e paramedicos - alma mater
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SEMANARIO,
DE ASSUNTOS MEDICOS,
E PARAMEDICOS
VOL. XXVII (Nova série)Publica.se à. Quintas.feira.
XIV ANO - N.· 613
30 d e M a lod e 1 9 6 3 I IDIRECTOR B EDITait.
MÁRIO CARDIA---- ---------
R.... Adlll. AV. OOS ALaDOS, 41-PORTO-TEL. 24907 I LISBOA: R. Quirino da FOMeca,2·C-I."-Tel. 52074 I Prop. da SOPIME·Soei.dod. d. Publieaçõ... Inidatiy•• M'die ... , L".VercoDdiçOel de u.iDaturu e outras indicações DB 2." pá�. I PREÇO AVULSO: 6$00 I Composro e impresso Da TIpografia Sequeira Lods - PORTO - R. Jo.é Falcão, 122 - Telel. 2"64
Especialmente activo contra as
estirpes resistentes de
"ESTAFILOCOCCUS AUREUS"*
Um produto preparado peloInstituto Luso-Fármaco - LISBOA
Sob Licença da
Brlstol Laboratories Inc.Síracnsa-New-York
-------- w__
COMENTÁRIO DA SEMANA �03
�04
SUMARIO
SEMANA A SEMANA ..
CI1i:NCIAS lII:eDICAS - CLtNICA
ARTIGOS ORIGINAIS
J. M. SANTOS MOTA - Doseamento ,nicrobiológico das vitaminasdo complexo B-1 - Queijo flamengo .
JEAN THOYER-ROZAT - Celioscopia e esterilidade .
406
418
CORRENTES DO TEMPO
A Psicanálise " o Concílio . �2D
MOVIMENTO MÉDICO
lTasculopatia e ulcerações cutâneomucosas - pág. 422; Tratamentoda lombociática - pág, 425; Lipideos totaiS, colesterol e l'ipoproteínas sanguineas na arteriosclerose � pág. 426; DilataÇão
gást1'ica aguda, após vagotomia � pâg. 426. QUE DFJSEJAS.4BERr - Vagina ar'tificial e coito - pâg. 428; Os cardíaco8c at< viagens aéreas - pâg. 428.
Sum(Í!'ios da Imsirensa Médica Nactonal .. 428
DOCUMENTARIO . �29
ASSUNTOS GERAIS F, PROFISSIONAIS
A. O!'ga>tização Mundial de Saúde fez justiça a Portugal - declamcm GeMbra o Mini3tro da Saúde e ,A8sisUncia .
EOOS E COMENTÁRIOS - MENDONÇA E MOURA .
�30432
Assi8tência na doença aos servidores elo Estado 43�,Novas E8pecialidades Farmacêuticas .
NOTICIARIO NACIONAL __, O ensino da anatomia patol6gica no
Porto - pág. 438: Acidentes de tráfego e 8ua importânciaMédico-Social - pág, 441. Diver808.
436
· .'.
-,
....... ',o
Inovo.
Representantes:Prod. Quim. e Farm. Paracélsia, Lda,Porto - R. Cândido dos Reis, 130Lisboa 1 - Av. Almirante Reis, 30
Semanário de assuntos medicose paramédicos
XIV ANO - N.o 613
Vol. XXVII (Nova série)
30 de Maio de 1963
DIRECTOR E EDITOR:MÁRIO CARDIA
SECIŒTÁRIO DA DIRECÇÃO: Guedes Guimarães- Médico do Inst. da Ass. Psiquiátrica.
CONSELHO DE REDACÇÃO: Luís A. DuarteSantos - Prof. da Fac. de Med. (Coimbra);Fernando Nogueira - Prof. da Fac. deMed. e médico dos H. C. L. e José AndresenLeitão - Dir. do Inst. Nac. de EducaçãoFísica - 1.° Assístente da Fac. de Med.(Lisboa); Álvaro Mendonça e MouraDir. da Cir. Sanit. da Zona Norte e
Waldemar Pacheco - Médico no Porto.Delegado no Brasil - Hilário Veiga deCarvalho - Prof. da Fac. de Med. da Uni-
versidade de S. Paulo.
ADMINIS1'RADOR: Manuel dos Santos
CONDIÇÕES DE ASSINATURA(Pagamento adiantado):
Portugal Continental e Insular: um ano- 180$00; Ultramar, Brasil e Espanha:um ano - 240$00; Outros países: um
ano- 300$00
Ass�natura anual de cO MÉDICO> em
conjunto com a «Acta Gynæcologica etObstetrica Hispano-Lusitana>:
Portugal Continental e Insular - 220$00:Ultramar - 290$00
As asamaturas começam em Janeiro: no
deC?rrel io ano '(só para cO MÉDIéo>1acel�am-se assínaturaa a inicia)' em
Abnl, Julho e Outubro (respectivamente120$00, 90$00 e 60$00),
,
RED. ADM.: Av. dos Aliados. 41-4.·- PORTOTelefone 24907
LISBOA: Rua Quirino da Fonseca, 2-C.-1,°Telefone 52074
DF.L. Ell ConmRA : Casa do CallteloR. da Sofia, 49
Composição e impTE'Bsão:TIPOGRAFIA SEQUEIRA, L.DA
R. J osé Falcão, 122 - PORTO
Telefone 24664
*
Prop. da SOPIME - Sociedade de Publicações e Iniciativas Médicas, L.da
*
VENDA AVULSO Distribuidores ex
elusívcs: Editorial Organização, L.daL.. Trindade Coelho, 9 - 2.· - Lisboa
Telefone 27607
ESTE
SEMANARIOCDÉ TRANSPORTADOPARA TODO O PAisNOS COMBOIOS DA
Não conhecemos ainda as no
vas instalações do Instituto Maternal de Coimbra, que o Chefe doEstado inaugurou recentemente, e
que o Presidente do Conselho visitou em antecipação do facto.
Pelas notícias que nos chegam,é obra de vulto, não só na partearquitectónica como na do apetrechamento. Bom é que assim seja!
'Resumidamente, sabemos que o
conjunto, obra e apetrechamento,orçou em cerca de 25 mil contos,o que pode dar-nos uma imagemdo vulto do empreendimento agorainaugurado. Aliás, as instalações doInstituto Maternal de Coimbra bemo exigiam.
Na obra, nem tudo foi estritamente funcional, já que o aspectodecorativo em painéis terá dado
aspectos de magnificência ao con
junto.Repetimos, somos quase contra
c e.cclusivamente funcional, enten
demos que as obras têm tambémde ser enriquecidas com valoresartísticos que moderem, ou transiigurem os aspectos meramente técnicos. Não sabemos, contudo, se
em Coimbra houve exageros, quando tão necessitados estamos de
aproveitar todas as nossas possibilidades para trazer a nossa assistência ao doente para um plano de
eficiência pela quantidade de meiosde que ainda necessita. Não se digaque em todos os países há [aüassemelhantes às nossas. Faltas sem
pre as haverá, mas é necessário um
mínimo de apetrechamento em su
perfície e em profundidade, queestamos lonçe de atingir, muito particularmenie em relação ao primeiro. Em termos de descentrali
zação assistencial, reconheça-se qU'3Coimbra tem grandes dificuldades.Há que lhe dar meios para bem
poder executar a missiio diferenciada que lhe está atribuída: assistência diferenciada ao doente, assistência quantitativa ao mesmo - to
dos sabemos da escassez de camas
que aí se verifica por mais de uma
causa - acção preparadora de quadros que lhe cumpre desenvolver,acção de investigação a que é obri
gada pela existência da sua Faculdade. Se esta não tiver os quadrosde que necessita, nas condições quea investigação moderna exige de
entrega do investigador à exclusividade da sua tarefa, por melhores
que sejam os elementos do seu
corpo-e são-np!-não se lhes podepedir que dêem mais do que o muito
que já têm dado e que, através deartiços deste jornal, se pode teste
munhar, já que felizmente ele ébastante bom espelho da actividadecientífica das nossas Faculdadesmercê até do prestígio que dela�tem recebido, ao honrarem-no com
a colaboração dos seus melhores.Desenuoloem-se naquela Mater
nidade vários aspectos da assistência, tanto quanto nos é dado conhecer: a Obstetrícia primeiramente, a
Ginecologia depois, uma pequenaunidade de prematuros, uma escolade enfermagem, uma creche ou ninho e todos os serviços auxiliares
que estas unidades exigem. Não sa
bemos se esta Maternidade foi concebida com a dimensão exigívelpara as necessidades que vão sobreela recaír. Não sabemos do númerode leitos que possui nas duas diferentes funções. Somente sabemos
que possui uma unidade de prematuros para oito crianças. Mesmo que em Coimbra exista qualquercoisa para este fim eam dimensãomais ampla, parece-nos, dado a função «piloto» que aquela Maternidade terá, que é pequena a grandezado serviço de prematuros. Poderá
chegar para os próprios, sejam os
que nasçam aí, mas é certamente
insuficiente para todos aqueles quenão têm para onde recorrer.
Todos sabemos que tais serviçosterão de ser oficiais, pois a iniciativa privada não se permitiu, até
hoje, aceitar ou suportar a pequenacompensação para tão âesperuiioscserviço. Estamos certos que as ne
cessidades mínimas de Coimbrasem qualquer ponta de excesso, s�definem para uma população obstétrica residente até à distância- transporte de seis horas, já se
não aceitando o tempo melhor dastrês. Até porque será naquela Ma,iernuiaâe, onde se consagra no
nome a obra assistencial do Prof.Bissaia Barreto, que se procederáaos estudos que irão determinarpormenorizadamente as conveniências da assistência materno-infantildas populações dependentes da zona
centro do Instituto Maternal. A propósito, cabe perguntar para quandohaverá normalização dos territóriosde influência dos diferentes institutos e da Direcção-Geral âos Hospitais, pois não se encontram razões.particulares que defendam a não
correspondência de áreas. Parece-nos uma coisa simples que nãocusta dinheiro!
A.B.
A GINECOLOGIA MODERNAE A LUTA CONTRA O CANCRO
No último número da prestígiosa revista - que tem grande projecção em todo o Mundo - «Gynecologie Pratique», o Dr. Mária Cardia publicou um artigo com o título«A Ginecologia moderna e a lutacontra o cancro», Do habitual «editorial» em que o director da revista,o Dr. J. E. Marcel, costuma referir-se aos artigos publicados em cadanúmero, transcrevemos o seguinte:«Mário Cardia, com o objectivo dese instruir, e, também, com o fimde realizar no seu país, o nobrePortugal, uma organização ginecológica modelo, tem visitado todosos grandes centros ginecológicos de4 Continentes. É, sem dúvida, o ginecologista mais bem informadosobre o que se passa nos vários
países. Foi provavelmente por isso
que a UPI'GO - leiam: União Profissional Internacional de Ginecolo
gistas e de Obstetricistas - o encar
regou de estudar os problemas de
ESPECIALIZAÇÃO EM GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA
Ainda a respeito do artigo, referido na nota anterior, que o Dr.Mário Candia há pouco publicouem «Gynecologie Pratique», diz o
Dr. Marcel: «É-me agradável verificar que a óptica do Dr. Mário Cardia se ajusta à minha, que defendidesde sempre. Com efeito, é curiososalientar que a Ginecologia, que o
público considera como uma especialidade bem definida, bastando-sea ela própria, encontra em toda a
parte obstáculos para adquirir a
sua independência, tanto mais legítima numa época em que os meiosde exploração, como as terapêuticas, se têm multiplicado e complicado. Creio que a concepção alemãde índíspensável conjugação de Obstetrícia e de Ginecologia impõe o
seu diktat em muitos países, ainda.Nós próprios devemos-lhe provávelmente a oficialização do título «Gi
necologísta-Obstetrícista» que queria monopolizar a 'Ginecologia. Ora,é de notar que, em todas as clínicasmistas que me foi dado visitar, os
Chefes são, na maior parte das ve
zes, Ginecologistas-Cirurgiões, que,devido à falta de tempo e por questão de gosto, abandonam, aos seus
assistentes, a prática obstétrica».
O CANCRO UTERINO
Do artigo assinado pelo Dr. Marcel, atrás referido, respigamos maiso seguinte, ainda a respeito do trabalho que publicou o Dr. MárioCardia na revista francesa «Gynecologie Pratique»: «Mária Cardiaencara o problema da Ginecologia,disciplina independente, sobretudono que diz respeito ao diagnósticoprecoce do cancro do colo, cujaimportância é actualmente muitogrande. O que ele diz merece ser
considerado e em parte é seme
lhante ao que, num artigo de Ayreque teve grande repercussão, o grande campeão do diagnóstico precocepor meio dos esfregaços vaginaisescreveu, nesta revista, no últimoano».
IX CONGRESSODA SOCIEDADE EUROPEIADE HEMATOLOGIA
O Prof. Carlos Trincão e o Dr.Januário de Melo, da comissãoorganizadora do IX Congresso daSociedade Europeia de Hematologia, que se reune em Lisboa, em
Agosto próximo, avistaram-se, no
passado dia 2, com o Prof. GaIvão
Teles, Ministro da Educação Nacional, a quem deram conhecimentoda agenda de trabalhos e convidaram para fazer parte da respectivacomissão de honra.
MINISTRO DA SAúDEDO BRASIL
Em trânsito para Genebra, passou há dias por Lisboa o Dr. PauloPinheiro Chagas, Ministro da Saúdedo Brasil, acompanhado pelos Drs.Mário de Magalhães e Adelmo de
Mendonça, os quais iam partícíparnos trabalhos da assembleia da
Organização Mundial de Saúde.O Dr. Paulo Pinheiro Chagas decla·l'OU que a assembleia da Organização Mundial de Saúde tem este ano
particular interesse para o Brasil,pois o Dr. Marcolino Candor seráreeleito director-geral da importanteinstituição, e por unanimidade.
E sublinhou: «A minha presençacomo chefe da missão brasileiraassume neste momento caráctermuito particular, pois o PresidenteGoulart desejou que o Governo brasileiro manifestasse no plenário da
quela organização o seu agradeci-
menta e o do povo do Brasil peladistinção com que o Dr. MarcolinoCandor foi honrado pela terceiravez. Acompanham-me duas altas au
toridades sanitárias do Brasil- osDrs. Mário de Magalhães e Adelmo
Mendonça. Com ambos vou levar a
cabo uma obra profícua e de grandeinteresse científico para o Brasil e
mesmo para a Organização Mundialde Saúde».
REORGANIZAÇÃO HOSPITALAR- LUTA CONTRA O CANCRO
Entre artigos e notícias que a
falta de espaço nos obriga a adiar
para próximos números.conta-se a
referência à posse da comissão hos
pitalar, que se realizou no dia 23 do
corrente, sob a presidência do SnI'.Ministro da Saúde e Assistência.No próximo número, daremos o
merecido relevo a esse aconteci
mento, que despertou grande inte
resse, publicando, na íntegra, os
discursos proferidos pelos Profs.Soares Martinez e Lobato Guimarães. Também inseriremos o anun
ciado artigo sobre a luta contra o
cancro (referente ao relatório docomité de peritos da OrganizaçãoMundial de Saúde).
AGENDAPORTO
Conferências na sede da Ordem dosMédicos (Rua de Álvares Cabral, 76):Sobre terapêutica com fármacos psico-activos: dia 31 de Maio, às 21,15, «Introdução à farmacodinamia 'dos medicamentos psicotrópicos modernos» (Prof.Jean Reusse, de Bruxelas); às 22,30 h.,«Personalídade e Psico-fármacos» (Prof.Baraona Fernandes). Sobre perturbaçõesda circulação periférica: dia 1 de Junho,às 17 horas, «Bases fisiológicas da me
dicação vasodilatadora» (Prof. Jean Reu
se); às 18,30, «A isquemia aguda» (Prof.João Cid dos Santos); às 21,30, «Algunsaspectos de diagnóstico e tratamento dosaneurismas arteríovenosos» (Prof. A. deSousa Pereira).
 direcção de cO Médico ;.não assume a responsabilidadedos artigos assinados pelos seus
coIGboradore•.
bóníco, álcool e ácido acético (estirpes heterofermentativas), Das primeiras utilizámos, para os nossos dosea
mentos, as seguintes (indicando também as referênciasda American Type Culture Collection):
L. casei E - ATCC n.s 7469L. arabinosus 17j5-ATCC. n.O 8014L. leichmannii 313 - ATCC n." 7830
São estirpes que suportam bem a acidez final domeio de cultura e cuja temperatura óptima de desenvolvimento está compreendida entre 28° e 32° C, exceptopara a estirpe indicada de L. casei a qual parece preferir41 °-42° ·C.
.
Das segundas, apenas utilizamos o
L. fermentum 36·- ATCC n.s 9338
É sensível a uma acidez acentuada do meio de cultura e a temperatura óptima de crescimento situa-seentre 35° e 40° C.
São todas microaerófilas, desenvolvendo-se melhora um pH compreendido entre 5,5 e 6,5 (33).
Além destes microrganismos, servimo-nos. aindados seguintes:
. Streptococcus [aecalis R - ATCC n." 8043 - bactéria ovóide, disposta geralmente em pares ou em cadeiascurtas Gram positivo, aeróbia e facultativamente anae
róbia, 'pertencente ao grupo .D de Lancefield. As suas
temperaturas limites de crescimento são de 10° e de40° C. Também produz ácido a partir da glicose ..
. Saccharomyces carlsbergensis - ATCC n.s ,4228-células grandes, redondas ou ovais, fermentando a glicose e vários outros açúcares, desenvolvendo-se em
anaerobiose mas, de preferência, sob condições aeróbías,suportando amplas variações do pH sendo, no entanto,O' mais favorável, o de 5,0 (33). A temperatura óptimade incubação é de 25°-26° C, não devendo ultrapassaros 30° C (57).
As estirpes atrás referidas eram conservadas em
meio sólido (I), com passagens quinzenais. O meio destinado à cultura do L. fermentum era enriquecido eam
100 fLg de vitamina BI por 100 ml, já que esta bactériatem tendência a modificar o seu metabolismo quandoem presença de doses fracas daquela vitamina, deixandode a exigir como factor de crescimento (17).
2. O meio-base
Como já foi dito, o meio-base deverá conter as
substâncias necessárias ao crescimento do agente quese vai utilizar em quantidades pelo menos óptimas, paraobstar a que o extracto possa ir suprir outras deficiências além das da vitamina que se pretende dosear.
. Bàsicamente, será constituído por uma fonte deenergia, ácidos aminados e polipeptídeos, vitaminas,minerais e um amortecedor.
. . - Estes meios são . geralmente de composição com
plexa-e de preparação morosa, pelo que .a .sua. comercíalízação veio'. simplífícar .grandemente '0 . trabalho arealízar.,
. .. -
. Seryimo-nos . dos meios dos Laboratórios Dijco,específicos .para o .doseamento. de cada vitamina, e quemais adiante. serão nomeados. .
.-
- -- _-"�"._-' - ::.. � .. .. . - - - -
...
(I) Usamos, para Lodas as estirpes" corn excepção diiL: lCíëhmann.ii, o meio' dós "Labcratórlos Diico «Bacto - MicroAssay Culture Agar». Para aquela bactéria servimo-nos do meiodos mesmos Laboratórios «Bacto - B12 .Ihoc.ulum Broth USP»,adicionado de 1,� g - de· gelose por 100 ml, e que contém' 10 'Jclé .sumo de tomate, O que se verificou ir estimular o seu cres-cimento (43).· .
O M É D I C O _. 4ú7
3. O soluto-padrão da vitamina
O soluto-padrão da vitamina a empregar deveráter uma concentração tal que os volumes que dele se
podem utilizar (na técnica que empregamos de 0,0 a
5,0 ml) contenham as quantidades de vitamina que percorram a gama de sensibilidade do agente.
Habitualmente, prefere-se a preparação dum soluto-base, que se armazena no frigorífico ao abrigo da l�ze sob tolueno, a partir do qual se faz a preparaçaoextemporânea do soluto-padrão.
4. O extracto
Dado que na Natureza as vitaminas se apresentammuitas vezes não só sob forma livre mas também sobforma combinada e que os microrganismos nem sem
pre conseguem efectuar a sua hidrólise; e visto que,mesmo quando capazes de utilizar qualquer destas for
mas, 2. sua resposta para umas e para outras _é �uita�vezes diferente é necessário preparar a substância em
causa de modo' a poder fornecer às estirpes a vitaminasob forma livre.
Na generalidade, o modo de extracção dun:a vitamina está sobretudo dependente das suas propriedadesfísico-químicas. Assim, se é resistente ao calor e aos
ácidos, como é o caso da niacina e da piridoxina, dar-se-àpreferência à extracção por meio da auto�lav�gem .emmeio ácido; se o é apenas moderadamente (tiamina, riboflavina), far-se-à uma extracção ácido-térmica ligeira queserá completada por intermédio de enzimas; se é sen
sível, como sucede com o ácido pantoténico e com o
ácido fólico, ter-se-ão de utilizar enzimas.
Quando se trabalha com substâncias sólidas ou
semi-sólidas, é necessário, porém, reduzi-las a fragmentos tão pequenos quanto possível, de modo a poderobter-se uma suspensão que permita a mais eficaz acçãodo agente hidrolizante e a libertação da vitamina.A homogeneização do nosso material foi realizada adicionando, na tina dum homogeneizador «VIRTIS», a 30 gde queijo 30 ml de água e submetendo a mistura, durante2 minutos, a 30 000 r. p. m. Do homogeneizado resultanteretiravam-se 10 g, o que correspondia a 5 g de queijo.
Os extractos obtidos podem, no entanto, conterdiversas substâncias que, influenciando o crescimentodo microrganismo, venham falsear os resultados. Istoé particularmente verdadeiro com os ácidos gordos, quepodem ter um efeito estimulante ou inibidor consoanteo ácido e ou a sua concentração· (79,88). Esta acçãoestá ainda dependente da vitamina em causa e doagente utilizado, sendo o L. casei particularmente sensível, e verifica-se sobretudo nas primeiras horas deincubação, dado que o pH óptimo para a sua actuaçãoé aproximadamente de 6,0, donde a vantagem de usar
períodos de incubação longos.. WEGNER, KEMMERER e FRAPS (83) e STRONG e CAR'
PENTER (79) aconselham a eliminação destas substâncias interferentes por filtração do extracto a pª 4,5,seguida de três extracções pelo .éter (15 ml _deste porcada 25 ml de extracto) e .nós adoptamos sempre esteprocedimento .
. Há posteriormente necessidade de levar o extractoFt
..um
.. pH .idêntico. ao �·pH. do meio....�Se
.
nestafase _ reaparece um precípitado, procede-se a nova filtração. A obtenção .dum extracto tão límpido quantopossível é, duma .maneíra geral, de boa técnica, e degrande impõrtâncía quando se pretende fazer a avaliaçãodo. crescimento por nefelometria. Acerta-se igualmenteo extracto a uma diluição que a experiência tenha mos
trãdo.. convéniente �pára que ?- sua concentração na vitamina a' 'dosear "se aproxime da da solução-padrão .
5. O inóculo
J',rô dia anterior ao da inoculacão, faz-se uma passagem para 'meio líquido do agente que se pretende utilizar.Aconselha-se que este meio tenha uma composição idèn-
o M Ê D I C O - 408
tica à do meio-base que se empregar no doseamento,enriquecido, porém, da vitamina em causa (1).
Os meios deverão ser seguidamente incubados a
37° C durante 18 a 20 horas, não devendo este períodoultrapassar as 24 horas já que, após ele, os microrgamsmos mostram frequentemente tendência a atenuaro seu crescimento, o que se irá reflectir numa escassa
resposta, uma vez em face da vitamina a dosear.
