determinação da reatividade do veneno queimável de ai2 03 -b4 c

93
AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO DETERMINAÇÃO DA REATIVIDADE DO VENENO QUEIMÁVEL DE AI 2 0 3 -B 4 C EM FUNÇÃO DA SUA CONCENTRAÇÃO NO REATOR IPEN/MB-01 MARINO REIS GIADA Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do Grau de Mestre em Ciências na Área de Tecnologia Nuclear - Reatores. Orientador: Dr. João Manoel Losada Moreira São Paulo 2005

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AUTARQUIA ASSOCIADA À UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

DETERMINAÇÃO DA REATIVIDADE DO VENENO QUEIMÁVEL

DE AI 20 3-B 4C EM FUNÇÃO DA SUA CONCENTRAÇÃO

NO REATOR IPEN/MB-01

MARINO REIS GIADA

Disser tação apresentada c o m o par te dos requisitos para ob tenção do Grau de Mestre e m Ciências na Á r e a de Tecnologia Nuc lear - Reatores.

Or ientador : Dr. João Manoel Losada Moreira

São Paulo 2005

INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E N U C L E A R E S

Autarquia associada à Universidade de São Paulo

DETERMINAÇÃO DA RI A l IV IDADE DO VENENO QUEIMA VEL DE AI2O3-B4C EM FUNÇÃO DA SUA CONCENTRAÇÃO

NO REATOR IPEN/MB-01

MARINO REIS GIADA Z3^

Dissertação apresentada como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciências na Área de Reatores Nucleares de Potência e Tecnologia do Combustível Nuclear.

Orientador Dr. João Manoel Losada Moreira

São Paulo

2005

A minha esposa Kátia e filho, Bruno.

Aos meus pais, Marino (in memorian) e Maria Zilá.

A G R A D E C I M E N T O S

Ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e ao Instituto de Pesquisas

Energéticas e Nucleares (IPEN), pelo apoio recebido na realização deste trabalho.

Ao Dr. João Manoel Losada Moreira, pela orientação recebida, disponibilidade e

contagiante capacidade de trabalho.

Aos meus mestres, Hertz Pasqualetto e Rinaldo Fuga, que m e transmitiram os

conhecimentos básicos de reatores nucleares.

Aos amigos do reator IPEN/MB-01, Marco Antônio Sabo, Reginaldo Gíllioli e a todos que

direta ou indiretamente, contribuíram para a realização dos experimentos.

Ao Amigo Cesar Luiz Veneziani pelo apoio na geração e tratamento das figuras que

ilustram este trabalho.

Aos Pesquisadores, Alfredo Abe e Leda Cristina C. B. Fanaro pela orientação e apoio

recebido nos programas de computação.

Aos Dr.s Luiz Henrique Claro, Alexandre David Caldeira e Ulisses D 'Ut ra Bitelli pelos

comentários construtivos ao trabalho.

Ao pessoal do L A B M A T , pela fabricação das pastilhas de veneno queimável.

Ao Dr. Ricardo Sbragio, pelo apoio.

,í 'vK/ tf»

ii

DETERMINAÇÃO DA RE ATIVIDADE DO VENENO QUEIMÁVEL

DE AI2O3-B4C EM FUNÇÃO DA SUA CONCENTRAÇÃO

NO REATOR IPEN/MB-01

Marino Reis Giada

RESUMO

Foram realizados experimentos no reator IPEN/MB-01 com varetas de veneno

queimável contendo pastilhas de AI2O3-B4C, fabricadas com diferentes concentrações de

! 0 B , para qualificar as metodologias de projeto do CTMSP. Os parâmetros neutrônicos

medidos foram, a variação da reatividade do veneno queimável em função da concentração

de 1 0 B , e o sombreamento da barra de controle em função da distância entre o veneno

queimável e a barra de controle. Foi possível observar que a reatividade do veneno

queimável não possui um comportamento linear com a variação de concentração, tendendo

à saturação para valores de concentração de 1 0 B acima de 7 mg/cm 3 . Com relação ao

sombreamento da barra de controle, obteve-se cerca de 3 0 % quando o veneno queimável

está junto da barra e cerca de 7 a 8% quando o veneno queimável está a 10,5 cm da barra

de controle. Os resultados obtidos com o código M C N P reproduzem muito bem os

resultados experimentais.

iii

REACTIVITY DETERMINATION OF THE A1 2 0 3 -B 4 C BURNABLE

POISON AS A FUNCTION OF ITS CONCENTRATION

IN THE IPEN/MB-01 REACTOR

Marino Reis Giada

A B S T R A C T

Burnable poison rods made of AI2O3-B4C pellets with different concentrations of 1 0 B have been manufactured for a set of experiments in the IPEN/MB-01 zero-power

reactor. The experiments evaluated the reactivity of the burnable poison rods as a function

of the 1 0 B concentration, and the shadowing effect on the control rod reactivity worth as a

function of the distance between the burnable position rods and the control rod. The results

showed that the burnable poison rods have a non-linear behavior as function of the 1 0 B

concentration, starting to reach an asymptotic value for concentrations higher than 7 g /cm 3

of 1 0 B . The shadowing effect on the control rods was substantial. When the burnable

poison rods were beside the control rod, its reactivity worth decreased as much as 30 %,

and when they were 10,5 cm distant, the control rod worth decreased by 7 %. The M C N P

results for the burnable poison reactivity effects agreed within experimental errors with the

measured values.

iv

S U M Á R I O

Página

1 I N T R O D U Ç Ã O j

1.1 Objetivos do trabalho ^

Referências bibliográficas ^

2 CONSD3ERAÇÕES SOBRE V E N E N O Q U E I M Á V E L g

2.1 Participação do veneno queimável no controle do reator g

2.2 Utilização de veneno queimável em reatores ^

2.3 Efeito de autoblindagem na seção de choque do veneno queimável. ^

2.4 Reatividade inserida por uma vareta de veneno queimável no núcleo

do reator 17

Referências bibliográficas 22

3 E X P E R I M E N T O S C O M V E N E N O Q U E I M Á V E L DE AI2O3-B4C 2 3

3.1 Reatornuclear IPEN/MB-01 24

3.2 Vareta de veneno queimável versus vareta combustível. 25

3.3 Método experimental para obtenção da reatividade do veneno

queimável. 27

3.4 Descrição do experimento de determinação da reatividade do veneno

queimável em função da sua concentração 29

3.5 Descrição do experimento de sombreamento das barras de controle 33

3.6 Calibração da barra de controle BC1 para a determinação da

reatividade 43

3.7 Determinação da reatividade do veneno queimável em função da

concentração 45

3.8 Determinação do sombreamento causado sobre as barras de

controle 45

Referências bibliográficas ^

4 C O M P A R A Ç Ã O E N T R E V A L O R E S E X P E R I M E N T A I S E C A L C U L A D O S 5 2

4.1 Cálculo da reatividade do veneno queimável. ^2

4.2 O método de Monte Carlo 52

4.3 Modelagem com o código MCNP-4B e resultados obtidos ^

4.4 Comparação entre valores obtidos experimentalmente e calculados.... ^

Referência Bibliográfica. ^

v

5 C O N C L U S Õ E S 57

APÊNDICES

A. Especificações das pastilhas de veneno queimável. ^

Referências bibliografias ^

B. Equipamentos utilizados na elaboração dos experimentos e procedimentos para a aquisição de dados e medidas 64

B. 1 Equipamentos utilizados na elaboração dos experimentos ^

B.2 Aquisições e registros ^

B.3 Medidas ^

Referências bibliográficas ^

C. Matriz de covariancia para o ajuste das curvas integrais de barra de controle visando determinar a reatividade do veneno queimável em função da concentração 67

Cl Obtenção dos parâmetros do polinómio e de suas incertezas pelo método dos mínimos quadrados 57

C.2 Teste dox2-reduzidopara verificação da qualidade do ajuste....

Referências bibliográficas 75

D. Valores de reatividade diferencial da barra BC1 para a obtenção do sombreamento 75

vi

C A P Í T U L O 1

I N T R O D U Ç Ã O

Venenos queimáveis são materiais que se caracterizam por apresentar uma alta

seção de choque para absorção de nêutrons e, ao absorverem nêutrons, transmutam-se em

outros isótopos com seção de choque para absorção de nêutrons bem inferior a do

combustível. Esta característica faz com que estes materiais possam ser utilizados no

interior do núcleo dos reatores nucleares para controlar a reatividade e assim permitir uma

melhor utilização do combustível. O uso de veneno queimável apresenta vantagens como a

extensão do ciclo do combustível, a redução dos requisitos de reatividade das barras de

controle e de boro dissolvido no refrigerante e, se distribuídos em locais apropriados no

núcleo, promovem uma melhor distribuição da densidade de potência, diminuindo o fator

de pico e favorecendo uma operação mais segura do reator [1 , 2] . A extensão do ciclo do

combustível aliada a uma boa distribuição de densidade de potência reduz os custos de

produção de energia sem comprometer a segurança da operação.

O veneno queimável foi introduzido para resolver o problema de se absorver o

excesso de reatividade do núcleo do reator no início da sua vida. Inicialmente, diante da

impossibilidade prática de se absorver o excesso de reatividade somente com barras de

controle, ácido bórico (H3BO3) em alta concentração era adicionado ao moderador ou

refrigerante. Entretanto, embora o ácido bórico dissolvido no moderador aumente a sua

seção de choque de absorção, o coeficiente de reatividade do moderador é reduzido em

valor absoluto, podendo tornar-se eventualmente positivo [2]. Este fato afeta a segurança

intrínseca do reator que normalmente requer que este coeficiente seja negativo. U m a das

formas encontradas para contornar este efeito adverso foi o uso de absorvedores

queimáveis no núcleo, como o carbeto de boro (B4C) em varetas que substituem algumas

varetas de combustível em alguns elementos combustíveis [2]. Entretanto, como este

procedimento retira material físsil do núcleo, foi proposto o uso de absorvedores

associados ao combustível. Dentre os nuclídeos com seção de choque de absorção elevada,

considerou-se o Boro, o Gadolínio e o Érbio [3]. As propostas estabelecidas utilizam os

materiais urânia-gadolínia ( U 0 2 - G d 2 0 3 ) , a solução sólida de (U-Er )02 e o revestimento

das pastilhas de UO2 com diboreto de zircônio (ZrBi) [4].

1

O veneno queimável ideal é aquele que apresenta uma seção de choque de absorção

de neutrons tal que seja completamente consumido durante a operação, não deixando

nenhuma absorção residual ao final do ciclo do combustível. Entretanto, a reatividade

residual não é o único parâmetro de interesse quando se deseja selecionar um material para

uso como veneno queimável. A seleção do veneno queimável depende, sobretudo, de

propriedades como a taxa de queima total e a reatividade negativa inicial. U m veneno

queimável que se exaure nos primeiros meses não teria uso prático, e uma reatividade

negativa inicial muito forte poderia resultar em um coeficiente de reatividade de vazio

positivo [5].

Atualmente, os vários tipos de veneno queimável que são utilizados em reatores de

água leve (LWR) podem ser classificados em duas categorias distintas: a primeira é

denominada de veneno queimável heterogêneo e a segunda, de veneno queimável

homogêneo. As primeiras são varetas contendo material absorvedor de neutrons que são

inseridas em tubos guias de elementos combustíveis de reatores P W R que não recebem

barras de controle, e podem ser removidas durante as recargas. E m contraste com o veneno

queimável heterogêneo, os venenos queimáveis homogêneos não podem ser removidos,

sendo parte integrante das varetas de combustível. Neste t ipo de veneno queimável, o

material absorvedor de neutrons é incorporado à pastilha de combustível por meio de

revestimento, ou formando uma dispersão ou uma solução sólida com a urânia, UO2. O

veneno queimável homogêneo, quando comparado ao heterogêneo, possui a vantagem de

não promover o deslocamento de água do moderador por estar diretamente incorporado ao

combustível [6, 7].

Exemplos de veneno queimável heterogêneos foram desenvolvidos pela

Westinghouse, sendo eles o "Pyrex Burnable Absorbers Assembl ies" (BAAs) e o "Wet

Annular Burnable Absorbers" (WABAs) [6, 7] . Os BAAs utilizam vidro-borosilicato

(B2O3-SÍO2 com 12,5 % em peso de B2O3) como material absorvedor de neutrons,

possuindo uma região central vazia e revestimento de aço inox. Os W A B A s são similares

aos BAAs, porém utilizam pastilhas anulares de A1 203-B4C (14,0 % em peso de B4C)

como material absorvedor de neutrons e a região central é molhada ("watter filled"), sendo

o revestimento de zircaloy. A Babcock & Wilcox (B&W) tem fabricado varetas de veneno

queimável de zircaloy contendo pastilhas de A 1 2 0 3 - B 4 C sólido [7]. Diferentemente do

projeto da Westinghouse, o número de varetas por elemento combustível é fixo e a

proporção de B4C em cada vareta é variável [6].

2

Exemplos de veneno queimável homogêneo são os desenvolvidos pela

Westinghouse, denominado "Integral Fuel Burnable Absorber" (IFBA), que contém uma

camada de diboreto de zircônio (ZrB 2 ) aplicada sobre um número selecionado de pastilhas

de combustível [6]; o veneno queimável de urânia-gadolínia desenvolvido pela Siemens,

no qual o G d 2 0 3 é disperso no U 0 2 [8]; ou o veneno queimável desenvolvido pela

Combustion Enginnering, baseado na solução de érbia em urânia, ( U - E r ) 0 2 [9].

Atualmente, a solução dos problemas de gerenciamento " in-core" do combustível

em reatores nucleares está intimamente relacionada à utilização de veneno queimável [2].

Inúmeros trabalhos desenvolvidos ao longo dos últimos vinte anos refletem os tipos de

veneno queimável empregados e as diversas propostas que surgiram baseadas em novos

materiais e formas de utilização no núcleo. Observa-se t ambém na literatura diversos

estudos comparativos entre os diferentes tipos de veneno queimável, onde são

evidenciados os aspectos positivos e negativos relativos ao seu desempenho [2-20]. O seu

emprego tem sido realizado em vários tipos de reatores como nos reatores a água fervente

(BWRs) e nos reatores a água pressurizada (PWRs) e ( W E R s ) [2].

Estudos com o veneno queimável integral de urânia-gadolínia, que tem taxa de

consumo muito rápida devido à alta seção de choque do Gd, mostraram que com baixas

concentrações de Gd, da ordem de 2 % (normalmente a concentração de gadolínia dispersa

na urânia nos venenos queimáveis de P W R varia entre 6 e 10 % em peso), foi possível

diminuir satisfatoriamente o resíduo de veneno no final do ciclo, além de reduzir os

requisitos de enriquecimento do combustível [8].

Mais recentemente, vários trabalhos apresentam o érbio como veneno queimável na

forma de ( U , E r ) 0 2 [9, 16]. Verificou-se que a principal vantagem do érbio como u m

veneno queimável alternativo ao gadolínio é que o érbio tem uma seção de choque de

absorção térmica menor, o que contribui para que ele tenha uma taxa de consumo muito

mais lenta que a do gadolínio, gerando muito menos perturbação na distribuição de

potência. Foram realizados experimentos na unidade crítica EOLE na França, dentro da

estrutura do programa EROINE [16] , visando uma avaliação neutrônica de uma barra de

( U E r ) 0 2 em u m núcleo representativo de u m reator P W R [16]. A avaliação técnica e

econômica demonstrou que o conceito que emprega concentrações otimizadas (baixas) de

gadolínio apresenta maior viabilidade [8]. O érbio t ambém foi utilizado juntamente com

Z r B 2 no interior de um elemento combustível 17 x 17 de um reator P W R da Westinghouse,

onde foram analisados os efeitos da sua utilização sobre as variações de reatividade

3

relacionadas aos coeficientes de vazio, coeficiente de reatividade de temperatura do

moderador, coeficiente de reatividade Doppler, fator de pico de potência e duração do ciclo

[9].

Há ainda propostas inovadoras de veneno queimável, onde a pastilha de

combustível é revestida por nitreto de boro (BN) e depois com B , sendo a função da

primeira camada a de evitar reações adversas entre o boro e o U 0 2 [2]. Alguns estudos

sugerem a incorporação de veneno quemável no revestimento da vareta, ao invés da

incorporação na pastilha de combustível. Estes estudos baseiam-se no fato de que no

revestimento o fluxo térmico é maior que na pastilha, o que permitiria uma queima mais

completa do veneno queimável [5]. Também foram estudadas as possibilidades de uso de

veneno queimável na região do refletor de reatores moderados a grafite [20].

Kloosterman et al [18, 19] propuseram para reatores de alta temperatura (HTRs) o

conceito de dispersão de partículas de veneno queimável no elemento combustível tipo

TRISO. Neste combustível, partículas de U 0 2 e P u 0 2 são revestidas por uma camada de

grafita e dispersas em uma matriz esférica de grafita ("pebble") de diâmetro entre 5 e 6 cm.

Assim, partículas de B4C ou G d 2 Ü 3 são também dispersas na matriz de grafita para

constituírem o veneno queimável. Nestes casos, a quantidade e o tamanho das partículas

dispersas na matriz de grafita são parâmetros importantes que afetam o comportamento do

veneno queimável, além da sua geometria e concentração.

Kauchi e Shimazu [17] estudaram as alternativas de B4C e gadolínio como veneno

queimável para um reator P W R com combustível TRISO típico de reatores HTR. Os

estudos revelaram alguns resultados interessantes relativos às concentrações utilizadas,

quantidades de varetas de veneno queimável empregadas e seu posicionamento no núcleo.

Ficou evidente a ocorrência de fenômenos como a saturação da reatividade do veneno

queimável em altas concentrações e o fato de, em condições semelhantes, a queima do B 4 C

ser bem mais lenta que a do gadolínio devido à seção de choque do boro ser uma década

menor que a do gadolínio. Com isso, as concentrações de B4C utilizadas em um núcleo

devem ser bem menores que as de gadolínio para que seja totalmente consumido ao longo

do ciclo [17].

Além de suas aplicações no núcleo de reatores, o veneno queimável t ambém pode

ser utilizado para absorver a reatividade de elementos combustível gastos, pretendendo-se

com isso satisfazer os critérios de segurança quanto ao transporte e estocagem desses

4

elementos. Nestes estudos são considerados os vários projetos de veneno queimável, os

diferentes graus de enriquecimento do combustível e as condições de irradiação [7].

Os primeiros experimentos com veneno queimável realizados no reator JPEN/MB-

01 utilizaram varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C semelhantes às da Westinghouse

e Bacbcock & Wilcox [7]. As medidas t iveram como objetivo medir o impacto da

presença do veneno queimável de AI2O3-B4C, com concentração de 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B ,

sobre vários parâmetros neutrônicos [21]. Foram obtidos resultados para sombreamento da

barra de controle devido à presença do veneno queimável, para o coeficiente de reatividade

de vazio local, para o coeficiente de reatividade isotérmico e para a distribuição espacial do

fluxo de nêutrons térmicos na região do veneno queimável [21].

O objetivo dos estudos era obter dados experimentais sobre veneno queimável para

o projeto neutrônico do reator do L A B G E N E - Laboratório de Geração Núcleo Elétrica,

em construção no Centro Tecnológico da Marinha, unidade A R A M A R , situada em Iperó -

SP.

