desenho arquitetÔnico
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DESENHO ARQUITETÔNICO
•
APRESENTAÇÃO
Esta nova apostila de Desenho ArquitetOnico, que surge em substituiçao a
Apostila de Desenho 11, vem como uma necessidade natural de atualizacao da
prática de ensino deste conhecimento especifico para os alunos de Engenharia
Civil da EESC.
A partir das nossas anotações de aula e da consulta à bibliografia citada,
inclusive da própria Apostila de Desenho 11, pudemos elaborar este trabalho de
cunho prático e objetivo para melhor atender a atual disciplina Desenho- SAP.400.
A maioria das ilustraçOes foram, inclusive, retiradas desta bibliografia. É preciso
ressaltar a relevante colaboracao prestada petos funcionários Donizetti A. Becaro,
nas ilustrações, e José Eduardo Zanardi, na digitação e diagramação.
S.Carlos, julho 1994.
Maria AngelaP.C.S. Bortolucci
Myrian V. P. Cortesi
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................... 01
1. FINALIDADE E TIPOS DE DESENHO ... ....... .. . .. . . .. . . . . .. . . 02
2. MATERIAL, TÉCNICAS E TRAÇO .................................. 04
3. SÍMBOLOS E CONVENÇÕES GRÁFICAS .................... 08
4. BIBLIOGRAFIA . . .. .. . . . . . .. .. ... .. . . . . .. . . . . . .. . . . . .. .. ... .. .. . . ... . .. . .. . .. . . . . 29
INTRODUÇÃO
O desenho está ligado à necessidade fundamental do esplrito humano de
conhecimento e transformação do mundo. O homem, desde a pré-história,
aprendeu a realizar representações da realidade que o cercava através da
linguagem Gráfica. As primeiras formas de escrita da humanidade foram
desenvolvidas com fortes vinculos às imagens visuais, ou seja, influenciadas pelas
formas como o homem percebia sua realidade e a representava através do desenho
para se comunicar.
"Desenho, por definiç~. é a arte de reproduzir, sobre uma superlfcie bidimensional e por meio de linhas, objetos, idéias ou emoçt:Jes .. (1). É
considerado uma •arte básica'' pois precede nao s6 as linguagens verbais, mas
também a pintura, a escultura e a arquitetura. É básico em todas as ciências.
Existem diversos tipos de desenho, de acordo com a finalidade a que se
destinam. Esta variaçêo é encontrada nas diversas áreas de conhecimento a que a
linguagem gráfica se aplica, tanto nas artes como nas disciplinas técnicas. Assim,
encontramos na pintura, na escultura, no desenho industrial, nos projetos de
engenharia, etc. as mesmas fases que vao do simples esboço ou croqui usado para
fixar idéias ou impressões iniciais (a serem mais tarde aproveitadas) até o produto
final, a obra acabada, ou o projeto completo e detalhado.
Isto porque o desenho, enquanto linguagem, faz parte de um processo
complexo de racioclnio. Cada um dos tipos de desenhos presta-se, em momentos
diferentes do desenvoMmento de uma idéia, a auxiliar a visualização daquilo que
imaginamos; permite selecionar, eliminar e sintetizar produtos de nossa imaginação
criadora. É ele que, aliado a conhecimentos técnico-cientfficos, dá suporte à
capacidade de inventar, transformar o mundo. Por isto é uma forma de
conhecimento, é uma linguagem universal, no espaço e no tempo.
1
FINALIDADES E TIPOS DE DESENHO
Para se iniciar um projeto arquitetônico são necessárias algumas
informações básicas que irão orientar e direcionar a proposta de projeto a ser
elaborada, pelo arquiteto ou engenheiro civil, em função de determinado cliente. É
o momento de se constatar quais são as necessidades do cliente, a função do
ediflcio, o tipo de terreno, as condições climáticas, o tipo de meio urbano onde o
terreno se insere, as condições financeiras, as exigências legais, as técnicas e
materiais construtivos, etc.
