cupani a crítica do positivismo

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j o () .) r) o o o o () ) o : ) () l -) . O .) < -1 ) ) ) ) C Alberto Cupani. 1981 ' Editora da Uf'SC. Campus Universi tário -- C.P. 476 Trindade . 88JJOOFlorianópolis - 'SC Capa: Airton Perrone Jr. Revisão: João Se.petíba FiCHA CATALúGRÁFICA ( Ca t aJogação nalonle pelo Departamento de Bibliol«onomia e Documentação da UFSC) C974 Cupani. Alberto A critica do positivismo,e o futuro'da filosofia ! A1ber .. to Cupan i. -: Florianópolis: Ed . da UFSC. 1981 .• ••• -.- ••• • - -. o", •• '. _' ', •• 1.....:. .' .. _ .p. 128 I. Positivismo . I. Tituio . CDU IM .731 CDO 146.4 índi ce para o catâlogo si s t-emático '(CDU) I - Po sitivismo 2 - Filosofia rM.73 I Reservados todos os dif-eitos de publicação total ou paA:ial, pela EDIl'ORA DA UFSC Impresso no Brasil I Printed in Bra.zi1 :'f i · · . '. . . Para AIk:ia, GabrieIa Alicita e PabIo . . - " .. '_.' ,

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    SUMRIO INTRODUO ......................... . ................ CAPTULO I: A TEORIA "POSmVISfA" DA CINCIA ' .. .

    -----9 0 PROBLEMA DE CARACTERIZAR O .. POSITIVISMO" .. A CARACTERSTICAS DA CI~NCIA DE ACORDO COM O

    POSITIVISMO ........................................ ... . \. A cincia o nico tipo de conhecimento vlido .......... . 2. A cincia conhecimento objetivo . .. ................ .. . . 3. A cincia conhecimento metdico . ......... ........ ... . 4. A cincia conhecimento preciso . .. .. ... .. ............. . 5. A cincia conhecimento perfectvel .................... . 6. A cincia conhecimento desinteressado ................ . 7 .. Acineia conheci(l1ent9-l;i! e ... pecessljo .... , .... : ... '.' '. '. :. ' 8. A cincia combina raciocnio e experincia, ... ........... ... . 9. A cincia conhecimento hipottico que busca leis e teorias IO.A cincia conhecimento explicativo e prospectivo ' ....... .

    OBSERV AES COMPLEMENTARES ............ .. ... . . \. Cincia e conhecimento vulgar ......................... .. 2. Cincia e experincia .................................. .

    (V Cincia e juzos de valor . .. . . ......................... .. 4. Cincia e realidade ................................... .. f5:', Cincia, religies e ideologias ........ . .................. .

    \jJ Cincia e Filosofia ............ ... ... .. ....... : ..... ... . CAPTULO lI: A CRTICA FENOMENOLGICA DO POSI TIVISMO ............... ................... ........... .. TESES 'PRINCIPAIS DA: NOMENOL

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    13

    14 14 14 15 15 16 16 17 18 18 19 20 20 21 21 22 23 23

    29 30

    CRTICAS DA FENOMENOLOGIA AO POSITIVISMO . .. ,. 32

    CAPTULo Ill: A EPISTEMOLOGIA DE BACHEL EOPOSrrrvrSMO ............ , ., ... . .. . ... ... ....... . .... 41 1. A cincia e o conhecimento vulgar ............. ..... .. .. ... . 41 2. O progresso do conhecimento ........................... 43

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    3. A objetividade cientft

  • Essas concluses so - como o leitor ver oportunamente -medianamente otimistas com relao Filosofia, As limitaes deste

    trabalho.n~o permitem certamente consider-Ias como definitivas. mas _ elas ajudam a entender melhor a situao real do pensamenio filosfico atual. Nessa confiana as publico. como contribuio para uma ativi-dade mais lcida. responsvel e til por parte de professores. alunos e pesquisadores da Filosofia,'

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    ' CAPTULO I

    A Teoria "Positivista" da Cincia

    O PROBLEMA DE CARACTERIZAR O "POSITIVISMO"

    ' .. ; .. ~-- A teoria da cincia que ser exposta neste captulo e que consa!\r

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    Y.as'deve ser-lembrado'que assim comoe-ste5 nem 'sempre enfatium os mesmos ' tp. " " ' ". nglr o , conhectmento a1mejado...Acincia metdica,e isl num duplo sentido,

    'POl um Iae1o, pique exist-e um mtodo geral da cincia, uma maneira de proceder que caracteriza uma 'pesquisa'como "cientfica" indepe'i1den-' temente do tema. Por outro lado, porque--cada etapa de uma pesquisa, e de ac?rd~~om ~.:'atu~eza do tema, exige diferent-es tcTcas que dizem respeIto a IdentUlcaao dos problemas, sua adequada formulao e resoluo, e avaliao 'do resultado obtido.

    \

    Os "conh,'e.c~~ent9s" no cientfICOS, pelo contrrio,' cac-eeeIl}

  • te figuradas e emotivas, as crenas mencionadas se impem mais por , seduo do que ,por persuaso racionaL

    5. A cincia conhecimento perfect1vel A ~m.c.ariia ;.; mai&-eleYade-e-r-elinaWesprit..:r ~. .

    essencial cincia o constante auto-exame: M.~-=-oncluses - at.ai-m~or P.lAQam"ftta~a9 sO"~ffiOilFE>vi5Fias;_~ metodolgias, os prjRss=-d~ .. mlades-!!das~"" fenmen~s vai fic-{\do~IlQlim.d~PPQ~yt:1 um ali~.ryo ,~ontiiiTiento ~ ., c~~or: a.:il)c,ia, tambm um saber c?mulativo. ',':' . '" \'.'):1 ''''.~ ... Fora da cincia. somente se d um progresso do conhecimento !I

    ,.>. ~~fera das convi~~ do. s!,nso comum, as..ffi!.aJS as vezes melhoram ao '"''''1 lengo-d'temp, embora de modo muito lento e to~nte ac13ental " (im:orntr'Vel,pitan{o, com a cincia). J nos casos dS religies e

    , \--id_gj~miiFRm~n ~m~nto no tem ci>Uiiif

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    esd ~. A -cincia 'combina':raciocinio e experincia

    . O bF.~. 0 .. ~,;...,c;.~~eSS?'~"''i-M!\af3&lS99m na. ~~pe~.e!LS=;Q h~manal ou.!y: :J I in1Mo."d6S"ft''?"S''S~1Jm,I$" gn "C'PV' .) ' ~ttijj~~A~j , Fsica. OUlmi& Bjo!ogia Sojg!pgjij. elc )

