cursos de pós, mba, licenciatura e extensão - universidade … · 2016-05-30 · herus dos santos...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PROCESSO DE REDUÇÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DAS
SUAS FERRAMENTAS AUXILIADORAS
Por: Herus dos Santos
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro 2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
HERUS DOS SANTOS
PROCESSO DE REDUÇÃO DE ESTOQUE E A IMPORTÂNCIA DAS
SUAS FERRAMENTAS AUXILIADORAS
Monografia apresentada a Universidade Cândido Mendes como pré-requisito para conclusão do curso de Pós Graduação de MBA em Logística Empresarial.
Orientador: Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro 2016
AGRADECIMENTO
A todos os professores do curso que compartilharam de forma tão nobre o
conhecimento, que tanto engrandeceu nossa formação;
Ao todos os meus amigos que contribuíram ao meu crescimento pessoal e
profissional e pelos bons momentos que compartilhamos ao longo do curso.
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha família, por terem sido peça fundamental na minha
formação. Obrigado a todos pelo apoio em todos os momentos dessa caminhada.
"Você poderia tirar de mim as minhas fábricas, queimar os meus prédios, mas, se me der o meu pessoal, eu
construirei, outra vez, todos os meus negócios."
Henry Ford
RESUMO
No cenário organizacional atual, são cada vez mais frequentes os debates sobre logística empresarial. Muita gente tem se perguntado o que isso significa. Nos últimos anos a logística passou por profundas transformações que são evidenciadas em diferentes aspectos, sejam eles relacionados à estrutura organizacional, às atividades operacionais, ao relacionamento com os clientes, ou as questões financeiras. O objetivo da pesquisa é apresentar alguns dos principais conceitos e ferramentas de apoio logístico para mostrar como aperfeiçoar a produtividade e a lucratividade das empresas no atual contexto dos negócios. Nesse sentido, a logística pode torna-se um diferencial competitivo para a empresa, pois cria um conjunto de atividades que busca reduzir as distâncias e o tempo gasto com as operações logísticas minimizando os custos e despesas com redução de estoques, armazenagem, transporte e distribuição, aumentando, dessa forma, as receitas e o lucro com o fornecimento de produtos e serviços.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 08
2. CAPÍTULO I - LOGÍSTICA ................................................................................. 10
2.1. ABORDAGEM HISTÓRICA ............................................................................ 10
2.2 LOGÍSTICA EMPRESARIAL ............................................................................ 11
2.3 O PAPEL DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA ................................................ 17
3. CAPÍTULI II – PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ........................................... 20
3.1 FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO ................................... 25
4. CAPÍTULO III – GESTÃO DE ARMAZENAGEM E ESTOQUE ......................... 30
4.1 ARMAZENAGEM .............................................................................................. 30
4.2 CONTROLE DE ESTOQUE .............................................................................. 33
4.2.1 FINALIDADE DO CONTROLE DE ESTOQUE .............................................. 35
5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 40
6. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 41
1 INTRODUÇÃO
As grandes mudanças organizacionais vêm exigindo cada vez mais uma
nova estrutura que levem as empresas a uma crescente busca pela integração das
operações de produção e logística, no âmbito da cadeia de suprimentos. Portanto,
tem se tornado cada vez mais necessário identificar os fatores e indicadores de
modernidade organizacional e compreender como é o funcionamento dessa
dinâmica.
O objetivo dessa pesquisa é apresentar alguns conceitos que estão
permitindo a diversas empresas competirem eficientemente na cadeia de
suprimentos, através da integração de processos de produção e logística, de modo a
minimizar os custos. Segundo Ching (1999, p.25), “logística é entendida como a
junção da administração de materiais com a distribuição física”. Ela responde por
toda a movimentação de materiais, nos ambientes interno e externo da empresa,
desde a chegada da matéria-prima até a entrega final ao cliente (CHING, 1999).
Dessa maneira, ela necessita de um equilíbrio entre prioridade de serviço e custo.
Com a logística, as empresas passam a contar com uma ferramenta precisa para
medir os reflexos de um bom planejamento na distribuição de suas mercadorias,
Para atender às necessidades do cliente no mercado competitivo onde o
fator qualidade é primordial, as empresas precisam ser mais criativas, mais
competentes e, imprescindivelmente compreender o mercado consumidor. O que
me levou a fazer essa pesquisa foi tentar mostrar, como a logística empresarial pode
prover melhor nível de rentabilidade nos serviços e distribuição aos clientes, através
de planejamento organizado e controles efetivos para as atividades de
movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de serviços.
Nosso principal objetivo é analisar teoricamente, como a logística e suas
ferramentas possibilitam um maior desenvolvimento e uma oferta maior de produtos
e serviços, superando os desafios e reduzindo custos. O trabalho apresentado
configura-se como uma pesquisa científica de caráter exploratório, pois busca
identificar alguns princípios da logística considerados importantes para qualquer
9
organização com firme propósito de aperfeiçoar a produtividade e a lucratividade das
empresas.
Na tentativa de tornar mais claro o entendimento da nossa pesquisa,
procuramos estabelecer algumas considerações em três capítulos. No primeiro
capítulo, abordaremos a importância da logística, sua evolução e seu papel na
empresa. No segundo capítulo abordaremos os conceitos essenciais sobre Gestão
de Estratégia que também serve de base para a fundamentação teórica de
Armazenamento e Estoque que é o assunto abordado no terceiro capítulo.
Sendo assim, que essa ferramenta permita que as empresas tenham a
possibilidade de reduzir custos e, consequentemente, aumentar sua competitividade
diante dos concorrentes, nessa num mercado globalizado em que fatores como
redução de custos são primordiais para a continuidade das empresas.
10
2 LOGÍSTICA
2.1 ABORDAGEM HISTÓRICA
O processo de evolução está sempre presente na vida do homem, seja
no âmbito tecnológico ou no social, e abrange desde os primórdios até e,
principalmente, os dias atuais. Com a logística não foi diferente. A logística é uma
atividade que existe há muito tempo, desde que as pessoas, nos mais longínquos
tempos, necessitavam transportar, armazenar e conservar alimentos e outros
produtos para atender às suas necessidades básicas. Todas as vezes que a
humanidade desenvolveu novas técnicas, processos e tecnologias, estes foram de
alguma forma assimilados e adotados para facilitar as operações logísticas.
