cultura do empreendedorismo

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cultura do empreendedorismo cientifico

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    Revista Locus Cientfico

    A Revista Locus Cientfico uma publicao da Associao Nacional de Entidades Promotoras de EmpreendimentosInovadores (ANPROTEC). Seu escopo de ao engloba a divulgao de artigos tcnicos inditos, avaliados por umrenomado Conselho Editorial.

    ANPROTEC

    EXPEDIENTE

    ESTRUTURA DA PUBLICAOA revista composta de textos e artigos de divulga-o da cultura do empreendedorismo inovador eartigos inditos referendados por revisores "ad-hoc".

    MISSOPublicar informaes relevantes, artigos tcnicosoriginais e trabalhos de reviso na rea doEmpreendedorismo Inovador.

    EDITORJosealdo Tonholo (ANPROTEC/UFAL)

    DIAGRAMAOConsenso Editora Grfica (48) 3028 2924

    TIRAGEM5.000 exemplares

    IMPRESSOGrfica Coronrio

    CONSELHO EDITORIALAfrnio Craveiro (PADETEC)

    Carlos Eduardo Negro Bizzotto (FURB)

    Cludio Furtado Soares (UFV)

    Conceio Vedovello (FAPESP)

    Desire M. Zouain (IPEN)

    Esteban Cassin (Univ. de San Martn, Argentina)

    Fernando Dolabela (Fundao Dom Cabral)

    Guilherme Ary Plonski - (ANPROTEC/USP)

    Jorge Audy (PUC/RS)

    Jos Carlos Assis Dornelas (EMPREENDE)

    Josemar Xavier de Medeiros (UnB)

    Lus Afonso Bermdez (UnB)

    Maria Alice Lahorgue (UFRGS)

    Maria Celeste Emerick (FIOCRUZ)

    Marli Elizabeth Ritter dos Santos (PUC/RS)

    Norman de Paula Arruda Filho (FGV/PR)

    Paulo Alvim (SEBRAE)

    Renato de Aquino Faria Nunes (UNIFEI)

    Roberto Sbragia (USP)

    ANPROTEC

    DIRETORIA:Guilherme Ary Plonski Presidente - USP

    Gisa Bassalo UFPA

    Francilene Procpio Garcia UFCG

    Josealdo Tonholo UFAL

    Paulo Roberto de Castro Gonzalez CIENTEC

    Silvestre Labiak Junior UTFPR

    Sheila Oliveira Pires Superintendente executiva

    CONSELHO CONSULTIVOFernando Kreutz (Diretor da FK Biotecnologia)Jos Eduardo Fiates (ex-presidente da ANPROTEC, Diretor da Fundao Certi)Lus Afonso Bermdez (ex-presidente da ANPROTEC, Diretor do CDT/UNB)Marco Antnio Raupp (Presidente da SBPC)

    Maurcio Pereira Guedes (ex-presidente da ANPROTEC, COPPE/UFRJ)

    Newton Lima Neto (Prefeito de So Carlos e ex-reitor da UFSCar)

    Rafael Lucchesi (Diretor de Operaes da CNI)

    EQUIPE TCNICA ANPROTECCoordenao Unidade Administrativa e Financeira - Francisca Silva Aguiar

    Coordenao Unidade Atendimento ao Associado - Fernanda de Oliveira Andrade

    Locus Cientfico - Uma revista ANPROTEC

    Editor: [email protected]

    ISSN - 1981-6790 - verso impressa

    ISSN - 1981-6804 - verso digital

    Associao Nacional de

    Entidades Promotoras

    de Empreendimentos Inovadores

    CNPJ: 03.636.750/0001-42

    Endereo: SCN Quadra 01 - Bloco C

    Salas 208 a 211

    Edifcio Braslia Trade Center

    Braslia - Distrito Federal

    Cep 70.711-902 / PABX: (0xx61) 3202-1555

    E-mail: [email protected]

    131

    O Conselho Editorial da revista Locus Cientfico e a Diretoria da ANPROTEC agradecem ateno e trabalhodedicados pelos nossos assessores ad-hocs, que no ano de 2009 atuaram na avaliao dos artigos e trabalhos doSeminrio Nacional, com muito esmero.

    Josealdo Tonholo

    Editor

    Assessores na revista Locus Cientfico Vol 03 (1-4)(2009):

    ADONIAS COSTA DA SILVEIRA

    AFRANIO ARAGO CRAVEIRO

    ALAN ALEXANDER MENDES LEMOS

    ANA LCIA VITALE TORKOMIAN

    CLUDIA MARIA MILITO

    CLEUSA ROCHA ASANOME

    DAVI SALES

    EMERSON AUGUSTO MIOTTO CORAZZA

    FRANCILENE PROCPIO GARCIA

    GONALO DIAS GUIMARES

    JORGE LUIS NICOLAS AUDY

    JOSE ROBERTO SALOMO

    JOSEALDO TONHOLO

    KATIA AGUIAR

    MARCIO JACOMETTI

    MARIA ALICE LAHORGUE

    MAURO BORGES

    NERI DOS SANTOS

    PAULO TADEU LEITE ARANTES

    LOCUS CIENTFICOISSN -1981-6790 - verso impressa ISSN -1981-6804 - verso digital

    AGRADECIMENTOS

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    LOCUS CIENTFICOSUMRIO

    EDITORIAL

    EDITORIALJosealdo Tonholo ................................................................................................................................................ 95

    ARTIGOS ORIGINAISCultura do Empreendedorismo Inovador (CEI)

    Representaes sociais da prtica empreendedora no ambiente organizacional de umamultinacional de extrao mineralEntrepreneurial pratica and social representation in a multinational enterprise devoted to mineral extraction.Fernanda Maria Felcio Macdo, Diego Luiz Teixeira Boava , Simone Aparecida dos Santos ................................... 96-106

    Evoluo do nmero de incubadoras de empresas no Brasil e sua distribuio regional: uma anlise travsdo modelo log-linear de taxas de crescimentoEvolution of the number of business incubators in brazil and its regional distribution: an analysis bygrowth rates log-linear modelJuliana Franco, Marcelo Farid Pereira, Marcela Gimenes Bera Oshita e Karina Keiko Uchida .................................. 107-114

    Habitats de inovao sustentveis -HISUma proposta de avaliao de maturidade em parques cientficos, tecnolgicos e de inovao - PCTIsA proposal to evaluate the maturity in science parksMarcelo Amaral, Lygia Alessandra Magalhes Magacho e Marcos Lima ...................................................................... 115-122

    Uso Intensivo de Tecnologias (PIT)Metodologia de rankeamento de tecnologias desenvolvidas em laboratrios cientficos segundo suaviabilidade de transferncia ao mercado atravs de spin-offsMethod for ranking of technologies developed in scientific labs according the effectivenessof transfer by spin-offSrgio Jos Mecena da Silva Filho, Leandro Eugenio Faria Tejerina, Natlia Marques Malheiros ............................ 123-130

    Caros empreendedores,Estamos fechando mais um volume da revista Locus Cientfico, com a certeza de que a qualidade tcnica dos trabalhos publicados est

    impactando na nossa comunidade. Recebemos vrios e-mails de pesquisadores, gestores e estudantes comentando da excelncia da qualidadegrfica e do contedo da revista. A qualidade dos temas aqui abordados no mais que pura conseqncia do trabalho rduo de todos osparticipantes no Movimento Brasileiro do Empreendedorismo Inovador, representado pela nossa ANPROTEC e seus aliados estratgicos. Poroutro lado, reconhecemos que temos faltado com o nosso leitor, particularmente no quesito de regularidade de impresso e na distribuio darevista. Prometemos que vamos trabalhar duro para superar esta falta e atualizar a tiragem da revista, que est indo para os assinantes comalguns meses de atraso.

    Quanto ao nosso movimento, destacamos que na ltima Assemblia Geral da ANPROTEC tivemos mudanas na Diretoria da associao. Apartir do dia 1. de janeiro de 2010 o nobre e Magnfico Renato Nunes (UNIFEI) e dinmico Tony Chierighini (Fundao CERTI) passaro a somarsuas energias com os Diretores Gisa Bassalo, Paulo Gonzalez e Francilene Garcia, sob a batuta do Prof. Ary Plonski.

    (Aproveito o espao para agradecer o privilgio que tive em estar com vocs, enquanto Diretor da ANPROTEC, nestes ltimos seis anos. Foium momento muito rico e compensador! Por outro lado, no pensem que vo se ver livre de mim J! Continuarei atuando, enquanto forconveniente para a ANPROTEC, na editoria das Revistas Locus e Locus Cientfico. E aguardem novidades nestas revistas!)

    Sobre este nmero, demo-nos ao luxo de publicar quatro trabalhos em vez dos trs tradicionais. Esta deciso amparada na qualidade dostrabalhos j citada acima recebidos pela revista e tambm os oriundos dos artigos completos apresentados no Seminrio Nacional de SantaCatarina. Os dois primeiros trabalhos so da rea de Cultura do Empreendedorismo Inovador, sendo um deles apresentado pela equipe daUniversidade Federal de Ouro Preto, correlacionando o saber popular/senso comum com o conhecimento cientfico e como isto impacta nacultura empreendedora de uma grande empresa. De outro lado, a equipe de Maring faz uma anlise estatstica bastante pertinente sobre acriao das incubadoras no pas. O que mais interessante deste trabalho? Resposta: que j temos nmeros que permitem representatividadeat do ponto de vista estatstico, como nossas mais de 400 incubadoras espalhadas pelo pas. J os dois ltimos trabalhos vm do Rio deJaneiro. Um trabalho prope metodologia para avaliar maturidade de parques tecnolgicos bastante pertinente se considerado o trabalho detaxonomia de parques, atualmente desenvolvido pela ANPROTEC a pedido do PNI. Para completar este nmero, apresentamos a proposta deavaliao de potencialidade de transformao de pesquisas cientficas em negcios inovadores, produzida pela equipe da Universidade FederalFluminense trabalho particularmente importante para instituies que esto estruturando seus Ncleos de inovao Tecnolgica e queremtransformar projetos em produtos/servios inovadores. Quatro artigos que devem ser conservados para serem usados como referncia.

    Boa leitura!Josealdo Tonholo

    [email protected]

    130

    CHENG, L. C. et al.; Plano tecnolgico: um processo para auxiliar o desenvolvimento de produtos de empresas de base tecnolgicade origem acadmica. LOCUS Cientfico, Vol. 1, n. 2, p. 32-40, mar. 2007.

    CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Resoluo CFM n 1246/88, de 08 de janeiro de 1988. Cdigo de tica Mdica Brasileiro.Disponvel em: . Acesso em: 05 de novembrode 2009.