    No obstante, quando sepnsa ncinciaparacontrap-Iaasaberes no . J cientficos, geralmente se tem em mente a cincia emprica, posto que : ) , aquela contraposio surge a propsito da diversa interpretao dos

    '" ( ) " fatos por parte da postura cientfICa e das atitudes no cientficas. li' com

    O r~~:I~;'!~s~. ;~n;t:::l:!; ~! .. i!i~.=~. ~ .. :=::. ;:.:.~:! ~';. M (3- ___ o gaf8.TIte -a.:qer..ncia ,e a gr.eci9..Jl.p_pensame_nto2 e3. ,!~_PJ:rjncia se-n~ (;J _.PNI-. ~:jal. .sis.t4matieame " ----;~-._-.- - ----- '." .- _._-.--- '" ,'-:-" '. '-, O " '" Q'Ssas idias lhes c o~aJ.gQ ;oaq -' \ ) _n r conse uinte. nem o puro raciocnio (embora correto e , r~ I :) } ;:;:;t,1 a e eri c PI!f'3 '0 eFa al3"fl e-~feflresenta,

    ) '-, , i ~ra a 1l'~~iMa.. .. ieG~fwa-;'-WIIheeimentos-vliEl0s.dos..futo~..,g,Jl!l --' o~~..::::l7 . Ssa . ,?zO Aa !o dgItOs tlc

  • explicaes que apelam para a Divina Providncia ou a "natureza huma-na" . No que diz ~.espeito predio, a diferena ainda mais clara, pois religies, ideologias dilosofias no conseguem fazer antecipaes con-fiveis. Em certos casos, elas predizem acontecimentos que, porm, no chegam a se produzir. Em outros, as predies esto expressadas numa linguagem obscura e alegrica (pense-se no Apocalipse, p. ex.), podendo cada qual entend-Ias como 'Iuiser. E h ainda casos em que as predies so claras, mas to imprecisas ou gerais ("Surgir um grande homem ... "), que quase qualquer acontecimento poder constituir a "realizao" da predio. J O senso comum capaz, s vezes, de pre-dies efetivas, porm s na medida em que se fundamenta na consta-tao de regularidades empricas (parecendo-se, portanto, com o modo de proceder prprio da'cincia):

    OBSERVAOESCOMPLEMENTARES I. Cincia e conhecimento vulgar (14) A cincia no est desvinculada do conhecimento Vulgar e do de-

    . nominado-"seiiso,'comrri" ;vaJdizer ,~do )ren-siienrnece"ssrio para ~ a vida cotidiana. O conhecimento cientfico nasceu 'no mbito do conhecimento vulgar e at hoje este ltimo continua a estimular a pro-blemtica cientfica, se bem que na maioria dos casos os problemas cientficos surgem atualmente no seio de conhecimentos cientficos j

    ingidos. Ademais, a cincia e o "bom senso" compartem certas caractersticas, tais como a tendncia coerncia, o propsito de se adequar aos fatos, a conscincia de que o conhecimento sempre aperfeiovel e a rejeio de entidades sobrenaturais. Por isso O conhe-cimento vulgar contm muitas afirmaes verdadeiras e o seu proceder pode ser visto amide como uma antecipao rudimentar da cincia, Nem por isso todavia a cincia mera prolongao do senso comum, que comparado com ela revela srias limitaes. Assim, ao estar dema-siado ligado percepo imediata das coisas, o senso comum v-se fre-qentemente impedido de formular conjeturas explicativas 'que ultra-paSsem os dados perceptivos, sendo que tais conjeturas so muitas vezes imprescindveis. Ademais, o senso comum est comprometido com a utilidade do conhecimento e por isso nem sempre consegue ser objetivo, posto que a objetividade depende ~ como j foi dito - do. desinteresse. Note-se igualmente que o sensocomum rara. vez cons-

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    ciente dos procedimentos que utiliza bem como dos limitesdavalidez , das suas afirmaes. Por tudo isso, o conhecimento ordinrio e o senso comum no podem substituir a cincia nem se erigir em juizes dei", ao passo que a cincia exerce uma constante crtica deles.

    2. Cincia e experincia (15) A observao dos fatos constitui um dos pontos de apoio da cincia,

    mas ela no a nica atividade humana que invoca a obs'ervao para provar as suas afirmaes. O saber vulgar, a filosofia, as ideologias e at a religio se referem, de algum modo, experincia sensorial. Todavia, o uso que a cincia fai da experincia diferente do uso que dela fazem outras atividades humanas. A cincia no se interessa, em primeiro lugar, pela experincia privada de uma pessoa como tal, seno pela experincia flue qualquer pessoa pode ter em detetnnadas circ:ms-

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    . O'"'''' ",... ireJe'ft! iI! . ) d tanClas. ,,-5 ' uauos -'I>Ie-I .. ~~a OS regtSliClS . e~ qualquer o'bspryadQr imparQial (SII ftl'ftnU'O que pn~~Mlb~titu-I~~, ' G

    Ad~mais, os dados em rico' , dentro da cincia ,como ilustra-p-j!e i,d,i~: l1reC~I!..,.li!iww "~"'&qO~!iJiatr~lisl~S'i'!. ~ .. __ , e logias e filo~ofias - seno como element~s $.S,g,l)1il'j,llao ou;{...Qltaao, O clS suas~g e'imts'. .

    '--Por conseguinte, quando se diz que o conhecimento cientfico est fundamentado na experincia se quer dizer que os enunciados tidos (por ej}quanto) por vlidos so aqueles que concordam sistematicamente com dados empricos em condies predeterminadas, Note-se que a afirmao de que os dados que interessam cincia excluem idias preconcebidas e experincias puramente pessoais no equivale a sus-tentar que os dados cientficos sejam puros, no sentido de no implicar em interpretao alguma, Pelo contrrio, os dados, respondendo a problemas, hipteses e teorias, constituem j, em si mesmos, uma in-terpretao da experincia.

