curso biblico teologico - módulo v

Upload: mailda87

Post on 05-Apr-2018

248 views

Category:

Documents


2 download

TRANSCRIPT

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    1/85

    qwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwerty

    uiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasd

    fghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzx

    cvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyui

    opasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfg

    hjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq

    wertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyui

    opasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfg

    hjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq

    wertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyui

    opasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfg

    hjklzxcvbnmrtyuiopasdfghjklzxcvbn

    mqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwert

    yuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopas

    dfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbnm

    Introduo Bblia

    Curso Bblico - Teolgico

    Mdulo VO Cnon da Bblia

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    2/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 2

    Sumrio

    V. O Cnon da Bblia 03

    1. Definindo o Cnon 03

    2. O Cnon e a autoridade da Bblia 05

    3. O Cnon do Antigo Testamento 05

    A)Estgios do processo de canonizao 05B) Divises do Cnon do Velho Testamento 06C) O processo de formao do Cnon do A. T. 07D)Evidencias histricas do processo da canonizao 08

    E) Reconhecimento dos livros do A.T. divinamente inspirados 11F) Concluso do Cnon do A. T. 13

    4. Os livros apcrifos do A. T. 13

    5. Os livros pseudepigrafos 24

    6. O Cnon do Novo Testamento 25

    A) Introduo 25B)

    O Cnon do N. T. Em relao ao Cnon do A. T. 26

    C) O perodo de transmisso oral 26D)Origem dos escritos do N. T. 28E) Estmulos produo do Cnon do N. T. 49F) A compilao e reconhecimento progressivo dos livros cannicos 50G)A seleo dos livros fidedignos 51H)Circulao e compilao dos livros do N. T. 52I) Testemunhos do 2 e 3 sculos sobre os livros do N. T. 52J) Critrios de canonizao dos livros do N. T. 58

    7. Os livros apcrifos do N. T. 59

    8. Os livros pseudepigrafos do N. T. 63

    9. Os livros disputados do N. T. 67

    10.Exerccios prticos 70

    11.Glossrio 85

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    3/85

    3 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    V. O Cnon da Bblia

    1.O que Cnon?O termo cnon provm do grego / kann significa regra,lista, vara, rgua, um padro de medida. No hebraico a palavraQNEH (ocorre 61 vezes no Antigo Testamento) significa CANA(planta que era usada para medir e pautar), BALANA (Is 46.6) e,tambm a cana para tranar os cestos, ou o basto reto. Usos dapalavra Cnon:

    O uso Eclesistico da palavra Cnon.Cnon ocorre somente quatro vezes no Novo Testamento, sendo

    encontrado exclusivamente nas epistolas paulinas. Em 2 Co 10.13,

    15,16 significando ao que parece, a sua regra de procedimento de

    no trabalhar em campo alheio, especialmente dentro do mundo

    gentlico (Cf. At 9.15; Rm 1.5 e Gl 2.9). Paulo tambm emprega o

    termo em Gl 6.16, indicando uma regra de vida, que consiste no

    apego palavra de Deus.

    Uso pelos pais e conclios da igreja

    Os pais da igreja e alguns conclios usaram com freqncia a

    expresso cnon, para distinguiu os ensinos da igreja das heresiasque surgiam:

    a.Clemente de Roma (Por volta de 95 d.C.): Deparando-se comuma dissenso na igreja de Corinto porque alguns jovens noestavam obedecendo aos presbteros da igreja, exorta-os a

    humildade e obedincia segundo o exemplo de Cristo, como

    condio de harmonia e paz. Suas palavras foram de exortao

    ao arrependimento e um retorno caminhada segura em

    Cristo: Prossigamos para a gloriosa e venervel regra (Cnon) de

    nossa tradio.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    4/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 4

    b.Clemente de Alexandria (150 a 250 d.C.): Chamou a harmoniaentre o antigo e o Novo Testamento de um Cnon da igreja.Ele tambm escreveu um livro contra os judaizantes intituladoCnon eclesistico oucontra os judaizantes.

    c. Irineu (120 202 d.C.): Chama o credo batismal que deverser guardado sem nenhuma modificao no corao de o

    Cnon da verdade.

    d.Policarpo (70 155 d.C.): Refere-se ao evangelho comoCnon da F.

    e.Hiplito (160 235 d.C.): Faz meno ao Cnon da fprimitiva.f. Eusbio (260 340 d.C.): Alude ao Cnon da verdade, Cnon

    da igreja e, tambm ao Cnon so, da pregao do salvador.

    g.Baslio (329 379 d.C.): Refere-se ao transmitido cnon dareligio verdadeira.

    h.Joo Crisstomo (354 407 d.C.): Refere-se Bblia como aexata Balana, padro e regra de todas as coisas.

    Entre os anos 264 e 268 d.C., trs snodos reuniram-sesucessivamente em Antioquia, com o objetivo de julgar osensinamentos de Paulo de Somosata, bispo de Antioquia desde 260d.C. O ultimo dos trs snodos (268 d.C.) o condenou e o excomungoupor heterodoxia. A sua doutrina e conduta foram classificadas

    como sendo uma apostasia do Cnon, ou seja, o abandono da f ortodoxa.

    Os primeiros snodos da igreja, inclusive alguns dos ecumnicos,intitularam suas decises de cnones (Ex. ncira: 314 d.C.;Neocesaria: 315 d.C.; Nicia: 325 d.C.; Gangra: 325-381 d.C.;Antioquia: 341 d.C. e Constantinopla: 381 d.C.).

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    5/85

    5 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    2.O Cnon e a Autoridade da Bblia.Devemos fazer uma distino entre a canonicidade de um livro daBblia e sua autoridade. Um livro contm autoridade, por causa de

    sua inspirao divina antes de ser qualificado para canonizao.Doutra sorte, um livro no inspirado porque a igreja o afirma, mas

    ele o em si e a igreja reconhece toda inspirao.

    Relao entre Canonicidade, Revelao e Inspirao.

    A origem e desenvolvimento do cnon envolveram 3 (trs) passos:

    a.Revelaob.Inspirao

    c. Canonizao

    Na revelao, temos a verdade, na inspirao, temos o registro daverdade e na canonizao o reconhecimento dos escritos comorevelados e inspirados.

    3.O Cnon do Antigo Testamento.A)Estgios do Processo de Canonizao

    H. E. Ryle, em seu livro The Cnon of the Old Testament, declaraque h trs estgios no processo de canonizao:

    a.A proclamao e formao oral do contedo dos livros doAntigo Testamento,

    b.A redao destes livros na forma presente e

    c. A seleo desses livros para ocuparem o cnon judaico dasescrituras. Os dois primeiros estgios esto relacionados com ainspirao das escrituras, e indiretamente com a canonizao. Oterceiro estgio est diretamente relacionado com acanonizao, e indiretamente com a inspirao. Oreconhecimento oficial dos escritos no pode ser separado dainspirao divina desses livros. trabalho do Esprito Santoguiar as pessoas no reconhecimento dos escritos inspirados. A

    canonizao reconhece a inspirao dos escritos sagrados,mediante o qual Deus fala. O processo de canonizao no

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    6/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 6

    apenas um ato oficial humano, mas certamente tambm incluio trabalho providencial do Esprito Santo. A direo divina naseleo dos livros no elimina, entretanto, a atividade humana.

    B)Divises do Cnon do Antigo TestamentoO Antigo Testamento hebraico est dividido em trs partes:

    a.A lei (Torah);

    b.Os profetas e

    c. Os escritos.

    Estas divises parecem representar estgios do processo de

    canonizao. No h determinao especfica nestas expresses seh seqncia cronolgica em que os livros surgiram ou se suaposio no cnon.

    A Lei

    A Torah (lei) marcou o comeo da coleo de material que constituiuo cnon. No obstante o reconhecimento dos profetas como

    divinamente inspirados, nenhum se igualou autoridade da lei navida da nao de Israel. A canonicidade da lei, data pelo menos dapoca de Esdras (Sc. V - a.C.).

    Os Profetas

    Desde tempos antigos, as mensagens dos profetas eramreconhecidas como procedentes do Senhor. Os profetas abrangem 8(oito) livros: Os livros histricos de Josu, Juzes, Samuel e Reis e os

    Livros profticos de Jeremias, Ezequiel, Isaias e os 12 profetasmenores. Esta a segunda diviso do material que constitui o cnon.

    Os Escritos ou Hagigrafos (escritos sagrados)

    Compreendem onze livros: Os livros lricos e sapienciais de Salmos,J, Provrbios, Eclesiastes, Cantares e Lamentaes de Jeremias e osLivros Histricos de Daniel, ster, Esdras e Neemias. O grupo inteiro

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    7/85

    7 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    pode ter sido mencionado em certas ocasies como os Salmos (Cf. Lc24.44).

    C)O processo de formao do Cnon do Antigo Testamento.Foi um processo de acrescentamento gradual. A diviso em Lei,profetas e escritos confirmam esta afirmao, resultado do trabalhode inmeras pessoas. A autoridade eclesistica limitou-se a sancionare fixar a coleo de escritos que vinham sendo reconhecidos comodivinos. Apesar de no sabermos com detalhes como os livros doantigo testamento foram selecionados, algumas escrituras do AntigoTestamento nos informam o seguinte:

    a. Ex 20.1- 24.8 Certos cdigos legais ficavam debaixo desano religiosa. As referidas leis eram guardadas na arca eeram especialmente veneradas. A prpria arca era umsmbolo da presena de Deus entre seu povo. As leis erampara guiar o povo nas relaes do pacto. Era costumeguardar documentos oficiais no santurio (Cf. Dt 31.9 vss; Js24.25-26 e 1 Sm 10.25).

    b. Durante o reinado de Josias, cerca de 621 a.C., o sacerdote

    Hilquias descobriu um livro da Lei no santurio, durante suareconstruo (2 Rs 22.3 e vss.). Depois que Saf leu o livropara o rei Josias, este rasgou suas vestes e mandou queHilquias e seus associados pedissem misericrdia Deus,visto que eles, o rei e o povo estavam desobedecendo aspalavras do livro. Apesar de terem passados 700 anos antesque se reconhecesse um cnon oficial, os atos do Rei Josias edo povo revelam que Eles reconheceram a autoridade divinaexpressa no livro sagrado.

    c. Depois de sua volta da Babilnia em 538 a.C., Esdras trouxeum livro da lei ao povo em Jerusalm. A lei continha asabedoria de Deus (Ed 7.25) e deveria ser seguida naorganizao oficial dos lderes e Juzes do povo. A leicontinha autoridade sobre a vida das pessoas, a ponto depunir com a pena de morte ou banimento aqueles que a

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    8/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 8

    desrespeitassem. A reverncia do povo pela lei se revela nasua posio (postados em p) conferir Ne 8.5 vss.

    D)Evidncias histricas do processo de canonizaoOs eruditos conservadores observam que:

    a.A canonizao se baseia na autoridade divina contida numlivro;

    b.A canonicidade determinada por Deus, que inspira osescritos;

    c. Deus tambm inspira os homens a reconhecer os livroscannicos.

    A Grande Sinagoga

    Muitos livros fazem referencia Grande sinagoga um conselho, do

    qual Esdras era presidente, e que incluiu entre seus 120 membros,Neemias, Ageu, Zacarias, Malaquias, Daniel e Simo, o justo. Emborao Talmude (uma compilao de estudos, reunidos desde o tempo deEsdras at o sexto sculo de nossa era, contendo lei, poesias,oraes, ritos, sermes, folclore, regras sobre procedimento, mas

    especialmente comentrios escritursticos, um repositrio de leisjudaicas) atribua a ratificao do cnon hebraico aos membros destasinagoga, alguns eruditos afirmam que a grande sinagoga, no

    passa de uma lenda que surgiu no sculo XVI, sendo ela produto defico rabina.

