desvantagens das práticas tradicionais na gestão de pessoas
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7/23/2019 Desvantagens das prticas tradicionais na gesto de pessoas
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FACULDADE DE TECNOLOGIA TECBRASIL
GERSON CANTARELLI ALONSO
PRTICAS TRADICIONAIS
NA GESTO DE PESSOAS
Uma viso do passado em organizaes globalizadas
CAXIAS DO SUL
2013
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GERSON CANTARELLI ALONSO
PRTICAS TRADICIONAIS
NA GESTO DE PESSOAS
Uma viso do passado em organizaes globalizadas
Artigo referente s perdas e quebras deparadigmas nas prticas tradicionais de gesto depessoas dentro de organizaes globalizadas,apresentado Faculdade de Tecnologia
TecBrasil, como exigncia da Disciplina deGesto de Pessoas e Equipes no Curso deEspecializao em Gesto e Docncia no EnsinoSuperior.
CAXIAS DO SUL2013
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PRTICAS TRADICIONAIS NA GESTO DE PESSOAS
Uma viso do passado em organizaes globalizadas
GERSON CANTARELLI ALONSO1
RESUMO
O artigo busca ressaltar as desvantagens oriundas das prticas tradicionais na
gesto de pessoas levando em considerao o mundo globalizado das organizaes, sua
acirrada competitividade e a verdadeira valorizao do profissional visto hoje como capital
humano. Atravs das referncias bibliogrficas destacado o modelo de gesto de pessoas por
competncia, pontuando os processos de desenvolvimento e treinamento no ambiente
corporativo.
INTRODUO
Estamos na era digital, onde a informao se tornou coadjuvante em um
cenrio de integrao cultural, econmica, poltica e principalmente social. Este processo
chamado globalizao, est cada vez mais evidenciado com os avanos tecnolgicos na rea
de telecomunicaes e interatividade virtual, rompendo fronteiras geogrficas e possibilitando
a humanidade na busca pelo conhecimento das mais diferentes fontes digitais.
Um exemplo claro deste contexto est nas bibliotecas digitais e visitas virtuais
que podemos acessar com um simples clicar do mouse. Viagens que eram necessrias
semanas, hoje podem ser reduzidas em dias, e complementando esta grandiosa mudana, a
informao, na sua mais crua modelagem, disseminada pelo mundo em alguns segundos.
Basicamente estes fatos fazem com que as organizaes sejam imersas num
ambiente de desenvolvimento e superao, atravs de um processo de melhoria contnua e
desafiador, onde, segundo (PORTER, 1989), depender da capacidade da organizao de
aproveitar suas oportunidades e combater as ameaas, para alcanar sua superao.
As organizaes tm uma difcil misso ao buscar a competitividade,
principalmente ao relacionar seus produtos a um mercado tecnolgico e inovador, com
clientes mais exigentes e menos fidelizados com a marca (FULD,1995).
No atual estado da arte em que as organizaes se encontram, fica evidente que
a evoluo da organizao ser concretizada com a constante evoluo de seus profissionais,
1Formado em Administrao de Empresas com nfase em anlise de Sistemas. Ps-graduado em Gesto
Estratgica de Projetos.
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onde o foco estratgico empresarial passa tambm a apontar as pessoas como ponto de
desenvolvimento e valorizao, tratando este recurso no mais como uma fonte simplesmente
produtiva e sim como um difusor do conhecimento, enriquecendo seu capital intelectual.
Baseado neste contexto, KNAPIK (2011) refora que o ambiente
organizacional formado por agentes envolvendo variveis pessoais, como a personalidade
de cada indivduo, sua motivao e percepo de valores e as variveis da empresa,
direcionada para o ambiente de trabalho, incorporando regras, polticas internas, mtodos de
trabalho e at mesmo o grau de confiana que a organizao deposita em suas equipes.
GESTO DE PESSOAS BASEADA EM COMPETNCIAS
A empresa moderna revela umgap entre o desenvolvimento organizacional e odesenvolvimento de recursos humanos, com isso os cargos de gesto constantemente buscam
relao entre seu modelo tradicional e outro voltado para a pessoa e seu comprometimento.
Albuquerque e Oliveira (2001) afirmam que prova disso vem das discusses quanto as
principais deficincias no modelo de gesto baseado nos cargos, que revela um cenrio
coorporativo de baixa variabilidade de produtos e ganho de escala.
