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www.encontrociencia.pt DIÁRIO | 4 JULHO 2018 O Primeiro-Ministro marcou presença na sessão plenária de abertura do segundo dia do Ciência 2018, com uma intervenção ao abrigo do tema “Ciência e Novos Hori- zontes para Portugal”. António Costa garantiu que a política do Governo apoia-se na inovação, mas precisa do envolvimento de todos: Estado, famílias, empresas e instituições. Perante uma plateia repleta de cientistas, o governante referiu que o programa “Mais Ciência Menos Burocracia” foi criado para libertar as instituições de processos contra a dinâmica da investigação e que o número de investigadores subiu de 7% para 11%, também graças à contribuição de muitas empresas, que estão a empregar cientistas. Na sua intervenção, António Costa relembrou a intenção do Governo de criar cinco mil vagas para emprego científico, “três mil ainda este ano e dois mil em 2019”. Por fim, o Primeiro-Ministro assumiu a qualificação da sociedade como uma meta Assumir a Ciência como um investimento fundamental prioritária. “Até 2030 pre- tende-se que 50% dos jovens tenham frequentado o Ensino Superior e que nove em cada dez portugueses tenham acesso a ferramentas digitais”. “Só investindo na Ciência conseguiremos combater o maior défice que o país acumulou até hoje: o défice do Conhecimento”. Na mesma sessão, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, distinguiu com medalhas de mérito os inves- tigadores António Galopim de Carvalho, Maria Irene Ramalho, António Rendas, João Guerreiro, Maria Cândida Vaz, Helen Rost Martins e Cândido Marciano da Silva. Primeiro-Ministro ANTÓNIO COSTA DANIEL ESPÍRITO SANTO Só investindo na Ciência consegui- remos combater o maior défice que o país acumulou até hoje: o défice do Conhecimento.

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www.encontrociencia.pt DIÁRIO | 4 JULHO 2018

O Primeiro-Ministro marcou presença na sessão plenária de abertura do segundo dia do Ciência 2018, com uma intervenção ao abrigo do tema “Ciência e Novos Hori-zontes para Portugal”. António Costa garantiu que a política do Governo apoia-se na inovação, mas precisa do envolvimento de todos: Estado, famílias, empresas e instituições.

Perante uma plateia repleta de cientistas, o governante referiu que o programa “Mais Ciência Menos Burocracia” foi criado para libertar as instituições de processos contra a dinâmica da investigação e que o número de investigadores subiu de 7% para 11%, também graças à contribuição de muitas empresas, que estão a empregar cientistas.

Na sua intervenção, António Costa relembrou a intenção do Governo de criar cinco mil vagas para emprego científico, “três mil ainda este ano e dois mil em 2019”.

Por fim, o Primeiro-Ministro assumiu a qualificação da sociedade como uma meta

Assumir a Ciência como uminvestimento fundamental

prioritária. “Até 2030 pre- tende-se que 50% dos jovens tenham frequentado o Ensino Superior e que nove em cada dez portugueses tenham acesso a ferramentas digitais”. “Só investindo na Ciência conseguiremos combater o maior défice que o país acumulou até hoje: o défice do Conhecimento”.

Na mesma sessão, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, distinguiu com medalhas de mérito os inves-tigadores António Galopim de Carvalho, Maria Irene Ramalho, António Rendas, João Guerreiro, Maria Cândida Vaz, Helen Rost Martins e Cândido Marciano da Silva.

Primeiro-Ministro

ANTÓNIO COSTA

DAN

IEL

ESPÍ

RITO

SAN

TO

Só investindo na

Ciência consegui-

remos combater

o maior défice que

o país acumulou

até hoje: o défice

do Conhecimento.

2 2-4 Julho 2018 | ENCONTRO COM A CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PORTUGAL

arlos Moedas come- çou a sua apresen tação mostrando-se satisfeito por estar de volta a este en-contro de ciência:

“Tenho vindo cá todos os anos e levo sempre uma imagem extraordinária de energia e motivação da nossa comuni-dade científica”.

Falou no orgulho que sente pelos cientistas portugueses e no facto de sermos uma co-munidade cada vez mais pre-parada e sem medo de apostar no programa Horizonte 2020. Tem a ambição de que “quando sair em 2019, Portugal chegue aos mil milhões de euros no

O FUTURO DA CIÊNCIA E DA EUROPA

SESSÃO PLENÁRIA

Horizonte 2020 e que no próximo programa-quadro, o Horizonte Europa, chegue aos 2 mil mi-lhões de euros”, que a longo prazo, espera atribuir “100 mil milhões de euros ao serviço da ciência e da inovação”.

Ainda sobre Portugal na Eu-ropa, Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, presente na sessão, sublinhou que “o futuro de Port- ugal só pode ser um Portugal na Europa do Conhecimento”.

Na presença da Ministra da Presidência e da Moderni-zação Administrativa, Maria Manuel Leitão Marques, fo-ram atribuídas seis Medalhas de Mérito Científicas a pes-

Comissário Europeu para a Investigação, Inovação e Ciência

CARLOS MOEDAS

Tenho vindo

cá todos os anos

e levo sempre

uma imagem

extraordinária

de energia e

motivação da

nossa comunidade

científica. Estimativa para o próximo programa-quadro Horizonte Europa

2000M€

soas que contribuíram para a promoção do Conhecimento de Portugal na Europa. Foi ainda atribuído o prémio Arquivo.pt no valor de 10 mil euros ao projeto “Conta-me histórias”, da autoria de Ri-cardo Campos, professor do Instituto Politécnico de Tomar e investigador do INESC-TEC.