    Historiador Josefo

    O historiador Josefo (70 a.C.) em sua catilinria contra Apion nosafirma que os judeus estavam convictos de que o cnon tinha sidofixado no tempo de Esdras e Neemias. Na mesma stira contra Apionacima citada, Josefo apresenta a teoria dos judeus sobre o cnon,cujas principais caractersticas so: 1. Inspirao divina; 2. Asantidade objetiva dos livros comparada com a literatura profana; 3.A limitao numrica em 22 livros (os 24 livros se originaram daseparao de Rute, de Juzes e de Lamentaes de Jeremias, 4. A

    inviolabilidade do texto. Todos os escritos teriam sido compostosentre Moiss e Artaxerxes I (falecido em 424 a.C.).

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    9/85

    9 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Os judeus haviam estabelecido princpios para os livros do AntigoTestamento figurarem no Cnon, saber:

    a.Estarem conformidade com a lei;

    b.Terem sido escrito na Palestina;c. Redigidos em lngua hebraica;

    Parece-nos que o intuito de Josefo ao falar de 22 livros era o mesmode alguns rabinos de obterem uma correspondncia dos livros e osda letra do alfabeto hebraico. Como o alfabeto hebraico tem maiscinco letras finais, no faltou quem contasse 27 livros, fazendo paraisso subdivises em Reis, Esdras e outros livros. A diviso que hojetemos de 39 livros, tem sua origem na traduo do hebraico para o

    grego.

    O Pentateuco Samaritano

    Nos tempos de Esdras e Neemias, foi exigida a separao de Judeus eestrangeiros. Visto que os samaritanos se casaram com estrangeiros,os judeus deixaram de associar com eles (Cf. Ne 13.23 e vss.). Estaatitude forou os samaritanos a estabelecer seu prprio lugar de

    adorao. A liderana religiosa da nova comunidade provavelmentefoi dada a Eliasibe, que era sumo sacerdote e genro de Sambalate, oqual foi forado a deixar Jerusalm por causa do seu casamento comuma estrangeira (Cf. Ne 13.28). De acordo com Josefo, existia umtemplo samaritano no Monte Gerizim no ano 332 a.C. A BbliaSamaritana consistia apenas de 5 (cinco) livros da lei. Muitos eruditosconcluram que os samaritanos providenciaram para si mesmos umtexto da lei depois que cortaram as relaes com os judeus. A

    semelhana do Pentateuco Samaritano com os livros judaicos da leiindica que o Pentateuco era um escrito reconhecido oficialmente, eque tinha alcanado forma fixa.

    A Septuaginta

    Uma grande comunidade judaica tinha-se desenvolvido no Egito,especialmente na vizinhana de Alexandria. Os judeus de Alexandriafalavam grego e precisavam de uma verso grega de seus escritos

    religiosos. O livro da lei foi traduzido no ano 250 a.C. os outros livros

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    10/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 10

    foram traduzidos para o grego no ano 150 a.C. A Bblia Grega contmtodos os escritos contidos na Bblia, acrescida dos livros apcrifos. Asemelhana da Septuaginta com a Bblia Hebraica sugere que nohouve grandes mudanas no contedo depois de feita a traduo

    para o Grego. Ao tempo em que se completou a Bblia Grega, oCnon j tinha assumido forma definitiva.

    Josefo, historiador judeu registra uma traduo interessante arespeito da origem da Bblia Grega (antiguidades XII, 2, 1-14).Descreve como o Rei Egpcio, Ptolomeu Filadelfo (285-246 a.C.),desejou possuir os livros da lei judaica em sua biblioteca particular.Seu bibliotecrio Demtrio sugeriu que os livros solicitados fossem

    traduzidos para o Grego. Demtrio deu a entender que os livros jtinham sido traduzidos, mas a traduo era imprecisa, precria. O reiordenou ento que o sumo sacerdote Eleazar, mandasse buscar emJerusalm 72 tradutores (6 de cada tribo), para efetuarem a traduodas escrituras hebraicas. Ficaram isolados na ilha de Raros ecumpriram sua misso em 72 dias e a populao judaica e o Reiforam convidados a aprovar a traduo. O rei ficou deslumbrado como livro da lei, com a profunda sabedoria daquele que o escreveu. O

    rei perguntou a Demtrio por que razo o livro da lei no foraconsiderado antes pelos poetas e historiadores. Demtrio respondeuque ningum ousaria sequer tocar de leve na descrio dessas leis,por que eram divinas, venerveis e porque alguns que o quiseramforam castigados por Deus.

    Eclesistico

    Jesus, filho de Siraque, escreveu no ano 190 a.C., um livro de

    sabedoria (Eclesistico) que foi traduzido para o grego por seu netono ano 132 a.C. O neto declarou no prlogo que seu avo tinhaestudado diligentemente a lei, os profetas e outros escritos denossos antepassados. Esta afirmao reconhece as trs sees do

    Antigo Testamento. Ele explicou que seu av escreveu para auxiliaros gentios a amar a lei, os profetas e outros livros de nossos Pais.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    11/85

    11 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Macabeus

    O livro de Macabeus, data aproximadamente do ano 100 a.C. Oescritor considerou a lei de Moiss fundamental em toda a vida sociale religiosa de seu povo. O livro relata que Judas encorajou seushomens desde a lei e os profetas (15.9). Em 2.13-15 disse: As mesmascoisas foram registradas, tambm nos escritos e memrias sobreNeemias, como na formao de uma biblioteca, ele conseguiu reuniros livros sobre os reis e os profetas, os sobre Davi, e cartas de Reissobre ddivas. A declarao reflete a reminiscncia de um estgioprimitivo de formao do cnon referente poca de Neemias nosculo V a.C.os reis e os profetas uma referencia aos profetas

    primeiros e aos posteriores. Os de Davi se referem aos Salmos.II Esdras

    Este livro data de 90 a.C. contm uma lenda sobre a destruio da leipelo fogo. Esdras lembrou a Deus que o mundo ficaria nas trevasporque os livros da lei tinham sido destrudos em Jerusalm. Elepediu ao Esprito Santo que descesse para gui-lo na restaurao doslivros. Foi ento instrudo a reunir-se com cinco escribas e conseguir

    material para escrever. No dia seguinte Uma voz lhe ofereceu umaxcara cheia de alguma coisa semelhante gua, mas sua cor eracomo de fogo (14.39). Depois de beb-la, seu corao se extravasoude sabedoria. Ele ficou inspirado e ditou continuamente por 40(quarenta) dias aos cinco escribas, resultando na produo de 94livros, 24 dos quais compuseram o antigo testamento hebraico.

    E)Reconhecimento dos livros do A. T. divinamente inspirados.Reconhecimento aqui a atividade humana que sanciona os livrosinspirados e autorizados. A autoridade divina da maioria dos livros doantigo testamento j era aceita pelo povo muito antes de qualquerdeciso oficial.

    O Cnon Palestiniano

    Depois da destruio de Jerusalm e do templo no ano 70 d.C., os

    eruditos judeus mudaram-se para Jamnia, para estudo das escrituras.Um conclio de lideres judeus, em 90 d.C. (mais tarde chamado

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    12/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 12

    concilio de Jamnia). Segundo muitos eruditos o conclio de Jamnia

    encerrou o Cnon do Antigo Testamento. Este conclio defendeu a

    canonicidade de quatro livros contra ataques da Escola de Shamai,

    que no queria que eles figurassem entre os demais. Os livros eramos seguintes:

    a.Ester, por no fazer meno ao nome de Deus.

    b.Cantares, por ser considerado por muitos, mero canto de

    amor.

    c. Eclesiastes, por causa do esprito pessimista que permeia

    o Livro.d.Provrbios, por possuir captulos de autores

    desconhecidos.

    e.O concilio aps alguma divergncia reconheceu 0s 24

    livros da Bblia Hebraica (os 39 da Bblia em portugus). A

    igreja evanglica, no sculo 16, foi grandemente

    influenciada por este conclio, ao reconhecer os mesmoslivros como cannicos.

    O cnon de Alexandria

    Judeus de fala grega residiam em Alexandria e suas proximidades, no

    Egito. Tinham um templo e uma literatura religiosa. A seleo de

    escritos religiosos que usavam inclua todos os livros de Bblia

    Hebraica mais os apcrifos.A diferena entre o Antigo Testamento Catlico e o Protestante o

    resultado da escolha diferente entre os livros da Bblia Hebraica da

    Palestina e os livros da Bblia Grega de Alexandria. No concilio de

    Trento em 1546, a Igreja Catlica Romana declarou oficialmente o

    status cannico dos livros apcrifos e referiu-se a eles como

    deuterocannicos.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    13/85

    13 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    F)Concluso do Cnon do Antigo TestamentoA alta crtica (metodologia que se ocupa em estudar, autoria, tempo,

    lugar e circunstancias em que o livro escrito), tambm denominada

    de critica histrica, difere da baixa critica, ou critica textual (que seocupa com a linguagem, vocabulrio e questes de gramtica). A

    historia da transmisso do texto, inclusive s tentativas de restaurar

    o texto original, indica trs estgios de canonizao:

    a.O Pentateuco foi canonizado depois do exlio Babilnico, 432

    a.C., nos dias de Esdras e Neemias;

    b.Os profetas foram canonizados entre 300 e 200 a.C. e,

    c. Os escritos no perodo de 160 a 150 a.C.

    O cnon completo foi oficialmente ratificado em 90 d.C., pelo concliode Jamnia. Outros estudiosos deste assunto concluram que Esdras eNeemias colecionaram os livros sagrados do Antigo Testamento efecharam o cnon, entre os anos 430 e 420 a.C. Alguns autores maisprecisos fixam a data em 432 a.C. De acordo com Flavio Josefo

    (contra Apion 1.8) e com o Talmude, a sucesso de profetasencerrou-se com Malaquias nos dias de Neemias. Assim registra oTalmude: Depois dos ltimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o

    Esprito Santo apartou-se de Israel. Alm disso, jamais o NovoTestamento cita algum outro livro depois de Malaquias, comoautorizado.

    4.Os Livros Apcrifos do Antigo Testamento.O termo apcrifo significa escondido, oculto. No sentido

    religioso significa esprio no genuno. Para os evanglicos os

    livros apcrifos so os que no faziam parte do cnon hebraico,portanto no inspirados. Foram anexados Septuaginta e a VulgataLatina. Os livros apcrifos foram oficialmente aceitos pela igrejacatlica no conclio de Trento em 1546, que se referiu eles comodeuterocannicos. A reforma protestante rejeitou a incluso dos

    livros apcrifos no cnon.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    14/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 14

    Razes para rejeio dos apcrifos

    a.No foram citados por Cristo, e no h referncia direta elespor parte dos apstolos. Os apstolos citaram 433 vezes o

    Antigo Testamento, mas nenhuma vez estes livros.b.Foram rejeitados pelos pais da igreja.

    c. Atansio, Orgenes, Epifnio, Rufino, So Jernimo, fizeramreferncias ao cnon, sem mencionar os apcrifos.

    d.No figuravam no cnon hebraico, e da, deduz-se que noeram inspirados.

    e.H neles referncias que contradizem os livros cannicos.