As técnicas logísticas se originaram na área militar. Seus primeiros
indícios remontam à Grécia Antiga, pois, devido ao aumento das distâncias
percorridas para travar batalhas, tornou-se necessário um “estudo” sobre o
abastecimento das tropas, armamentos, alimentos e medicamentos, além do
estabelecimento dos acampamentos.
Lovelock (1996) nos diz que, embora seus procedimentos tenham sido
aperfeiçoados por Napoleão Bonaparte, a logística não era estudada nas escolas
militares. Foi ensinada pela primeira vez na segunda metade do século XIX, em um
país que emergia e que tinha o objetivo de se tornar uma grande potência: os
Estados Unidos da América do Norte. Segundo Lovelock (1996, p. 28), “ao longo da
história as guerras tem sido ganhas e perdidas por meio do poder e da capacidade
logística”.
É importante ressaltar as distinções entre as logísticas militar e
empresarial. Segundo Moura (1997),
Um fator determinante na distinção entre as logísticas militar e empresarial, deriva da primeira assentar no uso da autoridade para cumprir a sua missão com sucesso, enquanto a segunda se baseia na competição em termos de nível de serviço oferecido. No âmbito da estratégia são assinaláveis as diferenças: enquanto em termos empresariais (consequentemente também logístico) o objetivo é conquistar o controle de mercados; em termos militares esse objetivo é a conquista de territórios (MOURA, 1997, p. 53).
11
Com as modificações econômicas ocorridas no pós-guerra, e de forma
mais intensa em anos recentes, houve necessidades crescentes de competitividade
das empresas como forma de sobrevivência em um ambiente competitivo. Com o
passar das décadas, as empresas continuaram buscando a aplicação de novas
técnicas de gestão que pudessem proporcionar vantagem competitiva frente à
economia globalizada. Dentre essas novas técnicas que surgiram, destaca-se a
logística empresarial (ALMEIDA, 2004).
De lá pra cá, os empresários começaram a constatar a importância dessa
atividade. Os conceitos sobre qualidade e o foco no cliente, chamaram a atenção
para alguns elementos das cadeias produtivas, tais como os fornecedores, a
qualidade no processo produtivo e a entrega do produto ao cliente dentro das
especificações acordadas.
2.2 LOGÍSTICA EMPRESARIAL
De acordo com nossa pesquisa, a logística evoluiu muito rapidamente nos
últimos anos e passou por grandes transformações. Essas transformações são
evidenciadas em diferentes aspectos, sejam relacionados à estrutura organizacional,
às atividades operacionais, ao relacionamento com clientes ou às questões
financeiras.
Portanto, a Logística empresarial assume uma grande importância no
contexto econômico atual em razão da sua capacidade de alavancar a
competitividade das empresas como sendo a parte do processo da cadeia de
suprimentos que planeja e controla o fluxo de armazenamento e estoque dos
produtos, do ponto de origem até o ponto de consumo ou utilização dos produtos, de
forma a atender às exigências dos clientes e os propósitos da empresa. Para Ballou
(2006),
A logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação, armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como os fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequado aos clientes a um custo variável (BALLOU, 2006, p. 24).
12
Ballou (2006, p. 23), também destaca uma definição dicionarizada do
termo logística situado num contexto militar onde ele diz que a logística é “O ramo
da ciência militar que lida com a obtenção, manutenção e transporte de material,
pessoal e instalação”. O autor divide essa evolução da logística em três fases: antes
de 1950, e após 1970:
1. Antes de 1950: as atividades logísticas eram gerenciadas de forma segregada, o
que gerava conflitos e dificuldades na execução dos objetivos empresariais, pois a
produção era responsável pelo transporte, o marketing, pelo estoque e a área de
vendas ou de finanças pela emissão de pedidos. A expansão econômica que surgiu
após a segunda Guerra Mundial proporcionou uma corrida pela produção, e como
consequência os problemas de distribuição se tornaram relevantes. Nesta fase os
custos logísticos não eram nitidamente evidenciados;
2. Entre 1950 e 1970: neste período houve uma forte migração das áreas rurais para
os centros urbanos, forçando uma mudança no modelo de distribuição física até
então adotado. Além disso, o aumento da variedade de produtos vinculados a uma
maior dispersão dos clientes tornou necessário à adoção de entregas frequentes e a
formação de estoques, o que contrariava os objetivos financeiros da época quando a
palavra de ordem era a redução de custos. Foram nessa fase em que se iniciou de
modo sustentável as pesquisas sobre as atividades logísticas, propiciando o
surgimento de vários conceitos;
3. Após 1970: a logística se consolida como ferramenta geradora de vantagens
competitivas, surgindo o conceito de logística integrada. A grande evolução
tecnológica, juntamente com a revolução de conceitos gerenciais, principalmente no
que se refere ao gerenciamento de operações, proporcionou à logística importância
estratégica.
Bowersox (2007) lembra que nos anos 90, o ciclo de processamento de
pedidos de uma empresa consumia em média entre 15 a 30 dias, fazendo com que
surgissem estoques de produtos idênticos em vários pontos da cadeia, não apenas
só isso era comum a ocorrências de atrasos ou problemas nas entregas.
Portanto, a evolução da logística ao longo do tempo pode ser medida por
um conjunto de operações que levam a uma crescente busca pela integração das
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operações de produção e logística com o objetivo de reduzir as distancias e o tempo
gasto, para minimizar custos e despesas com armazenamento, transporte e
distribuição, aumentando dessa forma, as receitas e o lucro com fornecimento de
produtos e serviços.
Há alguns anos, prevalecia na logística um conceito individualizado do
estudo do transporte, do estoque e da armazenagem, mas agora, predomina o
conceito de logística integrada, no qual consiste o relacionamento entre fornecedor,
suprimentos, produção, distribuição e cliente, havendo um fluxo de materiais e outro
de informações. Na logística integrada, desde a saída de matéria prima do produtor
até a entrega do produto final no varejo, todos os processos estão integrados em um
só sistema chamado de cadeia de suprimentos.