1.1 Objetivos do trabalho

E m continuidade aos estudos sobre veneno queimável para o LABGENE, neste

trabalho pretende-se obter a reatividade do veneno queimável de AI2O3-B4C em função da

concentração de 1 0 B no reator IPEN/MB-01. A variação de concentração permite simular o

efeito do consumo de veneno queimável com o "burnup" que normalmente ocorre em

reatores de potência. Verifica-se também a influência exercida pelo veneno queimável

sobre a barra de controle (sombreamento) em função da distância em que o veneno

queimável se encontra da barra de controle. Os experimentos realizados seguem a rotina

experimental do reator IPEN/MB-01 , em prosseguimento aos trabalhos anteriormente

desenvolvidos na instalação relativos a veneno queimável [21].

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

1 DUDERSTADT, J. J.; HAMILTON, J. L. Nuclear Reactor Analysis. N e w York: John Wiley & Sons, Inc,1976.

2 D U R M A Z U Ç A R , H. H ; ÇOLAK, Ü; SARIKAYA, B.; G Ü N D Ü Z , G. Burnup characteristics and performance of boron nitride and boron coated urania and urania-gadolinia fuels. Nuclear Engineering and Design, v. 203 , p. 57-64, 2001 .

3 ASOU, M.; PORTA, J. Prospects for poising reactor cores of the future. Nuclear Engineering and Desing, v. 168, p. 261-270, 1997.

4 PRITCHEET, J. E.; MUELLER, D. E. Operational experience with Z r B 2 integral fuel burnable absorber. American Nuclear Socity, v 116, p. 78, 1985.

5 N U C L E A R E N E R G Y R E S E A R C H INITIATIVE Development of Improved Burnable Poisons for Commercial Nuclear Power Reactors. In: A N N U A L REPORT, 2002, (NERI - proj. 99-074), disponível em http://www.neri.ne.doe.gov. Acesso em: 2004.

6 WAGNER, J. C ; P A R K S , C. V. Impact of Burnable Poison Rods on P W R Burnup Credit Criticality Safety Analyses. In: A N S / E N S 2000 INTERNATIONAL W I N T E R M E E T I N G A N D E M B E D D E D TOPICAL M E E T I N G S , Nov. 12-16, 2000, Washington DC.

7 WAGNER, J. C ; PARKS, C. V. Parametric Study of the Effect of Burnable Poison Rods for P W R Burnup Credit. In: U. S. N U C L E A R R E G U L A T O R Y C O M M I S S I O N OFFICE OF N U C L E A R R E G U L A T O R Y R E S E A R C H , 2000, Oak Ridge National Laboratory - ORNL, Washington, DC.

8 SCHLIECK, M.; BERGER, H.D.; N E U F E R T , A. Optimized gadolinia concepts for advanced in-core fuel managements in PWRs. Nuclear Engineering and Design, v. 205, p. 191-198 ,2001.

9 PLATTE, J. E.; PITRUZZELLA, E.; SHATILLA, Y.; JOHANSEN, B. Twenty-Four-Month in-Core Cycle: A Burnable Absorber Prospective. In: A M E R I C A N N U C L E A R SOCITY MEETING, June 9-13, 2002, Hollywood, Florida, USA.

10 GALPERIAN, A.; SEGEV, M.; R A D K O V S K Y , A. The effect of boron and gadolinium burnable poison on the hot to cold reactivity swing of a pressurized water reactor assembly. Nuclear Technology, v. 75 , p. 123 ,1986.

11 GALPERIAN, A.; SEGEV, M.; R A D K O V S K Y , A. Substitution of the soluble boron reactivity control system of pressurized water reactor by gadolinium burnable poison. Nuclear Technology, v. 75 , p. 127, 1986.

6

12 GALPERIN, A. Gd burnable poison system for reactivity control of the first cycle of a PWR. Annals of Nuclear Energy, v. 14, p. 53-57, 1987.

13 KIM, Y. H.; PARK, W. S. A Study on Burnable Absorber for Fast Subcritical Reactor

HYPER. In: 6th INFORMATION E X C H A N G E M E E T I N G O N A C N I D E A N D

FISSION P R O D U C T PARTITIONING A N D TRANSMUTATION, Dec. 11-13, 2000,

Madrid, Spain.

14 YAMATE, K ; MORI , M.; USHIO, T.; K A W A M U R A , M. Design of a gadolinia bearing mixed-oxide fuel assembly for pressurized water reactors. Nuclear Engineering and Design, v. 170, p. 35 -51 , 1997.

15 BARCHEVTSEV, V.; N I N O K A T A , H ; ARTISYUK, V. Potential to approach the long-life core in a light water reactor with uranium oxide fuel. Annals of Nuclear Energy, v. 29, p. 595-608, 2002.

16 PORTA, J.; BALDI, S.; CHAUVIN, J. P.; F O U G E R A S , Ph. Qualification of the neutronic efficiency of erbium at zero burnup. Progress in Nuclear Energy, v. 38 , p. 355-358, 2001 .

17 KAUCHI , M.; SHIMAZU, Y. Optimal Burnable Poison-Loading in a P W R with Carbon Coated Particle Fuel. Journal of Nuclear Science and Thecnology, v. 40 , p. 22 -29 ,2003A.

18 K L O O S T E R M A N , J. L.; V A N DAN, H ; V A N D E R HAGEN, T. H. J. J. Applying burnable poison particles to reduce the reactivity swing in high temperature reactors with batch-wise fuel loading. Nuclear Engineering and Design, v. 222, p. 105-115, 2003.

19 KLOOSTERMAN, J. L. Application of boron and gadolinium burnable poison particles in U 0 2 and P U 0 2 fuels in HTRs. Annals of Nuclear Energy, v. 30, p. 1807-1819, 2003.

20 V A N D A M , H. Long-Term Control of Excess Reativity By Burnable Poison in Refletor Regions. Annals of Nuclear Energy, v. 27 , p. 63-69, 2000.

21 FÉR, N. C. Medidas de parâmetros neutrônicos de veneno queimável de AI2O3-B4C para reatores PWR. 2001 . Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo.

7

C A P Í T U L O 2

C O N S I D E R A Ç Õ E S S O B R E V E N E N O Q U E I M A V E L

O controle de um reator nuclear é regido por uma grandeza denominada

reatividade. Através da inserção ou remoção de reatividade controlamos a população de

nêutrons no núcleo do reator, estabelecendo desta forma os níveis de potência desejados.

Esta é uma função realizada basicamente pelos elementos de controle, que se constituem

de barras compostas de materiais de alta seção de choque de absorção de nêutrons.

Inicialmente o projeto de um núcleo novo prevê um excesso de reatividade

necessário para compensar as perdas devido à queima do combustível e a formação de

produtos de fissão absorvedores de nêutrons. Entretanto, este excesso de reatividade é

limitado pela margem de desligamento do reator que é definida como sendo a capacidade

dos mecanismos de controle em absorver todo o excesso de reatividade do núcleo de modo

a garantir o seu desligamento em qualquer situação [1].

Assim, para manter a criticalidade no início da vida do núcleo, as barras de controle

são introduzidas de modo a absorver o excesso de reatividade inicial, sendo

gradativamente retiradas à medida que o combustível é consumido. Quando todo o excesso

de reatividade é consumido, o combustível atingiu o final do seu ciclo e as barras de

controle estão quase que totalmente retiradas.

U m a forma de alongar o ciclo de combustível garantindo a sua margem de

desligamento consiste na utilização de veneno queimável. O princípio do veneno

queimável tem como idéia básica introduzir no núcleo um material que possua seção de

choque de absorção de nêutrons igual ou superior à do combustível, de modo que o seu

consumo se processe a uma taxa igual ou superior à do combustível, compensando as

perdas de reatividade do núcleo ocorridas ao longo do ciclo do combustível, e deixando a

mínima reatividade residual ao final do ciclo [1].

O uso de veneno queimável permitiria, então, um maior carregamento inicial ou um

aumento no enriquecimento do combustível de tal forma que o excesso de reatividade

obtido com estes procedimentos fosse compensado em grande parte pela absorção no

veneno queimável.

8

Tem-se verificado que a natureza altamente absorvedora dos materiais que

compõem as barras de controle do reator causa maior perturbação no fluxo de nêutrons nas

vizinhanças do elemento de controle e, conseqüentemente, com efeitos semelhantes na

distribuição da densidade de potência no núcleo [1]. Estas perturbações introduzidas pelas

barras de controle levam o pico de fluxo de nêutrons, no início do ciclo de operação do

reator, a se concentrar mais próximo à região inferior do núcleo, e tende a se deslocar para

as regiões mais superiores, na medida em que o combustível vai sendo consumido e as

barras de controle retiradas para compensar as perdas de reatividade [1]. Esta distorção no

fluxo de nêutrons não é desejável, pois o que se pretende é a maior uniformidade possível

na distribuição de densidade de potência a fim de uniformizar a queima do combustível e,

conseqüentemente, estender o ciclo de combustível.

O uso de veneno queimável constitui-se em uma forma segura de contornar estes

problemas. Para tanto, o veneno queimável é colocado em posições estratégicas do núcleo

próximo a regiões de alto fluxo neutrônico.

Para a análise dos problemas relacionados à utilização de veneno queimável em

reatores nucleares, são considerados, entre outros, parâmetros como o tipo de absorvedor

empregado, a sua concentração, a quantidade de varetas de veneno utilizadas e a sua

localização no núcleo. A complexidade no inter-relacionamento desses parâmetros faz com

que cada um deles deva ser analisado isoladamente e em conjunto [2].

A seguir é feita uma discussão a respeito da participação do veneno queimável no

controle do reator. São apresentadas algumas formas mais comuns de utilização do veneno

queimável no núcleo de reatores e o efeito da autoblindagem na geração das seções de

choque para representar o veneno queimável ao longo do ciclo do combustível. Por fim é

feita uma abordagem dos conceitos matemáticos envolvidos nos problemas de transporte

de nêutrons que servem de base para a análise da perturbação provocada pela introdução de

absorvedores de nêutrons no núcleo do reator.

2.1 Participação do veneno queimável no controle do reator

Para uma visualização de como o veneno queimável interage com o controle do

reator, considera-se a expressão para o fator de multiplicação efetivo do núcleo. E m um

dado instante t, o fator de multiplicação efetivo do reator k(t) pode ser expresso como

9

sendo a razão entre a taxa de produção de neutrons por fissão P(t) e a taxa de consumo

total de neutrons no núcleo L(t), isto é

*(0 = — (2.1)

onde L(t) = F(t) + C(f ) + V(t), sendo:

F(t) —> Taxa de consumo de neutrons devido à absorção no combustível, moderador,

material estrutural e fuga de neutrons do núcleo;

C(t) —> Taxa de consumo de neutrons devido ao sistema de controle do reator; e

V{t) —» Taxa de consumo de neutrons devido à absorção no veneno queimável.

O valor de k{t) estabelece a duração do ciclo do combustível. Quando este valor

está abaixo de um valor limiar, pouco acima de 1, dizemos que o ciclo do combustível

chegou ao fim, não sendo mais possível o funcionamento do reator. Ao longo do tempo,

operando-se o reator a níveis de fluxo superiores a aproximadamente 10 n/cm s, ocorre

sensível queima do combustível com a conseqüente diminuição da taxa de produção de

neutrons por fissão P(t). Para manter o reator crítico, ou seja, para evitar que k(t) atinja

valor inferior ao limiar, o operador do reator compensa esta perda erguendo as barras de

controle o suficiente para que se obtenha uma redução equivalente em C{t). E m um reator

que possua veneno queimável, parte da redução em P(t) é compensada por uma redução

em V(t) devido ao consumo do veneno queimável. Deste modo, as reduções necessárias

em C(t) são bem menores do que seriam, caso não houvesse a presença do veneno

queimável, traduzindo-se em maior economia dos elementos de controle.

O efeito causado pelo veneno queimável em um ciclo do combustível depende da

sua taxa de queima e da sua reatividade. Considerando-se parâmetros médios para o núcleo

como um todo, e a utilização de um veneno queimável estável, ou seja, não produzido pelo

decaimento de outros isótopos, tem-se que as taxas de consumo do combustível e do

veneno queimável são dadas por:

10

e dt ° W f W (2.2)

dN (t)

onde NF(t) é o número médio de átomos físseis no núcleo;

aF

a é a seção de choque microscópica média de absorção no combustível;

<t>{t)è o fluxo médio de neutrons;

Nvq{t) é o número médio de átomos de veneno queimável; e

av

a

9 é a seção de choque microscópica de captura média do veneno queimável.

A solução das Equações (2.2) fornece

e NF(t) = NF(0)Qxp[-a^(t)\

^ ( O = ^ (0)exp[ -<*«>(0]

onde <D(í) = fodt'<p(t')é a fluência de neutrons \nícm2\

A produção de neutrons por fissão P(t)e o consumo de neutrons pelo veneno

queimável V(t) são dados respectivamente por

P{t) = NF{t)vafJ>{t) e (2.4)

V{t) = Nvqit)avM)

onde vaf é a seção de choque microscópica média de produção de neutrons por fissão.

Substituindo as Equações (2.3) nas (2.4) e levando os resultados na (2.1), obtém-se após

algumas manipulações [3], a seguinte expressão para o fator de multiplicação efetivo do

reator:

* ( , ) = — v ( o ) k y — i ( 2 - 5 )

onde o fluxo de neutrons foi considerado constante, 0(t) = <j>, e k*(t)é o fator efetivo do

núcleo sem veneno queimável.

A Equação (2.5) expressa o comportamento típico de k(t) ou do fator de

multiplicação infinito kx do núcleo contendo veneno queimável.

A Figura 2.1 é uma ilustração do comportamento de kx ao longo do tempo para um

núcleo de P W R contendo veneno queimável, onde foram representadas as situações

11

referentes aos diferentes tipos de veneno queimável com suas respectivas seções de choque

microscópicas médias de captura [4].

1,22

1,20

1,18

1,16

1,14

1,12

1,10 O 'ç C 1,08

1,06

1,04

1,02

1,00

0,98

H I * • T

1 - sem veneno queimável 2 - veneno queimável ideal 3 - veneno com pouco resíduo 4 - veneno com grande resíduo 5 - veneno não queimável

6 8 10 12 14

Tempo (meses)

16 18 20

Figura 2 . 1 - Comportamento típico do kx em função do tempo para um núcleo contendo

veneno queimável com seções de choque microscópicas médias de captura diferentes [4].

A curva 1 da Figura 2.1 representa o comportamento do Ampara o núcleo sem

veneno queimável. As curvas 2, 3 e 4, representam o comportamento do kx para o núcleo

com veneno queimável. N a curva 2 o veneno queimável possui elevada seção de choque

microscópica média de captura e sofre queima total ao longo do ciclo.

Na curva 3 o veneno queimável possui seção de choque microscópica média de

captura elevada, porém não é completamente queimado ao longo do ciclo. Na curva 4 o

resíduo de veneno é grande ao final do ciclo. A curva 5 representa o veneno não

queimável.

Observa-se da figura que os venenos queimáveis que apresentam seção de choque

da captura elevada deixam menor resíduo ao final do ciclo, podendo eventualmente não

haver resíduos, como ó caso da curva 2. H á de se considerar, como j á mencionado

anteriormente, que embora o veneno queimável ideal seja aquele que não deixa resíduos ao

12

final do ciclo, a taxa de queima total e a reatividade negativa inicial são parâmetros de

tanto interesse quanto a reatividade residual para a seleção de um material para uso como

veneno queimável. A quantidade de reatividade do núcleo absorvida inicialmente pelo

veneno queimável é proporcional à diferença entre os valores de kx inicial para as curvas

com e sem veneno queimável. Esta diferença entre os valores dek^ inicial de 1,20 para

1,06 depende, neste exemplo, da concentração inicial do veneno queimável e do valor da

sua seção de choque microscópica média de captura, enquanto o perfil da curva de

variação do kx é regido isoladamente pelo valor da seção de choque microscópica média

de captura.

2.2 Utilização de veneno queimável em reatores

O veneno queimável é utilizado no núcleo dos reatores buscando-se a melhor

combinação entre as variáveis, localização, quantidade, e concentração das varetas de

veneno, de modo a se obter uma curva reatividade versus tempo que seja a mais plana

possível, conforme a Equação (2.5). Podem encontrar-se disperso no combustível, como é

o caso dos venenos queimáveis homogêneos, ou na forma de varetas de veneno queimável,

denominados de venenos queimáveis heterogêneos. Os homogêneos, por estarem dispersos

no combustível, não podem ser removidos. Quanto aos heterogêneos, normalmente

ocupam posições em tubos guias de elementos combustíveis. Foram estudadas várias

configurações para o veneno queimável no núcleo, verificando-se o seu impacto sobre

alguns parâmetros como a distribuição de densidade de potência, fuga de nêutrons e

característica de queima do núcleo [2, 5]. Dependendo da distribuição das varetas de

veneno queimável no núcleo, pode-se obter uma queima mais ou menos uniforme e

também uma maior ou menor fuga de nêutrons do núcleo [2, 5]. Estes efeitos podem ser de

grande importância em relação à reatividade e distribuição de potência em núcleos de

longa vida.

Muitos parâmetros devem ser analisados para que se possa atingir uma

configuração adequada a um determinado núcleo, e a inter-relação entre os parâmetros

torna o problema bastante complexo.

13

2.3 Efeito de autoblindagem na seção de choque do veneno queimável

O gadolínio é um tipo de veneno queimável com alto poder de absorção, pois

possui grande seção de choque de absorção de neutrons térmicos (46000 barns). N o início

da vida do núcleo, quando as concentrações de veneno são ainda elevadas, a captura de

neutrons, nestes elementos, ocorre na superfície da vareta de veneno, praticamente não

havendo penetração do nêutron na vareta. Com isso, inicialmente, a sua seção de choque

de captura efetiva quase não varia, pois quando a camada externa do veneno é consumida,

a camada adjacente a que foi consumida passa a absorver quase que totalmente os neutrons

incidentes, blindando as camadas mais internas. Ao longo do tempo, com a redução da

concentração devido ao consumo progressivo, a absorção passa a atingir camadas mais

internas da vareta de veneno queimável e a seção de choque efetiva passa a ter um aumento

significativo. N o caso do gadolínio, nota-se que a sua seção de choque efetiva aumenta

quase que uma ordem de grandeza à medida que é consumido [6]. Conseqüentemente, a

reatividade inserida pelo gadolínio altera-se significativamente durante a queima,

exercendo forte impacto no comportamento do núcleo. O gadolínio, devido a esta

característica, é considerado um absorvedor "negro".

O boro não é um absorvedor tão forte quanto o gadolínio, sendo considerado um

absorvedor "cinza", pelo fato de possibilitar a lguma absorção de neutrons a nível

volumétrico, ou seja, os neutrons conseguem penetrar na vareta de boro.

A Figura 2.2 ilustra a variação da depressão do fluxo de neutrons na vareta de

veneno queimável, devido à variação da sua autoblindagem, à medida que o veneno é

consumido, representando o comportamento típico de uma absorção que ocorre a nível

volumétrico.

Figura 2.2 - Variação da depressão do fluxo de neutrons na vareta de veneno queimável

com o tempo [1].

14

Para o absorvedor negro, no tempo t = 0 , o fluxo não penetraria as camadas

internas da vareta de veneno queimável.