    COSTA, H. G. Estruturas de suporte deciso. Niteri, RJ: H. G. 83 p, 2005.COSTA, H. G. Introduo ao Mtodo de Anlise Hierrquica. Niteri, 2004.DIAS, L.M.C.; ALMEIDA, L.M.A.T.; CLMACO, J.C.N. Apoio Multicritrio Deciso. Faculdade de Economia da Universidade de

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    USP. Revista de Administrao. So Paulo. V. 21. N. 2, P. 3-9, Abril/junho 1986.MARCOVITCH, J.(2002) A informao e o conhecimento. So Paulo em Perspectiva. V. 16. N. 4. P. 3-8.MASCARENHAS, D. M. ; RUBINSTEIN, M. ; SZTAJNBERG, A. Uma nova mtrica para protocolos de roteamento em redes em

    malha sem fio. (Apresentao de Trabalho/Simpsio), 2008.PULLIG, T.; LACERDA, S. Metodologia de Anlise Quantitativa de Inovaes: Ferramenta de Mensurao da Probabilidade de

    Sucesso. Monografia de Concluso de Curso. Niteri, 2008.OUVIDORIA DA PETROBRS. Disponvel em: Acessado em: 28 jul. 2009.ROY, B., BOYSSOU, D. Aid Multicritre La decision. Paris: Econmica, 1993.SNCHEZ, A. M.; PREZ, M. P. Centros de innovcion y spin-offs acadmicos: el caso de Aragn. XXI Simpsio de Gesto da

    Inovao Tecnolgica, So Paulo, 2000.SOBRE PETRLEO. Disponvel em: Acessado em: 30 jul. 2009.TORKOMIAN, A. L. V. ; COSTA, L. B. Spin-off acadmico: mecanismo de transferncia tecnolgica de universidades para a

    sociedade. Porto Alegre, 2005.UPSTILL, G.; SYMINGTON, D. Technology transfer and the creation of companies: the CSIRO experience. R&D Management. V.

    32. P. 233-239, 2002.WEBSTER, A. e ETZKOWITZ, H. Toward a theoretical analysis of academic-industry collaboration. Em: ETZKOWITZ, H.; WEBSTER,

    A. e HEALEY, P. (org) Capitalizing knowledge: new intersections of industry and academia. Albany: State University of NewYork Press, 1998.

    ZUFFO, M. K. et al. Estudo de Requisitos do Software Embarcado no Segmento da Telemedicina. So Paulo: Escola Politcnicada USP, 2000.

    ARTIGO CIENTFICOUSO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

    Silva Filho, S.J.M., Tejerina, L.E.F., Malheiros, N.M. Locus Cientfico, Vol.03, no. 04(2009)123-130

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    ARTIGO CIENTFICO

    LOCUS CIENTFICOCULTURA DO EMPREENDEDORISMO INOVADOR (CEI)

    Representaes sociais da prtica empreendedora noambiente organizacional de uma multinacional deextrao mineral

    Entrepreneurial pratica and social representation in a multinational

    enterprise devoted to mineral extraction.

    Fernanda Maria Felcio Macdo1 *, Diego Luiz Teixeira Boava 2, Simone Aparecida dos Santos3

    Universidade Federal de Ouro PretoCurso de AdministraoRua do Catete, 166, Centro35420-000 Mariana - MG

    E-mails: [email protected] | [email protected] | [email protected]

    *autor de contato: Fernanda Maria Felcio Macdo

    Artigo submetido em 12 de maio de 2009; Aprovado em 30 de outubro de 2009.

    RESUMO

    O fenmeno empreendedor se destaca, na atualidade, porseu carter inovador, podendo ocasionar desenvolvimento eco-nmico. Esse destaque atribudo ao empreendedorismo nombito do mundo cotidiano desperta ainda o interesse de in-vestigao de sua prtica por parte da comunidade cientfica,ocorrendo, com isso, a criao de um conhecimento formalsobre o assunto. Nesse cenrio, emerge uma problemtica depesquisa no tocante a forma como esse conhecimento cientfi-co representado no meio comum. Isso se traduz na seguintequesto de pesquisa: Quais as representaes sociais da prticaempreendedora podem ser identificadas no universo do sensocomum? No presente trabalho, esse universo se limita ao con-texto organizacional de uma empresa multinacional de extra-o mineral atuante na regio do Quadriltero Ferrfero, MG.Utiliza-se como referencial a teoria das representaes sociais,sendo a natureza da pesquisa de ordem qualitativa e descritiva.Por fim, a pertinncia desse trabalho encontra-se na produode resultados capazes de evidenciar, ainda que de forma inicial,as dimenses relacionais existentes entre o conhecimento cien-tfico acerca da prtica empreendedora e as representaessociais assimiladas sobre esse fenmeno, produzidas a partirda lgica da conversao entre indivduos em um dado espaode tempo e realidade delimitada, no havendo pretenso degeneralizao das concluses.

    PALAVRAS-CHAVE:

    ABSTRACT

    The entrepreneur phenomenon detach, nowadays, forits innovative character can cause economic development.The prominence given to entrepreneurship in the context ofdaily world awakens the interest of research of their practi-ce by the scientific community, occurring, thus, the creati-on of a formal knowledge about this. In this scenario, a pro-blem emerges from research on how this scientific know-ledge is represented in the common sense. This is reflectedin the following research question: What are the social re-presentations of entrepreneur practice can be identified inthe universe of common sense? In this study, this universeof common sense is limited to the organizational context ofa multinational company active in the Quadriltero Ferrfe-ro, MG. Is used as reference the theory of social representa-tions, and the nature of the search of a qualitative and des-criptive. Finally, the relevance of this work is to produce re-sults capable of demonstrating, even if the initial form, thesize relationship between the scientific knowledge about theentrepreneur practice and social representations seen on thisphenomenon, produced from the logic of conversation be-tween individuals in a defined period of time and realityenclosed, there is no intention to generalize the conclusi-ons achieved.

    KEYWORDS:

    Macdo, F., Boava, D.L.T., Santos, S.A., Locus Cientfico, Vol.03, n. 04 (2009)96-10696

    ISSN -1981-6790 - verso impressa ISSN -1981-6804 - verso digital

    Prtica Empreendedora; Conhecimento Cientfico; Representaes Sociais.

    Entrepreneur practice; Scientific Knowledge; Social Representations.

    129

    Portanto, obtendo a menor pontuao do quadro aci-ma, segundo o mtodo de Borda, o laboratrio L3 o quepossui melhor equipe de pesquisa, seguido pelo L1 e aps,o L2.

    Tabela 8: Quadro de Rankeamento relativo ao critrio 5.

    Rankeamento Laboratrio1 L32 L13 L2

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    4.4. RESULTADOSA partir dos resultados obtidos acima, relativos s

    anlises de cada critrio, a classificao gerada dos labora-trios selecionados quanto viabilidade de transferncia domeio acadmico ao mercado por meio de spin-offs que foigerada a seguinte:

    Tabela 9: Quadro de somatrios de resultados.

    Laboratrios C1 C2 C3 C4 C5 SomaL1 3 3 1 1 2 10L2 1 1 3 3 1 9L3 2 2 2 2 3 11

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    Tabela 10: Quadro de Rankeamento final.

    Rankeamento Laboratrio1 L32 L13 L2

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    5. CONCLUSOO sucesso do processo de desenvolvimento de spin-offs

    acadmicos depende de uma srie de variveis que vo des-de a percepo de valor da inovao e pblico-alvo [PULLIGe FARIA, 2008] a capacidade para negcios do pesquisadore o potencial mercadolgico de uma inveno [COSTA eTORKOMIAN, 2005]. O presente trabalho tem o objetivo defazer parte do incio de todo este processo, buscando solu-es e provendo uma metodologia para a seleo das me-lhores sementes que iro germinar dando origem ao em-preendimento.

    As oportunidades oriundas dos laboratrios aps asetapas de pesquisas acadmicas so extremamente amplas,fato que demanda a formulao de um esquema de orde-nao da preferncia de investimentos, no significando umarepleta excluso das tecnologias que no obtiveram melho-res classificaes no rankeamento.

    Desta maneira, a proposta de uma metodologia derankeamento das tecnologias mais aptas a realizarem o pro-cesso de spin-off, neste contexto complexo que envolve oambiente de transferncia de tecnologia, verifica-se funda-mental na preveno de perdas desnecessrias tanto de tem-po quanto dos limitados recursos disponveis s universida-des, especialmente s incubadoras de empresas.

    A metodologia, por ser abordada atravs de uma apli-cao simples e objetiva, permite equipe da incubadora asua adaptao a um grande nmero de diferentes cenriose reas de conhecimento, ao mesmo tempo em que exigedestes a experincia do tomador de deciso.

    Com isso, e a fim de que se possa obter sucesso norankeamento de tecnologias mais mercadologicamente com-petitivas, salienta-se que extremamente importante reali-zar o levantamento de dados e a prospeco dos laboratri-os de pesquisa com suas respectivas tecnologias, insumosessenciais ao processo de tomada de deciso.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    AVILA, J. P. C. Projeto Inovar: Uma experincia de desenvolvimento institucional para fomento criao e ao desenvolvimentode empresas de base tecnolgica atravs do capital de risco. World conference on Business Incubation. Rio de Janeiro,2001.

    BRASIL. Lei n 9472, de 16 de julho de 1997. Dispe sobre a organizao dos servios de telecomunicaes, a criao efuncionamento de um rgo regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional n 8 de1995. Disponvel em: . Acesso em: 05 de novembro de 2009.

    BRASIL. Lei n 8666, de 21 de junho de 1993. Regulamenta o artigo ART.37, inciso XXI, da Constituio Federal, institui normaspara licitaes e contratos da Administrao Pblica e d outras providncias. Disponvel em: . Acesso em: 05 de novembro de 2009.

    BREUEL, C. M.; Redes em malha sem fios. Instituto de Matemtica e Estatstica, USP, 2004.CARAYANNIS, E.G.; ROGERS, E.M.; KURIHARA, K. & ALBRITTON, M. M.; High-Technology spin-offs from de government R&D

    laboratories and research universities. Technovation v. 18. p. 1 11, 1998.

    Silva Filho, S.J.M., Tejerina, L.E.F., Malheiros, N.M. Locus Cientfico, Vol.03, no. 04(2009)123-130

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    pregada para o desenvolvimento do objetivo proposto, en-fatizando a tcnica de pesquisa utilizada na anlise dosdados coletados. Por fim, o artigo apresenta algumas con-sideraes acerca do que foi produzido.

    Ressalta-se que as representaes sociais podem so-frer alteraes ao longo do tempo, pois como todo fen-meno social so constantemente ressignificadas pelo serhumano. Ser, esse, dotado da capacidade de atribuir signi-ficado ao mundo. Portanto, no pretenso generalizar etecer afirmaes acabadas e definitivas acerca das conclu-ses dessa investigao. Visa-se, dessa maneira, apresen-tar indicativos acerca do intercmbio processado entre doisuniversos, cientfico e consensual, no que tange a prticaempreendedora, circunscrita a realidade organizacional dolcus de pesquisa.

