defesa diana 1ra. parte

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Cercospora sojina: Produção, densidade de inóculo e reação de cultivares de soja Eng. Agr. Diana Erica Gómez UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA Orientador : Prof. Dr. Erlei Melo Reis

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Page 1: Defesa Diana 1ra. Parte

Cercospora sojina: Produção, densidade de inóculo e reação de cultivares de soja

Eng. Agr. Diana Erica Gómez

UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDOFACULDADE DE AGRONOMIA E MEDICINA

VETERINÁRIAPROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

Orientador: Prof. Dr. Erlei Melo Reis

Page 2: Defesa Diana 1ra. Parte

ROTEIROROTEIRO

1. Introdução.

2. Revisão de literatura.

3. Capítulo I: Identificação do agente causal de mancha olho-de-rã em soja.

4. Capítulo I: Influência do substrato, luz, papel de filtro, pH e potencial osmótico na esporulação de Cercospora sojina.

5. Capítulo III: Efeito da densidade de inóculo de Cercospora sojina na intensidade da mancha-olho-de-rã.

6. Capítulo IV: Efeito da temperatura na germinação de conídios de Cercospora sojina.

7. Capítulo V: Reação de cultivares de soja.

8. Referências bibliográficas.

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

A soja [Glycine max (L.) Merril], uma oleaginosa da Família Fabacea é a cultura com maior área cultivada no mundo.

A soja é uma planta sensível ao fotoperíodo sendo dividido em grupos de maturação.

Na Argentina existem os grupos de maturação III até IX:

ciclo curto (ciclo de maturação III, IV e V)

intermediários (ciclo V, VI e VII)

ciclo longo (VII, VIII e IX)

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I) Região NorteII) Região Pampeana NorteIII)Região Pampeana Sur

Mapa de regiões e sub-regiões para a recomendação de cultivares.

INTA- EEA Marcos Juarez. Rede Nacional de Avaliação de Cultivares de Soja (RECSO)

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Produtividade atual da Argentina é de 2.660 kg/ha. cultivada numa superfície de 18,8 milhões (MAGyP, 2011).

Brasil tem uma produção estimada para a safra 2010/2011de 68,55 milhões de toneladas (CONAB, 2011).

A doença mancha olho-de-rã, causada pelo fungo Cercospora sojina Hara, causa danos de 31% em cultivares suscetíveis (AKEM & DASHIELL, 1991).

No Brasil, a doença na atualidade esta controlada geneticamente.

Na Argentina, é ainda pouco conhecida e não existe informação sob as raças presentes e o nível de resistência de algumas variedades locais.

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• Epidemias nas safras 2008/2009 e 2009/2010 nas províncias de Córdoba e Santa Fé, em genótipos de ciclos curtos e intermédios.

• A doença atingiu severidade de 30-60% da área foliar afetada (CARMONA & SCANDIANI, 2009).

• Os grupos de soja de ciclo de maturação longo não foram avaliados cientificamente na região norte do país.

Objetivos:

Caracterizar as reações de cultivares de soja de ciclo longo e obter métodos para a esporulação e inoculação do fungo.

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Ocorrência

• Foi reportada pela primeira vez no Japão em 1915 (HARA).

• Em 1765 foi introduzida nos Estados Unidos (HYMOWITZ & HARLAN, 1983).

• No Brasil foi observada no Estado do Paraná em 1971 (YORINORI, 1971) e no Rio Grande do Sul em 1973 (REIS & KIMATI, 1973).

• Na Argentina, foi encontrada em Tucumán, na safra 1997/1998 (Ploper, et al., 1994) com antecedentes em Sáenz Peña, Chaco, nos anos 1974, 1977 e 1979 (BONACIC & CAMPAGNAC, 1982).

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REVISÃO DA LITERATURAREVISÃO DA LITERATURA

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Etiologia

Fase teleomórficaClasse DothideomycetesOrdem CapnodialesFamília Mycosphaerellaceae

Fase anamórficaClasse DeuteromycetesOrdem HyphomycetalesFamília Dematiaceae

Gênero Cercospora

(ALEXOPOULOS et al., 1996)

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Sintomatologia

Lesões necróticas principalmente nas folhas.

Lesões pequenas de cor pardo-avermelhadas de 0,25 a 0,5 mm de diâmetro.

A cor escura é devido aos fascículos de conidióforos que se desenvolvem nos dois lados da lesão.

As lesões têm sido encontradas em vagens, hastes e sementes.

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Sintomatologia

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Anel pardo-avermelhado na margem, sem a presença de uma zona de tecido clorótico (halo).

A toxina cercosporina produzida pelo fungo é ativada pela luz, tendo baixa toxicidade no escuro.

Afeita a membrana da célula afetada conduzindo a sua morte.

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(Reis e Danelli, 2010).

Ciclo biológico da

doença mancha foliar olho-de-rã em

soja.

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Variabilidade genética

O controle de sojina tem sido feito através do uso de variedades resistentes.

Tornam-se suscetíveis com o desenvolvimento de novas raças (YORINORI, 1989).

Huo et al. (1988) citaram a ocorrência de 11 raças na China, sendo atualmente 14.

As raças 1, 7 e 10 foram consideradas as mais importantes.

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Nos Estados Unidos foram reportadas 12 raças.

Três genes simples que proporcionam resistência são reconhecidos atualmente pelo Comitê Genético de Soja. o Rcs1 em cultivar Lincoln confere resistência para a raça 1 (ATHOW & PROBST, 1952).

oRcs2 confere resistência à raça 2 no cultivar Kent (ATHOW et al., 1962).

o Rcs3 no cultivar 'Davis' encontrado para a resistência raça 5 e para as outras raças (PHILLIPS & BOERMA, 1982).