A Equação (2.2), que descreve a taxa de consumo do veneno queimável, fica um

pouco mais precisa quando é introduzido um fator fs(t) que leva em consideração o efeito

da autoblindagem. Este fator é definido como [1]

Mt) = fluxo médio no veneno

fluxo médio no combustível (2.6)

e, quando introduzido na Equação (2.2), tem-se

dN

dt (2.7)

N a Figura 2.3, a curva da esquerda representa a variação no tempo do fator de

autoblindagem fs(t). Com o passar do tempo, fs(t) tende à unidade e a Equação (2.7) se

aproxima do representado pela Equação (2.2). As curvas da direita mostram a composição

da variação do fator de autoblindagem com a variação de concentração do veneno

queimável ao longo do tempo. Como resultado, tem-se um comportamento inicial

praticamente constante, ilustrado pela linha pontilhada, para a seção de choque de absorção

efetiva do veneno queimável (t).

fs(t)

Figura 2.3 - Efeito da variação da autoblindagem sobre a seção de choque efetiva do

veneno queimável [1].

15

U m outro elemento, também utilizado como veneno queimável , e que possui u m a

absorção mais branda que o boro, é o érbio. Como foi mencionado no Capítulo 1,

atualmente tem-se realizado vários estudos com o veneno queimável de érbio.

A Tabela 2.1 apresenta as seções de choque microscópicas de absorção para

nêutrons térmicos, aa, para os venenos queimáveis de gadolínio, 1 0 B e érbio. Podemos

observar da Tabela 2.1 que a seção de choque microscópica de absorção do gadolínio,

desconsiderando os efeitos de autoblindagem, é cerca de 60 vezes a do boro, e cerca de 260

vezes a do érbio.

Com os valores de seção de choque expressos na Tabela 2.1 podemos, através das

Equações (2.3), determinar aproximadamente a variação da concentração do veneno

queimável ao longo do tempo, para os venenos queimáveis de 1 0 B e érbio. Para o gadolínio

é necessário considerar a sua autoblindagem [4]. Para que se tenha u m a idéia de como

estas concentrações variam com o tempo, imaginemos que cada um destes materiais seja

usado na mesma concentração, como veneno queimável, em um reator que opere com

fluxo constante de 3x10 n/cm s e com um ciclo de operação de aproximadamente 10

anos.

Tabela 2 .1 - Seções de choque microscópica de absorção de nêutrons térmicos para os elementos mais usualmente utilizados como veneno queimável

Elemento <5a

(banis)

gadolínio - Gd 46000

boro - , 0 B 755

érbio - E r 173

A Figura 2.4 ilustra o comportamento obtido para a variação da concentração do

veneno queimável ao longo do tempo, para cada u m dos três tipos de veneno queimável

considerados.

Nota-se que, para o ciclo de operação considerado de 10 anos, o elemento érbio

deixaria um resíduo de aproximadamente 2 0 % , enquanto que os demais seriam totalmente

16

consumidos. O boro se extinguiria aproximadamente a partir do sexto ano, e o gadolinio

só seria viável em ciclo de operação que tivesse duração máxima de 1 ano.

U m a composição adequada destes elementos poderia resultar na otimização do

ciclo do combustível, ou seja, não deixando resíduos ao final do ciclo, ao mesmo tempo em

que não se extinguisse antes do tempo necessário. O excesso de resíduos de veneno

queimável acaba por limitar o ciclo de operação e a sua extinção precoce levaria a um

comprometimento da margem de desligamento do reator.

100 H l

2 80 CO

1 , OB 60 H T3

40 -

ü 20 -

• Boro • Gadolinio a Érbio

i—'—r 2 3

4 5 6

tempo (anos)

-i 10

Figura 2.4 - Variação da concentração do veneno queimável ao longo do tempo.

2.4 Reatividade inserida por uma vareta de veneno queimável no núcleo do reator

A reatividade inserida por uma vareta de veneno queimável no núcleo do reator

pode ser calculada empregando-se a Teoria da Perturbação sobre os estados do reator. A

vantagem do emprego deste método reside na sua relativa facilidade de compreensão dos

efeitos causados no núcleo pela introdução do veneno queimável. Considerando-se

inicialmente a equação de transporte de neutrons, homogênea e em estado estacionário, que

descreve o balanço de neutrons no reator

17

a • V O ( r , £ î , £ ) + £ , ( r , £ )<D ( r ,Q,£ ) =

0 4* ^ n o An k

onde

^(•E1) e o espectro de fissão que fornece a probabilidade de um neutron produzido em

uma fissão emergir com energia E entre E e E + dE ;

®(r; O, E) é o fluxo angular de neutrons;

E , ( r > £ ) é a seção de choque total (absorção mais espalhamento);

2^(r,£" —» i ? , í l ' - í í ) é a seção de choque de espalhamento diferencial nas variáveis

ângulo sólido e energia;

vLf(r,E') é a seção de choque de produção de neutrons por fissão, e

k é o fator de multiplicação efetivo dos neutrons.

Maiores detalhes sopre a equação de transporte de neutrons podem ser encontrados nas

Referências [1 , 3 , 7].

A Equação (2.8) pode ser escrita de forma mais compacta utilizando a notação de

operadores. Definindo o operador de consumo de neutrons como

L(r, i l ,E) = a • V + 1 1 ( r , E ) - ] \Es(r,£' E,íl'n)d£l'dE', (2-9)

e o operador de produção de neutrons por fissão como

V(r,a,E) = j \vLf(r,E')dQ!dE', (2.10)

4 ^ o Air

obtemos para a Equação (2.8)

h(r,a,E)^(r,a,E) = - P ( r , í l , £ ) ® ( r , Q , £ ) (2.11) k

18

°? f r ( £ ) ' f r v £ , ( r , £ ' ) (2.8) j jZs(r,E' - > - í 2 ) c í ) ( r , í 2 ' , i i ) J Í 2 ' í f f i ' + ̂ ^ j j 7 'Q>iT,Q!,E')(Xl'dE'

A inserção de uma vareta de veneno queimável no núcleo do reator provoca urna

perturbação no sistema reator, alterando o fluxo neutrônico e o fator de multiplicação

efetivo. Para entendermos estes efeitos, vamos definir dois estados do reator: o primeiro,

denominado de estado inicial Ei , é caracterizado pelas condições do reator antes da

perturbação, isto é, sem a presença de varetas de veneno queimável; o segundo estado,

denominado de estado final E2, é produzido após a perturbação, e é caracterizado pela

presença das varetas de veneno queimável. Assim, pode-se dizer que o estado Ei é

caracterizado pelos parâmetros {L } , Pj, O j , ky} que obedecem a

L, ( r , í í , ( r ,Q, E) = ^Ipiãl^ ( r , a E) (2.12)

Similarmente, o estado final E 2 , é caracterizado pelos parâmetros { L 2 , F 2 , 0 2 , & 2 } que

obedecem a

L 2 ( r , i l , £ ) 3 > 2 ( r , n , g ) = ^V^E)'o>2(r,íl,£) (2.13)

U m a alteração qualquer no reator pode ser representada por alterações nas seções

de choque ou nos operadores L ( r , í l , i s ) e V(r,íl,E), definidos nas Equações (2.9) e

(2.10). Assim, podemos escrever L 2 ( r , í 2 , £ ' ) e P 2 ( r , í l , £ " ) e m função de Lj(r,í2,iT) e

^(r,a,E).

L 2 (r, O, E) = L , (r, Q, E) + ÕL(r, í l , E) (2.14)

e P 2 ( r , n , £ ) = P , ( r , f i , £ ) + ¿ P ( r , í 2 , £ ) , (2.15)

onde SL(r, Cl,E) e <5P(r, íl,E) representam as perturbações introduzidas no reator devido

à inserção do veneno queimável. A partir destas definições, e depois de alguma

manipulação matemática [3, 7 ] , chega-se a equação que define a variação de reatividade

entre dois estados do reator:

19

<D,+ ( r , n , £ ) , ÕP(r,íl,E)

- < 5 L ( r , í í , £ ) 0 2 ( r , Q , £ )

J ®l(r,to,E),V2(r,Sl,EYS>2(T,£l,E)

(2.16)

onde a função peso <t>^(r,Q,E) é o fluxo adjunto de neutrons, que fisicamente representa

uma medida da "importância" do nêutron na contribuição para a resposta de um detector de

neutrons que estivesse presente no núcleo[ l , 7 ] , e os braquetes ( ) significam integral no

volume do reator, na energia do nêutron e no ângulo sólido.

A Equação (2.16) relaciona a variação de reatividade entre dois estados do reator

com o fator de multiplicação efetivo de neutrons de cada um dos estados e mostra,

também, como as perturbações afetam a reatividade. Consideremos primeiro a colocação

de uma vareta de veneno queimável heterogênea em um tubo guia do elemento

combustível. A vareta de veneno queimável deslocará água ou moderador do tubo guia,

substituindo por material absorvedor de neutrons. H á a perturbação apenas no operador

L(r, ! ! , £ • ) , que define o estado do reator. Podemos escrever que

<5L(r, íl,E) = ÔTuVQ (r,íl,E) + e$LágUfl (r, í ! , E )

e < S P ( r , a , £ ) = 0 ,

onde Sl7Q(r,íl,E) representa a perturbação em L(r, í í ,£") devido à inserção da vareta de

veneno queimável no tubo guia, e õL&ÊX>a(r,Q,,E) representa a perturbação em L(r,íl,E)

devido ao deslocamento da água que estava no tubo guia. Como não há retirada de varetas

de combustível, não há perturbação no operador P ( r , íl,E) . A reatividade introduzida

pelo veneno queimável heterogêneo será

(<S>Í(r,n,E)X-ÒMr*n,E))p2(r>nM &P\2= i (2-17)

(<5>Í(r,n,E),1>2(r,£l,E)<S>2(r,íl,E))

Os efeitos no reator serão basicamente o aumento da absorção de neutrons na

região onde foi introduzida a vareta de veneno queimável e a redução da moderação de

neutrons no local. Estes dois efeitos fazem baixar o fluxo de neutrons e alterar o seu

20

espectro, tornando-o menos térmico (mais duro), nas imediações da vareta de veneno

queimável. Das alterações provocadas pela vareta de veneno queimável nas suas

vizinhanças, a mais importante é o sombreamento das barras de controle, isto é, a

diminuição da taxa de absorção de nêutrons das barras de controle próximas ao veneno

queimável devido à diminuição do fluxo de nêutrons térmicos ao seu redor.

Consideremos agora a inserção de um veneno queimável homogêneo substituindo

uma vareta de combustível. Neste caso há a perturbação nos operadores L (r , f i , i s ) e

P ( r , í l , £ )

< 5 L ( r , Q , £ ) = ÔLVQ(r,a,E)

e ÔV(r,n,E) = ÔVComb ( r , í 2 , £ ) ,

onde ÕLrQ(r,íl,E) representa a perturbação em L(r ,Sl ,E) devido a inserção da vareta de

veneno queimável e <5P C o w *(r,í i ,£') representa a perturbação em V(r,íl,E) devido a

perda de material físsil com a retirada da vareta combustível. A reatividade introduzida

pelo veneno queimável homogêneo será:

®!(r,íl,E), r w ( r , n , E ) _ Ô U r ^ E ^ r ^ E ) \

L APl2 = J ^ í í . L (2.18)

(®t (r , f i , E), P 2 ( r , n , F ) 0 2 ( r , í í , E))

Os efeitos no reator serão basicamente de aumentar a absorção de nêutrons na

região onde foi introduzida a vareta de veneno queimável e diminuir a taxa de fissões. Não

há um efeito de mudança de espectro de nêutrons devido a deslocamento de moderador

como ocorre no veneno queimável heterogêneo. Os efeitos de sombreamento também são

importantes e há a penalidade de se perder material físsil com a retirada da vareta de

combustível.

Neste trabalho, a reatividade do veneno queimável será medida e comparada com

cálculo. As perturbações causadas pela inserção de veneno queimável serão identificadas

por meio de estados específicos e a Equação (2.16) permitirá a comparação entre os

resultados medidos e calculados.

21

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

1 D U D E R S T A D T , J. J.; H A M I L T O N , J. L. Nuclear Reactor Analysis. John Wiley &

Sons, Inc, 1976.

2 KAUCHI , M.; SHIMAZU, Y. Optimal Burnable Poison-Loading in a P W R with

Carbon Coated Particle Fuel. Journal of Nuclear Science and Thecnology, v. 40 , p.

22-29, 2003.

3 MOREIRA, J. M. L. Venenos Queimáveis. Notas de aula do curso TNR-5719. Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, SP, 2003.

4 FÉR, N. C. Medidas de parâmetros neutrônicos de veneno queimável de AI2O3-B4C para reatores PWR. 2001 . Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energéticas

e Nucleares, São Paulo.

5 FRANCILLON, G.; OBADIA, F. ; B R U E T , M.; D A U D I N , L. Design and experience

of French P W R Gd cores and fuel assemblies. E N C ' 8 6 , Geneva, Suiça, Transactions, 4, Topics VI e VII, 8 1 , 1986.

6 GOLDSTEIN, L.; STRASSER, A. A comparison of gadolinia and boron for burnable

poison applications in PWR. Nuclear Technology, v. 60, p. 3 5 2 , 1 9 8 3 .

7 BELL, G. I.; GLASSTONE, S. Nuclear reactor theory. N e w York.: Robert E.

Krieger Publishing Company, 1979.

22

C A P Í T U L O 3

E X P E R I M E N T O S C O M V E N E N O Q U E I M Á V E L D E A 1 2 0 3 - B 4 C

Nos experimentos realizados foi estudado o comportamento da reatividade do

veneno queimável de AI2O3-B4C em função da sua concentração no núcleo do reator

IPEN/MB-01. U m segundo caso considerado foi a verificação da influência exercida sobre

as barras de controle (sombreamento) devido à posição ocupada no núcleo por um

conjunto de varetas de veneno queimável. Os resultados têm a finalidade de qualificar as

metodologias de projeto empregadas na construção de u m núcleo novo pelo Centro

Tecnológico da Marinha em São Paulo, CTMSP.

Para a realização dos experimentos, foram fabricadas no Laboratório de Materiais

(LABMAT) do C T M S P pastilhas de veneno queimável de AI2O3-B4C nas seguintes

concentrações de 1 0 B : 11,2; 10,30; 7,40; 5,01 e 2,54 mg/cm 3 . As especificações das

pastilhas de veneno queimável encontram-se no Apêndice A. N o Apêndice B encontram-se

os equipamentos utilizados na elaboração dos experimentos e os procedimentos adotados

para a aquisição de dados e medidas. Com as pastilhas de veneno queimável nas

concentrações disponíveis foram montados dois conjuntos de varetas experimentais. O

primeiro conjunto contendo 5 varetas, uma para cada concentração de 1 0 B , e um segundo

conjunto contendo seis varetas, todas na concentração de 5,01 mg/cm 3 .

As diferentes concentrações de 1 0 B do primeiro conjunto de varetas, possibilitaram

simular o consumo de veneno queimável que ocorre durante a operação de um reator de

potência, fazendo-se uma correlação com a diminuição da concentração de B 1 0 .

O segundo conjunto de varetas foi utilizado para a verificação do fenômeno de

sombreamento das barras de controle, quando na presença de fortes absorvedores.

Neste capítulo são descritos os experimentos realizados com veneno queimável no

núcleo do reator IPEN/MB-01. São apresentadas as técnicas experimentais utilizadas e os

resultados obtidos dos experimentos. Na Seção 3.1 é feita uma apresentação do núcleo do

reator IPEN/MB-01, que é o ambiente neutrônico onde foram realizados os experimentos,

e na Seção 3.2 são comparadas as varetas de veneno queimável e de combustível. N a

Seção 3.3 descreve-se a técnica experimental utilizada para a obtenção da reatividade do

veneno queimável. N a Seção 3.4 descreve-se o primeiro caso estudado (obtenção da

23

reatividade do veneno queimável em função da concentração), e na Seção 3.5 descreve-se

o segundo caso estudado (sombreamento da barra de controle). A Seção 3.6 trata dos

procedimentos para a calibração da barra de controle e, finalmente, as seções 3.7 e 3.8

apresentam, respectivamente, os resultados experimentais referentes ao primeiro e segundo

caso estudados.

3.1 Reator nuclear IPEN/MB-01

O ambiente neutrônico onde ocorreram os experimentos foi o núcleo do reator

IPEN/MB-01. O mesmo constitui-se de um conjunto de varetas combustíveis dispostas

lado a lado e distantes 1,5 cm uma das outras (distância centro a centro). Estes

espaçamentos são garantidos pelas furacões das placas espaçadora superior, espaçadora

intermediária e placa matriz, por onde passam as varetas combustíveis e tubos guias das

barras de controle e segurança. Este conjunto encontra-se imerso em um tanque, o qual no

momento da operação é preenchido com água leve para a moderação dos nêutrons. O

tanque do moderador é aberto na parte superior para permitir a introdução dos elementos

de controle e segurança, além da instrumentação. Este tanque possui 275 cm de altura e

183 cm de diâmetro. N a parte inferior possui orifícios para instalação das válvulas de

drenagem do moderador e alojamento da fonte de nêutrons. A fonte de nêutrons é uma

fonte do tipo Americio-Berilio (Am-Be) com intensidade de 2 , 5 x l 0 6 nêutrons por segundo

(n/s). As válvulas de drenagem rápida constituem-se em um dos dispositivos de

desligamento do reator, juntamente com o dispositivo de queda de barras.

O conjunto crítico é composto por um total de 680 varetas combustíveis, arranjadas

em uma matriz de 28x26 posições, das quais 48 posições são destinadas aos elementos de

controle e segurança. As coordenadas das posições podem ser identificadas por marcações

na placa espaçadora superior. Nas faces norte e sul do núcleo existem marcações de letras e

nas faces leste e oeste a marcação é de números, de modo que as coordenadas de uma

posição ficam definidas pelo par letra e número. Existem duas barras de controle e duas de

segurança, e cada uma delas é constituída de 12 varetas de material absorvedor de

nêutrons. N o caso das barras de controle BC1 e BC2 o material absorvedor é uma liga de

Prata, índio e Cádmio nas proporções 80% Ag, 1 5 % In e 5 % Cd; e no caso das barras de

segurança BS1 e BS2, o material absorvedor é o carbeto de boro, B 4 C . As varetas que

compõem as barras de controle e barras de segurança possuem comprimento de 1279 m m e

24

são unidas por u m dispositivo denominado "aranha", sendo presas ao mecanismo de

acionamentos de barras - M A B através dos magnetos que se mantêm energizados durante

a operação, sendo desenergizados para promover a queda de barras no momento em que o

reator deva ser desligado. Quando em operação, as barras de segurança ficam

completamente retiradas do núcleo, uma das barras de controle permanece em uma posição

fixa pré-estabelecida enquanto a outra executa o controle da reatividade.

U m a característica deste núcleo é possibilitar que as varetas combustíveis sejam

reagrupadas dentro do universo de posições disponíveis, de modo a permitir que se

estabeleça a geometria de interesse para o experimento. N o experimento realizado, o

arranjo utilizado foi o núcleo retangular de 28x26 varetas combustíveis. A Figura 3.1 é

uma vista superior do núcleo do reator IPEN/MB-01 , onde podemos ver as marcações

laterais de posição com a face norte na parte superior da figura, o arranjo de varetas

combustíveis e os mecanismos de controle e segurança. A barra de controle BC1 encontra-

se no topo à direita e a barra de controle BC2 encontra-se na parte inferior à esquerda. À

esquerda da barra de controle BC1 encontra-se a barra de segurança BS1 e à direita da

barra de controle BC2 encontra-se a barra de segurança BS2. A posição central do núcleo é

a de coordenadas M l 4 .

