dinÂmica do mercado habitacional: o formal e o informal

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DINÂMICA DO MERCADO HABITACIONAL: O FORMAL E O INFORMAL RESUMO: Este trabalho visa compreender a dinâmica operada no mercado habitacional de uma área urbana após esta receber investimentos públicos. Nesta pesquisa, o entendimento deste mercado ocorre a partir do estudo de caso da Região da Bacia do Anhumas- Campinas, SP. Essa região com loteamentos de alto e médio padrão próximos ao centro sofreu na década de 1970 ocupações e instalação de assentamentos informais, alguns regularizados. Em 2007 a Prefeitura iniciou o Projeto Parque Anhumas com verbas do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, para realização da obra de urbanização e recuperação ambiental. O trabalho está focado na sustentabilidade de políticas públicas de habitação social e ambiental e na dinâmica do mercado, uma vez que tais obras geram valorização da região ao intercalar a ação integrada e conjunta de aspectos sociais e ambientais. Observa-se, portanto, no Projeto Anhumas a intenção de solucionar problemas justapostos, numa situação em que coexistiam riscos ambientais, condições socioeconômicas e sanitárias inadequadas. A relevância desta pesquisa é a contribuição oferecida à compreensão de como obras públicas interferem na lógica das cidades brasileiras. Ao associar este aspecto a dinâmica do mercado habitacional, procura investigar se as famílias carentes, beneficiadas com a política pública, permanecem ou não nas áreas após a sua incorporação à cidade formal, e como é interpretada uma possível valorização do espaço. A estratégia utilizada foi analisar o mercado habitacional a partir de faixas de proximidade com o Ribeirão Anhumas, pois é notória a relação entre áreas dotadas de alto índice de exclusão social e riscos ambientais. Palavras-chave: mercado habitacional informal, sustentabilidade em política habitacional e ambiental, gestão urbana. ABSTRACT: This work aims to understand the dynamic operations in the housing market from a region which received investments from public policies. In this research, the understanding of this market takes place from the case study of the Region of the Basin of the Anhumas-Campinas, Sao Paulo , Brasil. An area that, in the 70's, suffered occupations and installation of informal settlements. In 2007 the City hall began a Project called “Parque Anhumas” with allowances from the P.A.C. (Growth Acceleration Program), for the realization of urbanization and environmental restoration. The work focuses on sustainability in public housing policies and social environmental and the dynamics of the market, once that this work, produced increased value of this region while inserting the integrated joint action of social and environmental aspects, Looking into the “Anhumas Project” we can see the intention of solving problems, in a situation where coexists environmental risks, socioeconomic conditions and inadequate hygiene. The relevance of this research is the contribution made to understanding how the works of public policies interfere with the logic of cities. Linking this aspect with the housing market dynamics it tries to investigate if the very low income families, which receive benefit from public policies, remain or not in the areas after they are incorporated into the legalized city, and how it is interpreted and the possible enhancement of the area. The strategy used was to analyze the housing market belts in close proximity to the Anhumas stream, because its apparent relation between these areas contain a high degree of social exclusion and environmental risks. Keywords: informal housing market, sustainability in housing and environmental policies, urban management. Sessão Temática: Ambiente construído gestão do território. Eixo temático: Urbanismo e Fundamentação e Crítica.

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DINÂMICA DO MERCADO HABITACIONAL: O FORMAL E O INFORMAL RESUMO: Este trabalho visa compreender a dinâmica operada no mercado habitacional de uma área urbana após esta receber investimentos públicos. Nesta pesquisa, o entendimento deste mercado ocorre a partir do estudo de caso da Região da Bacia do Anhumas- Campinas, SP. Essa região com loteamentos de alto e médio padrão próximos ao centro sofreu na década de 1970 ocupações e instalação de assentamentos informais, alguns regularizados. Em 2007 a Prefeitura iniciou o Projeto Parque Anhumas com verbas do PAC, Programa de Aceleração do Crescimento, para realização da obra de urbanização e recuperação ambiental. O trabalho está focado na sustentabilidade de políticas públicas de habitação social e ambiental e na dinâmica do mercado, uma vez que tais obras geram valorização da região ao intercalar a ação integrada e conjunta de aspectos sociais e ambientais. Observa-se, portanto, no Projeto Anhumas a intenção de solucionar problemas justapostos, numa situação em que coexistiam riscos ambientais, condições socioeconômicas e sanitárias inadequadas. A relevância desta pesquisa é a contribuição oferecida à compreensão de como obras públicas interferem na lógica das cidades brasileiras. Ao associar este aspecto a dinâmica do mercado habitacional, procura investigar se as famílias carentes, beneficiadas com a política pública, permanecem ou não nas áreas após a sua incorporação à cidade formal, e como é interpretada uma possível valorização do espaço. A estratégia utilizada foi analisar o mercado habitacional a partir de faixas de proximidade com o Ribeirão Anhumas, pois é notória a relação entre áreas dotadas de alto índice de exclusão social e riscos ambientais.

