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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

ARTIGO CIENTÍFICO

FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI: GERENCIANDO CONFLITOS

Área: Pedagogia

Professora PDE: Margarida Lúcia de Souza

Professora Orientadora: Profª. Drª. Sandra Regina Ferreira de Oliveira

IES Vinculada: Universidade Estadual de Londrina (UEL)

MATINHOS

2011

1

FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI: GERENCIANDO CONFLITOS

Margarida Lúcia de Souza1

Sandra Regina Ferreira de Oliveira2

RESUMO

Este artigo trata de um tema que não tem sido contemplado nas discussões

sobre escola, ensino e aprendizagem. A falta destas discussões contribui para o

mal-estar docente e discente, tornando o relacionamento dentro da escola carregado

de agressividade. Através dos estudos buscamos compreender o que vem

ocorrendo com o ser humano: por que tanta agressividade, tanto mal estar? Por que

as pessoas estão agindo e reagindo impulsivamente e agressivamente? A situação

do mundo contemporâneo, sua implicação na educação e na realidade do professor

interfere no fazer pedagógico. Utilizamos alguns teóricos para entender a

importância da afetividade e da emoção no processo de aprendizagem, no dia a dia

escolar e no gerenciamento de conflitos. O objetivo foi desenvolver com a

comunidade escolar um repensar sobre nossas atitudes e nossos comportamentos,

perante os desafios e conflitos, de forma a diminuir as ansiedades e as aflições que

assolam o ambiente escolar e que, diretamente ou indiretamente, interferem no

processo pedagógico.

PALAVRAS CHAVE: afetividade; emoção; gerenciando conflitos.

1 Professora Pedagoga PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional-2009/2011)- Universidade

Estadual de Londrina _ UEL 2 Professora Doutora; docente do Departamento de Educação Mestrado em Educação na

Universidade Estadual de Londrina (UEL); Co-autora deste artigo

2

ABSTRACT

This article’s subject is about a theme that has not been contemplated on the

discussions about school, teaching and learning. The lack of these discussions

contributes to the teacher’s and students’ emotional unease that makes the

relationship inside the school very aggressive. Through these studies we try to

understand what has been happening with the human being: why so much

aggressiveness, so emotional unease? Why people are acting and reacting

impetuously and in an aggressive way? The situation on the contemporary world its

implication to the education process and to the teacher’s reality interferes into de

pedagogical process. We use some theorist to understand the importance of the

affection and the emotion on the learning process, on the school’s daily routine and

to manage conflicts. The purpose is to develop with the school community a way to

rethink about our attitudes, our behaviour before challenges and conflicts, in a way to

reduce the anxieties and worrying present in the school, environment that direct or

indirectly, interfere into the pedagogical process.

KEYWORD: affectivity, emotion, managing conflicts.

3

INTRODUÇÃO

O Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE – da Secretaria de

Estado da Educação do Paraná, SEED, instituído no ano de 2007, apresenta uma

nova concepção de Formação Continuada para os professores da rede estadual de

ensino, vinculando a teoria e a prática e também a instrumentalização tecnológica.

O objetivo é que, no decorrer do processo e com a orientação dos docentes

das Universidades Estaduais do Paraná, os professores realizem estudos e

trabalhos que possam ajudar na melhoria do processo de ensino e aprendizagem

nas escolas. Com isto, o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE)

apresenta em sua estrutura etapas fundamentais tais como: Projeto de Pesquisa,

Produção de Material Pedagógico, Grupo de Trabalho em Rede, Projeto de

Implementação Pedagógica na Escola e, no final do curso, a apresentação do Artigo

Científico.

Em nosso caso, a implementação do projeto na escola durou mais ou menos

três meses. Utilizamo-nos do Material Didático-Pedagógico produzido na etapa

anterior cujos conteúdos e estratégias focavam para a importância do

gerenciamento de conflitos no processo de formação continuada de professores.

Este artigo científico apresenta os resultados de todo o processo vivenciado

no PDE que teve seu início no ano de dois mil e nove e encerrar-se em dois mil e

onze com apresentação do mesmo.

Estamos vivendo em um mundo no qual os conflitos são recorrentes tanto

em sua forma verbal e/ou física. No ambiente escolar a situação não é diferente.

