catedráticoda disciplina de Clínica de Doenças In­fecciosas da Faculdade de Medicina daUniversidade de Coimbra.

23-V-63

Outros organismos

Drs. Maria Antónia Guedes de AI·meida e Álvaro Dias de Sousa Ribeiro- contratados como médicos estagiáriosdo Hospital Magalhães Lemos.

17-V-63

Dr." Teresa Augusta de Morais PintoRibeiro - nomeada médica de 2." classedo quadro médico comum do Ultramare colocada na Província de Moçambique.

17-V-63

Dr. Aarão Guedes Teixeira de Maga­lhães - contratado, além do quadro,para prestar serviço no serviço de otor­rinolaringologia do Hospital de S. José.

18-V-63

Dr. Armando Santinho Cunha - no­meado interno do internato complemen­tar de anatomia patológica dos HospitaisCivis de Lisboa.

23-V-63

Dr. Fernando de Almeida Lopes Ba­sílio, interno do internato geral dos Hos­pitais Civis de Lisboa - nomeado inter­no do internato complementar de clínicamédica dos referidos Hospitais.

23-V-63

Dr. Francisco Aníbal Pessoa e Sousade Morais Sarmento Campilho _, nomea­do interno do internato complementarde otorrinolaringologia dos HospitaisCivis de Lisboa.

23-V-63

Dr. José António Gavinha Júnior,médico municipal, interino, do concelhode Caminha - nomeado subdelegado deSaúde, interino, do referido concelho.

23-V-63

Dr.' Maria Alzinda Matono Moreira� nomeada interna do internato com­

plementar de fisioterapia dos HospitaisCivis de Lisboa.

23-V-63

Dr." Maria Cristina Otília NunesVieira de Aguiar Câmara - nomeada in­terna do internato complementar deanestesia dos Hospitais Civis de Lisboa.

23-V-63

Drs. Mário da Assunção Dinis Este­ves, João Pascoal Coelho Duarte e An­tónio Carlos Cruz Grilo Evangelista- nomeados internos do internato corn.plementar de pediatria médica dos Hos­pitais Civis de Lisboa.

.,23-V-63

Dr. Renato Álvaro Fernandes Bo­tino � nomeado interno do internatocomplementar de estomatologia dos Hos­

pitais Civis de Lisboa.23-V-6.3

Dr, Vítor de Carvalho Vintém Pama- nomeado interno do internato com­plementar de clínica médica dos Hospi-tais Civis de Lisboa.

.

23-V-63

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