3.2 Vareta de veneno queímável versus vareta combustível

N o reator IPEN/MB-01, a vareta de veneno queimável possui as mesmas dimensões

da vareta combustível, sendo o revestimento do mesmo material, ou seja, aço inox

austenítico (ANSI 304 L). Por ser uma vareta destinada a experimentos, a sua extremidade

superior é fechada com uma tampa de borracha, que pode ser removida quando necessário

para nova configuração de pastilhas na vareta. Internamente à vareta foram colocadas 52

pastilhas de AI2O3-B4C, formando uma coluna de 54,6 cm, posicionada por tubos

espaçadores plásticos de tal forma que, quando inserida no núcleo, a coluna de veneno se

encontra no mesmo nível da coluna ativa do núcleo.

As varetas combustíveis são constituídas de pastilhas de U 0 2 sinterizadas, na forma

cilíndrica, com enriquecimento de 4 , 3 % em 2 3 5 U , sendo hermeticamente fechadas e

contendo gás hélio a pressão de 1 bar. Internamente a estas varetas existem ainda pastilhas

de AI2O3, tubo espaçador e mola de fixação para posicionamento da coluna de pastilhas de

U 0 2 .

25

Figura 3 . 1 - Vista superior do núcleo do reator IPEN/MB-01.

A Figura 3.2 mostra um desenho esquemático da vareta de veneno queimável em

comparação com uma vareta combustível. Embora ambas as varetas possuam quase 1,2 m

de comprimento, a região ativa do reator corresponde a uma coluna de 54,6 cm de altura. O

restante das varetas consiste de materiais quase que transparente aos nêutrons.

26

CWISSfà WCtCM, K BOSIA NUCLEW5P-IPSW

1194

546

90

13

6

j

Tampa de Borracha 13

Espaçador Superior

Tubo de Revestimento

1194 54

Pastilha de A I A - B4C 546

Espaçador Inferior

Tampão Inferior

90

13

Tampão Superior

Mola

Espaçador Superior

Tubo de Revestimento

Pastilha Isolante de Al .0

Pastilha Combustível de Uo.

Pastilha Isolante de A I A

Tampão Inferior

Vareta de Veneno Queimável Vareta Combustível

Figura 3.2 - Desenhos esquemáticos das varetas de Veneno Queimável e Combustível, dimensões em m m

3.3 Método experimental para obtenção da reatividade do veneno queimável

Experimentalmente, a variação na reatividade equivalente a uma alteração na

configuração do núcleo pode ser inferida através da compensação de barras de controle

previamente calibradas [1 , 2] . O método utilizado consiste em se estabelecer um estado

crítico inicial Ei , e compará-lo com o estado crítico final E 2 , obtido após introduzida a

alteração no núcleo. Assim, ao introduzirmos varetas de veneno queimável no núcleo do

reator, a reatividade negativa inserida pelo veneno pode ser obtida comparando-se as

posições de barras de controle para os dois estados críticos: o estado crítico inicial Ei em

que não há presença de veneno queimável no núcleo, e o estado crítico final E 2 , obtido

27

após a inserção do veneno queimável no núcleo. A mudança nas posições das barras de

controle entre os dois estados críticos assim obtidos, permite que se obtenha a reatividade

inserida pela vareta de veneno queimável.

Isto pode ser mais bem entendido utilizando a Equação (2.16) e definindo

explicitamente as perturbações inseridas no reator que causam a diferença entre os estados

Ei e E 2 . Considerando as componentes das perturbações nos operadores de consumo e

produção de nêutrons, tem-se

L 2 = L j + ÔL = L , +ôhVQ +ôhbarra (3.1)

e P 2 = P, + <5P = Pj + <5P Comb , (3.2)

onde õLVQ e ó~PComb são, respectivamente, as perturbações provocadas devido a introdução

da vareta veneno queimável e a conseqüente retirada da vareta de combustível, e õLbc"ra é

a perturbação provocada pela movimentação da barra de controle para manter a

criticalidade.

Substituindo as Equações (3.1) e (3.2) na Equação (2.16) obtém-se a variação de

reatividade entre os estados Ei e E 2 . Lembrando que estes dois estados são críticos, temos

que a diferença de reatividade entre eles é nula,

e que

f g^Comb

V 1̂

•ÕLVQ -5Lbarra O,

EI-E2 o+ P .O.

(3.3)

( STfComb \

Or P,<3>„ (3.4)

Observando a Equação (3.4) podemos identificar que o lado esquerdo da equação é

a reatividade inserida no núcleo devido à substituição de uma vareta combustível por uma

vareta de veneno queimável e que o lado direito é a reatividade introduzida no núcleo

devido à movimentação da barra de controle. Pela Equação (3.4), a reatividade introduzida

pelo veneno queimável é igual à reatividade inserida pela barra de controle. Esta relação é

28

empregada para a determinação da reatividade do veneno queimável a partir da curva de

calibração da barra de controle e sua movimentação.

N a curva de calibração de barras, cada posição da barra corresponde a um

determinado valor de reatividade. Logo, a diferença entre as posições de barras obtidas

para os estados críticos, com e sem veneno no núcleo, quando tomadas sobre a curva de

calibração, fornece o valor da variação de reatividade correspondente àquela mudança de

estado, ou seja, fornece o valor da reatividade inserida pelo veneno queimável no núcleo.

Na determinação das incertezas associadas à posição das barras de controle devido

ao controle automático do reator IPEN/MB-01 , foi utilizado o resultado obtido da

Referência [3]. Este valor é de 0 ,013% para um valor de 58 ,67% de retirada da barra de

controle. Para valores mais distantes do centro da barra pode-se admitir o valor de 0,02%.

Portanto pode-se estabelecer para toda a faixa o valor de 0,02%.

Para a determinação da reatividade equivalente a cada movimentação de barras de

controle foi utilizado um reatímetro, que se constitui de um sistema composto por um

detector do tipo Câmara de Ionização Compensada - CIC, "input", aquisição de dados e

um "software" desenvolvido com base na teoria da cinética pontual inversa, acoplado a um

microcomputador, "output". As incertezas associadas ao reatímetro são relativas às

incertezas dos parâmetros cinéticos utilizados pelo "software" do equipamento, além das

flutuações estatísticas das grandezas associadas basicamente às flutuações de corrente. O

valor desta incerteza é 2 % [4].

A técnica de se medir a reatividade do veneno queimável via compensação da

reatividade necessária para manter a criticalidade por meio da movimentação de barras é

válida se as curvas de calibração das barras para os estados envolvidos forem bem

próximas. Cada configuração do núcleo é caracterizada pelos parâmetros

L ( r , Q , £ ) , P ( r , í l , i i ) e < I > ( r , f i , E ) , possuindo, conseqüentemente, uma curva de calibração

de barras específica. Este fato é considerado para cada um dos casos em estudo.

3.4 Descrição do experimento de determinação da reatividade do veneno queimável em função da sua concentração

O primeiro caso estudado foi realizado em seis etapas. Cada etapa correspondeu a

uma operação do reator com o núcleo possuindo uma determinada configuração como

descritas na Tabela 3.1 e visualizadas nas Figuras 3.3 e 3.4, que são desenhos esquemáticos

representando uma vista superior do núcleo. N a primeira etapa, com o núcleo l impo, isto é,

29

sem veneno queimável (configuração de referência CO), foram feitas as calibrações das

barras de controle BC1 e BC2 e obtida a posição crítica da barra de controle B C 1 , estando

a barra de controle BC2 na posição de 5 9 % de retirada do núcleo. E m cada uma das cinco

etapas restantes, uma vareta combustível da posição central do núcleo, posição M l 4, foi

substituída por uma vareta de veneno queimável de uma dada concentração disponível. As

configurações resultantes de cada uma destas 5 etapas, convencionou-se chamar de C l l

CIO, Cl, C5 e C2 respectivamente, conforme a concentração de veneno da vareta inserida

na posição M l 4 .

Para cada configuração acima citada, foram obtidas as posições críticas das barras

de controle. A Tabela 3.2 mostra todas as operações realizadas no reator IPEN/MB-01 na

primeira fase dos experimentos com as respectivas configurações adotadas. As condições

de operação foram mantidas em cada etapa dos experimentos de forma a minimizar a

influência de variáveis como a temperatura e potência de operação sobre os resultados de

reatividade. Cada vareta de veneno queimável foi introduzida no núcleo em substituição a

uma vareta combustível que inicialmente ocupava aquela posição.

Tabela 3 . 1 - Configurações adotadas para o núcleo no primeiro caso

Configuração Descrição

CO Núcleo com arranjo de 28x26 varetas combustíveis. Sem a presença de veneno queimável de AI2O3-B4C.

C l l Núcleo da configuração CO com a substituição de uma vareta combustível na posição M l 4 por uma vareta de veneno queimável de A1 2 0 3 -B 4 C com concentração de 11,20 mg/cm 3 de 1 0 B .

CIO Núcleo da configuração CO com a substituição de uma vareta combustível na posição M14 por uma vareta de veneno queimável de AI2O3-B4C com concentração de 10,30 mg /cm 3 de 1 0 B .

C7 Núcleo da configuração CO com a substituição de uma vareta combustível na posição M 1 4 por uma vareta de veneno queimável de Al20 3-B 4C com concentração de 7,40 mg/cm 3 de 1 0 B .

C5 Núcleo da configuração CO com a substituição de uma vareta combustível na posição M14 por uma vareta de veneno queimável de Al2C>3-B4C com concentração de 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B .

C2 Núcleo da configuração CO com a substituição de uma vareta combustível na posição M14 por uma vareta de veneno queimável de A1 2 0 3 -B 4 C com concentração de 2,54 mg /cm 3 de 1 0 B .

30

a a a t A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

00 O ooooooooooooooooooooooooooooo 00

01 O ooooooooooooooooooooooooooooo 01

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03 o 03

04 o 04

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10 o 10

11 o 11

12 o 12

13 o 13

14 o 14

15 o 15

16 o 16

17 o 17

18 o 18

19 c 19

20 3 20

21 0 21

22 c 22

23 Q 23

24 24

25 0 25

26 ( 26

27 0 27

28 c ooooooooooooooooooooooooooooo 28

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a a a t A E I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

° Vazio

Figura 3.3 - Configuração CO - diagrama esquemático do núcleo com 28 x 26 varetas

combustíveis.

31

aa • 0

01 O 02 O 03 o 04 o 05 o 06 o 07 o 08 o 09 o 10 o

11 o 12 o 13 o 14 o 15 c 16

17 ".

18 o 19 : 20

21 o 22 o 23 I 24

25

26

27

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a a a b A E C P E F S H I JKLMNOPaEBTUVWXVzzazbl

o ' • o

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aa at A B C D E (• 5 H I JKLMNOPORSTUVWXVZzazb

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.4 - Configurações C2, C5 , Cl, CIO e C l 1 - diagrama esquemático do núcleo com uma vareta de veneno queimável na posição M l 4 - centro do núcleo.

32

Tabela 3.2 - Operações realizadas para o primeiro caso estudado

N° Oper. Config. Descrição

1319 CO Calibração das barras de controle e determinação das posições

críticas de barras de controle com o núcleo l impo (sem veneno

queimável de A 1 2 0 3 - B 4 C ) .

1320 C l l Calibração das barras de controle e determinação das posições críticas de barras de controle com veneno queimável de AI2O3-B4C de concentração 11,20 mg /cm 3 de 1 0 B .

1321 CIO Determinação das posições críticas de barras de controle com veneno queimável de AI2O3-B4C de concentração 10,30 mg /cm 3 de 1 0 B .

1322 C7 Determinação das posições críticas de barras de controle com veneno queimável de AI2O3-B4C de concentração 7,40 mg/cm de B.

1323 C5 Determinação das posições críticas de barras de controle com veneno queimável de AI2O3-B4C de concentração 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B .

1324 C2 Determinação das posições críticas de barras de controle com veneno queimável de de A1 2 03-B 4 C concentração 2,54 mg/cm de B.

3.5 Descrição do experimento de sombreamento das barras de controle

Este segundo caso estudado foi realizado em 8 etapas. Para tanto, foi preparado um

conjunto de 6 varetas de veneno queimável de concentração 5,01 mg/cm 3 . Este conjunto de

varetas de veneno queimável foi introduzido no núcleo do reator de modo a produzir 7

diferentes configurações, que convencionou-se chamar de CK, CL, CM, CN, CO, CP e

CR. A configuração correspondente ao núcleo limpo, sem varetas de veneno queimável,

foi denominada CRef. As descrições de todas estas configurações encontram-se na Tabela

3.3, podendo ser visualizadas nas Figuras 3.5 a 3.12.

Cada barra de controle teve duas de suas varetas absorvedoras removidas com o

intuito de compensar a reatividade negativa introduzida pelo conjunto de varetas de veneno

queimável, e assim permitir que as barras de controle pudessem ser calibradas em grande

parte da sua extensão. Foram removidas as varetas absorvedoras da barra de controle B C 1

referentes às posições no núcleo de coordenadas P6 e PIO e da barra de controle BC2

referente às posições de coordenadas K19 e K23 .

33

Cada etapa correspondente a este segundo caso consistiu de uma operação do reator

com o núcleo possuindo uma das configurações acima descritas. Os objetivos foram obter

as calibrações das barras de controle BC1 e BC2 e suas posições críticas de interesse.

A Tabela 3.4 mostra todas as operações realizadas nesta segunda fase de

experimentos no reator IPEN/MB-01 com as respectivas configurações adotadas.

Tabela 3.3 - Configurações do núcleo adotadas para o segundo caso estudado

Configuração Descrição

CRef Núcleo l impo sem a presença de veneno queimável e com arranjo de 28x26 varetas combustíveis. Barras de controle 1 e 2 com 10 varetas absorvedoras cada.

CK Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições K 3 , K 5 , K7 , K9 , K l l e K13 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B .

CL Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições L3 , L5 , L7, L9 , L l l e L I 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B .

C M Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições M 3 , M 5 , M 7 , M 9 , M l 1 e M l 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 m g / c m 3 de 1 0 B .

C N Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições N 3 , N 5 , N 7 , N 9 , N l l e N I 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 m g / c m 3 de 1 0 B .

CO Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições 0 3 , 0 5 , 0 7 , 0 9 , 0 1 1 e 0 1 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 mg /cm 3 de 1 0 B .

CP Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições P 3 , P5 , P7 , P9 , P l l e P I 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 mg/cm 3 de 1 0 B .

CR Núcleo da configuração CRef com a substituição de seis varetas combustíveis ocupando as posições R 3 , R 5 , R 7 , R 9 , R l l e R 1 3 por seis varetas de veneno queimável de AI2O3-B4C de 5,01 mg/cm 3 de 1 0 B .

34

a a a t A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

O o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

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a a a b A B C O E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

° Vazio

Figura 3.5 - Configuração CRef - diagrama esquemático do núcleo com arranjo de 28 x varetas combustíveis e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

35

aaabA B C P e F S H I JkLMNOPaRBTUVWXVZzazbl 00

01

02

03

04

05

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07

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09

10

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13

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27

28

29

O o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • o o • • • • • • « • • • o o • o • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o O • • • O _>•_)-)_,• o 0_i_)J_)-J_l_i.J • J _> j J J o O-j-JJJJtt-J-JJ» • S» -> J • - o Oj-j-JJ-jj_>-jJ • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • « • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • o • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • o • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • « • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o

aaabA BUÜbhaHI JKLMNUPUHS lUVWXVZzazb

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.6 - Configuração CK - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6 varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna K e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

36

a a a b A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

00 O 01 O 02 O 03 o 04 o 05 o 06 o 07 o 08 o 09 o 10 o 11 o 12 o 13 i 14 0 15

16 \

17 : 18 3 19 c 20 0 21 0 22 c 2 3 c 24 : 25 0 26

27 : 28 : 29 0

o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o

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a a a b A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.7 - Configuração CL - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6

varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna

L e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

37

aa a: b A B C D E F 5 H I j K L M N o P Q E B T U V w x V z z a z b l

o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • « • • • • • • • • o

o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • » • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o

a a a b A B C D E F G H I j K L M N O P Q R s T U V W X V Z z a z b

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queímável

° Vazio

Figura 3.8 - Configuração C M - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6 varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5 , 7, 9, l l e l 3 d a coluna M e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

38

a a a b A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b |

00 O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O 00

01 O o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 01

02 O • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o 02

03

04 03

04 o o

02

03

04

05 o 05

06 o 06

07 o 07

08 o 08

09 o 09

10 o 10

11 o 11

12 o 12

13 o 13

14 14

15 15

16 e 16

17 o 17

18 0 18

19 19

20 20

21 0 21

22 c 22

23 3 23

24 3 24

25 : 25

26 o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o 26

27 0 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o 27

28 o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 28

29 : o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 29

aa ab A B C C

Vareta Combustível

Vareta Absorvedora de Controle

Vareta Absorvedora de Segurança

Vareta de veneno queimável

Vazio

Legenda:

o

Figura 3.9 - Configuração C N - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6 varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna N e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

39

a a a b A B C D E F C H I J K L M N O P Ü K s T U V W X V / z a z b l

00 O 01 o 02 o 03 o 04 o 05 o 06 o 07 o 08 o 09 o 10 o 11 o 12 o 13 o 14 o 15 16 '..

17 o 18 o 19 <:.

20 3 21 :

22 : 23 24 : 25 0 26 : 27 )

28 :

29 o

• • • • • • • • • • ' • • • • • • • • • • • • • • • • • O

a a a b A B C D E F S H I J k L M N O P O R S T U V W X V Z z a z f a

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.10 - Configuração C O - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6 varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna O e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

40

aa ab A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

00 O 01 O 02 o 03 o 04 o 05 o 06 o 07 o 08 o 09 o 10 o 11 o 12 o 13 o 14 o 15 o 16 o 17 o 18

19 0 20

21

22

23

24

25 .

26

27

28 o 29

00

01

02

03

'. 04

0 05

06

O 07

08

09

10

11

12

13

o 14

o 15

16

o 17

o 18

o 19

o 20

21

o 22

o 23

o 24

25

0 26

o 27

0 28

o 29

l a b A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z za zfa

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.11 - Configuração CP - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6 varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna P e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

41

a a a b A B C P E r 5 H I J K L M M 0 P 0 R 5 T U V w X V z z a z b | 00 O 01 o 02 o 03 o 04 o 05 o 06 o 07 o 08 o 09 o 10 o 11 o 12 13 c 14 o 15 16 c 17 1 18

19 '.: 20

21 C 22 : 23 : 24 S 25 : 26 27 C 28 c 29

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • a * • o

• • • • • • • • • • • • • • • « • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • o

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • * > • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

o « • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • « « • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • o

a a a b A B C D E F S H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z z a z b

Legenda: Vareta Combustível

• Vareta Absorvedora de Controle

• Vareta Absorvedora de Segurança

• Vareta de veneno queimável

° Vazio

Figura 3.12 - Configuração CR - diagrama esquemático do núcleo, arranjo 28 x 26, com 6

varetas de veneno queimável nas posições referentes às linhas 3 , 5, 7, 9, 11 e 13 da coluna

R e barras de controle com 10 varetas absorvedoras cada.