Presenciamos, ouvimos ou assistimos, através da mídia, aos inúmeros casos de

agressões de alunos contra alunos, alunos contra professores ou professores contra

alunos. Nesse sentido, sentimos necessidade de buscar caminhos e maneiras de

amenizar tal problemática para que não cheguemos ao caos.

4

O professor nem sempre se encontra preparado para lidar com esta

situação. Como alerta Zeichner (1993, p. 17), “independentemente do que fazemos

nos programas de formação de professores e do modo que o fazemos, no melhor

dos casos só podemos preparar os professores para começarem a lecionar”.

Neste sentido, reforça Silva (1994, p.46) “é preciso que o professor tenha

condições para que ele próprio construa seu conhecimento sobre seu próprio

trabalho”. Esta prerrogativa se aplica também à forma de lidar com os conflitos no

cotidiano escolar. Um dos caminhos possíveis baseia-se na proposição de debates,

reflexões e discussões sobre situações que interferem no fazer profissional,

buscando teorias que auxiliem não só no entendimento dos conflitos, mas que

apresentem suporte para mediação ou resolução dos mesmos.

Na sociedade capitalista, na qual a produção e o consumo ditam as regras

de convivência, o homem contemporâneo tornou-se excessivamente consumista e

individualista. Paralelamente, aumentam os conflitos de ordem interpessoal e

também os índices de violência. Tais aspectos estão presentes também no ambiente

educacional.

Os professores são colocados no centro desta discussão, ora como

potenciais responsáveis pela violência escolar, ora como vítimas neste processo.

Por sua vez, ampliam as reflexões que apontam a responsabilidade da família neste

processo. Para alguns autores;

a família nas últimas décadas não tem assumido satisfatoriamente o seu papel de cuidadora, protetora, direcionando o comportamento dos filhos no sentido de seguir certos princípios morais e adquirir uma ampla gama de comportamentos que garanta independência, autonomia e responsabilidade, (GOMIDE, 2003, p. 21).

Sendo a escola uma instituição educacional, faz-se necessário que os

indivíduos respeitem as convenções sociais, condição básica para desenvolvimento

de um ambiente de harmonia e de paz. De forma dialética, é dentro de um ambiente

de harmonia e com paz que o indivíduo pode se sentir valorizado e abrir-se para a

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complexidade do conhecimento. Como resultado amplia-se as possibilidades de

aprendizagem. Portanto, o espaço escolar é contraditório: ao mesmo tempo em que

se espera dos alunos que estes venham com valores sociais desenvolvidos no

âmbito familiar também é, necessário, paralelamente, que a escola seja um

ambiente no qual o sujeito possa também aprender novas regras de socialização.

Se o ser humano é um ser inacabado, devemos pensar na educação como

um constante processo de construção e reconstrução, ou seja, uma prática mediante

a qual os homens estão e vão se construindo no decorrer do tempo. Portanto, o

trabalho do professor neste contexto é muito importante. Para Chalita:

A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol - sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor. (2001, p. 148)

O professor considerado como formador de cidadãos precisa estar atento,

revendo sua prática e ao mesmo tempo não descuidar de si. A sociedade é dinâmica

e obriga o professor a ficar vigilante, para não se tornar um profissional retrógrado

ou então cair no modismo frente às mais diversas inovações pedagógicas.

Um dos caminhos a seguir neste processo é o de repensar constantemente

a sua prática, é reconhecer alguns conflitos educacionais e envolver-se em uma

interpretação mais profunda sobre a realidade. Neste sentido, os embates de ideias

podem se tornar positivos e indicar visualizar caminhos possíveis para o fazer

pedagógico. Este caminho nos libertaria para pensarmos em outras possibilidades

para a escola. Conforme Garcia:

Isto me faz perguntar: será que as certezas que tínhamos que se revelaram falsas, são melhores do que a incerteza com a qual navegamos atualmente? Perda ou libertação? Creio em ambas. Perda porque muita esperança se depositou no que se perdeu. Libertação porque, livres das amarras de um projeto predeterminado

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por pressupostos rígidos, respaldados em uma legitimidade científica, estamos abertos a novas aventuras. (2000, p. 60)

Ampliando o pensamento de Garcia podemos nos indagar: que tipo de homens queremos? Nesse sentido,

