da escola pÚblica paranaense 2009 · do mundo contemporâneo, sua implicação na educação e na...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
ARTIGO CIENTÍFICO
FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI: GERENCIANDO CONFLITOS
Área: Pedagogia
Professora PDE: Margarida Lúcia de Souza
Professora Orientadora: Profª. Drª. Sandra Regina Ferreira de Oliveira
IES Vinculada: Universidade Estadual de Londrina (UEL)
MATINHOS
2011
1
FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI: GERENCIANDO CONFLITOS
Margarida Lúcia de Souza1
Sandra Regina Ferreira de Oliveira2
RESUMO
Este artigo trata de um tema que não tem sido contemplado nas discussões
sobre escola, ensino e aprendizagem. A falta destas discussões contribui para o
mal-estar docente e discente, tornando o relacionamento dentro da escola carregado
de agressividade. Através dos estudos buscamos compreender o que vem
ocorrendo com o ser humano: por que tanta agressividade, tanto mal estar? Por que
as pessoas estão agindo e reagindo impulsivamente e agressivamente? A situação
do mundo contemporâneo, sua implicação na educação e na realidade do professor
interfere no fazer pedagógico. Utilizamos alguns teóricos para entender a
importância da afetividade e da emoção no processo de aprendizagem, no dia a dia
escolar e no gerenciamento de conflitos. O objetivo foi desenvolver com a
comunidade escolar um repensar sobre nossas atitudes e nossos comportamentos,
perante os desafios e conflitos, de forma a diminuir as ansiedades e as aflições que
assolam o ambiente escolar e que, diretamente ou indiretamente, interferem no
processo pedagógico.
PALAVRAS CHAVE: afetividade; emoção; gerenciando conflitos.
1 Professora Pedagoga PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional-2009/2011)- Universidade
Estadual de Londrina _ UEL 2 Professora Doutora; docente do Departamento de Educação Mestrado em Educação na
Universidade Estadual de Londrina (UEL); Co-autora deste artigo
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ABSTRACT
This article’s subject is about a theme that has not been contemplated on the
discussions about school, teaching and learning. The lack of these discussions
contributes to the teacher’s and students’ emotional unease that makes the
relationship inside the school very aggressive. Through these studies we try to
understand what has been happening with the human being: why so much
aggressiveness, so emotional unease? Why people are acting and reacting
impetuously and in an aggressive way? The situation on the contemporary world its
implication to the education process and to the teacher’s reality interferes into de
pedagogical process. We use some theorist to understand the importance of the
affection and the emotion on the learning process, on the school’s daily routine and
to manage conflicts. The purpose is to develop with the school community a way to
rethink about our attitudes, our behaviour before challenges and conflicts, in a way to
reduce the anxieties and worrying present in the school, environment that direct or
indirectly, interfere into the pedagogical process.
KEYWORD: affectivity, emotion, managing conflicts.
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INTRODUÇÃO
O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria de
Estado da Educação do Paraná, SEED, instituído no ano de 2007, apresenta uma
nova concepção de Formação Continuada para os professores da rede estadual de
ensino, vinculando a teoria e a prática e também a instrumentalização tecnológica.
O objetivo é que, no decorrer do processo e com a orientação dos docentes
das Universidades Estaduais do Paraná, os professores realizem estudos e
trabalhos que possam ajudar na melhoria do processo de ensino e aprendizagem
nas escolas. Com isto, o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)
apresenta em sua estrutura etapas fundamentais tais como: Projeto de Pesquisa,
Produção de Material Pedagógico, Grupo de Trabalho em Rede, Projeto de
Implementação Pedagógica na Escola e, no final do curso, a apresentação do Artigo
Científico.
Em nosso caso, a implementação do projeto na escola durou mais ou menos
três meses. Utilizamo-nos do Material Didático-Pedagógico produzido na etapa
anterior cujos conteúdos e estratégias focavam para a importância do
gerenciamento de conflitos no processo de formação continuada de professores.
Este artigo científico apresenta os resultados de todo o processo vivenciado
no PDE que teve seu início no ano de dois mil e nove e encerrar-se em dois mil e
onze com apresentação do mesmo.
Estamos vivendo em um mundo no qual os conflitos são recorrentes tanto
em sua forma verbal e/ou física. No ambiente escolar a situação não é diferente.