Para Accioly (2008), a incorporação de logística integrada passou a ser
importante aliada na busca de competitividade. Segundo o autor,
O conceito abrange, portanto, toda interação que há, envolvendo as diversas organizações que têm de atuar coordenadamente para colocar à nossa disposição os produtos que consumimos no nosso cotidiano. A denominação gestão de cadeia de suprimentos, traduzida do inglês supply chain management (SCM), compreende as atividades de planejamento, organização, direção e controle de todas as atividades ao longo de toda cadeia de agregação de valor, envolvendo todos os processos de obtenção de insumos (notadamente compras e desenvolvimento de fornecedores), transformação ou manufatura e os processos de distribuição física (ACCIOLY, 2008, p. 22).
Para Wanke (2006, p. 58), uma estratégia de posicionamento logístico é
composta por cinco categorias de decisões que devem ser articuladas e coerentes
entre si ao longo do tempo, de modo a permitir que uma empresa alcance seus
objetivos de custo e nível de serviço. São eles:
1. Coordenação de fluxo de produtos: o fluxo de produtos deve ser puxado, ou seja,
acionado pelo elo que está mais próximo ao consumidor final, ou empurrado, ou
seja, coordenado pelo elo que está mais próximo do fornecedor inicial?
14
2. Política de produção: uma empresa deve produzir para estoque, com base em
previsões de vendas futuras, ou produzir contra- pedido, atendendo sempre a
demanda real apenas no momento que o cliente coloca o pedido?
3. Alocação de estoques: os estoques devem estar centralizados num único local, ou
descentralizados por várias instalações?
4. Dimensionamento da rede de instalações: quantas instalações deve ter uma
empresa, qual a localização de cada uma, que produtos e mercados devem ser
atendidos por instalações?
5. Escolha dos modais de transportes: uma empresa deve operar com modais de
transporte mais lentos e baratos, como o ferroviário e o marítimo, ou mais rápidos e
caros, como o rodoviário e o aéreo? Deve buscar a consolidação do transporte ou a
entrega expressa?
Como já podemos ver, existem diferentes possibilidades de integração
dos sistemas de produção e logística no processo da cadeia de suprimentos a
logística integrada é definida como o sistema onde todas as operações logísticas da
empresa, incluindo trânsito de materiais e informações, estão interligadas em um
sistema inteligente que consegue administrar o fluxo logístico dentro da organização
de forma eficiente. Podemos mostrar como exemplo a Figura 1 de acordo com o
autor Fleury (2005, p.34),
Figura 1
Para melhor c
sabemos que ela exerce
relacionada aos processo
aqui como elas são dividid
1. Atividades primárias
contribuem com o maior m
• Transportes: refere-se a
rodoviário, ferroviário, a
igura 1 – Cadeia de Suprimentos e logística Integrada (Extraída de FLEURY, 2005, p. 34).
lhor compreensão do papel da logística nas
xerce a função de agrupar as diversas ativid
cessos de produção e distribuição de seus p
divididas segundo Ching (1999 p. 25/26):
árias: essenciais para o cumprimento da
aior montante do custo total da logística:
se aos métodos de movimentar os produto
rio, aeroviário e marítimo. Atividades e
15
rada
nas empresas, já que
atividades da empresa
seus produtos, veremos
to da função logística
odutos aos clientes: via
es essas de grande
16
importância, em virtude do peso deste custo em relação ao total do custo de
logística;
• Gestão de estoque: dependendo do setor em que a empresa atua e da
sazonalidade temporal, é necessário um nível mínimo de estoque que aja como
amortecedor entre oferta e demanda;
• Processamento de pedidos: determina o tempo necessário para a entrega de bens
e serviços aos clientes.
2. Atividades secundárias: exercem a função de apoio às atividades primárias na
obtenção dos níveis de bens e serviços aos clientes:
• Armazenagem: envolvem as questões relativas ao espaço necessário para estocar
os produtos;
• Manuseio de materiais: refere-se à movimentação dos produtos no local de
armazenagem;
• Embalagem de proteção: sua finalidade é proteger o produto;
• Programação de produtos: programação da necessidade de produção e seus
respectivos itens da lista de materiais;
• Manutenção de informação: ter uma base de dados para o planejamento e o
controle da logística.
Essa estrutura de coordenação do fluxo de produtos é básica para a
estratégia de posicionamento logístico, afetando todas as outras decisões,
principalmente a política de produção. Conforme Ching (1999),
É por meio das atividades primárias com as atividades de suporte que a logística empresarial vai atender ao objetivo de proporcionar ao cliente produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades. É pela coordenação coletiva e cuidadosa dessas atividades relacionadas com o fluxo de produção e serviços que a empresa obtém ganhos significativos, como redução dos estoques, do tempo médio de entrega, produtividade, etc. A logística procura agrupar diversas atividades da empresa
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relacionadas ao processo de produção e distribuição de seus produtos aos clientes. Esse agrupamento permite à empresa melhor controle e maior integração dos diferentes departamentos (CHING, 1999, p. 26).
2.3 O PAPEL DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA
Atualmente a logística envolve diversas teorias da administração e o uso
de variáveis matemáticas complexas, devido, principalmente, ao advento a ao uso
em larga escala da tecnologia da informação e suas múltiplas aplicações. Nenhuma
função logística dentro de uma empresa poderia operar eficientemente sem as
necessárias informações de custo e desempenho. Manter uma base de dados com
informações importantes como localização dos clientes, volumes de venda, padrões
de entrega e níveis de estoque dão a administração eficiência e apoio nas
atividades.
Um sistema de informação pode ser definido, segundo Huber (1991),
“como um sistema que consiste de pessoas, equipamentos e procedimentos para
reunir, classificar, analisar, avaliar e distribuir as informações necessárias, oportunas
e precisas para as tomadas de decisões organizacionais”.
Para Almeida (2004), todos os recursos de informações são importantes,
A importância da informação pode estar situada no mesmo patamar que os outros recursos organizacionais como os humanos (mão de obra), capital (terreno, máquinas e instalações), e recursos financeiros. Essa visão de informação como um recurso significa que, como outros recursos, ela deve ser planejada e administrada. A necessidade de geração e gerenciamento de forma organizada e constante faz surgir o sistema de informação de logística: um complexo estruturado e interativo de pessoas e máquinas, projetado para gerar informações pertinentes numa base contínua e a partir de fontes internas e externas da empresa (ALMEIDA, 2004, p. 154).