    3. Cincia e juzos de valor (16) "

    ~ O que foi dito acer-ca da objetivid sat ci n( ura pode agora ser ' ,. ' ' -so-mente se propoe a cantar teJlticam~te a nwF4ct!! taLcom .. es~sem formular qUalqUE!:zO de valor a resru;i!Q w:Jl No compete .s~~nch\ . r_~jdiiOOS_e0-jeL~;idado belo ou feio, justo ou mJ ,- , i ' . - " c -a sua exjstnia

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    I ~ C isso no s ca ue a . cincia nada tenha a ver com , uzos de valor. cientista faz constantemente. v oraoes, . iiJltna"!!!gU!Oese Tais-si;oles do qU ou m, que , -~'S ' I ~o~ElQoo[ue out-ro, que uma concluso. mais slida do que ' ~. , .' l

    Alm~isso, os resultados da pesquisa (e s mesmos projetos)-esto .r-- . ~ ..... - ,:;:.o:~ .~-~". .0,--." ~----, ... - . ..... _ --.. habitualmeiit"ii"'~rVo de objetrvos :~!~i.~.os e s'Ibiilitid'%, portanto-,~~)~i.~} _d'f!~!~~!:~.~ito.!:.,.Q.ietivou..R odem ser vistos como convenientes'L.~jxeis.~~eh .... 1fC:'"1

    Fiftfmente;::;:lTcfg;-~iti-;riViliZCtentflca re15!'esentam, valofes"plira~(jci~s~e .. Ju[i,.}!m..6m::.eirsrGci~-:jfzi e slt o'ntin~;:;~~;;~~:;;;~~lTegav_a.falta,,!.peltda.oiL.~ .~; .

    i \a!ma~o do conhe,::,imeqt.2., ci.e.p,tifl;,o. E ele julga tambm. que o inodo cientfico de pensar e viver a melhor opo para o homem.

    \ ~e.fuli~i\fa, a .iae;a euqaaute- atjYidade humana ~ no '\c'\ \ ' alteia l!.jl.!i/;Q~ dS valor, os quais, porm, no dev-em afetar a imparcl" . '- li~ cientista iafite da realrdad. - .. _"

    __ ,47.C;;inG.ia.e-lOeaJid"de,(,n ,)- ", '0 , , - ... - - - - -A cincia (emprica) considera como " real:'. aquilo ao que se refe-

    rem os seus enunciados, quando provados como verdadeiro.s. Entretan-to, poder-se-ia perguntar se "real" tO'Somente aquilo que a cincia capaz de verificar. ~Io poderia haver mbitos ou ,entidades reais inac-essveis cincia, -como religies e filosofias s vezes pretendem? Dado qUE: - como j foi visto - a cincia combina raciocnio eexpe-rincia, a pergunta anterior equivale a levantar a questo

  • 'Das'caracteristicas da cincia acimaexpostas pode-se deduzir ime-diatamente que o cientista rejeita por injustificadas as pretenses da Filosofia metafisica. As "essncias" . das coisas no parecem ter sido detenninadas ou descobertas de modo conclusivo; posto que nenhum sistema filosfico conseguiu demonstrar ao longo da his(ria ser o nico verdadeiro; A mesma observao vlida a propsito da aspirao de alcanar os "fundamentos" ou as "primeiras causas" do universo. Aos olhos do cientista. a Filosofia rnetafisica no.s,fracassa na sua tentativa de demonstrar a sua validade, seno que tem forosamente de fracassar porque padece de uma srie de confuses que a condenam a ser um conhecimento ilusrio. Por exemplo, ela confia equivocadamente na fora probatria das evidnciaS, sejam intelectuais (como no caso do "cogito" cartesiano) ou empricai (como nos "dados puros" do empi-rismo ou do introspeccionismo), sendo que enunciados podem ser pro-vados to-somente por out~os enunciados (v. Popper, LPC, 7). Ade" mais, a Filosofia metafisica considera amide como argumentos em favor de suas teses, exposies que no passam de anlises de palavras (ou at mesmo jogos de palavras). Ela cr tambm que de maneira pura- .

    _ ~ente,aprior.s ticae-dedutiva possvel demonstrar afirmaeSTelativas" ---~ . , afatos,oqueumengano(v.Bunge,CMF,p.14-15) ese:desd

    \\

    a perspectiva cientfica, os sistemas metafisicos so t"SOmente son o da razao pura...

    ~ Todavia, a circu~s~ncia de ,~e.:" .idias me~sica; n~ cons~\ tuam on eClmento stncto senslt nao Imoede q metafsicas possam ser uteis na . a ci~speeialmertle-panr' orientar a . "te cientficas '(\':-~LPC, . Ademais, deve levar-se em considerao que a ciicla se desen-volve pressupondo certos postulados de cunho metafisico, tais como a crena na realidade do mundo extramental, na heterogeneidade dos nveis re.ais (fisico, biolgico, psicolgico, etc.), a confiana em que o mundo cognoscvel e a convico de que todos os fenmenos obede-cem a leis (v. Bunge, LIC, capo 5.9)/ Esses postulados so afirmae~l"..J

    ~ que a metOdologia c~entfica no ~ddl'l ~~~ua fui ma em 1!! se pr~"a _ .. u~ lei ou uma teona. mas que sao a rru os ~que oLc:108&Etsentldo I etodolo ia . .. s no .foram colocados em ct:ise pelo avan o. cientfico. . _. -'''_.'

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    ,:;,.... X .... '\ .:; ':> ..) \ \ ..J\ ..' ConvM recordar; -Contudo, que a tividade denominada "Filo-

    'sofia" nem sempre iem eonsistido historicamente mi elabOrao de sistemas metafisicos, eastelos de idias em v tentativa de apresar a realidade. Tem havido tambm (e continua a haver) filsofos que conce-bem a Filosofia como pensamento crtico. O cientista, porm, no pode admitir que a Filosofia represente uma forma de pensamento crtico diferente da cincia e at superior a ela, como s vezes se pretende. A razo est em que o esprito crtico maduro supe certa disciplina, e o esprito critico dos filsofos, embora no carente de valor, costuma ser um pouco adolescente, parecendo-se mais a um rapaz que atira pedras que a um soldado que dispara uma arma. Nas suas criticas, os filsofos algumas vezes ignoram dados histricos (expondo-se a "descobertas" ridculas ou a argumentaes ;:arentes de base), assim como detalhes tcnicos de um pensamento eficaz (confundem, por exemplo, fatos com hipteses, demonstraes com definies, etc.). Isso" sem contar ~ oportunidades - infelizmente no poueo freqentes - em que a crtica filosfica se exerce em reas especficas (arte, poltica, economia ... ) nas quais o filsofo carece total ou quase totalrnente-de-compet/lcia. _ .. ...

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    . -'---E""dertnitiv'a!~ a --jincli: tAntSm seu ca$er de autntica com preensao do mundo como'na sua funo de pensamento ::ritico, ~onsidera- O e i i 1 U te .

    , E como no caso das religies e ideologi.:iS, a cincia no s toma o lugar da 'Filosofia, seno que tambm eXpliCa0 porqu da existncia histrica e do ocaso dos sistemas filosficos .