Palavras-chave: mercado habitacional informal, sustentabilidade em política habitacional e ambiental, gestão urbana. ABSTRACT: This work aims to understand the dynamic operations in the housing market from a region which received investments from public policies. In this research, the understanding of this market takes place from the case study of the Region of the Basin of the Anhumas-Campinas, Sao Paulo , Brasil. An area that, in the 70's, suffered occupations and installation of informal settlements. In 2007 the City hall began a Project called “Parque Anhumas” with allowances from the P.A.C. (Growth Acceleration Program), for the realization of urbanization and environmental restoration. The work focuses on sustainability in public housing policies and social environmental and the dynamics of the market, once that this work, produced increased value of this region while inserting the integrated joint action of social and environmental aspects, Looking into the “Anhumas Project” we can see the intention of solving problems, in a situation where coexists environmental risks, socioeconomic conditions and inadequate hygiene. The relevance of this research is the contribution made to understanding how the works of public policies interfere with the logic of cities. Linking this aspect with the housing market dynamics it tries to investigate if the very low income families, which receive benefit from public policies, remain or not in the areas after they are incorporated into the legalized city, and how it is interpreted and the possible enhancement of the area. The strategy used was to analyze the housing market belts in close proximity to the Anhumas stream, because its apparent relation between these areas contain a high degree of social exclusion and environmental risks. Keywords: informal housing market, sustainability in housing and environmental policies, urban management.    Sessão Temática: Ambiente construído gestão do território. Eixo temático: Urbanismo e Fundamentação e Crítica.                

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DINÂMICA DO MERCADO HABITACIONAL: O FORMAL E O INFORMAL

Caroline Krobath Luz Pera1

Laura Machado de Mello Bueno 2

1 Bolsista de Iniciação Científica FAPIC-CNPq, cursando Graduação em Arquitetura e Urbanismo (CEATEC) na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. [email protected]. 2 Graduação em Faculdade de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1976), mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (1994) e doutorado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (2000). Atualmente é professora titular da Pontifícia Universidade Católica de Campinas no Programa de Pós Graduação em Urbanismo Grupo de Pesquisa: Água no Meio Urbano e na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (CEATEC) [email protected]

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Introdução

Este trabalho visa compreender a dinâmica operada no mercado habitacional de uma região após

esta receber investimentos públicos. O Foco do estudo é o Projeto do Parque Linear Ribeirão

Anhumas, iniciado em 2007. Essas benfeitorias estão sendo realizadas pela Prefeitura Municipal

de Campinas- SP, através de incentivos do governo federal, que recebeu R$ 37,3 milhões do PAC

– Programa de Aceleração do Crescimento – para minimizar problemas urbanos e sociais através

de obras de urbanização, política habitacional e recuperação ambiental na cidade de Campinas.

Além disso, o projeto tem também como objetivo a implantação do Parque Linear do Ribeirão

Anhumas, que caso seja totalmente implementado será o mais importante parque da cidade, com

2,5km de extensão.

No mercado habitacional, distinguem-se dois tipos de lógica que operam dentro deste tipo de

mercado (ABRAMO, 2009) e que estão presentes na área pesquisada por este trabalho.

Detectou-se a existência de um mercado habitacional formal, regulado e normativo, e outro

informal, que está à margem do sistema legal, sendo aquele em que o morador não possui

quaisquer títulos do terreno e ou da habitação que seja passível de registro imobiliário.

No Brasil um dos maiores problemas para a gestão das cidades é que este sub-mercado informal

vem se alastrando cada vez mais, pois está intimamente associado a lógica excludente gerada

pelo capitalismo nos países periféricos, que intensificou o processo de urbanização e transformou

bens como a terra e a habitação em produtos extremamente lucrativos e estratégicos

economicamente.

Devido ao abismo social existente em países de economia periférica, um grande contingente

populacional encontra-se impossibilitado do acesso à cidade e à habitação digna e formal, uma

vez que algo tão simples, como o direito de poder morar, se torna cada vez mais oneroso.

Somente na cidade de Campinas, segundo a Companhia de Habitação Popular de Campinas

(Cohab-Campinas), existem 234 áreas informais, entre ocupações irregulares, clandestinas,

núcleos e favelas. Diante deste quadro, parte da população é impelida a optar pelo sub-mercado

informal da habitação, já que nem a produção privada nem a pública conseguem absorver toda a

demanda existente por habitações populares em nosso território.

Segundo os dados de 2007 do CEM (Centro de Estudos da Metrópole), a Região Metropolitana de

Campinas possui um déficit habitacional próximo a 200 mil moradias, tanto quantitativo, quanto

qualitativo. Porém, o que surpreende é descobrir que perante a Cohab-Campinas o déficit está

registrado em apenas 37.418 habitações no Município.