Falar da educação, de seus problemas e sua importância é falar do homem,

de suas aflições, angústias, necessidade, realizações e esperanças. Seja qual

for a tendência pedagógica que seguimos ou a escola filosófica que

expressamos, sempre carregamos conosco uma determinada concepção de

homem. Daquilo que pensamos do homem, de como o queremos, de como o

concebemos, vão determinar nossos procedimentos na educação. Se

quisermos o homem livre lutaremos para isso, se concebermos o homem

sem liberdade continuaremos com nossas formas massificadoras de fazer

educação. (NOGARO, Arnaldo. Apud ZANCANARO, Lourenço, 2009)

Os teóricos entendem como importantes as questões afetivas e emocionais,

não só para aprendizagem do conhecimento sistematizado, mas também para o

bom relacionamento entre as pessoas de um modo geral, que convivem além do

ambiente escolar. Entendemos que bons sentimentos, boas emoções nos leva a um

desenvolvimento pleno como ser humano.

A escola ainda é um espaço onde se processa o ensino sistematizado e, ao

mesmo tempo, um espaço social de interação de uns com os outros através de

aprendizagens. Por isso faz-se necessário um processo educativo que busque o

resgate da dimensão valorativa do sentimento, da emoção, da espiritualidade e da

qualidade de vida. Vivemos em um mundo com poderosas revoluções como a

globalização, o conhecimento científico se aprimorando e, cada vez mais, afetando o

ensinar e o aprender, a era digital envolvendo realidade virtual, programas de

mensagens instantâneas e redes sociais. O ser humano está envolto em vários

desafios do mundo moderno e o espaço escolar também faz parte desse contexto.

Alguns desafios muitas vezes, por não darmos conta e não estarmos

preparados para lidar com os mesmos transformam-se em sérios conflitos, e, por

consequência, desencadeiam comportamentos e/ou atitudes nada convencionais

para uma convivência saudável e preservação da espécie humana.

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FORMAÇÃO CONTINUADA NO SÉCULO XXI

O mundo vem se transformando e evoluindo numa condição cada vez mais

rápida em todos os aspectos com a globalização, as novas tecnologias tomando

conta das empresas, das residências e da vida humana. Por outro lado, temos a

Medicina com novas descobertas em relação às doenças, aos remédios, cirurgias

através de vídeos e outros, bem como a Neurociência estudando e buscando

desvendar os mistérios, as funções do cérebro e da mente humana.

Neste contexto de mundo, de aceleradas inovações, a educação também

deverá ser um processo de constante repensar, construir e reconstruir. A prática

pedagógica precisa dialogar com o fazer humano ao longo do tempo, pensar sobre

as satisfações humanas, de um ser que é provido de sentimento e emoção.

Assim, “o professor é o grande agente do processo educacional”, diz Gabriel

Chalita, em seu livro Educação – a solução está no afeto. Ele prossegue:

A alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol – sem negar a importância de todo esse instrumental –, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor. (2001, p. 148)

Existem algumas pessoas que acreditam que o computador fará o papel do

professor e que, nesta era em que a informação chega de muitas maneiras, o

professor se tornará um profissional desnecessário. Porém, Chalita responde:

O computador nunca substituirá o professor. Por mais evoluída que seja a máquina, por mais que a robótica profetize evoluções fantásticas, há um dado que não pode ser desconsiderado: a máquina reflete e não é capaz de dar afeto, de passar emoção, de vibrar com a conquista de cada aluno. Isso é um privilégio humano. (2001, p. 148)

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Vivemos num mundo onde a cada dia surgem novas descobertas. Portanto,

as inovações pedagógicas já fazem parte do cotidiano escolar: novos teóricos,

novas ideias, novas metodologias, reformulações de conceitos educacionais

carregados de supostas soluções para enfrentamento dos novos desafios

educacionais. Descarta o antigo, o novo passa a fazer parte do processo

pedagógico, sem repensar, sem reflexão e criticidade. O professor, considerado

como formador de cidadãos precisa estar atento, revendo sua prática, não descuidar

de si, pois ele também faz parte da história que está em constante construção. Para

o professor se tornar um profissional com equilíbrio e ponderação em sua prática,

não é tão fácil. Cada nova mudança que ocorre vem carregada de inseguranças, só

o conhecido nos é seguro; o novo sempre nos reporta insegurança.