    Significam as anteriores consideraes que a reflexo filosfica esteja destinada a desaparecer? No necessariamente, porque a falta de validez de um conhecimento especificamente filosfico no impede que haja problemas que podem ser considerados como especfi;:amente filosficos. Tais seriam, de uma parte, s questes, relativas a fatos , que a cincia ainda no est em condies de abordar, e de outra; questes conceptuais genericas, questes em cuja formulao no intervm da-dos empricos e que no pertencem, nem pelo tema nem pelo mtodo, a nenhuma cincia particular (v.g., "Existem classes naturais?").:Estas ltimas questes, todavia, somente poderiam ser detectadas no seio da pesquisa cientfica e tratadas por um pensamento que respeitasse de- . terminadas pautas bsicas de cientilicidade \ 18). '

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    Aim-disso, a -Filosofia, 1'.enunciando a "er um ilonhecimento ~es vinulado&oeincia, pode ocUpar-se ainda de duas tarefas importantes.

    Ela 'pode~er, por um lado, anlise da linguagem (natural e cientfica), e por outro, r~flexo s~re a natUi'eza da mesmailincia ("Filo~fia da Cio ncia" ou "Epistemologia" ,entendida como1'econstruo.da lgia da cincia) (19). Num mundo j dominado pela mentalidade cientfica se riam.eSsas as nicas fon:nas admissveis de Filosofia.

    NOTAS AO CAPTULO I

    (I) Como nos casos de K. Popper em polmica com os partidrios da Escola de Frankfurt (v. RR, p. 47-48) e de J. Piaget ao rebater apr.eciaes dos defensores de uma Psicologia Filosfica{SIF , cap

    ~l~rd~~::~'~~::~:~i~~~i:~~~~~~~if;i~~~~I~~m:~ e ainda ~teona t Q; ' .. si.o..tpaicigna l" em ~s O r ell>M a;~!!'dl1"M:-~I'~Ro,l'

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    CAPITuLo TI '

    A Crtica Fenomenolgica do Positivismo

    A correple fiJo~giea-GRgiAa

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    TESES PRiNCIPAiS DA FENOMENOLOGIA 1. A Fenomenologia; como a mesma denominao indi a, comas-

    J te numa atitude intelectual ~e fidelidade ao que manifesta" hai-:) nomenon' :rnmeno) -conscincia e qu J leSo" ... ~; isso, .~o d~ e a e de sua Cl'.perjp

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    \ "' '}"A_~~ ., .,0."' . '.\,' ____ \' .. _ .. ____ '_. _, , ____ _.. _ .. _ ,_ . ,r~ ,\,-' Observa'cI!5 te . " ~ 'I.> ..

    ~ , . "'\ \.\. .; .J \ '" 't'-- l" '.; \ 1/, !;\.\j '...li \ "auto-dado" (ScheletJ, retomar ao "mundo antes do . conhecimento" (Merleau-Ponty) .

    . ~. a) Em.HuS$ed e em certo dis.cgyJos 'aQlRQ};lai&l'.IF 81ft Seill un~.-S=e.&.-Me.rleau-PolltY.l--~c: da "intencionalid~d;\ .. , conscincia transformou-se na ,.!!'se da p;J!lttviiladll de ' todo "9J:ti!l.t,q" cem relao.a alguma tOll!!!$..cQ.nsc.i~ee..Je.se"esta.~ Ugt,! itiMie gue$ sc:n.1idll'_:,_Com-olltras-pa1avras: 'o--mundoest

    COl'lm~,;,d01'2r ~.~~~do~_ ou S!g~~~.o.C\!le dependem.da.cposcincia,. Dt. acorjf6- j;gm essa convico, a Fenomen ' ve obre-

    tud~m ~~~~m~a~t.e~l~,~u~is~a~~~.c~e~r;c~a~d~a;;fU~ne;o~~"ii~~~~~~i conSClenCla, num est.\i,.go..da.c.aos... ." " Ao qe-pru:e(;;"fuiT~samente esta direo do pen - --o que j no foi compartilhada pela maioria dos discpulos . ....-"""-=&--L. caso, deve-se a essa evoluo da tese sobre a intencionalidade o fato d que os trabalhos fenomenolgicos se caracterizem por uma tendncia a c reender toda e u uer o " jetividade:.' . --- b) Husserl e S_chelcr insistem DO Care';f ui;al' da;Suessncias"

    I ~.

    -=tY e no u . o . s.mo elas no oderiam ser rovadas nem desmenti:fus '.- ~e o- cQr!filiCim-'tu em 1 CQ (v . Husserl , Ideas, esp: '4e Shcler, 'PG

    -,,---+ .

    p . 67-68). Este estatuto ontolijco das essncias est vilculado a u , aspecto da "suspenso" ('epokh) ainda no mencionado: a 'epokh'

    inclui toda questo relativa existncia "real" do fenmeno pesquisa-do, at porque a mesma noo de "realidade" precisa - segundo os fenomenlogos - ser esclarecida fenomenologicamente .

    c) Husserl, em prticular, considera "apodcticos" (vale dizer: necessrios, imodificveis) os conhecimentos adquiridos fenomenologi-camente (v. Ideas, 6 e 37).

    . CRTICAS DA FENOMENOLOGIA AO POSITIVISMO Com base naquelas teses, os fenomenologosdirigem ao Positivismo

    as seguintes crticas: 1. A ri~ja pretende onstj"'ir GJplieac2h a : .verdade" das eXll.~r.in1ia.s..pessoai&s.ubjeti.."as-Rotm_dad!J.4llC..a..cienG!!\"\1A9 e x~.rincia.mais..otiginria..que.oLs!lj~itQ .R-&.lW.t;t~~$QQ: : _ p~_~1J4~.~ !!1~s_ma..cinciaA.ru!!tir.A..~~C;:S?",l!h~,~~.';t;~~DJ~~ I!p!"ri . qQ~,-.~DgidQ.&la experigGj.a-fenQIllCJlQlQ8i.~ 1: necessrio compreen' der o "pensamento predicativo" a partir da "experincia ante-predi-cativa" (Husserl), r~conduzir o conhecido 'por meio de smbolos ao .

    32

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    . 2. :4 cianci,a tClll $I p'l"psg d. 8" a", ere'ad" das .;spe[i~ci~ I ~ .. "erqi1c ela~ ~",jfttalriQBl'Rte, dcsquatifica 'as vioncJ.aS pessai; I ! ~als, no QUe dIZ respeito 39 $ .... vall~~~gW'itivo, e converte suJ propa Do~ekjeti'ddad$" (5) n'L'nia"Mf~de--(lJbj~ admissvel. T.qQ~ vivncias pessoais, na medida em que a1gu

    co~~se ~..cansci.~dp ~u~,~ aver g . - . COnheCI ~ento,.~eJa, If~~ ~!l.p~jo,pe.Jl~O '; , '?e. ientiao ctriI6gc~: ~]ooa~n nu s:"'!;adA,. '''.~ ... '' nOCM -"-te. ;:.J,. A~~~"7~;.;m~~~:;:IO::::=~~1. B ---- J asta.que.medUUlte..as.pala-vlrlls adeq.uad~,-utiS--sjtL'ffs sejam COli-du~a-reprOOu7liras-vivnci8S"d&s..;eit&qtle-pGimdramente adquiriu ...-aqliel&-eellhecimefiflv'~fusserl, Ideas, 87e Scheler, FG, p. 79-83).