6. Orientação do doseamentoSementeira e incubação
Vários procedimentos têm sido propostos. Nósusamos o seguinte, mais geralmente utilizado:
Numa série de pares de tubos de ensaio conve
nientemente lavados, esterilizados e numerados, dístribuem-se volumes crescentes do soluto-padrão de vitamina, não variando em menos de 0,5 ml, de maneiraa que o primeiro par corresponda a 0,0 ml deste soluto(tubos que, na prática, são designados por «brancos»e que deverão, após sementeira e incubação, apresentarum crescimento muito ligeiro ou, até, nulo) e o penúltimo à quantidade máxima de vitamina que caia dentroda gama de sensibilidade do agente. Nos dois últimostubos, deitar-se-à este mesmo volume mas não serãoinoculados, destinando-se a servirem de testemunhade esterilidade do meio.
Noutra série deitam-se volumes crescentes doextracto, quatro ou cinco, também não variando em
menos de 0,5 ml.A cada tubo adicionam-se seguidamente 5,0 ml do
meio de cultura prèviamente preparado (meio-base).E, para que, no final, cada um contenha um volumetotal idêntico [o que evitará a influência sobre o cres
cimento do microrganismo de volumes diferentesinfluência constatada por HEGSTED e ALVISTUR (34)]'ajustar-se-à a 10 ml com água destilada.
'
Estes autores, no entanto, tendo verificado quevariações de 2 ml, ou menores, num volume final de10 �l! pouco afectavam os resultados obtidos, propõema utilização de 8 ml de meio-base e de volumes de soluto-padrão de vitamina e de extracto até 2 ml, evitandoassim, a adição de água,
,
.
Com a mesma finalidade ADRIAN (1), seguindo o
procedimento já referido por MCMAHAN e SNELL (51) para8, arginina e valina, serve-se dum soluto-padrão e dum
cx�racto dez vezes mais concentrados (e, por conse
gumte, de volumes dez vezes menores) e em todos os
tubos deita lO ml de meio base, diluído a metade em
relação à técnica que utilizamos.Baseando-se em que a utilização dos processos
acima. referidos tor?a os doseamentos dispendiosos pelaquantidade de meio-base que é necessário empregar,r.EVY El P?LON�VSKY (46) propõem um método em que o
volume fmal e de 2 ml. LOWRY e BESSEY (48) usam um
volume ainda menor: 0,2 ml. Estes autores empregamtambém solutos de vitamina e de extracto nas diversasconcentrações requeridas o que, permitindo deitar sem
pre o me�mo volume em todos os tubos, èvita igualmentea operaçao de uniformização do volume final.
À semelhança do que se faz para o doseamentodos antibióticos, alguns autores, como BACHARACH e
CUTHBERTSON (7), servem-se duma placa de Petri con
tendo um meio idêntico ao meio-base para a 't¢cnicaem tubo mas adicionado de gelose e prèvíamente inoculado. Sobre ele deixam cair volumes idênticos mas
d� concentração crescente, quer do soluto-padrão devitamina quer do extracto. Após incubação, medem a
superfície de crescimento que será, em princípio,proporcional à quantidade de vitamina depositada.
_
(1) Excepção feita para o L. leichmannii para o qual, pelasrazoes já apontadas, nos �ervimos do «Bacto - BI2 InoculumBroth USP», usamos o meio dos mesmos Laboratórios «Bacto- Micro Inoculum Broth»,
No entanto, como os próprios autores reconhecem, o
método tem-se revelado pouco preciso.Esquematizando o procedimento que escolhemos
teremos, no final, por exemplo:
1." série de tubos:
Volumes
Tubos
Ide soluto-de água I-padrãe de meio Total
1 (I) 0,0 ml 5,0 mlI
5,0 ml 10,0 ml2 0,0 ml 5,0 ml 5,0 ml 10,0 ml
3 0,5 ml 4,5 ml 5,0 ml 10,0 ml4 0,5 ml 4,5 ml 5,0 ml 10,0 ml
•• o- o ••• . .. - .....
.... o ••• . ... . ....
17 5,0 ml 0,0 ml 5,0 ml 10,0 ml18 5,0 ml 0,0 ml 5,0 ml 10,0 ml
2: série de tubos:
Volumes
Tubos
de extracto de água de meio Total
1 E 1,0 ml 4,0 ml 5,0 ml 10,0 ml2 E 1,0 ml 4,0 ml 5,0 ml 10,0 ml
5,0 ml5,0 ml
10,0 ml10,0 ml
7 E8 E
1,0 ml1,0 ml
4,0 ml
4,0 ml
('.) Embora os tubos 1 e 2 pertençam, efectivamente, tanto à sériedo padrão como à do extracto, para facilid8lde de' esquematização preterrmos incluí-los só na primeira.
Consoante é geralmente aconselhado, os tubosdeverão ser, depois, esterilizados na autoclave a 121°Cdurante 15 minutos. Porém, na prática, achamos suficiente o seu aquecimento em banho-marta ferventedurante 15 minutos. Dispondo de dois tubos-testemunha
que sofrem as mesmas manipulações que os demais mas
que não serão inoculados, a ausência de crescimentoneles pareceu-nos afirmação suficientemente válida denão inquinação dos outros.
Para a inoculação, deíxar-se-á caír em cada tubo,por intermédio duma pípeta de Pasteur, uma gota doínóculo.
Após agitação, os tubos são colocados na estufa.A temperatura óptima para a incubação da estirpe seria,como é óbvio, aquela que se deveria utilizar. Porém,dado que quase todas crescem bem a 37° C, foi desta
temperatura que nos servimos como regra a que fize
ram, no entanto, excepção o S. carlsbergensis e o St.
taecalis que foram incubados o primeiro a 25° C e o
segundo a 30 -c.A duração da incubação dependeu do procedimento
escolhido para avaliação do crescimento· do agente.Quando se utilizou a acidometria, deu-se preferência a um
período de 70-72 horas, pois não só a produção de 'ácido é,então, máxima, como a possível ínfluêncíá no doseamentode outras substâncias que não a vitamina é menos acen
tuada. Quando se fez a leitura por nefelometria, preferiu-se não prolongar a incubação por mais de 20-24 horas
já que, após este período, a turvação tern tendência a
diminuir (75).
7. Avaliação do crescimento do microrganismo
.
Para a avaliação do cresciment.o do microrganismo,servíamo-nos quer da neutralização do ácido produzidoquer da turvação do meio de cultura. Outros métodos
o M É D I C O - 409
AA:mS VEJÁ O vetSO�
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o
�tem sido propostos e utilizados, como a contagem directaIdas células, a medida do volume ocupado pelas células.centrífugadas e a determinação do pH do meio. Os que'empregamos são, porém, os mais simples, não só pela.técníca como pela aparelhagem e reagentes necessários.
A determinação da quantidade de ácido produzida.era feita por títulaçâo com OHNa D,IN, em presença«íum indicador, a solução alcoólica de azul de bromoti:mol a 2,5 %. A média dos valores encontrados para os
itubos-testemunha era tomada como «zero».
Para a leitura da turvação, usávamos um colorímetro fotoeléctrico «EEL», com filtro vermelho, e quenos dava directamente as densidades ópticas. Grandenúmero destes aparelhos dão, porém, os resultados em
percentagem de transmitância. Caso se deseje, pode-se,neste caso, transformar este valor naquele, pela apli-cação da fórmula
D= 2-log T,
cem que D é a densidade óptica e T a percentagem detransmitância (lO). O «zero» do colorímetro era acer
tado com o meio dos tubos-testemunha.
Depois de avaliado o crescimento verificado, mar.cávamos, num sistema de ordenadas e de abscissas res
pectivamente os volumes de OHNa D,IN gastos ou as
densidades ópticas encontradas e os volumes do soluto
-padrão de vitamina e do extracto utilizados.
Obtínhamos, assim, uma série de pontos que uni·dos constituiam duas curvas: a correspondente ao
soluto-padrão (curva-padrão) e a correspondente ao
extracto. Por interpolação gráfica, calculávamos entãoa quantidade de vitamina contida em cada uma dasquantidades de extracto utilizadas que, em seguida,·exprimíamos em relação a 1 ml. Usando as médiasobtidas para este volume e conhecendo a diluição a
que tinha sido levado o peso inicial da substânciaanalisada, fácil nos era determinar a quantidade devitamina existente em 100 g dessa substância.
Este procedimento, porém, não é seguido por todos-os autores.
Assim, WOOD (90) propõe a utilização apenas da por-ção inicial da curva-padrão, geralmente rectilínea e, considerando que a origem da curva do extracto será a
'mesma e que também terá idêntica configuração, faz a
determinação da concentração vitamínica da substãn
c:ia analisada por comparação dos coeficientes angulares. Dado que os volumes mais baixos do extracto, normalmente utilizados, são, por este método, desprezados,a influência de factores estranhos seria menos susceptível de se manifestar.
"Mais tarde, o mesmo autor (91) propõe novo
'método que reputa de mais rigoroso em relação ao queutilizamos, e pelo qual a concentração do extracto édada pelo número cujo logaritmo é igual à soma do logaritmo da concentração do soluto-padrão de vitamina'com a distância, na horizontal, que separa as duas'linhas. O paralelismo destas seria, ainda, uma provavisual rápida da validade do doseamento.
Com o fim de simplificar o método, e continuandoa pressupor rectilinea a resposta do agente, pode-se fazerapenas a determinação de cinco pontos para o traçadodas curvas (três pontos para a curva-padrão, um dosquais correspondente aos «brancos», e dois para a doextracto) - método dos cinco pontos, zero comum - ou
de seis (três para cada curva, desprezando os «brancos»).A grande crítica que estes métodos sofrem é a de
que a resposta do microrganismo' não é necessàríamente rectílínear-e se o é, é-o só para os primeiros tubos'e não tarda a encurvar .. se para atingir um nivel a partirdo. qual se dispõe em planalto, nivel esse relacionadocorn a quantidade máxima de vitamina a que-o orga-nismo se mostrou sensível.
.
O MtDICO - 411
B. MÉTODOS PARTICULARES
I - RIBOFLAVINA
O primeiro método microbiológico a ser propostopara o doseamento da riboflavina foi o de SNELLe STRONG (75), utilizando o L. casei E. Mais tarde KOCHER(39) emprega o St. iaecalis, KORNBERG, LANGDON e CHELDELIN (41) o L. mesenteróides e CAMPBELL e HUCKER (l3)a estirpe de Lactobacillus n.s 7993, todos estes agentescom a vantagem duma maior sensibilidade que o
L. casei. O método de SNELL e STRONG continua, porém,a ser o mais utilizado; por isso o preferimos por umaquestão de uniformidade com outros autores e pelaexistência de meios «estandartízados» para aquelemicrorganismo.
Preparação do extracto (')
A autoclavagem em meio aquoso foi o método inicialmente empregado (75). Propôs-se também a utilização de enzimas, particularmente a «Taka-diastase» e a
papaína (16,22). ADRIAN (l), porém, aconselha uma extracção dupla: autoclavagem em meio ácido seguida daacção de enzimas.
Seguindo este critério, suspendíamos 5 g de queijoem 50 ml de CIH D,IN, e autoclavávamos durante 20minutos a 120° C. Após arrefecimento, acertávamos o
pH a 4,5, 'com acetato de sódio, ádícíonávamos 100 mgde «Taka-diastase» (Parke, Davis & C.O) e 100 mg depapaína e incubávamos a 37° C, sob tolueno, duranteuma noite. Na manhã seguinte, aquecíamos o extracto,em banho de água a 100° C durante 10 minutos parainactivação dos fermentos.
'
II - NIACINA
A maioria das espécies do género Lactobacillusparece ter necessidade desta vitamina como factor decrescimento, mas, dados os bons resultados obtidos porSNELL e WRIGHT (76) com o L. arabinosus 17/5, as demaisnão têm sido pràticamente investigadas neste sentido.FILDES (27) e LWOFF e QUERIDO (50) propõem o Proteus X19. DORFMAN et al. (25) referem a possíbilídadede utilização da Shigella paradysenteriae.
Preparação do extracto
A hidrólise ácida parece ser a mais eficaz (18)e KREHL, STRONG e ELVEHJEM (42) aconselham a utilização de S04H2 ou de CIH lN.
Nós realizámos a extracção adicionando a 5 g dequeijo 50 ml de CIH IN e autoclavando a mistura,purante 30 minutos, a 120° C.
'
III - BIOTINA
Uma grande variedade de métodos microbiológicostem sido proposta para o doseamento da biotina. O primeiro foi o de KOGL e TONNIS (40) utilizando a estirpede levedura «Rasse M». SNELL, EAKIN e WILLIAMS (74)propõem o Saccharomyces cerevisiae, HODSON (35) a
mutante «cholineless» de Neurospora crassa, LAMPEN,BAHLER e PETERSON (44) o Clostridium Butylicum 21e WEST e WOGLOM (86) o Rhizobium tri/alii 205.
A verificação feita por SNELL e WRIGHT (76) de quea substítuíção da bíotina pelo ácido nicotínico no meiopor eles proposto para o doseamento deste pelo L. arabinosus tornava possível o doseamento daquela, abriucaminho à utilização dos Lactobacillus. Assim, SHULL,HUTCHINGS e PETERSON (69) descrevem um métodoposteriormente modificado por SHULL e PETERSON ,(70):
,) ,
(1) As restantes características da técnica seguida para o
doseame�to não só desta vitamina como das demais, estãoesquematizadas no Quadro I.
ç, . M É D I C ,O - 41,2
Q LI A D R O, I·
SINOPSE DAS TÉCNICAS UTILIZADAS (1).... , f "'-
'vitaminá r agente-
"
meio-baseconcentração (a) temperatura duração avallação
do .. , In6culo de da do..
r�� .:- soluto-padrão incubação incubação crescímento .
. 'r· .. ·"·,.f" il
"
Bacto -
70 - í2riboflavíua L. casei IS RIBOFLAVIN 100 mf.Lg ImI 10 - 20 ml 370 C acídímètrica,
ASSAY MEDIUM horas
"
,,'
(b)niacina L. arabinous 1/15
Baeto100 mug ImI la - 20 ml 37° C 70-72 acldímètricaNIACIN horas
ASSAY MEDIUM
-
:
Bacto -
70 - 72bíotina L. arabinous 17/5 BlOTIN 02 mug I ml ioo ml 37" C acidimétricaASSAY MEDIUM horas
(c) 1 ml por cada 2Bacto -
piridoxina S, carlsberqensis PIRYDOXINE 10 mf.LgjmI gotas duma pri- 250 C 20 -�2 nefelométricaASSAY meira suspensão horas
- MEDIUM Y em lO ml (d)------ -
I (
Bacto -
18tiamina L. fermentum 36 THIAMINE 10 ml�g'/mi 40 - 50 ml 37° C nefelométrica
ASSAY MEDIUM horas
----
ácidoBacto -
16 - 18St. faecalis R FOLIC ACID 2 mf.Lg / IPI : O ml 300 C nef'elométricafólico ASSAY MEDIUM1horas
-
Bacto -
ácidoL. arabinous 17;5 PANTOTHENATE 50 mi�g 11)11 .
- -·IOOmi 370 C 18 - 20 nefelomètricapantotèníco MEDIUM USPhoras
- "
" r. , I
Bacto -
70 -72cobalaminas Lo leichmannii 313 BI2 ASSAY 0,05 mf.Lg I ml 400 ml 370 C acidimétricaMEDIUM USP horas
-r:
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(') A técnica para ci preendimento dos tubos encontra-se esquematizada na página 5,(al Os volumes indicados referem-se ao volume aproxima do 'do soro fisiológico no qual foi suspenso o centr-ifugado obtido' ':'" ",'
apôs ylavagem. Como já foi referido, a Inoculação fez-Se- com uma gota de ínóculo assim preparado para todas as vitaminas, com excepçãodé pir-Idcecinas. para a qual se usou 1,0 ml.
,;,1.:::,':"
, , (b) Este meio baseia-se na modificação introduzida no d e SNElLL e WRIGHT (76) por' BARTON-WRIGHT (8), ", ',1':" j,: .:(c) Os Laboratórios Di/co substituiram o meio inicialmente proposto por ATKIN, SCHUUTZ, WILLIAMS e F'REY (5) pelo
de CAMPLING e NIXON (14) com as modificações necessárias à s ua aplicação para o doseam.ento desta vitamina,'
,(d ) Esla técnica indicada por A!DR'IAN (1), mais simples do que' a geralmente aconselhada (3), deu-nos sempre bons
resultados,,
.
utilizando o L. casei e WRIGHT e 8KEGGS (93) servem-sedo L. arabinosus. Foi este método que fundamentalmente seguimos.',{
,
Preparação do extracto',"l"
(:,,' Duma maneira geral, conquanto a extracção 'enzimática forneça por vezes valores altos, a hidróliseácida é normalmente necessária para uma libertaçãocompleta' (33). A: melhor técnica parece ser a que usa
a. autoclavagem da amostra em meio 804Hz ou CIH 6N,durante'duas horas; a 1200 C (56) e dela nos servimos.
IV - PIRIDOXINA
o agente primeiramente proposto para o doseamënto da -píridoxína foi a mutante «pyrídoxíníess» da
Neurospora sitophila (78) mas este microrganismo tema desvantagem da dificuldade de avaliação do seu cres
cimento, que tem de ser feita ponderadamente, e de quea incapacidade para sintetizar a vitamina só se verifica
namedida em ,que o pH do' meio 'se mantenha ínreríora"6,0. WILLIAMS, EAKIN e MCMAHAN (8.'0 usaram oS. cere-
uisiae, estirpe «Gebrüder Mayer», mas os valores obtidosforam bastante inferiores aos fornecidos pelos métodos
químicos e biológicos (20).'0 método mais utilízado.tem,sido o de ATKIN, SCHULTZ, WILLIAMS e FREY (5), com.oS. carlsbergensis.
,
Preparação do extracto l')'
As primeiras extracções fizeram-se por meio I deácidos fortes a concentrações altas, mas verificado quecom baixas concentrações se obtinham resultados superiores (52), passou a utilizar-se a extracção por autoclavagem, a 1250 C, durante 5 horas, em meio 804Hz ouCIH O,055N (62). .r.r I'!'
Seguindo esta técnica, nós realizávamo-la adicínnando 'a 5 g de queijo 1 ml de CIN ION e 179 ml de,OHie autoclavando a mistura, a 1250 C, durante 5 horas.
Nota: ".;
,
Com o fim de evitar a contínua agitação dos tubos,durante a. incubação, para fornecer ao S. carlsberçensisas condições de aerobiose mais favoráveis ao dosea-.
mento, substituímos, no nosso trabalho, os tubos deensaio por balões de Erlenmeyer de 50 ml.
, Dildo, também, que a inoculação com a técnica
· que usamos, de preparação do inóculo e que adiantese indica foi feita não com uma gota como para as
· demais yitaminas mas com 1 ml, distribuído por intermédio duma pipeta graduada, e para conservar o volume
· Iinal de 10 ml, o volume máximo de soluto-padrão 'queutilizamos foi de 4,0 ml.
v- TIAMINA
Dos vários métodos descritos para o doseamento
-microbiológico da tiamina, o primeiro a ter larga acei
tação foi o de SCHOPFER e, JUNG (65), baseado no crescimento do Phycomyces Blakesleanus.'Ô método pecava,
porém, pelo longo período de incubação que requeria (lO dias) e pela necessidade de determinação do
peso do micélio como técnica para avaliação do cres
cimento do microrganismo.' SCHULTZ, ATKIN e FREY
(66,67) servem-se da quantidade de anidrido car
bónico e JACQUOT e THIVOLLE (37) da de álcool pro-'duzidos pelo S. cerevisiae, WOOLLEY (92) usa o Endomyces vernalis; GAINES e STAHLY (30) propõem o L. mesenteroides e SILVERMAN e WERKMAN (71) o Propiônibacterium pentosaceum. WEST e WILSON (85) usam o Staphylococcus aureus, mas o facto do agente poder ser patogénico para 'o homem obriga a cuidados especiais·durante o doseamento. EMMERIQUE-BLUM e LWOFF (26)usam um ciliado,' o Glaucoma piriformis e NIVEN e
SMILEY (54) servem-se do St. salivarius S20 B.
Porém, o método hoje mais utilizado é o de SARETTe CHELDELIN (64), com o L� fermentum 36, que é defácil realização e não exige cuidados particulares.
, ,
Preparação do extracto
nado que a vitamina é termolábil, ter-se-à derecorrer a processos enzimáticos. Porém, como estasensibilidade é, sobretudo, evidente em meio alcalinoou neutro, � possível uma extração inicial ligeira peloaquecimento a 100° C, durante 30 minutos, em meio
ácido, extracção que será, depois, completada pela acçãode fermentos, nomeadamente a «Taka-diastase» e a
papaíne (64).Nós suspendíamos 5 g de queijo em 50 ml de CIR
D,IN e aquecíamos, durante 30 minutos, em banho-mariafervente. Após arrefecimento, levávamos o pH a 4,5 pelaadição de acetato de sódio e adicionávamos 250 mg de'«Taka-diastase» e· 25O"mg de papaína. Após incubação,durante uma noite, sob tolueno e a 37° C, aquecíamos,na manhã seguinte, o extracto a 100° C durante 10 minutos para inactivar os fermentos.
..
Nota:
Quando se utiliza o L. fermentum, é conveniente
que a incubação se não prolongue por mais de 18-20
horas, já 'que após este período a bactéria pode começar.a aproveitar também a pirimidina e o tiazol (64).
VI - .4.cIDO FÓLICO
O primeiro método a fornecer resultados satisfatórios foi o de MITCHELL e SNELL (53) utilizando o St. faecalis R, logo seguido pelo deLANDY e DICKEN (45) servindo-se do L. caseiLUCKEY, BRIGGS e ELVEHJEM (49), voltando a
'empregar o St. [aecalis, propõem novo meio-base, tentando aumentar o fraco crescimento que se verificava'Com o de MITCHELL e SNELL, mas resultados ainda supe
.riores são obtidos por TEPLY e ELVEHJEM (80).l
Preparação do extracto
A sensibilidade desta vitamina obsta a que se
recorra a uma extracção, ácida ou alcalina, prolongada.Dos fermentos, verificou-se inicialmente que a
«Taka-diastase» e a papaína libertavam ácido fólico
O M l!: D I C O '--;-. 413
activo para os microrganismos usados nos doseamentos (16,49), mas esta hidrólise não se mostrou completa(9,63). As conjúgases, que seguidamente se propuseram,podem distribuir-se por dois grupos: as que, como a
existente no pâncreas de galinha, têm uma actividademáxima a pH 7,0-8,0 e aquelas, presentes na maior partedos tecidos animais, mas sobretudo no fígado e nos
rins, para as quais o' pH óptimo é de aproximadamente 4,5.
Qualquer destes tipos foi empregado isoladamente.
Porém, SREENIVASAN et al. (77) verificaram que tal procedimento originava uma hidrólise incompleta e propõem o seu emprego sucessivo. Assim, a 5 g de queijo,adicionávamos 5 ml de tampão acetato a 1 %, depoisd.e termos acertado o pH a 4,5, e 50 mg de extracto derim de porco e incubávamos, sob tolueno, a 37° C,durante 20 horas. Levávamos depois o pH a 7,0 e adicionávamos 5 ml de tampão fosfato M/5 e 50 mg deextracto de pâncreas de galinha e incubávamos, tambémsob tolueno e a 37° C, durante 8 horas, após as quaisaqueciamos o extracto durante 10 minutos, a 100° C,para inactivar os fermentos.
VII - ÁCIDO PANTOTÉNICO
O método de WILLIAMS e SAUNDERS (89) tem hojeapenas interesse histórico. ATKIN, WILLIAMS, SCHULTZe FREY (4) utilizam, com bons resultados, o S. carlsber
çensis, enquanto que PEYNAUD e LAFOURCADE (61) ensaiamoutras espécies, particularmente o S. ellipsoideus e o
S. chevalieri. PELCZAR e PORTER (58) propõem o Proteusmorganii 21 e CARNERI (15) publica recentemente novo
método baseado no crescimento da mutante 99-1 daEscherichia coli.