A partir disto, naturalmente, as idéias vão tomando forma, o partido
arquitetõnico vai se definindo, através de Esboços ou Croquis. Estas são as
primeiras tentativas de expressão e de slntese do pensamento e, por isto mesmo,
são executadas com bastante liberdade gráfica. Em geral, usa-se lápis de grafite
bastante macio e espesso em papel transparente (papel manteiga), para permitir a
sobreposição de esboços. Nestâ~fase, não são usados os instrumentos de desenho
e não existem maiores preocupações com escalas: é o pensamento criativo aliado
ao traço à mão livre. Progressivamente as idéias vão se estruturando melhor até se
chegar a uma proposta que "mereça" ser submetida a uma apresentação mais '
elaborada, o que chamamos de Estudo Preliminar. Este tipo de desenho ainda
está muito próximo dos esboços iniciais, quanto ao nívet de elaboração, mas já são
exigidos maiores cuidados na organização das pranchas e no uso de escala, para
permitir a sua apresentação ao cliente e a outros profissionais envolvidos,
proporcionando as discussões iniciais.
A partir desta etapa, as definições de projeto vão se aprofundando na
mesma medida que o nlvel de desenho, chegando-se aos Anteprojeto e Projeto
de Apresentação, que são compostos de desenhos bem mais elaborados.
O Anteprojeto é a fase em que o projetista procura observar mais
precisamente as dimensões e proporções do ediflcio a ser construido, as possiveis
soluções estruturais e viabilidades executivas. Para isto o desenho do anteprojeto e
do projeto de apresentação já devem ser executados com os instrumentos e em
escala, porém ainda reduzida (normalmente 1:200 ou 1 :100). Os objetivos destes
projetos são: esclarecer as posslveis dificuldades construtivas das proposm'i
2
iniciais, antecipando decis6es para problemas de composição formal, instalações
em geral, projetos complementares, etc.; permitir a quantificação de áreas parciais
e totais e a elaboração de estimativas de custo e prazos de execução dos serviços
de obra, para uma proposta de viabilidade financeira; possibilitar ao cliente a
perfeita compreensão da obra a ser executada, sendo que para isto muitas vezes,
além de desenhar uma planta, com todo o mobiliário e propostas de uso dos
ambientes, pode ser necessária a apresentação de perspectivas internas ou
externas para facilitar a visualização dos espaços propostos.
O Projeto de Prefeitura compreende a fase de produção de desenhos
(normalmente em escala 1 :100) e memoriais técnicos (exigidos por lei) relativos aos
diversos orgâos públicos nos quais o projeto, conforme sua natureza, deve ser
submetido para análise e aprovação: Prefeitura, Engenharia Sanitária, Corpo de
Bombeiros, Cetesb, etc.
O Projeto Executivo consiste da solução definitiva do anteprojeto aprovado
pelo cliente, representado em escalas ampliadas (1 :50, 1:40, etc.) com todos os
pormenores de que se constitui a obra a ser executada. Nesta fase, o autor do
projeto deve coordenar e orientar os projetos e cálculos comptementares (projeto de
estruturas, instalações hidráulicas, elétricas, etc.). O projeto ainda deve ser
detalhado tanto quanto as técnicas e materiais construtivos escolhidos o exigirem.
Os desenhos desta fase são os Detalhes Construtivos que podem ser realizados
desde a escala de 1 :25 até 1 :1 , conforme a complexidade do elemento tratado.
3
MATERIAL, TÉCNICAS E TRAÇO
Papéis
O nfvel de qualidade de um desenho está diretamente
ligado ao material e instrumentos utilizados e à forma como
estes sáo manuseados. Para se obter um bom desenho e
um bom traço sáo exigidos cel'to$ cuidedos indispensáveis.
A escolha da técnica adequada ao suporte utilizado (no caso, o papel) é
fundamental para se chegar a um bom resultado. É muito grande a variedade de
papéis existentes no mercado: papéis opacos e transparentes, brancos e coloridos,
texturizados, espessos, finos, etc.
Os papéis opacos são os mais utilizados em anteprojetos e projetos de
apresentaçao por permitirem, de maneira geral, a aplicaçao de técnicas mais
diversificadas, como guache, aquarela, ecoline, giz pastel, etc. Dentre estes, os
mais comuns são: Fabriano, Canson, fngres, Vergé, Schoeller, Madeira e Sufflte.
É importante escolher a técnica adequada à textura e à granulação de cada tipo de
papel. Em geral, os papéis mais lisos suportam melhor a tinta nanquim e a
hidrográfica. Os papéis mais texturizados permitem explorar um número maior de
opções: lápis de cor, lápis de cera, giz pastel seco e oleoso, grafites, crayon, etc.