42

Tabela 3.4 - Operações realizadas para o segundo caso estudado

Oper. N° Config. Descrição

1382 CRef Calibração e determinação das posições críticas das barras de

controle para a configuração Cref.

1383 CR Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CR.

1384 CP Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CP.

1385 CK Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CK

1386 C M Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CM.

1387 CL Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CL.

1388 C N Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CN.

1389 CO Calibração e determinação das posições críticas das barras de controle para a configuração CO.

3.6 Calibração da barra de controle BC1 para a determinação da reatividade

Como mencionado na Seção 3.3, a determinação de grandezas como a reatividade é

realizada utilizando-se as curvas de calibração obtidas para as barras de controle, devendo

estas curvas ser bem próximas para que a técnica empregada na determinação da

reatividade seja válida. Portanto, nesta seção é apresentada a curva de calibração ajustada

para os estados do reator relativos ao primeiro caso em estudo, experimento de

determinação da reatividade do veneno queimável em função da concentração.

Todas as configurações adotadas para o primeiro caso estudado revelam um núcleo

simétrico, onde as barras de controle são fracamente influenciadas pela presença da vareta

de veneno queimável. Assim, neste primeiro caso, devido à semelhança existente entre as

curvas de calibração das barras de controle BC1 e BC2, a curva de calibração utilizada

para inferir a reatividade é baseada em um ajuste realizado sobre as curvas de calibração da

barra de controle BC1 que leva em conta todos os estados do reator.

A Figura 3.13 apresenta a curva de calibração integral da BC1 ajustada para os

estados do reator relativos ao primeiro caso em estudo. Aos pontos experimentais da

Figura 3.13, correspondentes aos estados críticos CO e C l l , foi feito um ajuste através de

43

um polinómio de terceiro grau, cuja fórmula é expressa na mesma figura. A escolha do

polinomio como função de ajuste deve-se a relativa facilidade de obtenção dos seus

parâmetros e de suas respectivas incertezas, embora fosse possível realizar o ajuste através

de outra função, como a função de Boltzman. N a determinação das incertezas associadas

aos pontos da curva de ajuste, foram levados em consideração às variâncias e covariancias

dos parâmetros do polinomio.

A qualidade do ajuste foi verificada aplicando-se o teste do x 2-reduzido para o

universo de 43 pontos experimentais referentes aos estados CO e C 1 1 , tendo-se obtido % red

igual a 1,59 para um intervalo de confiança de 9 8 % .

Maiores detalhes do cálculo das incertezas associadas ao polinomio de ajuste e do

teste do x 2-reduzido podem ser vistos no Apêndice C.

3500-1

3000-

E ü Q. CD TJ CO 1 •4—* CO cu

2 5 0 0 -

2 0 0 0 -

1500

1000-

500

Pontos experimentais Ajuste

Y=-557,8936+17,6471X+0,7599X 2 -0 ,0057X 3

40 — r ~ 50

i 1 70

n 1 1— 90 100

30 40 50 60 70 80

Posição da barra de controle BC1 (% de retirada)

Figura 3.13 - Curva de calibração integral da BC1 ajustada para os estados do reator

correspondente ao primeiro caso estudado

44

3.7 Determinação da reatividade do veneno queimável em função da concentração

A reatividade da vareta de veneno queimável foi obtida através da diferença entre

as posições de barras para os estados com e sem veneno queimável, seguindo-se o

procedimento descrito anteriormente. Considerando-se a simetria do núcleo, neste caso,

optou-se por manter fixa a posição da barra de controle BC2 em 5 9 % de retirada do

núcleo, de modo que toda compensação de reatividade se desse exclusivamente pelo

reposicionamento da barra de controle B C 1 . A Tabela 3.5 apresenta as condições de

medidas e as posições das barras de controle para os estados críticos considerados nas

medidas.

O estado em que há apenas varetas de combustível no núcleo, e barra de controle

BC1 na posição crítica com a barra de controle BC2 na posição equivalente a 5 9 % de

retirada do núcleo, foi denominado estado de referência CO. Os demais estados: C l 1, CIO,

C7, C5 e C2, foram obtidos mantendo-se a barra de controle BC2 na posição 5 9 % retirada

e movimentando-se a barra de controle B C 1 de modo a compensar a reatividade negativa

inserida pela vareta de veneno queimável em cada etapa.

A Tabela 3.6 apresenta os valores de reatividade do veneno queimável (VQ) e as

suas respectivas incertezas, para os vários estados do reator, obtidos através da curva de

calibração ajustada para a barra de controle B C 1 .

Tabela 3.5 - Posições críticas das barras BC1 e BC2 para os vários estados do reator

Estado

Crítico

Concentração

d o V Q

(mg/cm 3 )

Potência do Reator (Watts)

Temperatura do moderador

(°C)

Posição crítica das barras

(% de retirada do núcleo)

Estado

Crítico

Concentração

d o V Q

(mg/cm 3 )

Potência do Reator (Watts)

Temperatura do moderador

(°C) BC1 BC2 BS1 BS2

CO 0,00 1 24,5 58,88 59,00 135 135

C2 2,54 1 25,0 63,99 59,00 135 135

C5 5,01 1 25,0 66,35 59,00 135 135

C7 7,40 1 24,5 68,12 59,00 135 135

CIO 10,30 1 25,0 69,14 59,00 135 135

C l l 11,20 1 24,5 69,40 59,00 135 135

Tabela 3.6 - Reatividade do Veneno Queimável (VQ) em função da concentração de B (valores obtidos da curva de calibração ajustada para os estados do reator)

Estado

Crítico

Concentração d o V Q

(mg/cm 3 )

Posição Crítica d e B C l

(% de retirada)

Reatividade integral introduzida por BC1

(pcm)

Reatividade do V Q

(pcm)

CO 0,00 58,88 + 0,02 1952,09 + 2,27 -

C2 2,54 63,99 + 0,02 2189,40 + 2,17 237,31 + 3,07

C5 5,01 66,35 + 0,02 2293,38 + 2,19 341,29 + 3,15

C7 7,40 68,12 + 0,02 2368,65 + 2,25 416,56 + 3,20

CIO 10,30 69,14 ± 0 , 0 2 2410,88 + 2,30 458,79 + 3,23

C l l 11,20 69,40 + 0,02 2421,51 + 2 , 3 1 469,42 ± 3,24

3.8 Determinação do sombreamento causado sobre as barras de controle

N o primeiro caso em estudo, uma vareta de veneno queimável foi inserida na

posição central do núcleo. Portanto, além da simetria da pertubação introduzida, obtida

com a configuração adotada, a influência exercida sobre as barras de controle é mínima.

Este fato se deve tanto à distância que a vareta de veneno se encontra das barras de

controle quanto à quantidade de veneno presente no núcleo.

N o segundo caso analisado as configurações adotadas não constituem núcleos

simétricos, de modo que as barras de controle não são igualmente influenciadas pela

presença das varetas de veneno queimável. Além disso, a quantidade de veneno presente

no núcleo, para a realização deste experimento (total de seis varetas com concentração de

5,01 mg/cm 3 ) , possibilitou verificar de forma bem pronunciada as influências exercidas

pelo veneno queimável sobre as barras de controle em função da distância relativa entre as

barras de controle e o conjunto de varetas de veneno queimável.

As Figuras 3.14 e 3.15 ilustram as curvas de calibração diferencial das barras de

controle BC1 e BC2, respectivamente, para todas as configurações adotadas neste segundo

caso. As curvas de calibração diferencial fornecem a variação da reatividade por percentual

de deslocamento equivalente a cada trecho da barra.

46

gfS 35 H

1 25-| O

gj 20-5 b 15-o

I 10-

ra 5 -

20 40 60 80 100 Posição da barra de controle BC1 (% retirada)

Figura 3.14 - Curvas de calibração diferencial da B C 1 .

Configuração

- CRef

* CK

* CL

' CM

* CN

* CO

CP

* CR

20 40 —r~ 60 80

— I —

100

Posição da barra BC2 (% retirada)

Figura 3.15 - Curvas de calibração diferencial da BC2.

47

As diferenças entre as curvas de reatividade diferencial para os estados do reator,

permitem quantificar o sombreamento sofrido pelas barras de controle, em cada estado,

devido à presença do veneno queimável.

Analisando-se as Figuras acima, percebe-se que o sombreamento sofrido pela barra

de controle BC1 é bastante acentuado, sendo maior à medida que a distância entre a barra

de controle e o conjunto de varetas de veneno queimável diminui. O maior sombreamento

na barra BC1 ocorre quando as varetas de veneno queimável estão situadas na coluna R do

núcleo, junto à barra B C 1 . Por outro lado, pela Figura 3.15, é possível verificar que o

sombreamento sofrido pela barra de controle BC2 é mínimo, pois a barra BC2 ocupa o

quadrante diametralmente oposto ao ocupado pela barra B C 1 , estando, portanto, distante

do conjunto de varetas de veneno queimável.

O sombreamento causado pelas varetas de veneno queimável na barra BC1 será

estimado de duas maneiras. A partir da sua reatividade diferencial média entre as posições

de barra 6 0 % e 7 0 % retirada do núcleo, e a partir da sua reatividade integral no intervalo

entre 6 0 % e 100% retirada do núcleo. O sombreamento S é definido, neste trabalho, como

a perda de reatividade (em termos percentuais) da barra de controle em relação ao valor de

referência, correspondente a configuração CRef.

s = P\-Pi 1 0 Q (o / o) (3 5)

Pi

onde px é o valor da reatividade da barra de controle no estado CRef e p2 é o valor da

reatividade da barra de controle para os demais estados considerados.

A Tabela 3.7 apresenta os resultados obtidos para cada configuração. N a Tabela

3.7, as distâncias medidas entre a barra de controle BC1 e a fileira de varetas de veneno

queimável têm como origem a coluna R do núcleo, direção perpendicular ao eixo norte sul

do núcleo e sentido coluna R para coluna K. O símbolo oo (equivalente à distância infinita)

foi usado para indicar o estado do reator em que não há veneno queimável no núcleo.

48

Tabela 3.7 - Sombreamento da barra BC1 em função da distância e m que se encontra do

veneno queimável

Distância entre o veneno

queimável e a barra B C 1

(cm)

Reatividade diferencial média no intervalo 60 e

7 0 % retirada

(pcm / % retirada)

Reatividade integral no

intervalo 60 e 100% retirada

(pcm)

Sombreamento diferencial

S (%)

Sombreamento integral

S (%)

oo 37,88 ± 0 , 1 3 868,34 ± 2,06 0 0

10,5 34,75 ± 0,17 808,29 ± 2,49 8,26 ± 0,57 6,92 ± 0,37

9,0 32,92 ± 0 , 1 1 767,51 ± 1 , 9 1 13,09 ± 0,45 11,61 ± 0 , 3 2

7,5 32,34 ± 0 , 1 1 733,40 ± 1,82 14,63 ± 0,45 15,54 ± 0 , 3 2

6,0 31,66 ± 0 , 1 3 726,57 ± 1,96 16,42 ± 0 , 4 9 16,33 ± 0 , 3 3

4,5 30,69 ± 0,06 696,89 ± 1,47 18,98 ± 0 , 3 8 19,74 ± 0 , 3 0

3,0 29,73 ± 0,14 662,13 ± 1,84 21,52 ± 0 , 5 1 23,75 ± 0,32

0 25,51 ± 0 , 1 1 574,21± 1,83 32,66 ± 0,46 33,87 ± 0,33

Vê-se claramente que a aproximação do veneno queimável reduz drasticamente o

valor da reatividade da barra de controle, chegando a atingir cerca de 3 0 % do seu valor

junto à barra B C 1 . Este resultado de sombreamento é semelhante ao encontrado por Fér [5]

em trabalhos anteriores sobre veneno queimável no reator IPEN/MB-01. Vale ressaltar que

naqueles trabalhos a configuração adotada para o núcleo correspondeu à distribuição de

nove varetas de veneno queimável sob a barra de controle. A equivalência nos resultados

pode ser explicada se for considerado que as quantidades de veneno queimável utilizadas

foram suficientes para saturar o seu efeito sobre a barra de controle.

A Figura 3.16 ilustra o comportamento do sombreamento em função da distância

em que o veneno queimável se encontra da barra de controle B C 1 .

49

40 -1

3 5 -

3 0 -

t ^

2 5 -O

c <o 2 0 -E

2 0 -

ra -

<D i—

XI 15-

E o CO I D ­

S '

R

sombreamento (curva integral)

sombreamento (curva diferencial)

eixo

norte/sul

O N M L K n—'—i—'—i—'—i—'—i—'—i—>—i— 1—i—'—i— 1—i— 1—i 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Distância da barra BC1 (cm)

Figura 3 . 1 6 - Sombreamento da barra BC1 em função da distância do veneno queimável.

Analisando a Figura 3.16, percebe-se que há uma inflexão na tendência dos pontos

ao passar pela coluna M. Este comportamento reflete a alteração no perfil do fluxo de

nêutrons quando o veneno queimável é deslocado de coluna, próximo ao eixo norte-sul do

núcleo. Quando o veneno queimável está posicionado no quadrante ocupado pela barra de

controle B C 1 , ocorre um deslocamento do fluxo de nêutrons na direção dos demais

quadrantes, fazendo com que a barra BC1 fique menos reativa. O efeito inverso ocorre

quando o veneno queimável ultrapassa a coluna M, e passa a ocupar a coluna L ou K.

Neste caso, o fluxo de nêutrons no quadrante da barra BC1 aumenta, fazendo com que a

barra BC1 fique um pouco mais reativa. Este efeito, deve-se às dimensões reduzidas do

núcleo do reator IPEN/MB-01 para a quantidade de veneno queimável utilizada neste

experimento. Para núcleos maiores, onde a presença relativa do veneno queimável é

menor, este efeito não deve ser tão sensível.

50

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

1 FERREIRA, P. S. B. Técnicas Experimentais em Física de Reatores: Reatividade.

Publicação Interna do Laboratório de Neutrônica (LABNEU), CTMSP, 1992.

2 MOREIRA, J. M. L. Análise de reatores I. Notas de aula do curso TNR-5719.

Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo, SP, 2003.

3 SANTOS, A.; FUGA, R. ; JEREZ, R.; e ABE, A. Y. The inversion point of isothermal reactivity coeficient of the IPEN/MB-01 Reactor, Nuclear Data for Science and Tecnology, REFFO, G.; VETURA, A.; GRANDI , C. (Eds), v. 59, p. 1104-1106, Bologna, Itália, 1997.

4 FERREIRA, P. S. B. Manual do Reatímetro Digital do IPEN - versão 2.0. Relatório Técnico R41401850004-414, IPEN/CNEN-SP, 1992.

5 FÉR, N. C. Medidas de Parâmetros Neutrônicos de Veneno Queimável de AI2O3-B4C para reatores PWR. 2001 . Dissertação (Mestrado) - Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, São Paulo.

51

C A P Í T U L O 4

C O M P A R A Ç Ã O E N T R E V A L O R E S E X P E R I M E N T A I S E C A L C U L A D O S

Neste trabalho, as simulações numéricas foram realizadas com a utilização do

código de Monte Carlo M C N P [1], para energia contínua em três dimensões, disponível no

CTMSP e no IPEN. O código de Monte Carlo foi escolhido por causa da sua capacidade de

modelar geometrias gerais, representando corretamente os efeitos de transporte de

partículas com a utilização de seções de choque contínua em energia. Esta característica é

bastante significativa, pois elimina a necessidade, inerentes a alguns métodos

determinísticos que utilizam o formalismo multigrupo, de colapsar seções de choque.

Inicialmente neste capítulo discute-se a aplicação do M C N P para calcular a

reatividade introduzida por uma vareta de veneno queimável no núcleo. E m seguida, são

feitas considerações a respeito do método de Monte Carlo, e discute-se a modelagem

desenvolvida para o núcleo do reator IPEN/MB-01. Finalmente, são apresentadas as

comparações entre os valores obtidos experimentalmente e calculados.

4.1 Cálculo da reatividade do veneno queimável

A reatividade das varetas de veneno queimável em função da concentração foi

calculada utilizando a Equação (2.16) a partir de dois estados do reator; estado Ei , de

referência, com o núcleo sem veneno queimável, e estado E 2 , perturbado, com o núcleo

contendo a vareta de veneno queimável. A Equação (2.16) mostra que a reatividade

introduzida pela perturbação pode ser dada a partir da relação de fator de multiplicação

efetivo,

onde kx é o fator de multiplicação efetivo do estado E i , e k2 é o fator de multiplicação

efetivo do estado E 2 .

Neste trabalho, o fator de multiplicação efetivo é obtido para os vários estados do

reator com o código de Monte Carlo, M C N P [1], apresentado a seguir.

52

4.2 O método de Monte Cario

O método de Monte Cario é um método de simulação estatística que consiste

basicamente em seguir cada partícula que surja em um lugar qualquer dentro de urna

geometria considerada, ao longo de sua existência (desde o seu surgimento até o seu

desaparecimento via absorção ou fuga do núcleo do reator), considerando todas as suas

prováveis interações com o material (fissão, captura, espalhamento, etc.). O processo é

executado para um grande número de partículas de modo a se obter um resultado

estatístico confiável. As representações das interações das partículas com a matéria são

realizadas através da utilização de bibliotecas de seção de choque na forma pontual, como

a ENDF/B5, a qual contém informações de seção de choque para todas as reações e

isótopos relevantes. A principal vantagem do método de Monte Cario sobre os códigos

determinísticos, refere-se a sua capacidade de dispensar aproximações médias nas

variáveis espaço e energia. Todos os resultados obtidos com Monte Carlo representam

estimativas com incertezas associadas, e dependendo da precisão requerida nos resultados,

o tempo necessário à execução dos cálculos aumenta consideravelmente.

4.3 Modelagem com o código M C N P - 4 B e resultados obtidos

Com o código MCNP-4B desenvolveu-se um modelo físico em três dimensões do

núcleo do reator IPEN/MB-01 , onde foram detalhadas todas as suas partes integrantes. Os

elementos combustíveis foram representados explicitamente (isto é, combustível,

revestimento e moderador) para eliminar qualquer efeito de homogenização. D a mesma

forma, foram representados os tubos guias e elementos de controle, além da vareta de

veneno queimável. O modelo foi estendido da base ao topo e até as extremidades do

diâmetro do tanque do moderador. O moderador do reator IPEN/MB-01 não é pressurizado

e a faixa de temperatura experimental está entre 20 e 25°C. As seções de choque

representativas dos materiais constituintes do núcleo foram tomadas a 27°C, provenientes

da biblioteca de seções de choque original do código ENDF/B5.

O núcleo do reator foi modelado de forma explícita para cada configuração descrita

na Tabela 3 .1 , considerando os casos da situação inicial ou núcleo de referência (sem a

presença de varetas de veneno queimável) e situações finais ou núcleo contendo varetas de

veneno queimável. Foram consideradas as posições de barra de controle referentes às

posições críticas experimentais da situação tomada como referência para todos os casos.