Presenciamos, ouvimos ou assistimos, através da mídia, aos inúmeros casos de
agressões de alunos contra alunos, alunos contra professores ou professores contra
alunos. Nesse sentido, sentimos necessidade de buscar caminhos e maneiras de
amenizar tal problemática para que não cheguemos ao caos.
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O professor nem sempre se encontra preparado para lidar com esta
situação. Como alerta Zeichner (1993, p. 17), “independentemente do que fazemos
nos programas de formação de professores e do modo que o fazemos, no melhor
dos casos só podemos preparar os professores para começarem a lecionar”.
Neste sentido, reforça Silva (1994, p.46) “é preciso que o professor tenha
condições para que ele próprio construa seu conhecimento sobre seu próprio
trabalho”. Esta prerrogativa se aplica também à forma de lidar com os conflitos no
cotidiano escolar. Um dos caminhos possíveis baseia-se na proposição de debates,
reflexões e discussões sobre situações que interferem no fazer profissional,
buscando teorias que auxiliem não só no entendimento dos conflitos, mas que
apresentem suporte para mediação ou resolução dos mesmos.
Na sociedade capitalista, na qual a produção e o consumo ditam as regras
de convivência, o homem contemporâneo tornou-se excessivamente consumista e
individualista. Paralelamente, aumentam os conflitos de ordem interpessoal e
também os índices de violência. Tais aspectos estão presentes também no ambiente
educacional.
Os professores são colocados no centro desta discussão, ora como
potenciais responsáveis pela violência escolar, ora como vítimas neste processo.
Por sua vez, ampliam as reflexões que apontam a responsabilidade da família neste
processo. Para alguns autores;
a família nas últimas décadas não tem assumido satisfatoriamente o seu papel de cuidadora, protetora, direcionando o comportamento dos filhos no sentido de seguir certos princípios morais e adquirir uma ampla gama de comportamentos que garanta independência, autonomia e responsabilidade, (GOMIDE, 2003, p. 21).
Sendo a escola uma instituição educacional, faz-se necessário que os
indivíduos respeitem as convenções sociais, condição básica para desenvolvimento
de um ambiente de harmonia e de paz. De forma dialética, é dentro de um ambiente
de harmonia e com paz que o indivíduo pode se sentir valorizado e abrir-se para a
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complexidade do conhecimento. Como resultado amplia-se as possibilidades de
aprendizagem. Portanto, o espaço escolar é contraditório: ao mesmo tempo em que
se espera dos alunos que estes venham com valores sociais desenvolvidos no
âmbito familiar também é, necessário, paralelamente, que a escola seja um
ambiente no qual o sujeito possa também aprender novas regras de socialização.
Se o ser humano é um ser inacabado, devemos pensar na educação como
um constante processo de construção e reconstrução, ou seja, uma prática mediante
a qual os homens estão e vão se construindo no decorrer do tempo. Portanto, o
trabalho do professor neste contexto é muito importante. Para Chalita:
A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor. (2001, p. 148)
O professor considerado como formador de cidadãos precisa estar atento,
revendo sua prática e ao mesmo tempo não descuidar de si. A sociedade é dinâmica
e obriga o professor a ficar vigilante, para não se tornar um profissional retrógrado
ou então cair no modismo frente às mais diversas inovações pedagógicas.