As organizações que valorizam o conhecimento e estão envolvidas com
os constantes processos de inovação tecnológica estão mais aptas a preparar e
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formatar suas informações e utilizar seu conhecimento interno para melhor gerir a
tomada de decisões em logística.
Segundo Huber (1991), a utilização da informação como fator de
aprendizagem organizacional oferece quatro modalidades:
• Obtenção do conhecimento;
• Distribuição da informação (diferentes recursos e compartilhamento nos canais);
• Interpretação da informação (diferentes fontes de análise e aplicações) e memória
organizacional (armazéns para o futuro uso).
Informações úteis e relevantes podem ser geradas como dado de
entrada do sistema de informação a partir de uma variedade de fontes. Registros e
atividades Internas da empresa e sistemas de acompanhamento do ambiente
fornecem os dados secundários que alimentarão o sistema de informações.
Segundo Ballou (2006, p. 134), uma empresa que mantém um sistema de
informações dinâmicas, terá que gerenciar a localização de dados nas fontes
secundárias de modo a identificar informações relevantes para as atividades
logísticas e incluí-las no sistema, conforme Figura abaixo elaborada pelo autor,
Figura 2 – Sistema de Informação Logística (Extraída de BALLOU, 2006, p. 134).
19
Portanto, podemos concluir que, a logística constitui uma espécia de fio
condutor que liga diferentes elos da cadeia de integração ajudando na integração e
contribuindo, desse modo, para a melhoria e eficiência das empresas, e
consequentemente da economia.
20
3 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Uma boa estratégia é uma declaração de intenções que definem aonde
uma empresa quer chegar a longo prazo. O sucesso de uma estratégia eficiente, em
seu sentido estrito, depende do grau de integração e esforço mútuo das diversas
decisões, ações e correções de rumo tomadas em determinado momento. Kotler
(1997), considerado um dos principais defensores da utilização do planejamento
estratégico, define que, “o planejamento estratégico é uma metodologia gerencial
que permite estabelecer a direção a ser seguida pela organização visando o maior
grau de interação possível com o ambiente” (KOTLER, 1997, p. 152).
Sem um bom planejamento, muitos fatores podem afetar o desempenho
estratégico de uma empresa. Buscamos aqui entender a relação entre planejamento
e estratégia para desenvolver de forma mais prática, de que maneira isso é
importante na avaliação das influências do meio, dos clientes, da concorrência e das
competências internas, antes de criar um plano estratégico. Consideramos as
palavras de Ackoff (1970),
É necessário planejamento quando a condição futura que desejamos envolve um conjunto de decisões interdependentes; isto é, um sistema de decisões... (em que) a principal complexidade do planejamento deriva da inter-relação das decisões em vez de decisões em si (ACKOFF, 1970, p. 23).
Com base nesses fundamentos, vamos procurar mostrar o quanto esse
processo é essencial para a mentalidade gerencial, para as estruturas
organizacionais e para abordagem dos mercados emergentes.
A palavra “Estratégia”, segundo Ribeiro (2012), originalmente significava
(em sua derivação do grego Strategos), general no comando das tropas. Seu uso já
era conhecido há 500 anos a.C. No entanto, foi após a Segunda Guerra Mundial,
que surgiram os primeiros conceitos tradicionais de Planejamento Estratégico
transferidos da área militar para o mundo empresarial. Com as mudanças
21
decorrentes do tempo, a palavra passou a ser usada também no ambiente
empresarial, como uma habilidade gerencial.
Para Chiavenato (2003), o planejamento estratégico representa o
resultado cumulativo de um longo e penoso aprendizado organizacional. As
organizações utilizaram durante décadas o processo estratégico para alcançar
várias finalidades que foram sofrendo alterações e melhoras gradativas com o
passar do tempo.
Quase sempre, estratégia foi o caminho utilizado para alcançar objetivos
globais definidos antecipadamente. Mudando os objetivos, o processo estratégico
muda consequentemente de direção. Essas duas questões foram substanciais para
a conceituação do moderno processo estratégico segundo Rezende (2008),
O planejamento estratégico da organização é um processo dinâmico, sistêmico, coletivo, participativo e contínuo para determinação dos objetivos, estratégia e ações da organização. É elaborado por meio de diferentes e complementares técnicas administrativas com o total envolvimento das pessoas da organização e eventualmente de pessoas do meio ambiente externo à organização. É formalizado para articular políticas e estratégias organizacionais visando produzir resultados profícuos na organização e na sociedade que a cerca. É um projeto organizacional global que considera os aspectos financeiros, econômicos e sociais da organização e do seu meio ambiente. É uma forma participativa e contínua de pensar a organização no presente e no futuro. É um recurso indispensável para a tomada de decisão na organização (REZENDE, 2008, p. 18).
A importância do planejamento estratégico em logística nas organizações
tem sido um tema bastante discutido por estudiosos em administração. Segundo
eles, esse processo tem como propósito reunir e analisar informações-chave,
estabelecer objetivos de curto e longo prazo de modo a manter a competitividade no
mundo dos negócios.
22
Para a elaboração de um Planejamento Estratégico nas empresas é
importante discutir coletivamente seus significados, adotar um conceito e vivenciar o
conceito adotado. As estratégias definem produtos ou serviços a serem vendidos e
entregues com maior qualidade e competitividade. Essas atividades fazem parte da
organização desse projeto coletivo.
1 – COMO SEGUIR UM PROGRAMA ESTRATÉGICO
• Analise as informações para entender sua posição;
• Identifique sua vantagem competitiva;
• Defina o escopo de seus produtos e mercados;
• Decida onde quer concentrar recursos;
• Identifique, priorize e implemente uma mudança;
• Monitore sempre o desempenho e reavalie a estratégia.
A seguir mostraremos um modelo de Planejamento Estratégico e a
importância dos valores organizacionais
Figura 3. Modelo de Planejamento Estratégico (Extraída de CHIAVENATO, 2004, p. 193).