53

O código foi executado no modo de cálculo de criticalidade " K C O D E " que fornece

o fator de multiplicação efetivo. Foram calculados 4000 ciclos de um total de 4050 (os 50

ciclos iniciais foram desprezados, durante os quais a distribuição da fonte de nêutrons é

convergente), e 25000 nêutrons por ciclo, totalizando 100 milhões de histórias em cada

execução. A distribuição inicial da fonte constitui-se de 3 pontos distribuídos

aleatoriamente e colocados no cartão " K S R C " do arquivo de entrada. O tempo de execução

aproximado para cada configuração do núcleo foi de 4320 minutos em um Computador

Pentium-4 de 900 MHz.

A Tabela 4.1 apresenta os resultados obtidos com o código M C N P para o fator de

multiplicação efetivo referente aos vários estados do reator com diferentes concentrações

de veneno queimável. O desvio padrão para todos os cálculos foi bastante pequeno, 7 pcm

(onde pcm, significa o valor da reatividade, que por definição é uma grandeza

adimensional, dividida por cem mil). A Tabela 4.1 também apresenta a reatividade

introduzida pelo veneno queimável em função da concentração obtida utilizando a

Equação (4.1). O Estado Ei corresponde ao estado de referência CO, e o estado E 2

corresponde aos estados C2, C5 , C7, CIO e C l 1, de acordo com a concentração de 1 0 B na

vareta de veneno queimável. A incerteza no cálculo da reatividade do veneno queimável é

de ± 10 pcm.

Tabela 4.1 - Fator de multiplicação efetivo obtido com o código MCNP-4B

Estados Concentração do V Q (mg/cm 3 )

Keff P (pcm)

CO 0,00 0,99672 + 0,00007

C2 2,54 0,99435 ± 0,00007 2 3 9 + 10

C5 5,01 0,99338 + 0,00007 3 3 7 + 10

C7 7,40 0,99268 + 0,00007 4 0 8 + 10

CIO 10,30 0,99226 + 0,00007 451 + 10

C l l 11,20 0,99194 + 0,00007 483 + 10

54

4.4 Comparação entre valores obtidos experimentalmente e calculados

N a Tabela 4.2 comparamos os valores de reatividade obtidos experimentalmente E,

com os valores calculados C, apresentando a razão C/E média e máxima entre estes

valores.

Tabela 4.2 - Comparação entre os valores de reatividade do veneno queimável em função da sua concentração obtidos experimentalmente e com o código M C N P 4B.

Estados Concentração do V Q

(mg/cm 3 )

Valores Experimentais - E -(pcm)

Valores Calculados - C -(pcm)

C/E

C2 2,54 237,31 + 3,07 239 + 10 1 ,01+0 ,04

C5 5,01 341,29 + 3,15 3 3 7 + 10 0,99 + 0,03

C7 7,40 416,56 + 3,20 408 + 10 0,98 + 0,03

CIO 10,30 458,79 + 3,23 451 ± 10 0,98 + 0,02

C l l 11,20 469,42 + 3,24 483 + 10 1,03 + 0,02

C/E médio => 1,00 + 0,06

C/E máximo => 1,03 + 0,02

Os resultados experimentais e calculados expressos na Tabela 4.2 são muito

próximos, sendo a razão média entre os valores calculados e experimentais, C/E médio,

igual a 1,00 + 0,06 e a razão máxima, C/E máximo, igual a 1,03 + 0,02.

A Figura 4.1 ilustra a comparação entre os resultados obtidos experimentalmente e

os resultados calculados.

55

550-1

500-

450-

400-

Dados Experimentais Dados Calculados

10 11

Concentração do VQ (mg/cm )

Figura 4.1 - Comparação entre os valores de reatividade do veneno queimável obtidos experimentalmente e calculados com o código M C N P 4B em função da concentração.

Nota-se pela Figura 4.1 que a reatividade não possui um comportamento linear com

a variação de concentração de 1 0 B . Para valores de concentração acima de 7 mg /cm 3 de

1 0 B , é acentuada a tendência à saturação da reatividade. Este comportamento pode ser

atribuído ao efeito da autoblindagem, que se acentuada com maiores concentrações de 1 0 B .

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

1 BPJESMEISTER, J. F., A General Monte Carlo N-Particle Transporte Code, MCNP, Los Alamos National Laboratory, ORNL-TM-2496, 1972.

56

C A P Í T U L O 5

C O N C L U S Õ E S

Os objetivos deste trabalho foram a determinação da reatividade do veneno

queimável de AI2O3-B4C em função da concentração de 1 0 B no reator IPEN/MB-01 ,

simulando o efeito do consumo deste com o burnup, e a determinação da influência

exercida pelo veneno queimável sobre a barra de controle (sombreamento) em função da

distância em que o veneno queimável se encontra da barra de controle.

O veneno queimável utilizado nos experimentos constitui-se de varetas contendo

pastilhas de AI2O3-B4C. As pastilhas foram fabricadas no Laboratório de Materiais,

LABMAT, nas seguintes concentrações de 1 0 B : 11,2; 10,30; 7,40; 5,01 e 2,54 mg/cm 3 , e as

varetas foram fabricadas no Laboratório de Instrumentação e Combustível Nuclear,

LADICON, ambos pertencentes ao Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo

(CTMSP).

Os experimentos foram realizados em duas fases. Cada fase correspondeu a um dos

objetivos estabelecidos. N a análise e planejamento do experimento foi utilizada a Teoria da

Perturbação sobre estados do reator e utilizou-se a equação de transporte de nêutrons na

forma de operadores de consumo e produção de nêutrons, para relacionar a variação de

reatividade entre dois estados do reator com o fator de multiplicação efetivo de nêutrons de

cada um dos estados, mostrando, também, como as perturbações afetam a reatividade.

N a primeira fase dos experimentos foram realizadas 6 operações, uma para cada

estado do reator, equivalente as configurações adotadas para o núcleo.

A reatividade da vareta de veneno queimável foi obtida definindo explicitamente as

perturbações que causaram a diferença entre os estados considerados, e utilizando-se do

fato de que o estado anterior e posterior às perturbações são estados de criticalidade, o que

resulta na reatividade da vareta de veneno queimável ser igual à reatividade inserida pela

barra de controle. As perturbações introduzidas no núcleo foram devido à introdução de

uma vareta de veneno queimável, que aumentou a absorção local de nêutrons, e a retirada

de uma vareta combustível, que reduziu as fissões, além da movimentação da barra de

controle para compensar a reatividade inserida pelo veneno queimável.

A análise do experimento foi conduzida com o código M C N P , o qual reproduziu

com bastante precisão os valores experimentais, com uma razão média entre os valores

57

calculados e experimentais, C/E médio, de 1,00 + 0,06 e uma razão máxima, C/E máximo,

de 1,03 + 0,02. Cabe ressaltar que este cálculo é realizado sem aproximações no tratamento

do veneno queimável, ou seja, a vareta é representada de forma explícita e não como nos

códigos determinísticos que consideram a representação aproximada por célula unitária.

Foi possível observar que a reatividade do veneno queimável não possui um

comportamento linear com o aumento da sua concentração, tendendo a uma saturação para

valores de concentração de 1 0 B acima de 7 mg/cm 3 . Este efeito foi atribuído a

autoblindagem, que é mais acentuada para maiores concentrações de 1 0 B .

N a segunda fase dos experimentos foram realizadas 8 operações do reator

contemplando cada uma das 8 configurações montadas para a determinação do

sombreamento das barras de controle. Observou-se que a reatividade da barra BC1 é

drasticamente reduzida quando as varetas de veneno queimável estão mais próximas a ela,

chegando o sombreamento máximo à cerca de 3 0 % do valor da reatividade original da

barra, quando o veneno queimável está junto à barra B C 1 . Este valor coincide com o

obtido em trabalhos anteriores, apesar das configurações utilizadas para o núcleo serem

diferentes, o que sugere ter ocorrido saturação pelo veneno queimável. O sombreamento

mínimo situou-se na faixa de 7 a 8%, quando obtidos, respectivamente, das curvas

integrais e diferenciais da barra B C 1 . Nos resultados obtidos, deve-se considerar que as

dimensões do núcleo do reator IPEN/MB-01 são bastante reduzidas quando comparadas a

dos reatores de potência de centrais de geração de energia núcleo elétrica. Para estes tipos

de núcleos maiores, onde o veneno queimável tem uma presença relativa menor, o seu

impacto também deve ser menor.

Os resultados obtidos neste trabalho são utilizados para qualificar metodologias de

projeto para um núcleo novo em desenvolvimento pelo Centro Tecnológico da Marinha em

São Paulo.

Como proposta para trabalhos futuros, sugere-se a comparação dos resultados dos

cálculos com a utilização de outras bibliotecas de seções de choque. Sugere-se, também,

verificar se o modelo de célula unitária dos programas de geração de seção de choque

reproduz o comportamento ilustrado pela Figura 4 .1 , pelo fato deste modelo ser utilizado

em projetos.

58

A P Ê N D I C E A

ESPECIFICAÇÕES D A S PASTILHAS DE V E N E N O Q U E I M A V E L

As pastilhas sinterizadas de Alumina ( A 1 2 0 3 ) e Carbeto de Boro ( B 4 C ) foram

fabricadas pelo Laboratório de Materiais (LABMAT) do Centro Experimental de

A R A M A R pertencente ao CTMSP, e os ensaios físicos foram realizados, em parte, no

Laboratório de Caracterização de Materiais (LACAM) pertencente à unidade do C T M S P

localizada na cidade de São Paulo, e o restante nas instalações do I o Módulo do

Laboratório de Materiais Nucleares (1°B100) e Laboratório de Absorvedores e Cerâmicas

Especiais (BI 10), ambos em ARAMAR.

As Tabelas A . l , A.2, A.3 e A.4 a seguir apresentam os dados técnicos utilizados e

os ensaios realizados para o desenvolvimento e fabricação das pastilhas de AI2O3-B4C.

Tabela A. 1 - Resumo dos dados que especificam as pastilhas de AI2O3-B4C fabricadas no L A B M A T

Dados neutrônicos das pastilhas para 0 experimento de irradiação Valores especificados

Densidade final das pastilhas 7 0 % da Dens. Teórica

Diâmetro final das pastilhas 8,3 ± 0,02 m m

Altura final das pastilhas 10,5 ± 0,2 m m

Concentração de 1 0 B das pastilhas 8,7,6,4 e 2 mg/cm 3

Quantidade de pastilhas por concentração de 1 0 B 500 pastilhas

Ref. - Comunicação Interna n° 37 de 21/10/97 - CTMSP

59

Tabela A. 2 - Resumo dos dados técnicos do pó de B 4 C

Dados Técnicos do pó de B4C para a fabricação das pastilhas Valores especificado

Densidade das partículas de B 4 C > 2,39 g/cm 3

Teor de 1 0 B no pó de B4C 19,90 ± 0,30 %

Requisitos químicos do pó de B4C

Boro total 76,5 a 8 1 , 0 % em peso

HNO3 Boro solúvel 0,5 máx.

Óxido de Boro 0,2 máx.

Flúor 25 u.g/g máx.

Cloro 75 u.g/g máx.

Cálcio 0,3 % em peso máx.

Ferro 1,0% em peso máx.

Boro total + carbono 98 ,0% em peso min.

Ref. - Doe. n° R50-IPN-213PR-4EE-414 - C T M S P

60

Tabela A. 3 - Resumo dos dados técnicos da pastilha de veneno queimável

Dados técnicos para a fabricação das pastilhas Valores especificados

Requisitos químicos

C (livre) 1,0% em peso

Si 2 ,0% em peso

Fe + Cr + Ni 0 ,6% em peso

M g 1,0% em peso

N a 0 ,2% em peso

Ca 0 , 3 % em peso

Hf 200 jug/g de pastilha

F 50 u.g/g de pastilha

F + Ci + I + Br 100 u.g/g de pastilha

Gd 100 jug/g de pastilha

Sm 100 u.g/g de pastilha

Eu 100 ng/g de pastilha

Dy 200 u.g/g de pastilha

Tamanho de grão/poro na matriz de AI2O3-B4C 1 a 30/1 a 10 u m

Tamanho de partícula do pó de B 4 C < 15 um

Uniformidade de distribuição de B 4 C na matriz O máx imo possível

Resistência à compressão axial 2 MPa

Integridade visual (lascas em cada extremidade) 5 m m 2

Integridade visual (lascas na lateral) 10 m m 2

Integridade visual (trincas superficiais) 5 m m

Limpeza Isento de materiais estranhos

Ref. - Doe. n° R11.01-2133-EQ-30/1 - C T M S P

61

Tabela A.4 - Ensaios realizados na matéria pr ima e no produto durante a fabricação das

pastilhas de AI2O3-B4C

Ensaios físicos Especificação técnica

Determinação da distribuição

Granulometria do pó de B4C

R11.01-2133 -EQ -30/1

Determinação da distribuição Granulometria do pó de AI2O3 Determinação da área de superfície Especificação do pó de AI2O3 Determinação da área de superfície Especificação do pó de B4C Determinação da morfologia das partículas

do pó de AI2O3 Determinação da morfologia das partículas do pó de B4C Determinação da viscosidade das barbotinas Determinação da densidade das barbotinas

Teste de compactação dos pós

Determinação das densidades a verde das

pastilhas

Teste de dilatometria das pastilhas de veneno queimável

Teste de sinterabilidade das pastilhas de veneno queimável

Determinação da densidade sint. das pastilhas de AI2O3- B 4 C

R 11.01-2133EQ-30/1

Determinação da homogeneidade de B4C nas pastilhas sinterizadas

R 11.01-2133-EQ-30/1

Controle dimensional das pastilhas de

AI2O3- B 4 C R11.01-2133-EQ-30/1

Caracterização ceramográfica das pastilhas

de A 1 2 0 3 - B 4 C

R11.01-2133-EQ-30/1

Determinação da morfologia dos poros e tamanho de grão nas pastilhas

R11.01-2133-EQ-30/1

62

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

1 Especificação das pastilhas de Óxido de Alumínio com Carbeto de Boro (AI2O3-B4C) das Varetas de Veneneo Queimável, documento interno, CTMSP, n° R I 1.01-

2133-EQ-30/1.

2 Especificação do pó de Carbeto de Boro (B4C) das Varetas Absorvedoras, documento interno, CTMSP, n° R50-IPN-213PR-4EE-414.

3 Especificação das Pastilhas de AI2O3 da Vareta Combustível, documento interno,

CTMSP, n° R11.01-2133-EQ-21/1.

63

A P Ê N D I C E B

E Q U I P A M E N T O S UTILIZADOS NA E L A B O R A Ç Ã O D O S E X P E R I M E N T O S E P R O C E D I M E N T O P A R A A A Q U I S I Ç Ã O D E D A D O S E M E D I D A S

B. l Equipamentos utilizados na elaboração dos experimentos

- 2 detetores (câmara de ionização compensada modelo CC54 do fabricante francês

Merlin Gerin), localizados nas faces norte e sul respectivamente do núcleo do reator.

Cabos de sinal e de tensão

- Fontes de tensão (HV 556 da O R T E C de 670V e compensação para 100V).

- Eletrômetro Keitley modelo 64 (ligado ao detetor da face norte).

- Eletrômetro Keitley modelo 64 (ligado ao detetor da face sul).

Placas de interface computador-eletrômetro GPIB.

- Microcomputador.

B.2 Aquisições e registros

Os dados experimentais apresentados estão sujeitos a incertezas inerentes a uma

série de fatores tais como a precisão dos equipamentos utilizados na aquisição de dados,

estabilidade da rede elétrica, interferências eletromagnéticas e incertezas dos valores das

variáveis de processo como a temperatura, etc [1].

Dentre estas variáveis, existem aquelas que podem ter suas influências mitigadas,

enquanto outras são impraticáveis de serem controladas.

Com relação à temperatura, procurou-se estabelecer um valor constante durante o

desenrolar dos experimentos. N a primeira fase dos experimentos a mesma foi mantida em

torno de 24,5°C, enquanto que na segunda fase este valor foi de 22,5°C. Para garantir estes

valores, foram utilizados os sistemas de aquecimento e resfriamento da água do

moderador, quando necessário.

Com relação à metodologia de aquisição, foram uniformizados os tempos de

aquisição dos dados e as faixas de coleta de medidas.

64

Com relação às interferências elétricas, antes de se proceder às determinações

estatísticas, foram eliminados valores discrepantes dos arquivos. Foram desconsiderados

também valores de borda nas mudanças de escala dos aparelhos utilizados.

Com a adoção destes procedimentos, as incertezas nas medidas podem ser

atribuídas predominantemente à precisão da eletrônica envolvida e dos parâmetros

neutrônicos utilizados pelo "software" instalado no equipamento de aquisição [1].

As aquisições foram feitas utilizando-se um microcomputador dotado do

"software" "Labview" com um programa denominado "Reatímetro Duplo" . Neste

programa estão estabelecidos os parâmetros cinéticos obtidos experimentalmente para o

reator IPEN/MB-01, que são utilizados nos cálculos. Estes parâmetros encontram-se na

Tabela B. l a seguir.

Tabela B. 1 - Parâmetros cinéticos do reator IPEN/MB-01

Grupo Constantes de Decaimento dos

neutrons atrasados do grupo i (kï) s"1

Fração dos neutrons atrasados do grupo i

(PO

1 0,12720 2,8403 8E-4

2 0,031740 l ,59385E-3

3 0,116000 l ,46934E-3

4 0,311000 3,20843E-3

5 1,400000 l ,08102E-3

6 3,870000 2,400888E-4

Tempo de Geração dos Neutrons Prontos A= 30E-6 s

65

B.3 Medidas

As medidas neste trabalho foram elaboradas estatisticamente através do tratamento

das informações que foram arquivadas "onl ine" por ocasião das aquisições destas medidas.

Posteriormente, estes arquivos foram importados para o programa ORIGIN e trabalhados

no sentido de se obter o valor médio de cada medida, bem como os seus respectivos

desvios padrão. Para cada valor médio obtido foram utilizados mais de quarenta valores

medidos.

As variáveis que poderiam influenciar nos resultados das medidas tais como:

temperatura do moderador e do ambiente, estabilidade dos aparelhos utilizados,

metodologia de aquisição e outros, foram, na medida do possível, mantidos dentro de um

valor constante a fim de que as flutuações nas medidas fossem de cunho

predominantemente estatístico.

As incertezas no posicionamento de barras, consideradas como sendo de 0,02%, é

baseada em resultados apresentados em trabalhos anteriores desenvolvidos na instalação.

N o processo de obtenção dos valores das reatividades diferenciais para a construção

da curva de reatividade das barras de controle, existe uma região onde não é possível

realizar medida através do método do período estável, havendo então a necessidade de se

recorrer a um outro método denominado "Rod Drop". Tal fato acaba por introduzir um

erro adicional às medidas. A fim de se avaliar este erro, procedeu-se à calibração da barra

B C 1 , utilizando-se ambos os métodos anteriormente citados, constatando-se que embora

ocorra, este erro é pequeno (aproximadamente 1%) , não influenciando substancialmente

os resultados.