Algumas técnicas, como guache e aquarela, necessitam de maior cuidado (devido
a maior quantidade de água exigida para a sua aplicaçao) a fim de evitar que o
papel utilizado enrugue ou deforme. Nos papéis de pouca espessura, aconselha-se
esticá-los previamente, o que se faz da seguinte maneira: molha-se o papel,
secando-o em seguida entre um pano macio; depois, coloca-se o papel sobre uma
prancha ou mesa, prendendo suas bordas com fita crepe; espera-se secar,
aplicam-se as técnicas desejadas, e, só quando terminar retira-se a fita crepe.
Os papéis transparentes, como vegetal e poliéster, são muito utilizados para
a elaboração de originais de projetos de prefeitura e executivo. Aceitam bem a tinta
nanquim, o hidrocor, a ecoline, a graxa e o grafite. Em geral, as técnicas de colorir
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são apticadas no verso da folha, usando a fita crepe para assegurar os limites. As
diferentes espessuras encontradas no mercado permitem a escolha daquela que
suporte bem as correções e raspagens (com iaminas, borrachas especiais, etc.).
Outro papel transparente de grande uso em desenho é o papel manteiga, também
chamado de papel arroz. Não confundir este papel manteiga com aquele papel
brilhante usado na culinária ou para fazer pacotes. O papel manteiga é muito fino,
por isto é ideal para o uso de grafites na fase de esboços preliminares, tanto do
projeto em si, como dos detalhes construtivos. Uma caracteristica importante destes
papéis transparentes é que eles não podem ser dobrados, devendo ser arquivados
em mapotecas ou em rolos.
O papel heliográfico é um papel opaco usado na reprodução de projetos
executados em papéis transparentes. Devido ao processo quimico envolvido na
execução deste papel e na forma de reproduzir, é possivel a obtenção de cópias
nas cores preto, vermetho ou azul. É também possível, posteriormente à realização
da cópia, trabalhar na aplicação de técnicas como grafite, hidrocor, lápis de cor
etc., para valorizar ainda mais a apresentação do desenho.
Outra forma de reprodução de originais é através de fotocópias (tipo xerox).
A vantagem desta opção é permitir a reprodução de originais executados em papel
opaco. Entretanto, no caso de uso de cores nestes originais, é preciso considerar a
possibilidade de alteração de tonalidades nas fotocópias comuns (não coloridas).
A forma mais comum de arquivamento de projetos reproduzidos em papel
opaco é através de pastas suspensas para arquivos de gavetas, onde todas as
pranchas são devidamente dobradas de acordo com a respectiva norma brasileira.
Traço
Como já foi dito no inicio deste capitulo, um bom desenho depende do uso
correto dos materiais e instrumentos (lápis ou lapiseira, grafites, réguas T ou
paralela, compasso, esquadros, escaHmetro, borracha, etc.). A preocupação com o traço é fundamental para um bom resultado gráfico. O traço depende
principalmente do manuseio adequado de lápis, lapiseiras, etc. Considera-se um
bom traço aquele que possui uma legibilidade clara, continuidade e uniformidade.
5
Para isto, é importante, ainda, a forma de segurar o lápis e de apontá-lo, e também
a escolha do grafite, quanto à dureza e espessura. Os traços diferem de acordo
com os tipos de desenhos: esboços a mao livre, onde sao usados grafites mais
macios e espessos; desenhos a instrumento, executados com grafites mais duros e
menos espessos, etc. É preciso salientar que o bom traço depende também do
maior controle no manuseio do lápis, saber quando exercer maior ou menor
pressão; ter mais firmeza e segurança no desenvolvimento da linha. Isto só é obtido
através da experiência.
Esta forma de segurar o lápis permite
pouco movimento do pulso. É
recomendada apenas para traços curtos
(pequenos detalhes, texturas, etc.)
Esta posição é adequada para o
desenvolvimento de traços médios
Esta forma de pegar o lápis é adequada
para a realização de traços longos.
6
As diferenças de espessuras de linha permitem separar o que está na frente
do que está no fundo, acentuando a sensaçao de profundidade.
MESMA ESPESSURA DE UNHAS
Plano monótono, sem diferença
de profundidade.
ESPESSURAS DIFERENCIADAS.