Do género Lactobacillus, só o L. arabinosus 17/5e o L. casei E têm sido utilizados. Assim, PENNINGTON,SNELL e WILLIAMS (60) e depois LIGHT e CLARKE (47)usam o segundo, mas a preferência vai, no entanto,para o método de SKEGGS e WRIGHT (73) com o L. arabinosus, não só pelas suas exigências nutritivas serem
menores como também pelos resultados mais coerentesa que conduz.
Preparação do extracto
A sensibilidade desta vitamina impõe a utilizaçãode enzimas para a sua extracção.
Verificou-se logo de início que a papaína, a pancreatina, a pepsina e a tripsina não apresentavam actividade apreciável (16). Posteriormente, BUSKIRK e DELOR(2) propõem a mílase P, mas observou-se (82) que em
muitos produtos este fermento só libertava uma pequenafracção do ácido pantoténico combinado. NOVELLI,KAPLAN e LIPMANN (55) ;referem, finalmente, a eficáciaduma mistura de fermentos hepáticos e de fosfátaseintestinal, desprovidos de efetio quando actuando isoladamente. Desde então, tem sido o processo de extracção aconselhado.
Não conseguimos, no entanto, obter os fermentosnecessários, pelo que nos tivemos de limitar a utilizaro método proposto pela Association of Official Agricultural Chemists (2) para o doseamento do ácido pantoténico na forma livre. Assim, adicionávamos a 5 g dequeijo 50 ml de água, ajustávamos o pH a 5,65 com
acetato de sódio, adicionávamos tampão acetato 0,2Ne autoclavávamos durante 5 a 7 minutos a 120° C.
VII - COBALAMINAS (I)
Os primeiros métodos propostos para- o doseamento da vitamina Bu baseiam-se no crescimento da
(I) À cianocobalamina OU vitamina BI2 vieram juntar-seoutros compostos dotados de idêntica actividade vítamínica,como a hidroxicobalamina ou vitamina Bn' e a nitrotocobalamina ou vitamina B,2°, pelo que hoje há tendência a designá-los genéricamente por grupo das vitaminas BJ2 ou, simplesmente, cobalamínas,
o M É D I C O - 414
bactéria que tinha originado a sua descoberta: o L. lactisDorner. Usam-na SHORB e BRIGGS (68). Depois SKEGGS,HUFF, WRIGHT e BOSSHARDT (72) utilizam o L. leichrnanni 326, cujas necessidades nutritivas são menos
complexas. Das outras estirpes de L. leichmannii queigualmente foram propostas, a mais sensível parece ser,no entanto, a 313 (31).
'
Além das bactérias do género Lactobacillus" outrosmicrorganismos têm sido propostos. DAVIS e MINGIOLI
(23) e depois BURKHOLDER (11) usam mutantes de Escherichia coli. FORD (28) preconiza a utilização dum pro-
,
tozoárío, o Ochromonas malhamensis. HUNTNER et al.(36) propõem o emprego duma alga, a Euglena gracilise FRIES (29) sugere a possibilidade de utilizar outra,a Goniotrichum elegans. AYERS (6) refere que váriasbactérias que requerem água do mar na cultura primária, pertencentes aos géneros Achromobacter, Pseudomonas e Flavobacterium, entre outros, mostram neces
sidade altamente específica de vitamina B12• No entanto,o agente que continua a ser mais utilizado é o L. lei-
C. RESULTADOS.,,' :." 1
., ,� .
J
No Quadro II resumem-se os resultados obtidos.Destes interessa particularmente comentar os
indicados para a riboflabina, nacina e tiamina, já que. são os únicos para os quais há resultados publicados.no nosso país.
. '"
Para a riboflavina, a média por nós obtida esta,de acordo com o conceito de que este alimento é um
bom fornecedor desta vitamina e com a referida porGONÇALVES FERREIRA e SILVA GRAÇA (32), e permite a
conclusão de que uma quantidade apreciável é retidadurante o processo de coagulação do leite, o que, já,tinha sido observado por DADIDOV et al. (21). I,'
Para a niacina, a média encontrada, se bem quede acordo com a verificação de DADIDOV (21) de queapenas uma pequena percentagem 00,4 %) da vitaminado leite é retida durante a fabricação do queijo, difere:acentuadamente da encontrada por GONÇALVES FERRJ):II;l.f\.e SILVA GRAÇA (32).
' ,
QUADRO 11
Teor em vitaminas do complexo B do queijo fJamengo nacionalcom 45% de gordura
VblJres ancontrados (em I�g por 100 Ir) Precisâo da rr.édíaNumero de t. s-determina- -
(± _XX10O)ções desvio-padrão
maxtmo mínimo média desvio-padrão Xda mèuta (P=O,Y51
riboJlaviua. 12 414,0 300,00 348,1 35.12 1(,139 ± 6,4°'0
uiacínn 17 80,00 46,00 61,67 10,39 2,518 ± 8,7%
biotina 11 1,613 0,960 1,304 0,1823 O,O5�0 ± 9,4%
piridoxinn . 17 71,50 30,70 49,49 13,20 3,202 t 13,7°,'0
tiamina. 14 37,60 16,40 26;45 6,156 1,645 ± J 3,4%
úcido fólico 17 67,50 24,30 47,08 10,389 2,597 ± 11,8%
fa)
ácido pautotéuico , 14 115,00 48,50 83,70 18,66 4,987 ± 13,0°,'0
cohalaminas 16 1,8450 0,9090 1,2902 0,2868 (1,0717 ± 11,8%
(a) - formas livres
chmannii já que é de fácil manejo e dá resultados bastante comparáveis aos fornecidos pelos métodos bio
lógicos.
Preparação do extracto
A extração enzimática, preconizada por PEELER,YACOWITZ e NORRIS (59) com a pepsina e a «Taka-diastase» para as amostras de origem vegetal e com a pancreatína e a tripsína para as de origem animal, foiapoiada por vários autores (81). A extracção hídrica,a frio, foi proposta por COHEN e BENNET (9). Para a
extracção a quente o método mais seguido é o acon
selhado pela Association oi Otficial Agricultural Chemists (2), que utilizamos.
Assim, preparávamos primeiro uma mistura extractora contendo, por 1000 ml, 13 g de fosfato dissódico,i2 g de monohidrato de ácido cítrico e 10 g de metabissulfito de sódio.
A 5 g de queijo adicionávamos 125 ml desta mistura e autoclavávamos, a 1200 C, durante 10 minutos.
Nota:
Usando o L. leichmannii 313 verificamos haver van
tagem na substituição dos tubos de ensaio, geralmenteutilizados, por outros de maior diâmetro (2,5 cm) jáque a curva do crescimento assim obtido permite uma
mais fácil e precisa interpelação.
Quanto à tiamina, igualmente se verifica grandedisparidade entre os valores indicados por nós e
por aqueles autores. Saliente-se, porém, que os
valores referidos por estes foram obtidos por método,físico. A observação de DEARDEN et al. (24) de que apenas9 a 15 % da tiamina do leite é retida durante a coagulação, levaria a esperar, no entanto, um teor vítamínico baixo.
D. CONCLUSÕES \'
- O método microbiológico aplicado ao doseamento das vitaminas do complexo B do queijo flamengonacional com 45 % de gordura, desde que suficientemente ensaiado, é de técnica simples e passível de ser
empregado como método de rotina;- O queijo flamengo nacional com 45 % de gor
dura contém quantidades apreciáveis de riboflabina,de ácido fólico e de cobalaminas mas é pobre em
níacína, bíotina, piridoxina e tiamina. Aguarda-se a possibilidade dum estudo mais completo no que respeitaao ácido pantoténico;
- A comparação dos resultados por nós obtidoscom os referidos por outros autores portugueses vem
novamente salientar a necessidade de continuação destes estudos.
- A comparação com os resultados de autores
estrangeiros (38) confirma que é indíspensável realizarestas determinações em todos os países.
O Mll:DIOO - 415
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• Amplitude de regime alimentar, evitando simplesmente os excessos
mais graves;
• O EVIMAR e o EVIMAR-AL, pela.sua acção protectora de reves
timento, não necessitam de medicações associadas tais como anti
espasmódicos, sedantes, etc.;
• A adição de hidróxido de alumínio assegura, enfim, ao EVIMAR-ALo poder "tampão" dos constituintes alcalinos da mucina frente a
um excesso de acidez gástrica.
IndicaçõesDoença ulcerosa:
Úlceras gástrica s
Úlceras duodenaisÚLceras pépticas post- operatórias
Esofagites por refluxoPi roses
Gastrites:Hi perclorídricasMedicamentosas
Representado por: Fórmula por comprimido:E V I M A R - Polissacarideo sulfa-
--
_1]'�� QUJFABEL t:...-:
I •• o
-
tado . 0,500 grs.
EVHtf�·R ..AL � Polissacarídeo sulfatado . 0,500 grs.Gel de Hidróxido de
alumínio 0,350 grs.
Nota:
A comparação da média obtida neste trabalho parao ácido fálico (47,08p.g por 100 g) com a apresentadanum trabalho anterior (l) em que a extracção foi apenasrealizada com extracto de pâncreas de galinha (49,02p.gpor 100 g), levou-nos a pensar, uma vez que a diferençadessas médias não era sígnífícatíva (t=0,487; g. 1.=30;p "",0,60), que não haveria vantagem na utilização duma
extracção dupla para o material com que tínhamost.rabalhado. Para o verificar, determinámos o teor em
ácido fálico em seis amostras diferentes de queijo fla
mengo, cada uma delas tratada segundo as duas técní
cas, e obtivemos os resultados seguintes:
(a) (b) diferençaamostra pàncreas de rim de porco + lb a)
galinha pâncreas de galinha (f-Lg p. 100 g)(f-Lg p, 100 g) (11g p, 100 g)
A 30,00 36,00 + 6,00
B :24,46 29,00 + 4,54
C 27,00 36,54 + 9,54-
D 56,70 53,80 - 2,90-
E 34,20 . 31,50 -2,70
F 34,00 36,20 +2,20
média 34,39 37,17 + 2,78
o estudo da variância global destes resultados nãomostrou diferença sígnificatíva entre os valores obtidoscom uma e outra das técnicas de extracção usadas(t=1,974; g. 1.'--=5; P .:><0,10).
RÉSUMÉ
En employant la méthode microbiologique, l'auteur a faitle dosage des vitamines du groupe B dans un fromage portugais,type hollandele fromage flamengo, avec 45 % de matière grasse(matière grasse dans l'extrait sec).
Les moyennes obtenues ont été les suivantes:
vitamine nombre de moyennedeterminations (Ilg par 100 g)
riboflavine. 12 348,1
uiacine . 17 61,67
biotine 11 1,304
pyridoxine . 17 49,4G
thiamine. 14 26,45
acide folique 17 47,08
acide pantothénique . 14 ::13,70
I cobalamines 16 1,2902
Après conclure que, du point de vue des vitamines dugroupe B, ce type de fromage est un aliment d'intérêt pour ce
(I) SANTOS MOTA, J. M. - «Doseamento Microbíológico dasVitaminas do Complexo B do Queijo»; Dissertação para o
acto de licenciatura apresentada à. Faculdade de Medicina,Porto, 1962.
O MÉDICO-4l7
qui concerne la riboflabine, l'acide folique et les cobalamineset pauvre en niacine, biotine, pyridoxine et thiamine (Ia valeur
indiquée pour l'acide pantothénique, le dosage ayant été fait
simplement pour les formes libres, ne permet pas encore des
conclusions), l'auteur remarque la necessité non seulement de
continuer ces études dans son pays mais aussi de les réaliserdans touts ceux intéressés à connaître la composition de leurs
aliments, dû à la diversité de celle-ci.
SUMMARY
The microbiological assay of vitamin B complex was
made in a portuguese Edan like cheese - flamengo cheese,with 45 % of fat (fat in dry extract).
The following results were obtainned:
vitamin number of mean
assays (lli/lOO g)
riboflavin. 12 348,1
niacin 17 61,67
biotin Il 1,304
pyridoxine . 17 49,49
thiamine. 14 26,45
folic acid 17 47,08
pantothenic acid 14 83,70
cobalamins . '1 16 1,2902
The results allow the conclusion that this type of cheeseis of interest as a dietary source of riboflavin, folic acid andcobalamins. Niacin, biotin, pyridoxine and thiamine are present.only in small quantities. The value for pantothenic acid doesnot permit any conclusion since it just represents free formsof the vitamin.
In view of the diferences observed between these resultsand those of other authors, the need for other studies on thissubject in Portugal and the advantage of having his own
results in each country is enhanced.
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CELIOSCOPIA
Desde há alguns anos que a celioscopia se tornou num método de exploração ginecológica corrente.Se alguns hesitam por vezes em a praticar, é somentedevido aos imperativos que devem presidir à sua exe
cução. Este método exige uma hospitalização de 36horas em meio cirúrgico; deve ser executado sob anes
tesia geral, por um operador experiente na técnica e na
interpretação (às vezes bem difícil) dos aspectos ana
tómicos da pelve.As grandes indicações da celioscopia são a este
rilidade e o diagnóstico da gravidez extra-uterina.No estudo das esterilidades, este exame será de preferência praticado quando a permeabilidade das trompasestiver em causa. Sem dúvida que os exames de basesão a insuflação tubar e a salpíngografía, devendo ser
executados em primeiro lugar. Bastam, se não há qual.quer lesão tubar que impeça a migração do ovo. Mas,em certas circunstâncias, aqueles exames não permitemuma investigação completa. Tais, por exemplo, os casos
cm que:
E ESTERILIDADE
JEAN THOYER-ROZAT
- uma obturação tubar, total ou parcial, põe em
questão a oportunidade duma intervenção plástica;- os resultados das explorações clássicas são apa
rentemente discordantes.Em todas estas celioscopias para a esterilidade de
origem tubar, associamos sistemàticamente a exploração endoscópica e a injecção útero-tubar duma soluçãocorada pelo azul de metileno: segue-se a progressão do
líquido por transparência, antes de o vermos difundirà roda dos pavilhões, depois difundir-se na pelve. Preferimos recorrer à injecção duma solução corada do queà insuflação gasosa (as bolhas de gás padern não ser
visíveis enquanto que a difusão do líquido nunca escapaao exame).
ESTERILIDADE TUBAR
Se a sede da obturação das trompas é ao níveldo corno uterino ou do pavilhão, quer seja total querparcial, é necessário verificar o estado das paredos
tubares por uma- celíoscopía antes de se tentar resta
belecer círùrgícamente a permeabilidade normal.
Primeira eventualidade: a obturação situa-se no
corno uterino. Toda a tentativa de intervenção plásticaestá votada ao fracasso, se o pavilhão e a metade externa
da trompa são sede de lesões; no caso contrário, a
cirurgia plástica encontra uma das suas melhores
indicações.Ora, no total das obturações do corno uterino, ape
nas um terço corresponde aos casos favoráveis. A celíos
copia evitará, pois, uma laparotomia inútil em 70 %dos casos de obturação tubar.
Segunda eventualidade: a obturação situa-se no
pavilhão. a) A execução duma salpíngotomia só tem
algumas probabilidades de sucesso, se a parede tubar
não estiver envolvida de aderências, não for a sede de
lesões inflamatórias em evolução, especialmente tuber
culosas, se, enfim, o ovário não apresenta uma distrofia
e não está atingido ao mesmo tempo que a trompa porum processo de peritonite plástica. Quando a celioscopiadescobre um magma de aderências perítubo-ovárícas
espessas, uma salpingite latente ou granulações peritoneais, devemos renunciar à intervenção: poder-se-acompletar a celioscopia por uma biópsia tubar. Assim,o exame endoscópico terá orientado ùtilmente a tera
pêutica médica e feito renunciar a uma intervençãoinoportuna. b) É frequente que as explorações clássicas
revelem uma impermeabilidade somente parcial. Radio
logicamente, a substância opaca difunde imperfeitamente; à insuflação, a permeabilidade só aparece a uma
pressão elevada e a curva de registo descreve uma
parábola, quando se suspende a administração de gás.É fundamental, nestes casos, explorar o estado
dos pavilhões pela celioscopia. Por vezes, o orifício
tubar reduz-se a uma simples fenda, através da qualse vê uma invaginação das franjas tubares. Noutros
casos, o pavilhão está rodeado, ao mesmo tempo que o
ovário, de aderências filamentosas que, embora não
suprimíndo totalmente a permeabilidade, não deixam
de perturbar gravemente o mecanismo normal da
captação do óvulo e da mígração do ovo.
Discordância aparente entre as provas clássicas de
permeabilidade tubar. Uma imagem de difusão imperfeita da substância opaca pode ir de par com uma
curva de passagem normal do gás à insuflação. Trata-se
aqui também de impermeabilidade parcial e o exame
do pavilhão com óptica de visão lateral esclarecerá as
razões dos resultados discordantes fornecidos pela sal
pingografia e a insuflação.
Pode-se exigir da celioscopia mais do que uma sim
ples exploração? Supomos que não. Alguns autores
propõem que se faça no decurso do exame uma insu
flação gasosa ou uma injecção de líquido a forte pressão (300 mm de mercúrio) até que apareça, ao nível
dum ponto fraco, uma rotura da parede tubal'. Nós não
admitimos que esta forma de se restabelecer a permea
bílidade constitua um tratamento eficaz da esterilidade
por obturação tubal'.
o MÉDICÓ - 41Y
O mesmo sucede com as intervenções que se propuseram pl'< tical' no decurso da c Iíoscopía, e p cialmente a secção pela galvanocautério das aderênciasperítubo-ovárícas. Preferimos recorrer a uma laparotomia, que dá maior segurança de execução e permitetambém a libertação mais completa dos anexos.
ESTERILIDADE DE ORIGEM UTERINA
OU OVÁRICA
Se a celioscopia é indispensável para se estabelecer o «bilan» completo duma esterilidade tubal', fornece muitas vezes ensinamentos interessantes nas esterilidades relacionadas com uma anomalia uterina ou
ovárica.
No caso de dualidade da cavidade uterina reco
nhecida à histerografia, a celíoscopia permitirá afirmarse se trata dum útero verdadeiramente duplo (comportando dois canais mullerianos independentes), ou dumútero com um tabique formado pela não reabsorção dazona de coalescência dos dois canais primitivos. No útetero duplo, os dois hemi-úteros estão nitidamente indi
vidualizados, enquanto que no segundo caso a morro
logia externa é normal.
Nas formas intermediárias de útero bicórnio,existe sobre o fundo uterino um sulco mediano maisou menos profundo.
Na mulher estéril portadora duma retrooersãosem obturação tubar, a celioscopia buscará a existência
de aderências perí-útero-anexiais : a sua presença justíficaria a cura cirúrgica da retroversão com libertaçãodos anexos.
A exploração dos ovários informar-nos-á sobre o
número de folículos que fazem saliência à superfície,seu grau de maturação e o aspecto do último corpoamarelo. Fará o despiste das distrofias, causas frequentes de esterilidade- em consequência de perturbaçõesda ovulação, quer se trate da clássica e imprecisa degenerescência esclero-quístíca ou duma hipertecose com
o aspecto de ovários lisos, dum branco-porcelana, tal
como se observa no síndrome de Stein-Leventhal.
A última indicação da celioscopia diz respeito aos
casais nos quais as diferentes explorações não resulta
ram na descoberta da causa da esterilidade. Temos porvezes a surpresa de descobrir anomalias morfológicasdas trompas, aderências peri-ováricas, uma endome
triose recente e latente.
Reconheçamos que muitas vezes esta exploraçãonão resolve o problema etiológico da esterilidade. Tem,contudo, o mérito de dar, duma maneira muito simples,informações que, sem ela, apenas nos poderiam ser
fornecidas pela laparotomía exploradora.Em conclusão: a celíoscopia ocupa agora o seu
lugar entre os exames complementares correntemente
praticados nos casos de esterilidade. Deveria precedersempre as intervenções que se podem considerar nos
casos de esterilidade de origem tubar, pois permiteevitar um bom número de laparotomias injustificadas.
(Dos «Entretiens de Bichat»,
Correntesdo Tempo
A,
PSICANALISE
No contexto dos acontecimentos e pensamentoreligiosos do mundo de hoje é óbvia a importância da
«declaração» que abaixo inserimos. Este mesmo jornalpublicou recentemente nas suas páginas um artigo dum
psicoterapeuta católico, que é uma séria tentativa pes
soal da transposição do golfo existente entre duas áreas
da actividade humana.
Porque nos falta a competência para tecermos
mesmo duas linhas de comentário ao que vai seguir-se,convidamos destas colunas os nossos leitores interessa
dos, a que o façam.
Entre os elementos da hierarquia católica partielpantes no Concílio Ecuménico, foi distribuído um rela
tório anónimo sobre a psicanálise.A revista «La Pensée Catholique» (número 83)
publicou esse relatório, de que reproduzimos abaixo
alguns extractos - polémica que apresenta a terapêuticacriada por Freud como a verdadeira ciência da alma,universal e definitiva.
A leitura dos dois esquemas sobre a Moral, da
Comissão de Teologia convida a fazer algumas refle
xões sobre a psicanálise, campo no qual encontraremos
poucos amigos dentro da Igreja.O homem moderno encontra-se, dia a dia, cada vez
mais impregnado de psicanálise. Isto é evidente para
todos aqueles (cujo número vai em crescente aumento)
que, graças às técnicas de grupo, se submetem a análise.
Mas o mesmo se aplica também a todos os que sentem
a influência da psicanálise através da cultura moderna,profundamente marcada por ela. A rejeição ou a des
confiança da Igreja em face da psicanálise continua
a afastar da Igreja um número cada vez maior de
homens, sobretudo entre as classes dirigentes, porquea Igreja se afasta deles, não os querendo reconhecer
tais como são ...
A história dos últimos séculos deveria abrir-nos
os olhos. As crises provocadas pela crítica bíblica e peloevolucionismo nada são comparadas à crise que se
anuncia, devida à psicanálise. Porquê? Porque, tanto a
crítica bíblica como o evolucionismo apenas afectavam
o «exterior» do homem - embora tendo profundasrepercussões no seu «interior» - mas a psicanáliseatinge directamente o homem no que tem de mais
íntimo ...
É um facto que a psicanálise deve as suas origense o seu primeiro impulso em grande parte ao estudo
dos fenómenos patológicos, mas nisso não difere, aliás,das outras ciências do homem: o anormal provoca o
interesse e permite chegar à compreensão do normal.
o M É D I C O - 420
(Textos de autores que, na imprensa médica ou não méclica,vêm a comentar com autoriúaae e imaginação muitas das questões que Ioram n. medicina).
E,
C O N C I L I O (1)o
Mas é também um facto patente que, no seu estado
actual, a psicanálise ultrapassou estes limites estreitose se tornou numa ciência de «todo o homem» e de
«qualquer homem». É esta a razão porque a psicanálisese apresenta à Igreja como um desafio transcendente.
Todo o substrato humano da moral cristã actual
depende da psicologia descritiva, que foi uma visão dohomem consciente sem inconsciente, ou pelo menos
sem inconsciente que se pudesse reconhecer. Esta psicologia descritiva está definitivamente ultrapassada pelapsicologia profunda ou psicanálise, que leva o incons
ciente em conta e constitui assim uma visão do homem
consciente nascido dum inconsciente que se podeconhecer. Esta revolução no conhecimento do homem
é um facto que se não pode negar ou ignorar; admi
tindo-o, não lhe podemos negar as consequências.E parece que a atitude da Igreja consiste precisamenteem negá-lo ou ignorá-lo para não aceitar as consequências. Esta consequência é bem simples, e ao mesmo
tempo enorme: é necessário repensar de novo toda a
moral cristã em função da psicologia profunda, de tal
forma que o ensino de Cristo se projecte nesta nova
visão do homem, a única que satisfará o homem de hoje.Ainda que a Igreja se negue a fazer este trabalho
gigantesco, ele far-se-à de qualquer maneira, mesmo
sem a Igreja e talvez contra a Igreja. E então chegar-se-ía a esta situação paradoxal- que os ensinamentos
sublimes de Cristo, bem inalienáveis da nossa cultura
ocidental, seriam assimilados por uma moral viva, proclamada fora da Igreja, enquanto que a Igreja teria
transformado aqueles ensinamentos numa moral de
museu de história comparada das religiões. E o homem
moderno irá, certamente, para onde encontre vida ...