R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S

1 FUGA, R . - Informações Pessoais - CTMSP, 2004.

66

A P Ê N D I C E C

M A T R I Z DE C O V A R I Â N C I A PARA O AJUSTE D A S C U R V A S INTEGRAIS D E B A R R A D E C O N T R O L E V I S A N D O D E T E R M I N A R A REATTVIDADE D O

V E N E N O Q U E I M Á V E L E M F U N Ç Ã O DA C O N C E N T R A Ç Ã O

As Tabelas de C l a C5 apresentam as reatividades integrais da barra de controle

BC1 para os estados do reator referentes às configurações CO, C5 , C7, CIO e C l 1. A Tabela

C6 apresenta os valores de reatividade integral para os estados CO e C l l , conjuntamente,

além dos valores de reatividade integral obtidos pelo polinómio de ajuste, Figura 3.13, com

suas respectivas incertezas. Os estados CO (sem veneno queimável) e C l l (com uma vareta

de veneno queimável de concentração 11,20 mg/cm 3 ) são, respectivamente, os estados de

referência e o estado que apresenta a maior concentração de veneno queimável considerada

nos experimentos. Estes estados foram, portanto, escolhidos para representar todos os

estados do reator para o ajuste ilustrado pela Figura 3.13. O ajuste foi realizado com um

polinómio de 3 o grau, que tem a forma geral

w(x) = aj + a2x + a3x2 + a4x

3 ( c l )

C l - Obtenção dos parâmetros do polinómio e de suas incertezas pelo método dos

mínimos quadrados

Conforme o método dos mínimos quadrados, os parâmetros do polinómio são

obtidos pela solução geral para ajuste de uma função linear nos parâmetros [1]:

A = M'1B, (c.2)

onde

67

A =

a,

a.

Z n 1

Z n 1

Z n 1

Z n 1

3602,253

2,06 x l O 5

1,276 x l O 6

8,52 x l O 8

(c.3)

e onde (x^y^cr^ são os pontos experimentais da curva de calibração referentes aos

estados CO e C l 1, com a variável independente x¡, a variável dependente y, e o seu desvio

associado cr .

Para a determinação das incertezas associadas aos parâmetros do polinomio, foram

consideradas as variâncias e covariancias dos parâmetros. Ilustra-se a seguir a matriz de

covariancia, m obtida por mínimos quadrados para todos os pontos referentes aos estados

CO e C U que foram considerados conjuntamente. Os elementos diagonais são as

variâncias <j2 , e os elementos fora da diagonal são as covariancias <J2

Jk [1], assim

M =

0\

cr,

.2X> ^ - i n 1 x— i n E n 1

E n 1

''=1 ~ 2

950,06

-48,897

0,795

-48,897

0,795

-4 ,09x10"

-4,09 xl0~ 3 2,17 xl0~

0,795

-4 ,09 x l0~ 3

2,17 xlO" 4

- 3 , 6 x l 0 " 6

- 4 , 0 9 x 1 0 - ¡

2,17 xlO" 3

- 3 , 6 x 1 0 6

1,92 xlO" 8

(C4)

As incertezas nos parâmetros do polinomio, crw , são dadas por [1]:

al = <j\ + 2a2

2x + (<J a

2

2 + 2al )x2 + 2{a2

A + a¡3)x3 + {a\ + 2<7 2

2

4 ) x 4 +

2a¡4x5 +a2x6

(c.5)

68

Tabela C l - Reatividade integral da barra BC1 para a configuração CO (núcleo sem veneno queimável - VQ)

Posição d a B C l

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reatividade integral - p

(pcm)

0 0 0

34,35 ±0,02 730,00 ± 8,26 730,00 ± 8,26

36,35 +0,02 85,49 ± 1,66 815,49 ±8,43

37,96 ±0,02 70,56 ± 1,73 886,05 ± 8,60

40,32 + 0,02 113,37 ± 1,81 999,42 ± 8,79

42,63 + 0,02 110,96 ±2,23 1110,38 ±9,07

44,90 ± 0,02 120,12 ±2,18 1230,50 ±9,33

47,21+0,02 127,70 ±2,00 1358,20 ±9,54

49,41 ±0,02 114,34 ±2,17 1472,54 ± 9,78

51,45 ±0,02 105,53 ±2,17 1578,07 ±10,02

53,48 ± 0,02 99,10 ±1,73 1677,17 ±10,17

55,51 ±0,02 93,75 ±2,00 1770,92 ± 10,36

57,61 ±0,02 100,50 ±2,06 1871,42 ±10,57

59,79 ± 0,02 106,60 ±2,06 1978,02 ± 10,76

62,06 ± 0,02 109,50 ± 1,77 2087,52 ± 10,90

64,37 ±0,02 105,48 ± 1,63 2193,00 ±11,03

66,84 ± 0,02 106,35 ± 1,74 2299,35 + 11,16

69,42 ± 0,02 107,40 ± 1,96 2406,75 ± 11,33

72,09 ± 0,02 104,79 ±1,41 2511,54 ±11,42

74,95 ± 0,02 104,70 ± 1,37 2616,24 ±11,50

78,17 ±0,02 116,00 ±1,66 2732,24 ±11,62

81,62 ±0,02 100,95 ± 1,54 2833,19 ±11,72

85,78 ± 0,02 103,30 ± 1,81 2936,49 ± 11,86

90,97 ± 0,02 93,26 ± 1,36 3029,75 ± 11,94

99,60 ± 0,02 82,60 ± 1,50 3112,35 ±12,03

69

Tabela C2 - Reatividade integral da barra B C 1 para a configuração C5 (núcleo contendo uma vareta de V Q com concentração 5,01 mg /cm 3 )

Posição d a B C l

(%)

Reativ. reatímetro - Ap

(pcm)

Reatividade integral - p

(pcm)

0 0 0

42,00 ± 0,02 1090,00 ± 5,52 1090,00 ± 5,52

43,79 ± 0,02 84,86 ± 1,60 1174,86 ± 5 , 7 5

45,38 ± 0,02 77,30 ± 1,87 1252,16 ± 6 , 0 4

47,52 ± 0,02 104,85 ± 1,68 1357,01 ± 6,27

49,58 ± 0,02 104,00 ± 1,90 1461,01 ± 6 , 5 5

51,60 ± 0 , 0 2 102,30 ± 1,46 1563,31 ± 6 , 7 2

53,59 ± 0,02 100,65 ± 1,62 1663,96 ± 6 , 9 1

55,60 ± 0,02 101,05 ± 1,44 1765,01 ± 7 , 0 6

57,65 ± 0,02 101,30 ± 1,59 1866,31 ± 7 , 2 3

59,75 ± 0,02 101,50 ± 1,82 1967,81 ± 7 , 4 6

61,88 ± 0 , 0 2 99,80 ± 1,75 2067,61 ± 7 , 6 6

64,14 ± 0 , 0 2 102,70 ± 1,69 2170,31 ± 7 , 8 5

66,51 ± 0 , 0 2 103,10 ± 1 , 6 7 2273,41 ± 8 , 0 2

69,03 ± 0,02 102,90 ± 1,59 2376,31 ± 8 , 1 8

71,69 ± 0 , 0 2 101,90 ± 1,60 2478,28 ± 8,33

74,54 ± 0,02 101,37 ± 1,57 2579,58 ± 8,48

77,71 ± 0,02 102,50 ± 1,61 2682,08 ± 8,63

81,24 ± 0 , 0 2 101,50 ± 1,83 2783,58 ± 8,82

85,42 ± 0,02 102,10 ± 1,43 2885,68 ± 8,94

90,77 ± 0,02 102,20 ± 1 , 6 0 2987,88 ± 9,08

99,60 ± 0,02 100,95 ± 1,63 3088,83 ± 9,22

70

Tabela C3 - Reatividade integral da barra BC1 para a configuração C7

(núcleo contendo uma vareta de V Q com concentração 7,40 mg/cm 3 )

Posição da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Àp

(pcm)

Reatividade integral - p

(pcm)

0 0 0

43,51 ± 0 , 0 2 1180,00 ± 6 , 5 2 1180,00 ± 6 , 5 2

48,81 ± 0,02 110,10 ± 1,67 1290,10 ± 6 , 7 3

47,88 ± 0,02 102,60 ± 1,66 1392,70 ± 6,93

50,10 ± 0 , 0 2 110,35 ± 1,53 1503,05 ± 7 , 1 0

52,77 ± 0,02 110,00 ± 2 , 0 0 1613,05 ± 7 , 3 8

54,53 ± 0,02 113,49 ± 2 , 1 3 1726,54 ± 7,68

56,72 ± 0,02 108,70 ± 1,99 1835,24 ± 7 , 9 3

58,94 ± 0,02 107,80 ± 1,88 1943,04 ± 8 , 1 5

61,19 ± 0 , 0 2 106,30 ± 1,77 2049,34 ± 8,34

63,51 ± 0 , 0 2 106,70 ± 2 , 1 0 2156,04 ± 8 , 6 0

65,85 ± 0,02 102,20 ± 2 , 0 1 2258,24 ± 8,83

68,35 ± 0,02 104,40 ± 1,99 2362,64 ± 9,05

71,09 ± 0 , 0 2 106,45 ± 1,82 2469,09 ± 9,23

73,88 ± 0,02 100,85 ± 1,57 2569,94 ± 9,37

77,10 ± 0 , 0 2 106,30 ± 1,44 2676,24 ± 9,48

80,88 ± 0,02 110,40 ± 1,43 2786,64 ± 9,58

85,15 ± 0 , 0 2 104,40 ± 1,71 2891,04 ± 9 , 7 4

90,62 ± 0,02 105,20 ± 1,65 2996,24 ± 9,87

99,60 ± 0,02 102,70 ± 1,60 3098,94 ± 10,00

71

Tabela C4 - Reatividade integral da barra B C 1 para a configuração CIO (núcleo contendo uma vareta de V Q com concentração 10,30 mg /cm 3 )

Posição d a B C l

(%) Reativ. reatímetro - Ap

(pcm)

Reatividade integral - p

(pcm)

0 0 0

44,31 ± 0 , 0 2 1220,00 ± 7,56 1220,00 ± 7,56

46,21 ± 0 , 0 2 90,10 ± 1,53 1310,10 ± 7 , 7 1

48,33 ± 0,02 105,30 ± 1,65 1415,40 ± 7 , 8 9

50,53 ± 0,02 111,50 ± 2 , 0 2 1526,90 ± 8,14

52,57 ± 0,02 101,60 ± 1,54 1628,50 ± 8 , 2 9

54,67 ± 0,02 105,48 ± 1,39 1733,98 ± 8,40

56,77 ± 0,02 103,95 ± 1,37 1837,93 ± 8 , 5 1

58,95 ± 0,02 105,60 ± 1,58 1943,53 ± 8,66

61,15 ± 0 , 0 2 103,80 ± 2 , 1 7 2047,33 ± 8,93

63,46 ± 0,02 105,10 ± 1,70 2152,43 ± 9 , 0 9

65,88 ± 0 , 0 2 105,55 ± 1,43 2257,98 ± 9,20

68,41 ± 0 , 0 2 104,77 ± 1,67 2362,75 ± 9,35

71,19 ± 0 , 0 2 106,10 ± 1,61 2468,85 ± 9,49

74,12 ± 0 , 0 2 104,40 ± 1,56 2573,25 ± 9 , 6 1

77,34 ± 0,02 104,20 ± 1 , 5 6 2677,45 ± 9,74

80,96 ± 0,02 105,40 ± 1,71 2782,85 ± 9,89

85,23 ± 0,02 105,15 ± 1,61 2888,00 ± 10,02

90,63 ± 0,02 103,25 ± 1,44 2991,25 ± 10,12

99,59 ± 0,02 101,95 ± 1,65 3093,20 ± 10,26

72

Tabela C5 - Reatividade integral da barra B C 1 para a configuração C l 1 (núcleo contendo uma vareta de V Q com concentração 11,20 mg /cm 3 )

Posição d a B C l

(%)

Reativ. reatímetro - Ap

(pcm)

Reatividade integral - p

(pcm)

0 0 0

44,56 ± 0,02 1250,00 ± 8 , 3 1 1250,00 ± 8 , 3 1

46,20 ± 0,02 79,90 ± 1,62 1329,90 ± 8,47

48,34 ± 0,02 105,98 ± 1,81 1435,88 ± 8,66

50,63 ± 0,02 113,25 ± 1 , 8 3 1549,13 ± 8,85

53,00 ± 0,02 120,40 ± 2 , 0 1 1669,53 ± 9 , 0 7

55,30 ± 0,02 113,78 ± 2 , 0 0 1783,31 ± 9 , 2 4

57,72 ± 0,02 121,06 ± 1,75 1904,37 ± 9 , 4 0

59,92 ± 0,02 104,82 ± 1,93 2009,19 ± 9 , 6 0

62,13 + 0,02 103,84 ± 1,67 2113,03 ± 9 , 7 4

64,80 ± 0,02 118,93 ± 1,33 2231,96 ± 9 , 8 3

67,35 ± 0,02 105,30 ± 1,99 2337,26 ± 10,03

70,04 ± 0,02 107,55 ± 1,77 2444,81 ± 1 0 , 1 9

72,05 ± 0,02 74,30 ± 1,83 2519,11 ± 10,35

74,67 ± 0,02 91,25 ± 1 , 7 1 2610,36 ± 10,49

77,15 + 0,02 89,10 ± 1,61 2699,46 ± 10,61

79,41 ± 0 , 0 2 72,20 ± 2 , 0 1 2771,66 ± 10,80

81,64 ± 0 , 0 2 60,82 ± 2,00 2832,48 ± 10,99

84,36 ± 0,02 64,30 ± 1,99 2896,78 ± 11,16

88,10 ± 0 , 0 2 89,36 ± 1,77 2986,14 ± 11,30

92,73 ± 0,02 70,30 ± 1,66 3056,44 ± 11,42

99,61 ± 0,02 46,00 ± 1,61 3102,44 ± 11,54

73

Tabela C6 - Reatividade integral da barra BC1 ajustada levando em consideração os estados CO e C l 1

Posição da BC1 Reatividade integral da BC1 Reatividade integral da BC1

(%) reatímetro ajuste

(pcm) (pcm)

36,35 ±0,02 815,49 ±8,43 813,88 ±5,35

37,96 ± 0,02 886,05 ± 8,60 895,19 ±4,44

40,32 ± 0,02 999,42 ± 8,79 1015,38 ±3,41

42,63 ± 0,02 1110,38 ±9,07 1133,79 ±2,77

44,90 ± 0,02 1230,50 ±9,33 1250,47 ± 2,45

46,20 ± 0,02 1329,90 ± 8,47 1317,28 ±2,37

47,21 ±0,02 1358,20 ±9,54 1369,12 ±2,35

48,34 ± 0,02 1435,88 ±8,66 1427,00 ± 2,34

49,41 ±0,02 1472,54 ± 9,78 1481,66 ±2,35

50,63 ± 0,02 1549,13 ±8,85 1543,73 ±2,36

51,45 ±0,02 1578,07 ± 10,02 1585,28 ±2,37

53,00 ±0,02 1669,53 ±9,07 1663,36 ±2,37

53,48 ±0,02 1677,17 ± 10,17 1687,41 ±2,36

55,30 ± 0,02 1783,31 ±9,24 1777,89 ±2,35

55,51 ±0,02 1770,92 ± 10,36 1788,26 ±2,35

57,61 ±0,02 1871,42 ± 10,57 1890,94 ±2,30

57,72 ± 0,02 1904,37 ± 9,40 1896,27 ±2,30

59,79 ± 0,02 1978,02 ± 10,76 1995,43 ±2,24

59,92 ± 0,02 2009,19 ±9,60 2001,59 ±2,24 62,06 ± 0,02 2087,52 ± 10,91 2101,58 ±2,19

62,13 ±0,02 2113,03 ±9,74 2104,81 ±2,19

64,37 ±0,02 2193,00 ±11,03 2206,41 ±2,17 64,80 ± 0,02 2231,96 ±9,83 2225,53 ±2,17

66,84 ± 0,02 2299,35 ±11,17 2314,46 ±2,20

67,35 ± 0,02 2337,26 ± 10,04 2336,21 ±2,22

69,42 ±0,02 2406,75 ±11,34 2422,33 ±2,31

70,04 ±0,02 2444,81 ± 10,20 2447,42 ± 2,35

72,05 ±0,02 2519,11 ±10,36 2526,43 ±2,48

72,09 ± 0,02 2511,54 ±11,42 2527,96 ±2,48 74,67 ± 0,02 2610,36 ±10,50 2623,64 ±2,67

74,95 ± 0,02 2616,24 ± 11,51 2633,62 ± 2,69

77,15 ±0,02 2699,46 ± 10,62 2709,12 ±2,84 78,17 ±0,02 2732,24 ± 11,63 2742,32 ±2,90

79,41 ±0,02 2771,66 ± 10,81 2781,05 ±2,97 81,62 ±0,02 2833,19 ± 11,73 2845,48 ± 3,07

81,64 ±0,02 2832,48 ± 10,99 2846,03 ±3,07

84,36 ± 0,02 2896,78 ± 11,17 2916,69 ±3,17 85,78 ±0,02 2936,49 ± 11,87 2949,61 ±3,22

88,10 ±0,02 2986,14 ±11,31 2997,22 ± 3,34

90,97 ± 0,02 3029,75 ±11,94 3044,94 ± 3,67

92,73 ± 0,02 3056,44 ±11,43 3067,77 ± 4,04

99,60 ± 0,02 3112,35 ±12,04 3106,21 ±7,35

99,61 ±0,02 3102,44 ±11,55 3106,21 ±7,35

74

C2 - Teste do x 2-reduzido para verificação da qualidade do ajuste

Indicando por w(x) o polinómio ajustado aos 43 pontos experimentais (x„; yu ai), da

Tabela C6, tem-se que a quantidade ^ -es ta t í s t i co é definida como [1]

/ = £ k ^ W f ( , 6 )

e quantidade x 2- reduzido é definida como [1]

v

Onde v = n-p é o número de graus de liberdade do ajuste, ou seja, v é igual a diferença

entre o número de pontos experimentais (n)eo número de parâmetros do polinómio (p).

Para o ajuste em questão, considerando u m intervalo de confiança de 9 8 % para

XÍd > tem-se

0,5<zL<l6 ( p a r a i / - 3 9 )

REFERÊNCIA B I B L I O G R Á F I C A

1 VUOLO, J. H.; Fundamentos da teoria de erros. São Paulo, Bras i l : Edgard Blücher Ltda, 1998.

75

APÊNDICE D

VALORES DE REATTvTDADE DIFERENCIAL DA BARRA BC1 PARA A OBTENÇÃO D O SOMBREAMENTO

As Tabelas D l a D l 6 apresentam os valores de reatividade diferenciais para as

barras de controle BC1 e BC2 referentes a cada estado do reator considerado nos

experimentos para a obtenção do sombreamento em função da distância entre o veneno

queimável e as barras BC1 e BC2, Figuras 3.14 e 3.15.