Realça e reforça a profundidade do
perfil.
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SÍMBOLOS E CONVENÇÕES GRÁFICAS
A sequência de trabalho e as técnicas de desenho são
elementos importantes na obtenç§o de eficiência e
qualidade. Para isto, é preciso dispor de bons instrumentos e
materiais, e aplicar corretamente os mesmos. Desta forma, é
possfvel organizar o processo de produç~ gráfica,
resultando num desenho limpo e bem apresentado.
Planta Baixa
As plantas baixas informam sobre o interior da edificação através de uma
vista superior. São cortes horizontais que permitem remover a parte superior,
deixando a parte inferior, ou planta baixa,
visiveL O que fica acima da linha de corte
deve ser representado por linhas
tracejadas. A mobilia é usada para dar a
sensação de escala e auxiliar na
definição das diferentes áreas de uso,
nas fases iniciais do projeto (anteprojeto,
projeto de apresentação). A colocação do
mobiliário não é usada em projetos
executivos. Em geral, as plantas baixas
são feitas em 1 :1 00 ou 1 :50.
8
. Etapas de Montagem do Desenho
18 Etaoa: Traços finos e a lápis
A. Marcar o contorno externo do projeto
8. Desenhar a espessura das paredes externas
C. Desenhar as principais divisões internas.
9
~Etapa: TfBÇO$ finos e a lápis
A. Desenhar portas e janelas. As portas são desenhadas abertas nas plantas
e fechadas nos cortes e fachadas
8. Desenhar equipamentos: balcão, bidê, bacia, etc.
C. Apagar os excessos das linhas traçadas
O. Desenhar a projeçao da cobertura.
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J8 Etapa: Traços definitivos
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A. Desenhar as linhas tracejadas (projeção do beiral, etc.)
8. Diferenciar os traços através da espessura (paredes, janelas, etc.)
C. Planejar a cotagem (externa e interna) - Colocar linhas finas para as cotas - Evitar muito cruzamento de linhas de cota para nao carregar muito o desenho -Prever a possibilidade de colocar cotas internas (parciais) e externas (totais) - Colocar as cotas internas sem conflitar com as demais indicações (nomes dos ambientes, nivel de piso, áreas, etc.)
- Explorar a possibilidade de cotar as esquadrias através da forma L x H (ver exemplo pág. 21) , P
- Usar a cotagem sem linhas de cota quando for necessário (em proJetos de prefeitura é muito comum).
D. Colocar nlveis de piso.
E. Escrever os nomes dos ambientes e suas respectivas áreas.
F. Indicar a posição dos cortes, a entrada e o norte.
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NORTE
11
. Corte
Os cortes são obtidos através de planos verticais que interceptam a
edificação, permitindo a caracterização de paredes, portas, janelas, lajes, escadas,
etc. Na visão do edificio secionado por um plano vertical, pode-se obter um
desenho que apresenta as diferentes alturas de peitoris de janelas e portas, as
espessuras de lajes de piso e de forro, etc., com o objetivo de facilitar a
compreensão e, conseqüentemente, a execução da obra. Em geral, são
necessários no mínimo dois cortes para esclarecer melhor o projeto, um
longitudinal e um transversal. Deve-se dar preferência a passar os cortes em
ambientes que proporcionem o máximo de informações sobre o ediflcio. Os cortes
são indicados nas plantas por traços grossos interrompidos por pontos (ou
pequenos traços) e terminados por setas e letras maiúsculas, que indicam a
posição do observador em relação ao plano de corte. É comum usar o corte com
desvio, ou seja, desviar a direção do plano de corte para mostrar um maior número
de informações e detalhes do edifício, eliminando a necessidade de mais cortes.
12
. Etapas de Montagem do Desenho
A. Colocar papel manteiga sobre a planta
B. Desenhar a linha do terreno
C. Marcar o nlvel do piso e traçar
D. Desenhar as paredes externas e marcar suas alturas
E. Desenhar a laje ou o forro, quando houver
F. Desenhar a cobertura ou telhado
G. Desenhar as paredes internas cortadas (linhas grossas)
H. Marcar as portas e janelas secionadas (linhas finas)
I. Desenhar os elementos que sêo vistos após o plano do corte - recortes de
parede, portas e janelas (linhas finas)
J. Colocar linhas de cota e cotar
K. Colocar os niveis de piso
L. Diferenciar traços: grossos, médios e finos.
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Em qualquer desenho a tinta, devem ser feitos inicialmente todos os traços a
lápis, sem exceção. Ao utilizar a tinta, primeiro devem ser feitas as linhas curvas,
depois as obHquas, em seguida as linhas verticais (da esquerda para a direita e de
baixo para cima), e finalmente, as linhas horizontais (de cima para baixo e da
esquerda para a direita. Este procedimento tem por objetivo garantir a concordância
das linhas e evitar borrar o desenho com os instrumentos.