A [...] idéia de recuperação, por parte dos professores e de qualquer agente educativo, do controle sobre seu processo de trabalho, desvalorizado em conseqüência da fragmentação organizativa e curricular, do isolamento, da autonomia fictícia e da rotinização e mecanização laboral. O objetivo consiste em fortalecer os professores e professoras para aumentar sua (auto) consideração. E esse objetivo é alcançado mediante a colaboração e participação de todos. Não há democracia sem participação. (IMBERNÓN, 2000, p. 80,)

O importante é reconhecer que alguns conflitos educacionais possibilitam

um repensar mais profundo, pois através deles os embates de ideias podem se

tornar positivos, na realidade, é a busca de possíveis caminhos ou solução para uma

determinada situação.

Isto me faz perguntar: será que as certezas que tínhamos que se revelaram falsas, são melhores do que a incerteza com a qual navegamos atualmente? Perda ou libertação? Creio em ambas. Perda porque muita esperança se depositou no que se perdeu. Libertação porque, livres das amarras de um projeto predeterminado por pressupostos rígidos, respaldados em uma legitimidade científica, estamos abertos a novas aventuras. (GARCIA, 2001, p. 60)

Abrir-se às novas aventuras significa deixar-se invadir por um novo

repensar, refletir, pensar com criticidade, com e no coletivo e principalmente num

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trabalho que seja verdadeiramente participativo, superando um fazer individual e

solitário, com a proposta de valorização e respeito ao ser complexo que somos.

DESENVOLVIMENTO HUMANO

Nós seres humanos temos várias necessidades para um bom

desenvolvimento; comer, beber, vestir, dormir, movimentar-se e outras que

promovem o desenrolar de nossas vidas. Porém existe uma que torna a nossa vida

com mais sentido, mais brilho; a afetividade. O ser humano não vive sem

afetividade, pois é ela que impulsiona o ser à curiosidade, ao aprender e ao bom

relacionamento entre pessoas. A afetividade é a base principal à psique humana,

que faz os seres humanos tornar mais humanos e preocupados com a preservação

da sua espécie.

Num mundo tão individualista, consumista e com tantos conflitos, e alguns

destes conflitos sendo destrutivo à espécie humana, fazem-nos considerar que o

enfrentamento a este desafio só será possível com a união da escola e família. É

urgente à escola, enquanto instituição educacional formal, assumir este

compromisso com a família em geral. A escola e a família devem cuidar desta

formação impondo limites, exigindo o cumprimento de regras e acima de tudo,

acreditando que todos são capazes para enfrentar perdas e frustrações.

Ao entendermos que momentos de afetividade vividos na escola e na família

são fatores determinantes para uma boa aprendizagem, de maneira em geral, e no

desenvolvimento da personalidade sadia, escola e família contribuirão para que

tenhamos jovens interessados na construção de um mundo melhor.

Afetividade

Para que possamos entender o que é afetividade, precisamos antes de tudo

conhecer seu significado.

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Em Ferreira (1986, p. 55), o verbete afetividade está definido da seguinte

forma:

Psic. Conjunto de fenômenos psíquicos que se manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza.

Pelo exposto, percebemos que afetividade pode ocorrer de variadas formas;

sua manifestação é complexa e pode ter uma conotação positiva e/ou negativa.

Provavelmente dependendo do grau de afetividade do indivíduo, de como este

indivíduo foi tratado afetivamente, é como serão suas reações. Para o entendimento

de certas reações que percebemos nos seres humanos, precisamos também

conhecer o que é emoção e seu significado.

A emoção é assim definida por Ferreira (1986, p. 634-635): “Psicol. Reação

intensa e breve do organismo a um lance inesperado, a qual se acompanha dum

estado afetivo de conotação penosa ou agradável.”

Com a definição feita pelo autor acima citado, podemos concluir que a

afetividade exerce um papel preponderante na vida do indivíduo, na relação deste

com a vida, e, através da emoção o mesmo vislumbra o seu modo de perceber e de

sentir o mundo. A emoção concretiza, exterioriza, de forma boa ou ruim, o

sentimento que perfaz o interior do indivíduo e a intensidade desta emoção vai ser

determinado pelo grau de afetividade concebida.

Damásio (1996, p. 195) nos diz que:

Não vejo as emoções e os sentimentos como entidades impalpáveis e diáfanas, como tantos insistem em classificá-los. O tema é concreto, e sua relação com sistemas específicos no corpo e no cérebro não é menos notável do que a da visão ou da linguagem.