Mas não imaginemos que, para realizar essa obra,bastará reunir teólogos e psicólogos ao corrente da
psicanálise. Se acima dissemos que o nó do problemateórico é a aceitação ou não aceitação da psicanálisecomo uma nova visão do homem na qual é necessário
projectar a palavra de Cristo, podemos agora afirmar
que tocamos aqui o problema prático mais delicado- nomeadamente, que tal trabalho não poderá ser
feito a fundo senão por teólogos e psicólogos psicanalisados. Esta afirmação suscitará, provàvelmente, a
troça ou o cepticismo de muitos. Entretanto, parece
indubitável que o trabalho de repensar a moral cristã
em função da psicologia profunda não poderá ser feito
«a fundo» senão por aqueles que tenham uma expe
riência pessoal dessa mesma psicologia. Aplica-se aquio mesmo que se pode dizer da mística: só os que
(1) Reproduzida de «Semaine des Hopitaux-r Itüorma
tians», número de 8 de Maio de 1963.
tenham tido experiência m ística podem falar da
rnístíca com conhecimentõ.-·O-mesmo se- deve dizei" ..da
psicologia profunda que - contràriamente ao quesucede com a psicologia descritiva, a qual se pode con
tentar até certo ponto com um estudo exterior - requer
forçosamente o aprofundamento interior, que se não
pode obter senão através da análise pessoal ...
É, portanto, necessário que padres e religiosos se
submetam a um tratamento psicanalítico; não padresou religiosos que iriam à psicanálise em virtude de
problemas pessoais, mas padres e religiosos de valor,sem neurose' aparente. Mas para se chegar a esse resul
tado, será necessário vencer um outro obstáculo, quenão deriva ùnicamente da Igreja, mas também em
grande parte dos psicanalistas - que é a suposta incom
patibilidade entre psicanálise e religião, ou pelo menos
entre a psicanálise e o homem religioso enquantoreligioso.
Teme-se analisar directamente ex professo a experiência religiosa.
Este modo depende directamente das ideias sobre
a natureza e sobrenatureza que prevalecem actualmente
na Igreja; o sobrenatural- e designa-se assim pràticamente a vida religiosa do cristão - deve estar ao abrigode toda a investigação humana, pois a análise do «reli
gioso» pareceria uma profanação do «religioso». Não
se compreendeu ainda que o único antídoto a uma
«profanizaçâo» do religioso não é a separação entre o
natural e o sobrenatural mas uma «religíonízação» do
profano.
Este medo da Igreja pela análise do religioso tem,como contrapartida, a atitude de oposição mantida pormuitos psicanalistas que consideram que uma análise
profunda dum padre ou religioso os levariam necessà
riamente ao abandono da religião.Mas do lado da Igreja comete-se o erro de se não
saber distinguir claramente entre a técnica e a ciênciapsicanalítica, por um lado, e a filosofia ateísta que algunspsicanalistas, incluindo Freud, pretenderam edificar
sobre esta ciência, embora nada mais fizessem neste
aspecto do que projectar os seus preconceitos ateus na
ciência e por vezes mesmo na técnica psicanalíticas.Do lado da Igreja, comete-se sobretudo o erro de não
se distinguir sufícíentemente entre psicanálise e psicanalistas, não se dando ela conta de que essa oposiçãodos psicanalistas ao religioso pode-se bem explicar, de
acordo com a própria psicanálise, como a consequência, nos psicanalistas, dum problema religioso não
analisado.
Mas unia crítica da atitude dos psicanalistas não
servirá de muito, comparada com a experiência quedaria a prática, sem inibições falsas, da psicanálise dos
problemas religiosos ...Só então se chegaria a um verdadeira diálogo entre
psicanalistas e crentes católicos, e não à polémicaactual num clima de desconfiança mútua.
Seria um dos diálogos mais fecundos, tanto paraos psicanalistas como para a Igreja ... ».
o MJí:DIÕÓ - 421
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o Mt n I C O - 422
SELECÇÃO DE TRABALHOS
VASCULOPATIA E ULCERAÇÕES CUTÂNEOMUCOSAS
Esta publicação tem por fim revelar a existênciadum caso clínico observado pelos autores cujo diagnóstico suscitou numerosas dúvidas etiológicas que aindanão foram completamente esclarecidas. Trata-se dumenfermo cardiovascular crónico, bem individualizado, noqual apareceram em dado momento de evolução da afec
ção, úlceras cutâneas e mucosas, de localização variável,de tipo bem caracterizado e cuja origem se tornou difícil de estabelecer.
Passemos em revisão:
a) A descrição da enfermidade actual.b) Os dados positivos do exame semiológico.c) A terapêutica instituída.
d) A síntese das diferentes evoluções.e) Os dados fornecidos pelos exames de labo
ratório.
Em relação com a enfermidade actual diremos queo enfermo se internou nestes serviços em 13-3-63 afirmando que: «começou há 2 anos com dispneia de esforçoque se foi acentuando cada vez mais. Meses depoisnotou edema nos membros inferiores, apreciável'mudança do carácter e crises breves de palpitações.Consultou o médico que lhe prescreveu CristaíolínaI(XX gotas/dia) e uma ampola de Salirgan por semana.(Não experímentou melhoras, começando nesta altura a
hotar aumento do abdómen, concomitantemente com
insónia e ortopneia. Aumento da astenia e depressão.Em dado momento chegou a ter incontinência de urinae de matérias fecais. Em Março de 1960 foi internado'num hospital onde recebeu diàriamente uma ampolaintravenosa de Kombetin. Permaneceu ali 4 meses sem
grandes melhoras. Disseram-lhe que tinha uma afecçãocardíaca. A tensão arterial havia atingido nesta altura:Mx= 25 mm. Dois meses depois da alta foi obrigadoa internar-se num serviço de cardiologia doutro hospitalpor falta de medicação. Foram-lhe administrados digitálicos e diuréticos por via bucal, regime hipocloretado,!repouso, 1 000000 U. de penicilina diàriamente, durante� dias. Esta última terapêutica não se prolongou devido
ao aparecimento de fenómenos de intolerância.I Enquanto esteve internado foi vítitna da formação6 abertura de dois abcessos nadegueiros e do aparecimento duma ulceração na face dorsal do tornozelo do
membro inferior direito que até ao momento tem sido
rebelde à terapêutica instituída.,
Um mês após estar em casa apareceu-lhe ainda
mais, além do que já tinha anteriormente, uma ulce
ração no bordo direito da língua, razão pela qual o
especialista que consultou, lhe receitou azul de metileno
e bochechos com água bicarbonatada. A ulceração nãoaumentou após estes tratamentos».
Desde há um mês: ulceração penial, seguida deoutra anal, o que somado ao anterior e devido ao
aumento progressivo fez com que o enfermo se internasse nestes serviços.
Dados positivos do exame semiológico no momento
ROBERTO GINI e outros
de entrada: ortopneia, face pálida, cianose, ansiedade,estado de nutrição deficiente. Pele das mãos e pés com
elasticidade diminuída. Transtornos tróficos acentuados nos membros inferiores onde a pele se apresentafria, seca e escamosa, revelando a existência dumaúlcera de forma irregularmente arredondada, de 4 a
5 cm de comprimento, de bordos grossos, com fundo
pálido, exsudativa, pouco dolorosa e localizada na facedorsal e lateral interna do tornozelo direito. Não apresentava cheiro. Tecido celular subcutâneo edemaciado,nos membros inferiores e região sacrococcígea. Músculos com tonicidade, trofismo e forças diminuídas.
Replecçâo venosa permanente.Aparelho, respiratório: diminuição da sonoridade
das bases.Aparelho circulatório: Choque da ponta visível e
palpável. No foco mitral, percebia-se um sopro holossistólico + + +, grave, com propagação para a axila;frémito.
Pulso radial: amplitude moderada, hipotenso, 100por minuto.
T. A.: 120/70. Tempo de Decholin: 16 segundos.Abdómen: Revela em ambos os flancos uma cir
culação venosa superficial, na qual a corrente sanguíneasegue um trajecto ascendente. Encontra-se ascite. Nãohá pontos dolorosos. Fígado: bordo superior ao nível do5.° espaço intercostal direito e limite inferior três dedostravessos abaixo do rebordo costal.
Sistema urogenital: Úlcera penial na face superiordo pénis. Hipertrofia da próstata.
Terapêutica instituída; Na altura do internamentoprescreveu-se: regime alimentar hipossalino e hípolípídico, repouso, Clotride (2 comp, por dia), digitalina(2 unidades por dia) e uma transfusão de 500 C.C. desangue total. De cinco em cinco dias administrava-seintramuscularmente uma ampola de Salirgan. Fez-setambém o tratamento local das ulcerações, primeirocom pomada de antibióticos e depois com Vulnofilin.Poucos dias depois juntou-se: Bexobé, Vi-Syneral e substituiu-se a digitalina por Purodigín. Ao fim dum mês deinternamento em virtude de se pensar numa provávelorigem tuberculosa das ulcerações, devido às suas carae
terísticas dermatológicas e a um exame minucioso feitoao fundo do olho juntou-se ; medicação anterior: dihidroestreptomicina (1 g por dia); nicotibina (6 comp.por dia); Decadron (1 comp, cada 12 horas), Benervae Redoxon.
Por 5 vezes se fez uma transfusão de plasma de300 C.C.
Em relação à evolução diremos que durante os
5 meses de internamento o seu estado teve altos e baixos. A dispneia e a cianose permaneceram sempre em
maior ou menor grau; os edemas e a ascite foram rebeldes à terapêutica e formavam-se com grande facilidade;o pulso revelou a presença duma fibrilação auricular;a tensão arterial oscilou entre os 12/9 e 12/10; o sopromitral conservou-se sempre com as 'mesmas caracterís
ticas; o fígado nunca diminuiu; persistência da insóniae nos últimos dias apresentou dispneia no início do sono;intranquilidade.
- .
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As ulcerações não responderam ao tratamento instituído, nem local nem geral e permaneceram estacionárias.
Passemos em revisão os dados laboratoriais:
I Hemograrnas : 16 '3 15,6 47
Hemácias 4,290.000 4.410.000 4.520.000
Leucócitos. 13.200 11.800 15.000
Hemoglobina g oo 76 80 73
)em cajado. O O O
Neutrófilossegmentados 77 70 65
Eosinófilos . O O O
Basófilos
:/2 I I
Linfócitcs 13 25 29
Monócitos ·1 8 4 5
�16/3 15/6 4/7
Velocidade de sedimentação 19 mill 34 mm 30 mm
42 uim 58 mm 56 mm
Electroforese: ·1 17/3 23/4 6/7Albuminas: 40°10 41 0/) 40' /0Globulinas: 60 Ofo 59 D/O , 60 %
Io
Rel.�=3�51 Rel.!=3,8Lipoproteínas: .
'I-'. Rel.-=2,5
IX IX IX
Uremia: 1 g. '/OJ (14/3); 0,75 (13,6)Glicemia: 0,90 g. '/0' ( 4/3) ; 0,90 (13/6)Kahn: NegativaUrina: (14/3). Ácida: 1,015. Turva. Vestígios de albumina.
Exame do fundo do olho: (17/3)
Artérias obliteradas, especialmente a nasal e temporal inferior. Veias obliteradas. Lesões de endoperiarterite e flebite. Retinite proliferante; vasos em neoformação. Antigas e pequenas placas de coroidite. Este quadropode aparecer em casos de etiologia tuberculosa, no
período secundário, tip-o metástase hematógena.
Anatomia patoioçica:
As alterações vasculares runais levam a considerara hipertensão arterial como o processo fisiopatológicotundarnentalno desenvolvimento das lesões encontradas.
Ascite: Exame do líquido obtido por punção:Albumina: 10 g por mil.Rivalta: +
O M:It D I C O - 423
Células: abundantes hemácias. Regular quantidadede leucócitos. Polinucleares: 24 %; Linfócitos: 76 %.
Ziehl.-Neelsen: Negativo.
Hepatcgramas : 20/3 28/4 14/n 10/7 28/7Bilirrubinemia total . 18,8 10 9,2 10,8 9,4Billrrubinemia directa - - - - -
Colesterol total 1,18 1,72 1,74 1,28 1,30Fosfatases alcalinas 4,02 7,24 5,54 4,2n 5,05Reacção do timol . 4,4 2,9 5,34 5,7 3,7Reacção do zinco. . .
.115.414,5 22,9 20,5 11,4
Reacção de cAdmio . . . + + +-+ +++ +++
Reacção do acetato de cobre 3 5,3 14,1 12,3 8,6Protidemia total 67,60 57,96 61.40 55,20 55,20Seroalbnminas. 33,10 32,43 26,91 20 26,20Seroglobulinas. 34,50 25,53 34,50 35,20 29
Relação albumina globulíua 0,96 1,27 0,78 0,56 0,90Urobilirrubina ++ +++ ++++ ++++ ++++
Gamaglobnlina 5,4 4,8 8,4 I 8,4 5,1
Electrólitos.- (2213).-
Sódio: 138 mEql 1.Potássio: 4,7 mEq/l.
Electrocardiograma.- (2213)
Fibrilação auricular: Sob r e c a r g a ventricularesquerda. Hipertrofia ventricular esquerda.
Laparoscopia .'
Ascite livre com aspecto citrino e límpido. Peritoneu parietal sem lesões visíveis. Fígado aumentado e
ptosado. Superfície lisa. Bordo agudo. Cor vermelhoescuro. Congestão passiva. Sangra fàcilmente à punçãocom agulha, o que contra-indica a biópsia.
Rectosigmoidoscopia .-
Na região perineal, às 11 horas, observa-se uma
úlcera cutânea de 0,5 por 1 cm, fundo sujo com pequenas granulações esbranquiçadas, bordos rectilíneos, cortados a pico, indolor; sem exsudação.
Exame bacteriológico das úlceras :
úlcera da língua: Abundantes estafilococos. Colónias de Candida albicans.
o M � D I C O - 424
úlcera do ânus: Não se observam fungos. Rarosestaf'ilococos. Colónias de Escherichia coli.
Creatínina endógena: 22,39 c.«. p. Ill. (Norrnal :
120 C.c. +- 5).
Creatinemia .'
] ,86 mg por cento (Normal: 0,7 a 1 mg por cento)
Biópsia renal.'
Acentuada degenerescêncía hialina das arteríolaspréglomerulares com engrossamentos capsulares e diversos graus de esclerose glomerular. Zonas de escleroseintersticial. Áreas de atrofia tubular. Arterioscleroserenal.
Biópsia cutânea.' úlceras.'
Pele da face dorsal do pénis : Ao nível da dermeobservam-se numerosos vagos arterialares de paredeespessa e luz estreita, alguns com degenerescêncía hialinada média, chegando até à trombose e hornogeneízaçãoacidófila da luz e parede. Há discretos infiltrados linfoplasmocitários. Moderada reacção papilomatosa da epiderme marginal. A investigação de amiloidose, bacilosácido-álcool-resistentes e de crescimento atípico resultounegativa.
Pele da zona tibial: É semelhante à anterior; revelaainda proliferação fibrosa e hiperqueratose.
Diagnóstico: Ulceração crónica da pele de provávelpatogenia vascular.
Telerradiografia do tórax: Aumento cardíaco global com predomínio acentuado de VI'
Verifica-se pelo que ficou transcrito que se tratavaduma insuficiência cardíaca congestiva crónica, com arteriosclerose e arteriosclerose renal. e periférica.
Transcreve-se ainda o relatório da autópsia.«Coração: Hipertrofia global. Esclerose mitral pós
. reumática (insuficiência). Arteriosclerose coronária degrau II.
Aorta: Arteriosclerose de grau III.Pulmão D: Aderências pleurais e paquipleurites.
Hidrotórax. Endurecimento. .
Pulmão I: Enfisema. Congestão passiva crónica.Focos broncopneumónicos.
Fígado: Congestão p a s's i v a crónica. Fibrosecardíaca.
Rins: Artéria e arteríolosclerose. Pielonefritecrónica.
Baço: Endurecimento cianótica.Próstata: Hipertrofia adenomatosa»,As dúvidas etiológicas surgiram na segunda metade
de evolução da afecção: saber a que eram devidas as
ulcerações às quais apresentavam um carácter bemdefinido; saber as possíveis relações que teriam com
o padecimento cardiovascular.Estava-se perante uma questão aparentemente
simples mas que na realidade não era assim; basta lercom atenção a classificação detalhada que a seguir se
transcreve sobre úlceras da perna para se verificar o
motivo de tão grande dúvida.
úlceras cutômeomucosas :
Vasculares
Tromboangeite oblíteranteEndarterite obliteranteArteriosclerosePeriarterite nodose
Arteriais Hipertensão arterialPúrpura telangiectóideCapiJarite pnrpúríca e pigmentarAngioma osteohipertróficoVasculite nodular.
Arteriovenosas. Fistulas arteríovenosas.
J Síndromo varicosoVenosas
1Pos-flebitePos-fleboarterlte,
Enfermidades
sanguíneas
'I'ranmátleas
Anemia hemolíttea cougénltaAnemia depranocltica ou falciformeAnemia CooleyAnemia perniciosaPúrpura trombocitopénica idiopáticaPúrpura não trombo cltopénicaPolicítemíaLeucemiaSindromo de Banti
RadioderrniteDecúbitoPicada de insectosÁcidos e alcalis
Pé de trincheiraPerniciosaCrioglobulinemiaGangrena cutâneatrics
Temperaturaambiente
múltipla e símé-
Substâncias químicas Arsénio. Mercúrio.
Acro-dermatite crónica atróficaAtrofia branea de MilliauPapulose atróf'ica maligna de DegósSíndrome de Werner, etc.
IDiabetesCaleiuose cutânea
Metabólicas EscorbutoLipomatose simétricaGota
Parasitarias
Infecções
Alérgicas
!AmibiaseEilarlase
TuberculoseSífilisLepraDifteriaLeishmaniaEstreptococo '
Germes \ Estafílococo (úlcerafagedémica)TularemiaDaerunculoseGangrena gasosaPos-vacinalÚlcera tropicalEtc.
BlastomicoseActinomicoseNocardoseMaduromícoseEsporotricoseCoccidiodimicoseEtc.
Fungos
) Arthus e Sanarelli - SchwartzmanMedicamentosa: iodetos, Brometos, ErgotinaEnfermidade tri-sintomática de Gougerot
Mal perfurante plantar
I )Familiar. Síndromo Thevenaud
Neurotróficas Siringomielia �!�e familiar. Síndr�mo Bureau-Bar�Espinha bífídaPoliomielite
)Lintosarcoma
Neoplásicas EpltelíomeEtc.
Outras
Síndrome de FeltyEsclerodermiaPiodermite gangrenosa
, Dos vélbosGangrenas j Com centros disseminados
Stvens - JohnsonBencetHand - Schüller . ChristianArtrite reumatoideAmiloidose sistematizada primitivaEmbolia cutânea
Esta classificação dá a explicação da grande dificuldade de estabelecer um diagnóstico etiológico correctode úlceras cutâneomucosas.
Actualmente a opinião geral é considerar a cha-
o M � D I C O - 425
LABORATORIOS
LISBOA
"CELSUS"
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VITAMINAS C e K, PANTOTENATO DE CÁLCIO e SOLU P2
Estados hemorrágicos agudos e cronicas, qualquerque seja a sua etioloqla. Intervenções operatórias.
mada antiga «úlcera trófíca» ou «úlcera de etiologia indeterminada» dentro de alguma das variedades atrás transcritas. Além disso, é importante fixar que o diagnósticodiferencial destas úlceras necessita do conhecimentoprofundo da sua múltipla patogenia assim como tambémdo conhecimento da extrema diversidade de entidades
nosológicas em que pode aparecer, corno possibilidadeevolutiva ou como manifestação preponderante dessaafecção.
(Condens. por Fernando Rebolo de «La PrensaMédica Argentina», n» 1, Janeiro de 1962).
TRATAMENTO
I - CIÁTICA DISCAL COMUM, RECENTE, DEINTENSIDADE MÉDIA, QUE OBRIGA ODOENTE A DIMINUIR OU PARAR A SUAACTIVIDADE.
Em geral trata-se de um adulto jovem com antecedentes de lombalgía e de fadiga. Após um esforçoúnico ou uma série deles, surgiu uma fadiga lombaranormal e uma dor no membro inferior no trajectode L, (face ântero-externa da perna, dorso do pé e dedogrande). É mais nítida de pé e torna impossível todoo esforço de carga. Diminui com o repouso e o decúbito.
Alguns sinais são nitidamente a favor dum sofrimento discal: a atitude antálgíca lateral directa ou cru
zada, a atenuação da lordose e a provocação da ciáticapor pressão nos espaços L4-Ls.
Há perturbações sensitivas e motoras no território radicular doloroso. O reflexo aquiliano encontra-seabolido.
Tratamento em plena crise dolorosa
- Repouso em decúbito pelo menos nos primei-ros dias.
- Antálgicos.- Infiltrações de um anestésico com um corticóide.- M e d i c aç ão anti - inflamatória - fenilbutazona.
Os corticóides só se usariam nos tratamentos de ata
que e nos recrudescimentos dolorosos nocturnos.- Tracções lombares.- Colete gessado nas formas muito dolorosas e
quando são impossíveis o repouso e as tracções. Coloca-se durante 15 dias, findos os quais pode tirar-se à
noite, para um mês depois passar à reeducação ginástica.
Tratamento de consolidação em ji.m de crise
Para fazer desaparecer as sequelas da radiculal
gia: fisioterapia, vitamina B e ganglioplégicos.Tratamento de fundo, preventivo das recaídas:
ginástica vértebro-abdominal e colete durante algunsmeses.
DA L O M B O C I Á T lC A
II-FORMA HIPERÁLGICA QUE NÃO CEDEAO REPOUSO
- Colete lombar.- Analgésicos (pa1fium ou morfina), nas primei-
ras horas.- Tracções vertebrais ..- Infiltrações íritraduraís de hidrocortisona.
III - CIÁTICA PARALISANTE
É rara. Após um início doloroso, muitas vezes bru
tal, aparece uma paralisia de L, e Sb ao mesmo tempoque a dor ciática acalma. A paralisia é nítida, sendo o
tratamento delicado.Se a paralisia é reconhecida antes de 15 dias e
sobretudo se é de Ls, põe-se a indicação cirúrgica. Se évista mais tarde, usam-se ganglioplégícos, neuroléticos(vitaminas BI e BI2), ionização cálcica e reeducação activa.
IV - CIÁTICA DO ADOLESCENTE
Muitas vezes notável pela importância da atitude
antálgíca. Deve ser tratada como a ciática do adulto,mas como os tratamentos habituais a mais das vezes
falham, a indicação cirúrgica é muitas vezes posta.
V - INDICAÇÕES DA CIRURGIA
A cirurgia é indicada num caso sobre dez. Salvomuitos casos, propõe-se sempre, quando, após trêsmeses de tratamento, não se registam melhoras.
Mais precisamente são a ciática paralisante, as
formas híperálgícas e quando surgem complicaçõesneurológicas não habituais (perturbações esfíncteríanas,sensitivas ou motoras) que evocam um síndromo de
compressão da cauda de cavalo.A intenção dirige-se sobre o disco intervertebral
onde se faz uma curetagem completa.
(Condensado por P. V. de «Le ConcoursMedical» - Março de 1963).
o M Ji: D I C O - 426
LAPíDEOS' TOTAIS, COLESTEROL E LIPOPROTEíNASSANGuíNEAS NA ARTERIOSCLEROSE
)
Nos últimos anos, o estudo da etiopatogenia daarteriosclerose vincula-a à lipidemia, colesterolemia e
lipoproteínas do sangue, já que se comprovou que nesta
afecção há infiltração dos vasos sanguíneos por diversas classes de lipídeos que constituem as placas arteromatosas.