Em contra partida, surge o modelo de gesto de pessoas baseada em
competncias, mantendo o foco no indivduo e na estratgia do comprometimento, onde osprofissionais devem ser constantemente treinados de forma a desenvolverem competncias
especficas para o sucesso da organizao e seu prprio crescimento. Seguindo neste
princpio, KNAPIK (2011) ressalta a importncia do clima e sua cultura organizacional, tendo
forte impacto no contexto ambiental e na imagem que esta passa para o meio em que est
inserida.
Percebemos que o ambiente empresarial intimamente ligado a sua cultura, e
com isso, vem tona inevitavelmente suas crenas e diferentes formas de administrar seus
recursos humanos, sendo assim foi formulado em relao ao comportamento humano, a teoria
X e a teoria Y. KNAPIK (2011) define a teoria X como uma viso tradicional da
administrao onde as pessoas devem ser dirigidas. Suas atenes recaem no incentivo e
controle da produo se preocupando basicamente com o cumprimento de metas. Para a teoria
Y, o foco est nos objetivos e no no controle. Est fundamentada na teoria da motivao
humana, cuja abordagem promove o desenvolvimento pessoal e profissional.
O modelo de gesto baseado em competncias deve quebrar o paradigma da
viso mecanicista ou reducionista fortemente defendida por Taylor e Fayol, onde ludicamente
representamos a empresa como uma mquina e as pessoas como as engrenagens.
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KNAPIK (2011) aposta na viso holstica para apoiar os novos modelos de
gesto, tratando a empresa como um sistema dinmico e orgnico, buscando a cooperao
mutua do grupo, ajudando na percepo de aspectos organizacionais como motivao dos
colaboradores, transparncia e clareza nas metas. Enquanto na viso mecanicista a
administrao era vista como impessoal e burocrtica, na viso holstica, a organizao
baseada nas pessoas.
GRAMIGNA (2007) tambm identifica que para o modelo de gesto por
competncias, o foco principal est na integrao dos processos de recursos humanos, sendo
necessrio o alinhamento das necessidades humanas estratgia da empresa, elencando
fatores restritivos para a aplicao deste modelo. Estas restries esto em todos os nveis
hierrquicos evidenciando ainda mais a necessidade do envolvimento e integrao com a
cultura organizacional. Dentre tantos aspectos, citam-se as dificuldades da alta direo em
aderir ao modelo proposto pelo gestor de recursos humanos e a falta de divulgao destemesmo modelo para o colaborador (pblico alvo), criando uma resistncia e descrena no
projeto por parte dos envolvidos. Deficientes tcnicas como aplicao de instrumentos de
verificao de competncias desvinculadas com os demais processos da organizao eleva o
grau de incerteza e credibilidade do projeto, bem como problemas de planejamento, como a
suspeno deste por falta de recurso financeiro ou a inexistncia de planos de sucesso e
projetos de aproveitamento dos talentos contribuem para o insucesso do modelo de gesto de
pessoas por competncias.Direcionando a integrao dos processos de recursos humanos,
CHIAVENATO (2009) destaca que sua administrao deve ser interpretada como um sistema
integrado, compondo esta abordagem em cinco subsistemas bsicos:
Quadro 1.1 Os cinco subsistemas bsicos na ARH.
Subsistema: Objetivo: Atividades envolvidas:
Proviso Quem ir trabalhar na organizao Pesquisa de mercado de RH Recrutamento de pessoas Seleo de pessoas
Aplicao O que as pessoas faro na organizao
Integrao de pessoas Desenho de cargos Descrio e anlise de cargos Avaliao de desempenho
Manuteno Como manter as pessoas na organizao
Remunerao e compensao Benefcios e servios sociais Higiene e segurana no trabalho Relaes sindicais
Desenvolvimento Como preparar e desenvolver pessoas Treinamento Desenvolvimento Organizacional
Monitorao Como saber o que so e o que fazem as pessoas Banco de dados Sistemas de informao Balano social
Quadro 1Os cinco subsistemas bsicos na Administrao de Recursos HumanosFonte: CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos.
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O quadro 1 relaciona os cinco subsistemas nos fundamentos de atrair, aplicar,
reter, desenvolver e monitorar talentos da organizao, reforando a formao de um sistema
globalizado orientado na captao e reteno de capital humano.