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Campinas é a nona cidade mais populosa do Brasil, com 1.080.999 habitantes segundo o Censo

2010 e conta com 388.275 domicílios. Sua densidade demográfica é de 1.358,6 hab/km2 e

98,28% da sua população é urbana.

O déficit habitacional associado a problemas ocasionados por anos de políticas habitacionais

ineficientes desde os anos 1960 no município (Cohab-Campinas até 2011 só entregou 23.501

unidades habitacionais e urbanizou 8.706 lotes), acabou gerando uma proliferação de

assentamentos e ocupações irregulares, problemas urbanísticos e ambientais que são ainda hoje

um grande desafio às gestões municipais, pois, como se sabe, se um processo de urbanização

regular já acarreta danos ao meio ambiente, um processo irregular atinge de uma forma ainda

mais incisiva o ambiente natural, além de acarretar problemas de ordem social à cidade.

O Projeto do Parque Linear do Anhumas foi escolhido pela relevância econômica e ambiental que

dará a Campinas. A área escolhida pertence à Macrozona 4 de Campinas, uma zona de

Urbanização Prioritária que é intensamente povoada e onde se faz necessária a otimização e

racionalização da infraestrutura já existente. A Macrozona 4 corresponde a 19,97% da área total

do município e a 61,89% da população do município, sendo que ali habita 43,7% do total da

população favelada do município (IBGE, 2000 apud. CAMPINAS, 2006).

O trecho de estudo contempla áreas da cidade formal e informal contidas nos bairros ao longo da

margem esquerda do Ribeirão Anhumas, onde estão também inseridos: o Núcleo Residencial Vila

Nogueira, o Núcleo Residencial São Quirino, o Núcleo Residencial Dom Bosco e o Núcleo

Residencial Gênesis, áreas fruto de processos de ocupação irregular, mas que estão sendo

incorporados à cidade legal devido as obras públicas de habitação e recuperação ambiental já

citadas.

FIGURA 1 – Foto Aérea da área pesquisada. Fonte: Google Earth (2011).

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A partir da década de 1960 a população carente apropriou-se das áreas públicas localizadas na

margem esquerda do Ribeirão Anhumas de forma irregular e predatória. Nesta época estas áreas

estavam vazias por se tratarem de áreas destinadas, durante o processo de parcelamento legal

do bairro, a reserva da prefeitura para a construção de praças públicas e áreas institucionais.

Assim, a população ocupou irregularmente áreas que se colocavam aparentemente como áreas

ociosas da cidade e incorporou também aos assentamentos áreas de proteção ambiental, o que

acabou gerando impactos negativos ao meio ambiente, pois tais ocupações, que ocorreram de

maneira informal e desordenada, ocuparam áreas que segundo estabelecido pelo o Código

Florestal Brasileiro são Áreas de Preservação Permanente (APPs). (OLIVEIRA, 2008).

Vale ressaltar que a existência de assentamentos precários em Campinas em APPs e fundos de

vale é bastante expressiva e sem as APPs o ciclo da água fica comprometido, assim como

aumenta a ocorrência de enchentes em pontos críticos da cidade nas épocas de maior índice

pluviométrico. Estes pontos de alagamento ocorrem desde a nascente do Ribeirão, localizada no

centro de Campinas, passando pela Rua Moscou e pela Rua Dona Luísa de Gusmão (marginais

ao Ribeirão Anhumas) até atingir a Rodovia Dom Pedro I-SP 65. Estas áreas são críticas devido à

intensa impermeabilização da sub-bacia e à ocupação das margens pelos assentamentos.

(OLIVEIRA, 2008).

Além disso, os assentamentos informais e precários ao longo da margem do Anhumas possuem

problemas de habitabilidade e estão desconectados da malha urbana, contribuindo para a

degradação ambiental da região, pois por se tratarem de núcleos irregulares estas áreas ficaram

carentes de rede de esgoto, coleta de lixo, água encanada e sistema de drenagem eficiente. Isto

contribui muito no comprometimento da proteção natural do córrego, ou seja, sua mata ciliar, e na

contaminação das margens, encostas e das águas do rio, causando alterações no solo, nas

águas e no microclima local.

Portanto, instaurou-se na área um problema tanto social, no que diz respeito à qualidade de vida

dessa população, quanto um problema urbanístico e ambiental que atinge toda a cidade uma vez

que ao degradar ambientalmente uma bacia hidrográfica toda sua extensão fica vulnerável. São

necessárias, portanto, ações de requalificação urbana e ambiental para proporcionar

conjuntamente uma melhora na qualidade ambiental e social para os habitantes da região e de

toda a cidade.