    Exemplos

    Dar esmolas como requisito para salvao: Eis as palavrastextuais de Tobias 12.9: Porque a esmola livra da morte, e ela quem apaga os pecados, e faz achar misericrdia e a vidaeterna. A Bblia desautoriza este ensino. (Cf. 1 Pe 1.18-19).

    Defende a doutrina do purgatrio: Esta crena est registradano livro de sabedoria de Salomo (3.1-4). A Bblia nada dizacerca disso.

    Autoriza o charlatanismo: Tobias 6.6-8 nos diz que um anjoaconselhou Tobias a colocar um pedao de carne sobre brasaspara que a fumaa afugentasse toda a espcie de demnios.

    Recomenda oferta e oraes pelos mortos: II Macabeus 12.42-46. Os ensinos dos livros cannicos so contrrios a este ensino(Cf. Ec 9.5-6).

    Salvao pelas obras: Eclesistico 3.33-34, afirma: A gua apagao fogo ardente, e a esmola resiste aos pecados. E Deus quepe os olhos naquele que faz mais bem. Lembra-te dele para ofuturo, e no tempo de sua queda achar arrimo.

    Em Tobias 5.16-19: H uma afirmao que os anjos mentem. Oanjo Rafael disse que era de Cezarias.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    15/85

    15 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Apresenta a doutrina da co-redeno de Maria: Sabedoria

    8.20, nos apresenta a virgem Maria nascida sem pecado e

    imaculada. Neste verso nasce a doutrina de Maria Co-

    redentora, cujo dogma foi promulgado em 1854 pelo Papa PioIX. Que diz a Bblia quanto salvao? (Sl 51.5, Lc 1.30-35, At

    4.12 e Rm 3.23).

    Eclesistico afirma que se deve negar o po aos mpios:Eclesistico 12.5-6. No este o ensino bblico (Mt 5.44-48 eRm 12.20).

    Judite 9.2 - Declara que Deus forneceu a Simeo uma espada

    para com ela ferir seus inimigos. O relato bblico bemdiferente (Gn 49.5-9 e Rm 12.19).

    Judite 1.5 - Apresenta Nabucodonosor como Rei da Assria eBaruque 1.11 - Afirma que Baltazar era filho de Nabucodonosor.Evidentemente, erros histricos.

    Os livros apcrifos so quase todos escritos em grego ao passo queos cannicos so escritos em hebraico.

    Relao dos livros apcrifos

    Foram considerados pelos judeus como estando especificamente forado cnon. Sos os seguintes: 1 Esdras, 2 Esdras, Tobias, Judite, osacrscimos a ster, Sabedoria de Salomo, Eclesistico, Baruque, acarta de Jeremias, os acrscimos ao livro de Daniel, (a orao de

    Azarias e cntico dos trs jovens, historia de Suzana, Historia de Bel eo drago) a orao de Manasses, 1 Macabeus e 2 Macabeus.

    Dentre estes os sete mais importantes so: 1 e 2 Macabeus, Tobias,Judite, Sabedoria de Salomo, Eclesistico e Baruque, assimclassificados:

    a.Histricos (1 e 2 Macabeus, Tobias e Judite);b.Poticos ou Sapienciais (Sabedoria de Salomo e Eclesistico) e

    c. Proftico (Baruque).

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    16/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 16

    Contedo dos livros apcrifos

    1 Esdras: Parece ser uma compilao de material histricoextrado de diversas partes do Antigo Testamento,notadamente, Crnicas, Esdras e Neemias. Inclui umainterpretao interessante, Debate dos trs soldados (Esdras3.1-5,6, no qual a supremacia da verdade demonstrada poralguns erros e inconsistncias histricas, encontrada no livro,em ntido contraste das fontes cannicas nos quais ocompilador de 1 Esdras se baseou). Escrito em 150-100 a.C.

    2 Esdras: Consiste em um apocalipse judaico, no qual Esdrasem uma srie de vises comenta a situao difcil de Israelexilado, e procura por uma figura messinica que restaure anao a sua teoria anterior. Escrito por volta de 100 a.C.

    Tobias: uma mistura de Folclore e Romance escrito talvez emacerca de 200 a.C. obviamente pretendia instruir os judeussobre atitudes apropriadas, relacionadas vida piedosa voltadapara Deus. O prprio Tobias retratado como resoluto nosofrimento e um exemplo a seus companheiros em assuntos decaridade, justia moralidade e obrigaes religiosas. Assimcomo acontece com 1 Esdras, o livro contm erros histricos egeogrficos.

    Judite: uma lio de patriotismo. O livro narra como umamulher judia empreendedora mata um lder inimigo e salva seupovo, a narrativa carece, entretanto de fatos histricos e estamarcado por erros cronolgicos e de outros tipos Escrito 150a.C.

    Acrscimos ao livro de ster: Compreendeu as seguintessees: O sonho de Mardoqueu, o edito de Assuero contra os

    judeus, as oraes de Mardoqueu e ster. Est diante do Rei, oedito de Assuero em favor dos judeus e um eplogo. Essassees foram projetadas para serem intercaladas no texto dolivro cannico. provvel que tenha sido escrito originalmenteem grego. Escrito entre os anos 140 a 110 a.C.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    17/85

    17 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Sabedoria de Salomo: Compilado talvez em cerca de 100 a.C. um louvor sabedoria de Deus. Apresenta uma elaboraodos ensinamentos acerca de Provrbios e Eclesiastes. Suaessncia doutrinria contm mais o pensamento grego do que

    hebraico. O autor se apresenta na pessoa de Salomo. certamente uma fico literria. O livro era muito lido naprimitiva era crist.

    1 Macabeus: Foi escrita com o propsito de registrar umahistria espiritual da nao de Israel, a exceo que trata

    exclusivamente do perodo de Macabeus. E baseado emalgumas fontes literrias genunas, embora a autenticidade de

    determinados trechos da obra seja questionvel.

    2 Macabeus: Enquanto 1 Macabeus procura apresentar umanarrativa objetiva dos Hasmoneus, 2 Macabeus consta de umsumrio retrico de uma obra consideravelmente maior arespeito dos assuntos vigentes na era dos Macabeus. E aindamais teologicamente orientado do que 1 Macabeus e contemdiversos erros cronolgicos bem como contradies efetivas.

    Eclesistico: Em grego chamado Sabedoria de Jesus, filho deSiraque, um compndio de tica, era grandemente estimadotanto por judeus como cristos. O autor era um escriba quedesejava dar uma forma mais permanente aos seus ensinos,pelo que utilizou como modelo o Livro Cannico de Provrbios.Escrito entre 130 a 120 a.C.

    Baruque: Profeta quase desconhecido extraiu seu material decertos profetas e sbios do Antigo Testamento e est na formade discurso, enviado aos judeus no exlio babilnico. Seus temasprincipais so: O pecado, o castigo e o perdo de Israel. Escritoentre 150 a 50 a.C.

    A carta de Jeremias: Escrito entre 300 a 100 a.C., umdocumento supostamente enviado aos judeus que estavam a

    ponto de serem levados cativos para Babilnia, na realidadeum tratado religioso condenando a idolatria.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    18/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 18

    Os acrscimos ao livro de Daniel: A orao de Azarias, a qualreconhece a justia divina do cativeiro babilnico, segura pelocntico dos trs jovens, quando foram libertos da fornalhaardente, A Historia de Suzana, mostra como Daniel salva da

    morte uma mulher inocente. Este relato parece ter sidobaseado em um conto popular babilnico. A historia de Bel e oDrago contm duas narrativas que ridicularizam a idolatria emostram a falta de poder dos deuses babilnicos. Estas seesescritas entre I e II sculo a.C. so alheias ao hebraico e oaramaico da obra cannica.

    A orao de Manasses: Consiste em um curto salmo

    penitencial, que representa o suposto pedido do Rei pelamisericrdia divina, durante um perodo de aprisionamento nababilnia (Cf. 2 Cr 33.10-13). Escrito no sculo I e II a.C.

    Argumentos em prol da aceitao apcrifos do Antigo Testamento

    Os livros apcrifos tm diferentes graus de aceitao entre oscristos. A maior parte dos judeus e protestantes aceita que tenhamvalor religioso e histrico, sem, contudo serem cannicos. A igrejacatlica, desde o concilio de Trento em 1546, tem aceitado esteslivros como sendo cannicos, mas recentemente, os catlicos tmdefendido a idia de uma deuterocanocidade, mas os livros apcrifosso utilizados para apoiar doutrinas extra-bblica. Outros grupos,como os anglicanos e varias igrejas ortodoxas, nutrem diferentesconcepes sobre os livros apcrifos.

    Argumentos aduzidos em favor da canonicidade

    Aluses no Novo Testamento: O Novo Testamento reflete opensamento e registra alguns fatos e acontecimentos dos livrosapcrifos. Exemplo: O livro de Hebreus fala de mulheres quereceberam seus mortos pela ressurreio (Hb 11.35) e fazreferncia a II Macabeus 7 e 12. Os chamados apcrifos e

    pseudepgrafos so citados em Jd 14,15 e 2 Tm 3.8.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    19/85

    19 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Emprego que o Novo Testamento faz da Septuaginta: Atraduo grega do Antigo Testamento hebraico, em Alexandria, conhecida como septuaginta (LXX). a verso mais citadapelos autores do Novo Testamento e pelos cristos primitivos. A

    LXX continha os livros apcrifos. A presena desses livros na LXXd apoio ao Cnon Alexandrino mais amplo do AntigoTestamento, em oposio ao Cnon Palestino, que os omite.

    Os mais antigos manuscritos completos da Bblia: Os maisantigos manuscritos da Bblia contm os livros apcrifosinseridos entre os livros do Antigo Testamento.

    A arte crist primitiva: Alguns dos registros mais antigos da artecrist refletem o uso dos apcrifos. As representaes nascatacumbas s vezes se baseavam na historia dos fiisregistrada no perodo intertestamentrio.

    Os primeiro pais da igreja: Alguns dos mais antigos pais daigreja, de modo particular os do ocidente, aceitaram e usaramos livros apcrifos em seu ensino e pregao. E at mesmo no

    Oriente. Clemente de Alexandria reconheceu 2 Esdras comointeiramente cannico. Orgenes acrescentou Macabeus, bemcomo a epistola de Jeremias lista dos livros cannicos. Irineumencionava o livro de Sabedoria, e outros pais da igrejacitavam outros livros apcrifos.

    A influncia de Agostinho (354-430): Agostinho atribuiu oslivros apcrifos categoria cannica. Ele influenciou os conclios

    da igreja em Hipo (393 d.C.) e em Cartago (397 d.C.), querelacionavam os apcrifos como cannicos: A partir de ento aigreja ocidental passou a usar os apcrifos em seu culto pblico.

    O conclio de Trento: Em 1546, o concilio catlico do ps-reforma, realizado em Trento, proclamou os livros apcrifos,como cannicos, declarando o seguinte: O snodo *...+ recebe e

    venera [...] todos os livros do Antigo Testamento como do Novo

    (incluindo os apcrifos) entendendo que um nico Deus oautor de ambos os testamentos [...] como se houvessem sido

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    20/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 20

    ditados pela boca do prprio Cristo, ou pelo Esprito Santo[...]Se algum no recebes tais livros como sagrados e cannicos,em todas as suas partes, de forma em que tm sido usados elidos na igreja catlica [...] seja antema.

    O uso no catlico: As Bblias protestantes desde a reformacom freqncia continham os livros apcrifos. Nas igrejasanglicanas os apcrifos eram lidos regularmente, ao lado dosdemais livros do Antigo e do Novo Testamento. Os apcrifosso tambm usados pelas igrejas de tradio ortodoxia oriental.