Para Jean Piaget as questões afetivas são determinantes na aprendizagem,

acelerando ou diminuindo a compreensão referente aos conteúdos escolares. A

afetividade atua como fator motivador para o desenvolvimento cognitivo da criança

(apud LA TAILLE; OLIVEIRA; DANTAS, 1992, p. 66).

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Henry Wallon (apud GALVÃO, 1995) faz uso do termo emoção. Considera a

emoção como parte natural da criança e esta contagiando o adulto. Para ele quando

uma criança apresenta um emocional muito exacerbado, este pode contaminar as

pessoas que a rodeia, que ela convive, e corromper sua própria aprendizagem. Para

Vygotsky (2003), a afetividade é muito significativa quando vista como fator

propulsor na construção das relações humanas, na interação social e na

aprendizagem.

Damásio (1996, p. 189) afirma que:

Não me parece sensato excluir as emoções e os sentimentos de qualquer concepção geral da mente, muito embora seja exatamente o que vários estudos científicos e respeitáveis fazem quando separam as emoções e os sentimentos dos tratamentos dos sistemas cognitivos... Os sentimentos são tão cognitivos como qualquer outra imagem perceptual e tão dependente do córtex cerebral como qualquer outra imagem.

Educação da emoção

Daniel Goleman (2007) retoma uma discussão sobre as questões

emocionais interferindo no sucesso ou insucesso das pessoas, sejam no campo

escolar, profissional, familiar ou outros. Em qualquer situação que envolva

relacionamento entre pessoas, a emoção se fará presente, determinando um

relacionamento de qualidade ou não, pois afabilidade, compreensão e gentileza

colaboram para um ambiente saudável.

Goleman (2007), através dos seus estudos e pesquisas, demonstra que

nossas emoções, além de interferir, são também responsáveis pelas atitudes que

tomamos diante de certos acontecimentos no nosso dia a dia e, assim, geram

comportamentos com resultados positivos ou negativos. O autor afirma:

Uma visão da natureza que ignore o poder das emoções é lamentavelmente míope. A própria denominação Homo sapiens, a espécie pensante, é enganosa à luz do que hoje a ciência diz acerca do lugar que as emoções ocupam em nossas vidas. Como sabemos por experiência própria, quando se trata de moldar nossas decisões e ações, a emoção pesa tanto – e às vezes muito mais – quanto à

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razão. Fomos longe demais quando enfatizamos o valor e a importância do puramente racional – do que mede o QI – na vida humana. Para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode nos conduzir a lugar nenhum. (GOLEMAN, 2007, p. 30)

O autor cita que a raiva, a tristeza e a alegria são os sentimentos mais fortes

do homem e, infelizmente, no contexto atual, com tanta violência e conflitos

generalizados, percebemos que raiva e tristeza têm se materializado nas atitudes

das pessoas, mas o que menos se tem visto são atitudes que expressem o

sentimento da alegria. O mesmo faz alerta e dá dicas sobre a problemática da falta

de uma educação voltada para as questões emocionais. Também o psiquiatra

Augusto Cury faz colocações referentes às doenças emocionais que vêm tomando

conta do mundo contemporâneo e enfatiza que o professor não está imune a tais

doenças. Cury (2008) vê certa urgência em conhecermos e aprendermos a lidar com

nossas emoções de maneira a ajudar nossos alunos, nossos filhos, nossos colegas

de trabalho, enfim, os que fazem parte do nosso convívio.

GERENCIANDO CONFLITOS

Nossas atitudes e ações revelam o grau de afetividade e emoção que está

imbuído em nosso ser, seja prazer, satisfação, alegria, agrado ou ao contrário –

sentimentos carregados de insatisfações e tristezas. Quando conseguimos

identificar, desenvolvemos uma capacidade de “confortar-se, de livrar-se da

ansiedade, tristeza ou irritabilidade” (GOLEMAN, 2007, p.67), assim gerenciamos os

conflitos intrapessoais. Mas não basta gerenciar somente os próprios conflitos; faz-

se necessário lidar com os conflitos externos.