    " 3. 4 cincia se orgulha de fundar-se na experincia e de COnstitl a explicao correta da experincia. No entanto, a "experincia" cient-tica no a experincia plena, vale dizer, a experincia dos seres hu-

    ~anos ! o_mada ~'!! todos ~lg!jlSPJ:(jp.s..eJ1etalhes. A,experincia.de ~ue, - .. fal li Cinti"ri- lenfsequei'expeniici Vlgr;' e 'isto-por vriaS .-..----

    es. Para comear, .a cincia no opera com tudo quanto pode ser

    experimentado por um sujeito como vivncia pessoal sua, seno to-'.omente com aquilo que pode ser experincia comum de acordo com critrios da mesma cincia. Note-se que nesta operao hj um crculo vicioso: a cincia estabelece primeiramente critrios para pensar "obje-tivamente" e depois aceita como vlidos apenas os enunciados sobre a experincia que se adequam queles critrios . .. por serem esses os nicos enunciados "objetivos" .

    Em segundo lugar, na experincia cientfica a maioria dos aspectos propriamente fenomnicos da realidade-(tais como cores, cheiros, sons, distncias e dimenses vividas, o modo pessoal de sentir a passagem do tempo, etc.) so relegados condio de meros indicadores de elemen-tos no-fenomnicos (tomos, vibraes de ondas, 10ngtdes "objeti-vas''; tempo "real", etc.) (v. Sche1er, FG, p. 70-71 eTIH, p. 154 ss.).

    Por ltimo, a experincia cientfica nega, em razo de seus prprios post\llados, autnticos fenmenos cuja captao a cincia pressupe, sem se dar conta disso. Tais fenmenos'soas "essncias", das que se falar no ponto seguinte. '. " ,

    33

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    // c1ar~cida por uma~xperincia m~ riginria, que a fenomenolgica. , 4. A cincia pretende limitar-se a descrever e explicar fatos, vale

    (

    . diz~r, objCtos ou acontecimentos..et'etivamerite verificados ou v~rific-veis. No s isso: ela fundamenta nessa limitao aos fatos a sua superioridade sobre qualquer outrn forma de pret~nso conhecimento. conhecimento cientfico . 'unto " 5 essoes de fatos vinculados entre si por relaes constantes: as leis.

    \ \ cincia'se apre caractenzao, explicaaoe pre Ia \ dus fatos CQlll baseru\S"leis.

    T davia, para pesquisar um dado ti r tos" ~.J.Ir.!l~gr.l1-J!9iHQ-.is dOl;~ .. ",,~~ ... ::.majs.,uma.vez. ao descQgbejrnen~~ . ---1-. ","; o, .d.~~\!,9,peR&8fIl~_Ws5c,;l.,.Ldea,s..i2.!?.~C;:'

    ,Mer1eau-Ponty, FCH, p. :59-60).

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    35

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    6. As no so pensadas ou reconhecidas. Isso '

    quanto Fe:no,mc:nc)loigiadetermina a essncia da ci~ncia (8), sem pr isso se

    lirrtita,r a ser somente reflexo sobre a cincia, posto que - como foi visto - a Fenomenologia um discurso especfico sobre o mundo.

    APNDICE

    No caso de Russerl, em particular, essa tarefa de esclarecimento fenomenolgico da ci'ncia adquiriu paulatinamente uma pretenso mais ambiciosa. no compartilhada - como J foi frisado - pelos seus disc Pl!I~s.}:!Ij\jSJ~9S.~~J~,a~t q!l~l()da_exl'~ri.~ncia ~, segundo Russerl" , experincia para ma conscinia que lhe "d-~~~tid~" ~~';;~~o~sti::tui". aFenomenologia, alm da tarefaj descrita (e quecorresponde aos estgios iniciais da obra de Russerl), tem outro propsito, literalmente "radical" (por ir raiz ge toda e qualquer experincia: a conscincia "constituinte"). A Feno'inenologia deveria explicitar, mediante suces-sivas "redues" (assim parece denominar Russerl as consecutiva. aplicaes da 'epokh') 'e de maneira constantmente intuitiva: a) De que mod se "constitui" para a conscincia o "mundo da expe-

    rincia natural" t com as suas coisas, pessoas e acontecimentos, mundo em que vivemos cotidianamente e que a cincia faz questo de explicar (9).

    b) De que modo se "constitui" o "mundo" criado ou revelado pela cincia, o mundo "objetivo" que ela defende como o nico real por trs das aparncias e apesar das diferenas entre as vivncias pessoais dos indivduos, ' '

    Ademais, dado que a cincia e seu "mundo" so - diferena do "mundo da experincia natural" - acontecimentos histricos (isto , comearam aexistirem certa poca e dentro de certa sociedade, durando at hoje), importa tambm, segundo Russerl, dilucidar fenomenologi-camente qual foi o sentido originrio da cincia moderna e qual a re-

    3~

    -,.... . . ,".' I' _, "< .1. ,\' V \ " ~ . U o, I - I , --L..c.. __ -----~ t ~ao qu: ela ~em com ~ ~ida_sim~lesmente vivida ('Lebenswelt'). Esta , '~rl mdagaao 'sena ne,cessana nao SO por causa da pretenso da cincia de .. ser o nico saber vlido, seno tambm por causa da crise em que parece , J ter desembocado a humanidade ocidental no que diz respeito a uma ,-1

    orie?~a~o existen~ial ge~ e, particulaxinente, no que se refere funo ~;-l da clencla ao servIo da VIda. "

    A indagao fenomenolgica do sentido originrio da cincia mo- o de ma (consistente numa meditao que uma literal re-viso do come- 1:::::1 o da cincia assim como ela foi praticad Por Galileu), revela- j-segundo Russerl- que no incio da cincia moderna encontra-se uma singular mudana de sentido, tanto no que diz respeito ao us~ da Mate-mtica quanto ao conceito de "cincia". Com efeito, aidia de utilizar a Matemtica para analisar e dominar os fenmenos naturais (utilizao que tm seus antecedentes nas operaes de clculo e agrimensura pr-cientficas), teria logo se convertido na hiptese de que os elemen-tos representveis e calculveis matematicamente constituiriam o "ver-dadeiro ser" das coisas, a Natureza "objetiva", a respeito da qual os aspectos no matematizveis ficariam reduzidos a fenmenos "subje-

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    -'.-'O- . " livas ";-meros " inaiCitdores -dos- elementos :'::6jetlvos'':' . - C Clpla, _ _ _ "mudana de sentido" consistiria, pois, em que de uma parte a Mate-mtica deixou de ser considerada como intuio de entidades ideais (como o era na Antigidade) para se reduzira tcnica de abordagem dos fenmenos empricos. e de outra, a hiptese do carter:matemtico da Natureza "em si" converteu-se na convico de que o: ser real, a Na-tureza "em si", era aquilo (e somente aquilo) revelado pela cincia.