23
No interesse da nossa pesquisa, a logística quando inserida no contexto
de planejamento estratégico contribui para o alcance de vantagem competitiva, uma
vez que, um subsistema gerencial interfere no desempenho total da empresa e deve
ser integrada ao planejamento e a administração estratégica da mesma. A seguir
mostraremos um modelo de Planejamento Estratégico e a importância dos valores
organizacionais.
Atualmente o âmbito empresarial pressiona as pessoas a assumir tarefas
urgentes, alcançar objetivos diários e superar problemas de curto prazo. O
planejamento estratégico se preocupa com o amanhã, considerando onde se
pretende chegar e como. Mesmo que se saibam quais produtos e serviços colocará
em quais mercados, precisará de uma estratégia para fazê-lo.
O objetivo principal do Planejamento estratégico é proporcionar bases
necessárias para as manobras que permitam que as organizações naveguem e se
perpetuem mesmo dentro de condições mutáveis cada vez mais adversas em seu
contexto de negócios. Segundo Rezende (2008), nos tempos atuais, as
organizações de sucesso são aquelas capazes de se adaptar adequadamente ao
processo contínuo de mudanças no mundo dinâmico e competitivo de maneira
proativa a essas mudanças.
Na criação de uma estratégia é importante a definição de objetivos, pois
só com uma direção firmada será possível determinar onde estão às vantagens
competitivas ou o que a equipe possui que seja um diferencial. Durante o processo é
importante organizar um cronograma como diretriz, um plano simples, como
veremos a seguir:
1. ESTRATÉGIA LOGÍSTICA
• Objetivos principais: Redução dos Custos, Redução do capital, Melhoria dos
serviços.
2. REDUÇÃO DE CUSTOS
• Maximizar lucros;
24
• Reduzir custos variáveis de transportes e armazenamento.
3. REDUÇÃO E CAPITAL
• Objetiva a maximização do retorno sobre os ativos logísticos;
• Reduzir os níveis de investimento no sistema logístico; exemplo: embarcar
diretamente para o cliente; optar por armazéns públicos; adotar estratégias
Just-in-time ou terceirizar serviços logísticos.
4. MELHORAR SERVIÇOS
• Objetiva estabelecer o nível apropriado de serviço aos clientes;
• Aumentar lucros; Exemplo: reduzir o tempo de entrega; aumentar a
disponibilidade do produto.
Para Arbache (2006) os principais benefícios do acesso à informação
pelos gestores das atividades logística são:
a) Maior assertividade na previsão de demandas; gestão do relacionamento
com clientes;
b) Gestão do serviço ao cliente;
c) Gestão da demanda;
d) Gestão do processamento de pedidos;
e) Gestão do fluxo de produção e de operações;
f) Gestão dos fornecedores;
g) Projeto e desenvolvimento de produtos e processos;
h) Maior agilidade de resposta às solicitações do mercado;
25
i) Redução no ciclo de processamento de pedidos;
j) Melhoria na gestão de estoques;
k) Maior coordenação estratégica entre os membros da cadeia de
suprimentos.
3.1 FUNDAMENTOS DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO
Para obter um bom resultado administrativo é importante trabalhar numa
estrutura aberta que esclareça como se espera que as pessoas ajudem a
desenvolver e a programar um plano estratégico que só trará resultados positivos.
A capacidade de planejar em longo prazo e maximizar o desempenho no
curto prazo é importante na área administrativa. Pensar estrategicamente ajuda a
solidificar habilidades em fazer análises e montar equipes. As estratégias garantem
que as decisões do dia-a-dia se adaptem aos interesses de longo prazo. Sem uma
estratégia, as decisões de hoje podem prejudicar resultados futuros. A conceituação
de gestão estratégica nas organizações tem sido constantemente discutida, veremos
aqui outro conceito de planejamento estratégico que também consideramos
importante. De acordo com Teixeira (2005),
A Estratégia pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e implementação na empresa. Toda atividade estratégica nas organizações, por sua natureza, resultará de decisões presentes, tomadas a partir do exame do seu impacto no futuro, o que lhe proporciona uma dimensão temporal de alto significado. A estratégia não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes. Caracteriza-se como um processo sistemático e constante de tomada de decisões, cujos efeitos e consequências deverão ocorrer em futuros períodos de tempo. Esse processo é composto de ações inter-relacionadas e interdependentes que visam ao alcance de objetivos previamente estabelecidos. Tais objetivos devem ser viáveis, com base na vitalidade das hipóteses em que se
26
apoiam. O processo é tão importante quanto seu produto final (TEIXEIRA, 2005, p. 15/16).
No processo de planejamento estratégico, diferentes papéis são
desempenhados pelos gerentes e equipes técnicas, na formulação, implementação
e controle das estratégias. Entendemos que para desenvolver uma boa estratégia é
preciso possuir habilidades e competências compatíveis com as necessidades da
empresa, desenvolvendo os procedimentos e as operações necessárias para a
realização do projeto, conduzindo assim, os membros de uma organização a ter uma
visão mais ampla, conforme tabela abaixo.
Figura 4. As bases do Planejamento Estratégico (Extraída de Chiavenato, 2004, p. 194).
27
Para que esse planejamento possa atuar de forma efetiva, é preciso que
se formulem políticas flexíveis e integradoras já que são as pessoas que viabilizam
os negócios da organização. Para Teixeira (2005),
Não se trata, aqui, de se prescrever uma estrutura organizacional padrão. O que se pretende é conceber um esquema organizacional compatibilizado com as características da dimensão do planejamento estratégico (TEIXEIRA, 2005, p. 93).
Para Mintzberg (1991) a estratégia ocorre em três níveis de uma
organização, quais sejam:
1. Estratégia Corporativa – Possui foco na seleção de negócios da empresa.
Essa estratégia norteia as estratégias os níveis hierarquicamente inferiores e
tem caráter de longo prazo;
2. Estratégia de negócios – Essa estratégia busca desenvolver e manter a
vantagem competitiva dos produtos e serviços da organização, por meio da
previsão de mudanças no mercado e da antecipação a estas, e do
posicionamento frente aos concorrentes;
3. Estratégia funcional – Nesse nível, a estratégia diz respeito aos setores e
divisões de operações, determinando processos e cadeia de valor,
desenvolvendo e coordenando recursos para que as estratégias de negócios
sejam executadas com eficiência e eficácia.