CHIAVENATO (2009) no distorce o fato que toda empresa busca a
lucratividade e a conquista de mercado, inclusive vincula todos estes objetivos estratgicos
satisfao de seus clientes internos e externos. Cita os clientes como os pilares sustentveis e
tangveis de reconhecimento global e que tais mritos so concebidos atravs de processos de
produtividade, qualidade e inovao, percebidos pelos consumidores e definidos como
competncias organizacionais. Estas competncias so decorrentes do capital humano
investido e comprometido na instituio, buscando o contnuo desenvolvimento e
monitoramento do processo de forma sistmica.
Cognitivamente as ideias de Chiavenato, GRAMIGNA (2007) aposta que oconhecimento das foras de trabalho disponvel na organizao, pontuando os pontos fortes e
fracos de cada colaborador so fundamentais na gesto das competncias. A criao de um
banco de talentos est associada ao subsistema da monitorao, permitindo o mapeamento do
potencial humano em sua aplicao de forma diferenciada, com intuito de disponibilizar
critrios objetivos e justos na escolha de profissionais para enquadramento e elaborar planos
de treinamento e desenvolvimento de pessoal.
At pouco tempo atrs, as organizaes vinham com prticas conservadorasbuscando suprir suas carncias profissionais com treinamentos iminentes s necessidades.
CHIAVENATO (2009) afirma que este conceito insuficiente nas prticas organizacionais
modernas. O treinamento e desenvolvimento so necessrios para atividades locais, definidas
comojust-in-time, no entanto, prticas de educao organizacional apresentam a vantagem do
corporativismo, de uma viso sistmica e proativa, concebida em muitas empresas com o
nome de universidade corporativa, direcionando novamente a empresa para uma mudana
cultural, orientando os profissionais de RH para focar nos ativos intangveis desta.
A gesto das competncias depende diretamente da quantidade de dados
estruturado, gerido por uma variedade de experincias, valores, contextos e discernimento de
cada um. Este conjunto de informaes transformado em conhecimento, e este precisa ser
gerenciado. CHIAVENATO (2009) refere-se gesto do conhecimento como o ato de criar,
identificar, integrar, recuperar, compartilhar e utiliz-lo propriamente dito dentro da empresa.
Busca desenvolver fluxos de dados para o desenvolvimento e divulgao do aprendizado
gerado movido de instrumentos tecnolgicos que facilitem o processo. Esta prtica se ope
aos princpios da confidencialidade de informao, to ferozmente defendida na gesto
tradicional.
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A gesto do conhecimento (knowledge management) procura orientar a
empresa a produzir e disseminar o conhecimento de modo a lucrar com este propsito.
Recentemente encontramos empresas que fazem questo de disponibilizar este recurso em
sites especficos de apoio, criando comunidades afins, de acordo com os interesses
compartilhados.
A Elipse Software, uma empresa genuinamente brasileira, desenvolvedora de
sistemas supervisrios de tempo real, adotou esta prtica que se comprovou extremamente
compensadora, elevando o nvel de seus programadores e usurios alm de ajudar a
disseminar gratuitamente seus produtos.
Figura 1ElipseKnowledgebaseFonte:http://www.elipse.com.br/port/suporte_knowledgebase.aspx- Acesso: abril/2013
Para todos estes preceitos, o processo de aprendizagem vem em constante
mudana compartilhando das exigncias e realidade do mercado de trabalho atual. KNAPIK
(2011) ainda destaca que as habilidades exigidas passaram a ser orientadas pelo planejamento
estratgico e pela tecnologia, e no mais pelos cargos ocupados, direcionando as organizaes
a se adaptarem a esta nova realidade evidenciando a necessidade dos programas de
treinamento e desenvolvimento, nos quais so trabalhadas as prticas de educao
coorporativa.
Outro procedimento que contribui para o sucesso deste novo modelo de gesto
est na remunerao por competncias, cuja finalidade motivar o profissional em buscar sua
capacitao, sendo reconhecido por isso, quebrando um outro paradigma que a remunerao
diferenciada para colaboradores que ocupam o mesmo cargo, levando em conta suas
competncias e habilidades aliadas aos resultados de desempenhos alcanados.
http://www.elipse.com.br/port/suporte_knowledgebase.aspxhttp://www.elipse.com.br/port/suporte_knowledgebase.aspxhttp://www.elipse.com.br/port/suporte_knowledgebase.aspxhttp://www.elipse.com.br/port/suporte_knowledgebase.aspx -
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O quadro 2 descreve o comparativo entre os modelos de estratgias de
controle, ditas como tradicional, e estratgias de comprometimento.