    A crena em que to-5omente "real" o "mundo objetivo" e que to-somente vlido o conhecimento cientfico (no sentido das cincias empricas de base matemtica) implica - sempre de acordo com Rus serl- vrias coisas que o olhar fenomenolgico des-cobre. A primeira delas, que aquela mudana de s~ntido que est na-origem da cincia moderna foi esquecida (o que equivale a dizer que a cincia moderna ignora a su verdadeira ndole). Ademais, o projeto daciitC~ moderna fdrmava parte do projeto mais amplo de uma vida humana fund~da na racionalidade (projeto da filosofia grega, renovado peio pen~ent~ da 'Renascena). A viso fenomenolgica des-cobre tambm que foram os bons resultados do tratamento matemtico da experincia que conduzi-ram s tentativas de elaborar uma filosofia semelhante Matemtica (Descartes, Spinoza, Leibniz), e que tais tentativas fracassaram na

    37

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    nwdld. In qu aa vld nciou que t().8omente os fatos eram passveis de : I taml nto mlllt m611co (e no o~jetos tais como ideai~, valores, enti-dade. nwtllflllcu ~ a subjetividade humana). Por ltimo, percebe-se tambtm que " te fracasso (Unido quele esquecimento da cincia a "1.,.lto da lua prpria origem) estimulou a convico'de que o nico ber v6.lIdo foase a cincia entendida como conhecimento de fatos (e q UI , reciprocamente, a realidade estivesse constituda apenas por fa-101).

    Ora, dessa maneira entende-se que a mesma evoluo da cincia foi l e rando a crise gnoseolgica a existencial do nosso sculo, porque os problemas e as formas de pensamento excludos pela mentalidade cien-tfica positivista acabaram voltando-se contra a cincia na forma de um questionamento do seu sentido para a vida humana (questiona-mento no suscetivel de abordagem cientfica . . . ) (para todo o ante-rior, v. Crise, 1 a 15).

    Na viso do seu criador, a Fenomenologia tem diante de si uma tarefa sempre aberta e de resultados absolutos. Uma tarefa aberta, porque o esclarecimento feaomenolgico da experincia algo nunca "

    - concluM, umtarefa erestilt;idosbsolti!9S;'por cjtieali

  • (5) B. ilustra essa evoluo a propsito d,a noo de "massa" (FN, cap.l, p. 22 ss.) e elabora, para O tratamento desse asswto; a noo de "perfil epistemolgico" eprofil pistmologique'). Vide esp. FN, capo lI. O "racionalismo" aqui mencionado co.:responderi Fsica clssica newtoniana; o "ultra-racionalismo", s teorias que a partir da Teoria da Relatividade revolucionaram as perspectivas daquela Fsica.

    {6) De modo semelhante, o materialismo bem entendido para B. o "materaIismo racional". Tudo quanto foi exposto no impede B. de reconhecer o carter peculiar do conhecII)ento matemtico, cujo crescimento "muito diferente" daquele do conhecimento emprito. Vide FES, p. 22.

    (7) Esses trabalhos so: REISER, O.L.: "Non-Aristotelian Logic and the Crisis in Science" (in Scientia, 1937, t. ill); KORZYBSKI, A.: "Science and Sanity, An introduction to non-aristotelian _systems and general semantics" (New York, 1933), e trabalhos de Mme. P. Fvrier citados indiretamente porB. (Vide FN, capo V, -V).

    (8) A crise da categoria '_' substncia" seria perceptvel, por exemplo, ~ e~ti~d~s-dacMicrriSica:oorj,siii- 1tric -:naTuiii-pe--queno corpo, no tem dimenses absolutas determinflveis, no tem a rigor forma nem localizao precisa, e em certas circunstncias at perde a sua individualidade (AR, capo 1Il).

    ----,, (9) A tendncia ao devaneio ('rverie'), natural no homem e estudada por B. nas suas obras "poticaS" (v.g., "APotica do Espao"), _ s constituiria um perigo quando dificulta o conhecimento objetivo.

    56

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    CAPITuLO IV

    A Teoria de Thomas S. Kl.ihn e o Positivismo

    v

    Os trabalhos de Thomas S. Kuhn, principalmente seu famoso livro "A estrutura das revolues cientficas" (1), propem uma viso da,

    '

    cincia ._:.$~~d~ .res eito sua evoluo histric _.--- iferente da concepo positivista. Apresentarei neste captulo aquelas teses de -u .. iam essa diferena.

    1. Atividade cientfica e ''pa:adigmas'' De..acowa com K"ho,_JJmac9asideFa9e-Metlla da histPia fiai"

    cincia inostr"_J~on!rarjan_d9 _a "yc;!:S~ _d_-s _manu~s_~lIS ob_~~Fla a ~lenCla numa atiVid~de ClyO sentil1Q...

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    . \' ' ' ,' .. . Ao escolh-lo, pretendo sugerir que alguns exemplos aceitos na prtica cientfica real- eXemplos que incluem, ao mesmo tempo, lei , teoria, aplicao e instrumentao _ proporcionam modelos dos q>lais brotam tradies par-ticulares coerentes de pesquisa cientfica. .. " (SSR, p. 10) (2).

    .\ '1""'1. :','\ )\ ,c ' 'ab ,paradigma que inconscientemente defende (e que re,presentapara ele , a maneira natural de cultivar a cinCia), '

    Quanto ao cientista ue~raon!~,..tgta se daquele que ~tJ,;et:Je I nas f~~ ao paradigma vigente como tais e qu~ chega eventualmente a

    ,i. i

    um~ .. ado que define n ~entido da P":sguisa, ~eu Vale dizer que para Ku . te cincia na medi . ~.

    ;m;;~~~.Lt~~~_e~, ~se~u~s~in~s~t~ru~m~e~n~tQ~~~ 9!!isador "cientista" na medida aquele modelo. { ~ ( . ~ \r~.\, .. ,- i~"J '(;.".v. ...,..l-~t- ;Jl.- "

  • mente por causa uma "anomalia", um fenmeno que no consegue ser assimilaEi&~aO-paJ:adig.m.a..ll.rgeilte , 'lldl t8:f81'6UCS pede ser colcado ,:ire

    . do

    se percebe

    a

    impor-

    4.