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No Brasil, Casela et al. (1979) determinaram a ocorrência das raças 3 e 4.

Yorinori (1989) identificou vinte raças mais de sojina no Brasil.

No 1999, Yorinori (1997) encontrou duas raças novas, o isolado MA-22-98 e MA-24-98, designados como raças Cs -24 e Cs -25.

Na Argentina, na atualidade não se identificaram as raças ocorrentes. A maior limitação para sua determinação é a obtenção dos hospedeiros diferenciais.

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Esporulação e germinação de conídios de C. sojina in vitro

A máxima esporulação foi obtida em meio de cultura ágar V-8 ou ágar aveia, sob regime luminoso de 12 horas de luz e 12 horas de escuro (VEIGA,1973).

Não existem citações sobre pesquisas realizadas avaliando o efeito do potencial osmótico, o pH e a 24 utilização do papel de filtro como substrato na esporulação e germinação dos conídios de C. sojina.

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Controle da doença

Controle genético

A doença pode ser controlada geneticamente.

Na Argentina a resistência incorporou se no país nos grupos de maturação longos.

É preciso incorporar resistência nos ciclos curtos e intermediários.

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Controle cultural

A rotação de culturas é uma ferramenta necessária para interromper o ciclo do fungo a qual pode ser realizada com milho, girassol, algodão, etc.

O fungo não causa infecção em outra cultura.

Não existe informação de sua supervivência em plantas daninhas (CARMONA, 2009).

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Controle químico em sementes

Fungicidas com ação erradicante como alguns da família dos benzimidazóis e em misturas:

como carbendazim+tiram

tiofanato metílico+ piraclostrobina

(Scandiani et al.,2009)

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Controle químico em órgãos aéreos

Em órgãos aéreos tem sido recomendado a partir do estádio R3, após as precipitações ou em infecções tardias.

Recomenda se aplicações de estrobilurinas e triazóis.

Embora o tenha um efeito fungitóxico, não é recomendável a aplicação de carbendazim em forma isolada a fim de evitar a perda da sensibilidade ao fungicida (CARMONA, 2009).

Page 22: Defesa Diana 1ra. Parte

IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE CAUSAL DE IDENTIFICAÇÃO DO AGENTE CAUSAL DE MANCHA FOLIAR OLHO-DE-RÃ EM SOJAMANCHA FOLIAR OLHO-DE-RÃ EM SOJA

CAPITULO ICAPITULO I

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Conidióforos

pigmentados, marrom escuro, que surgem de um estroma em fascículos de 2 a 25.

septados

apresentam geniculações proeminentes e cicatrizes no local de fixação dos conídios no conidióforo.

(PHILLIPS, 1999)

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Conídios

multiseptados, alongados e fusiforme no ápice

hialinos quando jovens e mais escuros quando envelhecem.

Apresentam cicatrizes na base coincidentemente com o lugar de fixação ao conidióforo.

(PHILLIPS, 1999)

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OBJETIVOOBJETIVO

Comprovar que o fungo isolado de sintomas da mancha foliar olho-de-rã trata-se de C. sojina.

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MATERIAL E MÉTODOSMATERIAL E MÉTODOS

Local de trabalho: Laboratório de Fitopatologia e casa de vegetação da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo – RS em abril de 2009.

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Isolamento do fungo

Indução da esporulação

Câmara de crescimento(25ºC±2 e fotoperíodo de 12 horas)

Câmara de crescimento(25ºC±2 e fotoperíodo de 12 horas)

solução de etanol

hipoclorito de sódio

água destilada

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Ajuste da concentração de inóculo Inoculação e incubação

Page 29: Defesa Diana 1ra. Parte

numero e diâmetro das lesões

Avaliação

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Indução da esporulação

Câmara de crescimento(25ºC±2 e fotoperíodo de 12 horas)

Câmara de crescimento(25ºC±2 e fotoperíodo de 12 horas)

solução de etanol

hipoclorito de sódio

água destilada

Page 31: Defesa Diana 1ra. Parte

Mensurações de conídios

comprim

ento

septos

Meio BDA

Meio ágar V-8

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RESULTADOS E DISCUSSÃORESULTADOS E DISCUSSÃO

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Dimensões dos conídios e número de septos de Cercospora sojina cultivado em dois meios de cultura

SubstratoComprimento

(μm)

Média

(μm)

Largura

(μm)

Média

(μm)

Septos

(n°)Média

BDA 7-36 20,3 1-4 2,55 1-10 6,8

V-8 12-45 26,8 2-4 2,94 2-10 3,9

Média 23,55 2,75 5,35

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Dimensões dos conídios e número de septos de Cercospora sojina obtidos por diferentes autores

Mensurações (μm)

Comprimento

Largura

Septos

(n°)Autor

24-108 6-8 0-10 Reis, 1974

39-70 5-7 - Phillips, 1999

38- 62 5-9 2- 6 Ploper et al., 2001

40-60 6-8 0-10 Mengistu et al., 2002

26-111 5,2-7,4 1-9 Carmona et al., 2009-) Não informado

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CONCLUSÕESCONCLUSÕES

O fungo isolado trata-se de Cercospora soja Hara, confirmado por:

prova de patogenicidade (sintomas reproduzidos)

caracterização morfológica (comprimento, largura e número de septos dos conídios)

comparação com as descrições disponíveis na literatura.