3ENCONTRO COM A CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PORTUGAL | 2-4 Julho 2018

DANIEL ESPÍRITO SANTO DANIEL ESPÍRITO SANTO

uma sessão plenária dedicada ao estudo do oceano, o res- ponsável pela promoção e desenvolvimento da inves- tigação marinha na Irlanda,

Niall McDonough, realçou a importância do Ciência 2018 para a comunidade cien-tífica e mostrou-se entusiasmado por participar “num evento que celebra e entende o progresso da ciência em Por-tugal”.

O investigador foi um dos oradores convidados da sessão plenária “Am-biente e Desenvolvimento Sustentável: desafios para a ciência” e na sua in-tervenção teve oportunidade de alertar para a necessidade de “colaboração inter- nacional para ultrapassar os desafios do oceano como o impacto das alterações climáticas e a poluição por microplásticos”.

Como a ciência

pode salvar o oceano

Inês Lima Azevedo também participou como oradora desta sessão e a sua inter-venção centrou-se nos tópicos “Ener-gia, alterações climáticas e qualidade do ar”. A professora de Engenharia e Polí-ticas Públicas na  Carnegie  Mellon  Uni-versity estuda de que forma políticas específicas irão moldar os futuros sis-temas de energia, especialmente num mundo com restrições de carbono.

No encerramento desta sessão dedica-da ao ambiente, João Pedro Matos Fer-nandes, Ministro do Ambiente, admite que “estamos em risco e que, para nos salvarmos, o crescimento tem de ser hipocarbónico e regenerativo de recur-sos”. Coloca ainda na ciência o impor-tante papel de ser “a chave para a mu-dança sustentável, pois ainda há muito para descobrir”.

Diretor de Políticas, Inovação e Serviços de Apoio à Investigação

no Marine Institute, Irlanda

NIALL McDONOUGH

Professora de Engenharia e Políticas Públicas na Carnegie

Mellon University (CMU) 

INÊS LIMA AZEVEDO

KEYNOTE SPEAKERS

4 2-4 Julho 2018 | ENCONTRO COM A CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PORTUGAL

Competências digitais para todos

Qual a importância de um encontro de ciência em Portugal?

É uma oportunidade única e anual de encontrar toda uma comunidade que, mesmo por pouco tempo, passa quase toda por aqui.

O que pode dizer sobre a sua intervenção no Encontro?

A representação do INCoDe.2030 é bastante representativa. Temos oito sessões e estamos muito satisfeitos com isso. A sessão dedicada à inclusão digital,

ou seja, aos problemas relacionados com a exclusão digital a que muitos estratos profissionais ainda estão sujeitos, correu muito bem, houve muitas intervenções, diversificadas e interessantes.

Qual o estado da ciência em Portugal?

É um bocadinho difícil dizer genericamente qual é o estado porque a ciência não é uma coisa homogénea. Temos níveis de desenvolvimento com dimensões e capacidades de intervenção diferentes.

Coordenador do INCoDe.2030

PEDRO GUEDES DE OLIVEIRA

Pedro Guedes de Oliveira coordena a iniciativa INCoDe.2030, que tem como objetivo garantir que todos têm as competências necessárias para o acesso às tecnologias digitais.

Mas aquilo que se passa em Portugal é que, ao nível de base, o que foi feito é absolutamente espetacular. Falta agora aquele pequeno quantum para as coisas excecionais. Por outro lado, os nossos melhores são facilmente atraídos para sítios com mais facilidades. Aquilo que é preciso fazer, na minha opinião, é criar oportunidades para esses profissionais florescerem e convencer os que saíram a voltar. De resto acho que estamos muito bem.

ENTREVISTA

5ENCONTRO COM A CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PORTUGAL | 2-4 Julho 2018

DESTAQUE

Tatsuya Shimizu é diretor e professorno Institute of Advanced BiomedicalEngineering and Science, Tokyo Women’s Medical University (TWMU) e está em Portugal para participar no Ciência 2018. Faz investigação em Engenharia de Tecidos com aplicação em terapias regenerativas em diferentes órgãos. É um dos oradores convidados da primeira sessão do dia e vai falar sobre o seu recente trabalho na Engenharia de Tecidos com redes vasculares fun-cionais e nos sistemas de modelação 3D de tecidos para coração, fígado e rim.

Alexandra Marques, comissária do Encontro e investigadora do 3B’s Rese-arch Group, na Universidade do Minho, também se tem dedicado à investigação na área da engenharia de tecidos. Pretende criar em laboratório pele arti- ficial que seja mais semelhante à pele humana e que, depois de transplantada em feridas e/ou queimaduras, promova o fecho das mesmas e não seja rejeitada. É a segunda oradora da sessão de aber-tura no terceiro dia do Ciência 2018.

9h30 | Auditório 1 Novos horizontes para a investigação clínica e aplicações nos cuidados de saúde

Diretor e professor no Institute of Advanced Biomedical Engineering and Science, Tokyo Women’s Medical University (TWMU).

TATSUYA SHIMIZU

Investigadora do 3B’s Research Group, na Universidade do Minho.Comissária do Encontro Ciência‘18.

ALEXANDRA MARQUES

6 2-4 Julho 2018 | ENCONTRO COM A CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM PORTUGAL

ENCONTRO CIÊNCIA 2018 publicação do Encontro com a Ciência e Tecnologia em Portugal · 2 a 4 julho 2018 · Lisboa | EDIÇÃO Fundação para a Ciência e Tecnologia; Ciência Viva | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA a reproduçãodesta publicação é permitida sem autorização prévia dos autores para fins não comerciais desde que a fonte seja mencionada de forma completa.

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