    A comunidade do mar morto: Os livros apcrifos foram

    encontrados entre os rolos em comunidade do mar morto, emQumram. Alguns haviam sido escritos em hebraico, o que seriaindcio de terem sido usados por judeus palestinos antes dapoca de Jesus.

    Rplica e argumentos contra a canonicidade dos apcrifos

    A autoridade do Novo Testamento: O Novo Testamento no

    cita qualquer livro apcrifo como inspirado. As aluses a taislivros no lhe emprestam autoridade, assim como, as alusesneotestamentrias a poetas pagos no lhe confereminspirao divina. Alm disso, o Novo Testamento cita quasetodos os livros cannicos do Antigo Testamento e atesta ocontedo e os limites deste Testamento omitindo os apcrifos.

    A traduo da Septuaginta: A Palestina era o lar do cnon

    judaico, jamais a Alexandria no Egito. Alexandria, o grandecentro do saber grego no Egito, no tinha autoridade para sabercom preciso que livros pertenciam ao Antigo Testamento

    judaico. Alexandria era o lugar da traduo, no dacanonizao. O fato de a Septuaginta conter os apcrifosapenas comprova que os judeus alexandrinos traduziram osdemais livros religiosos judaicos do perodo intertestamentrioao lado dos demais livros cannicos. Filo, o judeu alexandrino,rejeitou com toda clareza a canonicidade dos apcrifos, no

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    21/85

    21 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    tempo de Cristo, assim como o judasmo oficial em outroslugares e pocas.

    A Bblia Crist Primitiva: Os mais antigos manuscritos gregos da

    Bblia datam do sculo IV d.C. Seguem a traduo da LXX, quecontm os apcrifos. Como j foi dito, era uma traduo grega eno o cnon hebraico. Jesus e os escritores do NovoTestamento, quase sempre fizeram citaes da LXX, mas jamaismencionaram um livro sequer dentre os apcrifos. No mximo,a presena dos apcrifos na Bblia crist do sculo IV mostraque tais livros eram aceitos at certo ponto por alguns cristos,naquela poca. Isso no significa que os judeus ou os cristos

    como todo aceitaram esses livros como cannicos, isso semmencionarmos a igreja universal, que nunca os teve na relaode livros cannicos.

    Arte crist primitiva: As representaes artsticas noconstituem base para apurar a canonicidade dos apcrifos. Asrepresentaes encontradas nas catacumbas mostram apenasque os crentes daquela poca estavam cientes dos

    acontecimentos do perodo intertestamentrio e osconsideravam parte de sua herana religiosa.

    Os primeiros pais da igreja: Muitos dos pais da igreja em seucomeo, dos quais, Melito, Orgenes, Cirilo de Jerusalm eAtansio, se apuseram aos apcrifos. Nenhuns desses paisanteriores a Agostinho aceitaram todos os livros apcrifoscanonizados em Trento.

    O cnon de Agostinho: O testemunho de Agostinho no definitivo, nem isento de equvocos. Primeiramente Agostinhos vezes faz supor que os apcrifos apenas tinham umadeuterocanonicidade (cidade de Deus 18,36) e nocanonicidade absoluta. Alm disso, os conclios de Hipo e deCartago foram pequenos conclios locais, influenciados porAgostinho e pela traduo da Septuaginta grega. Nenhum

    estudioso hebreu qualificado esteve presente nestes conclios.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    22/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 22

    O especialista hebreu mais qualificado, da poca, Jernimo,argumentou fortemente contra Agostinho, ao rejeitar acanonicidade dos apcrifos. Jernimo chegou a recusar-se atraduzir os apcrifos para o latim, ou mesmo, inclu-los em suas

    verses em latim vulgar (vulgata latina). S depois da morte deJernimo, que os livros apcrifos foram incorporados aquelatraduo.

    O conclio de Trento: A ao do concilio de Trento foi aomesmo tempo polemica e prejudicial. Em debates com Lutero,os catlicos Romanos haviam citado Macabeus em apoio orao pelos mortos (Cf. II Macabeus 12.45-46). Lutero e os

    protestantes que o seguiam desafiaram a canonicidade desselivro, citando o Novo Testamento, os primeiros pais da igreja eos mestres judeus de apoio. O concilio de Trento reagiu aLutero canonizando todos os livros apcrifos. A ao do concilioalm de polemica foi prejudicial, visto que nem todos osapcrifos foram aceitos pelo concilio. Essa deciso, em Trento,no obteve aceitao universal indisputvel dentro da igrejacatlica e na reforma. Nesta mesma poca o cardeal Cajetan,que se opusera a Lutero de Augesburgo, em 1518, publicoucomentrio sobre todos os livros histricos fidedignos do AntigoTestamento, em 1532, omitindo os apcrifos. O cardealXimenes distinguiu os apcrifos dos livros do cnon do AntigoTestamento, de sua obra poliglota complutense (1514-1517).

    O uso no catlico: O uso dos livros apcrifos entre igrejas

    ortodoxas, anglicanas e protestantes foi desigual ediferenciado. Algumas os usam, no culto publico. Muitas Bblias

    contem tradues dos livros apcrifos, ainda que colocadas

    parte em geral entre o Antigo e Novo Testamento. Entretanto,

    estes livros nunca tiveram a mesma autoridade que a parte

    cannica da Bblia. Os no catlicos usam os apcrifos mais em

    devocionais, do que em questes de doutrina.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    23/85

    23 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Os rolos do mar morto: Muitos livros no cannicos foram

    descobertos em Qumran, dentre os quais comentrios e

    manuais era uma biblioteca que continha numerosos livros no

    tidos como inspirados pela comunidade. Sendo assim noexistem evidncias sobre a inspirao dos apcrifos. No h

    citaes autorizadas.

    Concluso

    O cnon do Antigo Testamento at a poca de Neemias compreendia22 (ou 24) livros em hebraico, e que nas Bblias dos cristos, seriam

    39, como j verificara por volta do sculo IV. Os livros apcrifos sejaqual o valor devocional ou eclesistico que tiverem no podem serincludos no cnon pelos seguintes fatos:

    a.A comunidade judaica jamais os aceitou como cannicos;

    b.No foram aceitos por Jesus, nem pelas autoridades do Novo

    Testamento;

    c. A maior parte dos primeiros pais da igreja rejeitou sua

    canonicidade;d.Nenhum concilio da igreja os considerou cannicos seno no

    final do sculo IV;

    e. Jernimo, o grande especialista bblico e tradutor da vulgata,

    rejeitou fortemente os apcrifos;

    f. Nenhuma igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, at a

    presente data, reconheceu os apcrifos como inspirados e

    cannicos no sentido integral da palavra;g.O concilio de Trento no recebeu apoio da historia por sua

    deciso polemica e preconceituosa;

    h.No reinvidicam ser profticos;

    i. No detm a autoridade de Deus;

    j. Contm erros histricos e graves heresias;

    k. H evidente falta de profecia, o quem no ocorria nos livros

    cannicos.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    24/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 24

    l. O povo de Deus, quem os apcrifos teriam sido originalmente

    apresentados, recusou-os terminantemente.

    5.Os Livros Pseudepgrafos.So escritos judaicos excludos do cnon por serem julgados esprios,isto , falsos. A literatura pseudepgrafa foi produzida entre 200 a.C. a200 d.C. para encorajar a nao judaica durante a invaso dos Srios edos Romanos. Embora no cannicos e esprios, nem tudo falsonos escritos pseudepgrafos.

    O Novo Testamento refere-se a algumas verdades contidas nesses

    livros (Cf. Jd 14,15 e 2 Tm 3.8). Entretanto, estes livros no somencionados como inspirados ou dotados de autoridade. Asemelhana das citaes que Paulo faz de alguns poetas no cristos(Arato: At 17.28; Mennder: 1 Co 15.33 e Epimnides: Tt 1.12).Trata-se apenas de verdades verificveis, contidas em livros que emsi mesmos no contm autoridade divina. A verdade sempreverdade seja ela pronunciada por um profeta pago (Nm 24.17), porum animal irracional e mudo (Nm 22.28) ou mesmo por um demnio(At 16.17) A coleo modelar de pseudepgrafos contm 17 livros.Acrescenta-se o Salmo 151, que se encontra na verso do AntigoTestamento feita pelos tradutores da Septuaginta.

    A lista principal a seguinte:

    Lendrios:

    O livro de jubileu;

    A epistola de Aristeias;

    O livro de Ado e Eva;

    O martrio de Isaias;

    Apocalpticos:

    1 Enoque;

    Testamento dos 12 patriarcas;

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    25/85

    25 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    O orculo Sibilino;

    Assuno de Moiss

    2 Enoque;

    2 Baruque ou apocalipse siraco de Baruque;3 Baruque ou apocalipse grego de Baruque.

    Didticos:

    3 Macabeus;

    4 Macabeus;

    Pirque Arbote;

    A historia de Aicar.

    Poticos:

    Salmos de Salomo;

    Salmo 151.

    Histricos:

    Fragmentos de uma obra de Sadoque.

    Esta lista no completa. Outros no conhecidos que vieram luz,

    quando da descoberta dos rolos do mar morto. Dentre esses esto o

    Gnesis, apcrifo, e guerra dos filhos da luz contra os filhos das

    trevas, etc.

    6. O Cnon do Novo TestamentoA)Introduo:

    No final do 1 sculo os livros que vieram a constituir o cnon doNovo Testamento estavam completos. O Novo Testamento foi escritonum perodo de 50 anos, vrios sculos depois que o AntigoTestamento foi completado. Tertuliano, notvel escritor cristo dasprimeiras duas dcadas do sculo III, foi um dos primeiros a chamaras escrituras crists de Novo Testamento. Este ttulo havia

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    26/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 26

    aparecido antes (190 d.C.) em uma composio feita contra omontanismo, de autor desconhecido.

    Nem todos os livros se tornaram conhecidos pelos cristos desde oinicio, muito provvel que alguns cristos primitivos no tivessemvisto todos os evangelhos, nem todas as epstolas paulinas, nemtodas as outras epistolas, antes do fim do sculo. Alm disso, muitosevangelhos, atos e epstolas apcrifos circularam o segundo sculo eforam aceitos por alguns grupos, seno no teriam sequersobrevivido. Que critrios presidiram a aceitao de uns e a rejeiode outros? Quais os princpios que permitiram a incluso no cnondos quatros evangelhos, Atos dos apstolos, as treze epstolas

    paulinas, as oito epstolas universais e o Apocalipse, enquanto outroslivros de idade quase igual foram excludos? So estas perguntas queconstituem a problemtica do Cnon do Novo Testamento quevamos estudar.

    B)O cnon do Novo Testamento em relao ao Cnon doAntigo Testamento:

    A historia da formao dos dois cnones diferem em vrios aspectos:

    a.O cristianismo desde logo foi uma religio universal, diferentedo judasmo, uma comunidade proftica fechada e localizadaterritorialmente. No cristianismo, faziam-se colees aqui e ali,que iam se completando, logo no inicio da igreja. No haviauma entidade oficial que controlasse os escritos inspirados. Emrazo disso, o processo de canonizao levou sculos.

    b.Outra diferena que aps aceitos os 27 livros inspirados, no

    houve movimentos dentro do cristianismo para acrescentar oudiminuir livros. A aceitao foi universal.