Parece estar relacionada com transtornos nutriti
vos, pois durante a segunda guerra, com a diminuiçãoda ingestão de gorduras, declinou a mortalidade porcoronariopatias. Por outro lado, estas atingem a maior
frequência nos países que utilizam muitos lípídeos na
alimentação.No Peru, estudaram-se também os factores bioquí
micos da arteriosclerose e deles vamos dar uma síntese.
LIPIDEMIA EM ARTERIOSCLEROSE
Os Iípídeos sanguíneos estão integrados em triglicerídeos ou gorduras neutras que, quando são animaise vegetais hidrogenadas, contêm ácidos gordos satura
dos, que tendem a aumentar a colesterolemia; fosfolipídeos constituídos por moléculas que possuem fósforoe ácidos gordos que formam com as proteínas, lipoproteínas e colesterol, o que se deposita nas placas deateroma.
O organismo humano sintetiza 500 mg de colesterol por dia, enquanto que o fígado sintetiza 1 000 a
1 500 mg díários. Esta síntese regula-se pela absorçãodo colesterol no intestino. Deste, 30 % conjuga-se com
as alfa-lipoproteínas e o resto com as beta-lípoproteínas :
só uma pequena parte se encontra livre no, sangue.Ainda que se vincule o colesterol com a génese
da arteriosclerose, na actualidade estuda-se a relaçãocom as lipoproteínas.
Por análise electroforética, individualizaram-se as
fracções alfa e beta das lipoproteínas que nos indivíduos
aparentemente sãos estão repartidas em 75 % em lípoproteínas beta e 25 % em lípoproteínas alfa; na arte
ríosclerose, a fracção beta aumenta consideràvelmente,enquanto que a alfa diminui. Interessa determinar quala relação entre esta variação das fracções lipoproteicase a génese da arteriosclerose, mas as comprovações nãoproporcionaram resultados unívocos.
Hueper sugere que as lipoproteínas se mantêm em
DORIS E. RACCA LIMA
(Peru)
solução no sangue, devido a certos estabilizadores como
os fosfatídeos, os ácidos gordos e a heparina ; quandoestes diminuem, a solubilidade das lipoproteínas baixa,formando-se as placas de arteriosclerose.
No plasma normal, a concentração das proteínastotais é de 7 mg por 100 ml, sendo 12 a 15 % lip0-proteínas.
Electroforèticamente, comprova-se que as lípoproteínas se encontram associadas às seroglobulinasalfa 1 e beta 1.
Nos casos de arteriosclerose, há aumento de uma
fracção específica das lipoproteínas e existe relaçãoentre causa e efeito no desenvolvimento desta doença.Os arterioscleróticos apresentam a relação beta-alfa lípoproteínas aumentada, ainda que também há casos em
que pessoas sãs apresentam esta relação aumentada.
INVESTIGAÇÕES EFECTUADAS E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Dosearam-se lipídeos, colesterol e lípoproteínas em
52 indivíduos, 25 mulheres e 27 homens, com arteriosclerose.
Verificou-se que os lipídeos totais e o colesterolestavam dentro das cifras máximas que se aceitam como
normais, enquanto que a lípoproteína beta se encon
trava aumentada e a alfa diminuída.Os lipídeos totais e o colesterol apresentaram
cifras muito variadas, desde as menores que se julgavam normais, até às muito aumentadas. Em quas€todos os casos, a fracção beta lipoproteína estavaaumentada e a alfa díminuída e, por conseguinte, a relação BfA também aumentada.
Em relação aos lipídeos e colesterol, as cifras quese encontraram foram as mais variadas, pois dependemda constituição individual e da alimentação. O aumentode lipoproteínas beta corresponde às característicasquantitativas desta fracção lipoproteica, propria da arteriosclerose, o que prova que se trata de doentes com
esta afecção e que o dado bioquímico possui valorsemiológico, permitindo formular diagnóstico geriátrico.
(Condensado por P. V. de «Clínica y Labotarim) - Zaragoza - Março de 1963).
DILATAÇÃO GÁSTRICA
Uma mulher de 34 anos, magra, hipernervosa e
ansiosa, sofre há vários anos duma úlcera duodenal
radiogràficamente confirmada e rebelde ao tratamento.Foi então operada e, devido ao carácter limitado das
lesões, o cirurgião fez só uma vagotomia e uma gastro-enterostomía transmesocólica. Três dias depois, a doentetem vómitos. Melhora um pouco, mas, passados maisuns dias, os vómitos e o marulho epigástrica reaparecem. A aspiração digestiva e a rehidratação revelam-seineficazes. Pensa-se em mau funcionamento da bocaanastomótica e a doente é novamente operada. Surgeentão um grande estômago, mas sem obstáculos daboca anastomótica. Reconstrói-se a gastro-enterostomiafazendo passar mesmo uma sonda gastroduodenal.A doente, contudo, não melhora, pois a azotemia atinge2,60 g, a diurese passa a ser quase nula, morrendo
AG U DA, APÓS VAGOTOMIAJ. CL. PATEL
quatro dias depois da reintervenção e 15 dias após o
Dragstedt.Uma outra observação cita também uma dilata
ção aguda do tubo dígestivo após vagotomia. A bocaanastomótica funcionava também correctamente, e tratava-se igualmente dum indívíduo magro, ansioso e
emotivo. A única díferença residíu na víscera atingida,que em vez do estômago foi o intestino.
Assim se acumula.m a.rgumentos contra a operação de Dragstedt. A eficácia da vagotomia sobre a
motilidade gastrointestinal é absolutamente inegável.O carácter explosivo e dramático desta vagotomia talvez seja devido à associação com desequilíbrios neuro
vegetativos, que se encontraram nestes indivíduos.
(Condensado por C. Pina Vaz de «La PresseMédicale» -12-1-1963).
o M É D I C O - 427
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O M É D I C O - 428
QUE DESEJA SABER?Publicamos a seguir traduções de algumas âas «perguntas e respostas» sobre problemas da prática
médica que, semanalmente, aparecem sob a rubrica «Any Questions?» no periódico «British MedicalJournal»; são aqui reproduzidas com autorização do Editor daquela prestigiosa revista.
VAGINA ARTIFICIAL E COITO
P. - Uma rapariga, de 18 anos, não tem nem vaginanem útero. É uma moça saudável, atraente, comseios bem desenvolvidos e pêlos púbicos normais.Os órgãos sexuais externos são normais, exceptopela ausência de vagina. A paciente experimentadesejas sexuais e sente amargamente não podernunca levar a vida normal de casada. Com uma
vagina artificial: a) poderá o marido obter satisfação no coito; b) e a própria rapariga terá também satisfação sexual?
R. - Se existir a parte urogenital da vagina, soba forma dum pequeno saco cego por detrás da uretra,como acontece muitas vezes, a própria paciente, exer
cendo regularmente pressão com um obturador, podemuitas vezes alargar e aprofundar de tal maneira 8
bolsa que será possível um coito razoavelmente satisfatório para ambas as partes. Na realidade, tentativasrepetidas de coito poderão dar o mesmo efeito.
Se este tratamento não resultar, apesar de con
tinuado persistentemente durante vários meses, ou se
não existir vagina urogenital para alargar, pode-se criarcirùrgicamente uma vagina artificial.
O método preferido implica a dissecção dumespaço entre a bexiga e o recto e o seu revestimentocom um enxerto �utâneo transportado num obturadorde plástico, que é depois mantido «in loco» durantetrês a seis meses; para se evitar a contractura, a pacientetem de usar regularmente o obturador até ao estabelecimento de relações maritais normais. A cura completae o desaparecimento das granulações leva muitas vezes
seis meses (é este o intervalo com que se tem de con
tar entre a operação e o casamento).Quando não surgirem dificuldades técnicas ou
complicações cirúrgicas, o sucesso de qualquer dessasformas de tratamento depende sobretudo da cooperação entusiástica da paciente, dos seus pontos de vistasobre o sexo e a sua determinação em conseguir a efec
tivação do coito. Qom isso, uma vagina artificial per-
mite um acto sexual satisfatório para ambos os membrosdo casal. Embora faltem as sensações vaginais, a
mulher atinge o orgasmo clitorial normal, e a sua satisfação não dependerá meramente do cumprimento dosseus deveres de esposa. A causa principal para certaperda de prazer sexual para qualquer deles será o
conhecimento de que é impossível a concepção.Acrescentemos que a criação cirúrgica duma
vagina artificial não deve ser normalmente empreendidaaté que o casamento esteja eminente, e então só com
o conhecimento e consentimento do noivo da paciente.A agenesia do útero e da vagina encontra-se mui
tas vezes associada a malformações grosseiras dos rinse ureteres; a pielografia endovenosa pode dar informações importantes no respeitante à saúde futura dapaciente. Também pode ter interesse o conhecimentoda cromatina sexual e da distribuição dos cromossomas.
OS CARDÍACOS E AS VIAGENS AÉREAS
P. - Uma mulher solteira, de 46 anos, sofreu há quatro anos uma enâocarâite bacteriana subaguda.Desde então apresenta fibrilação (controlada peladigoxina) e suporta malas esforços, mas continuaa exercer as suas funções de projessora. Como vivesó, vai ganhando a vida. Quais os riscos inerentesa uma viagem aérea transatlântica, neste caso?
R. - Embora a reserva cardíaca e a tolerância aos
esforços da paciente sejam limitados, devem contudoser razoáveis, já que ela é capaz de efectuar os seus
trabalhos domésticos e de continuar a exercer como
professora. Sendo assim, não deve haver quaisquerriscos cardiovasculares especiais num voo através doAtlântico, em avião pressurisado.
A quantidade de esforço implicado num dessesvoos será significativamente inferior ao que lhe énecessário para empreender as tarefas ordinárias dodia a dia.
(COLIGIDAS POR G. G.)
, ,
SUMARiaS DA IMPRENSA MEDICA NACIONAL
Dos periódicos ùltimamente aparecidos:
(ARTIGOS ORIGINAIS)
«IMPRENSA MÉDICA»
«JORNAL DO MÉDICO»
08-5-1963): Tratamento ac t u al da intoxicação barbitúrica(ANTERO GUIMARÃES DA PALMA CARLOS).
«COIMBRA MÉDICA»
(4bril de 1963): Trombofilia: diagnóstico Ie terapêutica (JOSÉD:jl: FREITAS TAVARES); Técnica e resultados da operaçãofi$tulisante, tipo Stallard (LEOVEGILDO DE ALBUQUERQUE);O problema da strongyloidose stercorali (IVO JOSÉ DA PIEDADE NORONHA).
«HOSPITAIS PORTUGUESES})
(Novembro-Dezembro de i962): Té.cnica e caridadè no hospital"de hoje (CORIOLANO FERREIRA); A valorização do património das instituições de assistência (MANUEL MEDEIROS);Comunicações da II Reunião Luso-Espanhola sobre Problemasde Saúde e Assistência.
(Janeiro de 1963): Comunicações da II Reunião Luso-Espanholasobre Problemas de Saûde e Assistência.
CAbril de 1963): A vida e obra do Abade de Faria (RAMIRODA FONSECA); A época actual e a medicina (JOÃO LAZARTE).
«GAZETA MÉDICA PORTUGUESA»
(Setembro-Dezembro de 1962): O parênquima hepático no síndroma carencial pôs-çastrectomia (ROLANDO MOISÃO); Theutilization of amino acids by normal and cirrhotic liver cells«in vitro» (ÁLVARO COELHO e outros); A electro-ureteroçrajia=cnoia prévia sobre um novo método de estudo da fisiologiado excretor urinário (LEONÍDEO DIAS MENDES MONTEIRO);Anestesia nel taglio qesareo -II parte (CARLO ROSSANO);Citologia medular da doença de Waldenstrom (F. GERALDESBARBA); Étude embruoloçique de ta plaque de Glisson par lométhode de reconstruction de Born (AMADO DOS SANTOSFERREIRA); A pesquisa do factor 11eumatóide como meio diagnóstico na poliartrite crónica evolutiva (ANTERO GUIMARÃESDA PALMA CARLOS); Arthrodise. lombo-sacrée par voie trans
-pêritonéale antérieure (JOSÉ DE BORJA ARAúJO); Surtoepidémico de diarreia infantil provocado pelo virus poliomielitico num abrigo maierruü (J. R. CARVALHO DE SOUSA e
J. C. TAPADINHAS); Farmacologia das hormonas sexuais-I Parte (MIGUEL A. MENDES ALVES); Um caso dl� fibroseintersticial difusa progressiva dos pulmões (JOSÉ FERNANDOCARNEIRO e LUíS ALBERTO FAGUNDES).
o M J!: D I C O - 429
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O FISIOLOGISTA MAREY com o seu «revólverrotogrânco». talvez a pri-
1\fr,ejra qãFara" de fiI�lJ.í;l"' r ,
.t:
'1\:
«FAETUS MONITOR PREMA». Este aparelho - criado por urna
finna checoslovaca de aparelhagem médica - destina-se - a auxiliar os médicos parteiros na apreciação, durante a gravidez, dascontracções uterinas, as pulsações maternas, os tons cardíacose as pulsações do feto. O que vemos na gravura (e que tem o
nome com que iniciamos esta legenda) é um protótipo expertmental. Este «monitor fetal» permite ao médico seguir as diversas fases do nascimento não «à distância» mas por «informações»directas originadas na mãe e no filho.
A MEDICINA COMO MOTIVO DE HUMOR
(L"cJ Semaine des Hopitaux - Informations) (O Médico Moderno)
A MEDICINA COMO MOTIVO FILATÉLICO
Este selo australiano foi emitido para
'coIlle!!)Orar o, centenário .da criação daCruz Vermelha Internacional. A candeia estilizada que se vê no selo foi
-
adoptada como a imagem simbólica parao centenárío.
As.untos geraise profissionais
A ORGANIZAÇÃO
o M 11: D I C O _' 430
MUNDIAL DE SAÚDE FEZ JUSTiÇA A PORTUGAL
res Martínez formulou os melhoresvotos de progresso e prosperidade.
Or !?res,idente da Delegação Por
tuguesa dirigiu também saudaçõesa todos os Estados membros, destacando os que entraram recentemente na O.M.S., depois de terem
alcançado a sua independência, comos quais Portugal deseja manter re
lações de amizade e estreita cola
boração. Observou a propósito o Ministro Português que o seu paísvárias vezes no decurso da históriatinha sido obrigado a defender a
sua independência, o que lhe per-
Prof. Soares Martinez
mite compreender bem o preço e o
valor da liberdade.
Respondendo a referências an
teriores do representante do Sene
gal, o Prof. Soares Martínez lamentou que «o representante dum paísvizinho se tenha permitido recordarurn. incidente de fronteiras de que o
Conselho de Segurança já se ocupoue do qual apenas se pode concluir
pela má fé dum governo que rejeitou a proposta de Portugal no sen
tido de ser designada uma comissão de inquérito».
NOS EXCELENTES SERVIÇOS SANITÁRIOS DE ANGOLA, MOÇAMBIQUE E GUINÉ NÃO SE VERIFICA DISCRIMINAÇÃO RACIAL
Referiu-se desenvolvidamente o
Mínistro da Saúde e Assistência de
Portugal a um relatório elaborado
DECLAROU EM GENEBRA O MINISTRO DA SAÚDE E ASSISTÊNCIA
recentemente pela O.M.S. sobre as
condições sanitárias em Angola, Moçambique e Guiné, pondo em re
levo a objectivídade e á j"lIstiçà desserelatório, que provam o nível superior dos trabalhos da O.M.S. «Embora o referido relatório deva ser
publicado em breve, podendo ser
então lido pelos delegados dos países a quem interesse especialmente.a importância do documento paraconhecer o sentido em que Portugaltem seguido a sua política sanitária, segundo os princípios da O.M.S.,leva-me a tentar resumir os pontosprincipais que nele se contém»afirmou o Prof. Soares Martínez.Entre esses pontos principais, o Presidente da Delegação Portuguesadestacou no seu discurso que, se
gundo o relatório da O.M.S.:
Genebra, 15 - O Presidente da
Delegação Portuguesa à XVI assembleia da O.M.S. teve longa interven
ção na sessão plenária de hoje.O Ministro da Saúde e Assistênciade Portugal, depois de se referir à
honra de representar junto da
O.M.S. o seu país, cujas tradiçõesde caridade, de humanidade e de
luta contínua contra o sofrimento e
a dor tinham tido a maior influência
nas mais recentes realizações operadas no sector sanitário, em vista
a obter o mais elevado nível de bem
-estar material, sublinhou que esse
bem-estar constitui meio índíspensável de conseguir os melhores re
sultados do ponto de vista do desen
volvimento moral dos povos, que as
instituições sociais nunca devem es
quecer, sob pena de tornar inúteis,ou até prejudiciais, todos os esfor
ços desenvolvidos noutros planos.«É o mesmo espírito que desde
há muitos séculos dominou as ins
tituições portuguesas de assistênciasocial que actualmente orienta a
O.M.S.» - continuou o Ministro português - «porquanto esse espírito,eminentemente humanista, aconse
lha, no momento presente, uma li
gação estreita entre todos os povos,conscientes da sua ínterdependëncia, dada a impossibilidade paracada um deles isoladamente de re
solver os problemas fundamentais
que se situam à escala dos grandesespaços geográficos».
A MÁ FÉ DO GOVERNODO SENEGAL
Seguidamente, o Prof. Soares Mar..
tínez saudou o Presidente da Assem
bleia, Ministro da Saúde da Nigéria,recordando que «os navegadoresportugueses do século XV foram os
primeiros a estabelecer uma ligaçãoentre os povos de civilização mediterrânica e os povos da costa ocidental de África. «E continuou
«para nós, Portugueses, que não so
mos apenas europeus mas tambémafricanos, e talvez mais africanos
que europeus, não pode ser indiferente que tenha sido conferida a
presidência da Assembleia ao Ministro Federal da Saúde da Nigéria»,em relação a cujo país o Prof. Soa-
a) As autoridades portuguesasprocederam por forma a que os peritos da O.M.S. tudo pudessem ver,coisa alguma lhes sendo escondidaou dificultado o acesso fosse ondefosse;
b) Há serviços sanitários nas
três grandes províncias ultramarínas portuguesas visitadas que mere
cem ser citadas como exemplo;c) As populações locais têm
plena confiança nos serviços sanitários;
d) Naquelas províncias é aplicado rigorosamente o Código doTrabalho Rural, lei que os peritosqualificam de evoluída e que, aplicando-se indistintamente a todos os
grupos étnicos e culturais, asseguraa assistência médica aos trabalhadores e suas famílias;
e) A realização dos programasactuais tornará possível obter ràpidamente um aumento substancialdo nível de vida das populações;f) Naquelas mesmas províncias
há hospitais bem instalados, modernos e bem concebidos, de «primeiraordem», segundo a expressão do re
latório;g) A rede de postos sanitários
permite prestar ràpidamente os primeiros socorros em quase toda a
extensão dos territórios;h) O pessoal sanitário é cons
tituído quase todo por autóctones;
i) não existe qualquer discríminação racial nos referidos territó
rios, encontrando-se nas mesmas
enfermarias, lado a lado, brancos,negros, indianos e amarelos.
«ASPROVíNCIASULTRAMARINAS
PORTUGUESAS, POUCO CONHE
ClpAS, SURPREENDEM OS VI
SITANTES PELO SEU DESENVOL
VIMENTO ECONóMICO E SO·
CIAL» - DIZ-SE NUM RELATÓ-
RIO DA O.M.S.
Depois de referir estes aspectosconstantes do relatório, o Ministro
Português reproduziu textualmente
a conclusão geral que no mesmo se
contém: «As províncias ultramarí
nas portuguesas, pouco conhecidas,
surpreendem os visitantes pelo seu
desenvolvimento económico e so
cial». E comentando esta conclusão,.
o Prof. Soares Martínez observou
que este facto, reconhecido pelaO.MS., tem tornado possíveis juízosinfundados a respeito de Portugal,que, para ser bem compreendidoprecisa de ser bem conhecido. Con
tinuando, afirmou: «Julgo que os
costumes se não tenham modificado
de tal modo que se deva agradecera justiça e a verdade; mas não dei
xarei de reconhecer que a objectividade que permitiu à O.M.S. pre
parar um relatório no qual é postoem relevo o esforço realizado pelomeu País nas suas províncias ultra
marinas constitui mais um serviço
prestada pela O.M.S. à causa da
paz»., «A O.M.S. fez justiça a Portugal;
e nas actuais condições, o facto tem
u�a importância que ultrapassa o
sector sanitário, dadas as relaçõesdo mesmo com todos os aspectosde vida social.»
PORTUGAL LEMBRA A SUA HIS
TóRIA E AS SUAS TRADIÇÕES,MAS TAMBÉM QUER DISPENSAR
À O.M.S. APOIO LEAL E COLA
BORA.ÇÃO FIRME NAS SUAS TA-
REFAS PROGRESSISTAS
Referindo-se à falta de pessoalsanitário, que se nota em Portugal,tanto nos territórios africanos como
na Europa, e que constitui na actua
lidade um problema que preocupa
todos os países, o Prof. Soares Martínez observou que às Universidades
recentemente criadas em Angola e
em Moçambique e à projectada Es
cola Nacional de Saúde Pública es
tão reservadas tarefas importantesna preparação de quadros sanitá
rios. Mais adiante, afirmou: «Não
querendo de modo algum renegara sua história e as suas tradições,Portugal acha-se firmemente deci
dido a não esquecer, no plano de re
novação das condições sanitárias,que nos seus territórios europeus,err. plena Idade Média, foram cria
dos hospitais e outros estabeleci
mentos de assistência modelares;que 'ern África, já em 1504, no co
meço do século XVI, os portuguesesabriram um hospital de caridade na
ilha de São Tomé; que a fundaçãodo hospital de Luanda data de 1628
e a do primeiro hospital da Guiné
portuguesa de 1646; que em 1844 foifundada a Escola Médico-Cirúrgicade Goa, certamente a mais antiga es
cola médica de todo o Oriente. Por
tugal não quer esquecer também
que o seu Instituto de Higiene de
Lisboa, criado em 1899, é um dosmais antigos do Mundo. Resumindo,no plano sanitário, como em todos,Portugal continuará fiel aos princípios essenciais que sempre defendeu; e esses princípios coincidemcom os da O.M.S" sempre aplicadosno meu país, em todos os tempos.Consequentemente, Portugal nãotem dificuldade em assegurar àO.M.S. a sua colaboração leal e o
apoio da sua longa experiência, sem-
O MÉDICO - 431
pre e em todas as circunstâncias,em ordem a alcançar os fins superiores desta Organização.
DAS . UNIVERSIDADES ;PORTUGUESAS TEEM SAíDO FIGURAS
ILUSTRES, DE RENOME INTER
NACIONAL, ENTRE AS QUAIS UMPRÉMIO NOBEL, O PROF. EGAS
MONIZ - GLóRIA DA MEDICINaPORTUGUESA.
As três grandes e antigas Universidades portuguesas-continuouo Ministro - prepararam sábios. derenome internacional, entre os quaisum prémio Nobel de Medicina; aíse encontra um capital de culturamuito vasto que está à disposiçãoda O.M.S. e de todas as nações" sobretudo daquelas que estão em viade desenvolvimento».
Seguidamente, o Ministro Por
tuguês saudou em termos calorososo Dr. Candau, de nacionalidade bra
sileira, que foi por unanimidade ree
leito director-geral da O.M.S., e en
trou na análise do relatório das actividades da Organização em 1962,que lhe mereceu palavras de muito
apreço.A terminar, o Prof. Soares Martí·
nez pôs em relevo que a diversidade de condições das diversas províncias portuguesas exige dos nos
sos serviços de saúde tanto a defesacontra as doenças característicasdas zonas geográficas mais desenvolvidas como a defesa contra as
doenças características das zonasgeográficas em via de desenvolvimento. ,'\
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0, MÉDICO.,..., 432
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COMENTARIOS
NO BOM CAMINHO?