    Ir

    li, . . as as VI es aCI, .1 VJ ll!a :li'tjyjdade. verdade q~e os positivistas no afirm~ que meto o ogia se aplique mecanicamente (no se trata de uma receita) , e tampouco acreditam que seja infalvel (se o fosse , no teria evoludo ao longo do tempo), porm esto persuadidos - como j foi lembrado no captulo anterior - da existncia de uma "maneira cientfica de pro-ceder" ("cientfica" por si mesma, por assim dizer) fora da qual no haveria cincia. Agir "fora da cincia" significa aqui apelar para proce-

    . dimentos reputados como pseudo-cientficos ou ainda a-cientficos, ou cientfica

    segundo no.:II\1

    tcnicas e instrumentos admitidos como efica2~s, posto que eles so definidos pelo paradigma (SSR, p. 5), mas tambm a propsito de modos de proceder mais amplo.~.e gerais pode ser mostrada a influncia do" r~p'lraldigma em paula.

    afirmaes cientficas

    de por outro lado, a .entendida

    com os

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    ocasies em que no saberia muito .

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  • 5. A atitude crtica na cincia

    Q.ci~esentado.J;Q!!l9 um~!!-Leilf!..sempre disposto a se'!,. material qe trab;llho, .J)JI~_9ll!iand;'TiiteiTiir!tente- 'Rele.

    s~fica, para o casol1l1l1icular de -leis ou teorias j ceitS,"que cien~fst-nO ser~;:;sa a realizar novos testes que pu(,!-;;ss7ril refut-las; emeerte-serrti'd6';erte usca esses testests):-E'.-Sigiiill'-fiimbmque quando Umirt'(ffla:- se~epara com !eomff'Cjlf"'ela- no' consegue

    explicll:!",p~i"ta e~rf'pronto a aoandonaiess teoria e aceitar outra qu'provas lgicas e experimentais mostrem ser melhor.

    Na opinio deji\l.hn, essa descri,iio da atituds"S!itica,~tQsi!;nti~ no_evidlca,- nem com referncia ucincia normal", nem .-" - --. ." - - " ...... _ ............... -__ " _ ....... P . ..... . _ ~._- . _ -':"' . _ .--. _'

    62

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    . I cODsi!lgando-a-.. 'tI~rn:m:d;;;ria", se bem que por raz~J ! )~ difurentes em cada .::aso. ' ! \ 11 ,.::.. "'" ~AAs. de ";iipsia normal" o ientista.:-tiDO - ..segund ". ; ~ nosso autor - um sujeito bastante pouco crtico. Longe .de pi)t~l)l . \ ._,. : ,.

    l qu~t.a ~~mt~9:;"~}~l:J1rqQ~':3imp,ce CQIA. 10takl - ': ad~~o a e~:~;n~~sta ~=,~~~Il!l.t~. c~~~_~p~=q~~ ) eXista uma clencla "':P9.!l!! .. ~.y'lgRr.9,g.~.1l1!@9~s~E_P!;,ogr'l

  • \I.iiCOS..e pmy.s empdcas' ela aSsume Q;c~~er de um~&~~e ~~n~ \ veL ... ;io...dos .ll1Itr,~~'.!.~~~"!?,, 2,0::'2. 'paI]'4Igml ,s.mJl.~; clentl!!la , re'iDJ!lciQorio te'!! f e q'!e represen~~2or enqu2!'t? uma promes~a d~:

    , S\lcessp" (SS~~ orno se ve, tampouco neste caso a atitude critica do cientista corresponde plenamente ao retrato positivista,

    Todavia, a passagem da atitude pouco criticado cientista "normal" para a atitude crtica do revolucionrio seria pouco compreensvel se

    , no se levasse em considerao uma importante ressalva ,do nosso autor. Se os cientistas so sempre "treinados para funcionar como so-lucionadores de 'puzzles' dentro de regras estabelecidas", eles so ao mesmo tempo "ensinados a considerar-se eles prprios como explora-dores e inventores" (FD, p, 77-78, grifados de K.), 'Essa "tenso essen-cial" (Khun) entre a habilitao profissional e a ideologia profissional o., que permite e explica, segundo este autor, a eventual irrupo de uma

    .'atitude crtica com 'relao ao paradigma vigente.

    6. A linguagem da cincia e a "base empirica" . Estreitamente vinculadas com a possibilidade de uma atitude cri; -,tica"'"o-dentista-'e~t 'as ques rescrel'ativ'is ' ~l ingUagerrtce"ti!lca e ' '

    relao da teoria com os "dados" . O positivismo sustenta - como j foi dito - que acincia procura sempre usar de uma linguagem precisa para tomar possvel a com~nicao e a crtica. Isso. unido ao desinteresse que segundo o Positivi'smo caracteriza a atitude cientfica, tende a sugerir fortemente a existncia - ao menos, como ideal - de uma linguagem ,cientfica nica. geral e neutra; na qual no haveria quase possibilidade de equvocos e graas qual toda divergncia poderia ser resolvida "racionalmenteH

    , Kuhn ~e tambm p uso da ~inguagem em relao c,om u~. d~d " ' paraalgma. A mudana de paradigma Impltca na mudan a de sentido ddJJmn.qs usasjj1.Qs~~ esar ...: que esses ~ermos pare!am continuar sendo os mesmos (RC. p . 3~ssa mudana de Slgtf~.:2.~,

    ejiii~d~ nl=iMa resPffll1:!:. !:P~!~al;$.JmMS:>ibt~~ ~~~, novo paradi~sP..imggM'.lj..mr meio de recurs?s uramemI;.\.Q8Ii,SQ,l.9!!b\-efneriPis'ijgs. e pela necessidade da "c9!!y.r'so" j comentada. Diga-se de passagem que a mudana de sentido obriga a uma rdua tarefa de traduo do sentido dos tennos num paradigma para o sentido que eles adquirem num ouiro paradigma, como condio para se alcanar aquela converso (PS, p . 202-204; RC, p. 329 ss .).

    64

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    Quanto ao papel dos "dados ~ ' na confinnao de uma teoria e n even'tual vitria de um sistema terico sobre outro', j foi salientado que o Positivismo no acredita na existncia de dados "puros": um dado e,st s'empre em funo de coloca

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    \ acordo sObre determinados :Lalores Rs ga: wtte .que a pnea"" do ~ { c~~rios valor sejat~Qs Gase8 eeftereteSr1dp~Sa.ow meeiliea(pS, I p. 18555.'. mesma causa que no permite- sempre segundo Kuhn

    - que haJa opo entre teorias rivaIs por meios paramente ,lgicos ou exPerimentais (vale dizer, a dependncia daquela opo com relao a um paradigma que constitui todo umestilo de pensamento e no apenas um conjunto~e regras), tampoco permite que as valoraes que neces-sariamente fazem parte da prtica da cincia ocorram sempre da mesm~ maneira. 5l

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  • \ ;'\l\ ~\'-.l'~ ':'; 'h,f. ', .~ . . ":< , .