    2. TEORIA DAS REPRESENTAES SOCIAISA gnese do conceito das representaes sociais re-

    mete a questo da existncia de uma conscincia ou repre-sentao coletiva proposta pelo socilogo mile Durkheim.A proposio da existncia de tal conscincia deriva de umestudo das sociedades marcado pelo objetivo de identifi-car a causa de sua coeso social.

    Para Durkheim [2003, p.494], a conscincia coletiva a forma mais elevada de vida psquica, j que uma cons-cincia das conscincias. Nessa concepo, as representa-es coletivas referem-se a primazia da sociedade sobre oindivduo. Herzlich [1991] pondera que o parecer desseautor deveras restritivo, pois reduz as possibilidades demanifestaes individuais, na proporo que o homem devese conformar e aceitar os ditames de um pensamento co-letivo.

    No entanto, a teoria das representaes sociais nasceem 1961, produzida por Serge Moscovici, em sua tese dedoutoramento denominada La Psychanalyse son Image etson Public, que visava identificar e analisar a percepoque os parisienses possuam acerca da teoria da psicanli-se. Assim, essa teoria se preocupa com o estudo do conhe-cimento produzido pelo senso comum.

    Nesse sentido, possvel afirmar que Moscovici umafigura central no estudo das representaes, uma vez quesua pretenso era identificar como uma nova teoria cient-fica ou de cunho poltico difundida em certa cultura, deque maneira se modifica e como pode transformar a visoque as pessoas apresentam de si mesmas e do mundo noqual esto inseridas. Apesar de suas origens na sociologia,a teoria das representaes sociais se identifica com as pro-posies da psicologia social, na qual o homem em suaessncia um ser social, que se forma a partir de proces-sos de interao, como a linguagem.

    Moscovici [1978] introduz em sua teoria, uma noode sujeito ativo e construtor, atribuindo a ao da socieda-de sobre o indivduo um peso diferenciado do apresenta-do na perspectiva durkheimiana, conforme visto acima.

    Assim, importante destacar que o conceito de repre-

    Macdo, F., Boava, D.L.T., Santos, S.A., Locus Cientfico, Vol.03, n. 04 (2009)96-106

    1. INTRODUOA prtica empreendedora, um fenmeno que j se ma-

    nifestava no cerne do ambiente cotidiano ou senso comum,passa a ser investigada com rigor metodolgico intrnseco produo cientfica, ocasionando um enriquecimento nacompreenso das diversas dimenses da mesma.

    Devido ao seu estreito relacionamento com o ambien-te empresarial, essa temtica mais comumente abordadapor pesquisadores pertencentes rea de conhecimentoem administrao, porm outras cincias como a sociolo-gia, psicologia, economia e a antropologia tambm inves-tigam o fenmeno em questo. Desse modo, verifica-seque tal prtica multidisciplinar.

    Dessa forma, ocorre a criao e constante amadureci-mento de um arcabouo terico acerca do fenmeno em-preendedor. Assim sendo, emerge uma problemtica depesquisa no tocante a como esse conhecimento terico ci-entfico assimilado e representado no meio comum. Issose traduz na seguinte questo de pesquisa: Quais repre-sentaes sociais da prtica empreendedora podem seridentificadas no universo do senso comum? No presentetrabalho, esse universo do senso comum se limita ao con-texto organizacional de uma empresa multinacional deextrao mineral atuante na regio do Quadriltero Ferr-fero, MG.

    Utiliza-se como referencial a teoria das representaessociais. O estudo das representaes sociais teve incio como socilogo mile Durkheim em 1898, a partir do conceitode conscincia coletiva. Posteriormente, Moscovici [2003]passa a abordar as representaes sociais como um fen-meno social, explorando as variaes e a diversidade dasidias coletivas nas sociedades modernas. Esse autor evi-dencia como as representaes emergem em lugares co-muns, e so determinadas pelas dimenses fsicas e psico-lgicas dos encontros entre seres.

    A relevncia desse estudo consiste em produzir resul-tados capazes de evidenciar, ainda que de forma inicial, asdimenses de troca existentes entre o conhecimento cien-tfico da prtica empreendedora produzido pela lgica for-mal e as representaes assimiladas sobre esse fenmenocriadas a partir da conversao entre indivduos em umdado espao de tempo.

    O escopo desse estudo descritivo e qualitativo. Cole-ta-se dados a partir de relatos elaborados por gestores damultinacional em estudo, sendo a anlise de tais dados efe-tuada segundo a tcnica anlise de contedo. A escolhados sujeitos de pesquisa consiste em um processo no-pro-babilstico intencional. De acordo com Minayo [1998, p.43]a pesquisa qualitativa no pode se basear no critrio nu-mrico, para poder garantir representatividade. A amos-tragem boa aquela que possibilita abranger a totalidadedo problema investigado em suas mltiplas dimenses.

    O artigo estruturado a partir da apresentao do re-ferencial terico e produo cientfica acerca da prtica em-preendedora. Na seqncia, ser visto a metodologia em-

    128

    tambm sobre normas, organizao da atividade, disciplinainterna e vantagens conferidas aos trabalhadores, com ple-na eficcia jurdica, subordinando-se, no entanto, s leis einstrumentos normativos mais benficos aos empregados.

    Ser analisado a seguir o critrio por cada tecnologiaestudada:

    A tica mdica em telemedicina no difere absoluta-mente da tica mdica na medicina convencional e pode sersintetizada atravs de: Independente do sistema de tele-medicina que utiliza o mdico, os princpios da tica mdi-ca, a que est sujeita mundialmente a profisso mdica,nunca devem ser comprometidos.

    O Cdigo de tica Mdica Brasileiro [1988] cita que vedado ao mdico prescrever tratamento ou outros proce-dimentos sem exame direto do paciente, salvo em casos deurgncia e impossibilidade comprovada de realiz-lo, deven-do, nesse caso, faz-lo imediatamente cessado o impedi-mento.

    Tambm apresenta-se no Cdigo de tica que veda-do ao mdico dar consulta, diagnstico ou prescrio porintermdio de qualquer veculo de comunicao de massa,dentre os quais pode-se com certeza incluir a Internet.

    O processo de abertura do mercado de telecomunica-es composto pela Lei n. 9.472/97, conhecida como LeiGeral de Telecomunicaes (LGT), a qual, alm de regula-mentar, de forma inovadora, o mercado de telecomunica-es, atualiza e consolida as disposies que tratavam damatria de maneira dispersa. H tambm uma agncia re-guladora das atividades do setor, a Agncia Nacional de Te-lecomunicaes - Anatel.

    A legislao que rege o mercado de telecomunicaes, portanto, moderadamente reguladora, sendo a regula-mentao de empresas e tecnologias do ramo relativamen-te simples de ser concretizada.

    Para o estudo referente tecnologia de otimizao deprocessos das indstrias de Petrleo e Gs, cujo empreendi-mento a ser gerado ser prestador de servios para grandesempresas deste setor, faz-se necessrio destacar o papel dalegislao reguladora dos processos licitatrios no Brasil.

    possvel verificar que a Lei Ordinria Brasileira n 8666/93, ao determinar a obrigatoriedade da licitao para todasas aquisies de bens e contrataes de servios e obras re-alizados pela Administrao Pblica, representa uma impor-tante barreira a certos empreendimentos nascentes que nopossuem os recursos necessrios a sua total adequao todas as exigncias dos processos licitatrios.

    Outro importante aspecto que dever ser considerado a crescente demanda deste setor de atuao, e provenientedas maiores contratantes de servios especializados, pelahomologao de servios e por certificaes de qualidade,que mostra-se reflexo da grande concorrncia entre empre-sas do setor, e que requer das empresas significativa aloca-o de recursos.

    Segue abaixo tabela com o resultado do rankeamentorealizado.

    Tabela 5: Quadro de Rankeamento relativo ao critrio 4.

    Rankeamento Laboratrio1 L22 L33 L1

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    4.3.5. Critrio C5 - Formao da equipe dolaboratrioNesse critrio analisou-se a formao das equipes

    de pesquisadores que compem os laboratrios selecio-nados, onde foi levantado, com a finalidade de gerar apontuao, o nmero de pessoas que colaboram naspesquisas que possuem mestrado e doutorado, alunosde mestrado, alunos de doutorado e alunos de gradua-o.

    Segundo a Finep (Financiadora de Estudos e Proje-tos, 2009), Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) compre-endem o trabalho criativo realizado de forma sistemti-ca com o objetivo de aumentar o estoque de conheci-mentos, incluindo os conhecimentos do homem, da cul-tura e da sociedade, e o uso desse destes conhecimen-tos para antever novas aplicaes.

    de extrema importncia a estrutura de recursos hu-manos e de capital intelectual disponvel nos laboratri-os para que seja implementado assim, um modelo degesto focado na melhoria contnua e suportado por umsistemas de informao robusto.

    Para a ordenao foi utilizado o seguinte procedi-mento, para cada colaborador: Doutor receber pontu-ao 4; estudante de doutorado receber pontuao 3;estudante de mestrado receber pontuao 2 e estudantede graduao receber pontuao 1, sendo cada notareferente a pontuao atribuda a cada qualificao aca-dmica multiplicado pela quantidade de pessoas.

    Tabela 6: Quadro de levantamento de dados relativo aocritrio 5.

    Laboratrios Mestrado e Doutorandos Mestrandos GraduandosDoutorado

    L1 2 5 1 6

    L2 5 - - 10L3 4 6 2 2

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    Tabela 7: Quadro de somatrio relativo ao critrio 5.

    Laboratrios Mestrado e Doutorandos Mestrandos GraduandosDoutorado

    L1 8 15 2 6L2 20 - - 10

    L3 16 18 4 2Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

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    sentao social parte da proposio de conscincia coleti-va, porm no relaciona indivduo e sociedade de formadicotmica. Desse modo, o homem no absorve os con-tedos que a sociedade impe, ele os reformula, sendo ativoe no passivo diante do mundo.

    A partir dessa discusso do papel exercido pelo pensa-mento social, Moscovici [2003] afirma existir trs concep-es que abordam essa temtica, sendo essas:

    Concepo sociolgica do pensamento social osindivduos e a coletividade submetem-se aos dita-mes da ideologia dominante, formulada e introdu-zida por uma determinada classe. a relao indi-vduo/sociedade definida por Durkheim.

    Concepo Psicolgica do pensamento social osindivduos captam as informaes e conhecimen-tos presentes na sociedade e a reinterpretam deforma a produzir pareceres pessoais e particula-res.