    C)Perodo de transmisso oral:A nfase principal da igreja do 1 sculo era pregar o evangelho aoinvs de registr-lo (At 2.14 e ss., 6.4). Neste sentido o cnon doNovo Testamento no difere do Antigo Testamento. O 1 estgio naformao do cnon foi a transmisso oral. Os apstolos utilizaram-sede duas fontes para provar aos judeus que Jesus era o Messias:

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    27/85

    27 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    a.Testemunho pessoal e ocular acerca de Jesus Cristo, eb.As escrituras do Antigo Testamento.

    A igreja primitiva mostrou relutncia em escrever seus ensinos, talvez

    pelas seguintes razes:a.Os cristos primitivos aguardavam o retorno iminente de Cristo,

    portanto, despendiam seu tempo na proclamao e ensino oral;

    b.Os discpulos em sua maioria no tinham habilidades paraescrever, preferiam falar de modo pessoal (2 Co 12);

    c.Os rabinos preservavam seus escritos oralmente e Jesus Cristonada escreveu;

    d.Os apstolos que tinham sido testemunhas oculares de Jesusestavam disponveis, enquanto o evangelho no se espalhasseatravs da Judia.

    Parece que se passaram aproximadamente 30 (trinta) anos depois damorte e ressurreio de Jesus Cristo, para que os primeirosevangelhos aparecessem. Este perodo os eruditos denominam deperodo de transmisso oral, que exemplo do Antigo Testamento

    foi a primeira fase para canonizao do Novo Testamento. Assim,parece razovel crer que a proclamao e ensino oral eram os meiosde comunicar as tradies crists neste perodo inicial. Os materiaisde escrita eram dispendiosos, e o mtodo de copiar mo, um tantovagaroso. A preponderncia da transmisso oral, contudo noimpediu as produes literrias.

    A forma mais primitiva do evangelho.

    Um exemplo primitivo da mensagem que os apstolos pregavam seencontra no sermo de Pedro no dia de Pentecostes Kerigma (At2.14-36).

    a. Jesus o cumprimento do Antigo Testamento (At 2.14-21);

    b.A vida, morte, ressurreio e ascenso de Jesus Cristo, sendoEle o descendente prometido de Davi, aprovado por Deus porsuas maravilhas e poderosos feitos. Ele voltar para julgar ahumanidade e consumar o seu reino. Didaqu (At 2.37-39);

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    28/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 28

    c. Os homens so exortados ao arrependimento e batismo em

    nome de Jesus, como condio para remisso de pecados e

    receberem da ddiva do Esprito Santo (At 2.38);

    d.O Kerigma (proclamao) objetiva despertar a f para oarrependimento, batismo e recepo do Esprito Santo, e

    e.O Didaqu (ensino) objetiva a obedincia do discipulado.

    D)Origem dos escritos do Novo Testamento.Os livros do Novo Testamento foram surgindo sem desgnio,

    previso, sendo coligidas as palavras de Jesus, as narrativas sobre sua

    vida, os atos dos apstolos, as epistolas e o livro do Apocalipse.

    Embora haja muitas controvrsias concernentes as datas em que

    foram escritos alguns livros do Novo Testamento, existe consenso

    entre os estudiosos que o primeiro livro escrito foi 1 Tessalonicenses

    em 51 d.C. em 96 ou 97 d.C., Joo escreveu o Apocalipse.

    O evangelho mais antigo Marcos.

    questo tambm aceitvel entre os eruditos, que o evangelho de

    Marcos o mais antigo, possivelmente data entre 65 e 68 d.C. De

    acordo com a critica textual, idia aceita pela maioria dos

    comentaristas Mateus e Lucas usaram Marcos como fonte para os

    seus evangelhos. Como resultado o trabalho de B.H. Streeter, a

    maioria dos eruditos contemporneos aceita a teoria dos 4 (quatro)

    documentos, que so:1.Marcos foi escrito primeiro e foi usado por Mateus e Lucas.2.Q (de Quelle origem, fonte em alemo), era uma fonte que

    supriu os ensinos ou as atividades de Jesus e que so comuns aMateus e Lucas, mas no se encontram em Marcos.

    3.L Era uma fonte usada por Lucas para seu material especial.4.M Era uma fonte usada por Mateus para seu material especial.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    29/85

    29 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    O Evangelho de Mateus

    O primeiro evangelho tradicionalmente atribudo a Mateus, Levicobrador de impostos ou publicano, a quem Jesus chamou para ser

    um dos doze apstolos (Cf. Mt 9.9-13 e 10.3).A autoria de Mateus pode ser considerada incontroversa, uma vezque ele era um membro obscuro do grupo dos apstolos. No parecehaver razo para o tornar autor de uma obra espria. Qualquerfalsificador que procurasse alcanar forma por obra que produzisse,teria preferido public-lo em nome de um apostolo de maior fama.No se conhece a data exata que pode situar-se pouco antes de 70d.C. foi escrita provavelmente de Antioquia.

    O Evangelho de Marcos

    Quando Paulo e Barnab partiram na primeira viagem missionria (46d.C.) levaram Joo Marcos como seu auxiliar e pregaram para Judeuse Gentios. Provavelmente uma das tarefas de Marcos, foi servir decatequista na instruo de novos convertidos, visto que, os materiaisde escrita eram caros e a copia feita mo era difcil, a maioria dos

    novos cristos nunca tinha uma copia dos ensinos de Jesus.Conheciam sua vida e seus ensinos pela transmisso oral.

    Essa era a realidade tanto para os judeus como para os gentios. Oevangelho de Marcos tem caractersticas que indicam que pode tersido um relato de vida e dos ensinos de Jesus usado para ensinar osnovos convertidos. Marcos tem divises naturais que sugerem tersido ensinado em seces. A linguagem vivida e a histria se

    desenvolve rapidamente.Marcos no inclui os ensinos mais complicados que aparecem emMateus e Lucas. Marcos se associou a Pedro, uma testemunha ocularda vida de Jesus. Eusbio cita Papias, o Bispo de Hierpolis (140 d.C.),escrevendo: Isto tambm o presbtero costumava dizer: Marcos,tendo se tornado interprete de Pedro, escreveu lucidamente apesarde no o fazer em ordem, tudo o que se lembrava dos ensinos e

    aes de Jesus. Papias continua afirmando que Marcos no era nemouvinte nem seguidor de Jesus. Portanto, sua narrativa estaria na

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    30/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 30

    dependncia de uma testemunha ocular. Muitos eruditosdemonstram que Marcos contm a doutrina petrina de Cristo.

    possvel que Joo Marcos tivesse anotaes sobre os ensinos deJesus, extrados dos sermes de Pedro. Assim, Paulo dependia muitode Marcos, a fim de conseguir relatos bsicos da vida e ensinos deJesus. Esses ensinos provavelmente Paulo os transmitiu s igrejas quefundara no mundo gentlico. Um documento escrito por Marcossobre a vida e os ensinos de Jesus pode ter sido como Irineu, no anode 180 d.C. escreveu: E depois da morte (talvez partida) destes(Pedro e Paulo), Marcos, o discpulo interprete de Pedro, tambmnos entregou notas escritas sobre as coisas pregadas por Pedro.

    Clemente, de Alexandria (no ano 200 d.C.), afirmou que Marcosdeixou um evangelho escrito com a igreja de Roma, a data,dificilmente pode ser mais tarde do que 70 d.C., antes, porm deMateus e Lucas.

    O Evangelho de Lucas

    No seu prefacio, Lucas, o autor do terceiro evangelho, nos d suametodologia, isto , como escreveu o evangelho (Cf. Lc 1.1-4). Lucas,

    sendo companheiro de Paulo, possivelmente teve acesso s notas einformaes de Marcos sobre a vida e os ensinos de Jesus. TalvezMarcos fosse um dos ministros da palavra a quem Lucas fez

    referencia em seu evangelho. Lucas acrescentou ensinos adicionaisqueles que recebera das testemunhas oculares. Tem-se a impressoque seu evangelho fora escrito com luzes de vrias fontes, paraproporcionar uma narrativa completa sobre a vida e ensinos de Cristo

    para o mundo dos gentios cujo conhecimento do Antigo Testamentoera precrio.

    O Evangelho de Joo

    O evangelho de Joo singular. Enfatiza a natureza divina de Jesus.Devido as diferenas entre Joo e os sinticos tem sido discutida suaveracidade. A teoria que afirma que o quarto evangelho era produtode um presbtero, e no Joo, o apstolo, no pode dar-se por

    confirmada. Todo o testemunho da Patrstica, desde Irineu

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    31/85

    31 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    preponderantemente favor da autoria Joanina, Clemente daAlexandria (190 d.C.), Orgenes (220 d.C.), Hiplito (225 d.C.)Tertuliano (200 d.C.) e o fragmento Muratoriano (170 d.C.)concordam em atribuir o quarto evangelho, Joo, filho de Zebedeu.

    A data do quarto evangelho uma questo muito controvertida. Amelhor soluo parece ter sido que Joo tenha escrito da sia Menor,possivelmente feso, pelos fins do primeiro sculo, quando a igrejatinha atingido certa medida de maturidade, e que havia necessidadede avanar o ensino do que dizia respeito natureza da f.

    O Livro de Atos

    O livro de Atos no , em si uma unidade separada, pois obviamente apontada como uma continuao de Lucas, cuja autoriano muito contestada. Lucas e Atos so 2 (dois) volumes de umamesma obra, que demonstra a Pessoa e a obra de Cristo, bem comoa expanso da Igreja. O livro de Atos e historia e sua natureza, e umelo de ligao entre os evangelhos e os apstolos.

    As Cartas Paulinas.

    Treze cartas so atribudas a Paulo:

    1 e 2 Tessalonicenses

    Foram escritas por Paulo nos anos 50 a 53 d.C., escreveu de Corintopara encorajar a f daqueles cristos e esclarecer a respeito da 2vinda de Cristo.

    1 e 2 CorntiosDurante sua terceira viagem missionria Paulo passou trs anos nacidade de feso (53 a 56 d.C.). Enquanto l esteve, escreveu quatrocartas aos corntios. Menciona uma carta mais antiga (Cf. 1 Co 5.9).A segunda foi a juno de duas cartas (2 Co 6.4 e 7.1). Partes daprimeira carta no foram bem recebidas. Paulo escreveu outraepistola para defender-se. Alguns eruditos consideram 2 Corntios

    10-13, como constituindo parte de outra carta, em que Paulo se

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    32/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 32

    defende contra elementos de dentro ou de fora da Igreja queprocurava desprestigiar o seu apostolado.