Essa hierarquia entre os tipos de planejamento estratégico, em que as
decisões maiores vão hierarquicamente orientando as decisões menores, deve ser
respeitada, para que haja coerência entre os diversos níveis e, dessa forma, coesão
de todo o processo operacional.
Um bom planejamento é uma característica da administração moderna e
é indispensável para aumentar a eficiência e manter a motivação dos colaboradores.
Ainda sobre o que diz Mintzberg (1991), para desenvolver um planejamento
28
estratégico eficiente há três fases: análise estratégica, planejamento estratégico e
implementação da estratégia organizacional.
1. Análise – Nessa etapa, procura-se avaliar mudanças nas necessidades e nas
percepções dos mercados em que a organização está inserida. É também
uma análise do que ocorre dentro da empresa observando com cuidado
aspectos ligados a todos os envolvidos no processo que poderão influenciar
o projeto. Durante essa fase de análise, vai ser preciso reunir a maior
quantidade possível de informações, que ajudarão a tomar a tomar decisões
pertinentes. Essa etapa é crucial, porque os fatos com os quais se tem que
lidar e que irão influenciar a direção a ser tomada;
2. Planejamento Estratégico – É um método gerencial que permite estabelecer
uma direção a ser seguida pela empresa, visando um grau maior de ajuste
com o ambiente;
3. Implementação da Estratégia Organizacional – Essa fase final do
desenvolvimento de uma estratégia determinará, a partir da análise, o que
deverá ser feito e como. Nesse particular, são indicados os principais
instrumentos operacionais que podem garantir uma implementação
adequada, a saber: programa de objetivos, conjunto de macro ações,
projetos estratégicos, indicadores de desempenho, plano de metas, planos
de ação e orçamento estratégico.
Como podemos ver, um plano estratégico eficiente é desenvolvido com
método e formulado a partir de análise profunda. O sucesso está diretamente ligado
ao desenvolvimento de cada uma dessas etapas, pois cada uma tem seu grau de
importância dentro do processo estratégico. Essa fase é o momento de fazer uma
série de opções que formarão a base para a mudança.
Portanto, dependem de etapas que envolvem a equipe e outras pessoas
que acreditam na empresa. As decisões tomadas a cada passo fornecerão um rumo
estratégico, e um teste final verificará se o foco está certo, antes da implementação.
29
As funções estratégicas são de grande importância, pois direcionam seu
foco e concentram suas energias mantendo as ações consideradas adequadas à
situação e excluindo as não pertinentes e finalmente acrescentando outras
necessárias. Com essa compreensão compartilhada do processo, a empresa, torna-
se capaz de projetar um modelo de implementação da estratégia que especifique as
competências e comportamentos necessários em toda a organização.
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4 GESTÃO DE ARMAZENAGEM E ESTOQUE
No mundo globalizado em que vivemos, as organizações estão cada vez
mais interessadas em realizar novos negócios. Portanto, precisam de mais agilidade
no atendimento aos clientes. A gestão de armazenagem e estoque tem essa função,
diminuir o tempo entre o pedido e a entrega colaborando assim, para a redução dos
custos logísticos.
Este capítulo tem a intenção de mostrar a gestão de armazenagem e
estoques como prioridade na organização considerando que as operações de
armazenagem, controle e distribuição são parte integrante de uma eficaz
administração da produção e como elo importante da cadeia de logística de
suprimento.
4.1 ARMAZENAGEM
Observamos no decorrer da pesquisa que a armazenagem não é uma
atividade isolada. Ela deve ser compreendida no seu contexto, como uma etapa
seguinte ao processo de embalagem e de manuseio. Assim como os estoques que
apresentam um dos investimentos mais elevados nas contas que compõem a
estrutura de capital de giro nas empresas.
O armazém é o espaço físico destinado ao depósito de matérias-primas e
produtos semiacabados ou acabados, á espera de serem transferidos para o ciclo
posterior da cadeia de distribuição. Uma das suas funções é agir como regulador do
fluxo de mercadorias entre a disponibilidade (oferta) e a necessidade (procura). De
acordo com Almeida (2012) gestão de armazenagem é,
A gestão de armazenagem é a administração do espaço necessário, em volume (m³), para se manter com integridade o inventário. O planejamento de armazém envolve localização, o dimensionamento da área, a definição do arranjo físico e das baias de atração, a escolha dos equipamentos para movimentação dos tipos de sistema de armazenagem e dos sistemas de informatização para localização de estoques e, por fim, da definição da quantidade e a qualificação da mão de obra necessária (ALMEIDA, 2012, p. 131).
31
No armazém, procede-se a recepção da mercadoria, suas arrumações e
conservação, à realização da função de separação e à expedição final ao cliente.
Muitas vezes, a armazenagem é aproveitada para incorporar valor a mercadoria por
meio de serviços específicos, ou modificações em suas estruturas físicas. Isso pode
ser feito por via de personalização do produto, acabamentos finais, embalagem,
entre outras operações.
É cada vez mais é importante que os profissionais de logística
acompanhem, em detalhe, o andamento dos trabalhos da sua área. Gerir um
armazém significa ter as informações adequadas para a tomada de decisões e é
fundamental que se estabeleçam ações para nortear o acompanhamento, e a
avaliação por parte do gestor. Cabem ao Administrador do armazém as seguintes
responsabilidades:
• Zelar pela segurança patrimonial do armazém, dos seus funcionários;
• Zelar pelo estoque físico e contábil dos seus materiais, equipamentos de
movimentação, embalagens e veículos de carga de propriedade da empresa;
• Zelar pela documentação que chega e sai do armazém;
• Cuidar para que as informações registradas no sistema informatizado
representem com exatidão os números físicos encontrados;
• Supervisionar o trabalho de seus funcionários, orientando-os e dando-lhes o
necessário treinamento para que desenvolvam cada dia melhor suas tarefas;
• Gerenciar a manutenção de todos os veículos e equipamentos de
movimentação de materiais de responsabilidade do armazém;
• Programar toda a movimentação interna dos produtos no armazém,
elaborando as listas de separação e os romaneios;
• Controlar o orçamento financeiro do armazém, mantendo sob controle o fluxo
das despesas;
32
• Implantar um sistema de identificação de todos os materiais estocados no
armazém, como código de barras.