O prometido é devido. Por issoI
mesmo, não constituiu sur
presa para ninguém a re
cente regulamentação da assistência na doença ao FuncionalismoPúblico, ,
Anunciada há 5 anos, como partede um complexo de medidas destinadas a assegurar aos funcionárioscivis, por parte do Estado, amparoe auxílio que o mesmo Estádo, hámuito já, impusera aos particularesconceder 'aos seus empregados, nãopode deixar de concordar-se com
os dizeres justiceiros do própriopreâmbulo do Decreto, em que se
assevera ter a previdência dos irabatiuuiores deixado em atraso o
próprio Estado.Loupe-se, contudo, o cuidado
posto na estruturação da nova orgânica agora instituída, para a qualnão terão deixado de dar o seu con
tributo quer os resultados positivosde experiências anteriores e de antecedentes ensaios, quer as decepçõescolhidas em experiências menos felizes, quer os comentário) que umase outras de certo tertio suscitado.
Louve-se, não menos, a integrarção desta nova obra de assistêncianum conjunto concreto de medidasdestinadas a complementar o apoio- íamos a dizer patronal - do Es
tado pelos seus servidores: abonode família uniforme, independentemente da hierarquia de remunera
ções, seguro na tuberculose, acidentes do trabalho, habitações económicas. Conjunto concreto de medidasválidas em si mesmas, mais valiosaspela anútua interferência dos problemas a que acodem na promoçãoda Saúde.
E louve-se, finalmente, por nãonos poder ser indiferente, que obrade tão vasta projecção e alcance,mas de não menos vastas incidências económicas e financeiras tenhasido programada e vá conc;etizar-se em período de tão excepcionaisdificuldades da Nação.
*
Estas poderiam ser, até aqui as
litanias de um qualquer portug�êsdirectamente ou não, beneficiári�da obra agora pr.ogramada.
*
. _Como médicos, porém, seja-noslz?_zto apontar novas razões de regoZZJO, a que um ou outro travo deamargor - ou de dúvida, où de interroçatiua ansiedade - mais nãofarão do que realçar o mérito dasbases em que assenta, "tios meiosque promete, das finalidades queprocura alcançar.
*
Quando, em fins de 1957, o pro-
blema veio à tona da água, logo
pôde notar-se a grandeza de pensamento e a largueza de vistas com
que havia sido encarado em nívelgovernamental. E nós já então assimo dissemos.
Mas também, na mesma quadra,loço houve, e em nível ainda muitoalto, quem lhe procurasse planificação que desde logo nos mereceu
reparo. E também assim tempestivamente o afirmámos (Boletim daOrdem dos Médicos, 1, 1958).
Por isso m e s m o, ao vermos
agora a definição concreta das bases em que a Assistência aos Fun-
OISNEALINSUPOSITÓRIOS
• EUPNEICO
• BRONQUITE ASMÁTICA
• DISPNEIAS PAROX[STICAS
NOCTURNAS
• BRONQUITE DOS DOENTES
IDOSOS
LABORATÓRIOS LAQUIFARUA APRIGIO MAFRA. 2
LISBOA 5
Delegação DO Norte:RUA GUEDES DE AZEVEDO. 199
PORTO
cionàrios Civis vai assentar, nãopodemos deixar de regozijarmo-no."pelo triunfo das razões que entãoaâueimos.
-
*
Primeiramente, acentuemos o ca
rácter amplo da assistência programada - médica e cirúrgica, ambulatória e domiciliária, complementada pelas especialidades médicaspelos meios auxiliares de diagnós:tico, pelo internamento, pelos recur
sos terapêuticos, pela enfermageme acção social indispensáveis.
De seguida, realcemos a con
fiança explícita na capacidade doCorpo Médico como tal, como con
junto de mem b r o s tècnicamenteclassificados, para assegurar esta
assistência, sem o carácter forçadode recurso à superestrutura tão em
moda de «serviços».Do mesmo passo, anotemos com
louvor a não subordinação a esquemas fixos, a estruturas preâeterrninadas, consentindo recorrer aos con
sultórios dos médicos ou em regraaos serviços já existentes, oficiais ou
particulares indiferentemente, paraaqueles t i p o s de assistência queimperiosamente exijam âeterminaâos recursos.
*
Se os que atrás ficam consti-tuem pontos fulcrais da organizarção a assinalar em primeiro plano,outros há ainda credores do devidorelevo.
Seja a liberdade de escolha domédico; seja o condicionamentomesmo dessa liberdade, de moldea não comprometer o nível da assistência prestada, muito embora a
fixação de um mínimo de funcionários a cargo de cada médico possaser tido corno entorse de certa gravidade potencial em relação ao bom
funcionamento da norma citada.Seja ainda a regulamentação do
recurso aos especialistas e aos meiosde diagnóstico, deixados à indicação, evidentemente técnica, do médico assistente, sem prejuízo de li
b�rdade de escolha do doente; sejaainda a liberdade de escolha do local de internamento, sem out ra
limitação que não seja a que resultedo nível de encargos respectioos,mesmo esse consentindo ao doente
plena liberdade, desde que assuma
o encarço dos excedentes que a sua
escolha possa determiner,Anote-se, porém, o pequeno re
paro de se anunciar como menor a
comparticipação oficial, 'quando o
internamento se efectue em estabelecimento com que a organizaçãonão tenha contraio firmado.
Aponte-se ainda, como digno de
menção, o princípio de que os funcionários suportarão parte âo custodos tratamentos; norma moralizadora, capaz de contribuir para evi-
�ar (desmamf,os Er ,a)Jusos� jogaráfundamentalmente -em benefício dodoente, para lhe não facilitar preocupação injustificada com o seu
estado de saúde capaz de condicionar todos os excessos' de consultas e
de' exames subsidiários na senda finaltios cuidados do foropsiquiátricotiintas vezes, ou, quando menos, na'senda de mais uma doença iatrogénea. Mas não se deixe de acrescen
tar quanto o princípio assim defi"'nido carece de ser regulamentado,talvez no sentido de fazer variar tt
parcela a encargo do funcionárioem função directa do seu vencimento e na razão inversa do tempode doença;' isto para não dizer quetambém, e ainda, em ràzão inuersàdos encargos familiares.
Não deixará de assinalar-se a ra
zão de ser da gratuitidade de todasas medidas profilàcticas tizcuiuiaspela organização; acrescente-se apenas que deve deixar-se a todos, semquebra de qualquer das suas regalias, o direito de recusar aquelasprovidências profilácticas de incidência directamente pessoal, a me
'nos que a lei geral lhes preceitue a
obrigação.*
Até aqui, pràticamente, as ra-
zões de louvor e de regozijo, entremeadas por um ou outro reparo.Seja-nos lícito por igual apontar as
razões de dúvida, de ansiedade, de
inquietação.*
Médicos assistentes remuneradospela organização com gratificaçõesmensais, variáveis consoante o número de funcionários a seu cargoe complemenios correspondentes àsprestações unitárias âo serviço, paraquê? Se o regime é de livre escolha,um máximo .de inscrições por médico [ustiiica-se (defesa da quali,dade da assistência) mas não parece estar ligado à necessidade desteprincípio de gratificações de base.
Falámos atrás de entorse aos
princípios; queira Deus não seja
esta o princípio da âistorsão funcionalizante.
*
De qualquer modo, gratificaçõese complemenios estabelecidos deacordo com a Ordem; especialistasremunerados por tabela com a Ordem acordada, motivo de louvorquanto às directrizes ainda,' de inquietação quanto à execução prática.
*
Sem ter definido até hoje - e jálá vão quase cinco lustros âe vida -
tabela de honorários de âmbitonacional (apenas o Porto se mostrouinteressado em concretizar nesse
capítulo seu pensamento atravésdas Tabelas de 946 e de 961), poderáa Ordem defender capazmente os
direitos dos seus membros?Não iremos caír, uma vez mais,
ne improvisação das soluções, na
armadilha das tabelas específicasdesta ou daquela actividade, a pretexto de econõmicamente débeis ou
de cooperação social, de encargosdo trabalho ou de Companhias deSeguros, como se tosse ao CorpoMédico que cumprisse amamentartodas as debilidades, sanar todasas insuficiências, sustentar todas as
fraquezas?De qualquer modo ainda, e pon
do a nossa confiança na Ordem uma
vez mais, não será inquietante ver
firmar uma tabela - afinal com o
Estado ...
- sem fixar desde logo os
períodos e as razões da revisão?
*
Regozijo; louvor. Ansiedade, in
quietação. Factores de viela. De vidaque pretendemos seja vivida portodos, doentes e médicos, na harmonia da confiança perante a consciência, segundo a velha fórmula quedefine e sintetiza o carácter específico d ess a relação tão íntima,médico/doente.
M.M.
.o, MÉDI,GO � 433
A LIVRE ESCOLHA
No Brasil, desenvolve-se, cadavez com maior intensidade,um movimento destinado a
obrigar os organismos de previdência a aceitarem a livre escolha domédico pelos doentes. Num tios últimos números da revista brasileira«O Médico Moderno» vêm publicadas as seguintes declarações 'pelopresidente da Associação MédicaBrasileira (AMB):
«A aprovação pelo Conselho Deliberativo da AMB da livre escoltuié uma fase decisiva na defesa dadignidade da profissão médica e damelhor assistência para o n'ossopovo. Desde o Congresso de Ribeirão Preto, verificou-se a crescente
polarização da classe médica em
torno deste ideal. Constituiu a linhabásica do programa pelo qual fa.mos eleitos para a direcção da entidade máxima. Estamos agora ladoa lado dos demais membros daAssociação Médica Mundial. Aliás,desde 1954, pela chamada «Resolução de Marselha», já haviam as
associações médicas da ComunidadeEuropeia adoptado o princípio dalivre escolha. A Lei Orgânica daPrevidência Social instituiu o regime de livre escolha ao taâo dosserviços próprios dos institutos.De agora em diante, estamos em
nova fase de luta. Cabe-nos exigirtios órgãos de previdência o cum
primento da lei. E nós o faremoscontínua e perseverantemente com
o apoio da maioria da classe médica brasileira. Que ambas as mo
dalidades - livre esc-olha e serviçospróprios - sejam postas á disposição dos beneficiários da Previdência Social. O futuro mostrará o queé mais oneroso. A imensa burocracia interposta entre doente e médico,que eleva o custo da assistência médica dos lAPS ou a simples relaçãodirecta entre o doente e o profissional da sua livre escolha. E tambémesse futuro nos dará a decisão soberana da preferência do POVo».
."
II mares de reputação mundial que deu o nome
aos esfigmo�anómetros de eoluna de mereúrío
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ASSISTÊNCIA NA
O «Diário do Governo» (L" serie-e
de 27 de Abril último - publicou o se
guinte Decreto-Lei:
Tem o Governo procurado dar cum
primento, em ponderada e sistemática
realização, ao que na lei de autorizaç-ãodas receitas e despesas para o ano de
1958 - Lei n." 2090, de 21 de Dezembro
de 1�57 - ficou programado como providências em favor do funcionalismo.Ao abono de familia, unificado pelo má
ximo o seu quantitativo pelo Decreto-Lei
n.s 41 523, de 6 de Fevereiro de 1958, e
revisto o respectivo regime legal pelo De
creto-Lei n." 41671, de 11 de Junho do
mesmo ano, seguiu-se o Decreto-Lei
n." 42951, de 27 de Abril de 1960, que esta
belece as condições em que a Caixa Geral
de Depósitos, Crédito e Previdência
(Caixa Nacional de Previdência) podeaplicar os seus capitais afectos ao Fundo
permanente na aquisição e construçãode imóveis destinados aos funcionáriosdo Estado e dos corpos administratívos.
Completa-se agora o programa pro
posto, estabelecendo a assistência na
doença aos servidores civis do Estado,que o presente diploma define e regula.
Pode dizer-se que a previdência so
cial, e com ela o seguro-doença, introduzidos pelo Estatuto do Trabalho Nacio
nal e cujos princípios tiveram a sua primeira estruturação na Lei ri." 1884, de16 de Março de 1935, deixaram em atraso
o próprio Estado, pelo que respeita à
situação dos seus servidores nas eventua
lidades da doença. Com efeito, os trabalhadores das empresas privadas passaram a usufruir um esquema de benefícios
muito mais amplo do que o concedido
àqueles que constituem o vasto número
dos servidores do Estado; além de que,desde a publicação da lei citada, se criaram múltiplas organizações de assistência e se estimularam as entidades patronais, e os grupos proüssíonaís ou de in
teresses comuns, à acção social proteetora dos trabalhadores e das suas fa
mílias.Publicado o Decreto-Lei n." 42046, de
23 de Dezembro de 1958, que reajustou as
condições de remuneração dos servidores
do Estado, vai agora o Governo alargara protecção aos funcionários, fazendo-os
partícípar num esquema de assistência
em todas as formas de doença.
DOENÇA AOS SERVIDORES ESTADO
il: certo que já hoje é possível depararcom urna assistência de tal tipo, praticada ao abrigo das disposições especiaisde um ou outro serviço autónomo. Mas,fora desses casos de excepção, a assis
tência aos servidores civis do Estado temsido assegurada apenas em razão da tu
berculose e dos desastres ocorridos em
serviço.Pelo presente decreto-lei estabelece-se
uma protecção na doença, segundo es
quema cápaz de abranger, com a maior
latitude, as modalidades de assistência
médica e cirúrgica, matemo-infantil, de
enfermagem e medicamentosa, em reali
zação gradual por todo o Pais, a fim de
abranger a totalidades dos servidores.
Além disso, prevê-se que tais benefícios
possam vir a estender-se aos agregadosfamiliares, e que se institua ainda uma
acção social em ordem a completar o
esquema agora introduzido, no que .se
refere à correcção dos problemas surgidos ou interferidos pela doença.
O Governo julga, assim, dar satisfa
ção, em medida adequada, às necessídades assístencíais dos servidores civis do
Estado, do mesmo passo que soluciona
um problema por largo tempo situado
na primeira linha das suas preocupações.Desnecessário parece acentuar que é
num período de luta pela sobrevivência
nacional, com todas as consequentes ten
sões financeiras, que o Governo encara
e procura resolver o problema da assistência na doença dos servidores civis do
Estado.
Nestes termos:
Usando da faculdade conferida pela1.' parte do n." 2.° do- artigo-109.0 da Cons
tituição, o Governo decreta e eu pro
mulgo, para valer como lei, o seguinte:Artigo 1.0 il: criada a Assistência na
Doença aos Servidores Civis do Estado
(A. D. S. E.), destinada a promover gradualmente a prestação de assistência em
todas as formas de doença aos serventuários dos serviços civis do Estado, incluindo os dotados de autonomia admí
nistrativa e financeira, salvo se a sua
legislação própria permitir a existência
de obras sociais susceptíveis de abrangeraquela assistência.
Art." 2.° A A. D. S. E. será urn serviçoadministrativamente autónomo, funcionando transítõríamente no Ministériodas Finanças, na dependência directado respectivo Ministro.
DO
Art." 3.° A A. D. S. E. compete:a) Organizar, orientar e fiscalizar a
prestação da assistência referida no ar
tigo 1.0, sem prejuízo do estabelecido no
Decreto-Lei n." 40365, de 29 de Outubrode 1955, para os funcionários civis tu
berculosos ;
b) Elaborar e submeter a aprovaçãoministerial programas de actuação se
gundo as condições do meio em que os
servidores exerçam a sua actividade e
executá-los, uma vez aprovados j"c) Propor as providências que jul
gar convenientes para a coordenação dosmeios que lhe sejam- atribuídos, em or
den! à prossecução dos seus fins;d) Celebrar os acordos necessários
à obtenção regular e pronta das prestações de serviço que interessem ao desem
penho da sua missão;e) Tomar as providências índíspen
sáveis à verificação do rigoroso cumprimento dos acordos mencionados na alínea anterior;
f) Submeter a aprovação ministerialos planos de vacinação dos servidores, ouos de outras actividades profilácticas, quesejam havidos por convenientes.
Art: 4.° A assistência facultada· aoabrigo deste decreto-lei poderá abrangeras modalidades de assistência médi�"à e
cirúrgica, materno-infantil, de enfermagem e medicamentosa.
§ 1.0 A assistência médica e cirúr
gica terá, em princípio, a amplitude se
guinte:a) Consulas e visitas domiciliárias,
de clínica geral e especialidades;b) Meios auxiliares de diagnóstico;c) Meios de terapêutica;d) Internamentos;e) Intervenções cirúrgicas.§ 2.° O alargamento do esquema
enunciado no parágrafo anterior a quaisquer outros benefícios, ainda que de idêntica natureza, assim como a sua extensão,no todo ou em parte, ao agregado familiar dos servidores do Estado, dependeráde autorização do Ministro das Finanças.
Art,> -5.° A prestação da assistênciamédica e cirúrgica, nos termos deste di
ploma, pode ser feita por qualquer médico de clínica geral ou especialista, me
diante- crcumpri-mento--das :formalidadesa estabelecer em regulamento.
Art." 6: A assistência materno-infantilserá assegurada, de preferência, medianteacordos a realizar com estabelecimentos
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e serviços adequados, oficiais ou particulares, que prestem assistência não só no
parto, como na gravidez e no puerpério,esta última extensiva ao recém-nascido.
Art." 7.° A A. D. S. E. poderá proporcionar aos servidores do Estado enferma
gem em regime ambulatório e domiciliá
ric, para o que celebrará acordos com ser
viços desta natureza, oficiais ou particulares.
Art." S." Os servidores civis do Estado
poderão escolher livremente, de entremédicos de clínica geral, o seu médico
assistente, com a única restrição derivada
do limite máximo estabelecido no § L"
do artigo 15.°.
§ 1.0 A escolha será válida por períodos nunca inferiores a um ano, salvo em
casos excepcionais como tais reconheci
dos pela A. D. S. E., à qual compete ainda
autorizar as alterações no final desses pe
ríodos, quando justificadas.§ 2.° Em casos de urgência ou de
impedimento do seu médico assistente,pode o servidor recorrer a outro médico,nas condições' que forem regulamentadas,ou às equipas de serviço permanente que
sejam criadas nos grandes centros, ou
ainda aos serviços de idêntica natureza,oficiais ou particulares, com os quais a
A. D. S. E. tenha estabelecido acordos
para esse efeito.
Art," 9.° O recurso a especialistas e a
obtenção de meios auxíliares de diagnéstico e de meios de terapêutica serão con
dicionados a indicação dos médicos assis
tentes, cumpridas as formalidades estabe
lecidas pela A_ D. S. E., sem prejuízo da
possibilidade de escolha dos servidores.
Art." 10.° Aos servidores civis do Es
tado é facultado o internamento em esta
belecimento adequado, a indicar pelaA. D. S. E. de entre os hospitais oficiais,os das Misericórdias e outros estabeleci
mentos particulares, com os quais tenham
sido celebrados acordos para o efeito.
§ 1.0 O internamento poderá resultar
de indicação do médico assistente ou de
especialista, ou ainda de urgência veri
ficada nos serviços próprios dos estabele
cimentos' a que o corpo deste artigo se
refere.
§ 2.° A A. D. S. E. poderá autorizar
o internamento em estabelecimento ofi
cial ou particular diferente dos mencio
nados neste artigo, mas em tal caso per
tencerá inteiramente ao servidor a res
ponsabilidade pelas respectivas despesas,embora a A. D. S. E. comparticipe nelas,nos termos do § 2.° do artigo 12.°.
Art," 11.° Para as intervenções cirúr
gicas a que hajam de ser submetidos, os
servidores poderão escolher livremente o
cirurgião, entre os que tenham celebrado
acordo com a A. D. S. E., ou entre os
dos estabelecimentos onde se der o in
ternamento, quando os regulamentos privativos destes assim o exijam.
§ único. É permitida aos servidores
a escolha de cirurgião diferente dos de
signados no corpo deste artigo, ficando,porém, a seu cargo o pagamento da dife
rença entre os valores da tabela aprovada e o custo efectivo da intervençãohavida e re�an�o-�e !!: _co�p�rtic��ação
da A. D. S. E. pelo disposto no § 2.° do
artigo seguinte.Art." 12.° Os servidores do Estado
suportarão parte do custo dos serviços de
assistência que solicitem, quer se trate
de prestações unitárias, quer de períodosglobais de tratamento.
§ 1.0 As comparticipações a cargo dos
servidores constarão de regulamento e
serão determinadas em função dos ven
cimentos, para o efeito agrupáveis por
escalões, sem embargo de poder ser também considerada a composição dos res
pectívos agregados familiares.
§ 2.° Nos casos previstos no § 2.° do
artigo 10.0 e no § único do artigo anterior,a comparticipação da A. D. S. E. no custo
dos serviços será inferior à que lhe cabe
ria se os servidores utilizassem as soluçõesreferidas no corpo de cada um daquelesartigos.
Art." 13.0 O custo dos medica.mentos
prescritos pelos médicos será comparticipado pela A. D. S. E., sendo fixadas em
regulamento as normas do fornecimento
e os valores da comparticipação.§ L" A compartícípação a que alude
este artigo será igual para todos os pro
dutos nacionais e para os estrangeiros,a menos que estes tenham similar na in
dústria nacional, caso em que a compar
ticipação será inferior.
§ 2.0 Serão gratuitas para os servido
res as vacinações e outras actividades de
carácter profiláctico cujas campanhastenham sido aprovadas superiormente.
Art." 14.0 As comparticipações dos ser
vidores, nos termos dos artigos precedentes, serão descontadas nos vencimen
tos, podendo os respectivos pagamentosser fraccionados, consoante o seu mon
tante e as condições económicas dos
mesmos servidores.
Art." 15." Os médicos assistentes se
rão remunerados pela A. D. S. E. com
gratificações mensais, variáveis segundo
O M � D I C O - - 435
o número de servidores a seu cargo, e
complementos correspondentes às pres
tacões unitárias de serviço.§ 1.0 A A. D. S. E. fixará o número
mínimo de servidores a cargo de cada
médico, e, bem assim, o número máximo
que a estes será permitido assistir.
§ 2." A fixação das gratificações e res
pectivos complementos, bem como dos
limites máximo e mínimo de doentes, a
que este artigo se refere, será feita com
prévia audiência da Ordem dos Médicos.
Art." 16." Os especialistas serão pagos
segundo tabela oficialmente aprovada, ouvida a Ordem dos Médicos.
Art." 17." Constituem receitas da A.
D. S. E. as dotações anualmente atribuí
das no Orçamento Geral do Estado, e
bem assim as comparticipações dos servi
dores no custeio da assistência prestada,além de quaisquer outras cuja cobrançavenha a ser-lhe autorizada.
Art." IS." A organização e o funcio
namento da A. D. S. E. serão estabeleci
dos em regulamento a aprovar pelos Mi
nistros das Finanças e da Saúde e Assis
têncía, aos quais compete ainda aprovaros quadros e remunerações do pessoale as tabelas dos pagamentos a efectuar
pelos servidores.Art." 19." A A. D. S. E. organizará
um corpo de inspecção ao qual compe
tirá, sem prejuízo dos princípios deonto
lógicos, exercer a mais ampla fiscalizaçãodo funcionamento do sistema estabele
cido neste decreto-lei.
Art." 20." Os médicos que assistam os
servidores do Estado ao abrigo do presente diploma poderão passar os ates
tados de que estes necessítem para justificação das faltas dadas no serviço de
que dependem.Art." 21." São mantidos todos os bene
fícios já concedidos aos servidores civis
do Estado e dos organismos autónomos,ao abrigo da legislação em vigor.
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Doses médias,' Ampolas-Misturar o con
teúdo da ampola A com o da B e injectar intramuscularmente, em dias alternados. Comprimidos: 1 a 2 compro3 vezes por dia. Granulado: 1 a 2colheres de chá, 3 vezes por dia.
Indicações,' Amnésia. Fadiga mental. Astenia psíquica. Esgotamento cerebral.