Um dos caminhos a seguir neste processo é o de repensar constantemente
a sua prática, é reconhecer alguns conflitos educacionais e envolver-se em uma
interpretação mais profunda sobre a realidade. Neste sentido, os embates de ideias
podem se tornar positivos e indicar visualizar caminhos possíveis para o fazer
pedagógico. Este caminho nos libertaria para pensarmos em outras possibilidades
para a escola. Conforme Garcia:
Isto me faz perguntar: será que as certezas que tínhamos que se revelaram falsas, são melhores do que a incerteza com a qual navegamos atualmente? Perda ou libertação? Creio em ambas. Perda porque muita esperança se depositou no que se perdeu. Libertação porque, livres das amarras de um projeto predeterminado
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por pressupostos rígidos, respaldados em uma legitimidade científica, estamos abertos a novas aventuras. (2000, p. 60)
Ampliando o pensamento de Garcia podemos nos indagar: que tipo de homens queremos? Nesse sentido,
Falar da educação, de seus problemas e sua importância é falar do homem,
de suas aflições, angústias, necessidade, realizações e esperanças. Seja qual
for a tendência pedagógica que seguimos ou a escola filosófica que
expressamos, sempre carregamos conosco uma determinada concepção de
homem. Daquilo que pensamos do homem, de como o queremos, de como o
concebemos, vão determinar nossos procedimentos na educação. Se
quisermos o homem livre lutaremos para isso, se concebermos o homem
sem liberdade continuaremos com nossas formas massificadoras de fazer
educação. (NOGARO, Arnaldo. Apud ZANCANARO, Lourenço, 2009)
Os teóricos entendem como importantes as questões afetivas e emocionais,
não só para aprendizagem do conhecimento sistematizado, mas também para o
bom relacionamento entre as pessoas de um modo geral, que convivem além do
ambiente escolar. Entendemos que bons sentimentos, boas emoções nos leva a um
desenvolvimento pleno como ser humano.
A escola ainda é um espaço onde se processa o ensino sistematizado e, ao
mesmo tempo, um espaço social de interação de uns com os outros através de
aprendizagens. Por isso faz-se necessário um processo educativo que busque o
resgate da dimensão valorativa do sentimento, da emoção, da espiritualidade e da
qualidade de vida. Vivemos em um mundo com poderosas revoluções como a
globalização, o conhecimento científico se aprimorando e, cada vez mais, afetando o
ensinar e o aprender, a era digital envolvendo realidade virtual, programas de
mensagens instantâneas e redes sociais. O ser humano está envolto em vários
desafios do mundo moderno e o espaço escolar também faz parte desse contexto.
Alguns desafios muitas vezes, por não darmos conta e não estarmos
preparados para lidar com os mesmos transformam-se em sérios conflitos, e, por
consequência, desencadeiam comportamentos e/ou atitudes nada convencionais
para uma convivência saudável e preservação da espécie humana.
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FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI
O mundo vem se transformando e evoluindo numa condição cada vez mais
rápida em todos os aspectos com a globalização, as novas tecnologias tomando
conta das empresas, das residências e da vida humana. Por outro lado, temos a
Medicina com novas descobertas em relação às doenças, aos remédios, cirurgias
através de vídeos e outros, bem como a Neurociência estudando e buscando
desvendar os mistérios, as funções do cérebro e da mente humana.
Neste contexto de mundo, de aceleradas inovações, a educação também
deverá ser um processo de constante repensar, construir e reconstruir. A prática
pedagógica precisa dialogar com o fazer humano ao longo do tempo, pensar sobre
as satisfações humanas, de um ser que é provido de sentimento e emoção.
Assim, “o professor é o grande agente do processo educacional”, diz Gabriel
Chalita, em seu livro Educação – a solução está no afeto. Ele prossegue:
A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol – sem negar a importância de todo esse instrumental –, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor. (2001, p. 148)
Existem algumas pessoas que acreditam que o computador fará o papel do
professor e que, nesta era em que a informação chega de muitas maneiras, o
professor se tornará um profissional desnecessário. Porém, Chalita responde:
O computador nunca substituirá o professor. Por mais evoluída que seja a máquina, por mais que a robótica profetize evoluções fantásticas, há um dado que não pode ser desconsiderado: a máquina reflete e não é capaz de dar afeto, de passar emoção, de vibrar com a conquista de cada aluno. Isso é um privilégio humano. (2001, p. 148)
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Vivemos num mundo onde a cada dia surgem novas descobertas. Portanto,
as inovações pedagógicas já fazem parte do cotidiano escolar: novos teóricos,
novas ideias, novas metodologias, reformulações de conceitos educacionais
carregados de supostas soluções para enfrentamento dos novos desafios
educacionais. Descarta o antigo, o novo passa a fazer parte do processo
pedagógico, sem repensar, sem reflexão e criticidade. O professor, considerado
como formador de cidadãos precisa estar atento, revendo sua prática, não descuidar
de si, pois ele também faz parte da história que está em constante construção. Para
o professor se tornar um profissional com equilíbrio e ponderação em sua prática,
não é tão fácil. Cada nova mudança que ocorre vem carregada de inseguranças, só
o conhecido nos é seguro; o novo sempre nos reporta insegurança.