    Glatas

    Paulo escreveu sua epistola s pessoas residentes na regio,conhecida como Galcia. O uso que Paulo faz do vocbulo Galciatem provocado debates que afetam a data da epistola. O sentidooriginal pode aludir exclusivamente ao territrio ao norte das cidadesde Antioquia da Psdia, Icnio e Listra, mas pode incluir aquelascidades, pois os Romanos haviam acrescentado alguns distritossulistas, quando transformaram a Galcia (do norte) em provncia

    Romana. Segundo a teoria da Galcia do norte, Paulo teriaendereado esta epistola a cristos que viviam na Galcia do Norte,aos quais ele no visitou seno j em sua segunda viagemmissionria. Conforme esta opinio, a epistola aos Glatas nopoderia ser escrita seno somente aps a segunda viagemmissionria e, por conseguinte aps o concilio de Jerusalm (Cap. 15de Atos). O argumento forte em favor da teoria da Galcia do Norte,com sua data posterior, talvez seja a descrio original do termo

    Galcia ao territrio mais do norte e a similaridade das declaraes

    de Paulo concernentes a justificao pela f com aquilo que ele diz naepistola dos romanos, a qual por certo ele escreveu mais tarde.Contra a teoria da Galcia ao norte, temos o fato que Lucas em partealguma no livro de Atos, sugere que Paulo tenha evangelizado aGalcia do norte. duvidoso que Paulo tenha visitado aqueleterritrio por ocasio de sua segunda viagem missionria, pois a

    regio Frgio-Galata referida em At 16:6, mais, naturalmente serefere ao territrio ao Sul. A travessia da Galcia do Norte teriarequerido um desvio proibitivamente grande para o nordeste. Enoutros trechos de suas epistolas Paulo lana mo coerentemente determos geogrficos em um sentido imperial, o que indicaria a Galciado Sul como lugar para onde ele enviou sua epistola aos Glatas. Emconsonncia com a teoria da Galcia do Sul, Paulo teria enviado a suaprimeira epistola s igrejas do sul da Galcia, imediatamente aps

    sua primeira viagem missionria, mas antes do concilio de Jerusalm.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    33/85

    33 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Assim sendo, a visita que ele fez a Jerusalm descrita no segundocapitulo da Epistola aos Glatas, no pde aludir ao concilio deJerusalm, mas a visita que ele fez para levar ofertas, viveres, paraaliviar a fome, a qual mencionada em At 11.27-30. O mais decisivo

    argumento em favor da Galcia do Sul com sua data mais recuada eaquela que diz que se Paulo houvesse escrito esta epistola depois doconcilio de Jerusalm, certamente ter-se-ia valido da deciso daqueleconcilio contra os judaizantes.

    Teoria norte da Galcia Teoria sul da Galcia1 Viagem missionria de Paulo, 46-48 d.C. 1 viagem missionria, 46-48 d.C.

    Concilio de Jerusalm, 49 d.C. A escrita aos Glatas, 48-49 d.C.

    2 Viagem missionria, 50-52 d.C. Concilio de Jerusalm, 49 d.C.

    A escrita aos Glatas, aps 52 d.C. 2 Viagem missionria, 50-52 d.C.

    Romanos

    um dos documentos mais importantes do Novo Testamento, foi

    enviada de Corinto no ano 57 d.C. segundo o ponto de vistatradicional, ou de Filipos, mesmo antes de embarcar para Troade,pois Paulo declara nos seus captulos finais que conclua sua pregaono Ilrico (Rm 15.19); que tinha em seu poder os donativos que asigrejas da Macednia e da Acaia tinham contribudo para os pobresde Jerusalm (Rm 15.26), e que estava em vsperas de embarcarpara Jerusalm para entreg-los (Rm 15.25). O ponto de vista

    tradicional que Paulo escreveu estando em Corinto se apia no fatoque Gaio, na ocasio hospedeiro de Paulo era de Corinto (Cf. Rm16.23 e 1 Co 1.14) e na meno de Erasto que era o tesoureiro dacidade (Cf. Rm 16.23). Outra confirmao que Paulo escreveu deCorinto nos vm das suas recomendaes acerca de Febe, a qualpertencia a igreja de Cencria, perto de Corinto, que foi portadora daepistola, tendo-a levado de Corinto at Roma (Cf. Rm 16.1-2). Ogrande tema de Romanos a justificao pela graa mediante a f

    em Jesus Cristo.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    34/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 34

    As Epistolas Priso

    Paulo escreveu 4 (quatro) cartas como prisioneiro:

    Aos Filipenses,

    Aos Colossenses, Aos Efsios e A Filemon.

    Existem 2 (dois) perodos conhecidos de aprisionamento de Paulo,um em Cesrea, durante o perodo do governo de Felix e Festo (videAtos 23.26), e outro em Roma enquanto Paulo esperava ser julgadoperante Cezar (vide Atos 28), com apoio de escassa tradio da igreja

    antiga. Alguns eruditos tm conjeturado um outro perodo de prisoem feso, durante o prolongado ministrio de Paulo ali. Paulomenciona freqentes aprisionamentos em 2 Co 11.23, masprovavelmente ele aludia a encarceramentos de 1 (uma) noite oupouco mais, como ocorreu em Filipos (Cf. At 16.19-40). A posiotradicional atribui todas as epistolas da priso ao perodo deaprisionamento em Roma, mas a possibilidade que isto tenhaocorrido em feso ou Cesrea, no pode ser eliminada, no caso de

    cada uma das epistolas da priso.

    Filipenses

    Aparentemente a igreja de Filipos era favorita de Paulo. Ela recebiaapoio financeiro regular da parte dela (Cf. Fp 4.15 e 2 Co 11.8). Aepistola aos Filipenses a mais pessoal das epistolas que Pauloescreveu a uma igreja local. Ela ecoa uma nota de agradecimento

    pelo mais recente respaldo financeiro que os Filipenses tinhamenviado a Paulo (Cf. Fp 4.10, 14) que fora enviado por Epafrodito (Cf.Fp 2.27). Epafrodito ficou doente e por isso Paulo o enviou de volta aFilipos, sendo ele mesmo portador da epistola (Cf. Fp 2.25-30). Doponto de vista tradicional, do aprisionamento em Roma, Pauloescreveu aos Filipenses em 62 d.C.

    Em apoio a Roma como lugar da escrita da epistola, temos asexpresses guarda pretoriana (Fp 1.13) e a Casa de Csar (Fp 4.22).Ainda segundo Filipenses 1.19, a vida de Paulo correu perigo durante

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    35/85

    35 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    o julgamento. Por conseguinte tal julgamento ocorreu na presenade Cezar em Roma, porquanto em qualquer outro lugar Paulopoderia ter apelado para Cezar como era seu direito como cidadoromano. A antiga tradio constante no prlogo Marcionita, por igual

    maneira, atribuiu esta epistola a Roma, com local onde ela foi escrita.Por todas as razes, e devido s debilidades dos argumentos emcontrrio, o ponto de vista, que diz que Paulo escreveu de Roma aepistola aos Filipenses, continua sendo o melhor.

    Colossenses

    A cidade de Colossos distava cerca de 160 km de feso. A maneira

    como Paulo diz que ouvira a respeito de f de seus leitores (Cl 1.4), ea incluso destes leitores entre os quais nunca o tinham visto face aface, sugere que Paulo nem fundara e sequer visitara a igreja deColossos. E visto que os crentes Colossenses tinham aprendido sobrea graa de Deus atravs de Epafras (Cl 1.6-7), este ltimo deve tersido o fundador daquela igreja. No obstante Epafras estava emcompanhia de Paulo quando este escreveu esta epistola (Cl 4.12-13).Podemos concluir disso que: Epafras se convertera no ministrio de

    Paulo em feso e pe-se a evangelizar a regio circunvizinha deColossos, Laodicia, a Hierpolis e que depois visitara Paulo napriso, a fim de solicitar seus conselhos sobre uma perigosa heresiaque ameaava a igreja de Colossos. Essa heresia chamada heresiaColossense, tinha o seguinte contedo: 1. Detratava a pessoa deCristo, razo pela qual o apostolo frisa sua proeminncia (Cl 1.15-19)exaltava um intelectualismo que falava de mistrios, conhecimento e

    sabedoria. 2. Dava nfase a filosofia humana, isto a especulaesvazias parte da salvao divina (Cl 2.8), 3. Continha elementos dojudasmo, como a circunciso (Cl 2.11 e 3.11), as tradies rabinas (Cl2.8), regulamento sobre elementos e a observncia da sbado efestividades religiosas (Cl 2.8), 4. Inclua a adorao a anjos, comointermedirios a fim de que Deus altssimo (puro Esprito) fosseincontaminado do contato com do universo fsico (Cl 2.8). A heresiaColossense, por conseguinte, era uma mescla do legalismo judaico,

    das especulaes filosficas dos gregos e do misticismo oriental.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    36/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 36

    Filemon

    A epistola foi um apelo em favor de um escravo fugitivo, Filemon,residente em colossos era um convertido do ministrio de Paulo (Fm

    19). Uma congregao costumava se reunir na casa de Filemon (Fm2). Um escravo, de nome Onsimo, fugira levando consigo algumdinheiro. Refugiou-se em Roma e de algum modo, entrou em contatocom Paulo, quando ento se converteu. Agora na qualidade decristo ele deveria retornar a companhia de seu senhor e viver aaltura do significado de seu nome prprio, Onsimo que significa til.(Fm 10-11). Paulo escreveu a fim de persuadir Filemon a aceitarOnsimo sem puni-lo (tirar-lhe a vida tratamento usual conferido a

    escravos que fugissem), mas tambm acolher Onsimo como irmocarssimo no Senhor (Fm 16). O Vs. 21 Faais mais do que estou

    pedindo...pode sugerir carta de alforria a fim de Onsimo ocupasseo trabalho missionrio. Paulo tambm se comprometeu a pagar aFilemon pela perda financeira causada pelo furto praticado porOnsimo. Entretanto, a meno imediata da divida espiritual maiorainda de Filemon a apostolo. Convida aquele a cancelar a divida que

    Paulo acabara de assumir (Fm 18-20).Efsios

    A epistola aos Efsios no foi escrita em resposta a algumacircunstncia especfica ou controvrsia. Conforme se verificou nocaso da maioria das epistolas paulinas, a epistola aos Efsios ressaltaa igreja como o corpo de Cristo, bem como expressa louvor por causada unidade e das bem aventuranas usufrudas por todos os crentes

    em Cristo. Efsios 6.21-22, menciona Tquico como algum quehaveria de acrescentar pormenores a respeito das circunstncias dePaulo, da subentende-se que ele era o portador da epistola.

    Paulo disse ter escrito as epistolas aos Efsios e aos Colossensesaproximadamente no mesmo tempo, porque os temas das duasepistolam similar: Cristo, o cabea da igreja, que o seu corpo, e

    porque os versculos concernentes Tquico se repetem em forma

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    37/85

    37 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    idntica em Cl 4.7-8, a epistola aos Efsios foi escrita durante operodo do aprisionamento de Paulo em Roma.

    As epistolas pastorais de Paulo.

    1 e 2 Timteo e Tito compreendem as chamadas epistolaspastorais, assim denominadas, porque escritas a jovens pastores.Eruditos da alta critica lanam dvidas sobre a autoria Paulina. Umautor pseudnimo teria lanado mo da autoridade de Paulo a fim decombater o gnosticismo incipiente no segundo sculo. Em apoio aautoria Paulnia h a declarao constante no primeiro versculo decada epistola pastoral, que Paulo foi o seu autor. Doutra forma

    nenhum admirador de Paulo teria dito acerca de Paulo, como sendoo principal dentre os pecadores (Cf. 1 Tm 1.15).

    Quando e onde Paulo escreveu?

    Possivelmente Paulo foi declarado inocente em seu primeiroaprisionamento em Roma e gozou de um certo perodo de liberdade,para depois ser preso novamente. Paulo ento escreveu 1 Timteo eTito entre estes dois perodos de aprisionamento, ao passo que 2

    Timteo foi escrito durante seu segundo aprisionamento, poucoantes do seu martrio.

    As epistolas Gerais.

    So elas: Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2, 3 Joo e Judas.

    Hebreus

    A epistola das coisas melhores. Questes a serem levantadas:

    1. Quais os candidatos mais provveis quanto autoria da epistola?

    2. A quem foi escrita a carta aos Hebreus, onde viviam eles e quais

    eram suas condies espirituais?