Desta forma, observa-se que ao estudarmos a sustentabilidade nas políticas públicas de

habitação e meio ambiente, focando nos impactos ocorridos na dinâmica do mercado

habitacional, visamos analisar também se a ideia de sustentabilidade vem sendo aplicada nos

projetos públicos tanto no sentido social do termo. Ou seja, verifica-se a busca pelo

equacionamento dos problemas decorrentes das desigualdades socioeconômicas da população,

quanto no sentido ambiental e de gestão política. O caráter sustentável de um projeto está

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relacionado à capacidade deste em atingir conjuntamente os ideais de justiça social e ambiental

através de uma política pública. Pois sua sustentabilidade está relacionada ao poder do projeto

em conseguir gerar a conservação e a constante sustentação dos ideias urbanísticos propostos,

orientando os benefícios para os grupos sociais mais necessitados de políticas sociais. (BUENO,

2008).

Métodos

Revisão bibliográfica e levantamento de dados secundários em pesquisas já realizadas sobre

assentamentos informais sobre a bacia do Ribeirão Anhumas. A partir da definição da área de

estudo dentro da Bacia Hidrográfica escolhida foram delimitados assentamentos que receberam

obras de urbanização, bem como um trecho do bairro contíguo, para servir como objeto de

estudo.

Através de pesquisas de campo foram observados dados referentes à infra-estrutura, padrões

arquitetônicos, tipologia, gabarito e tipos de uso para traçar o perfil dos assentamentos e dos

bairros contíguos com características quantitativas e qualitativas destas habitações.

Além disso, para a análise da lógica habitacional achamos pertinente o estudo da área através da

Planta Genérica de Valores, para comparar, o valor venal com o valor de mercado levantado em

campo. através de imobiliárias ou dos proprietários que colocaram as propriedades à venda. Para

cada residência ou lote encontrado para locação ou venda foi realizada uma ficha de dados, com:

referência, imagem, localização, características do imóvel, como: metragem, número de

banheiros, dormitórios, unidades habitacionais e garagem dentro do lote, valor venal e de

mercado do imóvel, forma de pagamento, presença ou não de imobiliária na transação do imóvel,

forma de repasse dos títulos do imóvel proposto, tipo de pavimentação da rua, gabarito e padrão

arquitetônico.

Para a análise dos aspectos ambientais, especialmente da água, a estratégia utilizada foi analisar

o mercado habitacional a partir de faixas de proximidade com o Ribeirão Anhumas. Esse recurso

metodológico acima descrito foi baseado em pesquisa de Haroldo Torres1, que relacionou as

condições ambientais e socioeconômicas com relação à proximidade ao córrego no município de

São Paulo. Torres verificou em sua pesquisa que o número de domicílios pobres localizados a

menos de 100 metros de cursos d’água é muito superior aos de classe média e classe alta.

Assim, como resultado, o autor coloca que quanto mais próximos aos rios estão as habitações,

piores são os níveis de acesso a serviços de infra-estrutura e serviços urbanos, mais pobres são

as populações e com piores níveis de renda e educação. Ou seja, quanto mais perto os

                                                                                                               1Esta metodologia de pesquisa foi incorporada a esta pesquisa após a leitura de “Indicadores de desigualdade ambiental” de Haroldo Torres, contido no livro “O que é justiça ambiental” (ACSELRAD et al. 2009).

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habitantes residem de cursos de água são estes: mais pobres, menos escolarizados, com menos

acesso a serviços públicos e bens duráveis, habitam os domicílios mais precários do ponto de

vista construtivo e mais expostos estão aos vetores de doenças transmissíveis, assim como têm

mais frequentemente seus domicílios localizados em favelas.

Resultados

Quanto ao estudo sobre a permanência das famílias nas áreas após as este foi realizado através

da execução de um mapeamento da quantidade de lotes e unidades à venda ou para locação.

Comparamos o número total de lotes pesquisados com a quantidade de lotes com unidades para

venda ou locação, como consta na tabela abaixo.

FIGURA 2: Tabela síntese da pesquisa de campo quanto a quantidade de lotes e ou unidades à venda ou locação.

Através da Tabela 1 verifica-se que o número de unidade em algum tipo de comercialização é

bastante baixo. Foi na Área 1, que engloba quadras de 4 ruas da cidade formal (Rua Dona Luísa

de Gusmão, Rua Emílio Lang Jr, Rua Cândido Portinari e Rua Felipe Verginelli) e mais 66

habitações de interesse popular que formam o atual Núcleo Residencial Vila Nogueira (já

reconstruído e entregue à população), que houve maior percentual de casas à venda. Vale

destacar porém, que todas estas casas à venda estão localizadas nas quadras da cidade formal,

ou seja, não foram encontradas casas para locação ou à venda nas ruas do Núcleo Residencial

Vila Nogueira. O que pode demonstrar que sua população está se mantendo fiel à proposta de

permanência na área até o presente momento, uma vez que não estão optando por vender sua

habitação após esta passar pelo processo de qualificação urbana, que valoriza as residências.