A [...] idéia de recuperação, por parte dos professores e de qualquer agente educativo, do controle sobre seu processo de trabalho, desvalorizado em conseqüência da fragmentação organizativa e curricular, do isolamento, da autonomia fictícia e da rotinização e mecanização laboral. O objetivo consiste em fortalecer os professores e professoras para aumentar sua (auto) consideração. E esse objetivo é alcançado mediante a colaboração e participação de todos. Não há democracia sem participação. (IMBERNÓN, 2000, p. 80,)
O importante é reconhecer que alguns conflitos educacionais possibilitam
um repensar mais profundo, pois através deles os embates de ideias podem se
tornar positivos, na realidade, é a busca de possíveis caminhos ou solução para uma
determinada situação.
Isto me faz perguntar: será que as certezas que tínhamos que se revelaram falsas, são melhores do que a incerteza com a qual navegamos atualmente? Perda ou libertação? Creio em ambas. Perda porque muita esperança se depositou no que se perdeu. Libertação porque, livres das amarras de um projeto predeterminado por pressupostos rígidos, respaldados em uma legitimidade científica, estamos abertos a novas aventuras. (GARCIA, 2001, p. 60)
Abrir-se às novas aventuras significa deixar-se invadir por um novo
repensar, refletir, pensar com criticidade, com e no coletivo e principalmente num
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trabalho que seja verdadeiramente participativo, superando um fazer individual e
solitário, com a proposta de valorização e respeito ao ser complexo que somos.
DESENVOLVIMENTO HUMANO
Nós seres humanos temos várias necessidades para um bom
desenvolvimento; comer, beber, vestir, dormir, movimentar-se e outras que
promovem o desenrolar de nossas vidas. Porém existe uma que torna a nossa vida
com mais sentido, mais brilho; a afetividade. O ser humano não vive sem
afetividade, pois é ela que impulsiona o ser à curiosidade, ao aprender e ao bom
relacionamento entre pessoas. A afetividade é a base principal à psique humana,
que faz os seres humanos tornar mais humanos e preocupados com a preservação
da sua espécie.
Num mundo tão individualista, consumista e com tantos conflitos, e alguns
destes conflitos sendo destrutivo à espécie humana, fazem-nos considerar que o
enfrentamento a este desafio só será possível com a união da escola e família. É
urgente à escola, enquanto instituição educacional formal, assumir este
compromisso com a família em geral. A escola e a família devem cuidar desta
formação impondo limites, exigindo o cumprimento de regras e acima de tudo,
acreditando que todos são capazes para enfrentar perdas e frustrações.
Ao entendermos que momentos de afetividade vividos na escola e na família
são fatores determinantes para uma boa aprendizagem, de maneira em geral, e no
desenvolvimento da personalidade sadia, escola e família contribuirão para que
tenhamos jovens interessados na construção de um mundo melhor.
Afetividade
Para que possamos entender o que é afetividade, precisamos antes de tudo
conhecer seu significado.
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Em Ferreira (1986, p. 55), o verbete afetividade está definido da seguinte
forma:
Psic. Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.
Pelo exposto, percebemos que afetividade pode ocorrer de variadas formas;
sua manifestação é complexa e pode ter uma conotação positiva e/ou negativa.
Provavelmente dependendo do grau de afetividade do indivíduo, de como este
indivíduo foi tratado afetivamente, é como serão suas reações. Para o entendimento
de certas reações que percebemos nos seres humanos, precisamos também
conhecer o que é emoção e seu significado.
A emoção é assim definida por Ferreira (1986, p. 634-635): “Psicol. Reação
intensa e breve do organismo a um lance inesperado, a qual se acompanha dum
estado afetivo de conotação penosa ou agradável.”
Com a definição feita pelo autor acima citado, podemos concluir que a
afetividade exerce um papel preponderante na vida do indivíduo, na relação deste
com a vida, e, através da emoção o mesmo vislumbra o seu modo de perceber e de
sentir o mundo. A emoção concretiza, exterioriza, de forma boa ou ruim, o
sentimento que perfaz o interior do indivíduo e a intensidade desta emoção vai ser
determinado pelo grau de afetividade concebida.