Tabela D l - Reatividade diferencial da barra BC1 para a configuração Cref (núcleo sem veneno queimável)

Movimentação da BC1

(%) Reativ. reatímetro - Ap

(pcm) Reativ. diferencial - Ap

(pcm / %)

9,86 ± 0,02 49,36 ± 0,42 5,01 ± 0 , 0 4

17,04 ± 0,02 83,11 ± 0 , 9 2 11,58 ± 0 , 1 3

22,97 ± 0,02 109,15 ± 0 , 7 6 18,41 ± 0 , 1 3

27,18 ± 0 , 0 2 103,26 ± 0,53 24,53 ± 0 , 1 3

30,93 ± 0,02 109,43 ± 0,80 29,18 ± 0 , 2 1

34,22 ± 0,02 109,07 ± 0 , 6 1 33,15 ± 0 , 1 9

37,27 ± 0,02 111,04 ± 0 , 7 5 36,41 ± 0 , 2 5

40,03 ± 0,02 107,62 ± 1,00 38,99 ± 0,36

42,70 ± 0,02 108,62 ± 0,82 40,68 ± 0 , 3 1

45,43 ± 0,02 114,57 ± 1,11 41,97 ± 0 , 4 1

48,04 ± 0,02 113,13 ± 0 , 3 0 43,34 ± 0 , 1 1

50,52 ± 0,02 107,47 ± 0,68 43,33 ± 0,27

53,08 ± 0,02 110,61 ± 1,03 43,21 ± 0 , 4 0

55,59 ± 0,02 107,53 ± 0,37 42,84 ± 0 , 1 5

58,19 ± 0 , 0 2 110,23 ± 0 , 4 2 42,40 ± 0 , 1 6

60,83 ± 0,02 108,60 ± 0,70 41,14 ± 0 , 2 7

63,51 ± 0 , 0 2 106,70 ± 0,74 39,81 ± 0 , 2 8

66,37 ± 0,02 108,71 ± 0 , 6 4 38,01 ± 0 , 2 2

69,38 ± 0,02 107,78 ± 0 , 7 2 35,81 ± 0 , 2 4

72,53 ± 0,02 105,81 ± 0 , 7 4 33,59 ± 0,23

76,01 ± 0 , 0 2 107,87 ± 0,58 31,00 ± 0 , 1 7

79,80 ± 0,02 105,44 ± 0,90 27,82 ± 0,24

84,31 ± 0 , 0 2 107,40 ± 0,39 23,81 ± 0,09

89,93 ± 0,02 105,61 ± 0 , 4 7 18,79 ± 0 , 0 8

99,63 ± 0,02 107,59 ± 0,46 11,09 ± 0 , 0 5

76

Tabela D2 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração CRef

Movimentação da BC1 (%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

13,65 ± 0 , 0 2 90,01 ± 1,00 6,59 ±0,07

20,55 ± 0,02 107,67 ± 1,00 15,60 ± 0 , 1 4

25,29 ± 0,02 105,74 ± 1 , 0 0 22,31 ± 0 , 2 1

29,19 ± 0,02 107,44 ± 1,00 27,55 ± 0,26

32,53 ± 0,02 105,94 ± 1,50 31,72 ± 0 , 4 5

35,57 ± 0,02 108,16 ± 1,20 35,38 ± 0 , 3 9

38,36 ± 0,02 106,26 ± 1,30 38,09 ± 0 , 4 7

41,06 ± 0 , 0 2 108,25 ± 1,30 40,09 ± 0,48

43,68 ± 0,02 109,18 ± 1,30 41,67 ± 0 , 5 0

46,16 ± 0 , 0 2 107,38 ± 1,30 43,30 ± 0,52

48,63 ± 0,02 108,93 ± 1,20 44,10 ± 0 , 4 9

51,14 ± 0 , 0 2 110,77 ± 1,30 44,13 ± 0 , 5 2

53,50 ± 0,02 107,52 ± 1,30 45,56 ± 0,55

56,17 ± 0,02 111,40 ± 1,40 41,72 ± 0 , 5 2

58,70 ± 0,02 107,82 ± 1,70 42,62 ± 0,67

61,44 ± 0 , 0 2 113,31 ± 1,30 41,35 ± 0 , 4 7

64,32 ± 0,02 115,28 ± 1,40 40,03 ± 0,49

67,20 ± 0,02 109,07 ± 1,40 37,87 ± 0,49

70,21 ± 0 , 0 2 108,19 ± 1,30 35,94 ± 0,43

73,53 ± 0,02 111,60 ± 1,40 33,61 ± 0,42

77,09 ± 0,02 109,40 ± 1 , 3 0 30,73 ± 0,37

81,16 ± 0 , 0 2 109,76 ± 1,40 26,97 ± 0,34

85,67 ± 0,02 103,81 ± 1,50 23,02 ± 0,33

91,91 ± 0 , 0 2 109,50 ± 1 , 2 0 17,55 ± 0 , 1 9

100,07 ± 0 , 0 2 83,55 ± 1,20 10,24 ± 0 , 1 5

77

Tabela D 3 - Reatividade diferencial da barra B C 1 para a configuração CK

Movimentação da BC1

(«/o) Reativ. reatímetro - Áp

(pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

57,15 ± 0 , 0 2 1329,39 ± 8,00 23,26 ± 0 , 1 4

59,63 ± 0,02 92,56 ± 2 , 4 0 37,32 ± 0,97

62,86 ± 0,02 118,57 ± 1,20 36,71 ± 0,37

65,95 ± 0,02 107,74 ± 0,90 34,87 ± 0,29

69,41 ± 0 , 0 2 113,10 ± 0 , 8 0 32,69 ± 0,23

73,10 ± 0 , 0 2 110,69 ± 1,20 30,00 ± 0,33

77,22 ± 0,02 109,29 ± 0,60 26,53 ± 0 , 1 5

82,07 ± 0,02 109,20 ± 0 , 8 0 22,52 ± 0,16

89,36 ± 0,02 108,74 ± 0 , 6 0 14,92 ± 0,08

99,61 ± 0,02 109,00 ± 0,70 10,63 ± 0 , 0 7

Tabela D4 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração CK

Movimentação da BC1

(%) Reativ. reatímetro - Àp

(pcm) Reativ. diferencial - Ap

(pcm / %)

58,61 ± 0 , 0 2 1521,00 ± 11,00 25,95 ± 0 , 1 9

61,45 ± 0 , 0 2 109,36 ± 1,10 38,51 ± 0 , 3 9

64,38 ± 0,02 109,07 ± 1,20 37,23 ± 0 , 4 1

67,48 ± 0,02 109,51 ± 1,30 35,33 ± 0,42

70,98 ± 0,02 109,77 ± 1,30 31,36 ± 0 , 3 7

74,43 ± 0,02 111,23 ± 1,30 32,24 ± 0,38

78,63 ± 0,02 113,13 ± 3 , 0 0 26,94 ± 0,71

83,40 ± 0,02 108,72 ± 1 , 4 0 22,79 ± 0,29

90,32 ± 0,02 119,14 ± 1,40 17,22 ± 0,20

100,08 ± 0,02 93,86 ± 1,30 9,62 ± 0 , 1 3

78

Tabela D5 - Reatividade diferencial da barra BC1 para a configuração CL

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

55,84 ± 0,02 1282,37 ± 7,00 22,97 ± 0 , 1 3

58,08 ± 0,02 83,06 ± 0,70 37,08 ± 0 , 3 1

61,08 ± 0 , 0 2 108,76 ± 0,60 36,25 ± 0,20

64,68 ± 0,02 126,48 ± 0,40 35,13 ± 0 , 1 1

68,10 ± 0,02 113,36 ± 0 , 8 0 33,15 ± 0 , 2 3

71,86 ± 0 , 0 2 114,60 ± 0 , 6 0 30,48 ± 0,16

76,21 ± 0 , 0 2 118,90 ± 0 , 6 0 27,33 ± 0 , 1 4

81,60 ± 0 , 0 2 123,46 ± 0,40 22,91 ± 0,07

88,08± 0,02 112,98 ± 0 , 9 0 17,44 ± 0 , 1 4

99,63 ± 0,02 111,78 ± 0 , 9 0 9,68 ± 0,08

Tabela D6 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração CL

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

58,21 ± 0 , 0 2 1500,00 ± 9 , 0 0 25,77 ± 0 , 1 5

61,06 ± 0 , 0 2 112,56 ± 1,40 39,49 ± 0,49

64,02 ± 0,02 113,69 ± 1,30 38,41 ± 0 , 4 4

67,42 ± 0,02 123,93 ± 1,50 36,45 ± 0,44

70,94 ± 0,02 119,36 ± 1 , 3 0 33,91 ± 0 , 3 7

74,66 ± 0,02 115,24 ± 1 , 5 0 30,98 ± 0,40

78,83 ± 0,02 113,70 ± 1,10 27,27 ± 0,26

84,44 ± 0,02 126,72 ± 1,30 22,59 ± 0,23

91,08 ± 0 , 0 2 109,30 ± 1,50 16,46 ± 0,23

100,07 ± 0 , 0 2 83,17 ± 1,60 9,25 ± 0 , 1 8

79

Tabela D 7 - Reatividade diferencial da barra BC1 para a configuração C M

Movimentação da BC1 (%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

54,85 ± 0,02 1186,00 ± 10,00 21,62 ± 0 , 1 8

55,76 ± 0,02 98,25 ± 0,60 107,97 ± 0,66

60,89 ± 0,02 118,12 ± 0 , 8 0 23,03 ± 0 , 1 6

64,06 ± 0,02 109,04 ± 0,30 34,40 ± 0,09

67,48 ± 0,02 110,89 ± 0 , 7 0 32,42 ± 0,20

71,07 ± 0,02 108,44 ± 0,50 30,21 ± 0 , 1 4

73,54 ± 0,02 68,43 ± 0,60 27,70 ± 0,24

76,28 ± 0,02 70,14 ± 0,50 25,60 ± 0 , 1 8

81,48 ± 0 , 0 2 116,21 ± 0 , 7 0 22,35 ± 0 , 1 3

88,04 ± 0,02 111,35 ± 0 , 5 0 16,97 ± 0 , 0 8

99,62 ± 0,02 108,76 ± 0 , 7 0 9,39 ± 0,06

Tabela D 8 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração C M

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

58,18 ± 0 , 0 2 1510,00 ± 9 , 0 0 25,95 ± 0 , 1 5

60,93 ± 0,02 109,07 ± 1,40 39,66 ± 0 , 5 1

63,83 ± 0 , 0 2 112,19 ± 1,10 38,69 ± 0,38

66,99 ± 0,02 116,39 ± 1,10 36,83 ± 0,35

69,00 ± 0,02 70,54 ± 1,30 35,09 ± 0,65

71,06 ± 0 , 0 2 68,57 ± 1,20 33,29 ± 0,58

74,58 ± 0,02 108,90 ± 1,30 30,94 ± 0,37

78,63 ± 0,02 111,35 ± 1,40 27,49 ± 0,35

83,32 ± 0,02 109,35 ± 1,40 23,32 ± 0,30

90,05 ± 0,02 118,74 ± 1,20 17,64 ± 0 , 1 8

100,08 ± 0,02 98,70 ± 1,30 9,84 ± 0 , 1 3

80

Tabela D9 - Reatividade diferencial da barra B C 1 para a configuração C N

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

53,48 ± 0,02 1145,00 ± 6 , 0 0 21,41 ± 0 , 1 1

57,31 ± 0 , 0 2 136,93 ± 0,40 35,75 ± 0 , 1 0

60,39 ± 0,02 108,92 ± 0,70 35,36 ± 0,23

63,64 ± 0,02 109,48 ± 0,80 33,69 ± 0,25

67,31 ± 0 , 0 2 117,66 ± 0 , 7 0 32,06 ± 0 , 1 9

71,29 ± 0 , 0 2 116,36 ± 1,10 29,24 ± 0,28

75,50 ± 0,02 112,39 ± 0 , 4 0 26,70 ± 0 , 1 0

80,75 ± 0,02 117,24 ± 0 , 6 0 22,33 ± 0 , 1 1

87,46 ± 0,02 115,70 ± 0 , 5 0 17,25 ± 0,07

99,62 ± 0,02 114,93 ± 0 , 5 0 9,45 ± 0,04

Tabela D10 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração C N

Movimentação da BC1 Reativ. reatímetro - Ap Reativ. diferencial - Ap

(%) (pcm) (pcm / %)

57,98 ± 0,02 1527,00 ± 10,00 26,34 ± 0 , 1 7

60,82 ± 0,02 115,22 ± 1,60 49,24 ± 0,68

63,75 ± 0,02 116,15 ± 1,50 39,64 ± 0 , 5 1

66,87 ± 0,02 117,55 ± 1,20 37,68 ± 0,38

70,06 ± 0,02 112,67 ± 1,20 35,32 ± 0 , 3 8

73,68 ± 0,02 117,22 ± 1,20 32,38 ± 0,33

77,79 ± 0,02 118,29 ± 1,40 28,78 ± 0,34

82,25 ± 0,02 110,10 ± 1,70 24,69 ± 0,38

87,83 ± 0,02 109,39 ± 1,50 19,60 ± 0,27

100,08 ± 0 , 0 2 137,00 ± 1,50 11,18 ± 0,12

81

Tabela D l 1 - Reatividade diferencial da barra B C 1 para a configuração C O

Movimentação da BC1 Reativ. reatímetro - Àp Reativ. diferencial - Ap

(%) (pcm) (pcm / %)

52,92 ± 0,02 1075,00 ± 2,00 20,31 ± 0 , 0 4

56,21 ± 0 , 0 2 113,34 ± 0 , 5 0 34,45 ± 0 , 1 5

59,75 ± 0,02 119,82 ± 0 , 3 0 33,85 ± 0,08

63,20 ± 0,02 112,78 ± 0 , 3 0 32,69 ± 0,09

66,83 ± 0,02 111,93 ± 0 , 3 0 30,83 ± 0,08

70,88 ± 0,02 115,62 ± 0 , 6 0 28,55 ± 0 , 1 5

75,43 ± 0,02 116,14 ± 0 , 6 0 25,53 ± 0 , 1 3

80,79 ± 0,02 115,75 ± 0 , 5 0 21,60 ± 0 , 0 9

87,35 ± 0,02 108,83 ± 0,60 16,59 ± 0,09

99,62 ± 0,02 111,16 ± 0 , 8 0 9,06 ± 0,07

Tabela D l 2 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração C O

Movimentação da BC1

(%) Reativ. reatímetro - Ap

(pcm) Reativ. diferencial - Ap

(pcm / %)

58,71 ± 0,02 1580,00 ± 10,00 26,91 ± 0 , 1 7

61,45 ± 0 , 0 2 111,59 ± 1,30 40,73 ± 0,47

64,23 ± 0,02 109,33 ± 1,30 39,33 ± 0,47

67,31 ± 0 , 0 2 116,06 ± 1,20 37,68 ± 0,39

70,61 ± 0,02 116,37 ± 1,30 35,26 ± 0,39

74,23 ± 0,02 115,92 ± 1 , 3 0 32,02 ± 0,36

78,16 ± 0 , 0 2 111,99 ± 1 , 3 0 28,50 ± 0,33

82,84 ± 0,02 113,12 ± 1 , 2 0 24,17 ± 0 , 2 6

89,23 ± 0,02 119,85 ± 1,20 18,76 ± 0 , 1 9

100,08 ± 0 , 0 2 113,56 ± 1 , 1 0 10,47 ± 0 , 1 0

82

Tabela D13 - Reatividade diferencial da barra B C 1 para a configuração CP

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap

(pcm / %)

52,12 ± 0,02 1012,00 ± 4 , 0 0 19,42 ± 0,08

55,41 ± 0 , 0 2 108,95 ± 0,40 33,12 ± 0 , 1 2

58,88 ± 0,02 113,30 ± 1,60 32,65 ± 0,46

62,52 ± 0,02 114,84 ± 0 , 7 0 31,55 ± 0 , 1 9

66,34 ± 0,02 114,05 ± 0 , 8 0 29,86 ± 0 , 2 1

70,28 ± 0,02 109,43 ± 0,50 27,77 ± 0 , 1 3

74,67 ± 0,02 109,08 ± 0 , 6 0 24,85 ± 0 , 1 4

79,80 ± 0,02 108,97 ± 0,60 21,24 ± 0 , 1 2

86,31 ± 0 , 0 2 107,90 ± 0,80 16,57 ± 0 , 1 2

99,62 ± 0,02 119,76 ± 0 , 8 0 9,00 ± 0,06

Tabela D14 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração CP

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

59,61 ± 0,02 1630,00 ± 8,00 27,34 ± 0 , 1 3

62,55 ± 0,02 120,32 ± 1,40 40,93 ± 0,48

65,30 ± 0,02 108,39 ± 1,50 39,41 ± 0 , 5 5

68,23 ± 0,02 109,40 ± 1,40 37,34 ± 0,48

71,35 ± 0 , 0 2 109,58 ± 1,30 35,12 ± 0 , 4 2

74,77 ± 0,02 109,71 ± 1,30 32,08 ± 0 , 3 8

78,76 ± 0,02 114,66 ± 1,50 28,74 ± 0,38

83,55 ± 0,02 115,27 ± 1 , 3 0 24,06 ± 0,27

89,71 ± 0,02 113,83 ± 0 , 2 0 18,48 ± 0 , 0 3

100,07 ± 0 , 0 2 109,03 ± 1,10 10,52 ± 0 , 1 1

83

Tabela D15 - Reatividade diferencial da barra BC1 para a configuração C R

Movimentação da BC1 Reativ. reatímetro - Àp Reativ. diferencial - Ap

(%) (pcm) (pcm / %)

43,96 ± 0,02 664,00 ± 4,00 15,10 ± 0 , 0 9

46,69 ± 0,02 77,50 ± 0,40 28,39 ± 0 , 1 5

49,92 ± 0,02 78,48 ± 0,60 24,30 ± 0 , 1 9

52,28 ± 0,02 83,70 ± 0,40 35,47 ± 0 , 1 7

56,41 ± 0 , 0 2 121,80 ± 0 , 3 0 29,49 ± 0,07

60,87 ± 0,02 126,71 ± 0,60 28,41 ± 0 , 1 3

65,63 ± 0,02 127,41 ± 0 , 8 0 26,77 ± 0 , 1 7

70,82 ± 0,02 125,83 ± 0,90 24,24 ± 0,17

76,95 ± 0,02 127,33 ± 0,90 20,77 ± 0 , 1 5

84,71 ± 0,02 124,81 ± 0,60 16,08 ± 0 , 0 8

99,63 ± 0,02 124,42 ± 0,60 8,34 ± 0,04

Tabela D16 - Reatividade diferencial da barra BC2 para a configuração CR

Movimentação da BC1

(%)

Reativ. reatímetro - Ap (pcm)

Reativ. diferencial - Ap (pcm / %)

57,40 ± 0,02 1594,00 ± 11,00 27,77 ± 0 , 1 9

60,34 ± 0,02 125,06 ± 1,40 42,54 ± 0,48

63,35 ± 0,02 125,18 ± 1,40 41,59 ± 0 , 4 7

66,31 ± 0 , 0 2 128,28 ± 1,50 43,34 ± 0 , 5 1

70,05 ± 0,02 126,56 ± 1,40 33,84 ± 0,37

73,87 ± 0,02 128,12 ± 1 , 2 0 33,54 ± 0 , 3 1

78,15 ± 0 , 0 2 127,24 ± 1,30 29,73 ± 0,30

83,00 ± 0,02 121,84 ± 1,40 25,12 ± 0 , 2 9

87,08± 0,02 84,08 ± 1,60 20,61 ± 0,39

92,05 ± 0,02 79,24 ± 1,10 15,94 ± 0 , 2 2

100,07 ± 0,02 77,75 ± 1,20 9,69 ± 0 , 1 5

84

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