Nota-se também que todos os imóveis à venda e ou para locação no Bairro Vila Nogueira formal

estão sendo negociados através de imobiliárias. Coloco, ainda, que a maior parte dos imóveis à

Local Total de lotes

pesquisados

Lotes com unidades

à venda ou locação

Percentual de lotes com

unidades à venda ou

locação

Área 1: Vila Nogueira 194 5 2,57%

Área 2: Parque São

Quirino

131 1 0,76%

Área 3: Parque das

Anhumas e Dom Bosco

84 2 2,38%

Área 4: Núcleo

Residencial Gênesis

355 6 1,69%

  8  

venda são terrenos vazios, localizados na Rua Luísa de Gusmão, avenida marginal ao Ribeirão

Anhumas.

Esta evidência, de um número considerável de lotes vazios, no que diz respeito à lógica

imobiliária, pode refletir que muitos dos proprietários estavam esperando a valorização do local

para depois investirem na venda ou na construção de algum imóvel no local. Ou seja, a existência

da favela como fator de desvalorização teve como resultado a manutenção de lotes ociosos nas

suas proximidades. Outro aspecto importante levantado na pesquisa de campo desta Área 1

aponta que existe um número considerável de imóveis em construção no entorno e que as

residências com maiores gabaritos e melhor padrão arquitetônico são aquelas que foram

construídas mais recentemente, o que demostra que o investimento em residências maiores e de

melhor padrão arquitetônico passou a ocorrer há pouco tempo no bairro. Esta análise quanto à

idade de construção da residência foi obtida através da análise da planta de loteamento do bairro,

onde notamos que as casas mais valorizadas devido seu gabarito e padrão estão localizadas nos

terrenos que pela base cartográfica usada, que data de 2003, ainda encontravam-se vazios.

Na Área 2, da qual fazem parte quadras de ruas formais (Rua José Ramon Aboim Gomes, Rua

Rubens Trifiglio, Rua Edgard Segaglio e Rua Hermenio Oliveira Penteado) e mais toda a área do

Parque São Quirino, que teve suas casas demolidas para reconstrução de novas unidades de

acordo com o Projeto Parque Anhumas, não conseguimos analisar a permanência das famílias

nas habitações de interesse social porque as mesmas ainda estão em obras. Os moradores

encontram-se em um abrigo provisório próximo.

A Área 3 contempla o Núcleo Residencial Dom Bosco e o Parque das Anhumas, áreas que foram

urbanizadas nos anos 1980 mas que ainda fazem parte da cidade informal devido à não

regularização fundiária dos terrenos. Como mencionado por um dos moradores do bairro,

entrevistado por esta pesquisa pelo fato de estar vendendo sua residência através do mercado

informal, como ele não possui a posse legal do terreno. Vale colocar, porém, que nesta área

encontramos poucas residências para locação ou venda (apenas 2 em 84 unidades), o que

demonstra que ou a população original já foi repelida logo após o processo de requalificação

urbana, ou que o moradores optaram permanecer na área. De qualquer modo, as obras atuais

não aqueceram o mercado informal desta área.

Foi na Área 4, composta pelo Núcleo Residencial Gênesis, bairro já urbanizado mas oriundo de

assentamento informal, que encontramos o maior número de residências à venda. Esse Núcleo foi

reparcelado com apoio da Prefeitura há alguns anos, mas somente dentro do Projeto Anhumas

recebeu infraestrutura e está tendo suas ruas asfaltadas. Verificou-se através de entrevistas que a

comercialização de todas as residências pesquisadas se dava diretamente com o proprietário e

mediante pagamento à vista, não existindo imobiliária como intermediária. Assim, pode-se dizer

que este mercado é autoreferenciado, ou seja, isso significa que este mercado não entra em

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relação com a sua área de entorno, e nem muito menos com as demais áreas pobres.

(LACERDA, 2010).

A divulgação das unidades à venda ou para locação é regida de forma própria, não contando com

anúncios e imobiliárias, sendo portanto um anuncio local uma vez que este mercado é tido

perante a sociedade como informal. Os próprios proprietários destacam a transferência do título

do atual para o futuro morador teria que ser resolvida com a CoHab-Campinas, pois eles não

tinham a posse formal do terreno.

Destaco ainda a respeito desta Área 4, que este maior número de unidades à venda não pode ser

encarado como fruto de um processo de gentrificação da área, pois a quantidade de unidades à

venda encontrada é praticamente irrisória se comparada com o espaço amostral.