Damásio (1996, p. 195) nos diz que:
Não vejo as emoções e os sentimentos como entidades impalpáveis e diáfanas, como tantos insistem em classificá-los. O tema é concreto, e sua relação com sistemas específicos no corpo e no cérebro não é menos notável do que a da visão ou da linguagem.
Para Jean Piaget as questões afetivas são determinantes na aprendizagem,
acelerando ou diminuindo a compreensão referente aos conteúdos escolares. A
afetividade atua como fator motivador para o desenvolvimento cognitivo da criança
(apud LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992, p. 66).
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Henry Wallon (apud GALVÃO, 1995) faz uso do termo emoção. Considera a
emoção como parte natural da criança e esta contagiando o adulto. Para ele quando
uma criança apresenta um emocional muito exacerbado, este pode contaminar as
pessoas que a rodeia, que ela convive, e corromper sua própria aprendizagem. Para
Vygotsky (2003), a afetividade é muito significativa quando vista como fator
propulsor na construção das relações humanas, na interação social e na
aprendizagem.
Damásio (1996, p. 189) afirma que:
Não me parece sensato excluir as emoções e os sentimentos de qualquer concepção geral da mente, muito embora seja exatamente o que vários estudos científicos e respeitáveis fazem quando separam as emoções e os sentimentos dos tratamentos dos sistemas cognitivos... Os sentimentos são tão cognitivos como qualquer outra imagem perceptual e tão dependente do córtex cerebral como qualquer outra imagem.
Educação da emoção
Daniel Goleman (2007) retoma uma discussão sobre as questões
emocionais interferindo no sucesso ou insucesso das pessoas, sejam no campo
escolar, profissional, familiar ou outros. Em qualquer situação que envolva
relacionamento entre pessoas, a emoção se fará presente, determinando um
relacionamento de qualidade ou não, pois afabilidade, compreensão e gentileza
colaboram para um ambiente saudável.
Goleman (2007), através dos seus estudos e pesquisas, demonstra que
nossas emoções, além de interferir, são também responsáveis pelas atitudes que
tomamos diante de certos acontecimentos no nosso dia a dia e, assim, geram
comportamentos com resultados positivos ou negativos. O autor afirma:
Uma visão da natureza que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas. Como sabemos por experiência própria, quando se trata de moldar nossas decisões e ações, a emoção pesa tanto – e às vezes muito mais – quanto à
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razão. Fomos longe demais quando enfatizamos o valor e a importância do puramente racional – do que mede o QI – na vida humana. Para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum. (GOLEMAN, 2007, p. 30)
O autor cita que a raiva, a tristeza e a alegria são os sentimentos mais fortes
do homem e, infelizmente, no contexto atual, com tanta violência e conflitos
generalizados, percebemos que raiva e tristeza têm se materializado nas atitudes
das pessoas, mas o que menos se tem visto são atitudes que expressem o
sentimento da alegria. O mesmo faz alerta e dá dicas sobre a problemática da falta
de uma educação voltada para as questões emocionais. Também o psiquiatra
Augusto Cury faz colocações referentes às doenças emocionais que vêm tomando
conta do mundo contemporâneo e enfatiza que o professor não está imune a tais
doenças. Cury (2008) vê certa urgência em conhecermos e aprendermos a lidar com
nossas emoções de maneira a ajudar nossos alunos, nossos filhos, nossos colegas
de trabalho, enfim, os que fazem parte do nosso convívio.
GERENCIANDO CONFLITOS
Nossas atitudes e ações revelam o grau de afetividade e emoção que está
imbuído em nosso ser, seja prazer, satisfação, alegria, agrado ou ao contrário –
sentimentos carregados de insatisfações e tristezas. Quando conseguimos
identificar, desenvolvemos uma capacidade de “confortar-se, de livrar-se da
ansiedade, tristeza ou irritabilidade” (GOLEMAN, 2007, p.67), assim gerenciamos os
conflitos intrapessoais. Mas não basta gerenciar somente os próprios conflitos; faz-
se necessário lidar com os conflitos externos.