Para isso o autor aconselha o autocontrole emocional, o que significa conter

a impulsividade. Resolver conflitos, principalmente em uma situação onde o teor das

emoções de várias pessoas é muito forte, pode não dar resultados favoráveis a

ninguém. Neste momento é conveniente primeiro reconhecer as emoções nos

outros, tornar-se empático, sensível em perceber o quê o outro precisa ou quer. Ao

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aprender a conhecer e a lidar com as nossas emoções e com as dos outros, a

capacidade em gerenciar conflitos tende a aumentar e o ambiente passa a ser mais

tranquilo. Num ambiente de tranquilidade e harmonia o trabalho passa a ser mais

criativo e produtivo, criando condições para o desenvolvimento de um processo de

ensino e aprendizagem mais agradável e de qualidade.

O problema maior que estamos enfrentando nas escolas é o fato de as

mesmas focarem com maior intensidade o desenvolvimento da inteligência racional

(GOLEMAN, 2007).

A abordagem de Cury (2008) não remete diretamente à inteligência

emocional, mas à sua discussão sobre código da inteligência e sobre a influência

das emoções no nosso comportamento aproxima-se das ideias de Goleman,

principalmente quanto aos conflitos escolares e familiares.

Rangel (2005, p. 40) enfatiza a importância de o relacionamento interpessoal

no fazer pedagógico. O autor afirma que:

Nesse sentido a aproximação conseguida através de um relacionamento interpessoal positivo irá conseguir um objetivo mais amplo e fundamental para o processo de construção de conhecimento, que é a busca do equilíbrio entre as habilidades formais e relacionais do professor, como fator decisivo para o desenvolvimento integral do aluno. Isso permite entendermos que ao interagirmos com os outros, as nossas construções racionais também enfatizem o resultado das emoções envolvidas neste processo de aproximação, pois na verdade, só conquistamos realmente alguém se a emoção nortear os nossos procedimentos e técnicas. (RANGEL, 2005, p. 43 - 44)

Conflitos sempre existiram e sempre existirão, fazem parte da vida e do

relacionamento humanos e até mesmo do desenvolvimento da humanidade. Mas

podemos identificar, conhecer e aprender a lidar com nossas emoções, para, então,

saber gerenciar os conflitos que não são benéficos e assolam o ambiente escolar.

Os profissionais da educação precisam ter consciência da importância de “educar”

as emoções e fazer com que os alunos também se tornem aptos a lidar com as

frustrações, negociar com os outros e reconhecer as próprias angústias e medos.

14

A escola, nesse sentido, revendo seus conceitos e paradigmas,

desenvolvendo projetos ou ações, nos quais professores e alunos possam entender

a importância da afetividade e da emoção na resolução de conflitos, constrói uma

referência – um ambiente emocionalmente bom para todas as aprendizagens – para

uma vida humana mais saudável.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Com Professores

Num primeiro momento, foi feito um breve estudo da história da formação de

docentes no Brasil: como ocorreu, quando, de que forma – Tendências Pedagógicas

–, influências do mundo capitalista e a globalização. Foi um momento de reflexão, de

reconhecer os desafios da educação e como os educadores tem lidado com o

contexto atual. Verificamos se a escola de hoje reflete ou não o que de fato pode ser

chamado de Educação de Qualidade, se em algum momento da história as políticas

públicas e a formação docente estiveram voltadas para que isso deixasse de ser

ideal para ser real.

Num segundo momento, através de algumas vivências de professores,

relatos de como estão lidando com o atual contexto educacional – conflitos, seja de

ordem pessoal e ou profissional –, discutimos e avaliamos algumas teorias que

afirmam a importância da afetividade, neste caso das emoções, para o ensino-

aprendizagem, para o desenvolvimento do indivíduo em todos os aspectos.

Realizamos uma pesquisa com professores, funcionários e equipe técnico-

pedagógica para saber o que é mais relevante: o complicador, o ponto principal que

leva a tais conflitos escolares e, na análise deles, o que poderia ser feito. Com os

dados em mãos e tabulados e situações reais de conflito foi proposto para o grupo

resolver, criar possibilidades de resolução de conflitos de forma que todos ficassem

bem, sem danos morais e dentro da ética, utilizando as teorias estudadas no

primeiro momento. Também apresentamos ao grupo a forma como algumas escolas

estão procurando resolver a questão da violência escolar.