Porém, a preocupação, no que se refere à sustentabilidade, a respeito deste Núcleo Residencial é

justamente o contrário do processo de gentrificação. O maior risco à cidade, aos moradores e ao

meio-ambiente seria a ocorrência de um processo de adensamento da área caso o número de

unidades para locação passe a aumentar consideravelmente.

Como já mencionado o caráter sustentável de um projeto está associado a sua capacidade de

gestão e controle. Portanto, ressalta-se que a sustentabilidade do Projeto Parque Anhumas deve

assegurar que este Núcleo Residencial com o passar do tempo não volte a se transformar em

uma área novamente produtora de outras formas de informalidade urbana. A literatura acerca da

temática detectou locais em que ocorre a “informalização do formal” (ABRAMO-2010), ou seja

casos em que após o assentamento passar pelo processo de incorporação à cidade formal este

volte a registrar a existência de um mercado informal, através, por exemplo da sub-locação

informal da unidade ou da verticalização das unidades através da comercialização das lajes das

residências, o que acarretaria no aumento da densidade demográfica na área. E isto

consequentemente traria à cidade riscos sociais, urbanos e ambientais.

Quanto aos valores imobiliários, os resultados foram obtidos através da análise de aspectos dos

valores tanto reais, obtidos através de imobiliárias e contato com proprietários, quanto venais dos

imóveis, obtidos através da Planta Genérica de Valores. Porém, o valor real, obtido através do

contato com imobiliárias sobre os valores de venda e locação do imóveis, é regido através da

lógica de mercado baseada na lei da oferta e da procura, que muitas vezes acaba gerando áreas

onde a especulação imobiliária é nítida, e onde o direito de acesso igualitário à cidade e à moradia

fica comprometido, pois somente aqueles que possuem grande capital podem atingi-la.

Sabe-se que a valorização de um imóvel está associada à acessibilidade e localização do bairro,

considerando-se a quantidade e qualidade da infra-estrutura que este possui. Ou seja, um bairro

melhor articulado à malha urbana, mais próximo de áreas centrais e ou nobres e abastecido com

  10  

maior e melhor quantidade de redes de infra-estrutura e transporte terá um valor mais elevado.

(ROLNIK, 2004).

Outros resultados quanto a dinâmica habitacional podem ser encontrados através da leitura do

Mapa gerado a partir de faixas de proximidade com o Ribeirão Anhumas associado aos valores

venais dos imóveis, que reflete o valor venal dos lotes na área pesquisada, relacionando-os, como

previsto na metodologia citada, com as faixas de proximidade com relação ao córrego do Ribeirão

Anhumas.

Dividimos a área de estudo em faixas de 50 m, 100 m, 150 m e 200 m a partir do rio e

percebemos que quanto mais próximo do Ribeirão menores são os valores. Assim, pode-se

concluir como resultado que nas áreas mais próximas ao Ribeirão, onde existe portanto maior

risco ambiental (mais sujeito a inundações, a mal cheiro decorrente da presença de esgotos

domésticos nas águas, lançamentos clandestinos de resíduos sólidos nas margens e presença de

vetores de doenças), o valor da terra também é menor. E é habitado por família mais carentes e

mais sujeito a inundações, mal cheiro, lançamento de resíduos e presença de vetores de doença.

FIGURA 3: Mapa gerado a partir de faixas de proximidade com o Ribeirão Anhumas associado aos valores venais dos imóveis.

Ainda como resultado, a Tabela 2 sintetiza informações, obtidas através de pesquisa de campo,

acerca dos valores reais de mercado e dos valores venais definido pela prefeitura, que se

encontram normalmente abaixo do preço real de mercado. Deve-se ressaltar que a última

atualização feita na Planta Genérica de Valores de Campinas foi realizada em 2005, bem antes

das obras do Projeto Parque Anhumas. Portanto ela ainda não foi revista levando-se em

  11  

consideração as melhorias das obras públicas realizadas, sendo que o único reajuste calculado

desde 2005 foi através do valor UFIC (Unidade Fiscal Campinas) de 2011. Nota-se também que

na PGV de Campinas as áreas dos Núcleos Residenciais nem sempre foram reconhecidas, pois

dentre os assentamentos informais pesquisados somente o Núcleo Residencial Gênesis tem suas

ruas contidas na Planta de Valores de Campinas.

Lote Localização Mercado imobiliário

Tipo de uso Padrão Valor venal do m2

Valor real do

m2

Lote

22.

Área 1 - Vila

Nogueira: Rua

Dona Luísa de

Gusmão.

Formal Terreno vazio R$ 87,46 R$

420,00

Lotes

12 e

13.

Área 1 - Vila

Nogueira: Rua

Dona Luísa de

Gusmão.

Formal Terreno vazio R$ 87,46 R$

285,00

Lotes 5

e 6.

Área 1 - Vila

Nogueira: Rua

Dona Luísa de

Gusmão.