Para isso o autor aconselha o autocontrole emocional, o que significa conter
a impulsividade. Resolver conflitos, principalmente em uma situação onde o teor das
emoções de várias pessoas é muito forte, pode não dar resultados favoráveis a
ninguém. Neste momento é conveniente primeiro reconhecer as emoções nos
outros, tornar-se empático, sensível em perceber o quê o outro precisa ou quer. Ao
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aprender a conhecer e a lidar com as nossas emoções e com as dos outros, a
capacidade em gerenciar conflitos tende a aumentar e o ambiente passa a ser mais
tranquilo. Num ambiente de tranquilidade e harmonia o trabalho passa a ser mais
criativo e produtivo, criando condições para o desenvolvimento de um processo de
ensino e aprendizagem mais agradável e de qualidade.
O problema maior que estamos enfrentando nas escolas é o fato de as
mesmas focarem com maior intensidade o desenvolvimento da inteligência racional
(GOLEMAN, 2007).
A abordagem de Cury (2008) não remete diretamente à inteligência
emocional, mas à sua discussão sobre código da inteligência e sobre a influência
das emoções no nosso comportamento aproxima-se das ideias de Goleman,
principalmente quanto aos conflitos escolares e familiares.
Rangel (2005, p. 40) enfatiza a importância de o relacionamento interpessoal
no fazer pedagógico. O autor afirma que:
Nesse sentido a aproximação conseguida através de um relacionamento interpessoal positivo irá conseguir um objetivo mais amplo e fundamental para o processo de construção de conhecimento, que é a busca do equilíbrio entre as habilidades formais e relacionais do professor, como fator decisivo para o desenvolvimento integral do aluno. Isso permite entendermos que ao interagirmos com os outros, as nossas construções racionais também enfatizem o resultado das emoções envolvidas neste processo de aproximação, pois na verdade, só conquistamos realmente alguém se a emoção nortear os nossos procedimentos e técnicas. (RANGEL, 2005, p. 43 - 44)
Conflitos sempre existiram e sempre existirão, fazem parte da vida e do
relacionamento humanos e até mesmo do desenvolvimento da humanidade. Mas
podemos identificar, conhecer e aprender a lidar com nossas emoções, para, então,
saber gerenciar os conflitos que não são benéficos e assolam o ambiente escolar.
Os profissionais da educação precisam ter consciência da importância de “educar”
as emoções e fazer com que os alunos também se tornem aptos a lidar com as
frustrações, negociar com os outros e reconhecer as próprias angústias e medos.
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A escola, nesse sentido, revendo seus conceitos e paradigmas,
desenvolvendo projetos ou ações, nos quais professores e alunos possam entender
a importância da afetividade e da emoção na resolução de conflitos, constrói uma
referência – um ambiente emocionalmente bom para todas as aprendizagens – para
uma vida humana mais saudável.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Com Professores
Num primeiro momento, foi feito um breve estudo da história da formação de
docentes no Brasil: como ocorreu, quando, de que forma – Tendências Pedagógicas
–, influências do mundo capitalista e a globalização. Foi um momento de reflexão, de
reconhecer os desafios da educação e como os educadores tem lidado com o
contexto atual. Verificamos se a escola de hoje reflete ou não o que de fato pode ser
chamado de Educação de Qualidade, se em algum momento da história as políticas
públicas e a formação docente estiveram voltadas para que isso deixasse de ser
ideal para ser real.
Num segundo momento, através de algumas vivências de professores,
relatos de como estão lidando com o atual contexto educacional – conflitos, seja de
ordem pessoal e ou profissional –, discutimos e avaliamos algumas teorias que
afirmam a importância da afetividade, neste caso das emoções, para o ensino-
aprendizagem, para o desenvolvimento do indivíduo em todos os aspectos.
Realizamos uma pesquisa com professores, funcionários e equipe técnico-
pedagógica para saber o que é mais relevante: o complicador, o ponto principal que
leva a tais conflitos escolares e, na análise deles, o que poderia ser feito. Com os
dados em mãos e tabulados e situações reais de conflito foi proposto para o grupo
resolver, criar possibilidades de resolução de conflitos de forma que todos ficassem
bem, sem danos morais e dentro da ética, utilizando as teorias estudadas no
primeiro momento. Também apresentamos ao grupo a forma como algumas escolas
estão procurando resolver a questão da violência escolar.
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Na segunda parte do trabalho prático, conhecendo as teorias que dissertam
sobre afetividade e emoção, trabalhando com simulações e resolução de conflito,
repassamos aos professores algumas atividades com questões implícitas sobre
afetividade, na qual eles trabalhassem a emoção do aluno de forma a educá-lo a
fazer uso da mesma em prol de atitudes e comportamentos que favoreçam um bom
relacionamento e ambiente harmonioso.