    Concepo Psicossociolgica - os sujeitos no soapenas receptores de conhecimento e dados, assimcomo no so portadores de ideologias dominan-tes, sendo, de fato, seres pensantes que atribuemsentido ao mundo. A teoria das representaes so-ciais respalda-se sobre essa abordagem do papel dopensamento social. Na perspectiva de Friedmann[1968, p.131] indispensvel colocar as represen-taes sociais em relao com o lugar concreto queo indivduo ocupa na sociedade e com os caracte-res particulares do meio tcnico.

    Nesse sentido, em uma perspectiva contrria aos estu-dos positivistas e funcionalistas, a teoria da representaosocial confere ao homem um carter construtivo.

    Moscovici [1978, p. 28] define representaes sociaiscomo sendo um corpus organizado de conhecimentos euma das atividades psquicas graas s quais os homenstornam inteligvel a realidade fsica e social, se inserem numgrupo ou numa ligao cotidiana de trocas, e liberam ospoderes de sua imaginao. Corroborando a essa defini-o, Jodalet [1989] apud Arruda [1992, p.123)] afirma querepresentao social :

    uma forma de conhecimento especfico ou sa-ber do senso comum, cujos contedos se cons-troem a partir de processos socialmente mar-cados. A representao social no uma cpiada realidade, um reflexo da realidade, um re-flexo do mundo exterior, ela a sua traduo,a sua representao pelo sujeito que um su-jeito ativo.

    Nesse sentido, Minayo [1994, p. 158] emite um pare-cer acerca do conceito de representao social, afirmandoque nas cincias sociais essas representaes so definidascomo categorias de pensamento e de ao e de sentimen-to que expressam a realidade, explicam-na, justificando-aou questionando- a.

    Por sua vez, Guareschi e Jovchelovitch [1994, p.20] pre-

    ocupam-se com o processo de formao das representa-es sociais, afirmando que:

    ..so formadas quando as pessoas se encon-tram para falar para argumentar, discutir o co-tidiano, ou quando elas esto expostas s ins-tituies, aos meios de comunicao, aos mi-tos e a herana histrico-cultural de suas soci-edade.

    Para Jodelet [1989], trs fatores devem ser considera-dos na produo das representaes sociais, sendo esses:cultura, comunicao e linguagem, insero socioecon-mica.

    Corroborando com essa proposio, Arruda [2002 p.142] sintetiza que:

    ... ao ser produo simblica destinada a com-preender e balizar o mundo, a representaoprovm de um sujeito ativo e criativo, tem umcarter cognitivo e autnomo e configura aconstruo social da realidade. A ao e a co-municao so seu bero e cho: delas provme a elas retorna a representao social.

    Contudo, importante ressaltar que Moscovici [1978]afirma que nem todo conhecimento pode ser consideradorepresentao social. Para que isso ocorra, segundo Bofime Almeida [1991], as representaes necessitam ser produ-zidas de forma coletiva, funcionando como orientador decondutas e comunicaes sociais.

    Em relao aos objetivos da teoria das representaessociais pode-se identificar a sua pretenso de diferenciar ouniverso consensual e universo reificado. Tais universospartem do pressuposto que existem maneiras distintas dese conhecer e se comunicar.

    Segundo S [1998], o universo reificado o conheci-mento cientfico produzido em consonncia com regras deuma comunidade acadmica, enquanto o universo consen-sual resultado do conhecimento produzido pelas intera-es sociais, conversao informal, vida cotidiana.

    Esses dois universos so diferenciados por suas pro-posies, no podendo estabelecer entre ambos um escalade hierarquia, isto , afirmar que o conhecimento produzi-do em um universo mais relevante que outro. A seguir, apresentado um quadro que visa sistematizar a definioapresentada e consideraes elaboradas acerca da distin-o entre universo consensual e reificado.

    A distino desses universos remete ainda a diferenci-ao dos grupos que formulam um conhecimento a partirde uma lgica formal, daqueles que produzem conheci-mento a partir da simples observao, interpretao e con-versao acerca de uma dada realidade. Nesse sentido, importante destacar o papel da lgica formal e da conver-sao no processo de produo, respectivamente, do co-nhecimento cientfico e das representaes sociais.

    Segundo Moscovici [1981, p. 187], a conversao estno epicentro do universo consensual, ela molda e anima

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    100 vezes menor do que nas grandes concentraes urba-nas brasileiras. Por outro lado, o pas possui uma razovelinfra-estrutura de telecomunicaes, com cobertura por sa-tlite abrangendo todo o territrio nacional que, aliado aodesenvolvimento de novas tecnologias, incrementa o poten-cial de crescimento deste mercado.

    Com referncia ao laboratrio de melhoria e redesenhode processos da indstria de petrleo e gs, observa-se quea demanda para o leo e o gs natural a nvel mundial e aolongo do ltimo sculo tem sido influenciada pelo desen-volvimento das atividades econmicas, pelo crescimentodemogrfico e pela necessidade de energia para usos resi-denciais, industriais e de transporte. O petrleo a princi-pal fonte de energia do mundo que, juntamente com o gs,representa 52% da totalidade da energia consumida. Noadmira, portanto, que os pases e as empresas pugnem peloseu monoplio, fato que j deu origem a diversos conflitosnas ltimas dcadas.

    No Brasil esse mercado tem apresentado uma tendn-cia crescente nos ltimos anos, impulsionada pelo setor detransformao, juntamente com a indstria (principalmen-te Qumica e Siderrgica). A relao entre reservas e produ-o anual no Brasil tambm tem apresentado crescimento,principalmente aps as ltimas descobertas de jazidas naregio Pr-sal, que trouxeram novas perspectivas quanto produo e mercado de petrleo e gs natural.

    No caso da tecnologia de rede de malhas sem fio, ob-serva-se que a mesma pode ser inserida no mercado globalde Telecomunicaes. Redes em malha sem fio (wireless meshnetworks) tm atrado a ateno da indstria e de pesquisa-dores por seu custo reduzido para uma cobertura geogrfi-ca relativamente grande, se comparado a outras redes, etambm devido facilidade de implantao em reas ondeo uso de infra-estrutura cabeada seria invivel [D. MASCA-RENHAS, M. RUBINSTEIN, A. SZTAJNBERG, 2005].

    Segue abaixo tabela com o resultado do rankeamentorealizado.

    Tabela 2: Quadro de Rankeamento relativo ao critrio 2.

    Rankeamento Laboratrio1 L12 L33 L2

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005]. 4.3.3. Critrio C3 - Investimento Inicial NecessrioPara formulao do critrio de investimento inicial ne-

    cessrio a transferncia de tecnologia por meio do spin-off,foram levados em considerao os dados levantados juntoaos laboratrios referentes necessidade de capital a seraportado para todo o processo.

    Pelo conjunto de esforos necessrios a alavancagemdo empreendimento nascente denominado por investimen-to inicial, foram tomados por base todos os recursos finan-

    ceiros, humanos e de infra-estrutura que devero ser apor-tados ao longo do processo de spin-off no empreendimen-to, para a garantia de crescimento rpido e sobrevivnciano longo prazo. A tipologia de recursos a serem captadosabrange as trs principais linhas de financiamento das maisimportantes entidades de fomento do pas: reembolsveis,no-reembolsveis e capital de risco.

    Para a anlise do cenrio de disponibilidade de recursosem cada rea de conhecimento, foi escolhida a sistematiza-o de requisitos proposta por AVILA [2001], que prope aanlise dos fatores de demanda, oferta e ambiente, como aseguir.

    Demanda: existncia de quantidade adequada de enti-dades financiadoras motivadas a investir seu capital emempresas de crescimento acelerado.

    Oferta: existncia de um fluxo contnuo de oportunida-des de investimento que torna necessria a constante cria-o e o desenvolvimento de novos negcios de crescimentoacelerado.

    Ambiente: existencia de condies subjacentes que tor-nem baixos os custos de transao, seja para a localizaode empreendimentos de alto potencial, seja para a efetiva-o dos investimentos em diversas etapas,

    A aplicao da metodologia para as tecnologias em es-tudo possibilitou a obteno dos resultados expostos a se-guir:

    Tabela 3: Quadro de somatrio relativo ao critrio 3.

    Laboratrios Recursos Demanda Oferta Ambiente SomaNecessrios

    L1 3 1 1 1 6L2 2 3 2 3 10L3 1 2 3 2 8

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    Tabela 4: Quadro de Rankeamento relativo ao critrio 3.

    Rankeamento Laboratrio1 L22 L33 L1

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    4.3.4. Critrio C4 - Legislao/RegulamentaoA tecnologia que ter maior facilidade de insero no

    mercado ser aquela que se encontra em cenrio com me-nor nmero de barreiras relativas legislao, regulamen-tao, homologao e cdigos de tica, ou seja, uma quetenha um ambiente que incentiva o lanamento da inova-o ou no o impede.

    O conceito de regulamento de empresa consiste numconjunto sistemtico de regras sobre condies gerais detrabalho, prevendo diversas situaes a que os interessadosse submetero na soluo dos casos futuros. Pode dispor

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    as representaes sociais, lhes d vida prpria.Para Spink [1995], a matria prima para construo das

    representaes sociais advm do universo reificado, no qual

    se produz e circula o pensamento erudito. A figura a seguirrepresenta a relao dialtica entre senso comum - repre-sentao social e cincia - conhecimento cientfico.

    Universos Consensuais Universos reificados

    Indivduo, Coletividade

    Opus proprium Opus alienum

    NS ELES

    Sociedade = grupo de iguais, todos podem falar com a mesma competncia; Sociedade = sistema de papis e classes diferentes direito a palavra desigual: experts

    Sociedade de amadores, curiosos: conversao, cumplicidade, Sociedade de especialistas: especialidade grau de participao normas dos impresso de igualdade, de opo e afiliao aos grupos. grupos propriedade dos discursos e comportamento.

    Conhecimento parece exigncia da comunicao Unidade do grupo por prescries globais, no poralimentar e consolidar o grupo entendimentos recprocos.

    Resistncia intruso. Diviso por reas de competncia.

    Representaes Sociais Cincia

    Senso comum, conscincia coletiva. Retratar a realidade independente da conscincia.

    Acessvel a todos, varivel. Estilo e estruturas frios e abstratos.

    Figura 1 - Diferenciao: universo consensual x universo reificado. Fonte: Arruda [2002, p.130]

    Figura 2 - Relao senso comum e cinciaFonte: elaborado pelos autores

    Berger e Luckmann [1978], analisando a teoria propos-ta por Moscovici explanam que essa ocasiona com a formu-lao do conceito das representaes sociais uma valoriza-o do senso comum, do saber vindo do povo, ou seja, detoda conjuntura de informaes produzida em um mbitopr-terico.