15

Na segunda parte do trabalho prático, conhecendo as teorias que dissertam

sobre afetividade e emoção, trabalhando com simulações e resolução de conflito,

repassamos aos professores algumas atividades com questões implícitas sobre

afetividade, na qual eles trabalhassem a emoção do aluno de forma a educá-lo a

fazer uso da mesma em prol de atitudes e comportamentos que favoreçam um bom

relacionamento e ambiente harmonioso.

Após os trabalhos com alunos, os professores reunidos discutiram, refletiram

e avaliaram o trabalho sobre o que sentiram, quais dificuldades encontraram, como

perceberam seus alunos. Com a avaliação do trabalho, deixamos claro que

devemos estar atentos no sentido de não cair no comodismo, mas de criar confiança

uns nos outros e nas possibilidades de vencer o trabalho solitário e individualista;

sermos conscientes de que este é um tipo de trabalho cujos benefícios só

aparecerão em médio e em longo prazo, pois todos estão em processo de

aprendizagem. Para alguns professores, ficou claro que afetividade não significa

permissividade e que para a aprendizagem intelectual é muito importante.

Nos encontros foram trabalhadas também algumas dinâmicas que tinham

por objetivo desenvolver, conhecer a si mesmo, conhecer o outro, afetividade, ética,

valores humanos, confiança e cooperação, entre outros.

Com alunos: uma 5ª série, uma 6ª série e uma 7ª série

O objetivo foi trabalhar com alunos algumas atividades que os levassem a se

conhecerem melhor, a aceitar o outro e a ter uma convivência mais saudável no

grupo, percebendo sua importância e o seu papel dentro da escola e fora dela. No

primeiro encontro explicamos para os alunos o projeto e sua importância.

Apresentamo-lhes a importância do autoconhecimento – sua afetividade e suas

emoções – e em seguida foi desenvolvida uma atividade. Produziram um texto sobre

a história da sua vida e momentos marcantes. Após a escrita alguns alunos leram

suas histórias e falaram sobre seus sentimentos, conhecendo a si e aos outros.

Neste primeiro momento percebeu-se a dificuldade dos alunos em falar sobre si.

Falam conversam sobre vários assuntos, mas quando se trata de falar sobre seus

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sentimentos têm dificuldades, ou por timidez ou por não estarem acostumados com

o assunto. Para este encontro fizemos uso da dinâmica “eu e o outro”.

Para o segundo encontro, um grupo de alunos foi convidado a simular uma

situação de conflito (uma pequena peça teatral, conflitos do cotidiano escolar). Os

demais ajudaram no sentido de buscar a melhor forma de resolver, onde ninguém

ficasse prejudicado, humilhado ou insatisfeito. Refletiram com os colegas sobre a

importância do pensar antes de agir, deixar-se levar pelo impulso e colocar-se no

lugar do outro. Para este encontro utilizamos duas dinâmicas de grupo: história

substantivada – jogo comunitário – e conhecimento pessoal.

Para o terceiro e último encontro os alunos foram divididos em pequenos

grupos – máximo de seis alunos – e cada um recebeu materiais tais como: lápis

colorido, lápis de cera, argila, massa de modelar, jornal, revista, cola e outros. O

grupo teve que construir algum objeto de arte de livre escolha, sem interferência. Os

grupos tiveram algumas dificuldades para entrarem num consenso. Ao término os

alunos fizeram a apresentação explicando como foi trabalhar com seus sentimentos

e com os dos outros, simultaneamente. O objetivo desta atividade era possibilitar o

desenvolvimento de um relacionamento interpessoal mais saudável e que também

fossem capazes de reconhecer a emoção do outro. Para esta atividade usamos a

dinâmica “o amor vence barreiras”.

Com os familiares dos alunos

As famílias dos alunos foram convidadas para participar e conhecer sua

importância no processo de formação dos filhos. O objetivo foi de firmar parceria

entre escola e família na educação.

Os encontros deveriam ser no período noturno, mas não foi possível, pois

alguns dos responsáveis pelos alunos ou trabalhavam ou estudavam neste turno.

Assim, trabalhamos com pequenos grupos no período da tarde dentro das

possibilidades, conforme compareciam na instituição para saber do aluno.

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Para iniciar foi necessária a apresentação da pedagoga ao grupo e do grupo

para mesma, uma vez que era o primeiro ano da pedagoga na escola, apresentação

do projeto e sua importância na educação escolar e familiar.