Após os trabalhos com alunos, os professores reunidos discutiram, refletiram
e avaliaram o trabalho sobre o que sentiram, quais dificuldades encontraram, como
perceberam seus alunos. Com a avaliação do trabalho, deixamos claro que
devemos estar atentos no sentido de não cair no comodismo, mas de criar confiança
uns nos outros e nas possibilidades de vencer o trabalho solitário e individualista;
sermos conscientes de que este é um tipo de trabalho cujos benefícios só
aparecerão em médio e em longo prazo, pois todos estão em processo de
aprendizagem. Para alguns professores, ficou claro que afetividade não significa
permissividade e que para a aprendizagem intelectual é muito importante.
Nos encontros foram trabalhadas também algumas dinâmicas que tinham
por objetivo desenvolver, conhecer a si mesmo, conhecer o outro, afetividade, ética,
valores humanos, confiança e cooperação, entre outros.
Com alunos: uma 5ª série, uma 6ª série e uma 7ª série
O objetivo foi trabalhar com alunos algumas atividades que os levassem a se
conhecerem melhor, a aceitar o outro e a ter uma convivência mais saudável no
grupo, percebendo sua importância e o seu papel dentro da escola e fora dela. No
primeiro encontro explicamos para os alunos o projeto e sua importância.
Apresentamo-lhes a importância do autoconhecimento – sua afetividade e suas
emoções – e em seguida foi desenvolvida uma atividade. Produziram um texto sobre
a história da sua vida e momentos marcantes. Após a escrita alguns alunos leram
suas histórias e falaram sobre seus sentimentos, conhecendo a si e aos outros.
Neste primeiro momento percebeu-se a dificuldade dos alunos em falar sobre si.
Falam conversam sobre vários assuntos, mas quando se trata de falar sobre seus
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sentimentos têm dificuldades, ou por timidez ou por não estarem acostumados com
o assunto. Para este encontro fizemos uso da dinâmica “eu e o outro”.
Para o segundo encontro, um grupo de alunos foi convidado a simular uma
situação de conflito (uma pequena peça teatral, conflitos do cotidiano escolar). Os
demais ajudaram no sentido de buscar a melhor forma de resolver, onde ninguém
ficasse prejudicado, humilhado ou insatisfeito. Refletiram com os colegas sobre a
importância do pensar antes de agir, deixar-se levar pelo impulso e colocar-se no
lugar do outro. Para este encontro utilizamos duas dinâmicas de grupo: história
substantivada – jogo comunitário – e conhecimento pessoal.
Para o terceiro e último encontro os alunos foram divididos em pequenos
grupos – máximo de seis alunos – e cada um recebeu materiais tais como: lápis
colorido, lápis de cera, argila, massa de modelar, jornal, revista, cola e outros. O
grupo teve que construir algum objeto de arte de livre escolha, sem interferência. Os
grupos tiveram algumas dificuldades para entrarem num consenso. Ao término os
alunos fizeram a apresentação explicando como foi trabalhar com seus sentimentos
e com os dos outros, simultaneamente. O objetivo desta atividade era possibilitar o
desenvolvimento de um relacionamento interpessoal mais saudável e que também
fossem capazes de reconhecer a emoção do outro. Para esta atividade usamos a
dinâmica “o amor vence barreiras”.
Com os familiares dos alunos
As famílias dos alunos foram convidadas para participar e conhecer sua
importância no processo de formação dos filhos. O objetivo foi de firmar parceria
entre escola e família na educação.
Os encontros deveriam ser no período noturno, mas não foi possível, pois
alguns dos responsáveis pelos alunos ou trabalhavam ou estudavam neste turno.
Assim, trabalhamos com pequenos grupos no período da tarde dentro das
possibilidades, conforme compareciam na instituição para saber do aluno.
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Para iniciar foi necessária a apresentação da pedagoga ao grupo e do grupo
para mesma, uma vez que era o primeiro ano da pedagoga na escola, apresentação
do projeto e sua importância na educação escolar e familiar.