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g; Hidrolisado de proteínas 3 g;Excipiente q. b. p.' 100 g.
D0geS médias,' Líquido - Adultos,' 1 a 2colheres de sopa, 3 vezes por dia, apósas refeições. Crianças,' 1 a 3 colheresde café, após as refeições. Cápsulas-1 a 3 cápsulas por dia, após as refeições.
Indicações,' Anemias ferropénicas, Anemias por hemorragia. Anemias nutritivas megaloblásticas e de tipo pernicioso. Estados de anorexia e desnutrição. Carências consecutivas às doenças hepáticas e hepato-esplénicas. Anemias das gastropatias e enteropatias.Fadiga geral. Astenia. Convalescençadas doenças infecciosas.
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Indicações,' Antibiocones - Furunculose
do conduto auditivo externo. Otitesexternas difusas. Todas as formas deotite média crónica. Tratamento dascavidades de esvasiamento petromastoideu e das cavidades de tímpanoplastia. Profilaxia da infecção após mobi
lização do estribo.Cortiocones - Eczemas do condutoauditivo externo. Otite externa difusa.Todas as lesões pruriginosas do con
duto auditivo externo. Tratamento da
«doença do retalho» após tímpanoplastia.
Posologia: De acordo com o critério doclínico, 2 cones por dia, até 48 horasdepois do desaparecimento de sintomas. Os Antibiocones e Cortioconesdevem ser introduzidos no canal auditivo externo pela extremidade mais
grossa; em seguida, é convenienteobturar a entrada do conduto auditivocom um pouco de algodão.
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Composição,' Oxitetraciclina.Iruiicações : Profilaxia e tratamento das
vaginites agudas ou crónicas, causadaspor microrganismos sensíveis.
Posologia e modo de administração,'Introdução, na vagina, de um com
primido ao deitar e outro ao levan-
tar, durante 2 a 4 dias, recomendando-se que não se façam lavagens durante o período de tratamento.Na cirurgia vaginal, este produto deveser utilizado como agente profiláctico,durante 2 dias antes e 2 dias depoisda intervenção, à razão de 2 comprimidos por dia (um ao deitar e outroao levantar).Na cauterização cervical, também se
recomenda a aplicação imediata de um
comprimido, seguindo-se, por mais 2
dias, o esquema habitual de adminis
tração.Na vaginite por Trichomonas, o tratamento com 2 comprimidos diários(um ao deitar e outro ao levantar)deve ser mantido durante cerca deuma semana, mesmo que se dê o aparecimento do fluxo menstrual,Em virtude da possibilidade de aparecimento de micoses resistentes, épreferível a utilização de vários tratamentos de curta
-
duração do que o
prolongamento de um único tratamento.É recomendável a administração daforma comprimidos vaginais simultâneamente com as formas orais (cápsulas ou suspensão oral) de Geomicina.
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injecção intravenosa directa, podeigualmente ser aplicada naqueles doentes em quem a terapêutica oral não éoportuna ou conveniente.
Posologia __ Adultos: 250 mg a 2 g diáriosconsoante a gravidade e a naturezada infecção. Crianças: 10 a 40 mg/kgdiários igualmente dependentes dagravidade e da natureza da infecção.A Terramicina Solução Intravenosapode ser administrada por injecçãointravenosa directa ou pela métodointravenoso gota-a-gota. A injecçãodirecta deve demorar um a dois minutos e em caso algum deve ser dadaem menos de 30 segundos, a fim deevitar efeitos secundários tais como
perspiração, náuseas e tonturas.
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absorção completa. Nas úlceras, aplicar a pomada em torno das lesões.
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Um tratamento ideal para hemorroidas deverá não
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trolar a irritação, mas deverá também controlar a infec
ção e, principalmente, promover a cura das lesões.Baseando-se nisto, foi criada a fórmula da pomada«Sperti» H.
Este import ante progresso foi obtido num famosoinstituto dos E. U. A, onde foi demonstrado que as
cél uIas danificadas segregam uma substância que estimula o metabolismo celular e assim, promove um cres
cimento e cura mais rápido. Verificou-se a existênciaduma substância similar nas células da levedura e foidesc�berto um método de e�tracção e concentração.A esta substância deu-se o nome de «BIO-DYNE».
. ,
rnocua paraHemorroidas
tratamento
esta combinação, deram excelentes testemunhos do seu
valor na aceleração da cicatrização de feridas c quetmaduras, não só nos animais, como também no homem.
A última fase na formulação foi a escolha de uma
pomada base, própria para uso rectal, na qual os
ingredientes cicatriz antes pudessem ser incorporados.Escolheu-se uma base apropriadamente suave e isenta dequalquer elemento capaz de provocar irritações locais,que fesse a um tempo ligeiramente anti-séptica, calmantee eficazmente lubrificante.
Ensaios clínicos com esta pomada deram resultados muito favoráveis. Todos os doentes com hemorroidasou outras perturbações ano-rectais, mostraram boa tole-
Dernonstrou-se que o concentrado de Bio-Dyne rância ao tratamento e obtiveram alívio das dores,tinha fortes propriedades estimulantes do metabolismo pruridos e hemorragias. O tamanho das hemorroidascelular e foi descoberto um método de aferição, baseado foi acentuadamente reduzido em quase 90 % dos pacien-no seu poder de aumento da velocidade respiratória da tes. Estes resultados favoráveis têm sido seguidos porpele: do rato.
um rápido aumento na procura de pomada eSperti». HA adição ao Bio-Dyne dum factor estimulante do nos vários países onde este produto se encontra à venda,
crescimento epitelial, extraído do óleo de fígado de e a experiência obtida com o seu crescente uso tem con-
peixe, aumentou a eficiência da preparação e os estu- firmado amplamente não só a sua eficácia como a segu-dos expérimentais, bem como trabalhos clínicos com rança no seu uso.
Um produto de Whitehall Laboratories, NEW YORK, U. S. A.Distribuidores Exclusivos: Soc. F. 1. D. LJa., - Av, Jo Loureiro, 15 - CARCAVELOS
e C. P. 6-ïo4, - LuanJa - Ai\GOLA
O ENSINO DA
A sessão que, no dia 15 do corrente,sie realizou na Faculdade de Medicina doPorto, não foi apenas notável e dignade especial referência pelo facto de 'nelatel' realizado o Prof. Amândio Tavaresuma conferência a que deu o título:«Para a /tistória da Anatomia Patológicano Porto (1863·1963)>>. Essa se-ssão representou, também, a justa consagração deUm dos mais ilustres mestres que temtido o ensino universitário portuense e
que à sua escola, como também à Universidade em çertü, tem consaçraâo mui·tos anos de. grandes esforços e rara dedi·cação.
Todos os que trabalham em «O Mé·dico», associando·se calorosamente às ho
mlenagens que foram prestadas ao Prof.Amândio Tavares, membro do Conselho CientíficO' desta revista e nosso muitoque1ido amigo, [azem. votos pela sua
saúde e por que, ainda durante muitosanos mais, possa prestar ao ensinomédico e à investigação científica �Iervi·ços tão valiosos como aqueles que, atéagora, tem dispensado, com exemplarisenção.
Dando notícia do que, se passou,«O Médico» regista, nas suas colunas,algumas passagens da conferência doProj. Amândio Tavare� - que, com exce·lente apresentação e editado pelo Instituto de Alta Cultura - é publicada num
volume, muito ilustrado, de 100 páginas.Também publicámos, com o devido
destaque, o discurso que o Prof. Ernestode Morais proferiu durante a visita quese realizou ao Museu de Anatomia Paiológica, após a sessão em que o Prof.Amândio Tœuares proferiu a sua notávelconferência.
SESSÃO NA FACULDADE DE MEDI·CINA E VISITA AO MUSEUDE ANATOMIA PATOLÓGICA
No Anfiteatro de Anatomia Patológica, completamente cheio, realizou-se,como dissemos, no dia 15 do corrente,a sessão durante a qual o Prof. AmândioTavares fez, em larga exposição, referência à história, de cem anos, do ensinodaquela . Cadeira, primeiro, na EscolaMédíco-Oírúrgíca, depois, na Faculdadede Medicina, sua continuadora.
Encontravam-se presentes numerosos
membros'do corpo docente da Faculdadede Medicina, entre os quais o seu actualdirector, Prof. Gonçalves de. Azevedo;Profs. Ro.cha Pereira e Ernesto de Mo·rais, antigos directores, o primeiro já[ubílado : prof-essores jubilados Drs. Azevéda Maia, Carlos Ramalhão e HernâniMonteiro j - todos os assístentes e colaboradores do Prof. Amândio Tavares, entre os quais os professores extraordínários Drs. Daniel Serrão e Amândio Sampaio Tavares, e muitos 'estudantes, Também assistiu o nosso director, Dr. MárioCardia, condiscípulo do Prof. AmândioTavares.
O Prof. Amândio Tavare_s, actualprofessor - desde algumas dezenas deanos - de Anatomia Patológica,' falandoem primeiro lugar começou por recordaro falecido Prof. Almeida Garrett, antigo
DA VIDA MÉDICANACIONAL
PORTO
ANATOMIA PATOLÓGICA NO PO RTO
director da Faculdade, o qual instituiuas sessões científicas nas quais era costume, por seu desejo expresso, que, na
primeira de cada ano, colaborasse o Ser
viço de Anatomia Patológica. Este ano,isso não foi possível; porém, como presentemente se completa um século sobrea data da fundação da cadeira na Escola
Médico-Cirúrgica do Porto, o actual director da Faculdade manifestou o desejode que tal colaboração não deixasse deser prestada.
A seguir, o conferente desenvolveu o
seu trabalho, do qual extraímos, a seguir,algumas passagens.
Depois do Prof. Amândio Tavares,falou o director da: Faculdade de Medicina, Prof. Gonçalves de Azevedo, que,saudando o conferente, disse que o seu
trabalho, embora muito brilhante, exactoe completo quanto às primeiras dezenasde anos do ensino da Anatomia Patológica no Porto, não estava completo no
que se refere às últimas dezenas de anos.
Devido, certamente, à sua modéstia, o
Prof. Amândio Tavares não deu o devido relevo ao que realizou - e foi muitíssimo notável - durante os anos em
que regeu a cadeira e muito contribuiupara o equipamento dos serviços quechefia.
Depois, os presentes, sob a orientação do Prof. Amândio Tavares, fizeramminuciosa visita ao Museu de Anatomia Patológica e a outras instalações- que muito honram a Universidade doPorto, e onde se verifica o enorme desenvolvimento que têm tido os serviços,com magnífico equipamento, durante asúltimas dezenas de anos. Os visitantesmuito apreciaram também valiosos documentos, assim como a grande colecçãode livros e outros trabalhos que se devemao Prof. Amândio Tavares e seus colaboradores.
«PARA A HISTÓRIA DA ANATOMIA PATOLÓGICA NO PORTO»
é, como dizemos atrás, o título da con
ferência do Prof, Amândio Tavares, e daqual, aproveitando o máximo de possibilidade,s de espaço de que podemos dis
por neste número, transcrevemos, a se
guir, algumas passagens:
Detenhamo-nos um pouco no largoperíodo - quase 65 anos - da história daAnatomia Patológica na Escola de Medicina Portuense, decorrido desde a indi
vidualização como cadeira autónoma até
que- o seu -ensíno foi confiado a quem.
hoje a ocupa, Este período correspondea três dos seis- ciclos em que Luís dePina reparte a história da nossa Escola
..- o «científico e literário» 0866 a 1885),Ó «positivo» 0885-1911) e o do «renascimento» 0911-1930). Foi recentemente aflo- - .
rado na dissertação de licenciatura de.
Manuel António Couto da Silva Cruz, ao
esboçar a história geral sumária da ana
tomia patológica através dos tempos.Dez professores tiveram a seu cargo
a referida dísciplina, por lapsos variáveis de curtos meses a mais de três
décadas; nove ocuparam-na como titulares ou proprietários, o restante como
simples encarregado de curso, mas queao seu ensino tentou imprimir nova
orientação.A história do que foi, no geral, a vida
da Escola durante esse decurso verdadeiramente heróico está feita e não va
mos aqui reeditar o que se encontra na
série de publicações do Centenário e nas
obras de Maximiano Lemos, HernâniMonteiro e Luís de Pina, entre mais.Dela reteremos um ou outro apontamento que mais de perto se prenda com
a evolução da cadeira cujo centenáriose celebra e que sobressaem na vastaordem de persístentes esforços dos Mestres da antiga Escola e da Faculdade,continuados em nossos dias com redobrado vigor, no sentido de se conseguirem a criação e apetrechamento de laboratórios e melhores condições de trabalhoe ensino, mediante reformas em quefossem devidamente remodelados e am
pliados os quadros das disciplinas e do
pessoal docente e auxiliar.De longa data se empenharam os
nossos antecessores para poderem introduzir no ensino médico a necessáriabase experimental. Mostram-no bem os
relatórios anuais, as orações de Sapientianas sessões solenes de abertura das au
las, o projecto de reforma de 1881 - deque foi relator Cândido de Pinho -, e o
valioso relatório, tantas vezes citado, daautoria de Ricardo Jorge, apresentadoem 1885 ao Conselho Superior de Ins
trução Pública e no qual se apontamcom desassombro os defeitos e insuficiências do ensino médico então ministrado e se indicam os meios adequadospara lhes dar remédio,
Já em 1867, numa exposição ao Governo elaborada por Costa Leite, se
pediam meios e condições para tornar
prático e experimental o ensino dalgumas disciplinas, como a Fisiologia e a
Anatomia Patológica., e na oração de Sa
pientia, acima recordada, que AntunesLemos pronunciou em 5 de Outubro de1876, acentua-se : «Á medida que a anatomia pathologica, a histologia e por ultimo a physiologia pathologica e a pharmaco-dynamica se foram aperfeiçoando,de sorte que do seu conhecimento resultasse benefícios reaes para a medicinapratica, a cultura d'estas disciplinas foitomando uma amplitude e desenvolvimento cada vez maior, a ponto de ser
indispensável alargar o quadro dos estu
dos, dotando a Escola com quatro novas
cadeiras».Por sua vez, Almeida Brandão, no
discurso de 5 de Outubro de 1878, insistenas deficiências dos estudos médicos no
nosso País, «na falta. de trabalho scientifico bem organizado»; pede a reformé'destes e, entre os melhoramentos reputados indispensáveis para a Escola portuense, aponta, .além de cadeiras novas,a criação e conveniente apetrechamentode gabinetes e laboratórios apropriados.No ano seguinte, Urbino de Freitasdeclara que-o Conselho julgava essencialdesenvolver os programas de patologia.geral e
_ ete_. ªrlat.9mi�� fisiologia.....lliI-1.olQ-
PALAVRAS DO PROF. ERNESTO MORAIS
Ex.mo Senhor ProfessorDr. Amândio Tavares
Com a conivência dos actuaiscolaboradores de V. Ex." e a autorização do Senhor Director, vai quebrar-se o protocolo da comemora
ção do 1.0 centenário da criação dacadeira de Anatomia Patológica,para se acrescentar uma palavra ao
Esboço Histórico da Anatomia Patológica no Porto, palavra que nãoestá contida no trabalho que acabamos de ouvir mas que as circunstâncias impõem e todos os colaboradores de V. Ex.a desejam salientar.
Dividiu V. Ex.a a história dos100 anos da Anatomia Patológica no
Porto em dois períodos. O primeiro,de 65 anos, corresponde aos sonhos,esperanças e realizações dos 10 professores que o antecederam. Nadaaqui falta: precisão, rigor histórico,veneração pelos nossos maiores,respeito e admiração pela nossa
Casa.O segundo período, de 35 anos,
iniciado entre o «final do Renascimento» e o «dealbar do períodoexperimental», abrange a actividadedesenvolvida no Laboratório de Anatomia Patológica sob a orientaçãode V. Ex.". Também a história desteperíodo é primorosa de objectividade e de rigor; também se exalta,com palavras de justo agradecimento, quem facilitou ou concedeucondições de trabalho, e não se
poupam referências de generosa benevolência para todos os colaboradores de V. Ex.a, do primeiro ao
último, do mais qualificado ao mais
simples.No entanto, o bosquejo histórico
está incompleto por lhe faltar a
palavra que os seus actuais colaboradores me incumbiram de agorapronunciar.
Na evocação histórica que esta
exposição constitui, na actividade
representada nos diagramas, con
tém-se integralmente o esforço deum Homem que soube ser Mestre, de um professor que criou discípulos, de um cientista que fezEscola.
Ser Mestre, criar discípulos e
fazer Escola exige mais do que ser
Prof. Amândio Tavares
professor, ter instalações e disporde meios de trabalho. É índíspensável que o professor, além de cientista, seja cuidadoso na selecçãodos colaboradores, profundamentehumano com eles, compreensivo,sempre de espírito preparado paraos ouvir e estimular e, sobretudo,que saiba, pelo exemplo, incutir-lhes amor pelo trabalho e devoçãopela ciência.
Em seguida, o Prof. Ernesto Mo-
o M Il: D 1 C O - 439
rais recordou alguns pormenoresda sua vivência de mais de 15 anos
no Laboratório de Anatomia Patológica focando a actuação do Mestre nos passos mais importantes dasua carreira escolar e concluíu:Pois bem, o que se passou comigorepetiu-se depois com todos os ou
tros discípulos, que a todos sem
pre amparou e estimulou e tantas vezes recebeu na intimidade doseu Lar, já que o Laboratório cons
tituía um prolongamento da casa doMestre e os que nele trabalhavamum prolongamento da sua família.
O que acabo de referir - estímulo, interesse pelos êxitos académicos ou científicos ou pela vidafamiliar e material dos seus colaboradores, amizade paternal e exem
plo de trabalho e de devoção pelaciência - constituíram as qualidades que permitiram ao Prof. Amândio Tavares ser Mestre, criar discípulos e fundar uma Escola.
Esta acção do actual professorde Anatomia Patológica, que nãoestá contida no esboço Histórico dosúltimos 35 anos, não podia ficar noolvido dada a sua transcendente importância, pois é a garantia de quepara além do Prof. Amândio Tavarescontinuará a sua Escola, perduraráo seu método de trabalho, contínuará o mesmo rigor de observação e a mesma honestidade científica. Essa acção é também a garantiade que para além do Prof. AmândioTavares a sua Escola progredirá,porquanto os seus actuais colaboradores - pléiade de moços quetanto deram já à nossa Faculdadese orgulham de ser seus discípulos.
Neste dia festivo, Senhor Prof.Amândio Tavares, os seus discípulos - os actuais e os antigos, dosquais me honro de ser cronologicamente o primeiro - deviam-lhe es
tas palavras, para se compreender oseu reconhecimento e a sua gratidão ao Professor que desejam con
tinue por muitos mais anos a ser
seu Mestre.
gica gerais, como introdução necessana
ao estudo da patologia especial.Entretanto, enquanto não vinha a
desejada reforma, o então aluno AntónioPlácido da Costa, com o patrocínio doprofessor de Anatomia Patológica, Antunes Lemos, inaugurava em 1878 um pequeno curso particular de histologia.Plácido da Costa matriculara-se em 1874,já com 25 anos, e promovera poucodepois a organízaçâo de uma agremiaçãoestudantil com objectivos científicos - a
Aliança Académica - perante a qual fezuma conferência sobre «O microscópioe suas revelações»; dela resultou, aindaestudante, aquela incumbência ou tentativa, seguida da criação, pela Escola- antecipando-se à iniciativa oficial,que só haveria de registar-se em 1903-,de dois cursos extraordinàrios de histologia prática e de doenças do aparelhogénito-urinário, o primeiro dos quaisconfiado a Ricardo Jorge, que o regeuuns poucos de anos, e, mais tarde, a
Plácido da Costa, que, no entanto, passaria à história, menos como fisiologistae iniciador dos estudos histológicos no
Porto, do que como oftalmologista com
petentíssimo.Obedecendo ao mesmo intuito de dar
ao ensino médico feição prática e experimental, cria-se em 1880-1881, por iniciativa de Ricardo Jorge, um laboratório dehistologia - onde este professor trabalhou com entusiasmo e de onde saíramas preparações, desenhadas por Plácidoda Costa, da dissertação de MagalhãesLemos --< «A região psico-motriz» (1882) -
e, anos depois, no serviço de AnatomiaPatológica, já a cargo de Almeida Bran
dão, um modesto laboratório de histopatologia e análises clinicas. Ali desinteressadamente trabalhou, retomando em
1890 os estudos de histologia que Plácidoiniciara seis anos antes, Artur CardosoPereira, laureado aluno da Escola, formado em 1888 e que em Paris fizera a
sua aprendizagem e estudara técnica his
tológica com Ranvier.Dura apenas três anos essa activida
de, mas deixa documentos notáveis em
trabalhos de alunos distintos da Escola
por ele orientados, que ali praticaram e
aprenderam: a parte histopatológica das
valiosas dissertações, inspiradas por Azevedo Maia, de António Caetano Ferreirade Castro (<<As salpingites. Ensaio dehistologia pathologíca» (1891), AntónioAugusto de Aguiar Cardoso (<<Contribuição para o estudo da anatomia pathologica das ovarites» (892) e Eduardo Augusto Soares de Freitas (<<As endometri,tes. Estudo de histologia pathologica»(893) deve-se a Cardoso Pereira, quealiava à sua devoção pelo ensino taisescrúpulos e isenção que nem sequerconsentiu que o primeiro dos autores«citasse a participação que tivera na sua
dissertação inaugural» (Hernâni Monteiro).
Foi Director do Laboratório de Análises Clinicas do Hospital Geral de SantoAntónio e, mais tarde, mudou-se paraLisboa. Numa notícia cronológica insertano Portugal Médico (n." 2 de 1941) lê-se,a respeito deste pioneiro dos estudoslaboratoriais em Portugal: «Em Lisboaa sua erudição e probidade foram aproveitadas na Estação Agronómica, no Instituto de Medicina Legal, de que era
chefe de serviço, e no Instituto Superior
'O', MÉDICO - 440
Técnico, onde foi professor. A Acadenuadas Ciências de Lisboa, de que o Prof.Cardoso Pereira era sócio correspondentede Ln classe, na sessão de 16 de Janeiro,prestou-lhe homenagem, lendo extensas
apreciações os Srs. Profs. Azevedo Nevese Charles Lepierre e proferindo os Srs.Dr. Silva Carvalho e Prof. Moreira Júnior, presidente, algumas palavras de
admiração pela obra do erudito ,analistae publícista».
Os aludidos trabalhos contam-se en
tre numerosos da colecção de teses de1888 a 1895 e aos quais serviram de basepeças colhidas, na maior parte, no ser
viço do Prof. Azevedo Maia, que no meioportuense lançou a cirurgia moderna,abdominal e ginecológica, ramos malconhecidos nesta cidade. Permitem fazeruma ideia da grande actividade cirúrgicadaquele professor, que tinha em elevadoapreço a importância da. anatomia patológica. Refere o Prof. J. A. Pires de Lima
CI seguinte pitoresco comentário, anteum erro de diagnóstico que cometera e
ao comprová-lo pelo exame necrópsico,rodeado por todo o curso: «A mesa deautópsias tem um sabão que é óptimopara lavar basófias ... ».