Formal Terreno vazio R$ 87,46 R$

406,00

Área 1 - Vila

Nogueira: Rua

Dona Luísa de

Gusmão.

Formal Terreno vazio R$ 87,46 R$

190,00

Área 2 –

Parque São

Quirino: Rua

Edgar

Segaglio

Formal Residencial Padrão

Médio

R$ 78,78 R$

666,00

Área 4 –

Núcleo

Residencial

Gênesis: Rua

Ipê da Várzea

Informal Uso Misto:

Casa, Bar e

casa de

fundos.

Padrão

Simples

R$ 64,11 R$

63,49

Área 4 –

Núcleo

Residencial

Informal Residencial Padrão

Rústica

R$ 64,11 R$

76,00

  12  

Gênesis: Rua

Ipê Verde

Área 4 –

Núcleo

Residencial

Gênesis: Rua

Ipê Verde

Informal Residencial Padrão

Rústica

R$ 64,11 R$

64,00

Figura 4 – Informações sobre os lotes pesquisados que estavam à venda. Os tipos de padrão adotados foram: Rústica (alvenaria sem revestimento, com um ou mais pavimentos), Simples (Alvenaria com

revestimento e um pavimento), Médio Padrão (Alvenaria com revestimento e sobrado) e Alto Padrão (Alvenaria com revestimento e mais de 2 pavimentos).

Ao observamos comparativamente os valores venais e reais encontrados, percebe-se que na

parte formal dos bairros aqui estudados a diferença entre o preço de venda e o valor venal é muito

superior à diferença encontrada nos lotes à venda nas quadras de interesse social, onde os

valores de venda e o venal são quase os mesmos.

Outros resultados obtidos com a pesquisa de campo foram a respeito do tipo de Uso e Ocupação

do solo. Antes de irmos à campo havíamos previsto a existência dos seguintes tipos de uso:

residencial, misto, comercial/serviços e lotes vazios, porém, logo que iniciamos o mapeamento do

uso de solo notamos que no Bairro Vila Nogueira, mais precisamente na Avenida Dona Luísa de

Gusmão, encontramos vários galpões de uso exclusive comercial, como depósitos. O que chamou

nossa atenção foi principalmente o fato delas serem construções recentes ou estarem ainda em

construção.

Esta característica de Uso e Ocupação nos despertou interesse pelo fato destas pequenas

industrias estarem localizadas justamente na avenida marginal ao Ribeirão Anhumas, e em meio

a uma região de uso residencial. Logo, surge preocupação acerca da introdução deste tipo de uso

se coloca devido a dois motivos: primeiro pelo fato da atividade de armazenagem e comércio por

atacado poder ser geradora de uma ação que poderá repelir parte da população que lá habita ou

virá a habitar após a entrega total das habitações de interesse social programadas para o Projeto

Parque Anhumas.

Segundo porque sabe-se que todos os empreendimentos, de uma forma ou de outra, geram

impactos bastante significativos no meio em que são instalados, uma vez que alteram a forma

natural existente, impactantes com a presença de caminhões de carga, gerando ruídos, poluição

do ar, podendo também ser um risco para os pedestres, especialmente idosos e crianças. Assim

fica a dúvida sobre o caráter sustentável da existência de pequenas industrias implantadas as

margens de uma Área de Preservação Permanente.

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É importante destacar também que ao observamos o Projeto do Pac-Anhumas para as

Habitações de Interesse Popular construídas na área do Núcleo Residencial São Quirino, neste

não está previsto uma mistura de tipologias de usos. Ou seja, o Projeto prevê apenas o uso

residencial, não mesclando essa tipologia com o uso comercial ou de serviços, o que poderá ser

prejudicial para a vida do Bairro, uma vez que a vivacidade de um bairro está em sua capacidade

de atender sua população em diversos usos.

Ao andarmos pelo Núcleo observamos que em algumas unidades habitacionais já encontramos

placas com anúncios de venda de produtos alimentícios, serviços de beleza e outros, o que revela

que em alguns locais o uso começa a se tornar misto, mesmo que de forma informal.

Sobre o tipo de uso e ocupação nas demais áreas de pesquisa, notamos que o é uso residencial o

mais recorrente. Principalmente do Núcleo Residencial Gênesis há uma quantidade mais

significativa de usos Mistos, onde residência e comercio/serviços coexistem.

Para complementar nossa análise achamos pertinente entrarmos em contato com a Lei de Uso e

Ocupação de Solo da Cidade de Campinas, Lei N 6.031 de 29 de Dezembro de 1988, para

contrapor os dados tabulados com a Lei. Segundo o Zoneamento do Município na planta de 1999

(disponível para trabalhos acadêmicos no Centro de Apoio Didático –CAD – da FAU, ou seja

muito anterior às Obras do Pac-Anhumas) a região por este trabalho estudado possui Zonas do

Tipo 3 (HMV-5, CSE e CSE-6, todos com restrições), com alguns pontos pertencentes à Zona 18

e áreas que constam como favelas.