Caractersticas distintivasModelo
Estratgia de controle Estratgia de comprometimento
Estrutura
Organizacional
Altamente hierarquizadaseparao quem pensa e quem
faz.
Reduo de nveis hierrquicos ede chefias intermedirias, junodo fazer e pensarempowerment.
Organizao do trabalhoTrabalho muito especializado,gerando monotonia e frustaes
Trabalho enriquecido, gerandodesafios.
Realizao do trabalho Individual Em grupo
Sistema de controlenfase em controles explcitos dotrabalho.
nfase no controle implcito pelogrupo.
Relaesdetr
abalho
Poltica de empregoFoco no cargo, emprego a curto
prazo.Foco no encarreiramento flexvel,emprego a longo prazo.
Nvel de educao eformao requerido
Baixo trabalho automatizado eespecializado.
Alto, trabalho enriquecido eintensivo em tecnologia.
Relaes Empregador-empregado
Independncia Independncia, confiana mtua
Relaes com sindicatosConfronto baseado na divergnciade interesses.
Dilogo, busca da convergnciade interesses.
Participao dosempregados nas decises
Baixa, decises tomadas de cimapara baixo.
Alta, decises tomadas em grupo.
Politicasderecursoshu
manos
ContrataoContrata para um cargo ou para umconjunto especializado de cargos.
Contrata para uma carreira longana empresa.
TreinamentoVisa o aumento do desempenho nafuno atual.
Visa preparar o empregado parafuturas funes.
CarreiraCarreiras rgidas e especializadas,de pequeno horizonte e amarradasna estrutura de cargos.
Carreiras flexveis de longoalcance, com permeabilidadesentre diferentes carreiras.
SalarialFocada na estrutura de cargos, comalto grau de diferenciao salarialentre eles.
Focada na posio da carreira e nodesempenho, com baixadiferenciao entre nveis.
Incentivos Uso de incentivos individuaisFoco nos incentivos grupaisvinculados a resultadosempresariais.
Quadro 2Gesto tradicional versus Gesto por competncias
Fonte: Albuquerque (2002)
CONSIDERAES FINAIS
Diante das necessidades orientadas para este novo modelo de gesto, apoiado
num processo globalizado de trabalho, percebeu-se a necessidade iminente do ambiente
corporativo ser abastecido por colaboradores multifuncionais detentores alm dos
conhecimentos tcnicos especficos, mas tambm proprietrio das habilidades e
comprometimento no desenvolvimento de suas funes.
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Assim, o modelo de gesto por competncias supera os modelos tradicionais,
priorizando neste contexto a aprendizagem e o desenvolvimento por competncias integrando
seu conceito com o planejamento estratgico.
Implantar a gesto de pessoas por competncias nas organizaes provm
desenvolver uma cultura organizacional que propicie a evoluo contnua dos funcionrios
contemplando caractersticas tcnicas e humanas, estando ciente da autonomia que os
profissionais agregaro.
BIBLIOGRAFIA
ALBUQUERQUE, L. G. A gesto estratgica de pessoas. In: FLEURY , M. T. L. et al. Aspessoas na organizao. So Paulo: Gente, 2002.
ALBUQUERQUE, L. G.; OLIVEIRA. P. M. A gesto estratgica de pessoas. Caderno dePesquisas em Administrao. So Paulo, v. 8, n. 4, p. 13-25, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Treinamento e desenvolvimento de recursos humanos: Comoincrementar talentos na empresa / Idalberto Chiavenato 7. ed. Ver.e atual. Barueri, SP:Manole, 2009. {Srie recursos humanos).
FULD, L. M. The new competitor intelligence: the complete resource for finding, analyzing,and using information about your competitors. New York: John Wiley & Sons, 1995.
GRAMIGNA, Maria Rita. Modelo de competncias e gesto de talentos / Maria RitaGramigna2. Ed.So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
KNAPIK, Janete. Gesto de pessoas e talentos/Janete Knapik, 3.ed. ver., atual e ampl.Curitiba: Ibpex, 2011.
PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Riode Janeiro: Campus, 1989.