Nos desenhos feitos com tinta nanquim sobre papel vegetal, deve-se limpar
a prancha com algodão embebido em benzina, para retirar o excesso de grafite. Por
melhor que seja o nanquim, sempre existe o risco de estragar o desenho quando se
usa borracha, no mlnimo perdendo-se o brilho do traço.
lilln do piso dé
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màbaluda co
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Pequena viga l1li ~rte
W!*'lorde
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14
fachada
As fachadas mostram o aspecto exterior de uma edificação, como altura,
volume, composição, material de acabamento, dimensão e localização de portas e
janelas e, em geral, são desenhadas nas escalas 1 :100 e 1 :50. Numa fachada, a
edificação é representada em relação ao seu plano de terra, ou seja, ao nível do
terreno, abaixo ou acima dele. A linha de terra, que indica o nivel do terreno, é uma
linha de referência importante a ser traçada em cada elevação da edificação.
Nas fachadas, a sensação de profundidade pode ser obtida através de
variações na espessura do traço, como também do uso de tonalidades e sombras.
além . As linhas grossas são usadas nos planos mais próximos e as linhas finas
nos planos mais recuados.
As fachadas podem ser classificadas de acordo com os Pontos
Cardeais. A elevação norte de uma edificação, por exemplo, está voltada para o
norte, ou seja, um observador, olhando para esta elevação, teria o norte às suas
costas. É muito comum adotar a forma vinda da Projeção Ortogonal: fachadas
frontal (ou principal), lateral esquerda, lateral direita e posterior.
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FACHADA POSTERIOR/ OESTE
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FACHADA FRONTAL. I LESTE
DISPOSIÇÃO DAS FACHADAS CONFORIIIE A GEOMETRIA DESCRITIVA
15
Pessoas, vegetação e automóveis podem ser representados nas elevações
para enfatizar o sentido de escala .
. Etapas de Montagem do Desenho
Deve se desenhada depois da planta_ baixa e dos cortes
B. Desenhar a linha do terreno e marcar as medidas horizontais
C. Todas as medidas relativas às alturas serão transportadas dos cortes para as
fachadas.
O. As fachadas não devem ser cotadas
E Repassar todas as linhas (a lápis ou a tinta) em traços finos transformando-os,
onde for o caso, em médios ou grossos, atendendo à eonvençâo, ou seja,
reduzindo sua espessura na medida em que eles estão mais distantes do plano
mais próximo do observador.
FACHADA FRONTAL
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õU FACH ADA LATERAL
16
Planta de Locação e Cobertura
A planta de locação mostra a disposição da construção no lote, não se
!imitando apenas ao desenho da construção. Deve indicar todos os elementos
existentes no terreno: muros, portões, vegetação (existente ou a plantar}, calçada, etc. e, o caso, as construções adjacentes.
Nesta o observador tem em primeiro plano a cobertura e, para a sua
definição, devem ser usados os traços mais grossos do desenho. O contorno das
paredes, encoberto pela projeção do telhado, deve ser feito através de linha
tracejada. A escala usual é a de 1 :100 e 1 :200. Em situações especiais, podem ser
usadas as escalas 1:50 (ampliando mais) e 1:500 (reduzindo mais).
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17
Planta de Situação
A planta de situação deve mostrar a forma e as dimensões do terreno, os
lotes e as quadras vizinhas, a orientação (norte), o relevo do terreno, as ruas
adjacentes, pontos de referência que interessem ao serviço, etc. Em geral, são
usadas as escalas de 1 :500, 1 :1000 ou 1 :2000.