O armazém é classificado em dois tipos: o tradicional e o mundial:
1. Armazém Tradicional – É o modelo antigo, cujas operações são
semiautomatizadas e cujos controles são realizados por meio de
formulários. É considerado um modelo ineficiente do ponto de vista
logístico e bastante ultrapassado para as exigências de um mercado
globalizado e informatizado;
2. Armazém Classe Mundial – É o novo modelo de armazém, totalmente
automatizado e cujas operações estão ou devem estar sob os
controles.
Os processos de armazenamento apresentam especial importância na
cadeia de suprimentos porque dão suporte e segurança aos elementos que a
compõem. Estão presentes em todos os momentos, desde a estocagem de
insumos, passando pela produção primária, até a estocagem no varejo.
Em cada momento da armazenagem, a função de controle de estoques é
fundamental para saber a quantidade necessária para ressuprimento e
abastecimento da cadeia. Para Almeida (2012), a armazenagem de produtos,
atualmente se fundamenta na garantia plena de modalidade e flexibilidade, inclusive
os equipamentos de movimentação e bens estocados. Atualmente dá-se importância
aos esquemas flexíveis e ágeis, em que a rapidez e a facilidade de acesso ajudem
as operações com alta eficiência em termos de tempo e segurança. Assim, aquele
antigo almoxarifado cheio de prateleiras, tem sido substituído por estruturas
facilmente desmontáveis que permitem mudanças sempre que for necessário,
conforme figura 4,
33
Figura 4. Armazém Moderno (Extraída de ALMEIDA, 2012, p. 131).
As diferenças existentes entre a distribuição física de ontem e a
distribuição física de hoje está no desenvolvimento da tecnologia de armazenagem
de transporte e de informação, que forneceu os meios para a integração. Cabe a
cada empresa decidir como devem ser administrados os armazéns e onde deverão
estar localizados. Quanto mais eficientes os depósitos, mais rapidamente os
produtos serão entregues aos clientes. Dessa forma, é possível administrar com
mais eficiência os mais variados recursos, obtendo maior produtividade e,
consequentemente, melhor racionalização no uso do tempo e na redução de custos.
4.2 CONTROLE DE ESTOQUE
Uma empresa deve cuidar da gestão de estoques como o principal
fundamento de todo o seu planejamento, tanto estratégico como operacional, porque
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um controle correto dos estoques elimina desperdício de tempo, de custo, de espaço
e vai atender o cliente no momento em que ele deseja.
Muitas vezes encarado como vilão, o estoque pode ser um dos maiores
aliados do lojista. Mas, antes de tudo, é preciso lembrar que uma empresa para ter
sucesso e continuar ativa no mercado, preciso preservar seus clientes, que devem
ser muito bem atendidos e satisfeitos. Por isso, o foco dos negócios sempre deve
estar no cliente - sem jamais, obviamente, deixar de lado os resultados positivos e
os lucros. Para Paoleschi (2014), “Os estoques representam um dos ativos mais
importantes do capital circulante e da posição financeira da maioria das empresas
industriais e comerciais” (PAOLESCHI, 2014, p. 72).
De acordo com Accioly (2008), no ambiente empresarial, se por um lado
o baixo nível de estoques pode levar a perdas e altos custos de falta de produtos,
por outro lado o excesso de estoque representa custos operacionais de
oportunidade do capital empatado. Encontrar o ponto ideal não é tarefa fácil.
Segundo o autor, “os estoques exercem uma função essencial no favorecimento de
realização das receitas, afetando direta e positivamente a competitividade e o
resultado financeiro da empresa” (ACCIOLY, 2008, p.25).
Trataremos aqui da gestão de estoque centralizado na distribuição
eficiente de produtos e serviços, bem como na redução dos custos de produção e
consequentemente nos lucros. Moura (2004) conceitua estoque como:
Um conjunto de bens armazenados, com características próprias para atender aos objetivos e necessidades da empresa. Assim, o setor de estoque tem a responsabilidade de disponibilizar mercadorias sempre que forem requisitadas e de regular o fluxo de entrada e saída e estocagem de produtos (MOURA, 2004, p. 48).
A gestão de estoque, segundo Moura (2004), é parte do que se
denomina logística e está essencialmente ligada a três propósitos: diferenciação e
tratamento que se deve dar aos itens estocados; cálculos mais econômicos e
seguros de estocagem e as estimativas dos custos de estocagem. Deve-se ficar
atento aos riscos inerentes a gestão de estoque, já que é a área responsável pelos
35
dispêndios dos itens estocados, isto é, dos custos diretos de aquisição dos bens
tangíveis e intangíveis (informações) em estoque como veremos na Figura 5.
Figura 5 Gestão de estoque e fluxo de material (Extraída de CHAIN, 1999, p. 33).
Hoje, um dos diferenciais competitivos é saber quando comprar, e não
quanto comprar, pois são os prazos de entrega que determinam um estoque
adequado. A característica de maior importância de um estoque são a rapidez e a
precisão no atendimento aos clientes, pois, quanto maior for a eficiência da empresa
em atender às necessidades dos consumidores, maior será sua vantagem
competitiva.
Severo Filho (2006), adverte as empresas que o custo com estoque
elevado pode representar entre 30% e 50 % do valor médio do estoque. Daí a
importância para a boa gestão de estoque para diminuir os custos e
consequentemente aumentar os lucros.
4.2.1 FINALIDADE DO CONTROLE DE ESTOQUE
Para entender bem a relevância do conjunto de estoque, é importante
que saibamos as diversas finalidades de sua utilização. Viana (2002) estabelece a
seguir, atribuições, regras e critérios para a gestão de estoque:
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• Impedir entrada de materiais desnecessários, mantendo-se em estoque
apenas os realmente necessários à empresa;
• Centralizar as informações que possibilitem o permanente acompanhamento
e planejamento das atividades de gestão;
• Definir os parâmetros de cada material incorporado ao sistema de gestão de
estoque, e determinar os níveis de estoque máximo, mínimo e de segurança;
• Determinar para cada material, a quantidade de compras, por meio dos
respectivos lotes econômicos e intervalos de parcelamento;
• Analisar e acompanhar a evolução do estoque da empresa com o
desenvolvimento de estudos estatísticos;
• Desenvolver e implantar políticas de padronização de materiais;
• Ativar o setor de compras para que as encomendas de materiais com
variação de consumo tenham suas entregas aceleradas, ou programar
encomendas em andamento, em face às necessidades da empresa;
• Decidir sobre a regularização ou não de materiais entregue além da
quantidade permitida, ou em excesso;
• Realizar com frequência estudos propondo a alienação, para que materiais
obsoletos e inservíveis sejam retirados dos estoques.