Sendo assim, na área estudada pela lei pode existir: Zona 18: destinada à proteção de áreas e/ou

espaços de interesse ambiental e à preservação de edificações de interesse sociocultural. E Zona

3: estritamente residencial, destinada aos usos habitacionais unifamiliares e multifamiliares; o

comércio, os serviços e as instituições de âmbito local serão permitidos com restrições quanto à

localização.

Já na planta de zoneamento mais recente (acessada através do material de pesquisa para o

Plano de Habitação de Campinas, em elaboração) está contemplada a Z3 (HMV-5, CSE e CSE-6,

todos com restrições, a Z11 ( HMH-3, HCSE/CSE sem restrições e HMV-1 e CSE-6 com

restrições) e a Z18, além de estarem ainda marcadas algumas quadras como favelas .

Considerações Finais

A relevância desta pesquisa é a contribuição oferecida a compreensão de como políticas públicas

interferem na lógica das cidades brasileiras, tanto no sentido da sustentabilidade desses projetos,

incluindo-se a dimensão política e econômica, através da verificação da valorização imobiliária

que benfeitorias trazem às áreas atingidas e da permanência ou não dos moradores no local. Ao

associar este aspecto à dinâmica do mercado habitacional, verificamos que as famílias residentes

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nas áreas diretamente atingidas (de perfil socioeconômico indicando vulnerabilidades diversas) e

no seu entorno foram beneficiadas com as políticas públicas, como mostram as novas

construções em terrenos legais antes vazios e a altíssima permanência da área mesmo após sua

inserção no padrão de infraestrutura e serviços urbanos. Entretanto, através das poucas unidades

em negociação, verificou-se que o local ainda não teve a sua incorporação completa à cidade

legal. Por outro lado, Poderia este tipo de mercado ser considerado informal a partir do momento

que ele cumpre uma função social. Ou seja, ele é socialmente necessário, e com forte presença

na vida de grande parte da população, embora considerado informal e ilegal. (LACERDA, 2010).

Além disso, como pode ser considerado informal se possui normas de funcionamento? A autora

questiona se de fato se pode ou se deve continuar a adjetivar esses mercados desta forma, pois

não é porque os processos de ocupação desses assentamentos foram inicialmente informais e ou

ilegais, que o mercado gerado a partir deste também coloca-se da mesma forma. Pois, devido ao

real desconhecimento acerca das regras desse mercado imobiliário não podemos, a priori,

qualifica-lo como informal e ilegal.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABRAMO, Pedro. Compro uma casa na favela: Mercado informal, a nova porta de entrada dos pobres nas grandes cidades brasileiras. In, XIII Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Planejamento Urbano e Regional, de 25 a 29 de maio de 2009, Florianópolis – SC.

ABRAMO, Pedro. O mercado informal e a produção da segregação espacial na América: a cidade COM-FUSA INFORMAL. In Novos padrões de Acumulação Urbana na produção do Habitat: olhares cruzados Brasil-França. Editora Universidade UFPE. 2010.

ACSELRAD, Henri; MELLO, Cecília Campello do Amaral e BEZERRA, Gustavo das Neves. O que é justiça ambiental. Rio de Janeiro. Editora Garamond, 2009.

BUENO, L. M. M. Cidades Saudáveis: possibilidade ou autoengano?. In: Aldalice Otterloo. (Org.). Tecnologias sociais - caminhos para a sustentabilidade. 1a ed. Brasília: Y+ES Conteúdo de Transformação, 2010, v. , p. 171-182.

LACERDA, Norma; LEAL, Suely. “Mercado imobiliário de aluguel em áreas pobres: normas de funcionamento e sentidos da formalidade”. In Novos padrões de Acumulação Urbana na produção do Habitat: olhares cruzados Brasil-França. Editora Universidade UFPE. 2010.

OLIVEIRA, Giovanna Ortiz. Assentamentos precários em áreas ambientalmente sensíveis – Políticas públicas e recuperação urbana e ambiental em Campinas. Tese de mestrado apresentada à PUC-Campinas, Campinas, 2008.

ROLNIK, Raquel ; O que é cidade. Coleção Primeiros Passos, Editora Brasiliense. 2004.

DIGITAIS MINISTÉRIO DAS CIDADES: < www.cidades.gov.br> Acesso em: Maio de 2011.

COMPANHIA DA HABITAÇÃO POPULAR DE CAMPINAS. < http://www.cohabcp.com.br > Acesso Maio de 20011.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. < www.campinas.sp.gov.br>. Acesso em Maio de 2011.

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INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. <www.ibge.gov.br>. Acesso em Maio de 2011