    Em relao estrutura das representaes sociais, Mos-covici [1978], afirma que essas possuem duas faces insepar-veis, a exemplo de uma moeda. Tais faces consistem em doisprocessos sociocognitivos que atuam na formao das repre-sentaes sociais, sendo esses, a objetivao e ancoragem, eseus desdobramentos como o ncleo central e o sistema pe-rifrico. Esses dois processos so, de fato, fundamentos paraconstruo de um saber essencialmente prtico.

    A objetivao pode ser definida como o processo quese ocupa da estruturao do conhecimento acerca de umdado objeto social, ou seja, modo pelo qual os conceitosadquirem materialidade. Nesse sentido, a produo abstra-ta se transforma em concreta. Nos dizeres de Moscovici[1978] objetivar reabsorver um excesso de significaesmaterializando-os.

    Por outro lado, a ancoragem um processo diretamenteligado a conferncia de sentido aos objetos que se apresen-tam a compreenso humana. uma fase basicamente sim-

    blica. Pode-se dizer que inverso a objetivao, na medidaem que se ocupa da absoro do conhecimento objetivo pelohomem, considerando a sua subjetividade. O sujeito procederemetendo o conhecimento novo a algo familiar, trazendopara sua conscincia o desconhecido, ou seja, ancora a novi-dade ao efetiv-la como familiar. Moscovici [1978] apresentaque a ancoragem responsvel pela transformao da cin-cia em referncia e em um emaranhado de significados.

    A partir da compreenso desses dois processos, pode-se identificar a essncia das representaes sociais. Para Abric[1994] as representaes sociais apresentam um ncleo cen-tral e elementos perifricos.

    Essa teoria foi desenvolvida por esse autor, a ttulo decomplementao do trabalho de Moscovici. O ncleo cen-tral consiste em uma conjuntura de elementos altamenteresistentes a mudanas, pois est ligado a memria coletivaconferindo significado, consistncia e permanncia a repre-sentao. J os elementos perifricos so um sistema, per-mitindo ao ncleo central adaptar-se a realidade.

    Pavarino [2004] afirma que os dois componentes estru-turais das representaes sociais procuram explicar as ca-ractersticas contraditrias e complementares das mesmas,de estabilidade/flexibilidade, e de consenso/liderana, a partirde seu funcionamento.

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    possvel dimensionar o impacto social se a avaliao de re-sultados detectar que o projeto efetivamente produziu osresultados que pretendia alcanar e afetou a caractersticada realidade que queria transformar.

    Ser analisado a seguir o impacto social de cada tecno-logia estudada.

    O impacto social gerado pela aplicao da tecnologiade tele-sade de relevncia significativa sociedade, poistem o potencial de aproximar cada vez mais o paciente deseus cuidadores (corpo clnico e assistencial), tornando pos-sveis consultas, monitoramentos, exames, avaliaes e tan-tas outras modalidades quando a distncia fator presentee limitador na atuao de maneira convencional.

    Segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS), Tele-medicina o uso da tecnologia da informao para entre-gar servios e informaes mdicas de um local para outro,e de acordo com Zuffo [2000], nos casos em que a distncia um fator crtico, tais servios so providos por profissio-nais da rea da sade, usando tecnologias de informao ede comunicao para o intercmbio de informaes vlidaspara diagnsticos, preveno e tratamento de doenas, e acontnua educao de prestadores de servios em sade,assim como, para fins de pesquisas e avaliaes. Tudo como interesse de melhorar a sade das pessoas e de suas co-munidades. Num pas de dimenses continentais e com ofer-ta assimtrica de servios na rea da sade, a Telemedicinapode ser uma oportunidade de resoluo da dificuldade decomunicao entre instituies de sade, garantindo a po-pulao uma maior qualidade na oferta dos servios e be-nefcios do sistema nacional de sade.

    O impacto social gerado pela transferncia da tecnolo-gia do laboratrio que desenvolve servios de melhoria eredesenho de processos da indstria de petrleo e gs con-siste da atuao na revitalizao do mercado nacional deprestadoras de servio na rea de Engenharia. Essa revitali-zao ser possvel devido a oportunidade de que empresasde explorao de leo e Gs deixem de terceirizar o serviode controle e otimizao de processos no exterior por faltade mo de obra especializada no pas, contribuindo para odesenvolvimento e expanso do mercado nacional nestesetor.

    J redes mesh so redes de baixo custo, se comparadas outras solues de acesso banda larga, e de fcil imple-mentao, surgindo assim como uma tecnologia apta a pro-mover incluso digital e a fazer parte da construo de cida-des digitais, que atendem s estratgias do governo de uni-versalizao da banda larga no pas. No entanto, cabe res-saltar mais uma vez que essas redes so de difcil adminis-trao e, para facilitar a implantao dos planos de ao degoverno torna-se necessria a utilizao de uma ferramentaprtica do ponto de vista tcnico e do usurio final, desen-volvida em territrio nacional. A tecnologia de redes emmalha sem fio, segundo C. M. Breuel [2004] surgiu da cons-tatao de que as redes sem fios poderiam ser aproveitadaspara reduzir o custo da ltima milha no acesso Internet.

    Ainda segundo ele, atravs da colaborao entre os ns, umlink com a rede fixa poderia ser compartilhado, permitindoum uso mais eficiente da banda, evitando o custo da passa-gem de fios at os usurios finais e beneficiando-se da eco-nomia de escala. O uso das redes em malha sem fios tam-bm possibilita acesso em locais onde difcil ou impossvelcriar uma rede com fios. Estes locais incluem regies pobrese sem infra-estrutura, ambientes hostis a redes sem fios cen-tralizadas (com muitas barreiras e interferncia) e locais ondehaja restrio para a instalao de redes com fio (constru-es histricas, por exemplo).

    C. M. Breuel [2004] cita que talvez os principais empe-cilhos adoo das redes em malha sem fios sejam as ques-tes econmicas e sociais, uma vez que este tipo de redetem como pressuposto o compartilhamento de recursosentre vizinhos. Os usos comerciais so principalmente deempresas e universidades, que compram solues de inter-ligao de seus campi. O modelo comunitrio pode funcio-nar bem em organizaes, como empresas e universidades.Mas quando se trata de indivduos, provvel que haja con-flitos, na medida em que pode haver abuso na utilizao,injustia nos valores investidos por cada um, ou violaesde privacidade.

    Segue abaixo tabela com o resultado do rankeamentorealizado.

    Tabela 1: Quadro de Rankeamento relativo ao critrio 1.

    Rankeamento Laboratrio1 L12 L33 L2

    Fonte: Elaborao prpria a partir de Costa [2005].

    4.3.2. Critrio C2 - Tamanho e Potencial deCrescimento do MercadoConsiderou-se, nesse critrio, o segmento do mercado

    que a tecnologia est inserida e o seu potencial de cresci-mento nos prximos anos. O nvel de aquecimento de mer-cado fator preponderante no rastreamento de melhoresoportunidades de negcios, pois aumentam as chances dese possuir um mercado consumidor que atenda s expecta-tivas.

    Ser analisado a seguir o critrio por cada tecnologiaestudada.

    O produto do estudo desenvolvido pelo laboratrio L1est inserido no mercado de Sade e assistncia mdica. NoBrasil, segundo M. Zuffo [2000] o potencial do desenvolvi-mento da telemedicina enorme, bastando lembrar as in-crveis disparidades regionais encontradas no pas. Dadosdo Ministrio da Sade [2004] apontam que, enquanto naRegio Sudeste do Brasil gasta-se por ano com sade a or-dem de R$ 361/ano/habitante, existem cidades da regionorte do pas onde este gasto inferior R$ 3/ano/habitan-te. Ou seja, a proporo de acesso sade nestas regies

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    Abric [2003] destaca cinco funes da ancoragem, ousistema perifrico, na dinmica funcional das representa-es sociais:

    1 -Concretizao do ncleo central;2 -Regulao das representaes sociais, adaptando-as

    a realidade do grupo;

    3 -Prescrio de comportamentos, ou seja, o sistemaperifrico influencia e orienta o processo de defini-o de posies por parte de um indivduo;

    4 -Proteo do ncleo central;5 -Relacionar a elaborao de representaes sociais e

    a histria e experincias pessoais do sujeito.

    Ncleo Central Sistema Perifrico

    Ligado memria coletiva e a histria do grupo Permite a integrao das experincias e das histrias individuais

    Consensual: define a homogeneidade do grupo Suporta a heterogeneidade do grupo

    Estvel, coerente e rgido Flexvel, suporta contradies

    Resiste mudana Transforma-se

    Pouco sensvel ao contexto imediato Sensvel ao contexto imediato

    Gera a significao da representao e determina sua organizao Permite a adaptao a realidade concreta e a diferenciao do contedo:protege o sistema central

    Como se pode constatar, o papel do indivduo ativo noprocesso de construo da representao social est maispresente no sistema perifrico. Sendo assim, nota-se que nesse componente que o sujeito pode deixar de ser aliena-do no tocante a algum objeto ou fato social, uma vez queatravs da sua conscincia ele apresenta abertura para con-ferir um novo significado para algo. Logo, os elementosperifricos constituem uma oportunidade de transformaode representaes sociais alienadas. Desse modo, analisan-do a teoria das representaes sociais conclui-se que essacontribui de forma significativa para compreenso da cons-truo das realidades sociais.

    3. PRTICA EMPREENDEDORADesde Schumpeter o estudo cientfico sobre a prtica

    empreendedora apresenta avanos, estruturando-se basica-mente em duas abordagens: as econmicas e as comporta-mentais. Nesse sentido, ser demonstrado a seguir como opensamento econmico e os estudos de comportamentocontriburam para o estudo do empreendedorismo.

    Iniciando a anlise da linha econmica, tem-se Canti-llon [1755, 2003, p. 30-33], que em sua obra Essai sur lanature du commerce en gnral, utilizou o termo entre-preneur para designar o empresrio que corre riscos em suaatividade, seja o produtor, o atravessador ou o comercian-te. o empreendedor que compra a matria-prima a umpreo determinado e vende o produto a um preo incerto.

    Em Smith [1776, 1985], no tratado Riqueza das na-es, pode-se inferir que o empreendedor tem como fina-lidade produzir dinheiro, sendo um proprietrio capitalista,um fornecedor de capital, um administrador entre o traba-lho e consumo.

    Say [1803, 2002, p. 60] em seu livro Trait dconomiepolitique acreditava que o empreendedor um ser dotadode caractersticas ligadas inovao. Estudioso de Smith,levou as idias desse autor para a Frana.