    Esses mecanismos so, principalmente, o acordo , sobre o compartilhado, a dedicao a resolver exclusiva-mente" quebra-cabeas" , o isolamento da comunidade cientfica (7), e a natureza do aprendizado na cincia. O ltimo diz respeito especial-mente ao uso de manuais que, estereotipando o comportamento dos indivduos e a sua viso da prpria disciplina, tomam extremamente

    \ " , ,INlI , .\-. eficiente e contnua a tarefa desenvolvida, (SSR', p. 165-166). "' "

    " !

    162-169)., geral - comenta Kuhn -, dado que as idias e os tratados

    Cient. ficos considerados como superados no so mais levadosem conside~rao no ensino oficial da cincia, essa atitude contrilmi para que a histria inteira da atividade cientfic' 'a percebida com h incessante na direo de u conhecimento da vez mai aprimorado, cujo nvel relativamente superior estaria constitudo pel . s '::t::. resultados vigentes atualmente. Este nvel seria a conseqncia de um avano linear desde o comeo da atividade cientfica na histria hUJnat\.

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    . digma, historicamentb condicionado (como todo paradigma). E assim, no seriam a expres~o de formas de procedimento universalmente ~

    v~li~as, seno um recu~o propagandstico ou urna pregao em favor do $. paradigma corresponde~e. . j \:y:::. 11. A teoria de Kuhn e u a nova epistemologia """

    Kuhn bem consciente do arter ionrio de suas idias em ~ confronto com as teses do ositivismo (10), oa parte das suas argu- . \? mentaes fazem questo e carter revolucionrio. Os abl'ndantes e variados exemplos histricos com que Kuhn ilustra suas colocaes so usados e at declarados como contra-exemplos (SSR, p.

    ~ 77-78) da posio epistemolgica,aqui denominada "positivista". Em ~COEJunto. a teoa ~e Kl!bn estaria ;wpciooando como "0' QQYO 'paca-digrna (desta "@Ia; Fal~1[a nattueza mes-ma-Qa....E.pisteCOQ1ogia) em conflito com um oaradigma anterior 'fi Epistemologia positivista). Na sua obra P!'incipal Kuhnj prev que seus opositores imo reagi; tipicamente, no sentido de tentar assimilar as aparentes anomalias con-tidas nas teses .de Kubn maneira tradicional. de. conceber e.analisar .o .: .

    -filcnarnentoda dricT-:-E prev tambm que 'se 'a:s anomalias por ele apontadas "constituem algo mais que uma fonte de irritao de menor importncia", vale dizer, se os esforos por assimil-Ias ao paradigma epistemolgico vigente fracassarem, elas se convertemo na origem de uma crise na Epistemologia, ajudando a "permitir a emergncia de uma nova e diferente anlise da cincia", "uma nova teoria do conhecimento sientfico" (SSR, p. 78).

    NOTAS AO CAPiTuLO IV (I) KUHN, Thomas S.: The 5trucnire of Scienrific Revo1utions.

    72

    Chicago, The University of Chicago Press, 1970, 2 rid. Traduo para o portugus (sem indicao de tradutor): A estrutura das revolues cienrificas. So Paulo, Ed. Perspectiva S.A., 1978, 2~ Neste trnbalhoas citaes correspondero sempre edio em ingls .

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    " . ~. , ~ ,, ( J.}.'1> \' \,.0:' / .;"\ ; >. ., '\ , \ a \ \ \ \ ' I (2) Vide tambm SSR, p. viii; FD, p. 65 55. e RC, p. 335 e 337. O termo 2 '

    "paradigma" o 'Suficientemente ambguo como para que uma ~) comen~.sta (M. Masterman, em NP) haja podido detectar vinte e 5 um sentidos no inteiramente coincidentes em que o prprio K. o I utiliza. De qualquer modo, a palavra "paradigma", de acordo com I ' ) uma reflexo retrospectiva do autor, teria dois sentidos primor" ' ) diais: designaria, por um lado, o conjunto de compromissos bsicos ''-)1_ de uma dada comunidade cientfica, e por outro, os exemplos-

    , standard que orientam a viso dessa comunidade na resoluo dos 1 ) problemas cie~tficos concretos (SP, p. 15 ss.). K. esclarece que; h este segundo sentido foi o Glue inicialmente ele adjudicou ao termo r=; "paradigma", e admitindo as dficuldades decorrentes daquela r ambigidade prope reservar a denominao de "paradigma" (ou ,) melhor, "exemplar") para os exemplos-standard e introduz a ex- 12 presso "matriz disciplinar" para se referir' aos compromissos , ) bsicos da comunidade cientfica ("paradigma" em sentido L') amplo). A "matriz disciplinar" compreenderia, como elementos I de especial importncia, generalizaes:simblicas;:moelos e .os- ___ '_' , ) "exemplares" (SP, p. 15-16,27 n e 40). ., :J

    (3) Vide caracterizao detalhada da "cincia normal" em SSR, () cap. li, III e IV; da "cincia extraordinria" em SSR, capo VI a : VIII, e das "revolues cientficas" em SSR, capo IX a XIII. r)

    (4) 'Puzzle-solver', no original (SSR, p. 36). Justficando a expresso, :j K. afirma com relao ao cientista "normal": " ... O paradigma que iJ ele adquiriu graas a uma preparao prvia fornece-lhe as regras .11 do jogo, descreve as peas com quo se deve jogar e o objetivo que t: se pretende alcanar. A sua tarefa consiste em manipular as peas ( ) segundo as regras de maneira que seja alcanado o objetivo em vista ..... (FD. p. 71). O cientista normal comparado ainda neste texto a um jogador de xadrez. Em todo caso, a traduo de 'puzz1e' por "quebra-Cabea" mais adequada que a verso do termo ingls por "enigma", como aparece em certas tradues.

    (5) Isto acontece assim especialmente na verso popperiana da meto- ' dologia das cincias factuais: "Todo teste genuino de urna teoria urna tentativa de refut-Ia" (popper, CR, p. 66).

    (6) Segundo K., trata-se quase sempre de indivduos muito jovens ou que esto h pouco na rea de estudos que revolucionam; sendo seu compromisso com o paradigma menos forte, eles esto em'

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