apresentação sentidos do patrimônio no porto maravilha

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Leopoldo Guilherme Pio (PPCIS/UERJ)

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Leopoldo Guilherme Pio (PPCIS/UERJ)

Objetivos do Porto Maravilha

1) Recuperação completa da infra-estrutura urbana,

de transportes e do meio ambiente da região

portuária, de acordo com os novos usos do solo

previstos.

2) Melhoria das condições habitacionais da

população existente e atração de novos

moradores para a região.

3) Criação de um novo Pólo Turístico para o Rio de

Janeiro, com a recuperação do patrimônio histórico

e cultural já existente e a implantação de novos

equipamentos culturais e de entretenimento.

4) Atração de sedes de grandes empresas, empresas

de tecnologia e inovação, modernização e

incremento da atividade portuária de carga e do

turismo marítimo.

Porto Maravilha

Infra-estrutura

habitação

Comércio/indústria

Cultura/ entreteni-mento

objetivos

Compreender o papel das ações culturais no

projeto Corredor Cultural e Porto Maravilha

Analisar os usos e sentidos da memória e do

patrimônio nas intervenções urbanas

hipótese

Mudança de paradigma: modos diferenciados de

abordar a cidade, o patrimônio urbano e os

espaços “ históricos”;

o Porto Maravilha: consolidação de um novo

paradigma de recuperação de areas

“degradadas”

Essa nova dinâmica só é possível a partir de um

reenquadramento da memória da cidade e da

criação de novas estratégias discursivas e

urbanísticas.

Análise do discurso oficial e dos discursos locais

sobre a “cultura” da região da área de

intervenção (processos de negociação e

reafirmação)

Corredor Cultural Porto Maravilha

Posição geográfica/ forma de

representação

intercessão com o ACN – prédios

comerciais e espaços renovados

misturados a conjuntos antigos

Área “degradada” ou

“subutilizada”, uso

predominantemente habitacional

Área “civilizada” por Pereira Passos Morros, favelas, “enclave” entre o

porto e a Pres Vargas

Discursos em conflito ou

negociação

Progressismo x Culturalismo

moderno-tradicional

autenticidade

vazios urbanos x "coração cultural

do Rio"

cultural- não cultural

“Crise da cidade”

Contexto histórico/ Motivação Abertura política;

“Participação” popular -

comerciantes

Coalização, oportunidade inédita

(Megaeventos)

Estratégias Conservação integrada:

preservaçao do entorno;

Composição/novos usos

especialmente culturais.

Manutenção de usos culturais e de

lazer; atenção ao design

Requalificação/conservação:

inovação

Escolha de elementos específicos,

criação de circuitos, roteiros

turisticos e grandes equipamentos

culturais

Corredor Cultural Porto Maravilha

Tipo de

objeto/objetivos

Edificações, ambientação, “conjunto

urbano”

Significado social dos espaços

Transição monumento-bens culturais

Equipamentos monumentais, “vazios

sem significado”

“clusters culturais”

Transição bem cultural – paisagem

cultural

Reaç[ao Perda do passado, incorporação

imobiliária, perda da monumentalidade

(o “avanço desastroso da cidade moderna

sobre a arquitetura antiga”)

Visão modernista-progressista (perda

histórica e arquitetônica)

Degradação, “vazios urbanos”

Divida histórica com a área

Perda da centralidade da cidade

"cidade sem centro , cidade sem alma"

atraso da cidade, perda de

competititvidade

Concepção de

patrimônio

Coleção de objetos formadores do

ambiente, aglomerado urbano

Excepcionalidade, representatividade

Valor histórico, social, simbolico

retórica da perda ; logica do

reconhecimento

Elementos diferenciadores (marcas

importantes para o reposicionamento

da cidade)

Valor como “capital de inovação”

(deve ser potencializado)

ideia de crise urbana que justifica o

projeto - conquista da memória , passado

instrumentalizado (sinais da "nova era")

visão estratégica de planejamento

urbano

Estado, o espaço urbano e o interesse público sujeitos aos

interesses do capital privado e do mercado imobiliário;

Bem-estar social subordinado ao crescimento econômico e à

competitividade;

Uso intensivo do marketing urbano;

“Acreditamos que a Visão elaborada posicionará nossa

cidade como, de fato, a Cidade Maravilhosa: a melhor

cidade do Hemisfério Sul para se viver, Trabalhar e

conhecer.”

Regeneração urbana pela cultura

busca ativa de status oficial atribuídos pelos organismos internacionais

na valorização do patrimônio histórico, cultural e arquitetônico urbano ( centros antigos ) e das áreas portuárias abandonadas

construção de infra-estruturas culturais e megaprojetos

a cidade como anfitriã uma série de eventos culturais e festivais

Influência das instituições multilaterais

Monumenta-BID

Promoção de Atividades Econômicas

Turismo

Programas Educativos sobre o Patrimônio Histórico

Influência das instituições multilaterais

Agenda 21 da cultura (vínculo territorio/diversidade/economia)

“A afirmação das culturas, assim como o conjunto das políticas que foram postas em prática para o seu reconhecimento e viabilidade, constitui um fator essencial no desenvolvimento sustentável das cidades e territórios no plano humano, econômico, político e social. O caráter central das políticas públicas de cultura é uma exigência das sociedades no mundo contemporâneo. A qualidade do desenvolvimento local requer a imbricamento entre as políticas culturais e as outras políticas públicas – sociais, econômicas, educativas, ambientais e urbanísticas”.

Patrimônio e Cidades criativas

Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH): Rio de Janeiro, eleita patrimônio mundial da humanidade como paisagem cultural urbana pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2012

programa de apoio à conservação do patrimônio cultural. Os editais priorizam as regiões central e portuária da cidade em duas frentes: restauração e ocupação criativa (empresas de Artes Visuais; Filme e Vídeo; Expressões Culturais; Arquitetura; Moda; Artes Cênicas; Música; Tevê e Rádio; Software e Computação; Design e Publicidade)

cidade criativa: cidade capaz de transformar continuamente sua estrutura socioeconômica, com base na criatividade de seus habitantes e em uma aliança entre suas singularidades culturais e suas vocações econômicas.

a promoção de culturas locais e patrimônio nacional

a estetização da memória empreendida pelos

novos museus ou centros culturais

enobrecimento de centros urbanos, convertidas em

paisagens produzidas para o consumo visual

Pier Mauá: Museu do Amanhã

Galpão da gamboa: pólo

sociocultural

“Crise do presente”

Perda/ruptura dos vínculos entre presente e

passado

Degradação urbana/violência

etnografias de emergência

Lógica do reconhecimento

Discurso crítico

Revisão, “história a contrapelo”

Disputa por significado: negociação/ conflito

Conquista da memória

Continuidade passado/presente/futuro

Fortalecimento da “vocação”, criação de um

“legado”

Imagem hegemônica da cidade