    Ademais, observou a inexistncia do termo empreen-dedor no lxico ingls:

    Figura 3 Caractersticas do Ncleo Central e do Sistema PerifricoFonte: Mazzotti [2002, p.23]

    Os ingleses no tm palavra para designar o em-preendedor de indstria; o que os impede, tal-vez, de distinguir nas operaes industriais o ser-vio que presta o capital, do servio que presta,pela sua capacidade e seu talento, o que empre-ga o capital... A lngua italiana, muito mais rica aesse respeito, tem quatro palavras para designaro que entendemos por um empreendedor de in-dstria: imprenditore, impresario, intraprendito-re, intraprensore [SAY, 1803, 2002, p. 60].

    Schumpeter [1982] (primeira edio em alemo em 1912e em ingls em 1934) assenta as bases de seu raciocnio nainovao. Visa ir alm da mera histria da economia e deespeculaes tericas abstratas.

    Para tal, utilizou do chamado fluxo circular de produ-o. Intenta relacionar desenvolvimento econmico comcmbios endgenos e intermitentes na produo de bens.Esse fluxo circular uma teoria econmica do equilbrio geral.Em outros termos, analisa a questo da produo ser umaatividade contnua, sendo que os agentes econmicos repe-tem e fazem previses acerca de sua produo e vendas.

    uma teoria esttica que no contempla cismos e rup-turas. A teoria de Schumpeter, ao contrrio, prev a mudan-a, atravs de inovao, principalmente, por meio da des-truio criativa, induzida pelo empreendedor, primeiramen-te pela introduo de um novo bem ou de uma nova quali-dade de bem. Em seguida a introduo de um novo modelode produo ou a abertura de um novo mercado.

    Knight [1921, 2006] afirma que o empreendedor pos-sui capacidade de prever e lidar com as incertezas e riscosde forma diversa dos outros seres humanos, quando da im-plantao de aes no mbito empresarial. Argumenta queas situaes so previsveis, no havendo espao para o lu-cro, que surge em momentos de incerteza.

    Casson [1982] acredita que os economistas clssicos re-tiram o papel do empreendedor na gerao de lucro, sendoeste um ser especializado em tomar decises a administrar

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    nativas de acordo com as suas preferncias, atribuindo salternativas preferidas pontos que sero posteriormente uti-lizados para obteno do resultado final [DIAS et al., 1996].

    O mtodo foi apresentado por Jean-Charles Borda em1781, na Frana para ser aplicado em comits compostospor mais de um indivduo (problema multidecisor). Sua idiacentral consiste em estabelecer uma combinao das orde-naes ou ranking individuais estabelecidos por cada umdos decisores em um ranking global.

    4. METODOLOGIA4.1. Levantamento e seleo de laboratriosOs aspectos qualitativos e quantitativos da amostra fo-

    ram escolhidos com o objetivo de simplificao das ativida-des de levantamento de dados dos laboratrios, servindo opropsito deste trabalho de apenas desenvolver a metodo-logia de rankeamento de tecnologias, para que a mesmapossa ser aplicada posteriormente para todos os laboratri-os de pesquisa que identifiquem a oportunidade de transfe-rncia da tecnologia desenvolvida.

    Como resultado desta escolha, foram selecionados trslaboratrios de pesquisa da UFF que desenvolvem tecnolo-gias em diferentes reas de conhecimento: Tele-Sade, Pro-cessos Qumicos e Redes de telecomunicaes.

    O primeiro laboratrio selecionado, associado ao Insti-tuto de Computao da UFF e referido na aplicao da me-todologia como L1. A tecnologia que ser o objeto de estu-do a aplicao de tcnicas de Computao Ubqua e Per-vasiva a Tele-sade, que visa a desenvolver aplicaes de telesade (remote assisted living), onde dispositivos de moni-toramento, sensores e atuadores podem operar de formaautnoma, mas cooperativa, permitindo o tele-monitora-mento e tele diagnstico em tempo real de pacientes (prin-cipalmente idosos) com doenas crnicas, em suas habita-es, sem afetar sua qualidade de vida. Em aplicaes detele-sade, estes dispositivos estaro encarregados da mo-nitorao de sinais vitais, gerao de alarmes, e at do acio-namento de dispositivos mais especficos como injetores deinsulina em pacientes diabticos.

    O segundo laboratrio analisado vinculado ao Depar-tamento de Engenharia Qumica da UFF e referido nesteestudo como L2. Tem como objetivo realizar pesquisas nasreas de controle, desenho, simulao e otimizao de pro-cessos da indstria de Petrleo e Gs. A partir das tecnolo-gias sendo desenvolvidas, foi identificada a oportunidadede negcio derivada como tendo a forma de uma prestado-ra de servios na rea de Engenharia. O modelo de negciosfoi considerado inovador, pois atualmente existe pouco ounenhum concorrente no pas com a interao com a pesqui-sa acadmica na base de sua atuao. Este tipo de servio buscado atualmente no exterior pelas principais empresasna rea de leo e Gs.

    O terceiro laboratrio, associado ao Departamento deEngenharia de Telecomunicaes da UFF e citado na anlisede critrios como L3. Selecionamos para a anlise compara-

    tiva as Redes em malha sem fios, que so redes com topolo-gia dinmica, varivel e de crescimento orgnico, e cujo ro-teamento dinmico. Entre as principais vantagens das re-des em malha sem fios est a racionalizao de custos. Ocusto dos links sem fios j mais baixo que o de criar novospontos de acesso com fios, que podem incluir a necessida-de de obras caras, trabalhosas e inconvenientes e o custodo hardware cai rapidamente.

    4.2. Estabelecimento dos critriosAo incio da anlise, foi realizada a definio dos critri-

    os de avaliao, a qual foi possvel atravs de uma pesquisacom consultores e professores universitrios da rea queorientaram o trabalho luz do processo de transferncia detecnologia, sendo os mesmos classificados, portanto, comoanalistas do processo decisrio.

    Foram selecionados cinco entre os critrios citados pe-los consultados de maior relevncia para a anlise, que so:C1 - Impacto social; C2 - Tamanho e Potencial de Crescimen-to do Mercado; C3 - Investimento Inicial Necessrio; C4 -Legislao/Regulamentao; C5 - Capacitao da equipe dolaboratrio.

    4.3. Aplicao da MetodologiaPara a aplicao da metodologia de rankeamento, foi

    dado prosseguimento anlise dos dados coletados dos la-boratrios a partir do ponto de vista de cada critrio de com-parao, precedidos de uma descrio dos atributos relaci-onados a cada um deles.

    Os decisores participantes do processo decisrio, cita-dos anteriormente na descrio do mtodo Borda, so mem-bros da equipe da Incubadora de Empresas da UFF que atu-am na rea de Seleo de Empreendimentos para Incuba-o e em atividades de Estudo de Spin-offs Acadmicos. To-das as decises foram embasadas em pesquisas especficasrelacionadas a cada critrio e a cada tecnologia, levando-seem conta a experincia adquirida no contato direto com asreas de conhecimento de empreendedorismo e inovaotecnolgica.

    Em cada critrio foi atribuda pontuao 1 para a classi-ficao com o pior desempenho, pontuao 2 para o labo-ratrio com desempenho intermedirio, e pontuao 3 parao que obteve o melhor desempenho. Os resultados do ranke-amento sero apresentados por meio de tabelas inseridasno final da anlise de cada critrio e no levantamento deresultados finais, aps a soma do desempenho de cada la-boratrio.

    4.3.1 Critrio C1 - Impacto SocialO impacto social um fator muito importante para esse

    tipo de anlise, pois um aspecto bastante considerado eanalisado por possveis investidores. definido pela mensu-rao do real valor de um investimento social atravs datransformao da realidade de uma comunidade ou regioa partir de uma ao planejada, monitorada e avaliada. S

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    com recursos escassos. O que o autor fez foi tentar unir oempreendedor com o desenvolvimento econmico.

    Por sua vez, com a observao que a naturalizaodo fenmeno empreendedorismo no o explicava por com-pleto, surgem os tericos da abordagem comportamental(psiclogos, socilogos etc.) que se contrapuseram a mui-tos economistas que consideravam o homem como umaespcie de engrenagem na dinmica econmica. Destaca-se que a denominao comportamental, para fins deste tra-balho, utilizada no sentido de ser assentada sobre a psico-logia do sujeito.

    Weber [2004] (publicado originalmente em alemo em1904) identificou o sistema de valores como componenteessencial para a explicao do comportamento empreende-dor. O motivador para quem se estabelecia por conta pr-pria era a religio e/ou o trabalho tico protestante.

    McClelland [1961] se propugnou a estabelecer um pa-ralelo entre o progresso econmico e a necessidade de rea-lizao.

    Collins e Moore [1964] constataram que o ato de em-preender uma ao imitada dos modelos copiados da in-fncia. A partir de uma perspectiva psicanaltica os autoresverificaram a necessidade de autonomia, independncia eautoconfiana por parte dos empreendedores.

    Drucker [1987] afirma que o empreendedor busca amudana, cria algo novo, sendo inovador e transformandovalores. Consegue ainda viver com as incertezas e riscos queum negcio comporta. Ademais, o empreendedor sabe apro-veitar as oportunidades, que no necessariamente vistapor outras pessoas.

    Ray [1993] acredita que a personalidade do empreen-dedor preponderante na obteno de sucesso, pois elaque ajudar na formao da cultura e valores da empresa.Observa ainda que no existe uma personalidade que pos-sua caractersticas tais que sejam condio de sucesso.

    J Timmons [1989] diz que o fator primordial para al-gum ser empreendedor sua capacidade de empreender.Os comportamentos necessrios para tal so: a) aprendercom os erros; b) ter iniciativa; c) ter perseverana e determi-nao.

    Filion [1991] apresenta a chamada teoria visionria, apartir de uma abordagem sistmica, na qual esferas de vidado empreendedor se interagem e se influenciam mutuamen-te familiar, espiritual, empreendedora etc.

    Dolabela [1999] utiliza aspectos ligados ao sonho paraapresentar sua argumentao. A viso este sonho em ao.Assim, qualquer pessoa pode empreender, desde que tenhacapacidade de sonhar e tenha motivao para transformarem realidade seus desejos.

    Paiva Jnior [2004] analisa o empreendedorismo na aode empreender, a partir da fenomenologia sociolgica deSchtz. O fenmeno empreendedor compreendido sob atica de dirigentes de empresas de base tecnolgica.

    O pensamento e a ao empreendedora so fundadosem seis categorias: a imaginao, cultura, identidade, rela-

    es de poder, expertise e a interao social.Os estudos econmicos e comportamentais analisados

    anteriormente so importantes para se compreender a pr-tica empreendedora em funo de sua complexidade. Almdisso, fornecem subsdios para a investigao da represen-tao social da mesma.

    Dessa forma, aps a apresentao introdutria acercado universo reificado da temtica prtica empreendedora,faz-se necessrio compreender os procedimentos metodo-lgicos empregados para identificao das representaessociais, presentes no universo consensual.