    Autoria: A tradio da igreja primitiva manifesta tons incertos quanto

    autoria do livro annimo dirigido aos Hebreus. Em data bastante

    recuada (cerca de 95 C.), a epistola aos Hebreus era conhecida e

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    38/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 38

    usada como nos informa a epistola de 1 Clemente. Na poro

    oriental do imprio romano, Paulo era usualmente reputado como

    seu autor. A teologia de Hebreus contm semelhanas com a teologia

    Paulina, quando se coteja a pr-existncia e a posio de Cristo comocriador, em Hb 1.1-4 e Cl 1.15-17; a humilhao de Cristo, em Hb

    2.14-17 e Fl 2.5-8, a nova aliana em Hb 8.6 e 2 Co 3.4-11; e a

    distribuio dos dons do Esprito Santo, em Hb 2.4 e 1 Co 12.11. J o

    segmento ocidental duvidava da autoria Paulina, tendo mesmo

    chegado a excluir Hebreus do cnon, pelo menos a princpio, por

    causa de dvidas quanto autoria da mesma. Este fato mostra que a

    igreja primitiva no aceitava crdulamente a qualquer obra no cnonneotestamentrio sem exame das credenciais comprobatrias no

    tocante autoria, natureza fidedigna e a pureza doutrinria.

    Razes para rejeio de autoria Paulina: Nenhuma das epistolasreconhecidamente atribudas Paulo annima como a epistola deHebreus:

    a.O polido estilo grego de Hebreus difere radicalmente do estilo

    rude do apostolo Paulo e,

    b.Paulo apelava constantemente para a sua autoridadeapostlica. O escritor de hebreus apela para a autoridadedaqueles que tinham sido testemunhas oculares do ministriode Jesus Cristo (Cf. Hb 2.3).

    Outros estudiosos tm sugerido Barnab, cujo passado como levita(Cf. At 4.36), se harmoniza com interesse pelas funes sacerdotais

    que se manifesta em todo o livro de Hebreus, cuja associao comPaulo poderia explicar as similaridades com a teologia Paulnia.Entretanto, por ter residido em Jerusalm (At 4.36-37),provavelmente Paulo chegara a ouvir e ver Jesus. Ao passo que oautor da epistola aos Hebreus dependia de outros quanto aotestemunho ocular (Cf. Hb 2.3).

    Lucas, tambm mencionado como possvel autor da epistola devido

    a semelhana de estilo em grego, culto e polido do livro de Hebreuscom o de Lucas/Atos. Todavia, Lucas/Atos, se reveste de uma

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    39/85

    39 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    perspectiva tipicamente gentlica e o livro de Hebreus manifesta-sealtamente judaico.

    Martinho Lutero sugeriu Apolo como autor da epistola aos Hebreus,pela familiaridade com Paulo (Cf. 1 Co 16.12), alm de ter sido maisbem instrudo por Priscila e quila (Cf. At 18.26), o que justifica asemelhana com a teologia Paulina. A eloqncia de Apolo (Cf. At18.24 e 27,28) poderia ter produzido o estilo elevadamente literrioda epistola aos Hebreus. Outrossim, seu passado formativoalexandrino se adapta ao uso exclusivo da Septuaginta na epistola emapreo, quando l citaes extradas do Antigo Testamento,porquanto a Septuaginta foi produzida em Alexandria no Egito.

    Porm, a ausncia de tradies antigas em favor de Apolo deixa-nosna dvida a respeito.

    Outra suposio Silvano (ou Silas) companheiro de Paulo tenha sidoo autor de Hebreus. Tambm pode explicar suas similaridades com ateologia paulina, mas no muito mais que isso pode ser dito em favorou contra a autoria de Silvano. A mesma coisa pode ser dita acerca dasugesto de que Filipe escreveu a epistola aos Hebreus.

    Harnack indica Priscila, devido a intimas associaes entre ela ePaulo. Argumentou que ela escrevera no anonimato, porque aautoria de uma mulher no era aceitvel em publico.

    Clemente de Roma outra opo devido s semelhanas de 1Clemente com Hebreus. Entretanto, h muitas diferenas quanto perspectiva e mais provvel que Clemente tenha feito emprstimosda epistolas aos Hebreus.

    Destinatrios: Tudo aponta para o fato que o livro foi originalmentedirigido Judeus Cristos, a primeira vista, Judeus que viviam naPalestina. Entretanto, segundo Hb 2.3, seus leitores no tinham visto,nem ouvido a Jesus pessoalmente, durante seu ministrio terreno,conforme muitos cristos palestinos sem dvida o tenham feito; e,em consonncia com Hb 6.10, eles haviam ajudado materialmenteoutros cristos, ao passo que os cristos palestinos eram pobres etinham recebido ajuda externa (Cf. At 11.27-30; Rm 15.26 e 2 Co 8 e

    9). Outrossim, o conhecimento que tinham do Antigo Testamento

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    40/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 40

    provinha da Septuaginta, no porque freqentassem aos cultos notemplo em Jerusalm. A declarao os da Itlia vos sadam (Hb

    13.24) soa como italianos distantes estivessem enviando saudaes sua ptria. Neste caso Roma seria o destino provvel da presente

    epistola, dando substancia a esta posio, considera-se o fato queevidncia em prol do conhecimento da epistola aos Hebreus noschega antes de tudo de Roma (I Clemente).

    Recentemente H. Montefiore props a autoria de Apolo queescreveu a epistola em feso igreja de Corinto, especialmente aosmembros judeu-cristos em 52-54 d.C. De acordo com essa posioOs da Itlia vos sadam (Hb 13.24) seriam Priscila e quila, os quais

    originalmente se tinham mudado de Roma para Corinto, mas depoisacompanharam Paulo de Corinto a feso. Contra esta posio,inquire-se porque no se mencionou o nome de Priscila e quila, maspreferiu usar uma expresso generalizadora, sobretudo diante dofato que acabara de mencionar Timteo por nome (Hb 13.23). Ondequer que habitassem os destinatrios da epistola, eles eram bemconhecidos do autor. Ele escreve em resposta generosidade deles(Hb 6.10), em virtude das perseguies que vinham sofrendo (Hb

    10.32-34 e 12.4), da imaturidade deles (Hb 5.11- 6.12) e suaesperana de visit-los novamente (Hb 13.19, 23). Dois detalhesadicionais podem ser significativos: 1. Os leitores de epistola soexortados saudar no somente os lideres da congregaes, mastambm, todos os santos (Hb 13.24); 2. Eles so repreendidos porno se reunirem com a necessria freqncia (Hb 10.25). E provveltambm, que fossem um grupo de cristos judeus que se reuniam em

    algum domicilio, porque tinham se separado do corpo central decristos da localidade em que viviam, e que agora corriam o perigode voltar ao judasmo a fim de evitarem perseguies. Assim opropsito da epistola o de impedir tal apostasia, trazendo-os devolta comunho crist integral.

    mais provvel uma data anterior a destruio do templo deJerusalm no ano 70 d.C. A falta de aluso desse acontecimento,nesta epistola como indicao divina que o sistema de holocaustos

    do Antigo Testamento se tornara obsoleto, um argumento slido,

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    41/85

    41 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    no que duvidas que o autor sagrado ter-se-ia valido de umargumento histrico dessa magnitude, se este acontecimento jhouvesse ocorrido.

    Tiago

    A epistola de Tiago a mais prtica de todos os livros do NovoTestamento. um manual de conduta crist a qual pressupe umalicerce firme de f por parte de seus leitores.

    Autoria: Tiago (Forma grega do apelativo hebraico Jac), lder daprimeira igreja em Jerusalm (Cf. At 15.12 ss., 21.1 e Gl 2.9, 12).Embora no fosse crente durante o ministrio publico do Senhor,

    Tiago foi testemunha do Cristo ressurreto (Cf. 1 Co 15.7) e seencontrava entre aqueles que esperavam pela descida do EspritoSanto no dia de Pentecostes (Cf. At 1.14).

    O tema da epistola de Tiago tem tons fortemente judaicos,destacando-se salincia dada lei, o que se harmoniza com aquiloque sabemos de Tiago, atravs dos livros de Atos, Glatas e outrasfontes.

    A epistola de Tiago encontram dificuldades para ser admitida nocnon do Novo Testamento por diversos fatores: 1. A brevidade daepistola, sua natureza proeminentemente prtica, e no doutrinriae a limitao de seu endereo cristo judeu, 2. O fato de no ter sidoTiago um dos doze apstolos originais; 3. A incerteza da identidadede Tiago em grego, porquanto aparecem diversos homens com estenome nas paginas do novo testamento.

    Destinatrios: Tiago escreveu s doze tribos que se encontra nadisperso (Tg 1.1). Essa designao pode ser entendidametaforicamente como se v em 1 Pedro, como a igreja gentlica,espalhada por todo o imprio romano. Sem embargo, maisprovvel que a referencia aos cristos judeus que viviam fora daPalestina.

    Data: Josefo data o martrio de Tiago em 62 d.C., pelo que sua

    epistola precisa ser datada antes daquela data. H eruditos queargumentam em prol de uma data to recuada (45-50 d.C.) que a

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    42/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 42

    epistola de Tiago poderia ser ento considerada o primeiro ensino do

    Novo Testamento. A ausncia de qualquer controvrsia em relao

    aos judaizantes tomada como prova de uma data antes do

    surgimento da controvrsia imediatamente antes do concilio deJerusalm que teve lugar em 49 d.C. e o tom tipicamente judaico

    tido como prova implcita de que, ao ser escrita a epistola ainda no

    se expandira para fora da Palestina. No entanto, a limitao do

    endereo cristos judeus, e a perspectiva decisivamente judaica do

    prprio Tiago poderia justificar ambos os fenmenos. Assim s nos

    resta nos contentar com uma data indeterminada por ser um assunto

    muito disputado.

    1 Pedro

    Os leitores originais desta epistola estavam sendo perseguidos.Portanto, ela se concentra no tema da conduta crist apropriada faces hostilidades anticrists, bem como no tema do dom compensadorda salvao, o qual atingir seu estgio culminante no futuro porocasio da segunda vinda de Cristo.

    Autoria: 1 Pe 1.1 O autor identifica-se como Pedro o apostolo,reivindicao esta respaldada pela tradio da igreja antiga. Silvanoatuou como amanuense de Pedro nesta epistola (por meio deSilvano vos escrevo... 1 Pe 5.12), que pode ter sido Silas,companheiro de Paulo em sua segunda viagem missionria. Nestecaso, Silvano seria talvez outra forma latina de Silas.

    Lugar: Pedro escreveu da Babilnia (Cf. 1 Pe 5.13), provavelmenteno a cidade deste nome na Mesopotmia, mas Roma. A Babilnia daMesopotmia estava quase deserta de habitantes nos primrdios daera Crist. Babilnia ocorre como nome simblico para Roma emAp 17.4-6,9,18, porquanto Roma era a cidade dominante no perododo Novo Testamento. Roma foi chamada de Babilnia por ser acapital mundial da idolatria, posio esta em tempos remotosocupada pela cidade da Mesopotmia. Doutra sorte ainda, a tradio

    desconhece a existncia de qualquer igreja em Babilnia da

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    43/85

    43 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Mesopotmia e nada sabe de alguma visita ali feita pelo apostoloPedro. Todavia, a tradio indica que Pedro morreu em Roma. Outrofato que Joo Marcos estava em Roma por ocasio da priso dePaulo (Cf. Cl 4.10), presena que faz conexo com a de Pedro ao ser

    escrita a primeira epistola de Pedro (Cf. 1 Pe 5.13). Finalmente, aordem em que as provncias so citadas (Cf. 1 Pe 1.1) sugere que oportador de 1 epistola partira de Roma no ocidente, fizera umcircuito por certas provncias da sia menor com a epistola, eretornou para Roma voltando para o Oeste.