O desperdício de estoque ocorre quando a empresa mantém estoques
desnecessários, que significam perdas de investimento e também de espaço físico.
Quando se identificam as causas que apontam para a necessidade de estoques e
quando há a consciência de que geram desperdícios, a tendência é usá-los de forma
eficiente. Somente é possível reduzir níveis de estoque com a implantação de um
sério programa, quais sejam:
37
• Conhecimento dos custos logísticos das operações e de toda a cadeia
econômica;
• Compartilhar informações com os demais membros da cadeia de
suprimentos, de modo a promover a evolução global;
• Obter a satisfação do cliente através da gestão efetiva da cadeia,
principalmente nas operações de distribuição física de produtos;
• Proporcionar a sustentabilidade da vantagem competitiva através do
gerenciamento dos recursos consumidos e disponibilizados em suas
atividades, segundo FARIA & COSTA (2007);
• Criar valor ao cliente através da disponibilização do estoque no tempo certo, e
ao acionista por meio da promoção de um lucro líquido maior que o custo do
capital investido.
Desta forma, verifica-se a complexidade existente no processo de gestão
da logística integrada, pois envolve uma diversidade de áreas, interesses
conflitantes. Contudo, segundo Faria & Costa (2007) quando bem gerenciada pode
se transformar em um importante recurso estratégico na obtenção de vantagens
competitivas.
Um dos principais instrumentos do qual se utiliza a produção para
combater o desperdício é a filosofia just-in-time. Segundo Campos (2006), “o just-in-
time é uma ferramenta que veio auxiliar o administrador de materiais na economia
de tempo e redução de custo dos materiais” (CAMPOS, 2006, p. 148).
O just-in-time é um sistema de administração da produção desenvolvido
inicialmente no mercado, nas décadas de 50 e 60, que determina que nada deva ser
produzido, transportado ou comprado antes do tempo exato. Hoje aplicado em
diversas empresas em maior ou menor grau com o objetivo de reduzir estoques e
custos decorrentes de sua manutenção.
No just-in-time, a matéria-prima e os insumos chegam ao local de
produção somente no momento exato em que se necessita deles: os produtos
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somente são fabricados ou entregues em tempo hábil de serem imediatamente
montados e comercializados. Desta forma, o just-in-time está intimamente
relacionado ao conceito moderno de produção por demanda, no qual,
primeiramente, vende-se o produto para depois adquirir a matéria-prima e os
insumos e, posteriormente, fabricá-lo ou montá-lo.
A redução dos estoques, o just-in-time, permite que os problemas fiquem
visíveis e, a partir daí, possam ser eliminados. Sendo assim, os estoques também
exercem uma função essencial no favorecimento de realização das receitas,
afetando direta e positivamente a competitividade e o resultado financeiro das
empresas.
No entanto, infelizmente, essa chamada entrega jus-in-time depende
exclusivamente do fornecedor, e pode haver situações em que este poderá não
cumprirá o prazo estabelecido, afetando qualquer planejamento prévio que tenha
sido feito pela empresa. Portanto, caso seu volume de estoque não esteja bem
dimensionado a empresa pode acabar por ficar sem produtos para atender seus
clientes ou mesmo por outro lado perder dinheiro com o encalhe desses estoques
mal planejados.
A melhor maneira de prevenir essa situação é selecionar
cuidadosamente os fornecedores e arranjar uma forma de garantir sua credibilidade,
de modo a assegurar a qualidade e a confiabilidade do fornecimento.
Para Ching (1999) Just in time requer os seguintes princípios:
• Qualidade: deve ser alta porque distúrbios na produção por erros de
qualidade reduzirão o fluxo de materiais;
• Velocidade: essencial em caso de se pretender atender à demanda dos
clientes diretamente conectados com a produção, em vez de por meio dos
estoques;
• Confiabilidade: pré-requisito para se ter um fluxo rápido de produção;
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• Flexibilidade: importante para que se consiga produzir em lotes pequenos,
atingir fluxo rápido e lead time curtos;
• Compromisso: essencial comprometimento entre fornecedor e comprador de
modo que o cliente receba sua mercadoria no prazo e local determinado sem
que haja qualquer tipo de problema em seu processo de entrada de
mercadoria para venda.
Concluímos, portanto, que o fator principal para o gerenciamento dos
estoques é saber controlá-los. Cabe à administração da empresa decidir a melhor
maneira de apurar os resultados e avaliar a lucratividade da organização.
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5 CONCLUSÃO
A partir deste estudo exploratório, foi possível perceber diversos fatores
conceituais de logística empresarial como um processo que busca suportar, de
forma rotineira e consistente, o planejamento estratégico da empresa, traçando
planos tático-operacionais concretos com visão holística de negócio, gerenciando
estoques, custo de produção e de suprimentos, objetivando mudanças e o
desempenho operacional e financeiro das decisões tomadas.
Como já foi possível constatar através dessa pesquisa, a logística
empresarial tem ajudado as empresas a medirem os reflexos de um bom
planejamento na distribuição de suas mercadorias, tanto no que se referem aos
aspectos externos, consumidores e fornecedores, quanto a seu aspecto interno,
fluxo de materiais e armazenamento físico de matéria-prima e produtos acabados.
Assim, essa ferramenta permite que as empresas tenham a possibilidade
de reduzir custos e, consequentemente, aumentar sua competitividade diante dos
concorrentes, nessa nova realidade de mercado globalizado em que fatores como
redução de custos são primordiais para a continuidade das empresas.
Assim sendo, acredita-se que este estudo apresenta a questão da
logística empresarial como um tema atual, demonstrando para as organizações, a
sua real importância já que as grandes mudanças organizacionais vêm exigindo
cada vez mais das empresas reavaliação no formato de sua gestão, o que se torna
uma necessidade para se manterem competitivas no mercado.
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