As curvas de nlvel são colocadas nas plantas de situação para indicar a
inclinação natural do terreno. Cada curva de nivel é representada a partir de planos
de corte feitos a intervalos regulares em altura, e indicada por valores em metros a
partir do nível do mar. Quanto mais próximas estiverem umas das outras, em
planta, mais lngreme será a inclinação do terreno.
g ,j, 31.00 m. ~ RUA FIIACHUIELO
NORTE
QUADRA B
o
1...--------~ o
18
Convenções Gráficas
As convenções e os simbolos gráficos são fundamentais no desenho
arquitetônico. A necessidade de utilização das escalas de redução, por causa das
grandes dimensões dos objetos envolvidos (residências, hotéis, hospitais, praças,
parques industriais, etc.), exige, consequentemente, o uso intensivo dos símbolos e convenções, levando à elaboração de desenhos densos em significado e
informação. Por esta razão, estes elementos são, em geral, simples e
esquemáticos, assegurando clareza e objetividade, para proporcionar uma
comunicação rápida e direta. É importante que o desenhista conheça estas
convenções para aplicá-las corretamente, evitando a criação de novos padrões,
tendo em vista que estes simbolos gráficos são fundamentados em normas
nacionais e internacionais e que as alterações podem dificultar o entendimento da
linguagem gráfica por seus diversos interlocutores (pedreiros, técnicos, clientes,
etc.).
Existe no mercado uma grande variedade de gabaritos, com diversos tipos
de símbolos gráficos (peças sanitárias, coberturas, etc.) e em diferentes escalas
(1 :20, 1:25, 1:50, 1:100 etc.), garantindo maior facilidade e uniformidade no
trabalho do desenhista .
• PAREDES
DE Uli'l TIJOLO- PAREDES EXTERNAS- 25 em.
DE 1/2 TIJOLO- PAREDES INTERNAS- 15 em.
ESPELHO - DIVISÓRIAS - 10 c:m.
5
REPRESENTAÇÃO NA ESCALA
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1:100
1:50
1:20
1: 25
19
.PORTAS
DE CORRER
PLANTAS
PLANTA
.I!ORTAI
CORTE
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APARENTE
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El\IBUTIDA
. PORTAS BASCULANTES
GIRO Et.C TORNO DE Uill
EIXO HORIZONTAL
PLANTA
1 N TER IOR
CORTE
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PANTOGRÁFICAS
QUANDO FECHA
OCUPA 1/3 DO
VÃO.
PLANTA
PLANTA
CORTE
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'(J \_ i I GIRO I EIXO I I VERTICAL EIXO
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INFERIOR
JANELAS
. PORTAS PIVOTANTES
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. PIVOTANTE
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CORTES
INDICANDO
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DA
JANELA
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PORTAS
DE
ENROLAR
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PLANO HORIZONTAL
SÃO VISTOS OS
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A PARTE
INFERIOR
DA JANELA.
PLANTAS
INDICANDO O
a.IOVIWENTO
DA
JANELA
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. COZINHA
NESTA ESCALA NAO SE
DETALHA A Pl A.
CORTE
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CONFORTAVEL
PLANTA
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. PEÇAS SANITÁRIAS
. BACIA
COSTUMA-SE DESENHAR
A BACIA E O BIDE
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AFASTAMENTOS MÍNIMOS
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DA PAREDE À PEÇA ---} 5 em
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COM CIRCULAÇÃO EM VOLTA
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PARA DATILOGRAFIA
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COM AFASTAMENTO COM CIRCULAÇÃO
ATRAS DA CADEIRA
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GAVETAS/ ROUPAS- CALÇADOS
ARMÁRIO/ LENÇOIS-TOALHAS- ETC ...
ARMÁRIO/ LOUÇAS-BUFFET
AIIIMÂRIO / CRISTAIS
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ARMÁRIO/ PANELAS ESTANTES/ LIVROS ESTANTES/ PAPÉIS- FOLHETOS ESTANTES/ EQUIPAII>IENTOS DE SOII>i
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1 ANO
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(1)
1 BARSA. Encyclopedía Britanica Editores, Rio de Janeiro,
122
E. Desenho Técnico. Globo. Porto Alegre, 1967.
(3) MONTENEGRO, Desenho Arquitetônico. Edgard BIOcher. São Paulo, 1978. 1
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; FRANCO, V.; MARTINS, P. Desarg: Desenho Arquitetônico. GG !""a1co"~s Técnicas. Porto Alegre, s.d.
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