    Destinatrios:As frases Eleitos que so forasteiro da disperso (Cf.1 Pe 1.1), no meio dos gentios(Cf. 1 Pe 2.12) e gentios(Como

    um terceiro grupo, Cf. 1 Pe 4.3), a primeira visita parece implicar emque os destinatrios originais da epistola eram cristos judeus.Porm, as aluses do seu pecado de idolatria, anterior a suaconverso (Cf. 1 Pe 4.3), no apia estas interpretaes. Os judeusdo Novo Testamento no praticavam a idolatria e as expresses:paixes que tnheis anteriormente na vossa ignorncia e vosso

    ftil procedimento (Cf. 1 Pe 1.14,18 comparar com Ef 4.17, ondeuma fraseologia similar aplicada aos gentios, indicam que os

    leitores originais da epistola eram gentios. Esta concluso pode serconfirmada por 1 Pe 2.10, onde os gentios so caracterizados comopovo de Deus, relacionando-os com o pacto que Deus fizera comIsrael. Tal como Pedro utiliza-se do termo Babilnia para representara cidade de Roma, tambm usa o vocbulo gentios para

    caracterizar os no cristos e forasteiros da disperso para indicar

    os cristos espalhados por todo o mundo.

    Data: O tema de perseguio aos cristos sugere que Pedro escreveua Epistola por volta de 63 d.C., pouco antes do seu martrio em Roma,por ordem de Nero, que sucedeu no ano 64 d.C.

    2 Pedro

    A 2 epistola de Pedro visava defender a ortodoxia. Mestresherticos com doutrinas falsas e moralidade frouxa comeavam a

    lanar srias investidas contra a igreja penetrando nela. A 2 epistola mesmo polmica contra os tais e particularmente contra o ensino

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    44/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 44

    deles, no qual negavam a realidade da volta de Jesus. Pedro asseverao verdadeiro conhecimento da f crist a fim de fazer frente queladoutrinao hertica.

    Autoria: Entre os eruditos modernos h uma duvida generalizada deque o apostolo Pedro foi o autor desta epistola. A igreja primitivademonstrou alguma vacilao em aceita-lo no cnon do NovoTestamento, talvez por causa da brevidade da carta e qui, por umalimitada distribuio da mesma, que assim ficou relativamentedesconhecida. Fatos que demonstram a autoria e a canonicidade dacarta: 1) Dois livros apcrifos do Novo Testamento, a saber: oevangelho da verdade e o apcrifo do Joo, contem provveis

    citaes ou aluses extradas da segunda epistola de Pedro,comprovando-se desse modo que desde os primrdios que 2 Pedro,era aceita como obra autorizada, j no segundo sculo da era crist;2) O antiqssimo (sculo III d.C.), papiro Bodmer designado paz,mostra que 2 Pedro era o livro aceito como cannico, pois naquelemanuscrito 2 Pedro compartilha, com 1 Pedro e com Judas, umabeno invocada sobre os leitores destes livros sagrados. Chega areceber um apoio elaborado que as duas outras epistolas citadas; 3.

    O estilo de 2 Pedro diferente de 1 Pedro, mas o trabalho de doisamanuenses diversos pode explicar isso. 4. Destacadas similaridadesna fraseologia, entre 2 Pedro e 1 Pedro e os sermes de Pedro, nolivro de Atos, apontam para uma origem comum: o apostolo Pedro.

    Objees e autoria de Pedro: 1) Que 2 Pedro fez algunsemprstimos da epistola de Judas, mormente na descrio acercados falsos mestres e que um homem da estatura de Pedro no teria

    buscado subsdios de um escritor comparativamente insignificantecomo foi Judas. O argumento puramente humano e carnal.Outrossim, certo numero de estudiosos tem argumentado umabalizado em fatos, que Judas escreveu sua epistola mais tarde, eque foi ele que se escudou na segunda epistola de Pedro; 2) Outraobjeo autoria de Pedro, a referencia que ele faz (Cf. 2 Pe 3.15)s epistolas de Paulo, dando entender que todas elas j haviam sidoescritas, coligidas e publicadas; e que s poderia ter sucedido depois

    do martrio de Pedro e Paulo, porquanto, Paulo continuou

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    45/85

    45 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    escrevendo at o fim da sua vida terrena. Porm, a aluso sepistolas paulinas, implica somente na existncia das epistolasescritas por Paulo, at o tempo em que Pedro escreveu a segundaepistola. O conhecimento que Pedro teve delas provavelmente se

    deve s suas viagens, circulao das epistolas de Paulo e a Silvano(ou Silas) que foi tanto companheiro de Paulo, quanto amanuense dePedro (Cf. 1 Pe 5.12).

    Concluindo respeito das duvidas modernas, podemos acatar overedicto final da igreja primitiva, que afiana que pouco depois doapostolo Pedro ter escrito sua primeira epistola, e pouco antes deseu martrio, que teve lugar em 64 d.C., ele escreveu esta segunda

    epistola.

    1 Joo

    Escrita nos fins do primeiro sculo da era crist pelo apostolo Joo.... e isto que vos acabo de escrever... (1 Jo 2.1,26) demonstramque originalmente, 1 Joo no fora um sermo oral mas uma

    composio escrita. Talvez fosse um panfleto para uso da igrejainteira. Entretanto, o termo filhinhos com se dirige seus leitores,

    subentende um circulo limitado de cristos com os quais Joo estavavinculado. De acordo com uma tradio da igreja antiga, Joo viveuem feso os ltimos anos de sua vida. Por conseguinte 1 Joo foiescrito em estilo homiltico para cristos que ele conhecera na siamenor, na rea que circuncidava feso. O propsito de 1 Joo foifortalecer a seus leitores no conhecimento, na alegria e na certeza da

    vida crist (Cf. 1 Jo 1.3,4 e 5.13), em contraposio a uma heresiagnstica que se desenvolvia no seio do cristianismo ao tempo queJoo escreveu. A heresia distinguiu entre um Cristo esprito divino eimaterial e um Jesus humano, dotado de corpo fsico. Asseverava queo Cristo esprito descera sobre Jesus humano por ocasio do seubatismo tendo-O abandonado por ocasio de sua crucificao. Estaheresia negava a encarnao do verbo (Cf. 1 Jo 4.2) A fim de

    combater esta heresia Joo estabelecia 3 (trs) critrios pelos quaisse determinavam a genuna f crist: 1) Vida reta, 2) Amor fraternal,

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    46/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 46

    3) F em Jesus como o Cristo que veio em carne. Da mesma formaque a f em Jesus como o Cristo que veio em carne visa ognosticismo, assim tambm o critrio de vida reta tem por alvo alassido moral dos gnsticos e o critrio do amor fraternal alveja o

    exclusivismo altivo do gnosticismo.

    2 Joo

    A 2 carta de Joo dominada pelos temas do amor fraternal e aunidade crist. Seu propsito advertir acerca da hospitalidade qualquer falso mestre (Cf. 1 Jo 10).

    Destino:A senhora eleita e aos seus filhos... (vs.1) Pode se referir auma irm amiga de Joo e seus filhos (Sentido literal) ou a uma igrejalocal e seus membros (sentido figurado).

    Localizao do endereamento desconhecida, assim com a dataespecifica, sendo certo, porm que foi escrita entre os anos 85 e 100d.C.

    3 Joo

    O enfoque de 3 Joo uma disputa Eclesistica. O lugar deresidncia dos destinatrios desconhecido. O propsito da carta foielogiar a hospitalidade de Gaio (Provavelmente com mestresitinerantes enviados por Joo) e expor um presbtero autoritrio(Ditefres) pela sua falta de hospitalidade e sua oposio

    autoridade apostlica de Joo, bem como ainda elogiar Demtrioprovvel portador da epistola. Demtrio precisava de recomendao,porque estava de mudana da igreja de feso, com a qual o apostoloera associado, para a igreja onde Gaio era membro, ou entoDemtrio era um dos pregadores itinerantes quem Ditefrescostumava recusar hospitalidade. A data no conhecida.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    47/85

    47 | P g i n a | I n t r o d u o B b l i a

    Judas

    Da mesma forma que 2 Pedro, a epistola de Judas polemiza comfalsos mestres que haviam se intrometido na igreja.

    Autoria: O autor se identifica como Judas irmo de Tiago, noapostolo, mas Tiago irmo de Jesus e presbtero em Jerusalm. Tiagoapstolo, foi martirizado pelo rei Herodes Agripa I, no comeo domovimento cristo (Cf. At 12.1-2).

    Local, data e destino: A epistola no oferece qualquer indicao claraquanto ao local e data em que foi escrita. Se Judas trabalhava juntodas igrejas judaicas da Palestina muito provvel que a epistola

    tivesse sido enviada estas ultimas no perodo imediato queprecedeu queda de Jerusalm. Pode-se aventar que aquilo quePedro predissera para o setor da igreja ao qual escrevia j secomeara a realizar na igreja pela qual Judas era responsvel. Se aepistola de Pedro j tinha acabado de circular, a de Judas pode serdatada em aproximadamente 67 ou 68 d.C. Se, por outro lado, oapelo de Judas a memria do povo (vs.17), significa que o texto jcirculava h muito tempo. A concluso obvia o que Judas pode terexpedido numa data to tardia como 80 d.C. Jerusalm ento nopoderia ser a destinatria nesta ultima data.

    Propsito: O propsito original era escrever um tratado com respeito salvao comum, mas a infiltrao de falsos mestres na igreja o

    compeliu a mudar a natureza de sua epistola para uma obraapologtica, exortando os cristos a batalharem pela f que uma vezpor todas foi entregue aos santos (Cf. Jd 3).

    Referncias a obras pseudoepigrafas: Nos versculos 14 e 15 Judascita o livro Apocalptico de 1 Enoque (... profetizou Enoque... Eis

    que veio o Senhor entre suas santas mirades, trecho extrado de 1Enoque 1.9). Na aluso disputa havida entre Miguel e Satans (vs.9), ele parece referir-se ao pseudoepigrafo, Assuno de Moiss.Embora o texto completo de Assuno de Moiss no tenhasobrevivido at ns e os fragmentos existentes contenham tal relato,

    parece provvel que Judas tenha citado tal fonte.

  • 8/2/2019 Curso Biblico Teologico - Mdulo V

    48/85

    C u r s o B b l i c o T e o l g i c o | P g i n a | 48

    Apocalipse

    O nico livro de contedo essencialmente proftico do NovoTestamento. O livro de Apocalipse (desvendamento) contm

    profecias mais extensas cobre o futuro do que qualquer outro livrodo Novo Testamento. Essas profecias projetam luz sobre o triunfoescatolgico de Cristo e sua igreja sobre as foras do mal.

    Autoria e canonicidade: O Apocalipse reconhecido e atestado

    como obra cannica e apostlica desde o mais antigo perodo ps-

    testamentrio da historia da igreja, a comear pelo pastor Hermas,

    no inicio do segundo sculo d.C., at Orgenes, na primeira metade

    do sculo III d.C., no obstante a controvrsia sobre o Apocalipse

    chegar at o fim do sculo IV, embora tenha sido um dos primeiros

    livros a ser reconhecido entre os escritos dos primeiros pais da igreja.

    Havia sido aceitos pelos autores do Didaqu, do Pastor Papias, por

    Irineu e bem como o Cnon Muratrio (Um documento mutilado, de

    origem latina, foi descoberto numa biblioteca de Milo e continha

    uma lista de livros do Novo Testamento