Dos estudos de anatomia patológicapromovidos por 'pessoal docente nosanos seguintes dessa época já recuada,merecem especial menção' os realizados,sob a direcção de Ricardo Jorge, por ocasião da epidemia de peste bubónica, quehavia de motivar o pedido de transferência do eminente higienista para a
Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa: re
gistam-se na dissertação inaugural deAntónio Balbina Rego (<<Pneumonia pestosa. A peste bubónica no Porto» 1899--1900) e na de concurso, já citada deAntónio Joaquim de Sousa Júnior (<<Pestebubónica. Estudos da epidemia do Porto.An�tomill: pathologíca macroscopica. Bact�rlOSCopIa: Suas aplicações ao diagnós-.tíco», 1902). •
'Nova fase se abria na' história daAnatomia Patológica na nossa Escola,quase coincidente com o termo do período que Luis de 'Pina, designa de «renas
cimento», iniciado 'em 1911, e' o dealbardo «período experimental» (1930), em
que o Serviço começa a beneficiar � daacção exercida pela �unta de EducaçãoNacional� então criada pelo, Ministro'Gustavo Cordeiro Ramos - e o Institutode' Alta Cultura, que lhe sucedeu - umae, outro' a estimularem e a subvenciona,rem «esforços e ensaios de pesquisaçãocientífica da nossa Faculdade, promovendo, . assim, inúmeros estudos, auspiciando a preparação de pessoal docente,o apetrechamento de laboratórios a
publicação de trabalhos» (Luis de PiiIa).Dessa nova; fase se darão agora uns breves apontamentos., . Como se pode imaginar, de pesadíssímas responsabilidades era o encargocometido ao jovem professor auxiliar,
mormente se atentarmos nas condiçõesem 'que a herança era recebida, entre as
quais avultavam a inexperiência e a
carência de preparação e de auxiliares.Não sãd '
para descrever os embaraçosque se aliaram às canseiras e às preocupações do encarregado da regêncianaqueles primeiros anos consumidos numaútodïdactísmo que, se tem incontestáveis vantagens, não deixa de ter tambémsérios inconvenientes, que melhor se
podem avaliar a esta distância. Não é,pois, para estranhar que o tenha assaltado, por vezes, o desânimo, só dominadograças ao amparo e estímulo que recebiado Director da Faculdade e de algunsproressores, I
- • - '
Aqui s�, deve' deixar èxarada a gratidão devida a Alberto de Aguiar - porintermédio de quem, recebera do Conselho Escolar, a que então presidia, o honrosa e espinhoso encargo, a par' dogeneroso incentivo que havia de quebrar-lhe a hesitação diante das dificuldadesda missão a curnprir -, Almeida Garrett,que se lhe seguiu na direcção da FaculdaJde, J. A. Pires de Lima, Álvaro TeixeiraBastos e Lourenço Gomes - todos já noeterno descanso - e Hernâni Monteiro,então Secretário e, felizmente, ainda vivo.
De muito valeu o que se fez paraadquirir o que faltava ao encarregado docurso, que ao Laboratório e ao Museu,às instalações e ao ensino se consagrouinteiramente, para dar aos serviços desta
secção basilar da medicina desenvolvimento compatível com às parcos recursos postos à sua disposição.
O primeiro dos estorvos prendia-seà falta de um serviço de autópsias privativo. Sem cadáveres não eta possívelensinar nem aprender anatomia patológica. Procurou-se vencer essa dificuldadeaproveitando, no Instituto dê MedicinaLegal, as autópsias destftûHfâs de interesse médico-legal, de indivíduos falecidos sem assistência médica, quer exe
cutando-as ;>essoa,lmente, auxiliado pordois alunos, corn: autorização do Director, Prof. Lourenço Gomes, e na presençado Chefe de ,serviço Francisco Coimbraè dos Assistentes Delfim Lècour e Meneses e Manuel da Costa Portela, quer demonstrando, nas, sessões de trabalhospráticos e nas lições, peças ali recolhidas.Aos referidos exercícios assistia, em re'gra, todo o curso, encarregando-se doisalunos da elaboração do, respectivo rela,tório, que apresentavam, passados oitodias, .para ser apreciado e discutido.
Desde o começo, tentando fugir à
simples repetição do que vém nos tra
tados, todos os assuntos das aulas teóricas passaram a ser exemplificados com
o auxílio de-cartazes, a projecção de dia
positivos e de preparações histológicas,peças do Museù e outras frescas. Pro
curou-se - como hoje se procura - darao ensino uma feição essencialmente
prática, que não tinha, como praticamente os alunos tinham, e têm, de pres,tar as suas provas no fim do ano, a im
plicar a necessidade de uma boa assiduidade ao curso, porque sempre se houve
CERTEZA DE EXITO... em todo. os çaus e formas d. SIJ.IU.JS..• em todas as doenças INFECCIOSAS e
O�INFLAMATÓRIAS (Aqina.,- �5!F':'"m
......·
"�,,V,\S�oE. TOSSE cl I.'
M'MIUIGO
• Para aplicar só.• Como terapêutica de bue
para o tratamento modernocom os antibióticos,
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a aprendizagem livresca, isolada, como
incapaz de lhes permitir a aquisição deconhecimentos suficientes para ínterpretarem correctamente urna peça que Ihesseja apresentada para descrever ou um
corte histológico que hajam de examinarao microscópio.
No plano geral de estudos constantedo Regulamento de 1928, baseado na re
forma de 1926 (Decreto 12697, dé 19 de
Novembro), figuram na 3." Secção as
cadeiras de Anatomia Patológica e de
Medicina Legal e, como disciplinas anexas à primeira, a Patologia Geral e História da Medicina. Cursada no 3.° ano.competia-lhe um 1.0 assistente, comum à
Patologia Geral, um 2.° assistente e, no
quadro do pessoal auxiliar, urn preparador-conservador (Alberto da Costa Freitas, também hábil fotógrafa), um fotógrafo-desenhador (Manuel Alves Ferreira) e um contínuo (Norbindo da SilvaRibeiro), Destes três auxiliares, apenaso ,prinieiro e o último se ocupavamno Laboratório e Museu de AnatomiaPatológica, pois o segundo foi considerado adstrito ao Instituto de Anatomia"onde sempre trabalhou. Norbindo Ribeiro desempenhava, na realidade, também funções de ajudante de preparador.
Mais tarde, ao reorganizar-se o quadro, em substituição de Manuel Ferreiraé colocado no Laboratório, como dese
nhador, o Dr. Alberto da Silva e Sousa,que, todavia, continuou a prestar serviçonaquele Instituto até Outubro de 1948.em que foi nomeado Professor da Escolade Belas-Artes do Porto.
Na microscopia, urn único ajudanteda docência, nos primeiros meses de1928: Joaquim Pinto Nunes, Assistentede Histologia, que também ajudava na
execução de urna ou outra das análises,histopatológicas requisitadas pelas Clínicas escolares. O número destes exames,nesse ano lectivo, foi de 91 e aumentaria ràpidamente nos anos seguintes.
Um dia, já em 1929, foi o Serviço,procurado por um médico recém-formado que pretendia o aprendizado iridispensável à prática destes exames para irdirigir um laboratório de análises numa
das Ilhas Adjacentes. Ao cabo de urn
estágio voluntário de cerca de um ana"esse jovem e estudioso colega prestavatão útil colaboração e tais qualidadesevidenciava que não se hesitou em sugerir-lhe a alteração dos seus projectospara ingressar na carreira docente, na
qual havia de exceder a expectativa maisoptímísta : tratava-se de Ernesto BorgesTeixeira de Morais, que, depois de brevepassagem pela Histologia, foi propostopara Assistente do 3." Grupo em Junhode 1930, se doutorou em 1935, prestariaprovas de habilitação ao título de professor agregado do mesmo em 1938, ascenderia (Julho de 1944) à cátedra de Pato
logia Geral- que tem ilustrado de modoexemplar - e viria a dirigir, com acertoe dignidade, a nossa Faculdade; numafase difícil da sua existência, em queforam postos à prova os seus superiorespredicados, assim como na qualidade demembro da Comissão Instaladora doHospital Escolar.
À medida que os recursos iam au
mentando, melhoravam progressivamenteas sessões de trabalhos práticos, que logode começo se organizaram, como se
disse, com autópsias, demonstração depeças, estudo individual, após explicaçãoprévia, de preparações histológicas relativas aos diferentes capítulos da anatomia patológica e elaboração dos corripetentes relatórios.
A estes estudos foi possível dar maiorincremento mediante um curso semestralde Histologia Patológica, a partir de1931. Com efeito, no Decreto n." 19337,de 29 de Janeiro, o quadro das dísciplinas do curso médico-cirúrgico professadona Faculdade Portuense distribuía-se por15 grupos, compreendendo o 3." 'as cadeiras de Anatomia Patológica e de Patologia Geral e experimental, e os cursosde Histologia Patológica, de Semiótica
Laboratorial e de Semiótica Radiológica,rtcando us dois primeiros, durante algumtempo, a cargo do catedrático cie Anatomia Patológica, como aliás, a própriaPatologia Geral (de 1934 a 1938), já liberto da regência de Histologia e Embriologia, após o regresso de Abel Salazarem 1931. Em Fevereiro de 1936, foi-lhetambém confiada a direcção do Laboratório Nobre (a qual exerceu durantepouco mais de oito anos, com a dedicada colaboração de Ernesto Morais,que nela lhe sucedeu.
Outra dificuldade a vencer: a dasinstalações.
Logo após a celebração, em 1925, do1.0 Centenário da fundação da RégiaEscola de Cirurgia, precursora da Faculdade, procurou esta remodelar os seus
serviços, conseguir novas e mais largascondições de trabalho. Em 1927, via en
fim, atendidas as suas constantes reclamações de ampliação do edifício e melhoria de instalações, graças a Alfredo deMagalhães, que orientara com tanto brilho aquela comemoração, fora eleitoReitor da Universidade (26 de Junho de1926) e, pouco depois (22 de Novembro),era titular da pasta da Instrução Pública.
- As instalações de Anatomia Patológica não haviam sido - ao que parecetidas devidamente em conta no planodas obras; apenas se contara com o museu, na ala nascente do andar nobre, deonde a necessidade de recorrer, na alapoente, às dependências destínadas àHigiene. Ali ficou arrumado o Serviço«a título provisório» - mas, na realidadedefinitivamente -, até à transferência d�Faculdade para o actual edifício do Hospital Escolar de S. João, na Asprela, maisde trinta anos depois.
Aproveitando o melhor possível oespaço que, deste modo, se lhe cedia,instalou-se o museu, preparou-se umasala de trabalhos práticos de mícroscopia, arranjaram-se dois gabinetes de trabalho, servindo ao mesmo tempo debiblioteca, para o Professor e Assistentes - o destes, mais tarde, subdivididoe um labdratório para preparação de cortes histológicos e de peças anatómicas.Num recanto da sala de trabalhos práticos, improvisou-se um pequeno gabinetedestinado às experiências em animais.Para estes (coelhos, cobaias e ratos) conseguiu-se um biotério rudimentar, adaptando um acanhado desvão, contíguo ao
gabinete dos Assistentes, no ·ângulo sudoeste do edifício, onde estava a câmarade projecção para o salão nobre.
Dificuldades sem conta tolhiam, comose disse, o ânimo dos que se empenhavam em cumprir missão de tamanharesponsabilidade como a que lhes foracometida.
Necrotério privativo continuava anão haver. A partir de 1935, mercê dacircunstância de o Professor e o Assistente Ernesto Morais trabalharem comoAssistentes no Laboratório de Análisesdo Hospital Geral de Santo António,onde o primeiro tinha a seu cargo osexames histopatológicos, pôde-se aproveitar também o necrotério do Hospitalpara fazer, sempre que possível, as au
tópsias de indivíduos falecidos nas clínicas, escolares e outras. Durante o anolectivo de 1940-41 já se fizeram 64 autópsias, das quais 35 a requisição das ClínicasEscolares e 40 com a assistência e auxíliodos alunos de Anatomia Patológica.
Como em outros centros uníversitá-
O MÉDICO - 441
LISBOA
ACIDENTESESU A I M P O R T ÂNC I A M ÉD I C O - S O C I A L
DE TRÁFEGO
Com demora de alguns dias, vindo deRoma, onde presidira aos trabalhos doI Congresso da Sociedade Internacionalde Medicina dos Acidentes de Tráfego,estève entre nós o Prof. Veiga de Carvalho, figura de grande relevo do corpodocente da Universidade de S. Paulo, umdos fundadores da Sociedade a que acimanos referimos, de que é vice-presidente.
Aproveitando a sua estada em Lisboa,o Auto-Clube Médico Português convidou-o para proferir uma conferência, quese realizou no pretérito dia 10.
Ao promover esta sessão, o Auto-Clube Médico Português associou-se ao
interesse que em todos os países estádesde há muito a despertar o estudo profundo da prevenção e assistência do acidente colaborando desta forma para uma
ampl� divulgação dos meios técnicosactualmente conhecidos e que tendem Il
concretízar-se num menor número deacidentes e numa maior e melhor assistência ao sinistrado.
Presidiu à sessão o Prof. Ayres deSousa, presidente do Auto-Clube �édicoPortuguês, ladeado pela conïerencísta e
rios - o mal não é peculiar ao nosso-,houve que lutar, por vezes, contra uma
certa resistência de alguns clínicos cederem os cadáveres dos doentes falecidosnas suas enfermarias para serem autopsiados pelo pessoal de Anatomia Patológica, preferindo, em alguns casos, assistirem como simples espectadores a ne.
crópsias parciais feitas por um simplesempregado, porque o interesse, quandoo havia, não ia além da comprovação dodiagnóstico feito.
Ao mesmo tempo que se promoviao aperfeiçoamento do ensino e da aprendizagem prática dos alunos, não se descurava a investigação científica, na acanhada medida dos nossos recursos.
Tentou-se fazer alguma coisa com o
pouco que se tinha. Como se disse, a
actividade neste domínio foi grandemente facilitada pelo auxílio da Juntade Educação Nacional e, depois e sobretudo, pelo Instituto de Alta Cultura, seusucessor.
Em Fevereiro de 1941 - depois deuma visita e troca de impressões com o
então Presidente do Instituto, Prof. A.Celestino da Costa -, é criado por esteorganismo um Centro de Estudos deAnatomia Patológica, anexo ao Serviçoe, mais tarde, ampliado com a secção dePatologia Geral, a cargo do Prof. Ernesto Morais.
Dele foi primeiro bolseiro CarlosAugusto Strecht Ribeiro, que revelaraqualidades raras de investigador e alitrabalhava em estágio voluntário e, depois, como 2.° Assistente. Levou-o a
morte na flor dos anos.
pelo Dr. Alfredo Franco, presidente doconselho regional de Lisboa da Ordemdos Médicos, onde aquela se efectuou.Entre a assistência, viam-se, entre outras
individualidades, o comandante-geral da
P.S.P., o director-geral dos 'I'ransportesTerrestres, o comandante da P.V.T. e o
presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.Ao abrir a sessão, o presidente, de
pois de saudar o Prof. Veiga de Carva
lho, de quem fez o elogio, referiu-se àacção do Auto-Clube Médico, quanto ao
problema dos acidentes do tráfego.O conferencista, ao iniciar o seu tra
balho, começou por afirmar que, sendo
O Prof. Veiga de Carvalho
de 400 mil o número de mortos, por ano,devido a acidentes de viação, se impôsa criação de uma Sociedade Internacional de Medicina dos Acidentes de Tráfego, cujo 1." Congresso se reuniu, de 25a 30 de Abril, em Roma, com a presençade elevado número de médicos de todoo Mundo. Em seguida, o orador descreveu o que foi esse congresso e as medidasapresentadas pelos vários congressístas,tendo em vista não só promover a diminuição dos acidentes, como, especialmente, uma maior eficiência na prestação dos socorros aos acidentados.
No final, o Prof. Ayres de Sousa tornou pública a resolução dos corpos gerentes do Auto-Clube Médico Portuguêsde nomear o Prof. Veiga de Carvalhosócio honorário da agremiação e fez-lheentrega do respectivo diploma e me
dalha.
Ù Mt Ú I Ú Ó - 442
ACADEMIA DAS CIÊNCIAS
Sob a presidência do Prof. AmorimFerreira, reuniu-se no dia 16 a Classe de
Ciências da Academia das Ciências de
Lisboa, tendo o Prof. Carlos Salazar deSousa apresentado uma comunicação, de
colaboração com os Drs. H. Moreno An
tunes e F. Teixeira, intitulada «tncon
venientes dos leites acidificados com
ácido láctico na alimentação dos prematuros».
Partindo do facto de ser o valortampão do leite de vaca mais elevadodo que no de mulher, os autores descrevem as experiências que realizaram a
partir dos trabalhos feitos, em pequenonúmero, por Karelitz, para concluir queo uso de leites acidificados com ácidoláctico na alimentação dos prematurosnão é aconselhável.
SOCIEDADE PORTUGUESADE MEDICINA TROPICAL
Reuniu no passade> dia 17, sob a presidência do Prof. Cruz Ferreira, secretariado pelos Drs. Martins da Rocha e
Mário Leão, a Sociedade Portuguesa de
Medicina Tropical (secção da Sociedadedas Ciências Médicas de Lisboa).
Falou, em primeiro lugar, o Prof.Cruz Ferreira, que, em seu nome e no
dos seus colaboradores, apresentou uma
comunicação intitulada «Iodeto de ditíazanina no tratamento das helmintíases».Tratava-se dos resultados do referido tratamento em dois grupos infestados, o
primeiro grupo de doentes internadosna enfermaria escolar do LM.T., e o se
gundo grupo de doentes tratados em zo
nas rurais do Estado Português da fndia.A eficácia da terapêutica revelou-se
da ordem dos 80,6 por cento e 26,8 porcento, respectivamente, nos grupos indicados, e posto que a tolerância fosserelativamente boa nos primeiros, no se
gundo grupo observaram-se manifestosefeitos secundários, que interferiram sèriamente com o progresso do tratamento.
A segunda comunicação, do Dr. M.Gomes Meleiro, apresentava os resultados do estudo feito de colaboração como Prof. Cruz Ferreira e com o Dr. M.Braço Forte Júnior, feito num doenteda Guiné Portuguesa, portador de umsíndroma de hepatoesplenomegalia com
híperesplenismo. Foram estudados osvários aspectos, clínico, bioquímico, imunoquímico, anátomo-patológico e hístoquímico, no sentido de procurar explicara etiopatogenia deste síndroma tão Irequente no africano. Além disso, o casoclínico apresentado reveste ainda particular interesse, por se tratar da primeirareferência a um caso de bilharziase na
Guiné Portuguesa, originada pelo «Shistosoma rnansoní».
�R6MULO ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA
DË UROLOGIAENel" VIVADE COIMeRA
Reuniu no passado dia 18, em assembleia geral, a Associação Portuguesa de
Urologia, que elegeu a seguinte direcçãopara o biénio de 1963-1965:
Presidente, Dr. Matos Ferreira;_
se
cretários, Drs. 'Pinto de Carvalho e Henrique Roquete Bastos; tesoureiro, Dr.Luciano Ravara Alves; vogais, Prof. Carneiro de Moura e Drs. João Costa, Abíliode Moura e Humberto Fontoura Madureira.
A nova direcção reuniu-se logo apósa eleição e resolveu entabolar negociações com a Sociedade Espanhola de Urologia, para a realização de sessões con
juntas.
-DIVERSAS
DIRECÇÃO�GERALDE SAUDE
DOENÇAS DE NOTIFICAÇÃOOBRIGATóRIA
Números provisórios de casos e óbitos de algumas doenças de notificaçãoobrigatória declaradas em Portugal me
tropolitano t contínente e ilhas adjacentes) e respeitantes ao período de 5 a 11de Maio de 1963:
CASOS ÓBITOS
Difteria _ _....... 40 OEncefalite infecciosa aguda 6 4Escarlatina _ _............ . 6 1Febre tifóide 20 OOutras salmoneloses 2 OHepatite epidémica 8 O
Meningite cérebro-espinal . _; 42 OPoliomielite aguda _..... 5 OTosse convulsa 24 O
DIÃRIO DO GOVERNO(De 17 a 23-V-1963)
Novo professor agregadoDr. José Schneeberger de Ataíde
� concedido o título de professor agregado de Psiquiatria pela Faculdade deMedicina da Universidade de Lisboa.
17-V-63INSTITUTO
DE ALTA CULTURA
Dr. Eduardo Carneiro de AraújoCoelho, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade deLisboa � foi concedida missão oficialfora do País durante treze dias, a contarde 18 de Maio de 1963.
21-V-63
Dr. Fernando Pais Coelho Teixeira,médico-analista da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa � foiconcedida equiparação a bolseiro forado País durante catorze dias, a contarde 18 de Maio de 1963.
21-V-63
Dr. Jacinto Croner de Santana e
Vasconcelos Moniz de Bettencourt, professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e director de serviço dos Hospitais Civis deLisboa � foi concedida missão oficialfora do País durante doze dias, a contarde 14 de Maio de 1963.
. 21-V-63
Dr. Luís José de Pina Guimarães,professor catedrático da Faculdade deMedicina da Universidade do Porto - foiconcedida missão oficial fora do Paísdurante 30 dias, a contar de 15 de Maiode 1963.
21-V-63
Dr. Manuel Júdice Halpern, segundo-assistente da Faculdade de Medicina daUniversidade de Lisboa - foi concedidaequiparação a bolseiro fora do País durante 29 dias, a contar de 3 de Maio de1963.
21-V-63 .
Dr. Silvério Ferreira Gomes da Costa, professor extraordinário da Faculdadede Medicina da Universidade de Lisboa- foi concedida missão oficial fora doPaís durante doze dias, a contar de 19de Maio de 1963.
21-V-63
Dr. Vítor Hugo Moreira Fontes, professor catedrático da Faculdade de Medicína- da Universidade de Lisboa e· di-
rector do Instituto António Aurélio daCosta Ferreira foi concedida missãooficial fora do Pais durante 31 dias, ;lcontar de 26 de Maio de 1963.
21- V-C3
NOMEAÇOES
Faculdades de Medicina
Dr. José de Gouveia Monteiro�nomeado professor catedrático da disciplina de Pneumotisiologia da Faculdadede Medicina da Universidade de Coimbra.
23-V-63
Dr. José Monteiro Lopes do EspíritoSanto - nomeado professor catedráticoda disciplina de Clínica de Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina daUniversidade de Coimbra.
23-V-63
Outros organismos
Drs. Maria Antónia Guedes de AI·meida e Álvaro Dias de Sousa Ribeiro- contratados como médicos estagiáriosdo Hospital Magalhães Lemos.
17-V-63
Dr." Teresa Augusta de Morais PintoRibeiro - nomeada médica de 2." classedo quadro médico comum do Ultramare colocada na Província de Moçambique.
17-V-63
Dr. Aarão Guedes Teixeira de Magalhães - contratado, além do quadro,para prestar serviço no serviço de otorrinolaringologia do Hospital de S. José.
18-V-63
Dr. Armando Santinho Cunha - nomeado interno do internato complementar de anatomia patológica dos HospitaisCivis de Lisboa.
23-V-63
Dr. Fernando de Almeida Lopes Basílio, interno do internato geral dos Hospitais Civis de Lisboa - nomeado interno do internato complementar de clínicamédica dos referidos Hospitais.
23-V-63
Dr. Francisco Aníbal Pessoa e Sousade Morais Sarmento Campilho _, nomeado interno do internato complementarde otorrinolaringologia dos HospitaisCivis de Lisboa.
23-V-63
Dr. José António Gavinha Júnior,médico municipal, interino, do concelhode Caminha - nomeado subdelegado deSaúde, interino, do referido concelho.
23-V-63
Dr.' Maria Alzinda Matono Moreira� nomeada interna do internato com
plementar de fisioterapia dos HospitaisCivis de Lisboa.
23-V-63
Dr." Maria Cristina Otília NunesVieira de Aguiar Câmara - nomeada interna do internato complementar deanestesia dos Hospitais Civis de Lisboa.
23-V-63
Drs. Mário da Assunção Dinis Esteves, João Pascoal Coelho Duarte e António Carlos Cruz Grilo Evangelista- nomeados internos do internato corn.plementar de pediatria médica dos Hospitais Civis de Lisboa.
.,23-V-63
Dr. Renato Álvaro Fernandes Botino � nomeado interno do internatocomplementar de estomatologia dos Hos
pitais Civis de Lisboa.23-V-6.3
Dr, Vítor de Carvalho Vintém Pama- nomeado interno do internato complementar de clínica médica dos Hospi-tais Civis de Lisboa.
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23-V-63
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Óptima tolerância Máxima actividade