    4. METODOLOGIAEsse trabalho estruturado a partir de uma abordagem

    qualitativa de delineamento na linha da representao soci-al, uma vez que o interesse de pesquisa encontra-se no pro-cesso e na forma como o fenmeno se manifesta. Assim,esse estudo qualitativo, de cunho exploratrio, com cortetransversal. Considera-se este tipo de pesquisa a mais ade-quada para compreender as representaes sociais.

    Segundo Minayo [1998, p.10], a pesquisa qualitativa :...aquela que incorpora a questo do significa-do e da intencionalidade como inerentes aosatos, s relaes e s estruturas sociais. O estu-do qualitativo pretende apreender a totalidadecoletada visando, em ltima instncia, atingir oconhecimento de um fenmeno que significa-tivo em sua singularidade.

    Nesse sentido, os fenmenos que no prestam a umafcil quantificao so os mais apropriados para serem anali-sados por procedimentos da pesquisa qualitativa que, segun-do Martins e Bicudo [1989] busca diferentemente da pesqui-sa quantitativa, uma compreenso particular daquilo que es-tuda... ela no se preocupa com generalizaes, princpios eleis... o foco da ateno centralizado no especfico, no pe-culiar, no individual, almejando sempre a compreenso.

    Vale ressaltar que a pesquisa ainda constitui um estudose caso. Segundo Trivios [1987] no estudo de caso, os re-sultados so vlidos s para o caso que se estuda. No sepode generalizar o resultado atingido no estudo de um hos-pital, por exemplo, a outros hospitais. Mas nesse ponto seencontra o grande valor do estudo de caso: fornecer umconhecimento aprofundado de uma realidade delimitada.

    - Processo de Coleta de Dados

    Os pesquisadores fizeram a opo por uma empresamultinacional de extrao mineral atuante na regio doQuadriltero Ferrfero, MG, para realizao da presente in-vestigao. A escolha de tal organizao para lcus de pes-quisa, se deve as suas caractersticas organizacionais, poissendo uma multinacional de grande porte e apresentandoum forte setor de pesquisa e desenvolvimento devido es-pecificidade de seu produto final, desenvolve aes ligadasa prtica empreendedora.

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    nologias que possuem as maiores possibilidades de sucessoao serem transformadas em empreendimentos. Isso se deveao fato da alta complexidade e da inmera quantidade devariveis que envolvem o processo de surgimento, cresci-mento e consolidao de uma nova empresa. Segundo pes-quisa realizada no ano de 2004 pelo Sebrae (Servio Brasi-leiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas) todo ano, asJuntas Comerciais registram a abertura de aproximadamen-te 470 mil novas empresas no Pas, porm a maior partedelas no ultrapassa a barreira do segundo, terceiro ou quar-to ano de vida.

    Considerando que a infra-estrutura de suporte e os re-cursos de que as incubadoras dispem so limitados tantofinanceira quanto fisicamente, faz-se necessrio o desenvol-vimento de um processo decisrio que realize a detecodas tecnologias mais capazes de serem inseridas no merca-do. A escolha dos critrios mais significativos nesta seleo de extrema importncia para que a taxa de sucesso doprocesso seja tima.

    A finalidade deste presente trabalho propor umametodologia para ordenar tecnologias desenvolvidas emlaboratrios de pesquisa, segundo critrios especficos decomparao e utilizando o rankeamento atravs do mtodode Borda de apoio a deciso, que fornecer o embasamentoessencial ao processo de transferncia de tecnologia aplica-do pela Incubadora de Empresas da UFF.

    2. CONCEITUAO E PROCESSO DE SPIN-OFFSACADMICOS

    Como um dos agentes que contribuem para o desen-volvimento scio-econmico de um pas, observa-se que auniversidade vem se transformando ao longo dos anos paraatender esta demanda [MARCOVITCH, 2002]. As instituiesacadmicas tm sido associadas ao crescimento das empre-sas e indstrias de alta tecnologia [UPSTILL e SYMINGTON,2002] e uma das mais importantes contribuies das uni-versidades so as empresas spin-offs [WEBSTER e ETZKOWITZ,1998].

    Segundo Carayannis et. al [1998], um spin-off pode serconsiderado um mecanismo de transferncia de tecnologiaporque ele geralmente formado para comercializar umatecnologia que foi originada em um laboratrio pblico deP&D (Pesquisa e Desenvolvimento), uma universidade ou umempresa privada.

    Snchez & Prez [2000] defendem que os spin-offs deuniversidades desempenham um papel muito importante narede de inovao. Para os autores, a maioria dos spin-offsacadmicos surge para materializar, aplicar, difundir ou apro-veitar os resultados de um projeto de pesquisa ou do co-nhecimento tecnolgico acumulado na atividade de pesquisado pessoal universitrio. A universidade encontra-se no pa-pel de organizao me do processo de spin-offs e a incu-badora de empresas seria a intermediria entre o empreen-dedor e o investidor.

    Para Cheng et al. apud Lima e Leite [2009] a primeira

    fase do processo de spin-off inicia-se com a pesquisa acad-mica, com a reviso da literatura e desenvolvimento do con-ceito da tecnologia, no decorrer desta etapa as incertezasassociadas a tecnologia vo diminuindo. Neste momentoquase toda a ateno dispensada a vertente tecnolgica,no sendo mercado e produto alvos de dedicao por parteda equipe. Como produtos da primeira fase so apresenta-dos a construo do prottipo laboratorial, as possibilida-des de aplicao e o resultado da pesquisa expresso sob aforma de artigos, teses ou relatrios.

    Na segunda fase produto e mercado so trabalhadosde acordo com cada tecnologia para que aplicaes destassejam produzidas de maneira vivel economicamente. Nes-te momento a equipe pesquisadora deve optar pela rea deaplicao da tecnologia e mercado consumidor desenvol-vendo ento o prottipo mercadolgico. Como resultadotem-se o plano financeiro, o plano de negcios e o planotecnolgico para o desenvolvimento do produto em escalaindustrial.

    Os conceitos propostos pelo presente artigo e sua res-pectiva metodologia so aplicados no incio da Fase Desen-volvimento do Spin-off Acadmico, auxiliando no processode afunilamento de aplicaes das tecnologias. O trabalhode selecionar e indicar quais projetos seguiro o caminhode spin-off representa o primeiro estgio de avaliao detecnologias segundo critrios de insero no mercado, mes-mo que as suas aplicaes j tenham sido caracterizadas.

    Segundo Lima e Leite [2009] o diagnstico da metodo-logia de rankeamento deve avaliar se os resultados da pes-quisa bsica acadmica do grupo de pesquisadores-empre-endedores envolvido na transferncia de tecnologia encon-tram-se no ponto considerado como timo para o incio daaplicao deste mtodo de formao de spin offs. Segundoas autoras, esta a definio da primeira etapa de seu M-todo para Promoo de Spin Offs Acadmicos, que suce-dida pelas de: Oportunidades e Aplicaes; Priorizao; Ex-pectativas: Potenciais Clientes; e Conceito de Produto e Pla-no de Negcio e Tecnolgico.

    3. MTODO BORDA AUXLIO MULTICRITRIO DECISO

    Segundo Costa [2005] o uso de tcnicas de auxlio deciso tem menor custo do que a experimentao real,permitindo aos gestores estabelecer questionamentos dotipo what if, e reduzir o tempo necessrio para a tomada dedeciso.

    O Apoio Multicritrio Deciso (AMD) consiste em umconjunto de mtodos e tcnicas para auxiliar ou apoiar atomada de decises, quando da presena de uma multipli-cidade de critrios [ROY e BOUYSSOU, 1993]. Os chamadosmtodos ordinais so considerados bastante intuitivos epouco exigentes tanto em termos computacionais quantoem relao s informaes necessrias por parte do decisor,conceito definido posteriormente.

    Para uso deste mtodo, o decisor deve ordenar as alter-

    ARTIGO CIENTFICOUSO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

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    Dentro desse universo organizacional, seleciona-se cin-co gestores de rea da empresa. Esses esto diretamenteligados a viso organizacional que direciona a prtica em-preendedora. Assim, os sujeitos de pesquisa selecionadoselaboraram seus respectivos relatos a partir das seguintesquestes norteadoras:

    1. O que , para voc, empreender?2. Como voc estimula a prtica empreendedora em seu

    ambiente de gesto?3. Descreva e comente aspectos de sua vivncia como

    gestor relacionados ao desenvolvimento da ativida-de empreendedora, que considere mais significati-vos e marcantes.

    4. Quais as causas que o levaram a tornar-se empres-rio? Voc se considera um empreendedor?

    O prazo estipulado para resposta foi de 3 a 4 semanas,sendo que foi esclarecido aos depoentes que os relatos seriamutilizados em uma pesquisa. Assegurou-se o anonimato e con-fidencialidade em relao divulgao dos nomes dos cola-boradores. Nesse sentido, para identificar as frases dos sujei-tos ser utilizado um cdigo, composto pela letra G gestorese por nmeros de um a cinco. Exemplo: G01. Os relatos seroenumerados considerando a ordem de recolhimento.

    Tcnica de Anlise dos Dados

    No tocante a interpretao dos relatos de experinciafoi empregada tcnica de pesquisa anlise de contedo.Essa tcnica uma estratgia de tratamento de dados ad-vindos de relatos de experincias ou entrevistas gravadas etranscritas. Pode ser operacionalizada, segundo Minayo[1998] em sete etapas: leitura detalhada do material colhi-do; busca dos fragmentos das frases por tema; distinopor grifos das frases significativas; definio das unidadestemticas; classificao das frases significativas por unida-des temticas; interpretao das frases no contexto da uni-dade temtica; produo de consideraes acerca do obje-to analisado. Portanto, os dados foram tratados a partirdessas etapas, sendo que as unidades so as estruturas re-levantes presentes na maior parte dos relatos coletados.

    5. RESULTADOSAtravs da anlise de contedo dos relatos coletados,

    foi possvel a identificao de oito unidades temticas, sen-do essas denominadas: abertura de novo negcio, motiva-o e criatividade, sucesso, risco, realizao de sonhos, de-senvolvimento de habilidades, intraempreendedorismo e, porfim, empregabilidade. O quadro abaixo expe as unidadestemticas:

    As unidades temticas organizadas em categorias e o nmero dosdepoimentos nos quais elas foram identificadas

    Categorias de Unidades Temticas Nmero dos DepoimentosAbertura de Novo Negcio 1 2 4 5Motivao e Criatividade 1 2 3 4 5Sucesso 1 2 3 4Risco 1 2 4Realizao de Sonhos 1 5Desenvolvimento de Habilidades 1 4 5Intraempreendedorismo 1 2 3 4 5Empregabilidade 1 3 4

    Para apresentar os dados categorizados sero extradas frases dos relatos dos gestores.