Estabeleceu-se um contrato com as famílias para que passassem a

colaborar com desenvolvimento do referido projeto e sua participação. Isto posto,

passamos para a discussão sobre a temática: afetividade e emoção, questionando à

família o que entendiam sobre o assunto. O que significa para o relacionamento

familiar? Como têm administrado a questão com seus pares, familiares? Para estas

questões verificou-se a estranheza que tinham em relação ao assunto, uns

colocando até que nunca ninguém tinha relacionado a afetividade e a emoção com o

desenvolvimento e o relacionamento escolar do filho e que era muito interessante

falar sobre o assunto.

Ao final foram feitos uma breve exposição sobre o que dizem os teóricos em

relação ao assunto, a apresentação de alguns textos dos alunos, com um pedido

aos pais para que olhassem e identificassem qual era o do seu filho. Alguns ficaram

surpresos com o que leram em relação ao aluno (filho ou filha).

Retomamos a conversa perguntando: foi fácil ou difícil, no meio de tantos,

descobrirem qual é do seu filho? Será que conheço bem meu(s) filho(s), presto

atenção nas atitudes e nas ações dele(s)? E minhas atitudes e minhas ações

perante meus filhos, como são? Alguns falaram sobre a angústia de não ter tempo

suficiente para cuidar melhor do filho, para dar mais atenção devido às

necessidades financeiras, outros fizeram observações sobre nossas falhas – nós

adultos –, não darmos importância ao bom relacionamento entre as pessoas e com

isto as crianças e os jovens não aprendem o correto, o que deveria ser.

Num segundo momento com alguns dos familiares, levantamos hipóteses

sobre a origem e sobre as possibilidades de solução, lembrando sempre da

fundamentação teórica sobre o assunto afetividade, emoção e gerenciamento de

conflitos.

O último encontro foi promovido para dialogar com os responsáveis sobre a

experiência vivida. Como se sentiram com os novos conhecimentos, deixando o

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convite a estarem sempre atentos ao desenvolvimento dos filhos, dialogando,

colocando limites e regras com esclarecimento, divertindo juntos sempre que for

possível. Enfim, amar, cuidar e proteger sem ser permissivo e sim com “amor

exigente”.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do trabalho e dos estudos realizados, foi possível observar que

alguns temas, como por exemplo, a afetividade e a emoção, têm um enorme peso

para o ensino, a aprendizagem, as relações entre professores/alunos, alunos/alunos,

enfim, não se restringindo à sala de aula mas a todo ambiente escolar e fora dele.

Estes temas são muito importantes no auxílio para o gerenciamento de conflitos e

nos dá base e estrutura emocional. Ao entender que afetividade não é

permissividade, que emoções precisam ser controladas, conseguimos assim

gerenciar os conflitos com mais tranquilidade e conhecimento.

Portanto, a prática pedagógica precisa estar voltada para a resolução de

conflitos de maneira a permitir o bem-estar por meio do diálogo que

consequentemente promoverá a pacificação e a inclusão dos envolvidos.

Consequentemente percebeu-se também que o conflito está presente no

nosso dia a dia, tanto no ambiente escolar como além dele, que é preciso enfrentá-lo

e resolver de maneira que não existam perdedores, e sim, ganhadores.

O gerenciamento de conflitos contribui para diminuição da agressividade e

violência escolar, melhorando a convivência entre os pares e possibilitando o bom

desenvolvimento do ensino, da aprendizagem, do autoconhecimento e de um

pensamento crítico com respeito e tolerância ao outro.

Faz-se necessária a continuidade do projeto para que possamos perceber

resultados consideráveis. Quando falamos em mudanças de comportamento temos

que ter em mente que ninguém muda ninguém, mas, podemos mudar juntos e ainda

assim requer vontade de todas as partes envolvidas e um bom tempo para

assimilação e aprendizagem.

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Deverá ser um processo contínuo de ação, reflexão e avaliação das nossas

atitudes perante nossos comportamentos, perante os desafios e conflitos, de forma a

diminuir as ansiedades e aflições que assolam o ambiente escolar o que atrapalha o

desempenho do aluno. Quando então uma boa parte dos envolvidos tiver clareza da

importância da afetividade e do controle da emoção para o desenvolvimento

intelectual, provavelmente o ensino e a aprendizagem avançarão em termos de

qualidade educacional.

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