Estabeleceu-se um contrato com as famílias para que passassem a
colaborar com desenvolvimento do referido projeto e sua participação. Isto posto,
passamos para a discussão sobre a temática: afetividade e emoção, questionando à
família o que entendiam sobre o assunto. O que significa para o relacionamento
familiar? Como têm administrado a questão com seus pares, familiares? Para estas
questões verificou-se a estranheza que tinham em relação ao assunto, uns
colocando até que nunca ninguém tinha relacionado a afetividade e a emoção com o
desenvolvimento e o relacionamento escolar do filho e que era muito interessante
falar sobre o assunto.
Ao final foram feitos uma breve exposição sobre o que dizem os teóricos em
relação ao assunto, a apresentação de alguns textos dos alunos, com um pedido
aos pais para que olhassem e identificassem qual era o do seu filho. Alguns ficaram
surpresos com o que leram em relação ao aluno (filho ou filha).
Retomamos a conversa perguntando: foi fácil ou difícil, no meio de tantos,
descobrirem qual é do seu filho? Será que conheço bem meu(s) filho(s), presto
atenção nas atitudes e nas ações dele(s)? E minhas atitudes e minhas ações
perante meus filhos, como são? Alguns falaram sobre a angústia de não ter tempo
suficiente para cuidar melhor do filho, para dar mais atenção devido às
necessidades financeiras, outros fizeram observações sobre nossas falhas – nós
adultos –, não darmos importância ao bom relacionamento entre as pessoas e com
isto as crianças e os jovens não aprendem o correto, o que deveria ser.
Num segundo momento com alguns dos familiares, levantamos hipóteses
sobre a origem e sobre as possibilidades de solução, lembrando sempre da
fundamentação teórica sobre o assunto afetividade, emoção e gerenciamento de
conflitos.
O último encontro foi promovido para dialogar com os responsáveis sobre a
experiência vivida. Como se sentiram com os novos conhecimentos, deixando o
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convite a estarem sempre atentos ao desenvolvimento dos filhos, dialogando,
colocando limites e regras com esclarecimento, divertindo juntos sempre que for
possível. Enfim, amar, cuidar e proteger sem ser permissivo e sim com “amor
exigente”.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do trabalho e dos estudos realizados, foi possível observar que
alguns temas, como por exemplo, a afetividade e a emoção, têm um enorme peso
para o ensino, a aprendizagem, as relações entre professores/alunos, alunos/alunos,
enfim, não se restringindo à sala de aula mas a todo ambiente escolar e fora dele.
Estes temas são muito importantes no auxílio para o gerenciamento de conflitos e
nos dá base e estrutura emocional. Ao entender que afetividade não é
permissividade, que emoções precisam ser controladas, conseguimos assim
gerenciar os conflitos com mais tranquilidade e conhecimento.
Portanto, a prática pedagógica precisa estar voltada para a resolução de
conflitos de maneira a permitir o bem-estar por meio do diálogo que
consequentemente promoverá a pacificação e a inclusão dos envolvidos.
Consequentemente percebeu-se também que o conflito está presente no
nosso dia a dia, tanto no ambiente escolar como além dele, que é preciso enfrentá-lo
e resolver de maneira que não existam perdedores, e sim, ganhadores.
O gerenciamento de conflitos contribui para diminuição da agressividade e
violência escolar, melhorando a convivência entre os pares e possibilitando o bom
desenvolvimento do ensino, da aprendizagem, do autoconhecimento e de um
pensamento crítico com respeito e tolerância ao outro.
Faz-se necessária a continuidade do projeto para que possamos perceber
resultados consideráveis. Quando falamos em mudanças de comportamento temos
que ter em mente que ninguém muda ninguém, mas, podemos mudar juntos e ainda
assim requer vontade de todas as partes envolvidas e um bom tempo para
assimilação e aprendizagem.
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Deverá ser um processo contínuo de ação, reflexão e avaliação das nossas
atitudes perante nossos comportamentos, perante os desafios e conflitos, de forma a
diminuir as ansiedades e aflições que assolam o ambiente escolar o que atrapalha o
desempenho do aluno. Quando então uma boa parte dos envolvidos tiver clareza da
importância da afetividade e do controle da emoção para o desenvolvimento
intelectual, provavelmente o ensino e a aprendizagem avançarão em termos de
qualidade educacional.
REFERÊNCIAS
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