    Unidade Temtica I Abertura de Novo Negcio

    Frases Sujeitos

    estar disposto e entusiasmado a lanar-se em um novo negcio ou desafio; G01Empreendedor para mim algum que conhecendo um nicho de mercado, inicia ou d continuidade a um negcio;No sou empresrio, at que gostaria de ter meu prprio negcio.No me considero um empreendedor G02Fortalecendo o sentimento de dono... G04A evoluo de carreira de um profissional at transformar-se num gestor conseqncia do desenvolvimento nas competnciaspriorizadas pela corporao. G05

    Unidade Temtica II Motivao e Criatividade

    Frases Sujeitos

    Tudo isso regado a motivao e entusiasmo coletivo. G01Procuro no meu dia a dia delegar, ensinar, exigir cada vez mais e bem feito. Os retralhos devem ser relatadose tratados dentro de uma metodologia.No procuro culpar as pessoas, mas melhorar o processo cada vez mais.Como gosto do que fao, procuro transmitir o otimismo para as pessoas. G02Ter capacidade de energizar as pessoas, dividir responsabilidades e decises. G03Criatividade... G04Incentivo a criatividade... G05

    ARTIGO CIENTFICOCULTURA DO EMPREENDEDORISMO INOVADOR (CEI)

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    ARTIGO CIENTFICOUSO INTENSIVO DE TECNOLOGIAS (PIT)

    Metodologia de rankeamento de tecnologias desenvolvidasem laboratrios cientficos segundo sua viabilidade detransferncia ao mercado atravs de spin-offs

    Ranking methodology for technologies developed in academic labsaccording to their market viability through spin-offs

    Universidade Federal FluminenseIncubadora de EmpresasOuteiro de So Joo Batista S/N CentroCampus do Valonguinho. 24020-141 Niteri RJ - Brasil

    E-mails: [email protected] | [email protected] | [email protected]

    *autor de contato: Natlia Marques Malheiros

    Artigo submetido em 12 de maio de 2009; Aprovado em 30 de outubro de 2009.

    RESUMO

    Este artigo apresenta um estudo comparativo acerca daviabilidade mercadolgica de tecnologias que so desenvol-vidas em laboratrios acadmicos de pesquisa, atravs daproposio de uma metodologia de rankeamento baseadana seleo de critrios e na utilizao do Mtodo Borda deapoio a deciso, com o propsito de selecionar as mais pro-pcias a se tornarem empreendimentos bem-sucedidos.

    ABSTRACT

    This article presents a comparative study concerning themarket viability of technologies developed in academic re-search laboratories, through the proposition of a rankingmethodology based on the selection of a set of criteria andon the usage of the Borda Count decision-aid method, inorder to select those which are more likely to become suc-cessful businesses.

    LOCUS CIENTFICOISSN -1981-6790 - verso impressa ISSN -1981-6804 - verso digital

    PALAVRAS-CHAVE:

    Laboratrios acadmicos, Transferncia de Tecnologia, Incubadora de Empresas.

    KEYWORDS:

    Academic Laboratories, Technology Transfer, Business Incubators.

    Srgio Jos Mecena da Silva Filho, Leandro Eugenio Faria Tejerina, Natlia Marques Malheiros*

    1. INTRODUOA Universidade Federal Fluminense (UFF) abriga em suas

    dependncias ao redor de quatrocentos laboratrios depesquisa atuantes em diversos segmentos acadmicos. Nes-ses laboratrios so desenvolvidos projetos de pesquisa aca-dmica e de explorao de novas tecnologias.

    A Incubadora de Empresas da UFF tem o papel de pro-mover o desenvolvimento de empreendimentos por meioda conexo de idias, tecnologia, recursos e pessoas. Reto-mando a proposta do conhecimento que sai da Universida-de para os empreendimentos e retorna pela codificao dosconhecimentos adquiridos, a Incubadora de Empresas se

    torna o grande mediador desse processo na medida em queorienta e d suporte aos empreendedores, tanto na sua for-mao quanto nas atividades de sua empresa.

    Em virtude do crescimento a nvel mundial das iniciati-vas e projetos ligados transferncia de tecnologia da univer-sidade para a sociedade [WEBSTER e ETZKOWITZ, 1998],nota-se o papel da incubadora de empesas de incentivar odesenvolvimento de spin-offs acadmicos, buscando noslaboratrios e nas tecnologias ali desenvolvidas oportuni-dades de surgimento de novos negcios derivados de pes-quisas e descobertas cientficas inovadoras.

    Verifica-se, no entanto, um desafio na deteco das tec-

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    Unidade Temtica III Sucesso

    Frases Sujeitos

    (...)buscando o sucesso como objetivo final. G01

    Tenho como exemplo de empreendedores, Ricardo do Ricardo Eletro; Luiza, do Magazine Luiza; Eike Batista, da MMX;

    Ermrio de Moraes, da Votorantim e Eliezer Batista, ex Vale.G02

    Trabalhar colaborativamente para alcanar metas comuns e resultados positivos. G03

    (...) ganhos pessoais, atravs da satisfao, reconhecimento e sentimento de realizao de cada empregado. G04

    Unidade Temtica IV Risco

    Frases Sujeitos

    Ser empreendedor expor-se a riscos. Os perigos e os desafios vo aparecer diariamente, queiramos ou no. Direcionar os esforos

    apenas parte desse processo. Precisamos tomar decises que tragam os maiores retornos, tais como: arriscar-se em metas ousadas. G01Buscar diariamente formas de fazer a mesma coisa com o menor custo, etc...

    (...) Aceitao ao Risco... Me falta coragem para assumir maiores riscos. G02

    (...) ousar... G04

    Unidade Temtica V Realizao de Sonhos

    Frases Sujeitos

    Defendo constantemente junto a minha equipe que devemos deixar de ser sonhador para ser um realizador de sonhos;

    Sem dvidas, um dos meus maiores prazeres ver um sonho tornar-se real e palpvel!G01

    Empreender a capacidade de transformar sonhos e desejos em realidade empresarial. G05

    Unidade Temtica VI Desenvolvimento de Habilidades

    Frases Sujeitos

    algo essencial para o crescimento da empresa e do pas. G01

    (...) diversificao de atividades. G03

    (...) reconhecimento em cada empregado, atravs da aplicao dos programas participativos. G04

    Na minha opinio, h uma diferena considervel entre gestores e empreendedores. Sou um gestor da companhia e me

    empenho em aprimorar minha capacidade empreendedora, essencial para a progresso de minha carreira.G05

    Unidade Temtica VII Intraempreendedorismo

    Frases Sujeitos

    Um novo mercado onde o seu produto possa ser aplicado em substituio ao existente.(...) acreditar que velhos caminhos levam sempre aos mesmos lugares e ter em mente que precisa gerar benefcios econmicos, G01sociais e ambientais, assumir hoje posies com quais ser possvel ter condies de sobrevivncia amanh.

    (...) propiciando ganhos no ambiente em que atua. G02

    Pensar alm do momento presente, analisando cenrios internos e externos e percebendo tendncias que podem ter impacto

    no negcio. Entender do negcio, formular planos de ao que impactem positivamente no negcio.G03

    (...) incentivar uma causa...

    Desenvolver o esprito empreendedor na equipe certamente traz, alm de ganhos quantitativos para a empresa... G04Empreender faz parte da rotina da gerncia e do perfil da liderana que se espera no mundo atual.

    A forte capacidade empreendedora dos integrantes da alta administrao das corporaes essencial e determinante

    para o sucesso e a sobrevivncia das empresas.G05

    Unidade Temtica VIII Empregabilidade

    Frases Sujeitos

    Empreendedorismo no mundo atual sinnimo de empregabilidade. G01

    Significativo: escolha para o cargo de Gerente na... G03

    De forma sucinta, inovao a explorao com sucesso de novas ideias. E sucesso para as empresas, sempre vai

    significar aumento de faturamento, acesso a novos mercados, aumento das margens de lucro, entre outros benefcios.G04

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    Figura 4 Representaes sociais da prtica empreendedora por gestores de uma empresa de extrao mineral atuante na regio do Quadriltero Ferrfero MGOs sujeitos ao representarem essa prtica como abertura de um novo negcio pressupem que tal ao envolve assu-

    mir riscos na criao de um empreendimento prprio, pas-sando de funcionrio a proprietrio. Todavia, representamainda o empreendedorismo como uma prtica possvel dese realizar internamente em uma organizao, sem que afigura do empreendedor seja coincidente com a do donoda coorporao.

    Nesse sentido, observa-se que os depoentes vislum-bram a prtica empreendedora como algo que est pre-sente em seu ambiente cotidiano. Tal afirmao se respal-da na representao social motivao e criatividade. Res-saltam que a natureza empreendedora do funcionrio algo to demandado pela organizao que pode garantira empregabilidade.

    Dessa forma, pode-se questionar se h nesse caso umacontradio nas representaes sociais identificadas, aopasso que simultaneamente os relatos apontam que serempreendedor possuir o prprio negcio e ser um funci-onrio com perfil empreendedor. Na tentativa de respon-der a tal indagao, necessrio se faz recorrer ao universoreificado como fonte de produo de conhecimento lgi-co racional legitimado acerca do fenmeno empreende-dor. Diante disso, tem-se o trabalho de autores que incen-tivam a abertura do prprio negcio em uma conseqn-cia da realizao de sonhos, como Dolabela [1999]; auto-res como McClelland [1961] e Timmons [1989] estudam odesenvolvimento do perfil empreendedor em diferentesambientes e formas.

    Logo, observa-se que as representaes sociais desse

    conhecimento no so contraditrias, mas sim complemen-tares, pois a ao que envolve risco, sucesso, sonho, criati-vidade, motivao, desenvolvimento de habilidades no seprocessa somente na forma de abertura de um negcio.

    No mbito interno de uma empresa, pode-se ocorrer aprtica empreendedora como prev a teoria de Schumpe-ter [1982], que se baseia na mudana, atravs de inova-o.

    Observa-se que a inovao no foi identificada comouma representao social presente e recorrente da prticaempreendedora nos relatos investigados. Pode-se dizer queo carter de inovao aparece implicitamente na aberturade um novo negcio. Por conseguinte, esse fato ocasionaum vcuo de representao no tocante a prtica empreen-dedora e suas mltiplas formas de desenvolvimento em fun-o da ausncia de meno a inovao nos relatos.

    Nessa mesma linha, enumera-se que no houve repre-sentao social da identificao de oportunidades, um dostemas mais trabalhados na pesquisa em empreendedoris-mo, sobretudo por Fillion [1991].

    A partir dessa observao, pode-se dizer que h certacorrespondncia entre o conhecimento cientfic